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Aprender e Praticar Gramática

Mauro Ferreira Aprender e Praticar

PARTE I VOLUME

ÚNICO

Gramática

ISBN 978-85-20-00115-8

9

788520 001158

11604001

PARTE I

VOLUME

ÚNICO


MAURO FERREIRA Especialista em Metodologia de Ensino pela Unicamp. Professor de Ensino Médio e de cursos pré-vestibulares durante 22 anos.

Aprender e Praticar

Gramática PARTE I

VOLUME

ÚNICO

4ª. edição São Paulo – 2015


Copyright © Mauro Ferreira, 2015 Diretor editorial Lauri Cericato Gerente editorial Flavia Renata P. de Almeida Fugita Editoras Angela C. Di Cesare M. Marques, Valquiria Baddini Tronolone Editores assistentes Roberta Vaiano, João Carlos Ribeiro Jr., Lilian Ribeiro de Oliveira, Janaína Silva, Thaís Totino Richter, Vânia Cobiaco Gerente de produção editorial Mariana Milani Coordenadora de produção Marcia Berne Coordenadora de arte Daniela Máximo Projeto gráfico Casa Paulistana, Homem de Melo & Troia Design Editor de arte Roque Michel Jr. e Carlos Asanuma Diagramação Lucas Trevelin, Rafael Ribeiro Tratamento de imagens Ana Isabela Pithan Maraschin, Eziquiel Racheti Ilustrações Marcos Guilherme/Arte Figuras, Sonia Magalhães, Paulo Wilson, José Luis Juhas Coordenadora de preparação e revisão Lilian Semenichin Preparação Líder: Sônia Cervantes. Preparadoras: Maria de F. Cavallaro, Veridiana Maenaka. Revisão Líder: Viviam Moreira. Revisores: Aline Araújo, Cristiane Casseb, Enymilia Guimarães, Kátia Cardoso, Lilian Vismari, Oswaldo Cogo, Rita Lopes Supervisora de iconografia Célia Maria Rosa de Oliveira Iconografia Assistente de iconografia: Priscila Massei. Pesquisadoras: Erika Nascimento, Elizete Moura Santos, Graciela Naliati, Rosely Ladeira Diretor de operações e produção gráfica Reginaldo Soares Damasceno

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Ferreira, Mauro 360º : aprender e praticar gramática : partes 1,2, e 3 : caderno de atividades + caderno de revisão / Mauro Ferreira. – 4. ed. – São Paulo : FTD, 2015. ISBN 978-85-20-00115-8 (aluno) ISBN 978-85-20-00116-5 (professor) 1. Atividades e exercícios (Ensino médio) 2. Português - Gramática (Ensino médio) I. Título. 15-02513 CDD-469.507 Índices para catálogo sistemático: 1. Gramática : Português : Ensino médio 469.507

Envidamos nossos melhores esforços para localizar e indicar adequadamente os créditos dos textos e imagens presentes nesta obra didática. No entanto, colocamo-nos à disposição para avaliação de eventuais irregularidades ou omissões de crédito e consequente correção nas próximas edições. As imagens e os textos constantes nesta obra que, eventualmente, reproduzam algum tipo de material de publicidade ou propaganda, ou a ele façam alusão, são aplicados para fins didáticos e não representam recomendação ou incentivo ao consumo.

Reprodução proibida: Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998 Todos os direitos reservados à

Editora FTD S.A. Rua Rui Barbosa, 156 – Bela Vista – São Paulo – SP CEP 01326-010 – Tel. (0-XX-11) 3598-6000 Caixa Postal 65149 – CEP da Caixa Postal 01390-970 www.ftd.com.br E-mail: ensino.medio@ftd.com.br


Apresentação Aprender e praticar gramática é um livro completo de Língua Portuguesa destinado a alunos das séries finais do Ensino Fundamental e das três séries do Ensino Médio. É indicado para colégios cuja proposta pedagógica se baseia em uma abordagem aprofundada e atualizada dos conteúdos. O desenvolvimento da obra apoia-se em três eixos gerais, que se inter-relacionam continuamente e têm os seguintes objetivos: 1. Propiciar o desenvolvimento da capacidade de uso funcional do

idioma, por meio da contínua ampliação da competência linguística do aluno no que diz respeito às habilidades de leitura e de escrita funcionais. 2. Oferecer uma sistematização clara e didática dos conceitos já

consagrados pelo ensino de gramática, uma vez que tal conhecimento pode ser útil na continuidade da vida escolar, levando-se em conta a multiplicidade de abordagens que os diferentes processos seletivos (concursos, vestibulares etc.) adotam em suas provas. 3. Possibilitar o aprofundamento e a consolidação do domínio da

variedade padrão da língua, sem, no entanto, desqualificar as demais variedades linguísticas. O encaminhamento dos diferentes parâmetros da língua culta é sempre relativizado, ou seja, enfatiza-se, sempre que necessário, que cada variedade linguística tem suas características próprias e que seu emprego deve ser tratado na perspectiva da adequação à situação de comunicação, e não sob o critério de conceitos absolutos de “certo” e “errado”. Dessa forma, o livro busca atender às expectativas do estudante no que se refere tanto à ampliação de suas competências linguísticas como à sistematização e consolidação da base teórica dos conhecimentos gramaticais necessários à continuidade de sua vida escolar. Além disso, o livro procura evidenciar, principalmente através dos exercícios, para que

servem, na prática, os conhecimentos gramaticais. Pretende-se que o aluno perceba que tais conhecimentos não constituem algo meramente teórico, com uma vasta nomenclatura desconectada da realidade; ao contrário: o domínio dos mecanismos gramaticais e/ou linguísticos é fundamental para que, nas diferentes situações, os usuários do idioma se comuniquem proficientemente. Esperamos, assim, que este livro contribua para o sucesso escolar do estudante e, um pouco mais no futuro, para seu sucesso profissional. Bons estudos.


Conheça o seu livro

Unidade 2 Angeli

• VARIAÇÕES LINGUÍSTICAS • A LÍNGUA PORTUGUESA – ORIGENS E GEOGRAFIA

Abertura da unidade As unidades iniciam-se com um texto (cartaz, cartum, tirinha, poema etc.) e um breve questionamento que, em conjunto, instigam uma reflexão e remetem a conhecimentos prévios sobre o assunto a ser estudado. Angeli. Folha de S.Paulo, São Paulo, 31 nov. 1993.

MORFOLOGIA

“Esquema no orçamento” significa “desvio de verbas públicas em benefício de pessoas ou empresas”. Observe a alteração no modo de falar do deputado e responda: será que ele está mesmo envolvido no “esquema”?

Assim:

iz + [a] va

+

Elementos que, em conjunto, significam “pequena folha de papel grosso/resistente”.

post + al ↑

+

cart + ão

Elementos que, em conjunto, significam “relativo/referente a correio”.

↑ Elemento que exprime processo; ocorrência de um fato.

Essa palavra é formada, portanto, por seis elementos significativos, ou morfemas, que, reunidos, dão-lhe forma e significado: cartãopostalizava quer dizer que o horizonte “ia se transformando em um cartão semelhante àqueles que mandamos pelo correio”. Então: Morfemas são as menores unidades significativas que se combinam para formar as palavras.

↑ Elemento que exprime ideia de tempo contínuo no passado.

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Morfologia (morphé = forma + logia = estudo) é a parte da gramática que estuda a palavra do ponto de vista de sua forma. A morfologia tem por objetivos: • identificar, na estrutura da palavra, os elementos formadores (partes) que a constituem; • determinar o processo de formação, isto é, o mecanismo linguístico que deu origem à palavra; • determinar a classe gramatical da palavra e estudar suas possíveis flexões, ou seja, suas variações de forma.

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Exposição teórica A exposição teórica sistematiza, de forma objetiva e clara, os aspectos essenciais do tópico gramatical em estudo.

COMPLEMENTOS TEÓRICOS 1. Uma palavra pode ser formada por apenas um morfema ou por vários deles. Compare estes exemplos: • flor → palavra formada por apenas um morfema; por isso essa palavra é inseparável em sua estrutura. • clássico → palavra formada por três morfemas: cláss-ic-o. 2. Separar uma palavra em seus morfemas constituintes é bem diferente de separá-la em sílabas. Compare, por exemplo, estas duas divisões na palavra passarinhos: • divisão silábica: pas-sa-ri-nhos • divisão mórfica (morfemas): passar-inh-o-s

Cada tipo de morfema que participa da estrutura de uma palavra tem um nome e uma função específica. Vamos conhecer, a seguir, essa classificação.

Classificação dos morfemas

A PALAVRA: SEUS SONS E GRAFIA

Ivan Sazima

• Radical

Introdução

Leia a legenda desta foto extraída de um livro sobre a vida das aves e seus hábitos, e observe as palavras destacadas.

• Para que serve a acentuação gráfica?

Mesmo as aves aquáticas que encharcam a plumagem, como o biguá (Phalacrocorax brasilianus), tomam banho. Essa ave também mergulha a cabeça e espalha água nas costas, batendo vigorosamente as asas.

As palavras dos quadros abaixo já estão todas adequadas quanto à acentuação gráfica. Leia-as em voz alta, se possível.

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Para que saber?

SINTAXE

Bill Watterson - Calvin & Hobbes

Considere este período:

No meio da noite, acordei com a impressão de que sentira que a casa toda havia tremido. Reescreva a frase, excluindo a palavra “que” e empregando na forma reduzida as orações por ela introduzidas. Depois, classifique as orações reduzidas.

8. Leia estes trechos do texto Não se pode ser sem rebeldia e identifique a afirmação incorreta. Eu acho que os adultos, pais e professores, deveriam compreender melhor que a rebeldia, afinal, faz parte do processo de autonomia, quer dizer, não é possível ser sem rebeldia. [...] Tem professores que acham que a única saída para a rebelião, para a rebeldia é a castração. Eu confesso que tenho grandes dúvidas em torno do castigo. Eu acho que a liberdade não se autentica sem o limite da autoridade, mas o limite que a autoridade se deve propor a si mesma, para propor ao jovem a liberdade, é um limite que necessaJovens em manifestação pelo impeachment do riamente não se explicita através de castigos. [...] então presidente Collor (Porto Alegre-RS, 1992). A liberdade que não faz uma coisa porque tem o castigo não está “eticizando-se”. É preciso que eu aceite a necessidade ética, aí o limite é o compromisso e não a imposição [...]. O castigo não faz isso. O castigo pode criar docilidade, silêncio. Mas os silenciados não mudaram o mundo.

Carlos Rodrigues/Estadão Conteúdo

Não se pode ser sem rebeldia

3. cáqui

irritação na pele

nome de uma cor

4. carijo

5. pangarave

6. aimará

estrado, armação feita de varas trançadas

pessoa desprezível, ordinária, vil

túnica de algodão

Lendo esse verbete e orientando-se pela presença do acento gráfico, você sabe pronunciar a palavra de forma correta: sílfide (proparoxítona).

154

SINTAXE

f. Oração subordinada substantiva apositiva As orações principais às quais se associam orações apositivas não apresentam uma estrutura básica característica, uma vez que essas orações, tal como o aposto, apenas se associam a nomes da oração principal para esclarecer o sentido deles. Veja estes exemplos: • Ela fez ao pai um pedido: que ele nunca vendesse o casarão. or. subord. subst. apositiva

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Atelier Sommerland/Alamy/Glow Images

 substantivo feminino 1. gênio feminino do ar na mitologia céltica e germânica da Idade Média; 2. mulher esbelta e delicada; 3. Imagem vaporosa de mulher; 4. figura feminina indistinta.

Paulo Freire. Não se pode ser sem rebeldia. In: FREIRE, Ana M. A. (Org.). Pedagogia dos sonhos possíveis. São Paulo: Ed. Unesp, 2001.

a) Trata-se de um texto dissertativo, no qual marcas linguísticas como “eu acho que”, “eu confesso que tenho”, “que eu aceite” evidenciam um posicionamento nitidamente pessoal do autor relativamente ao tema. b) A forma verbal “eticizando-se” (terceiro parágrafo), que significa “tornando-se ética”, está entre aspas por ser um neologismo, uma palavra inventada pelo autor do texto. c) No período “Eu confesso que tenho grandes dúvidas em torno do castigo”, a segunda oração funciona como objeto direto da primeira. d) Em “É preciso que eu aceite a necessidade ética [...]”, a segunda oração funciona como sujeito da primeira. e) Se, no período “Eu acho que a liberdade não se autentica sem o limite da autoridade”, a oração principal for substituída por “É inquestionável”, a segunda oração, que funciona como objeto direto, passará a funcionar como sujeito, mas não haverá alteração alguma no grau de subjetividade da afirmação expressa nesse período.

silfide

sílfide

Seleção de textos Os textos que fazem parte da exposição teórica ou servem de base para os exercícios integram uma ampla variedade de gêneros textuais (notícias, textos informativos e/ou instrucionais, piadas etc.).

Aplicar adequadamente as regras de acentuação é uma exigência que se impõe a quem, em situações específicas de comunicação, precisa utilizar a língua escrita na variedade padrão. Quem escreve precisa orientar o leitor quanto à correta pronúncia das palavras que utiliza.

Patrícia Santos/Folhapress

© 1989 Watterson/Dist. by Universal Uclick

6. Observe a cena e leia a opinião do perspicaz garotinho Calvin.

7.

2. estrófulo

nome de um peixe

Certamente você se sentiu mais seguro ao pronunciar as palavras 2, 3 e 6, porque se orientou pela presença do acento gráfico; mas, nas outras três, que não são acentuadas, você precisou “pensar” um pouco, não foi? Agora, observe a ilustração ao lado e considere a palavra abaixo dela, escrita, por enquanto, sem qualquer preocupação quanto ao acento gráfico. Muito provavelmente você ficou em dúvida quanto à pronúncia dessa palavra, não ficou? Isso aconteceu porque ela é bem rara e você, por talvez nunca tê-la ouvido, pode ter considerado sua sílaba tônica em qualquer uma de suas três sílabas. Assim: • na antepenúltima sílaba (proparoxítona)  silfide • na penúltima sílaba (paroxítona)  silfide • na última sílaba (oxítona)  silfide Se você for pesquisar essa palavra em um dicionário, encontrará o seguinte:

Pequenos quadros que eclarecem/justificam a importância teórica e/ou prática de estudar o tópico gramatical da unidade. A respeito da organização sintática da frase do texto, responda aos itens a seguir. a) Como se classifica a palavra que introduz o objeto direto do verbo “acho”? b) Em que palavra do texto termina o objeto direto de “acho”? c) Nesse contexto, a palavra “sinal” é um nome de sentido incompleto. Transcreva a oração que funciona como complemento nominal desse nome. d) A oração “de que ninguém até agora tentou entrar em contato conosco” associa-se a um elemento textual em elipse. Identifique esse elemento e dê a função da oração em relação a ele.

1. lucanari

Herbert de Sousa, o Betinho, uma vida de combate à miséria e à AIDS e em defesa da democracia.

• O sonho de Betinho, que o Brasil fosse menos desigual, ainda está longe. or. subord. subst. apositiva

Complementos teóricos Possibilitam o contato com mais informações e/ou aspectos teóricos relativos ao assunto estudado na unidade.

COMPLEMENTOS TEÓRICOS 1. A VÍRGULA NAS ORAÇÕES SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS A presença ou ausência da vírgula separando uma oração substantiva de sua principal depende da ordenação do período composto formado por elas. Assim: a) Ordem direta [oração principal + oração substantiva]  não se usa vírgula. • Ex.: Todo o país sempre soube que o ex-governador é um corrupto notório. oração principal

or. subord. substantiva

Confira essa regra em todos os exemplos dos itens de a a e da exposição teórica das páginas anteriores. b) Ordem indireta [oração substantiva + oração principal]  vírgula obrigatória. • Ex.: Que o ex-governador é um corrupto notório, todo o país sempre soube. or. subord. substantiva

oração principal

Observação: As orações apositivas intercaladas na principal também têm vírgulas (reveja, acima, o exemplo do item f).

2. FORMAS DAS ORAÇÕES SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS As orações subordinadas substantivas podem apresentar-se sob a forma desenvolvida ou reduzida. Veja as características de cada um desses dois tipos:

Forma desenvolvida • É iniciada por conjunção integrante (que ou se). • Seu verbo apresenta-se flexionado (conjugado).

Forma reduzida • Não é iniciada por conjunção. • Seu verbo apresenta-se no infinitivo.

Compare: conjunção

verbo flexionado

• O ministro declarou que está preocupado com a inflação.  oração desenvolvida or. subord. substantiva ob. direta verbo no infinitivo

• O ministro declarou estar preocupado com a inflação.  oração reduzida or. subord. substantiva ob. direta

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A PALAVRA: SEUS SONS E GRAFIA

FICHA Nº- 1

 Letra z • Nos substantivos abstratos formados de adjetivos: Exs.: lúcido → lucidez, árido → aridez, fluido → fluidez • Nos verbos terminados em -izar, formados a partir de palavras que não têm -s no fim do radical: Exs.: padrão → padronizar, martírio → martirizar, popular → popularizar  Letra s • Na terminação -ês/-esa de palavras indicativas de origem/procedência: Exs.: camponês, inglesa • Nos verbos terminados em -isar, formados por palavras que têm -s no fim do radical: Exs.: friso → frisar, deus → endeusar, liso → alisar • Nas formas dos verbos: querer (ex.: quis, quiseram) pôr (ex.: pus, pusessem)  Letra j • Nas palavras formadas a partir de outras terminadas em -ja. Ex.: tarja → tarjeta • Nas formas dos verbos terminados em -jar. Ex.: arranjar → arranjem, arranjei  Letra g • Nas terminações: a) -ágio, -égio, -ígio, -ógio, -úgio. Exs.: pedágio, colégio, prestígio, relógio, refúgio b) -agem (Ex.: filmagem), -igem (Ex.: vertigem) e -ugem (Ex.: penugem)  Letra x • Depois de ditongo. Exs.: paixão, madeixa • Depois de en- inicial. Exs.: enxertar, enxuto

Este ícone indica a existência de um objeto educacional digital (OED). Trata-se de uma ferramenta multimídia relacionada ao tema ou assunto que você está estudando.

Resumindo o que você estudou

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 1. O trecho de texto a seguir, já apresentado na unidade 2, faz parte da primeira gramática da língua portuguesa, escrita em 1536 por Fernão de Oliveira. Leia-o e faça o que se propõe nos itens a e b.

A Lingoagem e figura do entendimento [...] os bos falão virtudes e os maliçiosos maldades [...] sabe~ falar os ~q ~e te~de~ as cousas: porqe~ das cousas naçe~ as palauras e não das palauras as cousas. a) Reproduza o texto utilizando a ortografia atual da língua portuguesa. b) Indique se as afirmações a seguir são falsas ou verdadeiras. Justifique com exemplos do texto original e/ou do texto que você redigiu no item a. • No português atual, a letra ç, que pode representar graficamente o fonema /s/ (se), é empregada nas mesmas condições em que era usada na época da redação do texto original.

Ao final de cada seção teórica, são apresentadas fichas que sintetizam esquematicamente o essencial da unidade.

UNIDADE 27 PERÍODO COMPOSTO POR COORDENAÇÃO E SUBORDINAÇÃO

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 1. Nos itens abaixo, reúna cada par de orações em um único período, usando uma conjunção coordenativa que explicite adequadamente a relação lógico-semântica entre elas. Depois, indique se essa relação é de adição, oposição, alternância, conclusão ou explicação. a) Sabemos muito sobre o universo. Às vezes, não sabemos o nome de nosso vizinho. b) Conversei com eles ontem à tarde. Mostrei-lhes as vantagens de nossa proposta. c) Com a falta de chuvas, a vegetação rasteira secou. O perigo de incêndio era constante. d) Lute com toda disposição do mundo. Desista de seus maiores sonhos. e) Lute com toda disposição do mundo. A realização de seus sonhos depende só de você.

• Na época em que o texto foi escrito, os dígrafos qu e sc, usados no português moderno, ainda não integravam o sistema ortográfico da língua. • Naquela época, a nasalização das vogais era sempre indicada pelo til (~). • Naquela época, a letra u representava, em determinados casos, um fonema que, no português atual, é representado pela letra v.

2. Leia esta tira humorística:

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© 2011 King Features Syndicate/Ipress

Unidade 7

RESUMINDO O QUE VOCÊ ESTUDOU Principais empregos de algumas letras

Exercícios de fixação Seção composta por exercícios de resolução rápida e direta que visam à fixação dos conceitos teóricos e da terminologia apresentados na exposição teórica.

Hagar, de Chris Browne. Folha de S.Paulo, São Paulo, 12 abr. 2000.

Nesse diálogo, a palavra ou liga dois termos de uma mesma oração; por sua vez, a palavra então estabelece um vínculo entre a frase do último quadrinho e a resposta dada por Hagar. Essas duas palavras evidenciam, respectivamente, as seguintes relações sintático-semânticas: a) adição – oposição. c) oposição – adição. e) exclusão – adição. b) adição – explicação. d) exclusão – conclusão.

3. Leia estas interessantes “definições”: Relatividade Educação É aquilo que nos faz olhar o bife maior e tirar o menor.

Cinismo É aquilo que nos faz olhar o bife menor e tirar o maior.

Miséria É aquilo que nos faz olhar o bife maior e o bife menor e não tirar nenhum.

1. Considere o enunciado a seguir e reescreva o trecho destacado, acrescentando nele, de todas as maneiras válidas,

Gula

as vírgulas que foram omitidas.

Fábio Seidl-Bruno Brasil/Associação Brasileira de Imprensa-ABI

Ele partiu sem aviso, por isso, silenciosamente, despediu-se dos amigos do bairro das casas das ruas.

Uma vírgula muda tudo. ABI — Associação Brasileira de Imprensa. 100 anos lutando para que ninguém mude nem uma vírgula da sua informação. In: Veja, São Paulo: Abril, 9 abr. 2008.

a) Qual das duas frases do segundo par exemplifica a afirmação que se faz a respeito delas? Explique. b) No terceiro par, qual das duas frases exemplifica a afirmação que se faz a respeito delas? Explique. c) Na primeira frase do quarto par, quem é corrupto? d) Em cada uma das frases do último par, o que o falante nega?

Max Nunes. O pescoço da girafa. São Paulo: Companhia das Letras, 1997. p. 41-2.

a) b) c) d)

Grupos de exercícios que possibilitam ao aluno analisar como os conceitos gramaticais estudados se articulam, na prática, com a leitura e a escrita de textos com os quais ele, como usuário da língua, tem contato em sua vida cotidiana.

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P A R T E 3 MORFOLOGIA

a) Leia o trecho de poema ao lado e comente o efeito expressivo criado pelos adjetivos empregados no diminutivo.

Miguel Paiva

b) Agora leia esta tira humorística:

a. Segundo especialistas, haverá no mundo, em 2020, aproximadamente 50 megacidades (cidades com mais de 10 milhões de habitantes). b. Segundo especialistas, haverá no mundo, em 2020, aproximadamente, 50 megacidades (cidades com mais de 10 milhões de habitantes).

Encare esta!

4. (UFG-GO) Uma propaganda a respeito das facilidades oferecidas por um estabelecimento bancário traz a seguinte recomendação:

Trabalhe, trabalhe, trabalhe. Mas não se esqueça: vírgulas significam pausas. VEJA. n. 1918.

Nesse texto, observa-se um exercício de natureza metalinguística. Explique como esse recurso auxilia a construção do sentido pretendido para persuadir o leitor.

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Trata-se de um exercício que encerra a seção “Da teoria à prática” e que, por seu alto grau de dificuldade na resolução, funciona como um “desafio”.

CASO VOCÊ PRECISE...

CASO VOCÊ PRECISE...

• Outros pares de homônimos HOMÔNIMOS PERFEITOS (Vocábulos idênticos na grafia e na pronúncia)

acender (atear fogo) acessório (algo suplementar; anexo) cela (pequeno quarto de dormir; aposento de religiosos; espaço de contenção em prisões) cheque (ordem de pagamento; verbo checar) concerto (execução ou audição de obras musicais) decente (digno, correto, decoroso) empossar (dar ou tomar posse) esperto (atento, perspicaz, inteligente)

xeque (jogada de xadrez; chefe de tribo árabe) conserto (remendo, reparação; verbo consertar) descente (que desce) empoçar (formar poça) experto (especialista; expert)

esplanada (terreno plano em frente a uma edificação)

explanada (verbo explanar)

abrigo (albergue)

banco (assento)

banco (instituição financeira)

cabo (posto militar)

cabo (acidente geográfico)

canela (parte da perna)

canela (tempero)

cedo (verbo ceder)

cedo (advérbio de tempo)

cura (verbo curar)

cura (vigário de povoado/aldeia)

intercessão (ato de interceder)

dado (instrumento de jogo)

dado (informação)

sexta (redução de sexta-feira; intervalo musical)

era (verbo ser)

era (período de tempo)

grama (medida de peso)

ascender (elevar-se; subir) assessório (relativo a assessor)

Considere esta imagem de uma campanha de educação para o trânsito promovida pela prefeitura de Belo Horizonte (MG).

No contexto dessa mensagem, o substantivo “papelão” pode ser entendido em dois diferentes sentidos. a) Associado ao comportamento de certos motoristas que param seus carros em vagas para pessoas deficientes, qual é o sentido dessa palavra? b) Qual o outro sentido de “papelão” nesse contexto?

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sela (arreio de cavalgadura)

taxa (imposto, tarifa)

interseção (encontro de duas linhas que se cruzam; corte) cesta (utensílio de fibras trançadas feito para guardar objetos) sesta (repouso após o almoço) tacha (tipo de prego; defeito moral)

grama (relva)

trás (depois de; após; na parte posterior; atrás, detrás)

traz (verbo trazer)

mangueira (tubo de borracha)

mangueira (árvore)

viagem (jornada; ato de partir de um lugar a outro)

nós (pronome pessoal)

nós (plural de nó)

vós (pronome pessoal)

pus (verbo pôr)

pus (secreção)

viajem (verbo viajar) voz (som ou conjunto dos sons produzidos pelas vibrações das pregas vocais sob pressão do ar que percorre a laringe)

saia (verbo sair)

saia (vestimenta)

sentença (frase)

sentença (decisão judicial)

tanque (cisterna)

tanque (veículo de guerra)

• Outros pares de parônimos

HOMÔNIMOS HOMÓGRAFOS (Vocábulos idênticos apenas na grafia)

E então? O que cada um dos personagens “quer dizer” ao usar o adjetivo no diminutivo?

HOMÔNIMOS HOMÓFONOS (Vocábulos idênticos apenas na pronúncia)

abrigo (agasalho)

PARÔNIMOS (Vocábulos semelhantes na grafia e na pronúncia) cardeal (principal, fundamental; cardinal; dignidade eclesiástica) cível (relativo ao direito civil)

cardial (relativo a ou próprio de cárdia; cárdico, cardíaco) civil (relativo ao cidadão; civilizado, sociável; polido)

acerto /ê/ (acordo informal)

acerto /é/ (verbo acertar)

comprimento (extensão)

acordo /ô/ (pacto, decisão)

acordo /ó/ (verbo acordar)

conjetura (dedução; hipótese, presunção, suposição)

apoio /ô/ (auxílio, amparo)

apoio /ó/ (verbo apoiar)

começo /ê/ (início, princípio)

começo /é/ (verbo começar)

corte /ô/ (conjunto de pessoas que compõem o governo de um país monárquico; cidade onde reside um soberano)

corte /ó/ (verbo cortar; talho)

dívida (débito)

divida (verbo dividir)

dúvida (incerteza)

duvida (verbo duvidar)

força /ô/ (qualidade do que é forte)

força /ó/(verbo forçar)

gosto /ô/ (paladar; opinião sobre algo)

gosto /ó/ (verbo gostar)

jogo /ô/ (atividade para entretenimento)

jogo /ó/ (verbo jogar)

estofar (cobrir com estofo)

olho /ô/ (órgão da visão)

olho /ó/ (verbo olhar)

fluir (jorrar; ter origem; provir, derivar, emanar)

fruir (desfrutar, gozar etc.)

pronúncia (modo de articulação dos sons)

pronuncia (verbo pronunciar)

fuzil (arma de fogo)

fusível (peça de instalação elétrica)

relevo /ê/ (topografia)

relevo /é/ (verbo relevar) sabia (verbo saber); sabiá (ave)

peão (pedestre; peça de xadrez; indivíduo que toureia; trabalhador rural; servente de obra)

pião (brinquedo)

sábia (aquela que sabe muito) seca /ê/ (ausência de chuvas)

seca /é/ (verbo secar)

proeminente (que se eleva acima do que o rodeia; que avança em ponta; saliente)

preeminente (superior, eminente, excelso; sublime, divino; nobre, distinto, ilustre)

sobre /ó/ (verbo sobrar)

recreação (recreio)

recriação (ato ou efeito de recriar; nova criação)

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Pequenininho lindinho baratinho enfim aquele apartamento para quem gosta de diminutivos e já decidiu o tamanho da família.

Carlos Drummond de Andrade. Diamundo. In: ______. As impurezas do branco. São Paulo: Companhia das Letras, 2012. p. 25.

3. Compare estes dois enunciados e explique a diferença de sentido entre eles.

sobre /ô/ (em cima de)

Na primeira definição, o e tem valor semântico de adição ou de oposição? E na segunda, qual o valor semântico do e? Nas duas ocorrências da terceira definição, essa conjunção tem o mesmo valor semântico? Justifique. Na quarta, o valor semântico do e é o mesmo nos dois casos? Justifique.

Arquivo BHTRANS

2. Leia este texto:

É aquilo que nos faz olhar o bife menor e o bife maior e comer os dois.

Da teoria à prática

descrição (ato ou efeito de descrever) despensa (divisão da casa, armário ou construção separada em que ficam os mantimentos) elidir (fazer desaparecer completamente; suprimir, eliminar) emigração (saída espontânea de um país; expatriação; ato ou efeito de emigrar) emitir (fazer expedir; despachar, enviar, remeter)

cumprimento (ato de cumprir; saudação) conjuntura (combinação ou concorrência de acontecimentos ou eventos num dado momento; circunstância, situação) discrição (qualidade de discreto) dispensa (licença, permissão para não executar um dever, um trabalho; demissão; ato de dispensar) ilidir (refutar, rebater) imigração (entrada de indivíduo estrangeiro em determinado país, para trabalhar e/ou para fixar residência, permanentemente ou não; ato ou efeito de imigrar) imitir (fazer (alguém) entrar ou entrar em (posse) de; pôr (-se) para dentro; meter(-se) estufar (pôr em estufa; aquecer ou secar em estufa; encher (-se); inchar(-se))

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Caso você precise... Material de consulta constituído por quadros que complementam o estudo de alguns tópicos teóricos estudados ao longo do livro.

se você

+

quiser mais

Na p. 758, são propostos outros exercícios sobre o assunto desta unidade (Flexões do substantivo e do adjetivo). Divirta-se...


Sumário Hipérbole

PARTE I O universo da linguagem

..............................................................................................

Unidade 1 As diferentes gramáticas

12 14

...............................

• Variedades linguísticas

•A dequação e inadequação linguística

14

• Funções da linguagem

......................................

14

• Gêneros textuais

....................................................................

14

..................................

As diferentes gramáticas A outra gramática Variedades linguísticas Variedade padrão Variedade não padrão Adequação e inadequação linguística Fatores que influenciam a adequação Funções da linguagem Função referencial (ou informativa) Função apelativa (ou conativa) Função emotiva (ou expressiva) Função metalinguística Função poética Função fática Gêneros textuais Alguns gêneros textuais

14

Ironia

........................................................................................................................................................................

Figuras de linguagem (2o grupo) Elipse (e zeugma)

......................................................................

91

..................................................................................................................................................

91

...............................................................................................................................................................................

92

Anáfora

Aliteração

.....................................................................................................................

18

Assonância

..............................................................................................................................

18

.......................................................................................................

20

...........................................

21

........................

22

...........................................................

29

.......................................................

30

................................................................................................

31

........................................................................................................................................

32

..................................................................................................................................................

32

...................................................................................................................................................

33

...........................................................................................

36

Unidade 2 Variações linguísticas

47

.........................................................

•A língua portuguesa – origens e geografia

................................................................................................

50

..........................................................................................................

51

.....................................................................................................................

52

..........................................................................................................

55

..................

56

Introdução Sentido denotativo e sentido conotativo Figuras de linguagem (1o grupo) Comparação Metáfora Metonímia (e sinédoque) Personificação (prosopopeia) Antítese (e paradoxo)

67

..................................................................................................................................................................................

68

...........................

68

......................................................................

Unidade 4 Noções de semântica

.....................................................

Introdução Significação das palavras Sinônimos

103

....................................................................................................

104

...............................................................................................................................................................

104

Antônimos

............................................................................................................................................................

Homônimos Parônimos

.....................................................................................................................................................

..........................................................................................................................................................

..........................................................................................................

Paráfrase

......................................................................................................................................................................

Polissemia

Ambiguidade

118

...............................................................................................................................................

71

.....................................................................

77

...........................................................................................................

78

128 130

.............................................................................................................................................................................

131

.............................................................................................................................................................................................

131

.......................................................................................................................................................................

O valor de contraste dos fonemas Os fonemas da língua Vogal, semivogal e consoante

.........................................

131 132

134

......................................................................................................................

134

.............................................................

Número de letras e número de fonemas

.........

135

..........................

136

................................................................................................................................................................

136

Os sons das palavras e a expressividade Aliteração

70 75

.......................................................................

.......................................................................................................................

Introdução Fonema Conceito

115

116

................................................................................................................................................................

Onomatopeia

.........................................................................................

110

Expressão idiomática, paráfrase, polissemia 114 e ambiguidade Expressão idiomática 114

Assonância

.........................................................................................................................................................

107

108

...............................................................................................................................................................

70

.........................................................................................................................................................................

102

.............................................................................................................................................................................

Unidade 5 Fonologia

50

.......................................................

94

48

.............................................................................................................................

93

................................................................................................................................................................

A palavra: seus sons e grafia

..................................................................................................................................................................................

Unidade 3 Figuras de linguagem

.....................................................................................................................................................................

47

..............................................................

Introdução Variações linguísticas A variação sociocultural A variação situacional A variação histórica A variação geográfica A língua portuguesa – origens e geografia

88

............................................................................................................................................................

Figuras de linguagem (3 grupo) Onomatopeia

17

28

86 86

o

............................................................................................................................

29

......................................................................

................................................................................................................................

88

15

...................................

81 82

.................................................................................................................................................................

Polissíndeto

...........................................................................................................

........................................................................................................................

79

80

................................................................................................................................................................

...........................................................................................................................................................................................

Gradação

Pleonasmo

..........................................................................................................

......................................................................................................................................................................

Eufemismo

...........................................................................................................................................................

.............................................................................................................................................

Encontros fonéticos Encontros vocálicos

................................................................................................................................

142

..................................................................................................................

142

Encontros consonantais Dígrafo

137 138

............................................................................................

..............................................................................................................................................................................................

143

144


A palavra – número de sílabas e tonicidade A palavra e suas sílabas A palavra e sua sílaba tônica

..........

145

Afixos

..............................................................................................

145

Desinências

146

Vogal temática

...................................................................

Unidade 6 Acentuação gráfica

................................................................

Introdução Para que serve a acentuação gráfica? Regras de acentuação gráfica Regras gerais de acentuação Palavras monossílabas tônicas Palavras oxítonas Palavras paroxítonas Palavras proparoxítonas Regras complementares de acentuação Acentuação dos ditongos abertos “éi”, “ói”, “éu” “i” e “u” na segunda vogal de hiatos Verbos “ter” e “vir” Acento diferencial Unidade 7 Ortografia Introdução A relação fonema-letra Orientações ortográficas (1a parte) Alguns empregos de “s” e de “z” Alguns empregos de “j” e de “g” Alguns empregos de “x” e de “ch” Terminações “-são”, “-ção” e “-ssão” Orientações ortográficas (2a parte) Verbos terminados em “-uir” e em “-uar” Empregos das palavras “mau” e “mal” Palavras homônimas e palavras parônimas Usos de “por que”, “por quê”, “porque” e “porquê” Expressões de pronúncias semelhantes Empregos do hífen com prefixos Caso você precise...

153

............................................................................................................................................................................

154

.......................

154

...................................................................................................................................................................................

201

......................................................................................................................................

................................................................................................................

Introdução Como nascem as palavras da língua?

212

............................

212

....................................................................................

156

.............................................................

156

.............................................................................................................................

156

............................................................................................................

157

..........................................................................................

159

Derivação sufixal

162

Derivação parassintética

Palavras primitivas, derivadas e compostas

............................................................................................................................................

Derivação Derivação prefixal

.............................

162

...............................................................................................................................................

162

214

.......................................................................................................................

214

.............................................................................................................................

214

........................................................................................

215

Derivação imprópria

............................................................................................................

216

Derivação regressiva

............................................................................................................

217

164

....................

223

............................................................................................................................................................

223

169

Onomatopeia

.............................................................................................................................................................................

170

..............................................................................................

170

Sigla

....................................................................................................................

............................................................................................................................................

...........................................................................................................................................................................................

Redução vocabular

..................................................................................................................

.....................................................

173

............................................

173

............................................

175

Unidade 10 I ntrodução ao estudo das classes gramaticais

.....................................

176

..........................

177

180 180

.................

................................................................................................

....................................................................................

...............

181 181

183 184 185

................................................

.................................................................................................................

190

221

.......................................................................................................................................................................

163

..............................................................................................................

.........

..............................

•S ubstantivo e adjetivo (conceitos e generalidades)

...............

Introdução Classes gramaticais O conceito de classe gramatical

224 224 225

230 230

............................................................................................................................................................................

231

..................................................................................................................................

231

....................................................

As classes gramaticais do português

231

.............................

232

.................................................................................................................

233

.......................................................................................................................................................................

234

......................................................................................................................................................................

234

Substantivo e adjetivo Substantivo Conceito

Classificação geral dos substantivos

................................

235

.........................................................................................................................................................................................

239

......................................................................................................................................................................

239

Adjetivo Conceito

Outros caracterizadores do substantivo

PARTE II

213

...................................................................................................................................................................................

Composição Outros processos de formação de palavras Hibridismo

.........................

211

.............................................................................................................................................................................

155

...................................................

203

Unidade 9 P rocessos de formação de palavras

................................................................................

......................................................................................................................

199

.........................................................................................................................................................

............

A posição do adjetivo em relação ao substantivo

240 242

.......................................................................................................................................

Morfologia

....................................................................................................................................................................................

Unidade 8 E lementos estruturais da palavra

194

........................................................................................................

196

...................................................................................................................................

Introdução Classificação dos morfemas Radical

Unidade 11 F lexões do substantivo e do adjetivo

.............................................................................................................................................................................

197

........................................................................................

198

..............................................................................................................................................................................

198

Introdução Flexões do substantivo Gêneros do substantivo

250

.............................................................................................................................................................................

251

...............................................................................................................

252

...........................................................................................

252

Números do substantivo

255

........................................................................................


Sumário Graus do substantivo: aumentativo e diminutivo Formação do grau Flexões do adjetivo Gênero e número dos adjetivos Grau do adjetivo Grau comparativo Grau superlativo

Flexões do verbo 259 259

................................................................................................

.......................................................................................................................

.................................................................................................................................

....................................................

........................................................................................................................

267 267

...............................................................................................................................

268

...............................................................................................................................................

Unidade 12 Artigo

264 264

......................................................................................................................................

Introdução Artigo Conceito e classificação Alguns empregos do artigo

275

.............................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

.............................................................................................

.......................................................................

276 276 276

277

.............................................................................................................................

Estudo do verbo (1a parte – continuação)

366

..............................................................................................

366

...............................................................................................................................................

373

Classificações do verbo Vozes verbais

Unidade 17 Verbo (2a parte) Introdução

.............................................................................

385

...........................................................................................................................................................................

386

Estudo do verbo (2a parte)

..............................................................................................

Formação dos tempos verbais simples

...................................

Presente do indicativo e seus derivados

............

Formação dos tempos verbais simples (continuação)

........................................................................................................................

Introdução Numeral Conceito Classificação dos numerais Principais empregos dos numerais

286

......................................................................................................................................................................

287 287 287

.............................................................................

288

.......................................

288

............................................................................................................................................................................

.........................................................................................................................................................................................

Unidade 14 Pronome (1 parte) a

Infinitivo impessoal e seus derivados

...................................................................................................................................................................................

398

Correlações entre os tempos verbais

399

Unidade 18 P alavras invariáveis (1a parte): advérbio Palavras invariáveis (1 parte)

......................................................................................................................................................................

...........................................

298

......................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................

299 299

.............................................................................................................

......................................................................................................

Unidade 15 Pronome (2a parte) Introdução Estudo dos pronomes (2a parte) Pronomes demonstrativos Pronomes indefinidos Estudo dos pronomes (2a parte – continuação) Pronomes relativos Pronomes interrogativos

...........................................................

315 315

323 324 324 324

.............................................................................................................................................................................

.......................................................................

...................................................................................

....................................................................................................

328

..................................................................................................................

333 333

......................................................................................

339

...........................................................................................................

Unidade 16 Verbo (1a parte) Introdução Verbo Conceito Estudo do verbo (1a parte) Conjugações verbais

..............................................................................

347

............................................................................................................................................................................

...............................................................................................................................................................................................

......................................................................................................................................................................

...............................................................................................

............................................................................................................

348 349 349 349 350

393 395

297 297 297

............................................................................................................................................................................

......................................................................................................................................................................................

387

..........................

Introdução

Introdução Pronome Conceito Classificação geral dos pronomes Estudo dos pronomes (1a parte) Pronomes pessoais Estudo dos pronomes (1a parte – continuação) Pronomes possessivos

386

Aspecto verbal: as diferentes durações do tempo

296

...........................................................

386

393

..............................................................................

Pretérito perfeito do indicativo e seus derivados

..............................................................................................................

Unidade 13 Numeral

350

......................

.....................................................

407

............................................................................................................................................................................

a

Advérbio

...........................................

408

...............................................................................

408

.....................................................................................................................................................................................

408

Conceito

......................................................................................................................................................................

Classificação do advérbio

Distinção entre advérbio e adjetivo Palavras e locuções denotativas

.................................

413 414

.........................................

421

............................................................................................................................................................................

422

Palavras invariáveis (2a parte) Preposição

..............................................................................

422

.............................................................................................................................................................................

422

Conceito

......................................................................................................................................................................

Classificação das preposições

424

..........................

425

...........................................................................................................

429

..............................................................................................................................................................................

429

Palavras invariáveis (2a parte – continuação) Conceito

......................................................................................................................................................................

Classificação das conjunções Interjeição

422

.................................................................

Relações semânticas das preposições

Conjunção

411

.....................................................

Unidade 19 P alavras invariáveis (2a parte): Preposição, conjunção, interjeição Introdução

409

.....................................................................................

429

....................................................................

430

..............................................................................................................................................................................

434

Conceito

......................................................................................................................................................................

A interjeição e o contexto Caso você precise...

434

...............................................................................

435

.................................................................................................................

442


Termos relacionados a nomes (2a parte) Complemento nominal

PARTE III Sintaxe

...............................................................................................................................................................................................

Unidade 20 I ntrodução ao estudo da sintaxe

..............................................................................................................

• Estudo do sujeito

...................................................................

468 468

Introdução ao estudo da sintaxe A estrutura dos enunciados: seleção, ordenação e combinação das palavras

...............................................................

469

Vocativo

..................................................................

•O rações subordinadas substantivas

Introdução Período composto por subordinação Oração principal e oração subordinada

471

As orações subordinadas substantivas Conceito

476

Classificação das subordinadas substantivas

477

As orações substantivas nos textos

..............................................................................................................................

.....................................................................................

.........................................................................................

474

558 559

............................................................................

482 486

......................

• Classificação do predicado

...................

559 559

...............

561

..................................

561

.......................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................

....................................

562 567

482

..................................................................................................................

Unidade 21 Tipos de verbo na oração

Unidade 25 O rações subordinadas adjetivas

.....................................................................................................................

Introdução As orações subordinadas adjetivas Conceito

573

.............................................................................................................................................................................

495 495

574

...................................................

575

......................................................................................................................................................................

575

............................................................................................................................................................................

496

Características das orações adjetivas

...................................................................................................

497

Classificação das subordinadas adjetivas 577

498

As orações adjetivas nos textos

Introdução Tipos de verbo na oração Verbo de ligação

.............................................................................................................................

Verbo significativo

....................................................................................................................

Classificação do predicado

.............................................................................................

576

.............................

........

......................................................

.......................................................................................................................

Introdução Relações sintáticas na oração

503

Unidade 26 O rações subordinadas adverbiais

510

.................................................................

510

...........................

511

.......................................................

511

588

......................................................................................................................................................................

588

Classificação das orações adverbiais (1a parte)

589 594 599

...................................................................................................................................................

.........................

520 520

As orações adverbiais nos textos

.......................................................................................................................

523

531

• Vocativo

531

..........................................................................................................................

.........................................................................................................................

Introdução Termos relacionados a nomes (1a parte) Adjunto adnominal

............................................................................................................................................................................

532

............................

533

Predicativo

587

.............................................

.......................................................................................................................

Unidade 23 T ermos relacionados a nomes

................................................................................................................

533

..........................................................................................................................................................

536

586

............................................................................................................................................................................

Classificação das orações adverbiais (2a parte)

Termos relacionados ao verbo (2a parte) Agente da passiva Adjunto adverbial

Introdução As orações subordinadas adverbiais Conceito

509

.............................................................................................................................................................................

Termos relacionados ao verbo (1a parte) Objeto direto e objeto indireto

580

500 .............................................................................................................

Unidade 22 T ermos relacionados ao verbo

558

...........................................

...........................................................................................

547 549

475

..................................................................................................................................

Oração sem sujeito

..............................................................................................................................................................................

........................................................................................................................................................................................

.............................................................................................................................................................................

Sujeito e predicado Estudo do sujeito (1a parte) A relação morfossintática “sujeito-substantivo” Estudo do sujeito (2a parte) As classificações do sujeito

543

Unidade 24 P eríodo composto por subordinação

469

.................................................................................................................................

Características do sujeito

543

................................................................................................

...................................................................................................................................

Análise sintática

Aposto

466

...........................

..............................................................................................

..................................................................................................................................................

...............................................

Unidade 27 P eríodo composto por coordenação

...............................................................................................

•P eríodo composto por coordenação e subordinação

..........................................................................................

Período composto por coordenação Introdução Conceito

607

607

..............................................

608

...........................................................................................................................................................

608

......................................................................................................................................................................

608


Tipos de orações coordenadas Classificação das orações coordenadas sindéticas As orações coordenadas nos textos Período composto por coordenação e subordinação

..........................................................

609

Regência de alguns verbos (1a parte)

...........................

688

Regência de alguns verbos (2 parte)

..........................

697

...........................................................................................................................................

707

............................................................................................................................................................................

708

a

............................................................................

610

..................................

614

.......................................................................................................................................................

615

Unidade 32 Crase Introdução

Conceito de crase Unidade 28 Concordância nominal

.....................................

Introdução Conceito de concordância Concordância nominal Regra geral Concordância do adjetivo com vários substantivos Outros casos de concordância nominal

623

............................................................................................................................................................................

624

.................................................................................................

624

..................................................................................................................

625

........................................................................................................................................................

626

.................................................................................................

626

................

630

...........................................................................................................................................

Estudo da crase (1 parte) a

....................................................................................................

Principais ocorrências de crase Estudo da crase (2a parte) Outros casos de crase

...........................................................

....................................................................................................................

Introdução Principais regras de concordância verbal Concordância do verbo com o sujeito simples Principais regras de concordância verbal (continuação) Concordância do verbo com o sujeito composto

640

............................................................................................................................................................................

641

.......................

641

.......................................................................................................................

641

...............................................................................................................................................................

655

..........................................................................................................

655

......................................................................................................

720

......................................

....................................................................................................................

Introdução Concordância do verbo “ser” Verbo “ser” – um verbo diferente Emprego dos verbos impessoais Verbo “fazer” Verbo “haver” Concordância do verbo no infinitivo Infinitivo impessoal e infinitivo pessoal Empregos das formas do infinitivo

664

............................................................................................................................................................................

665

.................................................................................

665

.........................................

665

................................................................

669

...........................................................................................................................................

669

.........................................................................................................................................

670 671

728

............................................................................................................................................................................

729

............

729

.....................................................................................................................................................

730

Posicionamentos dos oblíquos átonos nos enunciados

As três posições dos oblíquos átonos Orientações práticas

..........................

731 731

...............................

Colocação pronominal na variedade padrão Próclise

730

............................................................................................................

A eufonia na colocação pronominal

..............

732

............................................................................................................................................................................

732

Mesóclise Ênclise

Unidade 30 C oncordância verbal (2a parte)

710

720

Os pronomes pessoais: retos e oblíquos

Unidade 29 C oncordância verbal (1a parte)

710

..................................................................................................

Unidade 33 Colocação pronominal Introdução

708

..................................................................................................................................................................

733

.................................................................................................................................................................................

735

Colocação pronominal nas locuções verbais

Pontuação

...............................................................................................................

.........................................................................................................................................................................................

Unidade 34 Pontuação Introdução

735

742

............................................................................................................

744

.............................................................................................................................................................................

A pontuação e o sentido dos enunciados

.....................

745 745

.............................................

.....................................

Unidade 31 Regência nominal

671

Os sinais de pontuação

673

A vírgula

..............

746

.......................................................................................................................................................................................

A vírgula entre termos da oração .................................................................

681

.............................................................................

681

O ponto e vírgula

...........................................................................................................................................................................

682

Os dois-pontos

.........................................................................................................................................

683 684

As reticências

...................................................................................................................................................

• Regência verbal

746

...............................................................................................................

Introdução Regência nominal Regência verbal Pré-requisitos para o estudo da regência verbal A regência verbal e a adequação à situação de uso

...................................................................................................................

.....................................

684 687

A vírgula entre orações

As aspas

............................................

747

..............................................................................................

751

..........................................................................................................................................

753 755

........................................................................................................................................................

..............................................................................................................................................................

756

........................................................................................................................................................................................

758

O travessão

........................................................................................................................................................................

759

Bibliografia

.........................................................................................................................................................................

766

Lista de siglas

................................................................................................................................................................

767


Sumário – Parte I

O universo da linguagem Unidade 1

.........................................

......................................................................................................

As diferentes gramáticas Variedades linguísticas

...........................................................

................................................................

Adequação e inadequação linguística

28

.................................................................................

33

.....................................................................................................

47

.....................................................................

A língua portuguesa – origens e geografia

56

......................................................................................................

67

...................................................................

...................................................................................................

Noções de semântica

..................................................................

A palavra: seus sons e grafia

102 102 128

...................................................................................................

130

..................................................................................................

130

...................................................................................................

153

Acentuação gráfica

Unidade 7

70

........................

Fonologia

Unidade 6

50

.................................................................................................

Figuras de linguagem

Unidade 5

18

.................................................................

Variações linguísticas

Unidade 4

15

21

Gêneros textuais

Unidade 3

14

....................

Funções da linguagem

Unidade 2

12

.......................................................................

153

...................................................................................................

169

Ortografia

................................................................................................

Caso você precise...

............................................................

Outros pares de homônimos Outros pares de parônimos

169 190

............................................

190

................................................

191

Outras expressões idiomáticas

.......................................

192


Nick Hanna/Alamy/Glow Images

O UNIVERSO DA LINGUAGEM

Detalhe da instalação “Electronic Superhighway”, do videoartista sul-coreano Nam June Paik: 336 aparelhos de TV dispostos em andaime e cobertos com 600 metros de neon, formando um mapa.

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O universo da linguagem Unidade 1 – As diferentes gramáticas Variedades linguísticas Adequação e inadequação linguística Funções da linguagem Gêneros textuais Unidade 2 – Variações linguísticas A língua portuguesa – origens e geografia Unidade 3 – Figuras de linguagem Unidade 4 – Noções de semântica


O UNIVERSO DA LINGUAGEM

Unidade 1 • AS DIFERENTES GRAMÁTICAS • VARIEDADES LINGUÍSTICAS • ADEQUAÇÃO E INADEQUAÇÃO LINGUÍSTICA • FUNÇÕES DA LINGUAGEM • GÊNEROS TEXTUAIS SuperStock/Glow Images

• CONCORDÂNCIA NOMINAL

Dia de mercado, tela de Richard H. Fox.

Estudar e descrever a língua (sua gramática, seu vocabulário, sua pronúncia) é examinar aspectos muito importantes do nosso mundo. Por um lado, estudamos o instrumento fundamental que permite o funcionamento da sociedade, que afinal de contas se baseia na comunicação entre as pessoas. E, por outro lado, estudamos aspectos importantes da nossa organização mental: o funcionamento do nosso cérebro, da nossa memória, da nossa inteligência. É aí, e não em outra coisa qualquer, que reside o verdadeiro interesse de se estudar e fazer gramática. 14

Mário Perini. A língua do Brasil amanhã e outros mistérios. São Paulo: Parábola, 2004. p. 174.


UNIDADE 1 AS DIFERENTES GRAMÁTICAS

As diferentes gramáticas

© Mauricio de Sousa Editora

Leia este diálogo entre o simpático Chico Bento e a professora:

Mauricio de Sousa. Chico Bento n. 86. São Paulo: Editora Abril.

Se perguntássemos a diferentes leitores dessa historinha se o Chico Bento sabe português, muitas das respostas seriam mais ou menos assim: “Não; ele não sabe português.”, “Ele não sabe gramática.” ou “Ele fala errado.”. Haveria, inclusive, opiniões mais preconceituosas, tais como “Ele fala feio.” ou “Ele não sabe falar.”. Afirmações desse tipo são o resultado de uma confusão que geralmente ocorre entre língua, gramática e gramática normativa.

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O UNIVERSO DA LINGUAGEM

O Chico Bento, na realidade, sabe – e muito bem – falar português, tanto é que a professora compreendeu as perguntas que ele fez. E que língua ele usou? A língua portuguesa, é claro. Como todo falante de um idioma, o Chico se comunicou com a professora empregando a maneira de falar que ele está acostumado a usar no seu dia a dia. E quanto à “gramática”? O Chico sabe ou não sabe “gramática”? Na fala dele aparece este trecho: “Quar são minhas nota?”

Linguagem, língua e fala

• Linguagem – qualquer código (sistema de sinais convencionais) por meio do qual os seres humanos podem realizar atos de comunicação. Pode ser verbal (palavras faladas/escritas) ou não verbal (ex.: sinais de trânsito, desenho, foto, filme, música). • Língua ou idioma – forma particular de linguagem utilizada por um determinado povo para se comunicar por meio da palavra falada ou escrita. Ex.: língua portuguesa, língua espanhola etc. • Fala – maneira individual de acordo com a qual cada pessoa utiliza concretamente sua língua.

É claro que o menino, usando essas mesmas palavras, poderia ter escolhido outras maneiras de falar. Assim, por exemplo: • Minhas nota são quar?

• São quar minhas nota?

Mas, com certeza, ele nunca usaria as palavras numa ordem como esta: *Nota são minhas quar? E por que o Chico jamais falaria assim? Ele não ordenaria as palavras dessa maneira porque, desde que nasceu e começou a ouvir e, depois, a falar, ele foi internalizando, isto é, foi aprendendo, na prática, que sequências como essa não são válidas no português; não respeitam o sistema de regras de funcionamento da língua portuguesa. É esse sistema de funcionamento que recebe o nome de gramática da língua e é pela prática diária, como falantes e ouvintes, que todos nós – você, eu, o Chico Bento... – assimilamos, internalizamos o conjunto de regras de funcionamento de nossa língua. A respeito dessa nossa capacidade de aprender as regras do idioma e utilizá-las adequadamente, leia estes dois pequenos textos: 1. Tecer teias e falar A linguagem é uma habilidade complexa e especializada [...]. As pessoas sabem falar mais ou menos da mesma maneira como as aranhas sabem tecer teias. A atividade de tecer teias não foi inventada por nenhum gênio-aranha desconhecido e não depende de uma educação adequada nem de aptidão para a arquitetura ou para a construção civil. As aranhas tecem teias de aranha porque têm cérebros de aranha, que lhes dão o impulso e a competência para tecê-las.

Steven Pinker. In: Gennaro Chierchia. Semântica. Campinas: Editora da Unicamp; Londrina: Eduel, 2003. p. 28-29. 2. As regras do idioma [...] os falantes e ouvintes de uma mesma língua observam um número não pequeno de regras – mil a mil e quinhentas é uma estimativa já admitida –, ao falarem e ouvirem. Tais regras constituem um sistema [...]. É a esse sistema que se dá o nome de gramática de uma língua [...]. O normal é que um indivíduo normal internalize praticamente todas as regras de sua língua já ao atingir doze-treze anos.

Antônio Houaiss. O que é língua. São Paulo: Brasiliense, 1990. p. 19. (Primeiros Passos).

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UNIDADE 1 AS DIFERENTES GRAMÁTICAS

Nosso conhecimento prático, como falantes do português, permite-nos, então, estabelecer facilmente a diferença entre “Quar são minhas nota?” e “*Nota são minhas quar?”. Assim:

Quar são minhas nota?

É uma construção gramatical (linguisticamente válida, pois obedece às regras de organização do idioma; está de acordo com o sistema interno de funcionamento do português).

*Nota são minhas quar? É uma construção agramatical (não é linguisticamente válida, pois não obedece às regras próprias do sistema interno de funcionamento da língua portuguesa).

• A outra gramática No segundo quadrinho do diálogo entre o Chico Bento e a professora, ela repete, com algumas modificações, a fala do menino. Compare: 1. Quar são minhas nota? Fala do Chico Bento 2. Quais são as minhas notas [...] Fala da professora Depois, nos dois últimos quadrinhos, ela repreenO que os de o menino e exige que, no outro dia, ele esteja “o fino Uma receita de bolo não é um bolo [...].Também no português”. A professora está, portanto, criticando o a gramática não é a língua. “jeito de falar” do Chico e tentando “corrigir” aquilo que A língua é um enorme iceberg flutuando ela vê como “erros de português”. Para considerar que o no mar do tempo, e a gramática normativa é a tentativa de descrever apenas uma parcela menino fala “errado”, a professora toma como referênmais visível dele, a chamada norma culta. Essa cia não a gramática de funcionamento da língua, e sim descrição, é claro, tem seu valor e seus méritos, uma “outra” gramática, chamada de gramática normativa. mas é parcial (no sentido literal e figurado do termo) e não pode ser autoritariamente aplicada A gramática normativa é um conjunto de a todo o resto da língua [...]. orientações e regras que estabelece seus critérios Marcos Bagno. Preconceito linguístico: o que é, de “certo” e “errado” baseando-se na maneira como como se faz. São Paulo: Loyola, 2001. p. 9. o idioma vem sendo empregado, ao longo do tempo, por usuários que ela considera “exemplares”: escritores consagrados, gramáticos tradicionais, juristas e outros usuários cultos do idioma. Existem, portanto, duas gramáticas, que podemos conceituar assim:

dizem

Gramática internalizada Sistema de regras que constituem a estrutura de funcionamento do idioma e que são assimiladas naturalmente – pela prática – por todos os falantes.

linguistas

Gramática normativa Teoria que, tomando como referência os usos da língua consagrada pelos escritores clássicos, juristas, gramáticos, acadêmicos etc., descreve, sistematiza e propõe um conjunto de normas e orientações para falar/escrever.

Considerando essas duas perspectivas de análise nas falas do Chico Bento e da professora, teremos: 1. Quar são minhas nota?

• na perspectiva da gramática internalizada • na perspectiva da gramática normativa

2. Quais são as minhas notas [...]

• na perspectiva da gramática internalizada • na perspectiva da gramática normativa

certo errado certo certo

17


O UNIVERSO DA LINGUAGEM

Variedades linguísticas •  Variedade padrão Vamos retomar as frases comparadas anteriormente: 1. Quar são minhas nota? 2. Quais são as minhas notas [...]

Variedades linguísticas

Uma língua oferece a seus usuários diferentes formas de realização, isto é, diferentes “jeitos de falar e escrever”, e, segundo a linguística, não existe uma forma melhor (mais certa) ou pior (mais errada) de empregar uma língua. A variedade padrão (ou língua culta formal) é apenas uma entre as muitas formas de usar a língua. A escolha da norma-padrão como “modelo a ser seguido” é arbitrária e convencional; baseia-se em critérios ideológicos (sociais, culturais, políticos e econômicos). Assim, não existe uma “língua única”, que coincida com a variedade padrão. A língua é, na verdade, um conjunto de diferentes variedades linguísticas, associadas às diferentes realidades sociais, econômicas, culturais, regionais etc. dos falantes que utilizam essas variedades.

Essas duas construções linguísticas exemplificam duas diferentes maneiras de utilizar a língua portuguesa; dizemos por isso que elas pertencem a diferentes variedades linguísticas. Já vimos que a gramática normativa considera incorreta a frase “Quar são minhas nota?” e correta a frase “Quais são as minhas notas [...]”. Mas... se as duas dizem a mesma coisa, se qualquer falante do idioma pode compreendê-las perfeitamente, por que só a segunda é aceita como “correta” pela gramática normativa? Que critérios são utilizados para definir o que é “certo” e o que é “errado” na língua? Os parâmetros e as regras que constituem a norma (padrões de uso) da língua portuguesa foram sendo estabelecidos e fixados ao longo do tempo, principalmente pela ação de dois instrumentos sociais: a escola e os meios de comunicação (noticiários, livros, jornais etc.). Convém aqui lembrar que, antigamente, frequentar a escola e comprar livros e jornais eram privilégios de poucos, ou, como se diz popularmente, eram “coisas de rico”. A escola e os meios de comunicação, então, tomavam como “modelar”, digna de ser imitada, a variedade linguística da classe social formada pelos falantes que, por terem elevado nível de escolaridade e maior influência política, tinham, consequentemente, maior prestígio social. Essa variedade, hoje denominada variedade padrão, foi a que serviu de base para a elaboração das gramáticas normativas e foi sendo imposta, aos poucos, aos falantes de todas as classes sociais como o “modelo ideal” de língua, o “padrão” que deveria ser seguido sempre que se quisesse falar ou escrever “corretamente” o português. A variedade padrão – também chamada de língua padrão ou língua culta formal – tem emprego em situações muito específicas e é usada quase exclusivamente na escrita. Os documentos oficiais (leis, comunicados, sentenças judiciais etc.), os contratos empresariais, os discursos em determinadas situações sociais, os editoriais de jornal e as solicitações de emprego são exemplos de textos em que geralmente se utiliza essa variedade linguística.

Variações da língua culta: língua culta formal e língua culta informal O trecho a seguir, extraído de uma entrevista dada por uma socióloga, exemplifica o emprego da variedade culta em sua modalidade formal (língua culta formal). Leia-o.

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UNIDADE 1 VARIEDADES LINGUÍSTICAS

Vale observar que o preconceito ao homem e à mulher do campo, até agora em vigência, traz também embutido o desprezo, tão inculcado nas classes médias e altas, ao trabalho braçal. Observa-se em nosso país que o de mais valor é o fazer saber e não o saber fazer, a cultura do ócio, o dolce far niente, de uma moral aristocrática antiga [...]. Não se misturando “às coisas do povo” [...], as elites de classe média, corroborando o que acontece nas classes altas, ficam de bem com os padrões dominantes os quais eventualmente lhes poderiam acenar com uma promoção social, no granjeamento, na excitação e desfrute de suas benesses. Célia Tolentino. In: Álvaro Catelan; Ladislau Couto. Mundo caipira: histórias e lendas da música caipira no Brasil. Goiânia: Kelps, UCG, 2005. p. 34.

Como você pôde notar, a socióloga, em seu discurso, optou pelo emprego de frases mais longas, por ordenaDiscurso e contexto ções pouco comuns das palavras e por um vocabulário mais • Discurso é todo ato linguístico de fala ou de escrita que estabelece comunicação entre elaborado e específico, adequando assim o seu “modo de dois ou mais interlocutores (quem fala/esfalar” à situação de comunicação: uma entrevista tratando creve e quem ouve/lê). • Contexto é a situação particular em que se de um tema relacionado à profissão dela. desenvolve o ato de comunicação. O conQuando usamos a variedade padrão, não significa, texto é formado por elementos linguísticos (o discurso) combinados a elementos não no entanto, que precisamos empregar um vocabulário mais linguísticos (o local, o assunto, o número de interlocutores, o tipo de relação pessoal, “difícil” e frases “complicadas”. Isso porque, dentro da própria social e/ou profissional entre eles etc.). variedade padrão, existe a possibilidade de adequarmos nosso nível de linguagem, isto é, podemos falar/escrever de maneira mais formal ou menos formal, dependendo do contexto em que se realiza o ato de comunicação. O texto a seguir, por exemplo, está redigido na variedade padrão, mas é bem menos formal que o anterior.

Qual a origem do Dia da Consciência Negra?

Na década de 1970, um grupo de quilombolas no Rio Grande do Sul cunhou o dia 20 de novembro como o Dia da Consciência Negra: uma data para lembrar e homenagear o líder do Quilombo dos Palmares, Zumbi, assassinado nesse dia pelas tropas coloniais brasileiras, em 1695. [...]. Segundo a historiadora da Fundação Cultural Palmares, Martha Rosa Queiroz, a data é uma forma encontrada pela população negra para homenagear o líder na época dos quilombos, ­fortalecendo assim mitos e referências históricas da cultura e trajetória negra no Brasil e também reforçando as lideranças atuais. “É o dia de lembrar o triste assassinato de Zumbi, que é considerado herói nacional por lei, e de combate ao racismo”, afirma. A lei federal de 2011 (12.519) instituiu o 20 de novembro como Dia Nacional da Consciência Negra. [...] Disponível em: <http://noticias.terra.com.br/educacao>. Acesso em: 3 fev. 2014.

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Antônio Parreiras. 1927. Óleo sobre tela. Museu Antônio Parreiras, Rio de Janeiro

Data é celebrada em 20 de novembro para lembrar Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares, assassinado por tropas coloniais em 1695


O UNIVERSO DA LINGUAGEM

A respeito da variação no nível de formalidade da língua culta, leia este texto: A língua culta formal (ou variedade padrão), por ser empregada quase que exclusivamente na escrita, é mais “fixa” ao longo do tempo, ou seja, modifica-se menos que a língua culta informal, que se usa mais na comunicação falada. Um exemplo dessa diferença: a gramática normativa propõe, para o padrão culto, as formas: eu vou, tu vais, ele vai, nós vamos, vós ides, eles vão; no entanto, na maior parte do Brasil, a língua culta falada emprega: eu vou, ele/você/a gente vai, nós vamos, vocês/eles vão. É nesse português, distanciado da tradição, que são apresentados os noticiários de rádio e TV, que são compostas, em sua maioria, as músicas populares, que os professores dão suas aulas; é esse o português que acaba também sendo empregado nos textos escritos cotidianos (jornais, revistas, anúncios publicitários etc.)

Fonte de pesquisa: R. L. Trask. Dicionário de linguagem e linguística. Trad. e adap. Rodolfo Ilari. São Paulo: Contexto, 2004. p. 327.

• Variedade não padrão Angeli. Luke & Tantra

Leia esta tira humorística:

Angeli. Luke & Tantra. Folha de S.Paulo, São Paulo, 1o mar. 1999.

Nesse diálogo, as duas personagens, que são amigas, estão batendo um papo, conversando informalmente, por isso elas fazem uso de uma variedade linguística denominada não padrão, coloquial ou popular. Essa variedade, empregada pela maioria absoluta das pessoas em suas relações sociais do dia a dia, caracteriza-se principalmente pela despreocupação dos falantes com as inúmeras regras da gramática normativa – emprego de plurais, de concordâncias, de flexão dos verbos etc. – e pela presença frequente de termos populares, de frases feitas e gírias. Fazendo uso da variedade coloquial é que nos comunicamos de maneira espontânea e informal com nossos familiares, vizinhos, colegas e amigos. É também em uma variedade muito próxima da coloquial, principalmente pelo uso de termos populares e de gíria, que são publicados muitos textos destinados a leitores mais jovens. Veja este exemplo: Quem nunca foi zoado ou zoou alguém na escola? Risadinhas, empurrões, fofocas, apelidos como “bola”, “rolha de poço”, “quatro-olhos”. Todo mundo já testemunhou uma dessas “brincadeirinhas” ou foi vítima delas. Mas esse comportamento, considerado normal por muitos pais, alunos e até professores, está longe de ser inocente. Ele é tão comum entre crianças e adolescentes que recebe até um nome especial: bullying. Trata-se de um termo em inglês utilizado para designar a prática de atos agressivos entre estudantes.

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