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Geografia EDILSON ADÃO CÂNDIDO DA SILVA LAERCIO FURQUIM JUNIOR

2 COMPONENTE CURRICULAR: GEOGRAFIA

2O. ANO ENSINO FUNDAMENTAL ANOS INICIAIS

MANUAL DO PROFESSOR MATERIAL DIGITAL

São Paulo | 1a. edição | 2018



Conectados Geografia – 2o ano (Ensino Fundamental – Anos iniciais) Copyright © Edilson Adão Cândido da Silva, Laercio Furquim Junior, 2018

Diretor editorial Lauri Cericato Gerente editorial Silvana Rossi Júlio

Editora Natalia Taccetti Equipe de edição Ofício do Texto Projetos Editoriais Gerente de produção editorial Mariana Milani Coordenador de produção editorial Marcelo Henrique Ferreira Fontes Gerente de arte Ricardo Borges Coordenadora de ilustrações e cartografia Marcia Berne Coordenadora de preparação e revisão Lilian Semenichin

Supervisora de iconografia e licenciamento de textos Elaine Bueno

Supervisora de arquivos de segurança Silvia Regina E. Almeida

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Silva, Edilson Adão Cândido da Conectados geografia, 2º ano : componente curricular geografia : ensino fundamental, anos iniciais / Edilson Adão Cândido da Silva, Laercio Furquim Junior. — 1. ed. — São Paulo : FTD, 2018. ISBN 978-85-96-01360-4 (aluno) ISBN 978-85-96-01361-1 (professor) 1. Geografia (Ensino fundamental) I. Furquim Junior, Laercio. II. Título. 17-11596 CDD-372.891 Índices para catálogo sistemático: 1. Geografia : Ensino fundamental 372.891

EDITORA FTD. Rua Rui Barbosa, 156 – Bela Vista – São Paulo – SP CEP 01326-010 – Tel. 0800 772 2300 Caixa Postal 65149 – CEP da Caixa Postal 01390-970 www.ftd.com.br central.relacionamento@ftd.com.br

Material disponibilizado em licença aberta do tipo Creative Commons – Atribuição não comercial (CC BY NC – 4.0 International). Permitida a criação de obra derivada com fins não comerciais, desde que seja atribuído crédito autoral e as criações sejam licenciadas sob os mesmos parâmetros.


Sumário Apresentação ........................................................................................................ 4 1o bimestre Plano de desenvolvimento: A casa e a identidade .......................................................... 15 Projeto integrador: Meu lugar no mundo ......................................................................... 20 1a sequência didática: Diferentes formas de olhar a escola .......................................... 36 2a sequência didática: A construção da moradia ............................................................ 40 3a sequência didática: Diferentes formas de morar ........................................................ 47 4a sequência didática: Tipos de materiais usados na construção ................................. 56 Proposta de acompanhamento da aprendizagem .......................................................... 61

2o bimestre Plano de desenvolvimento: As escolas e a minha escola .............................................. 92 Projeto integrador: (Re)conhecendo minha escola ......................................................... 97 1a sequência didática: Eu na escola ............................................................................... 115 2a sequência didática: Escolas pelo mundo .................................................................. 126 3a sequência didática: Salas de aulas em diferentes tempos ...................................... 133 4a sequência didática: Quem cuida da escola ............................................................... 140 Proposta de acompanhamento da aprendizagem ........................................................ 146

3o bimestre Plano de desenvolvimento: Transporte e comunicação ............................................... 173 Projeto integrador: Outro olhar ....................................................................................... 178 1a sequência didática: Trabalhando os meios de transporte ....................................... 202 2a sequência didática: Enviando cartas ......................................................................... 208 3a sequência didática: Arte de rua .................................................................................. 215 4a sequência didática: Ocupando as ruas ...................................................................... 227 Proposta de acompanhamento da aprendizagem ........................................................ 231

4o bimestre Plano de desenvolvimento: Cada bairro é um bairro..................................................... 257 Projeto integrador: Recriando o bairro ........................................................................... 262 1a sequência didática: Histórias de bairros ................................................................... 280 2a sequência didática: Trabalhos diferentes em bairros diferentes ............................. 288 3a sequência didática: Migrações .................................................................................. 296 4a sequência didática: Uso da água ............................................................................... 302 Proposta de acompanhamento da aprendizagem ........................................................ 307


Geografia – Apresentação

Apresentação No texto a seguir apresentamos a organização do Manual do Professor – Material Digital, identificando cada tipo de documento disponibilizado e explicando sua função e ordenação, bem como sua relação com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Em seguida, fundamentamos as escolhas de conteúdo e organização do material com base na proposta pedagógica da coleção.

Organização deste Material Digital O material digital desta coleção de Geografia está organizado em bimestres. Cada um deles contém Plano de desenvolvimento, Sequências didáticas, Proposta de acompanhamento da aprendizagem e Projeto integrador. Essas ferramentas visam complementar o que está proposto no livro didático impresso e oferecer outras possibilidades de atuação ao professor. O objetivo é apresentar subsídios que possam enriquecer o dia a dia do docente. É importante enfatizar que todas as propostas deste material são sugestões. O professor tem total liberdade para adequar cada material à sua realidade escolar.

Plano de desenvolvimento O Plano de desenvolvimento bimestral consiste em um documento de apresentação dos objetivos de cada bimestre. Nele estão indicados os conteúdos tratados e a relação deles com a Base Nacional Comum Curricular (2017), esmiuçando os objetos de conhecimento e habilidades desenvolvidos e a relação dos mesmos com a prática didático-pedagógica. São indicadas as habilidades mínimas esperadas que sejam desenvolvidas pelos estudantes em cada bimestre, a fim de garantir a continuidade do trabalho no bimestre seguinte. No plano, sugerimos práticas de sala de aula que auxiliam a realização do trabalho proposto, seguindo a metodologia adotada na coleção, orientamos o professor quanto à organização do espaço, às formas de tratamento dos estudantes, à resolução de possíveis conflitos, às maneiras de inserir os estudantes no processo de aprendizagem, entre outras sugestões. Ao conceber o plano, também temos em mente as competências gerais e específicas previstas na BNCC, que desenvolvem qualidades e valores mais amplos e fundamentais, como autonomia, senso crítico, respeito à diversidade e empatia. O professor deve, com base no conteúdo previsto e das práticas sugeridas, auxiliar os estudantes no desenvolvimento dessas e de outras competências, contribuindo para sua formação integral, conforme exposto na BNCC:

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[...] a BNCC afirma, de maneira explícita, o seu compromisso com a educação integral, reconhecendo que a educação básica deve visar à formação e ao desenvolvimento humano global (...), o conceito de educação integral com o qual a BNCC está comprometida se refere à construção intencional de processos educativos que promovam aprendizagens sintonizadas com as necessidades, as possibilidades e os interesses dos alunos e, também, com os desafios da sociedade contemporânea, de modo a formar pessoas autônomas, capazes de se servir dessas aprendizagens em suas vidas. (BRASIL, 2017, p. 17.)

No subtítulo Foco, orientamos o professor quanto ao trabalho com as possíveis dificuldades que os estudantes podem apresentar em cada bimestre, garantindo a possibilidade de aprendizagem para todos, respeitando, dentro do possível, os diferentes tempos e abordagens que cada um necessita. Ao final do documento, há sugestões de sites, leituras, vídeos e passeios que podem auxiliar o professor no trabalho proposto, seja no conteúdo a ser desenvolvido, seja nas atividades previstas ou ainda na postura dentro da sala de aula.

Sequência didática As Sequências didáticas são “sequências de atividades planejadas para a efetivação de objetivos educacionais específicos” (CASTELLAR, 2016); nesse caso, sugestões para aprofundar ou trabalhar de forma alternativa alguns conteúdos propostos no livro impresso, possibilitando um melhor desenvolvimento de certas habilidades. A Sequência didática coloca o aluno não apenas como receptor de conteúdo, ela proporciona espaço para o debate e a construção coletiva de conhecimento, pois possibilita, segundo Zabala (1998 apud CASTELLAR, 2016), a articulação de diferentes modalidades de atividades, visando a um objetivo que deve ser conhecido tanto pelo professor, como pelos estudantes. O autor destaca a importância da organização sequencial das atividades e da determinação da função de cada atividade proposta. O conhecimento do planejamento permite aos estudantes fazer parte do percurso que está programado, do que foi acordado entre professor e estudantes. Na criação dos planos de aula da sequência didática, o professor deve considerar seu público, conforme explica a autora: [...] Este é o momento em que o professor procura se aproximar da realidade do alunado e da instituição para definir as direções do ensino e, simultaneamente, refletir sobre os conteúdos em relação ao contexto social e cognitivo dos alunos. (CASTELLAR, 2016, p. 32.)

É importante ressaltar que o ideal é que o professor adeque as sequências de acordo com as possibilidades e a realidade de cada escola e turma, visto que a ideia da sequência didática é minimizar os imprevistos. Nas próprias sequências há indicações de momentos em que é interessante a realização de pesquisa complementar, a fim de aproximar o conteúdo da realidade dos estudantes, por exemplo. Há também um esforço para que as sequências possam ser realizadas em qualquer escola; portanto, ao sugerir atividades que requerem o uso de tecnologia, tentamos sempre oferecer outra opção para que o professor possa desenvolver as mesmas habilidades na ausência dos materiais e recursos indicados no início do documento. 5


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O número de aulas mencionado em cada sequência didática é uma sugestão; assim, elas podem ser realizadas em mais ou menos tempo, a critério do professor que deve considerar o planejamento bimestral e a familiaridade da turma com o conteúdo trabalhado. Cada sequência contém um quadro indicando os objetos de conhecimento e as habilidades da BNCC, em que são desenvolvidos, parcial ou integralmente, os objetivos de aprendizagem traçados para as atividades propostas e os conteúdos que são trabalhados com aquela sequência didática. As Sequências estão divididas em aulas. Nelas, descrevemos os procedimentos sugeridos para cada aula, fornecendo material de apoio, como textos e imagens, e propondo questões avaliativas e outras formas de análise do trabalhado a ser realizado. Há um subtítulo Avaliação para melhor explicar de que forma é possível realizá-la e o que deve ser considerado com base nas atividades propostas. No subtítulo “Para trabalhar dúvidas” prevemos algumas possíveis dificuldades e damos sugestões ao professor quanto às melhores maneiras de auxiliá-los na sua superação. Em Ampliação, sugerimos uma atividade complementar às aulas da sequência didática, a fim de aprofundar o conteúdo trabalhado.

Projeto integrador O Projeto integrador, como o próprio nome indica, objetiva integrar diferentes áreas do conhecimento, de forma a atribuir maior sentido aos componentes curriculares e seus conteúdos, aproximando-os da realidade dos estudantes, preferencialmente por meio do trabalho com situações que fazem parte de suas vivências. Um método sistemático de ensino que envolve os alunos na aquisição de conhecimentos e de habilidades por meio de um extenso processo de investigação estruturado em torno de questões complexas e autênticas e de produtos e tarefas cuidadosamente planejados. (Buck Institute for Education, 2008)

Os projetos são apresentados indicando seus temas, as disciplinas que os compõem, os objetivos e o produto final. Um projeto pode acompanhar o desenvolvimento do conteúdo de todo o bimestre ou, focar em alguns temas em cada disciplina, dependendo de como foi pensado. Os componentes curriculares devem ser trabalhados de forma equilibrada, sem um destaque para determinada disciplina, em detrimento de outras. A interdisciplinaridade presente no projeto propicia um momento muito rico e, às vezes, raro na educação básica, que é o de fazer relações entre diferentes conteúdos, buscando compreender algum fenômeno da realidade em sua totalidade, e não por meio de recortes e métodos próprios de cada disciplina. Cada projeto tem uma justificativa, que consiste em uma questão que guia seu desenvolvimento e a forma como esse trabalho colabora para a aprendizagem. Essa questão deve ter relação com a realidade dos estudantes e com os conteúdos trabalhados no bimestre. Os projetos também têm o subtítulo Objetivos, em que listamos os objetivos gerais e específicos do trabalho proposto. Seguindo os objetivos, são elencadas as competências gerais da BNCC e as habilidades específicas de cada disciplina a serem desenvolvidas. Posteriormente, apresentamos mais detalhadamente o produto final do projeto, que pode ser muito variado, mas em geral sugerimos que seja apresentado à comunidade de alguma forma, aproximando a escola de seu entorno. 6


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Após a lista de materiais, que pode ser adequada de acordo com a necessidade de cada professor, há as etapas do projeto, descritas passo a passo. Sua realização está prevista para um período predeterminado de aulas. Sugerimos ao professor que se aproprie do projeto com antecedência e planeje a distribuição das aulas dentro das disciplinas correspondentes, explicitando o máximo possível a relação entre o tema e cada disciplina, e entre elas. Por se tratar de um trabalho mais longo, é importante fornecer as informações referentes ao planejamento do projeto aos estudantes e relembrá-los de cada etapa, de forma que eles possam ter a dimensão do trabalho como um todo, fazendo as conexões entre as etapas. As avaliações são realizadas em diferentes momentos, durante a realização do projeto, e de formas variadas, algumas são atitudinais e outras, referentes ao conteúdo, podem ser usadas para avaliação dos estudantes ou do trabalho, fornecendo informações para que o professor determine a melhor maneira de prosseguir. Durante as descrições de cada aula e etapa do projeto, em uma tentativa de facilitar o trabalho do professor, sugerimos formas de lidar com questões e possíveis dificuldades apresentadas pelos estudantes. Detalhamos os procedimentos que devem ser seguidos na confecção do produto final e de que forma ele pode ser apresentado e avaliado. Após a finalização de todas as etapas previstas para o projeto, há um subtítulo Avaliação, em que organizamos, em uma tabela, todas as possibilidades de avaliação, aula a aula, sugerindo o que o professor pode observar e analisar. Em Avaliação final sugerimos estratégias de autoavaliação para o professor, a fim de auxiliá-lo a repensar em sua prática pedagógica e a realização do projeto, identificando os pontos fortes e fracos de sua elaboração, e também para os estudantes, proporcionando-lhes um momento de percepção e análise do processo que vivenciaram. No final do documento, há referências bibliográficas complementares, indicações de sites, vídeos, livros e passeios que podem auxiliar os estudantes e/ou o professor no desenvolvimento dos temas ou nas atividades trabalhadas no projeto.

Proposta de acompanhamento da aprendizagem A Proposta de acompanhamento da aprendizagem visa possibilitar o acompanhamento da evolução dos estudantes e a verificação do desenvolvimento das habilidades previstas a cada bimestre. Ela é composta de 15 questões e está organizada, de acordo com o grau de dificuldade, das questões mais simples para as mais complexas. Esse documento contém as questões prontas para impressão, seguidas pelas mesmas questões acompanhadas dos respectivos gabaritos, indicação das habilidades trabalhadas e orientações para o professor referentes às possíveis interpretações ao indicar as respostas. O professor deve estimular a interpretação textual para que os estudantes consigam entender corretamente o que está sendo proposto em cada uma delas. As questões abertas possibilitam diferentes formas de expressão. Algumas são escritas, enquanto outras podem solicitar um desenho, ou relacionar a colunas, localize e indique elementos em imagens com base em alguma classificação, entre outras possibilidades. Ao final de cada proposta, há uma Ficha de Acompanhamento Individual a ser preenchida pelo professor, com o objetivo de analisar a evolução de cada estudante, especificando seus avanços e suas dificuldades.

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A proposta pedagógica da Coleção Ensino de Geografia hoje Desde a década de 1990, quando teve início intenso processo de transformações na educação, o ensino de Geografia vem se adequando às mudanças decorrentes da era da informação e da renovação da educação brasileira, que é entendida de forma mais abrangente, incluindo em seus planos, além dos conteúdos a serem trabalhados, habilidades, competências, expectativas atitudinais e temáticas atuais. Objetiva-se assim, dar conta não só do ensino de Geografia, mas da formação integral do cidadão, entendendo o pensamento espacial e raciocínio geográfico como algumas das ferramentas para compreensão da realidade, obtidas na educação básica como um todo. É papel do Estado democrático investir na escola, para que ela prepare e instrumentalize crianças e jovens para o processo democrático, forçando o acesso à educação de qualidade para todos e às possibilidades de participação social. (BRASIL, 1997, p. 27)

Considerando a fase de aprendizagem em que se encontram nos anos iniciais do Ensino Fundamental, a Geografia é uma disciplina que favorece a compreensão do mundo, apresentando relações existentes entre fenômenos e lugares, e desenvolvendo uma leitura crítica e questionadora dos episódios identificados. O ensino de Geografia, nesse sentido, contribui para a construção da identidade dos estudantes, a compreensão de suas próprias vivências e a apreensão de noções de espaço e tempo, as quais permitem a análise de transformações no mundo. Ler o mundo da vida, ler o espaço e compreender que as paisagens que podemos ver são resultado da vida em sociedade, dos homens na busca da sua sobrevivência e da satisfação das suas necessidades. Em linhas gerais, esse é o papel da Geografia na escola. (CALLAI, 2005, p. 229)

A fim de acompanhar essas transformações decorrentes da era da informação, não é preciso apenas a adoção de novas tecnologias na escola, mas também o estabelecimento de outra relação com o conhecimento, pois deve-se considerar que o acesso a ele é diferente do que era há 15 anos e a velocidade das transformações é outra. Os meios de comunicação informática, revistas, televisão, vídeo têm atualmente grande poder pedagógico visto que se utilizam da imagem e também apresentam conteúdo com agilidade e interatividade. Assim, torna-se cada vez mais necessário que a escola se aproprie dos recursos tecnológicos, dinamizando o processo de aprendizagem. Como a educação e a comunicação são indissociáveis, o professor pode utilizar-se de um aparato tecnológico na escola visando à transformação da informação em conhecimento. (SERAFIM e SOUSA, 2011, p. 24-25)

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A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e o ensino de Geografia Esta coleção foi toda elaborada à luz da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), publicada em 2017, e das principais mudanças em curso na educação brasileira. A BNCC define as principais habilidades e competências que devem ser desenvolvidas em cada ano do Ensino Fundamental, em cada disciplina, e também de forma geral, nessa etapa da educação básica. O papel central da Geografia, segundo a BNCC, é o desenvolvimento do pensamento espacial e do raciocínio geográfico. Para garantir o alcance do “raciocínio geográfico para representar e interpretar o mundo em permanente transformação e relacionando componentes da sociedade e da natureza” (BRASIL, 2017, p. 312), é importante a apropriação de conceitos geográficos, como espaço, território, lugar, região, natureza e paisagem, bem como o desenvolvimento da noção de tempo, com a qual há forte diálogo com História. A BNCC indica o trabalho com os princípios do raciocínio geográfico: analogia, conexão, diferenciação, distribuição, extensão, localização e ordem. Em todos os anos, há atividades que visam trabalhar esses princípios com os alunos. Há, para todo o Ensino Fundamental – Anos Iniciais, cinco unidades temáticas em Geografia: O sujeito e seu lugar no mundo; Conexões e escalas; Mundo do Trabalho; Formas de representação e pensamento espacial; e Natureza, ambientes e qualidade de vida. A cada ano, o que é alterado são os objetos de conhecimento a ser trabalhados em cada unidade, e as habilidades correspondentes. Portanto, as unidades temáticas devem ser trabalhadas concomitantemente, de forma integrada, analisando situações e fenômenos por diferentes perspectivas. Como já previsto nos PCN: Abordagens atuais da Geografia têm buscado práticas pedagógicas que permitam apresentar aos alunos os diferentes aspectos de um mesmo fenômeno em diferentes momentos da escolaridade, de modo que os alunos possam construir compreensões novas e mais complexas a seu respeito. Espera-se que, dessa forma, eles desenvolvam a capacidade de identificar e refletir sobre diferentes aspectos da realidade, compreendendo a relação sociedade-natureza. (BRASIL, 1997, p. 77)

Por meio do desenvolvimento do raciocínio geográfico, espera-se chegar a uma melhor compreensão da sociedade, formando cidadãos preparados para contribuir com um mundo melhor e mais solidário.

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A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e as expectativas de aprendizagem As expectativas de aprendizagem são organizadas em competências e habilidades que devem ser desenvolvidas ao longo do Ensino Fundamental. As competências são mais amplas e trabalhadas durante os nove anos do ciclo. Há competências gerais, que não estão ligadas a nenhuma disciplina em específico, que visam à formação humana integral e à construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva; competências específicas de ciências humanas, que são relativas à interpretação do mundo, processos e fenômenos sociais políticos e culturais, e a compreensão do estudante do seu papel em tais processos; e por fim, as competências específicas de Geografia, que tratam da formação da identidade e o desenvolvimento do raciocínio geográfico. Já as habilidades são expectativas de aprendizagem mais específicas, resultantes das competências previstas, organizadas por disciplina e ano, de forma a orientar o trabalho do professor, garantindo que todas as competências e habilidades sejam desenvolvidas ao final do Ensino Fundamental. O trecho a seguir expõe o objetivo da proposta da BNCC: [...] define o conjunto orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais que todos os alunos devem desenvolver ao longo das etapas e modalidades da Educação Básica [...] para a formação humana integral e para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva. (BRASIL, 2017, p. 7)

Proposta que visa, de acordo também com as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN), ofertar a todos as mesmas oportunidades com base na equidade na educação, respeitando as diferentes necessidades provenientes da diversidade regional ao não criar um currículo único, mas sim esse conjunto de orientações referentes às expectativas de aprendizagem, conforme está em: A equidade reconhece, aprecia e acolhe os padrões de sociabilidade das várias culturas que são parte da identidade brasileira. Compreende que todos são diversos, que a diversidade é inerente ao conjunto dos alunos, inclusive no que diz respeito às experiências que trazem para o ambiente escolar e aos modos como aprendem. (BRASIL, 2017, p. 11)

Desenvolvimento do conteúdo É importante atentar para a faixa etária dos estudantes, tendo em vista, nos anos iniciais, a preocupação com uma transição tranquila da Educação Infantil para o Ensino Fundamental, desenvolvendo atividades lúdicas. Também, a alfabetização e o letramento devem estar presentes em todo o trabalho, incorporado a cada disciplina, especialmente nos dois primeiros anos. Com a Geografia, propriamente, iniciamos trabalhando com os lugares de vivência e a noção de pertencimento da criança, de forma a atribuir mais sentido aos temas estudados, o que aproxima a aprendizagem de Geografia da vida real. 10


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No primeiro ano, trabalhamos os lugares das crianças, desenvolvendo noções básicas de espacialidade e temporalidade, usando para isso os direitos básicos das crianças, brincadeiras, moradia, escola, espaços públicos e privados, diferentes escalas de tempo, entre outras atividades. A ludicidade está presente nas atividades propostas neste ano, assim como nas do ano seguinte. No segundo ano, novamente abordamos a moradia e a escola, aprofundando o trabalho com a identidade dos alunos, e introduzindo temas relacionados ao trabalho e aos materiais, diferenciando os vários espaços da escola e identificando características deles que denotem suas funções. Aos poucos, ampliamos a escala trabalhada, abordando novos conceitos, lugares e as relações entre lugares. Ainda no segundo ano, expandimos a área de estudo, abordando a rua e o bairro, ainda lugares de vivência das crianças, ligados à identidade e ao pertencimento, reforçando o papel dos estudantes como agentes de transformação desses espaços, mas apresentamos outras ruas e bairros, assim como moradias e escolas. Tratamos também de meios de transporte e comunicação. A partir do terceiro ano, introduzimos o trabalho com os conceitos: paisagem, região, território e natureza. No terceiro ano, trabalhamos prioritariamente com paisagem, identificando elementos naturais e humanizados, as transformações na paisagem causadas pelo ser humano e pela natureza, e a diferenciação entre campo e cidade. Introduzimos a questão ambiental, apontando problemas ambientais no campo e na cidade. No quarto ano trabalhamos novamente com o campo e a cidade, agora buscando explicitar as relações existentes entre eles, por meio do estudo de processos de produção e circulação, bem como de problemas ambientais, como o uso da água. Afastamo-nos mais dos lugares de vivência, focando no Brasil. Com base nele estudamos aspectos do município e das grandes regiões. Terminamos o ano retomando a questão ambiental, descrevendo as principais características físicas do país. No quinto ano, expandimos ainda mais a área de estudo, introduzindo demografia, não só do Brasil, mas do mundo. Falamos também de trabalho, desigualdade social, rede urbana, transporte, energia e comunicação. As relações entre lugares e fenômenos, trabalhadas especialmente no quarto e quinto anos, dizem respeito ao princípio geográfico da analogia.

Metodologia no ensino de Geografia O material digital se propõe como um complemento ao livro didático, oferecendo outras possiblidades de trabalho, de maneira a amparar o alcance das expectativas de aprendizagem da BNCC. O presente material prioriza atividades que partem da vivência dos estudantes, valorizam o pensamento crítico e os tiram da passividade, da posição de mero receptor de conhecimento. Baseando-se no que já foi exposto, entende-se o espaço geográfico como objeto central do estudo de Geografia. Com base no extenso trabalho de Milton Santos, buscamos sintetizar alguns conceitos e categorias-chave para a compreensão do espaço geográfico de forma simples, traduzindo-os à linguagem adequada à faixa etária dos alunos. Milton Santos coloca a importância da inseparabilidade dos elementos físicos e humanos, dado que: [...] o espaço é, hoje, um sistema de objetos cada vez mais artificiais, povoados por sistemas de ações igualmente imbuídos de artificialidade, e cada vez mais tendentes a fins estranhos ao lugar e a seus habitantes. Neste nosso mundo se estabelece, por isso mesmo, um novo sistema da natureza [...]. (SANTOS, 1994, p. 90)

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Portanto, devemos ter em vista sempre, e transmitir aos alunos, a ideia de totalidade e integração entre os elementos geográficos que trabalhamos em aula. Para compreensão do espaço geográfico como espaço dinâmico determinado pela relação sociedade/natureza, é preciso trabalhar os conceitos já mencionados: paisagem, lugar, território, região e natureza. O trabalho com esses conceitos desenvolve o pensamento geográfico criando noções de espacialidade e representação. O lugar é um conceito muito presente no material, ele está associado à identidade, “É o espaço passível de ser sentido, pensado, apropriado e vivido através do corpo” (CARLOS, 2007, p. 17), sendo, então, possível a apreensão desse conceito por meio do trabalho com o cotidiano e o espaço de vivência dos alunos. A paisagem aparece no material com diferentes abordagens teórico-metodológicas, julgadas como as mais adequadas e significativas em cada momento da aprendizagem, considerando o objetivo final de compreensão do espaço geográfico. Para Milton Santos, é tudo que pode ser apreendido por meio da visão; logo, se relaciona à forma; porém, também é possível entendê-la relacionada à percepção, incluindo outros sentidos na sua apreensão. A paisagem é material e diz respeito a um produto presente, resultado da acumulação de tempos passados (SANTOS, 1996, p. 83). Por meio do estudo de elementos constituintes das paisagens, desenvolvemos a capacidade de reconhecer elementos artificiais e naturais e relacioná-los a diferentes organizações espaciais. O território é um conceito atrelado à ideia de poder, introduzido nos anos finais desse material. Diz respeito a determinada área que é dominada por alguém ou algum grupo, há o território nacional, delimitado por fronteiras, que marcam o poder político do Governo Federal, mas há também territórios marcados pelo campo de forças de outros atores sociais, indicando um poder social que determina o uso do território. A região é parte do espaço geográfico. É uma área que pode ser delimitada com base nos mais variados critérios, considerando o que aquela porção do espaço tem em comum. A regionalização melhor exposta aqui é a divisão do Brasil em grandes regiões pelo IBGE, que considera aspectos físicos, econômicos e culturais, entre outros. Presente no discurso geográfico desde os trabalhos pioneiros de Alexander von Humboldt no século XIX, o conceito de natureza acompanha a Geografia desde seus primórdios. Com base nessa premissa, nesta obra, busca-se garantir a interação entre a paisagem, a região e o território nos momentos em que os conceitos são abordados, obedecendo sempre a adequação à faixa etária.

O trabalho de campo e estudo do meio Trabalho de campo é um passeio a um determinado lugar com a finalidade de coletar informações, enquanto o estudo do meio é um trabalho mais elaborado de estudo de aspectos de algum lugar, que inclui um trabalho de campo. Acreditamos que esses passeios são fundamentais para o ensino de Geografia, uma vez que o objeto de estudo dessa ciência é o espaço geográfico. O contato com o espaço e a observação de seus elementos naturais e sociais permite a verificação empírica de teses ou informações vistas em sala de aula. Além disso, o trabalho de campo possibilita a interdisciplinaridade, posto que a realidade não é apreendida exclusivamente por meio da Geografia. Esse tipo de trabalho costuma ter grande potencial de atração, envolvendo os estudantes no seu processo de aprendizagem. No material, sugerimos alguns passeios, a fim de observar e interpretar a paisagem e determinados elementos. Geralmente são realizados na escola ou no seu entorno, de acordo com a proposta, com base nos espaços de vivência dos estudantes e, também, viabilizando sua realização na maioria das escolas do país. 12


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O trabalho de campo deve sempre ser precedido pelo planejamento de percurso e pelos objetivos, em um primeiro momento realizado pelo professor, e em seguida com os estudantes; deve também envolver alguma forma de registro e um trabalho de análise posterior.

A cartografia Juntamente com a alfabetização, propomos ensinar a leitura espacial e cartográfica. Buscamos instrumentalizar pouco a pouco as crianças para a compreensão do espaço geográfico, e a produção e leitura de mapas é parte importante desse processo. A cartografia aparece em todos os anos no material, uma vez que a proposta é sua integração aos conteúdos tratados, conforme previsto na da BNCC, apresentando-a de forma significativa e expondo sua utilidade, em contraposição a apresentá-la separadamente, colocando o mapa como um fim em si mesmo. Buscamos aumentar, a cada ano, a complexidade das representações espaciais apresentadas aos estudantes, bem como das habilidades necessárias para as elaborações cartográficas pedidas.

A avaliação No material digital há sugestões de diferentes formas de avaliação, incluindo questões abertas, fechadas, autoavaliação, avaliação da participação, avaliações individuais, em duplas e em grupos, atividades práticas, entre outras. A avaliação deve ser pensada continuamente durante o processo de ensino-aprendizagem. Seu objetivo central é orientar o trabalho do professor, oferecendo um panorama da aprendizagem, não servindo nunca como castigo ou forma de classificação dos estudantes. Entretanto, há diferentes funções para as avaliações em diferentes momentos do processo de ensino-aprendizagem. As avaliações devem seguir critérios claros, conforme aponta Hadji (2001); nesse caso, estão atreladas ao desenvolvimento das competências e habilidades da BNCC, sendo indicadas em cada material disponibilizado, a fim de possibilitar ao professor uma visão clara do que está sendo avaliado em cada atividade proposta.

Considerações finais O material digital foi elaborado com a finalidade de oferecer alternativas que colaborem para o desenvolvimento das competências e habilidades exigidas pela da BNCC para o Ensino Fundamental – Anos Iniciais. Intencionamos que esse material possibilite também uma maior inserção das tecnologias digitais em sala de aula, incentivando o professor a se apropriar dos dispositivos disponíveis para utilizá-los da melhor forma possível em seu trabalho, o que, por sua vez, proporciona familiaridade dos estudantes com as novas tecnologias, melhorando as suas possibilidades de uso. Buscamos também o entendimento da educação como formação integral, a fim de preparar os estudantes não apenas para seu desenvolvimento e sucesso profissional, mas enquanto cidadãos prontos para atuar de forma justa, participando da construção de uma sociedade mais igualitária. Lembramos que o material apresentado pode e deve ser adaptado de acordo com as necessidades de cada turma e professor.

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Geografia – Apresentação

Bibliografia BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação. Lei 9.394/1996. Brasília, 1996. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.htm>. Acesso em: 15 dez. 2017. ______. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular – Versão final. Brasília: MEC, 2017. Disponível em: <http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_ publicacao.pdf>. Acesso em: 2 dez. 2017. ______. Ministério da Educação/Secretaria de Educação Básica. Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica. Brasília: MEC/SEB, 2013. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br>. Acesso em: 9 dez. 2017. ______. Ministério da Educação. Programa de Apoio a Leitura e Escrita PRALER. Caderno de Teoria e Prática 6 – avaliação e projetos na sala de aula. Brasília: FNDE/MEC, 2007. Disponível em: < http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/praler/tp/tp6.pdf>. Acesso em: 3 dez. 2017. ______. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: introdução aos parâmetros curriculares nacionais. Brasília, 1997. Disponível em: < http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro01.pdf>. Acesso em: 15 dez. 2017. BUCK INSTITUTE FOR EDUCATION. Aprendizagem baseada em projetos: guia para professores de ensino fundamental e médio. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2008. CALLAI, Helena Copetti. Aprendendo a ler o mundo: a Geografia nos anos iniciais do ensino fundamental. Cedes. Campinas, v. 25, n. 66, 2005. CARLOS, Ana Fani A. O lugar no/do mundo. São Paulo: FFLCH, 2007. CASTELLAR, Sonia M. Vanzella (org.). Metodologias ativas: sequências didáticas. 1. ed. São Paulo: FTD, 2016. HADJI, Charles. Avaliação desmistificada. Porto Alegre: Artmed, 2001. SANTOS, Milton. A natureza do espaço: técnica e tempo, razão e emoção. São Paulo: Hucitec, 1996. ______. Metamorfoses do espaço habitado. São Paulo: Hucitec, 1988. ______. Técnica espaço tempo. Globalização e meio técnico-científico-informacional. São Paulo: Hucitec, 1994. SERAFIM, Maria Lúcia; SOUSA, Robson Pequeno de. Multimídia na educação: o vídeo digital integrado ao contexto escolar. In: MIOTA, F. M. C. S. C.; R. P. CARVALHO, A. B. G. (Orgs.). Tecnologias digitais na educação. Campina Grande: Eduepb, 2011. Disponível em: <http://books.scielo.org/id/6pdyn/pdf/sousa-9788578791247-02.pdf>. Acesso em: 16 dez. 2017. VITTE, Antonio Carlos; SILVEIRA, Roberison W. D. Considerações sobre os conceitos de natureza, espaço e morfologia em Alexander Von Humboldt e a gênese da geografia física moderna. Geousp: espaço e tempo, São Paulo. n. 27, 2010. Disponível em: <http://www.revistas.usp.br/geousp/article/view/74156>. Acesso em: 23 dez. 2017. Material disponibilizado em licença aberta do tipo Creative Commons – Atribuição não comercial (CC BY NC – 4.0 International). Permitida a criação de obra derivada com fins não comerciais, desde que seja atribuído crédito autoral e as criações sejam licenciadas sob os mesmos parâmetros.

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Geografia – 2o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento

Plano de desenvolvimento: A casa e a identidade A noção de “lugar” é o eixo central desenvolvido no bimestre. Por meio da moradia e da identidade que estreitam essa noção, trabalharemos conteúdos e habilidades importantes para o desenvolvimento do raciocínio geográfico dos estudantes, bem como para a ampliação da percepção de pertencimento, cultivando seu vínculo com a escola e com a comunidade. Trabalharemos noções de localização, orientação e representação espacial, mudanças e permanências no espaço geográfico, diferentes modos de vida e a influência do meio. Para tanto, partiremos da moradia, que é o primeiro referencial da criança enquanto espaço de convivência. O método de apresentar conceitos partindo do local para o global, da realidade imediata dos estudantes para conhecimentos mais amplos e abstratos, é uma prática frequente nos anos iniciais do Ensino Fundamental, pois facilita a compreensão por meio da aproximação dos temas tratados com a realidade do estudante. É importante, também, que outras realidades sejam apresentadas aos estudantes e que a relação entre o local e o global seja evidenciada em cada tema.

Conteúdos       

A formação da identidade Representações espaciais a partir da moradia e da escola Diferentes tipos de moradia e sua relação com as diferentes culturas Diferentes tipos de moradia e sua relação com as características naturais de cada lugar A constante reconstrução do espaço Materiais de construção O direito à moradia

Objetos de conhecimento e habilidades Objeto de conhecimento

 

 Habilidades 

Localização, orientação e representação espacial (EF02GE08) Identificar e elaborar diferentes formas de representação (desenhos, mapas mentais, maquetes) para representar componentes da paisagem dos lugares de vivência. (EF02GE09) Identificar objetos e lugares de vivência (escola e moradia) em imagens aéreas e mapas (visão vertical) e fotografias (visão oblíqua). (EF02GE10) Aplicar princípios de localização e posição de objetos (referenciais espaciais, como frente e atrás, esquerda e direita, em cima e embaixo, dentro e fora), por meio de representações espaciais da sala de aula e da escola.

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Geografia – 2o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento

 Relação com a prática didático-pedagógica 

Objeto de conhecimento

 

Habilidade  Relação com a prática didático-pedagógica

Objeto de conhecimento

 

Habilidade  Relação com a prática didático-pedagógica

Objeto de conhecimento

 

Habilidade Relação com a prática didático-pedagógica

Trabalhar essas habilidades durante todo o bimestre, em diferentes escalas e com diferentes objetos, enfatizando os locais conhecidos, como a casa e a escola, a fim de atribuir mais sentido para as atividades realizadas. Observar se os estudantes conseguem ler e produzir diferentes formas de representação espacial. Experiências da comunidade no tempo e no espaço (EF02GE04) Reconhecer semelhanças e diferenças nos hábitos, nas relações com a natureza e no modo de viver de pessoas em diferentes lugares. É importante apontar sempre as relações entre fenômenos sociais e fenômenos naturais e a importância da localização. Dessa forma se inicia a formação do raciocínio geográfico dos estudantes. Mudanças e permanências (EF02GE05) Analisar mudanças e permanências, comparando imagens de um mesmo lugar em diferentes tempos. Os recursos visuais são importantes no desenvolvimento dessa habilidade. Se possível, dê preferência para locais que os estudantes conhecem, facilitando a assimilação do conteúdo. Tipos de trabalho em lugares e tempos diferentes (EF02GE07) Descrever as atividades extrativas (minerais, agropecuárias e industriais) de diversos lugares. A habilidade pode ser trabalhada nesse bimestre com relação aos materiais de construção das moradias.

Práticas de sala de aula Visualizar o trabalho do bimestre como um todo permite ao professor atribuir continuidade às aulas, sempre retomando com os estudantes o que foi trabalhado na aula anterior, informando qual será o próximo tema e relacionando todas as propostas de trabalho com os eixos centrais apresentados no bimestre, moradia e identidade. Para trabalhar de forma saudável e produtiva questões que envolvem a identidade dos estudantes (sua família, comunidade, como eles se veem, onde moram, quais são seus costumes), é imprescindível preparar um ambiente onde todos se respeitem, os estudantes se sintam à vontade para falar sobre si e estejam dispostos a ouvir os colegas. Para isso, o professor deve mostrar interesse no que os estudantes têm a compartilhar e valorizar suas experiências pessoais, sem nunca diminuir a fala de um estudante ou permitir que os colegas o façam.

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Geografia – 2o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento

O professor deve sempre estar atento ao respeito às diferenças, visto que iremos trabalhar com identidades. Podem aparecer questões na sala de aula quanto a diferenças no tamanho, no tipo e na localização das moradias, quanto ao núcleo familiar, à origem ou aos costumes dos estudantes e seus familiares, entre outras especificidades. Nesses casos, o professor deve promover conversas, quantas forem necessárias, explicitando que as diferenças não são ruins e fortalecendo a empatia entre os estudantes. Sugerimos trabalhar com eles, também, o desenvolvimento da autonomia e da responsabilidade. Sempre que pedir atividades para casa, orientá-los a anotar as informações, incluindo data de entrega e de apresentação, por exemplo. Uma forma de incluí-los no próprio processo de aprendizagem é mantê-los informados quanto aos objetivos e participantes de todas as etapas do trabalho. Começar cada tema baseando-se em locais que façam parte da realidade imediata do estudante, usando a própria escola, suas casas e o entorno como objetos iniciais para o desenvolvimento do trabalho. À medida que ampliar a escala trabalhada, sugerimos fazer a ponte entre o que está sendo estudado e essa realidade mais imediata para eles. Por exemplo, ao trabalhar tipos de moradia, o professor pode introduzir o tema com um estudo sobre as construções que existem no entorno da escola para, em seguida, expandir para alguma outra área da cidade, apresentando imagens e, depois, algum bairro ou região em outra cidade, estado ou país. Segundo Jean Piaget, o desenvolvimento cognitivo se dá em estágios sequenciais, nos quais a criança constrói estruturas cognitivas cada vez mais complexas. Ainda de acordo com essa teoria, na idade correspondente ao segundo ano do ensino fundamental, as habilidades de abstração e de representação das crianças ainda estão em desenvolvimento. Por isso, o trabalho será mais significativo se o professor fizer a conexão com o que eles já conhecem, com o contexto em que vivem. Quanto à organização da sala de aula, sugerimos adequá-la de acordo com cada atividade proposta. Ao trabalhar com imagens, por exemplo, a disposição tradicional da sala em fileiras pode ser a mais interessante, evitando a dispersão dos estudantes e mantendo o foco no que estiver sendo projetado. Para as aulas em que a proposta é o debate, sugerimos arrumar as carteiras em semicírculo, permitindo que todos os estudantes se vejam, se escutem e possam interagir de forma mais natural. Para trabalhar os temas propostos nesse bimestre, os recursos visuais, como fotos, mapas, cartas, ilustrações são de grande valor, pois auxiliam na apropriação e na memorização dos conteúdos. Ao apresentá-los, é preciso certificar-se de que o material está acessível a todos, isto é, de que todos os estudantes visualizam bem as imagens. Ao identificar algum estudante com dificuldade, convidá-lo a sentar-se mais próximo. As habilidades EF02GE08, EF02GE09 e EF02GE10 podem ser trabalhadas continuamente no decorrer do bimestre, a partir do uso de diferentes formas de representação espacial e de atividades que possibilitem aos estudantes criar familiaridade com o assunto, como o desenho de observação ou a produção de mapas e maquetes. É importante trabalhar sempre as características de cada tipo de imagem apresentada, explicitando o que é possível e o que não é possível representar por meio de cada uma. Por exemplo: não é possível ver a fachada e as divisões internas de um prédio, como uma escola, utilizando uma imagem de satélite, mas é possível identificar o tamanho do prédio e do terreno, o que há no entorno, e talvez o material da cobertura e a localização do prédio. Para ver a fachada, o mais adequado seria uma fotografia oblíqua tirada em frente ao prédio e, para ver a parte interna, uma planta.

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Geografia – 2o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento

Iniciar o trabalho, preferencialmente, com locais mais conhecidos pelo estudante, como a casa, a escola, o bairro etc., e em seguida expandir a área a ser estudada, de forma a desenvolver as habilidades e os conceitos de maneira abrangente, não se restringindo àquela realidade imediata, mas tomando-a como ponto de partida. Outra habilidade trabalhada com destaque nesse bimestre é a EF02GE04, já que se espera que os estudantes encarem as diferenças com naturalidade e respeito, além de assimilarem a existência de uma relação entre a natureza e o modo de viver das pessoas, aproximando-os da compreensão do objeto central do saber geográfico. Para alcançar esse objetivo, é importante apresentar aos estudantes diferentes formas de viver das famílias com base em suas moradias, sempre se referindo a todas com respeito e exigindo o mesmo dos estudantes, conforme indicado anteriormente. A fim de desenvolver o raciocínio geográfico, o professor deve, sempre que possível, associar a relação dos fenômenos sociais e culturais com o espaço. O trabalho com a habilidade EF02GE05 deve partir, também, da realidade mais próxima dos estudantes, com base na observação de mudanças que ocorreram ou podem ter ocorrido no entorno da escola, por exemplo. O entendimento pode ser facilitado por meio do uso de recursos visuais como fotografias, vídeos ou desenhos, já que é interessante para a fixação do conteúdo não apenas imaginar, mas observar a transformação de um mesmo lugar ao longo do tempo. A habilidade EF02GE07 deve ser trabalhada com foco nas atividades industriais e de extração mineral, já que o eixo central do bimestre, a moradia, permite uma aproximação maior desses temas a partir da exposição e da comparação do uso de diferentes materiais na construção de moradias. Espera-se que ao final do bimestre os estudantes estejam familiarizados com diferentes formas de representação espacial (como mapas, fotos aéreas, fotografias e outros), em especial do entorno da escola, de modo que consigam localizá-la em um mapa ou foto aérea dos arredores, por exemplo. É importante, também, que possam fazer relação entre os fenômenos sociais e o espaço onde vivem, ainda que de maneira primária.

Foco Para que o professor possa dedicar uma atenção mais personalizada aos estudantes com maior dificuldade, ainda no processo de alfabetização, é interessante encorajá-los a trabalhar em equipe, sem fazer as atividades para os colegas, mas explicando o que entenderam, o que fizeram, e auxiliando o colega na própria atividade. Assim, exercitamos a empatia pelo outro, além de manter os estudantes com mais facilidade ocupados e permitir que o professor se dedique aos que precisam de mais atenção. Os recursos visuais são, também, ferramentas para prender a atenção dos estudantes, e atividades práticas como desenhos, maquetes, entre outras, costumam ser bem recebidas pelos estudantes e melhoram o ambiente da sala de aula.

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Geografia – 2o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento

Para saber mais 

7 passos para fazer maquetes de casas e mais 14 exemplos. Publicação com dicas para confecção de maquetes de casas e exemplos de maquetes com diferentes materiais e propostas. Disponível em: <http://www.vaicomtudo.com/7-passos-para-fazermaquetes-de-casas-e-mais-14-exemplos.html>. Acesso em: 17 nov. 2017. Casa Mágica. Jogo on-line que trabalha a orientação e os pontos cardeais de forma fácil e divertida, o personagem deve evitar obstáculos e encontrar a saída da casa seguindo as dicas. Disponível em: <http://www.escolagames.com.br/jogos/casaMagica/>. Acesso em: 17 nov. 2017. Epistemologia Genética. Livro que apresenta a importante teoria de Piaget sobre estrutura e aprendizagem. Propõe quatro estágios do desenvolvimento: sensório-motor (de 0 a 1,5 ou 2 anos), pré-operatório (de 1,5 ou 2 a 7 ou 8 anos), operatório concreto (de 7 ou 8 a 11 ou 12 anos), e operatório formal (de 11 ou 12 anos em diante). PIAGET, Jean. Epistemologia Genética. Trad.: Álvaro Cabral, 4ª edição. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2012. Google Earth. Site que permite o acesso a imagens de satélite de todo o mundo, apresentando aos estudantes essa forma de representação, e possibilitando a simulação de “viagens” para onde quiserem. Disponível em: <https://www.google.com.br/intl/pt-PT/ earth/>. Acesso em: 17 nov. 2017. Google Maps. Plataforma on-line para visualização de mapas, imagens de satélite e fotografias. Disponível em: <https://www.google.com.br/maps>. Acesso em: 17 nov. 2017.

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2o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – Projeto integrador: Geografia, História e Língua Portuguesa

Projeto integrador: Meu lugar no mundo 

Conexão com: GEOGRAFIA, HISTÓRIA E LÍNGUA PORTUGUESA Este projeto visa à produção de um livro identitário, mostrando alguns elementos da vida dos estudantes que fazem parte da sua formação enquanto indivíduo. Partimos da noção de lugar que está indissociavelmente ligada à singularidade do estudante, realizando o sincronismo com a sua identidade: o lugar corresponde ao espaço vivido pelo indivíduo. Espera-se, portanto, que durante a realização do projeto, o estudante entenda as relações existentes na sua história, conseguindo trabalhar conceitos como pertencimento, semelhanças, diferenças e individualidade, por meio das atividades propostas, sempre guiadas pela noção de lugar.

Justificativa Tanto do ponto de vista pessoal, como social, a identidade nos ajuda a ter uma melhor compreensão das nossas práticas coletivas. A construção da identidade é baseada na formação histórica de cada indivíduo – com base em nossas vivências e memórias – mas também da nossa relação com o outro. O reconhecimento do outro permite ao indivíduo também se reconhecer e se avaliar. É muito importante, portanto, que os estudantes entendam quais são os processos e as relações envolvidas socioculturalmente em suas próprias formações, refletindo a ação em grupo. As experiências de socialização são o principal pilar na construção da identidade. A escola tem papel fundamental nessa formação, já que, juntamente com o referencial familiar, é um dos primeiros contatos que a criança tem com a ideia de pertencimento a um grupo. Este projeto integrador deve ser realizado partindo-se do ambiente escolar, mas com uma ampliação para a identidade e o cotidiano familiar e comunitário do estudante. Diante disso, ao colocá-los como pesquisadores dessas origens, trabalharemos o desenvolvimento pessoal e social dos estudantes.

Objetivos       

Apresentar ao estudante o conceito de identidade, a partir da literatura. Produzir e aplicar um questionário com perguntas investigativas a respeito da origem familiar dos estudantes. Investigar as relações sociais envolvidas na comunidade em que vive. Compartilhar as descobertas entre os estudantes, estimulando a percepção de diferenças e semelhanças. Produzir um livro com diferentes seções, contendo informações a respeito de moradia, árvore genealógica, vizinhança, amigos e escola. Apresentar o resultado à comunidade escolar e ao público externo. Permitir que o estudante tenha contato com diferentes gêneros textuais e estimular as próprias produções.

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2o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – Projeto integrador: Geografia, História e Língua Portuguesa

Competências e habilidades

Competências desenvolvidas

Habilidades relacionadas*

1. Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo físico, social e cultural para entender e explicar a realidade (fatos, informações, fenômenos e processos linguísticos, culturais, sociais, econômicos, científicos, tecnológicos e naturais), colaborando para a construção de uma sociedade solidária. 9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceito de origem, etnia, gênero, orientação sexual, idade, habilidade/necessidade, convicção religiosa ou de qualquer outra natureza, reconhecendo-se como parte de uma coletividade com a qual deve se comprometer. Geografia: (EF02GE01) Descrever a história das migrações no bairro ou na comunidade em que vive. (EF02GE02) Comparar costumes e tradições de diferentes populações inseridas no bairro ou na comunidade em que vive, reconhecendo a importância do respeito às diferenças. (EF02GE08) Identificar e elaborar diferentes formas de representação (desenhos, mapas mentais, maquetes) para representar componentes da paisagem dos lugares de vivência. História: (EF02HI01) Reconhecer espaços de sociabilidade e identificar os motivos que aproximam e separam as pessoas em diferentes grupos. (EF02HI03) Selecionar situações cotidianas que remetam à percepção de mudança, pertencimento e memória. (EF02HI08) Compilar histórias da família e de conhecidos registradas em diferentes fontes. Língua Portuguesa: (EF02LP06) Identificar finalidades da interação oral, em diferentes contextos comunicativos (solicitar informações, apresentar opiniões, informar, relatar experiências etc.). (EF02LP08) Relatar experiências pessoais, com observância da sequência dos fatos e do nível de informatividade necessário, utilizando expressões que marquem a passagem do tempo (“antes”, “depois”, “ontem”, “hoje”, “amanhã”, “outro dia”, “antigamente”, “há muito tempo” etc.).

* Nota ao professor: a ênfase nas habilidades aqui relacionadas varia de acordo com o tema e as atividades desenvolvidas no projeto.

O que será desenvolvido Ao final do projeto, os estudantes devem ter produzido um livro sobre identidade, que será exposto à comunidade escolar, distribuído pelas dependências da escola e às famílias, ao final do bimestre, onde os estudantes poderão apresentar o trabalho, relatando a experiência. 21


2o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – Projeto integrador: Geografia, História e Língua Portuguesa

Materiais     

Papel A3 e A4 Lápis de cor ou canetas coloridas Cola, tesoura sem ponta e régua Fita de cetim e furador Computador com acesso à internet e impressora

Etapas do projeto Cronograma  

Tempo de produção do projeto: 2 meses/9 semanas/2 aulas por semana. Número de aulas sugeridas para o desenvolvimento das propostas: 18 aulas distribuídas entre as disciplinas de Geografia, História e Língua Portuguesa, de acordo com o que estiver sendo proposto.

Aula 1: Discussão sobre identidade e apresentação do projeto Perguntar aos estudantes quais são seus gostos pessoais. As respostas podem variar entre música, comidas ou lugares que gostem de frequentar, por exemplo. Nessa fase talvez eles apresentem outros tipos de gostos, como preferir ficar acordado até tarde ou mesmo piadas que os fazem rir. Encorajá-los a expor suas preferências, sem permitir que se desviem do que está sendo proposto e que citem predileções muito específicas. Se necessário, estimular os estudantes que não responderam a participar. Se houver dificuldade, o professor pode ajudar fazendo perguntas fechadas e específicas, usando o gosto dos outros estudantes como ponto de partida (exemplo: e você, gosta de macarronada?). Perguntar a respeito da série em que estão agrupados (exemplo: 2° ano A/B/C) e se realizam alguma atividade fora da escola (centro religioso, atividade esportiva, atividade artística) para iniciar a discussão sobre grupos. Questionar se os gostos e hábitos são parecidos ou diferentes entre eles. Promover uma reflexão acerca das respostas (exemplo: seus irmãos também gostam de arroz e feijão? Seus amigos também ouvem esse estilo de música ou gostam de jogar futebol?). Apresentar a proposta do projeto sobre identidade. Explicar que ao final cada um terá produzido seu próprio livro de identidade contendo informações sobre a família, casa, escola, memórias, amigos e o que acharem importante para mostrar quem eles são.

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Aula 2: Discutir diferentes bairros e moradias Apresentar o trecho do livro A rua do Marcelo, de Ruth Rocha, e distribuir entre os estudantes. Pedir-lhes que leiam primeiramente de forma individual, e, posteriormente, em voz alta. A RUA DO MARCELO TEM RUAS QUE SÃO CALÇADAS E TEM RUAS QUE SÃO DE TERRA. QUASE TODAS AS RUAS CALÇADAS SÃO ASFALTADAS. SÓ POUCAS RUAS SÃO DE PEDRAS. [...] NA MINHA RUA TEM CASAS TÉRREAS, QUE SÃO CASAS BAIXINHAS COMO A DA TERESINHA. E TEM CASAS ALTAS, COMO A DO CATAPIMBA, QUE TEM ESCADA DENTRO E CHAMA SOBRADO. E TEM A CASA DO ZECA, QUE FICA EM CIMA DA PADARIA. Ruth Rocha. A rua do Marcelo. São Paulo: Editora Salamandra, 2012.

Depois da leitura do texto, o professor deve pedir aos estudantes que observem a imagem abaixo para que possam tecer as comparações que serão propostas.

Lucas Farauj

Ilustração de paisagem no campo.

Perguntar aos estudantes quais as diferenças que eles percebem entre a rua descrita no texto e a visualizada na imagem. Esperar que eles respondam de forma espontânea, respeitando a fala de cada colega. Propor uma autorreflexão acerca da realidade dos estudantes, perguntando se a rua deles se parece mais com a do Marcelo ou a representada na ilustração. Em seguida, questionar se a casa deles se parece com a da Teresinha, a do Catapimba, a do Zeca ou se é mais parecida com as retratadas na imagem. Aproveitar esse momento para estimular a reflexão sobre as diferentes formas de moradia que podemos encontrar, tanto na cidade quanto no campo. Explicar que na próxima aula os estudantes vão iniciar a representação do bairro ou da comunidade onde vivem.

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2o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – Projeto integrador: Geografia, História e Língua Portuguesa

Aula 3: Conhecendo seu bairro Retomar o texto da aula anterior, “A rua do Marcelo”, para iniciar a aula. Apresentar o conceito de croqui como forma de representação.

Luís Moura

Ilustração de croqui de um bairro.

Pedir aos estudantes que identifiquem o que está sendo representado e que descrevam o que estão visualizando no croqui. Solicitar que apontem as direções das localidades, tendo como ponto de partida a casa. Entregar uma folha A3 para cada estudante e pedir a eles que façam um croqui do bairro ou da comunidade em que vivem. Inserir ruas, moradias, comércios, serviços, fronteiras físicas e naturais, caso existam. Orientar os estudantes que escrevam onde o bairro ou a comunidade estão localizados, lembrando-os de colocar a legenda. Ao final da aula, pedir que na volta para casa, na presença de um adulto responsável, conversem com um morador ou comerciante que esteja presente no bairro há muitos anos e que perguntem sobre as transformações que ele percebeu ao longo dos anos. Os estudantes deverão registrar as informações e levar para a próxima aula um novo croqui, que represente como eles imaginam que era o bairro ou a comunidade antigamente, de acordo com o relato. 24


2o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – Projeto integrador: Geografia, História e Língua Portuguesa

Aula 4: Pensando sobre família Iniciar a aula lendo o trecho do texto “A família do Marcelo”, de Ruth Rocha para discutir as diferentes configurações familiares. Distribuir o texto e praticar a leitura em conjunto. A FAMÍLIA DO MARCELO CADA FAMÍLIA É DE UM JEITO. ÀS VEZES, UM CASAL SE SEPARA, ÀS VEZES, UM DOS PAIS MORRE, ÀS VEZES, O AVÔ OU A AVÓ MORAM JUNTO COM OS FILHOS; TEM GENTE QUE TEM MUITOS FILHOS, COMO A FAMÍLIA DO CATAPIMBA; OS PAIS DELE TÊM TRÊS FILHOS. TEM GENTE QUE TEM UM FILHO SÓ, OU TEM DOIS. Ruth Rocha. A família do Marcelo. São Paulo: Editora Salamandra, 2012.

Pedir aos estudantes que descrevam como imaginam que seja a família do Marcelo. Aproveitar a discussão para explicar que existem diferentes constituições familiares; alguns moram com a avó ou com os tios, outros podem ter duas mães, ou morar apenas com o pai e os irmãos. Relacionar a identidade com a história de cada um, em que as pessoas em volta nos ajudam a ser como somos. Perguntar sobre a família deles e deixar que observem as diferenças e as semelhanças em cada relato. Distribuir uma folha A3 para que desenhem seu núcleo familiar. Preparar os estudantes para que na aula seguinte comecem o processo de investigação das origens de suas famílias.

Aula 5: Investigando o passado Iniciar a aula explicando brevemente o que é migração, mostrando que as pessoas podem vir de muitos lugares diferentes, tanto de um país como de outra cidade. Contar que o Brasil é um país que teve muita presença de imigrantes na sua formação. Questionar se eles acham que todo mundo sempre mora na mesma casa a vida toda. Perguntar se algum dos estudantes já se mudou de casa, depois, se algum deles nasceu em outra cidade ou se sabem onde os pais nasceram. E os avós? E os bisavós? Será que eram de outra cidade? Sempre fazer as perguntas tentando trazer o conceito para a realidade deles. Mostrar a imagem de uma família se mudando para continuar a reflexão.

Marcos Guilherme

Ilustração de um carro na estrada.

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Pedir aos estudantes que imaginem e respondam “de onde as pessoas estavam saindo?”, “para onde estavam indo?”, “por que será que as pessoas se mudam? Será que é fácil se mudar?”, “será que nossos bisavós ou tataravós se mudavam assim?”. Explicar que para conhecermos uma história, precisamos investigar e que, por isso, na próxima aula será criado um “questionário investigativo” para conhecerem a história de suas famílias e, consequentemente, a deles mesmos.

Sugestão de sites para acesso dos estudantes Museu da Imigração do Estado de São Paulo. O site reúne um acervo digital com fotos, documentos, jornais e cartas dos imigrantes com destino a São Paulo, permitindo que, com o auxílio do professor, os estudantes façam buscas a partir do tema escolhido. Disponível em: <http://www.inci.org.br/acervodigital/>. Acesso em: 17 nov. 2017. Catraquinha. Família. Ensaio fotográfico mostra a semelhança entre crianças de diferentes gerações em uma mesma família. É possível perceber que nossas características físicas podem vir de outras gerações. Disponível em: <https://catraquinha.catracalivre.com.br/ geral/familia/indicacao/15-fotos-que-mostram-semelhancas-entre-criancas-da-mesmafamilia-mas-de-diferentes-geracoes/>. Acesso em: 17 nov. 2017.

Aula 6: Produção do questionário Entregar para cada estudante uma folha formato A4 (sulfite) para que seja criado um “questionário investigativo” sobre as origens da família. Deixar que eles sugiram perguntas para fazer aos familiares e escrever todas na lousa. Permitir que eles utilizem as que acharem mais relevantes, mesmo que fiquem diferentes entre si, de acordo com a realidade de cada um. Estimular que as perguntas criadas abordem movimentos migratórios, parentescos, ancestralidades e datas, se possível. Auxiliar os estudantes na escrita sugerindo palavras-chave na lousa e chamando atenção para a grafia correta dessas palavras, como “família”, com acento, “migração”, “avô” e “avó”. Pedir a eles que apliquem o questionário aos seus familiares, em casa, e o tragam respondido na aula seguinte para serem anexados à árvore genealógica que será produzida posteriormente. É possível que alguns estudantes necessitem de auxílio tanto na leitura das perguntas quanto na escrita das respostas. Explicar que os familiares podem ajudá-los, mas também estar disponível para auxiliá-los caso isso não seja possível.

Aula 7: Conhecendo uma árvore genealógica Perguntar se os estudantes já ouviram falar em árvore genealógica e deixar que expliquem do seu próprio jeito. Após a discussão, apresentar o modelo de árvore genealógica e explicar a ideia de ramificação presente na árvore.

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Sabrina Eras

Ilustração de árvore genealógica com espaço para colagem de fotografias.

Questionar o que eles entenderam com perguntas “O que a Cecília é do Eduardo?”, “O que o Oscar é da Luísa?”, “E a Nancy?”, “Qual o parentesco entre Hatsue e Luís?”. Permitir que os estudantes completem os quadros da árvore genealógica com desenhos de como imaginam ser a família representada. Solicitar para a próxima aula que tragam fotografias dos membros da família para que criem sua própria árvore genealógica. As fotografias não precisam ser necessariamente em papel fotográfico, podendo ser impressas em papel sulfite e depois recortadas ou mesmo xerocadas pela escola. Talvez alguns estudantes não tenham fotografias de muitos membros da família, por isso é necessário lembrá-los de que mais importante que as fotos é ouvir os relatos a respeito daquelas pessoas que fizeram parte da nossa história. Nesses casos também é válido que os estudantes possam desenhar os familiares, tentando se basear nas histórias que já ouviram da família.

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Aula 8: Criando uma árvore genealógica Distribuir uma folha A3 para cada estudante. Pedir aos estudantes que organizem as fotografias ou desenhos como em uma árvore genealógica e orientar como eles devem iniciar. Desenhar um exemplo na lousa para que possa ser acompanhado pelos estudantes. Orientar que escrevam os nomes das pessoas da família começando de cima para baixo, iniciando pelos nomes dos avós maternos de um lado, paternos do outro. Depois escreva embaixo os nomes dos pais e dos tios, embaixo dos irmãos, dos primos e assim por diante. Lembrar os estudantes que não tem problema se algumas árvores estiverem mais cheias e outras mais vazias; a ideia é exatamente perceber as diferenças e conhecer sua própria história. Os estudantes que não tiverem as fotos ou os desenhos e não conhecerem alguns familiares podem preencher os espaços com desenhos de como imaginam que teriam sido seus avós, por exemplo. Conferir com cada um, individualmente, se estão conseguindo alcançar os resultados da atividade proposta e auxiliar os que precisarem de ajuda, antes de colarem. Depois que as fotos estiverem devidamente distribuídas, pedir a eles que colem as fotografias ou desenhos e escrevam os nomes de cada um dos membros da família. Solicitar aos estudantes que pensem e depois relatem se conheciam ou já tinham ouvido falar de todas aquelas pessoas presentes na árvore. Em caso negativo, propor que eles reflitam e respondam como foi ter entendido um pouco mais sobre a história da sua família.

Aula 9: Representando a sala de aula Dividir ao meio uma folha de papel A3, entregar para cada estudante e pedir a eles que façam um desenho representando a escola em uma das partes. Deixar que o estudante faça como achar mais interessante, podendo ser como uma planta ou uma imagem da frente da escola, por exemplo, contanto que o objetivo da proposta seja atingido. Após o desenho ser concluído, pedir a eles que localizem no desenho onde ficaria a sala de aula (no caso de haver mais de uma sala de aula fixa, pedir aos estudantes que localizem a que utilizam no momento) e a sinalizem de alguma forma. Depois de terem localizado a sala, explicar a ideia de ampliação e pedir-lhes que façam um desenho da sala de aula na outra parte da folha. Destacar a importância de representar a carteira que ocupam na classe e onde ficam suas coisas. Explicar que na próxima aula irão estudar a pluralidade de pessoas que fazem parte daquela sala de aula.

Aula 10: O universo do 2o ano – parte 1 Iniciar a aula conversando com os estudantes sobre as características físicas das pessoas, sempre enfatizando as diferenças de forma positiva. Orientar os estudantes para que observem a imagem a seguir, atentos em perceber as diferenças entre as pessoas presentes.

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Fabiana Faiallo

Ilustração de crianças e adultos socializando na escola.

Questionar os estudantes sobre o que observam na imagem. As pessoas são iguais? Como é cada uma delas? Elas se parecem com alguma das crianças que estão sendo representadas? Relembrar aos estudantes que não são apenas nas características físicas que nos diferenciamos, mas também na nossa forma de agir, pensar e sentir, por exemplo. Depois da discussão, colocar os estudantes em círculos, em pé, e propor uma brincadeira: pedir que ao ouvirem uma característica que os representem, manifestem-se através de pulos, dança, bater pés e mãos ou até mesmo fazer barulhos altos. Andar no meio do círculo falando características, tanto físicas quanto de personalidade (alguns exemplos: “quem tem cabelo curto”, “quem é menino/a”, “quem é alto/a”, “quem tem menos de oito anos”, “quem é branco/afrodescendente/indígena”, “quem gosta de abraçar”, “quem gosta de cantar”, e assim por diante). Encerrar a atividade quando não houver mais interesse dos estudantes. Preparar os estudantes para que na próxima aula desenvolvam uma tabela com as características dos estudantes do segundo ano.

Aula 11: O universo do 2o ano – parte 2 Retomar com os estudantes as diferenças entre os estudantes da sala de aula. Distribuir uma folha de papel A4. Desenhar na lousa uma tabela que deve ser copiada para a folha pelos estudantes. A parte horizontal deve conter características físicas que os estudantes propuserem, como cor, comprimento dos cabelos, altura etc., e na vertical, o nome de cada estudante. Juntos, devem chegar a um consenso e com muito respeito ao realizar a identificação de cada estudante ao preencher a tabela. O professor deve atentar para brincadeiras desrespeitosas nesse momento e promover uma boa convivência e o respeito entre os estudantes. Após terem preenchido a tabela em conjunto, o professor deverá conduzir a turma para compilar os dados, acompanhando na lousa a soma de cada coluna para determinar o número de pessoas que tem determinada característica (exemplo: cabelo preto: quatro pessoas). Essa atividade deve mostrar para os estudantes que um grupo de pessoas podem ter diferenças e semelhanças ao mesmo tempo. Anexar essa tabela à representação da sala de aula feita na aula 9. 29


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Aula 12: Quem são os meus amigos? Iniciar a reflexão “nossos amigos são iguais a nós?” e deixar que os estudantes comecem o debate. Conduzir a discussão lembrando que cada um tem sua identidade e história de vida e precisamos respeitar essas diferenças. Pedir aos estudantes que elenquem o que eles têm em comum e o que têm de diferente com os seus amigos. Eles são fisicamente parecidos? Entregar uma folha de A3 dividida ao meio para que façam um desenho retratando os amigos fazendo algo de que gostam, mas que eles mesmos não gostem. Depois, o contrário, desenhar uma atividade de que o estudante gosta, mas que o amigo não gosta. Ao final da aula, perguntar como os estudantes se sentiram ao perceber que podem ser diferentes dos amigos. Foi uma percepção positiva ou negativa? Permitir a eles que coloquem suas impressões. Explicar aos estudantes que a próxima etapa do projeto é explorar mais um pouco os gostos de cada um, e pedir a eles que pensem em uma lembrança da vida deles que, ao recordar, cause um bom sentimento porque eles irão compartilhar na próxima aula. Dar um exemplo pessoal para estimulá-los.

Aula 13: Gostos e memórias O professor deve solicitar que os estudantes sentem em roda para iniciar uma discussão sobre gosto pessoal. Relembrar o que foi dito na primeira aula e explicar que algumas pessoas preferem fazer as coisas de um jeito, outras preferem de outro; algumas gostam de acordar cedo e outras preferem dormir até mais tarde, por exemplo. Propor uma brincadeira em que contem, um de cada vez, uma coisa que eles fazem ou gostam e que a maioria das pessoas não gosta. Nessa fase, alguns estudantes podem ter mais facilidade de se expressar que outros, então pode ser necessário um estímulo para ser iniciado, como contar alguma mistura de comidas que não seja comum ou alguma mania curiosa. Após todos terem falado, relembrar os estudantes que na aula passada foi pedido a eles que recordassem de uma memória que trouxesse um bom sentimento. Orientar os estudantes que se sentem em dupla e que contem, um para o outro, a memória que pensaram, não importando se é antiga ou recente. Informar aos estudantes que a história será divulgada para todos no livro e na aula. O professor deve pedir a eles que reescrevam a memória do colega em um pequeno papel, que será anexado ao livro. Depois, cada um deve recontar para a sala a história que ouviu, atentando-se para passar as mesmas emoções do interlocutor inicial. Preparar os estudantes para que na próxima aula eles deem continuidade à atividade, refletindo sobre os gostos de quem está próximo. Pedir-lhes que pensem sobre todas as coisas que os ajudam a ser como são para poderem realizar a atividade que será proposta.

Aula 14: Quem sou eu? Exibir aos estudantes um autorretrato ou uma selfie para iniciar a atividade. Caso seja possível aos estudantes tirar uma selfie, orientá-los nesse sentido. Caso contrário, organizar, antecipadamente, para que todos providenciem um autorretrato em forma de desenho, como o da pintora mexicana Frida Khalo, representado a seguir.

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Franzi/Shutterstock.com

Representação de autorretrato de Frida Kahlo.

WilmaVdZ/Shutterstock.com

Mulher tirando uma selfie.

Pode ser interessante trazer outros autorretratos para explorar diferentes possibilidades. Propomos ao professor que explique, brevemente, que a Frida Kahlo foi uma artista plástica mexicana, que ficou famosa, entre outros motivos, por seus autorretratos. Ela retratava, com inspiração surrealista, a forma como se enxergava, transformando seus sofrimentos em arte, mostrando sempre um pouco da sua identidade. Apresentar a selfie como uma forma muito atual de se autorretratar, em que as pessoas registram sua própria imagem e, muitas vezes, compartilham com outras pessoas. Perguntar aos estudantes a diferença que eles percebem nos dois autorretratos. Explicar que o autorretrato é uma forma de nos representarmos, mostrando como nos vemos, mas também como estamos nos sentindo. Entregar aos estudantes uma folha de papel A3 dividida ao meio, com um retângulo desenhado na parte direita. Propor a eles que desenhem, dentro do retângulo, um autorretrato. Lembrar aos estudantes que não precisam tentar desenhar exatamente seus rostos, porque são livres para se representarem da maneira como quiserem. Nessa etapa podem existir desenhos que mostrem apenas o rosto dos estudantes, ocupando o retângulo inteiro, como também desenhos em que estejam representadas coisas de que a criança goste e sinta que fazem parte da construção dela. Todas as opções são válidas. O importante nesse momento é que ela consiga representar a si mesma da forma como se vê.

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Recolher os autorretratos e redistribuir aleatoriamente. Na outra parte do papel, pedir aos estudantes que construam um questionário, com três questões, para ser aplicado ao colega que fez o autorretrato naquela folha. Ajudar os estudantes na elaboração de questões, propondo opções como “música favorita”, “filme favorito”, “brincadeira favorita”, “coisas que o deixe triste/feliz”. Permitir que os estudantes troquem sugestões e se auxiliem durante a realização da atividade. Pedir a eles que respondam o questionário em casa e tragam na próxima aula.

Aula 15: Carta para o futuro A última atividade deve ser dedicada à produção de um texto em que os estudantes devem escrever uma carta para eles mesmos, no futuro. Entregar uma folha de papel A4 e pedir que os estudantes imaginem que estarão lendo essa carta depois de vinte anos de escrita para iniciar a reflexão: será que eles ainda vão gostar, sentir e pensar as coisas da mesma forma? Será que ainda vão ter as mesmas memórias? Explicar que devem, portanto, contar ao leitor quem eles são agora e o que imaginam para o seu futuro, utilizando-se de todo o conteúdo que foi trabalhado até aqui. Reforçar com os estudantes que a carta deve conter local, data, o vocativo, que é a forma que usamos para chamar diretamente alguém, no caso, eles mesmos, o texto, a despedida e a assinatura. Acompanhar a confecção do texto, auxiliando mais de perto os estudantes com maior dificuldade de escrita. Pedir aos estudantes que terminarem suas cartas que ajudem os colegas que ainda estão escrevendo, mas não permitir que escrevam no lugar dos colegas. Relembrar aos estudantes que na próxima aula irão confeccionar a capa do livro, que será feita com o auxílio do computador. Preparar os equipamentos necessários para a utilização do computador e impressora.

Aula 16: Confeccionando a capa do livro A capa do livro será realizada na sala de informática ou onde for possível o acesso aos computadores. Auxiliar os estudantes nas pesquisas de elementos que eles gostariam de ter presentes na capa do livro, como atividades de lazer, comidas e músicas preferidas, profissões que pretendem seguir ou lugares que desejam visitar, ou seja, tudo que eles sentirem que os representem. Ajudar com a impressão do material. Orientar os estudantes que recortem e colem no papel formato A3 para poder anexar a capa ao restante do livro. Na falta de acesso a computadores e impressoras, é possível fazer a capa com recortes de revistas. Explicar aos estudantes que na próxima aula irão finalizar a montagem do livro.

Aula 17: Finalizando o livro Distribuir aos estudantes todo o material confeccionado durante o projeto: croqui do bairro ou comunidade, desenho da família, árvore genealógica, questionário da família, representação da escola e da sala de aula, tabela dos estudantes, memória pessoal, amizades, autorretrato com gostos pessoais, questionário individual e carta. Explicar que a ordem que deverá aparecer no livro é justamente essa, para que seja visto de uma escala maior, representando bairro e comunidade até chegar em uma escala menor, a do indivíduo. Auxiliar os estudantes na divisão de seções do livro e fazer os furos nas laterais das páginas para que os estudantes possam passar a fita de cetim. Com o material pronto, explicar que a próxima aula será a troca de experiências entre eles.

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Aula 18: Troca de experiências A última aula é dedicada à troca de experiência entre os estudantes, para que eles percebam as descobertas no processo de criação do livro e consigam visualizar, de forma mais concreta, as diferenças e semelhanças entre cada um. O professor deve reunir os estudantes em duplas e pedir a cada estudante que conte sua história, com o auxílio do livro, para outro colega. O livro de cada um será apresentado para a sala a partir da fala e aprendizado de outro estudante. O livro deverá ser exposto, ao final do projeto, nas dependências da escola e, em um segundo momento, apresentados às famílias dos estudantes.

Avaliação Aulas 1

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Proposta de avaliação Avaliar o conhecimento prévio sobre identidade e promover reflexão acerca das diferenças entre as pessoas. Tentar identificar se os estudantes participaram das discussões ou se tiveram dificuldade para se expressarem. Avaliar o desenvolvimento da leitura e a interpretação de texto. Perceber se conseguiram utilizar o texto para tecer comparações e reflexões sobre as diferentes formas de moradia e se conseguiram fazer uma autoavaliação da própria residência. Avaliar a alfabetização cartográfica ao interpretar o croqui, o domínio de direções e coordenadas e se conseguiram fazer o resgate mental do bairro onde moram. Avaliar a produção do croqui, se conseguiram inserir os elementos que foram solicitados e se incluíram as legendas. Também avaliar a atividade para casa, observando se o relato do morador está sendo representado, de alguma forma, no croqui. Avaliar o desenvolvimento de leitura e a interpretação de texto. Em um segundo momento, considerar o domínio descritivo tanto ao imaginarem a família do Marcelo quanto na hora de explicarem a própria constituição familiar. Perceber se todos respeitam a hora do colega falar e se todos participam. Avaliar, por fim, a representação da própria família, observando os níveis de detalhamento e de dedicação. Avaliar o entendimento sobre o conceito de migração. Perceber se estão participativos e envolvidos com o tema e se conseguem tecer paralelos com a própria realidade. Avaliar se conseguem relacionar a história da família com as suas histórias atuais, envolvendo processos de mudanças. Observar se respeitam o tempo de fala de cada colega. Avaliar a participação na elaboração das perguntas, valorizando a construção coletiva. Também verificar a autonomia para que escolham as questões que mais se apliquem as suas realidades e aos seus interesses. Conferir se os questionários foram aplicados. Avaliar o entendimento da imagem que contem a distribuição familiar, observando se o estudante consegue identificar as relações familiares envolvidas. Avaliar a participação oral dos estudantes ao responder as questões solicitadas, sempre respeitando a vez de fala de cada colega.

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Avaliar o entendimento de produção da árvore genealógica e a dedicação durante a atividade. Perceber se entenderam as suas relações familiares e se participaram da exposição oral proposta. Por fim, avaliar se conseguiram relacionar a constituição familiar a sua própria identidade.

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Avaliar a autonomia do estudante em criar sua própria representação da escola e o desempenho durante a atividade. Verificar se conseguiram fazer a localização de forma correta, tanto da sala de aula quanto da sua carteira.

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Avaliar a percepção dos estudantes acerca das diferenças entre as pessoas, observando se abordam com respeito a questão. Avaliar a participação na brincadeira, percebendo se conseguem fazer uma autoavaliação de suas características, desenvolvendo noções de pertencimento. Avaliar o trabalho coletivo e a autonomia desenvolvida ao longo do processo para que possam fazer uma autoavaliação sobre suas características e aperfeiçoar a ideia de pertencimento. É importante que os estudantes respeitem as diferenças abordadas durante a atividade. Também deve ser avaliada a transformação das informações para serem apresentadas de outra forma. Avaliar a capacidade argumentativa dos estudantes nos dois momentos de reflexão, sempre atentando para que respeitem o momento de fala de cada colega. Considerar como componente para avaliação se a representação proposta está de acordo com o que foi solicitado. Avaliar a participação do estudante e o desenvolvimento da exposição oral, tanto para contar sua própria história como a dedicação ao recontar a do colega. Durante a escrita da memória do colega, avaliar se o estudante conseguiu fazer uma boa transcrição, mantendo os elementos importantes da história. Observar se os estudantes respeitam as experiências dos outros colegas e se conseguem perceber suas experiências como relacionadas às suas formações individuais. Avaliar a produção artística, levando em consideração não apenas o empenho na atividade como também se o estudante realizou, à sua maneira, a atividade proposta. Durante a elaboração do questionário, avaliar a autonomia na produção do texto, mas também se as questões estão de acordo com o tema proposto.

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Avaliar o entendimento da proposta da atividade e a produção de texto. Verificar se utilizaram os elementos que devem estar presentes em uma carta e se trouxeram para o texto o que foi apreendido durante o projeto.

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Avaliar se estão utilizando as ferramentas de pesquisa de acordo com o que foi solicitado e se escolheram imagens que sigam a proposta de formação de identidade, além da dedicação em recortar e fazer a colagem da melhor maneira possível.

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Avaliar se os estudantes entenderam o motivo do posicionamento das seções e se estão conseguindo seguir as orientações sobre a ordem correta. Também avaliar a dedicação durante o processo de montagem e o produto final.

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Avaliar o empenho em que o estudante apresenta a história do outro, perceber se ele entendeu as particularidades daquele estudante e as suas próprias, além da apresentação oral. Nesse momento perceber se o estudante conseguiu realizar uma autoavaliação da sua identidade durante o processo de realização do projeto.

Avaliação final Realizar com os estudantes uma discussão a respeito do processo de produção do livro. Questionar quais foram as etapas que eles mais gostaram de fazer e por quê. Tente entender se existiu alguma dificuldade durante a execução do projeto. Como o projeto tratava o tema do lugar e identidade, é muito importante que os estudantes sintam que puderam ser representados da forma como eles se veem e tenham entendido que nossas experiências, histórias, memórias e inserção comunitária, familiar e escolar, nos ajudam na nossa formação como indivíduo. Perguntar se eles tiveram alguma nova descoberta durante o projeto que queiram compartilhar com os colegas.

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2o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – Projeto integrador: Geografia, História e Língua Portuguesa

Também, com a mesma importância estava o reconhecimento do outro como alguém portador de semelhanças e diferenças, que não apenas devem ser respeitadas, mas vistas como positivas para a constituição da nossa sociedade. Propomos que, ao sentir necessidade, diante de manifestações negativas em relação à diversidade, o professor aborde a importância de respeitarmos as diferenças, explicando que não somos todos iguais e que não existe um “jeito certo” de ser. O professor pode, para isso, explicar o significado de preconceito e discriminação, mostrando como essas atitudes podem afetar não apenas o indivíduo como toda a sociedade. Pode ser feito um pacto com os estudantes no qual eles se comprometam a não fomentar o ciclo de preconceito e discriminação, além de pensarem juntos em maneiras de combatê-los. O professor pode anotar todas as sugestões e, coletivamente, confeccionar um cartaz para ser afixado em sala de aula. Durante o processo, devem ter conseguido se colocar como sujeito no mundo, com base em sua identidade e subjetividade. Como metodologia pedagógica, é importante que o professor perceba se conseguiu alcançar esses objetivos ou se os estudantes apresentaram alguma dificuldade em compreender esses assuntos durante as atividades propostas. Ao final do processo é esperado que os estudantes tenham tido a percepção de pertencimento ao lugar, trabalhado formas de representação, entendido as diferentes formações de família e de moradia, entrado em contato com pesquisa e investigação, diferentes formas de linguagem e conseguido expressar, em diversos momentos, suas próprias opiniões.

Referências bibliográficas complementares 

Ninguém é igual a ninguém. RENNÓ, Regina. São Paulo: Editora do Brasil, 2008. Com a ajuda do personagem Tim, a autora Regina Rennó ressalta a importância de gostarmos de quem somos, do que sentimos e vivemos.

Guilherme Augusto Araujo Fernandes. FOX, Mem. Brinque-Book, 1984. O livro conta a história do menino Guilherme, que tenta ajudar sua amiga Antônia, uma senhora, a encontrar a memória que ela havia perdido. No caminho, acaba se deparando com questões importantes enquanto tenta descobrir o que, afinal, é a memória.

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Geografia – 2o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 1a sequência didática

1a sequência didática: Diferentes formas de olhar a escola Serão abordadas noções de localização, orientação e referências espaciais, seguidas pela elaboração de representações, feita a partir do trabalho com os conceitos. Ao final sugerimos uma atividade com diferentes representações espaciais de um mesmo lugar, preferencialmente a escola.

Relação entre BNCC, objetivos e conteúdos Objeto de conhecimento

Localização, orientação e representação espacial  

Habilidades 

 Objetivos de aprendizagem

  

Conteúdos 

(EF02GE08) Identificar e elaborar diferentes formas de representação (desenhos, mapas mentais, maquetes) para representar componentes da paisagem dos lugares de vivência. (EF02GE09) Identificar objetos e lugares de vivência (escola e moradia) em imagens aéreas e mapas (visão vertical) e fotografias (visão oblíqua). (EF02GE10) Aplicar princípios de localização e posição de objetos (referenciais espaciais, como frente e atrás, esquerda e direita, em cima e embaixo, dentro e fora), por meio de representações espaciais da sala de aula e da escola. Conhecer diferentes tipos de imagens e representações do mesmo lugar. Conhecer melhor o bairro no entorno da escola. Identificar a localização do observador em diferentes imagens da escola. Representação espacial: imagens aéreas, de satélite, mapas e fotografias Localização, orientação e pontos de referência

Materiais e recursos      

Folhas sulfite Lápis Projetor Canetas coloridas Tesoura sem ponta Cartolina

Desenvolvimento 

Quantidade de aulas: 2 aulas

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Geografia – 2o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 1a sequência didática

Aula 1 Introduzir o tema com uma breve exposição oral, explicar aos estudantes que vão trabalhar noções de localização, o que significa “onde pontos e localidades estão”; orientação, que pode ser explicada como “em que posição esses pontos e localidades estão”; e pontos de referência, que servem para ajudar as pessoas a se localizar e se orientar. Nesse momento, oferecer exemplos simples, como pegar um lápis, colocar na mesa, ao lado do apagador, e explicar: “o lápis está na mesa, ao lado do apagador, de frente para os estudantes. O lápis está localizado na mesa e sua orientação é de frente para os estudantes. Tanto a mesa quanto o apagador e os estudantes são pontos de referência para indicar a localização e orientação do lápis”. Após essa conversa inicial, que deve conter outros exemplos e possibilitar a participação dos estudantes, e com os estudantes sentados em fileiras, propor a atividade a seguir para exercitar os conceitos apresentados. Se a sala trabalha com outra organização, como semicírculo, adapte as questões para contemplar a todos. O mesmo vale para a tabela sobre a escola; se não há cantina, substituir por quadra, por exemplo.

1. AO OLHAR PARA A FRENTE, QUE ELEMENTOS VOCÊ VÊ, COM DETALHES?

Resposta pessoal. Geralmente, a lousa, a mesa do(a) professor(a), a cabeça do colega, a parede onde está a lousa. Observar se o(a) aluno(a) não indicou elementos que não vê ou vê parcialmente, pois ficam ao lado dele(a), por exemplo.

2. PREENCHA AS TABELAS A SEGUIR. DENTRO DA SALA DE AULA A) QUEM SENTA NA MINHA FRENTE. B) QUEM SENTA ATRÁS DE MIM. C) QUEM SENTA À MINHA DIREITA. D) QUEM SENTA À MINHA ESQUERDA. E) QUEM SENTA NA TERCEIRA CARTEIRA DA FILEIRA MAIS PRÓXIMA À PORTA. F) OS LIVROS FICAM, EM RELAÇÃO AO (À) PROFESSOR(A). DENTRO DA ESCOLA A) O QUE ESTÁ À DIREITA DA SALA DE AULA. B) O QUE ESTÁ À ESQUERDA DA SALA DE AULA. C) O QUE ESTÁ À FRENTE DA CANTINA. D) O QUE ESTÁ ATRÁS DA DIRETORIA. E) NA ENTRADA DA ESCOLA, O QUE SE VÊ OLHANDO PARA FORA.

Resposta pessoal (aluno, professor ou ninguém). Resposta pessoal (aluno ou ninguém). Resposta pessoal (aluno ou ninguém). Resposta pessoal (aluno ou ninguém). Resposta pessoal (aluno). Resposta pessoal (à direita, à esquerda, atrás etc.).

Resposta pessoal (outra sala de aula, o corredor, o pátio etc.). Resposta pessoal (outra sala de aula, o corredor, o pátio etc.). Resposta pessoal (o pátio, o prédio etc.). Resposta pessoal (as salas de aula, a saída etc.). Resposta pessoal (a rua, as árvores, a faixa de pedestre, o muro etc.).

Para trabalhar dúvidas Ao perceber dificuldades, fazer questões como as seguintes para cada item da tabela, a fim de auxiliar os estudantes a sanar suas dúvidas e a preencher a tabela da atividade. 37


Geografia – 2o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 1a sequência didática

 De qual objeto queremos determinar a localização?  Qual é o ponto de referência que oferecemos na pergunta?  Qual é o lado esquerdo? Se a dificuldade persistir, oferecer exemplos de resposta a partir do ponto de vista do professor. Assim, na questão 2.A (DENTRO DA SALA DE AULA), o professor apontaria quem senta na frente dele para ilustrar a atividade.

Aula 2 Retomar os conceitos apresentados na aula anterior e mostrar a imagem abaixo com a ajuda de um projetor (ou imprimir a imagem). Relacionar a localização do observador com o que é observado por ele e questionar os estudantes.  

Nós vemos tudo que a artista está pintando? O que apareceria em uma pintura ou foto feita por nós, de onde estamos observando?

Os estudantes devem apontar que, do nosso ponto de vista, não é possível enxergar a primeira curva do rio que ela pinta, ou a colina ao fundo da paisagem representada no quadro da artista. Quanto ao quadro ou foto feito por nós, ele representaria o que estamos enxergando, ou seja, a artista pintando a paisagem, a vegetação rasteira no primeiro plano da imagem e os elementos da paisagem ao fundo, o rio e as árvores.

George Dolgikh/Shutterstock.com

Artista pintando paisagem.

Levar cartões indicando diferentes pontos da escola e uma orientação, como “na frente da cantina, de costas para a porta” ou “no centro da quadra, virado(a) para a horta”. Dividir a turma em duplas ou trios e distribuir um cartão e uma folha sulfite para cada dupla ou trio. Pedir que cada dupla ou trio vá até o local indicado e faça um desenho do que veem, orientar que o desenho deve ter referências importantes do que se vê de cada ponto indicado. Determinar um tempo para a atividade, de forma que estejam de volta à sala com 10 ou 15 minutos para o fim da aula. Quando todos estiverem de volta, afixar os desenhos na lousa ou na parede da sala, na altura dos estudantes, e redistribuir os cartões, pedindo a cada trio que coloque o cartão que recebeu próximo ao desenho que acha que foi feito a partir daquele local. Ao final da atividade, discutir com os estudantes os erros e os acertos. Os cartões que estiverem posicionados corretamente podem ser explicados pelos estudantes que reconheceram os desenhos. Pedir a eles que indiquem quais elementos explicitaram a localização e orientação exposta no cartão. 38


Geografia – 2o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 1a sequência didática

Quanto aos cartões mal posicionados, pedir aos grupos que fizeram os desenhos que apontem os elementos que estavam vendo e representando, e que poderiam ter sido reconhecidos pelos colegas.

Avaliação Diferenciar na avaliação da primeira aula os equívocos que revelam uma confusão entre direita e esquerda e os equívocos que indicam alguma falha na compreensão dos conceitos de localização e de pontos de referência, que devem ter sido assimilados. Verificar se de fato os desenhos foram realizados do ponto e orientação espacial pedidos. Avaliar a participação de cada aluno nas duplas e trios, com base na observação da forma como trabalharam, e a participação individual na parte final da atividade. Avaliar se reconheceram os elementos desenhados e relacionaram-nos com o ponto do qual poderiam ser observados.

Ampliação Levar diferentes tipos de imagem que retratem o bairro onde a escola está localizada. Sugerimos fotografar a escola de diferentes ângulos e distâncias, tentar incluir pontos de referência importantes para a comunidade nas imagens; e realizar uma pesquisa na internet de mapas e imagens de satélite ou fotografias aéreas da mesma área, salvando print screens do material encontrado. Esse tipo de material pode ser encontrado no Google Maps (disponível em: <https://maps.google.com.br/>. Acesso em: 20 nov. 2017.) ou no Google Earth (disponível em: <https://www.google.com/earth/>. Acesso em: 20 nov. 2017.). Com os estudantes organizados em semicírculo ou fileiras, apresentar essas imagens em sala com auxílio de um projetor. Durante a exibição, questionar os estudantes sobre o que eles reconhecem nas imagens e trazer elementos dos quais eles podem ter conhecimento prévio ou que tenham aparecido em uma ilustração anterior, mas não ficaram claros na imagem que estiver sendo apresentada. Por exemplo, ao mostrar a imagem de satélite ou fotografia aérea, pedir que localizem a escola e um outro ponto do entorno da escola que apareça nas fotografias tiradas. Ao trocar de imagem, pedir a eles que falem o que viam na anterior e que não veem nessa, como uma quadra nos fundos da escola que não se vê na foto, mas sim na imagem aérea, ou se o mercado ao lado que aparece aberto na foto poderia estar fechado no momento da imagem de satélite, mas não é possível saber. Usar palavras que marquem a relação espacial entre os elementos, como frente, atrás, à direita e outras. Perguntar se alguém mora na área que está retratada e ajudar os estudantes a encontrar suas moradias ou ruas com base em referências e de características físicas desses espaços. Após essa conversa, pedir aos estudantes que imaginem que estão observando a escola de algum ponto, dentro ou fora dela. Eles podem estar no chão ou em cima de árvores, prédios, em helicópteros, mas não devem contar onde estão se imaginando. Pedir que pensem em tudo o que estão vendo. Para ajudá-los, faça questões como “você vê o portão da escola?”, “você vê a quadra?”, “você consegue observar de qual cor é o telhado?”. Se algum aluno responder em voz alta, é possível pedir que ele se imagine caminhando um pouco em alguma direção até que não veja mais o que ele disse estar vendo, por exemplo. Em seguida, organizar os estudantes em duplas e orientar que eles descrevam o que imaginaram, usando as perguntas como guia. Se necessário, repetir as perguntas para guiar as descrições. O objetivo é que os dois estudantes consigam descobrir onde o colega se imaginou observando a escola. Para motivação, dependendo da dinâmica da sala de aula, pode ser interessante ou não tratar a atividade como uma competição. As duplas que conseguirem desvendar os pontos de observação antes serão as vencedoras. 39


Geografia – 2o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 2a sequência didática

2a sequência didática: A construção da moradia Serão abordadas as etapas envolvidas no processo de construção de uma casa e diferentes edificações. Pretendemos trabalhar a percepção, levando em consideração as formas das construções presentes.

Relação entre BNCC, objetivos e conteúdos Objeto de conhecimento

Mudanças e permanências 

Habilidades

   

Objetivos de aprendizagem 

Conteúdos

      

(EF02GE04) Reconhecer semelhanças e diferenças nos hábitos, nas relações com a natureza e no modo de viver de pessoas em diferentes lugares. (EF02GE05) Analisar mudanças e permanências, comparando imagens de um mesmo lugar em diferentes tempos. (EF02GE08) Identificar e elaborar diferentes formas de representação (desenhos, mapas mentais, maquetes) para representar componentes da paisagem dos lugares de vivência. Compreender as etapas envolvidas nas construções e o papel de cada profissional. Perceber e entender as modificações nas paisagens ao longo do tempo. Refletir sobre diferentes construções a depender da localização e cultura. Trabalhar com variadas formas de representação de moradia. Etapas da construção Transformações espaciais Representação espacial: planta Diferentes formas de construção Análise e produção de planta Espacialidade

Materiais e recursos     

Lápis, lápis de cor e caneta colorida Tesoura sem ponta e cola Barbante e canudos Cartolina Argila ou massa de modelar

Desenvolvimento 

Quantidade de aulas: 3 aulas

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Geografia – 2o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 2a sequência didática

Aula 1 Apresentar aos estudantes o tema da aula, explicando que será discutida a maneira como são feitas as construções, e, em seguida, propor à turma um pequeno passeio pelo terreno da escola. Ao sair com o grupo, encontrar um local onde seja possível ter uma vista externa da construção onde funciona a escola. Pedir que exponham o que estão visualizando, incluindo os detalhes possíveis, como cor das janelas, por exemplo. Após breve observação da construção, indagar os estudantes sobre como imaginam que o prédio foi construído. Estimular os estudantes a pensar no processo de construção e nas etapas necessárias à finalização da obra. Perguntas como “qual o primeiro passo necessário para se construir um prédio como este?”, “e depois de desenharem o projeto, o que foi feito?”, “o que mais precisaram fazer para o prédio ficar como está?”, “como a água passa pelo prédio?” podem estimular os estudantes a pensar nas etapas de trabalho empregadas para realizar a construção. De volta à sala de aula, utilizar a lousa para sistematizar as etapas de construção. Incentivar os estudantes a retomar o que foi discutido durante a observação do prédio, refazendo as perguntas que os levaram a pensar no processo de construção e os desafiando a relembrar as respostas. Utilizar uma tabela como a do modelo abaixo para organizar cronologicamente as etapas da construção. Depois de preencher a primeira coluna da tabela, solicitar aos estudantes que utilizem o conhecimento prévio deles para preencher o nome do profissional responsável por aquela determinada etapa do projeto. Perguntas como “quem vocês acham que é responsável por desenhar o projeto?” podem servir de estímulo para o preenchimento da linha. A princípio, acolher as respostas dadas e escrevê-las no campo indicado pelos estudantes, ainda que estejam incorretas. Ao anotar as respostas, estimular o debate entre os estudantes com questões como “será mesmo que este profissional é responsável por esta etapa? Alguém tem alguma outra sugestão?”. ETAPA DO PROJETO DESENHAR O PROJETO LEVANTAR AS PAREDES INSTALAR O ENCANAMENTO INSTALAR AS LIGAÇÕES ELÉTRICAS FAZER A PINTURA

PROFISSIONAL Arquiteto Pedreiro Encanador Eletricista Pintor

Após completar a tabela, realizar a correção de eventuais equívocos, passando por todas as etapas e respectivos profissionais responsáveis pela realização de cada serviço. Descrever e explicar cada uma das etapas, relacionando-as ao profissional especializado em cada trabalho. Perguntar aos estudantes se conhecem alguém que atua naquela área de trabalho, valorizar e respeitar todas as profissões. O professor pode fazer perguntas como “é possível pintar as paredes sem que o pedreiro tenha feito o trabalho primeiro?” ou “sem o trabalho do eletricista é possível acender a luz da casa?” a fim de estimular que os estudantes reflitam sobre todo o processo. Apresentar imagens desses profissionais, como a proposta a seguir.

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Geografia – 2o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 2a sequência didática

Blend Images/Shutterstock.com

Arquiteta planejando uma construção.

Ao final, pedir aos estudantes que respondam às questões no caderno: 1. EXISTE UM TRABALHO MAIS IMPORTANTE DO QUE O OUTRO NA CONSTRUÇÃO DE UMA CASA? Resposta pessoal, porém, espera-se que o estudante indique que não, já que todas as etapas do trabalho são importantes para que cheguem ao resultado final. 2. VOCÊ ACHA QUE UMA NOVA CONSTRUÇÃO EM UM BAIRRO PODE DEIXAR ELE DIFERENTE? E VÁRIAS CONSTRUÇÕES? Espera-se que o estudante responda à questão utilizando tanto sua vivência pessoal quanto o conhecimento adquirido ao longo das aulas para explicitar que podem existir transformações em um bairro e citar, por exemplo, a construção de uma praça, de uma casa que cedeu lugar a um edifício, um centro comercial, entre outras alternativas. Um conjunto de construções certamente deixará o ambiente diferente.

Avaliação Na primeira aula é possível avaliar não apenas a participação do estudante, mas também a assimilação do conteúdo. Identificar se o estudante conseguiu entender as etapas de uma construção e a importância da divisão que se dá ao trabalho. Aliado a isso e de acordo com as respostas das questões, perceber se o estudante entendeu que existem diferentes tipos de construções e que os lugares podem passar por processos de transformação.

Para trabalhar dúvidas É possível que surjam dúvidas referentes às transformações dos lugares a partir do aparecimento de novas construções, principalmente se essa não for uma realidade com a qual os estudantes têm contato. Para conseguir que os estudantes visualizem esses processos de transformações, propomos que o professor exiba as imagens de um mesmo lugar ao longo do século e peça a eles que observem e pontuem as diferenças. Sugerimos aqui a Avenida Paulista, em São Paulo. O professor pode auxiliar perguntando quais eram os elementos presentes na primeira foto e questionar se eles permanecem na foto mais atual, perguntar se a circulação de pessoas é a mesma nas três fotos e pedir que descrevam as construções presentes. Espera-se que, então, o estudante consiga relacionar o crescimento da cidade com novas formas de construções e paisagens. 42


Geografia – 2o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 2a sequência didática

Tentar apontar também as permanências na paisagem, o desenho da avenida, algum casarão antigo que se manteve de pé, mas seu uso foi ressignificado. Comentar também que, junto com as mudanças na forma, essa região da cidade sofreu mudanças na sua função. A Avenida Paulista foi criada no final do século XIX pela necessidade de expandir a ocupação urbana e aos poucos foi ganhando maior importância, perdendo a função de local de moradia para abrigar atualmente um conjunto arquitetônico que mistura prédios antigos e modernos, espaços culturais e empresariais, sendo hoje um importante centro financeiro.

Guilherme Gaensly/Biblioteca Nacional

Avenida Paulista, em São Paulo (SP), 1902.

Thiago Leite/Shutterstock.com

Avenida Paulista, São Paulo, SP, 2015.

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Geografia – 2o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 2a sequência didática

Fabio Imhoff/Shutterstock.com

Construção de 1935, o casarão foi moradia por cinco décadas e hoje é museu. Casa das Rosas, São Paulo, SP, 2017.

Aula 2 Explicar aos estudantes que existem muitas formas de representar uma casa. O professor deve distribuir a planta abaixo, explicando que ela nos ajuda a representar os pontos de uma casa, vista de cima, mostrando onde os cômodos estão localizados.

Eduardo Souza

Representação da planta interna de uma casa.

Pedir que realizem na folha a atividade proposta:

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Geografia – 2o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 2a sequência didática

1. ESCREVA, NO PRÓPRIO DESENHO, O NOME DE CADA CÔMODO QUE ESTÁ SENDO REPRESENTADO. Os estudantes devem conseguir identificar a cozinha, os quartos, o banheiro, a área externa e a sala, podendo entender a extensão como outro cômodo ou pertencente à sala, indicando como “sala de estar” ou “sala de descanso”, por exemplo.

Distribuir aos estudantes uma folha de cartolina e pedir que eles façam o desenho da planta da própria casa. Lembrá-los que o desenho deve ser feito como se eles fossem um observador olhando de cima da casa deles, no entanto, o professor deve considerar os limites do estudante nessa faixa etária. Essa constatação está contemplada na atividade. Orientar que não esqueçam de representar a divisão de cômodos e localização de portas e janelas, caso existam. É muito importante que o professor esteja atento às diferentes realidades que podem estar presentes na vida dos estudantes e considerar que alguns podem morar em casas com apenas um cômodo, ou ter uma cozinha e banheiro compartilhado, por exemplo. Nesses casos, enfatizar a importância do respeito às diferenças que podem ser encontradas, lembrando-os que não existe uma configuração de moradia que seja correta, apenas diferentes. Caso o professor entenda que na sala de aula existem muitos estudantes com uma casa inserida em uma realidade muito distante da que foi proposta na atividade, é possível pedir que façam um desenho de uma outra casa e orientar sobre quais elementos devem estar presentes. O professor deve se preparar para que surjam dúvidas no desenvolvimento da elaboração da planta. Alguns estudantes podem ter dificuldade em visualizar as diferenças de proporções dos cômodos representados ou por onde devem iniciar. Para auxiliar, o professor pode sugerir que, antes de desenharem, eles compilem as informações da casa em uma tabela, como no exemplo a seguir:      

CÔMODO QUARTO COZINHA BANHEIRO SALA VARANDA QUINTAL

QUANTIDADE 2 1 2 1 1 1

Depois, orientar que eles localizem o maior e o menor cômodo, para utilizarem de parâmetro para os demais. Os estudantes devem iniciar a planta fazendo o desenho do tamanho total da casa, para que depois façam as delimitações dos cômodos. Para desenvolver ainda mais a percepção de dimensão e de localização, o professor pode, também, distribuir as cartolinas coloridas e pedir aos estudantes que façam recortes que representem os móveis da casa, como cama, sofá, fogão e geladeira e o que mais eles se propuserem a fazer. Orientar os estudantes a tentarem fazer um resgate mental de onde os móveis estão localizados e qual o tamanho deles em relação ao cômodo. Para um melhor resultado, peça aos estudantes que desenhem primeiro o objeto na cartolina para somente então fazer o recorte. Novamente explicar aos estudantes que um bom jeito de começar é localizar o maior e o menor objeto que pretendem incluir, para poderem, por fim, inserir os demais.

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Geografia – 2o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 2a sequência didática

Aula 3 Nesta aula, os estudantes vão simular a construção de uma casa. Para isso, o professor deve, primeiramente, dividir a sala em grupos de cinco estudantes e orientar que a casa precisa ser pensada antes de ser construída, levando em consideração tudo que aprenderam até aqui: ela será uma casa grande ou pequena? É uma casa moderna ou antiga? Explicar que cada um dos integrantes do grupo terá uma função na construção: cada grupo será composto por um arquiteto, um pedreiro, um encanador, um eletricista e um pintor. Propomos que o professor se utilize de sorteio para atribuir a função que cada estudante irá exercer, no caso de não haver consenso nos grupos. Distribuir o material: cada grupo receberá cartolina, barbante, canudos, lápis de cor e canetas coloridas. Descrever quais serão as tarefas de cada membro do grupo: o arquiteto desenhará na cartolina o projeto de construção; o pedreiro fará recortes e colagem de cartolina, que representarão os tijolos; o eletricista colará o barbante, que representará a fiação elétrica; o encanador colará os canudos, que representarão o encanamento; e o pintor utilizará os lápis de cor e canetas coloridas para pintar a casa. Caso seja necessário, retomar a tabela construída em conjunto com os estudantes para relembrar a ordem das etapas de trabalho. Atentar-se para que a vez de cada um seja respeitada. Após o desenvolvimento da atividade, os grupos deverão apresentar o resultado para os outros colegas de sala, compartilhando as experiências experimentadas.

Avaliação Nesta etapa é possível fazer a avaliação tanto de forma coletiva quanto individual. Durante o trabalho em grupo, observar se todos participaram e também se permitiram que os colegas participassem ativamente da construção da casa, além de avaliar o próprio resultado da atividade. A valorização de cada profissão integrante do processo é parte do objetivo deste plano de aula, portanto, deve ser avaliado também se os estudantes estão tratando todas as funções com a devida importância.

Ampliação Iniciar a atividade perguntando se os estudantes já ouviram falar em “mutirão”. O professor deve aguardar as respostas e, se necessário, ajudar a completá-las. Explicar que mutirão é quando as pessoas se juntam para auxiliar outras pessoas em alguma tarefa. Contar que era (e em alguns lugares ainda é) uma prática comum que, em algumas comunidades, pessoas organizassem mutirões para construção de moradias. Pedir aos estudantes que imaginem que estão em um mutirão e devem construir uma representação de casa coletiva, como se abrigasse todos da sala. Distribuir a argila entre os estudantes e pedir que, primeiro, pensem em um projeto e depois se dividam para iniciar a construção. Orientar que reflitam a respeito da casa: ela vai ter varanda? E quintal? Vai ser térrea ou um prédio? Como serão as divisões internas? Reforçar a importância de todos participarem da construção, assim como em um mutirão. A sugestão a seguir pode ser utilizada como referência para o professor ou mesmo apresentada aos estudantes antes de ser iniciada essa proposta de mutirão. 

Cantos de trabalho – Mutirão. Leon Hirszman. Brasil, 1975. Esse curta-metragem registra um mutirão para construção de casa, evidenciando a cantoria dos trabalhadores. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=F02HS_jkArY>. Acesso em: 21 nov. 2017. 46


Geografia – 2o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 3a sequência didática

3a sequência didática: Diferentes formas de morar Nesta sequência didática buscamos trabalhar com os estudantes os diferentes tipos de moradia existentes na atualidade e suas relações com questões culturais, sociais e econômicas, como também refletir sobre o acesso à moradia digna como direito de todos os cidadãos.

Relação entre BNCC, objetivos e conteúdos Objeto de conhecimento

Experiências da comunidade no tempo e no espaço 

Habilidades

 

Objetivos de aprendizagem

Conteúdos

      

(EF02GE04) Reconhecer semelhanças e diferenças nos hábitos, nas relações com a natureza e no modo de viver de pessoas em diferentes lugares. (EF02GE09) Identificar objetos e lugares de vivência (escola e moradia) em imagens aéreas e mapas (visão vertical) e fotografias (visão oblíqua). Desenvolver senso crítico na análise da ocupação humana e produção do espaço. Promover o respeito às diferenças. Conhecer diferentes tipos de moradia em diferentes culturas. Identificar diferentes tipos de moradia na mesma cultura e entender sua relação com a desigualdade social. Moradias indígenas Diferentes tipos de moradia, urbanos e rurais Desigualdade social nas cidades Direito à moradia

Materiais e recursos    

Projetor Lápis e caderno Computador e impressora Papel sulfite

Desenvolvimento 

Quantidade de aulas: 3 aulas

Aula 1 Iniciar a aula organizando uma roda de conversa com os estudantes sobre o pássaro João-de-barro. Perguntar: “quem já ouviu falar desse pássaro?” e explicar algumas características: é conhecido como “o pássaro construtor”, pois constrói sua casa com barro, esterco, palha e galhos; feita em dupla, o macho e a fêmea levam, em média, 18 dias para finalizá-la. Explicar que a casa tem dois cômodos internos e um formato esférico de aproximadamente 30 cm. Dizer aos estudantes que o João-de-barro constrói sua casa sempre voltada para o norte para evitar que o vento entre. 47


Geografia – 2o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 3a sequência didática

Após esse preâmbulo, explicar aos estudantes que nossa moradia é nosso abrigo e que ela pode ser de diversas formas. Apresentar, com ajuda de um projetor, as moradias a seguir e contar um pouco sobre cada uma. Na falta desse recurso, pode-se levar as imagens impressas e circular pela sala. Permitir intervenções dos estudantes e incentivar o debate sobre diferentes moradias possíveis, sempre tentando relacioná-las aos costumes e às necessidades dos moradores.

Frontpage/Shutterstock.com

Típica oca da região amazônica.

As ocas podem ser muito grandes, isso porque nelas moram várias famílias. Por dentro não há divisões, pois os indígenas valorizam a convivência em comunidade.

OliOpi/Shutterstock.com

Vista aérea de Tóquio, Japão, 2016.

Tóquio é a capital do Japão, uma cidade muito populosa e, por isso, repleta de arranha-céus. Eles estão lá para que tanta gente possa morar, trabalhar e estudar. 48


Geografia – 2o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 3a sequência didática

Joop Hoek/Shutterstock.com

Trailer estacionado em Kattendijke, Holanda, 2017.

O trailer ou motor home é uma casa sobre rodas, moradia escolhida geralmente por pessoas que gostam ou precisam viajar muito.

Ronaldo Almeida/Shutterstock.com

Pequena propriedade rural no norte de Minas Gerais.

Em uma pequena propriedade rural onde o trabalho é realizado majoritariamente pela família, a moradia costuma ser simples como a da foto. Também é importante mostrar como as construções no campo ficam mais afastadas umas das outras.

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Geografia – 2o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 3a sequência didática

Para saber mais Passar atividade na lousa e depois corrigir nos cadernos. Para a realização da atividade, o professor deve orientar com perguntas-guia sobre a moradia imaginada, como:     

Do que ela é feita? Onde ela fica? Qual é o tamanho dela? Quem mora nela?

IMAGINE E DESCREVA EM SEU CADERNO UMA MORADIA. EXPLIQUE SUAS ESCOLHAS. A resposta é pessoal, mas é necessário observar se o estudante está conseguindo relacionar as características da moradia com o lugar e o morador imaginados, se existe uma motivação para as escolhas dele(a). Por exemplo, a moradia ter paredes grossas porque está em um lugar frio; ou a moradia ser grande e ter uma área externa, pois o morador tem muitos animais de estimação; ou, ainda, as paredes serem impermeáveis, pois a moradia fica muito perto da água. A resposta não precisa ser realista, mas deve apresentar essa relação entre os elementos escolhidos.

Para trabalhar dúvidas Se houver dificuldade em apresentar explicação para as características das moradias descritas, tentar abordar características daquelas existentes na região da escola, ou da própria escola, explicitando os motivos pelos quais as construções são da forma que são. Por exemplo, explicar que na escola há um portão por questão de segurança, pois há muitos estudantes lá dentro e seria perigoso se não houvesse algo impedindo sua saída e a entrada de estranhos. Se a escola está localizada em uma cidade grande, apontar como muitas das moradias são em prédios, porque há muitas pessoas no espaço da cidade. Citar também que muitas casas têm muros, por motivo de segurança. Já se a escola se encontra em uma zona rural, apontar para a distribuição das moradias, pelo espaço dos terrenos nos quais se trabalha.

Aula 2 Com o objetivo de discutir o acesso à moradia, o professor vai precisar, primeiramente, debater sobre a importância de uma casa, relembrando com os estudantes tudo o que a moradia nos proporciona. Iniciar a aula propondo que eles retratem a parte da casa deles de que mais gostam e depois pedindo para que expliquem o porquê. Estimular, caso não apontem espontaneamente, que surjam motivos relacionados ao descanso, como dormir, à segurança em estarem abrigados, protegidos e na presença dos familiares, ao conforto e ao lazer, como sentar no sofá e assistir à televisão, ler um livro ou brincar, por exemplo. A partir desse ponto, o professor deve iniciar uma reflexão com os estudantes, questionando se todas as pessoas têm a oportunidade de fazer as coisas que foram descritas por eles. Dessa forma será possível medir o conhecimento prévio que eles têm do assunto. Questione se essas pessoas vivem nas mesmas condições. Perguntar aos estudantes quais os problemas que as pessoas que não têm casa devem enfrentar e ajudar a chegar a respostas como “sentir frio”, “fome”, “insegurança” e “medo”.

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Geografia – 2o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 3a sequência didática

Tentar trazer a problemática para o universo dos estudantes, questionando como deve ser a vida de uma criança que não tem onde morar, com perguntas como “será que ela tem onde fazer lição de casa?”, “será que ela tem brinquedos ou onde brincar?”, “onde ela deve tomar banho ou fazer uma refeição para poder ir à escola?”. O professor deve estar atento às realidades que compõe a sala de aula, de modo que se houver estudantes em situação habitacional semelhante à abordada, deve ser ainda mais cauteloso ao trabalhar o tema, não expondo os estudantes a situação vexatória ou insistir para que participem da discussão, caso não queiram. Estimular que os estudantes exponham seus pensamentos e estar pronto para intervir caso alguém demonstre preconceito, relembrando os estudantes que nem todas as pessoas têm as mesmas oportunidades, mas todas, sem exceção, merecem respeito. O professor deve explicar aos estudantes que há muitos anos foi criado um documento chamado “Declaração Universal dos Direitos Humanos”, e que nele está registrado que todas as pessoas do mundo têm direito a viver de forma digna, ou seja, com qualidade. Complementar dizendo que nas leis brasileiras, chamada de Constituição Federal, também está escrito que o direito à moradia precisa ser garantido. Perguntar aos estudantes se eles concordam com essas leis. Entregar aos estudantes uma folha com as duas imagens a seguir: a primeira, em Minas Gerais, e a segunda, em Pernambuco. O professor deve deixar o espaço da legenda em branco e pedir que os estudantes criem a legenda de acordo com o que estão vendo.

Ronaldo Almeida/Shutterstock.com

LEGENDA:

Resposta pessoal, mas espera-se que o estudante mencione a habitação precária e improvisada, com suas próprias palavras. Legenda omitida: Acampamento na cidade de Coronel Pacheco, Minas Gerais.

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Geografia – 2o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 3a sequência didática

Tony Moran/Shutterstock.com

LEGENDA:

Resposta pessoal, mas é importante que os estudantes abordem a questão da falta de moradia presente na imagem. Legenda omitida: Pessoas dormindo nas ruas de Recife, em Pernambuco. Considerando o que foi discutido até o momento e após corrigir a atividade anterior, pedir aos estudantes que reflitam sobre o direito à moradia, pensando se ele é realmente respeitado. O professor deve ajudar o estudante a entender que, na prática, esse direito não é assegurado e muitas pessoas não têm onde morar. Depois de os estudantes conseguirem se posicionar, o professor deve finalizar a reflexão ressaltando que, por lei, todas as pessoas têm o direito a ter uma casa para morar, mas que na prática muitas vezes isso não acontece.

Bibliografia sugerida  

Constituição Federal. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. Acesso em: 21 nov. 2017. Declaração Universal dos Direitos Humanos. Texto da Declaração Universal dos Direitos Humanos aprovada em Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) em 1948, da qual o Brasil é signatário. Disponível em: <https://www.unicef.org/brazil/pt/ resources_10133.htm>. Acesso em: 21 nov. 2017.

Avaliação O objeto principal a ser avaliado é a reflexão acerca da problemática apresentada quanto ao acesso à moradia. É possível que o professor observe o nível de participação dos estudantes durante as discussões, assim como o desenvolvimento argumentativo, e as atividades propostas; mas o objetivo será alcançado caso o estudante tenha conseguido entender a importância da moradia na formação do indivíduo, como necessidade básica, e tenha compreendido que esse acesso ainda não é universal, na prática.

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Geografia – 2o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 3a sequência didática

Para trabalhar dúvidas Os estudantes podem apresentar dúvidas quanto a alguns conceitos utilizados, por isso é necessário que o professor adote uma linguagem de fácil entendimento, sempre se aproximando da realidade do estudante. Por exemplo, uma “moradia digna” pode ser explicada como uma casa em que vivemos com qualidade, não faltando água, energia e esgoto tratado, enquanto “moradia precária” é uma casa construída sem que tenha as condições básicas para a sobrevivência. “Saneamento básico”, por sua vez, pode ser descrito como uma série de medidas importantes para nossa saúde, como coleta de lixo e água encanada.

Aula 3 Apresentar a imagem a seguir, com o projetor, e questionar:  

O que chama atenção nessa imagem? Quais são as diferenças entre as moradias representadas?

Direcionar a conversa de forma que se observe os materiais usados, o tamanho das construções, a sua distribuição e a ocupação do terreno. Em um segundo momento, questionar quem eles acham que mora em cada tipo de moradia. Atentar para possíveis comentários preconceituosos e sempre promover o respeito às diferenças.

Costa Fernandes/Shutterstock.com

Comunidade Paraisópolis e prédios de alto padrão, em São Paulo, SP.

Apontar que na mesma região é possível observar a aglomerados subnormais para a população de baixa renda, um conjunto residencial (na parte central da foto, entre o aglomerado e o condomínio de luxo), que parece ser de classe média e um condomínio de luxo, de classe alta. Segundo o IBGE, aglomerados subnormais são “áreas conhecidas ao longo do país por diversos nomes, como favela, comunidade, grotão, vila, mocambo, entre outros”.

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Geografia – 2o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 3a sequência didática

Nos aglomerados subnormais, as construções são todas muito próximas umas das outras, aproveitando todo o espaço, os materiais não são padronizados e não há acabamento. Percebe-se precariedade nas construções e carência de serviços essenciais. O conjunto residencial já mostra um planejamento na ocupação do espaço, um padrão de construção e outro tipo de materiais. O prédio de alto padrão revela uma preocupação estética, há uma piscina por apartamento, a utilização do espaço, mesmo vertical, é planejada para que haja aproveitamento, e é possível observar ainda que no terreno do prédio, no térreo, há uma área destinada ao lazer, com uma quadra, grama e árvores. Aproveitar esse momento para conversar com os estudantes sobre as diferentes moradias que podem encontrar no seu bairro ou na sua rua. O professor pode orientar as participações com perguntas como:      

Há casas térreas na sua rua? Há prédios na sua rua? Há sobrados na sua rua? E casas de palafita? As casas são do mesmo tamanho? São todas do mesmo material?

Nesse momento, o professor deve observar as respostas e apontar, quando for pertinente, que existem diferentes tipos de moradia em um mesmo bairro.

Avaliação Solicitar aos estudantes que observem as moradias próximas de sua casa ou da escola e apresentem um trabalho expondo as diferenças entre duas moradias escolhidas. O trabalho terá de ser apresentado oralmente para a turma, e algum material deve ser entregue, podendo ser escrito, com fotos, com desenhos, em papel, em apresentação audiovisual ou qualquer formato escolhido pelos estudantes. Os estudantes devem conseguir expor as diferenças nas características das moradias e apontar alguma razão para que elas existam, mesmo que de maneira primária.

Ampliação Com base nas aulas sobre moradia e dos trabalhos apresentados pelos estudantes, é possível pedir que respondam às seguintes questões:

1. DESCREVA SUA MORADIA. DESTAQUE AQUILO DE QUE MAIS GOSTA NELA. EXPLIQUE AS ESCOLHAS APRESENTADAS. Resposta pessoal. Avaliar se o estudante consegue descrever a casa como cômodos, material de que é feita, entre outros.

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Geografia – 2o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 3a sequência didática

2. OBSERVE A IMAGEM

reisegraf.ch/Shutterstock.com

Casas de palafita em Chiloé, Chile.

A) POR QUE CASAS DE PALAFITA, COMO AS DA IMAGEM, SÃO TIPOS DE MORADIA USADOS EM LOCAIS ALAGADOS OU LAGOS? Para proteger a moradia, usando estacas de madeira para mantê-la elevada e sem contato com a água. B) ONDE VOCÊ MORA HÁ MORADIAS COMO ESSA? POR QUÊ? Resposta pessoal. O estudante deve apontar a presença de água para justificar que haja, ou sua ausência para justificar que não haja, ou, ainda, afirmar que não há, mas que deveria haver por morar em uma área de alagamento.

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Geografia – 2o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 4a sequência didática

4a sequência didática: Tipos de materiais usados na construção Nesta sequência serão abordados as matérias-primas e os processos que as envolvem em suas utilizações na construção. As atividades propostas permitirão que os estudantes trabalhem a identificação desses materiais e entendam a relação deles com a natureza.

Relação entre BNCC, objetivos e conteúdos Objeto de conhecimento

Tipos de trabalho em lugares e tempos diferentes 

Habilidades

Objetivos de aprendizagem

Conteúdos

       

(EF02GE07) Descrever as atividades extrativas (minerais, agropecuárias e industriais de diferentes lugares). (EF02GE04) Reconhecer semelhanças e diferenças nos hábitos, nas relações com a natureza e no modo de viver de pessoas em diferentes lugares. Compreender princípios básicos de processos extrativos. Entender as funções das matérias-primas em construções. Reconhecer os materiais utilizados nas construções. Compreender a existência de diferenças na forma de se relacionar com a natureza. Matérias-primas Extrativismo Materiais de construção

Materiais e recursos      

Lápis Lápis de cor ou canetas hidrocor Materiais recicláveis (sugestão: palitos de sorvete, caixinhas de fósforos vazias, caixa de leite vazia etc.) Cola Tinta guache e pincéis Galho de árvore, areia e pedras

Desenvolvimento 

Quantidade de aulas: 1 aula

Aula 1 O professor deve iniciar a aula esclarecendo aos estudantes que a proposta é discutir quais são os materiais usados nas construções, de onde eles vêm e como são utilizados. Para que a aula tenha um andamento satisfatório, é interessante que o conhecimento prévio dos estudantes seja avaliado, logo no início da aula. Ressaltamos que o professor deve avaliar a realidade dos estudantes e da escola para conseguir realizar a atividade de maneira que a compreensão dos estudantes a respeito do tema abordado tenha maior alcance. É possível que o professor faça perguntas para guiar a participação dos estudantes, por exemplo: 56


Geografia – 2o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 4a sequência didática

   

Você sabe de que material as paredes da sua casa são feitas? E o teto e o chão? E como são as janelas? Aqui na escola é igual?

Para o início da atividade, primeiramente, explicar que extrativismo é o nome que damos à retirada de recursos da natureza. Aproveitar e abordar que matérias-primas são substâncias ou produtos que, após passar por algum processo, se transformam em outros bens. É possível usar o papel como exemplo. Explicar que a árvore, uma matéria-prima, é transformada, na indústria, em papel. O professor deve adiantar que trouxe à sala algumas matérias-primas usadas na construção e que, na atividade a seguir, eles devem, por meio do tato, identificar qual é a matéria-prima e, posteriormente, qual o seu uso. Pedir que se dividam em três grupos e escolham um dos estudantes de cada grupo para tentar reconhecer, de olhos fechados, uma matéria-prima utilizada nas construções. Os outros estudantes podem ajudar na identificação, caso exista alguma dificuldade. Sugerimos que o professor utilize areia, um pequeno galho de árvore e pedras. Após o reconhecimento dos materiais, cada grupo deve responder às questões:

1. QUAL É A MATÉRIA-PRIMA IDENTIFICADA?

A resposta depende do material identificado pelo estudante, entre galho, areia e pedra. No caso do galho também pode ser aceita árvore como resposta.

2. EM QUAL PARTE DA CONSTRUÇÃO ESSA MATÉRIA-PRIMA PODE SER USADA?

Algumas das respostas possíveis para pedras são na formação de concreto, muros, pavimentos e pisos. Para areia, na formação de concreto, preparação de tijolos e vidros. A árvore pode ser transformada em madeira e usada nas portas, janelas ou pisos.

O professor deve discutir as respostas com os grupos, auxiliando na resolução das questões. É o momento de explicar, por exemplo, que as matérias-primas muitas vezes passam por uma indústria antes de serem usadas nas construções. Mas que existem construções que utilizam a matéria-prima encontrada na natureza, sem transformação industrial, como as casas feitas de bambu, barro ou ocas indígenas, cobertas com palhas, como na imagem a seguir:

Fotos593/Shutterstock.com

Casa indígena em Santa Marta, Colômbia.

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Geografia – 2o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 4a sequência didática

Iniciar uma reflexão com os estudantes a respeito das construções que privilegiam o uso dos recursos da natureza sem passar por transformações, perguntando se elas são encontradas facilmente em grandes centros urbanos e se a relação dessas pessoas com a natureza pode ser diferente de quem mora em um edifício na zona urbana. Permitir que eles discutam, guiando a reflexão, mostrando que uma oca indígena, por exemplo, é feita com materiais captados diretamente da natureza, sem que tenham passado por processos industriais.

Avaliação O professor pode avaliar o desempenho individual de cada estudante por meio das discussões e reflexões propostas ao longo da aula, indo desde o momento em que a proposta era entender o conhecimento prévio dos estudantes, passando pela resolução das atividades e a discussão final, a respeito de outras formas de relação com a natureza. É possível avaliar, também, o trabalho coletivo na atividade proposta, considerando a assimilação dos estudantes entre o que foi discutido em aula e o entendimento dos conceitos apresentados, e a evolução do conhecimento inicial.

Para trabalhar dúvidas Caso os estudantes apresentem dúvidas quanto ao material utilizado em cada construção, o professor pode realizar uma atividade em que os elementos usados na construção fiquem mais visíveis, como na proposta a seguir:

1. LIGUE O MATERIAL UTILIZADO EM CADA CONSTRUÇÃO A SEGUIR: 1.

TIJOLOS

Phillip Minnis/Shutterstock.com

2.

BAMBU

1000 Words/Shutterstock.com

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Geografia – 2o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 4a sequência didática

3.

VIDRO

News_CMI/Shutterstock.com

4.

MADEIRA

Mr Twister/Shutterstock.com

Resposta: 1 – madeira; 2 – tijolos; 3 – bambu; 4 – vidro. A correção deve ser feita em conjunto, deixando que os próprios estudantes respondam qual foi o material usado e onde visualizaram sua utilização. Dessa forma, as dúvidas podem ser sanadas e os estudantes podem reafirmar o conhecimento adquirido.

Ampliação A fim de conseguir relacionar os diferentes usos de materiais nas construções de moradias, o professor pode propor que eles criem, em conjunto, uma casa que utilize materiais diferentes em sua confecção. Para isso o professor deve dividir a sala em grupos de até cinco estudantes e distribuir materiais recicláveis, preferencialmente. Como sugestão, propomos que sejam usados palitos de sorvete para representar madeira; caixinhas de fósforos vazias para representar os tijolos; massa de modelar para cimentos ou caixa de leite vazia para paredes de alvenaria; caixas de ovos para as telhas; folhas e galhos para elementos naturais. Devem ser disponibilizados tintas guache e pincéis para que possam completar a representação. Todos os materiais são apenas sugestões, ficando à critério do professor a utilização de cada um. A proposta é que cada grupo use o maior número de materiais diferentes para compor uma casa, priorizando a mistura entre materiais naturais e industriais. O professor deve orientar os estudantes a pensarem em uma história de relação com os moradores dessa casa e o espaço que habitam. Ele pode propor perguntas como:  Quantas pessoas moram nessa casa?  É localizada em uma área rural ou em um grande centro urbano?

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Geografia – 2o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 4a sequência didática

Ao final da construção, os estudantes deverão apresentar as suas invenções para os colegas de sala, justificando as escolhas que fizeram para chegar àquele resultado. Propomos que os trabalhos finais sejam expostos à comunidade escolar, oportunidade em que os estudantes poderão explicar quais foram os processos envolvidos na produção e quais materiais foram utilizados para representar cada elemento.

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Geografia – 2o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – Proposta de acompanhamento da aprendizagem

Proposta de acompanhamento da aprendizagem Avaliação de Geografia: 1o bimestre NOME: _______________________________________________________________________________________ TURMA: __________________________ DATA: ____________________________________________________

1. A FOTO MOSTRA CASAS CONSTRUÍDAS EM CIMA DE ESTACAS DE MADEIRA, PARA EVITAR QUE A ÁGUA ENTRE.

guentermanaus/Shutterstock.com

ESSAS CASAS SÃO CONHECIDAS COMO: (A) MORADIAS PRECÁRIAS. (B) OCAS. (C) PALAFITAS. (D) CASAS DE TAIPA.

2. ASSINALE A ALTERNATIVA COM O QUE É NECESSÁRIO PARA VIVER EM UMA MORADIA DIGNA:

(A) ESGOTO TRATADO, ÁGUA ENCANADA E PISCINA. (B) SOMENTE ENERGIA ELÉTRICA. (C) ESGOTO TRATADO, ÁGUA ENCANADA, COLETA DE LIXO E ENERGIA ELÉTRICA. (D) LIXO A CÉU ABERTO E FALTA DE ÁGUA.

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Geografia – 2o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – Proposta de acompanhamento da aprendizagem

3. MARQUE UM X NA ALTERNATIVA QUE MOSTRA UMA PESSOA QUE USA A RUA COMO MORADIA.

(A)

ingehogenbijl/Shutterstock.com

(B)

travelview/Shutterstock.com

(C)

nd3000/Shutterstock.com

(D)

Yavuz Sariyildiz/Shutterstock.com

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Geografia – 2o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – Proposta de acompanhamento da aprendizagem

4. MARQUE UM X NA ALTERNATIVA QUE MOSTRA A PLANTA DE UMA CASA. (A)

Zastolskiy Victor/Shutterstock.com

(B)

Koksharov Dmitry/Shutterstock.com

(C)

Anton Watman/Shutterstock.com

(D)

Alf Ribeiro/Shutterstock.com

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Geografia – 2o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – Proposta de acompanhamento da aprendizagem

5. IMAGINE QUE VOCÊ ESTÁ SENTADO EM UMA DAS CARTEIRAS E FAÇA UM X NA RESPOSTA CERTA:

Sidney Meireles/ Giz de cera

(A) A JANELA ESTÁ LOCALIZADA AO LADO ESQUERDO DOS ESTUDANTES E DIREITO DO PROFESSOR. (B) A JANELA ESTÁ LOCALIZADA AO LADO DIREITO DOS ESTUDANTES E ESQUERDO DO PROFESSOR. (C) A JANELA ESTÁ LOCALIZADA AO LADO DIREITO, TANTO DOS ESTUDANTES QUANTO DO PROFESSOR. (D) A JANELA ESTÁ LOCALIZADA AO LADO ESQUERDO, TANTO DOS ESTUDANTES QUANTO DO PROFESSOR.

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Geografia – 2o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – Proposta de acompanhamento da aprendizagem

6. MARQUE A ALTERNATIVA VERDADEIRA:

Romont Willy

(A) TODAS AS CRIANÇAS GOSTAM DAS MESMAS BRINCADEIRAS. (B) É IMPORTANTE QUE A GENTE PROCURE SER AMIGO APENAS DE QUEM SE PARECE COM A GENTE. (C) AS PESSOAS QUE VIVEM EM UM MESMO BAIRRO OU ESTUDAM NA MESMA ESCOLA SEMPRE GOSTAM DAS MESMAS COISAS. (D) EM UM MESMO LUGAR PODEMOS ENCONTRAR PESSOAS QUE VIVEM DE UM JEITO DIFERENTE UMAS DAS OUTRAS.

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Geografia – 2o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – Proposta de acompanhamento da aprendizagem

7. OBSERVE A IMAGEM.

André Muller DKO

ESCREVA UMA ATIVIDADE QUE PODEMOS REALIZAR EM CADA UM DOS CÔMODOS RETRATADOS NA ILUSTRAÇÃO ACIMA:

_______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________

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Geografia – 2o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – Proposta de acompanhamento da aprendizagem

8. LIGUE AS IMAGENS AO TIPO DE MORADIA.

OCA INDÍGENA

Svetlana Cherruty/Shutterstock.com

CASA DE ALVENARIA

Filipe Frazao/Shutterstock.com

PRÉDIO DE APARTAMENTOS

Rita Januskeviciute/Shutterstock.com

IGLU

Jaboticaba fotos

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Geografia – 2o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – Proposta de acompanhamento da aprendizagem

9. ESCREVA CINCO ATIVIDADES QUE PODEMOS FAZER EM CASA.

Luiz Lentini

_____________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________

10. IMAGINE QUE HOJE VOCÊ CONHECEU O BENTO. BENTO É UM ESTUDANTE NOVO QUE ESTÁ SE SENTINDO TRISTE PORQUE VEIO DE UM LUGAR BEM LONGE E NÃO CONHECE NINGUÉM. 

ESCREVA DUAS COISAS QUE VOCÊ GOSTA NA SUA ESCOLA E QUE PODERIA CONTAR AO BENTO:

______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ 

AGORA FAÇA UMA PERGUNTA SOBRE A ANTIGA ESCOLA DO BENTO:

______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________

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Geografia – 2o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – Proposta de acompanhamento da aprendizagem

11. A ILUSTRAÇÃO ABAIXO REPRESENTA UM BAIRRO VISTO DE CIMA. ESCREVA O NOME DE CINCO ELEMENTOS PRESENTES NA IMAGEM.

Alexandre Matos

______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________

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Geografia – 2o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – Proposta de acompanhamento da aprendizagem

12. DESENHE UM MAPA DE SUA SALA DE AULA E LOCALIZE:     

A SUA CARTEIRA; A MESA DO PROFESSOR; A PORTA; A JANELA; A LIXEIRA. NÃO SE ESQUEÇA DE COLOCAR A LEGENDA.

LEGENDA:

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Geografia – 2o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – Proposta de acompanhamento da aprendizagem

13. FAÇA UM DESENHO DE UM LUGAR QUE PASSOU POR MUDANÇAS, MOSTRANDO COMO ELE ERA ANTES E COMO FICOU DEPOIS. ANTES

DEPOIS

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Geografia – 2o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – Proposta de acompanhamento da aprendizagem

14. OBSERVE A IMAGEM.

Enágio Coelho/Imaginario Studio

IMAGINE QUE VOCÊ ESTÁ NA MESMA POSIÇÃO DA PROFESSORA. OS ESTUDANTES ESTÃO NESTA ORDEM: (1) A ALICE ESTÁ SENTADA MAIS PRÓXIMA À PORTA. (2) AO LADO ESQUERDO DA ALICE ESTÁ SENTADO O MATEUS. (3) NA FRENTE DO MATEUS ESTÁ SENTADO O GUILHERME. (4) AO LADO DIREITO DO GUILHERME ESTÁ SENTADA A LARA. (5) AO LADO ESQUERDO DO GUILHERME ESTÁ A ISABEL. (6) ATRÁS DA ISABEL ESTÁ SENTADO O RODRIGO. FAÇA UM CÍRCULO IDENTIFICANDO AS CRIANÇAS DE ACORDO COM AS CORES ABAIXO. ALICE

MATEUS

GUILHERME

LARA

ISABEL

RODRIGO

AZUL

ROSA

VERDE

ROXO

AMARELO

LARANJA

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Geografia – 2o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – Proposta de acompanhamento da aprendizagem

15. NESTA ILUSTRAÇÃO HÁ PESSOAS TRABALHANDO EM UMA CONSTRUÇÃO:

Enágio Coelho

O QUE VOCÊ ACHA QUE ESTÁ SENDO CONSTRUÍDO?

_________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________

QUANDO ESTIVER PRONTO, O BAIRRO VAI TER MAIS OU MENOS PESSOAS CIRCULANDO NELE?

_________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________

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Geografia – 2o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – Proposta de acompanhamento da aprendizagem

Proposta de acompanhamento da aprendizagem Avaliação de Geografia: 1o bimestre NOME: _______________________________________________________________________________________ TURMA: __________________________ DATA: ____________________________________________________

1. A FOTO MOSTRA CASAS CONSTRUÍDAS EM CIMA DE ESTACAS DE MADEIRA, PARA EVITAR QUE A ÁGUA ENTRE.

guentermanaus/Shutterstock.com

ESSAS CASAS SÃO CONHECIDAS COMO: (A) MORADIAS PRECÁRIAS. (B) OCAS. (C) PALAFITAS. (D) CASAS DE TAIPA. Habilidade trabalhada: (EF02GE04) Reconhecer semelhanças e diferenças nos hábitos, nas relações com a natureza e no modo de viver de pessoas em diferentes lugares. Resposta: C. É a única alternativa que corresponde à definição fornecida no enunciado da questão. As casas de palafitas são construídas sobre áreas alagadiças e se utilizam de estacas de madeira para evitar alagamentos na casa. Distratores: O fato de serem construídas sobre áreas alagadas pode dar a impressão de que as moradias descritas no enunciado são necessariamente precárias, o que não é verdadeiro, mas que pode explicar a eventual escolha da alternativa A. Embora as alternativas B e D versem sobre tipos de moradia oriundos de contextos não urbanos, nenhuma delas é adequada à definição apresentada no enunciado. 74


Geografia – 2o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – Proposta de acompanhamento da aprendizagem

2. ASSINALE A ALTERNATIVA COM O QUE É NECESSÁRIO PARA VIVER EM UMA MORADIA DIGNA:

(A) ESGOTO TRATADO, ÁGUA ENCANADA E PISCINA. (B) SOMENTE ENERGIA ELÉTRICA. (C) ESGOTO TRATADO, ÁGUA ENCANADA, COLETA DE LIXO E ENERGIA ELÉTRICA. (D) LIXO A CÉU ABERTO E FALTA DE ÁGUA. Habilidade trabalhada: (EF02GE04) Reconhecer semelhanças e diferenças nos hábitos, nas relações com a natureza e no modo de viver de pessoas em diferentes lugares. Resposta: C. Alternativa apresenta o mínimo necessário em uma moradia para vivermos de forma digna. Distratores: A alternativa A está errada porque piscina é item de lazer, não associado à manutenção de padrões mínimos de vida, sendo considerado item supérfluo. É possível que o estudante assinale essa alternativa caso se equivoque ao associar dignidade a alto padrão de qualidade de vida. A alternativa B apresenta apenas uma das opções necessárias, mas o estudante pode entender que energia elétrica é o único medidor de qualidade de vida em uma moradia. A alternativa D versa sobre o oposto à moradia digna.

3. MARQUE UM X NA ALTERNATIVA QUE MOSTRA UMA PESSOA QUE USA A RUA COMO MORADIA.

(A)

ingehogenbijl/Shutterstock.com

(B)

travelview/Shutterstock.com

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Geografia – 2o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – Proposta de acompanhamento da aprendizagem

(C)

nd3000/Shutterstock.com

(D)

Yavuz Sariyildiz/Shutterstock.com

Habilidade trabalhada: (EF02GE04) Reconhecer semelhanças e diferenças nos hábitos, nas relações com a natureza e no modo de viver de pessoas em diferentes lugares. Resposta: B. Porque é a única imagem em que as pessoas são retratas usando a rua para dormir, com seus pertences ao lado. Distratores: As imagens das alternativas A e C mostram pessoas em vias públicas, porém dão indícios claros de que elas estão utilizando esses espaços não como moradia, mas para outras atividades. As mulheres da imagem A estão aparentemente fazendo compras, as pessoas da imagem C parecem conversar sobre algo relacionado a trabalho. Na imagem da alternativa D é possível ver moradias precárias na Índia, o que não caracteriza pessoas em situação de rua.

4. MARQUE UM X NA ALTERNATIVA QUE MOSTRA A PLANTA DE UMA CASA. (A)

Zastolskiy Victor/Shutterstock.com

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Geografia – 2o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – Proposta de acompanhamento da aprendizagem

(B)

Koksharov Dmitry/Shutterstock.com

(C)

Anton Watman/Shutterstock.com

(D)

Alf Ribeiro/Shutterstock.com

Habilidade trabalhada: (EF02GE09) Identificar objetos e lugares de vivência (escola e moradia) em imagens aéreas e mapas (visão vertical) e fotografias (visão oblíqua). Resposta: A. Porque a imagem mostra a planta de uma casa, de acordo com o proposto no enunciado. Na imagem há a representação de todos os cômodos da casa vistos de cima. Distratores: As alternativas B e C mostram visões verticais de casas, porém na imagem da alternativa B é mostrado apenas um cômodo e a C possui apenas a vista do telhado, sem revelar os cômodos da casa. A alternativa D apresenta apenas a vista externa de uma casa. É possível que a área verde que circunda a casa possa induzir ao erro causado pela identificação da palavra “planta” aos espécimes vegetais presentes na imagem.

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Geografia – 2o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – Proposta de acompanhamento da aprendizagem

5. IMAGINE QUE VOCÊ ESTÁ SENTADO EM UMA DAS CARTEIRAS E FAÇA UM X NA RESPOSTA CERTA:

Sidney Meireles/ Giz de cera

(A) A JANELA ESTÁ LOCALIZADA AO LADO ESQUERDO DOS ESTUDANTES E DIREITO DO PROFESSOR. (B) A JANELA ESTÁ LOCALIZADA AO LADO DIREITO DOS ESTUDANTES E ESQUERDO DO PROFESSOR. (C) A JANELA ESTÁ LOCALIZADA AO LADO DIREITO, TANTO DOS ESTUDANTES QUANTO DO PROFESSOR. (D) A JANELA ESTÁ LOCALIZADA AO LADO ESQUERDO, TANTO DOS ESTUDANTES QUANTO DO PROFESSOR. Habilidade trabalhada: (EF02GE10) Aplicar princípios de localização e posição de objetos (referenciais espaciais, como frente e atrás, esquerda e direita, em cima e embaixo, dentro e fora), por meio de representações espaciais da sala de aula e da escola. Resposta: A. Os estudantes estão representados de costas para a imagem, estando a janela ao lado esquerdo deles. O professor, no entanto, está virado de frente para a imagem, e, em relação a ela, está ao lado direito. Distratores: A alternativa B pode ser assinalada caso o estudante não leve em consideração a posição em que cada pessoa está em relação ao objeto. As alternativas C e D podem confundir os estudantes que, ao verem uma das opções corretas, podem não fazer a relação com a posição dos outros personagens.

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Geografia – 2o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – Proposta de acompanhamento da aprendizagem

6. MARQUE A ALTERNATIVA VERDADEIRA:

Romont Willy

(A) TODAS AS CRIANÇAS GOSTAM DAS MESMAS BRINCADEIRAS. (B) É IMPORTANTE QUE A GENTE PROCURE SER AMIGO APENAS DE QUEM SE PARECE COM A GENTE. (C) AS PESSOAS QUE VIVEM EM UM MESMO BAIRRO OU ESTUDAM NA MESMA ESCOLA SEMPRE GOSTAM DAS MESMAS COISAS. (D) EM UM MESMO LUGAR PODEMOS ENCONTRAR PESSOAS QUE VIVEM DE UM JEITO DIFERENTE UMAS DAS OUTRAS. Habilidade trabalhada: (EF02GE02) Comparar costumes e tradições de diferentes populações inseridas no bairro ou comunidade em que vive, reconhecendo a importância do respeito às diferenças. Resposta: D. Em uma mesma comunidade podem existir pessoas com hábitos diferentes umas das outras. Distratores: As alternativas A e C podem ser assinaladas caso os estudantes generalizem as semelhanças de um determinado grupo, sem considerar o contexto em que estão inseridas (como costumes diferentes em determinadas regiões) ou suas especificidades (hábitos diferentes em uma mesma localidade). A alternativa B afirma o oposto do que é reforçado durante as aulas.

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Geografia – 2o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – Proposta de acompanhamento da aprendizagem

7. OBSERVE A IMAGEM.

André Muller DKO

ESCREVA UMA ATIVIDADE QUE PODEMOS REALIZAR EM CADA UM DOS CÔMODOS RETRATADOS NA ILUSTRAÇÃO ACIMA:

_______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ Habilidade trabalhada: (EF02GE08) Identificar e elaborar diferentes formas de representação (desenhos, mapas mentais, maquetes) para representar componentes da paisagem dos lugares de vivência. Resposta sugerida: Quarto: dormir, brincar, estudar; cozinha: preparar e fazer refeições, beber água; sala: descansar, ler um livro, assistir à televisão, socializar com a família; banheiro: tomar banho, escovar os dentes, assoar o nariz. É possível também que o estudante identifique outros cômodos como a varanda e o quintal e os associe a descanso e lazer. Outras respostas também são possíveis. O professor deve avaliar se o estudante consegue identificar a representação dos cômodos e se compreende a importância de cada um deles para a nossa qualidade de vida.

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Geografia – 2o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – Proposta de acompanhamento da aprendizagem

8. LIGUE AS IMAGENS AO TIPO DE MORADIA.

OCA INDÍGENA

Svetlana Cherruty/Shutterstock.com

CASA DE ALVENARIA

Filipe Frazao/Shutterstock.com

PRÉDIO DE APARTAMENTOS

Rita Januskeviciute/Shutterstock.com

IGLU

Jaboticaba fotos

Habilidade trabalhada: (EF02GE04) Reconhecer semelhanças e diferenças nos hábitos, nas relações com a natureza e no modo de viver de pessoas em diferentes lugares.

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Geografia – 2o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – Proposta de acompanhamento da aprendizagem

Resposta: Imagem 1 – prédio de apartamentos; imagem 2 – oca indígena; imagem 3 – iglu; imagem 4 – casa de alvenaria. É possível que os estudantes possam confundir a indicação das imagens por relacioná-las com uma determinada construção, principalmente as que não fazem parte do seu cotidiano. A principal dificuldade pode acontecer ao tentarem identificar a oca, em uma equivocada generalização da cultura indígena, associando a outras construções mais comumente representativas de oca. Assim, o professor deve lembrar aos estudantes que as culturas são diversificadas e isso se reflete também na forma de habitar.

9. ESCREVA CINCO ATIVIDADES QUE PODEMOS FAZER EM CASA.

Luiz Lentini

_____________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ Habilidade trabalhada: (EF02GE04) Reconhecer semelhanças e diferenças nos hábitos, nas relações com a natureza e no modo de viver de pessoas em diferentes lugares. Resposta sugerida: As possibilidades de resposta são variadas, mas podemos esperar que os estudantes citem que em uma casa podemos dormir, fazer refeições, cuidar da nossa higiene pessoal, brincar, estudar, nos protegermos do frio, da chuva e de perigos, além de nos relacionarmos com as nossas famílias, entre outras respostas possíveis. Se algum estudante tiver dificuldade para desenvolver a resposta, o professor pode pedir a ele que observe o desenho para pensar na função que cada cômodo tem.

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Geografia – 2o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – Proposta de acompanhamento da aprendizagem

10. IMAGINE QUE HOJE VOCÊ CONHECEU O BENTO. BENTO É UM ESTUDANTE NOVO QUE ESTÁ SE SENTINDO TRISTE PORQUE VEIO DE UM LUGAR BEM LONGE E NÃO CONHECE NINGUÉM. 

ESCREVA DUAS COISAS QUE VOCÊ GOSTA NA SUA ESCOLA E QUE PODERIA CONTAR AO BENTO:

______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ 

AGORA FAÇA UMA PERGUNTA SOBRE A ANTIGA ESCOLA DO BENTO:

______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ Habilidades trabalhadas: (EF02GEO2) Comparar costumes e tradições de diferentes populações inseridas no bairro ou comunidade em que vive, reconhecendo a importância do respeito às diferenças. Resposta sugerida: Não há uma resposta predefinida ou considerada correta, mas o estudante precisa elaborar questões que, mesmo simples, tentem abordar aspectos do modo de vida da outra pessoa. Perguntas como “na sua antiga escola tinha muitos ou poucos estudantes?”, “sua antiga escola era diferente desta?”, “na escola em que você estudava as crianças brincavam de quê?”, “sua cidade era grande ou pequena?” ou “como era a casa onde você morava?” podem ajudar a comparar o modo de vida entre os estudantes. O professor deve incentivá-los a desenvolverem a questão de forma que compreendam a valorização dos diferentes costumes, tentando evitar perguntas genéricas como “sua escola era legal?”, a qual pode ser reformulada para “por que você gostava da sua escola?” ou “o que você fazia nela?”.

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Geografia – 2o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – Proposta de acompanhamento da aprendizagem

11. A ILUSTRAÇÃO ABAIXO REPRESENTA UM BAIRRO VISTO DE CIMA. ESCREVA O NOME DE CINCO ELEMENTOS PRESENTES NA IMAGEM.

Alexandre Matos

______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ Habilidade trabalhada: (EF02GE09) Identificar objetos e lugares de vivência (escola e moradia) em imagens aéreas e mapas (visão vertical) e fotografias (visão oblíqua). Resposta sugerida: Os estudantes devem conseguir reconhecer ao menos cinco elementos, entre eles: casas, árvores, vegetação rasteira, calçadas, ruas, delimitação de quarteirões, faixa de pedestre e quadra esportiva. Por estarem mais familiarizados com as representações oblíquas ou frontais das construções, eles podem apresentar mais dificuldade em identificar os telhados e, consequentemente, as casas. O professor pode auxiliar, lembrando aos estudantes que as coisas representadas não estão em um único plano, podendo, inclusive, colocar um objeto sobre sua mesa e pedir que os estudantes o observem.

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Geografia – 2o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – Proposta de acompanhamento da aprendizagem

12. DESENHE UM MAPA DE SUA SALA DE AULA E LOCALIZE:     

A SUA CARTEIRA; A MESA DO PROFESSOR; A PORTA; A JANELA; A LIXEIRA. NÃO SE ESQUEÇA DE COLOCAR A LEGENDA.

LEGENDA:

Habilidade trabalhada: (EF02GE08) Identificar e elaborar diferentes formas de representação (desenhos, mapas mentais, maquetes) para representar componentes da paisagem dos lugares de vivência.

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Geografia – 2o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – Proposta de acompanhamento da aprendizagem

Resposta sugerida: Os desenhos vão apresentar variações acerca da posição em que o estudante ocupa na sala de aula. Ainda assim, precisam ter os demais elementos localizados da mesma forma, já que as posições da mesa do professor, da janela, da porta e da lixeira continuam iguais em relação à sala de aula. Alguns estudantes podem apresentar dificuldade em se localizar e o professor pode orientar que eles utilizem referenciais conhecidos para então indicar os outros elementos. Por exemplo, se o estudante não sabe como localizar sua carteira, mas consegue identificar a porta, peça a ele que a use como referência. Outra forma de auxiliá-los é propor que mudem seu ponto de visão, como, por exemplo, elaborar o desenho estando à frente da sala. O professor deve explicar aos estudantes que podem utilizar qualquer tipo de marcação para identificar os elementos (hachuras, cores diferentes), mas que devem fazer da mesma forma na legenda.

13. FAÇA UM DESENHO DE UM LUGAR QUE PASSOU POR MUDANÇAS, MOSTRANDO COMO ELE ERA ANTES E COMO FICOU DEPOIS. ANTES

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Geografia – 2o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – Proposta de acompanhamento da aprendizagem

DEPOIS

Habilidade trabalhada: (EF02GE05) Analisar mudanças e permanências, comparando imagens de um mesmo lugar em diferentes tempos. Representação sugerida: São muitas as possibilidades de representação. Os estudantes podem desenhar tanto um lugar com transformações mais pontuais, como o surgimento de uma praça em uma rua ou mesmo representar uma paisagem natural cedendo espaço às construções em uma escala maior, de cidade, por exemplo. É possível, ainda, que o professor oriente os estudantes a refletir sobre processos inversos, como o desaparecimento de construções. Caso o professor perceba o interesse dos estudantes em desenvolver o tema, ele pode explicar outros processos de transformações através do tempo, como o aumento de circulação de pessoas em um bairro onde foi construído um shopping, por exemplo.

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Geografia – 2o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – Proposta de acompanhamento da aprendizagem

14. OBSERVE A IMAGEM.

Enágio Coelho/Imaginario Studio

IMAGINE QUE VOCÊ ESTÁ NA MESMA POSIÇÃO DA PROFESSORA. OS ESTUDANTES ESTÃO NESTA ORDEM: (1) A ALICE ESTÁ SENTADA MAIS PRÓXIMA À PORTA. (2) AO LADO ESQUERDO DA ALICE ESTÁ SENTADO O MATEUS. (3) NA FRENTE DO MATEUS ESTÁ SENTADO O GUILHERME. (4) AO LADO DIREITO DO GUILHERME ESTÁ SENTADA A LARA. (5) AO LADO ESQUERDO DO GUILHERME ESTÁ A ISABEL. (6) ATRÁS DA ISABEL ESTÁ SENTADO O RODRIGO. FAÇA UM CÍRCULO IDENTIFICANDO AS CRIANÇAS DE ACORDO COM AS CORES ABAIXO. ALICE

MATEUS

GUILHERME

LARA

ISABEL

RODRIGO

AZUL ROSA VERDE ROXO AMARELO LARANJA Habilidade trabalhada: (EF02GE10) Aplicar princípios de localização e posição de objetos (referenciais espaciais, como frente e atrás, esquerda e direita, em cima e embaixo, dentro e fora), por meio de representações espaciais da sala de aula e da escola. Resposta: Os estudantes devem conseguir localizar todos a partir das coordenadas apresentadas, sendo: primeira fileira, da esquerda para a direita: Isabel, Guilherme e Lara. Segunda fileira, da esquerda para a direita: Rodrigo, Mateus e Alice. Se houver dificuldade, o professor deve relembrar aos estudantes que estão visualizando a sala de aula como se estivessem no lugar da professora, sendo, portanto, a partir da visão que o próprio estudante tem da imagem. Para facilitar, o professor pode orientá-los a localizarem primeiro a Alice e seguirem as instruções em ordem, encontrando um estudante por vez.

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Geografia – 2o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – Proposta de acompanhamento da aprendizagem

15. NESTA ILUSTRAÇÃO HÁ PESSOAS TRABALHANDO EM UMA CONSTRUÇÃO:

Enágio Coelho

O QUE VOCÊ ACHA QUE ESTÁ SENDO CONSTRUÍDO?

_________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ 

QUANDO ESTIVER PRONTO, O BAIRRO VAI TER MAIS OU MENOS PESSOAS CIRCULANDO NELE?

_________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________

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Geografia – 2o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – Proposta de acompanhamento da aprendizagem

Habilidade trabalhada: (EF02GE05) Analisar mudanças e permanências, comparando imagens de um mesmo lugar em diferentes tempos. Resposta sugerida: O estudante pode trazer as mais variadas respostas, como: 1. Será construído um shopping, aumentando o número de pessoas e automóveis circulando no bairro; 2. Será construído um terminal de ônibus, aumentando a circulação de pessoas e ônibus. O professor deve avaliar se o estudante consegue fazer a relação entre a construção imaginada e a transformação trazida para o bairro. Se houver dificuldade, o professor pode pedir que imaginem determinadas situações e as possíveis consequências; por exemplo, se fosse construído um grande edifício no bairro, com o passar do tempo iriam surgir comércios para atender esses novos moradores, como restaurantes, supermercados etc. O próprio professor pode ajudar o raciocínio do estudante com perguntas como “se moram muitas pessoas, o que aconteceria? Do que todas as pessoas precisam?” e esperar respostas como “se alimentar”, ajudando-os a pensar nos comércios que seriam construídos.

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Geografia – 2o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – Proposta de acompanhamento da aprendizagem

Ficha de acompanhamento individual A ficha de acompanhamento individual é um instrumento de registro onde podemos verificar e avaliar de forma individual, contínua e diária, a evolução da aprendizagem. Ela serve para que nós, professores, possamos acompanhar o progresso de cada um de nossos alunos. [...] BRASIL. Ministério da Educação. Programa de Apoio a Leitura e Escrita: PRALER. Brasília, DF: FNDE, 2007. Caderno de Teoria e Prática 6: Avaliação e projetos na sala de aula, p. 20.

Total = TT

Legenda Não desenvolvida = ND

Em evolução = EE

Não observada = NO

Nome: _______________________________________________________________________________________ Turma: _________________________________ Data: ______________________________________________ Data

Habilidade

TT

EE

ND

NO

Anotações

91


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