Degustação - Mamãe tá careca

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Juliana Vermelho Martins

Exércitos inimigos invadem o território de Leonardo. É uma verdadeira luta do bem contra o mal. Seus heróis caem,

Juliana Vermelho Martins

Mamãe tá careca

quase sem forças, mas uma grande energia surge e eles se levantam. Nas brincadeiras do garoto, tudo é possível. No entanto, o real inimigo de Leonardo de repente, de mansinho, e assusta não só a ele, mas também a sua mãe, provocando a sensação de que alguma

ISBN 978-85-322-9319-0

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coisa ruim está para acontecer.

Mamãe tá careca

é o monstro grande e escuro que chegou

Ilustrações

Cecilia Esteves



Mamãe tá careca



Juliana Vermelho Martins

Mamãe tá careca Ilustrações

Cecilia Esteves

1.ª edição

São Paulo – 2014


Copyright © Juliana Vermelho Martins, 2014 Todos os direitos reservados à EDITORA FTD S.A. Matriz: Rua Rui Barbosa, 156 – Bela Vista – São Paulo – SP CEP 01326-010 Tel. (0-XX-11) 3598-6000 Caixa Postal 65149 – CEP da Caixa Postal 01390-970 Internet: www.ftd.com.br E-mail: projetos@ftd.com.br

Gerente editorial Ceciliany Alves Editora executiva Valéria de Freitas Pereira Editora Cecilia Bassarani Editora assistente Maria Clara Barcellos Fontanella Gerente de produção editorial Mariana Milani Coordenadora de produção Marcia Berne Coordenador de arte Eduardo Evangelista Rodrigues Editora de arte e projeto gráfico Andréia Crema Diagramadores Paulo Minuzzo Ana Cristina Dujardin Coordenadora de preparação e revisão Lilian Semenichin Supervisora de preparação e revisão Sandra Lia Farah Preparadora Débora Andrade Revisora Elvira Rocha Diretor de operações e produção gráfica Reginaldo Soares Damasceno

A paranaense Juliana Vermelho Martins é mestre em Ciência da Computação pela PUCPR e escreveu diversos livros didáticos nessa área. É licenciada em Letras pela UFPR e leciona francês no Núcleo de Línguas da PUCPR. É também tradutora e intérprete de francês. Participou de duas antologias de crônicas, Retratos urbanos e Réquiem para o Natal, e de duas antologias de contos, crônicas e poesias, Casa lembrada, casa perdida e Liberdade, na qual publicou um conto em francês.

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Martins, Juliana Vermelho Mamãe tá careca / Juliana Vermelho Martins; ilustrações Cecilia Esteves. – 1. ed. – São Paulo : FTD, 2014. ISBN 978-85-322-9319-0 1. Literatura infantojuvenil I. Esteves, Cecilia. II. Título. 14-05965

CDD-028.5 Índices para catálogo sistemático: 1. Literatura infantil 028.5 2. Literatura infantojuvenil 028.5


Para Felipe e Ana Luíza. Este livro existe porque voces existem.


1. A batalha se aproxima 2. A invasão

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3. O general inimigo é eliminado 4. Um tempo de trégua

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5. O exército se recupera

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6. Estamos perdendo a guerra? 7. Fim da trégua

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8. A batalha recomeça...

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9. ... e parece não ter fim! 10. Um golpe duro!

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11. O inimigo mostra sua força

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12. Mas a defesa também é poderosa! 13. A rotina se instala

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14. As lutas ganham nome

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15. As coisas não são tão ruins assim

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16. Um dos grandes inimigos é derrotado 56 ....

17. Afinal, como essa guerra começou? 18. Cansados de lutar

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19. O soldado começa a abandonar a farda 70 ...

20. O tratado de paz é selado

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1. A batalha

se aproxima

– É você! – Não, é você! – Mamãe, olha o Leo: ele tá dizendo que eu sou chata! Leonardo e Lúcia acabavam de voltar para casa. A mãe tinha ido buscá-los na escola e, ainda no carro, as costumeiras briguinhas entre irmãos tinham começado. Aqueles dois eram assim: ora se adoravam e brincavam juntos inventando mundos fascinantes, ora ficavam provocando um ao outro, tentando ver quem ganharia a atenção da mãe só para si. Mônica geralmente não se intrometia nas

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Juliana Vermelho Martins discussões. Dizia que eles tinham de resolver os próprios problemas sozinhos. Ela só interferia caso eles passassem dos limites. – Agora vocês vão brincar aqui dentro, certo? Depois a gente vê essa história de quem é, ou não é, chato – suspirou a mãe levando os filhos para o quarto e saindo em seguida. – Olha aí, você deixou a mamãe triste! Viu a cara dela? – gritou Leonardo. – Não deixei, não! – Vamos brincar de alguma coisa? – sugeriu Nair, entrando no quarto dos dois. – Ué? Por que você vai brincar com a gente? Você não estava passando roupa? – A sua mãe pediu pra eu brincar um pouco com vocês enquanto ela tem uma conversa lá na sala. Ela pediu pra vocês não entrarem lá agora. O vovô, a vovó e o papai também estão aí. – Viu? Viu? Eu não disse que ela tinha ficado chateada? Tudo culpa sua! Fica aí com esse nhem-nhem-nhem, parecendo um bebê! – Eu não fico, não! – Lúcia começou a chorar. – O papai já chegou? Tão cedo? Que estranho... Vai ver que eles decidiram dar você pra outra

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Mamãe tá careca família de tão chata que você é! – Leonardo provocou a irmã mais uma vez. Nos últimos dias eles estavam assim, irritados. Como se houvesse uma tempestade de eletricidade pesando no ar. Por qualquer coisinha soltavam faísca. – Não sou, não!!! – ela chorou mais ainda. Decididamente, aquele era o dia das brigas. – Vamos parar com isso! Ninguém vai dar ninguém aqui. E então? Do que é que nós vamos brincar? Que tal vocês prepararem um lanche pra mim hoje? – Eu faço a comida, vou ser a cozinheira! – E eu coloco a mesa, vou ser o garçom! A brincadeira seguiu divertida e relativamente calma por um tempo, até que os dois viram os pais passarem rapidamente em direção ao quarto. Foram logo atrás. – Mamãe, o que aconteceu? Você tá chorando? – A mamãe está triste com uma coisa que ela ficou sabendo. Ela precisa descansar um pouco agora, mas depois vai conversar com vocês, certo? – falou Gabriel, levando as crianças para fora do quarto e fechando a porta. Leonardo sentiu um aperto esquisito no peito, como se um monstro daqueles bem grandes e

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Juliana Vermelho Martins escuros tivesse subido nas suas costas, impedindo que ele respirasse direito. Enquanto o pai fechava a porta, Lúcia viu por alguns segundos que a mãe cobria o rosto com as mãos e chorava. Ficou pensando se realmente eles não teriam decidido que ela era chata de verdade e que deveria ser dada para outra família... Os dois irmãos, cada um à sua maneira, sentiram que alguma coisa muito, muito grave tinha acontecido naquela casa.

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2. A invasão

No dia seguinte eles já tinham esquecido a história toda. A noite anterior até que tinha sido bem divertida! A avó ficou na casa deles e preparou um lanche bem gostoso. E, depois, coisa rara, os adultos não ficaram conversando entre eles. Cada um permaneceu quieto no seu canto e, quando alguém falava alguma coisa, era só com as crianças. Mônica não tinha nem saído mais do quarto. Disse que estava com muita dor de cabeça e ia dormir cedo. Na volta da escola, ao contrário do dia anterior, os dois estavam superamigos e transformaram

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Juliana Vermelho Martins o carro numa nave espacial, da qual a mãe era a comandante. Naquele momento, a nave estava sendo atacada por invasores alienígenas: – Cuidado, capitão! Eles estão atacando do seu lado! – Estou vendo! Vou usar meu ultrarraio laser para eliminar esses monstros! Ziiiiiimmmmm! Pronto! Agora é a sua vez, soldado Lulu! Eles fugiram para o seu lado da espaçonave! – Pode deixar comigo, capitão Leonardo. Eu também vou usar minha arma para acabar com eles! Pow! Pow! Pow! Mônica observava os filhos pelo espelho retrovisor com um sorriso triste, os olhos pareciam cheios de lágrimas. Leonardo percebeu isso e sentiu novamente aquele aperto esquisito, achando que o monstro escuro tinha montado nas suas costas outra vez. Mas ficou com medo de perguntar o que era. Escutou o chamado de Lúcia dizendo que tinha sido atingida por um raio paralisante e que precisava ser salva... Entraram em casa ainda armados de espadas a laser, enxergando alienígenas por todos os cantos. Correram para o quarto e continuaram a brincadeira.

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