7º. História Sociedade & Cidadania Componente curricular: História
Alfredo
Boulos Júnior
História Sociedade & Cidadania
. º 7
ano
Anos finais do Ensino Fundamental Componente curricular: História ISBN 978-85-20-00187-5
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788520 001875
Anos finais do Ensino Fundamental Componente curricular: História
História Sociedade & Cidadania
Alfredo
Boulos
. º 7
Júnior
Doutor em Educação (área de concentração: História da Educação) pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Mestre em Ciências (área de concentração: História Social) pela Universidade de São Paulo. Lecionou na rede pública e particular e em cursinhos pré-vestibulares. É autor de coleções paradidáticas. Assessorou a Diretoria Técnica da Fundação para o Desenvolvimento da Educação – São Paulo.
3.ª edição São Paulo, 2015
ano
Copyright © Alfredo Boulos Júnior, 2015 Diretor editorial Lauri Cericato Gerente editorial Silvana Rossi Júlio Editora Natalia Taccetti Editores assistentes Nubia Andrade e Silva, Gabriel Careta Assessoria Priscila Manfrinati, Carolina Leite de Souza, Leonardo Klein, Thais Videira, Bruna Bazzoli Gerente de produção editorial Mariana Milani Coordenadora de produção Marcia Berne Coordenadora de arte Daniela Máximo Projeto gráfico Juliana Carvalho Capa Alexandre Santana de Paula Foto de capa AWL Images RM/Getty Images Editor de arte Fabiano dos Santos Mariano Diagramação Felipe Borba, Luana Alencar, Aparecida Pimentel Tratamento de imagens Eziquiel Racheti, Ana Isabela Pithan Maraschin Ilustrações e cartografia Manzi, Mozart Couto, Rmatias, Walter Caldeira, Alexandre Bueno, Allmaps, Renato Bassani, Studio Caparroz Coordenadora de preparação e revisão Lilian Semenichin Preparação Líder: Sônia R. Cervantes. Preparadora: Lucila V. Segóvia Revisão Líder: Viviam Moreira. Revisores: Aline Araújo, Carolina Manley, Cristiane Casseb, Fernando Cardoso, Paulo José Andrade, Pedro Fandi Supervisora de iconografia Célia Rosa Iconografia Daniel Cymbalista, Graciela Naliati Diretor de operações e produção gráfica Reginaldo Soares Damasceno
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Boulos Júnior, Alfredo História sociedade & cidadania, 7o ano / Alfredo Boulos Júnior. — 3. ed. — São Paulo : FTD, 2015. ISBN 978-85-20-00187-5 (aluno) ISBN 978-85-20-00188-2 (professor) 1. História (Ensino fundamental) I. Título. 15-04050 CDD-372.89 Índices para catálogo sistemático: 1. História : Ensino fundamental 372.89
Em respeito ao meio ambiente, as folhas deste livro foram produzidas com fibras obtidas de árvores de florestas plantadas, com origem certificada.
Reprodução proibida: Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. Todos os direitos reservados à
Editora ftd S.A. Rua Rui Barbosa, 156 – Bela Vista – São Paulo – SP CEP 01326-010 – Tel. (0-XX-11) 3598-6000 Caixa Postal 65149 – CEP da Caixa Postal 01390-970 www.ftd.com.br E-mail: ensino.fundamental2@ftd.com.br
Impresso no Parque Gráfico da Editora FTD S.A. CNPJ 61.186.490/0016-33 Avenida Antonio Bardella, 300 Guarulhos-SP – CEP 07220-020 Tel. (11) 3545-8600 e Fax (11) 2412-5375
Apresentação Caro aluno, Quero lhe dizer algo que para mim é importante e por isso gostaria que você soubesse: para que este livro chegasse às suas mãos, foi necessário o trabalho e a dedicação de muitas pessoas: os profissionais do mundo do livro. O autor é um deles. Sua tarefa é pesquisar e escrever o texto e as atividades, além de sugerir as imagens que ele gostaria que entrassem no livro. A essas páginas produzidas pelo autor damos o nome de originais. O editor e seus assistentes leem e avaliam os originais. Em seguida, solicitam ao autor que melhore ou corrija o que é preciso no texto. Por vezes, pedem que o autor refaça uma ou outra parte. Daí entram em cena outros trabalhadores do mundo do livro: os profissionais da Iconografia, da Arte, da Revisão e do Jurídico, entre outros. Os profissionais da Iconografia pesquisam, selecionam, tratam e negociam as imagens (fotografias, desenhos, gravuras, pinturas etc.) que serão aplicadas no livro. Algumas dessas imagens são os mapas, feitos por especialistas (os cartógrafos), e desenhos baseados em pesquisas históricas, feitos por profissionais denominados ilustradores. Os profissionais da Arte criam um projeto gráfico (planejamento visual da obra), preparam e tratam as imagens e diagramam o livro, isto é, distribuem textos e imagens pelas páginas para que a leitura se torne mais compreensível e agradável. Os profissionais da Preparação e Revisão corrigem palavras e frases, ajustam e padronizam o texto. A equipe do Jurídico solicita a autorização legal para o uso de textos de outros autores e das imagens que irão compor o livro. Todo esse trabalho é acompanhado pela Gerência Editorial. Em seguida, esse material todo, que é um arquivo digital, segue para a gráfica, onde é transformado em livro por técnicos especializados do setor Gráfico. Depois de pronto, o livro chega às mãos da equipe de Divulgação, que o apresenta aos professores, personagens que dão vida ao livro, objeto ao mesmo tempo material e cultural. Meu muito obrigado do fundo do coração a todos esses profissionais, sem os quais esta Coleção não existiria! E obrigado também a você, leitor. O autor
U NIDADE
COMO ESTÁ ORGANIZADO SEU LIVRO? Observe as imagens desta página e a da seguinte com atenção. Quem são os personagens centrais de cada obra? Que semelhanças você vê entre essas imagens? E as diferenças? É possível perceber mudanças no modo de representação da figura humana? Em qual das imagens a figura humana é representada com mais realismo?
Madona e criança, 1285, obra de Duccio di Buoninsegna (c. 1278-1318). Galeria dos Ofícios, Florença, Itália.
AméricA: AstecAs, mAiAs, incAs e tupis
A Madona de Ognissanti, c. 1310 (têmpera em madeira) de Giotto di Bondone (c. 1266-1337). Galeria dos Ofícios, Florença, Itália.
Virgem dos Rochedos, de Leonardo da Vinci (1452-1519). Museu de Belas Artes de Caen, França. Na obra em tela, as figuras estão dispostas na forma de uma pirâmide cujo vértice é Maria. São João Batista, com as mãos postas, se inclina em direção ao menino Jesus que tem, a seu lado, um anjo.
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Anders Ryman/Corbis/Latinstock
© Blaine Harrington III/Corbis/Latinstock
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Duccio di Buoninsegna. 1285. Têmpera sobre painel. Galeria degli Uffizi, Florença. Foto: The Brigdeman Art Library/Keystone
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Leonardo da Vinci. Séc. XV. Óleo sobre tela. Museu des Beaux-Arts, Caen. Foto: The Bridgeman Art Library/Keystone
Cada unidade é iniciada com uma abertura em página dupla. Nessas aberturas são apresentados, por meio de imagens e textos, os temas que serão trabalhados.
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} Imagem 3
ARTE E RELIGIÃO
Giotto di Bondone. c.1300-10. Têmpera sobre painel. Galeria degli Uffizi, Florença. Foto: The Bridgeman Art Library/Keystone
ABERTURA DE UNIDADE
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O islamismo A religião criada por Maomé é chamada islamismo, e seu princípio fundamental é a crença num único Deus (monoteísmo). O islamismo é uma religião simples, e este é, com certeza, um dos motivos de sua rápida expansão pelo mundo. Todo muçulmano deve: • crer em um só Deus (Alá) e seguir os ensinamentos de Maomé, seu mensageiro; • orar cinco vezes ao dia com o rosto voltado para Meca; • dar aos necessitados uma ajuda proporcional aos bens que possui; • jejuar durante os trinta dias do Ramadã (mês do jejum). O fiel não deve ingerir nem alimento nem água, do nascer ao pôr do sol; • ir a Meca ao menos uma vez na vida, caso tenha recursos financeiros para isso.
Fabio Colombini
Um garoto da etnia uru murato toca flauta na cidade de Llapallani, no altiplano boliviano, 2002.
Dialogando... Por que será que Meca recebe tantas pessoas todos os anos?
Jovem indígena kalapalo. Parque Indígena do Xingu (MT), 2011.
FAYEZ NURELDINE/AFP/Otherimages
Indígena do povo navajo, estado de Utah, EUA, 2012.
Observe as fotografias das pessoas retratadas nesta página. Como estão vestidas? O que estão fazendo? O que elas têm em comum? Em que são diferentes? O certo é dizer: povo indígena da América ou povos indígenas da América?
DIALOGANDO... Desafios propostos ao longo do texto para discutir imagens, gráficos, tabelas e textos.
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Nesta imagem de 2011, milhares de fiéis oram ao redor da Caaba, em Meca, na Arábia Saudita. A cidade hoje é o principal centro religioso do mundo muçulmano e um dos primeiros centros comerciais da Arábia Saudita.
ABERTURA DE CAPÍTULO As aberturas dos capítulos propõem a discussão dos temas que serão trabalhados nas páginas seguintes.
Para refletir O homem medieval se guiava pelo ritmo da natureza. Acordava com o canto do galo, levantava com a luz do Sol e parava de trabalhar quando anoitecia. Ele não se preocupava em medir o tempo. Acreditava que nada podia fazer para mudar seu destino. Este já tinha sido traçado por Deus. Além disso, trabalhando muito ou pouco, o camponês continuava sendo camponês, e o senhor, senhor.
Para saber mais Na Europa de Luís XIV, o estilo de pintura predominante foi o barroco; este estilo surgiu na Itália no final do século XVI, e tinha como principais características: a) disposição dos elementos na tela quase sempre em diagonal; b) gosto pelas oposições, com acentuado contraste entre o claro e o escuro e entre luz e sombra; c) predominância de temas religiosos, ou ligados à vida da nobreza ou ainda ao cotidiano das pessoas comuns. Na Espanha, um dos principais representantes do barroco foi o pintor Diego Velázquez, um filho de nobres nascido em 1599, em Sevilha, que na época era a cidade mais rica da Espanha. Ele retratou indivíduos da nobreza espanhola do século XVII, e também pessoas simples do povo, em seus afazeres cotidianos.
Um quadro que apresenta informações extras sobre os conteúdos dos capítulos trabalhados.
Com o crescimento do comércio e das cidades, a situação mudou. O sapateiro tinha uma data certa para entregar os sapatos encomendados a ele. O comerciante estabelecia o preço conforme o pagamento fosse à vista ou a prazo. O banqueiro cobrava juros de acordo com a duração do empréstimo. Assim, calcular e controlar o tempo passou a ser uma necessidade. Para atender a essa necessidade, surgiu na Europa do século XV o relógio mecânico.
O barroco europeu
PARA SABER MAIS
Relógio do século XVI, Berna, Suíça.
a) Copie no caderno o trecho que contém exemplos de que o homem medieval se guiava pelo tempo da natureza. b) Segundo o texto, o que gerou a necessidade de calcular, dividir e controlar o tempo? c) Você consulta o relógio muitas vezes ao dia? Por quê?
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Retrato Equestre do Conde-Duque de Olivares, 1634. Óleo sobre tela de Diego Velázquez. Museu do Prado, Madri, Espanha. Nessa imagem, vemos o jogo de claro-escuro e a composição em diagonal, próprios do estilo barroco.
Diego Rodríguez de Silva y de Velázquez. 1618. Óleo sobre tela. Coleção particular. Foto: The Bridgeman Art Library/Keystone
Uma seção que traz textos estimulantes sobre os conteúdos estudados e propõe a discussão sobre esses temas.
A nova ideia de tempo
Underwood & Underwood/Corbis/Latinstock
PARA REFLETIR
Diego Rodríguez de Silva y de Velázquez. 1634. Óleo sobre tela. Museu do Prado, Madri. Foto: The Bridgeman Art Library/Keystone
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A velha cozinheira, 1618. Pintura de Diego Velázquez. Galeria Nacional da Escócia. Nessa imagem, o autor usa tons escuros para o fundo, e ilumina os rostos e os objetos que pretende destacar.
ATIVIDADES I. Retomando 1. Observe a imagem a seguir com atenção.
II. Leitura e escrita em História
1558. Coleção particular
Retomando Questões variadas sobre os conteúdos dos capítulos para serem realizadas individualmente ou em grupo. Uma forma de rever aquilo que foi estudado.
a. Leitura de imagem Gravura de 1558.
Leitura de imagem
A imagem é de uma pintura mural que está no Palácio Nacional na Cidade do México, onde funciona a sede do governo mexicano, e mede 4,29 5,27 m. Foi pintada pelo mexicano Diego Rivera (1886-1957), um dos pintores mais respeitados do século XX. Observe-a com atenção. The Granger Collection/Otherimages/1951
ATIVIDADES
a) O que está acontecendo na cena? b) Que relação esta imagem tem com o movimento das Grandes Navegações? c) A imagem diz respeito aos perigos imaginários mas havia também perigos reais; por isso o número de naufrágios era alto. Segundo o historiador Fábio Pestana, de cada cinco embarcações portuguesas que seguiam para as Índias, uma naufragava. Qual é então a porcentagem de embarcações que naufragava?
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Seção que permite o estudo de imagens relacionadas aos temas dos capítulos.
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d) Transforme esse resultado em um gráfico em forma de pizza. 2
2. Leia o texto com atenção e responda ao que se pede. Criada a moderna rota das especiarias
Muçulmanos Seguidores da religião criada por Maomé.
Vasco da Gama chegou à Índia em maio de 1498, após nove meses de uma difícil viagem. Era o primeiro europeu a alcançar a Índia pelo mar, vindo do Atlântico. Depois de ancorar os navios no porto de Calicute, enviou dois tripulantes à terra, para observarem a cidade e trazerem informações. Esses tripulantes encontraram dois muçulmanos que sabiam falar castelhano, e assim os quatro puderem se entender. Perguntados sobre o que tinham ido fazer ali, tão longe de casa, os dois portugueses não hesitaram em responder:
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— Viemos buscar cristãos e especiarias. Portugal encontrou realmente especiarias e outros fabulosos tesouros da Índia. [...] Após várias batalhas no mar, na Índia e em muitas partes da Ásia e da África, os portugueses conseguiram controlar o comércio no Oceano Índico. Estava assim criada uma nova rota comercial desde a Europa até as especiarias [...]. Diferente da medieval, era uma rota totalmente marítima, que alcançava a Índia pelo Atlântico. Os portugueses chamaram-na de “Rota do Cabo”, porque passava pelo Cabo da Boa Esperança, no extremo sul da África [...].
a) O que você vê ao centro e em primeiro plano (cena 1)? b) O que se vê na cena 2 (à esquerda)? E na cena 3?
AMADO, Janaina; FIGUEIREDO, Luiz Carlos. A magia das especiarias: a busca de especiarias e a expansão marítima. São Paulo: Atual, 1999. p. 21. (Nas ondas da história).
c) As cenas 4, 5 e 6 mostram o trabalho forçado do indígena; descreva-as.
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d) Quem ficava com a maior parte da riqueza extraída ou produzida na América? e) Levante uma hipótese: com que intenção a pintura foi produzida?
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d) A obra que estamos analisando é do pintor Albrecht Dürer; pesquise e elabore uma pequena biografia sobre ele.
Leitura e escrita de textos
Vozes do passado 50 deveres de Carlos Magno e do papa (796) [...] desejo estabelecer com Vossa Santidade um pacto inviolável de fé e caridade [...] O nosso dever é, com o auxílio da divina piedade, defender por
Seção que trabalha a leitura e a interpretação de diferentes gêneros textuais. Para completar o estudo dos temas, são propostas atividades de pesquisa ou escrita de um texto.
toda a parte com as armas a Santa Igreja de Cristo, tanto das incursões dos pagãos como das devastações dos infiéis [...]. É vosso dever, Santíssimo Padre, levantar as mãos para Deus, como Moisés, para auxiliar o nosso exército de maneira que [...] o povo cristão obtenha para sempre a vitória sobre os inimigos do Seu Santo nome. PEDRERO-SÁNCHES, Maria Guadalupe. História da Idade Média: textos e testemunhos. São Paulo: Editora da Unesp, 2000. p. 69-70.
a) Quem é o autor do texto e que lugar ele ocupava na sociedade da época? b) Quando e por que Carlos Magno assinou esse pacto com o papa? c) Resuma o conteúdo do texto usando suas palavras. d) Qual a importância da aliança entre Carlos Magno e o papa na formação do Império Carolíngio? Vozes do presente Leia com atenção o que um historiador diz sobre o Renascimento Carolíngio. [...] as limitações do Renascimento Carolíngio provêm, principalmente, de ele corresponder às superficiais necessidades de um pequeno grupo social. Esse Renascimento tinha de garantir um mínimo de cultura a alguns altos funcionários. Apesar da intenção da legislação carolíngia de abrir em todos os bispados e mosteiros uma escola, Luís o Piedoso não opôs resistência a Bento de Aniana, que queria fechar as escolas de externato dos mosteiros [...] a fim de manter o monopólio cultural do clero. [...]
c. Cruzando fontes
Cruzando fontes
} Fonte 1 O texto a seguir é de uma lei inglesa de 1660. Leia-o com atenção. Lei inglesa de 1660
Uma seção que permitirá a você se aproximar do trabalho de um historiador, por meio da análise e da comparação de diferentes fontes.
Para o andamento dos navios e estímulo à navegação desta nação... fica estipulado que, a partir do primeiro dia de Dezembro de 1660..., nenhum artigo ou mercadoria de qualquer espécie será importado ou exportado das nossas terras, ilhas, plantações ou territórios de propriedade ou posse de Sua Majestade... na Ásia, África ou América, em qualquer outro navio ou navios de qualquer tipo, mas nos navios que realmente e sem fraude pertencerem apenas ao povo da Inglaterra ou Irlanda ou Domínio de Gales... ou construídos e pertencentes a qualquer das ditas terras, ilhas, plantações ou territórios, como verdadeiros proprietários, e dos quais o mestre e três quartos dos marinheiros, pelo menos, sejam ingleses. FREITAS, Gustavo de. 900 textos e documentos de História. Lisboa: Plátano, 1976, v. 2. p. 224.
} Fonte 2
LE GOFF, Jacques. A civilização do ocidente medieval. São Paulo: Edusc, 2005. p. 166.
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Atribuído a Robert Peake, o Velho. c. 1600. Óleo sobre tela. Sherborne Castle, Dorset. Foto: Album/AKG-Images/Latinstock
b. Leitura e escrita de textos
A rainha Elizabeth I, acompanhada por cavaleiros e damas da corte, sendo carregada no Palácio de Whitehall, principal residência dos reis ingleses em Londres, de 1530 a 1698. Pintura atribuída a Robert Peake, o Velho c. 1600.
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III. Integrando com... Língua Portuguesa © 2015 King Features Syndicate/Ipress
Leia a tirinha a seguir.
Fonte: BROWNE, Dik. O melhor de Hagar, o Horrível. Porto Alegre: L&PM, 2006.
Integrando com...
Sensível: entre vários significados, uma pessoa sensível pode ser aquela que tem sentimento de compaixão, é solidária ou se impressiona ou se ofende facilmente. O personagem Hamlet é um garotinho viking, povo que atacou a Europa no século IX.
Nesta seção, a História e outras áreas do conhecimento se encontram, o que permite ampliar ou complementar o que foi visto no capítulo.
a) A visão de Hamlet em relação à época em que ele nasceu é positiva ou negativa? Explique. b) Como Hamlet imagina a época em que gostaria de viver? c) O autor também dirige uma crítica aos dias atuais? Justifique. d) Opine: você considera graves os problemas apontados por Hamlet? Justifique.
IV. Você cidadão!
Você cidadão!
Em grupo. As escolas fundadas no Império Carolíngio visavam, sobretudo, formar altos funcionários e um clero instruídos. O acesso ao conhecimento escolar era, portanto, restrito a poucos. No Brasil de hoje, a imensa maioria das crianças está matriculada na escola. Pergunta-se: a escola brasileira tem conseguido oferecer um ensino de qualidade? Postem o resultado da reflexão de vocês no blog da turma.
Seção que permite a reflexão sobre temas como meio ambiente, ética e solidariedade. As atividades visam estimular e preparar o aluno para o exercício da cidadania.
Indicações de sites para a pesquisa:
• <http://eba.im/vh5jjo>. Acesso em: 27 jan. 2015. • <http://eba.im/qtm2m9>. Acesso em: 27 jan. 2015. • <http://eba.im/re9xsv>. Acesso em: 27 jan. 2015. • <http://eba.im/gmwra7>. Acesso em: 27 jan. 2015. 29
OBRIGADO! Pelos momentos de reflexão e debates que tivemos sobre historiografia e ensino de História, quero agradecer os seguintes colegas: Fábio Duarte Joly [Professor Doutor]
Murilo Mello [Professor]
Cláudio Hiro [Professor Doutor]
Osmar Augusto Fick Júnior [Professor]
Márcio Delgado [Professor Doutor]
Rodolfo Augusto Bravo de Conto [Professor]
Sebastião Leal Ferreira Vargas Neto [Professor Doutor]
Udo Ingo Kunert [Professor]
Vanderlei Machado [Professor Doutor]
Valdeir da Costa [Professor]
Regina Braz da Silva Santos Rocha [Professora Doutora]
Dóris Margarete Assunção [Professora]
Ana de Sena Tavares Bezerra [Professora Mestra]
Maria Cristina Costa [Professora]
Marco Túlio Vilela [Professor Mestre]
Marlúcia Naves Lemos [Professora]
Maria Barjute Bacha [Professora Mestra]
Suzana C. Vargas [Professora]
Vanderlice de Souza Morangueira [Professora Mestra]
José Clodomir Freire [Professor]
Eduardo Góes de Castro [Professor Mestre]
José Cleber Uchoa Gomes [Professor]
Luciana P. Magalhães de Castro [Professora Mestra]
Francisco Waston Silva Souza [Professor]
Cândido Domingues Grangeiro [Professor Mestre]
Francisca Marcia Muniz Chaves [Professora]
Gláucia Borges Nunes [Professora Mestra]
Jorge Tales [Professor]
Alexandre Coelho [Professor]
Marcos Luiz Treigher [Professor]
Augusto Cesar Nery de Lima [Professor]
André Vinícius Bezerra Magalhães [Professor]
Antônio Carlos Felix [Professor]
Marcio de Sousa Gurgel [Professor]
Antônio Carlos do Prado [Professor]
Michelle Arantes Pascoal [Professora]
Augusto Bragança S. P. Rischitelil [Professor]
Silvia Helena Ferreira [Professora]
Cesar Mustafá Tanajura [Professor]
Marília Serra Holanda Pinto [Professora]
Clécio Rodrigues de Lima [Professor]
Carlos José Ferreira de Souza [Professor]
Daniel da Silva Assum [Professor]
Mardonio Cunha [Professor]
Gecionny Souza [Professora]
Joamir Souza [Professor]
Jorge Galdino [Professor]
Gabrielle Werenicz Alves [Professora]
José Augusto Carvalho Santos [Professor]
Hudson de Oliveira e Silva [Professor]
José Carvalho Rios [Professor]
Renato Dias Prado [Professor]
Matheus Targino [Professor]
Juliana Aparecida Costa Silvestre [Professora]
Agradeço também com especial carinho aos meus editores e a três mulheres, cujo apoio foi decisivo para o nascimento desta coleção: Suely Regina, Isaura Feliciano de Paula e Margarete do Rosário Lúcio.
O autor
blog da turma Ao longo da coleção propusemos várias atividades, entre as quais a confecção de um blog, uma alternativa para o desafio de mobilizar os alunos a produzirem e apresentarem uma pesquisa de maneira mais atraente. Sabemos que as novas gerações têm familiaridade com as tecnologias e as redes sociais; mas, se queremos utilizá-las para que os alunos aprendam mais e melhor, é importante combinar com eles algumas regras, a saber: 1. O blog deverá conter o nome da turma, da escola e do professor responsável; pertencerá, portanto, a um grupo definido e limitado de pessoas. 2. É necessário que o blog tenha uma proposta editorial, explicitada por um nome significativo e uma curta descrição de seus objetivos. 3. É importante revisar aquilo que é postado no blog, a fim de garantir a compreensão e a correção da mensagem (pode-se trabalhar em parceria com o professor de Língua Portuguesa). 4. Proceder a uma avaliação prévia das fotos, tabelas, gráficos, mapas e textos dos mais variados gêneros destinados ao blog. 5. Os alunos devem se organizar em grupos. Cada grupo será responsável por uma área de atuação; assim teremos: a) Equipe de pesquisa, responsável por alimentar o blog com novos materiais, que serão transformados em produto com a ajuda dos demais grupos. b) Equipe de design, responsável pelos aspectos visuais, incluindo-se aí a diagramação, escolha das fontes de letra e cores, tipos e tamanho das imagens. c) Equipe de redação, responsável por receber e organizar os materiais a serem postados, padronizando-os e melhorando-os. d) Equipe de iconografia, responsável pela pesquisa e seleção de imagens (fotografias e ilustrações) e vídeos a serem postados. e) Equipe de produção, responsável pela integração entre as equipes e também pelas questões técnicas de manutenção do blog. f) Equipe de jornalismo, responsável por entrevistas e cobertura dos assuntos abordados pelo blog, dentro e fora da escola.
O blog poderá ser também uma ferramenta de comunicação permanente, por meio da qual serão informadas as datas de avaliações, atividades de estudo do meio; visitas a museus, passeios, festivais, entre outros.
Editoria de arte
É importante que o professor também faça o papel de editor, gerenciando, aprovando ou removendo os comentários feitos em cada postagem. Poderá haver um rodízio entre os grupos, de modo que todos os alunos possam vivenciar as várias funções.
Sumário Unidade 1 | Diversidade e discriminação religiosa . 10
III. Integrando com... Língua Portuguesa......... 87 IV. Você cidadão! ...................................... 89
Capítulo 1 | Os francos ....................................... 12 A formação da Europa medieval ........................ 13 Germanos: onde viviam e quem eram? ............... 15 O Reino dos francos ....................................... 18 O Império Carolíngio ....................................... 20 Atividades .................................................... 25 I. Retomando .......................................... 25 II. Leitura e escrita em História .................. 26 III. Integrando com... Língua Portuguesa ....... 29 IV. Você cidadão! ...................................... 29
Capítulo 5 | China e Japão ................................ 90 Dinastia Tang ............................................... 91 A sociedade .................................................. 92 O budismo ..................................................... 93 A dinastia Song ............................................. 97 A China invadida ............................................ 99 Japão ......................................................... 100 Atividades ................................................... 108 I. Retomando ......................................... 108 II. Leitura e escrita em História ................. 110 III. Você cidadão! ..................................... 113
Capítulo 2 | O feudalismo ................................... 30 A formação da Europa medieval ........................ 31 O feudalismo ................................................ 31 A sociedade feudal ........................................ 33 Economia ..................................................... 36 Atividades ..................................................... 41 I. Retomando .......................................... 41 II. Leitura e escrita em História .................. 42 III. Você cidadão! ...................................... 44
The Art Archive/Alamy/Glow Images
Capítulo 3 | O s árabes e o islamismo .................. 45 A Península Arábica ....................................... 47 Atividades ..................................................... 57 I. Retomando ........... 57 II. Leitura e escrita em História ............ 60 III. Você cidadão! ........ 62 Capítulo 4 | Povos e culturas africanas: malineses, bantos e iorubás..........64 Árabes na África ............ 65 O Império do Mali .......... 66 Os bantos ..................... 69 Os iorubás .................... 74 Atividades .................... 82 I. Retomando ........ 82 II. Leitura e escrita em História �������� 86
Unidade 2 | ARTE E RELIGIÃO ................ 114 Capítulo 6 | Mudanças na Europa feudal ............. 116 O revigoramento do comércio e das cidades ...... 119 A força da Igreja .......................................... 123 Conhecimento e arte ..................................... 128 Crise, doenças e revoltas ............................... 129 Atividades .................................................. 133 I. Retomando ......................................... 133 II. Leitura e escrita em História ................. 136 III. Integrando com... Ciências .................... 138 IV. Você cidadão! ..................................... 139 Capítulo 7 | Renascimento e Humanismo ........... 140 O contexto .................................................. 141 Renascimento: características ........................ 142 O humanismo .............................................. 144 Arte e técnica no Renascimento ..................... 144 O Renascimento italiano ................................ 145 A expansão do Renascimento ......................... 150 Atividades ................................................... 154 I. Retomando ......................................... 154 II. Leitura e escrita em História ................. 156 III. Integrando com... Língua Portuguesa ...... 157 IV. Você cidadão! ..................................... 158 Capítulo 8 | Reforma e Contrarreforma .............. 159 Motivos da Reforma ...................................... 160 Os primeiros reformadores ............................. 161 Martinho Lutero ........................................... 161
c. 1400-1521. Museu Britânico, Londres. Foto: Werner Forman/TopFoto/Keystone
João Calvino ............................................... 165 A Reforma na Inglaterra ............................... 166 A Reforma Católica ou a Contrarreforma .......... 168 Atividades .................................................. 171 I.
Retomando ........................................ 171
II. Leitura e escrita em História ................ 175 III. Integrando com... Língua Portuguesa ..... 177 IV. Você cidadão! .................................... 177
Unidade 3 | A FORMAÇÃO DO ESTADO MODERNO
.......
178
Capítulo 9 | Estado moderno, absolutismo e mercantilismo ......... 180 O fortalecimento do poder dos reis ................. 181 A formação das monarquias ibéricas ............... 186 O absolutismo ............................................. 188 O mercantilismo: riqueza e poder para o Estado 193 Atividades .................................................. 195 I.
Retomando ........................................ 195
II. Leitura e escrita em História ................ 197 III. Você cidadão! .................................... 200 Capítulo 10 | As Grandes Navegações ............... 201 Desbravando mares ...................................... 202 Portugal, o primeiro nas Grandes Navegações ... 206 A concorrência espanhola ............................. 210 Cabral toma posse das terras brasileiras .......... 212 Ingleses, franceses e holandeses .................... 215 Atividades .................................................. 216 I.
Retomando ........................................ 216
II. Leitura e escrita em História ................ 219 III. Integrando com... Ciências ................... 220 IV. Você cidadão! .................................... 221 Capítulo 11 | América: astecas, maias, incas e tupis .................... 222 Fontes para o estudo dos povos americanos ..... 223 Espaço e diversidade cultural ........................ 224 Os astecas .................................................. 225 Os maias .................................................... 231 Os incas ..................................................... 234 Os tupis ..................................................... 238 Atividades .................................................. 243 I.
Retomando ........................................ 243
II. Leitura e escrita em História ................ 244
III. Integrando com... Ciências ................... 246 IV. Você cidadão! .................................... 247
Unidade 4 | NÓS E OS OUTROS
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Capítulo 12 | Espanhóis e ingleses na América .. 250 A Conquista das terras astecas ...................... 251 A Conquista das terras incas ......................... 253 Um novo olhar sobre as razões da Conquista espanhola ................................ 255 Colonização espanhola da América ................. 256 Colonização inglesa da América ..................... 263 Atividades .................................................. 267 I. Retomando ........................................ 267 II. Leitura e escrita em História ................ 269 III. Integrando com... Matemática .............. 271 IV. Você cidadão! .................................... 272 Capítulo 13 | Colonização portuguesa: administração ............................ 273 Expedições, feitorias e pau-brasil ................... 274 A colonização ............................................. 277 Atividades .................................................. 286 I. Retomando ........................................ 286 II. Leitura e escrita em História ................ 288 III. Integrando com... Ciências ................... 290 IV. Você cidadão! .................................... 291 Capítulo 14 | Economia e sociedade colonial açucareira ...................... 292 A economia açucareira ................................. 293 A sociedade colonial açucareira ..................... 300 Holandeses no Brasil .................................... 304 Atividades .................................................. 312 I. Retomando ........................................ 312 II. Leitura e escrita em História ................ 313 III. Integrando com... Matemática .............. 314 IV. Você cidadão! .................................... 315
Bibliografia
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Mapas de apoio
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U NIDADE
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DIVERSIDADE E DISCRIMINAÇÃO RELIGIOSA
A fotografia abaixo foi tirada em Londres, Inglaterra, em 2015 e reúne líderes de três grandes religiões monoteístas; representando o judaísmo, o rabino Jonathan Wittenberg (1); o cristianismo, a reverenda Margaret Cave (2); e o islamismo, Ibrahim Mogra (3). Observe-a com atenção. Dominic Lipinski:/PA Wire/ZUMAPRESS/Easypix
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Qual será o significado de Coexist? A palavra está escrita de um modo muito particular; o que o artista quis dizer com isto? Você já presenciou uma pessoa discriminando outra por sua religião? Você já foi discriminado por sua religião? O que você pensa sobre a intolerância religiosa?
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KMazur/Wire Image/Getty Images KMazur/Wire Image/Getty Images
Abaixo, letreiro luminoso no palco de um show da Banda U2 durante a turnê Vertigo, ocorrida em 2005, nos Estados Unidos. Ao lado, o músico e cantor Bono Vox, principal estrela da banda. Sabia que ele já foi candidato ao Prêmio Nobel da Paz?
O islamismo, o judaísmo e o cristianismo (cujos símbolos estão presentes na imagem) têm como fundamento o amor ao próximo e a paz entre os seres humanos. Apesar disso, a intolerância religiosa entre seus seguidores já ocasionou muitas guerras ao longo da História. Um exemplo foram as Cruzadas, que vamos estudar nesta unidade; outro exemplo são os conflitos armados entre judeus e palestinos, que já se arrastam há décadas.
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OS FRANCOS
Delfim Martins/Pulsar
Aspecto da Festa do Divino Espírito Santo em Pirenópolis, Goiás, 2007.
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Observe esta imagem com atenção: você saberia dizer quem são esses cavaleiros? Por que uns estão vestidos de vermelho e outros de azul? O que será que significa a cruz na roupa dos homens que estão de azul? Como informa a legenda, essa imagem é de um aspecto da Festa do Divino Espírito Santo, em Pirenópolis, Goiás. Você já assistiu ou ouviu falar desta atraente festa popular brasileira? Que relação ela pode ter com o assunto que vamos estudar?
A formação da Europa medieval
Germanos Conjunto de povos que habitavam a Germânia, região da Europa situada ao norte do Império Romano.
Mosaico romano do século III que representa colonos (mulher e homem) trabalhando na colheita da uva em uma grande propriedade romana localizada no norte da África. DeA Picture Library/The Granger Collection/Glow Images
No último capítulo do sexto ano, vimos que, a partir do século III, o Império Romano viveu uma crise econômica prolongada: as pessoas não encontravam trabalho nas cidades e tinham dificuldade de sobreviver devido à inflação (alta generalizada dos preços). Além disso, ocorreu também um aumento da insegurança nas cidades romanas, devido à pressão e aos ataques dos germanos ao Império Romano; empobrecidos com a crise e temendo os ataques germanos, boa parte da população do Império se mudou das cidades para campo, em busca de abrigo e trabalho. Com isso, as cidades se esvaziaram e a Europa viveu um processo de ruralização. No campo, os mais pobres passaram a trabalhar para os grandes proprietários rurais na condição de colonos. O colonato era uma relação de trabalho em que o camponês trabalhava em um pedaço de terra do proprietário para retirar o seu sustento e o de sua família. E, em troca, entregava a ele uma parte da colheita. Durante esse processo, mais precisamente no final do século IV, os hunos, povos originários das estepes da atual Mongólia, avançaram em direção ao Ocidente por milhares e milhares de quilômetros conquistando terras e povos. Ao mesmo tempo, ou um pouco depois, para fugir dos hunos, os germanos avançaram na mesma direção. E, ao serem pressionados pelos hunos, intensificaram suas invasões ao Império Romano, e conquistaram Roma, sua capital, em 476 (século V). Tradicionalmente, esta data marca o início de um novo período na história da Europa Ocidental.
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Para saber mais De acordo com a divisão clássica da História, a Idade Média vai da queda de Roma, em 476, até a tomada de Constantinopla pelos turcos, em 1453. Nessa divisão, portanto, Idade Média corresponde a um período de dez séculos. Atualmente vários historiadores questionam essa periodização. O historiador francês Jacques Le Goff, por exemplo, propôs uma nova periodização: uma “longa Idade Média” que iria do século IV ao XIX. Para ele, os aspectos que caracterizam esta “longa Idade Média” são: do ponto de vista das ideias, a predominância do cristianismo e da crença na luta entre Deus e o Diabo; sob o ângulo social, a existência de três grupos principais: sacerdotes, guerreiros e camponeses; no que diz respeito à saúde, o medo da Peste e o aparecimento dos primeiros hospitais; quanto aos transportes, a grande importância da carroça e do cavalo; com relação à cultura, a lenta alfabetização e a crença no milagre.
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c. 1540. Iluminura. Museu Victoria & Albert, Londres. Foto: The Bridgeman Art Library/Keystone
Idade Média: periodizações
Ilustração da obra Livro das Horas, c. 1540, de Simon Bening. Repare a importância do cavalo no trabalho de arar e semear a terra. Museu Victoria & Albert, Londres, Reino Unido.
Germanos: onde viviam e quem eram? Germanos era o nome dado aos habitantes da Germânia, região da Europa parcialmente limitada pelos mares Báltico e do Norte, e pelos rios Reno, Danúbio e Vístula. Os germanos estavam divididos em vários povos: godos, saxões, francos, alamanos, suevos, burgúndios, vândalos, visigodos, ostrogodos, hérulos e outros. Observe o mapa: Os germanos à epoca da ascensão do rei ostrogodo Teodorico (493-526) 20° L
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Fonte: DUBY, George. Grand atlas historique. Paris: Larousse, 2003. p. 35.
Guerra, razão de ser do germano Geralmente, o germano se preparava para a guerra desde pequeno. E nisso era ajudado pelo pai. Ao tornar-se um guerreiro, recebia honra e reconhecimento da comunidade. O jovem passava então a integrar um comitatus, isto é, grupo de guerreiros unidos a um chefe militar, a quem deviam servir e honrar. O chefe devia ser servido e honrado, pois era o elemento-chave da comunidade guerreira
Comitatus O mesmo que séquito militar, isto é, unidade militar formada por guerreiros fiéis ao chefe.
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AKG-Images/Newscom/Glow Images
germânica; ao chefe cabia o mérito da vitória. Além da fidelidade ao chefe, os germanos valorizavam também a coragem nos campos de batalha. Era comum um guerreiro se matar por ter sido vencido no campo de batalha. Com o aumento das guerras contra os romanos, os chefes dos comitatus foram ganhando riqueza e poder e, alguns deles, tornaram-se reis. Elmo de armadura dos francos, séculos IV-VI.
Espada dos Francos, século V. AKG-Images/Newscom/Glow Images
The Bridgeman Art Library/Keystone
Direito e mitologia dos germanos Faca dos burgúndios, feita de ferro e folheada a ouro, século VI.
Os achados arqueológicos confirmaram a importância da guerra na vida dos germanos, pois nos túmulos foram encontradas grandes quantidades de armas (lanças, espadas longas com duplo corte e machados).
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Os germanos não tinham lei escrita. As leis, bem como toda a cultura germânica, eram transmitidas oralmente. O direito germânico era, portanto, consuetudinário, ou seja, se baseava nos costumes. Cada comunidade tinha leis e costumes próprios. Entre alguns povos germânicos, se alguém fosse acusado de um crime podia provar sua inocência por meio de um duelo de espadas; se vencesse era considerado inocente, pois a vitória era um sinal de que os deuses estavam com ele. Os povos germânicos criaram uma mitologia tão fascinante quanto a dos gregos. Seus deuses também possuíam características humanas. Os principais deuses germanos eram: Odin: era o rei e também o mais misterioso dos deuses. Contam que, para obter uma grande sabedoria, sacrificou ele próprio um de seus olhos. Odin conta com a ajuda de dois corvos, seus fiéis mensageiros: Hugin, o pensamento, e Munin, a memória. Os dois contam-lhe tudo que acontece no mundo. Odin era também o deus da guerra. Durante as batalhas, costumava ajudar seus seguidores. Seu nome original germânico era Wotan. Os bretões o chamavam de Wedan, daí o nome da quarta-feira em inglês: Wednesday.
Filme de Alan Taylor. Thor: O Mundo Sombrio. EUA, 2013. Foto: Walt Disney Co./ Courtesy Everett Collection/Latinstock
Thor, filho de Odin, ao contrário de seu pai, era um deus generoso e ingênuo. Era o deus do trovão, das tempestades. Sua principal arma era um grande martelo de pedra chamado de Mjöllnir (pronuncia-se “miolnir”). Pela sua boa índole, Thor era amado e querido por todos. Thursday, quinta-feira em inglês, é uma homenagem a ele e significa “o dia de Thor”. Freya: belíssima deusa da fertilidade; acreditava-se que graças a ela as plantações cresciam e as mulheres engravidavam. A sexta-feira em inglês, Friday, é uma homenagem a essa deusa.
Os germanos entraram no Império Romano por meio de migrações e invasões. Muitos entraram como soldados para servir no exército romano; outros como lavradores, para trabalhar nas terras dos romanos e, outros ainda, como comerciantes. Houve também casamentos entre pessoas desses povos. Até o final do século IV, nas fronteiras do Império Romano, germanos e romanos ora entravam em conflito, ora conviviam em paz. A partir do século IV, porém, a violência passou a predominar na relação entre eles: atraídos pelas riquezas romanas e fugindo dos ataques dos hunos, os germanos se lançaram sobre o Império Romano conquistando grande parte de seu território. Nas terras conquistadas no Império Romano, os germanos estabeleceram vários domínios (também chamados de reinos). Os visigodos dominaram a Hispânia; os vândalos, o norte da África; os ostrogodos, a Península Itálica; os anglos, os saxões e os jutos, a Britânia, e assim por diante. Como os povos germanos viviam em constantes conflitos entre si, a maioria desses reinos durou relativamente pouco tempo. Os francos, porém, se diferenciaram dos demais povos germanos por constituir um reino próspero e duradouro.
Em 1963, Stan Lee e Jack Kirby, da empresa estadunidense Marvel Comics, transformaram o deus germânico Thor em um super-herói de histórias em quadrinhos; nas décadas seguintes, ele foi repaginado e atuou também em seriados para TV e filmes. Acima, cena de um filme de 2013, intitulado Thor: o mundo sombrio, com o ator Chris Hemsworth.
2 Museu Nacional da Idade Média e do Thermes de Cluny, Paris. Foto: Art Images Archive/Glow Images
Germanos no Império Romano
1 1. Broche franco do século VII. 2. Broche em metal esmaltado
feito por artesãos francos. Escola Merovíngia, século VII.
Artcolor/Interfoto/Latinsto
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17
O Reino dos francos Dinastia conjunto de reis de uma mesma família.
Os francos atravessaram o Rio Reno em direção oeste e, por meio de alianças políticas e da guerra, conquistaram a Gália, onde fundaram um reino. A primeira dinastia franca foi a merovíngia, assim chamada em homenagem a um chefe lendário de nome Meroveu, considerado como o primeiro rei dos francos. Mas foi no reinado de Clóvis (482-511), possivelmente neto de Meroveu, que a expansão franca ganhou maior impulso. Este rei estabeleceu a capital do seu reino em Lutécia (cidade que deu origem a Paris), e partiu para a guerra visando a conquista de riquezas que, conforme costume franco, seriam divididas com seus guerreiros. Depois de vencer outros povos germanos como os burgúndios e os visigodos, Clóvis passou a reinar sobre uma região extensa que abrangia terras pertencentes hoje à França e à Alemanha. Observe o mapa. Allmaps
Expansão dos francos (séculos V e VI) Mar do Norte Primeira expansão franca no século V, liderada por Clóvis
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Fonte: DUBY, Georges. Atlas historique mondial. Paris: Larousse, 2001. p. 32.
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Além de fazer uso das armas, Clóvis ampliou seu poder por meio do matrimônio: casou-se com Clotilde, princesa cristã do Reino da Burgúndia, mulher que teve grande influência na sua vida. Casando-se com Clotilde, o rei Clóvis conseguiu diminuir a resistência ao domínio franco. Influenciado por ela e interessado na aliança com a Igreja Católica, Clóvis converteu-se ao cristianismo, em 496. E com o apoio da Igreja continuou expandindo seu reino.
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C. 1375. Iluminura. Biblioteca Nacional Paris. Foto: AKG Images/Latinstock
Batismo de Clóvis I em iluminura de manuscrito francês Grandes crônicas de França (1375-1379).
Dinastia carolíngia A dinastia iniciada com Pepino, o Breve, foi chamada posteriormente da dinastia carolíngia em razão do seu principal representante: o rei Carlos Magno (768-814).
Dialogando... É comum vermos na TV o papa rezando a missa na Basílica de São Pedro, no Estado do Vaticano. Sabe onde fica esse Estado? Sabe por quem é governado?
Tips/ZUMAPRESS/Easypix
Os sucessores de Clóvis tiveram pouco cuidado com a administração do Reino. Ocuparam-se principalmente com festas e torneios de esgrima; por isso ficaram conhecidos como reis indolentes. Devido ao desinteresse desses reis, o governo de fato passou às mãos de um alto funcionário: o prefeito do palácio ou mordomo do paço. O filho e sucessor de um desses mordomos do paço, Pepino, o Breve (assim chamado por sua baixa estatura) depôs o último rei merovíngio por meio de um golpe e se fez aclamar rei, o primeiro da dinastia carolíngia. O papa o reconheceu como rei e, em troca, pediu que ele defendesse a cristandade dos lombardos, povo que se estabelecera na Itália central e ameaçava assaltar a sede do papado, em Roma. Pepino e seus cavaleiros invadiram a Itália, derrotaram os lombardos e doaram para a Igreja Católica parte das terras conquistadas. Desta doação originou-se o patrimônio de São Pedro, também chamado Estados da Igreja, que permaneceram inalterados por mais de mil anos.
A igreja que se vê na imagem é a Basílica de São Pedro, situada na praça de mesmo nome. O atual Estado do Vaticano, sede da Igreja Católica, faz parte das terras doadas pelos reis carolíngios Pepino, o Breve, e Carlos Magno, seu filho e sucessor. Fotografia de 2013.
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O Império Carolíngio Carlos Magno foi o principal rei da dinastia carolíngia, cujo nome se deve a ele. Como governante, deu continuidade à aliança com a Igreja e à política guerreira dos francos. No tocante aos laços com a Igreja, publicou em 789 a seguinte lei: A todos. Aprovamos também o que o Senhor ordenou pela lei, para que os trabalhos servis não sejam feitos aos domingos [...] que os homens não sejam obrigados aos trabalhos dos campos, nem ao cultivo das videiras, nem a lavrar as terras, nem a ceifar, ou a cortar o feno, ou a plantar nas reservas, nem desbravar florestas, nem derrubar árvores [...] Só se permite fazer três tipos de transporte, os transportes militares ou os transportes de víveres [...] conduzir um corpo ao cemitério. AQUINO, Rubim Santos Leão de; FRANCO, Denize de Azevedo; LOPES, Oscar G. P. Campos. História das sociedades: das comunidades primitivas às sociedades medievais. Rio de Janeiro: Imperial Novo Milênio, 2009. p. 307.
Dialogando... a) Qual o conteúdo dessa lei de Carlos Magno? b) Quais os únicos trabalhos que podiam ser feitos no dia considerado pela Igreja como dia de repouso? c) O que Carlos Magno pretendia com essa sua lei?
1350. Ouro. Aachen Cathedral, Alemanha. Foto: ©Giani Dagli Orti/Corbis/Latinstock
Este relicário do busto de Carlos Magno foi confeccionado em ouro maciço. 1350.
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Relicário Caixa ou cofre destinados a guardar as relíquias de um santo, isto é, partes do corpo ou de objetos de um santo.
O Império Carolíngio (século IX) ich
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Império Carolíngio Império Bizantino Domínios muçulmanos (o Islã) Áreas sob influência carolíngia
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Fonte: DUBY, Georges. Atlas historique mondial. Paris: Larousse, 2001. p. 38.
Na noite de Natal do ano 800, Carlos Magno que, na época, já era senhor de um enorme Império, foi coroado imperador na Basílica de São Pedro, em Roma, solidificando sua aliança com a Igreja Católica. Naquela noite, o papa dirigiu ao rei as mesmas palavras usadas na sagração dos imperadores romanos depois de convertidos ao cristianismo. Com isso, o chefe da Igreja e o imperador pretendiam dar unidade à Europa cristã e fazer renascer o Império Romano do Ocidente.
Abaixo, coroação de Carlos Magno a imperador pelo papa Leão III; miniatura da obra Grandes Crônicas da França, manuscrito do século XIV. Tallandier/Rue des Archives/Latinstock
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Repare que no século IX três grandes forças rivalizavam entre si: o império de Carlos Magno, o Império Bizantino e os domínios muçulmanos. O Império Carolíngio abrangia as terras das atuais França, Alemanha, Bélgica, Holanda, Suíça, Áustria, Hungria, Eslováquia, República Tcheca, parte da Itália e da Espanha.
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Enquanto o imperador estreitava seus laços com a Igreja, seu exército, bem organizado e equipado com espadas e armaduras de ferro, colecionava vitórias construindo, assim, um império que abrangia quase todas as terras da Europa Ocidental. Observe o mapa.
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Administração do Império
Vassalagem
Séc. XV. Iluminura. Museu Conde, Chantilly. Foto: Bildarchiv Hansmann/Interfoto/Latinstock
Para o historiador Jacques Le Goff, vassalagem era o vínculo de dependência pessoal, que se baseava em compromissos recíprocos, embora desiguais. Permitia a um homem livre receber, mediante a sua fidelidade, uma terra e ter acesso a uma parcela da autoridade pública.
Para administrar seu imenso Império, Carlos Magno dividiu-o em províncias e entregou sua administração a pessoas de sua confiança: duques, marqueses e condes. Os duques eram os mais próximos do rei e recebiam as maiores porções de terra, os ducados. Os marqueses administravam as marcas, nome dado aos territórios situados nas fronteiras ou em áreas de conflito. Os condes administravam territórios menores. Todos, em seus domínios, podiam cobrar impostos e multas e deviam fazer cumprir as decisões do rei. Durante a expansão militar que liderou, Carlos Magno adotou um antigo costume germânico de doar terras e privilégios aos nobres que o serviam e lutavam com ele. Em troca dos bens recebidos, esses nobres se tornavam seus vassalos, isto é, se ligavam a ele por laços de dependência e fidelidade. Essa relação entre nobres recebe o nome de vassalagem. Se, por um lado, isso unia o rei aos nobres que o serviam, por outro, ao receber terras e privilégios, esses nobres ganhavam um grande poder em seus domínios.
Livro das Horas. Três ricas horas, 1410-1416. Miniatura de autoria dos irmãos Limburg. Detalhe: noivado da neta de Jean de Valois, duque de Berry e Auvergne. Museu Conde, Chantilly, França.
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Séc. IX. Manuscrito. Coleção particular. Foto: The Bridgeman Art Library/Keystone
Carlos Magno deu grande importância à educação, às artes e ao conhecimento. Prova disso é que reuniu na sua corte sábios de toda a Europa, entre eles Alcuíno de York, que foi encarregado de preparar a versão oficial da Bíblia. Carlos Magno também fundou numerosas escolas nos conventos, nas igrejas e no seu próprio palácio; as primeiras preparavam os jovens para a carreira religiosa; já a escola do palácio, frequentada apenas pelos filhos dos nobres, preparava-os para assumir a administração do reino. Esse clima favorável à cultura facilitou também a atuação dos monges copistas, que passavam um tempo enorme trancados nas bibliotecas dos mosteiros copiando os textos greco-romanos que lhes eram ditados em voz alta pelos colegas. Com esse trabalho paciente e meticuloso, os monges permitiram que obras de grande valor chegassem até nós. Todo esse movimento cultural ocorrido na época de Carlos Magno ficou conhecido como Renascimento Carolíngio.
Quedlinburg Cathedral, Alemanha. Foto: AKG-Images/Latinstock
O Renascimento Carolíngio
Na imagem ao lado vemos o monge Gregório, o Grande, copiando um texto. Miniatura do Códex Egino. Manuscrito do século IX. As cópias feitas pelos monges são valiosas não apenas pelos seus textos, mas também pelas ilustrações e ricas encadernações; eles ilustravam seus livros com um tipo de pintura chamado iluminura e, para encaderná-los, usavam placas de marfim, com ouro e pedras preciosas nas bordas. O marfim das capas sobreviveu ao tempo. Boa parte do ouro e das pedras preciosas foram roubados, como se pode ver pela ausência de algumas pedras na imagem acima.
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A divisão do Império de Carlos Magno Com a morte de Carlos Magno, em 814, o Império Carolíngio começou a enfraquecer. Seu filho e sucessor, Luís, o Piedoso (referência à sua intensa religiosidade) teve dificuldade para impor sua autoridade. Com a morte do rei Luís, seus filhos disputaram o trono entre si pelas armas; a guerra durou três anos e terminou com a assinatura do Tratado de Verdum, em 843, acordo que dividia o Império em três partes: Carlos, o Calvo, ficava com a parte ocidental; Luís, o Germânico, com a parte oriental; Lotário, com a parte central, que se estende do Mar do Norte até o centro da atual Itália. Allmaps
Divisão do Império Carolíngio (século IX) 0°
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Fonte: DUBY, Georges. ATLAS historique mondial. Paris: Larouse, 2003. p. 36.
Com a divisão do Império Carolíngio ocorreu um enfraquecimento do poder central e o fortalecimento dos nobres em suas respectivas localidades. Além disso, nos séculos IX e X, a Europa foi atacada por povos vindos de diferentes pontos: os muçulmanos a atacaram a partir do sul; os vikings, com seus barcos ágeis e leves, penetraram pelos rios europeus vindos do norte e, os eslavos, irromperam vindos do leste europeu. Nessas invasões ficou evidente que o exército carolíngio não tinha capacidade de conter esses ataques; a defesa de cada localidade da Europa passou, então, aos exércitos da nobreza que, com isso, se fortaleceu.
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ATIVIDADES I. Retomando 1. Durante a crise do Império Romano ocorreu um processo de ruralização. O que foi esse processo e por que ele ocorreu? 2. No caderno. Corrija a afirmativa errada. a) O colonato era uma relação de trabalho em que o trabalhador cultivava um lote de terra do proprietário e, como pagamento, dava a ele parte da colheita. b) Os germânicos tinham lei escrita; o direito germânico era, portanto, baseado em códigos escritos. c) O comitatus é o nome dado a um grupo de guerreiros unidos a um chefe militar, a quem deviam servir e honrar. O chefe militar é o elemento-chave da comunidade guerreira germânica. d) Os germanos eram povos guerreiros como atestam os achados arqueológicos. 3. Sobre o Reino Franco:
Batismo de Clóvis I em iluminura de manuscrito francês Grandes crônicas de França (1375‑1379).
a) Onde os francos se estabeleceram? b) Qual a importância do rei Clóvis? c) Observe a imagem com atenção.
d) O que o batismo de Clóvis significou? 4. Compare o Império Carolíngio e o Império Romano quanto: a) ao modo como se formaram; b) à extensão e à duração; c) à relação com a Igreja Católica; 5. Qual era o papel dos monges copistas? Por que ganharam destaque no tempo de Carlos Magno?
c. 1375. Iluminura. Biblioteca Nacional, Paris. Foto: AKG Images/Latinstock
Quem pode estar batizando o rei Clóvis?
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6. Trabalhando com mapas. Observe os mapas com atenção:
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Fonte: ATLAS Histórico escolar. Rio de Janeiro: FAE, 1991.
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O Império Carolíngio (768)
Mar Mediterrâneo
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Fonte: DUBY, Georges. ATLAS historique mondial. Paris: Larouse, 2003. p. 36. Albrecht Dürer. Séc. XVI. Óleo sobre painel. Germanisches Nationalmuseum, Nuremberg
a) Qual o assunto do mapa maior? b) Os mapas transmitem informações por meio de seus títulos, de cores e de legenda interna. Como o cartógrafo indicou a extensão dos impérios representados no mapa? c) O que o mapa maior representa? d) E o mapa menor o que representa? e) Os mapas registram diferentes momentos da história do Império Carolíngio. Justifique.
II. Leitura e escrita em História a. Leitura de imagem A imagem ao lado mostra o imperador Carlos Magno. Observe-a com atenção. a) O que Carlos Magno tem nas mãos? b) O que cada um desses elementos simboliza? c) Escreva um pequeno texto relacionando a imagem ao reinado de Carlos Magno.
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Allmaps
Divisão do Império Carolíngio (século IX)
Carlos Magno, obra de Albrecht Dürer. Século XVI.
d) A obra que estamos analisando é do pintor Albrecht Dürer; pesquise e elabore uma pequena biografia sobre ele.
b. Leitura e escrita de textos Vozes do passado 50 deveres de Carlos Magno e do papa (796) [...] desejo estabelecer com Vossa Santidade um pacto inviolável de fé e caridade [...] O nosso dever é, com o auxílio da divina piedade, defender por toda a parte com as armas a Santa Igreja de Cristo, tanto das incursões dos pagãos como das devastações dos infiéis [...]. É vosso dever, Santíssimo Padre, levantar as mãos para Deus, como Moisés, para auxiliar o nosso exército de maneira que [...] o povo cristão obtenha para sempre a vitória sobre os inimigos do Seu Santo nome. PEDRERO-SÁNCHES, Maria Guadalupe. História da Idade Média: textos e testemunhos. São Paulo: Editora da Unesp, 2000. p. 69-70.
a) Quem é o autor do texto e que lugar ele ocupava na sociedade da época? b) Quando e por que Carlos Magno assinou esse pacto com o papa? c) Resuma o conteúdo do texto usando suas palavras. d) Qual a importância da aliança entre Carlos Magno e o papa na formação do Império Carolíngio? Vozes do Presente Leia com atenção o que um historiador diz sobre o Renascimento Carolíngio. [...] as limitações do Renascimento Carolíngio provêm, principalmente, de ele corresponder às superficiais necessidades de um pequeno grupo social. Esse Renascimento tinha de garantir um mínimo de cultura a alguns altos funcionários. Apesar da intenção da legislação carolíngia de abrir em todos os bispados e mosteiros uma escola, Luís o Piedoso não opôs resistência a Bento de Aniana, que queria fechar as escolas de externato dos mosteiros [...] a fim de manter o monopólio cultural do clero. [...] LE GOFF, Jacques. A civilização do ocidente medieval. São Paulo: Edusc, 2005. p. 166.
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a) Segundo o historiador J. Le Goff, por que o renascimento carolíngio foi limitado? b) Qual era o principal objetivo do movimento conhecido como Renascimento Carolíngio? c) O que significa a expressão “monopólio cultural do clero”?
c. Cruzando fontes Leia imagem e texto com atenção:
Tallandier/Rue des Archives/Latinstock
}} Fonte 1
Coroação de Carlos Magno a imperador pelo papa Leão III; miniatura da obra Grandes Crônicas da França, manuscrito do século XIV.
}} Fonte 2
Remate Conclusão.
Antecessores Antepassados.
No dia do Natal de 800, na basílica de São Pedro em Roma, onde fora assistir à missa, Carlos Magno, até então rei dos francos e dos lombardos, recebeu a coroa imperial das mãos do papa Leão III. [...] a coroação imperial de Carlos Magno foi o remate para uma obra de expansão territorial, iniciada sob seus antecessores imediatos e concluída por ele, a qual resultou, pela primeira vez após a queda do Império Romano do Ocidente em 476, no estabelecimento de uma grande unidade política na Europa Cristã. [...] MELLO, José Roberto. O Império de Carlos Magno. São Paulo: Ática, 1990. p. 5-6.
a) Reflita e responda: o dia e o local da coroação de Carlos Magno foram escolhidos intencionalmente? Justifique. b) Qual o significado político da coroação de Carlos Magno? c) A imagem reforça ou contraria o texto? Justifique.
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III. Integrando com... Língua Portuguesa © 2015 King Features Syndicate/Ipress
Leia a tirinha a seguir.
Fonte: BROWNE, Dik. O melhor de Hagar, o Horrível. Porto Alegre: L&PM, 2006.
Sensível: entre vários significados, uma pessoa sensível pode ser aquela que tem sentimento de compaixão, é solidária ou se impressiona ou se ofende facilmente. O personagem Hamlet é um garotinho viking, povo que atacou a Europa no século IX. a) A visão de Hamlet em relação à época em que ele nasceu é positiva ou negativa? Explique. b) Como Hamlet imagina a época em que gostaria de viver? c) O autor também dirige uma crítica aos dias atuais? Justifique. d) Opine: você considera graves os problemas apontados por Hamlet? Justifique.
IV. Você cidadão! Em grupo. As escolas fundadas no Império Carolíngio visavam, sobretudo, formar altos funcionários e um clero instruídos. O acesso ao conhecimento escolar era, portanto, restrito a poucos. No Brasil de hoje, a imensa maioria das crianças está matriculada na escola. Pergunta-se: a escola brasileira tem conseguido oferecer um ensino de qualidade? Postem o resultado da reflexão de vocês no blog da turma.
Indicações de sites para a pesquisa:
• <http://eba.im/vh5jjo>. Acesso em: 27 jan. 2015. • <http://eba.im/qtm2m9>. Acesso em: 27 jan. 2015. • <http://eba.im/re9xsv>. Acesso em: 27 jan. 2015. • <http://eba.im/gmwra7>. Acesso em: 27 jan. 2015. 29