Veja os monstros deste livro pelo qr code
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Sobre a obra
Dicas para a exploração do livro
As histórias ajudam as crianças a expandir a sua imaginação e a compreender as suas vivências e os seus sentimentos.
A criança poderá ler o livro sozinha e depois contar à família e aos amigos da escola o que achou da história.
O livro Um Monstro No Meu Quarto convida o leitor a re fletir sobre aquele “medinho” que todo mundo um dia já sentiu durante a noite, sozinho, no escuro do quarto. Um medinho que muitas vezes se esvai conforme o sono chega, mas que às ve zes dá um trabalhão para superar... Nossos sentidos se aguçam e transformam o mais leve som em um imenso ruído, a sombra mais passageira em um ser assustador. O que fazer? No que acre ditar? Como convencer os adultos que não é só imaginação? Será que os amigos vão rir se souberem?
Um adulto poderá ler o livro para a criança (ou para um gru po de crianças), fazendo pausas na leitura para comentar sobre cada um dos monstros que aparece no livro. Depois da leitura do livro, é possível desenhar um, dois, três... quantos monstros o leitor acreditar que um dia já viu debaixo da cama, dentro do armário, ao final do corredor, atrás da porta e onde mais a sua imaginação disser que eles existem (de verdade ou apenas de brincadeirinha).
Narrado em primeira pessoa, Um Monstro No Meu Quarto conta como um menino para lá de esperto resolveu essa situação. Mostra também que medo não é coisa só de criança. Adulto tam bém sente!
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Foi logo depois do meu aniversário que eu o vi pela primeira vez. Já sabia que ele estava lá, já tinha ouvido uns barulhos estranhos, mas tinha medo de olhar. Mas agora já tinha oito anos e estava grande demais para ter medo. Então, naquela noite, quando ouvi um dos tais barulhos, reuni toda minha coragem, me apoiei na borda do colchão e olhei. E dois grandes olhos amarelos me olharam de volta. Dei um berro e saí correndo. Entrei no quarto dos meus pais, corri para a cama deles e me enfiei debaixo das cobertas, no meio dos dois. Eles ficaram tão assustados quanto eu e, quando me perguntaram o que tinha acontecido, respondi gaguejando que tinha um monstro embaixo da minha cama. “Ora, mas que bobagem...”, disse o meu pai. “Você já não está meio grandinho para isso, filho?”, perguntou a minha mãe. E não adiantou pedir: eles não deixaram eu dormir com eles. Meu pai me levou de volta para o meu quarto, acendeu a luz e me fez olhar embaixo da cama: não tinha mais nada lá. Ele ficou me dizendo que tinha sido só um pesadelo, tudo culpa desses programas que eu assisto na TV, que monstros não existem, etc.
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Depois disse que eu tinha que levantar cedo para ir à escola no dia seguinte, me beijou, apagou a luz e saiu, fechando a porta. Eu fiquei uns bons cinco minutos ali, totalmente imóvel, em completo silêncio. Virei de lado e já estava achando que meu pai tinha razão e que tinha sido tudo um sonho mesmo, quando ouvi o barulho da descarga no banheiro. Depois, passos no corredor, cada vez mais perto, até que minha porta se abriu, depois fechou de novo e os passos foram chegando cada vez mais perto da minha cama. Não tive coragem de me virar e olhar. Senti um solavanco na cama. O monstro estava de volta. Ele só tinha ido ao banheiro. Não consegui olhar para debaixo da cama de novo. Passei a noite toda acordado, ouvindo os barulhos esquisitos que ele fazia. Na manhã seguinte, fui para a escola dormindo no ônibus e, durante a aula, eu estava morrendo de sono. Só acordei direito na hora da Educação Física, quando levei uma bolada na cara, jogando no gol (pelo menos, não foi gol). Não tive coragem de contar pra ninguém da escola sobre o monstro. Tinha certeza de que se eu contasse ia ser a maior gozação. Claro, se outro menino me contasse uma coisa assim, acho que eu também ia rir muito da história dele.
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Naquela tarde, fui ao supermercado com a minha mãe e mais de uma vez me deu a maior coceira de tocar no assunto. Ela percebeu e, como a mãe da gente sempre, ou quase sempre, sabe o que a gente está pensando, ela foi logo me perguntando se eu não achava que, se fosse verdade que tinha um monstro embaixo da minha cama, a faxineira já não ia ter topado com ele. E, se ela tivesse topado com um monstro embaixo da minha cama, o mínimo que ela ia fazer era pedir um aumento... É, eu tive que admitir que fazia sentido. Imagine: a faxineira morria de medo de barata (a minha mãe também); se ela tivesse topado com um monstro quando fosse limpar embaixo da minha cama, ia dar um berro que o condomínio inteiro ia ouvir. Jantamos sem o meu pai nessa noite, pois ele ficou trabalhando até mais tarde. Chegou tão cansado que nem jantou. Foi direto para o banho e daí para a cama e, quando eu fui dar boa noite pra ele, ele já estava roncando. Tanto que até me fez lembrar do monstro. Foi aí, nesse momento, que me ocorreu por que a faxineira nunca tinha visto o monstro. Ele era mais ou menos que nem o meu pai: só estava em casa de noite.
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De dia, ele ia... bom, sei lá para onde ele ia durante o dia, mas de noite ele vinha para debaixo da minha cama. Resolvi que ia esperar para ver ele chegar. Passou uma hora, passaram duas... Li todos os meus gibis duas vezes, e nada do monstro chegar. Estava quase adormecendo quando senti sede. Fui bem devagarinho até a cozinha e sem acender nenhuma luz, para não acordar meu pai e minha mãe. Depois de beber um restinho de suco de manga que tinha sobrado do jantar, me bateu uma fominha também. Aí... bem, eu sabia que era errado, que eu não devia, que a minha mãe não ia gostar nada, nada se descobrisse, mas mesmo assim abri o armário e peguei um pacote de biscoitos recheados de chocolate. Voltei para o meu quarto bem devagar. Pulei na cama, acendi meu abajur e, tentando não fazer muito barulho, abri o pacote. Depois, bem devagarinho e com o maior cuidado para não cair nenhum farelinho na cama ou no chão, comecei a devorar os biscoitos. Depois de comer uns dois ou três biscoitos resolvi abrir um deles no meio para lamber o recheio. Acho que fiz força demais, pois o biscoito escapou da minha mão e, após quicar na beirada da minha cama, foi parar no chão.
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Eu tinha que tirar ele de lá e não podia deixar nenhuma migalhinha, pois, se a minha mãe reparasse, ia ser uma bronca daquelas. Me estiquei para fora da cama e, quando já ia pegar o biscoito, o sangue me gelou nas veias. Uma mão imensa, azul, saiu de debaixo da minha cama, pegou o biscoito e voltou para a escuridão. Nos segundos seguintes, fiquei imóvel ouvindo um som horrível de monstro mastigando:
Aí, depois de um silêncio que pareceu durar para sempre, ouvi pela primeira vez a voz do monstro embaixo da minha cama. O que ele disse? Só uma palavra:
Ele comeu o pacote todo, e eu quase fiz xixi na cama. Acordei de manhã com a minha mãe me chacoalhando e levei a maior bronca por comer biscoito de chocolate no quarto. O monstro tinha feito a maior sujeira! Não dava para dizer para minha mãe que eu tinha adormecido dando biscoitos de chocolate
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para o monstro que fica embaixo da minha cama, assim como não dava também para querer que um monstro não fizesse sujeira comendo biscoitos de chocolate. Levei a bronca calado e fui para a escola pensando na minha situação. Tinha um monstro embaixo da minha cama, só que ele não estava lá de dia. Ele era de verdade. Tão de verdade que até ia no banheiro e adorava biscoitos de chocolate. Mas como é que eu podia fazer alguém acreditar nisso? Será que tinha um jeito de fazer meus pais verem o monstro? E será que era melhor que eles não o vissem? Sei lá, o monstro podia ficar bravo e acabar devorando os dois. E eu? Será que ele ia se contentar com biscoitos de chocolate toda noite? Foi então que tive a ideia de tirar uma foto dele (ninguém ia duvidar de uma foto). E, quando a noite chegou, lá estava eu, mais uma vez, esperando pelo monstro, só que pronto para tirar a foto dele. Fiquei olhando para o relógio, tique-taque, uma hora passou, tique-taque, tique-taque, olhei para ver se ele estava embaixo da cama, tique-taque, tique-taque, tique-taque, não estava, tique-taque, tique-taque, tique-taque, ai que sono, tique-taque, coisa mais chata, tique-taque, tique-taque, uaaaaaaaaaaah!, tique-taque, tique-taque,
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Toni e Laíse Rodrigues são pais de Danilo e Susana. Eles moram numa grande cidade e acreditam em monstros embaixo da cama. Ao fazer as ilustrações deste livro, os autores criaram um monstro diferente no tamanho, na cor e na forma a cada dupla de página. Alguns são bem assustadores; outros até parecem bem simpáticos. Mas o texto esconde parte da ilustração e o leitor é convidado a imaginar esses monstros como em um jogo de esconde-esconde no qual apenas uma parte do corpo fica para fora do esconderijo. Feitas a partir de recursos da computação gráfica, as ilustrações deste livro convidam o leitor a soltar a sua imaginação e fazer da leitura um grande prazer.
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Sobre a obra
Dicas para a exploração do livro
As histórias ajudam as crianças a expandir a sua imaginação e a compreender as suas vivências e os seus sentimentos.
A criança poderá ler o livro sozinha e depois contar à família e aos amigos da escola o que achou da história.
O livro Um Monstro No Meu Quarto convida o leitor a re fletir sobre aquele “medinho” que todo mundo um dia já sentiu durante a noite, sozinho, no escuro do quarto. Um medinho que muitas vezes se esvai conforme o sono chega, mas que às ve zes dá um trabalhão para superar... Nossos sentidos se aguçam e transformam o mais leve som em um imenso ruído, a sombra mais passageira em um ser assustador. O que fazer? No que acre ditar? Como convencer os adultos que não é só imaginação? Será que os amigos vão rir se souberem?
Um adulto poderá ler o livro para a criança (ou para um gru po de crianças), fazendo pausas na leitura para comentar sobre cada um dos monstros que aparece no livro. Depois da leitura do livro, é possível desenhar um, dois, três... quantos monstros o leitor acreditar que um dia já viu debaixo da cama, dentro do armário, ao final do corredor, atrás da porta e onde mais a sua imaginação disser que eles existem (de verdade ou apenas de brincadeirinha).
Narrado em primeira pessoa, Um Monstro No Meu Quarto conta como um menino para lá de esperto resolveu essa situação. Mostra também que medo não é coisa só de criança. Adulto tam bém sente!
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