

Tradução Maria Viana
Ilustrações Marilia Pirillo
Copyright da edição brasileira © Editora FTD, 2023
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Editor Estevão Azevedo
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Preparadora Maria Elaine Andreoti
Revisoras Marina Nogueira e Aurea Santos
Editores de arte Camila Catto e Daniel Justi
Projeto gráfico Andréia Crema
Diagramação Gabrielly Alice da Silva
Diretor de operações e produção gráfica Reginaldo Soares Damasceno
Tradução de Aventures de la famille Raton In: LACASSIN, Francis (org.). Si les fées m’étaient contées: 140 contes de fées de Charles Perrault à Jean Cocteau. Paris: Omnibus, 2003. ISBN: 978-2-258-06134-7.
Júlio Verne (1828-1905) é um dos mais importantes escritores da França, considerado por muitos o precursor da ficção científica. Deu início à carreira de escritor com Cinco semanas em um balão, publicado em 1863. Hoje, traduzidos em 148 idiomas, seus livros são clássicos da literatura universal.
Maria Viana nasceu em Carangola (MG) e é escritora, tradutora, editora e pesquisadora. Já publicou obras literárias, didáticas e de formação de professores, algumas das quais foram selecionadas em programas governamentais como PNLD e PNBE, receberam o selo Altamente Recomendável da FNLIJ e integraram o Catálogo de Bolonha.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Verne, Jules, 1828-1905
As aventuras da família Raton / Júlio Verne; tradução Maria Viana; ilustrações Marilia Pirillo.
— 1. ed. — São Paulo: FTD, 2023.
Título original: Aventures de la famille Raton
ISBN 978-85-96-03941-3
1. Literatura infantojuvenil I. Pirillo, Marilia.
II. Título.
22-138177
CDD-028.5
Índices para catálogo sistemático:
1. Literatura infantil 028.5
2. Literatura infantojuvenil 028.5
Cibele Maria Dias — Bibliotecária — CRB-8/9427
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Para o meu irmão Severiano, que me abriu portas infinitas ao abrir-me pela primeira vez a porta de uma biblioteca pública.
M. V.
Quando eu era menina, adorava ler as histórias escritas por Júlio Verne. Foi nessa época, entre os nove e os doze anos, que conheci muitas das aventuras inventadas por ele e me tornei sua leitora. Não havia livros na minha casa, pois não sobrava dinheiro para comprá-los, mas meu irmão, que era um pouco mais velho, ensinou-me o caminho da biblioteca pública. Foi nessa biblioteca, que frequentei até os dezesseis anos, que li pela primeira vez as maravilhosas histórias escritas por esse escritor francês. Lembro-me de que era uma coleção volumosa. Os livros tinham capa vermelha e belas ilustrações em preto e branco.
Muitos anos depois, estudei Língua e Literatura Francesa na universidade e pude ler, na língua original, a obra de Júlio Verne e de muitos outros autores franceses. Já estava no mestrado quando fui convidada a escrever um artigo para uma revista e decidi discorrer sobre a vida e a obra desse escritor que tanto me fascinara na infância.
Ao fazer a pesquisa para redigir o texto, aprendi muitas coisas. Descobri, por exemplo, que aquela vasta coleção de livros de Júlio Verne que conheci na infância fora produzida graças ao estímulo de um grande editor chamado Pierre-Jules Hetzel. O primeiro livro de Júlio Verne, Cinco semanas em um
(1863), editado por Hetzel, foi um sucesso de vendas tão fabuloso para a época que o editor e o escritor assinaram um contrato, estabelecendo a produção de dois livros por ano.
Foi assim que teve início o ambicioso projeto que recebeu o título de As Viagens Extraordinárias, composto de sessenta e duas histórias, organizadas inicialmente em quarenta e sete volumes, nos quais estão livros que você já deve conhecer ou que lerá um dia, como A volta ao mundo em oitenta dias, Viagem ao centro da Terra e Vinte mil léguas submarinas
Durante essa pesquisa, vim a saber também que Júlio Verne escreveu algumas histórias que só foram publicadas depois de sua morte, caso da novela As aventuras da família Raton, que o escritor leu em uma conferência durante uma viagem à Bélgica em 1887. Um resumo dessa história foi publicado num jornal francês em 1891. A versão completa, corrigida pelo seu filho Michel Verne, só foi editada em 1910, cinco anos depois da morte do escritor.
Gostei tanto dessa novela que decidi traduzi-la. Assim, quem aprecia as histórias inventadas por Júlio Verne poderá conhecer também essa e se divertir com as emocionantes aventuras vividas pelos personagens.
Você perceberá logo que é uma história muito diferente das outras narrativas escritas pelo autor francês, inclusive por ser protagonizada por animais e ter a estrutura de um conto de fada, com direito a encantamentos, fada, feiticeiro e, claro, um casal apaixonado que enfrentará muitos desafios até o final — um final surpreendente.
Espero que goste!
ra uma vez uma honrada família de ratos, formada pelo pai Raton, a mãe Ratonilda, a filha Ratina e o primo Ratofrásio. Moravam com eles dois empregados, o cozinheiro Ratê e a camareira Ratônia.
Certa vez aconteceu a esses dignos roedores uma aventura realmente extraordinária, minhas queridas crianças, que eu não resisto em lhes contar.
Isso se passou no tempo das fadas e dos encantamentos. Naquele tempo em que os animais também falavam.
Sim, sem dúvida é dessa época a expressão “falar besteira”. Se bem que aqueles seres bestiais de antigamente diziam menos besteiras que muitos seres humanos do passado e da atualidade! Escutem, queridas crianças, vou começar.