Além da Chuva

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Michel Gorski e Fernando Vilela ISBN 978-85-96-02757-1 9

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Este livro ilustrado inspira leitores a inventar soluções para os problemas de suas comunidades e apresenta histórias reais de jovens cientistas que transformaram ideias malucas em uma maneira de mudar o mundo para melhor.

Além da chuva

Depois de muitos anos, Carlos está de volta a São Paulo para entrevistar um renomado inventor, que foi seu amigo de infância. Ao chegar, a visão aérea da metrópole desperta uma lembrança. Vinte e cinco anos antes, Carlos e seus amigos se reuniram para tentar resolver os estragos causados na cidade pelas tempestades de verão.

ALÉM DA

CHUVA Michel Gorski | Fernando Vilela

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ALÉM DA Michel Gorski

1a. edição

São Paulo – 2020

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CHUVA Fernando Vilela

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Copyright © Michel Gorski e Fernando Vilela, 2020 Todos os direitos reservados à EDITORA FTD S.A. Matriz: Rua Rui Barbosa, 156 – Bela Vista – São Paulo – SP CEP 01326-010 – Tel. (0-XX-11) 3598-6000 Caixa Postal 65149 – CEP da Caixa Postal 01390-970 Internet: www.ftd.com.br E-mail: projetos@ftd.com.br Diretor geral Ricardo Tavares de Oliveira Gerente editorial Isabel Lopes Coelho Editor Estevão Azevedo Editora assistente Camila Saraiva Coordenador de produção editorial Leandro Hiroshi Kanno Preparadora Marina Nogueira Revisoras Aurea Santos e Cátia de Almeida Editores de arte Daniel Justi e Camila Catto Projeto gráfico Fernando Vilela, Daniel Justi e Camila Catto Coordenadora de texto e imagem Marcia Berne Pesquisadora iconográfica Rosa André Diretor de operações e produção gráfica Reginaldo Soares Damasceno Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Gorski, Michel Além da chuva / Michel Gorski, Fernando Vilela; ilustrações Fernando Vilela. — 1. ed. — São Paulo: FTD, 2020. ISBN 978-85-96-02757-1 1. Ficção - Literatura infantojuvenil I. Vilela, Fernando. II. Título. 20-33628

CDD-028.5

Índices para catálogo sistemático: 1. Ficção: Literatura infantil 028.5 2. Ficção: Literatura infantojuvenil 028.5 Maria Alice Ferreira — Bibliotecária — CRB-8/7964 Crédito das imagens: Pablo Porlan/Hans Lucas/AFP (p. 40-41); Michel Porro/ Getty Images (p. 42); Acervo pessoal (p. 43).

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À memória da vovó Elza com seu quintal-horta; à Stela com suas traquitanas de água; e ao Tom, em nome das crianças na busca de um mundo melhor.

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V

oltava para minha cidade, depois de longa ausência, no dia 5 de fevereiro de 2035, para entrevistar o doutor Antônio Dias Sobrinho, agora um renomado inventor.

Estava distraído no amplo espaço interno do avicóptero e, ao olhar pela janelinha, perguntei para a aeromoça: — Onde está a cidade? O aparelho está quase no chão! — Senhor, já vamos aterrissar na base intermodal leste da cidade de São Paulo — ela respondeu. — Por favor, aperte o cinto. Pousaremos antes da tempestade que se aproxima.

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Mal consegui reconhecer a paisagem urbana. Lá de cima, eu via rios, campos verdes e diversas plantações. Estava ansioso para reencontrar meu amigo Tonico, que não via há anos. “Será que ele mudou muito desde que virou um cientista famoso?”, pensei.

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As nuvens escuras me fizeram recordar da temporada de chuvas de verão. Em 2010, éramos uma turma de amigos de escola inseparáveis: a Maria, a Lucinha, o Tonico e eu. Tenho aquele verão na memória como se fosse ontem. Foi o ano que mais choveu no mundo; ou pelo menos no nosso pequeno universo, o bairro da Mooca.

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Chovia todo dia. À tarde caía um dilúvio, bem na hora em que eu estava de carro na rua com minha mãe. A água inundava tudo, e a gente demorava um tempão para chegar a qualquer lugar. Minha mãe reclamava, minha irmã menor chorava, e sempre havia um culpado — a chuva!

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Muita gente amava a chuva, mas, nas tempestades de verão, mudava de ideia e passava a odiá-la. Para brincar e jogar bola, era uma delícia, mas, para quem tinha que cruzar a inundação e ficar todo encharcado, não era nada fácil.

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Quando chegávamos em casa, minha mãe, irritada, sempre dizia: — Quando é que esta cidade vai melhorar? Ninguém cuida disso! Todo ano é a mesma coisa! Desde aquele tempo, eu já disparava minha metralhadora perguntativa: — Mamãe, por que o rio transborda? Por que a cidade inunda? Como ninguém faz nada? O que eu tenho que fazer pra melhorar tudo isso? Por que a chuva é tão ruim? — Meu filho, a chuva deveria ser boa. Ela é essencial pra nossa vida, mas nesta cidade tudo fica bagunçado, entupido e inundado com ela. A chuva não traria problemas se as pessoas soubessem o que fazer com toda essa água que cai do céu.

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