Posso S a b e r se sou Sa l v o ?
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CrUCiaiS N o.
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Posso S a b e r se s o u Salv o ?
R .C. Sproul
Posso Saber se Sou Salvo? Traduzido do original em inglês Can I Be Sure I am Saved?, por R. C. Sproul Copyright © 1983, 1999, 2009 by R. C. Sproul
Publicado por Reformation Trust Publishing a division of Ligonier Ministries 400 Technology Park, Lake Mary, FL 32746 Copyright©2011 Editora FIEL. 1ª Edição em Português 2013
Todos os direitos em língua portuguesa reservados por Editora Fiel da Missão Evangélica Literária Proibida a reprodução deste livro por quaisquer meios, sem a permissão escrita dos editores, salvo em breves citações, com indicação da fonte.
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Presidente: James Richard Denham III. Presidente emérito: James Richard Denham Jr. Editor: Tiago J. Santos Filho Tradução: Francisco Wellington Ferreira Revisão: Elaine Regina O. Santos Diagramação: Rubner Durais Capa: Gearbox Studios ISBN: 978-85-8132-126-4
Sumário Um – A Luta por Segurança................................................... 7 Dois – Quatro Tipos de Pessoas............................................ 21 Três – A Falsa Segurança..................................................... 35 Quatro – Obtendo a Verdadeira Segurança........................ 49 Cinco – A Fonte da Plena Segurança................................... 59
Capítulo Um
A Luta por Segurança
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á uma passagem no Novo Testamento que creio ser uma das mais amedrontadoras em toda a Bíblia. Procede dos lábios de Jesus no final do Sermão do Monte. Tendemos a pensar no Sermão do Monte como uma proclamação positiva feita por nosso Senhor. Afinal de contas, foi no Sermão do Monte que ele proferiu as bem -aventuranças: “Bem-aventurados os humildes de espírito... Bem-aventurados os que choram... Bem-aventurados os mansos...” e assim por diante (Mt 5.3-12). Por causa
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do Sermão do Monte, Jesus tem uma reputação de pregador que enfatiza o positivo e não o negativo. No entanto, ignoramos frequentemente o clímax deste sermão, no qual Jesus diz: Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos, naquele dia, hão de dizer-me: Senhor, Senhor! Porventura, não temos nós profetizado em teu nome, e em teu nome não expelimos dem nios, e em teu nome não fizemos muitos milagres? Então, lhes direi explicitamente: nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniquidade (Mt 7.21-23).
Nestas palavras, Jesus nos dá uma visão antecipada do julgamento final. Ele diz que pessoas se dirigirão a ele chamando-o pelo título de “Senhor”. Dirão a Jesus: “Senhor, fizemos coisas maravilhosas em teu nome. Nós te servimos, pregamos em teu nome, expelimos dem nios; fizemos todas estas coisas”. Jesus diz: “Eu me voltarei para essas pessoas e direi: apartai-vos de mim”. Ele não dirá apenas: “Eu não vos conheço”, e sim: “Eu nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniquidade”. 8
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O que é especialmente inquietante nesta terrível advertência é o fato de que Jesus começa dizendo: “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus”. Depois, ele repete isso, dizendo: “Naquele dia, hão de dizer-me: Senhor, Senhor!” “Se n h o r , Se n h o r !” Há somente quinze ocorrências, em toda a Escritura, em que alguém é tratado pela repetição de seu nome. Mencionarei algumas: • No monte Moriá, Abraão estava prestes a fincar o cutelo no peito de seu filho, Isaque, mas Deus interveio no último segundo, falando-lhe por meio do anjo do Senhor: “Abraão! Abraão!... Não estendas a mão sobre o rapaz” (Gn 22.11-12). • Jacó estava com medo de descer ao Egito, e Deus veio para renovar-lhe a confiança, dizendo: “Jacó! Jacó!” (Gn 46.2). • No monte Horebe, da sarça ardente Deus falou a Moisés, dizendo: “Moisés! Moisés!” (Êx 3.4). • Deus chamou o jovem Samuel no meio da noite, dizendo: “Samuel, Samuel!” (1 Sm 3.10). 9
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• Jesus, quando repreendeu Marta, em Betânia, lhe disse: “Marta! Marta!” (Lc 10.41). • Jesus lamentou pela cidade de Jerusalém e clamou: “Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os que te foram enviados! Quantas vezes quis eu reunir teus filhos como a galinha ajunta os do seu próprio ninho debaixo das asas, e vós não o quisestes!” (Lc 13.34). • Pedro disse que seria forte em todas as circunstâncias, e Jesus replicou: “Simão, Simão, eis que Satanás vos reclamou para vos peneirar como trigo!” (Lc 22.31). • Jesus confrontou Saulo na estrada para Damasco, dizendo: “Saulo, Saulo, por que me persegues?” (At 9.4). • Talvez o exemplo mais comovente desta repetição nas Escrituras seja o clamor de Jesus, na cruz: “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” (Mt 27.46). Esta estrutura gramatical rara tem importância na língua hebraica. Quando alguém repete esta forma de tratamento pessoal, ela sugere e transmite a ideia de um relacionamento pessoal com aquele a quem se está dirigindo. Portanto, Jesus diz nesta passagem do Sermão do Monte que, no último dia, as pessoas não somente se chegarão a ele e dirão: “Senhor, pertencemos a ti, somos teus”, mas também se dirigirão a ele em termos de inti10
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midade pessoal. Elas dirão: “Senhor, Senhor” como se o conhecessem de maneira profunda e pessoal. Mas, apesar desta suposição de um relacionamento íntimo, Jesus lhes dirá: “Apartai-vos de mim, os que praticais a iniquidade”. Jesus está dizendo que há muitas pessoas que professam ser cristãos, que usam o nome de Cristo e o chamam por seu elevado título de “Senhor”, mas não estão realmente no reino de Deus. Não pertencem a ele e não serão capazes de subsistir no julgamento final. O aspecto apavorante disto é que estas pessoas não estão à margem da igreja. Pelo contrário, elas estão imergidas na vida da igreja, envolvidas intensamente no ministério e, talvez, tenham a reputação de serem cristãos professos. Mas Jesus não as conhece e as banirá de sua presença. Apresento este fato no início deste livro porque, quando fazemos uma profissão de fé como cristãos, temos de fazer a nós mesmos esta pergunta: como sabemos que não estaremos neste grupo de pessoas no julgamento final, esperando entrada no reino e dirigindo-nos a Jesus com termos íntimos, somente para sermos lançados fora? Como sabemos que a nossa confiança de que vivemos num estado de graça não descansa na coisa errada? Como sabemos que não temos enganado a nós mesmos? Como podemos ter certeza de que somos salvos? 11
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Uma D o u t r in a C o nt r o v er s a Durante séculos, a questão da segurança de salvação tem despertado controvérsia na igreja. Muitas igrejas têm chegado ao ponto de questionar se esta segurança é realmente atingível. Por exemplo, no Concílio de Trento, no século XVI, a Igreja Católica Romana negou que seja possível alguém ter segurança de salvação, exceto em circunstâncias raras. Roma foi além e ensinou que as únicas pessoas que podem atingir a segurança de salvação nesta vida são aqueles santos excepcionais a quem Deus outorga uma revelação especial quanto ao seu status diante dele. Entretanto, o membro normal da igreja não pode esperar ter certeza de salvação. Roma afirma que, em última análise, a maioria das “seguranças” se baseiam em conjectura, opinião e ideias que procedem do coração de pessoas que a Bíblia define como profundamente alicerçadas em engano. As Escrituras nos dizem que o coração é enganoso, mais do que todas as coisas (Jr 17.9); portanto, é fácil, diz Roma, enganarmos a nós mesmos e depositarmos em mera opinião a nossa confiança quanto ao estado de nossa alma. Consequentemente, a segurança de salvação não é possível sem algum ato especial de revelação. 12
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Não é somente a Igreja Católica Romana que nega a doutrina da segurança de salvação. Alguns protestantes creem que uma pessoa pode ter segurança de salvação hoje, mas não amanhã, porque aceitam a possibilidade de que uma pessoa que tem fé num momento possa cair em infidelidade e perder a sua salvação. Essa é a razão por que, historicamente, a doutrina da segurança de salvação tem estado intimamente ligada à doutrina da perseverança dos santos. Assim, enquanto Roma diz que não podemos realmente ter segurança de salvação, estes protestantes dizem que podemos ter segurança de salvação por um tempo limitado, mas não podemos saber qual será o nosso último estado. Depois, há a teologia reformada, minha própria persuasão teológica. Essa teologia ensina não somente que podemos saber hoje que estamos num estado de graça, mas também que podemos ter plena segurança de que estaremos nesse mesmo estado no tempo de nossa morte. A Pa r á b o l a d o Sem eado r Jesus trata do assunto de quem é e de quem não é genuinamente salvo em sua parábola do semeador: 13
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Naquele mesmo dia, saindo Jesus de casa, assentou-se à beira-mar; e grandes multidões se reuniram perto dele, de modo que entrou num barco e se assentou; e toda a multidão estava em pé na praia. E de muitas coisas lhes falou por parábolas e dizia: Eis que o semeador saiu a semear. E, ao semear, uma parte caiu à beira do caminho, e, vindo as aves, a comeram. Outra parte caiu em solo rochoso, onde a terra era pouca, e logo nasceu, visto não ser profunda a terra. Saindo, porém, o sol, a queimou; e, porque não tinha raiz, secou-se. Outra caiu entre os espinhos, e os espinhos cresceram e a sufocaram. Outra, enfim, caiu em boa terra e deu fruto: a cem, a sessenta e a trinta por um. Quem tem ouvidos [para ouvir], ouça (Mt 13.9).
É importante notarmos o contexto desta famosa parábola. Antes de ela ser proferida, alguém havia dito: “Tua mãe e teus irmãos estão lá fora e querem falar-te” (Mt 12.47). Mas Jesus respondeu: “Quem é minha mãe e quem são meus irmãos?” (v. 48). Depois, estendendo a mão para os seus discípulos, ele disse: “Eis minha mãe e meus irmãos. Porque qualquer que fizer a vontade de meu Pai celeste, esse é meu irmão, irmã e mãe” (vv. 49-50). Jesus disse que seu verdadeiro irmão é aquele que faz a 14
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vontade do Pai, e não aquele que apenas faz uma decisão de segui-lo. Devemos sempre ter em mente o fato de que ninguém forçou Judas a se tornar um discípulo. Judas escolheu seguir a Jesus; fez sua própria decisão de entrar na escola de Jesus e permaneceu com o Senhor durante seu ministério terreno, por três anos. Contudo, a Bíblia nos diz que Judas era um diabo (Jo 6.70). A realidade não é que Judas era genuinamente convertido, depois caiu da graça e se perdeu. Pelo contrário, embora tenha estado próximo de Jesus, ele nunca foi um homem convertido. Isso deve nos fazer parar e considerar o estado de nossa própria alma. Pouco depois no livro de Mateus, Jesus deu uma explicação de sua parábola do semeador. É uma das raras vezes, nos relatos dos evangelhos, em que temos uma explicação de uma parábola. A explicação é bastante útil, porque esta parábola difere do ensino normal dado na forma de parábolas. A maioria das parábolas tem apenas um ponto. É geralmente perigoso tornar as parábolas em alegorias, que tendem a conter significados simbólicos pulverizados na história. Mas a parábola do semeador se aproxima do nível de alegoria quando Jesus faz vários pontos de aplicação. 15
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Jesus começa sua explicação por dizer: “Atendei vós, pois, à parábola do semeador. A todos os que ouvem a palavra do reino e não a compreendem, vem o maligno e arrebata o que lhes foi semeado no coração. Este é o que foi semeado à beira do caminho” (Mt 13.18-19). O primeiro grupo sobre o qual ele fala é representado pela semente que caiu à beira do caminho. Na antiguidade, no tempo de plantar, primeiramente um lavrador semeava a sua semente, depois ele arava o solo. Mas qualquer semente que caísse na estrada ou no caminho não era revirada na terra. Permanecendo no caminho duro, não podia criar raízes e era devorada pelos pássaros. Jesus compara Satanás com os pássaros. Muitas pessoas são como esta semente. Ouvem a pregação do evangelho, mas ele não lhes causa nenhum impacto. Não cria raízes na vida delas. Jesus continua: “O que foi semeado em solo rochoso, esse é o que ouve a palavra e a recebe logo, com alegria; mas não tem raiz em si mesmo, sendo, antes, de pouca duração; em lhe chegando a angústia ou a perseguição por causa da palavra, logo se escandaliza” (vv. 20-21). Se você for a um culto de evangelização ou assistir a um desses cultos na televisão, talvez veja inúmeras pessoas indo à frente da igreja em resposta à chamada do evangelho. De fato, eu assisti a uma reportagem sobre uma grande cam16
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panha evangelística internacional em que, supostamente, milhões de pessoas fizeram decisões por Cristo. Quando ouvi aquilo, perguntei-me quantas daquelas decisões por Cristo eram verdadeiras conversões e quantas delas eram espúrias. Pessoas gostam do que ouvem nesses acontecimentos e podem ser induzidas emocionalmente a fazer uma decisão de seguir a Cristo. Todavia, um fato estabelecido é a realidade de que muitos daqueles que vêm à frente em cultos de evangelização logo abandonam todo o seu compromisso. A sua resposta impulsiva é, frequentemente, infundada. Não quero ser muito rude em minha reação aos relatórios sobre o sucesso dos eventos evangelísticos. Reconheço que todo ministério de evangelização enfrenta o problema de avaliar sua eficácia. As igrejas fazem isso, geralmente, por relatarem os números aos membros de sua congregação e informarem o quanto cresceram durante um período de tempo. Ministérios de evangelização fazem essa avaliação por meio de um relatório do número de pessoas que vieram à frente, levantaram a mão, assinaram um cartão de compromisso ou fizeram uma oração. Entretanto, como alguém avalia uma realidade espiritual? Todo aquele que tem se envolvido em evangelização sabe que não podemos ver o coração. Por isso, a melhor coisa que podemos fazer é contar os números de 17
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decisões que as pessoas fazem. Contudo, Jesus nos adverte sobre isso nesta parábola do semeador, quando ele diz que muitas pessoas ouvem com alegria o evangelho – mas não continuam na fé. O segundo tipo de semente cai no solo rochoso – um solo tão raso que a semente não pode lançar raízes, e logo o sol aparece, e as plantinhas começam a murchar. O resultado é que elas morrem e nunca produzem fruto. Jesus nos diz que essas pessoas retrocedem por causa de tribulações e perseguições que surgem inevitavelmente no caminho de fé. Explicando o terceiro tipo de semente, Jesus diz: “O que foi semeado entre os espinhos é o que ouve a palavra, porém os cuidados do mundo e a fascinação das riquezas sufocam a palavra, e fica infrutífera” (Mt 13.22). Esta semente representa uma categoria de pessoas que também ouvem e recebem a Palavra, mas que são dominadas pelos cuidados deste mundo. Como espinhos, os cuidados do mundo “sufocam a palavra”. Por último, Jesus diz: “O que foi semeado em boa terra é o que ouve a palavra e a compreende; este frutifica” (Mt 13.23a). É evidente que há muitos que respondem à mensagem do evangelho com alegria, mas, por fim, não permanecem na fé. Nem todo que ouve a Palavra de Deus é salvo, e isso 18
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também é verdadeiro a respeito de muitos que respondem inicialmente ao evangelho. Aqueles que são verdadeiramente salvos são aqueles que demonstram serem praticantes da Palavra. Quando a semente produz raízes e cresce, há frutos. A N e c e ssid a d e de F r ut o Ao pensar sobre o assunto de frutos, temos de lembrar que não somos salvos por nossas obras. Pelo contrário, somos justificados somente pela fé. Mas também lembramos que os grandes reformadores do século XVI, como Martinho Lutero, disseram que somos justificados somente pela fé, mas não por uma fé que existe sozinha. Este ponto de vista está em discordância com o esquema da Igreja Católica Romana, o qual sustenta que uma pessoa tem de ter fé para ser justificada, mas também precisa ter obras. Assim, o ponto de vista católico é que a fé acompanhada de obras equivale à justificação. Mas, no ponto de vista protestante, a fé equivale à justificação acompanhada de obras. Ponto de Vista Católico: Fé + Obras = Justificação Ponto de Vista Protestante: Fé = Justificação + Obras 19
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No conceito protestante, as obras são uma consequência, uma manifestação do estado de graça em que estamos; portanto, elas não acrescentam nada à justificação. As únicas obras de justiça que servem para justificar um pecador são as obras de Cristo. Então, quando dizemos que somos justificados somente pela fé, estamos dizendo que somos justificados somente por Cristo, por suas obras; nossas obras não são levadas em conta para a nossa justificação. Alguns dirão: “Acho que isso significa que eu não tenho de produzir frutos. Não tenho de demonstrar qualquer manifestação de justiça porque sou salvo pela fé”. Mas lembre que a fé justificadora, como Tiago diz em sua epístola (Tg 2.26) e como Lutero argumentou, não é uma fé morta: ela é uma fides viva, uma fé viva, uma fé vital. A fé verdadeira que nos une a Cristo sempre se manifesta em obras, e, se não há obras no lado direito da equação, isso nos diz que não há fé no lado esquerdo da equação. Infelizmente, se não há fé no lado esquerdo da equação, não há justificação no lado direito da equação. Portanto, a fé nos une a Cristo, e, se a nossa fé é autêntica, não diremos no último dia: “Senhor, Senhor”, apenas para ouvi-lo chamar-nos pessoas de iniquidade. Não, teremos frutos que demonstram que nossa fé é genuína. 20
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A quantidade de fruto que os cristãos produzem varia. Jesus diz que a boa semente pode produzir “a cem, a sessenta e a trinta por um” (Mt 13.23b). Alguns cristãos verdadeiros são menos frutíferos do que outros, mas todo crente verdadeiro produz algum fruto. Se ele não produz, não é um crente. Foi por isso que Jesus disse: “Pelos seus frutos os conhecereis” (Mt 7.16a) – e não pelo que professam. Quando alguém está imergido numa subcultura cristã que coloca grande ênfase em fazer decisões, responder à chamada para vir à frente e fazer a oração do pecador, ele pode facilmente ignorar este fato importante – fazer uma decisão de seguir a Jesus nunca converteu alguém. Isto é verdadeiro porque não é uma decisão que converte uma pessoa; é o poder do Espírito Santo que a converte. Entramos no reino não porque fazemos uma decisão, vamos à frente, levantamos a mão ou assinamos um cartão de compromisso. Entramos no reino porque há fé verdadeira em nosso coração. Não me compreendam mal – não há nada impróprio em profissões públicas de fé. Elas devem ser feitas. Todo aquele que é justificado é chamado a professar sua fé. Todo cristão verdadeiro é chamado a confessar a Cristo diante dos outros. O problema surge quando tornamos a profissão pública de fé no teste decisivo de nossa con21
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versão. Afinal de contas, Jesus falou de pessoas que o honram com seus lábios, enquanto seu coração está longe dele (Mt 15.8). Ninguém jamais foi justificado por uma profissão de fé. Isto significa que a maneira mais fácil de resolvermos o problema da segurança de salvação é examinarmos os frutos de nossa vida, para determinar se eles refletem coerência com a profissão de fé? Há um lugar definido para o autoexame na vida cristã, e falaremos mais sobre isso no capítulo 4. Contudo, nenhum de nós vive à altura da plena medida do que afirmamos crer. Se focalizamos nossa atenção apenas em desempenho, a segurança autêntica se torna muito desconfiável. Portanto, é possível ter falsa segurança, e a verdadeira segurança de salvação pode ser difícil de se obter. Então, como podemos saber com certeza que nossa profissão de fé é motivada pela posse da verdadeira graça salvadora? Esta pergunta é extremamente importante, porque toca em nossa maneira de viver como cristãos e tem um impacto tremendo em nossos sentimentos, em nosso conforto, em nosso comportamento como cristãos. É imperativo que resolvamos a questão de se estamos num estado de graça. O restante deste livro considerará o assunto de como fazemos isso. 22
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