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Um mundo sem petróleo é o mito da atualidade

José Alexandre Altahyde Hage*

Começamos este texto dizendo que, nestes dias, o princípio de se ter descarbonização da economia internacional é hipótese distante, um mito mesmo. Porém, isso não significa dizer que um dia não haja menos uso de petróleo, gás natural e carvão mineral na produção mundial de mercadorias, transporte e no processamento de recursos naturais. Tudo depende do andamento que a ciência pode dar aos combustíveis sintéticos. Quem sabe um dia haverá a era para o barateamento do hidrogênio e a massificação do etanol.

Os fundamentos do mito não são, obrigatoriamente, simples inspirações ou desejos desenraizados. No decorrer da história, das investigações políticas sobre a natureza do homem, o mito foi encontrado no Cristianismo, como força motivadora em um mundo no qual os(as) fiéis pudessem ser elevados(as) ao encontro do Pai Eterno, desde que não fugissem de determinados mandamentos – princípio também visto no Islamismo e Judaísmo.

Da mesma forma, o mito foi encontrado no movimento comunista, ao findar o século XIX. A salvação da classe operária estaria na revolução proletária, contra a ordem capitalista – uma transformação total da vida socioeconômica sobre a Terra, que teria o poder de reiniciar a história sob novos valores. Mas, o importante a sublinhar nesse assunto é que para se realizarem os objetivos do mito não pode haver data marcada ou esperar resultados no curto prazo.

O mito, para ser concretizado, necessita de trabalho de longo prazo, sem data pré-determinada, e não aceita voluntarismo. Em outras palavras, não são convenientes ações individuais, de governantes, militantes, burocratas, intelectuais ou empresários(as), que não estejam relacionados com a prática da vida, da realidade propriamente dita. Decisões desse tipo são contraproducentes e seus resultados, geralmente, atrasam ou bloqueiam os desejos do mito.

Pois bem, esse descompasso, de caráter político e econômico, vem ocorrendo desde abril de 2020, quando se percebeu que a Pandemia de coronavírus vinha para ficar por um bom tempo, e provocaria efeitos nas relações internacionais que perturbariam nossa compreensão sobre essa questão. Logo de início, a economia internacional parou em grande parte dos países, inaugurando um período cuja compreensão ainda está aberta para análises.

Até a China, chamada a “fábrica do mundo”, teve de aceitar a premissa de que se a produção estacionasse e se o(a) trabalhador(a) ficasse em casa, por certo tempo, isso poderia ajudar o mundo a sair das complicações da Pandemia. Na verdade, o que a China havia feito nada mais era que seguir, ainda que a contragosto, sugestões dos Estados Unidos e, principalmente, da União Europeia, que rapidamente determinaram os lockdowns como possíveis instrumentos de política sanitária, confiáveis e urgentes para os novos desafios da humanidade.

Como se houvesse uma lei da natureza, a relativa paralisação da economia internacional promoveu, mesmo sem propósito, a premissa (o mito), de que a descarbonização viria para ficar. Se a produção mundial parou em grande parte no mundo, nada mais crível e inteligente do que suspender voluntariamente o consumo de hidrocarbonetos: petróleo, gás natural e carvão mineral – embora o carvão não seja hidrocarboneto para o pessoal da Geologia; mas o encaremos assim para fins de nosso argumento. Em decorrência disso tudo, a produção de hidrocarbonetos também descera bastante, por falta de consumo.

Então, aproveitando o ensejo, a descarbonização seria nosso Santo Graal da questão ambiental planetária: menos queima de combustíveis fósseis, menos emissão de CO2 na atmosfera. Portanto, um passo a mais no combate ao aquecimento global, que se tornou o problema número um da humanidade, ao menos na percepção de setores mais intelectualizados e cosmopolitas do Ocidente.

Nessa toada, a premissa da descarbonização, de usar menos hidrocarbonetos, na medida do possível, passou a ser também a agenda dos países industrializados, do Hemisfério Norte. Os Estados Unidos, sob o governo democrata de Joe Biden, praticamente haviam posto o petróleo como elemento nocivo da sociedade norte-americana. A parcial diminuição

* José Alexandre Altahyde Hage é professor no Departamento de Relações Internacionais da Escola Paulista de Política, Economia e Negócios (Eppen) da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), campus Osasco 1 Trata-se do governo Gerard Schroder, do Partido Social-Democrata Alemão, que permaneceu na Chancelaria entre 1998 e 2005. Cumprimos dizer que a adoção das políticas green power foram implementadas, em variados graus, tanto por partidos socialistas e trabalhistas, quanto por conservadores e da democracia cristã.

de novas prospecções no Golfo do México e no Alasca, e a maximização do gás de xisto (das jazidas de Marcellus em território estadunidense e do Canadá) seriam as boas novas daquela administração que pensara combater o aquecimento global com a marginalização dos combustíveis fósseis.

Do outro lado do Atlântico houve a mesma manifestação carregada de virtude. Bruxelas, centro da integração regional europeia, havia privilegiado o desejo alemão, para que a Europa entrasse no processo do green power, da energia renovável.

Duas explicações: o país atuou a favor da Alemanha, por conta da decisão que Berlim tivera, nos primeiros anos do atual século, para que as usinas nucleares fossem paulatinamente desligadas como resultado dos acordos entre o Partido Verde e o Social-Democrata, que havia adentrado no comando da Chancelaria[1]. Devemos também explicar que usamos o termo ‘processo’, em virtude de a Alemanha não ter apresentado nada como suficiente em substituição a hidrocarbonetos ou à energia nuclear. O que o governo poderia fazer em alto grau, e fez, foi empregar o gás natural russo, de Vladmir Putin, para movimentar a maior economia da Europa. O energético do Leste seria considerado meio de transição para algo mais avançado, ao se tratar de qualidade ambiental; um insumo que liberaria menos CO2, apesar de ser carburante.

O que o Velho Continente tencionava fazer, dentro do processo de substituição das antigas energias, era contar com nova tecnologia de energias renováveis, que tivesse condições de dar conta da grande quantidade de insumos necessários para potências industrializadas. Energia eólica, solar, álcool combustível de beterraba branca e biodiesel se haviam tornado os energéticos da vez, com promessa de lograrem segurança energética à Europa. Enquanto essa nova era não chegasse, o gás natural russo deveria ser importado em grande quantidade.

Além da questão ambiental, o objetivo da União Europeia poderia ser, também, pois, não o declarou efetivamente, escapar da dependência de petróleo proveniente do Oriente Médio. Por ser região altamente instável politicamente, e por concentrar mais de 60% das reservas mundiais de óleo, os países europeus pensaram trocar uma dependência mais complexa por outra, menos difícil, por se tratar de país governado por plataforma estável, apesar de tudo: a Rússia.

O plano empregado por governos revisionistas, do sistema internacional de energia, baseado em hidrocarbonetos, conseguiu manter-se até este primeiro semestre de 2022, com o desdobramento da guerra entre Ucrânia e Rússia. A iniciativa do governo Putin, para blindar seu ‘estrangeiro próximo’ dos assédios da Otan, o que envolve a Ucrânia como Estado-tampão, abriu a caixa de Pandora da geopolítica europeia, com irradiação, tanto para a América, quanto para a Ásia. Estados Unidos e China seriam envolvidos, mesmo que indiretamente.

Nessa guerra por procuração, na qual Washington procura enquadrar a Rússia, ao jogar mais armamentos na Ucrânia, da mesma forma que a Otan apoia o governo de Kiev, passou a haver, aos poucos, aquecimento da economia internacional, que teve seu retorno na China, como era de se esperar. Por vez, a crescente necessidade energética chinesa impele para que os grandes produtores de petróleo aumentem a produção o mais rápido. O problema é que no período de paralisia da economia internacional, em função da Pandemia, parte da infraestrutura petrolífera ficara em desuso, e perdera condições de ser acionada em ritmo de urgência.

É como se houvesse uma letargia no mundo do petróleo, e agora tivesse de ser despertado com água na cabeça. Depois de meses sem alta produção de óleo, a infraestrutura tem de recomeçar a bombear o produto, para dar conta da crescente necessidade apontada pela China, Índia e demais países de recém-industrialização do sudeste asiático.

A suspensão de energia exportada da Rússia, devido aos boicotes ocidentais, a marginalização de novas explorações de óleo em território norte-americano, e a animação econômica da Ásia, revelaram que os planos green power não passariam de inocências carregadas de virtude em busca de um mundo melhor, capitaneados por elites governamentais, intelectuais e empresariais, que não mais pensavam as relações internacionais sob o signo do poder. A ironia disso tudo é que a própria Europa, lar intelectual da geopolítica e da realpolitik, se havia prestado a ser a fonte dos desejos inalcançáveis. Seria, então, o green power pressuposto de gente mais que moderna e rica?

Os países malvistos de antes, grandes produtores de petróleo do Oriente Médio ampliado, com extensão para a Venezuela, de Nicolas Maduro, passaram a ter imagem melhorada pelo peso exercido pelo petróleo na economia global. Seus nomes foram limpos pela crise de energia. Os grandes centros financeiros apelam para que Arábia Saudita, a começar, prospecte mais carburantes para não matar os países industrializados de inanição.

Uma das consequências de tais manifestações de bondade foi a reativação de usinas termoelétricas a carvão. Matériaprima que outrora fora amaldiçoada pelo alto teor poluente e, por isso, deixada de lado, entrara em atividade na Europa para dar conta das carências que não podem ser cobertas somente com energia verde, renovável. Será que a questão ambiental, tão cara para União Europeia e Estados Unidos, perdeu a importância que exercia até 2021?

Isso porque um traço conveniente do carvão mineral é que ele pode ser bem encontrado na Europa e nos Estados Unidos, cortando um pouco a dependência dos carburantes importados. Esse elemento ainda é o mais numeroso de todos, e o mais barato para se explorar. Dessa forma, caso a importância ambiental se mantenha, dirão que o problema deve ser do Brasil, porque desmata a Amazônia, e não daqueles que usam a pedra poluente.

Enquanto isso, por não haver alta produção de petróleo, os preços dos combustíveis aumentam muito. Sobe o custo de vida nos países mais pobres, e até para a classe média europeia e norte-americana, acostumada com o conforto promovido pela energia barata do petróleo, gás natural e carvão. Aumenta o custo da alimentação, por conta dos transportes e dos insumos agrícolas que dependem de petróleo para sua confecção: diesel e fertilizantes. Assim, se a promessa de um mundo melhor pela descarbonização estava ao alcance das mãos, o que se conseguiu até agora foi instalar o desânimo e a desconfiança na ideia de que a pobreza tem salvação. Aliás, no atacado, quem perde mais é o pobre.

O caminho da economia verde

Investir na implementação de uma economia verde no Brasil significa pavimentar um caminho de imenso potencial para o país, ancorado no crescimento econômico, geração de empregos verdes, na exportação de créditos de carbono, energia e combustível verde.

Em 03/06/22, foi encerrado, na capital da Suécia, a Estocolmo+50, um encontro promovido pela Assembleia Geral das Nações Unidas, para comemorar os 50 anos da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, realizada em junho de 1972, em Estocolmo.

Representante do Governo Federal para o encontro, o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, ao discursar para representantes de 146 países, disse que o Brasil trabalha para ocupar uma posição de destaque nos assuntos relacionados ao meio ambiente – e isso está diretamente ligado ao fortalecimento de uma economia verde no país.

“O Brasil pretende ser um protagonista, na solução global para combater a mudança do clima, acelerando políticas de redução de carbono, metano e poluição plástica, saneamento e tratamento de resíduos, agricultura de baixa emissão, energia renováveis e hidrogênio verde”, afirmou Joaquim Leite.

A criação de um mercado regulado de crédito de carbono no Brasil foi selada com a publicação, no dia 19 de maio, do Decreto Nº 11.075. O documento possibilita a negociação global do crédito de carbono, e traz elementos inovadores e modernos, como o mercado de metano, carbono de vegetação nativa e carbono do solo, alinhado com o modelo produtivo brasileiro, além do carbono azul, relacionado à indústria naval.

O Decreto Nº 11.075 é um marco, porque também instituiu o Sistema Nacional de Redução de Emissões de Gases de Efeito Estufa, que terá o papel de ser uma central única de registros, e um instrumento de gestão ambiental que promova a redução das emissões nacionais.

Em novembro do ano passado, durante a Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima – COP26, realizada em Glasgow, no Rio Unido, o governo brasileiro apresentou uma nova meta, de redução de 50% das emissões dos gases associados ao efeito estufa, até 2030, e a neutralização das emissões de carbono, até 2050.

O Sistema Nacional de Redução de Emissões de Gases de Efeito Estufa permitirá garantir a rastreabilidade, trazendo segurança digital, além de possuir critérios mínimos de qualidade e integridade ambiental, com compromissos setoriais e empresariais de neutralidade climática, até 2050.

O decreto que estabeleceu os procedimentos para a elaboração dos Planos Setoriais de Mitigação das Mudanças Climáticas, e instituiu o Sistema Nacional de Redução de Emissões de Gases de Efeito Estufa, representa a abertura rumo a uma nova era. E o país faz história, ao avançar nesta regulamentação. Ao permitir que mecanismos econômicos verdes sejam implantados com solidez, o Brasil avança, rumo a um futuro no qual as emissões sejam neutralizadas. Isso permitirá ao país se tornar fornecedor global de créditos de carbono. Um dos passos neste sentido foi o Congresso Mercado Global de Carbono — Descarbonização e Investimento Verdes, realizado em maio, no Jardim Botânico do Rio de Janeiro, pelo Banco do Brasil e Petrobras, com apoio do MMA e BACEN, evento que reuniu lideranças empresariais e ambientais, que apresentaram 24 ações corporativas, e 100 cases de empreendedores, sobre diversos temas.

Entre as ações adotadas pelo Brasil para diminuir a emissão de poluentes e o combate a crimes ambientais, está a criação do mercado regulado de crédito de carbono, com elementos inovadores e modernos, como o conceito de crédito de metano, e possibilidade de registrar a pegada de carbono dos produtos e atividades, carbono de vegetação nativa, o carbono no solo, e o carbono azul, presente na área marinha e fluvial. Também é importante o Programa de Redução de Emissões “Metano Zero”, que prevê isenção de impostos federais, financiamentos específicos, e criação do crédito de metano, com foco exclusivo em resíduos orgânicos, e poderá reduzir as emissões totais de tipo de gás do Brasil em mais de 30%; e o Marco do Saneamento, que garantiu liberdade de concorrência, e já atraiu US$ 10 bilhões em investimentos contratados, seguindo a meta de universalizar os serviços de tratamento de água e esgoto, para todos os brasileiros, até 2033; já o Programa Lixão Zero, de acordo com o ministro, desde 2019, encerrou 20% dos lixões a céu aberto e o Recicla+, criou o inovador crédito de reciclagem, medidas que contribuem para redução da poluição do plástico.

O ministro destacou ainda o Plano Agricultura de Baixo Carbono, que pretende reduzir a emissão de carbono em 1,1 Gton, até 2030, da geração de energias renováveis, que chega a 85% de matriz elétrica brasileira, e da produção de energia eólica offshore, em alto mar, que tem potencial para chegar a 700 Gwatts.

“O Brasil segue pronto para engajar-se, de maneira

construtiva e solidária, em uma discussão transparente e inclusiva, sobre como podemos avançar, a passos largos e seguros, na direção de fornecer comida e energia limpa a todos, e garantir uma transição responsável e justa da economia global, rumo à neutralidade climática, até 2050”, concluiu o ministro.

O secretário-geral das Nações Unidas, Antonio Guterres, fez um apelo “ao fim da guerra sem sentido e suicida contra a natureza”, durante seu discurso na abertura da Conferência Estocolmo+50 sobre os 50 anos de criação da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, que deu início ao movimento ambientalista.

No encontro, Guterres explicou que os recursos naturais não estão conseguindo atender a demanda da população mundial, que está consumindo a uma taxa de 1,7 planeta por ano. “O bem-estar global está em risco – e é em grande parte porque não cumprimos nossas promessas sobre o meio ambiente”, disse o secretário-geral da ONU, lembrando que, embora tenha havido sucessos na proteção do planeta desde 1972, incluindo o resgate da camada de ozônio, Guterres alertou que “os sistemas naturais da Terra não podem atender as nossas demandas”. Ele renovou seu apelo contra a “tripla crise planetária”, causada pela emergência climática – “que está matando e deslocando cada vez mais pessoas a cada ano” –, pela perda de biodiversidade – que ameaça “mais de três bilhões de pessoas” –, e pela poluição e lixo, “que está custando cerca de nove milhões de vidas por ano”. “Tirem-nos desta confusão”, ele pediu aos delegados na cúpula sueca, convocada pela Assembleia Geral da ONU. Para o secretário-geral, parte da solução está em dispensar o Produto Interno Bruto (PIB) como um indicador econômico dos países, que ele escreveu como um sistema de contabilidade “que recompensa a poluição e o desperdício”. Guterres disse que essa lógica precisa mudar. “Não esqueçamos de que, quando destruímos uma floresta, estamos criando PIB. Quando pescamos em excesso, estamos criando PIB. O PIB não é uma forma de medir a riqueza na situação atual do mundo”, acentuou. Depois de pedir a todas as nações que se comprometam ainda mais com a implementação dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, e seguindo o Acordo de Paris de 2015 para enfrentar essas ameaças, Guterres insistiu que são necessários maiores esforços para reduzir as emissões a zero, até 2050. “O ar quente nos está matando”.

A reunião internacional foi concluída com uma declaração dos anfitriões Suécia e Quênia, com várias recomendações para uma agenda acionável, destacando colocar o bem-estar humano no centro de um planeta saudável e próspero para todos, além de instar para mudanças sistêmicas na forma como o sistema econômico funciona.

Abiquim lança posicionamento sobre Economia Circular

A indústria química é provedora de soluções que contribuem para o desenvolvimento sustentável de diversos setores. Soluções sustentáveis geradas na química, sendo uma indústria de base, permeiam diferentes cadeias produtivas, irradiando e difundindo progresso técnico por toda a economia. Dentre essas ações, estão soluções para circularidade de produtos e processos, apoiando a utilização de recursos e materiais em ciclos contínuos, eliminando desperdícios e resíduos, gerando desta forma valor para todos os elos das cadeias.

Para a indústria química, a Economia Circular não é um tema novo. O setor tem um longo histórico de avanços no aprimoramento de suas operações. Alinhado ao Programa Atuação Responsável, que, em 2022, completa 30 anos no Brasil, o esforço das empresas associadas da Abiquim para o desenvolvimento e aplicação de novas tecnologias que atuam no controle e monitoramento de processos, na melhoria da eficiência, no reuso de recursos e na automação, em uma visão alinhada com as melhores estratégias internacionais, voltadas para a gestão segura de produtos, são elementos que produziram resultados de excelência, que apoiam a ideia da revalorização de resíduos, para que retornem aos ciclos de produção como matéria-prima valiosa, e não sejam tratados ou descartados como resíduos sem valor.

A ABIQUIM vem reforçando seu compromisso com o desenvolvimento dos princípios e conceitos da Economia Circular na indústria química no Brasil, e compromete-se a promover o debate e construir uma agenda de defesa da economia circular no Brasil, que possa alavancar soluções circulares para os insumos e produtos químicos brasileiros, trazendo mais inovação e competitividade para a indústria química brasileira.

Reciclagem química de plástico

@Alterra Energia

A Neste comprou os direitos europeus da tecnologia de liquefação da Alterra Energy, solidificando os esforços da empresa para avançar na reciclagem química. A norte-americana Alterra Energy desenvolveu uma solução termoquímica proprietária para liquefação de plástico difícil de reciclar e, em Akron, Ohio, a empresa está operando uma instalação em escala industrial, que transforma plásticos em fim de vida em um produto intermediário, que pode ser refinado em matéria-prima para novos plásticos e outros produtos petroquímicos.

Em 2020, a Neste adquiriu uma participação minoritária na Alterra Energy, e processou ainda mais resíduos plásticos liquefeitos provenientes, em uma série de testes em sua refinaria na Finlândia. Juntamente com a Ravago, a Neste também planeja estabelecer uma joint venture para implantar a tecnologia Alterra Energy em Vlissingen, na Holanda. Além disso, para aumentar as capacidades de processamento de resíduos plásticos liquefeitos em sua refinaria de Porvoo, na Finlândia, a Neste está realizando um estudo de viabilidade para examinar o investimento em recursos proprietários de prétratamento e atualização. Por meio da reciclagem química, a empresa visa a reduzir a dependência de recursos fósseis virgens, e acelerar a circularidade na produção de polímeros e produtos químicos.

“Adquirir os direitos da tecnologia da Alterra Energy na Europa nos permite oferecer uma solução holística aos nossos parceiros”, diz Heikki Färkkilä, vice-presidente de Reciclagem Química da Neste Renewable Polymers and Chemicals. “A Neste poderá fornecer o pacote completo de reciclagem química: do plástico residual ao produto, oferecendo rações drop-in de alta qualidade para a produção de novos polímeros e produtos químicos.”

Com o objetivo de processar mais de um milhão de toneladas de resíduos plásticos, por ano, a partir de 2030, a Neste continua a se envolver com empresas ao longo da cadeia de valor do plástico. Isso inclui parceiros upstream, como empresas de reciclagem e desenvolvedores de tecnologia, mas também parceiros de produção de produtos químicos e proprietários de marcas que buscam soluções circulares mais sustentáveis.

Unidade de liquefação de resíduos plás cos em escala industrial da Alterra Energy em Akron, Ohio. O desenvolvimento tecnológico conjunto entre a Neste e a Alterra Energy, e o processamento contínuo de misturas de plástico nas instalações de Akron, deram à Neste a confiança de que a tecnologia Alterra Energy está entre as soluções vencedoras para a liquefação de resíduos plásticos. “Estamos satisfeitos que a Neste, líder global em sustentabilidade, tenha escolhido a tecnologia de reciclagem avançada da Alterra Energy, para acelerar ainda mais seus esforços para a circularidade de plásticos em toda a Europa”, diz Frederic Schmuck, CEO da Alterra Energy. “Em todo o mundo, continuaremos a apoiar os players da indústria petroquímica, no cumprimento de seus compromissos de sustentabilidade com proprietários de marcas e consumidores.” Embora a Neste tenha adquirido os direitos europeus da tecnologia, a Alterra Energy continuará operando de forma independente no resto do mundo, com o objetivo de comercializar a tecnologia por meio de licenciamento. Como parceiro e acionista, a Neste está empenhada em apoiar o desenvolvimento contínuo da tecnologia da Alterra Energy, estabelecendo-a como uma das soluções líderes em reciclagem química de resíduos plásticos, em nível global.

Rede de carregador de EVs mais rápido do mundo

Reciclagem de Plástico

A ABB E-mobility e a Shell anunciaram planos para lançar a primeira rede do Terra 360, o carregador de carro elétrico completo mais rápido do mundo. Com mais de 200 carregadores Terra 360 a serem lançados em toda a Alemanha, nos próximos 12 meses, as empresas ajudarão a garantir maior disponibilidade e velocidade de carregamento, para mais de 1,7 milhão de motoristas de carros elétricos alemães.

István Kapitány, (à direita na foto) vice-presidente executivo global da Shell Mobility, comentou: “Na Shell, nosso objetivo é sermos o líder em carregamento de veículos elétricos, oferecendo aos nossos clientes carregamento, quando e onde for conveniente para eles. Para motoristas em movimento, especialmente aqueles em viagens longas, a velocidade de carregamento é fundamental, e cada minuto de espera pode fazer uma grande diferença em sua jornada. Para os proprietários de frotas, a velocidade é importante para a recarga, durante o dia, que mantém as frotas de veículos elétricos em movimento. É por isso que, por meio de nossa parceria com a ABB, temos o prazer de oferecer aos nossos clientes o carregamento mais rápido disponível, primeiro na Alemanha e, em breve, em outros mercados.”

A rede nacional Shell Recharge de carregadores Terra 360, alimentados por eletricidade 100% renovável, ajudará a atender à crescente demanda alemã por infraestrutura de carregamento de veículos elétricos, tanto de consumidores quanto de frotas, e acelerará ainda mais a adoção futura de mobilidade elétrica em todo o país.

O Terra 360 está disponível em diferentes configurações que podem carregar vários veículos simultaneamente. Seu design modular garante a máxima utilização da estação de carregamento com distribuição dinâmica de energia. O novo carregador também tem uma potência máxima de 360 kW, e é capaz de carregar totalmente um carro elétrico em 15 minutos ou menos “Como líder global em infraestrutura de carregamento de veículos elétricos, acreditamos no poder da união; que, quando a inovação e a colaboração se unem, podemos contribuir coletivamente para mitigar os impactos das mudanças climáticas e possibilitar uma sociedade de baixo carbono. Com o setor de transporte sozinho responsável por aproximadamente 29% do total de gases de efeito estufa em todo o mundo, a importância de trabalhar de forma colaborativa para impulsionar a mudança nunca foi tão crítica, e estamos muito satisfeitos por fazer parceria com a Shell neste lançamento histórico,” acrescentou Frank Muehlon, (à esquerda na foto), CEO da ABB E-mobility.

A TotalEnergies e a New Hope Energy anunciaram um acordo comercial, sob o qual a New Hope Energy construirá uma usina de reciclagem avançada no Texas, para transformar resíduos plásticos, em fim de vida, em uma matéria-prima reciclada, que a TotalEnergies comprará parcialmente, e converter em polímeros de qualidade virgem, que podem ser usados para embalagens de grau alimentício.

A planta da New Hope Energy deve iniciar a produção em 2025, e usará uma tecnologia de pirólise patenteada, que foi desenvolvida em parceria com a Lummus Technology para processar e converter mais de 310.000 toneladas por ano de resíduos plásticos mistos que, de outra forma, seriam destinados a aterros sanitários ou incineração. A TotalEnergies usará 100.000 toneladas de matéria-prima de polímero reciclado (RPF) em suas unidades de produção, sediadas no Texas, para fabricar polímeros de alta qualidade, adequados para aplicações de grau alimentício, como recipientes de embalagem de alimentos flexíveis e rígidos.

“Temos o prazer de fazer parceria com a New Hope Energy, que oferece uma tecnologia promissora e capacidade de escala. Este novo projeto é mais um passo concreto e significativo que a TotalEnergies está dando, para enfrentar o desafio da reciclagem de plástico, e cumprir nossa meta de produzir 30% de polímeros circulares, até 2030”, disse Valérie Goff, vicepresidente sênior de polímeros da TotalEnergies.

“A TotalEnergies entende a necessidade de aumentar a reciclagem nos EUA e no exterior, e sua meta de polímero renovável para 2030 é uma prova de seu compromisso com a economia circular. Nossa parceria com a Lummus nos permitiu fornecer a escala e a confiabilidade necessárias para apoiá-los nesta missão”, disse Rusty Combs, CEO da New Hope Energy.

“A capacidade de converter, de forma eficaz e econômica, resíduos plásticos em óleo de pirólise para uso posterior, é um passo crítico para alcançar uma verdadeira economia circular”, disse Leon de Bruyn, presidente e diretor execu vo da Lummus Technology. “Apoiar a TotalEnergies no alcance de suas metas de sustentabilidade é exatamente o que nossas soluções de processamento integradas são projetadas para fazer.”

Novos padrões de sustentabilidade ambiental no mar aceleram jornada para net zero

Ao entrar na fase final de seu processo de construção, o MSC World Europa deve tornar-se o navio mais ecológico e eficiente da frota da MSC Cruzeiros, quando for entregue, em outubro de 2022. A MSC Cruzeiros divulgou informações sobre as credenciais ambientais do navio, incluindo células de combustível de óxido sólido, um sistema de redução catalítica seletiva, e capacidade aprimorada de energia de terra para navio. Ele também será o maior navio de cruzeiro movido a GNL do mundo, quando for lançado, ainda este ano.

Ele será o primeiro navio de cruzeiro contemporâneo do mundo a apresentar a nova tecnologia de célula de combustível de óxido sólido (SOFC), movida a gás natural liquefeito (GNL), desenvolvida pela MSC Cruzeiros, Chantiers de l’Atlantique e Bloom Energy. O navio incluirá um demonstrador SOFC, de 150 quilowatts, que gerará energia auxiliar, para fornecer ganhos de eficiência e reduções significativas de emissões de CO2, em comparação com os motores de combustão interna tradicionais. Será um teste para acelerar o desenvolvimento da tecnologia de células de combustível para navios de cruzeiro contemporâneos, e oferece um potencial para permitir soluções de propulsão híbrida, no futuro.

“Estamos comprometidos com um futuro net-zero, e é por isso que estamos investindo pesadamente no desenvolvimento de combustíveis de baixo carbono e soluções, que irão acelerar a descarbonização do setor marítimo. O MSC World Europa será nosso navio mais eficiente, até agora, e nos ajudará a provar e refinar tecnologias ambientais para o futuro de nossa frota. Com este projeto, também estamos avançando em parcerias com fornecedores de tecnologia, empresas de energia, academia e órgãos reguladores. Todos devemos aprofundar nossa colaboração, para desbloquear um futuro de emissões zero,” disse Linden Coppell, Diretora de Sustentabilidade da MSC Cruzeiros.

Comparado aos combustíveis marítimos padrão, o GNL praticamente elimina as emissões de poluentes do ar, incluindo óxidos de enxofre, óxidos de nitrogênio e partículas finas, e atinge uma redução de CO2 de até 25%. O GNL também permitirá o desenvolvimento de combustíveis e soluções de baixo carbono, como hidrogênio verde, bio-LNG e células de combustível. Combustíveis marítimos tradicionais não podem suportar essas soluções futuras.

O MSC World Europa possui um sistema de redução catalítica seletiva (SCR), que reduz as emissões de NOx em 90%, quando o GNL não está disponível, e o navio deve funcionar com gasóleo marítimo. À medida que o combustível GNL atinge uma redução semelhante, o MSC World Europa sempre atenderá os padrões de emissões de NOx Tier III da Organização Marítima Internacional (IMO). Além disso, a conectividade de energia terra-navio permite que o MSC World Europa minimize o uso do motor, nos portos onde a infraestrutura necessária está disponível.

Tal como acontece com todos os novos navios da MSC Cruzeiros, o MSC World Europa também apresenta a mais recente tecnologia de tratamento de águas residuais, em conformidade com a Resolução MEPC 227(64) da IMO, totalmente alinhada com os requisitos regulamentares mais rigorosos do mundo – o chamado ‘Baltic Standard’. O navio inclui um sistema avançado de tratamento de água de lastro, que impede a introdução de espécies invasoras no ambiente marinho, através de descargas de água de lastro, em conformidade com a Convenção de Gerenciamento de Água de Lastro da IMO.

O MSC World Europa incorpora uma ampla gama de equipamentos para otimizar o uso de energia, em todo o navio. Estes incluem ventilação inteligente e sistemas avançados de arcondicionado, com circuitos automatizados de recuperação de energia, permitindo uma distribuição eficaz de calor e frio, em todo o navio. O navio usa iluminação LED, controlada por sistemas de gerenciamento inteligentes, para melhorar ainda mais o perfil de economia de energia. Em parceria com o estaleiro, o MSC World Europa foi projetado com um formato de casco inovador, para minimizar a resistência na água. Também será equipado com sistemas aprimorados de coleta automática de dados, para monitoramento remoto de energia e análise avançada, permitindo suporte em terra, em tempo real, para otimizar a eficiência operacional a bordo. Esses avanços de eficiência e o uso de GNL permitirão um desempenho operacional muito superior aos critérios de projeto de energia, exigidos pela IMO para novos navios. O MSC World Europa foi projetado para ter um desempenho 47% melhor do que o necessário Índice de Design de Eficiência Energética (EEDI). E ainda o casco e a sala de máquinas do MSC World Europa foram projetados para minimizar o impacto acústico do som subaquático, reduzindo o impacto potencial em mamíferos marinhos nas águas circundantes.

Mercado de carbono: a caminho da regulamentação

Leo Cesar Melo, CEO do Grupo Allonda, comenta que a publicação do Decreto nº 11.075, de 19 de maio de 2022, que estabelece os procedimentos para a elaboração dos Planos Setoriais de Mitigação das Mudanças Climáticas, e institui o Sistema Nacional de Redução de Emissões de Gases de Efeito Estufa, ainda que não estabeleça de fato um mercado regulado de carbono, deve ser considerada como um avanço do país, rumo à necessária descarbonização do Brasil.

Outros movimentos também apontam que estamos caminhando para a regulamentação desse mercado, estimulado também pelas compensações voluntárias. Caso, por exemplo, do anúncio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), de sua primeira compra de créditos de carbono. A expectativa para os próximos dois anos é destinar até R$ 300 milhões para o desenvolvimento do mercado nacional de compensações voluntárias de emissões.

Já de início, cinco companhias desenvolvedoras adquiriram R$ 8,7 milhões em créditos de carbono, sendo que os dois maiores volumes dizem respeito exatamente a projetos de conservação de florestas, modalidade que é a principal fonte de créditos de carbono no Brasil, hoje – chamada de REDD+. Ou seja, o que se constata, a partir dessas primeiras

aquisições, é que há bastante interesse por parte das companhias por compensações de carbono. Entretanto, para que essa transição para baixo carbono evolua como se espera, é necessário haver regras mais claras, sobre como será o funcionamento desse mercado, especialmente para que não haja nenhum tipo de insegurança jurídica. A publicação do Decreto certamente trouxe ainda mais visibilidade ao tema, e é notório o anseio que isso já provocou às empresas de diversos setores da economia, que há tanto tempo esperam por essa regulamentação. Vale lembrar que, pelo Acordo de Paris, até 2025, o Brasil se comprometeu a reduzir as emissões de gás carbônico em 37%, em relação às emissões de 2005. A meta depois será chegar a 50%, até 2030. E em 100%, até 2050. O Decreto é sem dúvida um importante começo, estrutural, para o tema mudanças climáticas em nosso país. Ao que tudo indica, se seguirmos avançando para o caminho da regulamentação, há plenas condições de cumprirmos esse acordo. “Como diria Ariano Suassuna: ´o otimista é um tolo. O pessimista, um chato. Bom mesmo é ser um realista esperançoso´. Então, sigo como o realista esperançoso que sou, ansioso para que, em um futuro breve, a regulamentação do mercado de carbono seja uma realidade no Brasil.” Indústria de cloro-álcalis, uma usina de hidrogênio verde

A indústria brasileira de cloro-álcalis tem potencial de ser a principal fonte de hidrogênio verde, considerada a energia do futuro no mundo. Durante o processo de produção de cloro, chamado de eletrólise (passagem de uma corrente elétrica através de uma solução de salmoura), além da soda cáustica, é gerado também hidrogênio. O hidrogênio gerado nas plantas de cloro-álcalis no Brasil é produzido a partir da quebra da molécula de água proveniente de fontes limpas, ou seja, é um “hidrogênio verde”. No Brasil, vale lembrar, 83% da matriz elétrica é renovável.

Para cada tonelada de cloro, são produzidos 28 kg de hidrogênio durante a eletrólise. Hoje, na indústria, esse hidrogênio é utilizado como matéria-prima ou fonte térmica, substituindo o gás natural, e reduzindo a emissão de gás carbônico.

Como a indústria prevê um aumento da capacidade de produção de cloro em 700 mil toneladas, considerando a meta de universalização do saneamento até 2033, haveria uma disponibilidade nas plantas brasileiras de cloroálcalis de gerar 18 mil toneladas de hidrogênio verde, por ano (a estimativa considera um rendimento de 90% do processo). Essas 18 mil toneladas de hidrogênio verde/ano que serão produzidas poderiam, por exemplo, substituir 60 mil toneladas de gás natural, o que representaria uma redução na emissão de gás carbônico para a atmosfera de 160 mil toneladas. Segundo dados de mercado, cerca de 4% do hidrogênio consumido no mundo já é originado em plantas de eletrólise, especialmente de cloro-álcalis. “A mudança para uma matriz energética mais sustentável no mundo coloca alguns desafios como o armazenamento de energia de fontes intermitentes e a eletrificação de processos. O hidrogênio será um dos principais fatores para essa mudança, tanto para o armazenamento como para células de combustível. A indústria de cloro-álcalis está pronta para produzir ou vender hidrogênio, e hidrogênio verde”, afirma o presidente-executivo da Abiclor, Milton Rego.

Como converter etanol em eletricidade e hidrogênio por meio de reforma eletroquímica

Entre as fontes de produção de hidrogênio no mundo está a reforma eletroquímica, que trabalha com a oxidação de álcoois e redução da água. Essa novidade, que passou a ser usada de forma sistemática no mundo, há cerca de dois anos, está sendo empregada no projeto Uso eficiente de etanol para produção de hidrogênio e eletricidade, desenvolvido no âmbito do Research Centre for Greenhouse Gas Innovation (RCGI), centro de pesquisa financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), e pela Shell.

“O hidrogênio é o combustível do futuro, mas o etanol não fica atrás nessa corrida. Juntos, eles podem dar ao Brasil um papel de protagonismo na luta por um combustível verde”, diz o engenheiro químico Hamilton Varela, coordenador do projeto e diretor do Instituto de Química de São Carlos, da Universidade de São Paulo (IQSC-USP).

Segundo o químico Germano Tremiliosi Filho, vice-coordenador do projeto, uma das vantagens desse tipo de reação é reduzir o custo de energia elétrica ao longo do processo. “Na produção de hidrogênio em escala comercial por eletrólise da água, aplica-se uma voltagem no sistema da ordem de dois volts. Já no caso da reforma eletroquímica, esse potencial energético é muito mais baixo, entre 0,6 e 0,7 volts. Ou seja, trabalha-se com uma quantidade energética 1/3 menor do que a exigida pela eletrólise da água”, afirma o especialista, que também é professor do IQSC-USP.

O projeto começou em agosto do ano passado, e reúne quatro professores do IQSC-USP, que se dividem pelas diversas etapas do processo. Varela cuida do chamado mecanismo de reação, onde se debruça sobre as equações do passo a passo da reação de oxidação do etanol, que é a fase mais complexa que ocorre no reformador. “Por meio de simulações, a ideia é descobrir quais catalisadores favorecem a quebra da molécula do etanol, como é o caso do catalisador de platina, o mais utilizado para essa reação”, aponta o pesquisador. “É uma etapa inicial, mas primordial para o desenrolar das outras fases. Essas informações contribuem para que os demais colegas consigam desenvolver células a combustível e reformadores eletroquímicos mais eficientes, ao longo do projeto”.

Na reforma eletroquímica, os catalisadores desempenham papel fundamental, pois, provocam tanto a oxidação do etanol quanto a redução da água, e assim fazem com que a célula de reforma eletroquímica gere hidrogênio. “Estamos desenvolvendo catalisadores para a redução da água, tanto a base de sulfetos quanto de metais de transição, como níquel e ferro, que, por sinal, são materiais mais baratos do que a platina, por exemplo”, esclarece Tremiliosi Filho. No decorrer do projeto, os pesquisadores pretendem desenvolver uma célula de membrana polimérica que, por meio da reforma eletroquímica, possa converter etanol e água em hidrogênio, para abastecer células a combustível. “A ideia é que, no futuro, as residências possuam células a combustível estacionárias, aos moldes do que acontecia no passado com os geradores a óleo diesel”, prevê Varela. “Essas células a combustível vão alimentar os veículos, bem como fornecer eletricidade para a casa. Tudo com hidrogênio”. Em um motor elétrico operado por célula a combustível do tipo hidrogênio/oxigênio, a eficiência do veículo supera em muito os motores de combustão interna. “O hidrogênio é o combustível consagrado para esse tipo de motor elétrico”, aponta Varela. De qualquer forma, os pesquisadores do projeto também estão interessados em entender como seria utilizar etanol diretamente nesse tipo de motor. “Mas, ainda existe um grande desafio, que consiste em romper a molécula de etanol para gerar eletricidade de forma eficiente em um cenário de baixa temperatura, como é o caso do motor operado por célula a combustível direta de etanol”, observa Tremiliosi Filho.

No momento, os integrantes do projeto buscam compreender como as diferenças de temperatura o impactam. “Uma hipótese nesse caso seria instalar a bordo do veículo um reformador eletroquímico, que processaria etanol e água em hidrogênio, antes de jogá-lo na célula a combustível para operar o motor elétrico. Mas, o desenvolvimento do reformador ainda demanda muita pesquisa, inclusive em nível mundial”, diz Tremiliosi Filho. “Ou seja, a célula a combustível direta de etanol é uma proposta de longo prazo”.

Os pesquisadores não escondem o entusiasmo pelo projeto. “O Brasil é um país privilegiado em relação ao etanol. Temos uma ótima infraestrutura de distribuição, por exemplo”, constata Varela. Por sinal, o Grupo de Eletroquímica (GE), do

IQSC-USP, cumpre um papel importante nessa história: desde a fundação, em 1973, realiza uma série de pesquisas, voltadas à interconversão entre energias químicas. “O Brasil evoluiu muito, nesse sentido. Se antes era preciso deixar o carro a etanol esquentando antes de circular com ele, hoje isso faz parte do passado. Sem contar que atualmente boa parte de nossa frota é flex, ou seja, aceita tanto etanol quanto gasolina, e suas misturas em todas as proporções. Não se pode esquecer de que é uma tecnologia desenvolvida no país”.

Atualmente, dentre outras iniciativas, o GE-IQSC-USP abriga o projeto do RCGI. “É uma honra fazer parte desse grupo, reconhecido internacionalmente”, diz Varela. “Aqui, fazemos, da ciência básica, para entender desde a complexidade de uma reação eletrocatalítica, até a ciência aplicada. No momento, temos células a combustível em plena atividade no laboratório. Graças a isso, nossos alunos adquirem uma

visão mais ampla do processo”. Segundo Varela, embora os motores elétricos sejam tendência, os motores a combustão movidos a etanol deverão permanecer no futuro. “A eletrificação do sistema é importante, sobretudo, para países que dependem exclusivamente de combustíveis de origem fóssil, mas esse não é o caso do Brasil”, observa o pesquisador. A questão é o baixo rendimento do motor a combustão, que não ultrapassa os 30%. Nesse sentido, os pesquisadores nada podem fazer. “É uma limitação termodinâmica impossível de ser mudada, pois, trata-se de uma lei da Física, regida pelo ciclo de Carnot. Entretanto, os motores elétricos apresentam eficiência de até 90%. É isso o que nos estimula a desenvolver reformadores eletroquímicos associados a células a combustível, para operar esse tipo de motor”, conclui Tremiliosi Filho. “De qualquer forma, no futuro, a matriz energética será múltipla, e todas as alternativas para brecar o aquecimento global são bem-vindas”. Basf conquista certificação I-REC de energia renovável

As mudanças climáticas são o maior desafio do nosso tempo. Para reverter essa situação, é indispensável a contribuição da sociedade civil, na adoção de medidas que ajudem a mitigar esses efeitos no planeta. Diante desse cenário, e ciente de seu compromisso para com os princípios do ESG (sigla em inglês para Social, Ambiental e Governança), a Basf, cada vez mais, vem trabalhando em diversas frentes, com foco na sustentabilidade, de processos produtivos a criação de soluções e produtos que desempenham papel crucial na redução das emissões. Frente a isso, a companhia dá mais um passo em direção à sustentabilidade, e obtém um dos mais importantes certificados globais sobre matriz de energia renovável: I-REC.

Emitido no Brasil pelo Instituto Totum, o International Renewable Energy Certificate (I-REC) é uma plataforma internacional, que possibilita a transação de certificados de utilização de energia renovável, sistema por meio do rastreamento de características ambientais relacionadas à energia. No Brasil, seis das oito unidades produtivas da Basf já possuem essa acreditação, além do site de Concón, no Chile. As unidades fabris passam a ter o selo de consumo de energia renovável em seus processos, incentivando a produção de energia elétrica na região com menor emissão de CO₂. As demais operações no Brasil e na Argentina seguem o mesmo caminho para obtenção dessa importante certificação.

“A obtenção do certificado I-REC, por meio de uma das ações da iniciativa da empresa, que busca o alinhamento da América do Sul com as metas globais de emissão, chamada Energy Transformation, assegura que estamos consumindo energia renovável para continuar crescendo em linha com nosso comprometimento, em direção à neutralidade climática”, afirma Vera Felbermayer, Vice-presidente de Gestão de Sites, Operações e Suporte Digital para a Basf América do Sul.

Em 2021, as energias renováveis representaram 16% da demanda mundial de energia da BASF. Até 2030, a empresa estima que 100% de sua demanda global de energia será obtida a partir de fontes renováveis, e tem como meta reduzir suas emissões de gases do efeito estufa em 25%, em comparação a 2018, mantendo sua outra meta de emissões líquidas de CO2 zero, globalmente, até 2050.

Para vivenciar na prática seu propósito de criar química para um futuro sustentável, a companhia se desafia diariamente, para estabelecer e perseguir grandes e desafiadoras metas globais, em toda a cadeia de valor. Frente a isso, 40% do investimento anual global da Basf em pesquisa e desenvolvimento é direcionado para evitar e reduzir emissões de gases de efeito estufa, melhorar a eficiência energética e de recursos e otimizar processos.

Entre as diversas iniciativas internas implementadas pela Basf na América do Sul para promover a eficiência energética, está o programa Triple E (Excellence in Energy Efficiency), cujo objetivo é melhorar os níveis de consumo energéticos e de sustentabilidade, além de aumentar a competitividade da companhia. Essa iniciativa interna levou a empresa a ser a primeira indústria química certificada pela ISO 50.001 de Eficiência Energética no Brasil, e a primeira grande indústria química do Chile.

“Já está em nosso DNA, o foco em consumo consciente de energia. Sob o Triple E, foram mais de 450 oportunidades de melhoria identificadas, resultando num expressivo aumento de eficiência energética; agora, com o certificado I-REC, reforçamos nosso compromisso ambiental, e asseguramos que o consumo de energia para os demais sites na América do Sul seja oriundo de fontes 100% renováveis”, reforça Patrick Silva, diretor industrial do Complexo Químico de Guaratinguetá & Infraestrutura para a Basf América do Sul.

Açúcar Guarani vai comercializar créditos de energia renovável com festival João Rock

O Açúcar Guarani – marca de varejo da Tereos – firmou parceria inédita com o festival João Rock, para comercialização de I-RECS, que são certificados de energia renovável com acreditação internacional do I-REC.

A parceria garantiu que toda a energia utilizada durante o evento, realizado em junho, em Ribeirão Preto/SP, foi obtida por meio de uma fonte limpa, renovável e certificada.

Os créditos são gerados a partir da certificação I-REC, sistema reconhecido por cerca de 70 países, que permite a rastreabilidade da origem da energia, e comprova a geração a partir de fonte limpa e renovável. A transação é inédita e reforça o compromisso da Guarani e da Tereos com ações sustentáveis, e que promovam as iniciativas em ESG da marca e da empresa.

“A sustentabilidade está no centro de nossas estratégias de negócio. É muito importante contar com um parceiro engajado, como o festival João Rock, para, juntos, darmos mais um passo

para garantirmos um futuro melhor para as futuras gerações. É uma honra estarmos lado a lado nessa iniciativa inédita, que chega para mostrar como grandes eventos podem apoiar cada vez mais a agenda de sustentabilidade, e sempre ir além nas práticas de ESG”, comenta Gustavo Segantini, diretor comercial da Tereos. Ao adotar 100% de energia limpa para a realiza@Divulgação ção do evento, os organizadores do João Rock, em parceria com o Açúcar Guarani, conseguiram reduzir o impacto ambiental, por meio de adoção de energia limpa, renovável e segura. Na safra 21/22, a Tereos produziu 1.200 GWh de energia elétrica. Esse montante é utilizado para abastecer suas unidades industriais, e o restante é comercializado ou doado para instituições parceiras, como o Hospital de Amor, em Barretos/SP. Para esta safra, a projeção da empresa é de produzir 1.400 GWh de energia. Maior terminal de contêineres da América do Sul reduz emissão de CO2com o uso de energia renovável e opções logísticas menos poluentes

Celebrado em 05 de junho, o Dia Mundial do Meio Ambiente busca convocar toda a população para uma ação coletiva para celebrar, proteger e restaurar o ecossistema do planeta. Tendo como um de seus valores a sustentabilidade, a TCP – empresa que administra o Terminal de Contêineres de Paranaguá – vem trabalhando para ofertar alternativas menos poluentes a seus clientes, e tornar sua operação ambientalmente sustentável. Dentre as iniciativas realizadas no último ano, com este objetivo, está a logística multimodal ferroviária, realizada em parceria com a Brado, através da qual os clientes da opção reduziram 61.865,79 toneladas de CO2 emitidas somente em 2021. Além disso, no início deste ano foi firmada uma parceria com a EDP para compra de energia elétrica 100% renovável, destinada ao abastecimento total das operações do terminal, a qual irá evitar a emissão de cerca de 10 mil toneladas de dióxido de carbono, em 2022. A TCP é o único terminal no Sul do Brasil com operação ferroviária dentro de zona primária, conectando exportadores de todo o Paraná, São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Paraguai através dos ramais que chegam em Cascavel, Cambé e Ortigueira. O uso do sistema multimodal (trem + caminhão), realizado em parceria com a Brado Logística, se tem destacado entre as opções oferecidas aos clientes, seja pelo prazo e custo, mas, também, como uma solução menos poluente. O modelo de base ferroviária diminui a emissão de CO2 no ar e, @Divulgação somente no ano passado, evitou que mais de 60 mil toneladas do gás fossem despejadas na atmosfera – equivalentes à quantidade de dióxido de carbono que 442 mil árvores retiram do ar, em 1 ano. “Por meio da parceria com a TCP, oferecemos aos nossos clientes as melhores soluções multimodais logísticas com base ferroviária, conectando com sustentabilidade importantes regiões produtoras com os maiores mercados consumidores do mundo”, afirma Andréa Ramos, Diretora Comercial, MKT e CX da Brado. Segundo dados divulgados pela TCP em 2022, um em cada cinco contêineres exportados por Paranaguá utilizam a ferrovia. “São vários os fatores que nos têm levado a optar pelo transporte de trem, dentre eles o fator ambiental. Além da excelência na prestação de serviços, a TCP também se preocupa com o impacto ambiental gerado na região na qual atua, que faz parte de todo um bioma. Sendo signatários do Pacto Global da ONU, promover ações que reduzam este impacto e mirem em objetivos ESG está entre as premissas do terminal, que possui mais de 60 projetos socioambientais em andamento”, afirma Thomas Lima, diretor comercial e institucional do terminal.

Novo compressor centrífugo Turbo-Air NX 2500

A Ingersoll Rand Inc. (NYSE:IR) lança no mercado o compressor centrífugo Turbo-Air NX 2500. O novo modelo da família NX é totalmente isento de óleo, e pode ser usado em operações com ar ou nitrogênio. A solução NX 2500 foi desenvolvida para uso nos mais diversos locais e setores, como alimentos, automobilístico, bebidas, eletrônico, energia, farmacêutico, papel e celulose, petróleo e gás e químico, entre outros. Com faixa de vazão entre 2.300 cfm (pés cúbicos por minuto) e 4.800 cfm, pressão manométrica de descarga entre 39 psig (libras por polegada quadrada manométrica) e 210 psig, e faixa de potência de 450 hp a 900 hp, suas dimensões e design foram feitos para facilitar a instalação e a manutenção periódica. Produzido com elevado grau de sofisticação, o modelo NX 2500 reúne todo a expertise da Ingersoll Rand acumulada em décadas de atuação, no desenvolvimento de soluções, o que confere alta eficiência e confiabilidade ao equipamento. Bombas de vácuo ecológicas e certificadas

A Atlas Copco oferece bombas a vácuo verificadas quanto a traços de óleo pela TÜV Rheinland, de acordo com a norma ISO 8573-1. Desde outubro de 2018, três diferentes tipos de bombas de vácuo isentas de óleo foram medidas e certificadas: a bomba de vácuo sem óleo DZS, a bomba de vácuo sem óleo DHS VSD + e a nova bomba de anel líquido isenta de óleo LRP VSD +. Os três tipos de bombas atendem os mais rigorosos requisitos de qualidade, e foram classificados pela TÜV como totalmente isentos de óleo na melhor “Classe 0”, ou seja: Certificado de amigável ao meio ambiente, risco zero de contaminação por óleo, segurança para aplicações e pessoas. Nenhum traço de óleo de aerossol (Concentração abaixo de 0,01 mg / m³) pode ser detectado no fluxo de ar de exaustão.

Aplicativo para acompanhar o desenvolvimento de poços

A Kongsberg Digital lançou o SiteCom Go – um aplicativo móvel, que permite aos usuários acessar informações de perfuração e poços, em tempo real, a qualquer momento. O ecossistema SiteCom é a superfície de trabalho industrial para operações de poços, e oferece agregação de dados em tempo real, e solução de visualização para todas as fases de construção e operação de poços. Ele foi projetado para permitir que equipes distribuídas tomem decisões de perfuração e operação de poços, com base nas informações mais atualizadas, e façam a ponte entre diferentes fornecedores. O sistema mostra dados históricos e em tempo real, e permite que os usuários gerenciem seus dados remotamente. O novo aplicativo oferece aos usuários esses dados na ponta dos dedos, a qualquer momento que eles precisarem. Ele utiliza o poder do SiteCom Global Mnemonics, para integrar e exibir automaticamente os dados de todos os fornecedores, e as informações mais recentes podem ser exibidas para uma visão geral imediata da situação atual. Os usuários têm fácil acesso a uma lista completa de poços, e podem receber notificações ativas de novos desenvolvimentos nos poços. O SiteCom Go tem uma interface simples e intuitiva e é um software baseado na web, com foco na experiência do usuário. Ele é construído no padrão HTML5, tornando-o independente de plataforma e navegador, e utiliza a transferência de dados ETP e conexões criptografadas ao obter dados do SiteCom. Para dispositivos portáteis, o aplicativo pode ser baixado e usado para dispositivos iOS e Android, ambos com aparência nativa.

Cilindros pneumáticos inteligentes

ACP301 – o Atuador Cilindro Pneumático desenvolvido pela Smar é o equipamento que atende às crescentes necessidades da indústria, principalmente relacionadas às aplicações em controle de cilindros pneumáticos. O ACP301 combina a força dos cilindros pneumáticos com as potencialidades do posicionador microprocessado inteligente FY, que permite aplicações de controle modulado. A estrutura modular ACP permite a sua montagem nos mais diversos tamanhos de cilindros, utilizando uma única versão de suporte de montagem. O Atuador de Cilindro Pneumático (ACP301) está disponível em vários tamanhos, de acordo com a função necessária e o curso. Existem dois tipos de modelos: linear ou rotativo, para diferentes viagens de operação. Através da ação do posicionador FY301, a posição do cilindro pneumático de dupla ação é controlada com o uso do sistema magnético linear ou rotativo, via efeito Hall. Este sistema de posicionamento supera uma das maiores desvantagens da ação pneumática, a saber, a obtenção de batentes intermediários dos cilindros. Mais do que simplesmente levar o microprocessamento para o cilindro, o ACP301 é apresentado em suas versões linear e rotativa, o que dá ao usuário liberdade de aplicação em diversos elementos de controle final, como amortecedores (para controle de lote de fornos), barragens de água, grandes válvulas e outras aplicações que requerem controle de

movimento. O ACP301 recebe um sinal no protocolo padrão de 4 mA a 20 mA emitido pelo controlador que ativa e direciona o cilindro para sua posição exata, conforme necessário, e em conformidade com a estratégia e sintonia da malha de controle em que é aplicado. Ao incluir inteligência no cilindro, o ACP301 permite ao usuário configurar o recurso de abertura do cilindro com o sinal de controle recebido. Além disso, o uso fácil do protocolo de comunicação HART em poucos minutos fornece uma interface simples entre o campo e a sala de controle, e vários recursos que reduzem os custos de instalação, operação e manutenção.

Metrologia industrial

Na metrologia industrial, a calibração dos instrumentos de medida e de controle de processos visa a garantir a confiabilidade das medições e, em consequência, a qualidade dos produtos acabados. A calibração é compreendida pela comparação entre os valores indicados por um instrumento de medição e os valores indicados em um instrumento padrão de classe superior, a calibração proporciona uma série de vantagens, como garantir a rastreabilidade das medições, isto é, sua relação a referências estabelecidas por padrões, nacionais ou internacionais, através de uma cadeia de comparações; reduzir as variações de especificações técnicas dos produtos; prevenir defeitos, como parte da manutenção preventiva, e compatibilizar as medições; padronizar os trabalhos. O Laboratório de Calibração Prymelab da Presys é acreditado pela CGCRE (sob o n° CAL 193 – ABNT NBR ISO/IEC 17025:2017), pertencente à rede Brasileira de Calibração, e segue o sistema de gestão da qualidade, em conformidade com a norma NBR ISO9001:2015. O Prymelab realiza certificação de instrumentos de pressão na faixa de 2Pa até 1600 psi (1100 bar), nos modos manométrico, absoluto e vácuo com incertezas de até 80 ppm (manômetro digital), até 100 ppm (manômetro analógico), e até 150 ppm (transdutor de pressão); de instrumentos de temperatura.

• Ponto Fixo da Prata (961,78 ºC) para sensor termopar com incertezas de até 0,10 °C. • Ponto Fixo do Alumínio (660,323 ºC) com incertezas de até 0,015 °C. • Ponto Fixo do Zinco (419,5270 ºC) com incertezas de até 0,0051 °C. • Ponto Fixo do Estanho (231,9280 ºC) com incertezas de até 0,0038 °C. • Ponto Fixo do Gálio (29,7646 ºC) com incertezas de até 0,0013 °C. • Ponto Triplo da Água (0,0100 ºC) com incertezas de até 0,0010 °C. • Ponto Fixo do Mercúrio (-38,8290 ºC) com incertezas de até 0,0019 °C. • Faixa de -55 até 660 °C para sensor termorresistivo/termômetro digital com sensor termo resistivo com incertezas de até 0,01 °C. • Faixa de -55 até 1100 °C para sensor termopar/termômetro digital com sensor termopar com incertezas de até 0,10 °C. • Faixa de -200 até 800 °C para indicador/controlador/simulador de termo resistências com incertezas de até 0,03 °C. • Faixa de -250 até 2300 °C para indicador/controlador/simulador de termopares com incertezas de até

0,02 °C. • Faixa de -55 até 420 °C para banho termostático com incertezas de até 0,04 °C. • Faixa de -80 até 1100 °C para calibrador de temperatura com bloco seco com incertezas de até 0,20 °C E instrumentos de eletricidade: • Faixa de 1 mV até 100 Vcc com incertezas de até 0,8 μV. • Faixa de 10 μA até 100 mAcc com incertezas de até 8 nA. • Faixa de 1 Ω até 100 kΩ com incertezas de até 0,18 mΩ.

Novo medidor de vazão OpreX Vortex

A Yokogawa Electric Corporation lançou o medidor de vazão OpreX Vortex Série VY, em conformidade com os principais padrões à prova de explosão (IECEx, ATEX, FM, FMc) e certificação SIL2. A Medidor de vazão OpreX Vortex Série VY nova série de produtos, que faz parte da família OpreX Field Instruments, tem lançamento previsto para depois da certificação de conformidade com os padrões de cada país. Quando usado em combinação com software especializado vendido separadamente, o OpreX Vortex Flowmeter Série VY suporta funções de manutenção remota, que permitem manutenção planejada e eficiente, baseada em condições. Em comparação com outros tipos de medidores de vazão, os medidores de vazão de vórtice podem lidar com uma ampla variedade de tipos de fluidos, temperaturas e pressões. A Yokogawa desenvolveu o primeiro medidor de vazão de vórtice do mundo em 1969, e introduziu a série YEWFLO de medidores de vazão de uso geral no mercado em 1979. Até agora, vendeu mais de meio milhão de unidades, em todo o mundo. Esta nova série foi desenvolvida com o objetivo de apoiar a implementação da transformação digital (DX) em grandes plantas, na forma de manutenção baseada em condições eficiente e planejada. Utilizando leituras de um sensor de temperatura integrado, dados de medidores de pressão, e outros instrumentos externos, a Série VY de medidores de vazão de vórtice pode realizar cálculos precisos de temperatura e compensação de pressão e cálculos de energia, eliminando a necessidade de dispositivos de cálculo externos. A digitalização de sinais internos é levada adiante na Série VY, permitindo que o autodiagnóstico cubra todos os componentes, incluindo a barra de separação de vórtices e o elemento sensor. Isso melhora a confiabilidade e qualifica esses medidores de vazão para uso em circuitos instrumentados de segurança (em conformidade com SIL2). Com a série VY, também é possível rastrear os parâmetros de integridade do dispositivo, e usar esses dados para indicar o quando a capacidade do sensor deve deteriorar-se. Utilizando a ferramenta de software de verificação de integridade FSA130 e o aplicativo de ajuste, configuração e gerenciamento do dispositivo FieldMate (ambos vendidos separadamente), a integridade dos medidores de vazão da Série VY pode ser facilmente verificada, a partir de qualquer PC em um local remoto, como uma sala de instrumentação, eliminando a necessidade ir ao local para realizar verificações de manutenção. Embora os medidores de vazão de vórtice da Yokogawa tenham uma reputação bem estabelecida, de serem livres de manutenção, o autodiagnóstico aprimorado e a capacidade de manutenção remota permitem uma abordagem de manutenção eficiente e planejada.

Precisão e repetibilidade

Controlar a proporção da matéria-prima nos reatores durante o processo produtivo na Indústria Química é uma tarefa que exige precisão e repetibilidade incontestáveis. Os medidores mássicos Coriolis, da Metroval, se utilizam deste princípio físico para medir, diretamente em massa, a vazão de líquidos ou gases, sem a necessidade de compensação de pressão, temperatura, viscosidade ou densidade. Diversas opções de materiais e construções permitem sua aplicação em uma ampla gama de processos. Possuem aprovação de modelo pelo Inmetro, para medição fiscal e transferência de custódia. Algumas vantagens do Medidor Mássico AXIOM MMF: materiais de ligas resistentes; pode ser aplicado em sistemas de carregamento de caminhões, enchimento de ISSO TANK, bombonas, etc; proporciona maior controle de receitas de insumos líquidos. Gerenciamento de segurança

A Hikvision lançou o aplicativo Hik-ePartner, uma plataforma de gerenciamento onde os usuários (incluindo distribuidores, sub-distribuidores, integradores, instaladores entre outros), podem obter acesso fácil a todas as informações dos produtos da Hikvision. Com o aplicativo, que atua como um assistente de segurança empresarial, o usuário recebe as últimas notícias da Hikvision, lançamentos de produtos, soluções para pequenas e médias empresas, folhetos de marketing, incluindo todos os tipos de infográficos e One Swipes (guias de vendas intuitivos), documentos e vídeos de como configurar, tudo isso para auxiliar no funcionamento dos negócios de segurança. Além disso, possui um programa de recompensas que permite aos instaladores escanear código dos produtos a cada compra, juntar pontos, e trocar por novos produtos e descontos, de forma simples e rápida. As contas Hik-ProConnect – aplicativo que oferece serviço de segurança baseada em nuvem – e HikePartner podem ser integradas entre si, aumentando a eficiência e flexibilidade de gerenciamento. O Hik-ePartner busca oferecer suporte para facilitar, dia a dia, eficiência e agilidade, para um melhor gerenciamento.

Compromissos devem ser Compromissos devem ser transparentes e mercado transparentes e mercado deve estar atento a deve estar atento a greenwashing greenwashing

“ESG não é uma evolução da sustentabilidade empresarial, mas sim a própria sustentabilidade empresarial. No Brasil, devido ao aquecimento do tema, muitos falam em uma transição de um termo para outro, como se fossem coisas distintas, mas não são. ESG nada mais é do que a visão do mercado de capitais sobre a sustentabilidade. É o mesmo objeto, visto e trabalhado por diferentes atores”. Assim Carlo Pereira, CEO do Pacto Global Brasil, resume o assunto, no estudo que a rede Brasil do Pacto Global desenvolveu com a STILINGUE – plataforma de monitoramento digital com Inteligência Artificial brasileira – analisando milhões de conteúdos, e mais de 300 respostas de membros da Rede.

As empresas brasileiras têm acelerado suas práticas sustentáveis e, segundo estudo feito pela Morningstar, a pedido da Capital Reset, no Brasil, fundos ESG captaram R$ 2,5 bilhões, em 2020, sendo que mais da metade da captação veio de fundos criados nos últimos 12 meses. Os investidores, cada vez mais, direcionam seus investimentos a companhias com práticas ESG; também consumidores de todas as idades revelam uma forte tendência em investir, consumir ou até mesmo trabalhar em empresas sustentáveis.

Segundo o próprio Carlo, esse é um movimento que mostra a busca pelo propósito, um olhar mais humano e consciente. Mas, propósito e lucro são indissociáveis: dados da B3 mostram que os investimentos socioambientais e de governança corporativa estão ligados a uma melhor performance financeira.

No levantamento, os analistas dividem o setor Óleo & Gás entre empresas que após desastres, buscam um reposicionamento e usam a Petrobras; e a Vale, como exemplo, que defendem um novo planejamento estratégico com práticas mais sustentáveis a longo prazo. Do outro lado, colocam empresas como Braskem e Shell, com comunicados de resultados gerados, como redução

@Divulgação

de emissão de gases do efeito estufa, ações de reciclagem, e transição para energias de baixo carbono.

Os analistas reconhecem que, para o setor de energia, o termo ESG não era novidade: 93% dos respondentes apontaram que são incentivados a criar ações que impactem positivamente o meio ambiente, Sempre ou Frequentemente. As três iniciativas mais comuns para o setor foram a diminuição da emissão de gases do efeito estufa (22%), a gestão de resíduos (20%) e a proteção à biodiversidade (19%). Na esfera social, registrou-se o maior índice de ‘Pouco estimulados’, dia a dia, a promoverem soluções positivas para as comunidades afetadas diretamente pelo negócio (21%). Ainda assim, para este setor, apoio às comunidades do entorno (23%), e apoio emergencial à Covid-19 (21%), se revelaram as ações práticas mais realizadas pelas empresas; e 56% dos respondentes do setor Energia reforçaram ser ‘Frequentemente estimulados’ a colocar em prática soluções com impactos de governança mais positivos. De forma concreta, com empate técnico, desenvolvimento de mecanismos internos de compliance (38%), e criação de instâncias e comitês para garantir a integridade da organização (36%), foram as mais trabalhadas.

O termo ESG, as ideias e práticas que ele carrega têm se tornado, assim, uma variável importante para o mercado financeiro classificar os tomadores de financiamento. A Global Sustainable Investment Alliance (GSIA), fórum internacional que reúne informações das principais organizações de investimentos sustentáveis do mundo para aprofundar a visibilidade dos IS em nível global, publica, a cada 2 anos, um relatório com informações sobre investimentos sustentáveis, e mantém métricas sobre o crescimento dessa visão.

A Anbima – Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais – identificou 167 fundos com algum foco em investimento sustentável ou ESG, embora menos da metade tenha de fato um selo verde; desse total, 44 foram criados em 2019. (SILVA, 2020)

Para diferenciar as empresas já classificadas como ESG, o Morgan Stanley (2021) criou um ranking chamado “MSCI ESG Fund Ratings” no qual classifica as empresas e fundos ESG, dos mais atrasados (CCC), até os líderes no conceito (AAA). É considerado o melhor parâmetro de medição ESG do mundo, conta com uma cobertura de mais de 8.500 companhias, e utilizam mais de 200 métricas para suas avaliações.

Já Melissa Velasco Schleich, em seu mestrado (FGV) Do ESG metrics impact financial performance in Brazil?, de 2021, analisou, com base em um score de ESG selecionado, se as práticas e reportes de âmbito do ESG poderiam afetar os resultados de companhias negociadas em bolsa de valores, no Brasil. Para tanto, coletou ESG scores (do sistema Refinitiv ESG) de 106 companhias no Brasil, negociadas na bolsa brasileira. Observou que as práticas de ESG afetaram negativamente um ranking em cerca de 16%, ao passo que a reputação das empresas (auferida por meio de indicador de controvérsias) correspondeu a um impacto positivo nos resultados, da ordem de 25%. Mas, também ressaltou a incipiência do assunto no Brasil.

Ela não cita, porém, essas diferenças podem relacionar-se a questões levantadas por um trabalho da Universidade de

Linha do Tempo de Criação de Índices Sustentáveis – Pfi tscher, Guilherme da Costa, “O impacto nos preços das ações classifi cadas como “ESG” na bolsa de valores de São Paulo frente ao seu benchmark nos últimos 10 anos Stanford, de Soh Young In e Kim Schumacher, de julho de 2021, Carbonwashing: A New Type of Carbon Data-related ESG Greenwashing , onde é analisada a fraqueza do sistema, em um mercado de rápido crescimento contra o movimento lento das instituições, e que a alocação de investimento sustentável depende de sua confiabilidade e utilidade, que, por sua vez, incita investidores a pressionar outras empresas a melhorar seu desempenho de carbono. O trabalho pede atenção para quaisquer ambiguidades no processo de contabilização de carbono. Por exemplo, as emissões do Escopo 3 são geralmente opcionais sob regimes voluntários, e a parcela de empresas relatoras apresentou apenas cerca de 22% de suas emissões totais de Escopo 3, em média (Blanco, Caro, & Corbett, 2016). Essa falta de relatórios, combinada com o fato de que, para muitas empresas, essas emissões do Escopo 3 representam uma parcela significativa de sua pegada total, cria potencial para algumas empresas apresentarem um relatório impreciso de seu verdadeiro desempenho de carbono (Mercereau, Neveux, Sertã, Marechal, & Tonolo, 2020). O artigo cita ainda que existe preocupação de que algumas empresas terceirizem suas emissões de carbono para sua cadeia de suprimentos. (In, Park, & Monk, 2019; Blanco, Caro, & Corbett, 2016; Bowen & Aragon-Correa, 2014). Em uma apresentação da conferência sobre leis de do Institute for Energy Law, em 15 de setembro de 2021, afirmou-se que a instituição de valores e métricas ambientais, Crescimento de Estratégias de Investimento Sustentável 2016-2020 sociais e de governança (ESG) é uma revolução na forma

como as corporações são gerenciadas, medidas e operadas. E essa mudança vai afastar as empresas da tradicional busca por lucros no curto prazo, em direção a um sucesso que não é medido apenas pela lucratividade, mas também por sua contribuição sustentável para o mundo – que precisa ser mensurável. Ter um foco em ESG é agora um imperativo ético, mas é preciso perspectiva. A BlackRock, por exemplo, é a maior gestora de investimentos do mundo, com cerca de US$ 10 trilhões de ativos sob sua gestão. De acordo com a S&P Global, em fevereiro de 2021, petróleo e gás representavam 2,55% de seus investimentos totais, e carvão e combustíveis consumíveis representavam 0,36% – pode parecer pouco, mas essas pequenas porcentagens representam cerca de US$ 255 bilhões e US$ 36 bilhões, respectivamente, no setor de energia.

“À medida que as políticas de ESG se tornam mais difundidas entre as empresas, particularmente em função do posicionamento crescente de investidores, de somente aportarem em empresas que adotem práticas ESG, os planos de sustentabilidade e reciclagem passam a encontrar um cenário mais propício para serem executados. O primeiro ponto a se considerar é que os custos de se investir em sustentabilidade e reciclagem costumam ser caros no curto prazo, e um número maior de empresas fazendo isso tende a reduzir os custos no médio prazo, pois, implica em reduzir os custos, à medida que mais prestadores de serviços entram no mercado para atender as demandas. Claro que, inicialmente, isso deve forçar os custos para cima, já que há carência de pessoas que verdadeiramente entendam de ESG. Todavia, a demanda estimulará a oferta, com mais pessoas se aperfeiçoando no segmento. O segundo ponto a se considerar é que, de cara, as empresas que investem em sustentabilidade e reciclagem acabam por arcar com os custos, mas os benefícios são colhidos em menor escala, já que eles são externalidades que beneficiam a comunidade como um todo, colhendo a empresa apenas uma fração do ganho gerado. Só que, se mais empresas fazem isso, os benefícios indiretos crescem, e se tornam mais palpáveis, já que todas se beneficiam de um volume maior de externalidades positivas. No que tange à inovação, as políticas de ESG abrem novos flancos para investimento em melhoria, produtividade, e novos produtos e serviços, de modo que acabam por estimular a inovação corporativa. Ainda que em muitas empresas essa inovação não seja em seus produtos ou serviços,

Cenários de lavagem de carbono e matriz de materialidade da cadeia de fornecimento de dados ela acaba por melhorar as condições de trabalho e a produtividade, seja de forma direta ou indireta, pelo agregado de externalidades positivas”, comenta Emanuel Pessoa, Mestre em Direito pela Harvard Law School, Doutor em Direito Econômico pela Universidade de São Paulo, Certificado em Negócios de Inovação pela Stanford Graduate School of Business, além de ser Bacharel e Mestre em Direito pela Universidade Federal do Ceará. De qualquer forma, os movimentos ambientalistas e a tomada de consciência sobre a necessidade de agir sobre os ODS – Objetivos de Desenvolvimento Sustentável – para acabar com a pobreza, proteger o meio ambiente e o clima, e manter as pessoas seguras, estão garantindo investimentos em recursos renováveis, e a maioria das grandes empresas de energia está no caminho certo para estabelecer políticas e programas ESG, já tendo iniciado esforços para reduzir e minimizar seu impacto no meio ambiente. A sócia de ESG da KPMG, Nelmara Arbex, ressalta que o fato de que todos os países do mundo têm uma data para chegar a emissões liquidas zero, para os gases de efeito estufa, coloca uma data também para empresas de todos os setores. “No caso do Brasil, estamos falando de 2050. Parece longe, mas vale lembrar que empresas de energias fazem investimentos enormes para criar estruturas planejadas, para serem utilizadas por várias décadas. E, se depois decide-se por desativá-las, precisamos de outras décadas para fazer isso. Vale reforçar que, muito diferentemente do que muitas vezes se discute, a agenda climática não é uma agenda ambiental. Ela tem impacto negativo enorme na economia, portanto em empregabilidade, assim como na qualidade de vida de populações, em todas as regiões do país, em relação à segurança alimentar, acesso à água de qualidade, mobilidade e moradia. Então, não é um acaso que as empresas deste setor tenham de repensar vários aspectos de suas operações, considerando aspectos ESG (sigla em inglês para meio ambiente, social e governança),

quando decidem sobre as diretrizes para inovações, descomissionamento e a adoção dos princípios da economia circular (resíduo zero) em suas operações. Podemos sim dizer que os aspectos ESG estão cada vez mais presentes nas decisões que as empresas destes setores tomam, em todas as áreas”, conta a executiva.

O “Nosso Plano de Impacto” da KPMG descreve como toda a organização global está se unindo, para apoiar melhorias nos seguintes pilares: planeta, pessoas, prosperidade e governança. Além disso, o documento mapeia o progresso realizado em relação às métricas do Fórum Econômico Mundial, nas quais a empresa desempenhou um papel fundamental na definição.

De fato, a KPMG foi uma das primeiras empresas de auditoria a catalogar publicamente os compromissos de ESG e reportá-los. Mas tudo começa nas pequenas ações, como a que a Tereos e a BP Bunge Bioenergia, dois dos maiores players na produção de açúcar, etanol e energia a partir da biomassa da cana, anunciaram, sobre a troca de peças industriais, sobretudo as de reposição automotiva para tratores e colhedoras: serão cerca de seis toneladas de materiais funcionais, em plena vida útil, no valor de R$ 260 mil, envolvidos na negociação.

Idealizado em 2018, e batizado de Surplus, o projeto é liderado pela CH Master Data, responsável pelo processo de cadastro de materiais das empresas parceiras. A iniciativa identifica oportunidades de sinergia, para dar uma nova destinação aos materiais: por meio de sua base de dados, que já conta com cerca de 3 milhões de itens mapeados, a plataforma da CH Master Data faz um cruzamento dos dados, e localiza quais itens de um cliente podem agregar valor a outro e vice-versa. A troca é feita seguindo padrões de compra e venda convencionais das companhias e de suas respectivas áreas de atuação.

Bom para o meio ambiente, sem esquecer os impactos financeiros: os valores dos itens são mais competitivos, vendidos a custo médio de mercado, com alguns materiais chegando a custar até 70% do preço de peças novas. É um processo inovador que gera valor e otimiza a cadeia de suprimento da Tereos.

Na BP Bunge, o foco da área de suprimentos está na otimização de seu estoque, para garantir um fluxo de reposição permanente. “Uma gestão de materiais eficiente atua na busca contínua por otimizações, que visam à alta disponibilidade de itens com baixo valor de estoque (baixa cobertura), sem excesso de gastos”, explica André Monteiro, diretor de Suprimentos da BP Bunge Bioenergia. “O Surplus é um complemento a esse modus operandi, e está em linha com os conceitos de economia circular e de produção sustentável, que fazem parte de todas as nossas atividades produtivas, e da nossa cadeia de suprimentos que praticamos diariamente na BP Bunge”, afirma.

Assim que concluir o processo de troca com a BP Bunge, a Tereos vai levar essa solução para outras empresas parceiras do programa, gerando um potencial de cerca de R$ 200 milhões com as trocas.

André Monteiro conta que o principal benefício da troca e reutilização de materiais está relacionado ao meio ambiente. Ao otimizar os recursos, atuamos dentro de um modelo de economia circular, movimentando e incentivando toda nossa cadeia de fornecedores e parceiros a atuar na redução de impactos ambientais. É uma relação com efeitos positivos para todo nosso ecossistema, com benefícios focados na pegada ambiental. Em outras palavras, compreender a relevância dos impactos ambientais, e realizar uma gestão para mitigá-los, é fundamental para a criação de valor de longo prazo, não apenas econômico, mas também social e ambiental.

“Tudo pensado sob as políticas de ESG, presentes desde a formação da empresa, em dezembro de 2019. A BP Bunge Bioenergia está engajada em reduzir os impactos de suas atividades sobre o meio ambiente, e melhorar a qualidade de vida das pessoas, contribuindo com energia sustentável para a transição energética, e gerando valor à sociedade. Essa premissa, aliás, integra a agenda da companhia que chamamos de ‘Nossos Compromissos 2030’, criada a partir dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. Nesse documento, estabelecemos um total de 15 metas para um período até 2030, relacionadas a mudanças climáticas, eficiência energética, biodiversidade, capital humano e desenvolvimento econômico. Entre os compromissos, estão a redução de emissões de CO2, plantio de mudas nativas, eficiência energética, taxa zero de acidentes com afastamento, e desenvolvimento de comunidades”, conta André.

Importante reforçar que a BP Bunge Bioenergia segue avançando em sua agenda de sustentabilidade e, desde maio de 2022, a passou a integrar o Pacto Global das Nações Unidas (ONU). Uma iniciativa que mobiliza a comunidade empresarial, na adoção e promoção de princípios nas áreas de direitos humanos, trabalho, meio ambiente e engajamento na agenda mundial dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, ODS. O Pacto conta com mais de 17 mil participantes, em quase 170 países, sendo 1.300 membros só no Brasil.

Apesar de parecerem invulneráveis das pressões que as companhias internacionais de petróleo enfrentam, as estatais de petróleo podem parecer menos vulneráveis à pressão pública, mas não à legislação. A precificação de carbono e o desincentivo aos combustíveis fósseis são dois fatores-chave para que o setor de petróleo e gás contribua efetivamente para o “E”, da sigla ESG. Mesmo com as dificuldades criadas pela guerra da Ucrânia, os países signatários do Acordo de Paris devem cumprir as metas de emissões, reforçando a alta dos preços. Como acusações de greenwashing são desastres publicitários, pois, sugerem não apenas negligência ambiental, mas desonestidade, elas devem ser poucas – e os ativistas estarão atentos.

Retirada de instalações de plataforma fixa/www.gov.br/anp/pt-br/arquivos/palestras/VI-SOMA/Descomissionamento-Shell.pdf/Arquivo Petrobras Descomissionamento ganha relevância em tempos de ESG

Osetor de petróleo e gás prevê uma atividade crescente em descomissionamento, operações de abandono de poços, e desmantelamento de plataformas. Boas práticas, normas e técnicas sólidas de abandono são essenciais para a proteção ambiental – o que ganha relevância, em tempos de ESG.

O avanço das tecnologias trouxe um novo significado ao “permanente”. O abandono de poços está tornando-se cada vez mais frequente à medida que campos atingem seus limites produtivos e econômicos – o custo do descomissionamento de cerca de 6.500 plataformas offshore do mundo é estimado entre US$ 29 a US$ 40 bilhões, ao longo das próximas três décadas. Sem contar as dezenas de milhares de poços onshore, que devem ser abandonados algum dia.

Operadores responsáveis buscam equilibrar responsabilidades ambientais com o lucro das demandas dos acionistas, sem contar que uma operação de abandono mal feita será cara para remediar, cobrando um preço ambiental e outro, talvez pior, para a reputação das empresas envolvidas. O abandono de poços isola para sempre as formações Ciclo de Vida de um Projeto de exploração e produção de petróleo

subterrâneas. Produtores de petróleo e gás reconhecem que, para um abandono tranquilo, tudo começa com o desenho do poço e sua cimentação primária. O abandono de campo, que normalmente envolve mais de um poço, requer coordenação de operações diferentes para garantir o isolamento de subsuperfície de cada poço, remoção de equipamentos e instalações, e restauração da superfície para uma condição original.

Vale lembrar que, além das normas locais e internacionais, há regras transnacionais, que fazem parte do sistema para o setor a montante – que influenciaram o processo normativo do petróleo e do Pré-sal nessas operações, e mesmo nos contratos de E&P adotados no Brasil. Mas destaque-se que as regras transnacionais são adotadas para interpretar e fazer cumprir as regras nacionais; muitas normas internacionais também foram utilizadas como referência nas normas para descomissionamento offshore.

Luciana Palmeira Braga, em sua tese The Brazilian regulatory systems for unitization and offshore decommissioning: an analysis of the transnational legal order – Economics and Finance, destaca as palavras de Weaver (2017): “a boa regulamentação é a melhor amiga da indústria”. Em outras palavras, uma regulamentação adequada é essencial para assegurar o equilíbrio entre a proteção do interesse público e a atração de investimentos. E, ao lidar com setores transnacionais, tais como a indústria do petróleo, a regulação assume um nível mais elevado de complexidade, composto por regras elaboradas por uma pluralidade de atores, estatais e não estatais.

As normas ajudam a fazer, bem-feito, o inevitável, o descomissionamento vai acontecer. E a partir dessa constatação, é preciso decidir o que fazer – desmantelar e abandonar tudo? Remover apenas parcialmente? Para decidir, consideram os riscos à segurança dos trabalhadores, impactos sobre a navegação local e sobre o meio ambiente, entre outros, cada qual com um custo. Em muitos casos, inclusive no Brasil, há indicação de não remoção, porque a permanência de sistemas submarinos no leito marinho, quando devidamente tratados, evitaria o impacto ambiental do recolhimento de estruturas instaladas há décadas, e já incorporadas ao ambiente; em outros casos, mesmo quando as estruturas e equipamentos ainda não foram incorporados, existe a possibilidade e mesmo a indicação da permanência para a formação de recifes artificiais. Há também a possibilidade de reaproveitamento das estruturas e equipamentos, e uma das regiões onde a reutilização é muito empregada é o Golfo do México: segundo a consultoria Twachtman, Snyder e Afundando uma plataforma no lugar. Estas fotografi as de lapso de tempo mostram o afundamento controlado de uma plataforma, que levou 37 segundos do primeiro movimento à completa submersão – Oilfi eld review Winter 2001/2002 Byrd, 30% dos topsides e 20% das jaquetas desativados no Golfo do México são reutilizados. As normativas internacionais sobre desmantelamento estão contempladas na Convenção de Hong Kong – para Reciclagem Segura e Ambientalmente Adequada de Navios – e na Convenção de Basiléia – que busca reprimir o tráfego de resíduos perigosos para países em desenvolvimento. E a resolução da IMO MEPC.2010 aborda a reciclagem de navio de forma segura. Desmonte de uma plataforma – Able Seaton Port (UK) – GetechGroup (2020)

Legislação aplicável ao descomissionamento de instalações de petróleo e gás natural – TCU

As normas não restringem possibilidades, apenas exigem cuidados e aprovações dos órgãos reguladores. A Resolução nº 817/2020 da ANP define que “quaisquer instalações deverão ser removidas da área sob contrato” e que “a remoção parcial ou a permanência definitiva in situ de instalações poderá ser admitida em caráter de exceção, desde que atendidos os requisitos normativos aplicáveis, e devidamente justificada”.

A Petrobras já concluiu a remoção de várias plataformas e FPSOs, e seu plano de negócios 2021-25 previa o descomissionamento de 18 plataformas no período – planos que são revisados anualmente – e pontualmente. Então, para se ter uma ideia atualizada do status de quantas e quais plataformas estão nesse processo de desmonte, a ANP – Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustível elaborou um painel dinâmico que pode ser consultado em https://app.powerbi.com/view?r=eyJrIjoiZjFlMWI0MDgt NWNiNC00OTZlLWI3NGQtOGM3MjQwODhjMTMwI iwidCI6IjQ0OTlmNGZmLTI0YTYtNGI0Mi1iN2VmLTE yNGFmY2FkYzkxMyJ9 Idade das plataformas no Brasil

O número de plataformas em processo de descomissionamento ou em análise é de tão grande que chamou a atenção do TCU – Tribunal de Contas da União. Em novembro de 2021, o TCU analisou a situação, e produziu um sumário sobre sua fiscalização, Descomissionamento de instalações de petróleo e gás natural offshore, sobre arcabouço jurídico relacionado ao descomissionamento de instalações de petróleo e gás offshore (TC 039.462/2019-6) que resultou no Acórdão 1.740/2021-TCU-Plenário. Esse sumário comenta que os riscos já intrínsecos às atividades de descomissionamento se somam ao elevado dispêndio pelas operadoras em projetos não mais rentáveis. O relatório foca nos riscos, no arcabouço regulatório existente e na conduta dos principais atores públicos que atuam no processo, bem como dos operadores dos campos.

A auditoria operacional “surgiu a partir da percepção da existência de um desalinhamento de opiniões entre operadores e o órgão ambiental, que aumentava a percepção de riscos intrínsecos ao processo de descomissionamento de instalações de produção de óleo e gás offshore”.

Realizada a auditoria, o TCU constatou insegurança jurídica relativa às análises ambientais que subsidiam a autorização o processo de descomissionamento; falha de governança no Ibama no processo de descomissionamento; fragilidades de coordenação interinstitucional; medidas de mitigação insuficientes contra o risco de bioinvasão por coral-sol na costa brasileira.

Há ainda a questão dos NORMs – Naturally Occuring Radioactive Materials – cuja gestão e deposição segura, em longo prazo, são muito complexas, pedem o estabelecimento de regulação específica e requisitos de segurança e de proteção radiológica – e estão sob a responsabilidade da CNEN – Comissão Nacional de Energia Nuclear.

A preocupação tem fundamento. Há muito dinheiro envolvido e, sem pensar na segurança do fornecimento, existe, no Brasil, a criação de um mercado novo, que vai movimentar, segundo a ANP, mais de R$ 31 bilhões, entre 2021 e 2025, recursos que vão, em sua maioria, para as atividades de Abandono e Arrasamento de Poços (R$ 21 bilhões), e Retirada de Equipamentos (R$ 9 bilhões). Estima-se que, entre 2019 e 2018, foram gastos US$ 85 bilhões com descomissionamento, globalmente.

Nesse mercado, o Brasil, atrás apenas do Reino Unido e Estados Unidos, corresponde a 11% dos gastos globais. As atividades de descomissionamento podem gerar serviços, que vão, da remoção de grandes estruturas e de instalações submarinas, a abandono de poços, remoção, logística operacional, destinação adequada de materiais, resíduos e rejeitos e recuperação ambiental. É um mundo de oportunidades, num mercado estimulado pelas ambições climáticas, ESG e Economia Circular.

Desmontando o passado

Uma plataforma do sul do mar do norte pode ser menor, se comparada àquelas típicas. Também estão em águas mais rasas. Mas isso não diminui a importância de um descomissionamento. A Petrofac desativou a Hewett – instalação composta por um cluster de ativos, com um complexo central e três plataformas satélites, seis jaquetas, seis topsides, quatro helipontos, toda a infraestrutura submarina de conexão, e cerca de 40 slots de poços. Do ponto de vista regulatório, cada um dos ativos é tratado separadamente. Foi descoberto em 1966, desenvolvido pela Philips Petroleum, e começou a produzir em 1969, tempo em que modularização e fabricação externa eram conceitos estranhos, ou seja, as plataformas foram construídas em grande parte in situ, usando os materiais e metodologias da época, com muito amianto, para isolamento e resistência ao fogo.

Para complicar, a produção de alguns dos poços deveria continuar até o último momento possível, em parte para gerar receita, e em parte para fornecer combustível para as próprias turbinas do campo – que eventualmente serão substituídas por geradores temporários a diesel. E veio a Covid, reduzindo o pessoal envolvido.

É uma história interessante, que a Petrofac conta em https://www.petrofac.com/petrofacts/Removing-every-trace/

O impacto do ESG nas políticas de sustentabilidade e inovação em pequenas médias e grandes empresas

Por Marcos Bruno Machado*

Já faz algum tempo que as estratégias ligadas a sigla ESG, Governança Socioambiental e Corporativa, estão no foco de muitas empresas, nos diferentes setores. A prática do ESG nos diferentes setores se tem tornado cada vez mais requisitada, olhando por um aspecto global, mas, olhando para outro ângulo, considerando o tamanho das empresas, é possível observar o diferente comportamento em relação as práticas de ESG.

As grandes empresas distribuídas nos diversos setores sempre demonstraram muito apreço por garantir um ambiente interno e externo, relacionado às práticas de ESG. De forma global, este comportamento sempre foi muito admirado por empresas de menor porte, e bem avaliado por investidores de forma geral. Com o passar dos anos, foi possível observar uma grande inovação, não somente nas estratégias de Governança Socioambiental e Corporativa, mas também a necessidade de se garantir que de fato essas práticas estavam sendo executadas de forma ampla nas corporações.

Um grande ponto que devemos observar é o que os investidores, de forma geral, esperam muito mais das empresas que praticam ESG, além de políticas estabelecidas, sendo um exemplo claro a bolsa de valores brasileira, a B3, que criou o Índice Brasil ESG, logo, o principal objetivo deste índice é auxiliar os investidores a definir onde alocar os seus recursos, e induzir as empresas a seguirem no aprofundamento das práticas de ESG. Essa nova carteira, formada por este índice, reuniu incialmente 39 empresas, que totalizavam R$ 1,8 trilhão de valor de mercado, sendo este montante algo próximo a 38% do valor total de mercado das empresas com ações negociadas na B3. Este foi um dos principais indicativos da mudança do mercado, quando se fala em investimentos em empresas de inovação e sustentabilidade, não só levando em consideração os fatores financeiros, mas também o posicionamento das empresas em relação ao ESG.

Aprofundando um pouco mais, é possível ver os diferentes comportamentos, quando comparamos os tamanhos das empresas. Empresas de grande porte estão focadas, atualmente, não somente em mostrar ao mercado que possuem políticas de Governança Socioambiental e Corporativa, isso sempre existiu, mas, devido a uma demanda de mercado liderada por índices da Standard Post Down Jones, passaram a ser obrigadas a garantir a implementação dessas políticas de forma prática e ampla. Um bom exemplo não é comprovar que a empresa realiza coleta seletiva para reduzir o impacto ambiental, mas sim garantir o que está sendo realizado com os itens descartados na coleta seletiva. Isto vai muito além do que as tradicionais políticas, já conhecidas.

Olhando para as empresas de médio e pequeno porte, é possível ver outro comportamento em relação ao ESG, sendo uma reação em cadeia, nos casos onde a empresa de médio e pequeno porte é uma fornecedora para uma grande empresa, sendo obrigada a seguir os mesmos requisitos. Em outros casos, sendo uma necessidade latente a implementação da Governança Socioambiental e Corporativa com impacto direto no valuation das empresas de médio e pequeno porte que, em algum momento, estarão buscando investimentos para sustentar o crescimento esperado.

Com a Pandemia, o foco das empresas dentro do ESG também foi alterado, aumentando ainda mais o direcionamento para melhora da Governança Social, olhando para a diminuição da pobreza e impactos sociais, e diminuindo o foco nos demais temas abordados no ESG. Este item foi amplamente verificado nas diversas ações dos grandes grupos, sendo algo pontual necessário para o momento em que estávamos vivendo.

Contudo, o ESG veio para ficar e, independente do tamanho da empresa, em algum momento, o caminho da Governança Socioambiental e Corporativa será o único para quem necessita inovar garantindo a sustentabilidade.

* CEO da Morethansales

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