9 ano por toda parte

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Solange Utuari • Carlos Kater • Bruno Fischer • Pascoal Ferrari

ACOMPANHA CD EM ÁUDIO

Componente curricular: Arte

ISBN 978-85-20-00279-7

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788520 002797

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ano Anos finais do Ensino Fundamental Componente curricular: Arte



Anos finais do Ensino Fundamental Componente curricular: Arte

SOLANGE DOS SANTOS UTUARI FERRARI Mestre em Artes (área: Artes visuais) pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp). Licenciada em Educação Artística pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC-SP). Especialização em Antropologia pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (Fesp-SP). Especialização em Arte-Educação pela Universidade de São Paulo (USP). Artista plástica e ilustradora, formadora de educadores em Arte, assessora de projetos educativos e culturais, autora de materiais didáticos e de livros para formação em diversos níveis.

CARLOS ELIAS KATER

Educador, musicólogo e compositor. Doutor pela Universidade de Paris IV – Sorbonne. Professor Titular pela Escola de Música da Universidade Federal de Minas Gerais (EM-UFMG). Coordenou o Centro de Pesquisas em Música Contemporânea da UFMG; foi Vice-presidente da Associação Brasileira de Educação Musical (ABEM) e membro do Conselho Editorial (função atual). É Professor Colaborador do Programa de Pós-Graduação em Música da Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP) e Curador da Fundação Koellreutter da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ). Autor de diversos livros e artigos.

BRUNO FISCHER DIMARCH Mestre em Comunicação e Semiótica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), com Licenciatura em Educação Artística pela Faculdade Mozarteum de São Paulo (Famosp-SP). Membro do Centro Interdisciplinar de Semiótica da Cultura e da Mídia (CISC). Participou do Centro de Estudos da Dança (CED). Trabalhou na equipe curricular de Arte da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo. Foi coordenador de Educação a Distância na Fundação Bienal de São Paulo e consultor pedagógico na Rádio e TV Cultura de São Paulo.

PASCOAL FERNANDO FERRARI Mestre em Ciências (área de concentração: ensino de Ciências) pela Universidade Cruzeiro do Sul (UCS-SP). Especialização em Sociologia pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (Fesp-SP). Licenciado em Pedagogia pela Universidade Camilo Castelo Branco (UCCB-SP). Licenciado em Psicologia pela Universidade Braz Cubas (UBC-SP). Professor universitário, ator, diretor de teatro, consultor em projetos culturais em Artes Cênicas e autor de materiais didáticos para cursos de formação de professores em ambientes virtuais.

1ª. edição São Paulo – 2015

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ano


Copyright © Solange dos Santos Utuari Ferrari, Bruno Fischer Dimarch, Carlos Elias Kater, Pascoal Fernando Ferrari, 2015 Diretor editorial Lauri Cericato Gerente editorial Silvana Rossi Júlio Editor Roberto Henrique Lopes da Silva Editor assistente José Alessandre S. Neto Assessoria Alice Kobayashi, Daniela Alves, Daniela de Souza, Rosemary Aparecida Santiago, Roze Pedroso, Solange de Araújo Gonçalves, Thiago Abdalla, Vera Sílvia de Oliveira Roselli Assistente editorial Bruna Flores Gerente de produção editorial Mariana Milani Coordenadora de produção Marcia Berne Pereira Coordenadora de arte Daniela Máximo Projeto gráfico Juliana Carvalho, Alexandre S. de Paula Capa Juliana Carvalho Editor de arte Fabiano dos Santos Mariano Diagramação Ingrid Velasques, YAN Comunicação Tratamento de imagens Eziquiel Racheti Ilustrações Frosa, Marcelo Cipis Coordenadora de preparação e revisão Lilian Semenichin Preparação Líder: Sônia R. Cervantes Preparadora: Veridiana Maenaka Revisão Líder: Viviam Moreira Revisores: Alessandra Maria R. da Silva, Aline Araújo, Caline C. Devèze, Carolina Manley, Enymilia Guimarães, Kátia Cardoso, Lilian Vismari, Lívia Perran, Rita Lopes Supervisora de iconografia Célia Maria Rosa de Oliveira Iconografia Ana Stein, Érika Nascimento Diretor de operações e produção gráfica Reginaldo Soares Damasceno

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Por toda parte, 9.º ano / Solange dos Santos Utuari Ferrari... [et al.]. – 1. ed. – São Paulo : FTD, 2015. Outros autores: Bruno Fischer Dimarch, Carlos Elias Kater, Pascoal Fernando Ferrari ISBN 978-85-20-00279-7 (aluno) ISBN 978-85-20-00280-3 (professor) 1. Arte (Ensino fundamental) I. Ferrari, Solange dos Santos Utuari. II. Dimarch, Bruno Fischer. III. Kater, Carlos Elias. IV. Ferrari, Pascoal Fernando. 15-04076 372.5 Índices para catálogo sistemático: 1. Arte : Ensino fundamental 372.5

Em respeito ao meio ambiente, as folhas deste livro foram produzidas com fibras obtidas de árvores de florestas plantadas, com origem certificada.

Reprodução proibida: Art. 184 do Código Penal e Lei no 9.610 de 19 de fevereiro de 1998 Todos os direitos reservados à

Editora FTD S.A. Rua Rui Barbosa, 156 – Bela Vista – São Paulo – SP CEP 01326-010 – Tel. (0-XX-11) 3598-6000 Caixa Postal 65149 – CEP da Caixa Postal 01390-970 www.ftd.com.br E-mail: ensino.fundamental2@ftd.com.br

Impresso no Parque Gráfico da Editora FTD S.A. CNPJ 61.186.490/0016-33 Avenida Antonio Bardella, 300 Guarulhos-SP – CEP 07220-020 Tel. (11) 3545-8600 e Fax (11) 2412-5375


APRESENTAÇÃO Podemos encontrar arte nos mais diferentes lugares, tempos e contextos. Um olhar atento, um ouvido esperto e logo percebemos uma imagem, uma música, um gesto ou movimento, às vezes tudo junto ao mesmo tempo. Música que saiu do rádio do carro que passou pela rua agora há pouco, ou nos sons a revelar o gosto musical do seu vizinho. Bem pertinho, no fone de ouvido do seu celular, naquela música preferida, escolhida por você ou enviada por um amigo que encontra você. Somos contemporâneos do tempo das tecnologias, da cultura visual, dos sistemas de gravação de áudios e vídeos. Podemos compartilhar tudo isso com alguém, mesmo que bem distante. A arte alimenta-se de tudo que o ser humano inventa porque ela também foi inventada por pessoas há muito tempo e agora mesmo, neste último minuto. Você já parou para pensar que alguém, em algum lugar, acabou de fazer um desenho, uma pintura, uma escultura, tirou uma fotografia, criou uma composição, um arranjo musical? Ou que há pessoas apresentando uma peça teatral ou mostrando uma coreografia, com os corpos a movimentar-se em uma dança? Quem sabe alguém por aí está fazendo uma performance, criando uma instalação, escrevendo ou lendo um livro de literatura ou de poemas, ou criando filmes, vídeos, cenários, figurinos ou imagens para ilustrar um livro? É possível que alguém também esteja organizando uma festa, e roupas de carnaval ou maracatu possam, neste exato momento, ser bordadas pelas mãos de quem faz arte do povo para o povo! A arte é assim. Está mesmo em todos os lugares e é criada e apreciada por toda a gente. Estudá-la é procurar mais maneiras para encontrá-la. As produções artísticas brasileiras e as que foram ou são feitas mundo afora nos mostram um caminho para conhecer mais sobre o ser humano e sua maneira poética e estética de viver. Somos seres culturais. Por isso, inventamos linguagens, entre as quais muitas são artísticas. Nosso estudo quer ajudá-lo a desvendar essas linguagens para compreender e fazer arte. Convidamos você para estudar Arte. Vem! Veja, cante, movimente-se, sinta a arte da gente. Os autores


Caro aluno, conheça o seu livro de estudo da Arte! VEM DESENHAR!

VEM DESENHAR E GRAVAR!

Observe a ilustração a seguir.

J. Borges s.d. Xilografia. Coleção Particular

VEM!

Acervo Rosana Urbes

Acervo Rosana Urbes

Observe a imagem a seguir.

Você gosta de ser convidado? Imaginamos que sim. Logo de início

Ilustração Meu dia é assim, de Rosana Urbes. Na primeira imagem, o esboço em grafite. Na segunda, a ilustração colorida.

fazemos convites: Vem olhar! Vem

Linhas. Depois mais traços. Cores, formas, mais linhas, que criam texturas, movimentos, efei-

A sereia e os pássaros, de J. Borges, [19--]. Xilogravura.

tos de profundidade... Um desenho, uma ilustração que compõe um livro nasce da imaginação de desenhistas ou de escritores?

Cantar! Vem encenar, dançar, imaginar,

Há cores, linhas, formas...

Quem cria o personagem?

Há tradição de festas e histórias...

Quem dá formas a esse sonho? O trabalho de um ilustrador ou uma ilustradora é assim, do texto ele chega ao traço e nos apresenta uma imagem. Dá visualidade ao personagem!

tramar, pintar... conhecer e fazer arte!

Acompanhando tudo de perto, o artista popular cria narrativas em traços gravados com a arte da xilogravura. Que história será que esse artista conta?

Abre a cortina do pensar e, com o autor do livro, também cria, inventa...

Cavalo-marinho, Bumba Meu Boi, forró de pé de serra, animais, pes-

O trabalho do escritor se faz pelas palavras, e o do ilustrador,

soas dançando e tocando... São muitos os temas para ilustrar!

pelas imagens. Juntos, mostram o lugar, quem está por lá, o que acontecerá... Palavras, imagens, linguagens... todas juntas!

Com a riqueza de sua imaginação, o artista expressa em atos de desenhar, pintar e gravar a arte que o Brasil nos oferece!

Vem desenhar, pintar e entrar no mundo da imaginação pela arte da ilustração!

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TEMAS

MUNDO CONECTADO „ Experiência estética

O Brasil destaca-se por sua rica cultura popular tradicional. A exuberância de suas cores espalha-se pelas cidades por meio da diversidade de folguedos, danças e festejos, assim como nas mais diversas formas de artesanato.

Estudar Arte pode ser bem instigante e divertido, é como

Andrew H. Walker / Getty Images

Observe a imagem a seguir com atenção. O que estas pessoas estão fazendo? Marina Abramovic (1946) é uma artista da República da Sérvia que se dedica a performances e a suas múltiplas possibilidades. Percorre vários lugares com suas apresentações, inclusive o Brasil, onde esteve algumas vezes. Ao lado, um trabalho de Marina realizado no Museu de Arte Moderna de Nova Registro fotográfico da performance The artist York (MoMA). Trata-se do reis present (A artista está presente), de Marina gistro fotográfico da perforAbramovic, no Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA), em 2010. mance The artist is present (A artista está presente) (2010). Com essa obra, Marina trabalhou as relações entre o performer e o público, explorando os limites do corpo e da mente humana, em momentos que podem revirar nossos sentimentos e percepções da vida. Podemos dizer que a obra aproximou-se do happening, pois exigiu também a participação da plateia. Durante a performance, Marina Abramovic usa um vestido longo, na cor vermelha ou branca, e senta-se em uma cadeira. Do lado oposto da mesa há uma cadeira que pode ser ocupada de tempos em tempos por visitantes do museu. As duas pessoas, a artista e alguém do público, compartilham minutos de silêncio e contemplação, apenas se olhando. Você pode imaginar-se na situação do público ao olhar para a artista durante alguns instantes? Como você se comportaria? Como se sentiria nessa situação? Será que ao olhamos para a arte, ela também olha para nós? Na sua opinião, qual o sentido desse tipo de arte?

Muitos povos e muitas cores

João Caldas/Olhar Imagem

Na cidade de Abaetetuba, no Pará, por exemplo, o colorido firma-se na tradição do miriti. O nome faz referência a uma palmeira típica da região (também conhecida como buriti), cuja madeira é tradicionalmente utilizada pelos artesãos para a confecção de brinquedos em forma de pássaros, cobras, aranhas, tatus, barcos, entre outros. Veja a imagem a seguir.

O colorido na cultura artesanal do miriti, no Pará.

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mergulhar em um mar de saberes sem fim. Existem muitas obras de arte, feitas por milhares de artistas em diferentes lugares e tempos. Nesta seção, escolhemos alguns temas e exemplos para que você conheça ideias e histórias do mundo da Arte. A arte está relacionada a outras disciplinas e à vida cotidiana. Você pode descobrir como isso aconte89

ce lendo a seção Mundo conectado.

MAIS DE PERTO

MAIS DE PERTO „„Arte„multimídia„

www.cranioartes.com. Foto: Guilherme Zauith.

Colorido brasileiro

Tema 1

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Observe a imagem a seguir. Acervo Otávio Donasci

Quando começamos a conhecer Arte e tudo que, neste universo de saberes, pode nos ajudar a compreender

Como e quando se envolveu com a arte? Cranio, usando sprays, durante processo de criação de Torcida (2014), grafite sobre a Copa do Mundo no Brasil.

melhor o mundo, não queremos mais parar de conhecer!

meu estilo e me distanciando do comum encontrado nas ruas. [...] Seus personagens, pelo menos em maioria, têm uma crítica social. Qual é importância da arte na divulgação de opiniões e

Família„de VideoCriaturas, videoperformance de Otávio Donasci, década de 1980.

Performance é uma forma de expressar ideias, mensagens ou sensações, entre outras propostas, por meio do corpo, de seus gestos e movimentos, ao vivo e publicamente. O corpo é o suporte para a criação artística, entre outros materiais. Videoperformance é a performance que mistura a linguagem do vídeo com a linguagem corporal.

aproximar você ainda mais da Arte, trazemos sempre uma

Videoteatro é o espetáculo que mistura a linguagem do vídeo com a linguagem do teatro.

Descobriu o que são? Que linguagem artística será essa? O artista Otávio Donasci (1952) é paulistano e estudou várias linguagens artísticas. Assim, podemos dizer que ele é um artista multimídia. Uma linguagem multimídia é aquela que mistura várias linguagens, explorando o uso de imagens, sons, gestos e movimentos, por exemplo. Podemos dizer que Donasci é um artista multimídia porque, em sua obra, utiliza imagens de aparelhos de televisão com gestos e movimentos do corpo dos atores ao vivo. Mistura duas linguagens, o teatro e a arte audiovisual. Nessa mistura, acaba criando outras linguagens, como a performance, a videoperformance, o videoteatro, ou seja, a videoarte. Ele estudou artes plásticas, teatro e trabalhou como cenógrafo e diretor de criação. Suas VideoCriaturas são resultados de pesquisas envolvendo como usar equipamentos eletrônicos e o corpo humano na criação artística.

também como forma de expressão? Acredito ser importantíssimo colocar uma

Cranio. 2012. Grafite. Coleção particular. www.cranioartes.com

AMPLIANDO

cimentos sobre os temas e linguagens estudados. E, para

Henri de Toulouse-Lautrec. 1887. Museu Van Gogh, Amsterdã. Foto: De Agostini Picture Library /The Bridgeman Art Library/Keystone

Desde pequeno adorava desenhar, tinha 15 SP na Zona Norte. Aos poucos fui criando

inicialmente na seção Vem! para aprofundar seus conhe-

Na página ao lado, o primeiro desenho é da estado-unidense Mary Cassatt (1844-1926), que retratava o cotidiano familiar e feminino, e o segundo, do francês Edgar Degas (1834-1917), que registrou em desenhos e pinturas cenas sobre a vida cultural da época (ensaios de balé, corridas a cavalos e outros temas). No final do século XIX e início do século XX, o giz pastel, parecido com o giz que talvez você já tenha usado nas aulas de arte, era um material bem comum para desenhos. Ele pode ser seco ou oleoso e permite ao desenhista efeitos de veladuras ou grafismos. As imagens a seguir, nesta e na próxima página, são reproduções de desenhos criados por artistas que usaram o giz pastel. Observe seus traços.

E com o grafite?

anos quando comecei a grafitar nas ruas de

Assim, a seção Mais de perto resgata o convite feito

entrevista ou um depoimento na seção Palavra do artista.

Fabio Oliveira, o Cranio (1982) Leia trechos de uma entrevista em que o artista paulistano Fabio Oliveira, o Cranio, fala um pouco sobre seu envolvimento com o grafite e sobre o uso dessa arte para a elaboração de críticas e denúncias sociais.

crítica atrás de um trabalho artístico, caso contrário seria apenas mais um desenho bonitinho nas paredes de galerias e nos muros nas cidades. E também acredito ser importante mostrar um contexto histórico, algo onde as pessoas podem se agarrar, se lembrar, [...] isso é, as pessoas têm Turista consumidor, de Cranio, 2012. Grafite em papel, 100 cm × 80 cm.

que saber o que está acontecendo em nossa sociedade e abrir os olhos para os problemas. [...]

NAVILLE, Nat. Cranio: seus personagens vibrantes e a crítica social. Mistura Urbana. Disponível em: <http://misturaurbana. com/2014/04/entrevista-cranio-seus-personagens-vibrantes-e a-critica-social/>. Acesso em: 19 maio 2015.

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AMPLIANDO Giz pastel (oleoso ou seco) é um material para pintura e desenho encontrado em lojas especializadas em materiais artísticos e vendido em pequenas barras, que podem ser diluídas com óleos ou solventes (no caso do pastel oleoso), ou passadas sobre o papel diretamente, produzindo traços em grafismos (linhas) ou fazendo veladuras (quando espalhamos o pigmento desse material para conseguir efeitos aveludados).

AMPLIANDO Pode ser que algumas palavras sejam novas em seu vocabulário. Assim,

Pós-impressionismo foi um movimento artístico, sem um padrão ou uniformidade, por meio do qual os artistas privilegiavam o uso de cores vivas e retratavam temas da vida real com uma visão subjetiva do mundo. Gauguin, Toulose-Lautrec, Van Gogh e Cézanne são os principais representantes desse movimento, que aconteceu posteriormente ao movimento impressionista.

preparamos um boxe em estilo de glossário para você saber mais sobre essas palavras e ajudá-lo a compreender melhor o universo da Arte e seus termos. No final do livro há um índice remissivo para você localizá-los sempre que precisar.

Retrato de Vincent van Gogh, de Henri de Toulouse-Lautrec, 1887. Giz pastel, 54 cm × 45 cm.

Toulouse-Lautrec (1864-1901), artista francês de influência pós-impressionista, ficou conhecido pelos traços soltos e espontâneos que capturaram cenas da vida noturna da cidade de Paris do final do século XIX. Nessa obra, retratou seu amigo, o pintor holandês Vincent Van Gogh (1853-1890). Detalhe da obra Retrato de Vincent van Gogh, acima.

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LINGUAGEM DA ARTE Para criar em cada linguagem, precisamos conhecer seus códigos e procedimentos. Toda linguagem tem seu jeito de

AÇÃO E CRIAÇÃO

ser e de se comunicar. Para se expressar por meio de lingua-

A proposta é experimentar trabalhar o corpo como suporte da arte. Vamos criar estátuas vivas? Que tal fazermos a “modelagem” de formas corporais expressivas e estáticas? Todos são artistas e suportes para a arte corporal!

„ Estátua viva

gens, é preciso aprender sobre esses jeitos e significados.

PROCEDIMENTOS ARTÍSTICOS Organize grupos com cinco participantes. Dois serão os artistas modeladores e os outros três vão compor a estátua. Os artistas deverão “modelar” o corpo dos alunos-suporte, pensando em posições dos pés à cabeça. Os três que farão a estátua deverão

Assim, nesta seção vamos estudar como as linguagens da

seguir as orientações e modelagem do corpo atentamente. Combinem da obra, onde ficaria exposta. Indiquem em qual posição ficarão braços, pernas, como será a expressão facial da estátua. Você poderá usar objetos e acessórios em geral, desde que preste atenção na se-

arte são criadas. Na subseção Ação e criação, sugerimos

gurança de todos. Após a montagem... Estátua! Paralisem a cena. Quem modelou a estátua deverá falar sobre ela e contar o que planejou.

projetos de criação e experimentos artísticos para você, Procedimentos artísticos, damos algumas dicas sobre como fazer e usar materiais em produções artísticas.

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MISTURANDO TUDO!

DA ARTE VISUAL LINGUAGEM DAS ARTES VISUAIS

„ Coreografia

Um conhecimento pode ser conectado

„„Arte„naïf 01_TITULO_P3 A cultura tradicional brasileira é repleta de cores vivas. Das Congadas às festas de Bumba meu Boi, as roupas e os acessórios trazem um rico colorido. Observe as imagens a seguir, que mostram as cores na Dança do Pau de Fitas, realizada no Rio Grande do Sul, e na Festa do Boi Garantido, no Festival Folclórico de Parintins.

a outro. Uma linguagem pode ter relação

Washington Fidélis/Folhapress

Reg Innel/ Getty Images

Crédito da foto.

Observe as imagens a seguir.

Ensaio para o balé O lago dos cisnes.

Artista trabalhando nas ruas como estátua viva.

A arte conceitual é misturada? Qual é a diferença básica entre uma performance e um happening? A arte deve nos fazer pensar? Ou ser simplesmente apreciada? Qual é a sua opinião sobre a participação do público em uma apresentação artística? O que você acha sobre a mistura de diferentes linguagens artísticas? Qual é a relação entre o corpo e a arte? A arte contemporânea, ao questionar os valores artísticos e sociais, amplia os limites das linguagens artísticas, abrindo-se a novas experiências estéticas e culturais. Faça uma pesquisa na internet para conhecer mais performances e happenings. Pesquise também se há grupos com essa proposta na sua comunidade. Use seu diário de artista para registrar suas experiências em criar performances!

seus colegas e professores poderem fazer arte. Nos boxes

LINGUAGEM DA DANÇA

Katoosha / Shutterstock.com

a temática. O que querem dizer com a estátua viva? Pensem no nome

com outras e elas podem até estar juntas em uma produção artística. Esta seção traz questões para você pensar sobre

Sanjay Kanojia/ Afp Photo/Getty Images

Ormuzd Alves/Argosfoto

01_TEXTO_LEGENDA Dança do Pau de Fita que integra a Festa dos Açores, em Palhoça, Santa Catarina, em 2009.

Estudantes indianas apresentam a dança tradicional da sua cultura.

isso e para perceber o que você apren-

01_TEXTO

deu ao estudar cada capítulo.

Boi Garantido, representado principalmente pela cor vermelha, é uma das agremiações que competem todo ano no Festival Folclórico de Parintins, no Amazonas. O Boi Caprichoso é representado pela cor azul.

Observe as fotografias acima. A dança é a linguagem do movimento e as linguagens visuais nos dão a possibilidade de olhar para a dança em um instante congelado. O que elas têm em comum? Como os corpos estão apresentados nas imagens?

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CONEXÃO ARTE Sugestões de sites, livros, músicas, filmes, animações e documentários para você aprofundar sua viagem pelos conteúdos da unidade que mais despertaram o seu interesse no universo das artes.

EXPEDIÇÃO CULTURAL

O que você descobriu de novo no universo da arte ao estudar esta unidade? Você conhece as vertentes das linguagens artísticas que estudamos neste capítulo ou já as viu em seu cotidiano? Estudamos aqui sobre as ilustrações. Que tal pesquisar mais sobre a profissão do ilustrador? Arte pode ser uma forma de alertar as pessoas sobre as preocupações em relação ao meio ambiente? Qual o poder das imagens em nosso tempo? Que relações podemos fazer entre as questões religiosas e a arte? Em sua cidade há artistas naïfs? Como são os grafites? O que você sabe sobre a arte brasileira? Estudamos que algumas produções artísticas são feitas em grupo e outras, individualmente. Como você vê o seu processo de criação? Gosta mais de criar com seus amigos ou prefere fazer arte individualmente? Quais linguagens estudadas aqui você considera mais interessantes de criar em grupo? Que tal chamar a turma e seu professor para criarem juntos projetos de arte com base no seu aprendizado desta unidade?

Depois de conhecer algumas trajetórias da Arte, você e os colegas podem ter interesse em ver, ouvir ou sentir a arte mais de perto. Nesta seção, há propostas de

DIÁRIO DE ARTISTA

Marce

lo Cipis

passeios culturais e dicas de como ou onde encontrar mais arte. Registre tudo em seu Diário de artista e aproveite as dicas da seção Conexão arte.

Que tal continuar registrando suas experiências artísticas no seu diário de artista? Faça desenhos de observação, de memória e de imaginação, quantos e como quiser. Traga seu diário sempre com você e registre as cores e as formas do Brasil com base em seu universo particular e nas pesquisas que iniciar. Certamente, elas ampliarão o seu olhar e a sua escuta para a arte do mundo. Novas jornadas surgirão nos universos da arte, muitos mundos ainda a desvendar. O diário de artista pode acompanhá-lo sempre que você quiser, como um amigo de infância de quem nunca nos separamos. A gente se vê por aí, levados para onde os ventos poéticos da arte soprarem! Até!

CLIQUE ARTE Artes em 3D. Visite as obras da Capela Sistina em Roma em 3D, sem sair do lugar, no site oficial do Vaticano. Disponível em: <http://eba.im/8e6h44>.

Cranio. Conheça mais sobre o artista e sua série de grafites de crítica social no seu site oficial. Disponível em: <http://eba.im/q5dpx8>. Desvio Coletivo. Visitando o site oficial do projeto você encontra outras performances urbanas do grupo, com vídeos e fotos. Disponível em: <http://eba.im/g6ftq6>. Guto Lacaz. Conheça mais sobre os trabalhos e as ideias de Guto Lacaz no seu site oficial. Disponível em: <http://eba.im/dfgtc5>.

J. Borges. Confira a história do cordelista e mestre da arte popular brasileira no blog exclusivo sobre sua vida e obra. Disponível em: <http://eba.im/5qdx93>.

Peter Erskine. Veja as impressionantes instalações do artista com prismas de cristais, vidros e espelhos para criar ambientes coloridos no site oficial. Dispo-nível em: <http://eba.im/yo378t>.

LEIA ARTE Feira de versos poesia de cordel, de João Melquíades F. da Silva, Leandro Gomes de Barros e Patativa do Assaré. São Paulo: Ática, 2005. (Coleção Para gostar de ler). Sinopse: a poesia do cordel é um dos elementos mais fortes da cultura nordestina. Veiculado em feiras e eventos populares, o cordel é uma mistura de epopeia e comentário sobre a dura realidade da gente do Nordeste, misturando humor e crítica social, os versos dos repentistas oferecem uma visão especial da vida e da alma do povo brasileiro. Hélio Oiticica: qual é o Parangolé?, de Waly Salomão. Rio de Janeiro: Relume Dumara, 1996. Sinopse: a trajetória de um dos mais relevantes artistas de vanguarda do século XX é desenhada com estilo e desenvoltura pelo poeta que não via limites para a experimentalidade e a ousadia. Um encontro de talentos, beneficiado pela proximidade dos dois interlocutores e amigos e pelo conhecimento de quem atuou como conselheiro do acervo de Oiticica e editor de seus textos.

O quinze, de Rachel de Queiroz. São Paulo: Ática, 2012. Sinopse: na grande seca de 1915, Ceição convence Mãe Nácia a partir. Vicente quer ficar, salvar gado. Dona Maroca manda soltar o gado. Chico Bento vende as reses e parte com a família. Chegará à Amazônia? Não consegue as passagens e vai indo a pé. Um retirante em meio à seca. A fome e o cangaço. É um drama da terra.

OUÇA ARTE Sonhei que estava em Pernambuco. Intérprete: Antônio Nóbrega. Autor: Clóvis Mamede. Disponível em: <http://www.radio.uol.com.br/#/letras-e-musicas/antonio-nobrega/ sonhei-que-estava-em-pernambuco/5761356>. Toque de fole. Intérprete: Elba Ramalho. Autores: Bastinho Calixto e Ana Paula. Disponível em: <http://www.vagalume.com.br/elba-ramalho/toque-de-fole.html>.

VEJA ARTE Arte Naïf. Conheça mais sobre a Arte Naïf e seu rico acervo no site oficial do Museu Internacional de Arte Naïf do Brasil. Disponível em: <http://eba.im/zu7gks>.

No estudo de Arte, estamos o tempo todo fazendo rela-

O desenho é uma linguagem usada para expressar ideias, e muitas obras de arte podem ser criadas especificamente nessa linguagem, como é o caso de Mãos desenhando, de M.C. Escher, 1948. Pastel.

(3000 a.C.-476 d.C.)

ções entre passado e presente. A viagem pela arte nem

O desenho é parte do processo da criação de gravuras, independentemente do suporte utilizado (madeira, metal, linóleo, entre outros). Nesta imagem, xilogravura A sereia e os pássaros, de J. Borges.

2004

Para serem desenvolvidas peças de design, moda ou trabalhos arquitetônicos, o desenho é parte desses projetos. À esquerda, projeto/desenho para figurino e, à direita, figurino feito de papel, ambos de Jum Nakao, 2004.

1948

2010

sempre ocorre no tempo cronológico. Precisamos estudar a arte do nosso tempo porque somos contemporâneos dessas produções. Olhar para o passado e ver como a arte

O estêncil é uma técnica amplamente usada na linguagem do grafite que também utiliza o desenho como uma das etapas do processo. Nesta imagem, vemos o artista retirando a máscara (que contém o desenho recortado) da parede, após aplicação do estêncil.

se transforma pode provocar reflexões sobre como a vida

1951 www.cranioartes.com. Foto: Guilherme Zauith.

Filme de Clyde Geronimi, Wilfred Jackson e Hamilton Luske. Alice no País das Maravilhas. Estados Unidos, 1951. Walt Disney Co./Courtesy Everett Collection/Keystone

O desenho também pode ser usado como esboço para pinturas. Nesta imagem, vemos uma reprodução do desenho de Michelangelo, Sibyl, de 1508-1512, feito como esboço para a pintura final da Capela Sistina, no Vaticano, Itália.

2013

Sandra Bordin

No Renascimento, Leonardo da Vinci produziu muitos desenhos que foram largamente utilizados em estudos científicos, pela riqueza de detalhes desenhados de modo realista. Nesta imagem, um de seus estudos de anatomia, 1510.

(2 milhões a.C.-3000 a.C.)

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Há desenhos que expressam sentimentos religiosos. Nesta imagem, vemos o teto da Casa dos Espíritos, local pertencente ao povo tribal Iatmul, que vive às margens do rio Sepik, em Papua-Nova Guiné. As pessoas dessa comunidade decoraram todo o teto desse espaço sagrado com traços que formam padronagens em desenhos tribais e formas figurativas, exemplos de arte milenar da Oceania.

1508-1512

M.C. Escher's "Drawing Hands" © 2015 The M.C. Escher

Michelangelo. 1508-1512. Giz vermelho sobre papel. Museu metropolitano de arte, Nova York. Foto: The Bridgeman Art Library/Keystone

O carvão foi um dos primeiros materiais usados pelos povos primitivos para criar traços e desenhos na arte rupestre. Nesta imagem, desenho rupestre feito com carvão.

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LINHA DO TEMPO

2010

Carlos Garcia Rawlins/Reuters/Latinstock

15000 a.C.

1510

Ateliê Criativo Jum Nakao

Leonardo da Vinci, 1510. Royal Collection Trust. Foto: Science Source/Getty Images

Juergen Richter/Look-foto/Latinstock

O desenho, seus suportes e desdobramentos

J. Borges. s.d. xilogravura. Coleção particular.

Marc Dozier/Corbis/Latinstock

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Em 1951, Walt Disney deu movimento e cor à obra de Lewis Carroll, por meio da animação Alice no País das Maravilhas. Para esse filme, foi necessária a produção de muitas ilustrações que posteriormente foram animadas.

2014

e a sociedade também mudam com o passar dos séculos.

O grafite, linguagem artística difundida por meio do hip-hop a partir do final da década de 1970, usa como suporte os muros e tem no desenho parte de seu processo. Nesta imagem, registro fotográfico do artista Cranio produzindo Torcida (2014), grafite sobre a Copa do Mundo no Brasil que contém críticas sociopolíticas.

(séc. V-XV)

(séc. XV-XVIII)

Assim, observe a Linha do tempo e pesquise mais sobre

(séc. XIX-hoje)

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alguma obra de arte que chamar a sua atenção.


SUMÁRIO UNIDADE 1

Palavra, arte e multimídia

Andrew H. Walker/Getty Images

Capítulo 1: A PALAVRA NA CENA.................................... 10 VEM LER!.................................................................. 12 VEM ESCREVER!....................................................... 13

Tema 1 – Qual é a época da criação?.................15

Artes de todos os tempos....................................15

Tema 2 – Imagens e palavras............................ 17

Palavras em imagens..........................................17 Mundo conectado: “Palavra-imagem”...............20 Mundo conectado: Vento poético.......................22 A palavra também encena...................................23

Tema 3 – Adaptações e releituras..................... 27

Liberdades poéticas............................................27 Mundo conectado: Ser ou não ser... artista........30 Mais de perto: A forma e o conteúdo da poesia.. 32 Palavra do artista: Augusto de Campos.............33 Mais de perto: O autor e os atores.....................34 Palavra do artista: Doc Comparato....................36

Linguagem das artes visuais............................ 37

Hiroyuki Ito/Hulton Archive/Getty Images

Arte concreta......................................................37 Ação e criação: Imagens concretas...................39

Linguagem do teatro......................................... 43

VEM LINGUAJAR!......................................................50 VEM SINTONIZAR! ................................................... 51

Tema 1 – Arte de inventos................................. 52

Arte e tecnologia.................................................68 Ação e criação: Criando VideoCriaturas..............70

Linguagem da música...................................... 72

Babel musical.....................................................72 Ação e criação: Percursos e identidade na diversidade...................................74

Misturando tudo!.............................................. 75 Expedição cultural......................................................... 76 Diário de artista ............................................................ 76 Conexão arte................................................................. 77 Linha do tempo............................................................. 78 Evolução das mídias e o fazer artístico.................... 78

A língua do corpo

Capítulo 1: PERFORMANCE...... 82 VEM INTERVIR! ........................................................84 VEM MISTURAR!.......................................................85

Tema 1 – Combinando diferentes linguagens artísticas........................................ 86 Solos, duplas, grupos, artes reunidas..................86

Tema 2 – A arte da mente................................. 87

Arte – sempre para sempre.................................56 Mundo conectado: De ouvir e de ver.................59 Mais de perto: Arte multimídia...........................62 Palavra do artista: Otávio Donasci.....................64 Mais de perto: Histórias e imagens de Babel......65 Palavra do artista: Cildo Meireles......................67

Linguagem das artes visuais............................ 68

Misturando tudo!.............................................. 47

Inventos para o esquecimento ou infinitos pensamentos....................................52 Mundo conectado: A “língua” eletromagnética..55

Tema 2 – Todos os tempos ao mesmo tempo.... 56

A linguagem verbal e não verbal na dramaturgia.43 Planejar e construir.............................................44 Ação e criação: O texto escondido na linguagem do gesto........................................46

UNIDADE 2

Sandra Bordin

Capítulo 2: Arte multimídia..........48

Arte conceitual....................................................87 Mundo conectado: Experiência estética.............89 Mundo conectado: Arte e ecologia.....................90 Mais de perto: Recombinando diferentes linguagens artísticas...........................................91 Mais de perto: Intervenções...............................94

Palavra do artista: Desvio Coletivo.....................96

Tema 3 – Arte de misturas................................ 98

Palavra do artista: Guto Lacaz...........................99

Linguagem das artes – Performance ..............100

Performance – comunicação e reflexão.............100 Ação e criação: Vestindo arte do meu jeito.......102

Linguagem das artes – Happening..................103

Happening – comunicação e reflexão................103 Ação e criação: Estátua viva............................105

Misturando tudo!.............................................105


Linguagem da dança.......................................133

VEM DANÇAR!......................................................... 108 VEM COREOGRAFAR!............................................... 109

Pensamento-movimento...................................133 Ação e criação: Territórios da dança................135

Tema 1 – Que língua fala a dança?...................110 A dança tem muito a dizer.................................110 Mundo conectado: A minha língua...................112

Tema 2 – Saltos, passos, quedas, volteios........114

Coreografia.......................................................138 Ação e criação: Experiência coreográfica.........142

Misturando tudo!.............................................145

As danças e o dançar........................................114

Tema 3 – Dança de pensamentos.....................116

Expedição cultural....................................................... 146 Diário de artista........................................................... 146 Conexão arte............................................................... 147 Linha do tempo........................................................... 148 Os seres humanos e a dança: juntos desde o primeiro gesto............................... 148

Influências: a dança também ouve....................117 Mundo conectado: A guerra pensada no corpo.120 Mais de perto: O movimento............................122 Palavra do artista: Marcos Abranches..............125 Mais de perto: Funk Brasil...............................126 Palavra do artista: Rodrigo Pederneiras...........131

Traços e cores Capítulo 1: DESENHAR, PINTAR E GRAVAR................... 152

Capítulo 2: SONS E CORES DO BRASIL..................................... 196

VEM DESENHAR!..................................................... 154 VEM DESENHAR E GRAVAR!.................................... 155

VEM CRIAR!............................................................. 198 VEM GRAFITAR!...................................................... 199

Tema 1 – No princípio era o traço....................156

Tema 1 – Colorido brasileiro........................... 200

O desenho pelo desenho...................................157 Desenho como processo da gravura..................161 Desenho como processo da pintura...................163 Desenhos para projetos.....................................164 Mundo conectado: Arte e religião....................165

Muitos povos e muitas cores.............................200 Mundo conectado: Floresta Amazônica............203 Mais de perto: Essa mistura dá samba!............204 Palavra do artista: Fabio Oliveira, o Cranio.......207

Tema 2 – Imagens da música brasileira......... 208

Tema 2 – Ilustração – um olhar especial.........168

Enredo..............................................................208

Ilustração no tempo e do tempo........................168 Mundo conectado: Ilustração e Ciências..........171 Mais de perto: Ilustres ilustrações....................173 Palavra do artista: Rosana Urbes.....................174 Mais de perto: Ilustrações e origens.................175 Palavra do artista: J. Borges............................177

Linguagem das artes visuais.......................... 209

Linguagem das artes visuais........................... 178

Misturando tudo!............................................. 217

Materiais, pontos, linhas, formas, superfícies e cores...............................178

Linguagem das artes visuais........................... 179

Mundo colorido.................................................179 Cor luz e cor pigmento......................................181 Ação e criação: Compondo imagens................184 Ler é conversar.................................................185 O desenho e seus diversos materiais................186 Ação e criação: Desenhando ideias..................188 Ação e criação: Composições policromáticas...191

Arte naïf............................................................209 Ação e criação: A tradição da cor.....................213

Linguagem das artes visuais...........................214

O grafite............................................................214 Ação e criação: O estêncil...............................216

Expedição cultural....................................................... 218 Diário de artista .......................................................... 218 Conexão arte............................................................... 219 Linha do tempo........................................................... 220 O desenho, seus suportes e desdobramentos...... 220

Linguagem das artes visuais...........................192

Imagens gravadas.............................................192 Ação e criação: As etapas da xilogravura.........194

Misturando tudo!.............................................195

UNIDADE 3 Andrew H. Walker/Getty Images

Linguagem da dança.......................................138

Páginas finais Ampliando: Índice remissivo, 222

Referências, 223

Hiroyuki Ito/Hulton Archive/Getty Images

Sandra Bordin

Capítulo 2: DANÇA......................... 106


UNIDADE 1

Palavra, arte e multimídia 1

A criação e a liberdade poética. A arte que se dirige ao longe e a arte que aponta para ela mesma. A palavra na arte, palavra poema, palavra-imagem, palavra em cena, palavra som. As mídias da arte e a arte multimídia. O corpo, o gesto, a performance e a representação e sua relação com a tecnologia. Os tempos da arte podem se misturar, somar e existir juntos. A música de hoje pode ter o som do passado e buscar o futuro. As linguagens da arte não param de se transformar em seu perpétuo movimento na cultura.

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Trajetórias para a arte: ¡ Capítulo 1 / A palavra na cena ¡ Capítulo 2 / Arte multimídia Créditos das imagens: 1. Cleo Velleda/Folhapress; 2. Herve Bruhat/Gamma-Rapho/Getty Images; 3. Pier Marco Tacca/Getty Images; 4. Acervo Otávio Donasci; 5. Alf Ribeiro/Pitanga RM/Latinstock; 6. Richard T. Nowitz/Corbis/Latinstock; 7. Acervo do Grupo Nadistas e Tudistas; 8. Topic Photo Agency/Corbis/Latinstock; 9. Daniel Canogar. 2013. Vídeo escultura. Foto: Polly Yassin/Bildmuseet; 10. Luli Penna

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Capítulo 1

A PALAVRA NA CENA Arte e você em: ¡¡ Qual é a época da criação? ¡¡ Imagens e palavras ¡¡ Adaptações e releituras ¡¡ Linguagem das artes visuais ¡¡ Linguagem do teatro

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Cleo Velleda/Folhapress

Imagem da exposição do projeto Poemóbiles, livro de Augusto de Campos e ilustrações de Julio Plaza, 1974.

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VEM LER! Observe a imagem a seguir.

Augusto de Campos e Julio Plaza

Ver ou ler?

Obra Abre, de Poemóbiles, de Augusto de Campos e Julio Plaza, 1974. Peças escultóricas.

Eu leio palavras ou vejo uma forma? As letras formam palavras. As palavras formam imagens. Há artistas que optam pela arte das palavras e das imagens, o mundo verbal e o visual integrados. São linguagens, formas diferentes de falar e de comunicar-se. A arte fala? O que ela fala? Do que fala a arte? Ideias, sensações, revelações... Quais são as formas ou os assuntos da arte? E você, tem algo a dizer? Então, diga! Como? Por imagens ou palavras? Tudo junto criado ao mesmo tempo... Será? As palavras ditas são efêmeras, vão-se com o vento. As palavras escritas na obra do artista vão durar mais tempo. Contudo, só terão sentido quando alguém olhá-las, lê-las, apreciá-las.

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VEM ESCREVER! Leia o trecho de peça de teatro a seguir.

[...] D. Nuvem – E água tem cor? Brisa – Tem! O mar é verde, lembra? E depois o mundo é colorido demais e na terra eu arranjo uma cor pra mim. (PAUSA) – Fica descansada; antes de virar gota d’água, eu dou uma sopradinha na senhora. D. Nuvem – E amanhã? Quem vai me soprar? Brisa – Amanhã a senhora arranja um pé de vento, uma lufada, um tufão, um vento bravo ou uma brisa qualquer. Amanhã sempre se dá um jeito. Amanhã eu terei uma cor! (TEMPO) D. Nuvem – Você está enganada. Muito enganada. A felicidade não é dada pela cor que se tem! Brisa – A senhora não é feliz no seu branco? D. Nuvem – Reclamo um pouco, como todo mundo sabe. Prefiro me ver rosinha quando chego perto do sol. Mas gosto de ser nuvem, e aí está minha felicidade. E depois, ninguém é feliz todo o tempo.

Trecho da peça A viagem das sensações. COMPARATO, Doc. A viagem das sensações. 1982.¡ Ato I. Cena I. In: Biblioteca Digital de Peças Teatrais – BDTeatro.¡ Disponível em: <http://www.bdteatro.ufu.br/marc.php?codpeca=tt00512>.¡ Acesso em: 20 abr. 2015.

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O texto mostra a conversa entre personagens: Brisa e Dona Nuvem. O que dizem uma para a outra? Que história está sendo contada? Como o texto foi escrito para a gente saber quem fala? Quando e como é dito cada trecho do texto? Quem é a personagem mais preocupada? Será que a Dona Nuvem vai encontrar quem possa soprá-la? Repare bem! O texto foi escrito de um jeito especial. Tem diálogos e momento de pausa, em que se dá um tempo. Será que o autor quer ajudar a gente a criar na linguagem do teatro? Você já assistiu a uma cena teatral? A arte de criar textos para teatro é chamada de dramaturgia. Leia o trecho da peça e pense: É melhor ter ou ser? Eis a questão! O teatro pode começar assim, com uma peça escrita, ou apenas um roteiro. E a cena desenrola-se. Começamos a imaginar cenários, figurinos, falas, expressões corporais e tudo o que a nossa mente planejar e criar. A arte tem muitas linguagens, que podem estar uma dentro da outra, como a palavra na boca da atriz que, ao encenar, diz: “ninguém é feliz todo o tempo”. O que você pensa sobre essas palavras jogadas ao vento? Xica Lima

Cena de montagem da peça A viagem das sensações, de Doc Comparato, escrita em 1982.

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Qual é a época da criação?

Tema 1

Artes de todos os tempos Alex Flemming

Observe a imagem a seguir.

A arte, entre seus vários papéis na sociedade, é também expressividade e comunicação. Podemos dizer o que sentimos e pensamos por meio da arte. Compartilhamos sentimentos e ideias. A arte é expressa em linguagens. E que língua é essa que a arte “fala”? Ao criar arte, podemos escolher por quais caminhos nos expressar. Por meio das imagens, dos gestos, dos sons, das palavras... Podemos criar mundos imaginários muito diferentes do real, ou representar ideias mais próximas do nosso cotidiano. De qualquer modo, tudo passa por nossa imaginação e interpretação sobre as coisas. A arte nasce por muitas motivações, mas é no mundo mental que ela se desenvolve.

Alex Flemming

Registro fotográfico da instalação Lápides, de Alex Flemming, 2012. Pinacoteca do Estado de São Paulo.

Detalhe da instalação Lápides, de Alex Flemming, 2012.

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Leia este trecho de letra de música. Palavras não são más Palavras não são quentes Palavras são iguais Sendo diferentes Palavras não são frias Palavras não são boas Os números pra os dias E os nomes pra as pessoas Palavras eu preciso Preciso com urgência [...] Trecho da letra de música Palavras. FROMER, Marcelo; BRITTO, Sérgio. Palavras. In: Titãs Acústico MTV. Rio de Janeiro: WEA, 1997. CD. Faixa 10.

AMPLIANDO Intermídia é um termo usado desde o início dos movimentos de arte do começo do século XX para fazer referência a artistas e às suas produções que usam duas ou mais linguagens. Atualmente, o termo é usado para falar de produções que, além de várias linguagens, utilizam vários recursos, inclusive os tecnológicos.

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Objetos de consumo ficam obsoletos. A arte, não. Você concorda com essa afirmação? A resposta pode depender do contexto cultural no qual tanto o objeto quanto a arte foram criados e o quanto significam para uma sociedade. Atualmente, o uso de coisas antigas para criar arte é bem frequente, apresentando, muitas vezes, novos significados para os objetos e as ideias. Em 2012, o artista paulistano Alex Flemming (1954) fez um pedido a várias pessoas que conhecia. Solicitou a doação de computadores portáteis antigos e sem uso. Várias pessoas colaboraram com o artista, que conseguiu juntar computadores suficientes para montar uma instalação na Pinacoteca do Estado de São Paulo, como vimos na imagem da página anterior. Vamos entrar nesse mundo de imaginação? A criação artística pode acontecer usando mais de uma linguagem, misturando maneiras de criar e de expressar-se. Há artes hoje que são intermídia. São linguagens artísticas que podem estar juntas em uma mesma obra: som, imagem, palavra, gesto, movimento (música, artes visuais, literatura, teatro e dança). Cada uma dessas linguagens possui os seus códigos, a sua maneira de ser e de se comunicar com você. Alex Flemming usou imagens e palavras para nos convidar a pensar sobre as relações com as tecnologias e como nos comunicamos.


Imagens e palavras

Tema Tema21

Palavras em imagens

Augusto de Campos

Observe o poema-imagem a seguir.

Caixa preta (capa externa), de Augusto de Campos e Julio Plaza, 1975.

A arte como forma de comunicação é uma espécie de troca entre o artista e o público. Trocamos sentimentos, pensamentos, ideias. Vamos pensar sobre isso? Observe novamente a imagem acima. São palavras? O que dizem? É uma forma? Que forma você vê?

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Augusto de Campos

Detalhe da capa externa do projeto Caixa preta, de Augusto de Campos e Julio Plaza, 1975.

O projeto Caixa preta foi um misto de escultura e livro, apresentando-nos dois tipos de código, um visual e outro escrito. Feito a quatro mãos, é uma parceria de dois artistas: o espanhol Julio Plaza (1938-2003), mais ligado às artes visuais, e o brasileiro Augusto de Campos (1931), paulistano ligado às artes literárias, mais especificamente à poesia concreta. Na poesia concreta, podemos observar imagens sem abrir mão da palavra escrita. Nessa forma de arte, a presença de elementos que estruturam uma poesia, como estrofes e rimas, entre outros, é dispensada. A palavra é trabalhada também como um elemento visual. Assim, na poesia concreta, as palavras podem ser dispostas geometricamente, criando imagens. É uma poesia que tem um forte apelo visual, você não acha? Observe outro exemplo de poesia concreta a seguir. A poesia concreta é considerada uma arte de vanguarda. Faz parte de um movimento denominado Concretismo (ou Arte Concreta). No Brasil, teve início na década de 1950. Os artistas concretistas romperam com a arte mais tradicional brasileira, ainda muito ligada à criação de imagens figurativas, que representam ou descrevem as coisas como as vemos na natureza e no cotidiano. Na imagem da página anterior, na Caixa preta, o poema traz símbolos gráficos, como a estrela, por exemplo, substituindo algumas letras. Decifre o código e leia o poema, que já foi musicado por Caetano Veloso no seu disco Uns, de 1983.

AMPLIANDO O Concretismo (ou Arte Concreta) foi um movimento e estilo internacional que teve no Brasil representatividade no Grupo Ruptura. A arte concreta busca abandonar qualquer aspecto de representação da natureza, negando as correntes artísticas subjetivistas e líricas. Elementos de linguagem são articulados para expressar a forma. Na literatura, tivemos a poesia concreta dentro do movimento concretista. É representada por poemas que exploram tanto a poética da palavra quanto da imagem. A preocupação era aproximar a palavra da imagem, em íntima relação entre o verbal e o visual. Os nomes na literatura concreta são Julio Plaza (1938-2003), Augusto de Campos (1931), Haroldo de Campos (1929- 2003) e Décio Pignatari (1927-2012), entre outros. O termo vanguarda vem da palavra francesa avant-garde, que significa estar na linha de frente de uma luta (exército). Nas artes, esse termo foi usado para denominar os movimentos estéticos e artísticos que estavam liderando mudanças culturais inovadoras.

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Augusto de Campos

Os artistas concretistas dedicaram-se a buscar uma estética mais racional, com forte influência da arte geométrica e abstrata. Nessa época, estava acontecendo no Brasil e no mundo uma revolução na forma de produzir imagens impressas e eletrônicas. A televisão, o vídeo, os sistemas de gravação de sons e a computação estavam ficando mais populares. A cada dia, inventava-se um jeito novo de criar nos meios de comunicação. Os artistas observavam tudo e incorporavam essas mudanças nas suas produções artísticas. Você acha que os meios de comunicação contemporâneos (rádio, televisão, internet e outras mídias) interferem no seu modo de falar, de escrever e de criar? De que precisamos para criar imagens e poemas?

TEMPOESPAÇO, poema concreto de Augusto de Campos, 1958.

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MUNDO CONECTADO „„“Palavra-imagem” Arnaldo Antunes

Leia os poemas (e observe as imagens que eles formam) a seguir.

Paulo Leminski

Gera, poema de Arnaldo Antunes. In: ANTUNES, Arnaldo. 2 ou + corpos no mesmo espaço. São Paulo: Perspectiva, 1997. (Coleção Signos, v. 23).

Lua na água, poema de Paulo Leminski, 1982. In: LEMINSKI, Paulo. Toda poesia. São Paulo: Companhia das Letras, 2013.

O que você consegue ler? Que formas são percebidas? As palavras e as formas apontam que ideias? Será que artistas como o paulistano Arnaldo Antunes (1960) e o curitibano Paulo Leminski (1944-1989) escolheram as palavras que combinaram com essas formas? Você imagina as intenções dos artistas ao criar esse tipo de arte em “palavras-imagens”? Você já criou formas com palavras? Ou palavras com formas?

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Décio Pignatari

Leia (e depois veja, como se fosse uma tela de pintura) o poema do artista paulista Décio Pignatari (1927-2012), uma pessoa importante na história da arte concreta brasileira. As ideias do concretismo influenciaram a poesia, a música, as artes visuais e, posteriormente, os artistas do design e da moda. As formas, o uso de figuras geométricas e cores vibrantes, o uso de letras e palavras simples e diretas marcaram esse estilo de arte.

Crédito da foto.

Terra, poema de Décio Pignatari, 1956. In: PIGNATARI, Décio. Poesia pois é poesia 19502000. Cotia, SP: Ateliê; Campinas, SP: Editora da Unicamp, 2004.

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MUNDO CONECTADO „„Vento Poético Hoje temos programas de computadores que nos ajudam a criar “palavras-imagens”. Você conhece esses sistemas? Peça ajuda aos professores de Arte e Informática. Veja um exemplo desse tipo de produção com possibilidades de criar usando tecnologias e arte. Palavras escolhidas:

Vento Poético pé de vento pé de ingá pé pra lá pé pra cá pé de quem? pé do quê? Poema criado pelos autores especialmente para esta obra.

Thiago Soares

Agora, veja exemplos de composição usando programas de criar nuvem de palavras e recursos de efeitos de imagens.

O movimento de arte concreta mudou o modo de fazer imagens e poemas. A criação de imagens abstratas (ou seja, sem relação com a realidade figurativa e a composição de palavras de forma pura) é uma das características desse movimento. Chame os colegas e o professor para participar desse processo de criação na arte concreta. É a arte da palavra que abraça a arte da imagem.

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A palavra também encena Aghueda Amaral

Observe a imagem a seguir.

Cena do espetáculo teatral O bobo do rei, da Cia. Vagalum Tum Tum, 2009. É uma livre adaptação da peça Rei Lear, de William Shakespeare (1564-1616), escrita em 1605.

Agora, leia esta letra de música.

Folia no quarto Se água nos olhos do palhaço molha Menina dos olhos abandonada Boneca de pano, de pena, chora Quando água nos olhos da gente escorre Corre beirando boca, ribeirão Dorme junto ao coração Faz do peito cachoeira

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Leva, lavando, me deixando leve Que a certeza não escorregue Feito pedra de sabão Bola, vidro, janela, bronca, tapa Dias e dias sem televisão Fecho porta pra não escutar briga E, também, pra briga não escutar minha canção Que faço distraindo a vida Vou traindo minha sina Distraindo decisão Falo coisas que às vezes não faço Sou boneca, sou palhaço, ponto de interrogação Todo ser seria Todo rio riria Toda flor folia Abajur pra escuridão Toda brincadeira começa com alegria Mas o sino do almoço troca o riso por feijão Quero mais careta no retrato Quero mais folia no meu quarto Letra¡da¡música¡Folia no quarto.¡ ANITELLI,¡Fernando;¡STOPA,¡Nô.¡Folia¡no¡quarto.¡In:¡O¡Teatro¡Mágico.¡ A sociedade do espetáculo – O Teatro Mágico.¡ São¡Paulo:¡O¡Teatro¡Mágico,¡2011.¡CD.¡Faixa¡14.¡Disponível¡em:¡ <http://www.oteatromagico.mus.br/musicas/disco/3>.¡Acesso¡em:¡21¡abr.¡2015.

Palhaços,¡ m¡úsicos,¡ cenários,¡ atores¡ em¡ roupas¡ engraçadas.¡ O¡ personagem¡na¡forma¡do¡palhaço¡faz¡rir¡até¡de¡coisas¡trágicas.¡Talvez¡porque¡o¡ palhaço¡queira,¡assim¡como¡canta¡a¡turma¡do¡grupo O Teatro Mágico,¡que¡ todo¡mundo¡ria,¡“que¡toda¡flor¡folia,¡abajur¡pra¡escuridão”.¡ Nas¡imagens,¡vemos¡cenas¡do¡espetáculo¡teatral¡O bobo do rei,¡criado¡ pela¡Cia.¡Vagalum¡Tum¡Tum¡de¡teatro,¡sediada¡em¡São¡Paulo.¡Essa¡companhia¡ é¡formada¡por¡atores¡que¡se¡dedicam¡a¡pesquisar¡e¡criar¡arte¡com¡base¡na¡ linguagem¡do¡palhaço.

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Para¡a¡criação¡de¡uma¡peça¡teatral,¡há¡muitos¡detalhes¡a¡ planejar:¡qual¡texto¡escolher¡ou¡criar,¡quantos¡e¡quais¡os¡papéis¡ a¡serem¡interpretados,¡quem¡serão¡os¡atores,¡como¡será¡o¡cenário,¡ a¡ iluminação,¡ a¡ sonoplastia,¡ os¡ figurinos¡ (idealizá-los¡ e¡ fazê-los),¡conseguir¡lugar¡para¡ensaiar,¡lugar¡para¡encenar...¡ufa!¡ Fazer¡teatro¡requer¡pensar¡em¡muitas¡coisas!¡E¡o¡detalhe¡que¡ fundamenta¡tudo¡é¡o¡texto¡dramático,¡a¡história¡a¡ser¡contada¡e¡ as¡suas¡ideias¡e¡mensagens.¡ Observando¡os¡atores¡atuando¡em¡cena,¡pode¡haver¡montagens¡com¡diálogos¡encenados¡ou¡monólogos,¡quando¡um¡ator¡ fala¡em¡cena¡sozinho,¡como¡se¡estivesse¡conversando¡com¡seus¡ “botões”¡ou¡com¡o¡público.¡Essas¡expressões¡cênicas¡no¡palco¡ resultam¡de¡um¡texto¡que¡foi¡lido,¡estudado,¡muitas¡vezes¡adaptado,¡para¡dar¡vida¡e¡fala¡aos¡personagens.¡

AMPLIANDO Em uma montagem teatral, o diálogo desenvolve os temas por meio das conversas entre dois ou mais personagens. O monólogo identifica a cena ou espetáculo em que um ator fala em cena sozinho, sem a participação de outros atores. Ou seja, são momentos ou espetáculos com o personagem sozinho na cena, falando consigo mesmo ou com um (ou até mais de um) personagem imaginário, às vezes falando para o público, mas sem interlocução. Os dramaturgos podem incluir pequenos monólogos dentro de uma peça, ou ainda criar um texto para um personagem apenas, no qual durante todo o espetáculo há apenas um ator em cena (nesse caso, toda a peça é um monólogo).

Ivson

Cena do espetáculo teatral O bobo do rei, da Cia. Vagalum Tum Tum, 2009.

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No caso da Cia. Vagalum Tum Tum, essa trupe teatral costuma fazer pesquisas e criar adaptações de textos do inglês William Shakespeare (1564-1616). Um dos principais dramaturgos do teatro, conhecido por todo o mundo por seus textos e poemas, esse escritor foi autor de peças que se tornaram clássicos, como Romeu e Julieta, Hamlet, Rei Lear, Macbeth, Sonho de uma noite de verão, entre outras peças que caíram no gosto popular e são representadas até hoje.

A palavra dramaturgo tem origem na palavra grega dramatourgós, que significa autor de peças de teatro. Os textos criados pelo dramaturgo podem destinar-se à representação teatral ou ser adaptados para vídeos no cinema, na televisão, na internet. Dramaturgia é a linguagem artística de que se ocupa o dramaturgo.

John Taylor. c.1610. Óleo sobre tela. National Portrait Gallery, London

AMPLIANDO

Araldo de Luca/Corbis/Latinstock

Retrato de William Shakespeare (1564-1616).

Busto em mármore de Ésquilo (525-456 a.C.), dramaturgo grego conhecido como o pai da tragédia.

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Shakespeare tem uma produção vasta de tragédias e¡ comédias, e suas peças também são adaptadas para o cinema e a televisão, além de inspirarem a criação de filmes, novelas, séries, minisséries e animações com base em suas tramas. Vários compositores também se inspiraram nas obras de Shakespeare para criar músicas e óperas. A palavra sempre esteve ligada ao teatro. Peças de teatro são escritas há muito tempo. Um dos povos que mais utilizaram essa tradição, desde séculos atrás, foram os gregos, que inspiraram toda a história do teatro, principalmente no Ocidente. Praticamente todos os povos têm alguma forma de teatro enraizada nas suas culturas. Entre os grandes dramaturgos antigos, encontramos Ésquilo (525-456 a.C.), autor de peças como Prometeu acorrentado, As suplicantes, Os persas, entre outras. É reconhecido na história da dramaturgia como o pai da tragédia grega.


Adaptações e releituras

Tema Tema31

Liberdades poéticas Luli Penna

Observe a imagem a seguir.

Ser ou não ser,

Cartum de Luli Penna sobre cena da peça Hamlet, de William Shakespeare.

eis a questão. Fala clássica da peça Hamlet,¡ de William Shakespeare

Criar adaptações está longe de ser novidade na história da humanidade. Desde sempre tivemos de nos adaptar a viver em locais diferentes, transformar coisas e intervir na vida e na natureza. Assim, adaptar algo à nossa realidade ou adaptarmo-nos a alguma coisa faz parte da cultura humana. Os textos dramatúrgicos são criados em muitas épocas, inclusive neste exato momento alguém provavelmente está escrevendo um texto que atores poderão usar para criar na arte do teatro. Trata-se de mais um caso de parceria entre linguagens: língua da palavra (textos literários) e língua do corpo (teatro). A literatura também pode inspirar artistas de diferentes linguagens a criar ilustrações, pinturas, esculturas e até personagens de animação e videogames.

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Corbis/Latinstock

George Hopkins/Alamy/Latinstock

Observe as imagens a seguir. São representações do personagem Hamlet, da obra de William Shakespeare, na escultura e na fotografia.

Escultura em bronze de Hamlet, em memorial na cidade de Stratford-Upon-Avon, na Inglaterra, onde nasceu William Shakespeare.

Imagem do ator estado-unidense Edwin Booth (1833-1933) como Hamlet, em 1870.

Você já ouviu a frase: “Ser ou não ser, eis a questão”? Essa frase foi criada por William Shakespeare para a peça Hamlet, escrita entre os anos 1599 e 1601. O texto conta a história do príncipe Hamlet, que enfrenta dramas depois da morte do pai. A história é repleta de dúvidas, indagações sobre a brevidade da vida, a maldade no mundo e a traição das pessoas.¡ Assim como outras peças de Shakespeare, cuja temática central é atemporal, essa peça é montada em todo o mundo anualmente. Veja um registro fotográfico com o ator estado-unidense Edwin Booth como Hamlet, em 1870.

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Joao Caldas F.

A cada vez que um espetáculo teatral é criado com base em um texto da literatura de dramaturgia, é possível que sejam feitas adaptações. Mesmo quando as montagens optam por reproduzir o mesmo período histórico para o qual o texto foi escrito, algumas adequações costumam ser feitas, visando à concepção cênica dos diretores, à atuação dos atores ou ao público para quem será mostrada a peça depois de pronta. A Cia. Vagalum Tum Tum fez uma recriação para o público infantojuvenil do texto Hamlet, que se transformou no espetáculo O príncipe da Dinamarca, com adaptação e direção do paulistano Angelo Brandini (1959). Veja a imagem a seguir.

A linguagem divertida de palhaços, o trabalho da trupe da Cia. Vagalum Tum Tum, a adaptação do texto, os figurinos, a iluminação, os cenários contribuíram para contar essa história que fala de morte, vingança e fantasma, enfim, uma grande tragédia transformada, na versão infantojuvenil, em uma tragicomédia que faz o público rir o tempo todo das peripécias dos personagens.

A banda de caveiras da montagem O príncipe da Dinamarca, da Cia. Vagalum Tum Tum, em 2009. Adaptação para o público infantojuvenil da tragédia Hamlet, de William Shakespeare.

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MUNDO CONECTADO „„Ser ou não ser... artista

Nani

Observe a tirinha a seguir.

Tirinha das Galinhas Filosóficas, de Nani, com tema inspirado na peça Hamlet, de Shakespeare.

A frase mais famosa de Shakespeare inspirou também o chargista Nani (1951) a criar essa tirinha da série Galinhas Filosóficas, explorando, como é característico dessa linguagem, o humor. Agora, leia um trecho da peça Hamlet, de Shakespeare. Trata-se de um pequeno monólogo no qual o príncipe expõe suas dúvidas e angústias, abrindo a sua fala com a mais célebre frase da peça. POLÔNIO: Ei-lo que chega, meu senhor; saiamos. (O Rei e Polônio saem.) (Entra Hamlet.) HAMLET: Ser ou não ser... Eis a questão. Que é mais nobre para a alma: suportar os dardos e arremessos do fado sempre adverso, ou armar-se contra um mar de desventuras e dar-lhes fim tentando resistir-lhes? Morrer... dormir... mais nada... Imaginar que um sono põe remate aos sofrimentos do coração e aos golpes infinitos que constituem a natural herança da carne é solução para almejar-se. Morrer..., dormir... dormir... Talvez sonhar... É aí que bate o ponto.

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O não sabermos que sonhos poderá trazer o sono da morte, quando ao fim desenrolarmos toda a meada mortal, nos põe suspensos. É essa ideia que torna verdadeira calamidade a vida assim tão longa! Pois quem suportaria o escárnio e os golpes do mundo, as injustiças dos mais fortes, os maus-tratos dos tolos, a agonia do amor não retribuído, as leis amorosas, a implicância dos chefes e o desprezo da inépcia contra o mérito paciente, se estivesse em suas mãos obter sossego com um punhal? Que fardos levaria nesta vida cansada, a suar, gemendo, se não por temer algo após a morte — terra desconhecida de cujo âmbito jamais ninguém voltou ­— que nos inibe a vontade, fazendo que aceitemos os males conhecidos, sem buscarmos refúgio noutros males ignorados? De todos faz covardes a consciência. Desta arte o natural frescor de nossa resolução definha sob a máscara do pensamento, e empresas momentosas se desviam da meta diante dessas reflexões, e até o nome de ação perdem. Mas silêncio! Aí vem vindo a bela Ofélia. SHAKESPEARE, William. A trágica história de Hamlet, príncipe da Dinamarca. Tradução de Nélson Jahr Garcia. Disponível em: <http://biblioteca-online.net/ebooks/Shakespeare-Hamlet.pdf>. Acesso em: 21 abr. 2015.

Que tal você e os colegas adaptarem esse trecho do texto para a turma e criar outra cena teatral? Convide a sua trupe e os professores de Arte e Língua Portuguesa e bom espetáculo!

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