Revista Passear Versão Gratuita Nº38

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Nº. 38 . Ano IV . 2014 . PVP: 2 € (IVA incluído)

passear sente a natureza

CONHECER

Parque do

Monteiro Mor

DESCOBRIR

Rio Maior

CRÓNICA

Caminhos de Fátima

EQUIPAMENTO

GR28

Por montes e vales de Arouca

Relógio fénix™ e Special Edition Bolsa para smartphones Carregar portátil

Destino

Açores


Correspondência - P. O. Box 24 2656-909 Ericeira - Portugal Tel. +351 261 867 063 www.lobodomar.net

Destino Açores www.passear.com

Director Vasco Melo Gonçalves Editor Lobo do Mar Responsável editorial Vasco Melo Gonçalves Colaboradores Catarina Gonçalves, Luisa Gonçalves.... Publicidade Lobo do Mar Contactos +351 261 867 063 + 351 965 510 041 e-mail geral@lobodomar.net

Grafismo

Contacto +351 965 510 041 emal: anagoncalves@lobodomar.net www.wix.com/lobodomardesign/comunicar

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Nesta edição da revista Passear dedicamos um espaço significativo ao Destino Açores. Tive a oportunidade de visitar parte do arquipélago durante uma semana para “descobrir” o potencial que estas ilhas têm para a prática de atividades de ar livre. Esta semana serviu apenas para confirmar aquilo que eu já sabia fruto das minhas anteriores visitas, os Açores são um destino completo para os amantes de Natureza. Os cerca de 70 percursos sinalizados e homologados, só por si, são argumentos fortes mas, os Açores têm ainda para oferecer a observação de cetáceos, passeios de bicicleta, circuitos de navegação à vela, canyoning. Esta diversidade de oferta permite, a quem visita o arquipélago, ter uma experiência completa. Como refiro no artigo o Paraíso Existe e está localizado no arquipélago dos Açores. Bons passeios.

Registada na Entidade Reguladora para a Comunicação Social sob o nº. 125 987 Direitos Reservados de reprodução fotográfica ou escrita para todos os países

Capa Fotografia

Reportagem: Açores (pág. 12)

Diretor vascogoncalves@lobodomar.net


Edição Nº.38

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Versão completa paga

gratuita

Sumário 04

ASSINATURA Passear

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Atualidades

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Destino: Açores

O Paraíso Existe!

38

Caminho Português de

Santiago pela Costa

44

GR28 Por Montes de Vales

de Arouca (2º Dia)

54

Crónica: Novos trilhos...

Nos caminhos de Fátima

66

Parque de Monteiro Mor

Um tesouro ou mesmo

um segredo por descobrir

76

Destino Concelho de Rio Maior

Villa romana e Salinas sem mar...

66

88 Equipamentos

Tenha acesso à versão compl eta da rev ista pa s s ear por ap enas 1 €

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76 88


Nº.17 . Ano II . 2012 . PVP: 2 € (IVA incluído)

edição digital

passear by

sente a natureza

Rota dos Moinhos Crónica

Ruta de los Túneles Destinos

Parque das Necessidades Mata Bom Jesus do Monte

Equipamento

Mochila Deuter Futura 28 Washington Summit Bobble, a garrafa

Nº. 5

Nº. 6

Nº. 17

Nº. 18

Nº. 19 Nº. 24 . Ano III . 2013 . PVP: 2 € (IVA incluído)

passear by

sente a natureza

EQUIPAMENTOS

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De Óbidos a Torres Vedras

PR6 VLR Rota das Conheiras

Caminho Português Interior de Santiago (1ª Parte)

Caminhada Piódão - Foz d´Égua - Piódão

Nº. 20

Nº. 21

Nº. 22

Nº. 23

Nº. 25

Nº. 26

Nº. 27

Nº. 28 Nº. 29

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Nº. 24

Nº. 34


assinatura

1€ por revista ASSINE JÁ Pagamento através do PayPal de 12€ que corresponde à assinatura de 12 edições da revista digital Passear. ou Transferência bancária para a conta do BPI 0010 0000 75906740001 04 em nome de LOBO DO MAR SOCIEDADE EDITORIAL LDA, enviar comprovativo por email para geral@lobodomar.net com nome completo, morada e número de contribuinte.

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passear nº 38


atualidades

TRILHO DAS BRUXAS NO GERÊS A 31 de Outubro, no Gerês, vai realizar-se o evento “Trilho das Bruxas”. O programa inclui uma caminhada noturna na zona de Campo do Gerês, próxima ao Núcleo Museológico de Vilarinho da Furna, com uma duração aproximada de 90 minutos e de nível de dificuldade baixo, a recriação de uma lenda que versa sobre o aparecimento de uma luz misteriosa que inquietava a população local e uma queimada com esconjuro e animação à mistura. Para os interessados, informação completa pode ser consultada em www.geres.pt

HAGLÖFS CONTINUA A GANHAR PRÉMIOS 6

A marca de produtos outdoor Haglöfs ganhou mais um prémio de design, atribuido pela indústria no OutDoor Friedrichshafen, com o seu novo saco-cama - L.I.M DOWN. Com apenas 473 gramas (195 cm, +1º T limit) é o mais leve saco-cama do mundo e deverá estar no mercado na primavera/ verão de 2015.

A DESCUBRA MINHO ESTARÁ PRESENTE NO WORLD TRAVEL MARKT EM LONDRES A Descubra Minho estará presente na Feira de Turismo de Londres (WTM) de 4 a 6 de Novembro de 2014. A empresa vai apresentar aos operadores internacionais a oferta turística para o ano de 2015, que passa por apostar em semanas de férias na região do Minho.


PASSEIO FOTOGRÁFICO PELO “CAMINHO DA TELHADA”

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Vila Velha de Rodão, Passeio fotográfico pelo “Caminho da Telhada” no dia 18 de Outubro. E o já famoso Passeio Fotográfico em Vila Velha de Rodão de Outono está de volta, desta vez em Perais, no Caminho da Telhada e rio Tejo! A orientação e conceção são da Fotografar Ideias. Esta atividade é dirigida a qualquer pessoa que goste de fotografia e pretenda aprofundar os aspetos criativos, independentemente das temáticas preferidas e do tipo de equipamento que possua. Material fotográfico aconselhado: máquina

fotográfica reflex ou compacta, lente grande angular e lente média, flash e tripé. Sessão noturna: + lanterna, cabo disparador e relógio e agasalho para o frio! A Inscrição é gratuita, mas obrigatória! Esta atividade inclui: acompanhamento de fotógrafo profissional. É Opcional: o Almoço, o Passeio de Barco e o Jantar. A reserva e pagamento são realizados antecipadamente! Limite de inscrições: 20 participantes (inscrições por ordem de chegada) Informação e Inscrições: 962943454, fotografarideias@gmail.com


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FESTIVAL BIKE EM SANTARÉM

O Festival Bike Portugal, evento que decorre no Centro Nacional de Exposições, em Santarém, entre 17 e 19 de Outubro, vai ser palco de diversas atividades, proporcionando aos visitantes uma escolha ampla e variada de carácter lúdico e competitivo. Milhares de atletas estarão em competição durante as várias provas que decorrem durante o evento que é o espaço privilegiado para conhecer as novidades do mercado e um ponto de encontro para todos aqueles que de forma profissional, desportiva ou de lazer estão ligados a este ramo. Neste âmbito, realce para a 10ª Maratona BTT que decorre no dia 18, este ano denominada Maratona FestivalBike Liberty. Na edição de 2014 a organização introduziu na zona de chegada e partida uma Fan Zone com jogos para crianças, pinturas e outros divertimentos de forma a que as famílias possam passar o dia de forma agradável enquanto esperam pelos participantes, familiares ou amigos. As inscrições ainda se encontram abertas e os interessados poderão obter mais informações em http://www.maratonafestivalbike.com. O 4º Downhill Festival Bike decorrerá

também no dia 18. Os treinos livres têm início às 10h00 e o desafio começa às 14h00. Cadetes, Juniores, Elites, Master 30, Master 40, Master 50, Femininos e Promoção são as categorias em prova. Os 1º, 2º e 3º lugares de cada categoria terão direito a prémios. Para mais informações os interessados deverão contactar a B.A.D.A - Bike Associação Desporto e Aventura através do telefone 914 641 403, e-mail geral@bikeaventura.com ou do sitio www.bikeaventura.com. No dia 19 realiza-se o 7º Mega Passeio de Cicloturismo Lisboa / Santarém iniciativa promovida pela Federação Portuguesa de Cicloturismo e Utilizadores da Bicicleta (FPCUB). As inscrições são gratuitas para os sócios da Federação Portuguesa de Cicloturismo e Utilizadores da Bicicleta (FPCUB) e já estão abertas a todos os interessados e podem ser efetuadas em https://app.weventual.com/ detalheEvento.action?iDEvento=1267. Uma das atividades mais esperadas da participação da Federação Portuguesa de Ciclismo no Festival Bike é o Passeio das Duas Pontes, que vai realizarse na manhã do dia 19 de Outubro. A participação é gratuita, mas carece de inscrição prévia. Todos os participantes têm direito a uma entrada gratuita no Festival Bike. As inscrições já estão abertas em http://www.uvp-fpc.pt/registo_ evento_prova.php Horários: Sexta-feira, 17/10: 10h00 às 17h (Profissionais) Sexta-feira, 17/10: 17h às 20h (Público em Geral) Sábado, 18/10: 10h às 20h (Público em Geral) Domingo, 19/10: 10h às 20h (Público em Geral)


CAMPANHA ESPECIAL DE BINÓCULOS STEINER A marca alemã de binóculos Steiner, através do seu distribuidor nacional Nautiradar, lançou uma campanha especial dedicada aos seu modelos de birdwatching. Nas gamas Sky Hawk Pro e Discovery poderá adquirir binóculos com um desconto que poderá ultrapassar os 25%. A campanha é válida até ao próximo dia 15 de Novembro de 2014.

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MADEIRA RECEBE MAIS UM GALARDÃO Reserva Natural desde 1995, as ilhas Desertas receberam, no início de setembro, o Diploma Europeu do Conselho da Europa para as Áreas Protegidas, um galardão que atesta o trabalho de recuperação e proteção daquele espaço ao longo das últimas décadas. Este diploma vem juntar-se a outro, o de Reserva Biogenética pelo Conselho da Europa, recebido em 1992. O Diploma Europeu tem uma validade de 5 anos e, desde 1965, já foi atribuído a 73 áreas protegidas espalhadas por 29 países europeus.

Atualmente abrange uma ampla variedade de áreas geográficas que se estende desde a ilha de Fair, nas ilhas Shetland (nordeste da Escócia), ao Parque Nacional Teberda, no Cáucaso Russo, A Reserva Natural das Desertas tem uma área total de 12.586 hectares e é o local onde diversas espécies protegidas da fauna madeirense encontram refúgio: o Lobo-marinho e algumas aves, como a Freira do Bugio e a Alma-negra. Conheça mais sobre este espaço natural em: www.visitmadeira.pt/pt-pt/a-madeira/natureza/fauna-e-flora-das-desertas


atualidades

PROJETO TASA APRESENTA SELIM EM CORTIÇA

A nobreza e suavidade da cortiça, um material natural, serve de cobertura ao selim de molas. A sua durabilidade é garantida por uma proteção com cera natural de abelha. A cortiça confere ergonomia, conforto e requinte ao assento da sua bicicleta e comprova a versatilidade deste material 100% ecológico e português. Materiais e Técnicas: Cortiça Artesãos: António Luz (Cortiça) + Tabor (Metal) Design: Proactivetur_ Joana Cabrita Martins Mais informações: http://www.projectotasa.com/selim-em-cortica/

ALGARVE NATURE WEEK EM 2015 10

A Algarve Nature Week decorrerá de 11 a 19 de Abril de 2015, num total de 9 dias dedicados ao Turismo de natureza no Algarve. Durante o evento, serão disponibilizadas por toda a região ofertas especiais de turismo de natureza. O site www.algarvenatureweek.pt será o suporte comunicacional de todo o evento e divulgará os programas

propostos pelas empresas aderentes. Poderão participar na Algarve Nature Week, os Agentes de Animação Turística (operadores marítimo-turísticos e empresas de animação turística) e as unidades de alojamento das tipologias Turismo de Habitação (TH) e Turismo no Espaço Rural (TER) que apresentem um programa de atividades/serviços a comercializar durante a “semana”.


FOTOGRAFIA: Peneireiro Torres da autoria Luís Quinta

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reportagem 12

DESTINO: AÇORES

O PARAÍSO EXISTE! Texto e fotografia: Vasco de Melo Gonçalves

DURANTE UMA SEMANA CAMINHEI NO ARQUIPÉLAGO DOS AÇORES INTEGRADO NUM GRUPO INTERNACIONAL NO ÂMBITO DUMA PRESS TRIP QUE TINHA POR FINALIDADE PROMOVER OS AÇORES COMO UM DESTINO DE CAMINHADAS E DE NATUREZA.

As ilhas de São Miguel, São Jorge, Faial e Pico foram as escolhidas pelo Turismo dos Açores para esta ação de promoção. Estou convencido que os Açores são um dos melhores destinos de Cami-nhadas e de Natureza de Portugal. É uma região que para além da sua beleza natural possui uma variedade cultural importante, o clima é bom (um pouco ao contrários do que


São Miguel, a ilha verde São Jorge, a ilha castanha Faial, a ilha azul Pico, a ilha cinzenta

os continentais pensam), gastronomicamente é muito forte, a sensação de segurança é permanente e possui uma boa rede de comunicação entre ilhas (aviões e barcos). Estes requisitos são mais do que suficientes para que os Açores se imponham como um destino mundial para os amantes da Natureza. Para o mercado nacional, o preço dos voos entre o continente e os Açores continua a ser elevado o que poderá desmotivar os potenciais visitantes continentais. A oferta, no que diz respeito às caminhadas, está bem estruturada e quem visita os Açores tem cerca de 70 percursos sinalizados e homologados.

Pelo que me foi dado a observar, as propostas de percursos foram elaboradas para agradar a um largo espetro de caminhantes devido aos diferentes graus de dificuldade existentes e à diversidade temática dos mesmos. As propostas de percursos, na sua maioria, são acessíveis e podem ser efetuadas em família. Notei também que os restaurantes promovem o produto açoriano de qualidade e inovam ao nível da conceção dos pratos tradicionais. O serviço é genericamente de qualidade mesmo, nas localidades mais “escondidas”. Outro fator importante na captação do turista de Natureza é a diversidade de oferta que o arquipélago dos Açores tem. O cliente de caminhadas poderá facilmente alternar a sua atividade principal com a observação de cetáceos e de aves, mergulho ou mesmo velejar. Como referi no título do artigo o paraíso existe e está situado no arquipélago dos Açores! Penso que o próprio Raúl Brandão já o tinha descoberto em 1926 quando publicou o livro “As Ilhas Desconhecidas”, resultado de uma viagem de barco que fez aos Açores. Veja o depoimento de Rui Amen sobre os Açores: http://youtu.be/CdKmeDjEeck?list=UU4xiw6Ip9_ Rl77_Xwz5F7gg

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S達o Miguel, a ilha verde

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SÃO MIGUEL, A ILHA VERDE São Miguel é, para mim, uma das ilhas que mais me cativa em todo o arquipélago dos Açores. Esta atração vem da diversidade de paisagens que a ilha oferece e dos inúmeros pontos de interesse que proporciona. A abordagem que o Turismo dos Açores escolheu nesta press trip foi interessante. Se por um lado o tema principal eram as caminhadas, não faltou a abordagem cultural e económica ao arquipélado. Uma região não deve ser vista apenas de uma determinada perspetiva pois, o que a enriquece é a conjugação de diferentes fatores. Ao nível das caminhadas efetuámos duas muito distintas entre elas. No

Faial da Terra fomos descobrir a queda de água Salto do Prego através de um conjunto de caminhos de pé-posto profundamente arborizados e sombrios. A visão era estreita e sempre condicionada pelas árvores de grande porte. No caminho encontrámos a aldeia de Sanguinho que está a ser recuperada para turismo rural. Já na caminhada que fizemos junto à Lagoa das Sete Cidades a evolução fez-se através de estradões com amplas vistas quer para a lagoa como para o mar. A lagoa é um elemento quase sempre presente ao longo do percurso e é interessante de observar como se vai transformando em virtude das alterações da


S達o Miguel, a ilha verde

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reportagem São Miguel, a ilha verde

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luz e das condições climatéricas. São dois bons exemplos de caminhadas, uma mais intimista e outra mais contemplativa mas, ambas de grande beleza natural. Num registo diferente mas igualmente interessante, foi a visita às Furnas uma das zonas mais requintadas da ilha. Fizémos o percurso das águas e observámos as fumarolas. Esta atividade vulcânica está ligada à confeção do famoso cozido e, foi num hotel ao estilo Arte Deco que tivemos a oportunidade de o degustar. Após a refeição visitámos o tanque termal do Parque Terra Nostra e o seu exuberante jardim botânico. Este espaço merece uma vista mais demorada face à riqueza botânica que encerra. Esperamos lá voltar em breve… Numa vertente mais de produção, a

ilha de São Miguel alberga duas atividades únicas, a plantação de chá e de ananás. Foi muito interessante perceber como o chá é produzido e transformado sendo, o seu processo, muito semelhante à elaboração de um vinho. Já a produção do ananás é mais linear mas encerra contudo, alguns segredos que merecem ser descobertos. A última abordagem a São Miguel fez-se através da cidade de Ponta Delgada. Penso que para tomar o pulso a uma cidade é preciso caminhar pelas suas ruas, descobrir os recantos, visitar os seus monumentos e ouvir as suas gentes nas tarefas do dia-a-dia. Ponta Delgada é uma cidade com dinâmica, virada para o mar mas que não perdeu escala humana.


INFORMAÇÕES ÚTEIS LEGENDAS: 01 – Ponta Delgada é uma cidade cosmopolita e que consegue conciliar a história com a modernidade. 02 – Nas Furnas, o Parque Terra Nostra é uma referência. 03 – O Jardim Botânico do Parque Terra Nostra é de grande qualidade não só pela sua estética como pelas espécies que nele podemos observar. 04 – A povoação das Furnas atrai muito visitante. O circuito das nascentes é muito interessante. 05 – A plantação e o fabrico do chá é uma realidade económica importante nos Açores. 06 – O processo de fabrico do chá é muito semelhante ao do vinho. 07 – A plantação de ananás é uma realidade em São Miguel. Para além do fruto a comercialização dos derivados é importante para a economia local. 08 – A famosa cascata Salto do Prego que pode ser vista no percurso efetuado no Faial da Terra. 09 – Aldeia de Sanguinho, junto ao Faial da Terra, irá ser aproveitada para o Turismo Rural. 10 – A flora é uma imagem de marca dos Açores. 11 – O percurso da Lagoa das Sete Cidades é um dos mais emblemáticos dos Açores.

PERCURSOS Na ilha de São Miguel existem 19 percursos homologados e praticáveis. No site http://trilhos.visitazores.com/pt-pt tem acesso à informação sobre cada percurso e pode descarregar o ficheiro GPX para utilizar no seu equipamento de GPS. ONDE DORMIMOS Caloura Hotel Resort Email: info@caloiurahotel.com www.calourahotel.com ONDE COMEMOS Terra Nostra Garden Hotel nas Furnas Caloura Hotel Resort na Caloura Q’énosso em Lagoa 100 Espinhas em Ponta Delgada Restaurante no Porto da Caloura O QUE FIZEMOS E VISITÁMOS Ponta Delgada Faial da Terra – Salto do Prego PRC9SMI Mata do Canário - Sete Cidades PR4SMI Chá Gorreana na Maia Terra Nostra Garden Hotel e respetivo jardim nas Furnas Estufas de ananás A. Arruda em Ponta Delgada

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SÃO JORGE, A ILHA CASTANHA Não conhecia a ilha mas, São Jorge encantou-me! Não sei se pela sua localização geográfica, se pelo seu queijo, se pela simpatia das suas gentes ou por ter sido em São Jorge que efetuei o percurso que mais gostei nesta deslocação aos Açores (Topo_ Fajã dos Cubres) ou se pelas maravilhosas piscinas naturais da Fajã do Ouvidor, São Jorge tem algo de especial…. Elegi o percurso Topo / Fajã dos Cubres como o que mais gostei porque o achei, sob o ponto de vista paisagístico, o mais cativante, ao nível cultural e de relação com as populações, o mais completo. Este percurso desenvolve-se, no seu início, numa montanha imponente com o

mar a seus pés. A descida é feita duma forma suave e com a possibilidade de apreciar as diferentes nuances que a luz e as nuvens criam na paisagem. Já ao nível do mar tudo muda, as pequenas povoações isoladas, a lagoa, o surf e o culto religioso apoderam-se do caminhante e os pensamentos divagam entre o isolamento da região, as dificuldades de quem vive em terras tão “duras” e o apegar à religião como forma de ultrapassar as adversidades. O Pico da Esperança, só o vi a espaços pois o nevoeiro era tão denso que não permitia uma vista limpa. Já a Fajã do Ouvidor recebeu-nos com uma luz excecional. A configuração da povoação

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e as piscinas naturais existentes fazem, desta povoação, uma das mais bonitas que visitámos. No percurso que nos levou à Fajã de São João é muito interessante observar o diálogo quase permanente entre a ilha e o mar. É um percurso onde podemos comer figos e amoras silvestres e que termina numa povoação muito sossegada (destino de férias ou de fim-de-semana) com uma arquitetura tradicional onde podemos ver ainda vestígios das atividades ligadas à agricultura, à vinha e à pesca.


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INFORMAÇÕES ÚTEIS

LEGENDAS: 01 – A beleza da paisagem de São Jorge é enorme. 02 – O percurso Serra do Topo / Fajã dos Cubres permite ao caminhante um contacto pleno com Natureza. 03 – As vacas são uma presença constante na paisagem açoriana. 04 – Contrastes. 05 – Fajã de Santo Cristo e a sua caldeira. 06 – A componente religiosa é muito forte nos Açores. 07 – A povoação local é atenciosa e gosta de comunicar com os visitantes mesmo, neste caso em que o alemão não percebe uma palavra de português! 08 – As piscinas naturais da povoação do Ouvidor são de uma beleza fora do comum. 09 – A povoação do Ouvidor encarna a beleza e a simplicidade da ilha de São Jorge. 10 – Velas é uma das portas de entrada na ilha de São Jorge. 11 – A comunicação entre ilhas é assegurada por modernos barcos mistos (passageiros e automóveis).

PERCURSOS Na ilha de São Jorge existem 7 percursos homologados e praticáveis No site http://trilhos.visitazores.com/ pt-pt tem acesso à informação sobre cada percurso e pode descarregar o ficheiro GPX para utilizar no seu equipamento de GPS. ONDE DORMIMOS Quinta das Figueiras Figueiras nº. 7, Rosais 9800 – 203 Velas quinta.das.figueiras@hotmail.com ONDE COMEMOS Quinta das Figueiras Quinta do Canavial em Velas www.quintadocanavial.com O QUE FIZEMOS E VISITÁMOS Serra do Topo - Caldeira do Santo Cristo – Fajã dos Cubres - PR1SJO Pico da Esperança – Fajã do Ouvidor - PR4SJO Fajã dos Vimes – Lourais – Fajã de São João - PR3SJO só a parte final Velas

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Faial, a ilha azul

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FAIAL, A ILHA AZUL A ilha do Faial é, para mim, emblemática devido à minha ligação com a náutica de recreio. Já tinha feito uma caminhada há uns anos atrás mas, esta visita mostrou-me um Faial diferente e muito mais desenvolvido. Foram duas as novidades com que me deparei, o terminal dos barcos, uma das portas de entrada na ilha, moderno e bem organizado e o Museu dos Capelinhos. Este último é uma unidade muito bem conseguida do ponto de vista arquitetónico pois não tem qualquer impacto visual na paisagem visto desenvolver-se subterraneamente. Ao nível da informação e da exposição, a qualidade está bem patente. No fim da visita temos a possibilidade

de subir à torre do farol. O nevoeiro cerrado não nos deu qualquer hipótese de observação da paisagem. Fica para uma próxima vez… Antes da visita ao Museu e ao farol dos Capelinhos fizemos o percurso CapeloCapelinhos debaixo de um nevoeiro intenso. A densa vegetação e o nevoeiro tornaram este percurso em algo fantasmagórico mas bonito. Será interessante voltar a percorrer este caminho com bom tempo… A tarde foi passada a descobrir os encantos da cidade da Horta. O Peter Café Sport foi o primeiro local a visitar e foi interessante observar as reações dos outros jornalistas ao verem este património


Faial, a ilha azul

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e ao inteirarem-se da história deste estabelecimento. O Peter Café Sport já não é apenas conhecido pelo seu Gin, hoje em dia, serve excelente refeições e tivemos a oportunidade de o comprovar. No final da refeição fomos convidados a visitar o Museu de Scrimshaw que está instalado no primeiro andar. Trata-se de uma coleção valiosa e que conta um pouco a história da Horta e da sua ligação à caça da baleia.

A partida para a ilha do Pico estava programada para o fim da tarde e, por isso, ainda tive tempo para passear na marina da Horta e observar as curiosas pinturas que os tripulantes deixam nas paredes e no chão da infraestrutura. Foi interessante observar o aumento da oferta de serviços de turismo ligado à observação de cetáceos com as empresas a promoveram os seus produtos em quiosques junto à marina.


Faial, a ilha azul

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INFORMAÇÕES ÚTEIS LEGENDAS: 01 – No percurso Capelo-Capelinhos o nevoeiro fez-nos companhia. 02 – A densidade da vegetação é impressionante. 03 – Caminhar junto ao Farol dos Capelinhos é emocionante e faz-nos regressar a um passado recente. 04 – O museu, situado junto ao farol, é de grande qualidade e dá-nos uma visão geral do aparecimento do arquipélago do Açores. Claro está que o Vulcão dos Capelinhos é o centro das atenções. 05 – O Café Peter Sport é uma referência na Horta e um ponto de encontro dos visitantes. 06 – A coleção de Scrimshaw existente no museu do Peter Café Sport é muito valiosa. 07 – Vista da cidade da Horta. 08 – As pinturas murais existentes na Marina da Horta são um património e uma tradição. 09 – A Horta possui um terminal moderno para os barcos de passageiros.

PERCURSOS Na ilha do Faial existem 6 percursos homologados e praticáveis No site http://trilhos.visitazores.com/ pt-pt tem acesso à informação sobre 31 cada percurso e pode descarregar o ficheiro GPX para utilizar no seu equipamento de GPS. ONDE DORMIMOS Quinta do Canto Rua Lomba da Cruz do Bravo 2 9900 – 401 Flamengos, Horta geral@quintadocanto.com www.quintadocanto.com ONDE COMEMOS Peter Café Sport na Horta O QUE FIZEMOS E VISITÁMOS Capelo - Capelinhos - PR1FAI Farol e museu dos Capelinhos Museu de Scrimshaw Visita à Horta


Pico, a ilha cinzenta

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PICO, A ILHA CINZENTA A ilha do Pico é marcada pela sua imponente montanha, pela sua vinha e pela tradição baleeira. O primeiro dia na minha estada na ilha do Pico foi dedicado à subida da montanha mais alta de Portugal. Não é o meu género de caminhada pois é demasiadamente técnica e física mas, com a ajuda do nosso guia Renato Goulart, consegui ultrapassar este desafio. O percurso está sinalizado mas, para quem não tem muita experiência de montanha deverá contratar um guia pois as condições atmosféricas, em altitude, mudam rapidamente. Na subida apanhei bom tempo mas, na descida a chuva e o nevoeiro apareceram a

dificultar a progressão. A sensação de estar no topo da montanha e o vapor quente que sopra do seu interior é algo de diferente e que deve ser vivido. O segundo dia foi mais calmo até porque tínhamos de recuperar do esforço feito na Montanha do Pico. A manhã foi dedicada a atividade baleeira da ilha com a visita ao museu situado nas Lajes de Pico. A conceção do museu é interessante e pretende dar a conhecer a vida difícil da profissão de baleeiro bem como integrá-la no contexto da época. Visualmente o museu é muito bonito e rico ao nível do espólio. Nas Lajes do Pico tivemos ainda a oportunidade de conversar com um dos pio-


Pico, a ilha cinzenta

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reportagem


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reportagem

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Pico, a ilha cinzenta

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neiros da observação de cetáceos nos Açores, o Serge do Espaço Talassa. Foi interessante perceber como evolui esta indústria e o que ela representa atualmente para a economia dos Açores. O resto do dia foi dedicado às vinhas e à sua paisagem, ao vinho e ao seu processamento considerados Património Mundial pela UNESCO. Uma paisagem deslumbrante onde as vinhas são protegidas por muros de pedras, um trabalho feito pelo homem e que é digno de destaque. Os locais que visitei, devido ao impacto que causam, são difíceis de descrever. São locais para serem vividos e visitados, a conversa com os responsáveis do alambique e o provar do bagaço que estavam a produzir não tem tradução na escrita.


INFORMAÇÕES ÚTEIS

LEGENDAS: 01 – A Montanha do Pico é uma presença constante na ilha do Pico. 02 – A tradição da caça à baleia está bem demonstrada no Museu do Baleeiro. 03 – No Lajido da Criação Velha na ilha do Pico. Paisagem da Cultura da Vinha. 04 - Moinho do Frade (recuperado), na Criação Velha, Canada do Monte é considerado imóvel de interesse municipal. 05 e 06 – No Núcleo Museológico do Lajido de Santa Luzia tivemos a oportunidade de visitar o alambique e o armazém. 07 - O Lajido de Santa Luzia destacase como a parte urbana da Paisagem da Cultura da Vinha da Ilha do Pico, pois é aquele onde, com mais pujança, podemos identificar vários dos elementos caracterizadores do bem Património Mundial.

PERCURSOS Na ilha do Pico existem 12 percursos homologados e praticáveis No site http://trilhos.visitazores.com/ pt-pt tem acesso à informação sobre cada percurso e pode descarregar o ficheiro GPX para utilizar no seu equi37 23 pamento de GPS. ONDE DORMIMOS Glicínias do Pico e Casas das torres Rua da Igreja, 8 9990-426 São João Lajes do Pico www.gliciniasdopico.com ONDE COMEMOS Ancoradouro na Madalena do Pico Dark na Madalena do Pico O QUE FIZEMOS E VISITÁMOS Subida à Montanha do Pico Museu Baleeiro nas Lajes do Pico Núcleo Museológico do Lajido de Santa Luzia Lajido da Criação Velha e o seu moinho


crónica

Ligação Aveiro / Porto, 101 km registados.

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CAMINHO PORTUGUÊS DE SANTIAGO PELA COSTA

DE AVEIRO AO PORTO Texto e fotografia: António José Soares | http://coimbrasantiago.blogspot.pt/

O DESENCONTRO DE DATAS IMPEDIU QUE NESTE VERÃO PUDESSE FAZER OS CAMINHOS DE SANTIAGO EM BICICLETA, COMO TEM SIDO HÁBITO DESDE 2008, COM O JOAQUIM TAVARES E O JOSÉ BOTELHO, APENAS COM UM INTERREGNO ENTRE 2010 E 2011.


Ciclovia da Cortegaça

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No entanto, não consegui resistir a uma forte vontade de seguir as setas amarelas, a partir de um qualquer lugar. Surgiram duas hipóteses, iniciar a 27 de Setembro a “Via de la Plata”, a partir de Salamanca, cidade irmã de Coimbra, ou, não querendo rumar para tão longe ir até à Invicta e conhecer o Caminho da Costa. Optei pela segunda e, a 10 de Setembro, na companhia do amigo João Paulo Simões, tomámos a direção do

Mosteiro de Santa Clara-a-Nova, em Coimbra, onde adquiri e carimbei a credencial de peregrino. No entanto, oficialmente apenas comecei a fazer o Caminho da Costa, a partir do Porto, no dia seguinte. Rumámos até Aveiro, estacionando o automóvel próximo da estação de caminho-de-ferro, onde montei a bicicleta, desta vez não me esqueci da roda em Coimbra! A partir de Aveiro e ao longo da ria,


crónica

Senhora da Pedra

40 iniciámos um passeio pelo litoral, pedalando pelas ciclovias existentes e aproveitando para visitar algumas praias: Furadoro, Cortegaça, Esmoriz, Espinho, Senhora da Pedra, Afurada, Gaia e finalmente o Porto, sempre “escoltado” pelo João Paulo, com grande inveja de não me poder continuar a acompanhar, por razões profissionais, Como não tinha reservado alojamento, pensei que teria de me dirigir o quanto antes à Pousada de Juventude, mas ainda subi à Sé, seguindo as setas amarelas, para carimbar a credencial, e marcar o início oficial do Caminho de Santiago pela Costa. Não posso deixar de fazer um apelo à

Câmara Municipal do Porto, pedindo o melhoramento da sinalética para Compostela. Sei que aos peregrinos não se dá grande importância, mas como também há muitos turistas que igualmente fazem os Caminhos a partir do Porto, talvez esses sejam objeto de maior atenção. Mesmo por uma questão de imagem, como está tão em voga dizer-se. Na pousada da juventude ainda houve tempo para fazer alguns amigos, das Canárias, do Brasil e da Irlanda. Ter de cozinhar “raviolli” não teve a mesma graça que no ano de 2013, onde preparei massa com atum para a minha pessoa, para o José e para o Quim.


Gaia/Porto, final do 1.º dia de ligação.

41 Senhor do Padrão ou Senhor da Areia - Matosinhos


crรณnica

Vila do Conde

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Fรฃo, foz do Cรกvado


Esposende

1.º DIA NO CAMINHO PORTUGUÊS DE SANTIAGO PELA COSTA, A PARTIR DO PORTO Logo que iniciei a 1.ª jornada, encontrei os primeiros peregrinos, ainda na Foz. Fui pedalando de forma pachorrenta, não tinha ninguém à minha espera, nem o Quim e o Aguiar a puxar por mim, e assim fui desfrutando do ar e da indiscutível beleza da paisagem marítima. Depressa cheguei a Vila do Conde, mesmo com imensas paragens para captar algumas fotos, indispensável reabastecimento e entabuar conversa com um ou outro peregrino. Até Vila do Conde tudo estava a correr muito bem, mas a confusão e inexistência de um critério bem definido na sinalização do Caminho fizeram-me perder tempo precioso e andar por voltas desnecessárias. Mas, mais grave que a ausência de sinalética é a sua péssima colocação, ainda para mais numa cidade com história inquestionável no âmbito do fenómeno das peregrinações a Santiago. Ainda em Vila do Conde, para ajudar à festa da “sinalética”, um furo e um raio partido também me subtraíram tempo

precioso. Mas, depois de passada a ameaça da chuva, lá prossegui para a Póvoa, depois até Esposende, onde fui dar à “Propedal”, do Sr. Manuel Rocha, grande amigo e conhecedor dos Caminhos, principalmente o da Costa, sobre o 43 qual tem realizado meritório trabalho. Bem-haja amigo Manuel Rocha e assim continue. Colocado o raio e desempenada a roda, o amigo Manuel Rocha aconselhou-me a pernoitar no Albergue das Marinhas, pertença da Cruz Vermelha, onde fui extremamente bem acolhido pelas jovens voluntárias. No albergue apenas se encontravam alojados um casal de holandeses e um peregrino proveniente do Porto, também a viajar de bicicleta. Poucos quilómetros efetuados neste dia, apenas 67, o que envolverá compensações obrigatórias, ao plano inicialmente traçado, de pernoitar em Viana do Castelo, no final do 1.º dia de Caminho.


destino

GR28 - POR MONTES E VALES DE AROUCA (2º DIA) A GR28 “POR MONTES E VALES DE AROUCA” É UM PERCURSO PEDESTRE DE GRANDE ROTA QUE ENVOLVE O VALE DE AROUCA, A SERRA DA FREITA E DA ARADA E OS VALES DO PAIVÔ E DO PAIVA. O SEU ITINERÁRIO PERCORRE UM TERRITÓRIO DE RARA BELEZA, LIGANDO UM GRANDE NÚMERO DE GEOSSÍTIOS DO GEOPARK DE AROUCA, ALDEIAS DE MONTANHA, VALES E CUMEADAS DE ONDE SE DESFRUTAM EXTRAORDINÁRIAS 44 PAISAGENS. Texto e Fotografia: Caminhantes

As serras de Arouca...


Rio Paiva no lugar do Vau.

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A travessia do rio Paiva no lugar do Vau está condicionada pelo caudal, sendo desaconselhada a sua utilização no inverno e em dias de grande precipitação.


destino

Rio Paiva

Depois de uma noite a retemperar forças em Alvarenga seguimos, bem cedo, 46 para a Vila por caminhos tradicionais, tomando de seguida a EN255, em direcção ao lugar de Lourido de onde, por caminhos antigos e florestais, descemos para o Vau, local de atravessamento do rio Paiva. Depois de encontrado o melhor local para a travessia do rio, foi vestir os calções e fatos de banho para nos fazermos à água de mochila às costas… A travessia do Rio Paiva no lugar do Vau está condicionada pelo caudal, sendo desaconselhada a sua utilização no inverno e em dias de grande precipitação. Alternativa continuar pela EN255 até à ponte em Espiunca e retomar a GR 28 em Canelas. Depois da travessia aproveitamos para um banho na praia fluvial do Vau. Seguimos para Canelas e para o

Centro de Interpretação Geológica, na maior parte do trajecto, por caminhos comuns com o PR9 “Rota do Xisto”. Do Centro de Interpretação Geológica de Canelas seguimos para Gamarão de Cima, rumando de seguida para a Sr.ª da Mó, iniciando aqui a descida para a Vila de Arouca. Chegamos cedo a Arouca, o dia estava magnífico, aproveitamos para relaxar as pernas na esplanada e retemperar forças para mais 5 kms de subida até à capela de Santa Maria do Monte, local escolhido para término da segunda etapa. Telefonamos ao Sr. Brandão para nos levar para a Casa de Campo da Quinta da Guerra em Nogueiró, e ainda aproveitamos o final do dia para um mergulho na piscina da casa. O Sr. Brandão (proprietário da quinta) sempre muito prestável ofereceu-se para nos levar ao restaurante para jantar e ainda nos foi buscar no final.


Acessos ao Vau. Canelas

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Escadas da Barroca


destino

Casario Canelas

Igreja Matriz de Canelas

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Silveiras O reforço da manhã


A foto de grupo: Fernando Peixoto, Helena de Carvalho, Joaquim Moreira e Marcia Madeira

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Centro de Interpretação Geológica de Canelas


destino

Crista Quartzitica dos Galinheiros

50 O verde da paisagem...


Ao fundo a Senhora da M贸

51 Capela da Senhora da M贸

A descida da Senhora da M贸

Capela de S茫o Pedro

Arouca


destino

Convento de Arouca

Praça Arouca

52 Quinta da Guerra - Casa de Campo, local escolhido para a pernoita do segundo dia. Local agradável, muito hospitaleiro e a bom preço. Recomenda-se!

FICHA TÉCNICA DO 1ºDIA: DIA 16 DE AGOSTO. ETAPA 2: ALVARENGA-LOURIDO-CANELAS-ALDEIA DE BAIXO-ALDEIA DE CIMA-GAMARÃO DE CIMA-AROUCA-ROMARIZ-SANTA MARIA DO MONTE DISTANCIA: 27,5 KM MARCHA EFETIVA: 7 HORAS ALOJAMENTO: QUINTA DA GUERRA (CASA DE CAMPO COM PISCINA) (FICA EM NOGUEIRÓ - SERVIÇO DE TRANSPORTE PERCURSO-QUINTAPERCURSO COMBINADO COM O ALOJAMENTO) TEL. 256 944 345 TELM. 917 576 622 JANTAR: VÁRIAS ALTERNATIVAS A SABER NA QUINTA (POSSIBILIDADE DE SERVIÇO DE TRANSPORTE QUINTA-RESTAURANTE-QUINTA).



CRÓNICA DE CAMINHADAS

NOVOS TRILHOS ... NOS CAMINHOS DE FÁTIMA

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Texto e Fotografia: José Carlos Callixto / http://porfragasepragas.blogspot.pt/ SOB O PONTO DE VISTA RELIGIOSO ... NÃO SEI O QUE SOU. COSTUMO DIZER QUE SOU UM AGNÓSTICO SOBRE A MINHA PRÓPRIA GNOSE...! CONTUDO, CONSIDERO-ME UM PEREGRINO, SE APLICARMOS À PALAVRA UM SENTIDO MAIS LATO: UM PEREGRINO DOS GRANDES ESPAÇOS, UM PEREGRINO DOS TRILHOS, DAS FRAGAS E PRAGAS DA VIDA E DA NATUREZA!


E um peregrino ... faz-se ao caminho! Ao caminho que se constrói a cada momento, a cada curva de um novo trilho. Os Caminhos de Santiago ou os de Fátima claro que já tinham passado pelo meu imaginário, mas foi o desafio dos “Novos Trilhos” que me fez decidir ... a lançar-me ao “Caminho”. E assim, durante 4 dias, percorri quase 140 km, partindo dos arredores da Malveira e passando pela Serra do Socorro, pelo sopé de Montejunto, pelos eucaliptais de Rio Maior, o planalto do alto Ribatejo e atravessando, finalmente, o maciço calcário estremenho, chegando ao Santuário de Fátima pelo caminho dos peregrinos. Um percurso duro mas, pleno de beleza paisagística e humanamente falando. Esta “peregrinação” claro que não foi pelas estradas, como as dos peregrinos “tradicionais”. Como mandam as “regras” dos “Novos Trilhos” e dos caminheiros, o percurso foi maioritariamente pelos campos, por carreiros e caminhos rurais, com muito pouco alcatrão. Eu ... era o mais velho dos 13 presentes à partida. O número iria depois sofrendo flutuações, através da aquisição de mais 2 elementos no segundo dia e outros tantos no último, mas também por uma baixa na manhã do segundo dia; é preciso saber-se tomar as decisões certas, nos momentos certos, com a necessária coragem. No primeiro dia, os deuses enviaram-nos uma boa quantidade de chuva da parte da manhã! Estava prevista ... mas não

tanta...! Depois, já com Montejunto no horizonte, os céus lá se acalmaram um pouco, não sem que a meio da tarde deixássemos de ouvir ribombar as hostes celestiais por cima de nós, no que viemos a saber ter-se tratado de um tornado na zona da Ericeira. Sol ... no primeiro dia só o vimos à chegada às nossas primeiras instalações, um anexo ao café da aldeia de Casais da Fonte Pipa, próximo de Vila Verde dos Francos, nas terras do Oeste. O que nem os organizadores sabiam era que nesse “tudo ao molho e fé em Deus” … havia mais camas de casal do que camas individuais; ora, no grupo … casais só havia um! Imagine-se, assim, a companheira organizadora, muito atrapalhada quando se apercebeu do facto, a dizer ao pessoal 55 … “olha, vocês vão ter de acasalar”...! E assim foi...; duas camas receberam dois matulões cada, outras receberam duas mulheres … e lá se resolveu tudo. O segundo dia era a etapa maior: sensivelmente 40 km. Ao contrário do primeiro e do último, sábado e domingo foram uns excecionais dias de Sol, começando contudo por uma manhã mágica a envolver a Serra de Montejunto. À noite, já em Rio Maior, havia um aniversário ... e portanto um jantar especial. Domingo mudava a hora. Por isso, pelo sono ou pelo cansaço ... dois companheiros atrasaram-se um pouco e, tendo o track GPS com o caminho a percorrer, vieram na peugada do resto do grupo ... até se aperceberem que


Casais de S. Martinho (Malveira), 25.Out.2013, 8:45h. Começou uma longa “aventura” de 4 dias ... A Serra do Socorro ... com ar ameaçador - 25.Out.2013, 10:50h

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Próximo da Serra do Socorro e no túnel sob a A8 ...quando os deuses se zangaram connosco...


estavam a seguir o caminho de sábado em sentido inverso...! Rapidamente fizeram inversão de marcha e se juntaram. Para o quarto e último dia ... a previsão meteorológica era negra, pelo menos da parte da manhã. E como mandava a previsão ... os céus soltaram as águas durante quase todo o percurso até Minde, onde chegámos encharcados ... nalguns casos até bem aos pobres pés e à roupa interior. Tínhamos entretanto entrado no tradicional Caminho de Fátima, enquanto que até ali tínhamos percorrido velhos caminhos rurais, veredas por vezes abandonadas, trilhos descobertos ... pelos “Novos Trilhos”. Para quem ainda tinha roupa seca, a hora do almoço foi também hora de troca de roupa; a segunda parte da

última etapa seria felizmente mais seca. Subimos ao Covão do Coelho ... e descemos gradualmente para a Cova da Iria, numa tarde cinzenta mas que se manteve sem chuva. Pouco antes das quatro e meia de uma tarde cinzenta de Outubro ... entrámos no recinto do Santuário de Fátima. Seja-se o que se seja do ponto de vista religioso, entrar em Fátima mexe com o íntimo de qualquer mortal. Sem que naturalmente tenhamos combinado nada, das conversas e galhofadas que caracterizaram todo o percurso passámos ao silêncio meditativo ... ou à meditação silenciosa. CONCLUSÃO O objetivo estava cumprido. Tínhamos

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Com a Serra de Montejunto no horizonte...

58 “Os dias de caminhada sĂŁo um tempo para voltar a ter tempo, para partilhar e ajudar, para crescer e chegar mais longe.â€?


Pelos vinhedos da regiĂŁo oeste

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E um Solzinho Ă chegada ao destino? (Casais da Fonte Pipa)

A Serra de Montejunto envolta na magia


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E já se caminha de noite ... para chegarmos a Rio Maior com 40 km nos pés.

percorrido 138 km nos quatro dias, ao Sol, à chuva, ao vento, ao frio. Pés doridos, calejados ... mas almas cheias de uma experiência que nunca mais se esquece, de uma partilha de emoções, de entreajuda, de convívio. Fé, misticismo, devoção? Não sei ... talvez tudo isso e muito mais. Só agora refiro, no final deste post, que esta “peregrinação” a Fátima contou com a presença daquela a quem me tenho referido, em artigos anteriores, como a “rainha” do Gerês. Verdadeira White Angel de um tempo carenciado de amor e de dádiva, a Dorita esteve connosco nesta “corrida” pela luz que ilumina as fragas e pragas de uma vida conturbada. Parafraseando um outro meu já habitual companheiro dos Caminhos da Natureza ... numa “Cova” chamada “da Iria”, onde se cruza o tempo e se reacende a “Alma” ... espero ter de alguma forma contribuído para conduzir à

luz o negrume que, numa altura difícil, parece querer dominar uma “alma” tão sã e tão pura ... uma “alma de montanhista”... 61 Obrigado “Novos Trilhos”, por estes quatro fabulosos dias. Alguns dos participantes já os conhecia, mas tanto sobre eles como sobre os que não conhecia ... continuo a dizer o mesmo que tenho dito várias vezes: esta paixão pelas caminhadas tem-me dado a conhecer pessoas interessantíssimas, quer como experiências de vida quer como pessoas! No primeiro dia claro que já todos nos tratávamos por tu e todos participámos e alinhámos na verdadeira “cowboyada” que foi todo o caminho, entendendo-se aqui “Caminho” num sentido mais lato, ou seja não só as horas a pé como também o convívio e as brincadeiras generalizadas, o espírito de grupo, tudo. Bem hajam, companheiros!


Pelos eucaliptais e olivais de Rio Maior, 27.Out.2013

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Próximo de Alcanede.

A caminho de Amiais de Baixo com a Serra d’Aire no horizonte.


Caminho de Fátima, 28.Out.2013

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Caminhos da Serra d’Aire ... à chuva.


Minde à vista.

Reina a boa disposição, a caminho do objetivo final!

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Foto de grupo. “Não tenhais medo” ... e não, não tivemos medo!


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