Degustação - Um bairro contra o silêncio

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Luciana, personagem deste livro, é uma garota de sorte. Ela estuda em uma escola onde há professores atentos e mora no Bairro das Flores, um lugar que não descuida de seus moradores, tampouco de suas crianças e adolescentes. Depois que a comunidade descobriu que uma aluna da esna cabeça de todos: quantos meninos e meninas também não estariam enfrentando essa situação tão horrível? Era preciso fazer algo sobre isso! O primeiro passo foi propor uma grande discussão para ensinar, principalmente aos jovens do bairro, uma lição muito importante: seu corpo é somente seu! Ninguém pode tocá-lo de forma que você sinta dor, medo ou vergonha, nem pode sugerir que toque o corpo de outra pessoa, mesmo que seja alguém conhecido. E, se exigirem que você guarde segredo sobre o assunto, desconfie: por qual motivo deveria esconder algo de seus pais ou responsáveis? Quando alguém o incomodar e amedrontar ou fizer a você um convite que pareça errado, o melhor é contar para alguém de sua confiança, como seus pais ou um professor próximo. Existe muita gente disposta a lutar para fazer desse mundo um lugar mais legal para viver.

UM BAIRRO CONTRA O SILÊNCIO EM DEFESA DA VIDA

cola sofria abuso sexual dentro da própria casa, uma preocupação surgiu

Rita Lisauskas

www.defenda-se.com

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Um baIrro Contra o sILÊnCIo em defesa da vida JanUÁrIa CrIstIna aLVes ILUstraçÕes estúdIo rebImboCa

1a edição São Paulo – 2018

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Copyright © Editora FTD, 2018 Todos os direitos reservados à EDITORA FTD S.A. Matriz: Rua Rui Barbosa, 156 Bela Vista – São Paulo – SP CEP 01326-010 – Tel. (0-XX-11) 3598-6000 Caixa Postal 65149 – CEP da Caixa Postal 01390-970 Internet: www.ftd.com.br E-mail: projetos@ftd.com.br Diretora editorial Ceciliany Alves Gerente editorial Isabel Lopes Coelho Editora Rosa Visconti Kono Editores assistentes Daniel de Febba Santos e Débora Andrade Coordenadora de produção editorial Letícia Mendes de Souza Preparação e revisão Líder Elvira Rocha Revisora Luciana Baraldi Editora de arte Simone Oliveira Vieira Projeto gráfico e diagramação Estúdio Rebimboca Coordenadora de iconografia Elaine Bueno Analista de texto Luiz Botter Diretor de operações e produção gráfica Reginaldo Soares Damasceno Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Alves, Januária Cristina Um bairro contra o silêncio : em defesa da vida / Januária Cristina Alves ; ilustrações Estúdio Rebimboca. -1. ed. -- São Paulo : FTD, 2018. ISBN 978-85-96-01659-9 (aluno) ISBN 978-85-96-01660-5 (professor) 1. Comunidade 2. Ensino fundamental 3. Violência - Combate 4. Violência sexual 5. Vítimas de abuso sexual I. Estúdio Rebimboca. II. Título. 18-16344

Presidente Ir. Délcio Afonso Balestrin Vice-presidente Ir. Vanderlei Siqueira dos Santos Superintendente Paulo Serino de Souza

Articulador Ir. Lucas José Ramos Lopes Assessoria Jimena Djauara Grignani Lilian Juliana Kuwano Buhrer

Gerente Bárbara Pimpão Ferreira Coordenadora de projetos Aline Villas Boas Especialista em articulação Beatriz Caitana Analista de orçamento público Débora Cristina dos Reis Analista de monitoramento Renata Macagnani Dias Analista de comunicação Vinícius Gallon de Aguiar Supervisora administrativa Jaqueline Rodrigues Verneque Sistematizadora Honislaine Rubik

CDD-372 Índice para catálogo sistemático:

1. Campanha Defenda-se : Autodefesa de crianças e adolescentes: Ensino fundamental 372

2 Maria Paula C. Riyuzo - Bibliotecária - CRB-8/7639

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Coordenação Bárbara Pimpão Ferreira Vinícius Gallon de Aguiar

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SUMÁRIO 4

Apresentação por Bárbara Pimpão e Vinícius Gallon de Aguiar

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Bairro das Flores: eu faço parte!

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Violência sexual: precisamos de orientação

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O dia da palestra

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Vamos enfrentar a violência sexual

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O que fazer? Informar e alertar

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Começa a campanha de enfrentamento

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Novas informações a cada dia

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Vamos falar de saúde e sexualidade?

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Nada de fornecer informações a estranhos

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Internet: amiga ou inimiga?

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Uma comunidade forte e muito a ser feito

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apresentação

U

m belo dia você acorda de manhã, salta da cama, vai até o banheiro para escovar os dentes, tomar banho, entre outras coisas, e, de repente, percebe que cresceu 6 ou 8 centímetros! Pernas,

braços e mãos parecem desproporcionais comparados ao resto do corpo. Ao caminhar, sente que esse movimento é bastante desengonçado. Aparecem pelos por todas as partes, além das espinhas, é claro... A voz, então, não para de oscilar, e as emoções estão sempre à flor da pele. Sem contar a chegada da primeira menstruação, a primeira polução noturna... Ufa! Esquecemos alguma coisa? Pois esse é o maravilhoso mundo da puberdade e do desenvolvimento da sexualidade! Sabemos que dá uma vergonha danada falar sobre isso... Também sabemos que vai aparecer um monte de dúvidas todos os dias! Coisas ruins acontecem, mas outras legais também. O importante é não se assustar. É assim com todo mundo, meninas e meninos. E, se nada disso fizer sentido agora, um dia ainda vai fazer. No entanto, a história deste livro não é exatamente sobre a puberdade ou sobre o desenvolvimento da sexualidade. Nela, vamos conhecer Luciana, uma adolescente que tirou um tempinho da rotina dela para compartilhar conosco tudo o que aconteceu na comunidade onde mora, o Bairro das Flores. Esse bairro é demais! Lá vivem pessoas interessantes, solidárias e preocupadas com o bem-estar comum. Um dia, todos tiveram de se unir para apoiar uma vítima de abuso sexual e evitar que outros casos acontecessem.

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Infelizmente, a realidade sobre o tema é muito preocupante: em todo o mundo, muitas meninas, meninos, mulheres e homens de todas as classes sociais, culturas e etnias sofrem abuso ou são explorados sexualmente. Não queremos que isso aconteça conosco e com as pessoas que amamos e queremos bem, não é mesmo? Por isso, neste momento da vida em que o corpo passa por tantas transformações, precisamos ter cuidado com ele e com os nossos sentimentos, porque a violência sexual pode ocorrer de maneira evidente, mas, também, de forma muito sutil, sem percebermos. Estabelecer limites nos diferentes relacionamentos que nutrimos em nossa vida – seja com a família, com os amigos ou com quem amamos – é muito importante. Também é fundamental sabermos reconhecer nossos sentimentos quando somos abraçados, beijados ou tocados por outras pessoas. Esse contato nos faz felizes, amados e protegidos ou nos faz sentir dor, medo, culpa, vergonha? Aprender sobre esse assunto motivou a protagonista desta história a mobilizar todo o bairro para impedir que situações de violência sexual voltassem a acontecer a qualquer pessoa. Educação e conhecimento são os primeiros passos para evitar esse problema. Não à toa, Luciana contou com a família, os amigos, a escola, o posto de saúde, o conselho tutelar e outras estruturas da sociedade para levar sua causa adiante. Quer saber como ela fez tudo isso? Vem com a gente!

Bárbara Pimpão Ferreira

Vinícius Gallon de Aguiar Centro Marista de Defesa da Infância 5

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baIrro das FLores

E

eu faço parte!

u me chamo Luciana e tenho 14 anos. Desde os 10 anos de idade, costumo ir com meus pais à Associação dos Moradores do Bairro das Flores. Joana, minha mãe, e Gilmar, meu pai, ajudaram a criar essa

associação há quase vinte anos. Cresci vendo os dois envolvidos na luta “por um bairro melhor”, “por uma cidade mais acolhedora”, “por um país mais justo”, palavras do meu pai, que se transformaram na missão da associação. Hoje, reconheço que o trabalho dos moradores contribui muito para melhorar a região onde vivemos. Graças às iniciativas da associação, nosso bairro recebeu da Prefeitura água encanada e tratamento de esgoto, postes de luz, um posto de saúde e uma escola pública que é referência na cidade.

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Muita luta, muitas idas e vindas à Prefeitura e muita “boca no trombone”, como diz dona Cida, nossa assessora de imprensa extraoficial, que conhece tudo quanto é repórter de rádio, jornal e televisão e vai até eles para falar dos nossos problemas. Tenho muito orgulho de fazer parte disso. Desde que comecei a frequentar as reuniões da associação, percebi como cada um de nós pode transformar o que está ruim em algo bom. Mesmo crianças e adolescentes, que os adultos julgam inocentes e indefesos, podem fazer sua parte e, juntos, são capazes de promover grandes mudanças. Você conhece algum caso em que crianças e adolescentes ajudaram a transformar algo ruim em algo bom na comunidade em que vivem? Conte como isso aconteceu. Resposta pessoal. Incentive os estudantes a se expressarem sobre o assunto. Se for possível, apresente a eles uma reportagem sobre crianças que fizeram a diferença no mundo para servir de inspiração. Disponível em: <http://g1. globo.com/dia-das-criancas/2013/noticia/2013/10/veja-lista-de-criancas-que-fizeram-diferenca-no-mundo.html>. Acesso em: 9 abr. 2018.

Isso acontece na escola onde a maioria das crianças e dos adolescentes do bairro estuda. Lá encontramos amigos de várias idades e de famílias diferentes. E, quando alguém propõe algo realmente importante, muitos se unem para tentar transformar o que não está legal. Foi exatamente o que aconteceu no ano passado, quando a associação e a nossa escola trabalharam juntas num projeto maravilhoso que ia entrar para a história do Bairro das Flores. 7

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VIOLÊNCIA

SEXUAL precisamos de orientação

O

projeto teve origem por um motivo muito triste. Uma menina de 12 anos, que mora na comunidade e é aluna da escola em que eu estudo, sofreu abuso sexual dentro da própria casa. O

padrasto dela estava se aproximando com insistência, fazendo carinhos exagerados e chegava até a fazer ameaças, caso a menina contasse aquilo para alguém. Ela não aguentava mais conviver com ele, passava o tempo todo muito calada, fechada e sozinha. Mas um dia, mesmo com medo do padrasto, de perder a confiança da mãe ou de causar um desentendimento familiar, a menina decidiu se abrir com uma professora muito querida pelos alunos da escola. Ela precisou de muita coragem para enfrentar a vergonha que sentia e contar a situação toda. A professora Josiane sempre foi aquela mais próxima dos alunos, aquela em que todos confiam.

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Por que grande parte das vítimas de abuso sexual permanece calada diante da violência que sofre? De que maneira essa situação poderia ser diferente? Resposta pessoal. Os estudantes podem chegar à conclusão de que o medo é um dos principais fatores que impedem as vítimas de violência sexual de denunciar, por receio de sofrer ameaças, de magoar os membros da família, de se sentir vulnerável e incompreendido, entre outras situações. É importante saber que, diante desses conflitos, a vítima pode e deve buscar ajuda e apoio de uma pessoa de confiança.

Acredita que a menina se sentia muito culpada pelo que estava acontecendo com ela? Pois é! Com todo o apoio da professora Josiane, foram tomadas as medidas corretas e o abuso nunca mais voltou a acontecer. A escola teve um papel muito importante nessa história toda, porque a mãe da menina não sabia absolutamente nada do que estava acontecendo e ficou muito triste quando soube o que a filha estava vivendo. Juntas, elas foram ao Conselho Tutelar da cidade, com o apoio da escola, registrar uma ocorrência. Hoje, o abusador não vive mais com elas. Ele foi investigado e está sendo processado pelo mal que causou. E, depois disso tudo, mãe e filha puderam reconstruir suas vidas, e agora elas estão bem! 9

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O caso dessa menina ficou conhecido no bairro porque ninguém imaginava que ela estivesse passando por uma situação tão horrível, que a colocava em risco. Todos se sensibilizaram e se sentiram assustados. Quando minha mãe soube, ficou surpresa e muito preocupada com a história da menina. O pior é que talvez existissem outros adolescentes, jovens e até mesmo crianças enfrentando esse mesmo tipo de violência e sofrendo calados. Pensando nisso, meus pais conversaram e resolveram convocar uma reunião na Associação dos Moradores do Bairro das Flores. Minha mãe percebeu que deveriam buscar apoio, quando estavam preparando o que dizer na reunião. Ela e os outros não sabiam quase nada sobre violência sexual contra crianças e adolescentes. Era um assunto difícil de ser abordado e discutido, precisavam de alguém com conhecimento sobre o tema para conversar com o pessoal do bairro. Meu pai comentou com seu Luiz, um dos moradores mais antigos do bairro, sobre a intenção de fazer a reunião e a insegurança de abordar esse tema. – Gilmar, por que não pedimos orientação a um dos conselheiros tutelares da nossa região? Ele poderia vir conversar com o pessoal da associação – sugeriu. Era uma ótima ideia! Meus pais foram até o Conselho Tutelar e explicaram que, por causa do que havia acontecido com uma adolescente do bairro, eles estavam interessados em criar uma campanha de prevenção contra a violência sexual na comunidade. E, para começar, gostariam de receber orientações. A equipe do Conselho Tutelar elogiou a intenção dos meus pais e disse que iria apoiá-los. Eles foram apresentados à conselheira Amália, que demonstrou bastante disposição em ajudá-los. Amália comentou que tinha nascido e crescido numa comunidade como a nossa. Ela achava fundamental a existência de associações de moradores porque ajudavam o poder público a organizar suas ações. 10

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Ficou combinado que, na semana seguinte, a conselheira iria até a associação do bairro ministrar uma palestra para os moradores.

CONSELHO TUTELAR

Os Conselhos Tutelares foram criados pelo Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA, instituído pela Lei 8.069, de 13 de julho de 1990. Sua missão é zelar pelos direitos da criança e do adolescente, articulando, no âmbito municipal, o enfrentamento à negligência, à exploração sexual e à violência física e psicológica, entre outras violações. Consulte a lista completa de Conselhos Tutelares por estados e municípios no portal da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República. Disponível em: <www.mpap.mp.br/images/infancia/ Cadastro_CT.pdf>. Acesso em: 17 ago. 2018.

Brasil. Cadastro Nacional dos Conselhos Tutelares: histórico, objetivos, metodologia e resultados, 2013.

Você conhece o conselho tutelar do seu município? Faça uma pesquisa para preencher a ficha a seguir. CONSELHO TUTELAR DO MUNICÍPIO DE: ENDEREÇO: TELEFONE: INTERNET: HORÁRIO DE ATENDIMENTO:

BRASIL. Cadastro Nacional dos Conselhos Tutelares: histórico, objetivos, metodologia e resultados. Brasília: Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, 2013. p. 9. Disponível em: <www.mpap.mp.br/images/infancia/Cadastro_CT.pdf>. Acesso em: 17 ago. 2018.

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o dIa da palestra

N

o dia combinado, todos se reuniram no salão da associação para ouvir a palestra da conselheira Amália. Ela começou a apresentação deixando claro que a questão da violência sexual contra

crianças e adolescentes era complexa. Não conseguiria esgotar o assunto em uma palestra, mas já seria um bom começo. – A primeira coisa que é preciso deixar claro é que a violência contra crianças e jovens é frequente no mundo todo e pode acontecer a qualquer momento e em qualquer lugar. Infelizmente, nas sociedades contemporâneas, a criança ainda é vista como “um vir a ser”, alguém que não está apto a pensar por si, a raciocinar, questionar, tomar decisões. Sabemos que isso não é totalmente verdade. Ela fez uma pausa discreta, respirou fundo e continuou: – É claro que crianças e adolescentes precisam ser orientados, educados, conduzidos para que cresçam com a garantia de seus direitos a educação, saúde e lazer. Não são obrigados a aceitar tudo o que lhes oferecem sem questionar, sem se sentirem seguros e confortáveis. Eles têm direito à expressão de suas sensações, emoções e opiniões e precisam ser respeitados por isso. Amália bebeu um copo de água e, muito séria, prosseguiu: 13

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