O alvorecer da alegria indestrutível

Page 1



O ALVORECER DA

INDESTRUTÍVEL

LE I TUR AS

D IÁ RIAS

PA RA

O

ADV E NTO



JOHN PIPER

O ALVORECER DA

INDESTRUTÍVEL

LE I TUR AS

D IÁ RIAS

PA RA

O

ADV E NTO


Copyright © 2017 por Desiring God Foundation Traduzido do original em inglês: The Dawning of Indestructible Joy: Daily Readings for Advent Publicado por Crossway a publishing ministry of Good News Publishers Wheaton, Illinois 60187, U.S.A. As citações bíblicas foram retiradas da Nova Almeida Atualizada (NAA), da Sociedade Bíblica do Brasil, salvo indicação contrária. Citações bíblicas com a indicação (NVT) foram retiradas da Nova Versão Transformadora, da Editora Mundo Cristão. Citações bíblicas com a indicação (NVI) foram retiradas da Nova Versão Internacional, da Biblica, Inc. É proibida a reprodução deste livro sem prévia autorização da editora, salvo em breve citação. 1a edição: novembro de 2021 Edição Yuri Freire Tradução Alan Cristie Revisão Jean Probst Josemar de Souza Pinto Projeto gráfico, diagramação e capa Pedro Henrique Pereira de Carvalho

Catalogação na publicação: Mariana C. de Melo Pedrosa – CRB07/6477 P665a

Piper, John, 1946O alvorecer da alegria indestrutível : leituras diárias para o Advento / John Piper ; [tradução: Alan Cristie]. – Niterói, RJ: Concílio, 2021. Tradução de: The dawning of indestructible joy : daily readings for Advent. ISBN 9786587263083 (brochura) 9786587263090 (epub) 1. Bíblia. N.T. – Uso devocional. 2. Advento – Meditações. I. Título. CDD: 242.332

Publicado no Brasil por Editora Concílio Copyright © 2021 Editora Concílio www.editoraconcilio.com.br contato@editoraconcilio.com.br


Para Sam Storms, parceiro no hedonismo cristão, amigo precioso da alegria indestrutível.



SUMÁRIO

PREFÁCIO INTRODUÇÃO

Orando pela plenitude neste Natal • JOÃO 1.14-16 1 O DE DEZEMBRO

A missão de busca e salvação • LUCAS 19.10 2 DE DEZEMBRO

Prepare o seu coração para Cristo • JOÃO 5.44 3 DE DEZEMBRO

Aproxime-se do Salvador • HEBREUS 13.20-21 4 DE DEZEMBRO

O sentido do Advento • MARCOS 10.45 5 DE DEZEMBRO

Por que o Natal aconteceu • 1JOÃO 3.5,8 6 DE DEZEMBRO

A paixão de Deus por Deus no Natal • JOÃO 12.27-28 7 DE DEZEMBRO

Ele vem para nos abençoar • ATOS 3.22-26 8 DE DEZEMBRO

Podemos confiar em Deus • ATOS 3.22-26 9 DE DEZEMBRO

Por que o Filho do Homem? • JOÃO 1.51 10 DE DEZEMBRO

O que o Natal veio destruir • 1JOÃO 3.8 11 DE DEZEMBRO

A celebração do amor de Deus • JOÃO 3.16 12 DE DEZEMBRO

A glória do Verbo encarnado • JOÃO 1.1

9 13 17 19 21 23 25 27 31 33 35 37 39 41


13 DE DEZEMBRO

O Natal dividiu a história • ATOS 3.24 14 DE DEZEMBRO

A misericórdia que ele promete • ROMANOS 15.8-9 15 DE DEZEMBRO

Nosso mais verdadeiro tesouro • MATEUS 2.10

45 49 51

16 DE DEZEMBRO

Libertos para sermos parte da família de Deus ARCOS 10.45 M 17 DE DEZEMBRO

Ele veio para servir • MARCOS 10.44 18 DE DEZEMBRO

Graciosa e ternamente frustrante • ROMANOS 3.25-26 19 DE DEZEMBRO

O presente que você não pode comprar • ATOS 17.24-25 20 DE DEZEMBRO

Receba a sua reconciliação • ROMANOS 5.11 (NVT) 21 DE DEZEMBRO

Prepare os seus olhos para o Natal • MATEUS 16.15-17 22 DE DEZEMBRO

Algo digno de ser cantado • HEBREUS 8.4-10 (NVT)

53 55 57 61 63 65 67

23 DE DEZEMBRO

Nossa mais profunda necessidade no Natal

MIQUEIAS 5.4-5

24 DE DEZEMBRO

Desfrute de todas as promessas de Deus • MIQUEIAS 5.2-4 25 DE DEZEMBRO

Graça: a nota dominante do Natal • JOÃO 6.51

69 73 77

CONCLUSÃO

Nasceu o Salvador! Deus recebe a glória, e você recebe a paz UMA PALAVRA DE AGRADECIMENTO

81 93


P R E FÁC I O

Sinto-me como o apóstolo Pedro no final de sua vida ao escrever sua segunda carta. Por duas vezes, ele disse aos seus leitores o motivo de sua escrita. No primeiro capítulo, disse: “considero justo, enquanto estou neste tabernáculo, despertar essas lembranças em vocês” (2Pe 1.13). Depois, no último capítulo, disse novamente: “procuro, com lembranças, despertar a mente esclarecida de vocês” (2Pe 3.1). Seu objetivo era, primeiramente, lembrá-los. E então, ao lembrá-los, despertá-los. É para isso que serve este pequeno livro de leituras do Advento: lembrar e despertar. O termo grego para “despertar”, assim como em português, é utilizado mais frequentemente para acordar alguém que estava dormindo. É dessa maneira que o termo é usado, por exemplo, em Marcos 4.39: “[Jesus] despertando, repreendeu o vento”. Pedro pressupõe que seus leitores cristãos precisam ser despertados. Estou certo de que eu mesmo, continuamente, preciso ser despertado. Especialmente quando o Natal se aproxima. Sou propenso a ser insensível, apático, morno e espiritualmente letárgico. Os seres humanos são assim, inclusive os cristãos, até mesmo com relação a grandes coisas. Pedro sabe disso e está escrevendo para despertar seus leitores a fim de que eles não apenas saibam, mas também sintam a maravilha da verdade. Foi por isso que escrevi estes devocionais. O que você e eu precisamos normalmente não é de um ensino totalmente novo. Verdades totalmente novas provavelmente não são verdades.

9


P R E FÁ C I O

Precisamos ser lembrados da grandiosidade das antigas verdades. Precisamos que alguém nos diga uma antiga verdade de uma nova maneira. Ou, às vezes, que apenas nos digam a verdade. O que Pedro realmente quer dizer (e o que eu quero dizer) com ser despertado é sentir alguma medida da alegria que Deus quer que o Natal traga. “Não tenham medo! Estou aqui para lhes trazer boa-nova de grande alegria” (Lc 2.10). Não é pequena alegria. Não é modesta alegria. Mas “grande alegria”. Se não sentimos isso quando ponderamos sobre a encarnação do Filho de Deus, precisamos ser despertados. Eu chamei o Natal — e este livreto — de “o alvorecer da alegria indestrutível” porque a alegria que Jesus estava trazendo ao mundo era singular na história. Uma vez que a temos, ela não pode ser destruída. Jesus disse: “ninguém poderá tirar essa alegria de vocês” (Jo 16.22). A alegria que Jesus veio trazer não pertence a este mundo. É a mesma alegria que o próprio Jesus tem em Deus Pai — alegria essa que ele tem desde a eternidade e terá para sempre. Não existe alegria maior que a alegria que Deus tem em Deus, porque Deus é o maior objeto de alegria e tem os maiores poderes para desfrutar. Jesus disse: “Tenho lhes dito estas coisas para que a minha alegria esteja em vocês, e a alegria de vocês seja completa” (Jo 15.11). A alegria dele era a própria alegria de Deus, e ele promete colocá-la em nós. É isso que o Espírito Santo faz. Ele derrama o amor de Deus em nosso coração (Rm 5.5), e com isso a alegria de Deus em Deus. “Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria […]” (Gl 5.22). Isso é “grande alegria”. E ela não pode ser retirada. É indestrutível. Ah, mas ela pode adormecer. É por isso que Pedro diz: “considero justo, enquanto estou neste tabernáculo, despertar

10


O A LV O R E C E R D A A L E G R I A I N D E S T R U T Í V E L

essas lembranças em vocês” (2Pe 1.13). Sim, isso é muito importante. Pois quão errado e quão triste é quando estamos diante de grandes maravilhas e não sentimos nada. É importante, portanto, que ele escreva — e eu escreva — para despertar nossas afeições para a maior maravilha de todas: a chegada, a obra e a pessoa de Jesus Cristo, o Filho de Deus, neste mundo. Que o Espírito de Deus use estas palavras para abrir os seus olhos mais uma vez para as glórias de Cristo e dar-lhe uma nova porção de sua alegria indestrutível.

11



INTRODUÇÃO

O r a nd o pe l a pl e ni t u de ne s t e Nata l E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai. […] Porque todos nós temos recebido da sua plenitude e graça sobre graça. J OÃO 1 .1 4 -1 6

Foi um momento arrebatador para mim naquele Advento. Um homem em nossa igreja tinha acabado de orar as palavras de João 1.14-16 em uma reunião de oração antes do culto. Deus permitiu naquele momento que a palavra “plenitude” me preenchesse. Foi uma experiência extraordinária. Havia uma espécie de imersão no Espírito Santo. Senti alguma medida do que a palavra realmente carrega — a plenitude de Cristo. Senti um pouco da maravilha de ter de fato recebido graça sobre graça de sua plenitude. E eu estava naquele momento recebendo graça sobre graça. Senti então que nada teria sido mais doce do que simplesmente sentar aos seus

13


INTRODUÇÃO

pés — ou ler minha Bíblia — a tarde inteira e sentir a sua plenitude transbordar. Por que essa plenitude teve tamanho impacto em mim? E por que ela continua me afetando extraordinariamente até hoje? Em parte porque: • aquele de cuja plenitude estou sendo revestido com graça é o Verbo que estava com Deus e era Deus (Jo 1.1-2), de maneira que a sua plenitude é a plenitude de Deus — uma plenitude divina, uma plenitude infinita; • esse Verbo tornou-se carne e assim era um de nós e estava nos buscando com sua plenitude — portanto, é uma plenitude acessível; • quando esse Verbo surgiu em forma humana, a sua glória foi vista — sua plenitude é gloriosa; • esse Verbo era o “unigênito do Pai” para que a plenitude divina fosse mediada a mim não apenas da parte de Deus, mas por meio de Deus — Deus não enviou um anjo, mas sim seu único Filho, para entregar a sua plenitude; • a plenitude do Filho é uma plenitude de graça — eu não me perderei em sua plenitude, mas serei abençoado de toda maneira por sua plenitude; • essa plenitude não é apenas uma plenitude de graça, mas também de verdade — não estou sendo agraciado com bajulações que ignoram a verdade; essa graça está arraigada numa realidade sólida como a rocha. Ao saborear essa revelação da plenitude de Cristo, escuto Paulo dizer: “Porque nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade” (Cl 2.9). Eu o ouço dizer: “Porque Deus 14


O A LV O R E C E R D A A L E G R I A I N D E S T R U T Í V E L

achou por bem que, nele, residisse toda a plenitude” (Cl 1.19). E novamente: “em quem estão ocultos todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento” (Cl 2.3). Paulo ora para que experimentemos a plenitude de Cristo — não que apenas saibamos sobre ela, mas que sejamos cheios dela. Eis como ouço Paulo orando por mim: ele ora para que eu possa, com todos os santos, “compreender qual é a largura, o comprimento, a altura e a profundidade e conhecer o amor de Cristo, que excede todo entendimento, para que [eu fique] cheio de toda a plenitude de Deus” (Ef 3.18-19). A “plenitude de Deus” é experimentada, ele diz, quando compreendemos o amor de Cristo em sua altura, profundidade, comprimento e largura. Isto é, em sua plenitude. Isso é extraordinário: a plenitude de Deus é a compreensão (experiência) espiritual da plenitude do amor de Cristo. Ela enche o Filho de Deus e é derramada sobre nós. Assim, quando ouço Paulo falar aos romanos da “plenitude da bênção de Cristo” (Rm 15.29), eu o ouço descrevendo a minha experiência. Como eu anseio que vocês experimentem isso! Dê a si mesmo tempo e quietude nesta época do Advento e busque essa experiência. Ore por si mesmo a oração de Paulo em Efésios 3.14-19 — “para que vocês fiquem cheios de toda a plenitude de Deus” — e assim, “com todos os santos, vocês possam compreender qual é a largura, o comprimento, a altura e a profundidade e conhecer o amor de Cristo, que excede todo entendimento”. Essa é a minha oração por você neste Natal — que você experimente a plenitude de Cristo; que você conheça em seu coração o derramar de graça sobre graça; que a glória do Filho unigênito do Pai brilhe em seu coração para iluminar o conhecimento da glória de Deus na face de Cristo; que você fique maravilhado ao saber que Cristo pode ser tão real para você. 15



1o DE DEZEMBRO

A mis s ã o de bu s c a e s a lva ç ã o O Filho do Homem veio buscar e salvar o perdido. LU C AS 1 9.1 0

A palavra “advento” significa “vinda”. Nessa época do ano, nos concentramos no significado da vinda do Filho de Deus ao mundo. E o espírito da nossa celebração deveria ser o espírito em que ele veio. O espírito dessa vinda está resumido em Lucas 19.10: “Porque o Filho do Homem veio buscar e salvar o perdido”. A vinda de Jesus era uma missão de busca e salvação. “O Filho do Homem veio buscar e salvar o perdido.” Assim, o Advento é uma época para pensar sobre a missão de Deus de buscar e salvar pessoas perdidas da ira que há de vir. Deus o ressuscitou dentre os mortos, “Jesus, que nos livra da ira vindoura” (1Ts 1.10). É uma época para apreciar e adorar essa característica de Deus — que ele é um Deus que busca e salva, que ele é um Deus em missão, que ele não é indiferente, ou passivo, ou indeciso. Ele nunca está em modo de manutenção, 17


1O DE DEZEMBRO

cabotando ou à deriva. Ele está enviando, perseguindo, buscando, salvando. Esse é o significado do Advento. O livro de Atos é uma celebração desse coração do advento de Deus — um coração ativo para buscar e salvar os perdidos. É uma narração do contínuo advento de Jesus para cada vez mais povos do mundo. Atos é a história de como a igreja primitiva entendeu as palavras: “Assim como o Pai me enviou, eu também envio vocês” (Jo 20.21). É a história de como o advento vertical de Deus na missão de Jesus se desdobra e se torna o advento horizontal de Jesus na missão da igreja. Em nós. Jesus veio ao mundo no primeiro Advento, e todo Advento desde então é um lembrete de seu contínuo advento para mais e mais vidas. Esse advento é, na verdade, o nosso advento — a nossa vinda, o nosso mover na vida daqueles ao nosso redor e aos povos do mundo. ˜

˜

18



Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.