Revista Passear Versão Gratuita Nº26

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Nº. 26 . Ano III . 2013 . PVP: 2 € (IVA incluído)

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to Aparelho de GPS ou Smartp hone?

sente a natureza

A “famosa” Ecopista do Dão

CRÓNICA BTT - Chegada a Santiago de Compostela

Destino de Férias Concelho de Mafra

Destino Viana do Alentejo


Praceta Mato da Cruz, 18 2655-355 Ericeira - Portugal Correspondência - P. O. Box 24 2656-909 Ericeira - Portugal Tel. +351 261 867 063 www.lobodomar.net

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2 Registada na Entidade Reguladora para a Comunicação Social sob o nº. 125 987 Direitos Reservados de reprodução fotográfica ou escrita para todos os países

Capa Fotografia

Viana do Alentejo (pág. 16)

Passear é preciso O contacto com a Natureza e as atividades ligadas à mesma poderão ser uma resposta concreta à crise. O efeito que o contacto com a Natureza produz nas pessoas é uma das melhores receitas para nos ajudar a ultrapassar o momento difícil pelo qual Portugal está a passar. Por outro lado, a atividade económica ligada ao fenómeno da Natureza poderá ajudar a ultrapassar a crise económica em que nos encontramos através da criação de pequenos negócios locais e, essas mesmas atividades poderem ser utilizadas para a atração de turistas estrangeiros. Em relação a esta edição divulgamos, com a colaboração da Alcáçovas Outdoor Trail, um pouco do potencial do Concelho de Viana do Alentejo como destino turístico. Hernâni Cardoso foi experimentar a Ecopista do Dão e conta-nos a sua experiência. António José Soares e os seus amigos chegaram a Santiago de Compostela e a Associação Vento Norte partilha a sua experiência na conquista do “Pico Del Teíde”.

Boa leitura e bons passeios. Diretor vascogoncalves@lobodomar.net


Edição Nº.26

8 16 Sumário 04 Atualidades 08 Crónica de Hernâni Cardoso 16 Destino Concelho de Viana do Alentejo 26 Crónica: Caminho Português Interior de Santiago 2012 (3ª Parte) 36 Crónica: À conquista do “Pico Del Teíde” 60 Equipamento Aparelho de GPS ou Smartphone? PUB 64 Onde Comer 65 Onde Dormir 66 ASSINATURA PASSEAR 68 Especial Férias Concelho de Mafra

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atualidades

Exposição de fotografia de natureza de Luís Quinta

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Luís Quinta, o mais prestigiado fotógrafo de natureza português, é almadense e expõe no Museu da Cidade alguns dos instantes naturais captados pela sua objetiva em Almada e no país. No passado dia 6 de junho abriu ao público, no Museu da Cidade, na Cova da Piedade, uma exposição retrospetiva dos 25 anos de carreira de Luís Quinta, um dos fotógrafos de natureza mais prestigiados a nível internacional. A exposição é composta por dois núcleos: “Natureza em Portugal”, onde é exibida uma seleção de fotografias tiradas por todo o território nacional, e “Almada, entre o mar e o rio”, onde são revelados incríveis momentos naturais captados em Almada pelo autor. A exposição estender-se-á também até ao Parque da Paz, onde fotos de grande formato estarão igualmente em exibição até outubro. Horário: Terça a sábado: 10h - 18h no Museu da Cidade e Parque da Paz.


Valença Com Posto de Atendimento ao Peregrino Um novo espaço de acolhimento e ajuda aos peregrinos para Santiago foi criado, na avenida Miguel Dantas, no percurso do Caminho Português, na cidade de Valença, pela Câmara Municipal. O espaço disponibiliza um serviço de informação turística aos peregrinos sobre os Caminhos de Santiago, bem como a oferta que Valença apresenta em termos patrimoniais, culturais, recreativos, desportivos, unidades hoteleiras e restauração. O Posto de Atendimento ao Peregrino pretende ser um espaço de acolhimento, apoio e informação complementar à Loja de Turismo, na Fortaleza e ao Albergue dos Peregrinos de São Teotónio. A par do Posto de Atendimento ao Peregrino a autarquia valenciana criou um circuito alternativo que proporciona a visita à Fortaleza, bem como reforçou a sinalética e a informação turística ao longo dos percursos que atravessam o concelho. Medidas complementadas com o alargamento dos horários de funcionamento do Albergue de São Teotónio. Os Caminhos de Santiago são uma referência de Valença, a capital do Caminho Português para Santiago de Compostela. Ao longo de 2012 passaram por Valença 25628 peregrinos, um volume significativo com as mais diversas proveniências, nomeadamente portugueses, espanhóis, franceses, italianos e brasileiros. Valença é o ponto de confluência, a Caminho de Santiago, dos percursos do Caminho Central e do Caminho da Costa, percursos que integram o Caminho Português para Santiago de Compostela. Para Jorge Salgueiro Mendes, Presidente da Câmara de Valença “Este espaço vai projetar a oferta turística de Valença, uma cidade onde se sente o espírito dos Caminhos de Santiago”.

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atualidades

Bike Park de Ponte de Lima

Saída Botânica na Serra da Estrela

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Data: 06 julho 2013 09:00 - 07 julho 2013 17:00 Local: andar superior da Serra da Estrela O CISE e a Sociedade Portuguesa de Botânica irão realizar a II Saída Botânica na Serra da Estrela - A flora e vegetação do andar superior da serra da Estrela, nos próximos dias 6 e 7 de julho. Com esta atividade pretende-se: i) divulgar o património ambiental da serra da Estrela, enquanto área natural de montanha; ii) dar a conhecer e contribuir para a valorização dos habitats e das espécies de flora do andar superior da serra da Estrela; iii) alertar para a importância da conservação dos habitats de montanha, enquanto áreas de refúgio para um conjunto de espécies de flora de distribuição restrita em Portugal; iv) mostrar algumas das adaptações morfológicas das espécies de flora de montanha às condições ecológicas locais; e v) identificar as principais ameaças que recaem sobre os habitats e as espécies de flora. Mais informação aqui: http://www.cise.pt/pt/index.php/atividades/ cursos-e-saidas-tematicas/saida-botanica

O Município de Ponte de Lima inaugurou oficialmente o Bike Park de Ponte de Lima no passado domingo, 9 de junho. Aberto desde novembro de 2012, o Bike Parke de Ponte de Lima é um autêntico parque de lazer e recreio, em plena Serra d´Arga, entre o Alto do Cavalinho e o lugar de Mãos nas Freguesias de Estorãos e Cabração. Com uma área de 308 há, oferece condições únicas para a prática de BTT e Downhill e para caminhadas ecológicas. O Bike Park de Ponte de Lima disponibiliza 10 pistas de vários graus de dificuldade, com distâncias compreendidas entre 2,8 a 4 km; 2 circuitos de enduro de 17 e 22 Km, 4 especiais com descida de 400m de desnível em calçada; 1 circuito super enduro de 60 Km, na Serra d´Arga; 1 circuito de iniciação BTT de 10 Km com início e final no Bike Park e 4 circuitos XCM de 20, 40, 60 e 100 (extreme) Km. Toda a estância do Bike Park está assegurada com um serviço de transportes ao topo da montanha. As subidas são efetivadas em carrinhas com disponibilidade para transportar até 36 riders, garantindo uma média de 12 descidas por dia, em pistas diferentes. A abertura oficial coincidiu com a realização do primeiro grande evento do Bike Park, o GT ENDURACE PRO PORTUGAL. Trata-se de uma competição de Enduro em BTT, homologada pela UVP/ Federação Portuguesa de Ciclismo, que ocorre em circuitos marcados por um número variável de Provas Especiais Cronometradas (PEC).


Terra sedenta Na imagem podemos ver o sítio onde rio do sudoeste africano, o Okavango ou Cubango, desagua no Delta do Okavango, a norte do Botswana. Esta área é um destino turístico muito popular, onde os visitantes podem avistar uma vida selvagem muito variada, tais como elefantes, búfalos, gnus, girafas, leões, hienas e rinocerontes. O delta é alimentado pelo Rio Ovavango, que tem origem em Angola, passa pela fronteira entre a Namíbia e Angola e depois acaba no norte do Botswana. Aqui, formou uma depressão na região semiárida da bacia do Kalahari. Em Afrikaans, o Kalahari é chamado de ‘Dorsland’, o que significa ‘terra com sede’. A maior parte da água do delta é consumida pela transpiração e evaporação. Uma percentagem muito pequena é ab-

sorvida pelo chão, enquanto a restante forma um lago sazonal. A roxo, no centro da imagem, surge a Chief’s Island. Esta área, antes um local de caça para as tribos locais, faz agora parte da grande reserva de Moremi, a Moremi Game Reserve. Na parte inferior direita da imagem podemos ver um amontoado de reflexões de radar, que correspondem à cidade de Maun. No topo da imagem, pode ver-se um triângulo com uma cor semelhante à do delta. Trata-se de uma zona pantanosa e de um parque nacional, localizado sobretudo na Namíbia. Esta imagem é a compilação de três imagens do radar do Envisat, feitas a 15 de Setembro 2009, 29 de Dezembro 2009 e 5 de Outubro de 2010 e surge no Earth from Space video programme. Imagem: Copyright ESA

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crónica 8

CRÓNICA DE HERNÂNI CARDOSO

TRANSPORTUGAL – VISEU > SANTA COMBA DÃO Mas que é isto? Com tantos dias de sol, decidiu chover, de repente, e logo hoje? Bem, de qualquer modo saída de Viseu para Santa Comba Dão, eventualmente até Coimbra, e assim conhecer a “famosa” Ecopista do Dão. [1] Saio da Pousada da Juventude de Viseu e dirijo-me ao inicio da Ecopista, sei que é por detrás do Tribunal de Viseu.


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Chego à Rotunda, uma das imensas que Viseu tem, da Avenida Europa e ando às voltas, à procura de qualquer tipo de sinalização que me indique o início da Ecopista, vou para cima, venho para baixo e de repente num esgar de vista vejo um tapete avermelhado…ahaha a Ecopista, e dirijo-me a ela. Curioso por saber onde é o início, sigo para a direita e……Voilá! Eis que encontro o início da Ecopista do Dão: um espaço entre dois edifícios, escondido da avenida Europa por um taipal. Começa bem… Para um investimento que foi avultado e que pode trazer muitos benefícios turísticos à região

que atravessa, o inicio/fim desta Ecopista (consoante se inicie ou termine em Viseu) deveria estar devidamente sinalizada, coisa que não acontece. Ponto negativo! Mas os pontos negativos não se ficam por aqui, infelizmente, cerca de 100m depois, acaba o tapete avermelhado e só com a ajuda de locais descobri mais a frente a sua continuação. Podiam colocar um sinal no pavimento a indicar a continuação da Ecopista e mais a frente um sinal vertical que seria visível. Ponto Negativo!


crónica 10

Calma, calma pessoal que os pontos nega-

não queira este tipo de turismo/turistas (?), mas

tivos ainda não acabaram. Ao fim de cerca

suponhamos que eu resido em Viseu, e num belo

de uns 400 metros mais a frente já eu estava

dia de sol quero ir dar uma volta com o meu fi-

completamente a passar-me com mais uma

lhote, pego na minha bicicleta, instalo o atrelado

inovação da Camara de Viseu. Se pensam

(o novo Código de Estradas proíbe as cadeiri-

que o Entroncamento é a terra dos fenó-

nhas) para transportar o meu filhote e faço-me ao

menos é porque ainda não foram a Viseu.

caminho, pensando que vou passar um belo dia.

A Camara local e o seu Presidente, não só

Ora cada vez que encontro as Ciclo-Rotundas (e

“inundaram” a cidade com rotundas como

são muitas, acreditem) tenho de desmontar da

inventaram…..As Ciclo-Rotundas

bicicleta > retirar o filhote do atrelado> desinstalar o atrelado > passar a bicicleta> passar o

Duas das muitas ciclo-rotundas que inun-

atrelado> instalar o atrelado> pegar no filhote,

dam o primeiro quilómetro da Ecopista que

se ele ainda estiver no mesmo sitio> colocá-lo

“sai” de Viseu. Eu já nem penso no caso de

no atrelado> montar-me na bicicleta e pedalar,

um cicloturista com alforges querer passar

para cerca de 100-200 m adiante repetir a ope-

por aqui e desfrutar da beleza que a Ecopis-

ração, isto vezes sem conta.

ta proporciona, compreendo que a Camara

Senhores responsáveis pela Ecopista no Con-


ploração de um Albergue tipo Hostel que poderia ser instalado no Edifício Principal. Outro senão, e este repete-se algumas vezes ao longo da Ecopista: estas maquinetas: Não funcionam, decerto foram caras, e se funcionassem consumiam energia. Porque não optar por um mapa esquemático da Ecopista com pontos de informação simples e concisos? Ponto Negativo! O percurso continua, com algumas estações/ apeadeiros semi-abandonados ou entregues a associações que fazem uso delas mas que não têm a apetência para apoio aos utilizadores da Ecopista. A juntar a esta situação, em todas as estações/apeadeiros, os pontos de água Não funcionavam, ficando aqui um conselho a celho de Viseu…Tenham dó! Um pouco de inteligência e de sentido do ridículo: As Ciclo-Ro-

quem for fazer a Ecopista: Levem água como 11 se fossem para o deserto. Ponto Negativo!

tundas afugentam pais com filhos, cicloturistas e alguns ciclistas menos ágeis. Ponto Negativo

Mais à frente a cor da Ecopista mudou, do

!! Eu por esta altura já estava completamente

avermelhado para o verde. AHA ok, mudamos

passado da cabeça, afinal preferia andar no meio

de concelho, de Viseu para Tondela. E mais

do trânsito do que ser sujeito a este ziguezague

adiante iria mudar para azul, de Tondela para

ridículo.

Santa Comba Dão. E ponho-me a pensar: o dinheiro que gastaram, e gastam, em tinta dava

Mas a Ecopista tem Pontos Positivos: a paisa-

para umas obras complementares na Ecopista

gem é deslumbrante, o piso excelente e depois

mais à frente verão quais…. Ponto negativo!

das ciclo-rotundas deparei-me com uma antiga estação adaptada para o apoio aos ciclistas/utili-

Mais à frente um túnel, por momento fez-me

zadores da Ecopista. Um + Grande!

lembrar a estrada de Djerdap, na Sérvia, com os seus 21 tuneis. Esses não tinham iluminação,

Um senão: O snack-Bar existente no ex-edifício

mas este tinha uma iluminação que aposto foi

das cargas poderia ser “responsável” pela ex-

feita por um decorador de interiores. Alguém


crónica me consegue explicar o que fazem as luzes a apontar para o teto quando o que nós (utilizadores) necessitamos é de um piso iluminado? Isso é desperdiçar energia e recursos. Ponto Negativo! O único monumento “junto” à Ecopista que poderia ser alvo de “visitação” está ao abandono. Trata-se de um templo mandado edificar por D. Mafalda, mulher de D. Afonso Henriques, primeiro Rei de Portugal. Este edifício poderia ser aproveitado para visitas ficando a responsabilidade a cargo da Junta de Freguesia de Canas de Santa Maria. Ainda poderiam indicar o

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percurso para a Igreja Nova para que os interessados pudessem visitar o Sacrário renascentista (séc. XVI) o que levaria aí turistas e decerto animaria o comércio local. Aqui faltam apoios aos utilizadores, sejam pontos de água, mesas e parques de bicicletas. Ponto Negativo! Na ex-estação de Tonda, deparo-me com o que vinha vendo em muitas outras ao longo desta Ecopista. O antigo armazém de cargas sem qualquer utilidade. Este espaço seria ideal para serem instaladas bancadas, em pedra, onde se pudesse cozinhar, recorrendo a fogões de campismo, e que tivesse lava-louças para que se pudesse passar um tempo em família no local ou mesmo proporcionar um ponto de apoio aos cicloturistas de passagem. Fica a ideia.


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É quando se entra no concelho de Santa Comba

se encontrava enlameada e que iria dar a

Dão que se pode desfrutar das paisagens mais

umas subidas atrozes, obrigando qualquer

belas das margens do rio Dão. Embora o tempo

cicloturista com alforges, atrelado ou mesmo

estivesse chuvoso a paisagem era deslumbrante.

a um pai com o filho no atrelado a apear-se, e a puxar a bicicleta encosta acima que iria

Ao fim dos quase 51km de Ecopista estava eu

dar a um degrau enorme que mais não é que

expectante onde ela me iria levar. Não faltou

o cais da estação da CP do Vimeiro/Santa

muito para que tivesse a surpresa, mais uma,

Comba. Que fim inglório…Recordam-se

do dia a belíssima Ecopista terminava abrupta-

do que eu disse atrás sobre a pintura mul-

mente em Nenhures. Um investimento de cen-

ticolor da Ecopista? Pois se não a pintas-

tenas de milhar de euros acabava em Lado

sem, se deixassem estar em alcatrão puro o

Nenhum o caminho que sugeriam em tabuletas

dinheiro daria para terminar a obra. Ponto

era uma picada em terra batida, que ainda não

Negativo!


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cr贸nica


Pontos Negativos ao longo de todo o percurso:

Falta de infra-estruturas que levam as pessoas

A falta de infra-estruturas que cativem o turista

a aproveitar os espaços de piquenique instala-

de modo a faze-lo permanecer na região e não

dos nas antigas estações.

se encontrar só de passagem, nomeadamente

Um mapa com informação turística simples e

Parques de Campismo Rurais (que necessitam

concisa que poderiam substituir mais eficaz-

de menos infraestruturas dos Parques de Camp-

mente as “maquinetas” avariadas.

ismo “normais”). Estes Parques poderiam estar

Pontos Positivos:

instalados perto de algumas das ex-Estações e

A beleza da paisagem ao longo de todo o per-

funcionarem por um sistema de reservas que

curso

poderiam ser online para um dos Centros de

O piso em bom estado

Turismo ou das Serviços de exploração da Eco-

A ideia da existência desta Ecopista.

pista.

Concluindo: A estrutura está lá, falta fazer

Falta de sinalização a indicar infra-estruturas/

com que essa mesma estrutura funcione

monumentos/sitos a visitar nas redondezas

como polo de dinamização da microecono-

(com a indicação da distância).

mia da região e consecutivamente ao desen-

Falta de pontos de água ao longo do percurso.

volvimento do turismo.

Eles estão lá, mas não estão ligados.

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Destino: Concelho de Viana do Alentejo

Entre chocalhos, montado e hist贸ria 16

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VOLTÁMOS AO ALENTEJO À DESCOBERTA DOS SEUS LUGARES DE EXCELÊNCIA. O CONCELHO DE VIANA DO ALENTEJO É UM DESTINO MUITO INTERESSANTE COMO O VAMOS DEMONSTRAR AO LONGO DAS PRÓXIMAS EDIÇÕES. TEXTO E FOTOGRAFIA: VASCO DE MELO GONÇALVES


Esta é a primeira edição dedicada ao concelho de Viana do Alentejo onde, em colaboração com a Alcáçovas Outdoor Trails, apresentamos algumas sugestões de percursos para serem efetuados no concelho. Estes mesmos percursos serão desenvolvidos nas próximas edições da revista digital Passear complementados por uma entrevista à autarquia de Viana do Alentejo.

4 PROPOSTAS DE PERCURSOS A Alcáçovas Outdoor Trails é composta por guias locais da Associação dos Amigos de Alcáçovas e organiza caminhadas na área do concelho de Viana do Alentejo e arredores. As propostas de percursos que apresentamos são de sua autoria.

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1- Percurso Urbano em Alcáçovas Este percurso Urbano é uma proposta para um passeio agradável em Alcáçovas, passando nos principais pontos de interesse da vila. Percurso circular com 4,2quilómetros de extensão e com dificuldade técnica fácil. 01 – Torre do Relógio e Palácio dos Núncios 02 – Paço Real e Jardim das Conchas 03 – S. Geraldo 04 – Museu do Chocalho


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2- Pequena Rota em Alcáçovas Esta pequena rota é a futura Eco-pista Alcáçovas e dá aos visitantes uma visão planície de Montado que rodeia a vila, pequenas quintas e alguns monumentos. Percurso circular com 5,4 quilómetros extensão e com dificuldade técnica fácil.

de da as de


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3- Percurso Urbano em Viana do Alentejo Este percurso Urbano é uma proposta para um passeio agradável em Viana do Alentejo, passando nos principais pontos de interesse da vila. Percurso circular com 8,48 quilómetros de extensão e com dificuldade técnica fácil. 01 – Castelo e Igreja Matriz 02 – Castelo de Viana do Alentejo 03 – Castelo e Igreja Matriz 04 – Nossa Senhora d’Aires


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4- Percurso BTT entre Aguiar e S. Bartolomeu do Outeiro Este percurso BTT, também pode ser feito a pé e é muito interessante devido á transição de paisagens, ás duas aldeias que é possível visitar e ás ruinas das antigas Termas da Ganhoteira. Percurso circular com 21,34 quilómetros de extensão e com dificuldade técnica moderada. 01 - Termas da Ganhoteira 02 – Aguiar 03 - S. Bartolomeu do Outeiro


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CRÓNICA

Caminho Português Interior de Santiago 2012 (3ª Parte) CHEGADA A SANTIAGO DE COMPOSTELA Texto e Fotografia: António José Soares / http://coimbrasantiago.blogspot.pt


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01 - O Joaquim de volta dos alforges 02 - Tratando de fazer amigas 03 - Podeis crer que estava bom tanto o café, como o queque de canela 04 - Ourense, Ponte Medieval sobre o Rio Minho

DOMINGO, 5 DE AGOSTO. XUNQUEIRA DE AMBIA - OSEIRA.

Apetecia ficar mais umas horas na cama, mas a vida de peregrino é andar ou pedalar, assim antes de alvorecer já se preparavam alforges, em Xunqueira nem uma cafeteria aberta. Foi preciso pedalar quase cinco quilómetros para tomar o pequeno-almoço. Até Ourense o percurso foi favorável. Entrámos na velha cidade termal, situada nas margens do Minho, pelas 08:30, com o Quim a ter que resolver um problema na roda. O Caminho aproximava-se do seu termo,

o cansaço acumulado refletia-se no meu rendimento, assim, sempre que se vislumbrava uma pausa, eu aproveitava-a da melhor forma. Em Ourense tinha passado de visita há um ano atrás, assim não dediquei muito espaço a fotos. Enquanto o Quim tentava resolver o problema bicicleta, o Aguiar tirava fotos, aproveitei para reajustar o pequeno-almoço, antevia-se uma generosa subida depois de Ourense. Assim, enquanto os meus amigos andavam ocupados, após a pausa ilustrada na

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05 - Pormenor curioso do comboio à saída de Ourense 06 - Uma tasquinha pitoresca 07 - Polvo à galega 08 - Em Cea o pão é mais famoso que os monumentos

imagem, fui andando em direção à ponte medieval sobre o Minho, aqui tirei algumas fotos e aproveitei o espreitar do sol para estender a roupa na ponte. Prossegui uma vez que o relógio já apontava para as 10:30. Na saída de Ourense, a má sinalização do Caminho fez-me andar às voltas, perdendo tempo e energia. O Caminho prosseguia por uma enorme rampa asfaltada, inserida num denso bosque, o grau de inclinação, não me permitia pedalar, o peso dos alforges, da bicicleta, e, a bem dizer, a má forma foram em conjunto determinantes para que tivesse de empurrar a bicicleta serra acima. Quando finalmente deixei de ter que empurrar a bicicleta e alforges, indaguei, junto de um casal que cozia polvo para venda, tipo como quem vende na feira, um local para saciar a sede e encher o depósito de combustível!

Tinha pedalado cerca de 100 metros quando encontrei o local indicado. Antes de me sentar, e à pergunta: o que queres comer, respondi, sem hesitação, polvo à galega e pão, para beber cerveja sem álcool fresquinha, tal era a sede que foram quatro. Mal tinha começado a almoçar, vislumbrei o Joaquim que entretanto passava, foi preciso chamá-lo, depois de instalado, olhou para o meu prato e logo se decidiu pelo polvo, estava uma maravilha. Conhecedor daquele pitéu desde 2007, aquando do meu primeiro Caminho, deste polvo que nos foi servido nunca mais me esquecerei! Então o Joaquim que nunca tinha experimentado a iguaria, ficou fã. Prosseguimos para Cea, antes de aqui chegar reagrupámos novamente. Não comprámos o famoso pão, mas vontade

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09 - Paisagem 10 - Mosteiro de Santa Maria de Oseira 11 - Momento de repouso e descontração 12 - Oseira, nas imediações do Mosteiro 13 - Hospedaria, numa ala do mosteiro

não faltou. De Cea, optámos por seguir para Mosteiro de Santa Maria de Oseira, e em boa hora o fizemos, é sublime a beleza e dimensão deste desta construção cisterciense. O final desta penúltima jornada do Caminho foi um dos momentos altos deste Caminho Português, o ambiente de espiritualidade presente em Oseira contagiou-nos. Não é exagero referir que nos sentimos como que três miúdos num passeio à Eurodisney ou coisa semelhante. Pernoitámos numa das alas do mosteiro, destinada a hospedaria de peregrinos, nessa mesma qualidade fomos convidados a assistir a uma celebração do monges em clausura, que se mantêm ainda em atividade neste magnífico monumento cisterciense, com nalguns aspetos comparável a Alcobaça. Sentimos de forma mais acesa o ambiente e o espírito do Caminho, à visita guiada seguiu-se a celebração religiosa e o merecido repasto para repor as energias, gastas durante a excelente jornada por terras galegas. Após o jantar, um passeio para alongar as pernas e apreciar a grandeza do mosteiro que visto de noite parece ainda maior, recolhendo de seguida ao albergue para a última noite, no dia seguinte... Santiago. Para além de nós, em Oseira, o número a pernoitar no albergue não ultrapassava a meia dúzia. Neste dia fizemos 64,76 km, com 492, 29 km percorridos desde Coimbra. Para chegar a Santiago ainda faltava cumprir cerca de 90 km.

6 DE AGOSTO. OSEIRA - SANTIAGO DE COMPOSTELA

Último dia de Caminho. Acordámos cedo, pelas 06:00, o objetivo da jornada, para além de chegar a Compostela, seria o de conseguir alojamento em Redondela, onde no dia seguinte apanharíamos o comboio até ao Porto e daqui a Coimbra. Àquela hora madrugadora, foi preciso andar perto de 10 km para encontrar a primeira localidade, Dozón, para a primeira refeição do dia. É fundamental para quem viaja deste modo as refeições bem repartidas, bem como a hidratação. Assim, depois de alguns quilómetros a pedalar em jejum, o pequeno-almoço soube a pouco, embora tivesse chegado em boa hora. 31 Em Lalin, enquanto o Aguiar e o Joaquim continuaram pelo caminho, tive necessidade de procurar una tienda, a fim de substituir o pneu da roda traseira e mais umas pequenas afinações na bicicleta. Enquanto aguardava, decidi fazer uma incursão a pé pela cidade. Como ainda faltava muito para pedalar até Santiago, achei por bem reforçar o pequeno-almoço. A pequena cidade de Lalín, à semelhança da Mealhada, em Portugal, confere ao porco as honras de estátua, em praça pública. A frequente utilização de carne suína na culinária, com especial destaque para o cocido, é um hábito nestas paragens. Parte do itinerário até Compostela, processa-se paralelo à estrada N525. No entanto o Caminho faz-se em grande parte por frondosos bosques, agradáveis de percorrer. Nesta altura do ano o afluxo


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de peregrinos é maior, e, à medida que nos aproximamos do final maior número de pessoas se encontram. Neste último dia cada um fez o seu Caminho, como me encontrava praticamente no limite das minhas capacidades era importante gerir muito bem o esforço, para chegar a bom porto. Depois de Lalín, sem que percebesse, acabei por passar pelos meus amigos, enquanto procediam a uma pausa. Pouco depois de Silleda, porque já era hora, parei num pequeno restaurante familiar. Fui atendido por uma simpática senhora, que acumulava as funções de cozinheira e empregada de mesa, apenas com a ajuda de um jovem rapaz e lá ia tomando conta de tudo. O meu desejo era comer uma sopa de legumes e umas tapas. Como não tinha sopa de legumes, foi-me sugerida uma favada, algo semelhante à nossa sopa

da pedra, embora um pouco mais leve. Aceitei o conselho, mas pedi primeiro que me fosse servida uma pequena porção de tortilha. Para acompanhar o café, foi-me oferecida uma saborosa fatia de pão-de-ló, que aceitei e muito agradeci. A pausa para refeição foi aproveitada para relaxar e alguns dedos de conversa com os irmãos galegos. Apenas faltariam cerca de 30 km para Compostela, contudo as dores musculares já me iam apoquentando. Era altura para pôr novamente a bicicleta no Caminho Santiago. Em Puente Ulla, no exterior da igreja de Santa Maria Magdalena, um numeroso grupo de peregrinos aproveitava a sombra para descansar. Após Puente Ulla, foi preciso vencer mais algumas subidas. Perante a proximidade da chegada, parecia que as forças tinham


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voltado, e as dores muscular pareciam ter desaparecido. No albergue de Vedra procurei o reabastecimento de água, que não chegava a pouco mais que umas gotas. Procurei passar despercebido no albergue, mas logo fui abordado por uma jovem castelhana perguntando se procurava ficar no albergue, informando que o mesmo já estava lotado, mostrou curiosidade para saber de onde vinha, perguntas recorrentes entre quem viaja, após mais alguns dedos de prosa desejámos mutuamente um bom caminho. Por fim a vista sobre as torres da catedral, uma rua em calçada, a descer, levoume à entrada de Compostela. A enorme sede que levava foi saciada com a fruta comprada mal entrei na urbe. Exagerei ao encher ainda mais os alforges com

ameixas, pêssegos, uvas e bananas. Depois de me misturar com a multidão, entrei na Plaza de Obradoiro descendo perigosamente, de bicicleta, as escadas adossadas à catedral. Antes das tradicionais fotos na praça, corri à Oficina do Peregrino, a fim de solicitar a aposição do selo na credencial e obter a Compostellana.

14 - Alvorecer em Oseira 15 - Igrexa de Santiago de Taboada 16 - Igreja de São Martinho Dornelas, Silleda 17 - Grupo de peregrinos em Taboada - Foto Joaquim Tavares 18 - Ponte sobre o rio Ulla 19 - Igrexa de Santa Maria Magdalena, Puente Ulla 20 - Muito próximo de Compostela, o verde que domina a paisagem galega

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A dois dias de completar 50 anos de idade, cumpri a última etapa, desde Santa Maria de Oseira, 101,71km e 594 km desde a cidade de Coimbra. O esforço valeu a pena, a experiência vivida foi inteiramente gratificante. Uma menção especial aos amigos José Aguiar e Joaquim Tavares, o meu agradecimento pela paciência, sobretudo nas ocasiões em que tiveram de esperar por mim. Foi a primeira vez que fiz o Caminho em deploráveis condições físicas, sobretudo tendo em conta que o Caminho Português, por terras do interior, apresenta um grau de dificuldade superior relativamente a vias de peregrinação mais litorais, os designados Caminho Central e pela Costa. Após a obtenção da Compostellana, seguimos para a estação ferroviária, onde apanhámos o comboio para Redondela,

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aqui chegados, de imediato procurámos lugar no albergue de peregrinos, que se encontrava lotado. A solução foi dormir num pavilhão gimnodesportivo local, onde já se encontravam um considerável número de portugueses, a caminho de Compostela. A partir das 22:00 horas não era permitida a entrada no pavilhão, assim tivemos que nos despachar para a refeição da noite, na esplanada de uma pastelaria que encontrámos e onde pudemos escolher rodízio de tarte galega, de excelente degustação, regressando logo de seguida ao pavilhão para tentar dormir. Na manhã seguinte rumámos de comboio até ao Porto e daqui a Coimbra.


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21 - Peregrino a Santiago 22 - Ao fundo, quase imperfectíveis, as torres da Catedral de Compostela. 23 - Joaquim e Aguiar à saída da Oficina do Peregrino 24 - À chegada, na Praça do Obradoiro Foto Joaquim Tavares 25 - A magnificente Catedral de Santiago de Compostela


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Crónica de Viagem

À Conquista do “Pico Del Teíde” A VENTO NORTE PRECISAVA DE DAR CONTINUIDADE ÀS ATIVIDADES DOS ANOS ANTERIORES, E APESAR DE TODOS ESTARMOS A ATRAVESSAR DURAS MEDIDAS DE AUSTERIDADE GOSTARÍAMOS DE OFERECER AOS NOSSOS ASSOCIADOS UMA NOVA AVENTURA COM OS MESMOS VALORES DE SUSTENTABILIDADE, BAIXO CUSTO E EXPLORAÇÃO E DEFESA DO AMBIENTE COMO ATÉ AQUI FOI NOSSO LEMA. HÁ 3 ANOS ANDÁVAMOS PELOS PIRENÉUS, HÁ 2 ESTÁVAMOS A FAZER A TRAVESSIA DA ILHA DA MADEIRA EM AUTONOMIA E NO ANO PASSADO ESTÁVAMOS NO CUME DO TOUBKAL… MAS PRECISÁVAMOS DE FAZER ALGO NOVO… É ISSO!! VAMOS AO TEIDE!! TEMOS UMA COMPANHIA AÉREA DE BAIXO CUSTO DESDE O PORTO ATÉ LÁ, TEMOS BOA MOBILIDADE LÁ E COM OPÇÕES BARATAS E VAMOS VISITAR UM LOCAL QUE NUNCA VISITAMOS… UM VULCÃO. TEXTO – CARLOS FARIA – VENTO NORTE FOTOGRAFIAS – ANA BERTA, CARLOS FARIA, PEDRO CERQUEIRA E NATÁLIA AZEVEDO (VENTO NORTE)


37 Declarado parque nacional em 1954, o Parque Nacional de Las Cañadas del Teide está localizado nas ilhas Canárias, no centro da ilha de Tenerife, é o terceiro mais antigo de Espanha sendo também o maior e mais antigo de todos os 4 parques nacionais existentes nas Canárias, com uma área total de 18.990 hectares. A sua paisagem geológica é um dos monumentos mais extraordinários e singulares da Europa, na qual os cones vulcânicos e fluxos de lava formam uma gama de cores e formas únicas. A forma actual do complexo vulcânico iniciou-se há 170000 anos com o deslizamento dos materiais de um enorme vulcão, originando a grande caldeira das Cañadas (7 no total) tendo-se formado no vazio interior o complexo vulcânico Teide - Pico Viejo. O Teide é um estratovulcão do tipo

estromboliano, com uma altitude de 3718 metros (aproximadamente 7000 m sobre o leito do oceano) sendo o ponto mais alto do território Espanhol, Países Ibéricos e ilhas atlânticas. Foram vários os historiadores que descreveram o Teide nas suas crónicas, entre os quais Cristovão Colombo, com especial destaque para as suas violentas erupções. A última erupção deu-se em 1798, estando adormecido desde então, continuando, contudo, a impor respeito a quem se aproxima dele, quer pela sua imponência quer pela actividade sísmica e geológica que se regista em vários pontos da ilha. Com uma altitude média acima dos 2000 metros, o parque é característico por ter uma baixa humidade relativa, que em conjunto


Passagem por Los Escuriales

38 Floresta Autoctone de Pinheiro Canário

com a baixa precipitação torna esta área muito árida, diferente de todas as outras montanhas. No Inverno todo o parque tem temperaturas negativas e está sob um manto de neve, na Primavera coberto de cores vivas e no Verão seco e árido, com as temperaturas a rondar os 40º C. Todas estas características dotam o parque de fauna e flora muito característica, muita dela endémica, como o tajinaste vermelho (Echium wildpretii), a hierba pajonera (Descurainia bourgaeana), a perdiz moruna (Alectoris barbara) ou o lagarto tizón (Gallotia galloti). Tudo bons motivos para visitar e partir à Conquista do Pico del Teide com a Vento Norte.

Paisagem deserta a caminho de Guajará

Dia 4 /10 / 2012 – A chegada ao Parque Nacional A viagem para a ilha de Tenerife foi feita com partida no Porto e no dia anterior. Chegamos já noite dentro e com chuva. E cheios de fome… Fomos só largar tudo no apartamento em Los Cristianos e comer algo rápido. Era quarta-feira à noite e dá para notar que todas as noites são para sair em Tenerife. Demos uma volta para comprar o pequeno-almoço para o dia seguinte e fomos dormir. Tínhamos de acordar cedo pois havia muita coisa para arrumar e não poderíamos falhar de maneira nenhuma o primeiro passo, pois, por uma questão de sustentabilidade, decidimos viajar no autocarro da companhia pública


39 Primeira vista do Teide após desaparecimento repentino das nuvens

TITSA até ao local de início da marcha, e como

pois assim carregamos apenas o material

só há uma viagem por dia até ao Teide, se perdêssemos este, só no dia seguinte… Mas também tínhamos muita vontade em acordar cedo! O grupo não ficou todo no mesmo hotel, pois alguns elementos decidiram aproveitar a semana de férias e viajaram previamente. Para além disso nós tínhamos mais tralha para o ultimo dia e só queríamos levar para a montanha o que era da montanha. A solução passou por um grupo reservar um quarto antes e após a subida ao Teide no mesmo hotel e pedir aos funcionários para nos guardarem as malas (de todo o grupo!). Um conselho: Esta é a solução mais prática para este tipo de viagens

necessário mas a sua resolução nem sempre é fácil! A outra solução é deixar em cacifos que possam existir no aeroporto, comboios ou estações de autocarros… mas neste caso não encontramos nada. Após o pequeno-almoço e junção de todo o grupo, lá fomos para a paragem de autocarro em Los Cristianos e como chegamos lá com tempo decidimos comprar já os mantimentos. O segundo problema logístico poderia ser resolvido logo aqui ou em Vilaflor: é que o refúgio estava equipado com sertãs e gás mas não tinha comida, que associado ao fato de não haver nenhum ponto de venda de comida na área do Parque


Ao lado de uma corrente de lava a caminho de refúgio

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Nacional, com exceção das sandwichs e bolos do El Parador e base de Teide, é um problema. Tínhamos que comprar a comida coletiva, para jantares e pequenos-almoços, e este peso seria dividido por todos, e tínhamos que comprar os mantimentos individuais para o máximo de dias, pois para além de muito cara a comida no El Parador, este abre tarde e fecha cedo e nunca saberíamos se os horários das marchas se enquadrariam aqui. Pouco passava das 9:30 e lá arrancou a guagua. É sempre bom viajar com os locais. São vozes, cores, cheiros e costumes diferentes dos que estamos habituados. Para além destes o autocarro tem alguns turistas, dos menos convencionais pois normalmente vão nos autocarros de luxo, e tem praticantes de downhill (com as bicicletas na mala). Realmente pelo declive e trilhos ainda em bruto, a ilha tem boas condições para a prática da modalidade. Em pouco mais de 30 minutos estávamos nos 1450 metros de altitude. Estava bastante mais frio que ao nível do mar e nós não estávamos ainda preparados para isso. Mas um conselho: se tiver com um pouco de frio antes de começar a marcha não vale

Os últimos raios de luz natural no refúgio

a pena agasalhar-se muito. Mal começa a andar vai logo aquecer e se tiver muita roupa vai ter de voltar a parar em menos de 5 minutos para tirar tudo o que voltou a pôr. Enquanto tomámos um café lá perguntamos como apanhar o Camiño de Chasna (PR-TF72) até à Paisaje Lunar, pois na localidade não está muito percetível. O Camiño de Chasna é uma via com mais de 500 anos de existência, que atravessa grande parte da ilha, passando por Vilaflor e que atravessa o Parque Natural de Corona Florestal, que se caracteriza pelas suas florestas de pinheiro canário entre os cerca de 1000 e 2000 metros de altitude, passando-se mesmo por muitas árvores centenárias. Nós apenas fizemos a extensão entre Vilaflor e a base da montaña de Guajará, com passagem pelos Los Escurriales e Paisaje Lunar.


Às 10:30 em ponto estávamos a iniciar a marcha. Depois de sair de Vilaflor o caminho está todo bem marcado e definido no terreno quer por muros de pedra ou rochas vulcânicas alinhadas, que sobre a caruma dos pinheiros define perfeitamente a direção a seguir. O percurso total até à descida pela Degollada de Guajará tem a extensão aproximada de 10 Km, ficando a Paisaje Lunar aos 6 Km, sendo feito quase sempre em subida ligeira mas constante, sendo intercalada por zonas planas para recuperar o folego. Aos 3 Km o caminho bifurca-se sendo o destino o mesmo (apenas vai permitir que o caminho seja circular). Decidimos circular pelo lado esquerdo (ligeiramente mais curto e já conhecia a outra opção). É muito agradável caminhar numa floresta de pinheiro com esta extensão. O cheiro da floresta é tão peculiar e o som da caruma a ser pisada é maravilhoso. Fez-me lembrar as provas de orientação na zona de Pataias e Vieira de Leiria… Paramos para comer algo na Paisaje Lunar (1890 metros de altitude). A esta altitude está bastante frio e estamos no meio de uma massa de nuvens que não consegue vencer a altitude, sendo muito comum a sua formação neste local, não se tendo qualquer visibilidade a longa distância. Los Escurriales e Paisaje Lunar são uma extensa área com formações rochosas ou de acumulações de sedimentos que devido à erosão do vento e água apresentam formas espantosas. Pelo caminho passamos junto a algumas mas no interior da floresta são muitas, principalmente em forma de cone. Continuamos a marcha em subida cada vez mais forte e, ultrapassada a altitude da floresta, entramos em zonas de deserto,

absolutamente fantásticas, com areia bastante fina e completamente negra no início e depois com areia mais grossa mas em locais onde não existe uma única rocha ou árvore ao nosso redor (apenas Tajinaste Rojo mas já seco). A este local se juntarmos as nuvens que teimam em não subir tornam este local um dos mais espetaculares que se pode passar por toda a ilha. Normalmente, e como estamos aos 2200 metros as nuvens já desapareceram e aqui o Sol é muito intenso e torna esta subida uma das mais difíceis. Mas abençoadas nuvens hoje não desapareceram. A caminhada continua sempre numa subida constante e que parece interminável, aparecendo de vez em quando um pinheiro centenário isolado que serve para tirar uma fotografia e descansar. Até que chegamos aos 2375 e como não subimos ao pico da montaña de Guajará chegamos a um entroncamento de caminhos em que um segue pelo alto de las Cañadas del Teide e o outro desce para o interior da antiga cratera. Este é o ponto em que temos a certeza que já saímos do Parque Natural e entramos no Parque Nacional del Teide. É o ponto em que teoricamente veríamos, pela primeira vez, o cume do vulcão e logo num dos melhores pontos de vista. Contudo as mesmas nuvens que nos ajudariam até aqui, agora prejudicavam-nos. Como este ponto localiza-se numa portela e passam aqui as correntes de nuvens, decidimos logo começar o trilho da Degollada de Guajará (n.º 5 da rede de caminhos do parque) em direção ao interior das Cañadas. As Cañadas não são mais que as paredes do cone do antigo vulcão que existia antes de se formar o vulcão atual do Teide. Formada por constantes erupções, após a ilha ter a forma

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atual, era caracterizada pela existência de um enorme complexo vulcânico (Cañadas) que, após se ter esvaziado a sua câmara magmática, viu a sua cratera aluir ficando apenas as paredes. Posteriormente no interior deste vulcão surgiu um outro vulcão, o Teide, de menores dimensões, dando a forma atual a todo o complexo de origem vulcânica que compõe o Parque Nacional. Portanto não estamos perante um vulcão mas vários Durante a acentuada e matreira descida (cerca de 1,5 Km de extensão) no meio de tanta neblina eis que surge a grande imagem do dia, vê-se o cume do Teide!! Primeiro apenas o cume e por uns segundos… E num ápice eis que todas as nuvens desaparecem e assim tão espontaneamente ei-lo imponente mesmo à nossa frente: o vulcão Teide! É enorme o vulcão! E já estávamos tão próximo! E vê-se tudo… tantas correntes de lava seca… algumas no final do nosso caminho… e têm tantas cores. Definitivamente impressionante e único… Lembrei-me neste instante que este é o motivo pelo qual vim aqui… Agora com o céu aberto e sob um Sol tórrido caminhamos mais 4 Km pelo trilho das Siete Cañadas (n.º 4) em direção ao El Parador, com uma enorme corrente de lava seca imediatamente à nossa direita e com o cume logo atrás dela e as formas escarpadas das Cañadas à nossa esquerda. Aqui a paisagem é já totalmente diferente, completamente seca da lava e sem vegetação, vendo-se apenas o Tajinaste Rojo seco. Vim a descobrir mais tarde que não estão mortos, mas apenas florescem e ganham a forma normal entre Abril e Agosto. É uma das imagens típicas do parque nacional e realmente uma

flor muito peculiar. Uma hora depois estávamos no El Parador. Estava cumprida a primeira missão. Uma caña para comemorar! Perguntamos por indicações acerca do refúgio e fomos embora. Fomos à procura do refúgio Edmundo Herrero. Este não é um refúgio oficial do parque. Foi uma associação de montanhistas da ilha, designada de Grupo Montañero de Tenerife, que aproveitou uma construção antiga (mais antiga que o parque) e solicitou transformar o espaço em refúgio. Não tem habitantes permanentes não está disponível ao publico e apenas serve o clube, seus associados e associações amigas que o pretendam. Apenas vimos fotografias na internet e sabia aquilo que o Pancho me tinha dito por mail. Não sabia bem aquilo que iriamos encontrar pois sabemos como são estas situações. Apenas descobrimos o refúgio porque o Altavista já estava lotado. As chaves tiveram de as ir buscar aos subúrbios da capital uns dias antes. Combinamos previamente com o responsável, Pancho, e ele fez o favor de nos deixar gasolina e um motor e 40 litros de água mediante a caução que pagamos. O refúgio é fácil de encontrar mas difícil de entrar… Para abrir a porta principal temos de ter 4 chaves! Mas depois de entrar… espetacular… Dos melhores refúgios de montanha que já estive. Todo bem equipado! Casas de banho, cozinha, sala de material, sala de estar e sala de dormir com camaratas… Muito bom. E estava decorado com fotos e mapas de atividades do clube, desde os fundadores às vias de escalada mais atuais, com mapas de todos os trilhos e muitas descrições destes. Saímos para apanhar os últimos raios de Sol e depois fomos preparar o jantar, que recaiu na mítica massa spaguetti com atum! Depois


Inicio da subida nos Huevos Del Teide e com o Oceano no fundo

do jantar aproveitamos para ver um pouco as estrelas, e acreditem, nunca vi uma imagem assim do céu. É fantástica a nossa Via Láctea. E são tantas as constelações que se identificam aqui… Aproveitamos também para decidir qual o plano para subirmos ao cume, pois tínhamos duas hipóteses: subir de dia ou subir de noite. Como não estava muito calor de dia e de noite ainda não tínhamos luar, a opção recaiu em manter o plano inicial e subir no dia seguinte com saída de manhã cedo. Às 22 horas estávamos a tentar dormir. Dia 5/10 / 2012 – O dia mais alto! São 6:30 da manhã e começam a tocar os despertadores. Mas eu já tinha acordado há muito tempo. Aliás, tenho a noção de que não dormi. Reconheço que estava ansioso, sempre

com o percurso em marcha e com as possíveis lacunas ou imprevistos na minha mente… e se… e se… sempre a pensar nos e se… Toda a planificação e tentativa de controlo do dia que foram feitas e verificadas anteriormente esfumam-se aqui. Para além disso, com a ansiedade, o mínimo barulho é percecionado na minha cabeça como um megafone. Para mim foi um alívio o despertador ter tocado. Agora não podíamos perder tempo, o plano era sair às 7:00. A água já aquecia para café e chá e estava na altura de fazermos as mochilas. Tínhamos de ter mochilas leves e ao mesmo tempo ter água e alimentos para todo o dia. Pelas minhas contas só às 17 horas estaríamos com acesso a comida. Saí do refúgio para testar o tempo: noite cerrada e fria mas limpa, céu estrelado e boa

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visibilidade sob luar. Saímos do refúgio já atrasados (7:25 horas) e como ainda era bem noite, e para não atrasarmos ainda mais, decidimos fazer a aproximação até à base do teleférico caminhando por estrada. Pelo caminho, ainda noite, era possível adivinhar alguns pontos de luz no cume ou perto dele, provavelmente de gente que optou por dormir no refúgio Altavista e foi de madrugada ao cume. Com o nascer do Sol, começou-se a definir a silhueta do Teide até se tornar numa imagem definida e imponente. Chegamos à base do Teide (2250 metros), onde um nosso elemento decidiu ficar e não forçar a lesão no joelho, fazendo parte da subida por teleférico. Continuamos a marcha e chegamos ao início da subida às 9:00, a hora prevista. Aqui é aquele momento onde a dúvida surge a muita gente e muitos pensam: será que vou conseguir, onde se sente um vazio de forças e parece novamente que toda a preparação, neste caso física, não serviu para nada. É o ponto de vamos ou não? Mas isto só surge

Na primeira parte o trilho é largo e de pedra batida (pedra pome), vê-se bastante gente a circular, principalmente famílias, tem uma extensão aproximada de 5,200 metros e uma pendente máxima de 12%. Esta subida, digamos de preparação ou aclimação permitenos uma vista muita boa sobre as florestas e costa nordeste de Tenerife e sobre o enorme complexo de telescópios existentes em Tenerife, compondo este o maior centro de estudo astronómico da Europa. Passa-se também pelas formações designadas de Huevos del Teide, estruturas rochosas de origem vulcânica com formas ovais e que provavelmente constituíram matéria piroclástica. Durante esta fase da subida vão-se formando pequenos grupos com andamentos diferentes, pois convêm cada qual ir sempre ao seu ritmo, sendo algo normal numa subida de montanha. A segunda fase da subida caracteriza-se por ser entre correntes de lava, acentuada e constante de 2 800 metros de extensão com uma pendente média a rondar os 25 %, com o caminho feito em pedra pome, a maioria

porque estamos parados. Mal começamos a andar, ou não tivéssemos parado, a dúvida dissipa-se. No início deste percurso, trilho 7 e depois 10 da carta do parque – Montaña Blanca - Pico del Teide via Telesforo Bravo – existe uma placa descritiva da subida e é fácil definir uma estratégia em relação ao que teremos pela frente. Começamos aos 2399 metros de altitude e acabamos aos 3718 metros, no Pico do Teide. Decidimos dividir esta ascensão em 4 partes: 1.ª até ao fim da Montaña Blanca; 2.ª até ao refúgio Altavista; 3.ª até à La Rambleta e 4.ª Telesforo Bravo até cume do Teide.

solta sob forma de cascalho. Aqui surge o início da parte mais dura do percurso com o trilho a ser feito em constantes “S”, para contornar o declive, e sempre com o Sol já bem presente e sem qualquer tipo de sombra. Aqui o olhar centra-se sempre no passo a passo, pelo traiçoeiro do caminho e para não desmotivar olhando para cima e ver o quanto sobe. Volta o meia olhamos para baixo à procura dos restantes companheiros, recuperamos o folego, tiramos uma fotografia e vimos o que já subimos. Olhando ao nosso redor é visível uma grande camada de nuvens nas Cañadas que não consegue vencer a altitude da montanha e vê-se ao longe a Grande Canária. A meio desta


A descansar da dureza da subida com vista para as Canadas del Teide e Gran Canária

A Vento Norte no cume do Teide

45 Próximo da Rambleta com vista para o cume do Teide

Descida do cume

subida há uma pequena zona plana cheia de rochas enormes que deslizaram das correntes de lava. Esta zona, conhecida como Estancia de los Ingleses, devido ao fato de as grandes expedições internacionais pararem aqui para descansarem, foi também aproveitada por nós para almoçar, pois ainda havia uma pequena sombra devido ao fato de serem 11 horas. Ao meio dia tínhamos chegado ao refúgio Altavista, 3260 metros, construído em 1893

única de observação estrelar. Contudo, pela escassez do número de vagas não foi possível ficar aqui. A vantagem de não ficar aqui foi que não nos temos de sujeitar a dormir em altitude, não nos sujeitando a todos os sintomas que isso possa acarretar como as cefaleias, vómitos e fadiga. Tivemos, contudo, a sorte de o refúgio estar aberto na altura da nossa passagem e assim foi possível beber uma bebida fresca e descansar um pouco

e entretanto remodelado. Perante a escassez de dormidas na montanha, este é o refúgio onde normalmente todos os montanheiros ficam, pela proximidade do cume e pelo excelente visão que permite sobre o céu estrelado, sendo também muito requisitado por astrónomos por permitir uma experiência

com vista sobre as Cañadas e Gran Canária. Nesta fase da subida é raro encontrar alguém, contudo tivemos o prazer de passarmos por um corredor de trail running a descer esta parte em corrida. Fantástico. Para os amantes deste desporto no final de Outubro decorreu a utramaratona Bluetrail em Tenerife com


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passagem pelo Teide! A terceira fase tem a extensão de 2 Km e com um declive de 300 metros sendo a subida muita agreste, ainda com pendentes mais acentuadas e com a agravante de maior altitude, calor e consequente fadiga. Este penoso trilho é feito sobre lavas negras, procedentes da última erupção medieval, em 1798, e sem ser visível qualquer tipo de vegetação. O trilho continua a ser feito em curvas constantes devido ao declive e na parte final do trilho vê-se o cone do vulcão, sendo que neste local começamos a sentir os fortes odores a enxofre. Cada vez as vistas são mais fantásticas e na parte final do trilho começase a ver muita gente devido ao teleférico. Pela sua preparação, são claramente turistas, e não estavam preparados para a montanha. Existe a viragem opcional para o miradouro La Fortaleza mas virando à esquerda o trilho continua até se chegar à La Rambleta, ponto de agrupamento de todos os elementos, que se deu por volta das 13:30. Este ano não houve gelo nem neve, mas numa outra passagem por aqui em Junho de 2011 tinha bastante neve e gelo nesta ultima parte do percurso. Como esta zona é muito frequentada por turistas as condições de segurança são maiores aqui. Neste local pode-se tomar duas opções: descer à base ou subir ao cume. Não é permitida a pernoita fora dos abrigos ou circulação noturna em toda a área do parque. E de dia apenas se pode andar nos trilhos oficiais. A descida pode ser feita pelo mesmo caminho da subida, pelo caminho que passa pelo Pico Viejo ou de teleférico. A subida ao cume é interdita e apenas pode ser feita mediante autorização prévia concedida

pelo Parque Nacional mediante identificação pessoal. A autorização deve ser pedida via internet várias semanas antes, pois as vagas são muito limitadas, apenas 20 pessoas por cada 2 horas, desde as 9 até às 17 horas. Um conselho: os guardas no início do trilho (e estão sempre lá) não deixam mesmo passar que não tiver os papéis da autorização ou não coincidir a identificação, e não há volta a dar. É muito frustrante um montanhista subir até ali e por nem 200 metros não ir ao cume. Tratem disso antes de mais nada e caso não consigam a alternativa é subir durante o nascer do sol (antes das 9). Esta proibição deve-se ao grande impacto que o turismo provoca no cume e por razões de segurança. Na zona de La Rambleta são imensos os turistas que chegam de teleférico, tiram a fotografia e voltam a descer. Por dia podem ser milhares. O cume é frágil e quando foi concedido o título de Património Natural da Humanidade atribuído pela Unesco foi também com o intuito de proteção e passou-se a limitar a subida só mesmo a quem está interessado. Recordamos que em 2010, o Parque Nacional del Teide foi o Parque Nacional mais visitado da Europa e o segundo no mundo. Depois de termos parado aqui para recuperar forças o mais difícil foi termos arrancado novamente. Neste ponto é preciso muito incentivo e motivação coletiva para vencer a última barreira. Após o guarda confirmar as nossas autorizações e identificação, lá partimos para a última subida. O caminho é sobre rocha de correntes de lava compacta que desceram do cume, tem extensão de 1 Km e desnível vertical de cerca de 180 metros, designa-se de Telesforo Bravo (n.º 10 da rede de trilhos) em homenagem ao geólogo local


que apresentou a teoria de formação da ilha e das Cañadas del Teide. Esta subida é ainda mais penosa, e na parte final além do calor, temos a elevada quantidade de enxofre e as altas temperaturas dos vapores que saem do solo, designando-se este fenómeno de Fumarolas do Teide. Durante a subida, são visíveis muitos lagartos e sardões mas a vegetação rareia. No cume, onde o caminho chega pelo lado oriental, é bem visível a depressão da cratera, de tons brancos e com manchas amarelas do enxofre. Nota-se bem uma rocha mais elevada em relação às restantes, e ali sobre ela, às 15 horas estamos aos 3718 metros de altitude, ponto mais alto de todo o território espanhol e ponto mais alto de todas as ilhas atlânticas. Ali, e como o céu estava limpo, via-se com clareza várias ilhas do arquipélago canário. Tiradas as fotografias da praxe no cume e com um enorme sorriso e sensação de missão cumprida, era altura de voltar até porque se sente muito o efeito do enxofre e são frequentes as sensações de mau estar. Primeiro voltamos até à La Rambleta, e depois descemos de teleférico até à base do Teide. Uma descida num cubículo com cerca de 30 pessoas, um desnível de 1195 metros verticais em menos de 8 minutos. Uma experiencia recomendável. Na base aproveitamos para recuperar forças e comer algo num café antes de seguirmos o caminho até ao refúgio. De regresso ao refúgio optamos pelo trilho Májua (trilho 19), com quase 4 Km até ao El Parador, que passa ao lado de uma zona com muita pedra pome e depois ao lado de uma corrente de lava, sendo um caminho

muito arenoso e nada agradável. Contudo na zona envolvente existe muita vegetação, principalmente hierba pajonera, e na altura da Primavera e Verão é uma zona com muitas abelhas que frequentemente picam quem lá passa. Chegamos ao refúgio a tempo de ver o pôr-dosol e descansar no alpendre ainda quente. A refeição desta vez recaiu sobre um maravilhoso spaguetti com carne e apesar da muita vontade em nos divertirmos para comemorar o cume, o cansaço cedo venceu-nos. Apenas voltamos a maravilhar-nos mais um pouco com as estrelas de Tenerife e fomos dormir. Dia 6 / 10 / 2012 – Hoje somos turistas! No dia anterior, como prémio de termos alcançado o nosso objetivo, decidimos que neste dia poderíamos dormir até mais tarde… até às 9:00 horas. Contudo, habituado a madrugar e incentivado pelos intensos raios de luz o meu corpo despertou muito mais cedo. E não foi o primeiro! Desde cedo que ouvi vozes do exterior… o mais estranho é que eram em espanhol… Raciocinava ainda no quentinho do saco-cama: “Mas porque carga de água haveriam os meus companheiros de falarem, entre eles, espanhol?!? Ainda por cima de manhã!” Levantei-me para o pequeno-almoço e saí do refúgio: tínhamos uma visita. Chamavase Alberto, pertencia ao Grupo Montañero de Tenerife e chegou noite dentro. Tinha dormido num apêndice do refúgio (que nem sabia que existia), reservado aos elementos do clube. Estava à espera que alguém acordasse no refúgio para aquecer água e preparar-se para fazer uma marcha. Prontamente o convidamos a entrar e a tomar o pequeno-almoço connosco. O Alberto é um montanhista puro! Nos últimos

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Foto de Grupo com Roque Cinchado e Teide

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Panorámica com Roque Cinchado com vulcão como pano de fundo

3 fins-de-semana tinha subido ao cume 2 vezes e tinha por objetivo subir novamente durante esta noite! Seria a terceira vez neste mês. Era fanático também por escalada, como comprovava o quadro na parede em que referia os 3 elementos que abriram a via Edmundo Herrero ali bem perto. Neste dia Alberto tinha como objetivo subir à Montaña Guajará durante a manhã e à noite/madrugada subir ao cume do Teide, via Pico Viejo. A presença do Alberto foi muito agradável porque tem muitas histórias e experiências de montanha e conseguimos falar com alguém que “vive” no Teide acerca dos nossos planos e constatar se fizemos corretamente, saber que aventuras ficaram por fazer, conhecer um pouco mais o clube deles e suas atividades e, essencialmente,

obter uma visão critica acerca da organização e funcionamento do Parque Nacional do Teide, principalmente nas potencialidades naturais, limitações impostas aos amantes da natureza e o impacto desmesurado que o fácil acesso dos turistas provoca no meio natural. Lembrome muitas vezes de nos questionar: Quantas montanhas conheces em que num dia de marcha começas ao nível do mar e acabas quase aos 4000 metros? Para ele, tal como para nós, a montanha é dos montanhistas. Com pequeno-almoço tomado saímos por voltas das 10 horas do refúgio para a última caminhada da atividade, o trilho Roques del Garcia (trilho 3 do Parque Nacional). Situado a cerca de 1,5 km da nossa base, este é o trilho mais turístico e requisitado do Parque Nacional, devido à sua localização na base do vulcão e proximidade de estrada, à sua curta extensão e trajeto circular e, essencialmente, devido à grande e singular beleza que as rochas que se encontram no trilho apresentam, que, no enquadramento com o vulcão Teide, formam uma das paisagens mais fotogénicas de toda a ilha, digna de postal. Com inicio e fim junto ao mirador de La Ruleta, este trilho tem a extensão aproximada de 3,5 Km, sendo percorrido em aproximadamente 1 hora e meia (foram tantas as fotografias que no final o tempo de marcha e tempo de fotografia é quase igual!!) e o seu grau de dificuldade é fácil (apenas com subida na parte final). Para compor a paisagem, fomos acompanhados em grande parte do percurso por um falcão, sempre à procura das suas presas. Los Roques são enormes formações rochosas com características e formas muito peculiares, que dividem ao meio a grande caldeira de Las Cañadas, sendo constituídos pelo acumular


e deslizar de diversos materiais vulcânicos que foram sujeitos a grande erosão e pelo alinhamento e formações em agulha por falhas no solo. Entre os mais conhecidos estão o Roque Cinchado, El Torrotito, El Burro, Roques Blancos e La Catedral. No final, regressamos ao refúgio para a última refeição, para arrumar as mochilas e o refúgio, pois iria outro grupo para lá no dia seguinte e queríamos que a caução fosse devolvida por inteiro! Para facilitar a vida a todos, entregamos a chave do refúgio ao Alberto (que já tinha descido de Guajará) em conjunto com uma t-shirt da Vento Norte com dedicatória de agradecimento e como tínhamos que esperar até às 16 horas pelo autocarro da TITSA de regresso a Los Cristianos aproveitamos para beber a última caña com vista para o vulcão do Teide! Eu aproveitei ainda para tratar das recordações da viagem. Sendo o artesanato muito caro e maioria de gosto duvidável, que melhor recordação poderemos ter que pedras de origem vulcânica? São tantos os tipos, as formas e as cores… é só escolher… Para já ainda não passam de calhaus mas em breve vou tratar de identificar e classificar e já passarei a ter uma coleção de rochas. Mas não exagerem… Há controlo de peso das malas no aeroporto! Sem contarmos, ainda tivemos outra aventura antes de chegarmos à praia! A descida de autocarro desde os 2000 metros até ao nível do mar em 45 minutos já implica algum respeito, mas fazê-lo naquela estrada estreita e com ravinas, cheia de curvas e contracurvas, com o autocarro no meio da estrada e motorista sempre com o pé no acelerador e em alta rotação é algo digno de registo. Um conselho: levem máquina de filmar e sacos para o vómito (se não levarem o motorista está bem prevenido).

Mapa de Roques del Garcia

No último dia aproveitamos para conhecer a faceta mais conhecida de Tenerife… as suas praias, com água quente e límpida. Também vale a pena. Ao contrário do Teide, não é algo único que por si só seja motivo de visita à ilha mas vale a pena. O ideal é, sem dúvida, enquadrar os dois. Por fim apenas mais um conselho… na viagem de regresso de avião, se ocorrer com o pôr-do-sol, sentem-se do lado esquerdo… o enquadramento pôr-do-sol com vulcão Teide dá uma excelente última imagem da ilha! Vento Norte – Associação de Defesa do Ambiente e Ocupação dos Tempos Livres, principalmente através da prática sustentável de desporto de ar livre e sempre com componente de educação ambiental presente, sendo uma associação de não-governamental e sem fins lucrativos. Sediada em Vila Nova de Famalicão, a Vento Norte foi fundada em 1996, tem inscritos cerca de 400 sócios e atualmente possui 5 departamentos: defesa do ambiente e educação ambiental, montanhismo e pedestrianismo, canoagem, cultural e fotografia e BTT e cicloturismo. As novidades podem ser consultadas em www. ventonorte.com e dúvidas e sugestões em geral@ ventonorte.com

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equipamento

Aparelho de GPS ou Smartphone? SÃO CADA VEZ MAIS AS ATIVIDADES LIGADAS AO TURISMO DE NATUREZA A SEREM DESENVOLVIDAS EM PORTUGAL. A COMPROVÁLO ESTÁ O CRESCENTE NÚMERO DE PESSOAS QUE COM FREQUÊNCIA PRETENDEM ESCAPAR DAS ROTINAS DE UM QUOTIDIANO URBANO E PASSEIAM POR LOCAIS DE MENOR DENSIDADE POPULACIONAL COM UMA GRANDE ENVOLVENTE CÉNICA NATURAL. SERRAS, CAMPO, LEZÍRIAS, RIAS E RIOS, PRAIAS FLUVIAIS E ARRIBAS OCEÂNICAS, PARQUES NATURAIS E ALDEIAS HISTÓRICAS SÃO OS PREFERIDOS PARA UM MAIOR CONTACTO COM A NATUREZA E A FUGA DA POLUIÇÃO SONORA E ATMOSFÉRICA DAS CIDADES.


As caminhadas em percursos mais ou menos identificados, os passeios em bicicleta em modo desportivo ou em passeio turístico e até o geocaching estão ao alcance de qualquer pessoa com gosto pela georreferenciação e exploração de novos caminhos, mesmo que não possua um aparelho de GPS. Com a propagação das novas tecnologias, a generalidade das pessoas tem no seu bolso, muitas vezes sem o saber, um potentíssimo instrumento de navegação: o GPS do seu telemóvel de nova geração. Os smartphones têm hoje diversas capacidades que permitem preparar desde uma pequena caminhada até à orientação numa longa viagem de bicicleta, em qualquer parte do globo terrestre. Com acesso à internet é ainda possível aceder nestes aparelhos a mapas e imagens de satélite recentes e detalhados, roteiros turísticos

e até realidade aumentada. Diversas aplicações para smartphone transformam o seu telemóvel num potente aparelho de georreferenciação GPS. Através da internet e do Google Earth, conseguimos aceder ou criar trilhos de navegação que podem ser exportados para o telemóvel e que com o auxílio dos sistemas de navegação por satélite guiam o viajante pelos trilhos desejados, sem que este se perca ou necessite de qualquer sinalética no terreno. Cientes de que muitas pessoas não possuem os conhecimentos suficientes para utilizar o smartphone como GPS, surgiu agora um curso que ensina os amantes do turismo de natureza a retirarem o maior proveito da tecnologia que trazem no bolso. A Cenas a Pedal (loja de bicicleta urbanas)

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vai realizar nas suas instalações de Lisboa o primeiro curso de georreferenciação GPS para smartphone. Neste curso, que decorrerá em duas sessões a 10 e a 12 de Julho em horário pós-laboral, iremos ensinar-lhe a trabalhar com aplicativos de mapas, imagens de satélite e de GPS

para smartphone. Depois de um introdução aos sistemas de navegação global por satélite aprenderá a criar tracks no Google Earth e a pesquisá-los na internet, a perceber o que são altimetrias e inclinações e ainda haverá tempo para um mini passeio pedestre guiado pelo seu smartphone.

SE TEM UM SMARTPHONE COM GPS E QUER UTILIZÁ-LO NOS SEUS PASSEIOS A PÉ OU EM BICICLETA, NÃO PERCA ESTE CURSO. MIAS INFORMAÇÃO NA PÁGINA DA CENAS A PEDAL EM: http://www.cenasapedal.com/escola/mais-cursos-e-workshops/georreferenciacao-gps-c-smartphones/


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Onde Comer

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Informação de contacto A Taverna “Os Templários” está aberta até à meia-noite ou mais, uma coisa rara no Alentejo e, em particular, em Monsaraz. Coordenadas: Rua Direita, 72 / 7200-175 Monsaraz


Onde Dormir

{VILLA DAS ROSAS } UM VERDADEIRO PARAÍSO EM PLENO CENTRO HISTÓRICO DE SINTRA PARA OS AMANTES DA CULTURAL E DA NATUREZA, A VILLA DAS ROSAS E A SUA ENVOLVENTE CONSTITUEM UM VERDADEIRO PARAÍSO. LOCALIZADA MUITO PRÓXIMA DO CENTRO HISTÓRICO DE SINTRA, A VILLA DAS ROSAS, CONSTRUÍDA NOS FINAIS DO SÉC. XIX, FOI RENOVADA E RESTAURADA RECENTEMENTE, PARA TURISMO DE HABITAÇÃO. OS SEUS PROPRIETÁRIOS MARIA DO MAR E FILIPE MOUTA LIZ FORAM EXÍMIOS EM PRESERVAR O PATRIMÓNIO EXISTENTE, OS AZULEJOS E AS TALHAS, MANTENDO O ESPÍRITO DA ÉPOCA ROMÂNTICA, E AO MESMO TEMPO GARANTINDO

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