Revista Passear Versão Gratuita Nº28

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Nº. 28 . Ano III . 2013 . PVP: 2 € (IVA incluído)

passear by

sente a natureza

DESTINO

Viana do Alentejo

Viagem De Setúbal a Sagres (I)

CONTACTO Dobrável Mobiky 16 Youri

De bicicleta

Pelos jardins de Lisboa

Crónica Monte Perdido Extrem


Correspondência - P. O. Box 24 2656-909 Ericeira - Portugal Tel. +351 261 867 063 www.lobodomar.net

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Director Vasco Melo Gonçalves Editor Lobo do Mar Responsável editorial Vasco Melo Gonçalves Colaboradores Catarina Gonçalves, Luisa Gonçalves.... Publicidade Lobo do Mar Contactos +351 261 867 063 + 351 965 510 041 e-mail geral@lobodomar.net

Grafismo

Contacto +351 965 510 041 emal: anagoncalves@lobodomar.net www.wix.com/lobodomardesign/comunicar

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Seguro obrigatório para bicicletas?

O tema do seguro de responsabilidade civil para as bicicletas tem estado na ordem do dia. Gostaria de pedir a vossa opinião sobre o seguinte excerto de uma declaração que o presidente do ACP, Carlos Barbosa, fez à Lusa: “Dado que os ciclistas estão em igualdade de circunstâncias em relação a um veículo a motor e têm um determinado número de regalias novas, a partir daí é fundamental que também tenham um seguro de responsabilidade civil contra terceiros, como têm os carros, os motociclos e tudo o que circula na via pública”. Deixem a vossa opinião no site da revista Passear / www.passear.com, na nossa página do Facebook / https://www.facebook.com/pages/Passear/111196675567303 ou enviem um email para vascogoncalves@lobodomar.net Nesta edição gostaria de realçar a magnifica crónica de José Carlos Callixto sobre o Monte Perdido. O Paulo Guerra dos Santos mostranos como foi a sua pedalada de Setúbal a Sagres e desvendamos mais alguns “segredos” do concelho de Viana do Alentejo.

Registada na Entidade Reguladora para a Comunicação Social sob o nº. 125 987

Boas caminhadas e pedaladas

Direitos Reservados de reprodução fotográfica ou escrita para todos os países

Diretor vascogoncalves@lobodomar.net

Capa Fotografia

Artigo Jardins em Lisboa (pág. 40)


Edição Nº.28

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Sumário

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04 Atualidades 12 Equipamentos 17 Onde Dormir 18 Destino: Concelho de Viana do Alentejo 26 Crónica: Uma semana ao PUB ritmo da bicicleta 30 Crónica: Monte Perdido Extrem 38 ASSINATURA PASSEAR 40 De bicicleta à descoberta de jardins em Lisboa

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atualidades

Caminhadas pela Costa Alentejana A CAMINHOS COM CARISMA ORGANIZA, NOS DIAS 28 E 29 DE SETEMBRO, UM CONJUNTO DA CAMINHADAS PELA COSTA ALENTEJANA.

5ª edição da Observanatura 4

Nos dias 12 e 13 de outubro a Herdade da Mourisca, em plena Reserva Natural do Estuário do Sado, recebe, pela quinta vez, a Observanatura, feira dedicada ao Turismo de Natureza, com especial enfoque na observação de aves. Nas quatro edições já realizadas, que contaram com o apoio do Turismo de Portugal e da Câmara Municipal de Setúbal, entre outras, participaram mais de 100 entidades, entre as quais empresas de animação turística, associações e organismos públicos, e contabilizaram-se cerca de 5 000 visitantes, que puderam usufruir de passeios pela Reserva, workshops, minicursos, ateliês, sessões de anilhagem, atividades de educação ambiental, entre outras.

É um permanente fascínio descobrir esta parte do Alentejo que se abre ao mar. Marginando os sapais do estuário do Sado, atinge-se uma imensa linha de costa. O tempo geológico fizeram do mar e do vento seu escopro e cinzel, talhando falésias, contorcendo blocos de xisto, criando cordões dunares que bordejam areais, fazendo e desfazendo pequenas e secretas praias, definindo novos contornos à vegetação, temperando o planalto costeiro, alimentando a vida de algas, peixes, répteis, aves e mamíferos raros. 28 de Setembro (Sábado): 10h30m: Percurso pedestre Porto Covo Vila Nova de Milfontes. Distância: 20 km. Percurso linear ao longo da costa. 29 de Setembro (Domingo): 9h30m: Percurso pedestre de Zambujeira do Mar a Almograve. Distância: 22 km. Percurso linear. Para inscrição e informações: caminhoscomcarisma@gmail.com


Passeio pedestre “Romaria da Sra da Azenha”

Monsanto 8 de setembro de 2013. Esta caminhada coincide com a data em que decorre a festa religiosa em honra a Nossa Senhora da Azenha. Os caminheios podem participar na celebração da eucaristia (facultativo), marcada para às 8h00 na igreja matriz de Monsanto, seguida de procissão até ao Santuário da Sra. da Azenha.

O passeio tem uma distância de 8 km, com um grau de dificuldade baixo e o tipo de percurso é linear, com um itinerário que vai ligar Monsanto ao Santuário da Sra. da Azenha. Haverá transporte de regresso. O preço da atividade é de 7.50€, que inclui o passeio, seguro, reforço alimentar, almoço e toda a envolvência da festa. Inscrições on-line: http://turismodenatureza.com/conteudos/percursos_pedestres_2013/08_09_13.php Informações e inscrição: 277 202 900 / 968122662 / info@turismodenatureza.com Gabinete de Turismo da Câmara Municipal de Idanha-a-Nova - Centro Cultural Raiano.

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atualidades

Feira PATRIMONIO.PT - Inscrições Abertas

A PATRIMONIO.PT ORGANIZA A FEIRA PATRIMONIO.PT, A DECORRER NOS DIAS 18, 19 E 20 DE OUTUBRO DE 2013, NO MUSEU DE ARTE POPULAR EM BELÉM, LISBOA.

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A Feira do Património conta com o apoio destacado da Direcção-Geral do Património Cultural entre outras instituições públicas e privadas, prevendo-se uma afluência entre 15 000 a 25 000 visitantes. Este ano sob o tema da ‘Economia do Património’, este evento pioneiro no panorama do Património Cultural, pretende ser um encontro de profissionais do meio, alargado a outros agentes económicos dos sectores da Cultura, Economia e do Turismo, numa sinergia potenciadora de novos negócios e fortalecimento de um mercado com grande potencial de desenvolvimento. Apesar de pensada primeiramente para os profissionais do sector, a Feira é também dirigida ao público em geral, contando com uma forte programação paralela que

incluirá concertos e atuações, animação pedagógica, workshops, técnicas tradicionais ao vivo e pequenas apresentações, procurando levar o público generalista a percecionar o património como fonte de educação e entretenimento. A Feira conta ainda com um Seminário Internacional sob o tema “A Economia do Património”, contando com a presença de destacados peritos nacionais e internacionais nesta matéria. As inscrições decorrem até 13 de setembro, sendo que, existem descontos para inscrições anteriores a este prazo limite. Mais informação em: http://www.patrimonio.pt/feira/ Fonte: IGESPAR


Itinerários de Lisboa Sugestões para mês de Setembro a nível habitacional, social e industrial. Neste percurso visitaremos os locais onde essa presença mais e melhor se faz sentir. Local de encontro: Pátio do Aljube, junto ao Museu do Teatro Romano (lado oposto à Sé) Dia 10 Terça-feira / 10 horas / O Aqueduto e os Chafarizes de Lisboa Para resolver a escassez de água na cidade de Lisboa, o rei D. João V decretou, em 1731, a execução do Aqueduto das Águas Livres, uma obra monumental e pública, que implicou a construção de alguns chafarizes, reveladores de novas praças e largos de Lisboa. Um itinerário a começar na Mãe de Água das Amoreiras e a terminar no Chafariz da Esperança. Local de encontro: Jardim das Amoreiras, em frente à Mãe de Água das Amoreiras Dia 11 Quarta-feira / 10 horas / Lisboa Romana Devido à sua privilegiada localização geográfica, a cidade hoje chamada de Lisboa tem presença humana desde a Pré-história, mas também foi visitada e colonizada por vários povos da antiguidade. Uma dessas civilizações foi a romana, que incluiu Olisipo no seu império e a dotou de construções e infraestruturas próprias do que deveria ser uma verdadeira cidade romana,

Dia 18 Quarta-feira / 10 horas / Lisboa de Almada Negreiros Almada Negreiros, figura incontornável da cultura portuguesa do século XX, nasceu em São Tomé e Príncipe em 1893 e faleceu em Lisboa em 1970. Ocupa um lugar central na geração de modernistas portugueses, sendo um dos nomes mais importante ligados à revista Orpheu. Foi escritor, pintor, bailarino e coreógrafo. Multifacetado, criou desenhos, gravuras, tapeçarias, vitrais, pinturas murais. Local de encontro: Miradouro de São Pedro de Alcântara Organização: Câmara Municipal de Lisboa | Direção Municipal de Cultura | Departamento de Ação Cultural Divisão de Promoção e Comunicação Cultural Palácio do Machadinho | Rua do Machadinho, 20, 1249-150 Lisboa Telefone: 21 817 07 42 | E-mail: lisboa. cultural@cm-lisboa.pt | site: agendalx.pt

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atualidades

Programa “Escapadela no Bussaco”

A Fundação Mata do Buçaco criou o Programa Escapadela no Bussaco para que o visitante usufrua ao máximo do património único existente na Mata Nacional do Buçaco.

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Assim, se optar por esta promoção, ao reservar duas noites de alojamento nas Casas do Bussaco poderá ainda usufruir de uma visita ao Trilho do Adernal ou a possibilidade de participar numa oficina orientada por monitores da Fundação, devidamente credenciados. A visita ao Trilho Adernal consiste numa atividade orientada por um monitor em que se visita um habitat único no Mundo que apenas se conhece na área da Mata Climácia da Mata Nacional do Buçaco, onde surge junto como outros protegidos ao abrigo da legislação europeia como os louriçais e os carvalhais. Quanto às oficinas didáticas existem duas disponíveis incluídas neste pacote, nomeadamente, Sementes com Vida - os participantes irão recolher sementes num passeio pela Mata e serão ensinados a processá-las, consoante as espécies, para plantação nos Viveiros da Mata. Serão identificadas as diferentes espécies de árvores e arbustos, com respetiva sensibilização para a proteção da natureza e biodiversidade - e Construindo um Herbário - a

atividade começa com um enquadramento teórico, seguido de um passeio pela Mata para recolha do material vegetal a herborizar. Posteriormente, nos Viveiros da Mata, aprender-se-á a organizar e construir um herbário, para conservação das plantas recolhidas. Os participantes levarão consigo o herbário construído. Ciente do seu potencial para a promoção dos valores científicos e da educação ambiental, a Fundação Mata do Buçaco pretende, com este tipo de programas, dar a conhecer a Mata Nacional do Buçaco, os seus valores naturais e torná-la num espaço dinâmico, de partilha de conhecimentos. As atividades deste programa são realizadas no âmbito do projeto BRIGHT. As Casas do Bussaco estão aptas a ser utilizadas (cozinha com fogão, micro-ondas, frigorífico, sala de jantar, quartos e wc totalmente equipados). A capacidade de ocupação varia consoante a casa. A Escapadela no Bussaco tem um custo total de 140€ (2 noites de alojamento numa das Casas do Bussaco + Atividade). O limite máximo de participantes na atividade, que terá uma duração máxima de duas horas, e de 10 pessoas. O Programa “Escapadela no Bussaco” está sujeito à disponibilidade e convém efetuar marcação prévia de reserva. O valor da Escapadela do Bussaco não inclui roupa de cama nem toalhas de banho (disponíveis para aluguer por 2.50€/kit). Mais informações em www.fmb.pt, através do 231 937 000 ou do turismo@fmb.pt



atualidades

Um Mundo de Peregrinos em Valença

Ao longo de 2013 pararam em Valença, a caminho de Santiago de Compostela, peregrinos oriundos de 48 países, acolhidos no Posto de Atendimento ao Peregrino, descobrindo a Fortaleza e pernoitando no Albergue de São Teotónio. Em 2012 passaram por Valença 25628 peregrinos, nomeadamente portugueses, alemães, franceses, italianos e espanhóis. Valores que se esperam superar este ano tanto em número de peregrinos como de proveniências. A marcação de um trilho complementar, desde o Albergue São Teotónio, até à 10 ponte internacional, com passagem pela Fortaleza, está a permitir aos peregrinos conhecer esta joia patrimonial candidata a Património de Interesse Cultural para a Humanidade. Uma aposta que veio reforçar, ainda mais, a identificação de Valença com os Caminhos de Santiago, dando a conhecer o grande ex-libris de Valença a peregrinos de todos os continentes. Valença possui um conjunto de infraestruturas de apoio aos peregrinos para Santiago, nomeadamente o Albergue de Peregrinos São Teotónio e o Posto de Atendimento ao Peregrino. O Albergue de São Teotónio é um espaço de apoio e acolhimento aos peregrinos para Santiago e Fátima, aberto todo o ano, que

faz o acolhimento e pernoita. O Posto de Atendimento aos Peregrinos faz o acolhimento aos peregrinos. O espaço disponibiliza serviço de informação turística sobre os caminhos, bem como a oferta patrimonial, cultural, de unidades hoteleiras e restauração de Valença. O Menu do Peregrino é outro serviço dedicado aos peregrinos proporcionando a oportunidade de saborear a gastronomia valenciana, a preços convidativos. Valença é o ponto de confluência, a Caminho de Santiago, dos percursos do Caminho Central e do Caminho da Costa, percursos que integram o Caminho Português para Santiago de Compostela e que tem merecido da parte da Câmara Municipal de Valença manutenções regulares. Para Jorge Salgueiro Mendes, Presidente da Câmara Municipal de Valença, “Os Caminhos de Santiago são uma referência de Valença e fator, cada vez mais, de dinamização turística e cultural”.


Pousada do Grupo Pestana adere ao Centro de BTT da Batalha A POUSADA CONDE DE OURÉM, QUE INTEGRA O GRUPO PESTANA, UM DOS MAIS REPRESENTATIVOS DO SECTOR HOTELEIRO PORTUGUÊS, MANIFESTOU INTENÇÃO EM ADERIR, COMO PARCEIRO, AO CENTRO DE BTT DA BATALHA – PIA DO URSO.

Na base desta decisão, um dos responsáveis por esta marca hoteleira explicou o interesse do Grupo Pestana ao nível do Turismo Activo e de Natureza, segmentos que registam uma procuram elevada e que se assumirão como estratégicos para o nosso país dentro de poucos anos. O Centro de BTT da Batalha – Pia do Urso, o primeiro do país a ser homologado pela Federação Portuguesa de Ciclismo, assume particular importância neste mercado turístico, oferecendo aos utilizadores mais de 380 quilómetros cicláveis, divididos em quatro níveis de dificuldade, capazes de receber desde o praticante de BTT ocasional ao ciclista mais exigente, disponibilizando ainda um edifício de

apoio aos praticantes desta modalidade, com balneários e um espaço para pequenas reparações e lavagem das bicicletas. Registe-se que o Centro de BTT da Batalha – Pia do Urso, conta já com sete unidades de alojamento associadas em regime de 11 parceria, duas delas localizadas em concelhos limítrofes ao da Batalha, bem como 13 restaurantes e quatro lojas especializadas em bicicleta oferecendo condições especiais aos utilizadores do Centro de BTT. Inaugurado em Março de 2012, o Centro de BTT da Batalha – Pia do Urso, cujo edifício de apoio está localizado na Aldeia da Pia do Urso, São Mamede, registou só no primeiro ano, a procura de mais de 7.000 bttistas, oriundos de Portugal e do estrangeiro. A revista de turismo “Evasões” considerou o Centro de BTT da Batalha – Pia do Urso como uma das melhores 100 ideias de Turismo desenvolvidas em Portugal. Fonte: C.M. da Batalha


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Contacto: Mobiky 16 Youri 3 velocidades

Ideal para uso urbano A Mobiky 16 Youri é um modelo de bicicleta dobrável e com assistência elétrica ideal para uma utilização nas grandes cidades quer em trabalho como em lazer. A Mobiky 16 Youri tem sido a minha “companheira”, nos últimos meses, nas deslocações que faço a Lisboa tanto em trabalho como em passeio. Nunca tinha experimentado uma bicicleta com assistência e fiquei maravilhado! Estou convencido que este tipo de bicicleta é o futuro da circulação nas cidades pois é prática, económica e permite tirar grande prazer nas nossas deslocações diárias.


Ficha Modelo: Mobiky 16 Youri Quadro e garfo: alumínio Transmissão Shimano Nexus 3 velocidade Motor: dianteiro 250W Bateria: lithium ion 24V, 5,5 ou 11Ah Travão dianteiro: V-brake Tektro ou Shimano Travão traseiro: Nexus Roller Brake Pneus: Kenda 16x 1,75 ou Schwalbe 16x1,95 Pedais: dobráveis Correia: KMC antirouille, tratamento Teflon® Peso: 17,8 a 19,2kg Peso max. do ciclista: 110kg Altura do ciclista: 1,45 a 2,1m Dimensão dobrada: 85x85x30cm Preço: +/- 1 600,00€ Comercialização: Descobreventos

A minha experiência Utilizei a bicicleta em diferentes situações: - deslocação a Lisboa para reuniões de trabalho; - compras em centro comercial; - passeio por Lisboa; - compras em supermercados. Em todas estas situações a Youri teve um comportamento sem repreensões. Para as reuniões e como não tenho carta de condução de carro, a minha mulher conduzia e dava-me uma boleia com a Youri no porta-bagagens (é preciso ganhar o jeito para a colocar sem nos sujarmos na corrente). Chegados a Lisboa, cada um vai à sua vida e eu, pedalando com calma e sem ficar a suar nas subidas mais inclinadas (raramente usei a ajuda mais potente). Foi interessante observar a reação das pessoas com quem me ia reunir, desde do espanto inicial à curiosidade sobre o objeto e de como funcionava. Nas compras em centros comerciais, dobrava completamente a Youri e deslocava-me com naturalidade. Nunca ninguém me chamou à atenção e nunca tive problemas para entrar nas lojas. Mesmo fechada, as rodas da bici-

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cleta funcionam e o descanso lateral ajuda a mante-la equilibrada quando está parada. Nas compras nos supermercados adoto o mesmo sistema e dobro completamente a bicicleta. Para transportar as compras utilizo uma mochila ou coloco o saco no suporte existente no guiador. Em passeio a Mobiky 16 Youri tem um comportamento excelente e, só quando comparamos com outra desmontável (sem ajuda de bateria) é que temos noção das vantagens. Também nesta atividade não tive dificuldade em entrar em restaurantes ou museus.

Conclusão Fiquei rendido a este tipo de bicicletas! Com a Youri tenho a possibilidade de ligar ou não

a ajuda da bateria, o que me permite utilizar este modelo como uma normal bicicleta desdobrável com mudanças. É muito fácil de dobrar e desdobrar. Em pouco tempo ganhamos o jeito. É um modelo ergonómico e com muitos acessórios. A duração da bateria (carrega em 5 horas) é mais do que suficiente para uma jornada de um dia. O carregador é idêntico ao de um computador portátil (por isso, facilmente podemos transportar na mochila). O modelo é um pouco pesado mas, a colocação da pega facilita um pouco. Em relação às afinações de mudanças, não tive que fazer e por isso não se é complicado ou não.


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Binóculos Burris A MARCA BURRIS FAZ PARTE DO PORTEFÓLIO DA NAUTIRADAR NO SETOR DA ÓTICA. É UMA MARCA COM MAIS DE 40 ANOS DE EXISTÊNCIA.

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Dando continuidade à política criteriosa de seleção de produtos que podem ser uma mais-valia no mercado português, a Nautiradar aposta em modelos com uma excelente relação qualidade-preço. Os binóculos Burris são construídos para atingir standards de qualidade significativos e oferecem níveis de durabilidade e confiança de acordo com o seu patamar de preço. Por isso cada binóculo traz uma garantia global de 10 anos. Da gama Colorado, vocacionada para as atividades de ar livre e de aventura em plena natureza, apresentamos 2 modelos multifuncionais e práticos de 8 x 22 e 10 x 25 (ampliação x diâmetro da objetiva), estes são indispen-

sáveis para quando se viaja. Inovadores, leves e compactos, devolvem imagens muito nítidas de alto contraste graças à sua excelente ótica, são rápidos e precisos na focagem. Vocacionados também para aqueles que usam óculos e com uma fita de ajuste muito prática. A fita e o estojo estão incluídos. O peso é de apenas 245 gr e 290 gr respetivamente. Com preços (c/iva) de €69,00 e €79,00 eis uma oferta a considerar onde a ergonomia e design não foram ignorados. Para mais informações: geral@nautiradar.pt

Novo Brookline da Timberland A conhecida marca Timberland volta a surpreender com o lançamento de um novo modelo que promete acompanhar todas as aventuras deste verão e outono. Com o fundo do mostrador cinza escuro com logótipo ao centro, janela de data às 3h, bezel com indicativo dos pontos cardeais e bracelete em pele bege. Com um P.V.P. de 119 euros, o novo modelo Timberland está disponível nas principais relojoarias do país.


Onde Dormir

{HERDADE DA MATINHA }

UM REFÚGIO NO CORAÇÃO DO ALENTEJO

onde dormir

A Herdade da Matinha, entre o Cercal e Vila Nova de Mil Fontes, é um dos mais recentes membros da rede Casas no Campo, da Turihab. Ao chegar, somos surpreendidos pelos poemas de Eugénio de Andrade e Caetano Veloso, impressos nas fachadas de Norte e Nascente da casa principal, que apelam aos sentidos e expressam bem o ambiente artístico e alegre que se vive na Herdade da Matinha. São duas casas tipicamente alentejanas cuidadosamente restauradas, disponibilizando 20 quartos e um vasto número de recantos pensados para o conforto, privacidade e bem-estar dos seus hóspedes, com preços a partir de 80€. Aqui o Alentejo revela-se-nos em todo o seu esplendor, seja pela paisagem única, pelos cavalos da herdade, pelo cantar das aves ou pelas inúmeras possibilidades de passeios que podemos fazer na herdade e na sua envolvente. As famosas praias da Costa Vicentina, como a Ilha do Pessegueiro, Porto Covo ou Vila Nova de Mil Fontes estão a curta distancia desafiando para um mergulho nas águas cristalinas ou para um simples passeio pelos seus longos areais. A Herdade da Matinha é um refúgio para quem não dispensa o contacto com a natureza e o ar puro.

Para saber mais: http://www.casasnocampo.net/PT/casa.php?casaid=20190

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Destino: Concelho de Viana do Alentejo

Terra de Montado e de Fé A ALCÁÇOVAS OUTDOOR TRAILS É COMPOSTA POR GUIAS LOCAIS DA ASSOCIAÇÃO DOS AMIGOS DE ALCÁÇOVAS E ORGANIZA CAMINHADAS NA ÁREA DO CONCELHO DE VIANA DO ALENTEJO E ARREDORES. AS PROPOSTAS DE PERCURSOS QUE APRESENTAMOS SÃO DE SUA AUTORIA. AO NÍVEL DO ALOJAMENTO SUGERIMOS A CASA SANTOS MURTEIRA, EM

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ALCÁÇOVAS, QUE FAZ PARTE DA REDE DE SOLARES DE PORTUGAL www.solaresdeportugal.pt

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TRILHO DA PASTORICIA Este percurso, efectuado na Planicie de Montado,com cerca de 12 Kms, cruza tambem a Ribeira de Alcaรงovas em dois pontos distintos e torna-se muito interessante devido ao imenso potencial paisagistico que nos apresenta. Podemos observar ruinas de montes alentejanos e restos de uma antiga estrada romana, que ligava Castroleucos (Alcaรงovas) e Salatia (Alcacer do Sal). Descarregar track de GPS: http://pt.wikiloc.com/wikiloc/view.do?id=4958732


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TRILHO DE VALE FIGUEIRA Este percurso, com cerca de 20 Kms, efectuado nas margens da albufeira de Pego do Altar, tornou-se um dos favoritos dos participantes das nossas caminhadas Nele podemos observar uma impressionante paisagem, com tons de verde, castanho, azul e amarelo, as cores dominantes do Alentejo. Grande parte do percurso faz-se em caminhos rurais, que o torna propicio a passeios BTT. Descarregar track de GPS: http://pt.wikiloc.com/wikiloc/view.do?id=4076746


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RAID BTT VOLTA A ALCAÇOVAS Percurso BTT com cerca de 32 kms de extensão, sem grandes subidas e descidas e muito agradavel para um passeio de bicicleta. Podemos visitar a Herdade da Mata-Linda, as Barragens do Nuncio e de Alcaçovas e subimos ao Convento de Nª Sra da Esperança, onde a vista panorâmica abarca muitos quilometros em redor... Descarregar track de GPS: http://pt.wikiloc.com/wikiloc/view.do?id=3817947


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VIANA DO ALENTEJO E SENHORA D AIRES Percurso em Viana do Alentejo, com cerca de 10 Kms, onde podemos visitar o Santuario de NÂŞ Sra DAires e barragem de Dona Ana. Ideal para se efectuar em BTT. Descarregar track de GPS: http://pt.wikiloc.com/wikiloc/view.do?id=3718504


crónica

UMA SEMANA AO RITMO DA BICICLETA. DE SETÚBAL A SAGRES, 320 KM DE PRAIAS E DE VIDA SAUDÁVEL. Parte I de V TEXTO E FOTOGRAFIA PAULO GUERRA DOS SANTOS

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1 O turismo de natureza em bicicleta começa a dar os primeiros passos em Portugal. Apesar de há já várias décadas ser uma prática corrente nos países do centro e norte da Europa, é perceptível para quem anda no terreno a crescente dinâmica que um pouco por todo o país leva cada vez mais pessoas a pedalar na descoberta de um território com uma enorme variedade de envolventes cénicas por entre os caminhos e estradas secundárias que abundam pelo país.

Em plena época balnear não é assim de admirar que muitos destes viajantes em duas rodas optem por se dirigir para sul, com o objectivo de visitar e usufruir de algumas das melhores praias de Portugal, ao mesmo tempo que gozam cada quilómetro percorrido ao ritmo da bicicleta e descobrem recantos naturais de elevada beleza. No passado mês de Julho, um grupo de amigos planeou uma semana de férias sem automóveis. Arrancaram de Setúbal com as suas bicicletas apanhando o ferry para Tróia


2 e daí seguiram até Sagres. 5 Portugueses, um dinamarquês e um espanhol (este último sem experiência de viagens em bicicleta) foram à descoberta do estado dos caminhos de terra e das estradas secundárias asfaltadas, por forma a fugirem o máximo possível das estradas de maior tráfego automóvel. O objectivo: percorrer alguns dos troços da Ecovia da Costa Atlântica, ainda em desenvolvimento e parte da futura Rede Nacional de Ecovias (ver mais em www. ecoviasportugal.pt) Em 7 dias percorreram 320 km, numa média inferior a 45 km por dia. Pedalavam de manhã, pela fresca, descansavam de tarde visitando as vilas por onde paravam e davam uns mergulhos em algumas das praias por onde passavam. Dois destes amigos levavam consigo uma

tenda, pois optaram por uma forma de estadia mais económica. Os outros ficavam em casas particulares e hostéis, um conceito cada vez mais comum por estes lados. Logo no primeiro dia de pedaladas, de Tróia a Melides, o arranque faz-se no ferry das 9:00h que demora cerca de 20 minutos entre Setúbal e Tróia oferecendo uma visão interessante na aproximação a esta península, com o seu arvoredo a sugerir que vamos pedalar por entre dunas e pinhal. Sair de Tróia fazse obrigatoriamente pela única estrada que liga este empreendimento turístico muito bem cuidado a Comporta. Apesar de permitir velocidades de 90 km/h tem pouco tráfego automóvel, acabando por ser bastante agradável de percorrer pela envolvente cénica. Depois de um pequeno desvio para visitar a bem afamada Praia de Comporta, chegámos

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crónica 28

ao nosso primeiro destino: o Porto Palafítico da Carrasqueira, uma série de passadiços de madeira construídos sobre os lodos do Sado que permitem aos pescadores atracar os seus barcos de pesca artesanal e ainda arrumar os seus materiais e instrumentos de trabalho em pequenos armazéns construídos sobre a água. Uma visita de cerca de 15 minutos a pisar tábuas que rangem e a tentar manter o equilíbrio para não cair à água são o suficiente para permitir a estes viajantes em bicicleta observar um pescador chegar com o produto de pesca do dia: cerca de 20 quilos de choco acabados de apanhar. Dois dedos de conversa bastaram para os convencer a almoçar numa tasca ali próxima um dos petiscos mais apreciados nesta zona: choco frito. Começou aqui o primeiro atraso desta viagem, que valeu pela prova desta iguaria. A viagem seguiu já passavam das 14:00h. A saída de Comporta até Melides vale exclusivamente pelos caminhos por entre os arrozais húmidos e verdejantes nesta altura do ano. Cerca de 10 km totalmente fora de asfalto proporcionam momentos agradáveis e de fácil pedalada até ao Carvalhal, onde este grupo de turistas em bicicleta aproveita para descansar, reforçar energeticamente e repor líquidos dos mais variados tipos, desde puro H2O até cereais fermentados. Infelizmente, depois, até Melides só há uma alternativa: a EN261, que apesar de em 1945 ter sido classificada como sendo de 2ª ordem, ganhou muito tráfego automóvel com a exploração turística desta zona. Não tem berma, ou quando tem é estreita, pelo que todo o cuidado e atenção são requeridos na pedalada, impondo-se por vezes um ritmo de estrada na velocidade das bicicletas.

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1 Aproximação a Tróia, vista do ferry | 2 Porto Palafítico da Carrasqueira, Comporta | 3 –Caminho junto a canal de rega e arrozais, entre Comportas e Carvalhal | 4 Canal de rega próximo de Carvalhal | 5 Ferro velho de bicicletas, Carvalhal | 6 Olhos de Água, Melides. | 7 Turista em bicicleta do E.U.A..

Antes de chegar a Melides, espaço para uma visita à Praia da Aberta Nova e pouco depois, de volta à estrada nacional, um encontro pouco provável: um norte-americano que nunca tinha viajado pela Europa, escolheu o sul de Portugal para iniciar uma aventura de um mês numa viagem de bicicleta a solo, que o levará até Itália. John Russell, originário do Oregon, trajava uma roupa tipo Indiana Jones e um chapéu de cowboy. No coldre transportava o seu smartphone, que rapidamente sacou para captar umas fotos do grupo que lhe fez sinal para parar. Dois dedos de conversa, alguma troca de experiências e de informações úteis, meia dúzia de fotos para a posteridade e lá seguiram todos, cada um para o seu destino e ao seu próprio ritmo. Para terminar o dia, uma visita aos Olhos de Água, uma fonte junto a Melides com quedas de águas, num espaço que tem vindo a ser recuperado pelo município de Grândola. Na próxima edição da Passear.com, relato e fotos desta viagem até Sagres, na etapa entre Melides e Vila Nova de Mil Fontes.

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CRÓNICA:

MONTE PERDIDO EXTREM ... OU UM SONHO TRANSFORMADO EM REALIDADE!

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DESDE QUE HÁ 30 ANOS DESCOBRI O PARAÍSO DO PARQUE NACIONAL DE ORDESA E MONTE PERDIDO (QUANDO TINHA 30 ANOS...), VOLTEI ÀS TERRAS PIRENAICAS MAIS UMA MEIA DÚZIA DE VEZES. AQUELA PRIMEIRA INCURSÃO DEIXARIA ALIÁS MARCAS PROFUNDAS NA MINHA CONTÍNUA “ADESÃO” À MONTANHA, NA FORMAÇÃO DO QUE SOU HOJE. TEXTO E FOTOGRAFIA: José

Carlos Callixto / http://porfragasepragas.blogspot.pt

O vale de Ordesa, o Monte Perdido e o Soum de Ramond, vistos da Faja de Pelay, 6.08.2009... os sonhos são para viver enquanto o futuro é presente.

Já conhecia bem quase toda a envolvente do mítico Monte Perdido. Estive várias vezes em Ordesa, em Pineta, em Gavarnie, umas vezes em família, outras vezes com alunos e amigos, a última vez há 4 anos com os “meus” Caminheiros Gaspar Correia. De todas essas vezes, no canto dos meus sonhos fermentou sempre a vontade de um dia ligar o vale de Pineta ao de Gavarnie e ao de Ordesa, em atravessar a mítica Brecha de Rolando (brecha aberta na montanha pela espada Durandarte, do lendário Rolando, esse mesmo, o da

os Caminheiros aos Pirenéus, escrevi nestas linhas: “Talvez um dia ... talvez se ainda um dia subir mesmo ao Monte Perdido...”. Ora, quase a completar 60 anos ... era chegada a hora de o fazer! Parafraseando Mário de Andrade, “Olhei para mim … e descobri que tenho muito mais passado que futuro…” ... e por isso os sonhos são para viver enquanto o futuro é presente...! E assim um dia, entre sexta e segunda feira passada ... vivi esse sonho! E foi, sem dúvida alguma, a maior “aventura” da minha vida.

“Chanson de Roland”) … e em subir ao mítico Monte Perdido! Quando em 2009 levei

Vivi-o no seio de uma “equipa” de amigos e amantes da montanha, que naturalmente


a subir ao cume do Monte Perdido. Mas, 30 anos depois de conhecer Ordesa, completei com três outros membros desta “equipa” todo o percurso do Monte Perdido Extrem, uma travessia circular à volta do maciço calcário mais alto da Europa, de Pineta a Gavarnie, à Brecha de Rolando, aos Canyons de Ordesa e de Añisclo e de novo ao vale de Pineta.

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já conhecia, mas que uma vivência desta intensidade e desta dimensão em muito fortalece e engrandece a união. Para além de encher a alma nas fabulosas paisagens por onde decorreu a “aventura”, para além do amor pela montanha, pela Natureza, pelos grandes espaços, naqueles 4 dias e nos que os antecederam e sucederam vivemos também sem dúvida alguma verdadeiro Amor e partilha entre todos! A montanha prende e une os seus amantes, torna-os parte integrante de um todo, revela íntimos, evidencia paixões e fraquezas, receios e emoções. Por razões que à frente se verão, não cheguei

Refúgio de Pineta, 5.07.2013, 6:25h Vai começar a grande aventura do Monte Perdido Extrem.

A PREPARAÇÃO A “aventura” foi-se desenhando há meses, com o convite a amigos que pudessem e quisessem acompanhar-me, a inscrição junto da organização, o estudo das cartas e dos percursos propostos, a criteriosa selecção do que levar para 4 dias de alta montanha, com 3 noites em refúgios sem energia eléctrica nem água quente. A meteorologia claro que era outro factor permanentemente em estudo. Com apreensão, nos meses e semanas anteriores


A equipa está preparada para o início da subida ...

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fomos acompanhando a evolução de um inverno e de uma primavera das mais rigorosas de sempre ... que deixaram neste início de Julho a maior quantidade de neve dos últimos 40 anos na região! Ansiosos de nos embrenharmos no paraíso, partimos de Lisboa na noite do passado dia 2 para 3 de Julho, numa viagem nonstop até Bielsa, onde em 2009 tinha feito a primeira “base” com os Caminheiros “Gaspar Correia”. A minha companheira de “aventuras” e uma nossa amiga de longa data, também ela caminheira, também vieram ... mas para percursos mais modestos. Noutro carro, três outros membros da equipa que havíamos formado; dois outros ... já andavam em terras de Ordesa há uns dias. Entre a equipa de candidatos ao Monte Perdido Extrem e respectivos acompanhantes, oito portugueses estavam assim lançados à “conquista” dos Pirenéus. Dada a dimensão desta “aventura”, vou

descrevê-la e ilustrá-la por partes; o presente texto corresponde ao primeiro dia, de Pineta ao Refúgio de Espuguettes, quase mil metros acima do vale de Gavarnie. Etapa 1 (6ª feira 5 de Julho): Pineta Espuguettes (17km) Duração: 14,5 horas Altitude mín.: 1 240m (Refúgio de Pineta) / Desnível positivo: 2 019m Altitude máx.: 2 666m (brecha de Tucarroya) / Desnível negativo: 1 280m Às seis e meia de uma manhã esplendorosa, os 5 membros da “equipa de montanha” estavam a iniciar a “aventura” junto ao Refúgio de Pineta e ao Rio Cinca. 25 anos antes ... tinha ali acampado com alunos, quando com eles igualmente subi ao Balcón de Pineta e ao Lago de Marboré, numa vertiginosa ascensão que agora foi, igualmente, a primeira parte desta jornada pirenaica.


... e o vale de Pineta começa a abrir-se aos nossos pÊs

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Cascatas do Cinca

Travessia do Embudo


O Vale de Pineta, do Balcón de Pineta (2530m alt.)

Lago de Marboré e Brecha de Tucarroya (fronteira francesa)

Lago gelado de Marboré

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Descrever as sensações à medida que íamos ganhando altitude, ao som das impetuosas águas do Cinca, à medida que o vale de Pineta começava a ficar aos nossos pés? É indescritível...! É uma mistura de sentimentos, de êxtase, de entrega, de uma autêntica viagem a um paraíso perdido! As imagens dizem mais que mil palavras ... mas mais do que as imagens fica o que se sente, o pequeno que somos ante a imponência da montanha, a autêntica “levitação”, a catarse ... o sonho! Aos 1300 metros de altitude ... já havia neve! Mil metros mais acima, a extensão, a consistência e a inclinação levou-nos a tirar os crampons da mochila, como já prevíamos. Um dos elementos da equipa, contudo, embora com grande pena dele e nossa, teve a coragem de desistir na hora certa,

no momento certo. O cansaço da ascensão, um joelho queixoso, o psicológico a medir as dificuldades que se avizinhavam, ditaram o regresso a Pineta e o acompanhamento da equipa que havia ficado em Bielsa. Zé Manuel, fica aqui a minha sentida homenagem à coragem necessária para a tua difícil decisão. Reduzidos a quatro e em neve, a progressão tornou-se mais lenta ... principalmente para o autor destas linhas. Inexperiente no uso de crampons, tinha adquirido uns meses antes uns crampons que se vieram a revelar praticamente inúteis, particularmente na progressão em zonas de forte pendente. Aqui fica a nossa autocrítica também pela falta de piolets, que não levámos, e que se teriam revelado fundamentais em muitos dos muitos troços de neve. Por duas vezes deslizei na neve, para grande susto e suspense dos meus três companheiros. Valeu-


Cascalheira na subida para o Refúgio de Tucarroya

me o jogo de calcanhares, bem como o facto de não entrar normalmente em pânico ... ou teria eventualmente sido “devolvido” muito rapidamente a Pineta ou às águas geladas do Lago de Marboré. No Lago de Marboré terminava a parte que eu conhecia desta primeira etapa. Estávamos em frente da face norte do Monte Perdido; ligeiramente a noroeste, os Picos de Astazou e o cimo da parede de onde se precipita a cascata de Gavarnie. Do lago pouco se via, já que as águas permaneciam congeladas ou debaixo de espesso manto de gelo. Quando em 1988 ali cheguei com alunos, tínhamos de regressar a Pineta ... mas agora eu ia continuar para França, ia ligar Pineta a Gavarnie! A ligação a terras de França, a partir do lago de Marboré, faz-se através da Brecha de Tucarroya, a 2666 metros de altitude, espectacular abertura

onde se localiza o Refúgio do mesmo nome, de utilização livre. Na base da subida para Tucarroya ... uma placa eterniza a morte de um montanhista em 2003... Se as panorâmicas do lado espanhol eram sublimes ... ao abeirarmo-nos da face francesa de Tucarroya temos de suster a respiração! E suster a respiração por duas razões: aos nossos pés estendia-se a vertente do Cirque d’Estaubé, pintada de verde e branco, fechada a poente pela crista de Pimené e da Hourquette d’Alans, para onde nos íamos dirigir. Mas suster a respiração também ... ao olhar para a pendente de 50% de inclinação que tínhamos que descer, com neve! A nossa experiente “corredora de montanha” desceu a pendente sem problemas; parabéns, Anabela! A benjamim do grupo, receosa mas com bons crampons, seguiu-a bem mais

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Uma boa pausa ... antes da muito grande aventura de descer para o lado francês...

E este ... era o “abismo” que tínhamos de descer!.

Cirque de Estaubé, com o Lac des Gloriettes ao fundo.

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A caminho da Hourquette d’Alans.

Hourquette d’Alans (2438m alt.)


Às 21:00h, com mais de 14 horas de jornada ... esta era a visão que mais queríamos ter...!

lentamente, mas segura; parabéns também para ti, Cristina. O nosso “profissional” dos Himalaias e não só ... especializou-se na construção de autênticos degraus na neve, onde a minha “imitação” de crampons me fixassem um pouco melhor; obrigado e parabéns pela arte, Ramiro! Nesta aventura (aqui sim sem aspas...) de descer Tucarroya ... levámos o melhor de 2 horas para progredir cerca de 600 metros...! Próximo objectivo: Hourquette d’Alans, a 2433 metros de altitude. Troços de neve intervalavam com rocha ... rocha que eu e a Cristina abençoávamos ao começar a pisar! Estávamos a contornar o Cirque d’Estaubé a poente, com uma panorâmica sublime. Uma camurça atravessou rapidamente um dos troços de neve ... e sem crampons...! E são ... nove horas de um fim de tarde sublime! Era suposto chegarmos ao refúgio o mais tardar às 19:00h...! Avisada a organização do nosso atraso, começamos a descer para o

vale de Gavarnie! Algum nevoeiro emprestava agora à paisagem uma magia especial. Não fora ele e ao fundo, lá onde o Sol se põe, o Vignemale contemplaria-nos, a nós e à imensa mole montanhosa que separa a Ibéria do resto da Europa. Como um pontinho perdido nas montanhas, o nosso destino já se distingue: o Refúgio de Espuguettes, a pouco mais de 2000m, dominando de nordeste o Cirque de Gavarnie. Marmotas e cavalos brincavam alegremente no paraíso perdido a que chegámos, àquela hora já tardia. Cansados mas felizes, lá jantámos ... mais de duas horas depois da hora estipulada. E dado que não havia muita ocupação no refúgio ... tivemos o grato prazer de ficarmos os quatro num “quarto privativo”...! Tínhamos que dormir ... que no dia seguinte haveria mais “aventuras”.

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