7 ano por toda parte

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Solange Utuari • Carlos Kater • Bruno Fischer • Pascoal Ferrari

ACOMPANHA CD EM ÁUDIO

Componente curricular: Arte

ISBN 978-85-20-00275-9

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788520 002759

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ano Anos finais do Ensino Fundamental Componente curricular: Arte


Anos finais do Ensino Fundamental Componente curricular: Arte

SOLANGE DOS SANTOS UTUARI FERRARI Mestre em Artes (área: Artes Visuais) pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp). Licenciada em Educação Artística pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC-SP). Especialização em Antropologia pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (Fesp-SP). Especialização em Arte-Educação pela Universidade de São Paulo (USP). Artista plástica e ilustradora, formadora de educadores em Arte, assessora de projetos educativos e culturais, autora de materiais didáticos e de livros para formação em diversos níveis.

CARLOS ELIAS KATER Educador, musicólogo e compositor. Doutor pela Universidade de Paris IV – Sorbonne. Professor Titular pela Escola de Música da Universidade Federal de Minas Gerais (EM-UFMG). Coordenou o Centro de Pesquisas em Música Contemporânea da UFMG; foi Vice-presidente da Associação Brasileira de Educação Musical (Abem) e membro do Conselho Editorial (função atual). É Professor Colaborador do Programa de Pós-Graduação em Música da Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP) e Curador da Fundação Koellreutter da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ). Autor de diversos livros e artigos.

BRUNO FISCHER DIMARCH Mestre em Comunicação e Semiótica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), com Licenciatura em Educação Artística pela Faculdade Mozarteum de São Paulo (Famosp-SP). Membro do Centro Interdisciplinar de Semiótica da Cultura e da Mídia (CISC). Participou do Centro de Estudos da Dança (CED). Trabalhou na equipe curricular de Arte da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo. Foi coordenador de Educação a Distância na Fundação Bienal de São Paulo e consultor pedagógico na Rádio e TV Cultura de São Paulo.

PASCOAL FERNANDO FERRARI Mestre em Ciências (área de concentração: ensino de Ciências) pela Universidade Cruzeiro do Sul (UCS-SP). Especialização em Sociologia pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (Fesp-SP). Licenciado em Pedagogia pela Universidade Camilo Castelo Branco (UCCB-SP). Licenciado em Psicologia pela Universidade Braz Cubas (UBC-SP). Professor universitário, ator, diretor de teatro, consultor em projetos culturais em Artes Cênicas e autor de materiais didáticos para cursos de formação de professores em ambientes virtuais.

1ª. edição São Paulo – 2015

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Copyright © Solange dos Santos Utuari Ferrari, Bruno Fischer Dimarch, Carlos Elias Kater, Pascoal Fernando Ferrari, 2015 Diretor editorial Lauri Cericato Gerente editorial Silvana Rossi Júlio Editor Roberto Henrique Lopes da Silva Editor assistente José Alessandre S. Neto Assessoria Alice Kobayashi, Daniela Alves, Daniela de Souza, Rosemary Aparecida Santiago, Roze Pedroso, Solange de Araújo Gonçalves, Thiago Abdalla Assistente editorial Bruna Flores Gerente de produção editorial Mariana Milani Coordenadora de produção Marcia Berne Pereira Coordenadora de arte Daniela Máximo Projeto gráfico Juliana Carvalho Capa Juliana Carvalho Editor de arte Fabiano dos Santos Mariano Diagramação Ingrid Velasques, YAN Comunicação Tratamento de imagens Eziquiel Racheti Ilustrações Frosa, Leonardo Conceição, Marcelo Cipis, Mariana Waechter, Rafa Anton Coordenadora de preparação e revisão Lilian Semenichin Preparação Líder: Sônia R. Cervantes Preparadora: Veridiana Maenaka Revisão Líder: Viviam Moreira Revisores: Alessandra Maria R. da Silva, Aline Araújo, Aurea Santos, Caline C. Devèze, Cristiane Casseb, Desirée Araújo, Eliana A.R.S. Medina, Lilian Vismari, Maria F. Cavallaro Supervisora de iconografia Célia Maria Rosa de Oliveira Iconografia Ana Stein, Érika Nascimento Diretor de operações e produção gráfica Reginaldo Soares Damasceno

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Por toda parte, 7.º ano / Solange dos Santos Utuari Ferrari...[et al.]. – 1. ed. – São Paulo : FTD, 2015. Outros autores: Bruno Fischer Dimarch, Carlos Elias Kater, Pascoal Fernando Ferrari ISBN 978-85-20-00275-9 (aluno) ISBN 978-85-20-00276-6 (professor) 1. Arte (Ensino fundamental) I. Ferrari, Solange dos Santos Utuari. II. Dimarch, Bruno Fischer. III. Kater, Carlos Elias. IV. Ferrari, Pascoal Fernando. 15-04074

CDD - 372.5 Índices para catálogo sistemático: 1. Arte : Ensino fundamental 372.5

Em respeito ao meio ambiente, as folhas deste livro foram produzidas com fibras obtidas de árvores de florestas plantadas, com origem certificada.

Reprodução proibida: Art. 184 do Código Penal e Lei no 9.610 de 19 de fevereiro de 1998 Todos os direitos reservados à

Editora FTD S.A. Rua Rui Barbosa, 156 – Bela Vista – São Paulo – SP CEP 01326-010 – Tel. (0-XX-11) 3598-6000 Caixa Postal 65149 – CEP da Caixa Postal 01390-970 www.ftd.com.br E-mail: ensino.fundamental2@ftd.com.br

Impresso no Parque Gráfico da Editora FTD S.A. CNPJ 61.186.490/0016-33 Avenida Antonio Bardella, 300 Guarulhos-SP – CEP 07220-020 Tel. (11) 3545-8600 e Fax (11) 2412-5375


APRESENTAÇÃO Podemos encontrar arte nos mais diferentes lugares, tempos e contextos. Um olhar atento, um ouvido esperto e logo percebemos uma imagem, uma música, um gesto ou movimento, às vezes tudo junto ao mesmo tempo. Música que saiu do rádio do carro que passou pela rua agora há pouco, ou nos sons a revelar o gosto musical do seu vizinho. Bem pertinho, no fone de ouvido do seu celular, naquela música preferida, escolhida por você ou enviada por um amigo que encontra você. Somos contemporâneos do tempo das tecnologias, da cultura visual, dos sistemas de gravação de áudios e vídeos. Podemos compartilhar tudo isso com alguém, mesmo que bem distante. A arte alimenta-se de tudo que o ser humano inventa porque ela também foi inventada por pessoas há muito tempo e agora mesmo, neste último minuto. Você já parou para pensar que alguém, em algum lugar, acabou de fazer um desenho, uma pintura, uma escultura, tirou uma fotografia, criou uma composição, um arranjo musical? Ou que há pessoas apresentando uma peça teatral ou mostrando uma coreografia, com os corpos a movimentar-se em uma dança? Quem sabe alguém por aí está fazendo uma performance, criando uma instalação, escrevendo ou lendo um livro de literatura ou de poemas, ou criando filmes, vídeos, cenários, figurinos ou imagens para ilustrar um livro? É possível que alguém também esteja organizando uma festa, e roupas de carnaval ou maracatu possam, neste exato momento, ser bordadas pelas mãos de quem faz arte do povo para o povo! A arte é assim. Está mesmo em todos os lugares e é criada e apreciada por toda a gente. Estudá-la é procurar mais maneiras para encontrá-la. As produções artísticas brasileiras e as que foram ou são feitas mundo afora nos mostram um caminho para conhecer mais sobre o ser humano e sua maneira poética e estética de viver. Somos seres culturais. Por isso inventamos linguagens, entre as quais muitas são artísticas. Nosso estudo quer ajudá-lo a desvendar essas linguagens para compreender e fazer arte. Convidamos você para estudar Arte. Vem! Veja, cante, movimente-se, sinta a arte da gente. Os autores


Caro aluno, conheça o seu livro de estudo da Arte! Observe a imagem a seguir.

Nãnde Reko Arandu. Memória Viva Guarani. Gravadora: MCD. 2005

Observe a imagem a seguir.

VEM! Você gosta de ser convidado?

Eduardo Vessoni

VEM CANTAR!

VEM OUVIR!

Apresentação do grupo Mawaca, que pesquisa e recria a música das mais diversificadas partes do globo. É formado por um grupo vocal que interpreta canções em mais de quinze línguas. As cantoras são acompanhadas por um grupo instrumental acústico.

Agora, leia esta letra de música africana.

Allunde Alluya

Imaginamos que sim! Logo de início

[Voz 1] Allunde, allunde, Allunde, alluia [Voz 2] Allunde, allunde, Allunde, alluia [Voz 1] Allunde, allunde, Allunde, alluia [Voz 2] Allunde, allunde, Allunde, alluia

fazemos convites: Vem olhar! Vem

[Todos juntos] Je-pu wah ye, ye ku-sah Ai-yai-yai ye , Ai-yai-yai ye allunde Ai-yai-yai ye , Ai-yai-yai ye allunde Mande a-qua-qua a qua-qua mande Ai-yai-yai ye , Ai-yai-yai ye allunde Ai-yai-yai ye , Ai-yai-yai ye allunde

Cantar! Vem encenar, dançar, imaginar,

O que diz a letra da música? Que língua é essa? Canto de qual canto Capa do CD Ñande Reko Arandu – Memória Viva Guarani, 2000. Projeto com cantos e músicas da tradição dos Guarani realizados por onze corais infantojuvenis indígenas.

tramar, pintar... conhecer e fazer arte!

do planeta? É uma mensagem do bem, esperança que germina sob o Sol das savanas. É uma música africana. Parece um canto em acalanto. A letra desse canto pode ser traduzida aproximadamente assim:

De onde vem a música que você escuta?

Deus do Sol a nascer, proteja essa criança, ajude-a a crescer e a tornar-se um adulto que a nossa tribo venha fortalecer...

Como ela chegou até você? Que histórias as músicas trazem? Quantas vozes diferentes você já escutou? De que cantos vieram esses cantos? Canto guarani. Voz natural. Voz eletrônica. Há muitas vozes em todos os lugares.

Tradução livre feita pelos autores para este livro.

Há cantos em todos os cantos.

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Arte não se apaga. Propaga-se!

TEMAS

MUNDO CONECTADO „„Discursos„e„leituras„da„arte Observe a imagem a seguir.

Estudar Arte pode ser bem instigante e divertido, é como

Chico França

Tema 1

Marcas das linguagens artísticas Observe a imagem a seguir. Picture Hooked/Loop Images/Keystone

mergulhar em um mar de saberes sem fim. Existem muitas obras de arte, feitas por milhares de artistas em diferentes lugares e tempos. Nesta seção, escolhemos alguns temas Cartum 46, de Chico França (integra a obra impressa do cartunista: FRANÇA, Chico. Livro,„isto. São Paulo: Terceiro Nome, 2014).

AMPLIANDO Cartum é um desenho que apresenta uma situação de forma humorada, geralmente com caricaturas, podendo trazer legendas que contextualizam ou complementam o sentido.

Grafite que retrata remoção de arte rupestre em caverna, criado por Banksy, em 2008, para um festival de arte urbana no metrô de Londres. Graffiti Caverna Box Removal, de Banksy. Pintura com impressão em telas de estêncil (moldes recortados para paredes, pintados previamente e montados).

Cartunistas são os desenhistas especializados em cartuns.

Uma história sendo apagada ou será outra começando? Linguagens vão e vêm, porém, deixam suas marcas. O artista britânico Banksy (1973) parece apagar para registrar, deixar também suas marcas.

O que você notou de curioso nesse cartum? O texto quer escapar do livro? Será que se sentia preso por lá? Ler palavras é libertá-las, deixá-las voar no mundo da imaginação. Ler imagem, assim como ler palavras, é dar sentido à existência das linguagens. A arte só existe, de forma plena, seja lá qual for a linguagem, quando alguém entra em contato com ela, lendo, pensando sobre, interpretando, apreciando... Vamos voltar aos personagens desenhados pelo artista cartunista paulistano Chico França (1985). O que está acontecendo na imagem? Há diálogo entre os personagens? Imagine o que esses personagens dizem um para o outro. Toda linguagem tem algo a dizer e propõe um discurso. Essa forma de conversar acontece em muitos formatos.

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e exemplos para que você conheça ideias e histórias do mundo da Arte. A arte está relacionada a outras disciplinas e à vida cotidiana. Você pode descobrir como isso acontece lendo a seção Mundo conectado.

MAIS DE PERTO

MAIS DE PERTO „„Onde„habita„o„personagem

Paulo Stocker

Repare neste detalhe da sequência de desenhos do personagem Clovis, do cartunista Paulo Stocker, que vimos na seção Vem„ desenhar!, no início deste capítulo. Esse personagem surge de linhas e formas em tinta preta sobre o papel branco. Ele parece criar um mundo a partir de seu pequeno universo quadrado. O que isso quer dizer? O desenhista catarinense Paulo Stocker (1965) é quem dá vida ao personagem Clovis. Em sua maneira de criar, apresenta o personagem interagindo ou intervindo com os quadrinhos e outros elementos„ gráficos. Clovis anda, corre, escorrega, levanta-se, sobe, desce, parece que tem pressa, passeia sossegado, aparece, esconde-se, puxa duas linhas e cria um lugar aconchegante para ler um livro... A imaginação do artista ao criar esse personagem é sem limites. Veja outras imagens do Clovis.

universo de saberes, pode nos ajudar a compreender melhor o mundo, não queremos mais parar de conhecer! Assim, a seção Mais de perto resgata o convite feito

Detalhe da tirinha Clovis, nome do personagem criado por Paulo Stocker.

inicialmente na seção Vem! para aprofundar seus conhecimentos sobre os temas e linguagens estudados. Para aproximar você ainda mais da Arte, trazemos sempre uma entrevista ou um depoimento na seção Palavra do artista.

Tema Tema 21

Paulo Stocker (1965) O artista Paulo Stocker relata que vários fatores o levaram a criar o personagem Clovis. Ele conta que estava estudando traços mais soltos para criar um personagem livre de preconceitos, mais poético e sem fala, porque assim poderia expressar ideais sobre amor de modo mais singelo. Tinha tido uma experiência com artes cênicas estudando como se expressar por meio dos gestos, posturas e expressões faciais sem utilizar palavras, na linguagem da mímica, da pantomima, a arte dos clowns. Assim, ele criou o personagem Clovis, o qual costuma classificar como um “clown gráfico”, uma “pantomima desenhada”. Outro acontecimento que influenciou a criação desse personagem foi o nascimento da sua filha. O artista queria criar um personagem que pudesse trazer mais poesia para a vida da família. Em entrevista, Paulo conta por que o personagem Clovis se apresenta dessa maneira, como uma silhueta, e por que tem a necessidade de criar na linguagem do desenho.

Paulo Stocker.

“Ele [Clovis] é uma coisa mais livre de preconceitos, pois é uma silhueta e não dá para identificar cor e raça.” DIAS, Bruno Cesar. Paulo Stocker apresenta seu alter-ego e outras criações na Circus Hair. Veja São Paulo, 25 jul. 2012. Disponível em: <http://vejasp.abril.com. br/materia/cartunista-underground-em-versao-poetica>. Acesso em: 13 abr. 2014.

AMPLIANDO

[...]

Clown é um termo para fazer referência à arte do circo na figura do palhaço, um personagem cômico.

Acho que eu desenho para existir, como o ho-

Pantomima é a linguagem do corpo, dos gestos e por meio destes contar histórias, expressar ideias, sentimentos, sensações. Arte ligada à linguagem do teatro, dança e circo.

então ele tem que desenhar para a filha crescer

mem das cavernas que matou um bicho muito grande, mas a filha dele é pequena demais, e ver. Eu desenho sempre para existir. MARTINS, Adolfo. Amor e boemia nos traços de Paulo Stocker. In: Não Só o Gato, 3 set. 2013. Disponível em: <http://www.naosoo gato.com.br/cultura/amor-e-boemia-nos-tracos-de-paulo-stocker/>. Acesso em: 13 abr. 2014.

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Essa mais essa, mais aquela outra... Linguagens, estilos e técnicas da arte trocando ideias

Georges Braque. 1913. Charcoal, oil and pencil on canvas. Musee National d'Art Moderne - Centre Pompidou, Paris. Foto: Photo Scala, Florence/Glow Images

Por volta do início do século XX, os artistas começaram a explorar muitas materialidades e linguagens. Uma delas foi a colagem e construção de objetos de arte juntando coisas. Vamos conhecer essa história? A colagem foi um procedimento exaltado naqueles tempos de ruptura. O artista francês Georges Braque (1882-1963) destacou-se com uma colagem com papéis na obra Fruteira e copo (1912). A partir daí, artistas como o espanhol Pablo Picasso (1881-1973) começaram a explorar o uso de papéis, tecidos e outros materiais somando-os a lápis, carvão e/ou tinta para compor suas telas. Esses dois artistas ficaram conhecidos como pertencentes ao movimento cubista. Observe exemplos de obras desses artistas a seguir.

Pablo Picasso. 1912-13. Coleção particular. Foto: The Granger Collection, New York/Glowimages

Fruteira e copo, de Georges Braque, de 1912, chama a atenção para a colagem na criação artística.

AMPLIANDO Cubista é o artista identificado com o Cubismo, movimento e estilo de arte iniciado na primeira década do século XX, na França, inspirado nas obras de Georges Braque (1882-1963) e Pablo Picasso (1881-1973), entre outros. Tinha como princípio mais importante uma caracterização das obras com uma retratação de uma visão das diversas formas (decompostas e geometrizadas), como se observadas de muitos ângulos e lados ao mesmo tempo.

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Tirinha do Clovis, do artista Paulo Stocker.

Paulo Stocker

AMPLIANDO Os elementos gráficos, na linguagem em cartum, geralmente exploram traços para mostrar movimento, vento, calor, frio, medo, ou outros aspectos de ação, dos sentimentos e/ou das situações vividas pelo personagem.

Felipe Mariano

Observe a imagem a seguir.

Quando começamos a conhecer Arte e tudo que, neste

Garrafa, copo e violino, de Pablo Picasso, 1912-1913. Papier collé (papel colado, recortes, colagem).

AMPLIANDO Pode ser que algumas palavras sejam novas em seu vocabulário. Assim, preparamos um boxe em estilo de glossário para você saber mais sobre essas palavras e ajudá-lo a compreender melhor o universo da Arte e seus termos. No final do livro há um índice remissivo para você localizá-los sempre que precisar.

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LINGUAGEM DA ARTE Para criar em cada linguagem, precisamos conhecer seus AÇÃO E CRIAÇÃO

códigos e procedimentos. Toda linguagem tem seu jeito de

„„Letra„de„música„ Agora, você é o compositor. Que tal criar uma nova letra para a melodia da música Chá? Faça um outro cânone para a sua nova versão!

ser e de se comunicar. Para se expressar por meio de lingua-

PROCEDIMENTOS ARTÍSTICOS Veja o exemplo abaixo, ao qual chamamos de Paz. Aqui a letra foi estendida. Em vez de uma única estrofe de texto, fizemos duas.

gens é preciso aprender sobre esses jeitos e significados.

1a estrofe para o primeiro cânone:

Assim, nesta seção vamos estudar como as linguagens da

2a estrofe para o segundo cânone:

Paz

Paz aqui

Palestina, Somália, Afeganistão

Tibet, Líbia, Angola, Iraque, paz ali

Myanmar, Sri Lanka, Peru, Paquistão

Paz no mundo todo e dentro de você!

Nova letra escrita pelos autores especialmente para esta obra.

Agora, crie a sua letra de música! Escolha ou invente palavras que combinem com essa melodia e experimente cantá-la com os colegas e o professor. Você é o músico!

arte são criadas. Na subseção Ação e criação, sugerimos Depois de ter conhecido mais sobre a música e os cantos

projetos de criação e experimentos artísticos para você,

de algumas partes do mundo, como você vê as produções das cantoras e dos cantores? Você conhecia todos os exemplos que apresentamos neste capítulo? O que gostou mais de conhecer? O que você acha

seus colegas e professores poderem fazer arte. Nos boxes

de fazer pesquisas sobre os cantos indígenas? E sobre a arte musical japonesa ligada ao mundo dos mangás e filmes de animação? Você aprendeu a fazer suas próprias seleções de músicas? Como foi compartilhá-las com os colegas?

Procedimentos artísticos, damos algumas dicas sobre

Retorne a suas anotações. O que você descobriu nos seus mapas sonoros? Acesse os sites indicados, pesquise páginas na internet que tenham arquivos eletrônicos de música, procure livros e revistas sobre música e mergulhe mais nesse mundo de cantos em todo canto.

como fazer e usar materiais em produções artísticas.

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MISTURANDO TUDO!

LINGUAGEM DA MÚSICA

AÇÃO E CRIAÇÃO

„ Repertório

Um conhecimento pode ser conecta-

„ As linhas e a forma da poesia visual

Observe a tirinha a seguir. Calvin & Hobbes, Bill Watterson © 1987 Watterson / Dist. by Universal Uclick

A linguagem do desenho é próxima a você? Vamos explorar os elementos de linguagem (linha, forma e cor) para criar personagens e histórias?

do a outro. Uma linguagem pode ter

PROCEDIMENTOS ARTÍSTICOS

Criando com linhas e contrastes (branco e preto) Vamos começar usando canetas esferográficas de cor preta. Com a prática, pesquise que tintas você pode usar (cor preta), como nanquim, tinta guache, aquarela. Primeiro vamos tra-

relação com outras e até estarem jun-

balhar com linhas. Sem medo, nesse momento, errar faz parte do processo de criação. Assim, não precisa usar lápis e borracha. Vá criando linhas e inventando personagens. Há muitas

Traçar usando uma única linha do início ao final do desenho, ou seja, a regra é não tirar a ponta da caneta da folha enquanto o desenho não terminar.

Criar linhas paralelas para formar figuras – é só fazer vários traços um ao lado do outro, formando a silhueta do personagem.

Linhas sinuosas também criam efeitos bacanas – coloque a ponta da caneta no papel e vá riscando linhas sinuosas para criar formas figurativas que lembrem ou expressem diretamente um personagem.

Você pode também usar diferentes tipos de linhas para criar personagens e situações expressos em imagens de cenários, com objetos e outros personagens. Crie as de sua preferência.

Ilustrações: Thiago Soares

maneiras de criar por meio de traços.

tas em uma produção artística. Esta seção traz questões para você pensar

Tirinha do Calvin e Haroldo, A música clássica a 78 RPM, de Bill Watterson. Calvin e Haroldo, tirinha 440, 1987.

Desde pequenos, vamos acumulando um conjunto de músicas na vida. Todas elas juntas formam o nosso repertório pessoal e cultural. Que tal observar como está o seu repertório? Onde você conheceu as músicas que fazem parte do seu repertório? Com sua família? Na sua escola? Com os amigos? No rádio? Na televisão? Na internet? Em outros meios? Quais? Existem vários gêneros musicais como samba, rock, pop, forró, pagode, funk, blues, jazz, sertanejo, hip-hop, popular brasileira, chorinho, música eletrônica, clássica, folclórica, entre outros. Quais gêneros musicais fazem parte do seu repertório? Lembre-se de que o repertório pessoal é feito de todas as músicas que você conhece e não apenas daquelas de que mais gosta.

sobre isso e para perceber o que você aprendeu ao estudar cada capítulo.

Que tal arriscar desenhar uma imagem em metalinguagem. Você pode fazer o personagem autodesenhando-se ou criar situações em que ele interfere na criação da imagem, como um coautor do desenho. Imagine que o personagem também pode dar opinião e interagir na criação da imagem. Veja as imagens criadas por Paulo Stocker, Saul Steinberg e Chico França.

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CONEXÃO ARTE Sugestões de sites, livros, músicas, filmes, animações e documentários para você aprofundar sua viagem pelos conteúdos da unidade que mais despertaram o seu interesse no universo das artes.

EXPEDIÇÃO CULTURAL

O que você descobriu no universo da arte ao estudar esta unidade? Você tem visto as linguagens artísticas que estudamos nesta unidade no seu dia a dia? Como são as linguagens artísticas na sua cidade? Há grafites, músicas em espaços públicos, imagens fotográficas e outras formas de arte? Como você tem aprendido as linguagens artísticas na escola? Desde pequeno, qual a linguagem artística mais usada por você? Na escola, é possível criar linguagens artísticas e expressar-se por meio da arte? Você e os colegas podem expor os trabalhos no espaço da escola? Como isso é feito? Estudamos que algumas produções artísticas são em grupo e outras individuais. Como você vê o seu processo de criação? Gosta mais de criar com os colegas ou prefere fazer arte individualmente? Quais linguagens estudadas nesta unidade você considera mais interessante para criar em grupo? Que tal chamar a turma e os professores e criarem projetos de arte com base no que você aprendeu nesta unidade?

Depois de conhecer algumas trajetórias da Arte, você e os colegas podem ter interesse em ver, ouvir ou sentir a arte mais de perto. Nesta seção, há propostas de

CLIQUE ARTE Anna Muylaert. Site oficial da artista contendo biografia, filmografia e outros. Disponível em: <http://eba. im/cp2xzf>. Cânone inglês. Partitura de Summer is icumen in pertencente ao acervo da Biblioteca Nacional do Reino Unido. Disponível em: <http://eba.im/chvw6a>. Marlui Miranda. Informações sobre a artista e sua ligação com a música indígena. In: MPBNet. Disponível em: <http://eba.im/h2tjx7>. Mawaca. Site oficial do grupo com histórico e produções artísticas. Disponível em: <http://eba. im/47hy5m>. Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC-USP). Informações sobre artistas e imagens de suas obras que fazem parte do acervo do museu. Disponível em: <http://eba.im/oc5ipu>.

LEIA ARTE Música, de Raquel Coelho. São Paulo: Formato, 2006. (Coleção no Caminho das Artes). Músicas africanas e indígenas no Brasil, de Rosângela Pereira de Tugny e Rubem Caixeta de Queiroz (Org.). Belo Horizonte: UFMG, 2006. Ópera na escola, de Ceres Murad. São Paulo: Senac, 2010. Sr. William Shakespeare – Teatro, adaptação e ilustração de Marcia Willians. Tradução de Sérgio Tellaroli. São Paulo: Ática, 2001. (Coleção Clássicos em quadrinhos).

OUÇA ARTE DIÁRIO DE ARTISTA

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passeios culturais e dicas de como ou onde encontrar mais arte. Registre tudo em seu Diário de artista e aproveite as dicas da seção Conexão arte.

Que tal registrar as suas experiências artísticas no caderno, como uma espécie de diário de artista? Fotografias, resumos sobre filmes, imagens que você vê na rua, músicas e tudo que tem aprendido, que pode ser relacionado com a sua vida cotidiana, pode ser fruto de inspiração para as suas anotações sobre a aventura de aprender sobre linguagens artísticas. Você pode desenhar, escrever poemas e lembretes sobre coisas que você quer descobrir. Pode, também, fazer pesquisas sobre os artistas dos quais você quer saber mais, entre outras vontades. Um diário é como um companheiro de aventuras nesse mundo da arte. Traga o seu diário sempre perto de você.

História da Ópera – Audiolivro, de Richard Fawkes. Leitura e narração de Irineu Franco Perpetuo. São Paulo: Livro Falante, 2013.

John Willians. Neste site, é possível ouvir algumas faixas de composições de John Willians, como o tema de Harry Potter e de Guerra nas Estrelas. Disponível em: <http://eba.im/o3absg>. Ñande Reko Arandu – Memória Viva Guarani. Intérpretes: Corais infantojuvenis Guarani. Autores: Povo Guarani. Disponível em: <http://eba.im/tzxwns>.

VEJA ARTE Mawaca. No site oficial, assista a vídeos do grupo de vozes que, entre outros ritmos e culturas, mescla a tradição musical irlandesa e a japonesa e estabelece inter-relações com a música brasileira. Disponível em: <http://eba.im/w9jzvg>. Theatro Municipal de São Paulo. Canal oficial que disponibiliza alguns teasers de óperas encenadas pela companhia, além de palestras e depoimentos de profissionais envolvidos na produção e montagem de peças dessa linguagem artística. Disponível em: <http://eba.im/fnecy7>.

O Rei David com escribas e músicos, uma iluminura de Rudolf von Ems, c. 1340. Nessa imagem, diversos instrumentos musicais usados na época, como o saltério, a rabeca, a viela de roda, a cítara e a lira.

Sarau, de Columbano Bordalo Pinheiro, 1880. A música barroca, expressa também em saraus, surge na Itália no final do século XVI, com destaque para a sonata, a suíte e o concerto grosso.

A cantora francesa Thérésa retratada na obra A canção do cão, de Edgar Degas, c. 1875-1877. Óleo sobre tela, 55 cm × 45 cm.

500

1847

A ópera chinesa (origem em meados do séc. VI a.C.) é uma forma popular de drama e teatro musical na China. Ao teatro são mesclados elementos de outras linguagens artísticas e das artes marciais. A Ópera de Pequim é uma das mais famosas.

(2 milhões a.C.-3000 a.C.)

180

500 a.C.

Chiquinha Gonzaga (1847-1935) Compositora, pianista e regente, foi a primeira mulher pianista de chorinho e a primeira a reger uma orquestra no Brasil.

(3000 a.C.-476 d.C.)

ções entre passado e presente. A viagem pela arte nem sempre ocorre no tempo cronológico. Precisamos estudar

2012

O grupo de canto Mawaca, que também utiliza recursos cênicos como a dança, destaca, na escolha do nome, a pluralidade étnica característica do seu repertório.

Três musas em baixo-relevo, atribuído a Praxíteles, século V a.C., Grécia. A música, considerada essencial para a educação na Grécia Antiga, era uma arte e uma ciência que explicava os temas representados pelas nove musas da mitologia grega.

(séc. V-XV)

No estudo de Arte, estamos o tempo todo fazendo rela-

1915

a arte do nosso tempo porque somos contemporâneos

A cantora francesa Edith Piaf (1915-1963), famosa em todo o mundo. A história da sua vida virou filme e peça de teatro, representada no Brasil pela atriz e cantora Bibi Ferreira.

Eduardo Vessoni

Séc. IV a.C. National Archaeological Museum, Athens. Foto: De Agostini Picture Library/G. Nimatallah/The Bridgeman Art Library/Easypix

Xiao Lu Chu/Getty Images

Partitura de canto gregoriano, mais antiga manifestação musical do Ocidente com raízes nos cantos das antigas sinagogas, oficialmente estabelecido pelo papa Gregório, no século V. 600 a.C.

Bordalo Pinheiro. c.1880. Óleo sobre madeira. Coleção particular.

Edgar Degas. 1876. Óleo sobre tela. Coleção particular

Adelina Patti (1843-1919), soprano espanhola exaltada nas maiores capitais musicais da Europa e das Américas.

1875

France Soir/Photos 12/Alamy/Latinstock

A música na Índia cobre uma ampla tradição de estilos regionais. Os instrumentos musicais próprios da música hindu podem ser divididos em clássicos, folclóricos e estrangeiros. Assim como a música, a dança também tem diversas formas clássicas e folclóricas. As primeiras expressões teriam aparecido entre os anos de 3000 a.C. e 1500 a.C.

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LINHA DO TEMPO

1880

1843

dessas produções. Olhar para o passado e ver como a arte

2015 Diego Janatã

3000 a.C.

1340

Acervo Edinha Diniz

Travelib India/Alamy/Latinstock

Stonehenge (do inglês arcaico stone = pedra e hencg = eixo) é um alinhamento megalítico da Idade do Bronze (c. 3100 a.C.), localizado no sul da Inglaterra. Segundo hipóteses, lá eram entoados cânticos ritualísticos.

Séc. XI. Miniatura. Coleção particular. Foto: The Bridgeman Art Library/Easypix

3100 a.C.

Martin Lindsay/Alamy/Latinstock

Leon Neal/AFP/Getty Images

A palavra, a cena e os cantos nos cantos do mundo

Print Collector/Getty Images

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se transforma pode provocar reflexões sobre como a vida A cantora Djuena Tikuna, da comunidade Umariaçu II, apresenta-se com o grupo Magüta, do povo Tikuna (ambos do Amazonas). A música indígena representa uma cultura viva e em mutação.

(séc. XV-XVIII)

e a sociedade também mudam com o passar dos séculos. Assim, observe a Linha do tempo e pesquise mais sobre

(séc. XIX-hoje)

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alguma obra de arte que lhe chamar a atenção.


SUMÁRIO

David Evison/Shutterstock.com

UNIDADE 1

Os discursos das linguagens

Capítulo 1: ARTE É LINGUAGEM.......10

Capítulo 2: LINGUAJAR............................. 54

VEM DESENHAR!....................................................... 12 VEM MUSICAR!.......................................................... 13

VEM CONSTRUIR!......................................................................... 56 VEM INVENTAR!........................................................................... 57

Tema 1 – Ler é conversar..................................14

Tema 1 – Arte não se apaga. Propaga-se!........................... 58

Lendo linguagens................................................14

Tema 2 – Mundo linguagem, mundo imagem..... 17

Linguagens e imagens....................................... 17 Mundo conectado: Discursos e leituras da arte .24 Mais de perto: Onde habita o personagem.........26 Palavra do artista: Paulo Stocker.......................29

Tema 3 – Mundo linguagem, sonoro, musical .....30

Márcio Pita. 2003. Óleo sobre tela. Coleção particular

A língua dos sons................................................30 Mais de perto: Corpo: instrumento musical........33 Palavra do artista: Barbatuques e Fernando Barba................................................35

Tema 2 – Essa mais essa, mais aquela outra...  .................. 64

Linguagens, estilos e técnicas da arte trocando ideias............64

Tema 3 – Esculpir, modelar, construir, juntar...  .................. 68

Artes de antes, agora e sempre...............................................68 Mais de perto: Construindo seres imaginários........................79 Palavra do artista: Fefe Talavera............................................80 Mais de perto: O mago do som..............................................81 Palavra do artista: Walter Smetak.........................................83

Linguagem das artes visuais ........................... 36

Linguagem das artes visuais.............................................. 84

Imagem dentro da imagem.................................36 Ação e criação: As linhas e a forma da poesia visual...................................39 Ação e criação: Formas orgânicas em cartuns...40

Linguagem da música...................................... 43

O som e a criação musical..................................43 Ação e criação: Sons, música e parâmetros.......51

Misturando tudo! ............................................. 53

UNIDADE 2

VEM OUVIR!............................................................. 106 VEM CANTAR!..........................................................107

Tema 1 – Cantos de todos os cantos................108

Cantos que encantam.......................................108 Como o corpo produz a voz? ............................109 Mundo conectado: Ecos da história.................110

Tema 2 – O sagrado no canto...........................113

Voz e religião ....................................................113 Mundo conectado: O canto e a máquina..........115

Tema 3 – De que canto vem esse canto?..........116

Bidimensional e tridimensional................................................84 Ação e criação: Toy art..........................................................85

Linguagem da música........................................................ 93

O som e o tempo na mesma linguagem..................................93 Ação e criação: Partitura gráfica............................................95

Misturando tudo!................................................................ 97 Expedição cultural......................................................... 98 Diário de artista............................................................. 98 Conexão arte................................................................. 99 Linha do tempo........................................................... 100 Escultura: arte tridimensional de todos os tempos.............................................................. 100

Arte, som e palavra

Capítulo 1: DE CANTO A CANTO........104

Travelib India/Alamy/Latinstock

Marcas das linguagens artísticas............................................58 Arte que fala pelas paredes ....................................................61 Mundo conectado: Patrimônio público e privado....................63

Lugares e cantares...........................................116 Mais de perto: Tão perto e tão distante............122

Palavra do artista: Projeto Ñande Reko Arandu – Memória Viva Guarani........................124 Mais de perto: As donas da voz........................127 Palavra do artista: Mawaca.............................129

Linguagem da música......................................131 Repertório.........................................................131 Ação e criação: Esse canto vem de que canto?...................................................132 Ação e criação: Lista de músicas preferidas (playlist )...........................................133

Linguagem da música.....................................136 Cânone.............................................................136 Ação e criação: Letra de música......................141

Misturando tudo!..............................................141


Linguagem da música.....................................166

VEM ENCENAR!....................................................... 144 VEM TOCAR!............................................................ 145

Linguagem da música..................................... 173

Tema 1 – Uma cena no palco...........................146

A fala cantada encanta......................................146

Travelib India/Alamy/Latinstock

Capítulo 2: LINGUAGENS DAS ARTES – MUITAS EM UMA............ 142

Ação e criação: Mãos à ópera!.........................170 Trilha sonora.....................................................173 Ação e criação: Trilhando a cena......................175

Misturando tudo!............................................. 177

Tema 2 – Do palco para a tela.........................150 Quem é Don Giovanni?......................................150

Tema 3 – Ópera – Nasce uma linguagem.........152

Expedição cultural....................................................... 178 Diário de artista........................................................... 178 Conexão arte............................................................... 179 Linha do tempo........................................................... 180 A palavra, a cena e os cantos nos cantos do mundo . ................................................ 180

Grandiosa e popular é a ópera...........................152 Mundo conectado: O libreto.............................156 Mais de perto: Parcerias entre música e cena....157 Palavra do artista: Carlos Gomes.....................159 Mais de perto: O cinema, a imagem e o som...161 Palavra do artista: Anna Muylaert....................164

Brincar de criar Capítulo 1: SE ESSA RUA FOSSE MINHA.................. 184

Capítulo 2: CIRANDA, CIRANDEIRO............................ 218

VEM BRINCAR!........................................................ 186 VEM IMPROVISAR!...................................................187

VEM DANÇAR!.........................................................220 VEM CANTAR!......................................................... 221

Tema 1 – O brincar..........................................188

Tema 1 – Música e dança: aquele namoro....... 222

O que é brincar?...............................................188

Sons e movimentos encontram-se....................224

Tema 2 – Brincar sozinho: coisa do passado também?.............................190

Tema 2 – Cultura: o novo “plantar”................. 225

Tema 3 – A cultura cresce e aparece.............. 226

Eu brinco, tu brincas, ele brinca....................... 190

Tema 3 – A rua: ainda espaço do brincar.........194

Nós brincamos..................................................194 Mundo conectado: Muito além da diversão......196 Essa rua pode ser minha? ................................197 Do lado de fora tem arte ...................................199 Mundo conectado: Arte e História entrelaçadas.201 Mais de perto: Arte! Pare!................................202 Mundo conectado: Metáforas unindo Arte e Ciências.......................................203 Palavra do artista: Lívio Tragtenberg................204

Linguagem do teatro....................................... 206

É brincadeira? ..................................................206 Ação e criação: Criação que ativa a ação.........211

Linguagem da música.....................................212

Embola a bola, embora sem embolar ...............212 Ação e criação: Diálogos sonoros....................216

Misturando tudo! ............................................ 217

Páginas finais Ampliando: Índice remissivo, 250

Referências, 251

UNIDADE 3

O cultivo da cultura...........................................225 A cultura permanece.........................................227 Pandeiros, terreiros, sambas e bambas ............228 Dança e música ...............................................231 Mais de perto: Roda na brincadeira..................233 Palavra do artista: Valdemar de Oliveira..........236

Linguagem da dança...................................... 237

O passo da ciranda...........................................237 Ação e criação: Marcação................................237

Linguagem da música.................................... 239

David Evison/Shutterstock.com

Cirandeiro, cirandeiro, oh... ...............................239 Ação e criação: Dançando e cantando.............243

Misturando tudo!............................................ 245 Expedição cultural....................................................... 246 Diário de artista........................................................... 246 Conexão arte............................................................... 247 Linha do tempo........................................................... 248 Encontros de música e dança nas artes visuais..................................................... 248

Márcio Pita. 2003. Óleo sobre tela. Coleção particular


UNIDADE 1

Os discursos das linguagens 1

A arte é linguagem expressiva que cria som, gesto e imagem. Linguagens em múltiplas formas e materialidades. Nascimento e transformação no universo das artes. Corpo, ar, parede, tinta, tudo pode ser usado para criar nas linguagens da arte.

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Trajetórias para a arte: ¡ Capítulo 1 / Arte é linguagem 3

¡ Capítulo 2 / Linguajar Crédito das imagens: 1. Stela Handa; 2. Mariana Ferreira; 3. Acervo da família de Walter Smetak; 4. Paulo Stocker; 5. Neil Leifer /Sports Illustrated/Getty Images; 6. Barbara Sax/AFP/Getty Images; 7. Vidler Steve/Prisma/Glow Images; 8. Mariana Waechter; 9. David Evisor/Shutterstock.com; 10. Marcel Duchamp. 1964. Musée National d'art Moderne, Centre Pompidou, Paris. Foto: Alamy/Latinstock.

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Capítulo 1

ARTE É LINGUAGEM Arte e você em: ¡¡ Ler é conversar ¡¡ Mundo linguagem, mundo imagem ¡¡ Mundo linguagem, sonoro, musical ¡¡ Linguagem das artes visuais ¡¡ Linguagem da música 10


Peter Stackpole/The LIFE Picture Collection/Getty Images

Cadeira do designer Charles Eames com desenho Ă mĂŁo livre de um gato. Fotografia e desenho de Saul Steinberg, 1950.

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VEM DESENHAR! Paulo Stocker

Observe a tirinha a seguir.

Tirinha do Clovis, de Paulo Stocker.

O que há nessa imagem para admirar? É imagem transformada? História contada? O que é preciso para ler? Um bom livro? Um lugar tranquilo e confortável? E se não tem lugar para sentar, que tal inventar? Com um dedo é possível puxar as linhas e criar um lugar para viajar. Mergulhar na leitura de textos, imagens, linguagens. Criamos como no desenho o que precisamos? Por que criamos linguagens? Por que inventamos coisas que ali antes não havia? Ideias em figura negra invadem o espaço da folha branca. Tiras de humor que nascem do traço da linha. Forma e cor que se espalham no espaço. Intervenções. Criações. Transformações. Ações. Vem criar desenhos! Vem criar linguagens na arte!

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VEM MUSICAR! Observe a imagem a seguir.

Registro de apresentação do grupo Barbatuques, de São Paulo.

Acervo Grupo Barbatuques

No palco um som a ecoar. Um batuque feito de quê? Por quem? Tem gente, mas cadê os instrumentos? Tambor, pandeiro, flauta, gaita, cavaquinho, cadê? Será que o instrumento é feito da própria gente? Corpo sonoro a explorar. Um jeito da gente batucar, assobiar, cantar, dançar... Maneiras de fazer arte? Um mundo sonoro a descobrir. Formas de criar e percutir. Batendo, soprando, esfregando, chacoalhando... Na linguagem da música, esse povo dos Barbatuques segue assim, inventando e criando.

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Tema 1

Ler é conversar Lendo linguagens Neil Leifer /Sports Illustrated/Getty Images

Observe a imagem a seguir.

2014-ART-7-U01-F004: Montagem de Saul Steinberg com desenhos e objetos em registro fotográfico. http://www.ims.com.br/ ims/visite/exposicoes/ saul-steinberg_-as-aventuras-da-linha/galeria-de-imagens http://www.saulsteinbergfoundation.org/

O cartunista e ilustrador Saul Steinberg brinca com suas criações durante mostra de fotografias em sua casa, nos Estados Unidos, em 1978.

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Quem é essa pessoa? Por que cobre o rosto com uma fotografia, também de um rosto? Na parede há desenhos. O que mostram? São pessoas ou animais? Será que são imagens misturadas? O artista também está aí? Retrato em algum desenho ou por de trás da foto se esconde o rosto do próprio artista? Parece ser uma brincadeira, fotografia citando fotografia, desenhos em múltiplas imagens.


As expressões faciais são todas iguais ou diferentes? Parece que a pessoa na fotografia se diverte com essa brincadeira com desenhos e fotos, em um jogo visual que usa papel como suporte. A obra faz parte de vários experimentos que o romeno Saul Steinberg (1914-1999) criou, usando desenhos e fotografias. Esse mesmo artista também explora o humor em transformar objetos em bichos ou pessoas. Usando linhas e formas, brinca com a nossa imaginação, como na imagem que abre esta unidade. Dê uma olhada lá novamente! Pessoas desenhadas... Pessoas que desenham... A arte que nasce do grafismo, do desenho é feita há muito tempo. São conversas que acontecem por meio de linguagens artísticas visuais. O desenho é uma linguagem muito antiga. Pode ter mais de 40 mil anos! A fotografia é mais recente, tem menos de 200 anos. Um dia alguém fez desenhos em paredes de cavernas e começou, nesse instante, uma conversa por meio da linguagem visual. Conversas sobre a vida, atividades do cotidiano, como as caçadas que faziam ou as crenças que tinham. Há mais de 40 mil anos, pessoas pegaram pedaços de carvão, pedras coloridas, sangue de animais, argila e outros materiais e começaram a traçar linhas sobre superfícies rochosas. Isso significa que, desde a arte rupestre, inventamos e reinventamos a linguagem do desenho. Até hoje, em cada cultura, desenhos com simbologias religiosas e ritualísticas são criados. Em todo o mundo, há sítios arqueológicos que registram a origem dessas imagens. Assim, o começo da arte também foi o início da criação de diálogos, de linguagens para se ler. Quando dizemos “ler”, o que você pensa a respeito? Geralmente, quando pensamos na palavra ler, interpretamos somente o ato de fazer leitura de textos escritos. Entretanto, há outros tipos de “leitura”... Também podemos ler imagens e gestos, ou interpretar sons e movimentos corporais. Observe as ilustrações a seguir. Ilustrações: Frosa

Ilustrações que representam os primeiros registros da linguagem do desenho (abaixo, à esquerda) e sítios arqueológicos encontrados em regiões do mundo (abaixo, à direita).

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Frosa

Ilustração com base na pictografia Os irmãos esclarecidos, localizada em Rio Victoria (Território do Norte, Austrália). No Parque Nacional de Kakadu, Austrália, existem desenhos de mais de 40 mil anos. São figuras misteriosas que provocam nosso imaginário.

Abaixo, fotografia de exposição de obras de Saul Steinberg, no Museu Ludwig, na Alemanha, em 2013. Ao lado desta, Business mask, de Saul Steinberg, 1964. Colagem, 102 cm × 77 cm.

Ler é um modo de conversar com tudo que está a nossa volta, inclusive as linguagens artísticas. Muitos anos depois de feita, as pessoas interpretaram a imagem ao lado e deram a ela nome de Os irmãos esclarecidos. Por quê? Quem seriam tais seres? Estudos apontam que são figuras interpretadas como imagens religiosas. Quando vemos uma imagem, também a interpretamos. Essas interpretações sempre são feitas com base no que acreditamos ou sabemos sobre a imagem. Olhe para a fotografia abaixo. Uma moça caminha apreciando imagens criadas pelo artista Saul Steinberg. Será que essas imagens nas paredes estão conversando com a apreciadora? Usando sua imaginação, pense: o que será que falam essas figuras? Agora, olhe para a imagem ao lado da foto, criada por esse mesmo artista. Trata-se de um rosto de uma pessoa. Imagine que esse homem desenhado está conversando com você por meio da imagem. O que você entende dessa conversa? Feche os olhos. Em seguida, abra-os, mirando diretamente a imagem. Agora, reflita: Por quais lugares o seu olhar passeou? O que você descobriu nesse trajeto? Quando olha para uma imagem, como os seus olhos se comportam? Por que o artista criou esses desenhos? Será um retrato de alguém ou um autorretrato? O que você descobriu nesse exercício de apreciação da 
imagem? 
Comparando com a linhas que formam as figuras na pintura rupestre de Os irmãos esclarecidos, o que você entende? Por que a figura humana sempre fascinou os desenhistas de diferentes tempos? Em uma conversa oral ou escrita usamos palavras. Em uma conversa por imagens usamos linhas? O que você acha?

Henning Kaiser/dpa/Picture Alliance/Glow Images

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Saul Steinberg.1964. Colagem. Maeght Gallery, Paris. Foto: Interfoto/Keystone


Mundo linguagem, mundo imagem

Tema 2

Linguagens e imagens Barbara Sax/AFP/Getty Images

Observe a imagem a seguir.

Instalação Projeto Arte Limitada, de Yan Lei, 2012. Apresentada na exposição dOCUMENTA (13).

Nosso mundo é repleto de imagens, sons, gestos, movimentos, palavras... Qual a razão de tudo isso? Talvez tudo exista por causa da necessidade de diálogos, leituras de mundo, interpretações e criação de pensamentos. É natural haver mais de uma razão no ato de ler uma linguagem. Cada cultura criou suas formas de comunicação e expressão, assim como também criou o sentido e os significados das coisas.

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Robson Fernandes/Estadão Conteúdo

Segundo os dicionários, a palavra linguagem pode ter vários significados: é a capacidade que as pessoas têm em se comunicar e se expressar. É o conjunto de vocábulos (elementos de linguagem), as maneiras de expressar usando símbolos e atribuindo significados a esses símbolos. Existem ainda como definição a linguagem formal, que usamos quando escrevemos, desenhamos ou tocamos uma música, e a linguagem natural, quando usamos a voz, o gesto ou outros sinais corporais por instinto, como gritar diante de um susto, olhar expressando algum sentimos, chorar, rir... Seja qual for a definição dada à palavra linguagem, o que prevalece é que somos seres “linguajantes”, isto é, estamos o tempo todo usando linguagens para nos comunicar e expressar. Observe a imagem ao lado e pense sobre isso. O texto que você está lendo agora é uma linguagem escrita. Ao conversar sobre este texto com os colegas e professores, você já está usando a linguagem oral ou gestual, no caso de quem se comunica por sinais. As imagens que apresentamos neste livro de arte, ou as que você vê no seu dia a dia nos mais diversos lugares e suportes, são linguagens visuais. As músicas que você ouve são linguagens sonoras. A dança, o teatro e expressões circenses são linguagens cênicas e corporais. A televisão, o cinema, os vídeos que você vê e compartilha na internet são linguagens audiovisuais. Existem muitas e diversas linguagens. Entre elas, estão as “mil e uma linguagens da arte”. Essa ideia é apenas uma metáfora para dizer que existem muitas linguagens artísticas, tantas que é muito difícil – e não há necessidade de – numerar as diversas manifestações da arte em quantidade nem em grau de importância. A cada momento, podemos inventar uma linguagem nova ou nos expressar em outras criadas há muito tempo, e todas são importantes.

Visitantes no Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo. Foto de 2013.

AMPLIANDO Metáfora é uma figura de linguagem, uma forma de estabelecer uma comparação entre palavras ou expressões que possuam certas semelhanças, é uma transferência.

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Fotos: Rita de Cássia Demarchi

Há linguagens dentro de linguagens, há linguagens que se misturam, há criatividade na invenção e interpretação dessas linguagens. Se você fizer um passeio pela internet, poderá encontrar registros de inúmeras linguagens. As imagens a seguir estão relacionadas à imagem da abertura deste tema. Observe-as com atenção.

O artista chinês Yan Lei (1965) criou uma instalação com base em uma pesquisa sobre linguagens visuais na internet. O nome da sua obra é Projeto Arte Limitada e foi apresentada em uma grande exposição que aconteceu na Alemanha, em 2012, chamada dOCUMENTA (13). Yan Lei selecionou 360 pinturas figurativas durante um ano de pesquisa, as reproduziu em telas e trouxe essas imagens para a sala do museu. Durante a exposição, todos os dias ele retirava uma de suas telas e a pintava de uma única cor, escondendo assim a imagem figurativa. Aos poucos, a exposição de imagens figurativas foi se transformando em uma exposição de telas monocromáticas. O ambiente, no final, estava composto apenas de telas em cores únicas. Qual o sentido dessa atitude do artista? Pense um pouco na quantidade de imagens que você vê diariamente. Você se lembra de todas as imagens que já viu? São tantas imagens nesse mundo linguagem! Será sobre isso a ideia do artista? Criar imagens é uma situação apenas do presente? Ou as pessoas produzem imagens há muito tempo?

Detalhes da exposição do Projeto Arte Limitada, de Yan Lei, 2012.

AMPLIANDO Monocromática é uma palavra usada para citar coisas que são pintadas de uma única cor.

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Samuel Finley Breese Morse.1831-1833. Óleo sobre tela.Terra Foundation for American Art, Chicago, USA

Agora, observe a pintura a seguir.

Gallery of the Louvre (Galeria do Louvre), de Samuel Morse, 18311833. Óleo sobre tela, 187 cm × 274 cm.

AMPLIANDO Assim como uma biblioteca é um local em que encontramos uma coleção de livros, uma pinacoteca é um lugar que contém coleções de pinturas.

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Veja alguns detalhes dessa obra reproduzidos nas páginas seguintes. Você reconhece alguma destas imagens? Você já ouviu falar em código Morse? Sabe quem inventou essa forma de comunicação que deu origem ao telégrafo? Foi a mesma pessoa que pintou a obra Galeria do Louvre (1831-1833), o artista e inventor estado-unidense Samuel Finley Breese Morse (1791-1872). No final do século XIX, era moda pintar cenas de galerias de grandes museus. Morse dedicou-se a fazer essa pintura por cerca de dois anos. Procurou retratar cada detalhe das pinturas para dar a impressão, ao observador da pintura, que está dentro de uma das salas de exposição do Museu do Louvre, na cidade de Paris, França. Nesse museu há várias salas chamadas de pinacotecas. Na imagem do quadro da Galeria do Louvre, há apenas pinturas? O que mais podemos notar nessa obra?


Samuel Finley Breese Morse. 1831-1833. Óleo sobre tela. Terra Foundation for American Art, Chicago, USA

Séc. I-II d.C. Mármore. Museu do Louvre, Paris. Foto: The Bridgeman Art Library/Keystone

A dedicação a essa pintura foi tanta que hoje podemos apreciá-la em detalhes e reconhecer quais são as imagens retratadas. No entanto, esse artista entrou para a história principalmente como um grande inventor, embora ele realmente possa ser lembrado como um homem de muitos talentos. Vamos observar a pintura de Morse mais uma vez e descobrir quais são as obras ali citadas? Veja, a seguir, os destaques com recortes das obras reproduzidas na obra Galeria do Louvre, de Samuel Morse, e as imagens das obras originais, expostas no museu, que ele recriou em sua pintura.

Recorte da Galeria do Louvre, de Samuel Morse, em que é reproduzida a escultura Artemis com uma corça [ou Diana de Versalhes].

A peça retratada é a escultura grega Artemis com uma corça [ou Diana de Versalhes] acompanhada de um animal, século I-II d.C. Mármore, 2 m de altura. Artemis, na mitologia romana, é a deusa Diana. A obra é uma cópia romana da era imperial de um original perdido, em bronze, atribuído ao escultor grego Leocarés, c. 325 a.C. Foto de 2013.

A escultura em mármore, conhecida como Artemis com uma corça (ou Diana de Versalhes), mostra como a deusa grega da caça foi criada no século II a.C. Em Roma, essa deusa era conhecida como Diana.

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Paolo Caliari Veronese. c. 1562. Óleo sobre tela: Museu do Louvre, Paris

Samuel Finley Breese Morse.1831-1833. Óleo sobre tela. Terra Foundation for American Art, Chicago, USA

Bodas de Caná, de Paolo Caliari Veronese, c. 1562. Óleo sobre tela, 666 cm × 990 cm.

Bartolomé Esteban Murillo. c 1650. Óleo sobre tela. Museu do Louvre, Paris

Essa obra de grandes dimensões (mede 6,6 m × 9,9 m) foi pintada pelo artista italiano Paolo Caliari Veronese (1528-1588), na época do Renascimento. O título é Bodas de Caná (1562-1563) e conta uma das passagens das escrituras bíblicas sobre o primeiro milagre de Jesus Cristo, que teria ocorrido durante o casamento de Caná, provável nome de uma pequena vila da Galileia.

Samuel Finley Breese Morse.1831-1833. Óleo sobre tela.Terra Foundation for American Art, Chicago, USA

Recorte da Galeria do Louvre, de Samuel Morse, em que é reproduzida a obra Bodas de Caná, de Veronese.

Recorte da Galeria do Louvre, de Samuel Morse, em que é reproduzida a obra El joven mendigo (O jovem mendigo), de Bartolomé Esteban Murillo.

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El joven mendigo (O jovem mendigo), de Bartolomé Esteban Murillo, c. 1650. Óleo sobre tela, 134 cm × 100 cm.

A cena de El joven mendigo (O jovem mendigo) ou Criança livrando-se das pulgas foi criada pelo artista espanhol Bartolomé Esteban Murillo (1618-1682) durante a época do estilo Barroco. Esse artista frequentemente representava as pessoas mais humildes. Na época em que o artista Murillo viveu na cidade de Sevilha, na Espanha, havia muita pobreza. O artista sensibilizava-se com o sofrimento das pessoas que viviam pelas ruas à procura de trabalho.


Leonardo da Vinci. c. 1503-1506. Óleo sobre tela. Museu do Louvre, Paris

Samuel Finley Breese Morse.1831-1833. Óleo sobre tela.Terra Foundation for American Art, Chicago, USA

Recorte da Mona Lisa, de Leonardo da Vinci, reproduzida na Galeria do Louvre, de Samuel Morse.

Mona Lisa, de Leonardo da Vinci, c. 1503-1506. Óleo sobre tela, 77 cm × 53 cm.

A pintura Mona Lisa (ou La Gioconda) (c. 1503-1506) é uma das mais conhecidas da história da arte. Foi feita pelo italiano Leonardo da Vinci (1452-1519), no período do Renascimento. Da Vinci foi cientista, matemático, arquiteto, engenheiro, botânico, anatomista, inventor, pintor, escultor, poeta e músico, para resumir sua lista de talentos e estudos. Como uma pessoa totalmente conectada ao seu tempo e voltado ao questionamento e ao pensamento constante, envolveu-se em muitas áreas do saber. As imagens artísticas costumam ser preservadas em coleções particulares ou públicas, como nos acervos dos museus. São muitas as obras de arte conhecidas presentes na obra de Samuel Morse. Que tal fazer uma pesquisa e descobrir mais sobre essa pintura e as obras de arte dentro dela? Se na sua cidade tiver um museu, vale a pena conhecê-lo. Convide os amigos, professores e familiares para fazer esse passeio. Pode ser uma experiência reveladora! Se não tiver um museu acessível, na internet você também pode fazer visitas virtuais a museus de todo o mundo. As câmeras registram as imagens pelas alamedas dos museus como se fossem os olhos dos visitantes. Aproveite todas as possibilidades!

AMPLIANDO Barroco é estilo de arte que se originou na Europa no início do século XVII e foi difundido em várias regiões do mundo. No continente americano, foi introduzido pelos colonizadores espanhóis e portugueses. É caracterizado por contrastes de luz e sombra e composição assimétrica e pictórica. Na escultura e arquitetura, firma-se em volumosos e movimentados detalhes, explorando as formas arredondadas. No Brasil, fez-se representar no trabalho de brancos, negros e mestiços, tendo seu desenvolvimento entre os séculos XVIII e XIX. Aqui, alguns artistas representativos desse período são Antônio Francisco Lisboa, conhecido como Aleijadinho (1730-1814), e Manoel da Costa Ataíde (1762-1830). Renascimento é uma época e também período artístico que aconteceu entre os séculos XIV e XVI. O tempo do Renascimento é considerado um momento da história de grandes descobertas em muitas áreas do conhecimento. Na arte, há inovações técnicas e ideológicas, mas busca a grandeza das produções artísticas clássicas da Antiguidade, principalmente a arte de Roma e Grécia antigas.

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