Nº. 31 . Ano III . 2014 . PVP: 2 € (IVA incluído)
passear sente a natureza
Mendiga
Em plena Serra de Aire uma paisagem diferente Crónica: Por terras de Sicó
EQUIPAMENTO
• Relógio GPS de pulso fēnix™ • Motorola o TLKR T80 Extreme
LAGOA PEQUENA
Um paraíso para a observação de aves
Correspondência - P. O. Box 24 2656-909 Ericeira - Portugal Tel. +351 261 867 063 www.lobodomar.net
2014,
o ano do Turismo de Natureza e Cultural www.passear.com
Director Vasco Melo Gonçalves Editor Lobo do Mar Responsável editorial Vasco Melo Gonçalves Colaboradores Catarina Gonçalves, Luisa Gonçalves.... Publicidade Lobo do Mar Contactos +351 261 867 063 + 351 965 510 041 e-mail geral@lobodomar.net
Grafismo
Contacto +351 965 510 041 emal: anagoncalves@lobodomar.net www.wix.com/lobodomardesign/comunicar
2014 vai ser, para a revista Passear, um ano de aposta no Turismo de Natureza e Cultural estando em sintonia com o Plano Estratégico Nacional de Turismo. Esta aposta confirma a estratégia iniciada há três anos pela editora Lobo do Mar. Num breve balanço, o ano de 2013 foi positivo para a revista Passear. Aumentámos o número de leitores, sendo a média por edição na ordem dos 10 000 e, no Facebook já ultrapassámos os 8 300 Fãs. Ao nível das Assinaturas, aumentámos o número de assinantes mas o número ainda não é significativo. Precisamos do apoio (2 euro por edição) dos nossos leitores para tornar viável este nosso projeto. Um bom ano com muitas caminhadas e pedaladas.
2 Diretor vascogoncalves@lobodomar.net Registada na Entidade Reguladora para a Comunicação Social sob o nº. 125 987 Direitos Reservados de reprodução fotográfica ou escrita para todos os países
Capa Fotografia
Artigo Destino: Mendiga (pág. 60)
Edição Nº.31
14 12 36 44 Sumário 04
ASSINATURA Passear
06
Atualidades
12
Onde Dormir
60
14 Equipamentos 24 Crónica:
António José Soares
36
Crónica: Parte IV
Uma semana ao ritmo da bicicleta
44 Crónica:
Monte Perdido Extrem IV
60
Destino: Mendiga
78
Destino: Lagoa Pequena
78
3
edição digital
Nº.10 . Ano I . 2012
edição digital
Nº.11 . Ano I . 2012
passear
passear
Destino
Kayak
by
sente a natureza
Cidades e vilas medievais Crónicas do Gerês
Ecovia
Lisboa a Badajoz AS VIVÊNCIAS DE FRANCISCO MORAIS
Leitura deturpada da Portaria
by
sente a natureza
Volta Ibérica
Ecovia 2
Caminhada
Trilho da Mesa dos 4 Abades
Reconhecimento na Serra de Sintra
Passeio
Ligação Angola a Moçambique
A aventura em BTT
de PEDRO FONTES Ericeira – S. Lourenço – Ericeira
Uma CAMINHADA de contrastes
Nº. 5
Parque da Espanha Industrial
Castelos de Portugal
Alcácer e Viana do Alentejo
Nº. 6
Nº. 7
Nº.17 . Ano II . 2012 . PVP: 2 € (IVA incluído)
Nº. 8
Nº. 9
Nº. 18
Nº. 19
edição digital
passear by
sente a natureza
Rota dos Moinhos Crónica
Ruta de los Túneles Destinos
Parque das Necessidades Mata Bom Jesus do Monte
Equipamento
Mochila Deuter Futura 28 Washington Summit Bobble, a garrafa
Nº. 10
Nº. 11
Nº. 17
Nº. 24 . Ano III . 2013 . PVP: 2 € (IVA incluído)
passear by
sente a natureza
EQUIPAMENTOS
• BINÓCULOS STEINER outlet • NOVOS MODELOS GARMIN • MOBIKY YOURI 16
De Óbidos a Torres Vedras
PR6 VLR Rota das Conheiras
Caminho Português Interior de Santiago (1ª Parte)
Caminhada Piódão - Foz d´Égua - Piódão
Nº. 20
Nº. 21
Nº. 22
Nº. 23
Nº. 25
Nº. 26
Nº. 27
Nº. 28 Nº. 29
Nº. 30
Nº. 24
assinatura
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passear nº 31
atualidades Novo prémio chama a atenção para a biodiversidade da Europa
6
A Comissão Europeia lança o prémio Natura 2000 para reconhecer a excelência em matéria de melhores práticas de conservação da natureza na Europa. Esta poderá ser uma oportunidade para os cidadãos e entidades que participam na rede Natura 2000 darem a conhecer as suas atividades. A Natura 2000 é uma rede de zonas protegidas de grande valor em termos de biodiversidade, que cobre cerca de 20 % do território da UE. Uma fauna e uma flora de grande riqueza de que são exemplos os faiais das regiões montanhosas da República Checa, as tartarugas das zonas húmidas da Polónia ou os golfinhos da costa espanhola. Para além da proteção da natureza, a rede proporciona numerosos benefícios sociais e económicos. Os europeus são muito sensíveis às questões relacionadas com a conservação da natureza, mas poucos conhecem a rede Natura 2000. Um recente inquérito do Eurobarómetro revela que nove em cada dez europeus consideram que o declínio
dos habitats naturais, a situação de perigo e o risco de extinção de determinadas espécies de animais e plantas são problemas graves. A maioria dos cidadãos (entre 99 % e 83 %, consoante os Estados-Membros) pensa que a proteção da natureza é importante para prevenir a destruição de zonas de grande valor tanto na terra como no mar, mas apenas 27 % dos inquiridos já ouviram falar da Natura 2000. Com este novo prémio anual, pretende-se minimizar a falta de conhecimento do público, mostrando a diversidade dos sítios da rede Natura 2000 e reconhecendo a excelência numa vasta gama de atividades. Todos os anos serão atribuídos cinco prémios em diferentes áreas: comunicação, ações de conservação, benefícios socioeconómicos, conciliação de interesses/perceções, redes e cooperação transfronteiriça. Aceitam-se candidaturas de quaisquer entidades diretamente envolvidas na rede Natura 2000 (autoridades públicas e locais, empresas, ONG, proprietários de terrenos, estabelecimentos de ensino e particulares). O prazo para a apresentação das candidaturas termina a 18 de fevereiro de 2014. Para mais informações, consultar o sítio Internet do Prémio Natura 2000 / http://ec.europa.eu/environment/nature/natura2000/awards/. Os nomes dos vencedores deste primeiro prémio Natura 2000 serão anunciados em maio de 2014 e o trabalho realizado por cada um deles será reconhecido numa cerimónia de alto nível em Bruxelas.
atualidades
Imagem: © Horta da Moura
Oliveira com 2450 anos está em Monsaraz Uma equipa de vários investigadores da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) acaba de datar uma das oliveiras presentes no recinto do Hotel Horta da Moura, em Reguengos de Monsaraz, com 2450 anos, através de um método científico inovador desenvolvido na academia sediada em Vila Real. Segundo a UTAD esta é a segunda árvore certificada mais antiga de Portugal. A mais antiga árvore portuguesa conhecida é uma oliveira com 2.850 anos e foi também certificada pela UTAD há dois anos, em Santa Iria de Azóia. A oliveira de Monsaraz, cujo tronco precisa de sete homens para o abraçar, recebeu a “certidão de idade” num ato público decorrido na passada quartafeira dia 18, na aldeia típica, localizada no concelho de Reguengos de Monsaraz. O método de datação foi desenvolvido pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), em parceria com a empresa “Oliveiras Milenares, e tem como mentores os investigadores do departamento de Ciências Florestais e Arquitetura Paisagista José Luís Louzada e Pacheco Marques. Esta metodologia consiste num cálculo, que é feito através de um modelo matemático que relaciona a idade com uma característica dendrométrica do tronco, como seja o raio, diâmetro ou perímetro do tronco. Recorre-se ainda o estudo de outras árvores, com características idênticas, para depois, de forma comparativa, se ir preenchendo a parte interior como se fosse um puzzle. Este método não provoca a destruição da árvore, pois não obriga ao seu abate, nem provoca lesões que comprometam a sua sanidade. Esta fórmula permite estimar a idade de qualquer árvore muito idosa, podendo ir até aos três mil anos, mesmo que esta se apresente oca no seu interior. A oliveira de Monsaraz faz parte de um conjunto de sete, inseridas nos espaços de uma unidade hoteleira local, que a UTAD acaba de certificar. A direção do hotel pretende criar um percurso histórico dentro dos sete hectares que rodeiam a unidade e associar a idade das oliveiras a acontecimentos marcantes da história: a Rota das Oliveiras.
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atualidades APECATE assina Código Mundial de Ética do Turismo
8
No passado dia 2 de Dezembro, a APECATE (Associação Portuguesa das Empresas de Congressos, Animação Turística e Eventos) foi uma das entidades portuguesas que assinou o Código Mundial de Ética do Turismo comprometendo-se a aplicar os princípios éticos do Código nas suas políticas e operações. A assinatura coincidiu com a 3 ª Conferência do Turismo e Media no Estoril. O Secretário-Geral da OMT, Taleb Rifai, testemunhou a assinatura juntamente com o Secretário de Estado do Turismo, Adolfo Mesquita Nunes, e afirmou que “É gratificante ver esta firme expressão de suporte e compromisso das associações portuguesas que representam o Turismo a estes princípios da sustentabilidade, os quais são fundamentais nesta fase de crescimento do sector do turismo em Portugal.” A APECATE – Associação Portuguesa de Empresas de Congressos, Animação Turística e Eventos, organiza o seu 2.º Congresso no próximo dia 31 de Janeiro de 2014 que terá lugar no Altis Grand Hotel, em Lisboa. Fonte: APECATE
VIII Congresso de Ornitologia da SPEA Nos dias 1 a 4 de março de 2014 realiza-se em Almada o maior evento nacional de ornitologia, ponto de encontro «obrigatório» de investigadores, ornitólogos e estudantes. O programa conta com oradores convidados e comunicações dos participantes, workshops e outras iniciativas. Esta edição dará especial destaque aos temas da migração e ecologia espacial das aves, aves como indicadores ambientais, ecologia e conservação de aves marinhas e impactes nas aves resultantes de grandes infraestruturas, havendo também espaço para outras temáticas.
atualidades
O turismo internacional, um motor de recuperação económica
Nos primeiros nove meses de 2013, o turismo internacional cresceu 5%, de acordo com o mais recente Barómetro OMT Mundial do Turismo. O número de chegadas de turistas internacionais aumentou 41 milhões entre janeiro e setembro, superando a estimativa inicial da OMT e gerando estímulos importantes para as economias de acolhimento. As chegadas de turistas internacionais cresceram 5% nos primeiros nove meses do ano, atingindo um recorde de 845 milhões dólares americanos em todo o mundo, cerca de 41 milhões a mais que no mesmo período 10 de 2012. O crescimento foi impulsionado pela Europa e Ásia-Pacífico, onde o número de turistas aumentou 6% em ambas as regiões.
“O turismo internacional continua a crescer além das expectativas, contribuindo para o crescimento económico em economias avançadas e emergentes, à criação de emprego tão necessário, ao PIB e balança de pagamentos de muitas economias de destino”, referiu o secretáriogeral da OMT Taleb Rifai. “É particularmente encorajador ver os bons resultados em muitos destinos europeus, onde o turismo é, sem dúvida, um dos motores da recuperação económica”.
Documentário Almada - Entre o Rio e o Mar Estreia na SIC, dia 12 Jan 2014 no espaço Vida Selvagem. A frente atlântica de Almada é um habitat belo e rico e um dos locais retratados neste filme sobre o concelho de Almada. Mas são vários os cenários que também merecem destaque nesta história: o rio, as dunas, as arribas, as florestas, os lagos, os matos, o mar costeiro, o mar oceânico e também os jardins urbanos, ser-lhe-ão trazidos ao ecrã no dia 12 de Janeiro, ao meio dia, na SIC. Conheça os autores Luís Quinta e Ricardo Guerreiro em: www.facebook.com/LuisQuintaPhotography www.facebook.com/rguerreirofoto — com Luis Quinta e Ricardo Guerreiro.
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8/26/13 5:19 PM
Onde Dormir
{RETIRO DA AVÓ LÍDIA }
912
onde dormir
A POUCOS QUILÓMETROS DE PORTO DE MÓS ENTRE AS SERRAS DE AIRE E CANDEEIROS FICA O RETIRO DA AVÓ LÍDIA UM TURISMO LOCAL ECOLÓGICO QUE NASCE DO SONHO DE DUAS IRMÃS DE PRESERVAR UM PATRIMÓNIO FAMILIAR. Teresa e Rita Durão são as responsáveis pelo projeto de turismo local Retiro da Avó Lídia uma homenagem à Avó Materna que muito as influenciou. Trata-se de uma casa de aldeia com quatro quartos bem recuperada e inserida numa região de uma beleza natural relevante. A casa em si mesma é interessante, o seu valor é acrescido pela vivência que proporciona e, no Retiro da Avó Lídia as duas irmãs desenvolvem um trabalho muito interessante de preservação do património da aldeia e do seu quotidiano diário. Neste esforço de preservação das memórias são auxiliadas, por vezes, pelos seus pais eles próprios testemunha e intérpretes dessas memórias das atividades da aldeia. O Retiro da Avó Lídia tem ainda um motivo extra de interesse que é proporcionado pelo enólogo Hernâni Edgar Canavarro Magalhães (marido de Teresa Durão), um conversador nato, que nos ajuda a conhecer e perceber os nossos vinhos. A casa possui 4 quartos duplos bem decorados com casa de banho, televisão e Wi-Fi (gratuito). Uma sala comum com lareira, uma sala de refeições e uma cozinha onde podem ser confecionadas refeições.
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CONTACTOS Endereço: Rua das Balseiras, 19 / Mendiga 2480-215 Porto de Mós / Portugal Telefones: + 351 933 711 640 (Teresa Durão) / + 351 938 444 602 (Rita Durão) GPS: 39.501841, -8.849308 / +39° 30’ 6.63”, -8° 50’ 57.51” Email: avolidia@yahoo.com Para saber mais: http://retirodaavolidia.tk/
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Neste inverno aventure-se e explore a montanha com o fēnix™ A Garmin relança o seu bem-sucedido relógio GPS de pulso fēnix™ para alpinistas e aventureiros outdoor. Trata-se de um relógio de pulso com GPS para os alpinistas que levam o desporto a sério e para os aventureiros que gostam de fazer as suas explorações ao ar livre. O relógio, que é capaz de oferecer capacidades de navegação global com a habitual fiabilidade e qualidade das soluções GPS desenhadas pela Garmin, foi desenvolvido em conjunto com guias profissionais de montanha e estabelece novos padrões no que concerne aos relógios de utilização outdoor com ABC otimizado – altímetro, barómetro e bússola (compass). Quando emparelhado com o tempeTM, o novo sensor Garmin externo de temperatura, o fēnix™ torna-se no primeiro relógio outdoor capaz de proporcionar uma leitura
precisa da temperatura ambiente. E graças à sua elegância pode ser usado diariamente como relógio de pulso.
Planeie, navegue e acompanhe
O relógio de pulso GPS fēnix™ inclui um abrangente conjunto de ferramentas de navegação que permite aos utilizadores planearem viagens, criarem rotas e registarem pontos de direção. Os amantes do desporto de ar livre podem navegar segundo as coordenadas GPS ao longo de um percurso ou de uma rota, em direção a waypoints ou ao longo de qualquer outra opção selecionada. A seta de navegação fornece uma orientação direcional clara e a função pioneira TracBack® da Garmin pode guiar o utilizador em segurança de volta a casa, indicando-lhe uma linha fácil de identificar no mostrador do dispositivo e de seguir. Graças à aplicação de desktop BaseCampTM, os utilizadores do fēnix™ poderão ser capazes de facilmente planear as suas viagens e de partilhar as suas aventuras com amigos e familiares. O dispositivo inclui ainda um mapa base mundial com todas as cidades nas proximidades do local onde se estiver. O fēnix™ está ainda equipado com capacidades ANT e Bluetooth® para que seja possível partilhar de uma forma wireless todos os percursos, waypoints, rotas e geocaches com outros dispositivos compatíveis Garmin. A aplicação móvel Basecamp permite que os utilizadores transfiram waypoints e tracklogs com grande simplicidade, para que possam depois visualizá-los em movimento num mapa mais detalhado e num ecrã de maior dimensão através de um smartphone compatível.
Altímetro, barómetro e bússola
O relógio GPS fēnix™ encontra-se equipado com sensores ABC (altímetro, barómetro e bússola), fornecendo aos exploradores e em tempo real todas as informações relevantes. O altímetro embutido mostra dados de altitude para que seja possível monitorizar com precisão a subida e a descida; o barómetro pode ser usado para prever as mudanças climatéricas, mostrando as tendências de curto prazo no que respeita à pressão do ar; e a bússola eletrónica de três eixos mantém o utilizador no rumo exato quer ele esteja em movimento ou não. Através do seu recetor GPS, o fēnix™ pode
calibrar automaticamente os sensores ABC e também definir automaticamente o fuso horário, tendo por base a localização. Quando emparelhado com o tempeTM, o novo sensor Garmin externo de temperatura, o fēnix™ torna-se no primeiro relógio outdoor capaz de proporcionar uma leitura precisa da temperatura ambiente.
Medir o desempenho
Sendo semelhante aos relógios de corrida com GPS produzidos pela líder mundial Garmin, o novo fēnix™ oferece uma monitorização de desempenho completa e em tempo real para atletas e visitantes da montanha. Através das funcionalidades de volta e auto volta, bem como dos importantes dados tais como distância, velocidade vertical e ritmo, os utilizadores mais ambiciosos podem acompanhar o seu progresso durante o treino ao ar livre ou outras atividades de fitness. O fēnix™ é ainda compatível não só com o monitor cardíaco premium da Garmin, que disponibiliza a informação da frequência cardíaca, mas também com um sensor de velocidade/ cadência para indicar a velocidade, distância e cadência ao usar uma bicicleta. Todos os campos de dados exibidos são totalmente personalizáveis diretamente no relógio de pulso.
Feito para resistir às condições mais adversas
O fēnix™ foi construído para suportar as condições ao ar livre mais severas, combinando uma caixa de alta resistência para sobreviver a choques com uma lente de vidro mineral reforçado para resistir a riscos. Apresenta um grande display LCD com retroiluminação LED e uma robusta bracelete de poliuretano. O novo relógio GPS outdoor da Garmin tem resistência à prova de água até uma profundidade de 50 metros. No modo GPS, garante uma autonomia de até 16 horas. No entanto, e para uma liberdade ainda maior, o novo modo de UltraTrac® permite alargar a utilização do GPS até 50 horas (dependendo da configuração). No modo relógio, o tempo de vida útil da bateria do fēnix™ atinge no máximo seis semanas e as funções básicas incluem alarme, tons, alertas de vibração, temporizador, cronómetro e relógio mundial, com a capacidade de exibir vários fusos horários de uma só vez.
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O fēnix™ está ainda melhor
A Garmin levou o fēnix™ ao mais alto nível com a nova atualização em versão beta do software que adiciona funções ansiosamente aguardadas como treinos personalizados, cálculo de ritmo e distância em modo indoor sem necessidade de podómetro, função relógio inteligente através da qual o utilizador pode emparelhar o seu iPhone 4S ou superior e receber e ler notificações* diretamente no ecrã do relógio, tais como email, sms e chamadas. No entanto, a função relógio inteligente não funciona com sensores ANT+. Os sensores serão desligados ao tornar ativa a função das notificações. O Garmin fēnix™ está disponível a um preço de venda ao público recomendado de 399,99 euros. O tempeTM é um acessório opcional e tem um preço recomendado de 29,99 euros. A bracelete de poliuretano está disponível em verde azeitona ou laranja, sendo possível comprar opcionalmente uma pulseira em couro. Visualize todos os vídeos do fēnix™ no mini site, em: http://sites.garmin.com/fenix/?lang=pt&country=PT#begin
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Novo modelo de walkie talkie da Motorola o TLKR
T80 EXTREME
A Motorola é marca bastante reconhecida no fabrico destes equipamentos. O novo modelo com um desenho moderno e original é ideal para atividades de ar livre pois tem um alcance até 10 km*, mãos livres, função Vox com ou sem auriculares, activação por voz, etc. Pode beneficiar de conversações gratuitas, sem inscrições nem licenças. Muito fácil de usar e também aplicável em diferentes profissões (receções, grandes superfícies, hotéis, restaurantes, aeroportos, eventos desportivos, etc).
Características:
• Alcance até 10 km* • Mudança automática de canal • Autonomia em espera: 30 horas com pilhas AA e 14 horas com as baterias NiMh (incluídas) • Número ilimitado de utilizadores simultâneos • Função Vox mãos livres: activação por voz Para facilitar as suas comunicações, o Motorola TLKR T80 ativa-se automaticamente. Com um auricular /em opção pode comunicar mãos livres com toda a segurança. • Bloqueio de teclado • Indicador de nível de bateria • Roger Beep • Entrada auricular 1 pin • Vigilância quarto • Poupança de bateria • 10 melodias de chamada • Display LCD retroiluminado • Temporizador • Função desconexão automática/em espera • Função Scanner • Canais, Subcanais, Códigos 8- 121 • Frequência PMR446 • Resistente a salpicos de água • Dimensões: 57 x 171 x 40 mm • Peso: 140 g (sem baterias).
O walkie talkie Motorola TLKR T80 é compatível com todos os acessórios da gama TalkAbout da Motorola (Bolsas de proteção, kits). *Em condições ótimas de utilização e em terreno sem obstáculos. Note que o alcance pode variar com as condições de utilização e como ambiente físico. Vários fatores podem afetar o alcance, tais como o terreno, as condições meteorológicas, interferências eletromagnéticas, obstáculos de som, etc. O equipamento standard inclui: Uma mala de transporte entregue com os Motorola TLKR T80 Extreme, que permite transportar os walkies e os acessórios, a saber: 2 walkie talkies T80 Extreme; 2 correias; 2 auriculares; 1 carregador duplo; 2 clips de cintura PRVP € 129,00 (inclui Iva)
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crónica
Ruínas Romanas de Conímbriga
Crónica: António José Soares 18
POR TERRAS DE SICÓ Texto e fotografia: António José Soares
Sábado, o penúltimo de uma manhã bem fria de Dezembro, felizmente brindada com um sol radioso, embora com os termómetros a assinalarem temperaturas entre os 2 e 4 graus. O frio contudo não foi obstáculo e para acordar às sete da manhã, sair do conforto da cama bem quente e ir pedalar para terras de Sicó. Estava o encontro marcado para as 08:30, em Torres do Mondego, nas proximidades de Coimbra, mas como é habitual, não evitei os 15 minutos de atraso, já me aguardava o João Paulo na sua velhinha Toyota Hyace, o Paulo Cardoso e o Nuno Sérgio, foi chegar e aconchegar a bicicleta às de-
mais. Após breve paragem para café, pelas 09:20 chegámos ao parque de estacionamento do Museu das Ruínas Romanas de Conímbriga, local de partida da magnífica jornada de convívio que se antevia. Daqui seguimos pelo troço do Caminho de Santiago, em sentido inverso, principiando logo por uma pequena e ingreme descida até à pequena ponte sob o canhão fluviocársico do Rio dos Mouros secundada por pequena subida em terreno enlameado e por fim uma zona mais plana, rodeada de oliveiras. Prosseguimos no sentido inverso ao troço
Ponte sobre o canhão fluviocársico do rio dos Mouros
19
do Caminho Português de Santiago, percorrendo de seguida uma distância de cerca de 1 km até encontrar o Rio de Mouros à esquerda, já com alguma água. O percurso é de rara beleza, enquadrado por oliveiras e um ou outro carvalho cerquinho e pequenos rebanhos de ovelhas a acercarem-se das pastagens. Fomos acompanhando o rio e descemos até à aldeia do Poço, onde nos acercámos da margem, rodando por um trilho apertado, quase a beijar a água do rio, até chegar a Fonte Coberta, onde uma ponte seiscentista, de um só arco, nos prendeu alguma atenção.
Já dentro da aldeia desviámo-nos da via principal por um estreito e ingreme caminho em calçada, um pouco escorregadia, continuando a subida, agora em piso de terra, até meio da encosta. Aqui um medronheiro carregado de medronhos que forçou uma paragem obrigatória. O encontro com estes maravilhosos frutos silvestres recordou-nos um pouco diabruras da infância, em que calcorreávamos os bosques da Serra das Torres e Vale de Canas, em Torres do Mondego, próximo de Coimbra, na sua procura. O sol colaborou apresentando uma tonalidade radiosa e límpida contribuindo imenso
crónica 20
para o sucesso do passeio. Prosseguimos a subida para as aldeias de Serra de Janeanes e Chanca, entre muros de pedra. Na povoação da Chanca reabastecemos os cantis num fontanário e um pouco à frente contemplámos as admiráveis vistas para o vale onde se estabelecem, entre outras, as aldeias de Rabaçal, Zambujal e o Castelo do Germanelo. Da vegetação farta e não muito alta destacam-se ciprestes, oliveiras, pinheiros-bravos, alguns carvalhos e muitos carrascos que crescem nas encostas, um pouco e. Apesar das vistas soberbas sobre o vale, foi tempo de continuar pela estrada de terra, rodeada por farta vegetação destacando-se as oliveiras, ciprestes, e um ou outro carvalho. O caminho, de declive acentuado e curvas apertadas, possibil-
Rio dos Mouros
itou uma interessante descida até à aldeia do Rabaçal. Pedalámos para o centro do povoado, onde almoçámos. O repasto foi em jeito de piquenique no largo da aldeia, onde se improvisou a assadura de um chouriço em álcool, complementando-se a refeição com pão e queijo fresco do Rabaçal. Assim que se deu início à preparação do repasto, apresentou-se de imediato um convidado. Um pequeno e simpático cachorro preto, sempre disponível a apanhar alguma sobra. Atendendo à sua simpatia e perseverança, lá foi conseguindo arrancar um quinhão um pouco maior. No Rabaçal, não posso deixar de referenciar e recomendar uma visita ao “Cantinho da Clotilde”, pequeno restaurante familiar onde a chanfana, o cabrito, o borrego e o cozido à
No vale a aldeia do Rabaรงal e o Castelo do Germanelo
Uma Aroeira a pintar de vermelho a paisagem
21
crónica
Troço do Caminho Português de Santiago, próximo do Zambujal
portuguesa são servidos com qualidade e apreços muito convidativos. 22 Prosseguimos a jornada em direção ao Zambujal, com a envolvência da contagiante paisagem de beleza rara, por trilhos e ancestrais caminhos ladeados por muros de pedra, com predominante vegetação de oliveiras e onde abundam, mais dispersos, alguns pinheiros bravos, carvalhos cerquinhos e medronheiros, espalhados por zonas diferenciadas. Do Rabaçal para o Zambujal enveredámos novamente pelo troço do Caminho se Santiago, desta vez na direção certa, abandonando-o próximo da Fonte Coberta, para nos dirigirmos à Mata da Bufarda, de vegetação bastante mais densa, com predominância de pinheiros mansos e carvalhos cerquinhos em nítido contraste com a que encontrámos até aqui.
Nas proximidades do Zambujal cruzámonos com um rebanho de ovelhas, imagem típica destas paragens, onde se fabrica o excelente queijo regional, reconhecido como do Rabaçal. O passeio aproximava-se do seu termo, daí que abreviámos um pouco esta parte final, deixando a Mata da Bufarda e Alcabideque para outra ocasião. Assim, fomos ao encontro da velhinha Hyace, que nos aguardava em Conímbriga, não conseguindo disfarçar uma lagrimita nos olhos ante a nossa presença. A pé ou de bicicleta o Sicó é o cenário perfeitos para uma jornada de convívio entre amigos ou famílias que queiram experimentar um contacto profícuo com a natureza e pelo mundo rural, com diversidade de percursos assinalados, a que procuraremos voltar.
A seta a indicar a direção de Santiago de Co Caminho Português, à direita
Zambujal
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GR12 E7 “ROTA DA IDANHA”
PELAS ALDEIAS HISTÓRICAS TEXTO E FOTOGRAFIA: PAULA SUZANA DA SILVA CORREIA
A “ROTA DA IDANHA” FAZ PARTE DE UMA GRANDE ROTA, PERCURSO TRANSEUROPEU QUE, SE INICIA NA TORRE VASCO DA GAMA, EM LISBOA, ATRAVESSA TODA A EUROPA E TERMINA NA CIDADE ROMENA DE CONSTANZA, PRÓXIMO DO MAR NEGRO, APESAR DOS MAPAS APRESENTAREM A MARCAÇÃO DA GR 12 E7 ATÉ À HUNGRIA. É UM PERCURSO COM MAIS DE 6000 KM. A “ROTA DA IDANHA” É UM PERCURSO
PEDESTRE DE 80 KM. INICIA-SE EM IDANHA-A-NOVA, PASSA POR ALCAFOZES, IDANHA-A-VELHA, MONSANTO, PENHA GARCIA, MONFORTINHO E ATRAVESSA O RIO ERGES PARA A EXTREMADURA ESPANHOLA. ESTE PERCURSO DÁ LIGAÇÃO AO PR2 - “ROTA DA EGITÂNIA” E À GR22 “ROTA DAS ALDEIAS HISTÓRICAS”. NO INÍCIO DE 2013 FIZ PARCIALMENTE A “ROTA DA IDANHA” (23 KM), MAS EM SENTIDO INVERSO.
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25 A organização esteve a cargo do Núcleo de Caminhadas de Casegas (Covilhã). Iniciámos muito próximo da Barragem de Penha Garcia, onde foi possível admirar a paisagem, os moinhos, a piscina natural e as escarpas quartzíticas, local de escalada para muitos. Por isso mesmo, faz parte da rede do GeoPark da NaturTejo. Depois ao passarmos pela aldeia, vimos o castelo, a igreja matriz de portas abertas à espera de quem ia à missa, passámos também pelo pelourinho e claro, não podíamos continuar o percurso sem comprar um pão de Penha Garcia. Continuámos sempre com Monsanto, a aldeia mais portuguesa de Portugal, na nossa mira em grande plano. Fizemos uma paragem no Santuário da Srª. da Azenha para tomar o pequeno – almoço.
E depois seguimos e subimos para Monsanto, que faz parte da Rede das Aldeias Históricas de Portugal. Destaca-se na paisagem pelo seu desnível e formas graníticas. É uma aldeia de construção típica onde as grutas e penedos utilizam-se e servem de construção. As ruas são estreitas, cheias de histórias, arquitetura popular e muito para ver. Destaca-se o património religioso, as torres com as suas muralhas, o artesanato e a gastronomia. Nos pontos mais altos de Monsanto perdemse de vista os encantos de todo o concelho de Idanha – a – Nova e não só…
01 - Parque Icnológico de Penha Garcia 02 - Barragem de Penha Garcia 03 – Castelo
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04 - Monsanto à vista
Depois do almoço partilhado, onde foi possível comer de tudo: do doce ao salgado, do cru ao cozinhado, do artificial até ao mais tradicional e natural. Verdadeiro “banquete” diga-se de passagem. Esta é uma parte das caminhadas muito engraçada e interessante, o convívio, a partilha, a diversão e a expectativa na originalidade do que se traz para comer. De facto, para os portugueses socializar implica quase sempre comida e bebida típica e tradicionalmente portuguesa. Ainda bem…. Com a barriga cheia tomou-se um café tirado com a vagareza do costume…que espanta quem espera e está habituado a outro ritmo, fez-se uma breve visita a Monsanto, pois a caminhada ainda era longa e levou-se uma lembrança para mais tarde recordar. Quem vai a Monsanto tem de experimentar um Adufe e levar uma Marafona... Depois começámos a
descer em direção à antiga Egitânia Augusta no tempo dos romanos, a atual Idanha-aVelha. O percurso entre estas duas aldeias históricas é muito bonito, cheio de campos verdejantes e muros meticulosamente construídos. Ainda passámos pela aldeia do Carroqueiro. Na chegada a Idanha – a – Velha, os vestígios da presença de vários povos, religiões e culturas ao longo da história são bem visíveis. Curiosamente foi nesta aldeia onde vi mais gente, entre turistas, transeuntes e residentes. A entrada começa através das imponentes muralhas, com visita pelas várias capelas e pedras expostas no exterior. Ainda foi possível passar pela ponte romana onde passa o rio Pônsul, que combina em perfeita harmonia com a construção arquitetónica que define tão bem a aldeia de
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05 - Monsanto 06 - Monsanto. Muralhas, Castelo e Capela StÂŞ Maria.
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07 - Monsanto | 08 - Monsanto. Portão de Stº. António. | 09 - Monsanto. Calçada Romana. 10
10 - Monsanto. Capela de São Pedro de Vir – a – Corça.
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11 - Carroqueiro
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12 12 - Idanha – a – Velha
32 Idanha – a – Velha, tal como Monsanto, como Aldeia Histórica. O encerramento deste percurso de 23 km, que durou o dia todo, deu-se com um lanche partilhado num pequeno parque no
da descida de Monsanto em direção a Idanha – a – Velha, sobretudo na calçada romana) seja necessário e aconselhável levar a bicicleta à mão. Destaco também a
exterior das muralhas à entrada de Idanha – a Velha. Naquele momento, para nós, à saída de Idanha – a – Velha.
ruralidade impregnada em tudo e em todos: nos campos, nas construções, na qualidade dos produtos, na própria história de cada aldeia e dos seus habitantes. Felizmente, a hospitalidade, a forma de acolher e a simpatia fazem parte dos seus modos de vida, o que facilita as caminhadas a quem passa, pois o contacto entre habitantes e caminheiros é muito próximo. Dá vontade de voltar sem dúvida. O regresso a casa foi com vontade de fazer o restante percurso da “Rota da Idanha” e talvez um dia, quem sabe, fazer toda a GR 12 E7 de Lisboa a Constanza, principalmente para conhecer a sua origem e história.
CONCLUSÃO Foi um percurso de média dificuldade, com condições meteorológicas bastante favoráveis, contudo a sinalização foi difícil de encontrar em alguns cruzamentos, mas nada que assustasse um grande grupo de 100 caminheiros experiente e habituado a este tipo de aventuras. O sentido de orientação é quase natural e instintivo (mais ou menos). Pode também ser feito de bicicleta, embora em alguns troços (junto à Barragem de Penha Garcia e no início
13 - Idanha – a – Velha
14 - Idanha – a – Velha. Pedras Epigrafadas da Época Romana.
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15 - Idanha-a-Velha. Ponte Romana sobre o Rio Pônsul.
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INFORMAÇÕES ÚTEIS: Oferta Turística e Cultural, Património… www.cm-idanhanova.pt Contactos de Paula Correia: pupkys@gmail.com http://caminhadasculturaenatureza.blogspot.pt/
Mapa: Rota da Idanha Percurso Parcial
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cr贸nica
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UMA SEMANA AO RITMO DA BICICLETA. DE SETÚBAL A SAGRES, 320 KM DE PRAIAS E DE VIDA SAUDÁVEL. Parte IV de V – Da Zambujeira do Mar a Aljezur TEXTO E FOTOGRAFIA PAULO GUERRA DOS SANTOS / www.ecoviasportugal.pt
Para ler a Parte I (página 26) clique aqui Para ler a Parte II (página 30) clique aqui Para ler a Parte III (página 42) clique aqui Estamos no nosso quinto dia destas férias em bicicleta, o quarto a pedalar uma vez que ficámos em Vila Nova de Milfontes por duas noites para usufruir do descanso e serenidade do Alentejo Litoral. Estamos prestes a arrancar hoje de Zambujeira do Mar até Aljezur. Uma etapa curta com menos de 50 km onde deixaremos para trás o Alentejo entrando no reino dos Algarves,
pelo que se prevêem novas descobertas e visitas a vilas típicas. Depois de um pequeno-almoço reforçado, a saída de Zambujeira faz-se para sul e começa logo bem: com uma subida. E uma vez que os nossos músculos e articulações ainda não aqueceram o suficiente, optamos por levar as bicicletas à mão. É íngreme esta encosta, com a estrada revestida em blocos de betão perfurados.
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“Grelhas de Enrelvamento” é o nome técnico, uma vez que este tipo de pavimento permite que as ervas cresçam nos espaços vazios e que uma parte da água da chuva seja drenada pelo próprio solo. Graças a este tipo de pavimento, o pouco tráfego automóvel que por aqui passa é estimulado a fazê-lo em velocidade mais reduzida, o que nos dá um certo nível de conforto quanto ao risco de acidente rodoviário. Chama-se a isto, medidas de acalmia de tráfego e são cada vez mais as estradas onde estas medidas são aplicadas. 5 minutos com as bicis pela mão e logo chegamos ao topo da encosta bem como ao início de largos estradões em macadame. Pedalamos alguns quilómetros em plano e surge uma descida íngreme, que nos levará até à Praia do Carvalhal. Vale a pena a visita a esta praia, ainda deserta a esta hora e coberta com uma neblina matinal. Bom,
deserta não é bem assim, uma vez que já cá está o nadador-salvador a hastear a bandeira e um casal com um cartaz a anunciar que se fazem massagens tailandesas. Até que ia uma, mas depois não sei se teríamos pernas para o resto da etapa. Seguimos assim a pedalar o mais junto possível ao Atlântico e por isso temos de atravessar alguns vales escavados pela erosão das águas, com algumas descidas e subidas. Fora isso, pedalamos em zona de planalto. E é num que pedalamos agora em direção à Azenha do Mar, uma aldeia pacata de pescadores com vista para as falésias atlânticas escarpadas e rochosas, e que além disso tem um belo café, ponto de apoio fundamental para quem viaja em bicicleta. Depois de apreciarmos a vista aproveitamos para reforçar energeticamente, uns com cafeína e outros com cereais
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fermentados em estado líquido. Bolos e doces regionais ajudam a compor esta paragem técnica altamente calórica, fundamental para quem despende energia como nós. À saída da Azenha do Mar alguns populares desejam-nos boa viagem e um cachorro decide seguir-nos durante alguns quilómetros. Chegamos a temer que nos quisesse acompanhar o resto da viagem, mas umas festas no cachaço e algumas palavras de ordem são o bastante para o fazer voltar para trás e deixar-nos seguir a nossa viagem. Nestes planaltos abundam estufas de culturas diversas, ligadas entre si por estradas de asfalto quase sem trânsito automóvel. Percebe-se que são caminhos agrícolas, mas que provavelmente a pedido dos agricultores e lavradores foram asfaltados. Não têm qualquer tipo de sinalização vertical ou horizontal e são caminhos sinuosos,
com curvas em cotovelo. Excelentes, portanto, para quem pedala. Sem grande esforço alcançamos a Praia de Odeceixe e logo de seguida a vila que lhe dá o nome. Entrámos finalmente no Algarve e por isso aproveitamos, mais uma vez, para parar numa tasca. Desta vez sabemos muito bem o que queremos: a tradicional, doce e bem energética Delícia de Alfarroba, Amêndoa e Figo, três dos frutos mais comuns deste reino. Para quem não conhece, a Alfarroba é um fruto com sabor intenso a chocolate. E para além destes frutos, esta delícia leva também mel. Obrigatório provar. E nem sequer temos de nos preocupar com as calorias. Elas vão ser todas queimadas já de seguida. Odeceixe desenvolve-se ao longo de uma colina e nós estamos na parte baixa. É de tal forma íngreme que mais uma vez lavamos
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as bicicletas à mão. Alguns locais observamnos com ar de pena. Mas compensa: no topo espera-nos um moinho recuperado para visitar, além de uma vista soberba sobre o vale e a imensidão de verde que circunda esta bonita e pacata vila, com o casario de piso térreo todo caiado de branco e os telhados tradicionais em telha a forrarem de vermelho as coberturas da aldeia. Para compor o cenário de vila típica, observa-se um conjunto interessante de antenas de televisão, quase que a dar a ideia que a televisão por cabo ainda aqui não chegou. Um paraíso ideal para descanso da grande cidade e fuga da rotina diária. Espera-nos por fim mais uma surpresa: um longo canal de rega. Curiosamente tem placas a indicar que vai dar direitinho a Aljezur, o nosso destino a cerca de 20 km daqui. Por isso, e contrariando as indicações de algumas placas
de aviso, decidimos fugir ao trilho original que descarregámos para o GPS e pedalar nos caminhos laterais ao canal. De resto eles estão englobados nas Rotas de Caminhos Pedestres. Sabemos que o risco de queda ao canal é real mas este tem pouca profundidade e a velocidade de escoamento é reduzida. Como somos muitos, confiamos que se algum de nós cair será fácil de lá sair com trabalho de equipa. Pedalar ao longo de linhas de água, ribeiras, rios ou albufeiras é das experiências mais marcantes numa viagem em bicicleta. Circular ao longo de canais de rega provoca-nos emoções semelhantes pela beleza do espelho de água, por penetrarmos nos terrenos agrícolas com as mais variadas culturas e pelo contacto com a natureza. Tudo isto num caminho em terra batida, sem qualquer tipo de tráfego de veículos automóveis. LINDO!
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crónica
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42 Os últimos quilómetros são feitos numa estrada asfaltada de reduzido tráfego. Chegámos a Aljezur. Normalmente, a primeira coisa que queremos fazer quando terminamos a etapa do dia é almoçar. Escolhemos por isso um restaurante no centro, lambuzamo-nos em entradas diversas, pão da região e azeitonas, pratos de carne e peixe, sobremesas deliciosas e café. Só depois do estômago aconchegado é que vamos ao albergue para largar a carga e tomar um duche. Para preencher o resto do dia alguns de nós decidem ir à praia, a cerca de 7 quilómetros da vila. Vale a pena quer pela envolvente cénica ao caminho, quer pela praia. Outros decidem dar uma volta pela vila. Tem um mercado catita de fruta, legumes e peixe fresco. Neste dia tivemos a oportunidade de ver um tubarão que se deixou apanhar pelas redes
dos pescadores. A vila tem também um castelo, bonito de visitar, com uma vista deslumbrante para o vale e terrenos agrícolas cá em baixo, cultivados de milho. Hoje deitamo-nos cedo. Não porque estejamos cansados, mas porque a expectativa para o dia de amanhã é grande. A última etapa desta viagem turística irá levar-nos a uma das zonas mais belas de Portugal: a Carrapateira, com as suas praias e falésias. Sem contar com o caminho para lá chegar, quase sempre em estradões pelo interior de pinhais e eucaliptais, em ambientes de serra. NÃO PERCA NA PRÓXIMA EDIÇÃO DA REVISTA PASSEAR O RELATO E FOTOS DESTA VIAGEM EM BICICLETA ATÉ SAGRES, NA ETAPA ENTRE ALJEZUR E SAGRES.
Pode visualizar mais fotos bem como os trilhos do troço 1-20 da Ecovia do Atlântico em: www.ecoviasportugal.pt Legendas: 1 – Caminho, Praia do Carvalhal 2 – Atlântico e falésias, Azenha do Mar 3 – Praia da Odeceixe 4 – Ribeira de Odeceixe 5 – Vila de Odeceixe 6 – Canal de rega, Odeceixe 7 – Caminho junto a canal de rega, Odeceixe 8 – Caminho junto a canal de rega, Odeceixe 9 – O grupo próximo de Aljezur 10 – Mercado tradicional em Aljezur
CRÓNICA:
MONTE PERDIDO EXTREM IV
... OU O FIM DA AVENTURA DE UMA VIDA... TEXTO E FOTOGRAFIA: JOSÉ CARLOS CALLIXTO / http://porfragasepragas.blogspot.pt
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Etapa 4 (2ª feira 8 de Julho): Góriz - Fuen Blanca - Collado de Añisclo - Pineta (15km) Duração: 10 horas Altitude mín.: 1240m (Rio Cinca) / Desnível positivo: 1.563m Altitude máx.: 2453m (Collado de Añisclo) / Desnível negativo: 2.502m MANTENDO-SE DOIS DOS QUATRO ELEMENTOS DA EQUIPA NA INTENÇÃO DE SUBIREM AO CUME DO MONTE PERDIDO, A ÚLTIMA “ETAPA” DESTE MONTE PERDIDO EXTREM TINHA DE COMEÇAR BEM CEDO. POUCO DEPOIS DAS SEIS E MEIA DA MANHÃ, COM O VALE DE ORDESA AINDA NAS SOMBRAS, OS DOIS “PROFISSIONAIS” DA MONTANHA INICIARAM A ASCENSÃO; ESTE QUASE SEXAGENÁRIO E A MAIS JOVEM DO GRUPO ... INICIARAM AQUELA QUE SE VIRIA A REVELAR UMA FABULOSA CAMINHADA DE REGRESSO A PINETA. TEXTO E FOTOGRAFIA: José
Carlos Callixto / http://porfragasepragas.blogspot.pt
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Para o regresso a Pineta, a organização do Monte Perdido Extrem indicava duas variantes: pela Punta Olas, com menos desnível, ou por Fuen Blanca, descendo ao fundo do Canyon de Añisclo, com muito mais desnível, já que depois ambas as alternativas se encontram no Collado de Añisclo, para iniciar a vertiginosa descida para o vale do Cinca. Cansados de neve e sabendo de bosques e sucessivas cascatas ao longo do percurso de Fuen Blanca, eu e a Cristina não nos intimidámos com os desníveis e optámos por este último ... e não nos arrependemos!
^ Aí vão os “profissionais”, a caminho do Monte Perdido ^ Um último olhar ao altiplano de Góriz… ^ Primeiras águas no Collado de Arrablo, a 2240m alt.
Do alto do Collado de Arrablo (2345m) a Fuen Blanca (1660m), descemos quase 700 metros ... para depois subirmos 800 metros para o Collado de Añisclo (2453m) ... e descermos finalmente mais de 1200 metros para o Rio Cinca (1240m). Segundo o próprio Monte Perdido Extrem ... esta última etapa era um teste a nuestras rodillas... Felizmente que nuestras rodillas (joelhos) funcionaram bem ... e este foi realmente um
percurso fabuloso. Barrancos profundos, imponentes e sucessivas cascatas, bosques que nos ofereciam saborosas sombras e a magia dos sons das águas e das aves, tudo nos envolvia aos dois num perfeito e místico paraíso, no qual a qualquer momento não nos admiraríamos de ver pairar fadas e duendes por entre a ramagem, sobrevoando as águas e os vales. Collado de Arrablo (2345m alt.)
46 Vamos começar a descer o Barranco de Arrablo
Pouco abaixo dos 1700 metros de altitude, encontrámos a pequena cabana de Fuen Blanca, um saboroso descanso no meio daquele paraíso, quase a entrarmos no Canyon de Añisclo, aberto pelas águas do Rio Bellos. Antes das dez da manhã, estávamos em Fuen Blanca, lá onde o Barranco de Arrablo se precipita no Rio Bellos e se abre no espectacular Canyon de Añisclo ... prontos para recomeçar a subir. Pelas nossas contas, os nossos companheiros deveriam estar no Monte Perdido, mas não tínhamos forma de comunicar e de saber do êxito da sua missão. A subida do Canyon de Añisclo, rumo ao Collado do mesmo nome, é qualquer coisa de espectacular! De todas os imponentes paredões rochosos se precipitam cascatas, que juntam as suas águas no Rio Bellos. O
trilho, sempre muito bem assinalado, faz-se comodamente e, àquela hora, quase sempre à sombra. Não sabemos como seria o percurso pela Punta Olas, muito mais acima e com menos desníveis ... mas abençoámos a opção tomada de conhecer este autêntico santuário da Natureza. Cerca dos 1950 metros de altitude ... a neve voltou; troços pequenos, sem necessidade de crampons. Algumas das manchas de neve ... rodeámo-las pela rocha! A panorâmica que íamos ganhando para trás, para o Canyon, tornava-se cada vez mais espectacular. Mas dos lados do Monte Perdido vinham núvens; onde andariam os nossos dois companheiros?... Cinco minutos antes da uma da tarde estávamos no Collado de Añisclo, de novo a 2453 metros de altitude. Uma língua de neve marcava a cumeada. Para sudoeste,
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A magia do bosque, abaixo já dos 1800m alt.
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Fuen Blanca, confluência do Barranco de Arrablo no Rio Bellos
Cabana de Fuen Blanca
Se o Paraíso existe ... nós estávamos literalmente
Fuen Blanca (1660m alt.)
49 Fuen Blanca, รกguas do Rio Bellos
Come巽amos a subir o Canyon de A単isclo, ao longo de uma sucess達o de cascatas imponentes.
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O Canyon de A単isclo ia ficando para baixo ...
Um “voo” sobre as águas do Canyon de Añisclo.
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O vale de A単isclo visto dos 2000m de altitude. Ainda faltam mais de 400 metros para o Collado...
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Dos lados do Monte Perdido ... vinham nuvens. Onde andariam os nossos dois companheiros?...
No Collado de Aùisclo (2453m alt.), com uma impressionante panorâmica sobre o vale do Cinca e os Llanos de La Larri
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Em voo livre sobre o Collado de Añisclo e o Vale de Pineta. Que bom seria continuar...
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Os nossos dois heróis na Escupidera e no cume do Monte Perdido (3355m alt.) (Fotos de Ramiro Gameiro Jorge)
Há que iniciar a descida, atrás de um grupo espanhol que igualmente viveu a aventura do Monte Perdido Extrem
o impressionante canhão de Añisclo que deixávamos para trás; para norte e nordeste ... bem, a nossa respiração parou! De repente, para lá da pequena língua de neve, abriuse-nos uma autêntica vista aérea do vale de Pineta e do Rio Cinca! Que impressionante panorâmica! Num raio de quase 180 graus, percebia-se à nossa esquerda o Balcón de Pineta e a Brecha de Tucarroya. Mais abaixo, os Llanos de La Larri; em frente, a barreira de montanhas da encosta norte do vale. E bem lá em baixo, 1200 metros abaixo de nós, numa quase e impressionante vertical, corriam as águas do Cinca. Se a missão tinha tido sucesso e as contas deles e nossas batiam certas, os nossos dois companheiros já deveriam ter regressado do Perdido e deveriam estar no percurso pela Punta Olas, que no troço final vem ter igualmente ao Collado de Añisclo. Mas ... não havia rede móvel. Só mais tarde, algumas horas depois, recebemos finalmente uma mensagem SMS a dizer ... “Perdido conquistado”! Decididamente, tínhamos na equipa dois “profissionais” da montanha... A descida do Collado de Añisclo para o vale de Pineta (1200 metros de desnível em pouco mais de 4km) é um verdadeiro teste de resistência às “rodillas”... J. Mas também é uma espectacular “aventura” de descoberta permanente! Curvas e contracurvas de um trilho mais que sinuoso, pedra solta, troncos ... mas uma experiência fabulosa e inesquecível! Ao entrarmos na zona arborizada, parecia faltar-nos já pouco para o vale ... mas o GPS marcava bem que ainda estávamos acima. A dureza da descida preocupava-nos, não por nós, mas pela hora tardia a que os nossos dois companheiros a iriam fazer, tanto mais
que tínhamos perdido de novo o contacto com eles. Por entre a ramagem e alguns tufos floridos, nós continuávamos num permanente zigzag ... para baixo, sempre para baixo. Pelas quatro da tarde, preocupados com os nossos companheiros mas felizes por as nossas “rodillas” terem passado bem o teste, com os olhos e a alma cheios das autênticas vistas aéreas que se nos tinham deparado ... chegámos ao vale! E, ao chegar ao vale ... tivemos uma muito grata e feliz “aparição”: o nosso companheiro que teve a coragem de desistir na hora certa, no momento certo, no primeiro dia ... tinha vindo ao nosso encontro! Surgido das árvores e das águas do Cinca, o amigo Zé Manel ali estava, para nos receber aos dois, no final desta fabulosa aventura. No final? Não, o final só seria depois de atravessar o rio a vau, com uma corrente bastante impetuosa! Só bastante tempo depois de chegarmos a Pineta e a Bielsa conseguimos de novo contactar os nossos dois “conquistadores” do Monte Perdido. A jornada foi, segundo os próprios, bastante dura ... levando-os a fazer grande parte desta descida do Collado de Añisclo já de noite! Chegaram ... quase à meia noite! Em Bielsa, mesmo antes deles chegarem ... brindámos ao sucesso da nossa equipa com um belo de um Gin tónico ... que andei a desejar em cada um dos três refúgios onde pernoitámos na fantástica aventura que tínhamos acabado de viver! O que dizer mais desta aventura? Que pouco mais de um mês antes dos 60 anos, vivi sem dúvida a maior “aventura” da minha vida! Liguei o vale de Pineta ao de Gavarnie, atravessei a mítica Brecha de Rolando, entrando por ela de novo em
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Barranco de La Solana
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Rio Cinca (1240m alt.); descemos 1200 metros desde o Collado de Añisclo ... e tivemos uma receção muito especial!
Circo de Pineta ... onde tudo começou!...
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Refúgio de Pineta, 8.07.2013, 16:40h - a felicidade nos rostos, no fim da aventura de uma vida!
58 “sobrevoei” o vale de Ordesa, desci ao Canyon
de Añisclo, voltei a subir ao Collado do mesmo nome, para enfim voltar numa vertiginosa descida ao vale de Pineta. Foi duro? Foi! Principalmente o primeiro dia e, para mim, as travessias laterais em neve! Mas também tive a surpresa de ouvir da boca de um “profissional” das caminhadas de montanha e da neve … que algumas etapas desta travessia foram mais duras do que a subida ao Kilimanjaro! Não cheguei a subir ao cume do Monte Perdido, mas não fiquei frustrado por não ter “conquistado” o cume. O que vivi foi a concretização de um sonho de 30 anos. Ficaram guardadas em mais de mil fotos e vídeo - mas principalmente na minha memória visual - panorâmicas de cortar a respiração; andei horas e horas na neve; comi neve para matar a sede; partilhei sensações, emoções, momentos inesquecíveis. Foram essas sensações e esses
momentos que procurei partilhar nestes quatro posts. Obrigado a todos os que tiveram a paciência de me ler e de ver as fotografias … e daqui a algum tempo o filme. Mas um obrigado muito especial e muito grande aos meus 7 companheiros desta fantástica “aventura”: aos 3 que a completaram comigo, aos restantes 3 que ficaram no “acampamento base”, em Bielsa (incluindo a minha “companheira especial”) … e, claro, a quem teve a coragem de desistir já depois de ter iniciado a “aventura”, na altura certa, no momento certo. Excepto este último (que já conhecia há mais tempo), partimos para os Pirenéus como simples conhecidos, com quem tinha feito uma ou duas caminhadas simples. Regressámos … como grandes amigos, que jamais se esquecerão e às
emoções vividas antes, durante e depois da “aventura”! É a magia da montanha! É a união de uma paixão, de uma paixão pela Natureza, pelos grandes espaços … mas também pela sã e verdadeira construção de amizades … de uma paixão pela vida! Obrigado Zé Manel, Cristina, Anabela, Ramiro! Obrigado Lourdes e Anabela! Obrigado … Lala! Bielsa, 8.07.2013, 20:10h - Este Gin ... andou a ser desejado durante os 4 dias do Monte Perdido Extrem ... (Foto: Cristina Ferreira)
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