Fernando Paixão
Ilustrações Jaca
POESIA A GENTE INVENTA
Copyright © Fernando Paixão, 2019
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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Paixão, Fernando Poesia a gente inventa / Fernando Paixão; ilustração Jaca. -- 1. ed. -- São Paulo: FTD, 2019.
ISBN 978-85-96-01890-6
1. Literatura infantojuvenil 2. Poesia - Literatura infantojuvenil I. Jaca. II. Título.
18-20026
Índices para catálogo sistemático:
1. Poesia : Literatura infantil 028.5
2. Poesia : Literatura infantojuvenil 028.5
Maria Alice Ferreira - Bibliotecária - CRB-8/7964
CDD-028.5
Edição ampliada. Este livro foi publicado originalmente pela Editora Ática (1992).
VIAGEM
Quem lê vai em frente quem escreve vai também. O poeta segue contente quando dirige esse trem.
Piuííííííííí! Piuííííííííí!
Toca o apito da estação bem na hora de partir. Lá vai o trem… vamos também…
Você entra, sai e brinca com palavras em movimento. Para. À esquerda. À direita. Poesia a gente inventa.
TRÊS CABEÇAS
Uma cobra de três cabeças com qual delas vai comer o sapo gordo e distraído na tarde de domingo?
A cabeça esquerda está mais perto. É ela que vai dar o bote — acredito.
— Que nada! É com a direita — diz meu vizinho com voz de pato.
Veja. Três cabeças se mexendo para atacar o bofe do sapo… — A do meio vai conseguir — alguém aposta e grita.
Mas olha lá — rápido!
O sapo está saltando — Vupt! Fugiu e deixou a pergunta no ar.
E a cobra? Chora arrependida. Três cabeças que não se entendem passam fome de tanto pensar.
ÔNIBUS
Logo na esquina desce o primeiro.
Segue o motorista mais quatro passageiros. Desce o segundo no ponto seguinte. Leva um susto: a rua está diferente.
Desce o terceiro na casa de Raimundo que carrega no nome tanta raiva do mundo.
O quarto desce em frente à estátua.
Cai-lhe na cabeça uma espada de prata.
Desce o último tranquilo na calçada, quer sentir o vento, passear e mais nada.
Fica só o motorista nenhum passageiro. Agora sim — ufa! — pode ir ao banheiro.
PEGA-PEGA
Anda que corre que pula que cai vem!
Vai pro outro lado sai!
Corre em volta quem tá no meio zapa!
Recomeça outra vez a corrida escapa!
Só o bobo tolo fica tonto cai!
CHUVA
p d T e ( d d e i e m p e e n p n a s s o g o ã s r c p a i o e a e e E s g n M d u u o c v e i m a p e m d L r m o a p l i r o o m o a I u g e c o i A a o r ) o o c a D i r
Apertando o conta-letras a menina escreve seu nome no papel.
RECORDAÇÃO
Mais lenta que chuva
A neve suave de cli na mí ni mos f l o c o s que acabaram de acordar.
O QUE DIZEM
sol
Abro o olho todo o dia cadeira
Com quatro pés sento no chão sapato Pé de pato não precisa de mim céu
Meu espelho fica no fundo do mar
lua
De noite espio a rua
árvore Já fui somente uma semente chapéu
Sou coroa de reis pobres poeta
Estou aqui dentro das letras
COR EM VISITA
Bate as asas borboleta!
Pincela de azul a floresta voo breve da vida.