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Gêneros em Rede: Leitura e Produção de texto

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788520 003077

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VOLUME ÚNICO

ISBN 978-85-20-00307-7

Maria Inês Campos Regina Braz Rocha Gêneros em Rede: Leitura e

PRODUÇÃO DE TEXTO VOLUME ÚNICO


Maria Inês Campos

Regina Braz Rocha

Licenciada e bacharelada em Português-Alemão pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (SP). – Licenciada e bacharelada em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. – Mestra em Língua Portuguesa e doutora em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. – Pós-doutora em Linguística Aplicada pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. – Pesquisadora dos grupos de pesquisa: Linguagem, Identidade e Memória; Estudos do Discurso. – Professora de Língua Portuguesa e Literatura na rede particular de Ensino Médio. – Professora de Língua Portuguesa da Universidade de São Paulo.

Licenciada e bacharelada em Português pelo Centro Universitário FIEO – (Fundação Instituto de Ensino para Osasco). Mestra e doutoranda em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem pela – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. – Professora de Língua Portuguesa na rede particular de Ensino Fundamental e Ensino Médio.

Gêneros em Rede: Leitura e

PRODUÇÃO DE TEXTO VOLUME

ÚNICO

1ª. edição São Paulo – 2015


Gêneros em rede: leitura e produção de texto Copyright © Maria Inês Batista Campos, Regina Braz da Silva Santos Rocha, 2013 Diretor editorial Lauri Cericato Gerente editorial Flavia Renata P. de Almeida Fugita Editora Angela C. Di Cesare M. Marques Editoras assistentes Roberta Vaiano, Lilian Ribeiro de Oliveira Gerente de produção editorial Mariana Milani Coordenadora de produção Marcia Berne Coordenadora de arte Daniela Máximo Projeto gráfico, Capa Casa Paulistana e Tânia Ferreira de Abreu Editor de arte Roque Michel Jr. e Tânia Ferreira de Abreu Diagramação Lucas Trevelin, Rafael Ribeiro Tratamento de imagens Ana Isabela Pithan Maraschin, Eziquiel Rachetti Coordenadora de preparação e revisão Lilian Semenichin Preparação Líder: Sônia Cervantes Preparadora: Veridiana Maenaka Revisão Líder: Viviam Moreira. Revisores: Aline Araújo, Carolina Manley, Cristiane Casseb, Enymilia Guimarães, Kátia Cardoso, Lilian Vismari, Lívia Perran, Oswaldo Cogo, Paulo Andrade, Regina Barrozo, Rita Lopes Supervisora de iconografia Célia Maria Rosa de Oliveira Iconografia Assistente de iconografia: Priscila Massei. Pesquisadoras: Graciela Naliati, Thaisi Lima Diretor de operações e produção gráfica Reginaldo Soares Damasceno

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Campos, Maria Inês 360º : gêneros em rede : leitura e produção de texto : volume único / Maria Inês Campos, Regina Braz Rocha. – 1. ed. – São Paulo : FTD, 2015. ISBN 978-85-20-00307-7 (aluno) ISBN 978-85-20-00308-4 (professor) 1. Linguagem e língua 2. Literatura (Ensino médio) 3. Português (Ensino médio) 4. Português – Redação (Ensino médio) 5. Textos (Ensino médio) I. Rocha, Regina Braz. II. Título. 15-03886 CDD-469.07 Índices para catálogo sistemático: 1. Português : Textos : Ensino médio 469.07

Envidamos nossos melhores esforços para localizar e indicar adequadamente os créditos dos textos e imagens presentes nesta obra didática. No entanto, colocamo-nos à disposição para avaliação de eventuais irregularidades ou omissões de crédito e consequente correção nas próximas edições. As imagens e os textos constantes nesta obra que, eventualmente, reproduzam algum tipo de material de publicidade ou propaganda, ou a ele façam alusão, são aplicados para fins didáticos e não representam recomendação ou incentivo ao consumo.

Reprodução proibida: Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998 Todos os direitos reservados à

Editora ftd S.A. Rua Rui Barbosa, 156 – Bela Vista – São Paulo – SP CEP 01326-010 – Tel. (0-XX-11) 3598-6000 Caixa Postal 65149 – CEP da Caixa Postal 01390-970 www.ftd.com.br E-mail: ensino.medio@ftd.com.br


Produção de texto

Apresentação Estudante do Ensino Médio, Seja bem-vindo! A experiência de ouvir e contar histórias sempre fascinou a humanidade. As pessoas se encantam pela mágica do reino que vai e volta. Por meio de textos, podemos nos transformar em mil outras pessoas e viajar para outros lugares e tempos. Aprendemos quem somos na interação com o outro, no diálogo que temos com alguém, sempre em algum lugar e algum tempo bem definidos. Nessas situações concretas, a linguagem é construída e permite que nos reconheçamos como sujeitos sociais. Agora, você é nosso convidado a participar de um diálogo com vários textos: escritos, visuais, verbo-visuais. No início, desconhecidos, mas, com certeza, eles poderão ajudá-lo a ampliar seus conhecimentos sobre leitura e língua portuguesa e seu domínio da escrita. Como você já sabe português, partimos de situações cotidianas, oferecendo uma variedade de atividades orais e escritas para auxiliá-lo a tornar-se um leitor crítico e um sujeito competente na produção de textos coesos e coerentes. Vamos oferecer atividades para você praticar diferentes textos, que circulam nas esferas cotidiana, jornalística, publicitária, de divulgação científica, artística, bem como no mundo digital – blogs e redes sociais, por exemplo. Muitas vezes, vamos utilizar a linguagem oral, tanto em situações coloquiais como nas formais. Expressar-se com adequação é um aprendizado que se constrói ao explorarmos os conhecimentos da língua portuguesa. Para que todo esse conhecimento de leitura e de escrita seja eficaz, é preciso um estudo sobre a própria língua portuguesa em uso. Você ficará surpreso ao saber o quanto a organização da língua e sua estrutura nos ajudam a usá-la nas mais diversas situações sociais. Como dizia o poeta, “nossa pátria é a língua portuguesa”. Falar com alguém que entenda o que estamos dizendo torna-se uma viagem fascinante, não é mesmo? A palavra só tem sentido se alguém a compreende. Ao longo do livro, esperamos que você desenvolva suas produções escritas, sempre fazendo uso da língua, tão nossa e que, muitas vezes, fica tão distante. A escrita não é só uma atividade que se aprende para a escola, para o vestibular e para o mercado de trabalho: é para a vida. Aproxime-se! Chegue mais perto! E bons estudos! As autoras


UNIDADE

2

GÊNEROS LITERÁRIOS Na tela do artista russo Vladimir Kush (1965-), a árvore insere, ao mesmo

tempo, uma referência à natureza e ao conhecimento, já que parte de seu

tronco é formada por um livro, tornando-se uma janela para o mundo e para as inúmeras interpretações da realidade. A arte continuamente reinterpreta a vida em constante renovação; assim, a árvore é produtora da vida (do livro) que se renova. Há, portanto, uma metáfora visual do livro, da arte como algo que possibilita conhecimento. Nesta unidade, essa imagem constitui uma metáfora dos gêneros literários,

Abertura de unidade Na abertura de cada unidade, há um texto que desencadeia discussões acerca do assunto central a ser estudado.

que se ramificam em várias temáticas e estimulam o despertar de nossos olhares para a literatura, em sua leitura e produção. Estudar os gêneros literários não se limita a compreender diferentes modalidades expressivas do uso da linguagem literária. O objetivo desse estudo é compreender a literatura como uma forma de assimilar conhecimentos que constituem o patrimônio cultural da humanidade. A literatura é uma das atividades humanas que permitem compreender as diferentes dimensões da vida cotidiana. O escritor − poeta ou prosador − reinventa as experiências e transforma a vida em palavras. Ele exerce uma atividade comprometida com a realidade social, cultural, política e econômica de seu povo e de seu país. Os diferentes gêneros literários articulam linguagem e vida, criando novas relações entre as palavras, estabelecendo associações inesperadas. Ritmo, sons e imagens levam o leitor a conhecer mundos imaginários e prazerosos, nos quais, por meio da poesia ou da prosa, é possível dar asas à imaginação. Nesta unidade, vamos estudar alguns gêneros literários, com o objetivo de recriar o cotidiano por meio das palavras, valorizando características e elementos estilísticos da linguagem literária. Ler e escrever diferentes gêneros literários pode ser um exercício consciente da linguagem, envolvendo a assimilação de aspectos culturais do conhecimento humano. © Vladimir Kush

O atlas de Wander, de Vladimir Kush. Disponível em: <http://vladimirkush.com>. Acesso em: 16 ago. 2013.

Coletânea de gêneros

Abertura de capítulo NOTÍCIA DE PRIMEIRA PÁGINA

CAPÍTULO

EM/D.A

Press

Folhapress

12

O Glo

bo

Arquivo

Em cada abertura de capítulo, recupera-se o contexto de circulação e de recepção de cada gênero e, em seguida, são exploradas as formas composicionais e o estilo.

Notícias

Novo

Tempo.

HOUAISS, Antônio. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2009. p. 1228.

do Dia de

15 a

19 mar.

31 de

1. [...] título principal, de maior destaque, no alto da primeira página de jornal ou revista, alusivo à mais importante dentre as notícias contidas na edição. [...]

2013

mar. 2012

Manchete

Os gêneros discursivos selecionados pertencem a diferentes atividades sociais e, como partem da língua viva, giram preferencialmente em torno das esferas literária, jornalística, publicitária, didática, do cotidiano e de divulgação científica.

Observe as duas manchetes. Folhapress

Folha de S.Paulo:

ESTADO DE MINAS. Belo Horizonte; FOLHA DE S.PAULO. São Paulo; O GLOBO, Rio de Janeiro; NOVO TEMPO, Chapadão do Sul (MT); NOTÍCIAS DO DIA, Florianópolis. Todas as edições de 19 mar. 2013.

O Estado de S. Paulo:

Estadão Conteúdo

Na imagem, é possível observar as primeiras páginas de diferentes jornais brasileiros. Todos eles foram publicados no mesmo dia, porém em cidades distintas. Cada jornal apresenta uma composição gráfica própria, ou seja, um projeto gráfico específico, com tipos de letra, títulos, cores, ilustrações, entre outros aspectos, utilizados de modo particular. Tal projeto gráfico contribui para a construção de sentidos, já que pode revelar a filosofia adotada pelo jornal e sua postura diante dos fatos, conforme estudaremos. Neste capítulo, analisaremos as estratégias de composição de textos com os quais temos familiaridade: notícias publicadas na primeira página de um jornal. Destacaremos como esse gênero jornalístico explora o recurso linguístico dos tempos verbais.

O ESTADO DE S. PAULO. São Paulo, p. 1, 15 ago. 2003.

FOLHA DE S.PAULO. São Paulo, p. 1, 15 ago. 2003.

A escolha de palavras e a maneira como estão escritas na manchete acabam privilegiando alguns aspectos do fato noticiado. Note que o termo “blecaute” aparece nos dois títulos, mas em estruturas sintáticas diferentes. Atente para o fato de não ser utilizada pontuação nas manchetes.

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4. Explique a diferença entre os dois títulos.

Subtítulo e sobretítulo Aparecem respectivamente abaixo e acima do título, em letras menores, e apresentam a notícia em poucas palavras. Servem para facilitar o entendimento do leitor e são escritos sem ponto-final.

5. Compare os textos a seguir e explique que sentidos foram privilegiados para esclarecer o blecaute.

UNIDADE

5

6. Compare agora as legendas das fotos e explique os diferentes sentidos criados por elas. • Folha de S.Paulo: Pessoas caminham entre carros parados em congestionamento na ponte do Brooklyn, durante apagão em Nova York • Estado de S. Paulo: Fuga – A Ponte do Brooklyn cheia de pedestres: com medo e sem transporte coletivo, nova-iorquinos voltaram a pé para casa, com um calor de 35 graus

Capítulo 12 • Notícia de primeira página

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Exposição teórica Os pressupostos teóricos estão apresentados ora no percurso das atividades de análise, ora nas sínteses complementares.

GÊNEROS DIGITAIS

GÊNEROS JORNALÍSTICOS

Legenda Texto que fica na parte inferior de uma imagem ou se sobrepõe a ela. Tem as fun¸cões de descrever essa imagem e destacar alguns aspectos importantes do contexto, a fim de complementar as informa¸cões e/ou satisfazer a curiosidade do leitor.

GAROTA IT. Disponível em: <http://garotait.com.br/resenhas-de-livros/extraordinario-por-r-j-palacio/>. Acesso em: 15 maio 2013.

4. De que assunto trata cada resenha? A que leitor se destina? 5. Sobre a avaliação dos autores das resenhas, responda: a) Qual foi a avaliação de cada autor sobre o livro?

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• Subtítulo de O Estado de S. Paulo: Cidade voltou a viver o temor de terrorismo; falta de energia foi atribuída a incêndio

UNIDADE

• Sobretítulo da Folha de S.Paulo: 50 milhões moram em área afetada; Bush descarta hipótese de terrorismo

http://garotait.com.br/resenhas-de-livros/extraordinario-por-r-j-palacio/

Conheça o seu livro

A obra Gêneros em rede contém nove unidades organizadas com base em três aspectos: gêneros que circulam em diferentes esferas (cotidiana, literária, de divulgação, jornalística, pública, digital, publicitária); textos constituídos por diferentes modalidades da língua (falada ou escrita); e tipologias solicitadas no Enem e em vestibulares.

b) Que recursos foram utilizados pelos autores para marcar sua posição? 6. Caracterize as principais diferenças entre a resenha do jornal O Globo e a do blog Garota It, enfocando: apresentação do livro, sequência de informações e descrição do autor e de suas características. 7. Levante hipóteses: o que motivou essas variações?

Capítulo 21 • Facebook, Twitter e blog

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Este ícone indica a existência de um objeto educacional digital (OED). Trata-se de uma ferramenta multimídia relacionada ao tema ou assunto que você está estudando.

Cada capítulo está dividido em três seções, que serão descritas a seguir. (DES)CONSTRUINDO O GÊNERO

DIÁLOGO ENTRE O VERBAL E O VISUAL

◗ Propaganda institucional Leia a propaganda a seguir, que circulou na revista mensal Ciência Hoje em fevereiro de 2013. Greenpeace

(Des)construindo o gênero É o momento em que se desenvolvem as atividades relacionadas à leitura do gênero a ser estudado.

A forma composicional da crônica é bastante heterogênea, marcada pelo diálogo; pode se estruturar como narrativa, argumentação, relato, sátira, confissão, poema etc. Sua linguagem simples, direta e descontraída, como a vida cotidiana; aparece como uma conversa fiada, uma prosa à toa. Por ser um gênero híbrido, emprega uma grande variedade de recursos linguísticos.

PRATICANDO O GÊNERO

VOCEˆ É O LEITOR DE CRÔNICA ESPORTIVA Em alguns jornais, existem espaços para crônicas de temática específica. A crônica que você lerá em seguida, do escritor José Roberto Torero, foi selecionada do caderno Esporte do jornal Folha de S.Paulo.

CIÊNCIA HOJE, n. 300, jan./fev. 2013, contracapa, parte interna.

Os técnicos: Hume

UNIDADE

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3. A ampulheta, um dos objetos mais antigos criados para medir o tempo, também é conhecida como relógio de areia. Em geral, simboliza o ciclo da vida, que se conclui com a morte. Reflita sobre a imagem da ampulheta na propaganda e responda: a) A ampulheta se refere à vida de quem? b) Relacione a imagem da ampulheta à afirmação “Não deixe que as florestas do Brasil fiquem no passado”. Explique o sentido da expressão “ficar no passado” nesse contexto.

Capítulo 22 • Propaganda institucional

anúncio comercial

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Glossário da blogosfera • blogueiro: autor de um blog. • postar: inserir uma mensagem em um blog. • template: layout do blog. • flog: termo que remete à fotolog ou fotoblog, variante de weblog, cujo conteúdo principal consiste na publica¸cão de fotos. • vlog: termo abreviado para videolog ou videoblog, variante de weblog, cujos posts são vídeos.

LINGUAGEM DO GÊNERO

“INTERNETˆES” E L´+NGUA PADRÃO Com as redes sociais e as constantes inovações tecnológicas, surgem novas exigências de leitura e de escrita no mundo virtual. O texto digital interconecta elementos da oralidade e da escrita, articulando múltiplas semioses, ou seja, vídeos, ícones, diagramas, imagens animadas, efeitos sonoros − e tudo isso exige diversas habilidades. Observe uma postagem e um comentário retirados de um perfil pessoal do Facebook. 1. Nos textos, ocorre o uso de marcas de oralidade, ou seja, termos frequentes em situações de uso da língua falada. Identifique tais elementos.

Disponível em: <https://www.facebook.com>. Acesso em: 13 maio 2013.

Capítulo 6 • Crônica

A proposta é que o aluno use os recursos linguísticos que ele aprendeu e produza textos com características linguísticas e discursivas do gênero estudado.

fds: final de semana

net: internet

tbm: também

tah: tá

flw: falou

fmz: firmeza

td: tudo

qdo: quando

pq: porque

qnt: quantos

axo: acho

q: que

nd: nada

naum: não

add: adicionar

bjs: beijos

abs: abraços

UNIDADE

7

blz: beleza

kd: cadê

GÊNEROS DIGITAIS

GLOSSÁRIO DO INTERNETÊS vc: você

Capítulo 21 • Facebook, Twitter e blog

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EM ATIVIDADE

A tendência é inexorável. Em todo mundo, principalmente nos países desenvolvidos, a legislação contra a emissão de poluentes é cada vez mais rigorosa. As leis ambientais não darão trégua e vão apertar as montadoras, forçando-as a criar produtos adequados para não poluir o meio ambiente. Por outro lado, pelo menos US$ 16 bilhões em novos investimentos estrangeiros no País estão parados por causa da burocracia e da lentidão da máquina governamental. As licenças ambientais aparecem como maior freio à entrada desse capital. Jornal O Estado de S. Paulo – 18/10/04. PROPOSTA: Elabore uma dissertação argumentativa que apresente considerações acerca da dificuldade de expansão de novos investimentos em função de leis ambientais. • Escolha um dos temas acima e desenvolva uma dissertação com no mínimo 20 linhas e máximo de 30 linhas, considerando-se letra de tamanho regular. • Dê um título sugestivo e criativo à sua redação. • Defenda ou refute as ideias apresentadas através de uma dissertação integrada, coerente, organizada e estruturada. Fundamente suas ideias com argumentos, sem sair do tema. Aderência ao tema é um dos itens de avaliação. • Importante: Não há uma resposta ou alternativa certa ou errada a ser encontrada. Não vamos julgar suas opiniões, mas sua capacidade de análise e argumentação.

Eugênio Bucci. Sobre ética e imprensa. São Paulo: Companhia das Letras, 2000.

Quem fiscaliza [a imprensa]? Trata-se de tema complexo porque remete para a questão da responsabilidade não só das empresas de comunicação como também dos jornalistas. Alguns países, como a Suécia e a Grã-Bretanha, vêm há anos tentando resolver o problema da responsabilidade do jornalismo por meio de mecanismos que incentivam a autorregulação da mídia. http://www.eticanatv.org.br. Acesso em 30/05/2004. No Brasil, entre outras organizações, existe o Observatório da Imprensa – entidade civil, não governamental e não partidária –, que pretende acompanhar o desempenho da mídia brasileira. Em sua página eletrônica, lê-se:

Os meios de comunicação de massa são majoritariamente produzidos por empresas privadas cujas decisões atendem legitimamente aos desígnios de seus acionistas ou representantes. Mas o produto jornalístico é, inquestionavelmente, um serviço público, com garantias e privilégios específicos previstos na Constituição Federal, o que pressupõe contrapartidas em deveres e responsabilidades sociais.

GÊNEROS E TIPOLOGIAS NO VESTIBULAR

Tema 2

http://www.observatorio.ultimosegundo.ig.com.br (adaptado). Acesso em 30/05/2004. Incisos do Artigo 5.º da Constituição Federal de 1988:

IX – é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença; X – são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação.

Capítulo 26 • Redação de vestibular: texto dissertativo-argumentativo I

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Há, ainda, algumas questões dos principais vestibulares do país ou das provas do Enem.

Revista GNT Para Ler – Outubro de 2004. Autor: Jett Ares, publicitário e jornalista. PROPOSTA: Elabore uma dissertação argumentativa que apresente as razões pelas quais pessoas com pouca ou nenhuma expressão social tornam-se celebridades, mesmo que com tempo de destaque tão curto.

Caco Galhardo. 2001.

Os programas sensacionalistas do rádio e os programas policiais de final da tarde em televisão saciam curiosidades perversas e até mórbidas tirando sua matéria-prima do drama de cidadãos humildes que aparecem nas delegacias como suspeitos de pequenos crimes. Ali, são entrevistados por intimidação. As câmeras invadem barracos e cortiços, e gravam sem pedir licença a estupefação de famílias de baixíssima renda que não sabem direito o que se passa: um parente é suspeito de estupro, ou o vizinho acaba de ser preso por tráfico, ou o primo morreu no massacre de fim de semana no bar da esquina. A polícia chega atirando; a mídia chega filmando.

UNIDADE

Em atividade

Loucos pela fama Apareço, logo existo. Tornar-se um celebridade é um dos maiores objetos de desejo desses novos (estranhos) tempos. É cultural e histórica a mitificação de pessoas que conseguem fazer de suas vidas um exemplo para muitos. Pensadores, artistas, mecenas, benfeitores de toda a espécie, empreendedores, radicais, grandes esportistas, estudiosos, adoráveis malucos. As celebridades que hoje nos seduzem deixam um pouco a desejar; basta um namoro, uma aparição em reality show, uma gorda conta bancária, um histórico de peripécias sexuais para serem consideradas a melhor estratégia de marketing para todo e qualquer segmento. É como uma eleição, e estamos votando em picaretas.

Caco Gualhardo

2. (Enem-MEC) Leia com atenção os seguintes textos:

1. (ESPM-SP) Tema 1

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Praticando o gênero

Disponível em: <https://www.facebook.com>. Acesso em: 13 maio 2013.

Escrever na internet geralmente é associado, única e exclusivamente, ao “internetês”, reconhecido pelo uso de abreviações e imagens, com o objetivo de agilizar a comunicação on-line. O que se observa, contudo, é o uso de elementos que se aproximam da interação face a face: marcas de entonação e tom de voz, pelo uso do prolongamento de vogais e letra maiúscula, por exemplo; elementos visuais, como olhares, gestos, meneios de cabeça, pelo uso de ícones animados, fotos, vídeos etc.

TORERO, José Roberto. Os técnicos: Hume. Folha de S.Paulo, São Paulo, 3 out. 2003. Brasil, Esporte, p. D3.

Os técnicos: Hume. José Roberto Torero. Folha de São Paulo. 3 out. 2003. Esporte, p. D3. Folhapress. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/fsp/esporte/fk0310200320.htm>.

2. No segundo texto, há o uso de marcas específicas das mensagens curtas enviadas pelo celular ou escritas em diferentes ambientes digitais, como chats, blogs, fóruns etc. Identifique-as e explique que função elas adquirem nesse contexto.

https://www.facebook.com

Apresentamos os mecanismos linguísticos e discursivos e colocamos em análise o uso que constrói cada gênero.

https://www.facebook.com

Linguagem do gênero

GÊNEROS LITER ÁRIOS

2. Descreva os elementos verbais e visuais que compõem a propaganda.

Eles preferiram um troféu de lata ao ouro do conhecimento. O Bananal perdeu o título na temporada seguinte e, aos poucos, foi se tornando o time comum dos nossos dias. O estádio, que vivia lotado, hoje mal reúne uma dúzia de torcedores a cada partida. Hume mudou-se para Mangaratiba. A última notícia que recebi dele foi que estava feliz como técnico de um time de crianças. Edmundo E o ex-presidente do Flamengo Edmundo Santos Silva foi preso por aplicar golpes no INSS. Não terá feito nada de errado no Flamengo? Caso tenha feito, os conselheiros rubro-negros terão feito vistas grossas ou foram incompetentes? Ao que parece, no Brasil é mais fácil derrubar o presidente da nação do que um presidente de clube. Nobel Celso Furtado possui vários administradores que desejam indicá-lo para o prêmio Nobel de economia. Mas ele terá adversários muito fortes. E daqui mesmo, do Brasil. Um grupo de torcedores santistas escreveu-me dizendo que pretende lançar a candidatura dos empresários de Fabiano, Marcelo Peabiru, Reginaldo Araújo e Val Baiano. Será um páreo duro.

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1. Quem é responsável pela produção dessa campanha publicitária?

que fosse feito com a atitude de descobrimento e a abertura para a inovação que Hume exigia. Essa tática trouxe dois resultados imediatos: um, o Bananal passou a perder todos os jogos; dois, o Bananal passou a encantar as multidões. A diretoria, a princípio, pensou em demitir o treinador, mas depois, vendo as filas na bilheteria, deu carta branca para que fizesse o que bem entendesse. As coisas continuaram bem até o dia em que o Bananal venceu seu primeiro jogo: 9 a 8 contra o Operário de Barra Mansa. Outras partidas vieram, e o Bananal seguiu em seu caminho triunfante. Mas as vitórias tinham uma causa. É que os jogadores foram achando naturalmente posições fixas em campo e assumindo uma determinada ordem tática que os levava às vitórias. De nada adiantava os gritos desesperados de Hume, exigindo que eles criassem e mantivessem a mente aberta. Os atletas tinham contas para pagar e precisavam dos bichos pelas vitórias. Hume deixou o time no dia em que este se classificou para a fase final da Copa do Café. Semanas depois, quando lhe informaram que seus ex-pupilos haviam sido campeões, foi como se lhe tivessem dado uma notícia de morte. Cabisbaixo, Hume afirmou tristemente:

UNIDADE

GÊNEROS PUBLICITÁRIOS

DAVI HUME nasceu em Bananal. Poucos abalaram tão profundamente a história do esporte bretão. Pelo menos em Bananal. Hume era um pensador natural. Segundo ele, nosso conhecimento do futebol está maculado por uma série de preconceitos que não têm correspondência com a realidade. Ao assumir o comando do time local, ele resumiu seu sistema numa frase, ou melhor, em duas: Vamos voltar a ser crianças! Vamos aprender a jogar bola! Abandonando velhos esquemas, o Grêmio Recreativo Bananal entrava em campo sem ordenações táticas: os defensores atacavam, os atacantes defendiam, e os meio-campistas zanzavam pelo gramado, mais preocupados em descobrir novas possibilidades e em fazer jogadas bonitas do que em lutar pela vitória. Muito antes de Chilavert ou Rogério Ceni, o goleiro Fonsequinha se lançava ao ataque. E seus gols (foram vários) não nasceram de lances de bola parada, mas de tabelas e triangulações feitas com os companheiros de ataque. Havia momentos em que todos os jogadores se concentravam de um lado do campo e outros em que tentavam ir da defesa ao ataque dando apenas passes de cabeça. Tudo valia a pena, desde

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Sumário

UNID Gêne

UNIDADE 1 Produção de textos e discursos

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Capítulo 1 Texto, gênero e discurso (Des)construindo o gênero Atividades humanas e interação Linguagem do gênero Texto e discurso Texto e gênero do discurso Praticando o gênero Dos textos da vida cotidiana aos textos literários Pesquisa: textos e gêneros

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12 13 13 16 16 19 23 23 25

As personagens mostram sua voz O narrador mostra a voz das personagens Quantos passados existem? Praticando o gênero Nossos medos, nossas lendas Lugares assombrados Atualizando a versão da lenda

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Capítulo 5 Fábula (Des)construindo o gênero A fábula na tradição grega A fábula na tradição latina A fábula na tradição francesa

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UNIDADE 2 Gêneros literários

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Capítulo 2 Poema (Des)construindo o gênero Da vida à poesia: ofício de poeta Linguagem do gênero Artimanhas do poema Do compasso da vida ao ritmo do poema Outros recursos da criação poética Do verbal ao visual Praticando o gênero Poema: mágica da vida Em atividade

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O riso na comédia de costumes de Martins Pena A crítica que a comédia faz O riso no auto de Ariano Suassuna Vozes populares e crítica social

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Linguagem do gênero O discurso direto e as rubricas do texto Duas faces do riso Praticando o gênero Cortinas abertas

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Representando a comédia de costumes Recriação da literatura popular

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Em atividade

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Capítulo 4 Lenda (Des)construindo o gênero Lendas urbanas Lenda, conto ou mito? Em diálogo com outros gêneros Linguagem do gênero

28 29 29 32 32

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A fábula na tradição brasileira Linguagem do gênero A forma de tratamento e a relação entre as personagens A função das maiúsculas O tempo e o espaço da fábula Praticando o gênero Releitura de valores

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79 79 80 80 80

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82

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Capítulo 3 Gênero dramático (Des)construindo o gênero Os caminhos do teatro nacional

26

A forma de tratamento

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33 35 37 38 38 38 40 41 41 41 47 47 54 55 55 56 56 56 56 57 57 60 61 61 63 65 67

Capítulo 6 Crônica

74 74 75 77 78 78 79

Lin

Pra

Capít (De

Lin

(Des)construindo o gênero Crônica da esfera jornalística Crônica: um gênero datado Entre o jornalístico e o literário Linguagem do gênero Seleção lexical As vozes da rua Metáfora Praticando o gênero Você é o leitor de crônica esportiva Você é o cronista

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83

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83

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89

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89

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89

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91

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91

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92

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94

Capítulo 7: Conto

Capít (De

(Des)construindo o gênero Origem do conto

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Uma cadeia de contos

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98

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98

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98

Os caprichos da alma humana

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104 106

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106

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107

Praticando o gênero Ouvindo e contando… Em atividade

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Capít (De

Lin

95

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Recursos da oralidade Linguagem do gênero Marcas de oralidade no conto escrito O conto escrito moderno

UNID Gêne

95 95 97

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Pra

Pra

Em


Unidade 3 Gêneros orais e escritos

Capítulo 11 Verbete (Des)construindo o gênero Composição do verbete

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Capítulo 8 Seminário (Des)construindo o gênero Preparando o seminário Como fazer a pesquisa?

110 112

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Primeiro passo: consulta a fontes de referência Segundo passo: orientação bibliográfica Terceiro passo: anotações da leitura Quarto passo: citações

O verbete de dicionário de língua portuguesa O verbete enciclopédico

143 144 147 147

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Linguagem do gênero Coesão sequencial: paralelismo Verbetes intercalados em outros gêneros

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114

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Planejando as etapas da exposição

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Como redigir o texto-roteiro?

113 113 113

142 142 142

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Como avaliar a apresentação? Linguagem do gênero Entonação expressiva e recursos linguísticos Praticando o gênero Exposição oral sobre filme

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114 116 116 116 116 117 117 117 118 118

Verbete em reportagem

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Praticando o gênero Faça um verbete Para que servem os verbetes? Em atividade

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Unidade 5 Gêneros jornalísticos

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Capítulo 12 Notícia de primeira página (Des)construindo o gênero Estilo jornalístico Linguagem do gênero Organização textual da notícia

154 156

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Capítulo 9 Depoimento (Des)construindo o gênero Do oral para o escrito Características do depoimento

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Avaliação pessoal

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Linguagem do gênero O papel do narrador Praticando o gênero Recordar para contar Afetos e lembranças Cada vida é um documento

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121 121 123 125 126 126 128 128 129 129

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Características da notícia de primeira página

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162 163

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Capítulo 13 Entrevista (Des)construindo o gênero Novas linguagens na televisão Novas linguagens na arquitetura Entrevista de jornal, entrevista de revista Linguagem do gênero Formas de tratamento Marcadores conversacionais Praticando o gênero Entrevista: da conversa oral ao texto escrito Em atividade

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164

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Unidade 4 Gêneros de divulgação

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130

157 157 161 161 162 162

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Praticando o gênero Repórter em ação: notícia de primeira página Em atividade

149 149 150 150 151 152

165 165 168 171 171 171 171 172 172 173

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Capítulo 10 Resumo (Des)construindo o gênero Leitura do texto integral Um resumo da reportagem Linguagem do gênero Boa leitura, o ponto de partida Regras de redução de informações

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Supressão de informações Generalização Identificação dos tópicos (ideias principais) Combinação de tópicos

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Praticando o gênero Resumo: etapa final Em atividade

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132 132 132 134 135 135 136 136 137

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Capítulo 14 Carta de reclamação (Des)construindo o gênero Voz do cidadão Linguagem do gênero As pessoas do discurso

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138 140 140 140 140

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O autor desdobrado

Praticando o gênero Localize seu espaço Ocupe seu espaço

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174 175 175 178 178 178 180 180 180


Sumário Capítulo 15 Carta argumentativa (Des)construindo o gênero Para que argumentar? Carta argumentativa de político Carta argumentativa de leitor Linguagem do gênero Carta aberta: em nome da coletividade Carta argumentativa de consumidor Praticando o gênero Carta argumentativa para jornal ou revista Em atividade

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181 181 181 182 183 184 184

Capítulo 18 Debate (Des)construindo o gênero O debate em obra de arte O debate jornalístico

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185 186 186 187

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O debate simultâneo O debate sequencial No calor da polêmica

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Linguagem do gênero Formas de refutação: a réplica Praticando o gênero A língua portuguesa em debate

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Preparação do debate

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Capítulo 19: Editorial (Des)construindo o gênero O projeto editorial na mídia impressa

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188 189 189 192

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Elementos composicionais que fazem diferença

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Forma composicional Linguagem do gênero Citação do discurso do outro Marcação de tempo e de pessoa A arquitetura da avaliação: as marcas linguísticas e a coesão Aspas significativas Praticando o gênero Consultando a resenha Resenhando Em atividade

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Capítulo 17 Artigo de opinião (Des)construindo o gênero Espaço de circulação Organização do texto argumentativo Linguagem do gênero Recursos argumentativos

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Marcadores de tempo e do eixo da verdade Marcadores de avaliação O recurso da ironia Pessoas gramaticais e papéis sociais A questão do sujeito: indeterminação e passividade

194 196 196 196 197 198 199 200 200 200 201 202 203 203 206 209 209

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235

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236

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236

Uma abordagem bioética Uma abordagem social

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Linguagem do gênero Estratégias de concordância e de refutação Praticando o gênero Posicione-se sobre as diferenças sociais

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Momento 1: elaborar um editorial Momento 2: divulgar sua opinião Momento 3: corrigir e avaliar o texto

Posicione-se sobre a preservação do patrimônio Em atividade

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UNIDADE 6 Gêneros de manifestação pública

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211

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211 212 214 214 215

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Artigo ou resenha? Praticando o gênero Você é a autoridade competente Em atividade

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236 237

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238

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240

Capítulo 20 Manifesto (Des)construindo o gênero Manifestações e manifestos Como nasce um manifesto Manifestos híbridos

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Carta-manifesto Poema-manifesto De manifesto a obra de arte

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210 211 211

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228 229 229 229 231 232 232 235 235

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Capítulo 16 Resenha crítica (Des)construindo o gênero Uma revista, um leitor, uma resenha A resenha em outros gêneros

218 218 219 219 220 222 222 222 225 225 225

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217

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Linguagem do gênero Coesão sequencial, seleção lexical (substantivos abstratos) e vocativo

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Articulação das ideias Substantivos de mesma terminação: coincidência? Um vocativo famoso

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Praticando o gênero Manifeste-se! Seja atuante! Em atividade

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Unidade 7 Gêneros digitais

Linguagem do gênero Articulação de ideias Praticando o gênero Do planejamento ao texto final Em atividade

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Capítulo 21 Facebook, Twitter e blog (Des)construindo o gênero Redes sociais Facebook: do perfil pessoal à fan page

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Interatividade e colaboração on-line Universo digital: leitores e escritores engajados

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Twitter: microblog em 140 caracteres Conectividade e rapidez

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Blog: vozes do mundo digital

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Dos diários íntimos aos diários virtuais Blog Brasil Acadêmico: espaço colaborativo Particularidades da blogosfera

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Linguagem do gênero “Intenetês” e língua padrão Concisão: escrever apenas o indispensável A etiqueta das redes sociais Interatividade e variação linguística Como construir um blog? Praticando o gênero Protagonistas do mundo digital Autobiografias no Twitter Publique suas ideias

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Blog colaborativo Blog pessoal

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Comentário: um debate ativo na rede Em atividade

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UNIDADE 8 Gêneros publicitários

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Capítulo 24 Redação de vestibular: carta argumentativa (Des)construindo o gênero Diferentes estratégias para cada carta Defenda-se com uma boa argumentação Linguagem do gênero O interlocutor dá o tom Praticando o gênero Em atividade

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Capítulo 25 Redação do Enem: texto dissertativo-argumentativo (Des)construindo o gênero Tipologia textual e competências exigidas Coletânea de textos e estratégias de leitura Linguagem do gênero Da proposta à construção do texto Praticando o gênero Passo a passo da escrita Em atividade

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Capítulo 26 Redação de vestibular: texto dissertativo-argumentativo I (Des)construindo o gênero Primeira condição: ser bom leitor Linguagem do gênero Como construir um juízo de valor Praticando o gênero Vamos ao texto! Em atividade

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Capítulo 22 Propaganda institucional × anúncio comercial (Des)construindo o gênero Diálogo entre o verbal e o visual

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Propaganda institucional Anúncio comercial

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Linguagem do gênero Anúncios classificados O passado da publicidade Praticando o gênero Atuação cidadã Fazendo ofertas Em atividade

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Capítulo 27 Redação de vestibular: texto dissertativo-argumentativo II (Des)construindo o gênero A escrita argumentativa no vestibular Linguagem do gênero Diálogo com a mídia impressa Praticando o gênero Outros diálogos, novos textos Em atividade

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Capítulo 23 Redação de vestibular: texto narrativo (Des)construindo o gênero Analisar para construir

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BIBLIOGRAFIA

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UNIDADE 9 Gêneros e tipologias no vestibular

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LISTA DE SIGLAS

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UNIDADE

Ministテゥrio da Cultura. Governo Federal

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VEJA Sテグ PAULO, ano 45, n. 30, p. 45, 25 jul. 2012.


PRODUÇÃO DE TEXTOS E DISCURSOS O

objetivo da propaganda é divulgar o Movimento Hotspot, prêmio

estimulado pelo Ministério da Cultura, com patrocínio da Vale e da Riachuelo, em parceria com o Sebrae. A frase “Tire sua ideia da gaveta” convida os leitores interessados a expor ideias inovadoras em 11 categorias: arquitetura, beleza, cenografia, design, design gráfico, filme, fotografia, ilustração, moda, música e ideia. Cada área proposta requer especificidades para produzir sentido. Assim, a propaganda ressalta a importância das múltiplas linguagens que constituem diferentes atividades humanas. Todos os recursos formais da linguagem servem para criar sentido no mundo por meio da produção de textos em diferentes campos de atuação: nas ciências, na literatura, no jornalismo, na publicidade, na mídia digital, entre outros. Ao produzirmos sentidos, marcamos um espaço de criação ideológica, no qual construímos nossa história e marcamos nossos valores. Assim, os textos nos permitem conhecer o mundo e a nós mesmos. O que possibilita ao ser humano modificar pensamentos ao longo da história é sua capacidade de produzir textos e atribuir sentidos. Ao criar textos, orais ou escritos, verbais, visuais ou verbo-visuais, podemos trocar informações e experiências, aprender, expressar sentimentos, exercer a cidadania e, sobretudo, imaginar, criar outras realidades, construir fantasias e sonhos. Nesta unidade, você vai aprender alguns conceitos sobre texto, discurso e gênero, com a finalidade de compreender de que modo a linguagem, como objeto de estudo, pode contribuir para sua formação cidadã, na medida em que oferece possibilidades práticas de analisar criticamente a sociedade por meio da produção de diferentes textos, tornando-o capaz de transformar e criar novos sentidos para o mundo contemporâneo.


CAPÍTULO

Ben Heine

1

TEXTO, GÊNERO E DISCURSO

HEINE, Ben. Pencil vs camera – 48. Disponível em: <http://www.benheine.com/projects.php>. Acesso em: 30 jul. 2013.

A montagem fotográfica foi produzida pelo artista belga Ben Heine, conhecido por articular diferentes linguagens em suas produções, como em seu projeto original Pencil vs camera (em tradução livre, “lápis versus câmera”), no qual ele mistura fotografia e desenho. A mão do artista aparece na foto, inserindo um desenho repleto de imaginação. Ao introduzir uma ilustração em uma fotografia real, o autor explora graficamente uma maneira diferente de enxergar o mundo, destacando um posicionamento particular, um sonho, uma forma poética de olhar para a realidade. Na era digital, tudo é texto. Uma propaganda, uma fotografia, um gráfico, uma conversa produzida oralmente – enfim, toda atividade humana, constituída de diferentes linguagens, com a finalidade de informar, comunicar, produzir sentidos, é um texto. É necessário valorizar a noção de texto no mundo contemporâneo. O texto não é mais exclusividade da escrita, pois combina palavras, imagens, sons, símbolos e gestos, visando produzir discursos, ou seja, expressar valores, ideologias, por meio da linguagem. A linguagem humana tem finalidade comunicativa e, por meio dela, as pessoas produzem diferentes textos para determinados interlocutores, com objetivos específicos, dependendo do contexto social e histórico a que pertencem. Neste capítulo, vamos compreender os conceitos de texto, gênero e discurso, bem como sua relação com os recursos da língua.

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(DES)CONSTRUINDO O GÊNERO

ATIVIDADES HUMANAS E INTERAÇÃO

Estádio Governador Plácido Castelo, conhecido como Castelão, em Fortaleza (CE).

Renato Chaui/Abril Comunicações S/A

Ricardo Correa/Abril Comunicações S/A

Na vida cotidiana, realizamos muitas atividades humanas, como ir à escola, à praia, ao cinema, ao parque ou a um jogo de futebol. Elas constituem diferentes práticas que organizam nossas relações sociais e variam de acordo com o tempo e a cultura de determinado lugar. Pelas práticas sociais, construímos várias relações com o mundo por meio da linguagem, de modo a estabelecer vínculos, modificá-los e mantê-los. Podemos dialogar com alguém em um bate-papo informal ou na leitura de um livro, no qual entramos em contato com as ideias do autor. Em casa, na rua, na biblioteca, na escola, a linguagem é utilizada na maioria das atividades humanas para produzir textos orais, como um grito de guerra no jogo de futebol ou um discurso no tribunal, e escritos, como anotações de estudo ou relatórios de pesquisa. A seguir, observe algumas fotografias e depois responda às questões propostas.

UNIDADE

1

Julgamento no fórum da Barra Funda, em São Paulo (SP).

PRODUÇÃO DE TEXTOS E DISCURSOS

Jupiterimages/Brand X Pictures/Getty Images

Dan¸çarino de frevo, no Recife (PE), durante o Carnaval.

Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr

Leo Caldas/Titular

Laboratório de química de colégio em São Paulo (SP).

Estudantes em biblioteca. Capítulo 1 • Texto, gênero e discurso

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1. De acordo com cada fotografia, descreva as práticas sociais e algumas das atividades humanas envolvidas. 2. Levante hipóteses: que tipo de diálogo pode ser estabelecido em cada atividade humana representada nas fotografias?

As fotografias flagram os agentes das relações sociais, responsáveis pela produção de sentidos no mundo. Em todas as nossas atividades, assumimos determinado papel social por meio de uma constante interação com o outro. No diálogo cotidiano, nas manifestações artísticas, nas situações públicas, a interação entre os sujeitos permite a construção de sentidos e estabelece os usos efetivos da linguagem.

A interação é o diálogo que se estabelece em todas as atividades humanas. O termo “diálogo” não designa apenas uma conversa face a face, mas assume um sentido mais amplo, no qual um texto oral ou escrito recupera outro texto. Em toda produ¸ção realizada pelo ser humano por meio das múltiplas linguagens, sejam verbais, visuais, sonoras etc., sempre direcionamos os usos da linguagem a alguém, que pode estar presente ou ausente. Quando lemos ou escrevemos um texto, ficamos em silêncio, mas nunca sem comunica¸ção, pois estabelecemos um diálogo com as ideias do autor ou recuperamos informa¸ções de outros textos produzidos em tempos históricos diferentes, por diversos grupos sociais.

Fotos: ANER - Associação Nacional de Editores de Revistas

Os interlocutores são os participantes de uma situação de interação, seja em um diálogo face a face, seja na leitura ou produção de diferentes textos. Em toda atividade de linguagem, sempre se pressupõe ou se projeta a imagem de ouvintes ou destinatários. Leia as propagandas a seguir.

PESQUISA FAPESP, São Paulo: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, n. 203, p. 96-97, jan. 2013.

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Fotos: ANER - Associação Nacional de Editores de Revistas

ATREVIDA, São Paulo: Escala, n. 221, p. 2-3, jan. 2013.

3. Note que as duas propagandas foram produzidas pelo mesmo anunciante. Descreva as semelhanças (imagens, slogan, logo, texto verbal) e diferenças (esfera de circulação, imagens, título) entre elas.

Martelo de força

PRODUÇÃO DE TEXTOS E DISCURSOS

Nas propagandas, há a imagem de uma espécie de termômetro que marca a “temperatura” das opiniões. Esse objeto faz referência a um brinquedo comum em parques de diversão, conhecido como “martelo de for¸ça”. O objetivo, nessa brincadeira, é testar o nível de for¸ça do desafiante, que deve bater com o martelo em uma base. Quanto mais forte o golpe, mais alto chega o indicador e mais pontos ganha o participante.

5. Leia, a seguir, informações sobre as revistas em que as propagandas foram publicadas.

Capítulo 1 • Texto, gênero e discurso

1

Quem somos Editada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), a revista Pesquisa Fapesp foi lançada em outubro de 1999. O objetivo básico da publicação é difundir e valorizar os resultados da produção científica e tecnológica brasileira, da qual a Fapesp é uma das mais importantes agências de fomento. Trata-se da única publicação jornalística do país especializada no segmento de ciência e tecnologia que tem por foco primordial a produção científica nacional, apesar de cobrir pontualmente as novidades internacionais. Por isso, a revista funciona como um polo de contato e reconhecimento contínuo dos pesquisadores brasileiros e como referência indispensável para as editorias de ciência e tecnologia dos veículos de comunicação nacionais.

UNIDADE

Ilustração: Miguel Angel Salinas Salinas/ Shutterstock/Glow Images

4. Releia os textos e relacione o conteúdo ao anunciante. Justifique o objetivo das propagandas com elementos dos textos.

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[...] Desde março de 2002, além de ser enviada para uma seleta carteira de assinantes subsidiados composta de pesquisadores, Pesquisa Fapesp conta com assinaturas pagas, recebe publicidade e é comercializada em bancas de jornais no estado de São Paulo e nas principais cidades brasileiras. [...] Disponível em: <http://revistapesquisa.fapesp.br/quem-somos>. Acesso em: 12 jul. 2013.

Revista Atrevida [...] traz um conteúdo interativo, divertido e sempre atualizado com os mais recentes assuntos e tendências do mundo teen. Ela veio para atender às expectativas das adolescentes que estão descobrindo o mundo. As páginas da revista Atrevida trazem muita diversão, entretenimento e matérias de comportamento, dividindo com seus leitores os melhores momentos desta fase tão especial da vida. Disponível em: <http://www.revistas.com.br/revistas-adolescentes.html>. Acesso em: 13 fev. 2015.

Considerando os diferentes veículos em que as propagandas foram publicadas, explique por que o anunciante fez determinadas modificações. 6. A partir da interação estabelecida entre o anunciante e seus interlocutores, analise o título principal (expressões linguísticas, marcas de plural, relação entre imagem e texto verbal) de cada propaganda e interprete as diferenças entre os sentidos construídos.

A interação constitui todas as situações de uso da linguagem. As propagandas analisadas foram produzidas por alguém, para alguém, em determinado tempo e espaço de circulação. Colocadas em diálogo, elas evidenciam valores sociais relacionados aos papéis sociais de diferentes perfis de leitores e revistas. A cada prática social que organiza nossas relações, vinculam-se diferentes textos, pelos quais articulamos palavras, imagens, sons, símbolos, gestos, com a finalidade de expressar valores e ideologias, por meio da linguagem.

LINGUAGEM DO GÊNERO

TEXTO E DISCURSO Uma mesma palavra pode ser usada em diversas situações e construir sentidos diferentes, dependendo do papel social assumido pelo autor em uma atividade humana específica. Responda às questões a seguir.

(I)

Arquivo CB/D. A. Press

Arquivo CB/D. A. Press

1. Leia os fragmentos destacados e levante hipóteses: (II)

a) No item I, o título poderia ser dado a que tipo de texto? O que poderiam ser “as coisas comuns da juventude”? b) O que sugere a expressão “Diversão&Arte” no item II? Que práticas sociais podem se relacionar a ela? c) Identifique que interlocutores estão pressupostos em cada fragmento. 2. Leia o texto a seguir, publicado no jornal Correio Braziliense, na seção Diversão&Arte, em 6 de dezembro de 2013.

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Arquivo CB/D.A. Press

»FELIPE MORAES

MORAES, Felipe. As coisas comuns da juventude. Correio Braziliense, Brasília, 6 dez. 2012, Diversão&Arte, capa.

a) O texto é uma resenha, gênero cujo objetivo é apresentar e avaliar um objeto cultural, como livros, filmes, peças teatrais, exposições etc. Nessa resenha específica, o autor avalia dois livros direcionados a “jovens adultos”. Identifique, no texto, a que “coisas comuns da juventude” se faz referência no título. b) A que corresponde a expressão “Diversão&Arte”? c) O texto circulou em que veículo? Explique o que isso revela com relação à prática social que mobilizou sua produção.

PRODUÇÃO DE TEXTOS E DISCURSOS

3. Compare os elementos isolados e o conjunto verbo-visual que compõe o texto. Em que momento da leitura foi possível construir sentidos mais precisos? Explique.

Capítulo 1 • Texto, gênero e discurso

UNIDADE

1

O texto analisado permite refletir sobre o conceito de texto não como uma simples somatória de imagens e palavras, mas como um todo de sentido, produto da interação entre interlocutores. Ao ser isolado desse espaço ou fragmentado, esse texto pode assumir um sentido completamente diverso daquele que tem em contexto determinado. A construção de sentidos não pode ser compreendida de modo fragmentado; portanto, todo texto apresenta uma totalidade, já que existe uma conexão entre cada uma das partes que o compõem. Todo texto sempre transmite as visões de mundo de seu autor, de acordo com os objetivos que pretende concretizar. Isso torna evidentes valores ideológicos de determinada cultura e contexto social e histórico, do qual os interlocutores das atividades humanas são partes integrantes. Em cada texto produzido para determinado interlocutor, presente ou ausente, há finalidades diferentes, para as quais selecionamos signos específicos. Por exemplo, a palavra “coisa”, presente no título da resenha analisada, pode assumir diferentes acepções em outros contextos. Observe a explicação retirada da revista Língua Portuguesa.

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A palavra “coisa” é um bombril do idioma. É o tipo de termo-muleta ao qual a gente recorre sempre que nos faltam palavras para exprimir uma ideia. A natureza das coisas: gramaticalmente, “coisa” pode ser substantivo, adjetivo, advérbio. Também pode ser verbo: o Houaiss registra a forma “coisificar”. E no nordeste há “coisar”: “Ô, seu coisinha, você já coisou aquela coisa que eu mandei você coisar?”. DINIZ, Francisco. O espírito da coisa. Língua Portuguesa, São Paulo: Segmento, ano 8, n. 88, p. 46, fev. 2013.

Toda palavra apresenta significações estáveis e repetidas construídas ao longo da história, em diferentes contextos sociais. Quando é utilizada em novas situações, seu sentido se atualiza, o que permite expressar nossos valores e assumir uma posição no mundo. Observe as duas capas de livros a seguir. Editora Forense

O livro constitui uma obra jurídica e trata dos direitos de propriedade, ou seja, da propriedade de bens móveis e imóveis, bem como das formas pelas quais esses direitos podem ser transmitidos. Nele, apresenta-se a legislação brasileira específica que versa sobre a posse de coisas. Em termos jurídicos, coisas são todos os bens de existência material que podem ser objetos de relações jurídicas.

RIZZARDO, Arnaldo. Direito das coisas. São Paulo: Forense, 2012. Editora Zahar

O livro foi produzido a partir do vídeo The Story of Stuff, lançado por Annie Leonard em 2007. O objetivo da obra é mostrar como a economia mundial é orientada pelo consumo excessivo, destacando os riscos para a vida no planeta. A autora justifica o uso da palavra “coisas”:

Neste livro, a palavra “Coisas“ refere-se a bens manufaturados ou produzidos em massa, como embalagens, iPods, roupas, sapatos, carros, torradeiras. [...] Concentro-me em Coisas que compramos, guardamos, perdemos, quebramos, substituímos, e diante das quais nos angustiamos e confundimos nosso valor pessoal. Eu poderia ter optado pela palavra “bens”, mas como os bens a que me refiro em geral são tóxicos, supérfluos, prejudiciais ao planeta e embalados além do necessário, ou seja, não são propriamente “coisas boas”, não gosto de usar o termo. LEONARD, Annie. A história das coisas: da natureza ao lixo, o que acontece com tudo que consumimos. Trad. Heloísa Mourão. Rio de Janeiro: Zahar, 2011.

LEONARD, Annie. A história das coisas: da natureza ao lixo, o que acontece com tudo que consumimos. Trad. Heloísa Mourão. Rio de Janeiro: Zahar, 2011. p. 25.

4. Compare o uso da palavra “coisas” nos dois contextos e explique que sentidos podem ser atribuídos em cada situação.

A palavra “coisas”, mesmo assumindo muitas acepções, dependendo do contexto e da esfera específica, marca posicionamento ideológico. No primeiro livro, é termo designado pela esfera jurídica; no segundo, “coisas” se torna escolha da autora para indicar sua posição. Nos textos, produzimos sentidos − todo texto veicula discursos. A palavra “discurso” tem vários significados. No cotidiano, o termo é compreendido como exposição oral, mas, sob o enfoque da ciência

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da linguagem, o discurso é toda atividade comunicativa, que produz sentidos e se constitui na interação entre falante/ouvinte e escritor/leitor. Os interlocutores de uma situação discursiva são seres situados em determinado tempo e espaço; pertencem a uma comunidade, a um grupo social. Cada texto produzido veicula crenças, valores culturais, sociais, enfim: a ideologia do grupo, da comunidade. Todo discurso, portanto, produz sentidos que expressam posições sociais, culturais e ideológicas dos sujeitos da linguagem. Os discursos produzidos são compreendidos analisando textos, por meio dos quais o discurso se materializa linguisticamente.

O texto, oral ou escrito, verbal ou visual, é produto da atividade discursiva e forma um todo significativo, independentemente de sua extensão. O discurso trata de combina¸ções de elementos linguísticos usados pelos sujeitos para expressar pensamentos e agir sobre o mundo; ou seja, refere-se aos usos da língua em um contexto determinado, sendo o espaço de materializa¸ção de valores e cren¸ças. O contexto possibilita a compreensão de um texto. Pode ser mais imediato, ao se referir à identifica¸ção dos interlocutores, tempo e lugar da intera¸ção, finalidade e veículo; e mais amplo, se preocupado com o entorno social, histórico e cultural ao qual o texto se refere.

Todo texto é produzido de acordo com a esfera à qual pertence, considerando a escolha das linguagens que serão utilizadas em sua composição expressiva. Para cada atividade humana há esferas específicas de usos da linguagem. O termo esfera refere-se a cada campo de atividade humana no qual ocorrem práticas que organizam formas discursivas de comunicação e respectivas estratégias de compreensão, de acordo com domínios ideológicos específicos (esfera científica, esfera jurídica, esfera jornalística, esfera artística, esfera publicitária etc.).

Documentário de Victor Lopes. Língua: Vidas em Português. Portugal e Brasil, 2004

Os textos se constituem conforme o uso que os interlocutores fazem das diferentes linguagens em situações formais ou informais de comunicação. O conhecimento prévio sobre diferentes formas de produção permite com­ preender e criar textos orais e escritos, verbais ou verbo-visuais, com finalidades específicas, sempre em resposta a outros discursos produzidos socialmente. Observe, a seguir, uma sequência de diferentes textos: duas transcrições de textos orais, uma capa de catálogo de museu e um cartaz de divulgação de uma exposição. A primeira transcrição de texto oral aqui apresentada foi retirada do documentário Língua: vidas em português, de Victor Lopes, de 2002, filmado em seis países (Portugal, Moçambique, Índia, Brasil, França e Japão). O filme mostra o cotidiano tanto de pessoas anônimas quanto de famosas, com depoimentos, tratando de histórias da língua portuguesa e de sua presença entre culturas variadas do planeta. A transcrição a seguir constitui um depoimento de Naoki Ikawa (L.1), cozinheiro brasileiro que vive no Japão, em diálogo com o cineasta Victor Lopes (L.2).

UNIDADE

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L.1: Falar português é... lembrar da... sua terra natal né... Acho que é o mais importante é isso né... Não esquecer a nossa própria língua né... Meu sonho aqui no Japão é... juntar bastante dinheiro e ir pro Brasil né... L.2: Tu é capitalista ein cara... L.1: Não... patriota... ((risos)) L.2: Ah... ((risos)) In: LÍNGUA: vidas em português. Direção: Victor Lopes. Portugal/Moçambique/Índia/Brasil/França/ Japão: Costa do Castelo Filmes; Sambascope; TV Zero, 2002. (105 min).

Capítulo 1 • Texto, gênero e discurso

PRODUÇÃO DE TEXTOS E DISCURSOS

TEXTO E GEˆNERO DO DISCURSO

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David Cannon/Getty Images

A segunda transcrição corresponde à narração de um jogo de futebol pela televisão. Foi selecionada a partida da final da Copa do Mundo de 2002, realizada no Japão e na Coreia do Sul. O jogo ocorreu em 30 de junho de 2002, em Yokohama, no Japão, e foi narrado por Galvão Bueno, locutor da Rede Globo. O trecho escolhido corresponde ao momento em que ocorre o primeiro gol da seleção brasileira, na vitória por 2 a 0 contra a Alemanha. Ronaldo “Fenômeno” comemorando gol contra a Alemanha na final da Copa do Mundo de 2002, no Japão.

já vamos com vinte minutos deste segundo tempo... ZEro para o Brasil zero para Alemanha... vale o PENta campeonato pro futebol brasileiro... A Alemanha não tem pressa já começa claramente a dizer o que Beckenbauer... grande capitão alemão... foi campeão como jogador campeão como técnico dizia... a Alemanha vai querer levar o jogo pra/ pro tempo extra... aí vai voltar o Jeremies... pediu substituição... ficou assustado tá inteirinho correndo à vontade... a lá... vem ele correndo lá embaixo óh... e vem lance pra área brasiLEIRA... pelo MEIo a bola sobrando por lá de qualquer maneira apareceu Gilberto Silva pra tirar... o toque de cabeça foi mal feito... e é lateral pra seleção brasileira... aí o Cafu... VINte e um minutos do segundo tempo... zero a zero... aí o Cafu... pra Ronaldinho Gaúcho... não existiu a falta e a sobra é do Brasil... com Gilberto Silva... tocou pro Ronaldinho... tentou partir Ronaldinho... marcação em cima dele tá difícil a aRRANcada ali pelo meio em cima dos alemães é muito difícil... ele insiste... briga pela bola... insiste o Ronaldinho... pro Rivaldo... abriu espaço... bateu pro gol Oliver Kahn Ronaldinho baTEU...GOL:::::::::::::::::::::::: É::::::::: do BRASIL:::: RO::::::::nalDI::nho... número nove::::... aos vinte e um e trinta do segundo tempo Rivaldo soltou a BOMba... que Oliver Kahn que NAda bateu roupa o goleiro aleMÃO... Ronaldinho meteu pro gol um a zero BraSIL... ele provocou provocou provocou e falhou... na pancada do Rivaldo bateu roupa Oliver Kahn... Ronaldinho artilheiro tava lá o sétimo dele na copa um a zero Brasil... (20min36s ao 22min54s do segundo tempo) Transcrição feita pelas autoras, do vídeo completo do jogo, encontrado na internet em: 19 abr. 2013.

1. Descreva algumas semelhanças e diferenças entre o depoimento oral e a narração da partida de futebol considerando autor, público-alvo, circulação e finalidade da produção. Observe a seguir uma capa de catálogo de museu e um cartaz de divulgação de uma exposição.

Museu de Arte Moderna de São Paulo, São Paulo

O catálogo apresenta a exposi¸ção de arte contemporânea brasileira e japonesa Quando vidas se tornam forma: diálogo com o futuro – Brasil/ Japão, sob curadoria de Yuko Hasegawa, do Museu de Arte Contemporânea de Tóquio (MOT). A mostra marcou as comemora¸ções do MAM-SP por ocasião do Centenário da Imigra¸ção Japonesa no Brasil, em 2008. O foco da exposi¸ção foi mostrar como objetos cotidianos são transformados em objetos artísticos por artistas dos dois países. O diálogo já é proposto na capa do catálogo, com a apresenta¸ção da obra Zero Dollar, do brasileiro Cildo Meireles, e da obra japonesa Super Rato (Minoringkun), de Chim Pom. O título da exposi¸ção recupera o nome da mostra coletiva Quando atitudes se tornam forma, realizada em Berna, na Suí¸ça, em 1969. Nessa exposi¸ção, artistas europeus e norte-americanos mostravam objetos feitos com materiais não convencionais, desafiando conceitos conservadores de arte. Catálogo da exposiç¸ão Quando vidas se tornam forma: diálogo com o futuro – Brasil/ Japão, realizada no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM) entre 11 de abril e 22 de junho de 2008.

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Museu do Futebol, São Paulo. Governo federal

Com bonecos, simuladores, mosaicos e imagens que induzem à ilusão e ao erro, o objetivo da mostra é levar o espectador a ter as mesmas sensa¸ções de um juiz na hora de apitar um lance decisivo. Com isso, quer tentar convencer que a culpa não é do árbitro, mas das percep¸ções do cérebro humano. O cartaz de divulga¸ção da exposi¸ção recupera o verde, característico dos campos de futebol. A imagem do juiz sombreada, com uma interroga¸ção na blusa, sugere as possíveis dúvidas de um árbitro de futebol ao apitar uma partida.

Cartaz de divulga¸ção da exposiç¸ão Será que foi, seu juiz?, realizada no Museu do Futebol, em São Paulo (SP), entre 6 de novembro de 2012 e 7 de abril de 2013.

2. Considerando o contexto de produção, recepção e circulação da capa de catálogo de museu e do cartaz de divulgação da exposição, descreva algumas semelhanças e diferenças entre eles.

PRODUÇÃO DE TEXTOS E DISCURSOS

Segundo o Dicionário Houaiss da língua portuguesa, a palavra “gênero” significa conjunto de seres ou objetos que possuem a mesma origem ou que se acham ligados pela semelhança de uma ou mais particularidades. Os gêneros do discurso, portanto, são formas discursivas que têm características mais ou menos estáveis, porque são produzidas em situações de comunicação parecidas, em áreas do conhecimento semelhantes. Os textos analisados permitem refletir sobre o uso da língua e das diferentes linguagens em variadas situações de comunicação social. Os dois textos orais, embora apresentem semelhantes recursos da língua, são produzidos em situações discursivas distintas, ou seja, textos que exigem gêneros próprios para acontecer: o primeiro é um depoimento oral coletado para compor um documentário; o segundo constitui uma narração de uma partida de futebol transmitida pela televisão. Os textos dos museus são produzidos em circunstâncias parecidas e com finalidades próximas, mas não são iguais. Eles se materializam de forma única, já que podemos pressupor diferentes tipos de interlocutores para uma exposição de arte e para uma mostra interativa sobre futebol. Em nosso cotidiano, quando ouvimos ou lemos determinados textos, constituídos em gêneros mais comuns, como a narração de futebol, por exemplo, os reconhecemos rapidamente. Esse reconhecimento permite estabelecer a comunicação de maneira mais eficiente. Se não conhecemos diferentes gêneros, não identificamos inúmeras situações de comunicação que determinados textos integram.

UNIDADE

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Os gêneros são, portanto, maneiras específicas de ser dos textos de determinada esfera de atividade. E essas “maneiras de ser” envolvem os formatos dos textos, ou seja, sua forma de composição; aquilo que se pode dizer neles, seus temas, e o tipo de linguagem, o estilo que podemos utilizar, mais ou menos formal. [...] Os gêneros discursivos apresentam extrema heterogeneidade e incluem desde os diálogos do cotidiano até exposições científicas e textos artísticos. Isso porque cada texto está vinculado, necessariamente, a uma atividade, a um gênero ou a um conjunto de gêneros, dependendo da atividade, e é dessas circunstâncias que recebe a expressividade determinada, típica do gênero dado. BRAIT, Beth; ROJO, Roxane. Gêneros: artimanhas do texto e do discurso. São Paulo: Escolas Associadas, 2001. p. 9.

Capítulo 1 • Texto, gênero e discurso

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Os gêneros do discurso possibilitam que diferentes textos sejam produzidos em nossa comunicação cotidiana, articulando, de modo indissociável, três aspectos: • forma de composição: plano de expressão e organização textual; • conteúdo temático: aquilo que se pode dizer em cada gênero; • estilo: seleção de recursos da língua e das diferentes linguagens.

Mariana Valente

Os gêneros do discurso estão vinculados a uma época e a um lugar específicos, havendo sempre um diálogo estabelecido com outros gêneros e com o contexto específico e mais amplo de produção. Observe a imagem a seguir.

Disponível em: <http://www.malipi.com/diario2013-03/>. Acesso em: 15 jul. 2013.

1. Levante hipóteses: essas páginas apontam para qual gênero? Onde seriam veiculadas? Foram produzidas por quem e para quem? Com que objetivo?

Mariana Valente. http://www.malipi.com

2. Compare a imagem acima com a página abaixo e descreva suas observações.

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Post de 21 de janeiro de 2013. Disponível em: <http://www. malipi.com/diarioilustrado/ diario2013-03/>. Acesso em: 28 jul. 2013.


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