Petit é um cachorro pequeno que cresceu, contrariando o nome (petit é “pequeno” em francês). HELOISA PRIETO
Alice é uma garota muito inteligente, que adora desenhar e brincar no seu próprio mundo. Ela também tem o hábito de balançar o corpo e prefere ficar horas sozinha a socializar.
AS AVENTURAS DE UM CÃO CHAMADO PETIT
Olívia é a irmã mais velha de Alice, que conta a história de como o cão virou o melhor amigo das duas. Quando os colegas de escola riem do jeito diferente de Alice, Petit se une com Olívia, com a mãe das meninas e com a incrível vovó Lydia para colocar os pingos nos is. Is de inclusão e imaginação.
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E as aventuras de Petit? Pergunte para Alice, que ela inventou um monte! Ou melhor, abra o livro e conheça toda a criatividade de uma menina muito especial, que recebeu o carinho da família e o apoio da escola para lidar com sua condição.
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Copyright © Heloisa Prieto, 2021 Reprodução proibida: Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. Todos os direitos reservados à EDITORA FTD Rua Rui Barbosa, 156 — Bela Vista — São Paulo — SP CEP 01326-010 — Tel. 0800 772 2300 www.ftd.com.br central.relacionamento@ftd.com.br DIRETOR-GERAL
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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Prieto, Heloisa As aventuras de um cão chamado Petit / Heloisa Prieto; ilustrações Maria Eugênia. — 1. ed. — São Paulo: FTD, 2021. ISBN 978-65-5742-143-7 1. Ficção – Literatura infantojuvenil I. Eugênia, Maria. II. Título. 20-48808
CDD-028.5
Índices para catálogo sistemático: 1. Ficção: Literatura infantojuvenil 028.5 2. Ficção: Literatura juvenil 028.5 Maria Alice Ferreira – Bibliotecária – CRB-8/7964
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Heloisa Prieto já publicou cerca de 85 livros. Além de escrever, traduz para o português os idiomas inglês e francês, e ministra oficinas de criação literária com a arte-educadora Priscila Nemeth e com o poeta e tradutor Victor Scatolin. Nos últimos anos, passou a viajar para Dublin, na Irlanda, para participar de encontros com escritores, seminários e cursos. Em 2020, teve contos publicados nas antologias Covid-19 Chronicles 1 e 2, do grupo de escritores Inkslingers. Maria Eugênia Longo Cabello Campos ilustrou mais de 100 livros para crianças e adultos. Com seus trabalhos, participou de várias exposições, como as da Society of Illustrators e da American Illustration, ambas em Nova York, nos Estados Unidos, e a da Feira do Livro Infantil e Juvenil de Bolonha, na Itália. Participou também da oficina promovida pela Unesco e pelo International Board on Books for Young People (IBBY) na Bienal de Ilustrações de Bratislava, na Eslováquia. Foi colaboradora de revistas e jornais, como Folha de S.Paulo, e tem seus desenhos estampados em vários produtos de design e papelaria.
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Para Renata. Para Lydia Vainer, in memoriam. Agradeço a Luiza Del Monaco pelo estímulo e amizade, a Raissa Pala Veras pela sensível troca de ideias e especialmente a Jeremy Murphy por suas sugestões.
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Quando minha irmã nasceu eu morri de ciúmes. Ela era minha boneca. Ninguém mais podia brincar com ela. Quando chegavam as visitas, eu logo dava um jeito de fazer algo estranho para afastar todo mundo de perto da Alice. — Olívia! O que é isso, minha filha? Você quer tanta atenção assim? Eu não queria que reparassem em mim. Só não gostava que ficassem pegando a minha Alice querida. Eu nunca imaginei que uma irmã que acabou de sair do hospital pudesse ser bonita: a testa redondinha, os cabelos cacheados e a mãozinha que queria pegar meu dedo para brincar. — A Alice é minha irmã! — eu dizia. — E ela vai dormir no meu quarto depois que ficar maiorzinha. E nós vamos brincar, tomar banho, viajar, ir para a escola, fazer tudo juntas... Minha mãe não sabia o que fazer comigo. Muitos meses se passaram. A Alice ficou cada vez mais linda e eu cada dia mais ciumenta. Então, a ideia veio da cabeça do meu pai...
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— Eu acho que conheço uma vacina anticiúme para a Olívia! É tão simples! Ela precisa de um bebezinho só dela, alguém que ela adore... — Ah, não, George! — disse a mamãe. — Está cedo demais para termos outro bebê! — Bebê? — papai perguntou e depois não disse mais nada. Fiquei sem dormir, só pensando no que papai estava tramando. No dia seguinte, logo no café da manhã, ele disse para todas nós: — Amanhã é dia de escolher cachorrinho... Vamos levar as meninas até o abrigo para que elas adotem um filhote. E cuidar dele será total responsabilidade da Olívia, certo, minha filha linda? Outra noite sem dormir. Nem acreditava em tanta felicidade! Eu sonhava em ter um cachorrinho e o papai tinha adivinhado o que eu mais queria... Ao chegar ao abrigo, mamãe desceu primeiro do carro, com a Alice no colo. Eu nunca poderia imaginar que uma bebezinha ficaria tão feliz num lugar cheio de cãezinhos. Alice não parava de rir. Batia palmas. Gargalhava. Nós passamos por cachorrinhos de todos os tipos, cores, tamanhos e idades... Como decidir?
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Os mais velhos olhavam para mim como se fossem gente, os menorzinhos brincavam entre si... Eram tão lindos que eu queria escolher todos ao mesmo tempo. — Não sei que filhotinho escolher, Pai... — eu disse um pouco desanimada. Foi quando a Alice escapou do colo da minha mãe e andou bamboleando até um filhotinho que estava brincando sozinho, de frente para a parede. Ele não era o mais bonito, nem parecia o mais esperto. Eu não tinha certeza de que era o meu cachorrinho dos sonhos.
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De repente, a Alice parecia uma espécie de irmã daquele filhote. Ela ficou de quatro, soltou um latido de bebê. O cachorrinho respondeu com outro. Alice imitou o jeito de ele andar. O cãozinho veio e lambeu a bochecha da minha irmã. Ela morreu de rir. Ele abanou a cauda e virou de barriga para cima. Minha irmã também... — Acho que o cachorrinho ideal já foi escolhido — disse o papai.
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— Ah, ele é mesmo muito simpático — falou a dona do abrigo. — O nome dele é Petit. Quer dizer “pequeno” em francês... Fui eu quem escolhi. Mas, se vocês quiserem mudar o nome, fiquem à vontade, claro. — Petit parece perfeito! — disse o papai. Nisso, reparei que minha mãe cochichou: — Querido, está tudo errado... Quem tinha que escolher o cachorrinho era a Olívia, lembra? Assim ela parava com essa ciumeira danada que ela anda demonstrando... Corri e abracei os dois! Alice e Petit! O cachorrinho já estava no colo de minha irmã, mesmo ela sendo uma bebê. O Petit tinha dado um jeito de sentar juntinho dela de um jeito que os dois ficaram parecendo uma só coisa. — Mãe, eu adorei o Petit! Ele vai ter duas mães: eu e a Alice! — Tudo bem. Ficamos com ele, mas só se você prometer não atormentar mais as visitas...
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