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Um sopro de saudade
“Maria leia este livro com cuidado e faça de Carmen uma criança sã e forte como o nosso grande amor.” João Netto
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CRÔNICAS DO
CORAÇÃO •
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Sócia correspondente da Academia Montesclarense de Letras e da Academia Feminina de Montes Claros. É cronista do Jornal de Notícias e suas crônicas são postadas no site montesclaros.com.
CAPA_Cronicas do coracao_141113_Tales.indd 1
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CRÔNICAS DO CORAÇÃO
Iano Salomão de Campos é poeta e Carmen Netto Victória , médico, cearense/mineiro e tricolor. filhaodeprimeiro João de Freitas Netto Foi vencedor do Concurso deAparecida Poesias Augusto dos Anjos, e Maria Dias Netto, além deem terMontes sido premiado nasceu Claros. no Concurso Nacional de poesia médica, Alfabetizada no Instituto Dom organizado Associação Médica Bosco. Fez opela curso de Formação Brasileira, entre outros. É pai de cinde Professor e Técnico em co filhos e avô de quatro netos. Contabilidade. Em 1977, concluiu o Curso de Pedagogia na Fundação Educacional do Vale do Jequitinhonha, Faculdade de Filosofia e Letras de Diamantina.
C ARMEN NETTO VICTÓRIA
Por Veredas que tanto andei, Lugares que tanto amei, Retorno. Procuro o tempo perdido, Partido, Tempo vivido. Um dentro de mim, O outro a vida deu fim. Carmen Netto Victória
C ARMEN NETTO VICTÓRIA
Um sopro de saudade
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m um manifesto dizia eu que “saudosismo é para quem tem motivo de, e para o ter, seja na alegria, seja na tristeza’’ Creio que a frase acima tem tudo a ver com o que minha conterrânea montesclarense, a escritora Carmen Netto Victória, nos oferece no seu primeiro livro que ora temos a satisfação de poder lê-lo, pois nele ela nos transporta aos mais variados assuntos e termos, cujos personagens e recordações de alegria – e, por que não dizer, também de melancolia – nos fazem sentir que estamos vivendo aqueles momentos como se hoje fosse, devido à clareza de detalhes apresentados. Exemplo? A Fazenda das Quebradas dos saudosos Pedro Veloso e Arinha. Ou o “footing” da rua Quinze. Assuntos e personagens que, com certeza, a maioria dos seus leitores tiveram a oportunidade de deles participar ou que deles tomaram conhecimento. Dizem que “São tempos que não voltam mais”. Entretanto, Carmen Netto sabe, com maestria e sensibilidade, nos trazer uma leitura cheia de recordações e objetividade, que balançam nosso ego e a nossa alegria interior. O tempo pode não voltar, mas as lembranças permanecem através do tempo. Parabéns, Carmen. Continue, pois ficamos aguardando ansiosos outras obras que virão. Certamente. Reynaldo Velloso Souto
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C ARMEN NETTO VICTÓRIA •
CRÔNICAS DO
CORAÇÃO •
Um sopro de saudade
Copyright © 2014, D’ Plácido Editora Copyright © 2014, Carmen Netto Victória Editor Chefe
Plácido Arraes Produtor Editorial
Editora D’Plácido Av. Brasil, 1843 , Savassi Belo Horizonte - MG Tel.: 3261 2801 CEP 30140-002
Tales Leon de Marco Capa e projeto gráfico
Tales Leon de Marco
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida, por quaisquer meios, sem a autorização prévia da D`Plácido Editora.
Catalogação na Publicação (CIP) Ficha catalográfica Victória, Carmen Netto. Crônicas do Coração: Um sopro de saudade - - Belo Horizonte : Editora D’Plácido, 2014. ISBN: 978-85-67020-65-5 1. Literatura 2. Crônicas brasileiras I. Carmen Netto Victória II. Título CDU82:1
CDD B869.1
‘’Minha gratidão, à existência, o viver com intensidade. – Valorizá-la, reinventá-la.’’ Frei Cláudio Van Balen
Ao meu sobrinho Edmundo Antônio (Tone) o primeiro a acreditar em meu potencial na arte de escrever, abrindo-me uma porta que eu julgava não conseguir abrir. Aos meus inesquecíveis avós maternos e paternos Edmundo Cândido Dias Marieta Fernandes Dias Antônio de Freitas Netto Ambrosina Martins Pereira Netto. Aos meus pais: Raízes a que retorno sempre e que me conduziram ao fascinante mundo das letras: João de Freitas Netto Maria Aparecida Dias Netto. A Hiram Companheiro de caminhada, Meu agradecimento pelo apoio e estímulo. Aos filhos amados Andrei, Ivana, Júnia Aos genros Luciano Murta e Evanguedes Kalapothakis A nora Carmelina Fuchs Aos meus netos, Andrei, Samantha e Yan Alegria de minha vida. Aos queridos irmãos – abrigo de amor em minha vida. Edmundo Antônio – in memoriam Branca e Paulo.
ӰӰApresentação
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ӰӰPrefácio
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ӰӰAs receitas de mamãe
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ӰӰTrem de Ferro
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ӰӰA Casa das lembranças presentes: minha avó Marieta Fernandes Dias
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ӰӰVovô Mundinho – Edmundo Cândido Dias
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ӰӰA Fazenda das Quebradas
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ӰӰMeus pais – João de Freitas Netto e Maria Aparecida Dias Netto
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ӰӰFestas de Agosto
37
ӰӰBar do Norte
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ӰӰAnos Dourados
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ӰӰFeliz Aniversário!
44
ӰӰDeclaração de amor a Montes Claros
46
ӰӰA Festa do Senhor do Bonfim
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ӰӰAqueles cinemas e seus filmes maravilhosos
51
ӰӰMemórias Gorutubanas I – A mudança
54
ӰӰMemórias Gorutubanas II – Vida em Janaúba
57
ӰӰMemórias Gorutubanas III – Costumes e vivências
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ӰӰLucy Veloso
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ӰӰO Casamento de Lucizinha e Dedeto Prates
66
ӰӰMemória olfativa de Montes Claros
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ӰӰCoroação de Nossa Senhora
71
ӰӰManoel Quatrocentos
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ӰӰDo Café Galo ao Café de Flore com escala no Les Deux Magots
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ӰӰRua da Fábrica, hoje Cel. Prates: a rua da minha infância.
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ӰӰUma lady montes-clarense
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ӰӰReminiscências
81
ӰӰDr. Aroldo Tourinho
84
ӰӰO Jardim de D. Zizinha Quadros
87
ӰӰ“Confete, pedacinho colorido de saudade”
89
ӰӰClube Montes Claros
91
ӰӰInstituto Dom Bosco
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ӰӰPharmácia com PH
98
ӰӰ“Torna a Diamantina”
100
ӰӰPreparativos para o Baile da Primavera
102
ӰӰPiqueniques
105
ӰӰMontes Claros Tênis Clube
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ӰӰNos tempos da Rua 15...
109
ӰӰUm homem de Deus
112
ӰӰNaqueles bairros afastados...
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ӰӰMaria Vasconcelos Câmara – Lica, uma mulher à frente do seu tempo 118 ӰӰA Morada da Felicidade
122
ӰӰCaleidoscópio de uma cidade
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ӰӰVovó Zininha
129
ӰӰRelembrando os Natais da Infância
133
ӰӰA Casa
137
ӰӰRua Presidente Vargas – onde nasci e vivi
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ӰӰQuintais mágicos
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Apresentação
Raízes •
“À noite elaboramos nossa essência (que importa se esvanece na alvorada?) uma ânsia de fantástica existência de oníricos fermentos insuflada. A noite é quem recolhe essa mais fluida secreção da alma: o sonho. Ou, antes a alma em movimento, o ser que, sendo, cuida de fazer-se, recriar-se em louro e palma. Alma, sonho. O criador sendo criatura como argila que o próprio sopro anima! Vive-se o dia para a noite escura que do clarão do sonho se ilumina. Pois o que somos sob o sol? – Raízes De inda inconcretas florações felizes.” Anderson Braga Horta A poesia de Anderson Braga Horta me transportou ao livro “Crônicas do Coração, um sopro de saudade”, de Carmen Netto Victória, cronista já consagrada pelo público, principalmente, o público de Montes Claros, sua cidade natal, em que viveu sua infância, adolescência, parte de sua mocidade e obviamente plantou suas raízes. O tempo é continuo, sem intervalos, e da sua interação com Montes Claros, com o seu povo, suas narrativas brotam com força poética e com profundidade 13
observacional, que muitas vezes se transformam em poesia, levando o leitor a um mundo mágico. Toda sua contextura de cunho memorialista lembra-nos Marcel Proust: “Para quem ama, não será a ausência a mais certa, mais eficaz, a mais intensa, a mais indestrutível, a mais fiel das presenças?’’ Memorialista, a autora, como revela na crônica “A Fazenda das Quebradas”, declara que não tem a menor pretensão de seguir a trilha dos grandes memorialistas, mas não abre mão de evocar suas mais belas lembranças. Cito, aqui, Marcel Proust: “Mais vale sonharmos a nossa vida do que, vivê-la, embora vivê-la seja também sonhar”. Traçando as linhas figurativas da contextualização, a primeira tem sua origem na participação da alma da cronista naquilo que os românticos alemães denominam “Volksgeist”, espírito do povo. Carmen Netto Victória é um exemplar autêntico. Suas crônicas expressam as profundas vivências do povo mineiro, vivências subordinadas à cultura que os séculos estruturaram em Minas Gerais. Em outras palavras, as crônicas de Carmen são populares, não populistas. A segunda linha é traçada pela tradição histórica da qual não são somente os montes-clarenses, são também os mineiros, brasileiros, beneficiários de sua produção literária, que passa para o leitor a verdade da intemporalidade da criação poética. Carmen é a cronista de seu tempo, para o qual confluem os tempos pretéritos naquilo que são conhecidos ou naquilo em que perduram, como presença ou resíduos reais, imaginários ou fantásticos, o que faz do seu tempo presente, ipso facto, uma realidade, uma imaginação, uma fantasia lançada no futuro. Há outro nível, bastante singular, que serve de substrato à tessitura literária do livro de Carmen: é a verve sutil que anima, do começo ao fim, a sua prosa. Suas crônicas perdem qualquer ar de solenidade ou de gravidade para assumir traços surpreendentemente espontâneos, que levam o leitor a ler e relê-las. Sua vivência no magistério, sua sensível e rica experiência de vida constituem mais um ângulo de encantamento na leitura de seu livro. Heloisa Aquino Netto de Castro
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Prefácio
Querida Carmen •
O que a escrita escreve para o escritor, esse escrevedor que insiste em dizer da essência daquilo que não cessa jamais de se inscrever? Eis o que, ao correr com meus olhos as letras que envolvem e decidem pelo corpo de seu texto, me interrogo??? Leio, releio, volto mais uma vez me deixando embriagar por cada recanto dessa bela Montes Claros. Sinto o cheiro da dama-da-noite, do jasmim e do manacá.Vejo a velha palmeira, e sinto a sua dor, querida Carmen, quando do seu corte parecendo que ali um brilho se perdeu, mas logo o coração aquece ao retornar a lembrança dos clubes e cinemas, ou os beijos roubados iluminam o coração e aquecem a alma. Eis novamente surpresa com o encontro com vovó Zininha através do perfume do sabonete Eucalol.Você e a avó! e hoje a avó e seus netos. Que encantamento, penso eu, lembrando-me que você abre seu espaço para recebê-los... “Para ela o amor não era um substantivo abstrato, era concreto”. Parece, querida Carmen, que você herdou isso dela. Será por que? Porque és mineira? E por isso gostas do concreto. É você quem diz: “Mineiro é bicho esquisito, adora trem de ferro”. Quer coisa mais abstrata e ao mesmo tempo mais concreta? Você abre o seu coração para bem receber, abre essa maravilha de tecido para deleite dos que como eu tiveram esse prazer. Vá em frente! Cristina Moura
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CRÔNICAS DO
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Sócia correspondente da Academia Montesclarense de Letras e da Academia Feminina de Montes Claros. É cronista do Jornal de Notícias e suas crônicas são postadas no site montesclaros.com.
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CRÔNICAS DO CORAÇÃO
Iano Salomão de Campos é poeta e Carmen Netto Victória , médico, cearense/mineiro e tricolor. filhaodeprimeiro João de Freitas Netto Foi vencedor do Concurso deAparecida Poesias Augusto dos Anjos, e Maria Dias Netto, além deem terMontes sido premiado nasceu Claros. no Concurso Nacional de poesia médica, Alfabetizada no Instituto Dom organizado Associação Médica Bosco. Fez opela curso de Formação Brasileira, entre outros. É pai de cinde Professor e Técnico em co filhos e avô de quatro netos. Contabilidade. Em 1977, concluiu o Curso de Pedagogia na Fundação Educacional do Vale do Jequitinhonha, Faculdade de Filosofia e Letras de Diamantina.
C ARMEN NETTO VICTÓRIA
Por Veredas que tanto andei, Lugares que tanto amei, Retorno. Procuro o tempo perdido, Partido, Tempo vivido. Um dentro de mim, O outro a vida deu fim. Carmen Netto Victória
C ARMEN NETTO VICTÓRIA
Um sopro de saudade
E
m um manifesto dizia eu que “saudosismo é para quem tem motivo de, e para o ter, seja na alegria, seja na tristeza’’ Creio que a frase acima tem tudo a ver com o que minha conterrânea montesclarense, a escritora Carmen Netto Victória, nos oferece no seu primeiro livro que ora temos a satisfação de poder lê-lo, pois nele ela nos transporta aos mais variados assuntos e termos, cujos personagens e recordações de alegria – e, por que não dizer, também de melancolia – nos fazem sentir que estamos vivendo aqueles momentos como se hoje fosse, devido à clareza de detalhes apresentados. Exemplo? A Fazenda das Quebradas dos saudosos Pedro Veloso e Arinha. Ou o “footing” da rua Quinze. Assuntos e personagens que, com certeza, a maioria dos seus leitores tiveram a oportunidade de deles participar ou que deles tomaram conhecimento. Dizem que “São tempos que não voltam mais”. Entretanto, Carmen Netto sabe, com maestria e sensibilidade, nos trazer uma leitura cheia de recordações e objetividade, que balançam nosso ego e a nossa alegria interior. O tempo pode não voltar, mas as lembranças permanecem através do tempo. Parabéns, Carmen. Continue, pois ficamos aguardando ansiosos outras obras que virão. Certamente. Reynaldo Velloso Souto
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