O Patinho Feio

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Tatiana Belinky (1919-2013)

Membro da Academia Paulista de Letras, a escritora e crítica de literatura infantil nasceu em São Petersburgo, Rússia. Fugindo da guerra na União Soviética, aos 10 anos chegou com a família ao Brasil. Poliglota, trabalhou como secretária bilíngue e cursou Filosofia na Faculdade São Bento. Casou-se com o médico e educador Júlio Gouveia, com quem teve dois filhos. Na década de 1950, o casal traduziu, adaptou e criou peças infantis para a TV Tupi, onde passaram a ter um programa fixo. Adaptaram o Sítio do Pica-Pau Amarelo, de Monteiro Lobato, seguindo na emissora até 1966. Tatiana trabalhou também na TV Cultura e colaborou nos jornais Folha de S.Paulo, Jornal da Tarde e O Estado de S. Paulo

Em 1985, publicou seu primeiro livro, A Operação do Tio Onofre, e passou a dedicar-se à literatura, chegando a escrever mais de cem obras. Seus livros receberam vários prêmios literários, entre eles o Prêmio Jabuti. Tatiana viveu cercada pelo carinho e respeito de seus inúmeros fãs e nunca parou de trabalhar. Os textos desta série foram os últimos que ela escreveu.

Clássicos Recontados

As mais belas histórias da literatura universal recontadas para crianças pela consagrada escritora Tatiana Belinky e acompanhadas das memoráveis ilustrações de Franz Richter, publicadas na série Biblioteca Infantil no início do século passado. Verdadeiros clássicos sob todos os pontos de vista.

O Patinho Feio

Uma das histórias de superação mais queridas do repertório de clássicos infantis. Acompanhe a emocionante aventura do patinho que se sente só por ser diferente dos outros, até crescer e se tornar um belíssimo cisne.

Clássicos Recontados Tatiana Belinky

Franz Richter (1872-1943)

Pintor e ilustrador tcheco, radicado em São Paulo desde 1913, ilustrou dezenas de livros infantis e informativos. Sua arte se destaca pela riqueza de detalhes e pela beleza das cores utilizadas. A expressividade dos personagens, muitas vezes antropomorfizados, impressiona pela perfeição dos traços.

c Clássicos Recontados

A Conquista da Cidade Sagrada

Aladim e a Lâmpada Maravilhosa

Ali Babá e os Quarenta Ladrões

A Gata Borralheira

As Histórias Fantásticas do Barão de Munchausen

As Três Cabeças de Ouro

Branca de Neve

Guilherme Tell

Antes de Hans Christian Andersen (1805-1875), contos e fábulas da tradição popular já haviam sido adaptados literariamente para o público infantil. No entanto, esse dinamarquês foi o primeiro escritor a tirar da própria imaginação histórias memoráveis que hoje são patrimônio da literatura mundial, como O Patinho Feio O Soldadinho de Chumbo , A Pequena Sereia e mais de cem outras. Filho único de família muito pobre, aprendeu desde cedo a gostar de arte e literatura com o pai, um sapateiro que construía teatro de marionetes para suas brincadeiras e lia para Andersen obras de Shakespeare, La Fontaine e outros autores célebres. Ao tentar a carreira artística, ainda na adolescência, enfrentou inúmeras dificuldades, mas não desistiu. Sua obra foi publicada em vários países, e ele obteve enorme reconhecimento internacional ainda em vida.

O dia 2 de abril foi escolhido como o Dia Internacional do Livro Infantil em homenagem ao seu nascimento. O mais importante prêmio do gênero, considerado o Oscar da literatura infantil, foi batizado de Prêmio Hans Christian Andersen.

“O Patinho Feio sou eu”, disse Andersen em sua autobiografia. A mensagem é clara: não devemos desistir dos nossos sonhos. h

Memórias de um Burro

O Anão Amarelo

O Baú Voador

O Califa-Cegonha

O Isqueiro Encantado

O Patinho Feio

O Rouxinol

Os Cisnes Selvagens

Simbad, o Marujo

Ilustrações de Franz rIchter

O Patinho Feio

Hans Christian Andersen

As ilustrações da série Clássicos Recontados são do grande artista plástico Franz Richter, que iniciou longa parceria com a Editora Melhoramentos ao ilustrar o primeiro livro impresso em quatro cores no Brasil, O Patinho Feio em 1915. Essa obra deu início à coleção Biblioteca Infantil, de grande sucesso, com uma centena de títulos publicados. O livro que você tem em mãos reproduz as ilustrações originais da histórica edição de 1915. h

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h Fathia Nordon

Clássicos Recontados

Ilustrações de Franz rIchter

O Patinho Feio

Tatiana Belinky Hans Christian Andersen

Era um belo dia de verão. O trigo estava dourado, a aveia, verde, e o capim, já todo enfardado. A garça passeava sobre suas longas pernas vermelhas, falando egípcio, língua que aprendera com a mãe. Florestas rodeavam os campos, e, no meio delas, havia lagos profundos.

O sol iluminava um velho palacete, perto de uma pequena lagoa, onde os patos costumavam nadar. Trepadeiras enormes, capazes de cobrir uma criança, desciam pelos muros do casarão até o chão. Era nesse lugar, onde tudo crescia a olhos vistos, que uma futura mamãe pata de primeira viagem chocava sua ninhada. Rezava para que os patinhos nascessem logo; não aguentava mais esperar. Chocar ovos era muito demorado, e não tinha ninguém com quem pudesse conversar. Todos preferiam nadar a vir papear com ela sob as trepadeiras.

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