Alfredo Boulos Júnior
HISTÓRIA SOCIEDADE
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&CIDADANIA
Alfredo Boulos Júnior
HISTÓRIA
SOCIEDADE
&CIDADANIA
8 Alfredo Boulos Júnior
Doutor em Educação (área de concentração: História da Educação) pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Mestre em Ciências (área de concentração: História Social) pela Universidade de São Paulo. Lecionou na rede pública e particular e em cursinhos pré-vestibulares. É autor de coleções paradidáticas. Assessorou a Diretoria Técnica da Fundação para o Desenvolvimento da Educação – São Paulo.
4 a edição | São Paulo | 2018
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Copyright © Alfredo Boulos Júnior, 2018. Diretor editorial Diretora editorial adjunta Gerente editorial Editor Editores assistentes Assistente editorial Assessoria Gerente de produção editorial Coordenador de produção editorial Gerente de arte Coordenadora de arte Projeto gráfico Projeto de capa Foto de capa Supervisor de arte Editores de arte Diagramação Tratamento de imagens Coordenadora de ilustrações e cartografia Ilustrações Cartografia Coordenadora de preparação e revisão Supervisora de preparação e revisão Revisão
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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Boulos Júnior, Alfredo História sociedade & cidadania : 8o ano / Alfredo Boulos Júnior. — 4. ed. — São Paulo : FTD, 2018. “Componente curricular: História.” ISBN 978-85-96-02059-6 (aluno) ISBN 978-85-96-02060-2 (professor) 1. História (Ensino fundamental) I. Título. 18-21617
CDD-372.89 Índices para catálogo sistemático:
1. História : Ensino fundamental 372.89 Maria Alice Ferreira - Bibliotecária - CRB-8/7964 1 2 3 4 5 6 7 8 9 Envidamos nossos melhores esforços para localizar e indicar adequadamente os créditos dos textos e imagens presentes nesta obra didática. No entanto, colocamo-nos à disposição para avaliação de eventuais irregularidades ou omissões de crédito e consequente correção nas próximas edições. As imagens e os textos constantes nesta obra que, eventualmente, reproduzam algum tipo de material de publicidade ou propaganda, ou a ele façam alusão, são aplicados para fins didáticos e não representam recomendação ou incentivo ao consumo.
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APRESENTAÇÃO Caro aluno, cara aluna, Quero lhe dizer algo que para mim é importante e por isso gostaria que você soubesse: para que este livro chegasse às suas mãos, foram necessários o trabalho e a dedicação de muitas pessoas: os profissionais do mundo do livro. O autor é um deles. Sua tarefa é pesquisar e escrever o texto e as atividades, além de sugerir as imagens que ele gostaria que entrassem no livro. A essas páginas produzidas pelo autor damos o nome de originais. O editor e seus assistentes leem e avaliam os originais. Em seguida, solicitam ao autor que melhore ou corrija o que é preciso no texto. Por vezes, pedem que o autor refaça uma ou outra parte. Daí entram em cena outros trabalhadores do mundo do livro: os profissionais da Iconografia, da Arte, da Revisão e do Jurídico, entre outros. Os profissionais da Iconografia pesquisam, selecionam, tratam e negociam as imagens (fotografias, desenhos, gravuras, pinturas etc.) que serão aplicadas no livro. Algumas dessas imagens são os mapas, feitos por especialistas (os cartógrafos), e desenhos baseados em pesquisas históricas, feitos por profissionais denominados ilustradores. Os profissionais da Arte criam um projeto gráfico (planejamento visual da obra), preparam e tratam as imagens e diagramam o livro, isto é, distribuem textos e imagens pelas páginas para que a leitura se torne mais compreensível e agradável. Os profissionais da Preparação e Revisão corrigem palavras e frases, ajustam e padronizam o texto. A equipe do Jurídico solicita a autorização legal para o uso de textos de outros autores e das imagens que irão compor o livro. Todo esse trabalho é acompanhado pela Gerência Editorial. Em seguida, esse material todo, que é um arquivo digital, segue para a gráfica, onde é transformado em livro por técnicos especializados do setor Gráfico. Depois de pronto, o livro chega às mãos da equipe de Divulgação, que o apresenta aos professores, personagens que dão vida ao livro, objeto ao mesmo tempo material e cultural. Meu muito obrigado do fundo do coração a todos esses profissionais, sem os quais esta Coleção não existiria! E obrigado também a você, leitor. O autor
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CONHEÇA SEU LIVRO
III UNIDADE
ABERTURA DE UNIDADE
Fonte 3
UM UM IMPÉRIO IMPÉRIO NOS NOS TRÓPICOS TRÓPICOS
D. Pedro II em trajes militares. 1860. Autor desconhecido. Museu Mariano Procópio, MG.
Este volume está organizado em quatro unidades. Cada uma delas é iniciada por uma página dupla na qual, por meio de imagens e textos, os temas a serem trabalhados são apresentados.
Fonte 1
Bandeira do Império do Brasil.
Fonte 2
MUSEU HISTÓRICO NACIONAL DO RIO DE JANEIRO
MUSEU DE ARTE DE SÃO PAULO
FOTOS: MUSEU IMPERIAL DO RIO DE JANEIRO
Fonte 4
D. Pedro II. 1875.
Pedro de Alcântara e suas irmãs, dona Francisca e dona Januária; tela do pintor Félix-Émile Taunay (1795-1881).
O Brasil foi uma Monarquia por 67 anos e, durante esse longo tempo, teve dois imperadores: D. Pedro I, que reinou por 9 anos; e seu filho, D. Pedro II, que governou por 49 anos. Nesta dupla de páginas de abertura, vemos três imagens deste imperador. Cada uma sugere um momento de sua vida. » Como ele aparece na fonte 2? » Por que será que na fonte 3 ele aparece em trajes militares? » E na imagem 4, como D. Pedro II está sendo mostrado?
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ABERTURA DE CAPÍTULO DIALOGANDO
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A REVOLUÇÃO FRANCESA E A ERA NAPOLEÔNICA
Há mais de dois séculos, todos os anos, no dia 14 de julho, os franceses lotam as ruas, praças e avenidas para comemorar a queda da Bastilha, fato que marca o início da Revolução Francesa. Você sabe o que era a Bastilha? Já tinha ouvido falar dessa revolução? Por que será que os franceses a comemoram com tanto entusiasmo todos os anos? Por que essa revolução ocorrida há tanto tempo continua sendo tão importante para eles? Você sabe se ela também é importante para nós?
Jatos da Força Aérea Francesa sobrevoando a Avenida Champs-Élysées durante os festejos do dia da Bastilha. Paris, 14 de julho de 2017.
GONZALO FUENTES/REUTERS/FOTOARENA
Desafios propostos ao longo dos capítulos para discutir imagens, gráficos, tabelas e textos.
Nas aberturas dos capítulos são apresentadas imagens de diversos tipos acompanhadas de questões que iniciam a discussão dos temas que serão trabalhados nas páginas seguintes.
CAPÍTULO
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PARA SABER MAIS
PARA SABER MAIS
COLEÇÃO PARTICULAR. FOTO: 12/UIG/GETTY IMAGES
Quadro que apresenta informações extras sobre os conteúdos trabalhados nos capítulos.
PARA REFLETIR
PARA REFLETIR
O texto a seguir, do historiador estadunidense Robert Darnton, é sobre a Enciclopédia criada pelos iluministas franceses. Leia-o com atenção. [...] é importante salientar um fato fundamental que se tornou evidente para as autoridades francesas tão logo o primeiro volume da primeira edição chegou às mãos dos assinantes: a obra era perigosa. Não se tratava meramente de uma coleção, em ordem alfabética, de informações a respeito de tudo; a obra registrava o conhecimento segundo os princípios filosóficos expostos por D’Alembert no Discurso Preliminar. Embora reconhecesse formalmente a autoridade da Igreja, D’Alembert deixava claro que o conhecimento provinha dos sentidos, e não de Roma ou da Revelação. O grande agente ordenador era a razão, que combinava as informações dos sentidos, trabalhando com as faculdades irmãs, memória e imaginação. Assim, tudo o que o homem conhecia derivava do mundo que o cercava e do funcionamento de sua própria mente. [...]
Seção que traz textos estimulantes sobre os conteúdos estudados e propõe a discussão sobre os temas.
COMPANHIA DAS LETRAS
O texto a seguir é de especialistas em História da América. Leia-o com atenção. François Dominique Toussaint, que mais tarde adotou o nome de Toussaint L´Ouverture (abertura em francês, sinalizando algo de novo), vinha de uma linhagem de chefes da etnia aja, na África. Seu pai fora aprisionado e trazido a São Domingos em navio negreiro. O colono que o comprou […] percebeu ser ele uma pessoa fora do comum e lhe deu certa liberdade na fazenda de produção açucareira, permitindo que cultivasse uma horta […]. Casou-se e teve oito filhos. Perto da casa-grande vivia um velho negro chamado Pierre Baptiste […], escolhido como padrinho do primogênito Toussaint. Ensinou a ele crioulo, francês, um pouco de latim e geometria. O menino cresceu sem trabalhar no eito. Cuidava dos rebanhos e manadas, tornou-se cocheiro do senhor e mais tarde administrador dos bens vivos da fazenda. Quando eclodiu a revolta escrava em 1791, vivia com a esposa e os filhos na plantation Bréda, no norte da colônia. Uniu-se aos rebeldes no ano de 1793. […] Mas, com a invasão napoleônica, foi capturado e deportado para François Dominique a França, onde faleceu no ano seguinte [...], Toussaint L’Ouverture, fragilizado por cruéis torturas. conhecido como Napoleão Negro, em PRADO, Maria Ligia; PELLEGRINO, Gabriela. História da América Latina. São Paulo: Contexto, 2014. p. 15-16. uma pintura de 1875.
Fac-símile da capa do livro O iluminismo como negócio.
DARNTON, Robert. O iluminismo como negócio: história da publicação da Enciclopédia (1775-1800). São Paulo: Companhia das Letras, 1996. p. 17-18.
a) Qual era o regime político adotado na França quando a Enciclopédia dos iluministas foi publicada, em 1751? b) Como a Enciclopédia dos iluministas foi vista pelas autoridades e por quê? c) O que tornou a Enciclopédia tão “herética”, isto é, tão revolucionária?
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d) Em dupla. O governo francês chegou a proibir a Enciclopédia e a retirá-la de circulação, o que só fez aumentar a popularidade dela. Pesquisem e encontrem um exemplo na história do Brasil de livro, revista ou jornal que, ao ser proibido pela censura, ganhou popularidade.
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ATIVIDADES Retomando
Questões variadas sobre os conteúdos dos capítulos para serem realizadas individualmente ou em grupo. Uma forma de rever aquilo que foi estudado.
II Leitura e escrita em História Pernambuco
VOZES DO PASSADO
37º O
CE
PB 8º S
Goiana
PI
Manifesto das mulheres de Goiana Queridas Compatriotas [...]
ATIVIDADES
0
110
BA
AL SE
OCEANO ATLÂNTICO
ALLMAPS
PERNAMBUCO
Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. p. 167.
O imperador que soube de tal arte iludir-nos, que chegamos a adorá-lo como Fundador e Defensor da Liberdade [...], traindo nossa confiança [...] tirou finalmente a máscara hipócrita com que se disfarçava e fez ver em toda a claridade que, se nos embalava com a Independência, era para mais facilmente [...] nos escravizar [...]. A dissolução da Augusta Assembleia Nacional à força de artilharia e baionetas, e a prisão do nosso imortal Compatriota o Sr. Barata, são atentados [...] que nenhuma dúvida deixam [...]. Todos os seus atos posteriores o confirmarão, e tendem ao mesmo fim, o de escravizar-nos. [...] Alguém poderá tachar-nos de nos intrometermos em política, por ser matéria alheia do nosso sexo: a isso responderemos [...] não somos nós mães e esposas? E queremos acaso ser mães e esposas de escravos? [...] As Brasileiras [...] são sensíveis [...] à honra [...] e à glória de concorrerem para a liberdade e salvação da Pátria, pelas quais não duvidam arriscar as próprias vidas, preferindo a morte à escravidão.
I Retomando 1. Assinale a afirmativa INCORRETA e justifique a sua escolha: a) No século XVI, a Inglaterra foi governada por monarcas absolutistas, com destaque para Henrique VIII e sua filha Elizabeth I (1558-1602). b) A rainha Elizabeth I adotou uma política de incentivo e proteção ao comércio e às manufaturas inglesas. c) Associando-se aos corsários em empreendimentos lucrativos, o governo de Elizabeth I contribuiu para tornar a Inglaterra uma potência econômica e naval.
Goiana: cidade pertencente a Pernambuco. Compatriota: termo usado pelos rebeldes de 1824 para se autodenominarem.
d) O governo da rainha Elizabeth I favoreceu a burguesia, mas prejudicou a gentry e os yeomen.
2. Na Inglaterra do século XVII, as disputas entre o Parlamento e a Monarquia desembocaram em uma guerra civil (1642-1649). Sobre o assunto, responda:
Goiana, 10 de fevereiro de 1824. Ao Patriota Goianense. Na Tipografia particular do Gabinete Patriótico de Goiana.
BERNARDES, Denis A. de Mendonça. A gente ínfima do povo e outras gentes na Confederação do Equador. In: DANTAS, Monica Duarte (Org.). Revoltas, motins, revoluções: homens livres pobres e libertos no Brasil do século XIX. São Paulo: Alameda, 2011. p. 153-154.
a) O que é uma guerra civil? b) Que grupos sociais e religiosos lutaram ao lado do rei? Quais lutaram ao lado do Parlamento?
a) Quem escreveu e a quem se destina o manifesto? b) De que forma D. Pedro I foi descrito nesse documento de época?
c) Qual foi o desfecho da guerra civil?
c) Que atos de D. Pedro as autoras do manifesto citam para justificar a descrição que dele fazem? d) Com base no texto, o que é possível saber sobre a participação das mulheres pernambucanas nas lutas pela independência? Justifique. e) Com que argumento elas se defendem de possíveis críticas por se intrometerem em política, que, na época, era considerada matéria alheia ao sexo feminino?
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Leitura e escrita em História
Trabalha a leitura e a interpretação de diferentes fontes históricas e gêneros textuais.
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Leitura de imagem
Seção que permite o estudo de imagens relacionadas aos temas dos capítulos.
Leitura e escrita de textos
Seção dividida em “Vozes do passado” e “Vozes do presente”, com propostas de atividades de pesquisa ou escrita de texto.
VOZES DO PASSADO
Texto de sujeitos históricos que viveram as experiências sociais de outros tempos e espaços.
Cruzando fontes
Seção que permite se aproximar do trabalho de um historiador por meio da análise e da comparação de diferentes fontes.
VOZES DO PRESENTE
Especialistas abordam um dos assuntos relacionados ao tema estudado.
Integrando com... — Escuta o que vou lhe dizer, amigo. Nesta província a gente só pode ter como certo uma coisa: mais cedo ou mais tarde rebenta uma guerra ou uma revolução — atirou ambos os braços para o lado, num gesto de despreocupação. — Que é que adianta plantar, criar, trabalhar como burro de carga? O direito mesmo era a nossa gente nunca tirar o fardamento do corpo nem a espada da cinta. [...] O castelhano está aí mesmo. Hoje é Montevidéu. Amanhã, Buenos Aires. E nós aqui no Continente sempre acabamos entrando na dança.
FILME DE ANSELMO DUARTE. UM CERTO CAPITÃO RODRIGO. BRASIL, 1971
O texto a seguir é de Erico Verissimo, conceituado escritor sul-rio-grandense. Leia-o com atenção:
VERISSIMO, Erico. Um certo capitão Rodrigo. São Paulo: Editora Globo, 1987. p. 18.
Capa do DVD do filme Um certo Capitão Rodrigo (1971), adaptação da obra de Erico Verissimo. Direção de Anselmo Duarte.
Você cidadão!
a) Identifique a quem ou a que o personagem está se referindo ao dizer “Nesta província...” e “nossa gente”. b) A expressão “a gente”, quando se refere a “nós”, é empregada de maneira informal, sendo muito comum o seu uso na linguagem cotidiana. Essa expressão aparece no texto com esse sentido? Justifique. c) Na linguagem literária, os escritores costumam usar figuras de linguagem. Leia o conceito de duas dessas figuras e encontre e transcreva um exemplo retirado do texto. Comparação: trata-se da relação estabelecida entre dois elementos, em uma oração, a partir de suas características.
Hipérbole: transmite uma ideia exagerada de algo, a fim de defini-lo de forma dramática.
d) O que ele quis dizer com: “O castelhano está aí mesmo. Hoje é Montevidéu. Amanhã, Buenos Aires”? e) Interprete: Na frase: “E nós aqui no Continente sempre acabamos entrando na dança”, o que significa a expressão destacada?
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Seção que estimula a reflexão sobre temas como meio ambiente, ética e solidariedade. As atividades visam à preparação para o exercício da cidadania.
IV Você cidadão! Entrevista concedida por Hannah Brown para o Comitê da Câmara de Comuns, em 13 de junho de 1832. Pergunta: Com quantos anos você começou a trabalhar em fábricas de fiação? Resposta: Aos nove anos de idade. P: Qual era seu horário de trabalho? R: Eu começava às seis horas da manhã e trabalhava até às nove da noite. P: Havia um horário para as refeições? R: Não, não tinha. P: Este trabalho afetou seus membros? [...] R: Sim; meus dois joelhos são meio virados pra dentro. [...] P: Sr. Ackroyd alguma vez castigou você? R: Sim; ele me segurou pelo cabelo e pela orelha, me puxou e me bateu. P: Você o viu adotar um tratamento semelhante com alguém mais? R: Sim. Eu tinha visto ele puxar uma parente minha pelo cabelo. P: Você quer dizer que ele a arrastou pelo cabelo? R: Sim, por vários metros.
a) Quem está falando no texto?
Menina trabalhadora. Estados Unidos, 1910. HANNAH BROWN (child factory worker). Spartacus Educational. Disponível em: <http://spartacus-educational. com/IRbrown.htm>. Acesso em: 10 jul. 2018. (Tradução do autor.)
b) De que tempo ela está falando? c) Como era o cotidiano da entrevistada nesta época? d) O que levava os empregadores a optarem pelo trabalho infantil? e) O uso da violência contra a criança é um dos problemas sociais brasileiros. Pesquise e opine sobre o assunto.
Indicação de sites para pesquisa: • Estatuto da Criança e do Adolescente. Disponível em: <http://livro.pro/8y8a7i>. Acesso em: 9 nov. 2018. • Organização Internacional do Trabalho. Disponível em: <http://livro.pro/2qj6jk>. Acesso em: 9 nov. 2018. • Fundo das Nações Unidas para a Infância. Disponível em: <http://livro.pro/wqw9az>. Acesso em: 9 nov. 2018.
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BRIDGEMAN/FOTOARENA
Nesta seção, a História e outras disciplinas se encontram, o que permite ampliar ou complementar o que foi visto no capítulo.
III Integrando com Língua Portuguesa
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OBRIGADO! Pelas contribuições que recebemos sobre historiografia e ensino de História, queremos agradecer aos seguintes colegas: Angela de Castro Gomes [Professora Titular] Cláudia Viscardi [Professora Titular] Marcelo Cândido da Silva [Professor Titular] Pedro Paulo Funari [Professor Titular] Gabriela Pellegrino Soares [Professora Livre-Docente] Marcos Napolitano [Professor Livre-Docente] Margaret Bakos [Professora Doutora] Daniel Gomes de Carvalho [Doutor em História] Fábio Joly [Professor Doutor] Fábio Pestana [Professor Doutor] Luiz Carlos Villalta [Professor Doutor] Wlamyra Albuquerque [Professora Doutora] Ana de Sena Tavares Bezerra [Professora Mestra] Eduardo Góes de Castro [Professor Mestre] Gláucia Portela [Professora Mestra] Luciana Pokorny M. de Castro [Professora Mestra] Marco Túlio Vilela [Professor Mestre] Vanderlice de Souza Morangueira [Professora Mestra] Adriana Soares Estavarengo [Professora] Ana Gabriela Guimarães [Professora] Andiara Martins Dias [Professora] Carlos Roberto Diago [Professor] Eduardo Elisquevitch Mantovani [Professor] Gustavo Aguiar [Professor] Graciela Souza Almeida [Professora] Jackson Fergson Costa de Farias [Professor] Patrícia Aznar dos Santos [Professora] Simone Tourinho Simões [Professora] Alexandre Coelho [Professor] Antônio Carlos Felix [Professor] Antônio Carlos do Prado [Professor] André Vinícius Bezerra Magalhães [Professor]
Augusto Bragança S. P. Rischitelil [Professor] Carlos José Ferreira de Souza [Professor] Cesar Mustafá Tanajura [Professor] Clécio Rodrigues de Lima [Professor] Daniel da Silva Assum [Professor] Dóris Margarete Assunção [Professora] Gabrielle Werenicz Alves [Professor] Hudson de Oliveira e Silva [Professor] Jorge Galdino [Professor] Jorge Tales [Professor] Juliana Aparecida Costa Silvestre [Professora] José Carvalho Rios [Professor] José Clodomir Freire [Professor] José Cleber Uchoa Gomes [Professor] Marcio de Sousa Gurgel [Professor] Maria Cristina Costa [Professora] Marília Serra Holanda Pinto [Professora] Marcos Luiz Treigher [Professor] Mardonio Cunha [Professor] Matheus Targino [Professor] Michelle Arantes Pascoal [Professora] Osmar Augusto Fick Júnior [Professor] Francisco Waston Silva Souza [Professor] Francisca Marcia Muniz Chaves [Professora] Renato Dias Prado [Professor] Sérgio Murilo Batista Barros [Professor] Silvia Helena Ferreira [Professora] Suzana C. Vargas [Professora] Rodolfo Augusto Bravo de Conto [Professor] Udo Ingo Kunert [Professor] Valdeir da Costa [Professor] Vinícius Spinola Marques Fraga [Professor]
Agradeço com especial carinho ao meu editor João Carlos Ribeiro Jr. e às três mulheres cujo apoio foi decisivo para o nascimento desta coleção: Isaura Feliciano de Paula, Suely Regina Boulos e Karen Trefs.
O autor.
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SUMÁRIO UNIDADE I Cidadania: passado e presente | 10 CAPÍTULO 1 ILUMINISMO ...................... 12
Progresso, otimismo e Deus........................14 Alguns pensadores iluministas ...................14 A enciclopédia dos iluministas ...................17 O Iluminismo na economia .........................20 Adam Smith e o liberalismo econômico .....20 ATIVIDADES ..............................................21 CAPÍTULO 2 REVOLUÇÕES
NA INGLATERRA .............. 26
Política e sociedade na Inglaterra do século XVI .............................27 Monarquia x Parlamento no século XVII.....28 A Era Cromwell............................................30 A república de Cromwell ...........................30 A deposição de Ricardo Cromwell e a volta da monarquia na Inglaterra .........32 A Revolução Gloriosa (1688).......................33 O significado da Revolução Gloriosa ..........34 ATIVIDADES ..............................................35
CAPÍTULO 3 REVOLUÇÃO
INDUSTRIAL ....................... 41
Do artesanato à maquinofatura ................42 O pioneirismo inglês ..................................43 As máquinas .............................................43 Inventos aplicados à indústria ....................44 Indústria e mudanças socioeconômicas .....46 Impactos da Revolução Industrial ...............46 A luta dos trabalhadores ...........................49 ATIVIDADES ..............................................51 CAPÍTULO 4 A REVOLUÇÃO
FRANCESA E A ERA NAPOLEÔNICA.......... 56
O Antigo Regime.........................................57 França do Antigo Regime ...........................58 A convocação dos Estados Gerais ..............59 O processo revolucionário ..........................60 A Assembleia Nacional Constituinte ..........60 A Monarquia Constitucional ......................61 A Convenção Nacional ..............................62 A Era Napoleônica.......................................66 O Consulado .............................................66 O Império ..................................................69 O Congresso de Viena ...............................73 ATIVIDADES ..............................................75
UNIDADE II América portuguesa: rupturas e continuidades | 82 CAPÍTULO 5 REBELIÕES NA AMÉRICA
PORTUGUESA ..................... 84
A Revolta de Beckman (1684).....................85 A Guerra dos Emboabas (1707-1709) .........86 A Guerra dos Mascates (1710-1711) ...........88 A Revolta de Vila Rica (1720)......................89 Impostos e mais impostos..........................89 Cobrança e desvios ...................................90 O controle sobre os diamantes ..................91 Mineração e mercado interno ...................92 A Conjuração Mineira (1789)......................94 MUSEU CARNAVALET, PARIS. FOTO: BRIDGEMAN IMAGES/KEYSTONE BRASIL
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ATIVIDADES.............................................100 CAPÍTULO 6 A FORMAÇÃO DOS
ESTADOS UNIDOS............ 107
Colonização inglesa da América...............108 A segunda tentativa inglesa.....................109 Economia colonial....................................110 A Inglaterra aperta o laço.........................112 O processo de independência...................113 O movimento de independência...............114 A Constituição dos Estados Unidos ..........114 Uma cidadania limitada............................115 ATIVIDADES.............................................116 CAPÍTULO 7 INDEPENDÊNCIAS: HAITI E
AMÉRICA ESPANHOLA... 121
Independência em São Domingos (atual Haiti) ................................................122 A formação do Haiti.................................123 A Revolta de Túpac Amaru........................125 América espanhola: população e etnias....126 O Império espanhol em crise ....................127 Guerras de independência na América.....128 As independências na América do Sul......128 A independência do México.....................131 Exclusão e marginalização na América.....132 ATIVIDADES.............................................134 CAPÍTULO 8 A CHEGADA DA FAMÍLIA
REAL E A EMANCIPAÇÃO POLÍTICA DO BRASIL ..... 138
A vinda de D. João para o Brasil...............139 A interiorização da metrópole..................140 A abertura dos portos..............................140 O Tratado de Comércio e Navegação com a Inglaterra.......................................141 A administração joanina...........................142 Insurreição Pernambucana (1817)............144 A Revolução Liberal do Porto....................146 A emancipação política do Brasil..............147
UNIDADE III Um Império nos trópicos | 154 CAPÍTULO 9 O REINADO DE D. PEDRO I:
UMA CIDADANIA LIMITADA........................... 156
As lutas pela independência......................157 O reconhecimento e o preço da independência ........................159 Uma constituição para o Brasil..................160 A Constituição do Império........................161 A Confederação do Equador.....................162 D. Pedro I, cada vez mais impopular.........164 A Questão da Cisplatina...........................165 A sucessão do trono português................165 A abdicação de D. Pedro I........................166 ATIVIDADES.............................................167 CAPÍTULO 10 REGÊNCIAS: A UNIDADE
AMEAÇADA...................... 172 Regências: um período movimentado......173 História política........................................173 Regência Trina Permanente......................174 O Ato Adicional de 1834..........................175 Regência Una de Feijó..............................176 A Regência de Araújo Lima......................176 As rebeliões regenciais...............................177 Cabanagem (1835-1840): Grão-Pará........178 Guerra dos Farrapos (1835-1845): Rio Grande do Sul e Santa Catarina..........180 Revolta dos Malês (1835): Bahia...............184 Sabinada (1837-1838): Bahia...................186 Balaiada (1838-1841): Maranhão e Piauí..... 187 ATIVIDADES.............................................189 ACERVO ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
Denúncia, prisão e sentença.......................97 A Conjuração Baiana (1798)........................97
ATIVIDADES.............................................149
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CAPÍTULO 11 SEGUNDO REINADO:
POLÍTICA, ECONOMIA E GUERRA......................... 199
O golpe da maioridade .............................200 Política, violência e fraude no Império ....201 A Revolução Praieira ................................202 O poder do imperador.............................203 Economia do Segundo Reinado ...............204 O café na liderança .................................204 O mercado interno no Império ................207 Modernização do Império: indústrias e ferrovias .................................208 A pressão inglesa e o fim do tráfico .........210 A Lei Eusébio de Queirós e a Lei de Terras .................................................212 O tráfico interprovincial ...........................212 A Guerra do Paraguai ..............................214 Consequências da guerra ........................217 ATIVIDADES ............................................218 CAPÍTULO 12 ABOLIÇÃO, IMIGRAÇÃO
E INDIGENISMO NO IMPÉRIO ....................227
A Abolição .................................................228 A resistência dos escravizados .................228 O movimento abolicionista ......................230 As leis e a realidade .................................232 A vida difícil dos recém-libertos ...............234 Imigração ...................................................238 O sistema de parceria: uma experiência pioneira.........................238 Alemães, italianos e poloneses ................241 Romantismo...............................................242
O imperialismo ..........................................256 Teorias racistas do século XIX...................257 O imperialismo na África ..........................258 Franceses onde hoje é a Argélia...............258 Belgas na bacia do rio Congo ..................259 Britânicos na África .................................260 A resistência africana ................................261 A Rebelião Ashanti ..................................261 Alemães, portugueses e espanhóis na África .................................................262 A Conferência de Berlim ...........................262 Partilha da Ásia .........................................264 Britânicos na Índia ...................................264 Britânicos na China .................................265 ATIVIDADES ............................................267 CAPÍTULO 14 ESTADOS UNIDOS E
AMÉRICA LATINA NO SÉCULO XIX ..............273
A marcha para o Oeste .............................274 Acordos, guerra e ouro ...........................276 A guerra civil norte-americana.................278 Prosperidade e intervencionismo .............282 O imperialismo estadunidense .................283 ATIVIDADES ............................................285 BIBLIOGRAFIA ........................................293 MAPAS ......................................................297
UNIDADE IV Imperialismo e resistência | 250 CAPÍTULO 13 INDUSTRIALIZAÇÃO,
IMPERIALISMO E RESISTÊNCIA .............252
COLEÇÃO PARTICULAR. FOTO: BRIDGEMAN IMAGES/ FOTOARENA
ATIVIDADES ............................................243
Segunda fase da Revolução Industrial .....253 A concentração de capital .......................255
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I
UNIDADE
CIDADANIA: PASSADO E PRESENTE
Nesta unidade, vamos estudar alguns momentos da luta pela cidadania na Europa dos séculos XVIII e XIX, com destaque para a luta dos franceses, para deixarem de ser súditos e se tornarem cidadãos. Vejamos exemplos de conquista do exercício da cidadania no Brasil.
Fonte 1
ERNESTO REGHRAN/PULSAR IMAGENS
Crianças de Roraima indo à escola.
Alunos ribeirinhos em uma lancha de transporte escolar. Porto Velho (RO), 2009.
Fonte 2
FABIO COLOMBINI
Crianças da Bahia indo à escola.
Barco escolar na Baía do Iguape. Maragogipe (BA), 2013.
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Fonte 3
Estatuto da Criança e do Adolescente Capítulo IV Art. 53. A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho [...].
GOVERNO DO ESTADO DE ALAGOAS
BRASIL. Casa Civil. Estatuto da Criança e do Adolescente. Capítulo IV, Art. 53. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/ L8069.htm>. Acesso em: 29 out. 2018.
Fac-símile da capa do Estatuto da Criança e do Adolescente. Governo do Estado de Alagoas. 2011. Essas crianças de Roraima e Bahia percorrem muitos quilômetros todos os dias para chegar à escola. Algumas saem de manhãzinha para estudar à tarde. Portanto, elas estão exercendo seus direitos de cidadania. Mas, afinal, o que é ser cidadão?
Fonte 4 Segundo o historiador Jaime Pinsky: [...] Ser cidadão é ter direito à vida, à liberdade, à propriedade, à igualdade perante a lei: é, em resumo, ter direitos civis. É também participar no destino da sociedade, votar, ser votado, ter direitos políticos. Os direitos civis e políticos não asseguram a democracia sem os direitos sociais, aqueles que garantem a participação do indivíduo na riqueza coletiva: o direito à educação, ao trabalho, ao salário justo, à saúde, a uma velhice tranquila. Exercer a cidadania plena é ter direitos civis, políticos e sociais. PINSKY, Jaime; PINSKY, Carla Bassanezi (Org.). História da cidadania. São Paulo: Contexto, 2003. p. 9.
O que as fontes 1 e 2 têm em comum? Que relação há entre as fontes 1, 2 e os textos desta página? Segundo a fonte 4, qual dos direitos essas crianças estão exercendo? Você já viveu ou presenciou uma situação de desrespeito aos direitos de um cidadão/uma cidadã? Cidadania envolve direitos e deveres. Você conhece seus direitos? E seus deveres, quais são? Comente.
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1
CAPÍTULO
ILUMINISMO
O texto a seguir é sobre a Wikipédia, um projeto sem fins lucrativos que já está disponível em centenas de idiomas. Leia-o com atenção.
TYLER OLSON/SHUTTERSTOCK.COM
Wikipédia A Wikipédia é uma enciclopédia multilíngue, on-line, livre, colaborativa, ou seja, escrita internacionalmente por várias pessoas comuns de diversas regiões do mundo, todas elas voluntárias. [...]
[...] Este é o fator que distingue a Wikipédia de todas as outras enciclopédias: qualquer pessoa com acesso à internet pode modificar qualquer artigo, e cada leitor é potencial colaborador do projeto.
LOGOTIPO WIKIPEDIA
Aluno consultando a Wikipédia em um tablet.
WIKIPÉDIA. Portal Wikipédia. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Portal: Wikip%C3%A9dia>. Acesso em: 11 jun. 2018.
Você já consultou a Wikipédia? » Acha interessante que cada leitor seja um colaborador em potencial? » O que você pensa de a Wikipédia não ter fins lucrativos? » Sabe quando foi criada a enciclopédia? Onde? Por quem?
Dica! Vídeo sobre a criação e o funcionamento da Wikipédia. Duração: 7 min. Disponível em: <http:// livro.pro/w6uzb6>. Acesso em: 11 jun. 2018.
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O Iluminismo, ou Ilustração, foi um movimento de ideias que se desenvolveu na Europa nos séculos XVII e XVIII e que continua influenciando o mundo atual. Mas no que os iluministas acreditavam? Qual era para eles o valor supremo? A razão era, para os iluministas, o valor supremo. Só por meio da razão e da sua aplicação, isto é, do ato de pensar, a humanidade alcançaria a luz, o esclarecimento. Para os iluministas, a maioria das pessoas estava mergulhada na ignorância, no fanatismo religioso; só a razão as esclareceria. Para os iluministas, devia-se duvidar de tudo o que era aceito porque tinha sido sempre assim (tradição), ou porque tinha sido dito por alguém com poder ou prestígio (autoridade). Eles opunham-se, portanto, ao conhecimento baseado na “autoridade”, na “tradição”, e propunham a busca de um novo conhecimento baseado na razão.
Iluminismo: o nome Iluminismo deriva do fato de os homens que fizeram esse movimento verem a si mesmos como os defensores da luz (razão) contra as trevas (tradição e autoridade).
MUSEU CARNAVALET, PARIS. FOTO: BRIDGEMAN IMAGES/ KEYSTONE BRASIL
Gravura de Simon Louis Boizot, 1793. Na imagem, vê-se a Liberdade, munida com o cetro da razão, lançando raios sobre a Ignorância e o Fanatismo.
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Os iluministas acreditavam que a razão conduziria os seres humanos ao progresso. Com o passar do tempo, a ignorância, fruto da irracionalidade, desapareceria e teríamos então uma humanidade esclarecida. Essa crença no progresso constante da humanidade os fazia otimistas. A maioria deles acreditava em Deus (o relojoeiro do universo), aquele que criou o mundo e o pôs para funcionar. Os iluministas acreditavam que o mundo era regido por leis naturais. E que era preciso conhecê-las; por isso, se dedicavam à ciência. Os iluministas também reagiram ao Antigo Regime. Opunham-se ao absolutismo, aos privilégios da nobreza e do clero, à intolerância religiosa e à falta de liberdade.
CARNAVALET MUSEUM, PARIS, FRANÇA.
Progresso, otimismo e Deus
Antigo Regime: monarquias absolutistas em que o rei, a nobreza e o clero acumulavam poder e privilégio, e as pessoas eram proibidas de dizer o que pensavam.
DIALOGANDO Para os iluministas, o acesso ao conhecimento conduzia inevitavelmente ao progresso e à felicidade. Você concorda com isso?
Alguns pensadores iluministas Entre os pensadores iluministas mais conhecidos estão Locke, Voltaire, Montesquieu e Rousseau.
John Locke e o liberalismo político O inglês John Locke (1632-1704) dizia que todas as pessoas, ao nascerem, tinham os mesmos direitos: direito à vida, à liberdade e à propriedade. Para garantir esses direitos naturais, os indivíduos haviam criado governos. Mas, se o governante tentasse impor o absolutismo, eles poderiam rebelar-se e retirá-lo do poder pela força das armas. Por essas suas ideias, Locke foi considerado um dos “criadores” do liberalismo na política.
O indivíduo representado na imagem de 1794 é Antoine Laurent Lavoisier (17431794), um dos mais importantes iluministas no campo da ciência. Graças às suas descobertas, a Química transformou-se em uma ciência moderna.
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Voltaire: liberdade de expressão e tolerância
SÉC. XIX. COLEÇÃO PARTICULAR. FOTO: STEFANO BIANCHETTI/CORBIS/GETTY IMAGES
O francês Voltaire, cujo nome era François-Marie Arouet (1694-1778), tornou-se conhecido por suas críticas à Igreja Católica e à monarquia absolutista francesa, por seu combate à ignorância, ao preconceito e ao fanatismo religioso. Por dizer o que pensava, foi preso duas vezes e, para escapar de uma nova prisão, refugiou-se na Inglaterra. Durante os três anos em que permaneceu naquele país, conheceu e passou a admirar as ideias políticas de John Locke. Com base nessa vivência, Voltaire escreveu Cartas inglesas, obra na qual elogia a Inglaterra por ser um país em que havia liberdade de expressão, de religião e o poder do rei era limitado. Ao elogiar a Inglaterra, Voltaire pretendia criticar a intolerância e o absolutismo existentes na França. Voltaire também se destacou por sua luta em favor da liberdade de expressão. É atribuída a ele a conhecida frase “Posso não concordar com nenhuma palavra do que você disse, mas defenderei até a morte o seu direito de dizê-las”.
DIALOGANDO Você tem respeitado o direito de seu colega, irmão ou irmã de discordar de você?
Filósofos na escada com Voltaire (de boina escura, segurando uma pena).
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Montesquieu e a autonomia dos poderes
JUAN PRATGINESTÓS/OLHAR IMAGENS
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OSTILL/SHUTTERSTOCK.COM
Na fotografia 1, vemos a sede do poder Executivo em Brasília, 2013. Na fotografia 2, os dois prédios do Congresso Nacional (o do Senado e o da Câmara dos Deputados), onde ficam os representantes do poder Legislativo, 2013. Na fotografia 3, o edifício do Supremo Tribunal Federal, órgão do poder Judiciário brasileiro, 2008.
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TACIO PHILIP SANSONOVSKI/SHUTTERSTOCK.COM
O jurista francês Charles-Louis de Secondat, Barão de Montesquieu (1689-1755), não se contentou apenas em apontar problemas da sociedade em que vivia; apresentou também soluções para resolvê-los. Em sua principal obra, O espírito das leis, defende a ideia de que, quando as pessoas têm poder, tendem a abusar dele, então era preciso evitar que o poder se concentrasse nas mãos de uma só pessoa ou um só grupo de notáveis. Inspirados nas ideias de Montesquieu, os estadunidenses Alexander Hamilton e James Madison formularam a teoria da divisão dos poderes em três: Executivo (para administrar o país e executar as leis), Legislativo (para elaborar e aprovar as leis) e Judiciário (para fiscalizar o cumprimento das leis e julgar os conflitos). Segundo essa teoria, o governo assim dividido só funcionaria bem se os três poderes fossem autônomos, isto é, se um não se intrometesse na área do outro.
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Rousseau e o contrato social
SÉC. XVIII. BIBLIOTECA NACIONAL DA FRANÇA, PARIS. FOTO: PHOTO12/UIG/GETTY IMAGES
Muitas ideias do suíço Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) continuam sendo atuais. Em uma de suas principais obras, O contrato social, Rousseau defende a ideia de que a vontade geral é soberana, ou seja, só o povo é soberano. Assim, para esse pensador, se o governo escolhido por um povo não o estiver representando, o povo não só pode como deve substituí-lo. Essas suas ideias influenciaram movimentos revolucionários dentro e fora da França, onde passou a viver em 1742. Os escritos de Rousseau foram, por exemplo, uma das fontes de inspiração da Revolução Francesa, cujo lema era: liberdade, igualdade e fraternidade. E inspiraram também a Conjuração Baiana, de 1798. Rousseau acreditava na ideia de que o ser humano nasce bom, mas a sociedade o corrompe. Por isso, para Rousseau, as crianças deviam viver durante o maior tempo possível em seu estado “natural” de inocência.
Vontade geral: para Rousseau, a vontade geral era resultado dos interesses comuns a todos, e não a simples soma das vontades individuais.
Dica! Vídeo sobre a vida e obra de Rousseau. Duração: 9 min. Disponível em: <http://livro. pro/6be2hu>. Acesso em: 11 jun. 2018.
Ilustração da obra Emílio, uma novela pedagógica de Jean-Jacques Rousseau.
A enciclopédia dos iluministas A partir de 1751, foi publicada na França uma obra chamada Enciclopédia, composta de 35 volumes, que levou 21 anos para ser editada. A ideia era reunir nela todo o conhecimento até então produzido e, ao mesmo tempo, divulgá-lo para muitas pessoas.
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COLEÇÃO PARTICULAR. FOTO: DEAGOSTINI/GETTY IMAGES
O filósofo Denis Diderot (1713-1784) e o matemático Jean D’Alembert (1717-1776) coordenaram a edição da obra e convidaram artistas, filósofos, cientistas, médicos, teólogos, entre outros profissionais, para escrever os verbetes. Diderot escreveu que seu objetivo era tornar as pessoas mais instruídas, tornando-as assim mais virtuosas e mais felizes. Por fazer sérias críticas aos reis absolutistas e à Igreja, a obra chegou a ser proibida e retirada de circulação pelas autoridades francesas. Na época, o número de pessoas que sabia ler era proporcionalmente muito menor do que hoje; apesar disso, a Enciclopédia foi um sucesso de vendas.
TETRA IMAGES/GETTY IMAGES
À esquerda, vê-se uma pintura do século XX em que Diderot é mostrado organizando a sua Enciclopédia (em papel); à direita, foto atual de estudante consultando uma enciclopédia digital.
PARA SABER MAIS Os “rousseaus” da sarjeta
ANÔNIMO. 1705. COLEÇÃO PARTICULAR
As ideias dos pensadores iluministas se espalharam por cidades de reinos distantes graças ao trabalho de pessoas comuns que ganhavam dinheiro simplificando e resumindo essas ideias em panfletos e jornais proibidos. Muitos autores desses materiais de divulgação eram bons oradores e expunham suas ideias em praças públicas, bares e cafés. Eles não conseguiram fama e nem ficaram para a posteridade como Voltaire, Montesquieu e Rousseau, mas contribuíram muito para a divulgação das novas ideias. Daí serem apelidados pelo historiador Robert Darnton de “rousseaus da sarjeta”.
As ideias iluministas foram divulgadas nas ruas, praças e cafés, e não apenas nos salões dos nobres ou nas residências de burgueses enriquecidos. Diferentemente do que mostra a gravura, o público que frequentava esses lugares era de diversas origens sociais, com grande número de trabalhadores pobres e de excluídos.
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PARA REFLETIR
[...] é importante salientar um fato fundamental que se tornou evidente para as autoridades francesas tão logo o primeiro volume da primeira edição chegou às mãos dos assinantes: a obra era perigosa. Não se tratava meramente de uma coleção, em ordem alfabética, de informações a respeito de tudo; a obra registrava o conhecimento segundo os princípios filosóficos expostos por D’Alembert no Discurso Preliminar. Embora reconhecesse formalmente a autoridade da Igreja, D’Alembert deixava claro que o conhecimento provinha dos sentidos, e não de Roma ou da Revelação. O grande agente ordenador era a razão, que combinava as informações dos sentidos, trabalhando com as faculdades irmãs, memória e imaginação. Assim, tudo o que o homem conhecia derivava do mundo que o cercava e do funcionamento de sua própria mente. [...]
COMPANHIA DAS LETRAS
O texto a seguir, do historiador estadunidense Robert Darnton, é sobre a Enciclopédia criada pelos iluministas franceses. Leia-o com atenção.
Fac-símile da capa do livro O iluminismo como negócio.
DARNTON, Robert. O iluminismo como negócio: história da publicação da Enciclopédia (1775-1800). São Paulo: Companhia das Letras, 1996. p. 17-18.
a) Qual era o regime político adotado na França quando a Enciclopédia dos iluministas foi publicada, em 1751? b) Como a Enciclopédia dos iluministas foi vista pelas autoridades e por quê? c) O que tornou a Enciclopédia tão “herética”, isto é, tão revolucionária? d) Em dupla. O governo francês chegou a proibir a Enciclopédia e a retirá-la de circulação, o que só fez aumentar a popularidade dela. Pesquisem e encontrem um exemplo na história do Brasil de livro, revista ou jornal que, ao ser proibido pela censura, ganhou popularidade.
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O Iluminismo na economia Mercantilismo: conjunto de ideias e práticas econômicas adotadas pelos reis absolutistas. Fisiocracia: palavra grega que significa “governo da natureza”.
Os iluministas criticavam também o mercantilismo e sua principal característica, a intervenção do governo na economia. Os primeiros a criticar o mercantilismo foram os fisiocratas franceses. Para os fisiocratas, a única fonte de riqueza era a terra; por isso a agricultura era a mais importante das atividades econômicas. O criador da fisiocracia, François Quesnay (1694-1774), afirmava que a economia era regida por leis, e a mais importante delas era a lei da oferta e da procura. Quando a oferta é maior que a procura, o preço tende a baixar; quando ocorre o oposto, tende a subir. Por isso, dizia Quesnay, o governo não devia intervir na produção ou no comércio de mercadorias; devia apenas incentivar
Gravura de Adam Smith no livro Os maiores benfeitores da humanidade, de Samuel Adams Drake, século XIX.
o progresso. Os fisiocratas criaram o lema que resumia seu pensamento: “laissez-faire, laissez-passer, le monde va de lui-même” (“deixai fazer, deixai passar, que o mundo caminha por si mesmo”).
Adam Smith e o liberalismo econômico Diferentemente dos fisiocratas, Adam Smith (1723-1790) afirmou, com base em pesquisa, que só o trabalho cria riqueza. Portanto, para ele, a única fonte de riqueza é o trabalho, e não a terra. Mas, assim como os fisiocratas, Smith também defendia a livre concorrência e o livre comércio entre as nações. Com isso, todas elas sairiam lucrando, pois COLEÇÃO PARTICULAR. FOTO: LOOK AND LEARN/BRIDGEMAN IMAGES/KEYSTONE BRASIL
cada uma produziria somente aquilo que conseguisse fazer melhor. As nações com perfil mais agrícola se dedicariam à agricultura, e as mais industrializadas se especializariam na indústria. Essa ideia foi muito bem recebida pela burguesia da Inglaterra, pois esse país estava se industrializando rapidamente e desejava ampliar o mercado para os seus produtos industrializados. Por defender a livre concorrência entre nações, indivíduos e empresas e por ser contrário à intervenção do Estado na economia, Adam Smith ficou conhecido como o “pai do liberalismo econômico”.
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ATIVIDADES I Retomando 1. Assinale a alternativa INCORRETA e justifique sua escolha. Para os iluministas: a) A razão é um valor secundário; e com ela ou sem ela, os homens poderiam alcançar o esclarecimento. b) A razão devia penetrar todas as atividades humanas, para destruir os preconceitos e a ignorância. c) Devia-se duvidar de tudo o que era aceito simplesmente porque havia sido dito por uma autoridade. d) Todo conhecimento devia ser aberto à crítica.
SHANTI HESSE/SHUTTERSTOCK.COM
2. A imagem é um grafite de autor desconhecido. Observe-a com atenção.
Grafite em um muro na cidade de Berlim. Alemanha, 2015. a) O que essas mãos desenhadas ao centro lembram a você? b) O que o olhar da personagem sugere a você? c) A que princípio iluminista podemos associar a imagem? d) Em dupla. Debatam e opinem: o que se pode fazer para resguardar a prática desse princípio no Brasil de hoje?
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3. Leia o texto a seguir e responda ao que se pede. [...] A maioria dos filósofos do Iluminismo tinha uma crença inabalável na razão humana. Isto era algo tão evidente que muitos chamam o período do Iluminismo francês simplesmente de “racionalismo”. [...] Entre o povo, porém, imperavam a incerteza e a superstição. Por isso, dedicou-se especial atenção à educação. [...] Os filósofos iluministas diziam que [...] a humanidade faria grandes progressos. Era apenas uma questão de tempo para que desaparecessem a irracionalidade e a ignorância e surgisse uma humanidade iluminada, esclarecida. [...]. GAARDER, Jostein. O mundo de Sofia. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. p. 338, 340.
• O texto nos permite conhecer duas características do Iluminismo. Quais são elas?
4. É atribuída ao pensador iluminista Voltaire a seguinte frase: “Posso não concordar com nenhuma palavra do que você disse, mas defenderei até a morte o seu direito de dizê-las”. O que ele quis dizer com isto?
5. O pensador iluminista Montesquieu escreveu: [...] tudo estaria perdido se o mesmo homem, ou o mesmo corpo dos principais ou dos nobres, ou do povo, exercesse esses três poderes: o de fazer as leis, o de executar as resoluções públicas e o de julgar os crimes ou as disputas de particulares. MONTESQUIEU, Livro XI apud PISIER, Evelyne. História das ideias políticas. Barueri, São Paulo: Manole, 2004. p. 74.
a) O que ele critica neste trecho? b) Que teoria os estadunidenses Alexander Hamilton e James Madison formularam a partir dessa crítica de Montesquieu? Explique.
6. Leia a seguir um trecho do livro Do espírito das leis, de Montesquieu: Quando, na mesma pessoa ou no mesmo corpo de Magistratura, o Poder Legislativo é reunido ao Executivo, não há liberdade. Porque pode temer-se que o mesmo monarca ou o mesmo Senado faça leis tirânicas para executá-las tiranicamente. Também não haverá liberdade se o Poder de Julgar não estiver separado do Legislativo e do Executivo. Se estivesse junto com o Legislativo, o poder sobre a vida e a liberdade dos cidadãos seria arbitrário: pois o Juiz seria o Legislador. Se estivesse junto com o Executivo, o Juiz poderia ter a força de um opressor. MONTESQUIEU. Do espírito das leis. São Paulo: Saraiva, 2000. p.167-168.
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De acordo com Montesquieu: a) A justiça só é garantida através da união dos poderes Legislativo e Executivo. b) A liberdade só poderá ser alcançada com a total separação dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. c) Os juízes tornam-se opressores caso o poder Judiciário se separe do Executivo. d) Se um monarca é responsável apenas pelo poder Executivo, ele poderia tornar-se um tirano. e) A união dos três poderes só seria benéfica caso o povo assumisse o governo.
7. Escreva um pequeno texto sobre o liberalismo econômico com base no seguinte roteiro: a) Seus princípios básicos; b) Seus principais defensores; c) Sua opinião sobre o liberalismo e o Brasil atual.
8. (UEL-PR) Igualdade social, liberdade de pensamento, ação e soberania popular são manifestações do Iluminismo, que basicamente se caracterizou como: a) Um movimento de retorno aos valores místicos e transcendentes, anteriores ao Renascimento. b) Uma substituição da religião, da tradição e da ordem absolutista, pelo pensamento racional em prol dos liberalismos político e econômico. c) Uma utopia social fundada na ideologia cristã, base das correntes humanistas do Ocidente. d) Uma reação contrária à sistematização do saber e à soberania popular. e) Um movimento artístico com ênfase na expressão livre da vontade criadora dos artistas.
9. O assunto agora é economia! a) Imagine que a safra da laranja em 2020 tenha sido espetacular. O que provavelmente ocorrerá com o preço da laranja no supermercado? b) Em que conhecimento você se baseou para emitir essa opinião? c) Quem formulou esse conhecimento?
10. Em dupla. Pesquisem e elaborem a biografia de um dos quatro pensadores iluministas estudados no capítulo. Completem o trabalho inserindo trechos de reportagens ou artigos que mostrem a aplicação dessas ideias nos dias atuais. Os trabalhos podem ser apresentados por meio de cartazes ou slides. Postem o trabalho no blog da turma.
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II Leitura e escrita em História VOZES DO PRESENTE O texto a seguir é do filósofo Sergio Paulo Rouanet. Leia-o com atenção.
O legado da Ilustração [...] teria ainda a Ilustração forças para influenciar o nosso Legado: herança. presente? Seu legado ainda existe, mas está em crise. Sua banUnilaterais: deira mais alta, a da razão, está sendo contestada. Sua fé na parciais; que ciência é denunciada como uma ingenuidade perigosa, que só abordam um lado. estimulou a destrutividade humana e criou novas formas de dominação, em vez de promover a felicidade universal. [...] Essas críticas não são de todo falsas, mas são unilaterais. A Ilustração foi, apesar de tudo, a proposta mais generosa de emancipação jamais oferecida ao gênero humano. Ela acenou ao homem com a possibilidade de construir racionalmente o seu destino, livre da tirania e da superstição. Propôs ideais de paz e tolerância, que até hoje não se realizaram. [...] Seu ideal de ciência era o de um saber posto a serviço do homem, e não o de um saber cego [...]. Sua moral era livre [...] pregando uma ordem em que o cidadão não fosse oprimido pelo Estado, o fiel não fosse oprimido pela religião, e a mulher não fosse oprimida pelo homem. [...] Esses temas são [...] importantes e correspondem [...] de perto às exigências contemporâneas [...]. ROUANET, Sergio Paulo. As razões do Iluminismo. São Paulo: Companhia das Letras, 1987. p. 26-27.
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1. Para os adeptos da Ilustração, também chamados de iluministas, a ciência era capaz de: a) criar novas formas de dominação. b) estimular a destrutividade humana. c) favorecer a opressão religiosa. d) promover a felicidade universal.
2. Como o autor do texto se posiciona ante as críticas à Ilustração? a) Concorda com elas porque os ideais da Ilustração não ajudam a resolver os problemas humanos da atualidade. b) Concorda parcialmente com elas porque temas como liberdade, paz e tolerância ainda são bastante atuais. c) Discorda delas porque a Ilustração foi uma proposta de emancipação que não conseguiu libertar a raça humana. d) Discorda delas porque tais críticas são falsas e estimulam a violência entre as pessoas e são incapazes de promover a felicidade universal.
3. “A Ilustração foi, apesar de tudo, a proposta mais generosa de emancipação jamais a) libertação.
c) razão.
b) progresso.
d) tolerância.
Marcha pela paz e contra a violência no Rio de Janeiro (RJ), 2017.
LUCIANA WHITAKER/ PULSAR IMAGENS
oferecida ao gênero humano.” A palavra destacada nesta frase pode ser associada à ideia Iluminista de:
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