Degustação - Mina e suas luzinhas

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Antigamente se dizia que criança não entendia “nada de nada”, que os adultos eram os únicos sabidos e que, por isso, os pequenos deviam obedecê-los sem questionar. Só que hoje as coisas mudaram... ainda bem! A mãe de Mina sabe que seus filhos não são bobos. Por isso os chamou para uma conversa: eles têm que se cuidar quando estiverem sozinhos, dizendo NÃO a promessas e pedidos que “não cheirem bem”. Mesmo se forem feitos por algum amigo da família ou por aquele tio que é sempre tão legal. Quando uma luzinha acende dentro de você dizendo que tem alguma coisa errada, acredite. E peça ajuda a alguém de confiança. Os adultos já sabem que as crianças não mentem: essa lição eles já aprenderam. Rita Lisauskas

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www.defenda-se.com

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Januária Cristina Alves ilustrações Marilia Pirillo

1ª edição

São Paulo – 2018

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Copyright © Editora FTD, 2018 Todos os direitos reservados à Editora FTD S.A. Matriz: Rua Rui Barbosa, 156 Bela Vista – São Paulo – SP CEP 01326-010 – Tel. (0-XX-11) 3598-6000 Caixa Postal 65149 – CEP da Caixa Postal 01390-970 Internet: www.ftd.com.br E-mail: projetos@ftd.com.br Diretora editorial Ceciliany Alves Gerente editorial Isabel Lopes Coelho Editora Rosa Visconti Kono Editores assistentes Daniel de Febba Santos e Débora Andrade Coordenadora de produção editorial Letícia Mendes de Souza Preparação e revisão Líder Elvira Rocha Revisora Lívia Perran T. P. da Costa Editora de arte Simone Oliveira Vieira Projeto gráfico e diagramação Estúdio Rebimboca Diretor de operações e produção gráfica Reginaldo Soares Damasceno

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Alves, Januária Cristina Mina e suas luzinhas : em defesa da infância / Januária Cristina Alves ; ilustrações Marilia Pirillo. -- 1. ed. -São Paulo: FTD, 2018. ISBN 978-85-96-01661-2 (aluno) ISBN 978-85-96-01662-9 (professor) 1. Crianças e estranhos 2. Cuidado e proteção 3. Ensino fundamental 4. Perigo I. Pirillo, Marilia. II. Título. 18-16345

Presidente Ir. Délcio Afonso Balestrin Vice-presidente Ir. Vanderlei Siqueira dos Santos Superintendente Paulo Serino de Souza

Articulador Ir. Lucas José Ramos Lopes Assessoria Jimena Djauara Grignani Lilian Juliana Kuwano Buhrer

Gerente Bárbara Pimpão Ferreira Coordenadora de projetos Aline Villas Boas Especialista em articulação Beatriz Caitana Analista de orçamento público Débora Cristina dos Reis Analista de monitoramento Renata Macagnani Dias Analista de comunicação Vinícius Gallon de Aguiar Supervisora administrativa Jaqueline Rodrigues Verneque Sistematizadora Honislaine Rubik

CDD-372 Índice para catálogo sistemático:

1. Campanha Defenda-se : Autodefesa de crianças e adolescentes : Ensino fundamental 372 Maria Paula C. Riyuzo - Bibliotecária - CRB-8/7639

Coordenação Bárbara Pimpão Ferreira Vinícius Gallon de Aguiar

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Apresentação por Bárbara Pimpão Ferreira e Vinícius Gallon de Aguiar

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Eu e minha família

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Mamãe precisa de ajuda

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Para a casa da vovó

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Um novo lar e uma nova escola

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Não confie em estranhos

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Proteja sua imagem

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Não aceite convites de estranhos

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Nunca entre no carro de quem não conhece

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Não sinta medo nem vergonha, procure ajuda

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A volta para casa

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Apresentação Toda criança pode e deve aprender a se defender! Você já pensou sobre quantas vezes disse para seus pais ou responsáveis que sabe se cuidar sozinho? É certo que você já sabe se cuidar. Mas é necessário saber também que não precisa fazer tudo assim, sozinho. Afinal, é sempre importante continuar aprendendo coisas que podem ajudar você a conhecer mais sobre a vida e a evitar que coisas ruins aconteçam. Este livro conta a história da Mina, uma garota que sabe se defender. Ela e seus irmãos mais novos tiveram de passar um tempo longe da mãe, porque ela estava doente, e foram morar com a avó. Mas, antes de partirem, ouviram com atenção tudo o que a mãe tinha para dizer. Toda vez que uma situação ruim ou de perigo acontecia, Mina

se lembrava dos ensinamentos valiosos que recebera da mãe. Esses ensinamentos surgiam na cabeça da garota como placas luminosas, cheias de luzinhas! E na sua casa, quais são os ensinamentos que sua família gostaria que você aprendesse? Na sua escola, os professores também dão dicas sobre como se proteger de situações ruins ou perigosas? Às vezes, pode parecer um pouco de exagero, mas é bom estar sempre atento e ouvir aquilo que os adultos que você ama e em quem confia têm a dizer. Que tal virar a página e descobrir por quê? Bárbara Pimpão Ferreira Vinícius Gallon de Aguiar Centro Marista de Defesa da Infância

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Eu e minha família Meu nome é Guilhermina, mas mamãe sempre me chamou de Mina. Guilhermina é o nome que meu pai escolheu. Como ele morreu alguns anos depois que eu nasci, mamãe resolveu usar meu apelido, porque meu nome fazia ela se lembrar do papai. Minha mãe é muito emotiva! Aprendi a costurar antes mesmo de aprender a ler, sei lá, com 5 ou 6 anos. Minha mãe é costureira, e é costurando que a gente consegue passar um tempo juntas. Mamãe trabalha muito para pagar as contas da casa com suas costuras.

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Somos quatro filhos: eu sou a mais velha; Otávio, o Tatá, é o caçula; Edson, o Edinho, e Marco são os irmãos do meio. Todos nós aprendemos a costurar um pouco, mas eu sempre gostei mais. No começo, queria costurar só para ficar perto da mamãe e poder mexer em todas aquelas linhas e tecidos. Sempre achei muito divertido e, com o passar do tempo, descobri que a costura é uma linda profissão. Com cuidado, dedicação e o material certo, a gente pode criar roupas lindas que alegram e embelezam as pessoas. Minha mãe sempre ensinou a mim e a meus irmãos a fazermos tudo em casa. Todo mundo sabe arrumar sua cama, lavar a louça, organizar a casa e ajudar na cozinha. Até meu irmão caçula, o Tatá, sempre teve suas tarefas e sabia até fazer um sanduíche, se precisasse. Mamãe sempre acreditou que o melhor era aprender a se virar sozinho e a trabalhar junto, dividindo as tarefas para ninguém ficar sobrecarregado.

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Faça um desenho das pessoas com quem você mais convive no seu dia a dia. Abaixo de cada desenho, escreva algo importante que faz você se lembrar delas.

Resposta pessoal. Procure identificar características que estabeleçam uma relação de confiança ou não entre os estudantes e as pessoas retratadas. Converse individualmente com cada um deles sobre o desenho, sobre o significado de cada representação e se eles se sentiram confortáveis ao fazer a atividade.

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Mamãe precisa de ajuda A história que eu vou contar aconteceu quando eu tinha 10 anos; o Tatá tinha 7; o Edinho, 8; e o Marco, 9. Naquele ano, minha mãe ficou doente, emagreceu e ficou muito cansada. Os vestidos de noiva que ela costurava, que eram os mais lindos da região, já não faziam os olhos dela brilharem. Por mais que se esforçasse, não conseguia dar conta das encomendas. Os médicos demoraram um pouco para descobrir o que ela tinha e, por fim, constataram que era câncer. Ela era jovem e sempre teve boa saúde. Como a doença estava no começo, a equipe médica do Hospital do Câncer lhe deu boas perspectivas de tratamento; era possível que conseguisse vencer a doença e voltar a ter uma vida normal. Pelo menos era nisso que ela acreditava e nós também! Diante dessa situação, por mais otimista que fosse, a mamãe sabia que precisaria de ajuda, pois o tratamento era longo. Ela também precisava ser realista e pedir ajuda a quem podia. Foi aí

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que se lembrou da dona Dalva, uma senhora muito simpática e caprichosa que morava na rua de baixo. Às vezes, a dona Dalva ajudava a mamãe com as costuras, especialmente nas festas de final de ano, quando tinha mais trabalho. Chegou um momento que ficou bem difícil para a mamãe fazer o tratamento, trabalhar, cuidar da casa e de nós quatro. O jeito foi nos levar para morar na casa da minha avó, mãe do meu pai, durante um tempo. Ela sempre morou numa cidade grande que ficava longe da nossa. Como meu pai morreu muito cedo, a convivência com a vovó Nena não era tão frequente. Sempre que podia, ela vinha nos visitar, mas o tempo foi passando e, sabe como é, as visitas ficaram mais escassas. Quando soube da doença da mamãe, porém, ela logo se ofereceu para nos ajudar. Vovó Nena gostava de dizer que éramos netos dela, não importava a distância. Como, naquele ano, nenhum de nós estava em condições de recusar ajuda, fomos morar com a vovó. Dona Dalva ajudou a cuidar da mamãe e de suas costuras durante esse tempo. Na noite anterior à viagem para a casa da vovó Nena, a mamãe sentou-se conosco e fez uma lista de recomendações. Ouvimos tudo com muita atenção e certa tristeza. Primeiro, ela disse que tínhamos de ajudar a vovó no que ela precisasse, igualzinho fazíamos em casa: arrumar nossa cama, tirar o lixo, pendurar as roupas no varal, varrer a calçada… O que fosse necessário. Depois, pediu que fôssemos obedientes. Se a vovó dissesse que não podia fazer, não podia e ponto! Nessa hora, a mamãe olhou

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séria para o Edinho, que era mestre em fazer perguntas e querer entender tudo, principalmente o que não devia. E deu outra olhada para mim, pois sabia que eu não perguntava muito, mas só fazia o que queria. Por último, a mamãe nos deu a recomendação mais importante: tínhamos de ser responsáveis por nós mesmos o tempo todo. Ela falou que, mesmo sendo crianças de 10, 9, 8 e 7 anos, não éramos bobos. Todos somos muito espertos, isso sim! Sabemos um montão de coisas, assistimos à televisão, usamos o computador, conversamos com os professores na escola. Sabemos mais que imaginamos e devemos usar nossa esperteza. – Fiquem longe de qualquer situação que “não cheire bem” – disse mamãe. – Sabem o que significa “não cheirar bem”? É tudo o que causa uma sensação esquisita, que nos deixa desconfortáveis e nos faz desconfiar que tem alguma coisa errada. Na maioria das vezes, nem sabemos explicar por que nos sentimos incomodados, mas devemos ficar longe de situações que são assim. E se não conseguirem resolver a situação sozinhos, peçam ajuda. Sempre há alguém disposto a ajudar, entenderam? Fizemos sim com a cabeça. Não precisamos falar mais, estava tudo entendido. Nesse momento, imaginei várias luzinhas piscando em volta de uma placa, iguais àquelas que existem nas grandes lojas. A placa luminosa dizia: “Confie em você mesmo. Inclusive para pedir ajuda quando precisar”. Guardei essa imagem na minha cabeça e no meu coração.

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