Degustação - Diálogo inter-religioso - Anos Finais - Volume 6

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Ensino Fundamental Anos Finais Heloisa Silva de Carvalho
Diálogo inter-religioso
Jorge Silvino da Cunha Neto

Ensino Fundamental Anos Finais

Diálogo inter-religioso

Heloisa Silva de Carvalho

Pedagoga com especialização em Ensino Religioso pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e mestre em Bíblia pelo Centro Bíblico Verbo. Autora de livros didáticos e paradidáticos de Ensino Religioso, atua como professora, coordenadora e formadora de professores, ministrando cursos para educadores e para agentes da pastoral na área bíblica. É membro do Centro Bíblico Verbo.

Jorge Silvino da Cunha Neto

Graduado em Filosofia e Pedagogia, pós-graduado em Currículo e Prática Educativa pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ) e mestre em Ciência da Religião pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Professor de Ensino Religioso, Filosofia e História no Ensino Fundamental, Ensino Médio e Ensino Superior em São Paulo, é também roteirista.

2a edição São Paulo – 2024
6 VOLUME LIVRO DO PROFESSOR

Diretor-geral

Ricardo Tavares de Oliveira

Diretora de inovação, plataformas e avaliação educacional

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Preparação e revisão

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Supervisora de arte e design

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Editora de arte

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Projeto gráfico e capa

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Colaboraram nesta edição:

Eneida Gordo e Layza Real (editoras-assistentes); Marcia Sato (iconografia e licenciamento de textos), Guilherme Henrique Nahes Alonso (tratamento de imagens), Denise Ceron, Mariane Genaro, Vivian C. de Souza (revisoras), Patrícia Maeda (editora de arte).

A coleção Diálogo Inter-religioso é um Projeto Editorial elaborado em parceria entre a FTD Educação e a União Marista do Brasil e desenvolvido a partir do Projeto Educativo do Brasil Marista e das Matrizes Curriculares de Educação Básica – Ensino Religioso.

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Carvalho, Heloisa Silva de Diálogo inter-religioso: volume 6 / Heloisa Silva de Carvalho, Jorge Silvino da Cunha Neto. – 2. ed. – São Paulo: FTD, 2024. (Coleção Diálogo inter-religioso)

ISBN 978-85-96-04191-1 (aluno)

ISBN 978-85-96-04192-8 (professor)

1. Ensino religioso (Ensino fundamental) I. Cunha Neto, Jorge Silvino da. II. Título. III. Série.

23-170795

Índice para catálogo sistemático:

1. Ensino religioso: Ensino fundamental 372.84

CDD-372.84

Cibele Maria Dias – Bibliotecária – CRB-8/9427

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Apresentação

Caro estudante,

Você já parou para pensar por que é tão comum encontrarmos imagens religiosas em praças, morros e templos? Você já viu pessoas caminharem pelas ruas e avenidas expressando sua fé? Já se perguntou qual o significado de acender velas, fazer orações, cantar e se expressar de diferentes formas nos variados rituais que compõem a cultura e a religiosidade do nosso país?

Este livro traz textos, imagens e discussões que permitirão a você formular algumas respostas para esses questionamentos. Os primeiros sinais de produção cultural da humanidade têm aspectos religiosos, como é o caso das pinturas rupestres, das sepulturas nos vasos de argila, das pirâmides, das esculturas e dos templos antigos.

O ser humano se expressa até hoje por meio de símbolos que relacionam fenômenos da natureza e acontecimentos cotidianos a manifestações divinas. Muitos desses símbolos e imagens revelam nossa busca por respostas sobre a origem da vida, a morte e o que vem depois dela.

Neste livro, você vai refletir sobre as semelhanças e diferenças entre as diversas maneiras de expressar a fé nas diversas tradições religiosas. Vai conhecer um pouco do universo religioso do povo brasileiro e de outros povos: ritos, símbolos, festas, músicas, danças, vestimentas e alimentos sagrados. Vai aprofundar seus conhecimentos sobre a fé dos povos originários nascida nas florestas; a fé do povo africano e de seus descendentes que resistiu à escravização; a fé do povo europeu, que fez da sua crença a religião oficial de muitos países. Vai estudar outros povos que migraram para cá, trazendo suas culturas e tradições religiosas, muitas crenças e visões de mundo que foram sincretizadas pelos brasileiros ao longo da história e conhecer esses hibridismos religiosos que ampliam nossa visão sobre o povo brasileiro e mesmo sobre o ser humano.

Este livro também vai ajudar você a compreender as manifestações religiosas em seus contextos culturais, históricos, políticos e sociais.

Vivencie essa experiência de aprendizado com sua turma, pois conhecer a diversidade religiosa e o direito de as pessoas expressarem a própria fé abre caminho para o respeito ao próximo e o desenvolvimento da cidadania e de uma sociedade mais justa, solidária e pacífica.

Olhamos para você e sonhamos com um mundo novo, onde a discriminação, a desigualdade e a violência devem ser combatidas com o diálogo e o conhecimento.

Os autores

Neste volume, você vai estudar religião e religiosidade (dos tempos remotos até os dias atuais), religião, valores e princípios e, também, religião e religiosidade na pluralidade brasileira. Antes de começar, veja como este livro está organizado.

ABERTURA DE UNIDADE

Seu livro está organizado em três unidades, cada uma com três capítulos. Um texto introdutório antecipa os principais conteúdos que serão estudados por você no decorrer dos capítulos. Vale a pena conferir!

ABERTURA DE CAPÍTULO

Os estudos do tema do capítulo e a reflexão sobre o conteúdo se iniciam com a interpretação da imagem de abertura, feita por meio da leitura da epígrafe e das perguntas da seção Novos horizontes

de o ser humano se relacionar com os fenômenos naturais. Acreditava-se, àquela época, que seres naturais, tais como a Lua, as estrelas, os animais, as plantas, os rios e as montanhas, tinham alma ou eram habitados por espíritos. Esse tipo de crença é chamado animismo Com o decorrer do tempo, o ser humano passou a acreditar em seres supe riores

CONSTRUINDO SABERES

Espaço exclusivo do Ensino Religioso. É aqui que você vai estudar os principais conceitos dessa área do conhecimento, de modo a compreender, a interpretar e a ressignificar aspectos da religiosidade e do fenômeno religioso.

ATIVIDADES

Momento de praticar o que foi estudado na seção e refletir sobre o conteúdo.

Narrativas da criação: mito A resposta aos questionamentos e às inquietações humanas foi dada de diferentes formas por meio das áreas da Ciência e das teorias filosóficas. Contudo, a dimensão religiosa foi a que mais se debruçou sobre essas inquietações. Por isso mesmo, nos questionamos sobre como ela surgiu nos diversos povos e culturas e quando começou a ser praticada. Muitas são as tentativas de explicar, também, suas origens. Sabe-se, por exemplo, que, desde o período anterior ao da escrita, a religião é uma forma
a ele: as divindades. A crença em diversos deuses é chamada Civilizações antigas como as do Egito, da Grécia e de Roma eram politeístas. Ainda nesse processo histórico, alguns grupos se identificaram com a ideia de um único deus. Essa crença em uma única divindade é chamada se manifesta em religiões como o Judaísmo, o Cristianismo e o Islamismo. Animismo, politeísmo e monoteísmo são, portanto, características das religiões e não respondem ao que é, de fato, a religião em si. Entre tantas definições, é possível citar a do teólogo e estudioso holandês Cornelis Petrus Tiele (1830-1902). Desde os tempos mais remotos, o ser humano procurou explicações para muitas das coisas que acontecem no mundo. Entender como o Sol, que também é um fenômeno natural, surge no horizonte todos os dias fez parte dessa inquietação. Flora Balthasar Permoser. 1695. Museu Herzog Anton Ulrich, Brunsvique, Alemanha. Flora, deusa romana da primavera, e Diana, deusa romana da caça. As divindades romanas eram ligadas à natureza, como as flores e as colheitas, aos sentimentos, como o amor, e às ações. Religião significa a relação entre o homem e o poder sobre-humano no qual ele acredita ou do qual se sente dependente. Essa relação se expressa em emoções especiais (confiança, medo), em conceitos (crença) e ações (culto e ética). TIELE, C. P. [1830-1902] apud GAARDER, J.; NOTAKER, H.; HELLERN, V. O livro das religiões São Paulo: Cia. das Letras, 2002. p. 17. 1 Segundo o texto, cite as principais características do animismo, do politeísmo e do monoteísmo. 2 Você conheceu a definição de religião elaborada por um teólogo. Pesquise pelo menos mais duas definições de religião e escreva-as a seguir. Depois, converse sobre elas com os colegas e registre as conclusões de vocês. As religiões se debruçam sobre questões e reflexões acerca da vida, como a origem do mundo e a relação entre vida e morte. Para explicar esses questionamentos, elas utilizam alguns recursos, entre os quais a linguagem, com a elaboração de escritos sagrados, credos, doutrinas e mitos. Você sabia que muitas palavras que fazem parte do nosso vocabulário tiveram origem na mitologia grega? Algumas delas, inclusive, estão relacionadas aos nomes de deuses e heróis, como é o caso da palavra atlas, originada do titã Atlas, que foi obrigado a carregar o mundo nos ombros por toda a eternidade. Já a palavra cronológico está relacionada ao titã Cronos, deus grego do tempo. Outras palavras, como eco mentor e música também têm origem na mitologia grega. Para conhecer mais palavras com origem grega, acesse o QR Code http://ftd.li/mrf7j2 FINE ART IMAGES/ HERITAGE IMAGES/ DE AGOSTINI/GETTY IMAGES Diana de Versalhes. Séculos e II d.C. Mármore. Museu do Louvre, Paris. CONSTRUINDO SABERES AMPLIANDO 15 14 Conheça seu livro Narrativas da criação: mito A resposta aos questionamentos e às inquietações humanas foi dada de diferentes formas por meio das áreas da Ciência e das teorias filosóficas. Contudo, a dimensão religiosa foi a que mais se debruçou sobre essas inquietações. Por isso mesmo, nos questionamos sobre como ela surgiu nos diversos povos e culturas e quando começou ser praticada. Muitas são as tentativas de explicar, também, suas origens. Sabe-se, por exemplo, que, desde o período anterior ao da escrita, religião é uma forma de ser humano se relacionar com os fenômenos naturais. Acreditava-se, àquela época, que seres naturais, tais como a Lua, as estrelas, os animais, as plantas, os rios e as montanhas, tinham alma ou eram habitados por espíritos. Esse tipo de crença é chamado Com o decorrer do tempo, o ser humano passou a acreditar em seres superiores ele: as divindades. A crença em diversos deuses é chamada politeísmo Civilizações antigas como as do Egito, da Grécia e de Roma eram politeístas. Ainda nesse processo histórico, alguns grupos se identificaram com ideia de um único deus. Essa crença em uma única divindade é chamada monoteísmo e se manifesta em religiões como o Judaísmo, o Cristianismo e o Islamismo. Animismo, politeísmo e monoteísmo são, portanto, características das religiões e não respondem ao que é, de fato, a religião em si. Entre tantas definições, é possível citar a do teólogo e estudioso holandês Cornelis Petrus Tiele (1830-1902). Desde os tempos mais remotos, o ser humano procurou explicações para muitas das coisas que acontecem no mundo. Entender como o Sol, que também um fenômeno natural, surge no horizonte todos os dias fez parte dessa inquietação. Balthasar Permoser. 1695. Museu Herzog Anton Ulrich, Brunsvique, Alemanha. Flora, deusa romana da primavera, Diana, deusa romana da caça. ligadas natureza, como as flores e as colheitas, aos sentimentos, como amor, às ações. Religião significa relação entre o homem o poder sobre-humano no qual ele acredita ou do qual se sente dependente. Essa relação se expressa em emoções especiais (confiança, medo), em conceitos (crença) ações (culto ética). TIELE, C. P. [1830-1902] apud GAARDER, J.; NOTAKER, H.; HELLERN, V. livro das religiões São Paulo: Cia. das Letras, 2002. p. 17. 1 Segundo o texto, cite as principais características do animismo, do politeísmo e do monoteísmo. 2 Você conheceu a definição de religião elaborada por um teólogo. Pesquise pelo menos mais duas definições de religião e escreva-as seguir. Depois, converse sobre elas com os colegas e registre as conclusões de vocês. As religiões se debruçam sobre questões reflexões acerca da vida, como origem do mundo e a relação entre vida e morte. Para explicar esses questionamentos, elas utilizam alguns recursos, entre os quais a linguagem, com elaboração de escritos sagrados, credos, doutrinas e mitos. Você sabia que muitas palavras que fazem parte do nosso vocabulário tiveram origem na mitologia grega? Algumas delas, inclusive, estão relacionadas aos nomes de deuses e heróis, como o caso da palavra originada do titã Atlas, que foi obrigado a carregar mundo nos ombros por toda a eternidade. Já a palavra cronológiconada ao titã Cronos, deus grego do tempo. Outras palavras, como também têm origem na mitologia grega. Para mais com origem QR Code http://ftd.li/mrf7j2 CONSTRUINDO SABERES AMPLIANDO 1 CAPÍTULO No início de tudo Sinto-me nascido a cada momento CAEIRO, Alberto. O guardador de rebanhos II. In PESSOA, Fernando. Obra poética NOVOS HORIZONTES Em todas as culturas e em todos os tempos, o ser humano busca compreender o que há no mundo e qual é o seu lugar nele. Perguntas como “De onde viemos?” e “Qual o sentido de tudo?” são muito comuns. Para alguns filósofos, essa curiosidade era entendida como uma forma de encontrar felicidade e o bem. Assim, o amor pelo saber motiva os seres humanos procurar respostas, embora entendam que não podem ter certeza de tudo. Sobre o tema, observe imagem, converse com os colegas responda. a) Por que, para alguns filósofos, a curiosidade sobre os sentidos do mundo era entendida como uma forma de encontrar a felicidade? b) Relacione a imagem e o trecho do poema com a busca pela compreen ão do mundo. c) Para você, a curiosidade humana nos ajuda a compreender o mundo? Justifique sua resposta. CHIOCIOLLA/SHUTTERSTOCK.COM Religião e religiosidade De tempos remotos até os dias atuais UNIDADE
Nesta unidade, você vai estudar: narrativas da criação narrativas míticas rito xperiência religiosa religiosidade humana
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UNIDADE 1

O conteúdo deste volume foi elaborado para auxiliá-lo no desenvolvimento de suas aulas durante todo o ano letivo. Utilize-o da forma que julgar mais conveniente, visando sempre

dos conteúdos com os estudantes.

Religião e religiosidade: de tempos remotos até os dias atuais

Oriente-os a realizar as leituras e as atividades em sala de aula ou em casa, de acordo com sua realidade local, dependendo da necessidade de sua mediação ou não.

CAPÍTULO 1 No início de tudo 12 Construindo saberes: Narrativas da criação: mito 14 Arte que encanta: Minerva com as musas, de Jacques Stella, e representações da Mulher-Maravilha ................................................................... 18 Os povos e o sagrado: Mito indígena ...................................................................... 20 O cuidado com o mundo: Amika George ................................................................ 21 Outros olhares: Ciência e fé ...................................................................................... 22 Além da imagem 24 Teia do conhecimento 25 CAPÍTULO 2 Símbolos e ritos: a linguagem de ontem e de hoje . 26 Construindo saberes: Símbolos: além do que se vê .............................................. 28 Ritos: expressão religiosa e social ........................................................................... 30 Arte que encanta: A pomba da paz, de Pablo Picasso, e “A bomba atômica”, de Vinicius de Moraes ......................................................... 34 Os povos e o sagrado: Mantra hindu ....................................................................... 36 O cuidado com o mundo: Malala Yousafzai ............................................................. 37 Outros olhares: Discriminação religiosa .................................................................. 38 Além da imagem ...................................................................................................... 40 Teia do conhecimento .............................................................................................. 41 CAPÍTULO 3 A importância das narrativas religiosas ...................... 42 Construindo saberes: Narrativas religiosas............................................................. 44 Arte que encanta: O batismo de Jesus por João Batista, de Leonardo da Vinci e Andrea del Verrocchio, e Três macacos, de Stephan Mendel-Enk ....................... 50 Os povos e o sagrado: Trecho da Torá ...................................................................... 52 O cuidado com o mundo: Takumã Kuikuro .............................................................. 53 Outros olhares: Preservação da identidade e da memória ancestral em comunidade quilombola..................................................................................... 54 Além da imagem ....................................................................................................... 56 Teia do conhecimento ............................................................................................... 57 Espaço de… teatro: Praticando o acolhimento ....................................................... 58 O que aprendi ............................................................................................................ 60 Ler ............................................................................................................................... 60
Sumário
ao melhor
aproveitamento

UNIDADE 2

Religião, valores e princípios

CAPÍTULO 4 As tradições religiosas: representantes e líderes 62 Construindo saberes: Lideranças espirituais 64 Outros tipos de liderança 67 Arte que encanta: Profeta Oseias, de Aleijadinho, e o Oráculo de Delfos 68 Os povos e o sagrado: Trecho bíblico 70 O cuidado com o mundo: Padre Vilson Groh 71 Outros olhares: Papel da religião na sociedade 72 Além da imagem 74 Teia do conhecimento 75 CAPÍTULO 5 Tradições religiosas: ética, moral e virtudes 76 Construindo saberes: Ética e moral: princípios e ações que podem mudar o mundo ......................................................................................................... 78 Arte que encanta: O retorno do filho pródigo, de Bartolomé Esteban Murillo, e “Abraço de pai”, de Walmir Alencar ..................................................................... 84 Os povos e o sagrado: Trecho da Torá ...................................................................... 86 O cuidado com o mundo: Ernesto Olivero .............................................................. 87 Outros olhares: Comunidades indígenas ................................................................ 88 Além da imagem ....................................................................................................... 90 Teia do conhecimento ............................................................................................... 91 CAPÍTULO 6 A ética nas tradições religiosas ...................................... 92 Construindo saberes: Como a ética é colocada em prática ................................... 94 Arte que encanta: A fome e o brado, de Abelardo da Hora, e “Depende de nós”, de Ivan Lins e Vitor Martins ............................................... 100 Os povos e o sagrado: Trecho bíblico .....................................................................102 O cuidado com o mundo: Anna Luísa Beserra 103 Outros olhares: Humanização na área da saúde...................................................104 Além da imagem .....................................................................................................106 Teia do conhecimento .............................................................................................107 Espaço de… ação social: Transformando nossa escola num lugar ainda melhor! 108 O que aprendi 110 Assistir 110

UNIDADE

Visite o ambiente digital . Nesse espaço, você encontrará diferentes recursos para sua formação, orientações para o planejamento de suas aulas e o Manual do professor, com informações sobre a abordagem teórico-metodológica desta coleção, sobre o Ensino Religioso no Ensino

além de orientações

para este volume e de outros recursos digitais.

3 Religião e religiosidade nas cores do Brasil CAPÍTULO 7 Panorama religioso no Brasil ........................................ 112 Construindo saberes: Os cristãos católicos ........................................................... 114 Os indígenas ............................................................................................................ 115 Os africanos ............................................................................................................. 116 Arte que encanta: A primeira missa no Brasil, de Candido Portinari ................. 118 Os povos e o sagrado: Texto do Corão e da Torá .................................................. 120 O cuidado com o mundo: Sandra Santos de Vasconcelos e Gideão Ferreira de Vasconcelos.......................................................................... 121 Outros olhares: Religiosidade entre jovens.......................................................... 122 Além da imagem .................................................................................................... 124 Teia do conhecimento ............................................................................................ 125 CAPÍTULO 8 Manifestações religiosas e religiosidade popular ... 126 Construindo saberes: Brasil, terra de devoções ................................................... 128 Arte que encanta: Festa de São João, de Mara D. Toledo, e “Sítio”, de Adélia Prado 134 Os povos e o sagrado: Trecho bíblico 136 O cuidado com o mundo: Irmã Dulce 137 Outros olhares: Círio de Nazaré e Festa de Nossa Senhora dos Navegantes 138 Além da imagem ....................................................................................................140 Teia do conhecimento ............................................................................................141 CAPÍTULO 9 Encontros e desencontros 142 Construindo saberes: A fé que nos une 144 Arte que encanta: A última ceia ecumênica, de Guido Mondin, e “Pai-Nosso ecumênico”, de padre Zezinho 150 Os povos e o sagrado: Trecho bíblico 152 O cuidado com o mundo: Dom Paulo Evaristo Arns 153 Outros olhares: Tolerância religiosa 154 Além da imagem 156 Teia do conhecimento 157 Espaço de… projeção: Soul 158 O que aprendi 160 Acessar 160
Fundamental,
específicas

Visite o ambiente digital . Nesse espaço, você encontrará diferentes recursos para sua formação, orientações para o planejamento de suas aulas e o Manual do professor, com informações sobre a abordagem teórico-metodológica desta coleção, sobre o Ensino Religioso no Ensino Fundamental, além de orientações específicas para este volume e de outros recursos digitais.

Religião e religiosidade

De tempos remotos até os dias atuais

UNIDADE 1

Nesta unidade, você vai estudar:

• narrativas da criação

• narrativas míticas

• rito

• experiência religiosa

• religiosidade humana

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1 CAPÍTULO

No início de tudo

12

Sinto-me nascido a cada momento

Para a eterna novidade do Mundo…

CAEIRO,

NOVOS HORIZONTES

Em todas as culturas e em todos os tempos, o ser humano busca compreender o que há no mundo e qual é o seu lugar nele. Perguntas como “De onde viemos?” e “Qual é o sentido de tudo?” são muito comuns. Para alguns filósofos, essa curiosidade era entendida como uma forma de encontrar a felicidade e o bem. Assim, o amor pelo saber motiva os seres humanos a procurar respostas, embora entendam que não podem ter certeza de tudo.

Sobre o tema, observe a imagem, converse com os colegas e responda.

a) Por que, para alguns filósofos, a curiosidade sobre os sentidos do mundo era entendida como uma forma de encontrar a felicidade?

b) Relacione a imagem e o trecho do poema com a busca pela compreensão do mundo.

c) Para você, a curiosidade humana nos ajuda a compreender o mundo? Justifique sua resposta.

Alberto. O guardador de rebanhos – II. In : PESSOA, Fernando. Obra poética Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1986. p. 204.
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Consulte sugestões de respostas para as atividades e orientações específicas para esta seção no Manual do professor.

Flora, deusa romana da primavera, e Diana, deusa romana da caça. As divindades romanas eram ligadas à natureza, como as flores e as colheitas, aos sentimentos, como o amor, e às ações.

CONSTRUINDO SABERES

Consulte orientações para esta seção no Manual do professor. Se julgar necessário, explique aos estudantes que o período anterior ao da escrita, que é citado no texto, corresponde a dezenas de milhares de anos, durante os quais os grupos pré-históricos viveram exclusivamente da caça, da pesca e da coleta, usando armas de pedra lascada. Esse período é chamado Paleolítico.

Narrativas da criação: mito

A resposta aos questionamentos e às inquietações humanas foi dada de diferentes formas por meio das áreas da Ciência e das teorias filosóficas. Contudo, a dimensão religiosa foi a que mais se debruçou sobre essas inquietações. Por isso mesmo, nos questionamos sobre como ela surgiu nos diversos povos e culturas e quando começou a ser praticada. Muitas são as tentativas de explicar, também, suas origens.

Sabe-se, por exemplo, que, desde o período anterior ao da escrita, a religião é uma forma de o ser humano se relacionar com os fenômenos naturais. Acreditava-se, àquela época, que seres naturais, tais como a Lua, as estrelas, os animais, as plantas, os rios e as montanhas, tinham alma ou eram habitados por espíritos. Esse tipo de crença é chamado animismo.

Com o decorrer do tempo, o ser humano passou a acreditar em seres superiores a ele: as divindades. A crença em diversos deuses é chamada politeísmo Civilizações antigas como as do Egito, da Grécia e de Roma eram politeístas.

Ainda nesse processo histórico, alguns grupos se identificaram com a ideia de um único deus. Essa crença em uma única divindade é chamada monoteísmo e se manifesta em religiões como o Judaísmo, o Cristianismo e o Islamismo.

Animismo, politeísmo e monoteísmo são, portanto, características das religiões e não respondem ao que é, de fato, a religião em si. Entre tantas definições, é possível citar a do teólogo e estudioso holandês Cornelis Petrus Tiele (1830-1902).

. Balthasar Permoser. 1695. Museu Herzog Anton Ulrich, Brunsvique, Alemanha.

Diana de Versalhes.

Mármore. Museu do

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Religião significa a relação entre o homem e o poder sobre-humano no qual ele acredita ou do qual se sente dependente. Essa relação se expressa em emoções especiais (confiança, medo), em conceitos (crença) e ações (culto e ética).

Desde os tempos mais remotos, o ser humano procurou explicações para muitas das coisas que acontecem no mundo. Entender como o Sol, que também é um fenômeno natural, surge no horizonte todos os dias fez parte dessa inquietação.

AMPLIANDO

Você sabia que muitas palavras que fazem parte do nosso vocabulário tiveram origem na mitologia grega? Algumas delas, inclusive, estão relacionadas aos nomes de deuses e heróis, como é o caso da palavra atlas, originada do titã Atlas, que foi obrigado a carregar o mundo nos ombros por toda a eternidade. Já a palavra cronológico está relacionada ao titã Cronos, deus grego do tempo. Outras palavras, como eco, mentor e música , também têm origem na mitologia grega.

Para conhecer mais palavras com origem grega, acesse o QR Code. http://ftd.li/mrf7j2

1 Segundo o texto, cite as principais características do animismo, do politeísmo e do monoteísmo. O animismo é a crença de que a Lua, as estrelas, os animais e as plantas têm alma ou são habitados por espíritos. O politeísmo é a crença em várias divindades – por exemplo, religiões da Roma antiga. Monoteísmo é a crença em um único deus; são exemplos o Judaísmo, o Cristianismo e o Islamismo.

2 Você conheceu a definição de religião elaborada por um teólogo. Pesquise pelo menos mais duas definições de religião e escreva-as a seguir. Depois, converse sobre elas com os colegas e registre as conclusões de vocês.

Peça aos estudantes que leiam o que escreveram e incentive uma livre conversa entre eles, enfatizando que as definições de religião variam muito de pessoa para pessoa, de sociedade para sociedade e de época para época.

As religiões se debruçam sobre questões e reflexões acerca da vida, como a origem do mundo e a relação entre vida e morte. Para explicar esses questionamentos, elas utilizam alguns recursos, entre os quais a linguagem, com a elaboração de escritos sagrados, credos, doutrinas e mitos.

TIELE, C. P. [1830-1902] apud GAARDER, J.; NOTAKER, H.; HELLERN, V. O livro das religiões . São Paulo: Cia. das Letras, 2002. p. 17. KONSTANTIN YOLSHIN/ SHUTTERSTOCK.COM
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Caso julgue pertinente, explique aos estudantes que o mito não é visto aqui como uma ficção, mas como uma narrativa que aborda convicções importantes ao mundo humano que são de difícil desvendamento. Trata-se de um desejo de entrar em contato com o mundo divino, bem como de expressar e interpretar realidades significativas. Consulte, no Manual do professor,

o mesmo trecho na versão da Torá, e a proposta de atividade em que os estudantes possam identificar semelhanças e diferenças entre a narrativa cristã e a narrativa judaica. Se for possível, leia também para os estudantes a continuação do texto no Gênesis 2,10-22.

Consulte, no Manual do professor, informações sobre o pensamento de Carlos Mesters, frade carmelita holandês radicado no Brasil, a respeito do Paraíso mítico. Algumas observações podem subsidiá-lo na reflexão com a turma sobre o livro do Gênesis: trata-se de um relato bem antigo, possivelmente do Tempo dos Reis (1030-586 a.C.), mas sua redação final se deu por volta do ano 400 a.C. Ele reflete a crença das pessoas das aldeias de Israel e o que pensavam sobre a criação do mundo. Esses camponeses pobres, que sofriam com as guerras, a destruição de

De muita importância no contexto religioso, o mito foi a primeira tentativa do ser humano de ex plicar o mundo que o circunda e tem a função de:

• contar um acontecimento;

• dar uma identidade comum a todos a quem se dirige.

A intenção do mito é apresentar as concepções de um povo, de uma cultura ou de uma religião. Ainda que ele não tenha preocupação com a realidade his tórica ou científica, o mito não é isento da razão, ou seja, do raciocínio sobre a realidade. O mito aponta para as convicções essenciais daquele grupo ou co munidade, indicando valores, procedimentos e atitu des esperados.

O mito religioso procura dar respostas às ques tões existenciais mais profundas, como:

• Por que existimos?

• De onde viemos e para onde vamos?

• O que acontece depois da morte?

Muitos mitos religiosos tratam da criação do mun do e da origem do ser humano. Esse tipo de mito logia é chamado cosmogônico. Os mitos cosmogônicos preservam a memória da história de um povo.

Vejamos como é contada a criação do ser humano em uma narrativa mítica da tradição religiosa judaico-cristã. Nela, Deus cria o jardim do Éden, um lugar ideal, conhecido como Paraíso.

Marte, deus romano da guerra. Na mitologia, era filho de Júpiter e Juno e tinha como característica a agressividade. Escultura do século II. Museu State Hermitage, São Petersburgo, Rússia.

No dia em que Javé Deus fez a terra e o céu, ainda não havia na terra nenhum arbusto do campo. Nenhuma erva do campo havia brotado, pois Javé Deus não tinha feito chover sobre a terra e não havia ser humano que cultivasse o solo e fizesse subir da terra a água para irrigar a superfície do solo. Então Javé Deus modelou o homem com o pó do solo, soprou-lhe nas narinas um sopro de vida, e o homem tornou-se um ser vivente […] Javé Deus colocou o homem no jardim do Éden, para que o cultivasse e guardasse.

suas plantações, o trabalho escravo e a exploração da terra, entendiam e acreditavam que “no início” não era assim.

GÊNESIS, CAPÍTULO 2, VERSÍCULO 4b-15. In : Bíblia pastoral . São Paulo: Paulus, 2015. p. 24-25. Vamos ler agora um mito cosmogônico do povo Kaxuyana, que habita a região Norte do Brasil.

As criações de Purã

Por meio de uma linguagem simbólica, o relato nos apresenta o sonho dessas pessoas: viver em um mundo onde o ser humano não destrói a natureza, mas é seu guardião e deve cultivar e guardar a terra, tirando dela seu sustento. O ser humano não foi criado para viver

Dizem os mais antigos que foi assim que o mundo dos homens começou…

Purã, um belo rapaz, foi criado da terra, por ele mesmo, pois nasceu sem mãe. Cresceu até que se tornou um homem que conhecia as coisas da natureza e dos bichos.

O homem nascido de si mesmo sentia-se só e resolveu criar alguém para conversar.

só, e sim para conviver. Por isso, homem e mulher são criados iguais. Dizer que a mulher foi criada da costela do homem reflete a tradição da época: a costela é o lugar no qual reside o amor. “Carne da minha carne” indica parentesco profundo. Logo, homem e mulher possuem a mesma natureza e estão intimamente ligados.

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UNIVERSAL

Foi à mata e cortou um pé de taperebá. Com a navalha que havia feito, começou a dar forma de gente ao tronco da árvore.

Purã esperou anoitecer. No outro dia, ao olhar o tronco de árvore de taperebá moldado na forma humana, ele viu um jacaré.

– Eu não quero conversar com jacaré! Quero fazer gente! […]

Novamente, o homem que nasceu de si mesmo resolveu talhar em outra espécie de árvore. Dessa vez ele usou um belo pau-d’arco. Retirou os galhos menores repletos de flores, cortou, moldou, esculpiu e, no outro dia cedo, ficou satisfeito com o resultado.

Ele havia feito gente! […]

3. Composição do estudante. A proposta da atividade é instigar a criatividade e a expressão artística dos estudantes. Além da ilustração, eles podem criar uma montagem de fotos, animações digitais, bonecos de massinha, músicas, entre outras manifestações artísticas que considerem adequadas para expressar o conceito de criação do mundo e do ser humano. Caso julgue pertinente, os estudantes podem utilizar ferramentas digitais na elaboração da proposta ou mesmo digitalizar os trabalhos para reuni-los em apresentação. Provavelmente, as composições representarão a crença, religiosa ou não, dos estudantes, por isso, é fundamental ressaltar a importância do respeito às diferenças, de que não há certo ou errado, acolher todas as possibilidades e discuti-las com base no que foi estudado.

OBEID, César. Quando tudo começou : mitos da criação universal. São Paulo: Panda Books, 2015. p. 43.

Já no mito africano do povo Iorubá, Oxalá recebe de Olodumare, a divindade suprema, a incumbência de criar o ser humano. Vamos ler.

Oxalá, quando foi criar as pessoas, estava muito feliz e muito agradecido a Deus por esta nova oportunidade. Não queria cometer mais nenhum erro. Por isso, convocou todos os outros orixás para uma grande reunião e lhes falou:

– Meus irmãos, quero dividir, com todos vocês, a alegria de poder criar os habitantes da terra. Ainda não sei de que material vou fazê-los. Por isso, preciso de toda ajuda possível. Procurem por toda parte alguma coisa com que possamos fazer o corpo do novo ser – o homem. […]

Um trouxe fogo, não serviu; outro trouxe água, também não. Teve quem trouxesse pedra, folha, vento e muitas outras coisas, mas nada dava certo.

Já estavam desanimados, quando Iku, uma senhora idosa que estava observando tudo, teve uma excelente ideia: jogando água na terra, ela fez o barro e levou para ser experimentado.

Oxalá adorou. Era exatamente daquilo que ele precisava. Pegou o barro, fez uma grande bola e foi apertando daqui, puxando dali até fazer um boneco bem grande. Olorum, que vinha chegando, achou tão bonito, que num impulso soprou sobre ele, dando-lhe vida. ESTAVA CRIADO O HOMEM!!!

Para realizar as gravações, utilize um gravador de voz on-line que permita gravar áudio diretamente do navegador. Há vários recursos gratuitos como esse na internet. Ao finalizar a atividade, reproduza os mitos gravados em sala, de modo a compartilhar as pesquisas realizadas. Caso não seja possível fazer as gravações, peça aos estudantes que registrem em cartazes o mito selecionado e realizem, com base no resultado da pesquisa, uma breve exposição em sala.

GALRÃO, Iray. Lendas africanas . 2. ed. Simões Filho: Kalango, 2013.

3 Como você considera que se deu a criação do mundo e do ser humano? Para responder à pergunta, elabore em uma folha à parte uma ilustração ou outra forma de representação artística que expresse sua percepção. Depois, explique seu trabalho aos colegas. Não se esqueça de dar título à sua obra.

Não se esqueça de destacar, ao final da atividade, a importância da escrita na transmissão de conhecimento nas tradições religiosas. O mito é, com frequência, a narrativa sobre o tempo em que tudo foi criado e sempre

EM GRUPO

Em dupla, pesquisem em livros ou em sites seguros na internet um mito oriental sobre a criação do ser humano e, com a ajuda do professor, gravem um áudio contando esse mito aos colegas.

DICA

O áudio deve ser curto e conciso, em um formato que possa ser reproduzido para o restante da turma. Caprichem na entonação ao contar a história e não se esqueçam de mencionar na gravação qual povo criou a narrativa selecionada.

é objeto de crença. Trata-se de uma linguagem poética e intuitiva, que vai além da lógica racional. Eles são bastante simbólicos, e suas histórias são carregadas de metáforas que fornecem mensagens profundas sobre nossa própria experiência humana. O mito primitivo é sempre um mito coletivo. O grupo, cuja sobrevivência precisa ser assegurada, existe antes do indivíduo.

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Se julgar oportuno, comente com os estudantes que, na mitologia grega, Métis é a deusa da saúde, da prudência e das virtudes. Era casada com Zeus, deus dos céus, do raio e do trovão.

Explique aos estudantes que, na mitologia romana, Atena recebe o nome de Minerva. Por essa razão, a obra do artista francês traz o nome Minerva no título. Observe com eles como todas as mulheres representadas na obra, tanto as musas como a deusa, possuem uma aparência muito próxima.

ARTE QUE ENCANTA

Diferenciamos Atena das musas apenas pelos elementos relacionados à guerra, como o elmo, o escudo e a lança.

Para saber mais sobre a obra, ingresse em: https://collections.louvre.fr/en/ ark:/53355/cl010062464 (em inglês e francês). Acesso em: 5 dez. 2022.

A linguagem mítica é parte essencial da estrutura das tradições religiosas. Na Grécia antiga, politeísta, a mitologia foi utilizada para narrar histórias sobre deuses, heróis, seres humanos e rituais.

Renascimento: movimento intelectual e artístico surgido na Itália, entre os séculos XIV e XVI, e daí difundido por toda a Europa.

A deusa Atena é a divindade da sabedoria, da inteligência, do senso de justiça e das artes. Na mitologia grega, foi a protetora dos heróis, arquitetos, tecelões, poetas e filósofos. Serviu de inspiração para escultores e pintores do Renascimento, como na obra do francês Jacques Stella (1596-1657). A deusa também deu seu nome à capital da Grécia, Atenas, onde houve depois muitos cultos em sua homenagem.

De acordo com o mito, quando Métis ficou grávida à espera de Atena, Zeus engoliu a esposa com medo de sua filha nascer mais poderosa que ele e lhe tirar o trono. Mas Métis alojou-se na cabeça de Zeus, que, com o passar do tempo, começou a sentir uma forte dor e, quando não a suportou mais, pediu a Hefesto, seu outro filho, que lhe desse uma machadada. Foi então que Atena, já adulta, saltou de dentro do cérebro de seu pai, com armadura, elmo e escudo, como representada na obra de Stella.

Consulte orientações para esta seção no Manual do professor. Ressalte aos estudantes como as mitologias ancestrais têm, ainda hoje, um importante papel nas artes de massa, como cinema, HQs e videogame. Questione se eles reconhecem mitos da Antiguidade em outros produtos da cultura de massa contemporânea.

Minerva com as musas , de Jacques Stella. c. 1635-1640. Óleo sobre tela. 116 cm × 162 cm. Museu do Louvre, Paris, França. MUSEU DO LOUVRE, PARIS, FRANÇA
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a) A deusa Atena era considerada uma grande guerreira, relacionada à resolução de conflitos, característica que pode ser percebida na figura da Mulher-Maravilha, uma heroína que representa a mulher que combate vilões.

Apesar de ser uma guerreira com grande capacidade de dominar os cavalos, Atena se relacionava com o aspecto estratégico dos conflitos, não diretamente com a violência, e, por isso, era considerada a deusa da sabedoria. Atena, na mitologia, auxiliou diferentes heróis gregos e teve importante participação na Guerra de Troia.

No mundo contemporâneo, a figura de Atena inspirou a criação de uma das principais personagens do mundo das histórias em quadrinhos: a super- heroína Mulher-Maravilha, criada em 1941 pela DC Comics.

b) Na pintura de Jacques Stella, Atena ou Minerva aparece junto às musas, em uma cena na qual só estão presentes figuras femininas. Apesar de estar no canto direito da obra, a deusa retém a atenção das musas e, pela postura corporal representada, parece discursar para elas. Na obra, Atena possui em suas vestes elementos de guerreira, como a lança e o elmo. Já nas diferentes composições da Mulher-Maravilha, embora tenha sofrido transformações ao longo das décadas, destacam-se outros tipos de vestimenta, com maior exposição do corpo e dos músculos, como sinal de força, valorizados na cultura contemporânea. No entanto, diferentemente da obra de Stella, apesar de ser heroína, a aparência da Mulher-Maravilha, mesmo nas histórias em quadrinhos, é mais próxima à de uma mulher comum, do mundo terreno.

Comente com os estudantes que, no Olimpo grego, existiam diferenças entre as mulheres consideradas musas –belas e graciosas, que alegravam reuniões, concertos e festins –e as mulheres como Atena, a deusa da sabedoria, que intimidava a todos com sua pose de guerreira.

• Converse com os colegas e o professor sobre as questões a seguir.

a) Explique, com suas palavras, como a imagem da super-heroína do mundo contemporâneo se relaciona com a deusa da mitologia grega.

b) Como as características de uma guerreira foram representadas na obra de Jacques Stella? E nas diferentes imagens de Mulher-Maravilha?

A composição mostra diferentes versões da personagem Mulher- Maravilha: em HQ, em uma série televisiva e no cinema.

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©WARNER BROS/EVERETT COLLECTION/EASYPIX BRASIL
BRASIL

Consulte orientações para esta seção no Manual do professor. O texto a seguir é uma transcrição do mito narrado pelo indígena Manoel Labonté. O texto completo pode ser acessado em: https://institutoiepe.

OS POVOS E O SAGRADO

org.br/wp-content/uploads/2020/07/ livro_povos_indigenas_do_oiapoque-baixa_ resolucao.pdf. Acesso em: 2 dez. 2022.

O povo Palikur, que vive na região norte do Rio Amazonas, tem uma narrativa mítica sobre a origem do mundo e, nela, deixa transparecer todos os elementos da tradição oral indígena: a repetição, a lógica do enredo, as expressões e o estilo informal e coloquial da linguagem. Vamos ler.

O cair da chuva e o movimento das gotas em um rio despertavam a atenção do ser humano, que tentava entender seu próprio mundo. Os mitos surgiram justamente dessa busca do ser humano por explicações para os fenômenos do mundo.

A história diz que o primeiro homem nasceu dentro do mar, só tinha ele e mais nada. Chamava Parauyune. Ele é uma raça, ele era do mar, raça da onda do mar. Aquele homem vivia, sem forma, dentro de um pote, de uma bacia.

Um dia ele disse: ‘mas eu queria ver alguma coisa flutuando em cima da água ou então um ar, que esteja bonito para respirar’. De repente, ele escutou uma voz que dizia: “observa, olha direito para cima”. Aí ele olhou e a água se transformou. Ele disse: ‘que maravilha, é isso que eu estava esperando mesmo’.

Aí ele viu aquelas plantas, aquele mato, que nasciam dentro da água. Quando ele piscou um pouco o olho, ele viu a terra e disse: ‘que bom’. E desde então todas as coisas foram aparecendo, se transformando, se transformando.

Aí um dia ele observou o sol nascendo d’água e uma nuvem sair da água e no mesmo dia a água subiu, do mar, foi subindo e indo parar no céu.

‘Ah! Que bom! Que maravilha! Mas eu gostaria que a água que fica no mar subisse e descesse.’ Então a água foi subindo, subindo… De repente, quando chegou numa certa altura, a água se separou, a metade foi subindo para o céu e a metade descendo. ‘O meu desejo é que a água subisse e descesse como chuva’, disse Parauyune. Quando ele disse isso, aí choveu, desceu como chuva.

1.Oriente os estudantes a buscarem narrativas de sua tradição religiosa ou de uma tradição que apreciem. Organize um momento da aula para que eles apresentem seus relatos. Esse momento deve ser descontraído, e é fundamental ressaltar a importância do respeito.

MITO da origem do mundo. In : VIDAL, L. B. Povos indígenas do baixo Oiapoque Rio de Janeiro: Museu do Índio; São Paulo: Iepé, 2007. p. 18.

1 Agora é sua vez! Pesquise uma narrativa mítica de origem para, em seguida, contá-la aos colegas. Em seu relato, explique quem são os personagens e considere os itens a seguir.

Resposta pessoal.

a) O mito explica, comunica algo ou apresenta convicções de um povo ou de uma religião?

b) Esse mito instrui acerca de algum valor ou princípio? Explique.

Resposta pessoal.

2 Usando palavras-chave, compare, em uma folha à parte ou usando recursos digitais, as características do mito pesquisado com as do mito indígena que você leu, destacando semelhanças e diferenças.

Resposta pessoal.

Se julgar oportuno, proponha aos estudantes trabalhar a atividade em uma plataforma visual colaborativa, no formato de quadro branco on-line. Esse recurso permitirá que eles elenquem as palavras-chave que definem cada um dos mitos trabalhados e, em seguida, as agrupem destacando semelhanças e diferenças. Há distintos recursos gratuitos que permitem essa interação, como a plataforma Miro: https://miro.com/pt/. Acesso em: 14 dez. 2022.

KOLDUNOV ALEXEY/SHUTTERSTOCK.COM
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O CUIDADO COM O MUNDO

Consulte orientações para esta seção no Manual do professor.

Um dos personagens mais importantes na mitologia grega é o herói, que não é imortal como os deuses, mas possui poderes e qualidades para superar desafios intransponíveis para um ser humano comum. As atitudes de um herói que visava ao bem comum eram consideradas sagradas pelos gregos.

A figura do herói nos filmes e nos livros ainda hoje fascina crianças, adolescentes e adultos, mas é importante lembrar que, na vida real, também existem pessoas que são verdadeiros heróis por seus exemplos de coragem e superação.

Leia uma reportagem que conta a história de um desses heróis, a ativista inglesa Amika George (1999-). Ela acolheu a causa de mulheres na Inglaterra que enfrentam a chamada pobreza menstrual.

Uma instituição de ca ri dade que geralmente enviava produtos menstruais para meninas na África teve de redirecioná-los para a cidade inglesa de Leeds, porque havia meninas na Inglaterra que não podiam pagar por eles. Depois de ler essa história, a estudante Amika George decidiu que precisava fazer algo para combater a chamada “pobreza menstrual”.

Amika George, que fundou a campanha #FreePeriods [...] aos 17 anos, organizou um protesto em frente à residência oficial da primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May. Ocorrida em dezembro de 2017, a manifestação reuniu 2 mil pessoas vestidas de vermelho, pedindo que o governo fizesse alguma coisa.

Sob pressão, o governo britânico anunciou em março de 2019 que financiaria produtos de saúde gratuitos para todas as escolas e faculdades do Reino Unido.

“Para mim, #FreePeriods mostrou que um único adolescente irritado pode ter um impacto político real por meio do ativismo”, disse a jovem.

DAY, Harvey. 5 adolescentes que estão tentando mudar o mundo. BBC, 26 abr. 2019. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/geral-48046264. Acesso em: 22 nov. 2022.

Ativista: que defende alguma causa, trabalhando e lutando por ela.

Para saber mais sobre Amika George e sua história, acesse o QR Code.

http://ftd.li/j9rfpo

Se julgar necessário, comente com os estudantes que o termo em inglês free periods significa algo como menstruação livre. Aproveite para explicar que o site indicado pelo QR Code está em português de Portugal, por isso a variação linguística no texto.

1. Ela pode ser considerada uma heroína por ter organizado uma campanha para ajudar pessoas em necessidade.

1 Explique, com suas palavras, por que Amika George pode ser considerada uma heroína no mundo contemporâneo.

2. Resposta pessoal. É importante valorizar exemplos de pessoas que realizam ações que beneficiam grupos menos privilegiados ou que sofram processos de exclusão. A reflexão possibilita valorizar atitudes cidadãs e demonstrar a importância de iniciativas que visam a superação de desigualdades ou de problemas sociais.

2 Que pessoas de sua comunidade você considera heroínas? Justifique sua resposta.

Espaço de…

Este é um bom momento para iniciar com os estudantes o desenvolvimento do projeto das páginas 58 e 59, realizando a etapa 1.

VICTORIA JONES/PA IMAGES/GETTY IMAGES Amika George discursando em Londres, Inglaterra.
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Consulte orientações para esta seção no Manual do professor.

OUTROS OLHARES

Desde o início de sua história, o ser humano é instigado a buscar explicações para os mistérios do Universo, conciliando visões religiosas e científicas. O texto a seguir, que explora a relação entre ciência e religião, é do cientista brasileiro Marcelo Gleiser (1959-), vencedor do prêmio Templeton, uma espécie de prêmio Nobel da espiritualidade. Leia-o atentamente.

A diferença entre ciência e fé é a seguinte: em ciência, a gente tem que ver para crer. Você observa a natureza, você observa o mundo, obtém dados sobre como o mundo funciona, analisa esses dados e entende. Pela fé, você crê para ver. A crença vem antes da visão. Você acredita naquilo, nem precisa ver nada, acredita naquilo e esse, essencialmente, é o cerne da fé, que é uma outra maneira de se relacionar com a realidade, muito diferente da ciência. […]

Como podemos, então, tentar conciliar essas visões?

Acho que a melhor maneira é a seguinte. Se tirarmos das religiões a roupa do dogma, qual é a sua essência, a essência de todas as religiões? É o contato com uma espiritualidade, com uma espécie de emoção primordial com o mundo, com a natureza. Sempre nasceram assim. Lembra?

Marcelo Gleiser é físico, astrônomo, professor, escritor e roteirista. Em 2019, o brasileiro se tornou o primeiro latino- americano a vencer o prêmio Templeton, honra que divide com outros líderes religiosos e intelectuais.

No início da história da religião, as árvores eram sagradas, os montes eram sagrados, esta pedra tinha um significado. Existia uma relação de maravilhamento com o desconhecido, e essa espiritualidade é que deu origem à religião. Essa é uma sensação, uma coisa subjetiva, individual, que cada um pode ter. É uma procura de você mesmo com sua espiritualidade, perante um mundo que é muito maior do que a gente.

Se você tira o ritual, o dogma cristão, judaico, muçulmano, hindu, budista, essencialmente todas as religiões falam dessa relação do ser humano com essa espiritualidade, dessa ressonância com o mundo.

A ciência também. Por que as pessoas fazem ciência? As pessoas fazem ciência para poder se aproximar da natureza, do mundo. O espírito de busca, essa relação com o mistério, com o desconhecido é essencialmente a mesma, tão carregada de espiritualidade quanto essa religião sem roupa, vamos dizer assim, essa espiritualidade nua, essa relação com o mistério, com o desconhecido.

Assim, se a gente se esquecer dos dogmas da religião e da linguagem científica, que é o que vem depois, mas entender a subjetividade da procura das pessoas com relação a esses grandes mistérios, religião e ciência têm muito em comum.

GLEISER, Marcelo. Quando não existe conflito entre ciência e fé. Fronteiras do Pensamento, jan. 2019. Disponível em: https://www.fronteiras.com/leia/exibir/21-ideias-marcelo-gleiser-e-a-complementaridadeentre-religiao-e-ciencia. Acesso em: 22 nov. 2022.

FLAVIO MORAES/FOTOARENA/FOLHAPRESS
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Agora, observe atentamente o quadrinho do artista americano Robert Crumb, que representa uma visão religiosa a respeito da criação do mundo.

3. Composição do estudante.

A explicação científica mais aceita no presente é a teoria do Big Bang. O site da revista National Geographic tem um texto bastante didático a respeito dessa teoria que pode ser consultado pelos estudantes. Disponível em: https://www.nationalgeographicbrasil. com/espaco/2022/10/o-que-foi-o-big-bang. Acesso em: 5 dez. 2022. Para a produção do quadrinho, os estudantes podem criar personagens que dialoguem e apresentem as duas visões, explorando a criatividade. Caso seja possível, oriente os estudantes a utilizarem recursos digitais para a criação dos quadrinhos, como ferramentas para a realização de colagem ou mesmo que as auxiliem no trabalho de ilustração e pintura. Há vários recursos on-line e gratuitos disponíveis na internet.

CRUMB, Robert. Gênesis

São Paulo: Conrad, 2009. p. 13.

1 Defina de que forma o quadrinho explica a criação do mundo. O quadrinho explica a criação do mundo por meio da ação de Deus. É um exemplo de representação artística que dialoga com a tradição judaico-cristã descrita no livro do Gênesis.

2 Segundo o físico Marcelo Gleiser, na ciência, temos de ver para crer. Por isso, observamos e analisamos a natureza e o mundo, por exemplo. Pela fé, cremos para ver, ou seja, acreditamos sem precisar sondar, pesquisar, analisar. Considerando essa comparação do autor, com suas palavras, qual seria o ponto de encontro entre ciência e fé?

Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes percebam que o ponto em comum seria a procura do ser humano por respostas para os grandes mistérios da vida; quando percebe que o mundo é muito maior e nos ultrapassa.

3 Pesquise informações sobre a explicação científica mais aceita atualmente sobre a origem do Universo e crie, em uma folha à parte, um quadrinho comparando essa explicação com a que está presente na obra de Crumb.

ROBERT CRUMB
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ALÉM DA IMAGEM

Este é um bom momento para estudar as principais características do movimento artístico Renascimento interdisciplinarmente com Arte. Consulte orientações no Manual do professor.

No início do século XVI, o pintor, escultor, poeta e arquiteto italiano Michelangelo Buonarroti (1475-1564) criou o afresco A criação de Adão no interior da Capela Sistina, no Vaticano, na Itália. Nele, é representado o mito da criação que está presente no livro do Gênesis ( Bíblia. Gênesis 2,7), no qual Deus cria Adão, considerado pela tradição judaico-cristã o primeiro ser humano.

A criação de Adão, de Michelangelo. 1511-1512. Afresco. 280 cm × 570 cm. Capela Sistina. Vaticano.

• Observando a pintura de Michelangelo, identifique as possíveis referências à chamada “teoria criacionista”.

Projete a imagem para que os estudantes percebam os detalhes, como as cores, os movimentos, as diferenças e as semelhanças entre Adão e Deus etc. Para a condução das discussões e da proposta da atividade, consulte orientações no Manual do professor. Nele, você também encontra um texto do papa Francisco sobre a importância de não pensarmos que Deus age como um mágico.

MUSEU DO VATICANO, ROMA, ITÁLIA
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TEIA DO CONHECIMENTO

1. A escolha de um mito é uma forma de explorar a autonomia dos estudantes, além de ampliar o reconhecimento do papel da tradição escrita na preservação de ensinamentos religiosos e reconhecer a diversidade de textos religiosos escritos ao longo do tempo. Lembre aos estudantes que eles podem escolher mitos de sociedades que praticavam religiões politeístas, como os gregos na Antiguidade ou os povos indígenas que vivem no Brasil, mas também mitos de religiões monoteístas, como o Cristianismo, o Islamismo, o Judaísmo, entre outras. Durante a produção do roteiro, auxilie os estudantes a identificarem as características desse tipo de texto, enfatizando a importância da construção de um texto coerente, que apresente de forma didática a relevância do mito para a organização das comunidades humanas.

Neste capítulo, você teve a oportunidade de ampliar seus conhecimentos sobre as narrativas míticas de diversas comunidades humanas e a busca por respostas às questões da vida. Nesse sentido, o mito é uma forma natural a que os distintos povos recorrem a fim de conhecer e explicar o mundo e a realidade nos quais estão inseridos. Para tanto, o mito utiliza uma linguagem simbólica, que pode ser permeada de deuses e heróis. O mito é, portanto, um componente precioso da experiência religiosa nas diferentes tradições e culturas. Embora nas sociedades ocidentais, com o surgimento e o desenvolvimento da Ciência, muitos acreditem que o mito seja narrativa fantasiosa, é necessário reconhecer a importância da linguagem simbólica dos mitos na tentativa de explicar a realidade.

• Em grupos, retomem os mitos apresentados ao longo do capítulo e reflitam sobre a maneira como essas narrativas ajudaram diferentes sociedades a responderem a questões essenciais para a existência humana. Em seguida, registrem as principais ideias discutidas e realizem as atividades.

Releia os mitos descritos ao longo do capítulo com os estudantes. São mitos sobre a criação: tratam de algo que teria ocorrido no início dos tempos. Certifique-se de que os estudantes compreenderam que as narrativas buscam construir um sentido para a realidade, mas sem tentar construir explicações racionais ou científicas.

1 Pesquisem uma narrativa mítica de uma cultura do passado ou do presente. Analisem os elementos dessa narrativa partindo das ideias trabalhadas no capítulo. Ao final, produzam um pequeno roteiro para a gravação de um vídeo curto sobre a importância dos mitos para as sociedades humanas. Resposta pessoal.

Isso não significa que os mitos são menos importantes ou incorretos, mas que expressam valores e inquietações das sociedades que os elaboraram.

2 Com o roteiro pronto, gravem um vídeo de até três minutos. Para a gravação, utilizem os recursos disponíveis, como aparelhos celulares ou computadores. Ao final, compartilhem o material com os demais grupos em sala de aula.

2. A proposta da atividade é instigar a autonomia e a criatividade dos estudantes, mobilizando um recurso muito presente no cotidiano do grupo. Consulte mais informações no Manual do professor.

DICA

É possível criar um registro inspirado em vídeos compartilhados diariamente em redes sociais, instigando a curiosidade dos espectadores. O vídeo deve ser gravado sob a supervisão do professor e, se possível, compartilhado nas redes sociais da escola.

NIMITO/SHUTTERSTOCK.COM
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