O poeta e o passarinho

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O POETA

E O PASSARINHO Ricardo Viveiros

Ilustrações

Rubens Matuck 1


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O POETA

E O PASSARINHO Ricardo Viveiros

Ilustrações

Rubens Matuck

São Paulo - 2011

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Copyright texto 2011 © Ricardo Viveiros Copyright ilustrações 2011 © Rubens Matuck Capa e projeto gráfico: César Landucci Digitalização das imagens: Leonardo Crescenti Revisão: Nathália Dimambro Coordenação editorial: Elisa Zanetti

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Viveiros, Ricardo. O poeta e o passarinho / Ricardo Viveiros ; ilustrações Rubens Matuck. — São Paulo : Biruta, 2011. ISBN 978-85-7848-086-8 1. Literatura infantojuvenil I. Matuck, Rubens. II. Título. 11-07216

CDD-028.5

Índices para catálogo sistemático: 1. Contos: Literatura infantil 028.5 2. Contos: Literatura infantojuvenil 028.5

Edição em conformidade com o acordo ortográfico da língua portuguesa. Todos os direitos desta edição reservados à Editora Biruta Ltda. Rua Coronel José Euzébio, 95 – Vila Casa 100-5 Higienópolis – CEP 01239-030 São Paulo – SP – Brasil Tel: (11) 3081-5739 Fax: (11) 3081-5741 E-mail: biruta@editorabiruta.com.br www.editorabiruta.com.br A reprodução de qualquer parte desta obra é ilegal e configura uma apropriação indevida dos direitos intelectuais e patrimoniais do autor.


Prefácio Quem tem facilidade de fazer versos pode fazer poemas lindos. A poesia verdadeira e plena, porém, tem que vir do fundo da alma. Quando isso acontece, os versos do poeta nos atravessam como flechas. E aí, a poesia se realiza. Essa forma de poesia só acontece ao poeta quando sua alma tem a imensa necessidade de se expressar pela palavra, e o poema não pode ser contido no seu coração. Estes versos de Ricardo Viveiros, que surgem aqui em livro ilustrado por Rubens Matuck, ocorreram ao poeta como uma necessidade de sobrevivência: ou faço esse poema ou morro. Só pela poesia o poeta pode enfrentar a dor insuportável. E o poema lhe ocorre sem que ele pressinta que seus versos são um rio cuja fonte é sua alma. Foi o que aconteceu com este poema que Ricardo chamou de O Poeta e o Passarinho: um poema necessário. Quando a maior dor que um pai pode sentir aconteceu ao poeta – quinze anos atrás – ele sobreviveu a ela porque aconteceu-lhe, também, a dádiva de ser um poeta. Por mais de dez anos o poema ficou guardado. E eis que das gavetas ele ressurgiu magicamente e Matuck, poeta do traço, lhe disse: “Tenho que ilustrar esse livro” e a editora Eny Maia lhe disse: “Tenho que publicá-lo”. E tudo isto resultou neste livro que vai comover crianças e adultos, pais e filhos, e que nos ajuda a chegar mais próximo dos inextrincáveis mistérios da vida. Fica claro, pois, que a principal missão – digamos missão – da poesia é nos comover. Este é um prefácio comovido, Ricardo. Ziraldo 5


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Era uma cidade grande, dessas em que dificilmente as pessoas se encontram. Ele vivia em um apartamento, apenas mais uma luz brilhando na imensa paisagem sempre meio escura da metrópole. O homem não era dali e, desde que chegou, tinha esperança de um dia voltar. Criava sonhos, era um poeta. 7


O tempo foi passando e ele foi ficando. O tempo fingia não passar e o poeta fingia não perceber. É assim mesmo, só acontece com certas pessoas que têm esperança, acreditam na felicidade. O poeta, admirado por todos, vivia cercado de pessoas. Mas, na verdade, era muito solitário.

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