Reunimos neste livro 12 fábulas de La Fontaine consideradas obras-primas da literatura francesa. Com adaptação primorosa de Fernanda Lopes de Almeida, a escritora que renovou a literatura infantil brasileira da década de 1970, esta obra fará os adultos sorrir, ao perceber a ironia das histórias, e divertirá os leitores mais jovens com seus protagonistas, homens e animais inteligentes ou bobos, orgulhosos ou humildes, verdadeiros ou mentirosos, mas sempre hilariantes. ISBN
La Fontaine FAbulas de
La Fontaine FAbulas de
ILustracoES Anita Prades
TEXTO Fernanda Lopes de Almeida12 FABULAS RECONTADAS
As f ábulas de La Fontaine, consideradas obras-primas da literatura francesa, têm um estilo refinado e ao mesmo tempo simples, e por isso são capazes de conquistar adultos e crianças.
Enquant o os adultos sorriem ao perceber a ironia e as críticas veladas à sociedade e ao poder, os leitores mais jovens se divertem com as histórias e os protagonistas, às vezes animais falantes, outras homens inteligentes ou terrivelmente bobos, orgulhosos ou humildes, verdadeiros ou mentirosos, mas sempre hilariantes.
E sta adaptação de Fernanda Lopes de Almeida, com seu texto conciso e divertido, vai deliciar as crianças e ensinar-lhes grandes verdades sobre a alma humana, com uma história e um sorriso.
sumario
O lobo e o cordeiro 8
O galo e a raposa 10
A galinha dos ovos de ouro 12
A pomba e a formiga 14
A raposa e a cegonha 16
O leão envelhecido 18
O cão, a sua presa e o reflexo 20
A rã e o boi 22
O leão doente e a raposa 24
O rato da cidade e o rato do campo 26
O corvo com penas de pavão 28
A raposa com a cauda cortada 30
Biografias 32
O lobo e O cordeiro
O cordeiro matava a sede na água clara de um regato quando apareceu um lobo que estava sem comer havia uns três dias.
– Quem lhe deu lic ença para sujar a minha água? – gritou ele, furioso.
O c ordeiro, muito inocente, respondeu:
– S enhor Lobo, se Vossa Majestade reparar bem, verá que está mais perto da nascente do que eu. Então não posso sujar a vossa água.
Não me de sminta. Eu já disse que você a emporcalha
– berrou o lobo. – E, aliás, me lembro que você falou mal de mim no ano passado.
– Is so não seria possível, Majestade, porque no ano passado eu ainda não tinha nascido.
– S e não foi você, então com certeza foi o seu irmão.
– Não t enho irmão, Majestade.
– P are de me responder, atrevido. Foi alguém da sua família e acabou-se. Andam caçoando de mim e não acho graça nisso. Vou me vingar.
O c ordeiro percebeu então como é fácil para os mais fortes se acharem donos da razão. Mas er a tarde.
O lobo o empur rou para dentro do mato e o comeu, sem se preocupar nem um pouco com essa tal de justiça, que para ele era uma bobagem.
O galo e a raposa
O velho galo estava de sentinela sobre um galho de árvore quando a raposa se aproximou com ares de santinha.
– Amigo – dis se ela. – Ainda não sabes da novidade? Acabou-se a guerra entre nós. Foi declarada a paz entre todos os seres vivos.
– É me smo? – respondeu o galo, sem se mexer. – É bom saber disso.
– Pois é. Desce daí para que eu te dê um beijo. Desce logo, porque ainda tenho de comunicar a boa-nova a uma centena de animais.
– O t eu carinho me comove. Vou descer já. Só espero a chegada dos dois cães de caça que estou avistando aqui de cima. Com certeza são mensageiros encarregados de espalhar a notícia.
– O quê ?!!! – perguntou a raposa, levantando as orelhas.
– É , eles logo estarão aqui. Então nos abraçaremos todos e festejaremos juntos.
– A deus – disse a raposa. – Fica para outro dia. Hoje tenho muito que fazer.
S aiu correndo e logo desapareceu na floresta.
O galo c ontinuou no seu galho rindo sozinho, pois não há prazer maior do que enganar o enganador.