Revista Digital Passear Nº43 Versão Gratuita

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passear Nº. 43 . Ano IV . 2015 . PVP: 2 € (IVA incluído)

sente a natureza

Reportagem

WALKING FESTIVAL

AMEIXIAL

BTT

Lousã, Açor e Estrela

Escapadinha ROTA DA TERRA FRIA TRANSMONTANA

Caminhadas

GR12 Caminho do Tejo

PR Corte de Ouro

Festival de Caminhadas

ALCOUTIM


Correspondência - P. O. Box 24 2656-909 Ericeira - Portugal Tel. +351 261 867 063 www.lobodomar.net

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Director Vasco Melo Gonçalves Editor Lobo do Mar Responsável editorial Vasco Melo Gonçalves Colaboradores Catarina Gonçalves, Luisa Gonçalves.... Publicidade Lobo do Mar Contactos +351 261 867 063 + 351 965 510 041 e-mail geral@lobodomar.net

Valorizar e promover um bem único. O Turismo de Natureza e Cultural pode, em certos casos, ser um fator de desenvolvimento económico de regiões ditas mais desfavorecidas ou isoladas. Nos dois últimos meses tive a oportunidade de visitar / caminhar em Trás-os-Montes, Ameixial e Alcoutim e, encontrei empresas de animação turística e autarquias comprometidas com a promoção das suas regiões e com estratégias bem definidas quanto ao modelo de desenvolvimento. O Património Natural e Cultural de uma região, é um bem único que tem de ser valorizado e promovido numa estratégia de trabalho em rede e com ações bem direcionadas e com custos controlados. Bons passeios.

Grafismo

Contacto +351 965 510 041 emal: anagoncalves@lobodomar.net www.wix.com/lobodomardesign/comunicar

Diretor vascogoncalves@lobodomar.net

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Veja os eventos sempre actualizados em www.passear.com Capa Fotografia

II Festival de Caminhas de Alcoutim (pág.12)


3 Edição Nº.43

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Sumário 04 Atualidades 11 Passatempo

TSJ & Steiner Aproveite!

12 Reportagem:

II Festival de Caminhadas

de Alcoutim

Versão completa paga

gratuita

20 Reportagem:

Walking Festival Ameixial 2015

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Escapadinhas na Rota da Terra

Fria Transmontana

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GR12 Caminho do Tejo

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BTT: Três Dias e Três Serras (1º Dia)

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Crónica: Sydney Opera House

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dormidas : comidas : bebidas

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Apresentação de artigos

do Passear (versão paga)

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ASSINATURA Passear

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58 Portfólio:

Jardins da Quinta da Ribafria

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Portugal Visto do Céu

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PR Corte de Ouro

O Algarve Profundo

Tenha acesso à versão compl e ta da rev ista pa s s e ar por ap enas 1 €

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atualidades

ARRIBAVES 2015 A Cooperativa Rupestris está a organizar “ArribAves 2015” que se irá realizar nos dias 26, 27 e 28 de Junho no Solar dos Marcos, em Bemposta - Mogadouro (Parque Natural do Douro Internacional). Esta actividade tem como objectivo a divulgação da avifauna, natureza, paisagem, gastronomia e cultura do Planalto Mirandês e das Arribas do Douro. O ArribAves inclui diversas actividades: saídas de campo para observação de aves, palestras, workshops e noite cultural.

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A inscrição no ArribAves pode ser efectuada em http://goo.gl/forms/goiqbLIqjQ

“ROTA DA INDÚSTRIA BIKE TOUR” E “BARREIRO BIKE TOUR” Estão abertas as inscrições para os eventos desportivos “Rota da Indústria Bike Tour” e “Barreiro Bike Tour”, a 28 de junho, dia da Cidade, pelas 8h00 e 9h00, respetivamente, com concentração no Espaço Memória, no Parque Empresarial Baía do Tejo. As iniciativas realizam-se no âmbito da candidatura “Uma Memória e um Futuro para o Barreiro - Reforço e promoção da identidade territorial”, aprovada no âmbito do Programa Operacional Regional de Lisboa do Quadro de Referência Estratégico Nacional – QREN. A “Rota da Indústria Bike Tour” é um Passeio de Cicloturismo pelo património industrial do Barreiro, Seixal e Almada, com a distância de 85 km. A concentração está marcada para as 08h00, no Espaço Memória, no Parque Empresarial da Baía do Tejo. Uma hora depois, pelas 9h00, terá lugar “Barreiro Bike Tour” – Circuitos turísticos em BTT. Os participantes terão de percor-

rer 25 km. O seguro desportivo é gratuito para ambas as iniciativas. Se pretender abastecimento, banhos, almoço no final e jersey de ciclismo, a inscrição terá o valor de 10€. É obrigatório efetuar inscrição independentemente da opção escolhida. Informações: inscrições: www.cm-barreiro.pt www.fidalbyke.pt Fonte:CMB


PORQUE TÊM OS SOLOS CORES DIFERENTES

Caminhada de 10 km, na cidade de Beja e arredores, integrada nas comemorações do ano Internacional dos Solos e organizada pela autarquia local. A caminhada terá lugar no próximo dia 13 de Junho com início às 08.30 h frente ao NERBE. O percurso é interpretado por João Xavier Matos (LNEG), Sofia Ramôa (ESA – IP Beja), Pedro Oliveira e Silva (ESA – IP Beja) e Isabel Guerreiro (ESA – IP Beja). Inscrições: turismo@cm-beja.pt / 284311913

atualidades

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RECONSTITUIÇÃO HISTÓRICA DA OUTORGA DO FORAL DE VALDEVEZ A designada Terra e Concelho de Valdevez foi objeto de um Foral outorgado pelo rei D. Manuel I, datado de 2 de Junho de 1515 e entregue localmente no ano de 1516, circunstância que agora se comemora, passados que estão 500 anos sobre um dos mais importantes marcos da história arcuense. Ciente da importância deste momento na vivência presente e futura de Arcos de Valdevez, o Município leva a efeito um programa comemorativo da efeméride, repartido pelo biénio de 2015 e 2016, integrando momentos diversos, todos eles assentes numa forte matriz cultural e identitária. Na programação destas comemorações é de destacar a Reconstituição Histórica da Outorga do Foral de Valdevez, a decorrer nos próximos dias 13 e 14 de Junho. Este momento tem início no dia 13 pelas 15h00, com a abertura do Mercado Quinhentista, que envolve artesãos locais e diversos produtos. Depois, pelas 16h00, terá lugar O Voo Altaneiro (espetáculo de falcoaria), bem como danças, treino de armas e animação permanente. Pelas 21h00 sairá à rua o Grande Cortejo

Régio pelas ruas do burgo para receção ao emissário régio, que contará com dezenas de figurantes, integrando as Associações e Escolas locais. Pelas 21h45 terá lugar a Convocatória dos Homens Bons do concelho para a redação do Foral e respetivas diligências e às 22h30 e 23h15, respetivamente, o Espetáculo de Danças Renascentistas e de malabares de fogo. Já no domingo é de realçar, para além do Mercado Quinhentista, o Anúncio da chegada da comitiva régia para outorga do Foral à Vila e respetivos procedimentos, pelas 15h00; o Torneio de armas em vassalagem a El-Rei D. Manuel I pelas 16h15; animação diversa e o Cortejo para acompanhar a comitiva régia até às portas da Vila, com Salva de canhões, pelas 19h00, finalizando o vento.


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GRANDE ROTA DO GUADIANA (GR15) A Grande Rota do Guadiana (GR15) tem cerca de 65 km’s de extensão e abrange o território do Baixo Guadiana algarvio. Atravessa três concelhos, Alcoutim, Castro Marim e Vila Real de Santo António e viaja por dezasseis localidades que representam a tipicidade da serra, do barrocal e do litoral, tendo como ex líbris o Guadiana, o grande rio do sul.

O início/fim da GR 15 é em VRSA, também ponto de ligação à Ecovia do Algarve em direção a Sagres, um corredor verde com uma extensão de 214 Km sinalizados. O percurso segue para Castro Marim, atravessa a vila em direção a Monte Francisco, passa pelas localidades de Junqueira, Azinhal, Almada de Ouro, Alcaria, Odeleite, Foz de Odeleite e entra no concelho nordestino de Alcoutim, na aldeia serrana de Corte das Donas, onde começamos a subida do rio com passagem pelas localidades de Álamo, Guerreiros do Rio, Laranjeiras e Montinho das Laranjeiras até ao Miradouro do Pontal. Continua a GR 15 pela povoação do Marmeleiro até chegar à vila de Alcoutim, esta por sua vez com ligação à Via Algarviana (GR13 – com uma extensão de 300km e liga Alcoutim ao Cabo de S. Vicente, cruzando 11 concelhos do Algarve). Paisagem, património, etnografia, gastronomia, atividade física e ar puro é o segredo desta grande rota que consolida a oferta de percursos pedestre no Baixo Guadiana, aproximando o Litoral ao Interior Serrano. A meta é afirmar o território como uma zona de pedestrianismo e de turismo de natureza ligando a pé o litoral ao interior.


&

Aceite o desafio

Habilite-se a ganhar um binóculo Steiner 10x26 da gama Skyhawk 3.0 vocacionado para a Observação de Aves

A MELHOR FRASE GANHA! Como participar? Construa uma frase que contenha os seguintes elementos: Tudo Sobre Jardins , Steiner, Observação de Aves E envie para catarinagoncalves@tudosobrejardins.com até ao dia 15 de Agosto 2015 com os seguintes elementos: nome completo, morada, nº de telefone e e-mail. A Seleção A escolha da melhor frase será feita por um elemento da revista Tudo Sobre Jardins e por um elemento da Nautiradar, distribuidor da Steiner em Portugal. Os Resultados O vencedor deste passatempo será anunciado na revista impressa Tudo Sobre Jardins de Outono (a ser editada em Setembro). O Prémio Binóculo 10x26 da gama Skyhawk 3.0 PVP de €241,00 c/iva

© Luís Quinta

Passatempo


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atualidades

8º SANTIAGO - LAGOA DE STº ANDRÉ Os Chaparros BTT Team Associação realizam no dia 28 de Junho de 2015 a 8ª edição do Santiago - Lagoa de Santo André. Este evento consiste num Passeio Guiado de cerca de 20Km e, numa Maratona com cerca de 50Km. Para poder participar no 8º Santiago Lagoa de Santo André basta se inscrever em: W http://oschaparros.com/

II DOG CAMP FESTIVAL

A Porta do Mezio vai acolher nos dias 27 e 28 de Junho o II Dog Camp Festival, um evento em que o cão de utilidade/companhia será o protagonista. Após o sucesso da primeira edição deste

evento, organizado através de uma parceria entre a ARDAL/Porta do Mezio, a Câmara Municipal de Arcos de Valdevez e a Escola Canina Dogs Trainning Concept , esta segunda edição voltará a realizar-se em plena natureza, de modo a proporcionar aos participantes dois dias, de muita animação e diversão, dedicados ao cão de companhia e de utilidade. Durante estes dias serão realizados vários seminários sobre diferentes temáticas, com alguns dos melhores especialistas mundiais, como por exemplo, Mona Tellier e Maribel Vila da Positivas Can (IAA Terapias), Nando Brown (IMDT), Pedro Frutos Molina da K9 Creixell e o Campeão do Mundo de Disc Dog Adrian Stoica em parceria com Fernando Calderón. Para aqueles que querem apenas desfrutar da natureza na companhia dos seus animais, estão preparados dois fantásticos trilhos devidamente guiados. A organização deste evento tem por objetivo proporcionar, no Parque Nacional da Peneda Gerês, território de excelência que está classificado como Reserva Mundial da Biosfera pela UNESCO, uma experiência única a todos os participantes, através de seminários de enorme qualidade, cãominhadas, animação, entre outras atividades. Para mais informações deverá ser consultado http://dogcampfestival2015.blogspot.pt/


LISBOA ANTIGA DE BICICLETA 2015

A Federação Portuguesa de Cicloturismo e Utilizadores de Bicicleta organiza novamente no dia 7 de Junho, e pela 23ª vez, um passeio turístico por Lisboa em bicicleta (no âmbito do dia mundial do ambiente). Para participar basta apenas uma bicicleta – BTT, citybike, dobrável ou convencional – e vontade de conhecer Lisboa de uma forma saudável e ecológica. Este evento tem como objectivos gerais: • Divulgar, promover e dar a conhecer Lisboa através da bicicleta; • Valorizar a oferta turístico-cultural de Lisboa (património, gastronomia, artesanato, arquitectura, etc.); • Promover a utilização da bicicleta como forma de mobilidade sustentável, não poluente, ecológica e saudável, quer como meio de lazer e forma de conhecer “o outro lado” de uma cidade, quer para as pequenas deslocações pendulares: casa – trabalho ou casa – escola; • Despertar a população de Lisboa para a liberdade individual e de movimentos que

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a bicicleta representa; • Fomentar o convívio, a cultura e o lazer Concentração pelas 8h30 no Terreiro do Paço e partida às 9h30 com chegada ao Largo do Carmo pelas 12h30. Pontos de Encontro: Miradouro das Porta do Sol (10.15h), Jardim S. Pedro de Alcântara (10.45h), Torre de Belém (11.30h). Final: Largo do Carmo pelas 12.30h Os utilizadores de bicicleta estão assim convidados a subir e descer algumas das calçadas típicas de Lisboa – Calçada da Bica, Calçada do Lavre e Calçada da Glória. Lisboa Antiga de Bicicleta é uma verdadeira descoberta da cidade, apreciada num ritmo suave e sem stress, desmistificando a alegada dificuldade das sete colinas. Data: Domingo, 07 de Junho de 2015 às 09:30 Local: Terreiro do Paço - Lisboa Contactos: 213159648| 912504851 fpcub@fpcub.pt Organização: FPCUB Concentração: Terreiro do Paço - 8h30


atualidades

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VALORIZAÇÃO DO PATRIMÓNIO HISTÓRICO NO CONCELHO DE ARCOS DE VALDEVEZ A Câmara Municipal, as Juntas de Freguesia e várias Instituições Religiosas têm feito um trabalho notório em torno da “Recuperação e Valorização do Património Histórico no Concelho”. Os vários espaços culturais e religiosos existentes no Concelho são um símbolo e um reencontro com a nossa memória histórica, que definem a identidade de Arcos de Valdevez. Estes monumentos são também um motivo de visita e atração turística que deve ser potenciada e valorizada. A este nível, acresce referenciar o estado avançado dos trabalhos levados a cabo pelo Município de Arcos de Valdevez com a “Recuperação e Valorização do Paço de Giela”, um investimento com o finan¬ciamento do Programa de Operacional ON.2 - Eixo: III - Valorização e Qualificação Ambiental Territorial, sendo o seu investimento elegível no valor de 1.383.906,09€ e a comparticipação FEDER de 1.176.320,18€, que integra a reabilitação do edifício do Paço de século XVI, através da manutenção de uma filosofia “open space” e circulação nos pisos originais. Esta intervenção será complementada por uma valorização específica na torre medieval, anexa ao Paço habitacional, e que comportará nos seus três pisos componentes de musealização atuais, com recurso amplo às novas tecnologias e ao digital, com temáticas ligadas à arqueologia de Arcos de Valdevez, à interpretação da história e evolução do próprio Paço, bem como ao “Recontro de Valde-

vez”. Também a recuperação do Castelo de Sistelo, um ex-líbris desta aldeia, conhecida pelas belas paisagens em socalcos, realizada pela Junta de Freguesia com o apoio da Câmara Municipal. De referir a recuperação da Igreja do Mosteiro de Ermelo, realizada pela Fábrica da Igreja Paroquial de Santa Maria de Ermelo. Assim como, as obras de recuperação e conservação das Igrejas Matriz e S. Bento, levadas a cabo pela Fábrica da Igreja de Arcos Salvador, com o apoio financeiro do Município de Arcos de Valdevez. De relevar, de igual modo o apoio Municipal a outras instituições do Concelho, na recuperação e conservação do seu património religioso. Esta ação de recuperação do património também contribui para a valorização das comemorações dos 500 anos do Foral de Valdevez que este ano se celebram e onde se irão realizar diversas iniciativas sociais, culturais, e recreativas. Com estas comemorações pretende-se celebrar “500 anos de História com os olhos no futuro”, sempre tendo o território e os arcuenses como os autores e atores principais da estratégia do desenvolvimento sustentável que se preconiza para Arcos de Valdevez. Fonte: C.M. de Arcos de Valdevez


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CASTRO DAIRE – A ÚLTIMA ROTA DA TRANSUMÂNCIA É já no dia 27 de Junho de 2015 que o Municipio de Castro Daire vai promover a recriação da última Rota da Transumância, no traço de Ribolhos até ao Largo da Feira das Vacas na Vila de Castro Daire. Promovendo o reviver de uma tradição que marcou o Concelho e as suas gentes, espera-se trazer até á região muitos visitantes no sentido de criar uma iniciativa com envolvência e onde todos se sintam integrados. Já está disponível o cartaz deste evento. Todos aqueles que queiram acompanhar

esta iniciativa, fazendo parte integrante deste evento, acompanhando o Rebanho no percurso efetuado, deverão fazer a sua inscrição no serviço de Turismo da Câmara Municipal durante o horário de funcionamento da mesma. Mais informações: Município de Castro Daire Morada: Rua Dr. Pio de Figueiredo, 42 | 3600-214 Castro Daire Telefone: 232382214 Fax: 232382923 / Email: geral@cm-castrodaire.pt


reportagem

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UMA “AVENTURA” NA SERRA DA ESTRELA...

II FESTIVAL DE CAMINHADAS DE ALCOUTIM

UM ALGARVE DIFERENTE DE 8 A 10 DE MAIO, ALCOUTIM RECEBEU A SEGUNDA EDIÇÃO DO FESTIVAL DE CAMINHADAS E DUPLICOU AS PRESENÇAS EM RELAÇÃO À PRIMEIRA EDIÇÃO. TRÊS DIAS PARA APROFUNDAR O POTENCIAL NATURAL E CULTURAL DE UMA REGIÃO MARCADA PELO RIO GUADIANA. Texto e fotografia: Vasco de Melo Gonçalves

1º. DIA DO II FESTIVAL DE CAMINHADAS Com início marcado para as 10h00, o II Festival de Caminhadas de Alcoutim, começou com duas caminhadas direcionadas para os alunos do 1º ciclo do ensino básico, do Agrupamento de Escolas do Concelho de Alcoutim, dinamizadas pela Associação Almargem. Seguiu-se, pelas 17h00, o passeio

pedestre “A Rota do Otimismo”, que contou com algumas dezenas de participantes alegres, otimistas e motivados pelo Clube do Otimismo. Pelas 19h00, no Cais novo de Alcoutim ocorreu a inauguração da exposição Internacional de Arte “Minha / Mi Fukushima”. O Presidente da Câmara Municipal de Al-


13 coutim, Osvaldo dos Santos Gonçalves, deu início à sessão com umas breves palavras sobre a importância do evento e agradeceu à organização o trabalho desenvolvido. Os mais pequenos deram “asas” à sua imaginação e deixaram o seu testemunho a pincel, no chão do cais. A comitiva seguiu depois para uma visita guiada, que teve início em Sanlúcar de Guadiana, passou pelo Centro de Artes e Ofícios, em Alcoutim, e terminou com os artistas presentes a expressarem a sua criatividade no Cais novo. Este evento contou com a presença do Alcalde de Sanlúcar de Guadiana, José Manuel Ponce Ojeda, a Tenente Alcalde, Maria del Mar Gomez Ojeda, do Presidente da Peace and Art Society (PAS), Paulo Duarte Filipe, de vários artistas e dos participantes do passeio pedestre “A Rota da Felicidade”, integrada no II Festival de Caminhadas de Alcoutim. Este primeiro dia terminou com o DocuFestival, projeção do documentário Baraka, na Casa dos Condes, em Alcoutim. 2º. DIA DO II FESTIVAL DE CAMINHADAS O 2º dia do festival teve inícios às 8h30 com uma conversa com o Sr. Mário Batista, Guarda-Fiscal aposentado, que nos elucidou sobre a vida de um Guarda- fiscal e de um Contrabandista. Uma encorajadora introdução ao passeio pedestre “Trilhos de Ronda no Guadiana”. Ás 9h30, mas em Farelos, freguesia de Giões, os caminhantes fizeram a Marcha de maio e a tarde foi dedicada à cultura e lazer, com jogos tradicionais e atuação do Rancho Infantil de Martim Longo. Em Alcoutim, as atividades recomeçaram pelas 16h00, com os caminhantes a terem a oportunidade de fazer o seu próprio bastão e copo de cana. Às 18h45 a tarde foi mais musical, com a atuação do Quarteto Concordis, no Espaço Guadiana.

reportagem

Inauguração da exposição em Sanlúcar do Guadiana.

E este dia terminou com uma caminhada noturna “Olhar o Céu, Gravar na Pedra”, nos Menires do Lavajo, com observação astronómica. 3º. DIA DO II FESTIVAL DE CAMINHADAS O 3º e último dia do festival começou às 8h00, com o passeio pedestre mais solicitado e também o de maior distância e dificuldade, “Algarve, com aroma a Alentejo e Espanha”, que teve inicio com um passeio de barco até ao Pomarão e caminhada até Sanlúcar de Guadiana, onde terminou com um momento de convívio “à volta de um copo de gazpacho”. Pelas 9h30, em Corte da Seda, freguesia de Alcoutim, a “Manhã com o Pastor”, possibilitou aos caminhantes pastar as cabras e degustar o queijo fresco com pão e mel, acompanhado de umas deliciosas azeitonas e vinho caseiro. E há mesma hora, mas na aldeia do Pereiro, a caminhada “Há vida


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reportagem

Preparativos para a caminhada “Trilhos de Ronda no Guadiana”

no monte?” foi dedicada à vida num monte do Nordeste Algarvio e à arquitetura tradicional. Este último dia de festival terminou em Alcoutim, com o VIII Grande Prémio de Atletismo de Alcoutim. A MINHA VISÃO Devo confessar que Alcoutim sempre exerceu sobre mim um grande fascínio para o qual não tenho uma explicação lógica. O mesmo acontece com as povoações de Castro Marim e Alcácer do Sal penso que seja a suas proximidade ao rio, a arquitetura simples e as tonalidades de branco os fatores dessa atração. A minha passagem por Alcoutim, durante os três dias de Festival de Caminhadas, confirmou esse meu encanto. No primeiro dia foi muito interessante seguir o trabalho do Clube do Otimismo na Rota da Felicidade. Tratou-se de um percurso na vila de Alcoutim em que os diferentes grupos de participantes tiveram de superar algumas tarefas apresentadas pelos organizadores. Essencialmente a comunicação dos organizadores centrou-se no poder da mente sobre o comportamento humano. O fim do dia foi dedicado ao projeto My Fukushima com uma exposição patente em Alcoutim e Sanlúcar do Guadiana (a povoação vizinha situada em Espanha). Os responsáveis das duas autarquias inaugu-

O guia Fernando Dias com o senhor Mário Batista (Guarda-Fiscal aposentado).

raram a exposição nas duas localidades, onde diversos artistas de diferentes nacionalidades apresentaram as suas obras e nas quais retratam o drama nuclear que foi e é Fukushima. O segundo dia começou cedo para efetuar o Trilho da Ronda do Guadiana. Antas da partida da vila de Alcoutim, tive a oportunidade de ouvir o senhor Mário Batista (Guarda-Fiscal aposentado) falar sobre a vida difícil que tinham, no século XX e, a relação com os contrabandistas. Estes dois mundos coexistiam, por vezes, no seio da mesma família! Quanto ao percurso, ele é circular e possui uma extensão de cerca de 13,8 km. É um percurso interessante do ponto de vista paisagístico, sem grandes dificuldades técnicas mas, o troço final junto ao Guadiana, é o mais bonito. O diálogo com o rio é muito curioso, especialmente se ele estiver repleto de barcos como era o caso do dia da caminhada. Após a caminhada e durante a tarde, tive a oportunidade de assistir a um interessante workshop de fabrico de bastões em cana ministrado por Ana Silva. O dia terminou em grande com um concerto do grupo Quarteto Concordis no Espaço Guadiana. O último dia prometia, um passeio de barco até ao Pomarão e posteriormente


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A vida do contrabandista!

Uma vis達o de Alcoutim.


16 Subida do Guadiana até ao Pomarão no terceiro dia do Festival.

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Workshop de bastões.

Concerto pelo Quarteto Concordis, no Espaço Guadiana.

uma caminhada com 21 km de extensão até Sanlúcar do Guadiana. A viagem de barco Alcoutim-Pomarão tem uma duração aproximada de uma hora e, ao longo do trajeto, podemos observar nas margens os antigos postos de controlo da Guarda-Fiscal (hoje transformados em turismos ou habitações). No leito do rio, são inúmeras as embarcações à vela fundeadas pertencentes a estrangeiros e passam longos períodos de tempo entre Portugal e Espanha. Chegados ao cais do Pomarão e após um pequeno briefing iniciámos a caminhada linear com cerca de 21 km de extensão. O trajeto é, todo ele, em território espanhol e tem como finalidade, segunda a organização do Festival de Caminhadas, estreitar as relações com as regiões vizinhas. Para além da extensão do percurso, este é um pouco condicionado pelas condições

A “biblioteca”.

meteorológicas. O forte calor e a ausência de sobra fez com que alguns elementos do grupo tivessem de abandonar a caminhada. Na minha opinião, o percurso que faz parte da rede de Caminos Naturales del Guadiana tem três áreas diferentes de interesse: até Puerto de La Laja; até à zona de Huerta Torres e, depois, a ligação a Sanlúcar do Guadiana. A primeira parte é de adaptação e muito bonito. Depois de Puerto de La Laja caminhamos ao longo de uma Via Verde (rede espanhola de antigos percursos de comboio) muito exposta ao sol e onde se sente alguma dificuldade na transposição. Durante este troço, a organização disponibilizou água o que minimizou os efeitos do calor. A aproximação a Huerta Torres é feita por zonas mais arborizadas e com mais sombra. Foi em Huertas Torres que tivemos o momento mais emocionante da caminhada.


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Início da caminhada por terras de Espanha.

A organização efetuou uma homenagem póstuma ao senhor Paco Serriña, um agricultor que ao longos dos anos sempre ajudou os caminhantes que por ali passavam, oferecendo laranjas e água e que faleceu em 2014. A família ficou muito emocionada com as ofertas e o filho de Paco Serriña manteve a tradição do seu pai oferecendo água fresca do poço e magníficas laranjas do seu laranjal. A tradição está assegurada! Sanlúcar do Guadiana está muito próxima e o percurso até lá é reconfortante. A povoação possui identidade, uma arquitetura simples e uma forte ligação ao rio Guadiana. Final de caminhada e é tempo de saborear o famoso gazpacho antes da travessia de barco para Alcoutim. O encerramento do II Festival de Caminhadas de Alcoutim foi feito pelo presidente da câmara de uma forma informal onde,

num discurso breve agradeceu a todos os intervenientes com especial enfoque aos funcionários da câmara que se envolveram de uma forma empenhada na realização do Festival. Terminado o segundo que venha o terceiro e já sei que vão ser acrescentadas algumas novidades. Até 2016! A tradição está assegurada.


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Os caminhantes aproveitavam todos os recursos para se refrescarem.


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Alcoutim.

Um olhar do contrabandista para SanlĂşcar do Guadiana.


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UMA “AVENTURA” NA SERRA DA ESTRELA...

WALKING FESTIVAL AMEIXIAL 2015

A CONFIRMAÇÃO DE UM PROJETO GANHADOR

A ALDEIA DO AMEIXIAL (ALGARVE) RECEBEU MAIS UMA EDIÇÃO DO SEU FESTIVAL DE CAMINHADAS CADA VEZ MAIS RECHEADO DE NOVAS PROPOSTAS DE CAMINHADAS E DE MANIFESTAÇÕES PARALELAS. A ADESÃO DO PÚBLICO, AO LONGO DOS TRÊS DIAS, FOI GRANDE E ESTÁ DE PARABÉNS A AUTARQUIA DE LOULÉ E A JUNTA DE FREGUESIA BEM COMO A PROACTIVTUR, NA PESSOA DO JOÃO MINISTRO, O GRANDE IMPLOSSIONADOR DO WALKING FESTIVAL AMEIXIAL. Texto: Bruno Rodrigues e Lobo do Mar Fotografia: Lobo do Mar Primeira paragem onde foram feitas as primeiras abordagens à geologia local.


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reportagem

No âmbito do Festival de Caminhadas do Ameixial 2015, participámos num passeio temático com a geologia como tema e com o Bruno Rodrigues do Projeto Querença como guia. A Primavera na sua máxima pujança deixou-nos maravilhados pela quantidade de florações e pelo perfume que emanavam. Mas foi na base de toda esta vegetação que descobrimos outras “histórias” bem mais antigas e não botânicas, com milhões de anos. Agradecemos ao Bruno Rodrigues por nos mostrar esse outro mundo que é o nosso e pelo texto que a seguir transcrevemos da sua autoria. Leia também, na versão paga, a reportagem sobre o PR Corte de Ouro. A paisagem foi sempre assim dominada pelos Rosmaninhos

“Para compreender a Terra temos de ser humildes e olhar para os nossos pés, não propriamente para eles mas por onde pisam. Numa caminhada temática subordinada à geologia integrada no Walking Festival Ameixial - WFA, os participantes foram desafiados, ao longo de 10km a observar e desvendar uma história com mais de 300 Milhões de anos. O percurso, como todos os outros do WFA, iniciou-se na escola primária do Ameixial onde foi feita uma pequena abordagem sobre a dificuldade do percurso e o que iria acontecer ao longo do mesmo. Descidas longas, passagens por ribeiras e longas subidas estariam à espera dos participantes. A primeira paragem para observação foi pouco tempo depois, junto a uma antiga pedreira. Foram analisadas cartas geológicas, com todas as suas cores e a sua representação. À frente dos participantes expunha-se uma intercalação de xistos e grauvaques com cerca de 320 milhões de anos, pertencente à formação de Mira do Grupo do Flysch do baixo Alentejo da Zona Sul Portuguesa. Estas rochas metasedimentares sofreram grandes pressões e temperaturas para

as tornar o que são hoje e usadas desde sempre pelas populações que se sediavam neste local. Um exemplo dado foi o uso de blocos de grauvaque para base de escrita nas famosas estelas. As rochas intensamente dobradas são um quebra-cabeças mas foram fornecidas algumas pistas sobre como as “desdobrar” e organizar para que voltem à sua posição original e seja possível saber um pouco mais sobre a sua história. Polaridade das camadas, figuras de carga, granoseleção, estes foram vários dos termos de que foram abordados e discutidos. Saber observar e analisar uma falha, dobras, diáclases e intrusões foram um dos pontos de partida para uma “caça” ao longo de todo o percurso. Mas a paisagem, o relevo e o modelado dos rios na paisagem foram também tema de conversa. Numa questão lançada pontualmente pelo guia, ia sendo revelado pouco a pouco, à medida que mais elementos iam sendo descobertos, a história geológica da paisagem. A curiosidade dos participantes levou a temática para outros domínios da geologia mas que, como tudo no nosso planeta, estão sempre interligados.”


Detalhe de um grauvaque da Formação de Mértola do Grupo do Flysch do Baixo Alentejo

O guia mostra o preenchimento de quarto numa diáclase.

reportagem

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As hortas cercadas pelos cactos que funcionam melhor que os espantalhos e que alimentam os passaros


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reportagem

Travessia da ribeira os bastões feitos no dia anterior foram uma ajuda preciosa

O nosso guia incansável para que vejamos o que ele vê

Paragem na Ribeira do Vascão para comer

os participantes visualizaram pequenas taliscas de rocha não alterada.

Para o ano prometemos voltar ao Walking Festival Ameixial e vamos sugerir que seja considerado no vasto programa do Festival um passeio Botânico que acredito vai ter muita procura.


escapadinha

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ESCAPADINHAS NA ROTA DA TERRA FRIA TRANSMONTANA

“NÃO SE PODE CONHECER UMA TERRA SEM NUNCA A TER VISITADO!” ESCAPADINHA À ROTA DA TERRA FRIA TRANSMONTANA, NO PLANALTO MIRANDÊS - PARQUE NATURAL DO DOURO INTERNACIONAL; CONCELHOS DE MIRANDA DO DOURO E MOGADOURO FOI O NOSSO PROGRAMA NO PASSADO MÊS DE ABRIL. TEXTO E FOTOGRAFIA: VASCO DE MELO GONÇALVES


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A Rota da Terra Fria Transmontana é um projeto muito interessante desenvolvido por um conjunto de municípios que visa dar a conhecer uma parte de Portugal Continental com elevado potencial turístico e cultural. A Região da Terra Fria do Nordeste Transmontano (TFT) abrange cinco dos doze concelhos do distrito de Bragança – Bragança, Miranda do Douro, Mogadouro, Vimioso e Vinhais – que constituem a sub-região representada pela Associação de Municípios da Terra Fria do Nordeste Transmontano. A estruturação da oferta, face à dimensão do território e das diferentes riquezas naturais´, gastronómicas e culturais, não deve ter sido um trabalho fácil. Na observação da estrutura da Rota e dos respectivos troços, parece-me um trabalho bem feito. “...A Associação de Municípios da Terra Fria do Nordeste Transmontano definir um circuito que proporcionasse ao seu utente o conhecimento e o usufruto das potencialidades da região. Tarefa ingrata, já que o pragmatismo do objetivo implicava uma racionalização do percurso, privilegiando locais em detrimento de outros que não logravam a mesma mediatização e visibilidade. O itinerário definido foi bem ponderado, tendo em vista, a um tempo, a comercialização de bens e serviços e a outro, a preservação e a salvaguarda dos valores

naturais e culturais, sempre tão sensíveis aos excessos da demanda. A opção contemplou, naturalmente, os cinco municípios representados, assumiu uma configuração abrangente e contínua, integrou os melhores testemunhos do carácter nordestino e ponderou os custos da materialização da iniciativa. E resultou um percurso com cerca de quinhentos quilómetros, praticável num mínimo de três dias em circulação automóvel.”

A MINHA EXPERIÊNCIA

Para quem vive na zona da Grande Lisboa temos a ideia errada que estamos no centro de tudo e que Trás-os-Montes é uma região longínqua e periférica! Na conversa com os nossos guias e ao observar a página 11 do Guia da Terra Fria Transmontana (infogravura com a localização da região) tomo consciência que Bragança fica a 100 km de distância de Zamora e Ourense, a menos de 200 km de Salamanca, Vigo, Santiago de Compostela e Porto e a menos de 400 km de Madrid! Esta realidade geográfica justifica, em certa medida, o sucesso que a Rota tem na clientela portuguesa e espanhola. O sucesso de uma Rota está intimamente ligado ao conjunto de parceiros que dela fazem parte. Os nossos guias Luis Costa


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A bordo no rio Douro

(Anda D’I) e Pedro Cordeiro (Douro Pula Canhada) são o exemplo de pessoas jovens que não viram costas às adversidades e desenvolvem as suas atividades profissionais com a finalidade de potenciar uma região tirando partido da sua riqueza natural e cultural. Foram eles que nos receberam em Miranda do Douro, no Hotel Parador de Stª. Catarina e, que apresentaram a Rota e o respectivo programa para os três dias durante uma degustação (vinhos e petiscos da região) na varanda com uma vista espetacular sobre o Douro Internacional. O jantar foi servido no próprio hotel e, o prato principal foi uma belíssima posta de bacalhau acompanhado com vinho da região (segundo o proprietário do hotel, os espanhois “perdem a cabeça” com a posta e fazem quilómetros só para a apreciar!). Quanto ao hotel é uma unidade com uma localização espetacular, com bom ambiente mas com uma decoração e serviço muito marcados no tempo.

No segundo dia, o tour de 4x4 pelos principais castros e miradouros foi muito interessante com um especial destaque ao Castro da Aldeia Nova e Miradouro de S. João das Arribas. Durante o período da manhão vistámos também o Centro de Acolhimento do Burro de Miranda do Douro onde os burros têm um final de vida com dignidade. Depois destas andaças, o apetite já se fazia sentir e nada melhor do que regressar a Miranda do Douro e a um dos seus mais emblemáticos restaurantes, o Mirandês. O serviço é de qualidade e os produtos são da região. Neste estabelecimento degustei a melhor posta desta minha jornada pelas terras de Trás-os-Montes. A digestão da magnífica refeição foi efetuada num passeio na cidade de Miranda do Douro (ler artigo dedicado a Miranda do Douro) onde visitámos os pontos mais signíficativos no que diz respeito ao património edificado. Caminhámos tam-


Museu da Terra de Miranda

bém pelo Parque Urbano, um local de grande valor paisagístico e que abriga algumas espécies de aves. O ponto alto do passeio foi a visita ao Museu da Terra de Miranda situada na bonita Praça D. João III. Trata-se de um museu tutelado pela Direção Regional de Cultura do Norte dedicado à etnografia regional. O acervo museológico de caráter arqueológico, histórico e etnográfico. O museu propõe uma abordagem à cultura material e imaterial da região focando aspetos como a língua mirandesa, os trabalhos domésticos e agrícolas, os rituais, a música, os trajes e a danças e os ofícios tradicionais. Com o sol já muito baixo dirigimo-nos ao miradouro natural Fraga do Puio junto à bem conservada aldeia do Picote. Uma paisagem de cortar a respiração onde o rio Douro estreita e se mostra de uma forma rude. Neste segundo dia fiquei a dormir em Sendim, num hotel rural ( La Tenerie) muito

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acolhedor e com uma decoração onde podemos ver uma grande quantidade de máscaras bem como desenhos e pinturas de paisagens da região. O jantar, fornecido pelo restaurante o Encontro, foi servido num espaço de enoturismo denominado Curral de Tiu Pino. O antigo lagar é um dos grandes atrativos deste espaço mas foi, mais uma vez, a gastronomia e o vinho da região que foram os protagonistas. O produtor de vinho José Preto esteve presente para apresentar alguns dos seus vinhos que, diga-se de passagem, são de grande qualidade. O terceiro e último dia estava reservado a um passeio de barco pelo rio Douro. De início pensei que seria mais um passeio do tipo excursão onde todos vão sentados a ouvir o guia. Mas não, o passeio tem início junto à barragem da Bemposta e é efetuado numa jangada a motor muito estável e com uma dimensão reduzida que proporciona uma melhor aproximação aos pon-


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Miradouro de S. João das Arribas

tos mais interessantes. O troço de rio que fiz deu para ver Corvo Marinho, Cegonha Preta, Grifo, Abutre do Egipto, Águia Real e Águia de Boneli. O nosso guia Manuel Moreno, da empresa Naturismo, é conhecedor de aves e sabe onde observá-las. Neste passeio notei a falta de um briefing inicial sobre a espécies que poderemos observar bem como de segurança a bordo. Chegou ao fim a minha Escapadinha de três dias que, segundo as informações dos nossos guias, pode ser personalizada e acrescentada com outras atividades ao gosto do cliente. É tudo uma questão de disponibilidade e dinheiro... A Escapadinha que experimentei tem um preço base de cerca de 140,00 euros por pessoa. Parta à descoberta das Terras Frias Transmontanas e vai ver que não se arrepende.

No rio Douro Parque urbano em Miranda

Centro dedicado ao burro


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O PROGRAMA

1º DIA Chegada à Terra Fria Transmontana Welcome drink / Briefing / Jantar (ementa tradicional da região) no Hotel Parador de Stª. Catarina; Entrega da maxi-box e do Guia da Rota da Terra Fria Transmontana; Hotel Parador de Santa Catarina em Miranda do Douro. 2º DIA Pequeno-almoço no hotel; Tour, num veículo 4x4, pelos Castros e Miradouros do Planalto Mirandês; Almoço no restaurante típico, em Miranda do Douro, o “Mirandês I”; Visita guiada ao património histórico da cidade de Miranda do Douro e visita ao Museu “Terras de Miranda”; Saída para a aldeia de Picote para observar o pôr do Sol no miradouro natural conhecido por “Fraga do Puio”; Check-in no hotel rural “La Tenerie” em Sendim; Jantar no Curral de Tiu Pino (Enoturismo) com uma ementa tradicional da região. 3º DIA Pequeno-almoço e check-out do hotel; Passeio de barco na Reserva Nautral da Barragem da Bemposta com a empresa Naturismo. Almoço e fim da Escapadinha.

INFORMAÇÃO ÚTIL

Para saber mais sobre a Rota da Terra Fria Transmontana: http://www.rotaterrafria.com/pages/1 O site está bem concebido e fornece todo o tipo de informação necessária para quem queira vistar a região. RESERVAS Anda d’I (Bragança) www.andadi.pt Tlm: +351 935 355 633 info@andadi.pt Douro Pula Canhada (Miranda do Douro) www.douropulacanhada.com Tlm: +351 961 561 119 Tel / Fax: +351 273 431 340 info@douropulacanhada.com


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UMA “AVENTURA” NA SERRA DA ESTRELA...

CAMINHADA (1º DIA)

GR12 CAMINHO DO TEJO Texto e fotografia: Caminhantes


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Águas do Tejo

O CAMINHO DO TEJO É UM PERCURSO GR (GRANDE ROTA) LINEAR, COM CERCA DE 45 KM, LIGANDO CONSTÂNCIA A ALVEGA, NO EXTREMO ESTE DO CONCELHO DE ABRANTES. O TRAÇADO, MARCADO NOS DOIS SENTIDOS, ACOMPANHA O RIO TEJO E DESENVOLVE-SE MAIORITARIAMENTE EM CAMINHOS AGRÍCOLAS E FLORESTAIS DE TERRA BATIDA.

A paisagem é marcada pelos extensos campos agrícolas que ocupam os terrenos mais planos e férteis e por olivais e algumas florestas de sobreiros e eucaliptos nas encostas mais declivosas, assumindo-se nitidamente como uma zona de transição entre a Beira Baixa e o Ribatejo. A riqueza patrimonial denuncia a importância estratégica que o rio sempre teve ao longo dos tempos, materializada nas estações arqueológicas, edifícios de quintas, cais de acesso ao rio e outras edificações que aqui existem. 1ºDIA Por se tratar de um percurso linear planeamos deixar o carro na localidade de Praia

do Ribatejo e efetuar a viagem de comboio até à Barragem de Belver, local onde inicia-mos o percurso. Na estação de comboio encontramos a sinalética do PR1 – Arribas do Tejo, seguimos o PR em direção à Barragem a qual atravessamos, deixando o PR1 viramos à direita, seguimos a estrada municipal por alguns metros até tomarmos um caminho de acesso aos campos em direção à margem do rio Tejo. Percorrendo caminho de pé posto chegamos à estação de captação de água. Aqui o terreno passou a ser mais plano pelo que seguimos alguns trilhos de rodados existentes ao longo da margem do rio, do lugar de Léziria, até encontrar um caminho de terra batida que nos levou à Estação de Canoagem de Alvega (margem sul). Este é o ponto de início oficial da GR12. Subimos a rua de Santo António em direção à N118, a qual percorremos alguns metros para logo a deixarmos, seguindo a rota agora por um caminho de terra batida. Um ponto de interesse nesta etapa é a Ermida da Nossa Senhora da Guia, que fomos visitar, são


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Rio Tejo

Estação de captação de águas.

720 metros para ambos os lados… O trilho segue serpenteando a linha de comboio, em constante sobe e desce, por entre olivais e algumas florestas de sobreiros. A nossa vista começa a alcançar as torres de refrigeração da Central Térmica do Pego, no lugar de Cavalheiros, o trilho contorna a central para o lugar de Calça Torta em direção à localidade do Pego, onde existe a possibilidade de abastecimento, bastando efetuar um pequeno desvio do trilho. Continuamos o percurso à cota do rio Tejo e já começamos a avistar o aglomerado populacional da cidade de Abrantes, bem lá no alto. O percurso continua por caminho de terra batida com plantações de vinhas nos terrenos que ladeiam o rio, para novamente entrar para o interior, em direção

a Coalhos, onde atravessa grandes campos agrícolas que nesta altura do ano estão embelezados pelas papoilas e malmequeres… chegados novamente à N118, percorremos a sua berma ao longo de pouco mais de 1 km para chegarmos ao Parque Ribeirinho de Abrantes - Aquapolis, em Rossio ao Sul do Tejo. Este é o local de término da 1ª etapa, mas como planeamos a pernoita na Pousada da Juventude de Abrantes, depois de uma pausa na esplanada da zona ribeirinha para refrescar as gargantas, continuamos o trilho. Atravessamos o rio Tejo pela ponte da N2 para a localidade de Barreiras do Tejo, descemos à margem esquerda do Aquapolis e começamos a subir as ruas que nos levaram à Pousada da Juventude, local de término da nossa etapa.


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Solar de Alvega


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Ermida Nª Sª da Guia


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Central Termoelectrica do Pego.


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Parque Urbano de Abrantes (Margem Sul)

Centro Histórico Abrantes

FICHA DO PERCURSO Etapa 1: Barragem de Belver-Léziria- Estação de Canoagem de Alvega-Ermida Nª Sr.ª da Guia-CavalheirosCalça Torta-Pego-Coalhos-Rossio ao Sul do Tejo (Aquapolis)-Barreiras do Tejo-Abrantes Distancia: 32,3 km Marcha efetiva: 7:25 horas Alojamento: Pousada da Juventude de Abrantes

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Trilha em: http://pt.wikiloc.com/wikiloc/view.do?id=9436373


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LOUSÃ, AÇOR E ESTRELA

TRÊS DIAS E TRÊS SERRAS. O 1º DIA. Crónica: António José Soares / http://coimbrasantiago.blogspot.pt/ Fotografia: JOPARESI DEPOIS DE UM MÊS DE CHUVA, FINALMENTE O SOL DEU UM AR DA SUA GRAÇA, PARECENDO QUERER SIMPATIZAR COM O GRUPO DE PROTAGONISTAS QUE SE REUNIRAM PARA UMA TRIPLA JORNADA DE CICLOTURISMO, PROVENIENTES DE LOCAIS TÃO DÍSPARES COMO ARRUDA DOS VINHO, CATARINA E RUI SALGADO; FIGUEIRA DA FOZ, GUSTAVO BAETA; COIMBRA, JOSÉ AGUIAR; TORRES DO MONDEGO, LOCALIDADE PRÓXIMA DE COIMBRA, JOÃO PAULO SIMÕES E TÓ-ZÉ SOARES, AUTOR DAS PRESENTES LINHAS, E, POR FIM, DA CIDADE DE FARO, SÉRGIO PEIXOTO.


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Com ponto de encontro marcado para a Praça 25 de Abril, Calhabé, em Coimbra, o João Paulo trouxe de Torres do Mondego a sua “Princesinha” para transportar o grosso da coluna até às proximidades do Espinhal, concelho de Penela. Nos detalhes, foi importante a colaboração prestável e simpática do Carlos Peixoto que levou a “Princesinha” de volta, na companhia do pequeno co-piloto, o seu filho Diogo. O desafio lançado pelo João Paulo Simões, que cognominou de “Skytrail”, um programa delineado para três dias, pedalando pela cumeeira das serras da Lousã, São Pedro de Açor, até atingir a Estrela, mais precisamente o seu ponto mais alto, a Torre. A intenção de percorrer as serras da Lousã e São Pedro de Açor, atingindo os seus pontos mais altos, Trevim e Pico do Cebola, com epílogo previsto para a Serra da Estrela, começou da melhor maneira na O espírito que presidia à tripla jornada se-

ria pedalar em ritmo de passeio, procurando vencer as agruras do percurso com a motivação extra patenteada na sua beleza, bem como o desejo de ultrapassar os limites que a fadiga condiciona. Após o imaginário tiro de partida, foram dadas as primeiras pedaladas, a subir, desde a pequena localidade de Ferraria de São João em direção a São João do Deserto, situado a uma altitude de 854 metros, na fronteira do concelho de Penela com o de Miranda do Corvo, um santuário e miradouro que domina uma vasta região, descortinandose a oeste Penela e Condeixa e para norte e nordeste os contrafortes da serra da Lousã, bem como uma vista sobre os campos circundantes marcados pela profusão de oliveiras e nogueiras. Chegados ao parque eólico, na crista da serra, seguimos pelos estradões de terra que ligam as enormes torres geradoras, “moinhos de vento da atualidade”, numa paisagem metamorfoseada por imperativos de produção energética, com impactos visuais


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e sonoros visíveis, tudo em nome do progresso e da economia. Uma vasta cortina branca um pouco abaixo do perímetro montanhoso deixava antever uma manhã cinzenta no vale. Cá em cima gozava-se o sol e pedalava-se contra o vento. Com o aproximar da hora do almoço a necessidade de uma pausa para descanso e reabastecimento alimentar impunha-se e assim se procedeu a um momento de pausa mais prolongado, num pequeno bosque, nas imediações da estrada que liga as vilas de Lousã e Castanheira de Pera, ocorrendo o repasto junto às ruínas de uma pitoresca casinha de montanha. Num fantástico dia de sol, subir até aos 1205 metros com os alforges bem carre-

gados, não foi tarefa fácil. Contudo, cada um a seu ritmo, lá foi chegando o pelotão ao alto do Trevim. Prosseguindo para Santo António da Neve, resolvi imitar o José Aguiar, arriscando descer por um corta fogo bastante íngreme e pleno de pedras, mas deu para prosseguir. Junto à capela de Santo António da Neve, local onde antigamente se procedia à recolha da neve para um poço que depois de transformada em gelo, era enviada para a Corte, onde era muito apreciada pelos monarcas de então, assim como pela alta sociedade, ligada à Casa Real. Apreciámos a magnífica paisagem e a pequena igreja setecentista, onde numa placa se pode ler:


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“ESTA CAPELA DO GLORIOSO SANTO ANTONIO DE LISBOA A MANDOU FAZER JULIÃO PEREIRA DE CASTRO REPOSTEIRO DO NOSSO REINO DA CÂMARA DE SUA MAJESTADE E NEVEIRO DE SUA REAL CASA EM TERRA SUA ANO 1786”

A paisagem bastante atrativa do planalto convida-nos a envolver-mo-nos com a natureza, aqui o chão está atapetado por uma erva rasteira e de quando em vez por morangueiros silvestres e um ou outro pilriteiro, convidam ao relaxe sob os frondosos carvalhos-alvarinho, num espaço bastante aprazível, no entanto a hora não era de preguiça. A urze, arbusto rasteiro de coloração consoante a época do ano, variando entre o rosa suave e o roxo intenso é uma con-

stante na paisagem, com as abelhas a rondar na procura do pólen. O colorido das encostas, com o amarelo de arbustos rasteiros e da urze, agora roxa, iamnos envolvendo numa gigantesca tela, plena de beleza, que se impunha reproduzir em imagens. Mas neste primeiro dia era imperioso chegar a horas à aldeia do Fajão, concelho de Pampilhosa da Serra. Assim prosseguimos pela crista, pedalando a bom ritmo, até atingir a EN 2, no Alto da Serra. Abandonámos os estradões de terra e pedalámos pela EN 2, onde contámos com a animosidade do vento de frente. Continuar pela cumeada até atingir a aldeia do Fajão, com a animosidade do vento de frente não era propriamente muito animador. Assim, resolvemos encetar uma louca descida até ao Colmeal, por uma estreita e sinuosa estrada de asfalto.


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No Colmeal, o Ceira liberta-se das fragas e começa a ganhar mais caudal, uma represa forma um espelhado lençol de água que entre as duas encostas dá mais brilho à aldeia, constituindo um magnífico local para lazer, condições naturais que convidam, em dias mais quentes, a experimentar as límpidas águas. Enquanto todos procediam ao reabastecimento, cometi uma imprudência e não respeitei a velha máxima dos ciclistas, de comer quando não se tem fome e beber sem ter sede. O final da jornada estava próximo, apenas doze quilómetros até à aldeia do Fajão, próxima da nascente do rio Ceira, situada entre admiráveis penedos, com o casario encaixado na encosta, mais fazendo lembrar um pequeno presépio. E então nos dois quilómetros finais da subida, fui bem

castigado pela imprudência de não me ter convenientemente alimentado. Uma momentânea fraqueza provocou um pequeno atraso, suficiente para ser catalogado por fracote. A jornada terminava finalmente com o repasto a acontecer no Pascoal, antigo Juiz do Fajão, a comida tradicional, bem confecionada, foi bem merecida por todos que cumpriram uma excelente jornada de cicloturismo. A Junta de Freguesia do Fajão merece bem o nosso agradecimento, pois deixou que pernoitássemos na Sala Cultural, numa noite tranquila, com uma ou outra transgressão da lei do ruído,cumprindo os restantes índices ambientais exceto na qualidade do ar. Portanto, balanço positivo.


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SYDNEY OPERA HOUSE,

UMA FLOR AUSTRAL Texto: Luís Contente Fotografia: Valério Conceição


PARA DESCOBRIR A CASA DA ÓPERA DE SYDNEY, SOBRETUDO PARA QUEM FICAR ALOJADO PERTO DO CENTRO, O MELHOR É APANHAR UM DOS NUMEROSOS FERRIES QUE FAZEM A TRAVESSIA ATÉ CIRCULAR QUAY, O PORTO QUE SE LOCALIZA

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DO OUTRO LADO DA CIDADE. OS BARCOS FUNCIONAM COMO TRANSPORTE PÚBLICO PERMITINDO LIGAR AS VÁRIAS MARGENS. EMBORA CAROS, SÃO NO ENTANTO UMA BOA ALTERNATIVA AOS PREÇOS PROIBITIVOS QUE PRATICAM OS CRUZEIROS DAS COMPANHIAS PRIVADAS. É num desses cacilheiros australianos que embarco em direcção ao meu objectivo. A maravilhosa vista da baía vai ficando para trás revelando toda a quantidade de arranha-céus envidraçados que a rodeiam. O ar gélido fustiga-me a cara. Sento-me num dos bancos do convés de modo a oferecer menos resistência ao vento. O ferry aumenta a velocidade e começa a navegar num grande mar aberto. O panorama abre-se como um leque andaluz feito de penínsulas sucessivas rodeadas por águas prateadas. Atraca pouco depois numa das paragens previstas. Mas fá-lo com tal estrondo contra o pontão que perco o equilíbrio. Pelo que vejo, não usam pneus para amortecer o impacto. O capitão atira a embarcação contra os pilares de aço que semeiam os pontões de desembarque até esta parar de vez. Uma técnica um tanto ou quanto rude. Muito australiana. A viagem prossegue e já se avista ao longe, ainda escondido pelos prédios, o primeiro arco da Sidney Harbour Bridge, a ponte que os australianos designam carinhosamente por “cabide”. O barco circunda a encruzilhada das águas e surge-nos pela frente a fantástica vista desse ícone australiano que se vai descobrindo a pouco e pouco. O ferry acosta na margem oposta, junto a um Luna Park decadente. Tem um aspecto de feira popular falida. O espaço é pouco e ganharam-se alguns metros ao mar cravando

grandes pilares de ferro na baía de modo a criar mais uma plataforma de apoio a todas estas velhas atracções decrépitas. Uma enorme carantonha de palhaço serve de porta de entrada para este parque de diversões dos anos 30. Passamos a seguir por baixo da famosa ponte e ao virar de um promontório surge a mais bela das estrelícias. Uma elegância de ferro, betão e vidro que se abre sobre a baía. A ópera de Sydney. O ferry avança lentamente e esta maravilha arquitectónica desfila à minha frente à medida que nos aproximamos do cais. Descobre-se como uma rainha, despontando na alameda principal do mar, emergindo das águas como uma ninfa no seu trono elegante. Acostamos no porto de Circular Quay. O dia luminoso, o sol a brilhar, o céu muito azul, tudo contribui para uma sensação de plenitude. Caminho ao longo do cais que dá acesso à península onde se localiza a ópera. Junto à orla marítima, passo por dezenas de esplanadas, cafés, restaurantes, tudo virado para o mar. É um prazer imenso passear por aqui. Há centenas de turistas por todo o lado. Uns a tirar fotografias, outros sentados nas esplanadas, alguns deitados nos paredões a apanhar banhos de sol, e muitos a caminhar em direcção da Sydney Opera House. Junto ao imponente monumento predominam as selfies japonesas, europeias e americanas.


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48 A Sidney Harbour Bridge, apelidada de cabide

É disto que vive Sydney. E bem precisa. Os custos que envolveram este projecto foram faraónicos. Ainda hoje as suas necessidades energéticas davam para fornecer electricidade a uma pequena cidade de 25.000 habitantes. Começo em primeiro lugar por caminhar à volta desta elegante caravela para tirar algumas fotografias. Enquanto passo por estas estruturas apertadas não posso deixar de pensar em velas de navio, sobrepostas umas às outras. É a sensação que me produz este roçar de ombros, corpo e membros, no meio de telhas de cerâmica, cabos de aço e armações metálicas. Não deixo de notar que as formas são mais exuberantes à distância. Apelam mais à imaginação. Cada um pode fantasiar o que quiser, desde conchas a armações de navios, ou ainda flores exóticas, tudo é possível. Mas ao que consta, o seu mentor pensou em fatias de laranja que se vão desdobrando

sucessivamente, uma ideia, convenhamos invulgar. Só um homem do norte da Europa se lembraria de construir no hemisfério sul algo de semelhante. Jørn Utzon para que conste, conseguiu ganhar o concurso internacional levando a melhor sobre mais de 200 projectos interessados em deixar a sua marca no terreno. A história da construção da Sydney Opera House não deixa por isso de ser apaixonante. Um dinamarquês que teve uma ideia brilhante mas irrealizável para a maioria dos construtores civis. Nem os arquitectos locais acreditavam que fosse possível reproduzir ao vivo as formas desenhadas na prancha do artista. Foi preciso muito empenho e engenho humano para se conseguir produzir esta obra. Com tanta ressalva, os custos acabaram por disparar astronomicamente o que muito enfureceu o governo australiano. Ao fim de 7 anos de avanços e recuos, sem que se visse alguma luz ao fundo do túnel, e depois do orça-


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mento inicial ter sido ultrapassado numa quantia tão elevada que quase levou o país à bancarrota, o génio dinamarquês foi despedido sem dó nem agravo, e a tarefa de concluir a maldita obra que não parava de sugar o dinheiro dos contribuintes foi confiada a gente da casa. Mas uma coisa é certa. A cidade nunca mais foi a mesma, e o país também não. Podemos dizer que Sydney só existe aos olhos do mundo depois da construção deste emblema. Antes ninguém se lembrava que existia uma nação chamada Austrália. Enquanto subo a larga escadaria que dá acesso à bilheteira, sinto me um pouco oprimido ao passar entre os paredões cónicos. Compro o bilhete de entrada e sigo para a visita guiada. Passo em primeiro lugar pela sala de arte dramática, depois por outra onde se realizam concertos e finalmente a sala da ópera. Estão a montar o cenário para La Bohéme. Um guia

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A skyline de Sydney

Circular Quay, o porto junto à casa da ópera

Um parque de atracções dos anos 30


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50 Sydney, uma cidade de água

benemérito conduz-nos ao longo das várias escadarias, rampas de acesso, salas de espectáculos e em pouco mais de uma hora a visita termina. A ópera de Sydney é sem dúvida a casa de espectáculos mais polivalente da cidade. Todas as formas de arte acabam por aí ser apresentadas. Concertos de rock, teatro, dança, cabaret, circo, e claro, ópera. Enquanto regresso ao hotel, os meus pensamentos demoram-se na memória desta flor austral. E ao vê-la desaparecer ao longe na noite escura, sinto que não há edifício que me tenha marcado tanto quanto este. Pela sua elegância, pela sua beleza e sobretudo pela sua poesia. Sydney Opera House, uma paixão para sempre.

O Concert Hall, o maior auditório


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CONFRARIA GASTRONÓMICA DO CABRITO ESTONADO JÁ FOI CONSTITUÍDA Foi constituída, em Oleiros no passado dia 31 de maio, a Confraria Gastronómica do Cabrito Estonado. A cerimónia teve lugar numa tenda gigante, situada no centro da vila, iniciando-se com a escritura pública. O ato solene foi testemunhado pelo muito público presente que não quis deixar de marcar presença neste dia histórico para o concelho e as suas gentes. Os catorze associados fundadores serão posteriormente, no I Capítulo desta Confraria, os seus digníssimos Confrades Fundadores. Presente no evento esteve também o consagrado ator Ruy de Carvalho, o qual aceitou o convite endereçado pelo Município para se tornar Confrade de Honra desta Confraria. Dos catorze associados que tomaram posse, pessoas com responsabilidades na divulgação desta causa pelo seu entusiasmo ou pela sua entrega à causa pública, dez deles são os representantes dos restaurantes que anualmente, por altura da Pás-

coa, aderem ao Festival Gastronómico do Cabrito Estonado e do Maranho. Têm tido um papel preponderante enquanto embaixadores desta causa e são eles os fiéis guardiães desta referência maior da matriz gastronómica Oleirense. A eles coube a missão de preservar saberes e defender sabores. Por esse motivo, a cada um o Presidente da Câmara Municipal de Oleiros, Fernando Jorge, entregou um diploma, assim como um avental que simbolicamente assinalará para sempre este acontecimento. Durante o evento, todos os interessados em tornarem-se confrades efetivos desta Confraria, poderiam pré-inscrever-se no secretariado que existia no recinto para o efeito. Pretende-se que todos quantos queiram, possam fazer parte desta iniciativa que em tanto valorizará o Cabrito Estonado e a sua pátria: Oleiros.


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NATURA GLAMPING, MAIS PERTO DO CÉU!

Em plena Serra da Gardunha e a 925 m de altitude fica situado o Natura Glamping um espaço com um conceito muito interessante de estar na Natureza e com uma vista espetacular. Inaugurado há apenas dois meses, o empreendimento resulta de um investimento de cerca de 300 mil euros (60% com apoio do PRODER). Situado na área protegida da Serra da Gardunha, o Natura Glamping possui 6 domus geodésicos preparados para alojar os visitantes com um excelente nível de conforto complementados por uma antiga Casa do Guarda (lotação para 5 pessoas). Este tipo de configuração arquitetónica permite uma melhor gestão energética, bom isolamento térmico e acústico.

As preocupações ambientais são uma constante para os responsáveis do empreendimento. Em relação ao consumo de energia, utiliza-se lâmpadas led, painéis solares fotovoltaicos. Está pensado, num futuro breve, a utilização de salamandras a lenha para o aquecimento dos alojamentos. A água é proveniente de minas situadas na Serra da Gardunha e furo que são devidamente monitorizados para consumo humano. Ao nível de atividades de natureza, o Natura Glamping possui bicicletas (elétricas e de BTT) para aluguer, promove caminhadas e rotas fotográficas, entre outras.

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na versão paga

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Na Versão paga por apenas 1€ terá acesso aos seguintes artigos: - PORTFÓLIO:

Jardins da quinta da Ribafria - PORTUGAL VISTO DO CÉU: Castelo de Alcoutim - PR CORTE DE OURO

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(veja nas páginas seguintes como proceder)


Nº. 24 . Ano III . 2013 . PVP: 2 € (IVA incluído)

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