1 minute read

Relatório traz perspectivas para o setor energético em 2023

O Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE) lançou um relatório com as perspectivas para o setor energético em 2023. A consultoria, que é uma das mais influentes do Brasil no setor de energia, defende que o Governo reveja as medidas promovidas, ao longo de 2022, para mitigar o aumento dos preços dos combustíveis, e afirma que políticas de controle ostensivo dos preços podem afastar o investimento externo, e causar desequilíbrios nas cadeias de suprimento doméstico.

“As inconsistências em medidas regulatórias e no papel do Estado são uma das principais fontes de insegurança e risco para o segmento no Brasil. Por isso, é fundamental afastar essa imagem, e aumentar a projeção do país no cenário global”, afirma Pedro Rodrigues, diretor e sócio do CBIE.

No setor elétrico nacional, o CBIE defende a continuidade das obras e operação do Linhão de Tucuruí, para promoção da segurança energética brasileira. O empreendimento, que ligará Roraima ao Sistema Interligado Nacional, estava suspenso, em função de entraves ambientais e regulatórios, já que as obras devem atravessar 122 km de terras protegidas. Até que, em outubro de 2022, as autoridades federais conseguiram alcançar um acordo de compensação junto à comunidade indígena local.

O documento ainda indica que os investimentos em infraestrutura para escoamento de gás natural (gasodutos e UPGNs) podem proporcionar a redução dos volumes de reinjeção, assim como explorar recursos não-convencionais, de forma que se reduza a necessidade de importação e, consequentemente, a vulnerabilidade a fatores externos com relação ao insumo.

No relatório, a consultoria ainda enfatiza o protagonismo brasileiro para a produção de biocombustíveis, e defende que eles tenham maior reconhecimento no programa de transição energética. O biogás pode colaborar na descarbonização do setor do agronegócio, gerando energia através de uma fonte não intermitente.

Hoje, o Brasil é o segundo maior produtor de biocombustíveis do mundo, só perde para os Estados Unidos.

O documento traz ainda um panorama sobre os investimentos feitos em energias renováveis, e apresenta o potencial brasileiro para eólicas offshore. O CBIE defende que haja avanços na regulação de eólicas offshore, já que, até o momento, existem apenas Projetos de Lei tramitando no Congresso. De acordo com o relatório, é preciso ainda que mais leilões sejam realizados, assim como investimentos para que haja avanços na criação de um mercado de créditos de carbono.

This article is from: