Carlota, bolota

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Cristina Porto

lustrações

Bruna Assis Brasil

lustrações Bruna Assis Brasil 2ª edição São Paulo – 2014
Porto
Cristina

Copyright © Cristina Porto, 2014

Todos os direitos reservados à EDITORA FTD S.A.

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D iretora e D itorial Silmara Sapiense Vespasiano

Gerente editorial Ceciliany Alves

e D itora Cecilia Bassarani

e D itor assistente Luís Camargo

a ssistentes D e pro D ução Ana Paula Iazzetto e Lilia Pires

a ssistentes e D itoriais Tássia Regiane Silvestre de Oliveira e Thalita Ramirez Moiseieff

p repara D ora Bruna Perrella Brito

r evisora Elvira Rocha

C oor D ena D or D e arte Eduardo Rodrigues

e D itora D e arte Andréia Crema

p rojeto gráfi C o Bruna Assis Brasil

D iagramação Alicia Sei

D iretor D e pro D ução gráfi C a Reginaldo Soares Damasceno

C RISTIn A P ORTO, paulista da cidade de Tietê, formou-se em Letras pela Universidade de São Paulo. Desde o começo de sua carreira profissional, em 1971, esteve ligada à criança: como professora de alfabetização durante sete anos; depois, na Editora Abril, onde trabalhou para as revistas Recreio, Alegria e Corujoca, como colaboradora e editora. Em 1980, estreou como escritora com o livro Se... Será, Serafina? Hoje, tem mais de 50 livros publicados. Recebeu o Prêmio F n LIJ 1997 na categoria Informativo e o Prêmio de Melhor Livro Infantil, conferido pela Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA), em 1997.

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Porto, Cristina

Carlota Bolota / Cristina Porto ; ilustrações Bruna Assis Brasil. – 2. ed. – São Paulo : FTD, 2014.

ISB n 978-85-322-9309-1

1. Literatura infantojuvenil I. Brasil, Bruna Assis. II. Título.

14-04579

CDD-028.5

Índices para catálogo sistemático:

1. Literatura infantil 028.5

2. Literatura infantojuvenil 028.5

Este livro foi publicado anteriormente pela Ediouro (2000).

Nasce um álbum

- 9Muito prazer!

- 13 -

A família da casa da esquina

- 16 -

O prazer de comer bem

- 20Álbum de histórias

- 23 -

Ciúme

- 26Aniversário

- 28 -

- 31 -

Nasce uma atleta

- 32 -

A árvore genealógica

Nasce um álbum

Você acabou de ver as primeiras fotos do álbum que comecei a fazer há algum tempo. Quer saber exatamente como e quando isso aconteceu? Bem, foi no dia em que minha mãe resolveu mostrar para uma amiga o seu álbum de casamento. Como eu também estava na sala e nunca tinha visto aquele álbum, fiquei prestando muita atenção enquanto as duas olhavam e comentavam:

– Olha só a minha irmã Alice, se lembra dela? Grávida do Luís Augusto, seu primeiro filho. E a minha prima Cecília, você chegou a conhecer? nem era casada ainda...

– E esses não são os seus pais?

– São sim. Ah, e veja só o meu irmão mais velho, minha cunhada e os dois filhos, ainda tão pequenos!

E lá ficaram as duas rindo, conversando, relembrando... E eu esperando. Minha mãe falando, mostrando, e eu esperando. Até que não aguentei mais e quase gritei:

– E eu, mãe? Onde é que eu estava no dia do seu casamento? Você ainda não mostrou nenhuma foto minha!

- 9 -

não preciso nem dizer que as duas morreram de rir, que acabei lacrimejando de raiva, até que minha mãe me explicasse, com calma, a razão da minha ausência. E, como eu devia ter ficado com cara de quem não tinha entendido nada, ela emendou:

– Já sei. Vamos fazer um álbum de retratos seus. Eu ajudo, no começo, depois você continua a fazer sozinha.

E foi assim que tudo começou. Já faz um bom tempo que esse episódio aconteceu, minha mãe disse que não lembrava exatamente quantos anos eu tinha. E foi graças a ele que hoje eu tenho o meu álbum de fotos, que começa com meus pais namorando, depois noivando e se casando, minha mãe grávida do meu irmão mais velho, meus pais com meu irmão recém-nascido, meu irmão mais crescido, depois minha mãe grávida de mim e eu recém-nascida. Viu que bonitinha que eu era? É. E bem gordinha também, você deve estar pensando. Era mesmo. Tanto que meu apelido... Ei, espere um pouco!

Estou falando de apelido, mas ainda não disse meu nome, disse?

Então vamos começar tudo de novo.

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Muito prazer!

Meu nome é Carlota. E meu apelido é Carlota Bolota. na verdade, esse Bolota quem inventou foi meu irmão, que adora zoar com minha cara, claro, e resolveu trocar o Batatinha, que era o apelido antigo, por Bolota, porque, segundo ele, é mais sonoro. E para poder dizer, ou melhor, poder gritar “Carlota Boloooota”, sempre que queria me provocar. Digo “queria” porque já faz algum tempo que ele, já adolescente, fica lá com suas coisas, seus pensamentos, e já não acha muito tempo para encher minha paciência.

De uns tempos pra cá eu cresci e afinei um pouco, não sou mais tão bolota... Só que o apelido ficou. na família e na escola onde estudo desde pequena, todos me conhecem como Carlota Bolota. Parece até sobrenome. não tem jeito.

O que é que eu acho disso? Como é que eu reajo? Para ser sincera, já me incomodou muito, mas muito mesmo, já fez com que eu me sentisse a menina mais infeliz do mundo.

Houve um tempo – era o que todos os adultos diziam – em que uma moça gorda, como tudo indicava que eu ia ser, seria infeliz para o resto da vida!

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Minha mãe não concordava com isso. Tentava me animar, justo ela que vive de dieta para não virar uma bolota.

– Você já nasceu cheinha, minha filha. E olha que eu não engordei muito na sua gravidez não. Você é assim, mais fortinha, porque não nasceu em uma família de gente magra, nem do meu lado, nem do lado do seu pai.

Como você já deve ter percebido, minha mãe sempre rodeava, dava voltas e mais voltas para não dizer a palavra “gorda”. Era cheinha, fortinha, fofinha... Tudo no “inha”, sempre! Sabe que isso acabava me irritando ainda mais?

Impresso no Parque Gráfico da Editora FTD Avenida Antonio Bardella, 300 Fone: (0-XX-11) 3545-8600 e Fax: (0-XX-11) 2412-5375 07220-020 GUARULHOS (SP)

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