PNLD 2023 - O3 - MD UM BELO DIA...

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MATERIAL DIGITAL DE APOIO À PRÁTICA DO PROFESSOR

L iv r o d o P r o fe s s o r

Elaborado por

Tatiane Tanaka

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Livríssimo, 2021 Um belo dia... - Material digital de apoio à prática do professor 2a edição, 2021 Direção-geral

Vicente Tortamano Avanso

Arquivo pessoal

Direção editorial Gerência editorial Gerência editorial de produção e design Edição Assistência editorial Apoio editorial Supervisão de design Editoração eletrônica Supervisão de revisão Revisão Supervisão de iconografia Pesquisa iconográfica Supervisão de controle de processos editoriais

Felipe Ramos Poletti Gilsandro Vieira Sales Ulisses Pires Paulo Fuzinelli Aline Sá Martins Maria Carolina Rodrigues Andrea Melo Bétula Editorial Elaine Silva Bétula Editorial Léo Burgos Daniel Andrade e Priscila Ferraz Roseli Said

Material elaborado por Tatiane Tanaka, mestre em Filosofia da Educação pela Universidade de São Paulo (USP) e pedagoga graduada pela mesma instituição. Atua como professora de Educação Infantil e Ensino Fundamental I desde 1998 na rede privada da cidade de São Paulo, e atualmente também elabora conteúdos didáticos e realiza assessoria pedagógica.

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Sumário Carta ao professor e à professora........................................................................ 4 Propostas de atividades....................................................................................... 7 Pré-leitura................................................................................................................................. 8 Leitura..................................................................................................................................... 13 Pós-leitura............................................................................................................................... 17

Sugestões de conteúdos complementares........................................................ 23

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Veridiana Scarpelli

Referências........................................................................................................ 25


Carta ao professor e à professora Mergulhar no universo da leitura e, sobretudo, da literatura é algo que pode ser, ao mesmo tempo, encantador e transformador. Encantador porque a leitura nos permite viver outras histórias, conhecer novas culturas, experimentar emoções, dilemas e conflitos. Transformador porque cada experiência vivida por meio da leitura nos ajuda a refletir sobre nós mesmos e sobre a forma como lidamos com situações diversas e adversas, complementando ou alterando nossa percepção sobre nós e sobre o mundo que nos cerca. Uma breve busca no dicionário sobre o significado do verbo ler nos remete a inúmeras definições bastante variadas, como: interpretar sinais gráficos e linguísticos, tomar conhecimento através da leitura, examinar um texto com muita reflexão, interpretar algo que tenha certo grau de complexidade, para citar apenas algumas. Quando buscamos pela definição da palavra leitura, entre outras, temos: “processo de construção de sentido por meio da interação dinâmica entre o conhecimento do leitor, a informação sugerida pelo texto e o contexto em que se dá a leitura” (LEITURA, 2020). Como educadores, para cada uma dessas definições identificamos diferentes níveis de leitores e associamos a elas diferentes formas de intervenção com o objetivo de formar leitores. Pode parecer simples, mas, para que um leitor chegue a ler tal como a definição anterior de leitura, o caminho é longo e bastante sinuoso. Além de muito incentivo, é preciso também acesso e exposição a variados tipos de textos, autores, temas, conteúdos, culturas, além de reflexão e troca de ideias acerca do lido e do não lido, daquilo que está explícito e implícito, das experiências e da extrapolação. Não há receita nem caminho exato. No entanto, uma coisa é certa: é inegável o valor inestimável da leitura na formação do cidadão. Daí ser fundamental o estímulo e incentivo à leitura desde a mais tenra idade. E falamos aqui de leituras variadas (imagens, versos, prosas, expressões faciais, corporais e artísticas diversas), com conteúdos (reais ou fantásticos, notícias e informações) e finalidades igualmente variados (conhecer, informar, entreter). Na busca por formar um leitor multifacetado, capaz de realizar inferências, perceber subentendidos, compreender e interpretar linguagem figurada, metafórica etc., incluindo jogos de palavras e uma variedade de linguagens não verbais, temos como aliada a literatura. O texto literário possibilita “o desenvolvimento do senso estético para fruição, valorizando a literatura e outras manifestações artístico-culturais [...]” (BRASIL, 2018, p. 87), mas também é capaz de oferecer à criança as habilidades que ela precisará para enfrentar dificuldades, buscar soluções e atuar como um ser social consciente. Por isso mesmo é tão importante oferecer a essa criança experiências que “contribuam para a 4


Livríssimo

ampliação dos letramentos, de forma a possibilitar a participação significativa e crítica nas diversas práticas sociais permeadas/constituídas pela oralidade, pela escrita e por outras linguagens” (BRASIL, 2018, p. 67-68). Os profissionais diretamente envolvidos na formação leitora dos estudantes não são os únicos, no entanto, com papel significativo na formação desse leitor. A Política Nacional de Alfabetização (PNA) incentiva o envolvimento dos familiares ou responsáveis nesse processo. A literacia familiar, que engloba experiências de linguagem, leitura e escrita em casa, com os pais ou cuidadores, contribuem em muito no processo de aprendizagem e no desenvolvimento do prazer pela leitura. O documento Conta pra mim: guia de literacia familiar (2019), elaborado pelo Ministério da Educação, traz orientações e dicas de como trabalhar a literacia familiar. A obra Um belo dia…, escrita por Guilherme Semionato e ilustrada por Veridiana Scarpelli, é um bom exemplo de como o mergulho na literatura pode proporcionar o desenvolvimento da fruição leitora da criança, além de incentivar sua habilidade de perceber a si mesma e conhecer novos conceitos e lugares. Por isso mesmo, o livro traz como tema principal os encontros com a diferença, já que proporciona a descoberta e o contato entre diferentes esferas culturais e geográficas. O fio condutor de Um belo dia… é a amizade de dois garotos, Pedro e João, que se conhecem no primeiro dia de aula em uma nova escola e, em pouco tempo, se tornam verdadeiros amigos. No período de um ano letivo, eles vivem grandes momentos juntos e se descobrem quase como irmãos. Até que Pedro anuncia a triste notícia: vai se mudar para bem longe, para outro país, em outro continente. A partir desse acontecimento, outro sentimento se instaura no cotidiano dos garotos: a saudade. E a saudade vai exigir que eles aprendam formas de lidar com esse sentimento tão controverso, convidando o leitor a compartilhar desse aprendizado. O narrador e também personagem dessa história é o Sol, que se apresenta logo nas primeiras páginas e convida o leitor a se apropriar da história que vai ler. Intercalando as 5


experiências e situações vividas por cada um dos meninos, o narrador vai dando contorno à história ao mesmo tempo em que a vai desenvolvendo. Ao longo da narrativa, os elementos da natureza possuem papel importante, pois estão associados aos sentimentos vividos pelos meninos na trama. Além disso, as belíssimas ilustrações de Veridiana Scarpelli complementam a narrativa, levando o leitor a viajar pelos diferentes lugares apresentados na história. A leveza do traçado, a intensidade das cores e as sutilezas dos cenários enriquecem ainda mais a experiência do leitor, conduzindo-o a transitar e experimentar os sentimentos vividos pelos personagens. Essas experiências com a leitura de Um belo dia... são extremamente significativas, pois contribuem para o reconhecimento de desejos e vontades pessoais, bem como para a reflexão e a busca de soluções para conflitos e dificuldades. Desse modo, torna possível a construção da identidade, o reconhecimento de valores e a autodescoberta, ao mesmo tempo em que oferece aos leitores uma exploração prazerosa do texto literário e suas muitas manifestações linguísticas. Esse é o viés transformador dessa história. Considerando o exposto, este material visa apresentar algumas possibilidades de abordagem pedagógica que tornem ainda mais significativa a experiência do estudante com o texto literário de Um belo dia... Para tanto, traz diversas propostas de atividade para um aproveitamento mais amplo e diverso da obra, dentro e fora da sala de aula. As propostas estão seguidas de sugestões comentadas para ampliar a sua formação como docente. Prepare suas malas, caro professor, cara professora, e embarque com seus estudantes nesta encantadora e transformadora história sobre amizade e saudade. Boa leitura!

Veridiana Scarpelli

Tatiane Tanaka

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A formação de leitores fruidores está diretamente relacionada com o contato que eles têm com textos literários – por isso a necessidade de oferecer aos estudantes diferentes textos de gêneros variados. Nesse sentido, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) destaca a importância da literatura em todos os segmentos de ensino e não apenas no ensino de Língua Portuguesa. Além isso, a ideia de leitura, tomada em um sentido amplo, vai além do texto escrito e abrange as imagens estáticas (fotos, pinturas, desenhos, esquemas, gráficos, diagramas) ou em movimento (filmes, vídeos, etc.) e o som (música), que estão presentes em muitos gêneros digitais. Nisso, tanto a BNCC quanto a PNA concordam: o objetivo é a formação de um leitor com um repertório literário amplo, que entenda a literatura prioritariamente em sua fruição estética, enquanto leitura prazerosa, e que consiga ampliar sua visão de mundo por meio das experiências proporcionadas por ela. Por isso mesmo, ao longo desta seção, você encontrará atividades de leitura relacionadas à obra Um belo dia..., de Guilherme Semionato, divididas em três momentos: Pré‑leitura, Leitura e Pós-leitura. Em todas essas etapas, as propostas estão pautadas nas competências e habilidades previstas pela BNCC e têm por objetivo impulsionar o trabalho com o texto literário, fornecendo diferentes possibilidades para a sua abordagem didática. Elas podem e devem ser adaptadas e ampliadas de acordo com as realidades do leitor, da turma e dos objetivos pedagógicos estabelecidos pela escola. Para tornar essa experiência ainda mais significativa e profícua, recomendamos a você, que faça uma ampla exploração da obra, de suas imagens e de todos os recursos propostos neste material para esse fim. Sempre que sentir o interesse da turma sobre algum tema abordado ou achar que outros podem ter terreno fértil, incentive os estudantes a extrapolar o texto e ampliar seus repertórios mergulhando em novas temáticas. 7

Veridiana Scarpelli

Propostas de atividades


Pré-leitura As atividades realizadas antes da leitura do livro devem instigar o leitor e priorizar dois eixos fundamentais: a interação verbal e a materialidade do livro. Por meio da interação verbal, é possível estimular a curiosidade e a construção de hipóteses sobre o conteúdo da obra, partindo do título e das imagens que a compõem. Essas interações comunicativas podem ocorrer nos mais variados momentos e atender a diferentes objetivos, já que devem ser planejadas e contar com a intencionalidade do ato. Ter um livro em mãos já é em si mesmo um ato que instiga a curiosidade: o desejo de folheá-lo, observar suas páginas, constatar ou não a presença de ilustrações etc. Explorar essa materialidade que se amplia nas cores, texturas e no formato do livro deve fazer parte da pré-leitura da obra.

De conto em conto O texto que compõe a história a ser lida pertence ao gênero textual conto e, mais especificamente, à categoria dos contos fantásticos. Mas o que é um conto? Que características esses textos possuem? Incentive os estudantes a refletir e se apropriar das características desse gênero textual. Comece fazendo um levantamento prévio de contos conhecidos por eles. É provável que apareçam os contos de fadas e algum outro conto que tenha sido lido ou apresentado em atividades escolares anteriores. Em seguida, levante as informações que os estudantes já possuem sobre esse gênero. Para estimular o compartilhamento de ideias, faça perguntas, como: Que tipo de texto é usado em um conto? Que elementos geralmente fazem parte desse tipo de história? Vocês sabem a diferença entre conto e romance? Faça outras perguntas que achar relevantes, dependendo da participação dos estudantes e de seus conhecimentos prévios. É importante que eles identifiquem conto como uma narrativa, que esse tipo de história costuma ter introdução, desenvolvimento, clímax e desfecho. De forma geral, a introdução ou apresentação de um conto está localizada logo no começo da narrativa. Nela, é possível identificar quem são os personagens, quais são o tempo e o(s) espaço(s) nos quais se desenrolam os acontecimentos da história, quem é o narrador (seja ele personagem também ou não) etc. Após a introdução, surgem ações que modificam aquilo que foi inicialmente apresentado, revelando-se, então, o conflito, a situação-problema da trama, ou seja, aquilo que levará os personagens a agir de modo a buscar uma resolução. Temos aqui o desenvolvimento da trama. 8


Veridiana Scarpelli

O desdobramento das ações do desenvolvimento culmina no momento de maior tensão da narrativa, o clímax. O desfecho ou o final da história, traz um encerramento que pode ou não ter o conflito resolvido, a depender do tipo de conto. Um conto e um romance têm esses elementos narrativos em comum, pois ambos se enquadram dentro do mesmo gênero literário, mas eles diferem exatamente na forma como tais elementos são trabalhados. Enquanto um conto traz um número mais restrito de personagens, dentro de espaços e tempo restritos, um romance traz uma trama mais complexa, com mais personagens, mais espaços e ainda mais variação de tempo. Eles podem ser comparados também pelo tamanho: um conto costuma ser bem menor do que um romance. Como afirmado anteriormente, Um belo dia... tem como narrador o Sol, por isso pode ser considerado um conto fantástico. Ou seja, apresenta uma narrativa com cenários e personagens comuns, próprios do cotidiano, expostos a uma situação que não poderia acontecer na vida real, portanto sobrenatural ou fantástica. Introduza esse tipo de conto aos estudantes e pergunte se eles já conhecem ou leram algum conto fantástico. Deixe que compartilhem as narrativas conhecidas. É provável que nomes familiares surjam, como Alice no País das Maravilhas, A Bela e a Fera, Sítio do Picapau Amarelo etc. Para o público infantil, o tipo de conto fantástico mais recorrente é o conto de fadas, mas temos também dentro dessa categoria, por exemplo, contos de terror. Uma explicação sobre os contos fantásticos e alguns bons exemplos da literatura podem ser encontrados no site Cultura Genial, disponível em: culturagenial.com/conto s-fantasticos-entender-genero-textual/. Acesso em: 19 set. 2021. Você também pode explorar a seção Vamos falar sobre este livro? no livro do estudante. Na seção Sugestões de conteúdos complementa‑ res deste material, você também poderá encontrar várias opções de contos fantásticos.

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Escolha um dos contos sugeridos e, a partir dele, convide os estudantes a levantar as principais características presentes no texto. Para isso, ofereça um roteiro de análise com os seguintes itens: situação inicial; quantidade de personagens e personagens principais; tempo e espaço onde a história se desenrola; conflito; clímax; elemento ou acontecimento fantástico; desfecho. Proponha a divisão da turma em duplas ou trios, com cada grupo lendo um conto e preenchendo o roteiro de análise com as características acerca do gênero e do subgênero. Em seguida, peça que compartilhem suas descobertas com toda a turma. Esse conteúdo contempla as seguintes habilidades descritas na BNCC para o componente curricular Língua Portuguesa: EF35LP05, EF35LP26, EF35LP29, EF15LP01, EF15LP02, EF15LP04, EF15LP09, EF15LP10, EF15LP11 e EF15LP15.

De imagem em imagem Finalmente, chegou o momento de trazer o livro para a atenção dos estudantes. Distribua um exemplar para cada um e faça uma breve introdução da obra, explicando que se trata de um conto fantástico. Apresente informações sobre o autor, Guilherme Semionato, e sobre a ilustradora, Veridiana Scarpelli. Ao final do livro do estudante, a seção Vamos falar sobre este livro? traz uma breve biografia de ambos. Recomendamos deixar a leitura integral desse texto informativo para depois da leitura da obra, mas as informações biográficas podem ser exploradas neste momento. Explore com os estudantes as informações que compõem a capa do livro: o título, os nomes do autor e da ilustradora, a editora, a ilustração. Depois, examine mais detidamente a ilustração, questionando quais elementos aparecem representados, quem serão os meninos, o que eles estão fazendo. Deixe que os estudantes coloquem livremente suas hipóteses e opiniões para retomá-las após a leitura da obra. Em seguida, explore a quarta capa do livro. Peça que leiam o texto e analisem a imagem: A partir do texto da quarta capa, o que podemos inferir sobre os dois garotos? Onde será que essa história se passa? Que elementos o texto traz sobre o(s) local(is) onde a história acontece? O que está ilustrado? Qual será a relação do girassol com os elementos da capa? Estimule os estudantes a buscar justificativa para suas hipóteses no texto da quarta capa e nos elementos visuais. Por exemplo: o texto diz que a amizade dos meninos atravessa três continentes, dois oceanos e uma saudade sem tamanho. O que podemos supor a partir dessa informação? Observe se estabelecem também alguma relação entre o Sol ilustrado na capa e o girassol, na quarta capa. 10


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Feita essa exploração geral, oriente todos a folhear o livro e apreciar as ilustrações, tentando atribuir-lhes sentidos – mas ainda sem ler o texto. A leitura prévia das imagens que compõem a obra aproximará os leitores de seu conteúdo e instigará a leitura. Comece pela página da dedicatória, onde temos uma imagem de um gato, e questione: Por que será que há um gato junto à dedicatória? Será um personagem do livro? Peça aos estudantes que tentem achar o gato em outras imagens ao longo do livro e tentem inferir se ele é um personagem da história. Na página dupla seguinte, aparece um grande Sol, ou melhor, parte dele. Instigue os leitores a supor o motivo, novamente fazendo um levantamento de hipóteses. A ilustração subsequente mostra duas cidades separadas por água, na qual aparece escrito: “Rio de Janeiro e Moscou”. Pergunte aos estudantes: Por que será que esses dois locais estão sendo mostrados? O que é e onde fica Moscou? E o Rio de Janeiro? É importante deixar que os estudantes expressem seus conhecimentos acerca das cidades e suas localizações. Se achar oportuno, localize ambas as cidades no mapa-múndi ou no globo terrestre. Na página 10, vemos os mesmos dois meninos da capa, desta vez com mais detalhes. Pergunte aos estudantes: Onde eles estão? Será que se conhecem? Sobre o que conversam? Neste momento, espera-se que os estudantes associem as informações vistas na capa e lidas na quarta capa e identifiquem João e Pedro, os protagonistas dessa história. A imagem seguinte, na página 14, apresenta uma cidade, à noite, durante a chuva. O que observam nesta cena? Que elementos os ajudam a identificar uma cidade, à noite, na chuva? Que cidade poderia ser? Pode ser que alguns estudantes percebam a presença do “Cristo” na imagem e a associem ao Cristo Redentor e, portanto, à cidade do Rio de Janeiro. As cores escuras e o céu estrelado são indícios de que é noite na cena. E a imagem seguinte, de onde seria? É possível que estabeleçam correspondência com as páginas que apresentam as duas cidades: Rio de Janeiro e Moscou. E a imagem do menino deitado, na página 18, traz à tona quais impressões dos leitores? Como o garoto parece se sentir? Ouça a opinião dos estudantes a respeito. Seguindo a análise, chame a atenção deles para a patinha que aparece na página 19. A quem deve pertencer? Como podemos saber?


O que é possível observar na imagem da página 21? O que o garoto observa? Peça aos estudantes que façam uma descrição detalhada da imagem. Observe se notam a presença da estrela cadente, sem você anunciá-la. Na sequência, há uma pausa na história causada pela página vermelha seguida de um novo mapa em que está escrito “Cidade do Cabo”. Será que esse lugar existe? Alguém conhece ou já ouviu falar dele? Onde fica? Caso os estudantes desconheçam o lugar, fale brevemente sobre a cidade e também a localize no mapa-múndi. Na página 24, observamos o outro garoto. Onde estará? O que sua expressão revela? Talvez os estudantes relacionem a presença do garoto à Cidade do Cabo, pois a ilustração aparece logo após a imagem do mapa. Caso isso aconteça, mantenha a hipótese para ser confrontada durante ou após a leitura do livro. Já nas páginas 30 e 31, observa-se um barco abrindo caminho mar adentro: Para onde será que ele vai? Qual será o objetivo da viagem? A penúltima imagem, na página 34, mostra um carinhoso abraço entre os meninos e o gato. Quais são as expressões em seus rostos? O que parece representar esse abraço? É possível que alguns estudantes relacionem a imagem do abraço com a saudade, a despedida mencionada no texto da quarta capa. Por fim, explore a dupla nas páginas 38 e 39. Termine essa exploração das imagens do livro pedindo aos estudantes que realizem uma pesquisa sobre as três cidades apresentadas: Rio de Janeiro, Moscou e Cidade do Cabo. A pesquisa pode ser feita na biblioteca da escola ou em sites confiáveis na internet e ser pontual, incluindo dados básicos como: localização, língua falada, número de habitantes, tipo de governo (democracia ou ditatura, por exemplo), origem do nome da cidade etc. Uma pesquisa mais detalhada sobre outros aspectos dessas cidades será explorada na etapa de Pós-leitura. Peça que todos realizem a pesquisa inicial e estejam prontos para uma apresentação oral. Em dia e horário combinados, convide três estudantes, escolhidos por você, para falar a respeito do que aprenderam de cada uma das cidades pesquisadas. O resto da turma pode auxiliar nessa apresentação, acrescentando informações e curiosidades que tenham descoberto. Realize a mediação, quando necessário, garantindo que a fala de todos seja respeitada. Esse conteúdo contempla as seguintes habilidades descritas na BNCC para o componente curricular Língua Portuguesa: EF15LP02, EF15LP04, EF15LP09, EF15LP10, EF15LP11, EF15LP13, EF15LP15 e EF15LP18.

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Leitura Todo encaminhamento de leitura deve considerar, antes de mais nada, o interesse do leitor ou ouvinte da história. Por isso, ela deve ser conduzida de forma leve, atraente e, sempre que possível e adequado, com a participação dos estudantes. Proponha uma primeira leitura autônoma da obra, estabelecendo um período apropriado para que os estudantes concluam suas leituras em casa. Para incentivar a literacia familiar, escreva uma carta aos responsáveis solicitando a parceria deles e explicando sobre o livro que será lido, prazos etc. Além disso, inclua algumas dicas, como perguntas diretas que os familiares podem usar para checar a compreensão da criança sobre o conteúdo lido (BRASIL, 2019b). Oriente-os de modo que busquem verificar, ao longo da leitura, se as hipóteses levantadas durante a pré-leitura se confirmam ou não. Peça-lhes também que anotem qualquer passagem que achem legal ou atraente, mas que não façam rasuras no livro em si. Lembre-se de dar orientações também para possíveis palavras desconhecidas e sobre como eles podem descobrir seus significados. Após essa primeira leitura individual, proceda com uma segunda leitura em sala de aula, dessa vez dialogada. Conduza-a juntamente com os estudantes, explorando ideias e impressões acerca do que foi lido. Retome também a leitura individual a partir das passagens marcantes de cada um. Esse momento é fundamental na formação do leitor, pois permite criar as condições necessárias para que ele venha a atribuir sentidos ao texto e explicitar diferentes estratégias de leitura e interpretação, além de ampliar seu vocabulário, aprofundando a proficiência leitora. Conduza a leitura dialogada a partir das sugestões a seguir, mas busque se adaptar às demandas da turma. Comece pela apresentação do Sol, nas páginas 6 e 7, questionando os estudantes sobre a finalidade do texto. Ajude-os a perceber que o texto é escrito em primeira pessoa, e o Sol, que se apresenta como autor da história e como personagem, faz parte dela e assume o papel de narrador. Esse texto também intenta contextualizar brevemente o que há de “fantástico na escrita, na autoria”, além de instigar e convidar o leitor a fazer parte dessa história. Converse com os estudantes sobre a sensação de se ver “conversando” com o suposto autor da história. Analise em que medida esse recurso lhes deixa com mais vontade de ler a história. Destaque esse como um bom recurso a ser utilizado em suas produções escritas, a depender do gênero. Retome a imagem que mostra duas cidades separadas por água e a escrita “Rio 13


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de Janeiro e Moscou”. Por que as duas cidades foram representadas dessa maneira, tão próximas? Afinal, como os estudantes puderam ver a partir da pesquisa realizada antes da leitura, essas cidades não são próximas nem separadas por um grande rio. Essa imagem representa algo sobre a história lida. O quê? Caso seja necessário, retome no mapa-múndi a localização dessas duas cidades. Você também pode usar o recurso do Google Earth para traçar uma “rota” do Rio de Janeiro a Moscou. Proceda à leitura das páginas 11 e 12 e faça perguntas que ajudem os estudantes a refletir sobre as informações contidas na introdução do conto: Quem são os personagens da história? (João e Pedro.) Onde a história começa? (No recreio de uma escola.) Quando a história acontece? (No verão há alguns anos, no primeiro dia de aula.) Qual é a situação inicial? (Dois garotos que se encontram e se conhecem no primeiro dia de aula de uma nova escola para ambos, tornando-se amigos.) Quando a situação-problema é apresentada? Qual é ela? (No último dia de aula, Pedro anuncia ao amigo que vai se mudar para bem longe, para a Rússia.) Retome a leitura das páginas 13 a 15. Elas apresentam os preparativos da viagem e, mais sutilmente, relações importantes que valem ser compartilhadas com os estudantes: a forma como João encara a viagem do amigo, aproveitando cada instante juntos; as ações do Sol nesse mesmo período, tentando garantir aos meninos belos dias de calor para que possam aproveitar ao máximo seus últimos instantes; e, por fim, a despedida, selada por um abraço. Reveja a imagem da página 14, uma cidade, à noite, durante a chuva. Caso não cheguem a essa percepção sozinhos, ajude os estudantes a relacionar a chuva, elemento da natureza, às emoções vividas na narrativa. Questione se eles se lembram de outra passagem na qual os elementos da natureza foram utilizados para representar as emoções dos personagens. Recupere o trecho da página 12 para dar outro exemplo: “Eu vou pra Rússia – disse Pedro, o rosto meio nublado, meio chuvoso.” Examinem o trecho em destaque, resgatando os possíveis significados que a expressão pode assumir no contexto da história. Na página 15, o Sol descreve suas tentativas de tornar a recepção de Pedro em Moscou mais calorosa, algo que não conseguiu: a temperatura estava -4 ºC. O que o Sol pretendia com essa atitude? Por que isso parecia importante? Reflita com a turma que o Sol tinha a intenção de tornar a chegada de Pedro à Rússia menos “fria”, mais

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acolhedora – outro momento da natureza sendo utilizada como forma de expressar as emoções dos personagens. Pergunte aos estudantes se perceberam um pequeno sol intercalado ao texto e a que atribuem sua presença. Caso não consigam explicar, peça que observem, ao longo do texto, os momentos em que ele aparece e recupere a questão posteriormente. Espera-se que os estudantes concluam que essa marca separa diferentes trechos da narrativa, como a alternância de cenários e de foco no enredo. Leia a página 16 e o primeiro trecho da página 17 e analise cada elemento: os dias de chuva no Brasil, a tentativa do Sol de iluminar e esquentar o rigoroso inverno na Rússia, os dias de João após a partida do amigo, a chegada de Pedro a um país e uma cultura muito diferentes. Aqui, dias longos, ensolarados; lá, dias frios e curtos (escurece às 4h da tarde no inverno). Continue a leitura a partir do segundo trecho da página 17, indo até a página 21. Destaque a atitude dos meninos. Para João, vemos surgir um sopro de esperança e superação com sua saída de casa para se divertir e a espera pela ligação do amigo. Para Pedro, observamos uma saudade instalada sobre uma enorme tristeza, complementada por condições climáticas adversas e pouco animadoras para quem viveu, até pouco tempo, o verão tropical do Rio de Janeiro. Explore a carta de João e quanto ele se mostra motivado a continuar compartilhando com o amigo suas experiências. No entanto, ao receber a ligação de Pedro, João percebe a imensa tristeza do amigo. “E ele, que estava feliz de ter um amigo vivendo uma vida de aventuras num país distante, começou a ficar desanimado de novo” (p. 20). No anseio de ajudar o amigo a superar tamanha tristeza, João observa o céu estrelado do Rio de Janeiro e faz um pedido: “Será que alguém pode ajudar meu amigo? Ele tá tão triste…” (p. 20). Nesse instante, dá-se início ao acontecimento fantástico: uma estrela cadente cruza o céu, e a Lua, que observava tudo à distância, se une ao Sol para arquitetar um plano que levará os meninos a uma fantástica aventura. Recupere essa passagem com os estudantes e ajude-os a perceber a presença e o início de acontecimentos fantásticos na história. Que outras situações nos deixam em dúvida sobre sua realidade? Não por acaso, há uma pausa na história, marcada por uma página dupla de um lado vermelho e, do outro, com a imagem de um mapa escrito “Cidade do Cabo”. Qual a intenção do autor e do ilustrador? Explore a imagem de Pedro na página 24, antes de prosseguir com a leitura. O que sua expressão revela? Nas páginas 25 a 29, o narrador expõe seu plano e as instruções para a sua realização, de maneira a atender ao pedido de ajuda que João fez. Cada um 15


dos meninos segue seu caminho em busca do porto. Explore o sentimento dos leitores ao receberem, juntamente com os garotos, as instruções para a viagem. Para onde iriam? Eles, leitores, aceitariam partir sem rumo certo? Nas páginas 29 a 32, são narrados os percursos feitos pelos meninos até chegarem ao ponto de encontro indicado pelo Sol. Explore essas descrições. Entre as páginas 32 e 35, temos o reencontro dos meninos e, ao fim, a despedida. Essa despedida, expressa na imagem de um abraço terno na página 34, solidifica a amizade dos garotos, mas também evoca saudade. Na partida, Pedro tem que passar por um Detector de Sentimentos Negativos, pois não se pode deixar a Cidade do Cabo com esse tipo de sentimento. Explore essa ideia com os estudantes, estabelecendo um paralelo entre a chegada e a saída: Pedro sai da cidade sem sentimentos negativos, mas quais sentimentos poderiam ter sido detectados pela máquina quando ele chegou à cidade? E quanto a João? Antes de embarcar, Pedro recebe uma última pergunta do oficial do Departamento de Imigração: “Você afinal descobriu qual é o lugar onde as histórias podem continuar?” E então, o oficial deixa claro que “As histórias começam e vivem dentro de você” (p. 36). Detenha-se com os estudantes nessa passagem. O que ela significa? Qual é o lugar onde as histórias podem continuar? Por que esse lugar seria dentro de cada um de nós? No trecho compreendido entre as páginas 36 e 37, apresenta-se um belíssimo desfecho. Observe com os estudantes que ambos os garotos chegam em suas casas no exato momento em que tinham partido. Isso é possível? Seria mais uma pista de que tudo não passou de um sonho? Ou seria mais um elemento fantástico? Ressalte a mudança de atitude de Pedro no retorno da viagem: ele pede ao pai para conhecer a cidade onde foi morar. Talvez uma nova história pudesse começar ali, não é mesmo? E a história se encerra com o Sol sentindo-se satisfeito com o resultado de sua interferência: além de ajudar os garotos a dar sentido à saudade e a suas vidas distantes um do outro, ele também ganhou dois novos amigos que o presenteiam todo ano, na data do encontro na Cidade do Cabo, com um belíssimo girassol posto em suas janelas. Ao final dessa segunda leitura, abra espaço para que os estudantes falem sobre suas impressões gerais, sentimentos e recordações que a história lida lhes suscitou. Deixe também que expressem, nesse momento, qualquer dúvida ou passagem que não tenham entendido completamente. Esse conteúdo contempla as seguintes habilidades descritas na BNCC para o componente curricular Língua Portuguesa: EF35LP01, EF35LP03, EF35LP04, EF35LP05, EF15LP03, EF15LP04, EF15LP09, EF15LP10, EF15LP11, EF15LP13, EF15LP15, EF15LP16 e EF15LP18.

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Pós-leitura Um texto só ganha sentido diante de um leitor, que lhe atribui significados a partir de suas experiências e de seus conhecimentos de mundo. É muito comum, quando lemos um texto, que venhamos a associar ideias, temáticas e autores presentes em outras leituras que já fizemos. Isso acontece porque a relação entre um texto e outro é estabelecida como um “diálogo” entre eles. Quando nossas leituras de diversos textos e do mundo se encontram, aproximadas pela forma, pelo conteúdo ou por ambos, elas se transformam e se desdobram em uma amplitude de novos significados. Exatamente por isso é que um mesmo texto pode ser lido de várias formas. Trabalhar com textos e linguagens diversos, cuidadosamente escolhidos por seus temas e gêneros, é uma excelente oportunidade de promover ao leitor uma ampliação de seus universos linguístico e literário, além de permitir estabelecer diálogos com a história da cultura. Alguns autores destacam a importância da intertextualidade no processo de formação do leitor literário, seja ela por meio da correspondência entre o texto e as ilustrações que o acompanham, seja por meio da relação com outros textos, de outros gêneros ou linguagens diversas. De forma semelhante, a interdisciplinaridade tem campo fértil na literatura, já que esta pode ser o suporte de diversas manifestações e expressões culturais. O livro Um belo dia…, de Guilherme Semionato, apresenta uma diversidade de possibilidades de leitura e ampliação de conhecimentos e de caminhos a serem explorados. Embarque nessa viagem!

Revisitando lugares conhecidos Há muito tempo, a arte de contar histórias faz parte da comunicação humana. Por meio delas, conhecemos e nos damos a conhecer, ampliamos nosso vocabulário e nosso repertório acerca do mundo. Como bem afirma o oficial do Departamento de Imigração em Um belo dia…: “As histórias começam e vivem dentro de você.” (p. 36). Então, que tal incentivar os estudantes a buscar em si histórias para contar? Em Um belo dia…, é narrado o nascimento de uma amizade. Sugira à turma a escrita de um relato pessoal contando o início de uma amizade. Para isso, apresente a eles as principais características de um relato pessoal: uma modalidade textual que apresenta uma narração sobre um fato ou acontecimento marcante da vida de uma pessoa e que deixa transparecer as emoções e os sentimentos expressos pelo narrador. Esse relato pode 17


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ser escrito ou oral e é sempre contado em primeira pessoa. Em geral, um relato apresenta a seguinte estrutura: título, tema (sobre o que o relato será), introdução, desenvolvimento e desfecho. Um exemplo de relato pessoal, tanto escrito, quanto falado, pode ser encontrado em: https://www.todamateria.com.br/ relato-pessoal/. Acesso em: 20 set. 2021. No livro Histórias de antigamente, de Patricia Auerbach, também podemos encontrar bons exemplos de relatos. De forma descontraída, a autora narra suas lembranças de histórias de família e o contato desses familiares com objetos novos, corriqueiros para nós, como geladeira, televisão, telefone etc., mas que eram novidade na época. Depois de explicar sobre esse gênero textual e apresentar alguns relatos à turma, incentive os estudantes a produzir seus próprios relatos pessoais, de preferência sobre histórias de amizade. Oriente-os para planejar sua escrita, começando por uma lista com as informações que querem contar e passando para o rascunho com a primeira versão do relato. Feito o rascunho, proponha a divisão da turma em trios ou quartetos e peça que troquem os rascunhos entre si, de modo que um leia o texto de outro, em voz alta, para o terceiro colega, e assim por diante. O colega que ouviu deve propor melhorias no texto e assinalar trechos não muito claros. Depois, o texto pode ser trocado novamente, para que cada um faça uma leitura silenciosa do texto do colega, observando aspectos linguísticos e gramaticais como ortografia, concordância verbal e nominal, pontuação etc. Realize a mediação desse momento, acompanhando a revisão e tirando dúvidas quando necessário. Após essa etapa, cada estudante poderá criar a versão final de seu relato. Para finalizar, sugira a exposição dos relatos à turma ou à comunidade escolar, na forma de coletânea de textos publicados em plataformas virtuais, por meio de exposições orais ou em murais para consulta. Avalie, ainda, a viabilidade de produzir um blog ou vlog com episódios dos relatos produzidos. Neste caso, apresente aos estudantes algum episódio das radionovelas para


inspirá-los. Um pequeno trecho de Em busca da felicidade, primeira radionovela brasileira, pode ser conferido em: https://youtu.be/2Gikg1mLGaU. Acesso em: 21 set. 2021. Para isso, é preciso explorar e aprofundar a linguagem desse tipo de comunicação, além de planejar momentos para a roteirização, produção e edição do material produzido, antes de sua publicação. Esse conteúdo contempla as seguintes habilidades descritas na BNCC para o componente curricular Língua Portuguesa: EF05LP18, EF05LP26, EF05LP27, EF35LP07, EF35LP20, EF15LP03, EF15LP05, EF15LP06, EF15LP07, EF15LP09, EF15LP10, EF15LP11, EF15LP12 e EF15LP13.

Viagens por terra, céu e mar... Uma obra rica como Um belo dia…, de Guilherme Semionato, traz muitas possibilidades de abordagem, inclusive com o uso da interdisciplinaridade, que permite agregar e ampliar conhecimentos de diversas áreas para enriquecer ainda mais os trabalhos e as produções dos estudantes. Aproveitando a pesquisa realizada durante a etapa de Pré-leitura, que explorou a localização, língua, número de habitantes etc. das cidades do Rio de Janeiro, Moscou e Cidade do Cabo, bem como os conhecimentos obtidos durante a fase de Leitura, proponha aos estudantes uma pesquisa em livros ou em sites da internet sobre a distância real entre esses locais (ou seja, a distância em quilômetros se fossemos traçar uma linha entre uma cidade e outra), o tempo de viagem necessário para ir de uma até a outra (ou seja, do Rio de Janeiro para Moscou, do Rio de Janeiro para a Cidade do Cabo e de Moscou para a Cidade do Cabo) e os diferentes meios de transporte que poderiam ser utilizados. Retome também as informações étnico-culturais adquiridas e explore com eles as diferenças entre as culturas, as populações e as situações financeiras de cada cidade. Para essa proposta de atividade, recomendamos realizar um trabalho que envolva as disciplinas de Geografia e Matemática. Expanda a pesquisa para incluir as temperaturas médias enfrentadas nas diferentes estações do ano em cada cidade. Entre outras possibilidades, você pode propor perguntas como: Onde faz mais frio? E mais calor? Quando é inverno na Cidade do Cabo, que estação ocorre no Rio de Janeiro? Por que o verão no Rio é mais quente do que o verão em Moscou? Uma forma muito interessante de abordar as estações do ano, dessa vez aproveitando a conexão com a disciplina de Ciências, é pesquisar sobre o sistema solar (afinal, o Sol teve papel importante na história). Retome como, ao longo da história de Pedro e João, o Sol menciona atrasar sua saída ou permanência no céu, estar em um local e 19


Veridiana Scarpelli

depois em outro etc. Resgate essas passagens e provoque os estudantes a responder se isso é possível e como poderiam explicar essa relação. Em seguida, peça que pesquisem sobre a configuração dos planetas e astros dentro do sistema solar, distâncias entre o Sol e cada planeta etc. Você pode consultar sites confiáveis para esse trabalho, como https:// escola.britannica.com.br/artigo/Sistema-Solar/482537, https://brasilescola.uol. com.br/geografia/sistema-solar.htm. Acessos em: 21 set. 2021. Além desses sites e de diferentes livros, também é possível visualizar vídeos com animações disponíveis em plataformas virtuais, como: “O sistema solar em 3D para crianças”. Disponível em: https://youtu.be/-oie4EFLs_0. Acesso em: 21 set. 2021. Outro vídeo interessante sobre o tema é “De onde vem o dia e a noite?”. Disponível em: https://youtu.be/Nux_3PVdo9U. Acesso em: 21 set. 2021. Após a pesquisa sobre o sistema solar, proponha a montagem coletiva de uma maquete, com todos os estudantes participando dessa construção. Há opções de produzi-la utilizando diferentes materiais. Veja algumas sugestões no link https://via carreira.com/maquete-do-sistema-solar/. Acesso em: 21 set. 2021. Com o sistema solar montado, traga uma lanterna para simular a luz do Sol no planeta Terra (e outros planetas), possibilitando que os estudantes visualizem de forma bem concreta como funciona a formação do dia e da noite e como a distância entre o Sol e um país, por exemplo, pode determinar as estações do ano, além de determinar onde é mais quente e onde é mais frio, independentemente do mês ou estação. Criem juntos roteiros para orientar essas pesquisas, incluindo as diferentes etapas e informações a serem encontradas (cidades, temperaturas, estações do ano, sistema solar). Sugira algumas fontes de pesquisa confiáveis, como os sites da Fiocruz, Mundo Educação e Escola Britannica, disponíveis em: http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/infantil/ estacoes-ano.htm, https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/as-estacoes-ano.htm, https://escola.britannica.com.br/artigo/Terra/481186#287724. Acessos em: 21 set. 2021. Sempre que possível, envolva os familiares, cuidadores ou responsáveis, enviando cartas explicativas com dicas de como pesquisar em sites ou outras fontes confiáveis e ressaltando a importância de incentivar a autonomia da criança, não realizando a pesquisa por ela (BRASIL, 2019a). Esse conteúdo contempla as seguintes habilidades descritas na BNCC para os componentes curriculares Ciências, Geografia, Língua Portuguesa e Matemática: EF04CI11, EF05CI11, EF05GE02, EF35LP05, EF35LP17, EF35LP20, EF15LP03, EF15LP09, EF15LP10, EF04MA16, EF04MA23 e EF05MA14. 20


Viagens ao coração Trabalhar com os sentimentos é importante para a constituição do sujeito. Saber identificar e nomear aquilo que se sente não é tarefa fácil: frustração, raiva, desânimo, saudade, tristeza, alegria, empolgação. São muitas as emoções e maneiras de expressá-las. A partir da experiência de João e Pedro na obra Um belo dia..., converse sobre os vários sentimentos expressos por Guilherme Semionato através de palavras ou por Veridiana Scarpelli através das imagens. Primeiramente, proponha aos estudantes uma retomada dessas emoções, com seleção de passagens apropriadas para exemplificá-las. Isso pode ser realizado em sala de aula, de forma coletiva. Anote na lousa as passagens e/ ou as indicações de páginas. Em seguida, peça aos estudantes que se coloquem no lugar dos meninos e imaginem como se sentiriam em cada uma dessas situações. Dê voz e acolhida a essas falas. Algumas crianças têm dificuldade de expressar aquilo que sentem, então um pouco de mediação pode ser necessário, mas não force ninguém a participar se não se sentirem confortáveis com isso. Ao final, retome a passagem que fala sobre o detector de sentimentos negativos e sugira que cada estudante passe por ela, de forma metafórica. Simule que a porta da sala de aula, por exemplo, é a passagem pela máquina e peça a todos que escolham um sentimento negativo para deixar do lado de fora. Oriente que, um a um, passem pela porta, e aqueles que se sentirem à vontade digam qual sentimento negativo estão deixando para trás. Outra abordagem que pode ser explorada é a resolução de conflitos. Prepare cartões com descrições de situações cotidianas vividas pela turma, começando com a frase: “Como me sinto quando...” A seguir, alguns exemplos de situações que podem ser usadas: ...um colega ou uma colega não quer brincar comigo na hora do recreio? •• ...um colega ou uma colega conta um segredo meu a outra pessoa? •• ...acontece um desentendimento (discussão) com um colega ou uma colega? •• ...mexem no meu material sem permissão e algo desaparece? •• Escreva essas ou crie outras situações nos cartões. Dobre cada cartão e coloque todos juntos em uma caixa ou saquinho. Deixe que cada estudante ou dupla de estudantes sorteie uma situação e reflita sobre como se sente quando algo parecido acontece. Promova uma conversa coletiva para discutir as situações sorteadas e, juntos, tentem pensar em maneiras de ajudar os colegas a se sentirem melhor ou resolverem essas situações de conflito. Dê oportunidade para que outros assuntos surjam, pois falar sobre 21


conflitos e sobre as emoções associadas a cada situação pode abrir caminhos para que outras situações sejam discutidas e abordadas. Esse conteúdo contempla as seguintes habilidades descritas na BNCC para o componente curricular Língua Portuguesa: EF15LP09, EF15LP10, EF15LP11, EF15LP12 e EF15LP13.

Viagens em gestos e imagens Assim como os alunos vivenciaram ao explorar as imagens do livro antes de ler o texto, há várias formas de expressão que vão além da palavra escrita ou falada. As imagens também comunicam, assim como os gestos: um olhar acolhedor e empático, um abraço, o estender de uma mão, um encolher-se. Uma proposta bastante rica para explorar outras linguagens é sugerir aos estudantes que escolham uma passagem, um sentimento ou uma situação presente na história de João e Pedro para representarem de outra maneira, por meio de uma imagem (desenho, colagem, composição), ou da construção de um objeto tridimensional (utilizando sucata ou modelagem, por exemplo) ou mesmo por um gesto. Essa atividade pode ser realizada de forma individual, em duplas ou até em grupos. Veja qual é a melhor abordagem para a sua turma. Comece conversando com a turma sobre o que poderiam expressar e a forma. Deixe que cada estudante/dupla/grupo selecione aquilo que prefere adaptar para outra linguagem. Dê tempo para que eles possam então planejar a realização da proposta: listando os materiais que serão necessários, criando um rascunho ou esquema do que pretendem realizar, ou descrevendo o gesto e a forma como será realizado. Providenciem os materiais necessários e adaptem outros. Ofereça tempo suficiente para a confecção dos trabalhos. Incentive-os a criar um título e uma legenda para suas produções, até as que envolvem gestos. Ao final, promova uma exposição dos trabalhos, que pode ser acompanhada de uma exposição oral. Neste caso, oriente-os a planejar por escrito o que pretendem falar, o tempo de fala e a adequação da linguagem à situação comunicativa. Esse conteúdo contempla as seguintes habilidades descritas na BNCC para o componente curricular

Veridiana Scarpelli

Língua Portuguesa: EF15LP09, EF15LP10, EF15LP11, EF15LP12 e EF15LP13. 22


Sugestões de conteúdos complementares As atividades elencadas neste material têm por objetivo auxiliá-lo em seu trabalho em sala de aula com a exploração do livro e de todos os conteúdos que ele evoca. As propostas são apenas sugestões e você pode ampliar sua formação por meio de outras leituras, filmes, documentários, músicas e manifestações artísticas e culturais que tenham relação direta ou indireta com os temas propostos pelo livro.

A FANTÁSTICA fábrica de chocolate. Direção: Tim Burton. Estados Unidos, Reino Unido, Austrália: Warner Bros, 2005. 1 vídeo (116 min). Willy Wonka é o excêntrico dono da maior fábrica de chocolates do mundo e está em busca de um herdeiro para sua fortuna. Ele decide lançar uma promoção, distribuindo cinco chocolates premiados com convites para uma visita à sua fábrica. A história, realista até esse momento, passa rapidamente para o fantástico quando os visitantes entram no local. A HISTÓRIA sem fim. Direção: Wolfgang Petersen. Alemanha, Estados Unidos: Warner Bros, 1984. 1 vídeo (94 min). Aventura mágica de um garoto que, através das páginas de um livro misterioso, entra em um reino mágico, cheio de perigos, desafios e descobertas.

Veridiana Scarpelli

PAN: viagem à terra do nunca. Direção: Joe Wright. Estados Unidos: Warner Bros, 2015. 1 vídeo (111 min). Peter tem 12 anos e vive em um orfanato desde bebê. Certa noite, ele e outras crianças são capturadas por um navio voador e levadas para a Terra do Nunca, um mundo fantástico habitado por piratas, guerreiros e fadas.

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Tim Burton Productions /Warnrer Bros.

Filmes


AUERBACH, Patricia. Histórias de antigamente. São Paulo: Companhia das Letras, 2015. De forma descontraída, a autora narra suas lembranças de histórias familiares, nos apresentando uma visão sobre os avanços tecnológicos (como geladeira, televisão, telefone) e a reação das pessoas que viveram nessas épocas de mudanças e sequer poderiam imaginar o que estaria por vir. COLOMER, Teresa. A formação do leitor literário: narrativa infantil e juvenil. São Paulo: Global, 2003. Fruto de uma pesquisa realizada na Espanha, o livro contém informações históricas e elementos importantes para análise e compreensão da produção editorial destinada à infância e à juventude. DISCINI, Norma. Intertextualidade e conto maravilhoso. São Paulo: Humanitas, 2004. Essa obra mostra formas de ler um texto da expressão com o conteúdo; do enunciado com a enunciação; do eu com o outro. A intertextualidade é examinada em diversos ângulos, ao ser reconstruído o sentido em variantes intertextuais do conto maravilhoso Chapeuzinho Vermelho, de Charles Perrault. Depreende-se, assim, uma nova maneira de ler paródias, paráfrases, estilizações e polêmicas. KOCH, Ingedore G. V. et al. Intertextualidade: diálogos possíveis. São Paulo: Cortez, 2012. A intertextualidade constitui um dos temas a cujo estudo se têm dedicado tanto a Linguística Textual, como uma série de outras disciplinas. Esse livro tem como principal objetivo analisar essa necessária presença do outro naquilo que dizemos (escrevemos) ou ouvimos (lemos). LAJOLO, Marisa. Do mundo da leitura para a leitura do mundo. São Paulo: Ática, 2000. Marisa Lajolo realiza uma reflexão abrangente e profunda sobre a leitura na escola e suas implicações na realidade cultural brasileira, analisando os pressupostos e equívocos da prática da leitura na escola.

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Companhia das Letrinhas

Livros


TAN, Shaun. Contos de lugares distantes. São Paulo: Cosac Naify, 2012. O livro traz 15 contos, histórias curtas e inteligentes que misturam o real e o fantástico. A premissa envolve pessoas normais e acontecimentos surreais: como cada um reagiria? ZILBERMAN, Regina; SILVA, Ezequiel T. da (org.). Leitura: perspectivas interdisciplinares. São Paulo: Ática, 1988. Apresenta textos que analisam a leitura sob uma perspectiva interdisciplinar e advogam o papel da leitura de cunho transformador e descoberta da função social e política da leitura.

Referências BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Base Nacional Curricular Comum (BNCC): educação é a base. Brasília, DF: Ministério da Educação, 2018. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/. Acesso em: 5 out. 2021. BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Alfabetização. Política Nacional de Alfabetização (PNA). Brasília, DF: Ministério da Educação; Sealf, 2019a. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/images/banners/caderno_pna_final.pdf. Acesso em: 4 out. 2021. BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Alfabetização. Conta pra mim: guia de literacia familiar. Brasília, DF: Ministério da Educação; Sealf, 2019b. Disponível em: http:// alfabetizacao.mec.gov.br/contapramim. Acesso em: 1 set. 2021. COLOMER, Teresa. A formação do leitor literário: narrativa infantil e juvenil. São Paulo: Global, 2003. LAJOLO, Marisa. Do mundo da leitura para a leitura do mundo. São Paulo: Ática, 2000. LEITURA. In: MICHAELIS: moderno dicionário da língua portuguesa. São Paulo: Melhoramentos, 2020. Online. Disponível em: https://michaelis.uol.com.br/modernoportugues/busca/portugues-brasileiro/leitura/. Acesso em: 4 out. 2021. ZILBERMAN, Regina; SILVA, Ezequiel T. da (org.). Leitura: perspectivas interdisciplinares. São Paulo: Ática, 1988.

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