passear sente a natureza
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ELVAS!
CAMINHADA COM CRIANÇAS
JARDINS DE
PNRVT
VALE DO TUA
GR DO ZÊZERE EM BTT
Nº. 55 . Ano VI . Outubro 2016 . PVP: 2 € (IVA incluído)
GIVERNY
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Director Vasco Melo Gonçalves Editor Lobo do Mar Responsável editorial Vasco Melo Gonçalves Colaboradores António José Soares; Francisco Cordeiro; João Fernandes; Rui Ferreira, Luis Contente.
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Registada na Entidade Reguladora para a Comunicação Social sob o nº. 125 987 Direitos Reservados de reprodução fotográfica ou escrita para todos os países
Capa Fotografia
Vale do Tua
O exemplo do Vale do Tua A propósito da inauguração dos primeiros Percursos Pedestres do Parque Natural Regional do Vale do Tua (PNRVT) tive a oportunidade de conhecer melhor a região e o projeto do Parque. A criação do PNRVT é algo sui generis no panorama nacional! Partindo duma situação vista pela grande maioria das autarquias como negativa para a região – a construção da barragem no rio Tua – Mirandela, Vila Flor, Alijó, Murça e Carrazeda de Ansiães uniram-se para, a uma só voz, negociar as contrapartidas inerentes à construção da barragem. Estas autarquias não se ficaram a “dizer mal da vida” ou a queixarem-se do poder central de Lisboa, foram pragmáticas e demonstraram ao país que a união de interesses e a preocupação com o desenvolvimento das suas regiões podem funcionar como fatores diferenciadores e determinantes. O PNRVT, ao ser um Parque Regional, depende apenas da administração (composta pelas 5 autarquias e pela EDP), possui um orçamento próprio e permite uma gestão simplificada e em sintonia com as necessidades locais. Espero, a breve trecho, voltar a esta região para aprofundar e divulgar o seu grande potencial ao nível do Turismo de Natureza e Cultural.
(pág.12)
Bons passeios. Diretor vascogoncalves@lobodomar.net
3 Edição Nº.55
38 46 12 Sumário
gratuita
04 Atualidades 12
Parque Natural Regional do
Vale do Tua
38
Navegar nas embarcações
Tradicionais do Tejo
66
Versão completa paga
46 Reportagem: Descobrir Elvas 54
BTT: GR do Zêzere 2º dia
62
Apresentação de artigos
do Passear (versão paga)
64
ASSINATURA Passear
66
Jardins de Giverny
74
Artigo Técnico
78 Equipamento 85
dormidas : comidas: bebidas
74 Tenha acesso à versão compl eta da rev ista pa ssear por m enos d e 2€
atualidades
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O TURISMO DE NATUREZA VAI SER APRECIADO EM MELGAÇO
Melgaço
realiza pela primeira vez um evento em
Turismo de Natureza. ‘Pegada Zero – I Jornadas de Turismo de Natureza – PNPG – Melgaço 2016’, acontece entre 20 e 23 de outubro e contempla várias atividades que permitirão conhecer a região, as suas gentes e costumes. volta do
Situado na Área Protegida mais importante de Portugal, o Parque Nacional da Peneda-Gerês, e integrado na Reserva Mundial da Biosfera, Melgaço é uma terra que celebra a vida e tudo o que ela tem de bom para o corpo e para o espírito. Porta de Lamas de Mouro, pela sua contextualização, assim como pela existência de espaços, infraestruturas e equipamentos de apoio (Parque de Merendas; Auditório; Salas para Workshops; Espaços expositivos; Centro de BTT, entre outros) que permitem a realização de múltiplas atividades, foi o local escolhido para o evento. Pretende-se com esta iniciativa criar um evento em Melgaço sobre a temática do ‘Turismo de Natureza’, destacando as potencialidades do concelho nesta vertente e a envolvência de todos os agentes que atuam na região: Empresas de Animação, Restauração, Alojamento, Comunidade local, entre outras; mas também com o objetivo de se desenvolverem ações de sensibilização sobre a conservação da natureza, junto das comunidades intervenientes, assim como criar ou reforçar a relação das mesmas com o serviço.
Do programa constam várias atividades e ações, tais como rafting, canyoning, percursos pedestres, provas de alvarinho, passeio de jipe, percursos de BTT, batismo hípico, primitive race, arvorismo, slide, rappel, escalada e para os mais curiosos a possibilidade de observarem as Cabras Montês, uma espécie rara em Portugal, existindo apenas na Serra do Gerês e na Serra Amarela. O evento oferece ainda a possibilidade de se participar em workshops: ‘Plantas e sabores’ (uso de plantas aromáticas/medicinais da região), ‘ Fotografia de Natureza’* e ‘ Workshop de Pão Castrejo’; no colóquio ‘Rios e Montanha, Aventura e Segurança’*. Os mais novos (a partir dos seis anos) também serão contemplados, com diversas atividades educativas a decorrerem durante as oficinas temáticas. Os dias 20 e 21 de outubro são reservados a profissionais do setor, tendo os restantes dias um programa aberto ao público em geral. As inscrições devem ser feitas até ao dia 20 de outubro, em: https://goo.gl/forms/o61oNFGOLFY4m0g93
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€ 4,20 Edição nº37
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ALGARVE NATURE WEEK 2017 A Algarve Nature Week, um dos maiores eventos dedicados ao turismo de natureza em Portugal, já tem data marcada para a sua terceira edição. A Região de Turismo do Algarve (RTA) acaba de anunciar que no próximo ano a iniciativa decorrerá entre os dias 5 e 14 de maio, promovendo um rol variado de atividades ao ar livre e estadias em unidades de alojamento local por toda a região algarvia. Enquadrada na Algarve Nature Week, a Mostra da Natureza – espaço de exposição de empresas de animação turística, produtores locais e outras entidades-, também já tem data e local escolhido. Irá decorrer de 5 a 7 de maio, na zona recentemente requalificada das Quatro Águas em Tavira, um local privilegiado que conjuga os elementos água, terra e ar, ideais para a prática de atividades ao ar livre. Depois de Faro e Loulé, o objetivo da RTA é levar, ao longo dos anos, a Mostra da Natureza a cada um dos 16 concelhos algarvios.
CONFERÊNCIA “ESPÍRITO PEREGRINO” A Associação de Amigos dos Caminhos de Fátima organiza, no próximo dia 15 Outubro 2016 em Lisboa, a conferência “Espírito Peregrino”. A Conferência “Espirito Peregrino” vai aprofundar o tema do caminho de forma didáctica mas com a simplicidade característica da peregrinação, despojada de teorias académicas ou conjecturas históricas. Com o mesmo espírito, durante a tarde haverá um workshop sobre “Como preparar uma peregrinação” (incluindo temas como a mochila, calçado, roupa ou a preparação física). A entrada na conferência não tem custos estando, no entanto, sujeita a inscrição. Mais informação e inscrição no website: http://www.caminho.com.pt/ep2016/
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MADEIRA É DESTINO NACIONAL CONVIDADO DA BTL 2017 A Madeira é o Destino Nacional Convidado da 29ª edição da Bolsa de Turismo de Lisboa. A BTL, maior evento de turismo realizado em Portugal, vai ter lugar na FIL, Parque das Nações, de 15 a 19 de Março de 2017. A Madeira, destino de excelência com intensa procura por parte de turistas nacionais e estrangeiros e com vários prémios internacionais reconhecidos pelo sector, que este ano foi alvo da adversidade dos incêndios, não deixando de perder o seu encanto, beleza natural e simpatia dos seus habitantes, levaram a FIL, Fundação AIP, a apostar nos vários segmentos turísticos desta Região Autónoma. Segundo o Presidente da Direcção da Associação de Promoção da Madeira, Eduardo Jesus, “foi com grande satisfação que a Madeira aceitou o repto, lançado pela Bolsa de Turismo de Lisboa, para ser o destino convidado da próxima edição deste importante evento. Trata-se de uma excelente oportunidade para promover a imagem da
Madeira naquela que é a mais conceituada e reconhecida Feira do sector em Portugal”. A Madeira tem-se feito representar na BTL ano após ano com vigor e encanto, com espaços sempre renovados. A presença na BTL 2016, com o mote “Descubra a Madeira”, foi um êxito e Eduardo Jesus diz que espera “superar o sucesso que foi a nossa participação este ano [2016], dando continuidade ao projecto” desta região que representa “muito mais do que um destino turístico, onde o mar, a natureza e o lifestyle podem ser experienciados ao longo dos doze meses do ano”. Eduardo Jesus conclui que “é uma notícia que não podia ser mais oportuna, depois de termos sido reconhecidos como o melhor destino insular da Europa e numa altura em que a Madeira cresce em todos os seus indicadores de produção turística”, antecipa, ainda, “que este possa vir a ser o melhor ano de sempre para o setor turístico regional”.
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CAMINHA VAI INVESTIR MAIS DE 230 MIL EUROS NA VALORIZAÇÃO DO CAMINHO DE SANTIAGO A valorização do Caminho de Santiago – Caminho Português da Costa é uma das apostas da Câmara Municipal de Caminha. Nesta matéria, nos próximos dois anos, Município vai investir 236.526,10 €, montante financiado em 85% pelo Norte 2020 (FEDER). Recorde-se que Miguel Alves, presidente da Câmara de Caminha, assinou o termo de aceitação da Candidatura “Valorização dos Caminhos de Santiago – Caminho Português da Costa” no passado dia 19 de setembro, juntamente com os municípios de Viana do Castelo, Porto, Matosinhos, Maia, Vila do Conde, Póvoa de Varzim, Esposende, Viana do Castelo e Vila Nova de Cerveira. Trata-se de uma candidatura submetida ao Norte 2020, no valor global de 1.6 milhões de euros, financiada a 85%. A candidatura “Valorização dos Caminhos de Santiago – Caminho Português da Costa” tem como objetivos: a valorização e reconhecimento oficial do Caminho Português da Costa como itinerário de peregrinação e produto turístico; dinamizar o potencial cultural e turístico das peregrinações a Santiago
de Compostela fomentando o desenvolvimento económico, social e ambiental nos territórios abrangidos; contribuir para o desenvolvimento de produtos estratégicos para esta região que permitam complementar a oferta existente e ainda promover a colaboração intermunicipal materializada na conceção, gestão e implementação de um projeto de natureza cultural, ambiental e turística. Cada um dos 10 municípios envolvidos vai desenvolver várias ações nos próximos dois anos. No caso, do Município de Caminha vão ser desenvolvidas as seguintes: edição de uma publicação científica com base na divulgação da fundamentação histórica do Caminho de Santiago - Caminho Português da Costa no concelho de Caminha; produção fotográfica, isto é, uma edição fotográfica que demonstre a riqueza dos valores naturais, culturais, históricos e sagrados a oferecer no concelho, por forma a atrair e apaixonar o peregrino; implementação de equipamento de sinalética informativa e direcional e consequente potenciação do turismo cultural associado ao Caminho de Santiago, isto é, a implementação de sinalização e a marcação do traçado no concelho de Caminha, compreende a sinalética de orientação de acordo com as normas do Conselho da Europa para o Itinerário Cul-
tural Europeu e sinalética interpretativa com painéis informativos e totem’s identificativos de património associado ao Caminho, potenciando desta forma os recursos culturais/turísticos; e a criação de um roteiro interpretativo que albergará uma coleção, servindo como centro vivo do “Caminho” a partir do qual o turista vai à descoberta do concelho. Para além do material promocional já enumerado estão ainda previstas ações de dinamização cultural Sons do Caminho, que pretendem demonstrar a relevância do património cultural enquanto recursos turístico/culturais estratégicos, como por exemplo concertos musicais, a dança, as artes performativas, entre outros. Os 10 municípios envolvidos vão também implementar em conjunto de ações, entre as quais a conceção e desenvolvimento de um Website e uma aplicação móvel, que será uma extensão do Caminho no mundo digital, uma extensão dos municípios e dos seus locais de interesse ao longo do mesmo; a edição de guias e brochuras, como contributo para o reconhecimento e valorização do traçado como itinerário de peregrinação; a produção audiovisual “Caminho de Santiago - Caminho Português da Costa” e a criação de uma publicação de caráter científico com vista à caraterização do Caminho da Costa. Recorde-se que, o Caminho Português da Costa, enquanto variante do Caminho Português Central, foi definido como um dos quatro itinerários principais. Importa ainda realçar que o Caminho Português a Santiago é o segundo percurso mais percorrido a seguir ao francês e tem registado um crescimento consolidado, com crescente interesse nacional e internacional. O mesmo acontece com a variante Caminho Português da Costa. Mais, o Caminho Português da Costa é um património comum que não consegue subsistir isoladamente no território de cada um dos municípios, sendo por isso unificador, exigindo também unidade na ação. Fonte: C.M. de Caminha
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“PORTUGAL PANORÂMICO” Mais que um livro, este é um guia de Portugal prefaciado por Marcelo Rebelo de Sousa. Uma obra que visa exprimir e elevar, através de mais de 150 fotografias panorâmicas, toda a beleza e história das cidades, vilas e paisagens portuguesas A editora LIDEL apresenta o seu primeiro livro fotográfico, “Portugal Panorâmico”, da autoria do reconhecido fotógrafo profissional Nuno Cardal. Uma obra que convida a uma viagem pelas regiões mais belas de Portugal Continental e ilhas, reconhecida pelo Professor Doutor Marcelo Rebelo de Sousa que assina o prefácio. O novo livro fotográfico de Nuno Cardal visa dar continuidade aos anteriores projetos deste profissional e pretende ser um guia turístico de Portugal, contendo mais de 150 fotografias panorâmicas legendadas em seis idiomas – português, espanhol, inglês, francês, alemão e mandarim –, acompanhadas das coordenadas GPS dos locais e, a pensar nos amantes da fotografia, das características técnicas das imagens.
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AS FABULOSAS HISTÓRIAS DA TAPADA DE MAFRA TRILHO DOS APALACHES PARTE II Estão abertas até ao dia 13 de outubro, as inscrições para a parte II do Trilho Internacional dos Apalaches (Grande Rota Muradal-Pangeia). As inscrições são efetuadas nas Juntas de Freguesia de Estreito-Vilar Barroco, Orvalho e Sarnadas de S. Simão, ou no Posto de Turismo de Oleiros. O valor da inscrição é de 10€ e inclui almoço, reforço alimentar e brinde. No dia 15 de outubro, os participantes devem deslocar-se em transporte próprio até ao local de concentração no Largo de Festas do Vilar Barroco, pelas 08h30. O percurso inicia às 9 horas e termina às 13 horas com almoço no Miradouro do Mosqueiro (Orvalho). No total serão percorridos 10,4 Km na segunda parte deste Trilho que corresponde à deslocação Vilar Barroco - Orvalho. Em abril deste ano, duas centenas de caminheiros percorreram a parte I do Trilho Internacional dos Apalaches, num total de 12,6 Km entre Estreito e Vilar Barroco. A Grande Rota Muradal Pangeia - GR38 - enaltece a montanha quartzítica do Muradal e evoca o supercontinente Pangeia, que existiu até há 200 milhões de anos, do qual esta região do Maciço Ibérico faz parte. Visto ter um total de 23Km, a GR 38 é percorrida em duas partes. A iniciativa é do Município de Oleiros, com o apoio das Juntas de Freguesia de Estreito-Vilar Barroco, Orvalho, Sarnadas de S. Simão e da Associação Trilhos do Estreito.
A Sextante Editora publica As fabulosas histórias da Tapada de Mafra, o novo livro de Cristina Carvalho que inclui fotografias de Nanã Sousa Dias e ilustrações de Teodora Boneva. Através deste livro visitamos aquela que é uma das florestas mais protegidas do país, e onde a Natureza se encontra em estado puro. Pela voz do jovem narrador, que deambula pela Tapada, são-nos dados a conhecer os verdadeiros protagonistas deste livro, os animais e plantas da Tapada de Mafra, e a história desta floresta e do Palácio adjacente que contam com mais de três séculos de existência. Cristina Carvalho faz, deste modo, uma homenagem à Natureza e à sua riqueza, incentivando o público mais jovem a conhecê-la melhor e a protegê-la. Um rapazinho visita um dia, num passeio de fim de semana, o Palácio-Convento mandado construir pelo rei D. João V e a joia da natureza que lhe faz companhia desde há séculos, que é a Tapada Real de Mafra. É essa visita encantada, pela História e pela Natureza, que este pequeno livro narra. O Convento e o Palácio Real, as Torres sineiras, a Biblioteca, a maravilhosa Igreja e os seus seis órgãos, o Refeitório dos monges, convivem com um mundo maravilhoso de animais e plantas. É um dos mais belos territórios de Portugal, onde silêncios e ruídos da mata e dos regatos se cruzam, de dia e de noite, com o voo das grandes aves de rapina, o berrar dos veados, a corrida rápida dos javalis, o voo noturno dos morcegos e dos pirilampos.
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PARQUE NATURAL REGIONAL DO VALE DO TUA (PNRVT) A APOSTA NOS PERCURSOS PEDESTRES COMO ELEMENTOS DE PROMOÇÃO DO TERRITÓRIO Texto e fotografia: Vasco de Melo Gonçalves
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A OFERTA DE PERCURSOS PEDESTRES ESTÁ MAIS FORTE EM TRÁS-OS-MONTES COM A INAUGURAÇÃO DE DOIS PERCURSOS PELO PARQUE NATURAL REGIONAL DO VALE DO TUA. O PARQUE SURGE NA SEQUÊNCIA DA DECISÃO DE CONSTRUÇÃO DA BARRAGEM DO TUA E COMO UMA CONTRAPARTIDA DA EDP PARA COM OS CINCO CONCELHOS: MIRANDELA, ALIJÓ, MURÇA, VILA FLOR E CARRAZEDA DE ANSIÃES. A GESTÃO É ASSEGURADA POR ESTAS 5 AUTARQUIAS E PELA EDP.
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14 Para os responsáveis do Parque estes dois percursos fazem parte de um conjunto de cinco que serão implantados nos cinco concelhos e que deverão estar concluídos até ao final do primeiro semestre de 2017. São Pequenas Rotas com configurações que permitem a interligação com os diferentes concelhos aumentando, desta forma, a quilometragem e o aprofundamento do conhecimento da região. Bubo bubo
CARACTERIZAÇÃO DO PNRVT A área do Parque Natural Regional do Vale do Tua, com sensivelmente 25.000 hectares, situa-se no Baixo Tua, entre os distritos de Vila Real e Bragança, e abrange os municípios de Alijó, Murça (margem direita do rio Tua), Vila Flor, Carrazeda de Ansiães (margem esquerda do rio Tua) e Mirandela. Na sua envolvência existem um conjunto de áreas protegidas, nomeadamente o Parque Natural do Douro Internacional, o Parque Natural do Alvão, a Paisagem Protegida do Azibo, o Parque Natural do Montesinho. O Parque Natural Regional do Vale do Tua é marcado pela presença de um conjunto diversificado de valores naturais e patrimoniais que importa manter e valorizar. A paisagem é diversificada e marcada por serras, planaltos e vales encaixados, nomeadamente os do rio Douro, do rio Tua e do rio Tinhela. A causa principal desta diversidade reside na variedade de litologias e estruturas geológicas que constituem a base destes relevos. A geomorfologia da região en-
volvente é bastante variada, fruto de características estruturais e litológicas específicas, e inclui vales profundos e vertentes declivosas, principalmente nos troços finais dos rios Tua e Tinhela, bem como afloramentos rochosos imponentes (cristas quartzíticas) e zonas de planalto, com relevo pouco acentuado. A área é caracterizada por uma diversidade climática que se traduz na paisagem vegetal, que apresenta como vegetação natural potencial mais característica bosques de sobreiro (com presença variável de azinheira e zimbro), nas áreas mais quentes e secas do vale, e bosques de carvalho-negral nas áreas mais frias e chuvosas do planalto e das principais serras. Foram reconhecidos 14 tipos de biótopos na região, organizados em quatro grandes grupos: (1) biótopos urbanos, (2) biótopos agrícolas, (3) biótopos florestais, e (4) biótopos fluviais. A estes biótopos estão associados os vários tipos (e subtipos) de habitats. A flora da região é bastante diversificada, estimando-
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Aquila fasciata
-se que possam ocorrer na área de estudo cerca de 700 espécies de flora vascular e cerca de 400 espécies de flora criptogâmica (briófitas e líquenes). Assinala- se a presença do endemismo Digitalis purpurea subsp. amandiana, planta exclusiva desta região, assim como de várias outras espécies com elevado valor para conservação, como Festuca duriotagana, Holcus annuus subsp. duriensis e Scrophularia valdesii. A fauna da região envolvente do Vale do Tua é numerosa e diversificada, tendo sido até ao momento identificadas 943 espécies, sendo 744 de invertebrados terrestres, 15 de peixes, 12 de anfíbios, 20 de répteis, 123 de aves e 29 de mamíferos, das quais 14 são quirópteros (morcegos). A este total há ainda a juntar um número indeterminado de espécies de invertebrados aquáticos, agrupados em 72 famílias. É de salientar, pela sua raridade e ou grau de ameaça, a presença da lampreia dos riachos (Lampetra planerii) e do verdemã- do- norte (Cobitis calderoni), dos pei-
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xes do chasco-preto (Oenanthe leucura) e da águia de Bonelli (Aquila fasciata), nas aves, e do morcego -de -ferradura mediterrânico (Rhinolophus euryale), nos mamíferos. Outras espécies raras e ou emblemáticas da região são a toupeira- de- água (Galemys pyrenaicus), o rato de Cabrera (Microtus cabrera), a lontra (Lutra lutra) ou o mocho-real (Bubo bubo). Esta diversidade de espécies relaciona- se, em parte, com a ocorrência de um mosaico de habitats diversificado, extenso e bem conservado. Em termos de património cultural, para além da inclusão parcial no Alto Douro Vinhateiro — Património da Humanidade, a área do PNRVT possui um vasto
conjunto de valores patrimoniais arquitetónicos, arqueológicos e etnográficos. Importa destacar a atividade termal, a partir das nascentes das Caldas de Carlão/Santa Maria Madalena e da fonte termal das Caldas de São Lourenço, bem como um conjunto importante de quintas vocacionadas para a cultura da vinha, com potencialidades para o enoturismo, que têm vindo a desempenhar um papel cada vez mais relevante no desenvolvimento económico da região. Fonte: PNRVT
entrevista
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PNRVT, UM PROJETO INTEGRADO APÓS DOIS DIAS INTENSOS PASSADOS NO PARQUE NA-TURAL REGIONAL DO VALE DO TUA (PNRVT) TIVEMOS A OPORTUNIDADE DE CONVERSAR COM ARTUR CASCAREJO, O DIRETOR DO PARQUE E A PESSOA RESPONSÁVEL PELA IMPLEMENTAÇÃO DA REDE DE PERCURSOS PEDESTRES.
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1º DIA: DO XISTO AO RIO TUA No dia 17 de setembro, foram inaugurados os percursos PR4 MDL Trilho do Vale do Tua e PR5 MDL Trilho de Santa Catarina. O inicio e fim da atividade ocorreu no Museu Dr. Adérito Rodrigues, em Abreiro. Na inauguração dos percursos pedestres, em Abreiro, esteve presente a Secretária de Estado do Ordenamento do Território e da Conservação da Natureza Drª. Célia Ramos acompanhada dos Presidentes de Câmara de Mirandela (António Almor Branco) e de Vila Flor (Fernando Teixeira de Barros), pelo Presidente da Junta de Freguesia de Abreiro (José Carvalho Fernandes) e pelo diretor do PNRVT Artur Cascarejo. Nos diversos discursos proferidos ficou bem patente a importância da implementação de uma rede de Percursos Pedestres no desenvolvimento social e económico da região através do Turismo de Natureza. Na valorização do Património e o aproveitamento sustentável dos recursos naturais que irão melhorar a vida das pessoas que vivem na região. A proposta da organização foi a de percorrer a
totalidade do PR5 MDL “Trilho de Santa Catarina” e parte do PR4 MDL “Trilho do Vale do Tua” num total de cerca de 11 km, onde participaram quase uma centena de caminhantes. Tratou-se de um trajeto sem grandes dificuldades técnicas mas a necessitar de algum “empenho” nas inúmeras subidas. É um percurso pelas terras do xisto com um elevado potencial ao nível da paisagem nomeadamente na aproximação ao rio Tua, no Miradouro de Santa Catarina e no Miradouro do Bilhardo. A povoação de Abreiro possui diversos pontos de interesse de onde se destaca o Museu Dr. Adérito Rodrigues com um espólio valioso que nos permite ter uma noção de como era a vida nestes territórios interiores no século passado. Ao nível da arquitetura temos algumas casas de qualidade mas a necessitar de obras de restauro. A jornada terminou com um almoço oferecido pela Junta de Freguesia seguido da apresentação do livro de Pedro Cuiça, “Passo a Passo”.
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Secretária de Estado do Ordenamento do Território e da Conservação da Natureza Drª. Célia Ramos acompanhada dos Presidentes de Câmara de Vila Flor (Fernando Teixeira de Barros), do diretor do PNRVT Artur Cascarejo e do Presidente de Mirandela (António Almor Branco).
Peças do Museu Dr. Adérito Rodrigues
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Miradouro do Vale do Tua
Miradouro do Vale do Tua
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VisĂľes do rio Tua
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Povoação de Abreiro.
Miradouro do Bilhardo.
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Ruinas de uma antiga capela no Miradouro de Santa Catarina.
26 Edifício do Museu Dr. Adérito Rodrigues.
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Casa senhorial em Abreiro.
Apresentação dos percursos pedestres em Abreiro.
Distância: 11,4 km Tipo: Circular Track de Gps: https://ridewithgps.com/trips/11232134
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2º DIA: DO GRANITO À TERRA DE GRAÇA MORAIS A inauguração do PR I VFL “Trilho do Tua - Vieiro – Freixiel” ocorreu no Centro de Convívio e Memória no Vieiro, tendo a atividade terminado em Freixiel. Também em Vieiro houve uma inauguração do percurso com as presenças do Presidentes de Câmara de de Vila Flor (Fernando Teixeira de Barros) e Mirandela (António Almor Branco) e do diretor do PNRVT Artur Cascarejo. Vieiro é uma povoação conhecida devido a ser a terra natal da grande pintora Graça Morais. O percurso é circular e tem 22,2 km de extensão e possui algumas derivações. Não percorremos a totalidade dos quilómetros apenas ligámos Vieiro ao Freixial num total de 9,9 km. Um percurso bem diferente do do dia anterior quer ao nível da geologia (predominância do granito) como da flora (vinhas, oliveiras e castanheiros). Ao nível da dificuldade ela é reduzida e, no que diz respeito a beleza arquitetónica as povoações
de Vieiro e Freixiel possuem argumentos fortes que obrigam a uma visita mais demorada. Perto de Freixiel temos a famosa Forca de Freixiel um imóvel de interesse público. Em Freixiel é obrigatória a visita à casa do produtor do vinho Porto Caúnho. Camilo Carneiro Carvalho e a sua esposa para além de produzirem vinhos de exceção são um casal de uma simpatia extrema. O saber receber das gentes transmontanas está bem espelhado neste casal que mantém uma grande ligação à terra e às suas gentes nomeadamente, à pintora Graça Morais (autora de alguns rótulos das garrafas dos seus vinhos) e ao prestigiado músico, historiador e construtor de guitarras Pedro Caldeira-Cabral. No Freixiel a jornada terminou com um almoço “leve”, rancho.
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Inauguração do PR1 VFL em Vieiro.
O Presidente da Câmara de Vila Flor.
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Casa da pintora Graรงa Morais.
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Fim da atividade na povoação de Freixiel.
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A povoação de Freixiel possui uma imagem cuidada.
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Antiga Forca.
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Prova do famoso vinho do Porto Caúnho em Freixiel.
Distância: 9,9 km Tipo: Linear Track de GPS: https://ridewithgps.com/trips/11232135
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NAVEGAR NAS EMBARCAÇÕES TRADICIONAIS DO TEJO NO FINAL DO MÊS DE AGOSTO, A BORDO DA CANOA “GAVIÃO DOS MARES” DO PROJETO TEJO CONVIDA, TIVEMOS A OPORTUNIDADE DE ACOMPANHAR A PROCISSÃO FLUVIAL EM HONRA DE NOSSA SENHORA DA ATALAIA. UMA MANIFESTAÇÃO RELIGIOSA COM MUITA TRADIÇÃO POPULAR E ONDE OS BARCOS TRADICIONAIS DO TEJO TÊM UM GRANDE RELEVO. Texto e fotografia: Vasco de Melo Gonçalves
As embarcações tradicionais do rio Tejo são um património que urge preservar e, navegar a bordo de uma canoa, é uma forma diferente de ver a cidade de Lisboa e a sua riqueza patrimonial. O Projeto Tejo Convida foi lançado por Ricardo Conduto e Luís Filipe, os arrais das canoas “Gavião dos Mares” e “Salvaram-me”, respetivamente. Este recente projeto visa valorizar e dar a conhecer as embarcações tradicionais do Tejo e toda uma atividade social ligada a uma realidade fluvial que teve o seu declínio com a Doca de Alcântara.
As docas secas de Alcântara e o Museu de Arte Antiga.
construção das pontes no rio e no estuário do Tejo. Através de uma atividade de Marítimo Turística, com diversos percursos pelo rio Tejo, os arrais transmitem aos clientes os conhecimentos herdados dos antigos sobre as embarcações e para que serviam, sobre o Tejo e as tradições ancestrais. Uma forma de perpetuar um conhecimento e uma vivência que, de outra forma, seriam esquecidas pelas atuais e futuras gerações.
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Novo edifício da EDP.
Terreiro do Paço.
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A Sé de Lisboa.
O Panteão Nacional.
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42 Os Círios de Chelas e da Moita.
NOSSA SENHORA DA ATALAIA “A devoção a Nossa Senhora da Atalaia encontra-se documentada desde 1409. Local de peregrinação e culto muito antigo, o Santuário é constituído por três cruzeiros, pela Fonte Santa, pela Igreja e pela escadaria delimitada pelo casario que a ladeia. A Igreja situa-se num local elevado, oferecendo uma bela panorâmica de toda a região circundante e do estuário do Tejo até Lisboa. Durante a Festa Grande da Senhora da Atalaia, que se realiza em agosto, acorrem os Círios de localidades distintas, assim como milhares de
peregrinos. Especial relevo, pela antiguidade, merece o Círio da Alfândega de Lisboa, que em 2007, celebrou 500 anos de peregrinação ao Santuário de Nossa Senhora da Atalaia. Em 1505, a peste que assolou a capital levou os oficiais aduaneiros a embarcarem rumo a Aldeia Galega e a dirigirem-se – em procissão - à Atalaia, rogando proteção. O bom sucesso, resultado da intervenção da Virgem, foi reconhecido com a fundação de uma confraria que anualmente passou a peregrinar até Nossa Senhora da Atalaia”. Fonte: ERT de Lisboa
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Farol Ă entrada do Montijo.
Professor Carvalho Rodrigues um dos grandes impulsionadores da Marinha do Tejo.
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Chegada dos CĂrios ao Montijo.
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Navio Escola Sagres no rio Tejo.
Ricardo Conduto, o arrais do “Gavião dos Mares”.
A NOSSA EXPERIÊNCIA Embarcámos em Lisboa, na Doca de Alcântara e, rumámos à Marina Parque das Nações ao encontro do Círio de Chelas que se dirigia ao Montijo a bordo da canoa “Esperança”. O dia estava magnífico o que potenciava a beleza da cidade de Lisboa. Ao longo do trajeto, os ícones arquitetónicos de Lisboa surgiam ao ritmo suave de uma navegação à vela e a motor num tipo de embarcação que, em tempos passados, era utilizada para transportar pessoas entre as margens do rio Tejo. O arrais Ricardo Conduto, um homem da Moita, foi incansável na transmissão dos valores e das vivências dos homens e embarcações que animaram o rio Tejo até aos anos sessenta do século passado. Uma vida dura e difícil! Já perto do Montijo deu-se a junção das duas frotas de barcos tradicionais do Tejo (cerca de 13 barcos). O Círio da Moita juntou-se ao Círio de Chelas e, ambas as imagens, desembar-
caram no cais do Montijo, entre cantos e rezas, para o resto da procissão que se fez a pé até à Atalaia. O regresso a Lisboa fez-se sempre à vela com sol, um vento certo e constante acompanhado, por vezes, de algumas refregas. Ficámos admirados com as qualidades marinheiras da canoa “Gavião dos Mares”, uma embarcação enxuta e com uma boa velocidade.
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DESCOBRIR ELVAS
MOMENTOS FORTES E MONUMENTOS ÚNICOS É O MOTE DA CIDADE Texto: Luisa Mendes Fotografia: Passear e Patricio Miguel
A PROPÓSITO DAS FESTAS DE SÃO MATEUS E DAS FESTAS EM HONRA AO SENHOR JESUS DA PIEDADE, A REVISTA PASSEAR RUMOU A ELVAS NO PASSADO DIA 20 DE SETEMBRO. Forte da Graça
Esta visita decorreu no âmbito duma Press Trip a convite da Câmara Municipal de Elvas e com a organização da InovaMarketing. Um programa bastante intenso, dado que tínhamos apenas um dia para nos inteirarmos da história desta cidade e do seu património que é vastíssimo, tanto na sua vertente religiosa, como militar e civil. Para mim pessoalmente foi um verdadeiro regresso a uma cidade que não visitava há mais de 20 anos e foi grande a surpresa ao encontrar uma cidade renovada, mais bonita, com muito para oferecer e desde 2012, classificada como Património Mundial da UNESCO. Quando chegámos ainda pudemos vislumbrar a passagem da tradicional Romaria a Cavalo que percorre as ruas de Elvas. O início da nossa visita foi precisamente com a visita à Igreja da Nossa Senhora da Assunção
(antiga Sé de Elvas) e donde ao final da tarde saiu a Procissão dos Pendões que percorre a cidade e termina o seu percurso no Santuário do Senhor Jesus da Piedade. Esta procissão com mais de 200 anos reúne milhares de pessoas atraindo visitantes de todo o Alentejo e da Estremadura Espanhola. No interior da igreja destacamos entre outros elementos o magnifico órgão, datado de 1762, recentemente restaurado cuja autoria é do organelo Pascoal Caetano Oldovino. Rumámos até ao castelo de Elvas passando primeiro pela Igreja das Domínicanas por ter sido construída para freiras da ordem de São Domingos. Fundada em 1528, do antigo convento apenas resta a Igreja que tem a particularidade rara de planta octogonal centralizada com um pórtico renascentista e interior revestido a azulejos. Forte da Graça
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ProcissĂŁo dos PendĂľes
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O tecto singular da Igreja da Nossa Senhora da Assunção
Igreja de São Mateus
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Museu de Arte Sacra
Imagem no Museu de Arte Sacra da Igreja Nossa Senhora
ELVAS É UMA CIDADE QUARTEL E COM O MAIOR PERÍMETRO ABALUARTADO DO MUNDO...
da Assunção
Num momento mais formal a comitiva de jornalistas foi recebida pelo Presidente da Câmara Municipal de Elvas, Nuno Mocinha, nos Paços do Concelho onde referiu “...É evidente o crescimento de visitantes e turistas, o que tem tido impacto na economia local, especialmente no comércio, na restauração e na hotelaria, graças ao esforço que temos vindo a fazer na promoção do município. A título de exemplo, desde a sua reabertura ao público, em 27 de novembro de 2015, o Forte da Graça atingiu, em abril, o número de 50 mil visitantes”. Introduzindo ao programa de visita para o período da tarde Nuno Mocinha apresentou o Forte da Graça: “... a maior obra da arquitetura militar de Elvas e do país, e, podemos dizer, serve como porta estandartes da cidade mas, Elvas não se resume ao Forte da Graça. A área classificada como
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Receção aos jornalistas nos Paços do Concelho
Património Mundial compreende 179 hectares, englobando todo o Centro Histórico, o Aqueduto da Amoreira, o Forte de Santa Luzia e os Fortins de São Mamede, São Pedro e São Domingos. O objetivo hoje é bem claro: conhecer Elvas. Que visitem, passeiem, conheçam e se encantem, tal como nós elvenses o fazemos diariamente, e que tanto tem para oferecer.” Elvas é também rica na sua gastronomia e a pausa para almoço foi no restaurante Adega Regional bem no centro histórico. Sopa de tomate com ovo, o Bacalhau à Brás e a Sericaia com a célebre Ameixa de Elvas, a acompanhar um tinto do Monte das Servas, foi mais do que suficiente para retemperar forças para a nossa visita ao Forte da Graça. Ali a nossa guia Margarida Ribeiro, de forma entusiástica, guiou-nos por entre as paredes fortificadas numa viagem pela história do século XVII aos nossos dias. Este é um espaço único e que merece uma visita aturada. Ao final da tarde assistimos à saída procissão
Presidente da autarquia Nuno Mocinha
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Interior da Igreja das DomĂnicanas
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Castelo de Elvas
dos Pendões da igreja da Assunção e já noite tivemos oportunidade de fazer uma visita rápida ao recinto da Feira onde se concentravam já muitas centenas de pessoas.
Para a revista Passear foi uma primeira abordagem a esta cidade que tem um vasto património. Vamos concerteza voltar para trazer até si tudo o que Elvas tem para oferecer.
SOBRE A CIDADE: A Cidade de Elvas é possuidora das maiores fortificações abaluartadas terrestres de todo o mundo. O seu cunho militar é dado por séculos e séculos a defender a população do inimigo. Para esse efeito construíram-se quatro muralhas: duas islâmicas, uma do século XIV e por fim a muralha abaluartada do séc. XVII que hoje abraça o centro histórico. Fizeram-se também dois fortes o de Santa Luzia e o da Graça , e no séc. XIX também os fortins de São Mamede, São Domingos e São Pedro. Mas Elvas não é só património militar, significa também um património civil único de que é exemplo o grande Aqueduto da Amoreira e uma arquitetura religiosa que conta a história da arte religiosa desde a Idade Média à contemporaneidade Fonte: Câmara Municipal de Elvas.
ELVAS EM NÚMEROS: Património Militar
20 unidades 16 visitáveis
Património Religioso 24 unidades 16 visitáveis Património Civil 26 unidades 24 visitáveis Património Arqueológico 3 unidades visitáveis
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Barroca - Aldeias do Xisto
Açude e ponte - Dornelas do Zêzere.
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PELAS TERRAS DO XISTO
NO 2º DIA DA NOSSA ESTADA NA GRANDE ROTA DO ZÊZERE PEDALÁMOS PELA BARROCA – DORNELAS DO ZÊZERE – JANEIRO DE CIMA – JANEIRO DE BAIXO – ÁLVARO, NUM TOTAL DE 50 KM. Texto e fotografia: António José Soares
Bem cedo saímos de Barroca, não sem antes tomar o café da praxe na primeira refeição matutina. A paisagem alterou-se bastante da primeira para a segunda jornada, bem como o estado do tempo, com alguma chuva, contrariando o radioso dia de sol da véspera. E assim avançámos para Dornelas do Zêzere, onde atravessámos o rio por um estreita ponte em pedra, sobre o açude. Ainda pensei passá-la a pedalar, mas nada melhor como ser prudente, a chuva, embora reduzida, não aconselhava a habilidades que acabam na maior parte das vezes por fruir maus resultados. Neste caso, embora tentado, prevaleceu a prudência. Transposta a pequena ponte em Dornelas, iniciámos uma subida em terra, quase sempre na proximidade do rio, acompanhando a sua margem esquerda. Uma paisagem verdadeiramente notável, com recantos magníficos, e foi assim neste cenário que pedalámos, acompanhados aqui e ali pelo canto de algumas aves, ainda envergonhadas, bem como pelo constan-
te murmúrio das tumultuosas águas, durante aproximadamente nove quilómetros, até Janeiro de Cima. Porém, ainda antes de espreitar Janeiro de Cima, um pequeno furo na “Princesa” do João Paulo, provocou um interregno, junto a uma pequena e antiga edificação em xisto. Em Dornelas, Janeiro de Cima, Janeiro de Baixo, bem como em outros locais ao longo do leito do Zêzere, tem havido a preocupação dos autarcas e população na dinamização de locais de lazer, pequenas praias fluviais e parques verdes. O aproveitamento do rio para fins turísticos e de recreio em recantos que seduzem pela beleza e fresquidão das águas, é uma aposta que se deve enaltecer, porque resulta , sem dúvida, num benefício para as populações locais, com a possibilidade de atrair visitantes. Assim que avançámos para Sul a transformação da paisagem ao longo das curvas do rio ia sendo visível, com elementos diferenciados, agora com a configuração rochosa das encostas cada vez
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56 O ZĂŞzere selvagem e revolto nas marachas.
Vaidoso, o ZĂŞzere mira-se ao espelho, fugindo a Dornelas
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Já próximo de Janeiro de Cima um furo forçou uma pausa.
mais xistosa, bem diferente do Vale Glaciar. Foi também possível ir observando a modificação paulatina da floresta, agora com predominância de pinheiros, aqui e ali ameaçados com a presença de algumas espécies invasoras. O percurso da GRZ segue agora para Admoço, ao passarmos no local conhecido por Antro dos Penedos, na linha do horizonte fica uma das mais belas paisagens de toda a Grande Rota do Zêzere - juntando os dois Janeiros, o de Cima e o de Baixo, a Serra do Machialinho e os Meandros do Zêzere, que são classificados como geosítio pela Unesco. A panorâmica é verdadeiramente sublime. A GRZ prossegue paralela ao rio e por estradas pouco movimentadas. Decorridos cerca de três quilómetros e meio, o percurso passa próximo da Ponte de Cambas, à esquerda, que liga os distritos de Castelo Branco e de Coimbra. Umas centenas de metros decorridos e a GRZ abandona a estrada nacional, para descer em direcção à Praia Fluvial de Cambas, e à localidade com
o mesmo nome. Após a passagem para a margem esquerda do Rio Zêzere, a GRZ segue na berma da estrada, para a abandonar, depois de percorridos aproximadamente dois quilómetros, e prosseguir por um caminho florestal, sendo o primeiro quilómetro praticamente plano e paralelo ao rio. A partir deste ponto foi preciso apelar a todas as reservas existentes para vencer uma dificílima subida em terra, até aos Roucos de Baixo e de Cima. Após ligeira descida, quando já parecia que todo o declive tinha sido ultrapassado, fomos brindados com mais um quebra pernas, agora em direcção à Abitureira, finalmente no alto. Novamente na terra batida, em subida ligeira, aproveitámos para observar, de posição cimeira, o rio a serpentear entre os penhascos, posto que se seguiu uma louca descida por um estradão de terra de aproximadamente dois quilómetros, onde no final encontrámos um magnífico recanto dotado de uma cascata, a queda de
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À direita o Zêzere e à esquerda Janeiro de Baixo.
O esforço na dura subida para Roucos de Baixo.
Roucos de Baixo
água das Felgueiras, provocada por um desnível repentino do leito da ribeira de Sendinho, originado pela erosão da água sobre a rocha. A avidez em chegar depressa para a captação de imagens que o local sugestiona, aliada à imprudência de ajeitar a câmara fotográfica sem me apear, projectou-me num amargo voo por cima da bicicleta, uma aterragem inesperada e evitável que provocou algumas sequelas. A jusante da cascata encontra-se a bonita Ponte das Felgueiras, edificação em pedra atribuída ao tempo da dinastia dos Filipes que forma um belo conjunto com a cascata, sem dúvida um dos locais mais deslumbrantes da região. Algo refeito da queda, mas ainda com muitas dores, avançamos em direcção a Álvaro por
uma subida acentuada, mas não muito longa, a que se seguiu um troço de cerca de dois quilómetros, por largo estradão de terra batida até à entrada da Gaspalha, onde continua por um caminho de terra, até cruzar a estrada nacional nas imediações da Ponte de Álvaro. Junto à carrinha do pão, à conversa com a família Freire – Manuel, Raquel e a jovem Carolina, que simpaticamente nos convidaram para um agradabilíssimo momento de convívio à mesa, na sua residência. Daqui para a frente, por uma estrada paralela ao rio, enveredámos em direcção à Praia Fluvial, onde também se situa a Estação Intermodal da GRZ. Para terminar a jornada subimos até à localidade de Álvaro.
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O encantador recanto junto Ă Ponte de Felgueiras.
Ponte de Felgueiras, que remonta ao reinado dos Filipes.
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A subir na direcção de Álvaro.
A aldeia de Álvaro acomodou-se sobranceira ao Zêzere, rio que serpenteia em namoro perpétuo, apadrinhado pela albufeira do Cabril, que os enlaça serenamente. Álvaro é uma das “aldeias brancas” da Rede das Aldeias do Xisto, embora o material de construção predominante seja o xisto, contudo a maior parte das fachadas dos edifícios está rebocada e pintada de branco. Dotada de invejável património religioso, a aldeia foi outrora uma importante povoação para as ordens religiosas, particularmente a Ordem de Malta, da qual existem inúmeros sinais da sua presença. Simpaticamente guiados pela Raquel Freire, que nos acompanhou numa breve visita à Igreja da Misericórdia, também percorremos parte do circuito das Capelas, onde pudemos admirar um impar e rico espólio de arte sacra, desde pinturas a artefactos singulares, como por exemplo uma imagem do Senhor dos Passos, um Sacrário Renascentista ou ainda um Cristo morto com as Santas Mulheres e S. João Evangelista.
É sublime a panorâmica que de Álvaro se capta sobre o rio que serpenteia entre as vertentes das encostas vindas da Estrela, o qual parece dormir nas serenas águas da refrescante albufeira da Barragem do Cabril. Numa apreciação muito breve, em forma de balanço, fica a ideia de duas jornadas verdadeiramente fantásticas e diferentes. No primeiro dia o tipo de percurso e o terreno propiciaram um andamento mais rápido, uma vez que não se depararam grandes dificuldades, nomeadamente pela inexistência de troços com grau de dificuldade elevado, sobretudo com a ausência de grandes subidas. Na segunda jornada, embora durante os primeiros quilómetros o caminho não tivesse oferecido um grau de dificuldade elevado, a partir daqui o cenário alterou-se, sobretudo com a longa e íngreme subida, por estradão de terra, até à Abitureira, a provocar alguma fadiga, com implicações directas no menor número de quilómetros percorridos.
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Junto à carrinha do pão...
Breve visita à Igreja da Misericórdia
No entanto a generalidade do percurso já descrito deixou em nós a vontade de prosseguir, numa outra oportunidade, até Constança, quer pela fantástica envolvente cénica de que se des-
fruta, quer pelo ar que se respira associado a uma natureza verde e selvagem que nos transporta para uma dimensão positiva e gratificante.
na versĂŁo paga 62
na versão paga
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