Geografia EDILSON ADÃO CÂNDIDO DA SILVA LAERCIO FURQUIM JUNIOR
5 COMPONENTE CURRICULAR: GEOGRAFIA
5O. ANO ENSINO FUNDAMENTAL ANOS INICIAIS
MANUAL DO PROFESSOR MATERIAL DIGITAL
São Paulo | 1a. edição | 2018
Conectados Geografia – 5o ano (Ensino Fundamental – Anos iniciais) Copyright © Edilson Adão Cândido da Silva, Laercio Furquim Junior, 2018
Diretor editorial Lauri Cericato Gerente editorial Silvana Rossi Júlio
Editora Natalia Taccetti
Gerente de produção editorial Mariana Milani
Coordenador de produção editorial Marcelo Henrique Ferreira Fontes
Gerente de arte Ricardo Borges
Coordenadora de ilustrações e cartografia Marcia Berne Coordenadora de preparação e revisão Lilian Semenichin
Supervisora de iconografia e licenciamento de textos Elaine Bueno
Supervisora de arquivos de segurança Silvia Regina E. Almeida
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Silva, Edilson Adão Cândido da Conectados geografia, 5º ano : componente curricular geografia : ensino fundamental, anos iniciais / Edilson Adão Cândido da Silva, Laercio Furquim Junior. — 1. ed. — São Paulo : FTD, 2018. ISBN 978-85-96-01366-6 (aluno) ISBN 978-85-96-01367-3 (professor) 1. Geografia (Ensino fundamental) I. Furquim Junior, Laercio. II. Título. 17-11600 CDD-372.891 Índices para catálogo sistemático: 1. Geografia : Ensino fundamental 372.891
EDITORA FTD. Rua Rui Barbosa, 156 – Bela Vista – São Paulo – SP CEP 01326-010 – Tel. 0800 772 2300 Caixa Postal 65149 – CEP da Caixa Postal 01390-970 www.ftd.com.br central.relacionamento@ftd.com.br
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Sumário Apresentação ........................................................................................................ 4 1o bimestre Plano de desenvolvimento: População – o conjunto de pessoas de um lugar ............. 15 Projeto integrador: Migração ............................................................................................ 21 1a sequência didática: Transformando pessoas em população .................................... 29 2a sequência didática: Distribuição da população: Onde está a população do Brasil? . 40 3a sequência didática: Dinâmica populacional no Brasil: crescimento vegetativo ....... 48 4a sequência didática: A dinâmica das migrações.......................................................... 53 Proposta de acompanhamento da aprendizagem .......................................................... 63
2o bimestre Plano de desenvolvimento: Trabalho e condições de vida da população ..................... 88 Projeto integrador: Mundo do trabalho ............................................................................ 91 1a sequência didática: Trabalho nos diversos setores da economia ........................... 105 2a sequência didática: Atividades econômicas, tecnologia e paisagens ..................... 112 3a sequência didática: Trabalho e inovações tecnológicas na agricultura e na pecuária....................................................................................... 119 Proposta de acompanhamento da aprendizagem ........................................................ 130
3o bimestre Plano de desenvolvimento: As redes urbanas ............................................................... 153 Projeto integrador: Fórum de mobilidade Urbana ......................................................... 158 1a sequência didática: A vocação das cidades ............................................................. 173 2a sequência didática: A hierarquia das cidades ........................................................... 178 3a sequência didática: A transformação da paisagem da cidade ao longo do tempo ..................................................................................................... 185 a 4 sequência didática: Os meios de transporte da minha cidade ................................ 190 Proposta de acompanhamento da aprendizagem ........................................................ 194
4o bimestre Plano de desenvolvimento: Comunicação, energia e água .......................................... 213 Projeto integrador: Campanha de consumo consciente de energia ............................ 217 1a sequência didática: Meios de comunicação ............................................................. 226 2a sequência didática: Tipos de energia renováveis e não renováveis ........................ 234 3a sequência didática: Consumo e distribuição de energia .......................................... 240 4a sequência didática: Importância da água e poluição hídrica ................................... 245 Proposta de acompanhamento da aprendizagem ........................................................ 251
Geografia – Apresentação
Apresentação No texto a seguir apresentamos a organização do Manual do Professor – Material Digital, identificando cada tipo de documento disponibilizado e explicando sua função e ordenação, bem como sua relação com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Em seguida, fundamentamos as escolhas de conteúdo e organização do material com base na proposta pedagógica da coleção.
Organização deste Material Digital O material digital desta coleção de Geografia está organizado em bimestres. Cada um deles contém Plano de desenvolvimento, Sequências didáticas, Proposta de acompanhamento da aprendizagem e Projeto integrador. Essas ferramentas visam complementar o que está proposto no livro didático impresso e oferecer outras possibilidades de atuação ao professor. O objetivo é apresentar subsídios que possam enriquecer o dia a dia do docente. É importante enfatizar que todas as propostas deste material são sugestões. O professor tem total liberdade para adequar cada material à sua realidade escolar.
Plano de desenvolvimento O Plano de desenvolvimento bimestral consiste em um documento de apresentação dos objetivos de cada bimestre. Nele estão indicados os conteúdos tratados e a relação deles com a Base Nacional Comum Curricular (2017), esmiuçando os objetos de conhecimento e habilidades desenvolvidos e a relação dos mesmos com a prática didático-pedagógica. São indicadas as habilidades mínimas esperadas que sejam desenvolvidas pelos estudantes em cada bimestre, a fim de garantir a continuidade do trabalho no bimestre seguinte. No plano, sugerimos práticas de sala de aula que auxiliam a realização do trabalho proposto, seguindo a metodologia adotada na coleção, orientamos o professor quanto à organização do espaço, às formas de tratamento dos estudantes, à resolução de possíveis conflitos, às maneiras de inserir os estudantes no processo de aprendizagem, entre outras sugestões. Ao conceber o plano, também temos em mente as competências gerais e específicas previstas na BNCC, que desenvolvem qualidades e valores mais amplos e fundamentais, como autonomia, senso crítico, respeito à diversidade e empatia. O professor deve, com base no conteúdo previsto e das práticas sugeridas, auxiliar os estudantes no desenvolvimento dessas e de outras competências, contribuindo para sua formação integral, conforme exposto na BNCC:
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Geografia – Apresentação
[...] a BNCC afirma, de maneira explícita, o seu compromisso com a educação integral, reconhecendo que a educação básica deve visar à formação e ao desenvolvimento humano global (...), o conceito de educação integral com o qual a BNCC está comprometida se refere à construção intencional de processos educativos que promovam aprendizagens sintonizadas com as necessidades, as possibilidades e os interesses dos alunos e, também, com os desafios da sociedade contemporânea, de modo a formar pessoas autônomas, capazes de se servir dessas aprendizagens em suas vidas. (BRASIL, 2017, p. 17.)
No subtítulo Foco, orientamos o professor quanto ao trabalho com as possíveis dificuldades que os estudantes podem apresentar em cada bimestre, garantindo a possibilidade de aprendizagem para todos, respeitando, dentro do possível, os diferentes tempos e abordagens que cada um necessita. Ao final do documento, há sugestões de sites, leituras, vídeos e passeios que podem auxiliar o professor no trabalho proposto, seja no conteúdo a ser desenvolvido, seja nas atividades previstas ou ainda na postura dentro da sala de aula.
Sequência didática As Sequências didáticas são “sequências de atividades planejadas para a efetivação de objetivos educacionais específicos” (CASTELLAR, 2016); nesse caso, sugestões para aprofundar ou trabalhar de forma alternativa alguns conteúdos propostos no livro impresso, possibilitando um melhor desenvolvimento de certas habilidades. A Sequência didática coloca o aluno não apenas como receptor de conteúdo, ela proporciona espaço para o debate e a construção coletiva de conhecimento, pois possibilita, segundo Zabala (1998 apud CASTELLAR, 2016), a articulação de diferentes modalidades de atividades, visando a um objetivo que deve ser conhecido tanto pelo professor, como pelos estudantes. O autor destaca a importância da organização sequencial das atividades e da determinação da função de cada atividade proposta. O conhecimento do planejamento permite aos estudantes fazer parte do percurso que está programado, do que foi acordado entre professor e estudantes. Na criação dos planos de aula da sequência didática, o professor deve considerar seu público, conforme explica a autora: [...] Este é o momento em que o professor procura se aproximar da realidade do alunado e da instituição para definir as direções do ensino e, simultaneamente, refletir sobre os conteúdos em relação ao contexto social e cognitivo dos alunos. (CASTELLAR, 2016, p. 32.)
É importante ressaltar que o ideal é que o professor adeque as sequências de acordo com as possibilidades e a realidade de cada escola e turma, visto que a ideia da sequência didática é minimizar os imprevistos. Nas próprias sequências há indicações de momentos em que é interessante a realização de pesquisa complementar, a fim de aproximar o conteúdo da realidade dos estudantes, por exemplo. Há também um esforço para que as sequências possam ser realizadas em qualquer escola; portanto, ao sugerir atividades que requerem o uso de tecnologia, tentamos sempre oferecer outra opção para que o professor possa desenvolver as mesmas habilidades na ausência dos materiais e recursos indicados no início do documento. 5
Geografia – Apresentação
O número de aulas mencionado em cada sequência didática é uma sugestão; assim, elas podem ser realizadas em mais ou menos tempo, a critério do professor que deve considerar o planejamento bimestral e a familiaridade da turma com o conteúdo trabalhado. Cada sequência contém um quadro indicando os objetos de conhecimento e as habilidades da BNCC, em que são desenvolvidos, parcial ou integralmente, os objetivos de aprendizagem traçados para as atividades propostas e os conteúdos que são trabalhados com aquela sequência didática. As Sequências estão divididas em aulas. Nelas, descrevemos os procedimentos sugeridos para cada aula, fornecendo material de apoio, como textos e imagens, e propondo questões avaliativas e outras formas de análise do trabalhado a ser realizado. Há um subtítulo Avaliação para melhor explicar de que forma é possível realizá-la e o que deve ser considerado com base nas atividades propostas. No subtítulo “Para trabalhar dúvidas” prevemos algumas possíveis dificuldades e damos sugestões ao professor quanto às melhores maneiras de auxiliá-los na sua superação. Em Ampliação, sugerimos uma atividade complementar às aulas da sequência didática, a fim de aprofundar o conteúdo trabalhado.
Projeto integrador O Projeto integrador, como o próprio nome indica, objetiva integrar diferentes áreas do conhecimento, de forma a atribuir maior sentido aos componentes curriculares e seus conteúdos, aproximando-os da realidade dos estudantes, preferencialmente por meio do trabalho com situações que fazem parte de suas vivências. Um método sistemático de ensino que envolve os alunos na aquisição de conhecimentos e de habilidades por meio de um extenso processo de investigação estruturado em torno de questões complexas e autênticas e de produtos e tarefas cuidadosamente planejados. (Buck Institute for Education, 2008)
Os projetos são apresentados indicando seus temas, as disciplinas que os compõem, os objetivos e o produto final. Um projeto pode acompanhar o desenvolvimento do conteúdo de todo o bimestre ou, focar em alguns temas em cada disciplina, dependendo de como foi pensado. Os componentes curriculares devem ser trabalhados de forma equilibrada, sem um destaque para determinada disciplina, em detrimento de outras. A interdisciplinaridade presente no projeto propicia um momento muito rico e, às vezes, raro na educação básica, que é o de fazer relações entre diferentes conteúdos, buscando compreender algum fenômeno da realidade em sua totalidade, e não por meio de recortes e métodos próprios de cada disciplina. Cada projeto tem uma justificativa, que consiste em uma questão que guia seu desenvolvimento e a forma como esse trabalho colabora para a aprendizagem. Essa questão deve ter relação com a realidade dos estudantes e com os conteúdos trabalhados no bimestre. Os projetos também têm o subtítulo Objetivos, em que listamos os objetivos gerais e específicos do trabalho proposto. Seguindo os objetivos, são elencadas as competências gerais da BNCC e as habilidades específicas de cada disciplina a serem desenvolvidas. Posteriormente, apresentamos mais detalhadamente o produto final do projeto, que pode ser muito variado, mas em geral sugerimos que seja apresentado à comunidade de alguma forma, aproximando a escola de seu entorno. 6
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Após a lista de materiais, que pode ser adequada de acordo com a necessidade de cada professor, há as etapas do projeto, descritas passo a passo. Sua realização está prevista para um período predeterminado de aulas. Sugerimos ao professor que se aproprie do projeto com antecedência e planeje a distribuição das aulas dentro das disciplinas correspondentes, explicitando o máximo possível a relação entre o tema e cada disciplina, e entre elas. Por se tratar de um trabalho mais longo, é importante fornecer as informações referentes ao planejamento do projeto aos estudantes e relembrá-los de cada etapa, de forma que eles possam ter a dimensão do trabalho como um todo, fazendo as conexões entre as etapas. As avaliações são realizadas em diferentes momentos, durante a realização do projeto, e de formas variadas, algumas são atitudinais e outras, referentes ao conteúdo, podem ser usadas para avaliação dos estudantes ou do trabalho, fornecendo informações para que o professor determine a melhor maneira de prosseguir. Durante as descrições de cada aula e etapa do projeto, em uma tentativa de facilitar o trabalho do professor, sugerimos formas de lidar com questões e possíveis dificuldades apresentadas pelos estudantes. Detalhamos os procedimentos que devem ser seguidos na confecção do produto final e de que forma ele pode ser apresentado e avaliado. Após a finalização de todas as etapas previstas para o projeto, há um subtítulo Avaliação, em que organizamos, em uma tabela, todas as possibilidades de avaliação, aula a aula, sugerindo o que o professor pode observar e analisar. Em Avaliação final sugerimos estratégias de autoavaliação para o professor, a fim de auxiliá-lo a repensar em sua prática pedagógica e a realização do projeto, identificando os pontos fortes e fracos de sua elaboração, e também para os estudantes, proporcionando-lhes um momento de percepção e análise do processo que vivenciaram. No final do documento, há referências bibliográficas complementares, indicações de sites, vídeos, livros e passeios que podem auxiliar os estudantes e/ou o professor no desenvolvimento dos temas ou nas atividades trabalhadas no projeto.
Proposta de acompanhamento da aprendizagem A Proposta de acompanhamento da aprendizagem visa possibilitar o acompanhamento da evolução dos estudantes e a verificação do desenvolvimento das habilidades previstas a cada bimestre. Ela é composta de 15 questões e está organizada, de acordo com o grau de dificuldade, das questões mais simples para as mais complexas. Esse documento contém as questões prontas para impressão, seguidas pelas mesmas questões acompanhadas dos respectivos gabaritos, indicação das habilidades trabalhadas e orientações para o professor referentes às possíveis interpretações ao indicar as respostas. O professor deve estimular a interpretação textual para que os estudantes consigam entender corretamente o que está sendo proposto em cada uma delas. As questões abertas possibilitam diferentes formas de expressão. Algumas são escritas, enquanto outras podem solicitar um desenho, ou relacionar a colunas, localize e indique elementos em imagens com base em alguma classificação, entre outras possibilidades. Ao final de cada proposta, há uma Ficha de Acompanhamento Individual a ser preenchida pelo professor, com o objetivo de analisar a evolução de cada estudante, especificando seus avanços e suas dificuldades.
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A proposta pedagógica da Coleção Ensino de Geografia hoje Desde a década de 1990, quando teve início intenso processo de transformações na educação, o ensino de Geografia vem se adequando às mudanças decorrentes da era da informação e da renovação da educação brasileira, que é entendida de forma mais abrangente, incluindo em seus planos, além dos conteúdos a serem trabalhados, habilidades, competências, expectativas atitudinais e temáticas atuais. Objetiva-se assim, dar conta não só do ensino de Geografia, mas da formação integral do cidadão, entendendo o pensamento espacial e raciocínio geográfico como algumas das ferramentas para compreensão da realidade, obtidas na educação básica como um todo. É papel do Estado democrático investir na escola, para que ela prepare e instrumentalize crianças e jovens para o processo democrático, forçando o acesso à educação de qualidade para todos e às possibilidades de participação social. (BRASIL, 1997, p. 27)
Considerando a fase de aprendizagem em que se encontram nos anos iniciais do Ensino Fundamental, a Geografia é uma disciplina que favorece a compreensão do mundo, apresentando relações existentes entre fenômenos e lugares, e desenvolvendo uma leitura crítica e questionadora dos episódios identificados. O ensino de Geografia, nesse sentido, contribui para a construção da identidade dos estudantes, a compreensão de suas próprias vivências e a apreensão de noções de espaço e tempo, as quais permitem a análise de transformações no mundo. Ler o mundo da vida, ler o espaço e compreender que as paisagens que podemos ver são resultado da vida em sociedade, dos homens na busca da sua sobrevivência e da satisfação das suas necessidades. Em linhas gerais, esse é o papel da Geografia na escola. (CALLAI, 2005, p. 229)
A fim de acompanhar essas transformações decorrentes da era da informação, não é preciso apenas a adoção de novas tecnologias na escola, mas também o estabelecimento de outra relação com o conhecimento, pois deve-se considerar que o acesso a ele é diferente do que era há 15 anos e a velocidade das transformações é outra. Os meios de comunicação informática, revistas, televisão, vídeo têm atualmente grande poder pedagógico visto que se utilizam da imagem e também apresentam conteúdo com agilidade e interatividade. Assim, torna-se cada vez mais necessário que a escola se aproprie dos recursos tecnológicos, dinamizando o processo de aprendizagem. Como a educação e a comunicação são indissociáveis, o professor pode utilizar-se de um aparato tecnológico na escola visando à transformação da informação em conhecimento. (SERAFIM e SOUSA, 2011, p. 24-25)
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A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e o ensino de Geografia Esta coleção foi toda elaborada à luz da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), publicada em 2017, e das principais mudanças em curso na educação brasileira. A BNCC define as principais habilidades e competências que devem ser desenvolvidas em cada ano do Ensino Fundamental, em cada disciplina, e também de forma geral, nessa etapa da educação básica. O papel central da Geografia, segundo a BNCC, é o desenvolvimento do pensamento espacial e do raciocínio geográfico. Para garantir o alcance do “raciocínio geográfico para representar e interpretar o mundo em permanente transformação e relacionando componentes da sociedade e da natureza” (BRASIL, 2017, p. 312), é importante a apropriação de conceitos geográficos, como espaço, território, lugar, região, natureza e paisagem, bem como o desenvolvimento da noção de tempo, com a qual há forte diálogo com História. A BNCC indica o trabalho com os princípios do raciocínio geográfico: analogia, conexão, diferenciação, distribuição, extensão, localização e ordem. Em todos os anos, há atividades que visam trabalhar esses princípios com os alunos. Há, para todo o Ensino Fundamental – Anos Iniciais, cinco unidades temáticas em Geografia: O sujeito e seu lugar no mundo; Conexões e escalas; Mundo do Trabalho; Formas de representação e pensamento espacial; e Natureza, ambientes e qualidade de vida. A cada ano, o que é alterado são os objetos de conhecimento a ser trabalhados em cada unidade, e as habilidades correspondentes. Portanto, as unidades temáticas devem ser trabalhadas concomitantemente, de forma integrada, analisando situações e fenômenos por diferentes perspectivas. Como já previsto nos PCN: Abordagens atuais da Geografia têm buscado práticas pedagógicas que permitam apresentar aos alunos os diferentes aspectos de um mesmo fenômeno em diferentes momentos da escolaridade, de modo que os alunos possam construir compreensões novas e mais complexas a seu respeito. Espera-se que, dessa forma, eles desenvolvam a capacidade de identificar e refletir sobre diferentes aspectos da realidade, compreendendo a relação sociedade-natureza. (BRASIL, 1997, p. 77)
Por meio do desenvolvimento do raciocínio geográfico, espera-se chegar a uma melhor compreensão da sociedade, formando cidadãos preparados para contribuir com um mundo melhor e mais solidário.
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A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e as expectativas de aprendizagem As expectativas de aprendizagem são organizadas em competências e habilidades que devem ser desenvolvidas ao longo do Ensino Fundamental. As competências são mais amplas e trabalhadas durante os nove anos do ciclo. Há competências gerais, que não estão ligadas a nenhuma disciplina em específico, que visam à formação humana integral e à construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva; competências específicas de ciências humanas, que são relativas à interpretação do mundo, processos e fenômenos sociais políticos e culturais, e a compreensão do estudante do seu papel em tais processos; e por fim, as competências específicas de Geografia, que tratam da formação da identidade e o desenvolvimento do raciocínio geográfico. Já as habilidades são expectativas de aprendizagem mais específicas, resultantes das competências previstas, organizadas por disciplina e ano, de forma a orientar o trabalho do professor, garantindo que todas as competências e habilidades sejam desenvolvidas ao final do Ensino Fundamental. O trecho a seguir expõe o objetivo da proposta da BNCC: [...] define o conjunto orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais que todos os alunos devem desenvolver ao longo das etapas e modalidades da Educação Básica [...] para a formação humana integral e para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva. (BRASIL, 2017, p. 7)
Proposta que visa, de acordo também com as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN), ofertar a todos as mesmas oportunidades com base na equidade na educação, respeitando as diferentes necessidades provenientes da diversidade regional ao não criar um currículo único, mas sim esse conjunto de orientações referentes às expectativas de aprendizagem, conforme está em: A equidade reconhece, aprecia e acolhe os padrões de sociabilidade das várias culturas que são parte da identidade brasileira. Compreende que todos são diversos, que a diversidade é inerente ao conjunto dos alunos, inclusive no que diz respeito às experiências que trazem para o ambiente escolar e aos modos como aprendem. (BRASIL, 2017, p. 11)
Desenvolvimento do conteúdo É importante atentar para a faixa etária dos estudantes, tendo em vista, nos anos iniciais, a preocupação com uma transição tranquila da Educação Infantil para o Ensino Fundamental, desenvolvendo atividades lúdicas. Também, a alfabetização e o letramento devem estar presentes em todo o trabalho, incorporado a cada disciplina, especialmente nos dois primeiros anos. Com a Geografia, propriamente, iniciamos trabalhando com os lugares de vivência e a noção de pertencimento da criança, de forma a atribuir mais sentido aos temas estudados, o que aproxima a aprendizagem de Geografia da vida real. 10
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No primeiro ano, trabalhamos os lugares das crianças, desenvolvendo noções básicas de espacialidade e temporalidade, usando para isso os direitos básicos das crianças, brincadeiras, moradia, escola, espaços públicos e privados, diferentes escalas de tempo, entre outras atividades. A ludicidade está presente nas atividades propostas neste ano, assim como nas do ano seguinte. No segundo ano, novamente abordamos a moradia e a escola, aprofundando o trabalho com a identidade dos alunos, e introduzindo temas relacionados ao trabalho e aos materiais, diferenciando os vários espaços da escola e identificando características deles que denotem suas funções. Aos poucos, ampliamos a escala trabalhada, abordando novos conceitos, lugares e as relações entre lugares. Ainda no segundo ano, expandimos a área de estudo, abordando a rua e o bairro, ainda lugares de vivência das crianças, ligados à identidade e ao pertencimento, reforçando o papel dos estudantes como agentes de transformação desses espaços, mas apresentamos outras ruas e bairros, assim como moradias e escolas. Tratamos também de meios de transporte e comunicação. A partir do terceiro ano, introduzimos o trabalho com os conceitos: paisagem, região, território e natureza. No terceiro ano, trabalhamos prioritariamente com paisagem, identificando elementos naturais e humanizados, as transformações na paisagem causadas pelo ser humano e pela natureza, e a diferenciação entre campo e cidade. Introduzimos a questão ambiental, apontando problemas ambientais no campo e na cidade. No quarto ano trabalhamos novamente com o campo e a cidade, agora buscando explicitar as relações existentes entre eles, por meio do estudo de processos de produção e circulação, bem como de problemas ambientais, como o uso da água. Afastamo-nos mais dos lugares de vivência, focando no Brasil. Com base nele estudamos aspectos do município e das grandes regiões. Terminamos o ano retomando a questão ambiental, descrevendo as principais características físicas do país. No quinto ano, expandimos ainda mais a área de estudo, introduzindo demografia, não só do Brasil, mas do mundo. Falamos também de trabalho, desigualdade social, rede urbana, transporte, energia e comunicação. As relações entre lugares e fenômenos, trabalhadas especialmente no quarto e quinto anos, dizem respeito ao princípio geográfico da analogia.
Metodologia no ensino de Geografia O material digital se propõe como um complemento ao livro didático, oferecendo outras possiblidades de trabalho, de maneira a amparar o alcance das expectativas de aprendizagem da BNCC. O presente material prioriza atividades que partem da vivência dos estudantes, valorizam o pensamento crítico e os tiram da passividade, da posição de mero receptor de conhecimento. Baseando-se no que já foi exposto, entende-se o espaço geográfico como objeto central do estudo de Geografia. Com base no extenso trabalho de Milton Santos, buscamos sintetizar alguns conceitos e categorias-chave para a compreensão do espaço geográfico de forma simples, traduzindo-os à linguagem adequada à faixa etária dos alunos. Milton Santos coloca a importância da inseparabilidade dos elementos físicos e humanos, dado que: [...] o espaço é, hoje, um sistema de objetos cada vez mais artificiais, povoados por sistemas de ações igualmente imbuídos de artificialidade, e cada vez mais tendentes a fins estranhos ao lugar e a seus habitantes. Neste nosso mundo se estabelece, por isso mesmo, um novo sistema da natureza [...]. (SANTOS, 1994, p. 90)
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Portanto, devemos ter em vista sempre, e transmitir aos alunos, a ideia de totalidade e integração entre os elementos geográficos que trabalhamos em aula. Para compreensão do espaço geográfico como espaço dinâmico determinado pela relação sociedade/natureza, é preciso trabalhar os conceitos já mencionados: paisagem, lugar, território, região e natureza. O trabalho com esses conceitos desenvolve o pensamento geográfico criando noções de espacialidade e representação. O lugar é um conceito muito presente no material, ele está associado à identidade, “É o espaço passível de ser sentido, pensado, apropriado e vivido através do corpo” (CARLOS, 2007, p. 17), sendo, então, possível a apreensão desse conceito por meio do trabalho com o cotidiano e o espaço de vivência dos alunos. A paisagem aparece no material com diferentes abordagens teórico-metodológicas, julgadas como as mais adequadas e significativas em cada momento da aprendizagem, considerando o objetivo final de compreensão do espaço geográfico. Para Milton Santos, é tudo que pode ser apreendido por meio da visão; logo, se relaciona à forma; porém, também é possível entendê-la relacionada à percepção, incluindo outros sentidos na sua apreensão. A paisagem é material e diz respeito a um produto presente, resultado da acumulação de tempos passados (SANTOS, 1996, p. 83). Por meio do estudo de elementos constituintes das paisagens, desenvolvemos a capacidade de reconhecer elementos artificiais e naturais e relacioná-los a diferentes organizações espaciais. O território é um conceito atrelado à ideia de poder, introduzido nos anos finais desse material. Diz respeito a determinada área que é dominada por alguém ou algum grupo, há o território nacional, delimitado por fronteiras, que marcam o poder político do Governo Federal, mas há também territórios marcados pelo campo de forças de outros atores sociais, indicando um poder social que determina o uso do território. A região é parte do espaço geográfico. É uma área que pode ser delimitada com base nos mais variados critérios, considerando o que aquela porção do espaço tem em comum. A regionalização melhor exposta aqui é a divisão do Brasil em grandes regiões pelo IBGE, que considera aspectos físicos, econômicos e culturais, entre outros. Presente no discurso geográfico desde os trabalhos pioneiros de Alexander von Humboldt no século XIX, o conceito de natureza acompanha a Geografia desde seus primórdios. Com base nessa premissa, nesta obra, busca-se garantir a interação entre a paisagem, a região e o território nos momentos em que os conceitos são abordados, obedecendo sempre a adequação à faixa etária.
O trabalho de campo e estudo do meio Trabalho de campo é um passeio a um determinado lugar com a finalidade de coletar informações, enquanto o estudo do meio é um trabalho mais elaborado de estudo de aspectos de algum lugar, que inclui um trabalho de campo. Acreditamos que esses passeios são fundamentais para o ensino de Geografia, uma vez que o objeto de estudo dessa ciência é o espaço geográfico. O contato com o espaço e a observação de seus elementos naturais e sociais permite a verificação empírica de teses ou informações vistas em sala de aula. Além disso, o trabalho de campo possibilita a interdisciplinaridade, posto que a realidade não é apreendida exclusivamente por meio da Geografia. Esse tipo de trabalho costuma ter grande potencial de atração, envolvendo os estudantes no seu processo de aprendizagem. No material, sugerimos alguns passeios, a fim de observar e interpretar a paisagem e determinados elementos. Geralmente são realizados na escola ou no seu entorno, de acordo com a proposta, com base nos espaços de vivência dos estudantes e, também, viabilizando sua realização na maioria das escolas do país. 12
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O trabalho de campo deve sempre ser precedido pelo planejamento de percurso e pelos objetivos, em um primeiro momento realizado pelo professor, e em seguida com os estudantes; deve também envolver alguma forma de registro e um trabalho de análise posterior.
A cartografia Juntamente com a alfabetização, propomos ensinar a leitura espacial e cartográfica. Buscamos instrumentalizar pouco a pouco as crianças para a compreensão do espaço geográfico, e a produção e leitura de mapas é parte importante desse processo. A cartografia aparece em todos os anos no material, uma vez que a proposta é sua integração aos conteúdos tratados, conforme previsto na da BNCC, apresentando-a de forma significativa e expondo sua utilidade, em contraposição a apresentá-la separadamente, colocando o mapa como um fim em si mesmo. Buscamos aumentar, a cada ano, a complexidade das representações espaciais apresentadas aos estudantes, bem como das habilidades necessárias para as elaborações cartográficas pedidas.
A avaliação No material digital há sugestões de diferentes formas de avaliação, incluindo questões abertas, fechadas, autoavaliação, avaliação da participação, avaliações individuais, em duplas e em grupos, atividades práticas, entre outras. A avaliação deve ser pensada continuamente durante o processo de ensino-aprendizagem. Seu objetivo central é orientar o trabalho do professor, oferecendo um panorama da aprendizagem, não servindo nunca como castigo ou forma de classificação dos estudantes. Entretanto, há diferentes funções para as avaliações em diferentes momentos do processo de ensino-aprendizagem. As avaliações devem seguir critérios claros, conforme aponta Hadji (2001); nesse caso, estão atreladas ao desenvolvimento das competências e habilidades da BNCC, sendo indicadas em cada material disponibilizado, a fim de possibilitar ao professor uma visão clara do que está sendo avaliado em cada atividade proposta.
Considerações finais O material digital foi elaborado com a finalidade de oferecer alternativas que colaborem para o desenvolvimento das competências e habilidades exigidas pela da BNCC para o Ensino Fundamental – Anos Iniciais. Intencionamos que esse material possibilite também uma maior inserção das tecnologias digitais em sala de aula, incentivando o professor a se apropriar dos dispositivos disponíveis para utilizá-los da melhor forma possível em seu trabalho, o que, por sua vez, proporciona familiaridade dos estudantes com as novas tecnologias, melhorando as suas possibilidades de uso. Buscamos também o entendimento da educação como formação integral, a fim de preparar os estudantes não apenas para seu desenvolvimento e sucesso profissional, mas enquanto cidadãos prontos para atuar de forma justa, participando da construção de uma sociedade mais igualitária. Lembramos que o material apresentado pode e deve ser adaptado de acordo com as necessidades de cada turma e professor.
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Geografia – Apresentação
Bibliografia BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação. Lei 9.394/1996. Brasília, 1996. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.htm>. Acesso em: 15 dez. 2017. ______. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular – Versão final. Brasília: MEC, 2017. Disponível em: <http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_ publicacao.pdf>. Acesso em: 2 dez. 2017. ______. Ministério da Educação/Secretaria de Educação Básica. Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica. Brasília: MEC/SEB, 2013. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br>. Acesso em: 9 dez. 2017. ______. Ministério da Educação. Programa de Apoio a Leitura e Escrita PRALER. Caderno de Teoria e Prática 6 – avaliação e projetos na sala de aula. Brasília: FNDE/MEC, 2007. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/praler/tp/tp6.pdf>. Acesso em: 3 dez. 2017. ______. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: introdução aos parâmetros curriculares nacionais. Brasília, 1997. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro01.pdf>. Acesso em: 15 dez. 2017. BUCK INSTITUTE FOR EDUCATION. Aprendizagem baseada em projetos: guia para professores de ensino fundamental e médio. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2008. CALLAI, Helena Copetti. Aprendendo a ler o mundo: a Geografia nos anos iniciais do ensino fundamental. Cedes. Campinas, v. 25, n. 66, 2005. CARLOS, Ana Fani A. O lugar no/do mundo. São Paulo: FFLCH, 2007. CASTELLAR, Sonia M. Vanzella (org.). Metodologias ativas: sequências didáticas. 1. ed. São Paulo: FTD, 2016. HADJI, Charles. Avaliação desmistificada. Porto Alegre: Artmed, 2001. SANTOS, Milton. A natureza do espaço: técnica e tempo, razão e emoção. São Paulo: Hucitec, 1996. ______. Metamorfoses do espaço habitado. São Paulo: Hucitec, 1988. ______. Técnica espaço tempo. Globalização e meio técnico-científico-informacional. São Paulo: Hucitec, 1994. SERAFIM, Maria Lúcia; SOUSA, Robson Pequeno de. Multimídia na educação: o vídeo digital integrado ao contexto escolar. In: MIOTA, F. M. C. S. C.; R. P. CARVALHO, A. B. G. (Orgs.). Tecnologias digitais na educação. Campina Grande: Eduepb, 2011. Disponível em: <http://books.scielo.org/id/6pdyn/pdf/sousa-9788578791247-02.pdf>. Acesso em: 16 dez. 2017. VITTE, Antonio Carlos; SILVEIRA, Roberison W. D. Considerações sobre os conceitos de natureza, espaço e morfologia em Alexander Von Humboldt e a gênese da geografia física moderna. Geousp: espaço e tempo, São Paulo. n. 27, 2010. Disponível em: <http://www.revistas.usp.br/geousp/article/view/74156>. Acesso em: 23 dez. 2017. Material disponibilizado em licença aberta do tipo Creative Commons – Atribuição não comercial (CC BY NC – 4.0 International). Permitida a criação de obra derivada com fins não comerciais, desde que seja atribuído crédito autoral e as criações sejam licenciadas sob os mesmos parâmetros.
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Geografia – 5o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento
Plano de desenvolvimento: População – o conjunto de pessoas de um lugar O tema “população”, que estamos propondo como objeto de estudo neste primeiro bimestre, deve ser desenvolvido com base no ramo do conhecimento geográfico conhecido como Geografia da população. Esse ramo considera, identifica e analisa as múltiplas relações que se estabelecem entre as pessoas na dinâmica que envolve a sociedade, os recursos ambientais e os meios técnicos existentes.
Conteúdos
Noções de demografia na Geografia da população A dinâmica populacional Diversidades étnico-culturais
Objetos de conhecimento e habilidades Objeto de conhecimento
Habilidade Relação com a prática didático-pedagógica
Objeto de conhecimento
Habilidade Relação com a prática didático-pedagógica
Dinâmica populacional (EF05GE01) Descrever e analisar dinâmicas populacionais na Unidade da Federação em que vive, estabelecendo relações entre migrações e condições de infraestrutura. Estabelecer relações entre escalas de conjuntos populacionais diversos: conjunto de pessoas da escola e conjuntos populacionais da unidade federativa e do Brasil. Diferenças étnico-culturais e desigualdades sociais (EF05GE02) Identificar diferenças étnico-culturais e desigualdades sociais entre grupos em diferentes territórios Reconhecer a diversidade étnico-cultural em grupos de pessoas próximas, como os colegas da escola, transferindo tais observações para conjuntos populacionais em escalas mais abrangentes.
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Geografia – 5o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento
Práticas de sala de aula Considerando-se a faixa etária e o estágio escolar dos estudantes, é importante observar os fenômenos e significados condizentes com os principais conceitos que compõem os estudos populacionais pela Geografia, a fim de que os estudantes possam identificar e estabelecer relações significativas entre esses fenômenos e conceitos. Assim, as atividades sequenciadas propõem a reflexão sobre a sutil diferença entre os significados de “pessoa” e “população”, levando-se em consideração suas escalas de observações. Os estudantes se reconhecem como pessoas, mas ainda desconhecem o fato de pertencerem a uma população, isto é, a um determinado conjunto de pessoas de um lugar em um determinado período de tempo. Esse conjunto só é percebido com maior precisão mediante levantamentos de dados, que são computados e convertidos em gráficos e tabelas. Posteriormente, esses dados são usados com finalidades variadas, como administrar e gerir políticas públicas, negócios econômicos e estudos analíticos da sociedade. A proposta de atividades é dialogar com o que os estudantes percebem e já conhecem, com base no reconhecimento que têm de si mesmos como parte integrante da população. Para compreenderem, por exemplo, a composição etária ou de gênero de uma população, pode ser realizado o estudo da composição da “população” da classe, como demonstrado no esquema 1.
Bentinho
Esquema 1: Estudo da população do grupo do 5o ano A.
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Geografia – 5o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento
Gráfico elaborado pelos autores.
Gráfico da composição do 5o ano A por sexo.
Composição etária – 5o ano A Idade
Pessoas
9 anos
3
10 anos
15
11 anos
3
32 anos
1
Total
22
Para garantir uma melhor compreensão nessa etapa inicial do processo, circular entre as escalas da pessoa e da população, voltando sempre ao ponto de partida (pessoa) para dar sentido à aprendizagem desse objeto de conhecimento. O objetivo dessa prática pedagógica é levar os estudantes a reconhecer a relação existente entre a pessoa – indivíduo ou sujeito social unitário – e a população, e também os dados estatísticos populacionais. Considera-se, então, que a pessoa esteja inserida na população, assim como a população envolva a pessoa; que a pessoa esteja na estatística, assim como a estatística inclua a pessoa. Observe o Esquema 2:
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Geografia – 5o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento
KIRYAKOVA ANNA/Shutterstock.com; Ktsdesign/Shutterstock.com; Den photographer 1985/Shutterstock.com
Esquema 2: A pessoa está inserida na população, assim como a população envolve a pessoa; a pessoa está na estatística, assim como a estatística inclui a pessoa.
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Geografia – 5o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento
Para que os estudantes possam atingir um nível de compreensão significativo das dinâmicas populacionais, como sugere a BNCC em sua lista de habilidades para ensino de Geografia (EF05GE01), é preciso que eles possam se perceberem- como parte dos dados estatísticos de censos periódicos nacionais. Para isso, iniciar o estudo com base no conceito de pessoa, cujo significado é acessível aos estudantes. Com o desenvolvimento das atividades propostas, um dos objetivos é que eles possam perceber como uma pessoa se transforma em população e passa a fazer parte do conjunto de pessoas a ser estudado, observado e usado como referência para o encaminhamento de políticas públicas (nacionais, estaduais ou municipais) e decisões nas áreas produtivas da indústria, do comércio e dos serviços. Na primeira sequência didática, o foco deve ser o reconhecimento dos conceitos básicos da Geografia da população com reflexões e produções de alguns conceitos básicos: população/crescimento populacional, densidade demográfica, estrutura etária e composição por sexo. Abordar também a composição étnico-cultural e estrutura populacional, contabilizando população feminina e masculina. No decorrer das atividades propostas e das aulas, esses conceitos básicos poderão ser aprofundados, com sugestões de encaminhamento de trabalhos para que os estudantes possam investigar situações e dados relacionados às dinâmicas populacionais do município e do estado onde residem. Na sequência didática 2, o conceito de densidade demográfica será aprofundado. Nesse momento, as ações propostas têm por objetivo incentivar o raciocínio dos estudantes, para estabelecerem a relação entre espacialidade e ocupação, considerando suas características mensuráveis e dados quantitativos que envolvem área e população. O foco das atividades propostas está na percepção e no reconhecimento das condições espaciais desiguais da distribuição populacional pelo território, não considerando a precisão de números e dados. Para isso, as atividades propõem a constatação do fenômeno e a reflexão sobre possíveis causas da configuração espacial da população em determinado lugar. Ao final, realizar o desenvolvimento de atividades para aplicar esses conceitos no estudo da dinâmica populacional do município e do estado onde se localiza a escola. Nas sequências didáticas 3 e 4, são aprofundados os conceitos relacionados aos fatores de crescimento populacional, respectivamente, crescimento vegetativo e migrações. Na sequência didática 4, são feitas referências aos processos migratórios internos e externos no Brasil, momento em que é possível explorar os dados estatísticos e outras informações sobre o tema, desenvolvendo-se com os estudantes os processos de composição da população local, em uma referência à habilidade (EF05GE02) da BNCC, que sugere a identificação das diferenças étnico-culturais e desigualdades sociais entre grupos em diferentes territórios.
Foco Alguns estudantes poderão encontrar dificuldades para realizar as atividades propostas e apropriar-se de seus conteúdos. Caso isso ocorra, é importante investigar as razões dessas dificuldades para que as intervenções sejam produtivas e positivas. Para isso, acompanhá-los durante didáticas praticadas nas aulas, fazendo intervenções pontuais, quando julgar necessário. Trabalhar a cooperação e colaboração entre os estudantes é fundamental para a inclusão dos que apresentam dificuldades. Se for preciso, intervir nessas situações com propostas que ajustem os ritmos diferentes desses estudantes, de modo que sejam auxiliados pelos próprios colegas. 19
Geografia – 5o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento
É essencial ajustar a linguagem conceitual ao significado das palavras referentes a objetos conhecidos pelos estudantes. Uma alternativa, que deve ser combinada com as demais, é sempre aproximar o conteúdo em questão à realidade dos estudantes, ao buscar referências significativas, que podem ser encontradas na realidade social, no convívio com familiares e pessoas da comunidade deles.
Para saber mais
BARRUCHO, Luís Guilherme; COSTA, Camilla. Brasil acolhe mais sírios que países na rota europeia de refugiados. Matéria jornalística da BBC que apresenta informações sobre o número de refugiados sírios que têm pedido asilo no Brasil. Disponível em: <http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/09/150904_brasil_refugiados_sirios_com paracao_internacional_lgb>. Acesso em: 27 jan. 2018. CUNHA, José Marcos Pinto da. Fluxos migratórios e a desigualdade persistente no Brasil. O autor comenta o processo migratório no Brasil do século XXI, chamando a atenção para a persistente desigualdade social e regional no país, com foco especial para a região Nordeste. Disponível em: <https://demografiaunicamp.wordpress.com/2017/02/01/ fluxos-migratorios-e-a-desigualdade-persistente-no-brasil/>.------- Acesso em: 27 jan. 2018. DANTAS, Eugênia Maria. Geografia da população. EDUFRN – UFRN, 2011. Disponível em: <http://www.sedis.ufrn.br/bibliotecadigital/site/pdf/geografia/geo_pop_Livro_Iva_WEB.pdf>. Acesso em: 29 jan. 2018. FREITAS, Patrícia Ponte de. Geografia da população: novas abordagens e possibilidades de estudo. VII Congresso Brasileiro de Geógrafos, 2014. A autora, professora de Geografia, aborda um breve histórico da Geografia da população, como campo de conhecimento da disciplina. Disponível em: <http://www.cbg2014.agb.org.br/resources/anais/1/ 1403926483_ARQUIVO_GEOGRAFIADAPOPULACAO_artigo_PatriciaPonte.pdf>. Acesso em: 26 jan.2018. FUNAI. Galeria de vídeos. Disponível em: <http://www.funai.gov.br/index.php/ comunicacao/galeria-de-videoss-->. Acesso em: 27 jan. 2018. Na galeria on-line há vídeos sobre acontecimentos recentes em terras indígenas. Acesso ao vídeo da série completa do documentário Índios no Brasil, 2013. IBGE. Explorar dados populacionais e representações das cidades e dos estados federativos do Brasil. Disponível em: <https://cidades.ibge.gov.br/painel/populacao.php? codmun=293330>. Acesso em 27 jan. 2018. Índios no Brasil: quem são eles? Reportagem para atualização e reflexão sobre o modo como vivem e o que pensam os índios no atual contexto da sociedade brasileira. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?time_continue=168&v=QQA9wuGgZjI>. Acesso em: 27 jan. 2018 MOREIRA, Rui. Para onde vai o pensamento geográfico? Por uma epistemologia crítica. São Paulo: Contexto, 2006. O autor apresenta a retrospectiva histórica do conhecimento geográfico em uma abordagem crítica a sua metodologia, epistemologia e história, fazendo referências ao “homem-estatístico”, surgido após a modernidade.
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5o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – Projeto integrador: Geografia, Língua Portuguesa e Matemática
Projeto integrador: Migração
Conexão com: GEOGRAFIA, LÍNGUA PORTUGUESA e MATEMÁTICA. Este projeto propõe a construção de um vídeo ou apresentação de uma reportagem a partir de dados coletados sobre a migração no município.
Justificativa O estudo de migrações fornece amplo material para a análise de gráficos e construção de diferentes formas de exposição das informações. Ao analisar os motivos que levam as pessoas a migrar, os estudantes se deparam com uma questão social que deve ser analisada por meio de diferentes meios para que seja compreendida em sua completude. Dessa forma, o projeto prevê que os estudantes pesquisem, construam e analisem gráficos, bem como interpretem textos de diferentes fontes para elaborar seu próprio entendimento sobre o processo migratório. Para apresentar as conclusões do projeto, os estudantes serão instigados a montar uma reportagem curta, que poderá ser disponibilizada nas redes sociais ou no blog da escola. A metodologia utilizada permite que os estudantes mobilizem conhecimentos das áreas de Matemática, Geografia e Língua Portuguesa, desenvolvam trabalho colaborativo em equipe para planejar as etapas do projeto e realizar as atividades, integrando ainda métodos de estudo e de organização e apresentação de informações.
Objetivos
Analisar textos de diferentes fontes sobre o processo migratório. Relacionar os processos migratórios com seus contextos sociais Organizar informações pesquisadas Selecionar informações em textos, imagens e gráficos Interpretar gráficos Construir gráficos Registrar as etapas de construção do projeto. Fazer relatos. Elaborar o roteiro de um vídeo Compartilhar vídeos em redes sociais ou via e-mail.
Competências e habilidades
Competências desenvolvidas
4. Utilizar conhecimentos das linguagens verbal (oral e escrita) e/ou verbo-visual (como Libras), corporal, multimodal, artística, matemática, científica, tecnológica e digital para expressar-se e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e, com eles, produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo. 5. Utilizar tecnologias digitais de comunicação e informação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas do cotidiano (incluindo as escolares) ao se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos e resolver problemas.
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5o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – Projeto integrador: Geografia, Língua Portuguesa e Matemática
6. Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao seu projeto de vida pessoal, profissional e social, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade. Matemática (EF05MA25) Realizar pesquisa envolvendo variáveis categóricas e numéricas, organizar dados coletados por meio de tabelas, gráficos de colunas, pictóricos e de linhas, com e sem uso de tecnologias digitais, e apresentar texto escrito sobre a finalidade da pesquisa e a síntese dos resultados. (EF05MA24) Interpretar dados estatísticos apresentados em textos, tabelas e gráficos (colunas ou linhas), referentes a outras áreas do conhecimento ou a outros contextos, como saúde e trânsito, e produzir textos com o objetivo de sintetizar conclusões.
Habilidades relacionadas*
Língua Portuguesa (EF05LP07) Simular jornais radiofônicos ou televisivos e entrevistas veiculadas em rádio, TV e internet, orientando-se por roteiro ou texto e demonstrando conhecimento dos gêneros textuais jornal falado e entrevista. (EF05LP09) Buscar e selecionar informações sobre temas de interesse escolar, em textos que circulam em meios digitais ou impressos, para solucionar problema proposto. Geografia
(EF05GE01) Descrever e analisar dinâmicas populacionais na Unidade da Federação em que vive, estabelecendo relações entre migrações e condições de infraestrutura. (EF05GE02) Identificar diferenças étnico-culturais e desigualdades sociais entre grupos em diferentes territórios. * A ênfase nas habilidades aqui relacionadas varia de acordo com o tema e as atividades desenvolvidas no projeto.
O que será desenvolvido Os estudantes deverão realizar uma pesquisa em grupo sobre a migração no Brasil. Para tal, irão selecionar dados principais e apresentá-los por meio de uma reportagem, utilizando gráficos para ilustrar as situações representadas.
Materiais e recursos
Folha de papel milimetrado Folha de papel coloridos Cartolina Folha de papel sulfite Régua Máquina fotográfica ou câmera de celular Tablet ou computador com acesso à internet Livros, enciclopédias e revistas que tratem do tema de migração 22
5o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – Projeto integrador: Geografia, Língua Portuguesa e Matemática
Cronograma
Tempo de produção do projeto: 1 mês/ 4 semanas/ 2 aulas por semana Número de aulas sugeridas para o desenvolvimento das propostas: 8 aulas
Aula 1: Sensibilização e apresentação do projeto Iniciar a aula debatendo com os estudantes as ideias que eles têm sobre migração. Perguntar se alguém sabe da origem de sua família, se sempre residiram naquele município ou se tem pais ou avôs que nasceram em cidades diferentes. Caso os estudantes não conheçam essas informações, solicitar como tarefa de casa que perguntem aos mais velhos sobre as origens da família e, em caso de migração, pedir que expliquem por que os familiares saíram de seus locais de origem. Deixar que os estudantes exponham suas impressões sobre motivos que levam alguém a mudar de município e compartilhem o que já sabem sobre o assunto. O presente projeto visa ampliar a visão dos estudantes sobre o tema e ao final eles deverão refletir sobre suas ideias iniciais e finais sobre o fenômeno. Finalizar a aula compartilhando com os estudantes o cronograma das atividades das aulas e orientando-os a anotá-lo na agenda. É importante estipular prazos com os estudantes, de forma a criar autonomia e responsabilidade.
Aula 2: Separação de tarefas Organizar a turma em grupos de 4 a 5 estudantes e orientá-los na escolha da função de cada um na construção do vídeo. Um ou dois estudantes devem ser os repórteres e apresentadores da matéria, um estudante deve ficar responsável pela câmera e outro estudante pela produção e direção do vídeo. Orientar para que todos ajudem a compor o roteiro e a planejar como será a apresentação da reportagem. Entregar folhas de papel sulfite aos estudantes para que eles escrevam as funções de cada um e o esboço do que pensam para o vídeo. Orientá-los para que pensem em um vídeo de aproximadamente 4 minutos. Esse é apenas um esboço inicial para que se possa sondar as ideias dos estudantes. O projeto final será feito após a realização de pesquisas. Caso não seja possível a realização de um vídeo na escola, manter o cronograma, mas orientar os estudantes a apresentar a reportagem como se fosse uma peça de teatro representando um jornal televisivo. Instruí-los a construir cartazes com as informações relevantes.
Aula 3: Pesquisando Orientar os estudantes a realizar a pesquisa sobre migração. Selecionar fontes de pesquisa sobre o assunto como, livros, revistas e material da internet. Caso seja possível, fornecer os links aos estudantes e pedir que busquem informações nas fontes sugeridas. A seguir elencamos alguns sites que podem servir como fonte de pesquisa sobre o assunto: IBGE: Publicações do IBGE sobre deslocamentos populacionais no Brasil. Disponível em: <https://www.ibge.gov.br/estatisticas-novoportal/sociais/populacao/9159-reflexoes-sobreos-deslocamentos-populacionais-no-brasil.html>. Acesso em: 15 dez. 2017. CARTA CAPITAL. Regulamento da lei da migração é uma catástrofe. Disponível em: <https://www.cartacapital.com.br/politica/regulamento-da-lei-da-migracao-e-uma-catastrof e-diz-especialista>. Acesso em: 15 dez. 2017.
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5o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – Projeto integrador: Geografia, Língua Portuguesa e Matemática
CONECTAS. Mitos e verdades sobre a lei de migração. Disponível em: <http://www.conectas.org/pt/acoes/politica-externa/noticia/47188-mitos-e-verdades-sobrea-lei-de-migracao>. Acesso em: 15 dez. 2017. IBGE - TEEN. Porcentagem de residentes que não vivem na unidade da federação em que nasceram (2015). Disponível em: <https://teen.ibge.gov.br/sobre-o-brasil/populacoa/ migracao.html>. Acesso em: 15 dez. 2017. NEXO JORNAL. Qual o retrato da migração estrangeira hoje no Brasil. Disponível em: <https://www.nexojornal.com.br/entrevista/2017/08/26/qual-o-retrato-da-migra%c3%a7%c 3%a3o-estrangeira-hoje-no-brasil-segundo-este-especialista>. Acesso em: 15 dez. 2017. NOVA ESCOLA. Os fluxos migratórios no brasil. Disponível em: <https://novaescola. org.br/conteudo/2323/os-fluxos-migratorios-no-brasil>. Acesso em: 15 dez. 2017. ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS - BRASIL. Refugiados & migrantes. Disponível em: <https://nacoesunidas.org/tema/refugiados-migrantes/>. Acesso em: 15 dez. 2017.
Informar os estudantes que eles devem ler o texto e anotar ideias principais, sempre citando a fonte das informações. Entregar folhas aos estudantes e colocar na lousa tabela como a abaixo: Título e fonte Informações principais Orientar os estudantes que na primeira linha devem falar qual o título do material e colocar a fonte, se é uma revista, um site, entre outros. Explicar que podem anotar as informações principais como um resumo ou texto corrido, mas também podem anotar em tópicos. Esclarecer que o fichamento é um material de estudos pessoal e que, portanto, cada um fará de um jeito. O importante é que o que eles acharem relevante deve estar anotado para que possam retomar depois. Informar os estudantes que as informações de gráfico também são muito importantes. Debater alguns gráficos presentes nos materiais com toda a turma de forma que eles possam criar pequenos textos com base nas informações presentes.
Aula 4: Construindo gráficos O IBGE fornece tabelas montadas a partir do último censo para analisar a migração no Brasil: <https://www.ibge.gov.br/estatisticas-novoportal/sociais/populacao/9662-censodemografico-2010.html?edicao=9750&t=resultados> Acesso em: 8 fev. 2018. Consultar no ícone “tabelas”, depois, “Municípios” referentes à unidade da federação em questão. Então, consultar a tabela que mostra os dados sobre a quantidade de imigrantes do município. Se preferir, retirar os dados da tabela do IBGE e montar, junto com os estudantes, uma tabela como a aqui exemplificada. Explicar que as atividades se referem à imigração, ou seja, sobre aqueles migrantes que foram morar no município. Fornecer a tabela do seu município aos estudantes. Segue exemplo de munícipio de Campina Grande, na Paraíba. Esses dados mostram, do total de habitantes de Campina Grande, em 2010, quantos eram os imigrantes e quais seus locais de origem (outras Unidades da Federação e do exterior). Não consideramos aqui os imigrantes de outros municípios da Paraíba, pois na tabela do IBGE a forma como os dados são disponibilizados, não permite a discriminação de migração municipal dessa unidade federativa para Campina Grande. 24
5o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – Projeto integrador: Geografia, Língua Portuguesa e Matemática
Imigrantes em Campina Grande (PB) Origem Total de residentes Rondônia 135 Pará 207 Roraima 34 Acre Amazonas 62 Amapá 8 Tocantins 31 Maranhão 417 Piauí 453 Ceará 2578 Rio Grande do Norte 4053 Pernambuco 10536 Alagoas 1028 Sergipe 254 Bahia 1395 Minas Gerais 461 Espírito Santo 91 Rio de Janeiro 4475 São Paulo 3959 Paraná 159 Santa Catarina 29 Rio Grande do Sul 206 Mato Grosso do Sul 21 Mato Grosso 46 Goiás 208 Distrito Federal 618 Brasil sem especificação 662 Exterior 138 Fonte: IBGE. Censo demográfico. Disponível em: <https://www.ibge.gov.br/estatisticas-novoportal/sociais/populacao/9662-censo-de mografico-2010.html?edicao=9750&t=resultados>. Acesso em: 7 fev. 2018.
Com esses dados, os estudantes podem montar um gráfico de barras no papel milimetrado ou em algum programa de computador que forneça essa ferramenta. O gráfico dos dados acima ficaria da seguinte forma (excluiu-se a Paraíba pois a análise é de migrantes):
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5o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – Projeto integrador: Geografia, Língua Portuguesa e Matemática
Imigrantes em Campina Grande (PB) 12000
10000
8000
6000
4000
2000
0
Total de residentes Gráfico elaborado pelos autores.
Gráfico representando o total da população imigrante no município de Campina Grande (PB). Fonte: IBGE. Censo demográfico. Disponível em: <https://www.ibge.gov.br/estatisticas-novoportal/sociais/populacao/9662-censo-demografico-2010 .html?edicao=9750&t=resultados>. Acesso em: 7 fev. 2018.
Se julgar adequado, o gráfico pode ser utilizado na reportagem, pois faz um panorama sobre a população local do município.
Aula 5: Debatendo descobertas Conversar com os estudantes sobre os dados de município em que a escola está localizada. Analisar os gráficos e verificar qual região tem mais imigrantes. Se na sua região existir um grupo de migrantes que mantém as tradições culturais de seu país de origem, solicitar aos estudantes que registrem algumas manifestações dessa comunidade na reportagem. Caso seja possível, os alunos também podem incluir no projeto a entrevista com algum migrante para entender melhor suas razões para mudar de estado. A reportagem pode ser feita apenas com dados coletados das fontes de texto, neste caso, orientar os estudantes a pensar em grupo nas razões dos números de migrações em sua região.
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5o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – Projeto integrador: Geografia, Língua Portuguesa e Matemática
Aula 6: Roteiro final Essa aula deve ser destinada a edição final dos roteiros. Com base nos debates anteriores e informações pesquisadas, os estudantes devem escrever o passo a passo do vídeo relacionando as informações mais importantes na ordem em que devem ser apresentadas. A gravação pode ser feita utilizando câmeras de celulares ou outro equipamento de filmagem disponível. Cabe ao professor definir se a gravação será toda em aula ou se algumas partes podem ser gravadas em casa e depois editadas. Caso a gravação não possa ser feita, também pode-se finalizar o roteiro para apresentação em forma teatral.
Aula 7: Edição Caso tenham optado pela gravação em vídeo, será necessário editá-lo para a apresentação final. Indicamos a seguir uma lista de programas on-line que podem ser usados para finalizar o vídeo. UNIVERSIA BRASIL. Conheça 10 aplicativos para criar videoaulas. Disponível em: <http://noticias.universia.com.br/destaque/noticia/2014/08/04/1109018/conheca-10-aplic ativos-criar-videoaulas.html>. Acesso em: 7 fev. 2018. Pode-se, também, utilizar softwares de apresentação de slides para compor parte do material exposto. Caso tenham optado pela apresentação em forma de teatro, essa aula pode ser utilizada para iniciar as apresentações.
Aula 8: Apresentando os resultados Pedir ao final de cada atividade que os estudantes escrevam um pequeno relato sobre o que viram e o que acharam mais interessante. Para isso é importante fornecer espaços de discussão entre os grupos e entre a turma toda. Cada uma das etapas do projeto podem ser compartilhadas no blog da escola, em redes sociais ou até por e-mail.
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5o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – Projeto integrador: Geografia, Língua Portuguesa e Matemática
Avaliação Aula
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Proposta de avaliação Verificar nesta aula o conhecimento prévio dos estudantes. Observar como os estudantes se posicionam e se compreenderam o cronograma do projeto. O principal foco dessa aula é a oralidade dos estudantes. Verificar também se os combinados vêm sendo cumpridos, ou seja, se os estudantes estão respeitando a vez de falar e se estão levantando a mão ao pedir a palavra, entre outros combinados. Observar se os estudantes compreendem as tarefas e se conseguem trabalhar em equipe para dividir as diferentes funções. Observar se os estudantes compreendem as bases de como se fazer o fichamento e também se conseguem retirar os dados mais relevantes do texto. Observar os gráficos construídos pelos estudantes e verificar se fizeram inseriram os dados corretamente. Se possível, imprimir e expor o material feito pelos estudantes. Verificar as conclusões dos estudantes a partir dos dados descobertos sobre migração no município. Observar o roteiro final e as gravações preliminares dos estudantes. Verificar se os estudantes conseguem editar o vídeo com as informações relevantes Avaliar o relato dos estudantes sobre as etapas construídas e os vídeos apresentados.
Avaliação final Na conclusão do projeto conversar com os estudantes sobre as atividades. Observar o avanço de cada aluno e do grupo no tema estudado ao longo do desenvolvimento do projeto. Permitir que falem sobre as eventuais dificuldades que tiveram e compartilhem como encontraram soluções para elas. Neste momento também é importante retomar o cronograma e os objetivos indicados no início do processo e avaliar se foram atingidos a contento. Realizar um debate final solicitando que os estudantes relatem o que mudou na visão deles sobre migração no município em que vivem.
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Geografia – 5o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 1a sequência didática
1a sequência didática: Transformando pessoas em população Para a Geografia, o estudo da população de um lugar pressupõe o domínio de alguns conceitos básicos; de fenômenos que podem ser observados pelos estudantes, de modo que sejam mais bem compreendidos por eles. Nesta sequência didática é proposto um conjunto de atividades para exploração desses fenômenos e a construção dos conceitos de população, população absoluta, composição da população por idade, sexo e etnia e daqueles implicados no crescimento populacional.
Relação entre BNCC, objetivos e conteúdos Objeto de conhecimento
Dinâmica populacional
Habilidade Objetivos de aprendizagem
Conteúdos
(EF05GE01) Descrever e analisar dinâmicas populacionais na Unidade da Federação em que vive, estabelecendo relações entre migrações e condições de infraestrutura. Identificar alguns fenômenos próprios da dinâmica populacional. Compreender a construção do conceito de população por meio da construção de um conjunto populacional hipotético. Reconhecer e explicar o fenômeno da diversidade num conjunto populacional hipotético. Conhecer diferentes meios de representação da composição de um conjunto populacional. População e população absoluta Composição da população por idade e sexo Composição da população por etnia/cor Crescimento populacional: migração Crescimento populacional: a relação entre natalidade e mortalidade Pirâmide etária de um conjunto populacional
Materiais e recursos
Fichas para impressão Projetor
Desenvolvimento
Quantidade de aulas: 3 aulas
Aula 1 Iniciar a aula a partir do reconhecimento da “pessoa” que está por trás dos números e estatísticas, levantados nos recenseamentos demográficos e utilizados como base de análises e atuações nos conjuntos populacionais de uma sociedade. Considerar o grau de abstração e complexidade dos conceitos implicados nos estudos da população. Realizar a composição de um conjunto populacional hipotético a partir da criação de personagens e narrativas construídas por grupos de estudantes. 29
Geografia – 5o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 1a sequência didática
A criação de personagens para um conjunto populacional deverá possibilitar a percepção do indivíduo (pessoa) que compõe o conjunto populacional. No decorrer das atividades, os estudantes perceberão como uma pessoa é considerada no conjunto de pessoas, ou seja, da população. Levantar os conhecimentos prévios dos estudantes sobre os conceitos demográficos mais frequentes. Para isso, escrever na lousa um quadro com as seguintes expressões: Pessoa – População – Crescimento populacional – Migração – Natalidade – Mortalidade Solicitar aos estudantes que escrevam no caderno o que entendem por esses conceitos. Orientá-los para que escrevam sobre todas as expressões e pedir-lhes que registrem a data. Dispor a turma em uma roda e pedir aos estudantes que digam as respostas deles. É provável que eles tenham dificuldades em expressar alguns dos significados e que recorram a exemplos ou narrativas para identificá-los como fenômenos reconhecidos. Ao terminar as apresentações, pedir-lhes que retomem as respostas que escreveram, para as modificar ou completar mediante as informações obtidas na conversa com os colegas. Explicar aos estudantes que essas respostas serão retomadas ao término da sequência didática. Composição de um conjunto populacional Anunciar aos estudantes que, com esta sequência de atividades, eles deverão compor um conjunto populacional que será analisado e estudado por todos. Explicar-lhes que para isso precisarão criar personagens que vão compor esse conjunto populacional imaginário.
1. Atividade em grupo: A pessoa que existe em cada um
Definir grupos de três a cinco estudantes e entregar a cada um a figura a seguir, chamando a atenção deles para as crianças na cena e para a legenda. Solicitar-lhes que criem uma legenda para essa figura, com informações hipotéticas que indiquem o lugar e quando se passa a cena. Eles devem incluir na legenda os nomes do município e da unidade federativa onde ela se encontra. É possível selecionar outra imagem semelhante, adequando-a para esta atividade.
ROBERTO WEIGAND
Crianças brincando de amarelinha perto da escola.
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Geografia – 5o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 1a sequência didática
Criação de uma história com personagens a partir da cena da imagem Pedir aos grupos que conversem sobre a cena da imagem mediante a observação das ações e expressões das crianças, levando em conta o lugar onde a cena se passa. Converse um pouco com os estudantes sobre o que sabem a respeito do lugar e do período mostrados na figura. Pedir que definam nomes e idades para as personagens dessa cena. Orientá-los a ir além da figura, considerando, por exemplo, o significado daquele momento para as personagens e do contexto no qual a cena se passa. O objetivo é dar movimento à cena, tanto no que se refere ao espaço, quanto ao tempo. Nessa narrativa, eles devem responder a questões como: Do que as crianças estão brincando? Onde estão brincando? Observando a paisagem, trata-se de uma área urbana ou rural? Todas as crianças participam da brincadeira? O que cada uma das crianças fará quando acabar a brincadeira? Observar que cada criança da figura deverá transformar-se em personagem. Depois dessa primeira conversa sobre a figura, os grupos deverão escolher três personagens e escrever em uma folha a parte a ficha do perfil (fictício) de cada personagem com os seguintes dados: Perfil da personagem: nome, idade, sexo (menino ou menina), lugar onde nasceu, bairro onde mora, etnia (branca, preta/negra, amarela/oriental, parda/mestiça, indígena), estágio escolar (ano), coisas que gosta de fazer, coisas que não gosta de fazer. Essa ficha deverá apresentar também informações sobre o círculo de familiares de cada personagem: pai, mãe, padrasto, madrasta, tios, avós, irmãos, primos. Para cada uma, indicar: idade, sexo (homem ou mulher), etnia, lugar de origem, o que fazem (trabalham ou estudam) e ocupação profissional dos adultos. Neste momento, incentivar os estudantes a pensar em diversas possibilidades sobre esses perfis: uma criança pode ser filha única, outra pode ser a caçula de três irmãos, outra pode não ter avós, possivelmente nem todas morem no mesmo bairro, gostam de coisas diferentes etc. Intervir pontualmente nos grupos para garantir um número significativo de personagens envolvidas na cena apresentada. Com base nas conversas dos estudantes sobre a cena mostrada na figura e nas fichas dos perfis elaboradas por eles, solicitar aos grupos a produção de uma narrativa, que poderá focar na cena da brincadeira da amarelinha ou em outras situações que envolvam uma ou mais personagens, seus familiares, sua história de vida, o ambiente de moradia. Exposição das narrativas e roda de conversa sobre elas Observando as particularidades das narrativas e dos perfis traçados pelos estudantes para as personagens, encaminhar a conversa para definir o conceito de pessoa, pontuando sobre as diferenças individuais; como vivem as pessoas e como elas organizam seu tempo e espaço. Talvez seja possível ainda encontrar elementos comuns que possibilitem categorizar a população: pessoas que vieram de outros lugares, diferenças relacionadas a etnia, atividades produtivas dos adultos (familiares) etc. É importante apontar as diferenças e semelhanças que surgirem entre as narrativas e construção de personagens feitas pelos diferentes grupos. Ao terminarem as apresentações, recolher as fichas dos perfis das personagens elaboradas pelos grupos, explicando aos estudantes que será feito um estudo dessas personagens e será elaborado um conjunto populacional único para ser trabalhado na aula seguinte. 31
Geografia – 5o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 1a sequência didática
Encerrar a conversa apontando as diferenças conceituais entre “pessoa” e “população”. Observar que as narrativas expressaram como age, o que faz, sente e pensa cada pessoa em uma dada situação. Já as fichas apresentam informações gerais e apenas algumas dessas informações serão consideradas para caracterizar o conjunto populacional que será construído.
2. Preparação do material para a organização de dados da “População das narrativas”
Os dados das fichas das personagens caracterizam cada uma das pessoas que de algum modo estão presentes nas histórias criadas pelos grupos. Feita a narrativa, esses dados – como idade, sexo, etnia, lugar de origem – serão utilizados nesta sequência para desenvolver com os grupos a noção de população. Analisar previamente as atividades para organizar tabelas, que serão preenchidas pelos grupos. Verificar os modelos de tabelas a seguir, que estão preenchidos com valores hipotéticos como exemplo. Aqui, o total da população soma 144 pessoas. Utilizar o modelo vazio para ser trabalhado com os estudantes. TABELA 1 – LUGAR DE ORIGEM (POPULAÇÃO DAS NARRATIVAS) Município local Outro município/mesmo estado Outro estado Outro país
Ex. 125
10
9
0
TABELA 2 – COMPOSIÇÃO DA POPULAÇÃO POR ETNIA/ COR (POPULAÇÃO DAS NARRATIVAS) Branca Negra Amarela Parda Indígena
Ex. 66
20
0
58
0
Observação: Durante a coleta de dados no censo realizado pelo IBGE com a população, a definição de pertencimento a esses grupos é feita pela pessoa entrevistada, ou seja, o recenseador apenas pergunta a qual grupo o entrevistado considera pertencer, e o próprio entrevistado dá a resposta. No caso da população analisada nesta atividade, o grupo de pertencimento das personagens será definido pelos estudantes, ao construir as fichas dos perfis.
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Geografia – 5o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 1a sequência didática
TABELA 3 – COMPOSIÇÃO DA POPULAÇÃO POR IDADE E SEXO (POPULAÇÃO DAS NARRATIVAS) Homens Mulheres Mais de 100 anos Ex.0 0 95 a 99 anos 90 a 94 anos 85 a 89 anos 80 a 84 anos 75 a 79 anos 70 a 74 anos 65 a 69 anos 60 a 64 anos 55 a 59 anos 50 a 54 anos 45 a 49 anos 40 a 44 anos 35 a 39 anos 30 a 34 anos 25 a 29 anos 20 a 24 anos 15 a 19 anos 10 a 14 anos 5 a 9 anos 0 a 4 anos Total
0 0 0 0 1 2 2 3 3 3 4 4 6 6 6 7 5 7 7 4 68
0 0 0 0 1 2 2 3 3 3 4 5 5 7 8 7 7 8 6 5 76
Aula 2 1. Organização dos dados: atividade em grupo
Iniciar a aula explicando aos estudantes que o conceito de população usado nos estudos demográficos e geográficos da atualidade se refere ao conjunto de pessoas que ocupa um lugar, observado e/ou recenseado em um determinado período. Esse lugar pode ser um bairro, um estado, uma região, um país ou todo o mundo. Para introduzir a ideia de população, retomar o material produzido na aula anterior, analisando agora os dados das fichas criadas pelos grupos sobre as personagens (pessoas) das narrativas. Anunciar a proposta aos estudantes explicando-lhes que vão organizar os dados do conjunto de pessoas que fizeram parte das narrativas, isto é, da população que fez parte das histórias criadas pelos grupos. Explicar-lhes que a reunião de todas as fichas das personagens corresponderá ao total da população analisada. Por exemplo, 144 pessoas (como aparecem nos totais nas tabelas 1, 2 e 3 acima).
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Dispor a turma da seguinte maneira: Organizar os estudantes em três grupos. Dividir as fichas dos perfis das personagens em três blocos, entregando um bloco a cada grupo. Distribuir tarefas diferentes a cada grupo: um grupo ficará responsável pela organização dos dados da tabela 1, outro pela tabela 2 e um terceiro, pela tabela 3. Os blocos das fichas deverão circular pelos grupos até a conclusão da tabulação dos dados. Depois de prontas as tabelas, afixá-las no mural e convidar os estudantes para a visitação e observação do conjunto de dados referente à “População das narrativas”.
2. Leitura dos dados: explicando alguns conceitos da Geografia da população
Explicar aos estudantes que, para conhecer melhor uma população, é necessário conhecer alguns conceitos. Sobre população e pessoas, comentar o fato narrado de alguma personagem e lembrar que essa pessoa está entre os dados organizados em todas as tabelas. Por exemplo, a mãe de uma das personagens poderá estar na coluna das pessoas que vieram de outros municípios do Estado X (tabela 1), na coluna da população de pessoas pardas (tabela 2) e no conjunto da população de mulheres de 35 a 39 anos (tabela 3). Mostrar então como as pessoas são consideradas como números, quando categorizadas pelos institutos de recenseamento em uma parte quantitativa da pesquisa, isto é, quando se transformam em população. Observar que os dados são publicados para consulta, análise e estudo por instituições, profissionais e pessoas de diversas áreas. Por exemplo, um geógrafo poderá usá-lo para compreender certa configuração espacial e a dinâmica da população; um investidor da área de produtos femininos tem interesse em conhecer o perfil de um conjunto populacional para avaliar o mercado de consumidores; gestores públicos têm muito interesse nesses dados para investir em políticas e ações administrativas mais adequadas para a sociedade. Retomar com os estudantes que “população” se refere a um conjunto de pessoas de um determinado lugar em um determinado período. No caso hipotético analisado – a população da narrativa – trata-se de um conjunto populacional do município da escola (considerando-se que os autores da narrativa pertençam a esse município, e seus conteúdos e descrições expressem a realidade local), e o período refere-se a um passado vivido por muitos de seus familiares (ano 2000). Comentar com eles que, ao observar os dados de recenseamentos feitos em períodos diferentes, podemos avaliar a dinâmica desse conjunto populacional percebendo as alterações nos dados de natalidade, mortalidade, faixa etária da mortalidade, número de pessoas que saíram e número de pessoas que chegaram num lugar, alterações na composição étnica, alterações socioeconômicas etc. Explicar-lhes que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) é a organização estatal do Brasil responsável pelos levantamentos e gerenciamentos dos dados estatísticos brasileiros, que faz o levantamento de diferentes tipos de dados sobre a população do país.
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Geografia – 5o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 1a sequência didática
Comentar com os estudantes que a composição de uma população revela em números como são as pessoas que formam esse agrupamento. A tabela 2 mostra a composição por etnia; a tabela 3 mostra a composição por idade, distribuída na composição por sexo. Com essas informações podemos entender um pouco mais sobre como são as pessoas de um lugar. Se há mais homens ou mulheres, se há diversidade étnica entre as pessoas, a quantidade de idosos e de crianças etc. Observar que os números da tabela de uma dada composição populacional não revelam, no entanto, aspectos de uma narrativa de pessoas ou do dia a dia de um lugar quanto aos sentimentos e atitudes relacionados aos preconceitos construídos socialmente: desrespeito ou desconsideração com o idoso, com a população negra ou com a população indígena. Aproveitar este momento para trabalhar com outros meios de representar esses dados. Observar, a seguir, a construção da pirâmide etária e um gráfico de colunas ou barras com os dados da composição por idade e sexo e da composição étnico-racial. Construindo uma pirâmide etária Apresentar aos estudantes uma pirâmide etária, explicando-a. Mostrar-lhes como essa representação gráfica facilita a leitura da composição populacional e possibilita estudar a qualidade de vida conforme a longevidade, e perceber a relação entre adultos, jovens e crianças de ambos os sexos de uma dada sociedade. Construir uma pirâmide etária da “População da narrativa”, usando os dados tabulados na tabela 3. Pedir aos estudantes que preencham os campos das colunas e linhas da tabela a partir do centro com caracteres diferentes para homens e mulheres. Para isso, eles deverão consultar as tabelas afixadas no mural.
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Pirâmide etária Quant.
Quant.
Mais de 100 anos
0
00
95 a 99 anos
0
00
90 a 94 anos
0
00
85 a 89 anos
0
00
80 a 84 anos
0
00
75 a 79 anos
01
X0
01
70 a 74 anos
02
XX 00
02
65 a 69 anos
02
XX 00
02
60 a 64 anos
03
XXX 000
03
55 a 59 anos
03
XXX 000
03
50 a 54 anos
03
XXX 000
03
45 a 49 anos
04
XXXX 0000
04
40 a 44 anos
04
XXXX 00000
05
35 a 39 anos
06
XXXXXX 00000
05
30 a 34 anos
06
XXXXXX 0000000
07
25 a 29 anos
06
XXXXXX 00000000
08
20 a 24 anos
07
XXXXXXX 0000000
07
15 a 19 anos
05
XXXXX 0000000
07
10 a 14 anos
07
XXXXXXX 00000000
08
5 a 9 anos
07
XXXXXXX 000000
06
0 a 4 anos
04
Total
68
XXXX 00000
05 76
HOMENS
MULHERES
Construindo gráfico de colunas/barras: Composição étnica da “População da Narrativa” Orientar os estudantes que construam um gráfico semelhante, em uma folha de caderno pautada. É importante orientá-los na composição dos eixos. Pedir-lhes que tracem o eixo vertical à esquerda, numerando as linhas horizontais com os dados correspondentes ao montante da população a ser representada. Estabelecer o período de 10 em 10 entre esses números. No eixo horizontal inferior, escrever os nomes das categorias e desenhar as colunas de acordo com o montante numérico fornecido pela tabela. O gráfico deverá ficar como o modelo a seguir:
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Exemplo de gráfico mostrando a composição étnica de uma população
Análise de gráficos e de tabelas Observando a pirâmide etária da “população das narrativas”, conversar com os estudantes sobre a faixa de 0 a 4 anos, confrontando-a com as faixas acima de 65 anos. Levantar com eles hipóteses sobre a configuração da pirâmide em relação ao número de pessoas dessas faixas etárias. Desenvolver o conceito de taxa de crescimento vegetativo. Explicar-lhes que essa taxa se refere a um cálculo entre o número de pessoas que nasceram e o número de pessoas que morreram em um determinado período. Este é mais um momento de comparar os conceitos de pessoa e de população, pois nascimentos e mortes na escala pessoal são fatos que mobilizam nossos sentimentos. Nas tabelas e pirâmides etárias constam números que indicam situações de qualidade de vida, incentivam políticas públicas, mas são apenas números que não estimulam qualquer reação afetiva nas pessoas. Lugar de origem e crescimento populacional migratório Os dados da tabela 1 revelam se existem pessoas nesse conjunto populacional que abandonaram seus lugares de origem para tentar a vida em outro município, estado ou país. Esses dados poderiam fazer supor quais seriam as razões que levam alguém a migrar de um lugar para outro. É possível pesquisar algumas dessas razões consultando as narrativas. A partir desses relatos, discorrer sobre as diferentes causas dos processos migratórios. Explicar aos estudantes o conceito de migração, que consiste no movimento de saída e entrada de pessoas em um lugar. Comentar que existem vários tipos de migrações. Elas podem ser temporárias, periódicas ou definitivas. Acrescentar, ainda, que a chegada de pessoas de fora contribui para o aumento da população do lugar, assim como a saída das pessoas que migram contribuem para a sua diminuição. Isto é, a migração é um fator muito importante na avaliação da dinâmica populacional de um lugar. Explicar-lhes que os institutos de recenseamento analisam os dados de migração de um lugar identificando quantas pessoas saíram e quantas entraram em um determinado período de tempo. Em seguida estabelecem um valor chamado de taxa de crescimento migratório. 37
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Conclusão Esta sequência de atividade não tem por objetivo fixar definições sobre os conceitos trabalhados, mas permitir que os estudantes possam compreendê-los a partir da observação de fenômenos pessoais mais próximos da realidade deles. Espera-se que, a partir desse primeiro contato, adquiram as primeiras noções relacionadas a esses conceitos, os quais serão desenvolvidos e aprofundados ao longo da experiência escolar. Também é importante que o trabalho de tabulação de dados e o preenchimento de tabelas sobre a população hipotética das narrativas ajude-os na compreensão de diferentes meios de representação de dados e seja um instrumento de auxílio para essas leituras tão necessárias para a continuidade da formação escolar nesta área do conhecimento. A relação central trabalhada foi a relação entre a pessoa, a população e os dados estatísticos. É importante que, no final, os estudantes possam reconhecer a “população” na “pessoa”; a “pessoa” na “população” e os dados estatísticos que permeiam essa relação.
Avaliação Verificar a aprendizagem dos estudantes comparando as noções prévias deles sobre os conceitos desenvolvidos e grau de transferência que conseguem fazer na leitura de dados sobre os levantamentos feitos pelo IBGE para o município do estado onde residem. Avaliar o que sabiam antes e o que sabem agora. Para isso, escrever na lousa, no seguinte formato, as expressões apresentadas no início desta sequência didática: Pessoa – População – Crescimento populacional – Natalidade Mortalidade – Crescimento populacional – Migração Pedir-lhes que escrevam em uma folha de caderno as explicações sobre os conceitos e relações entre eles. Ao terminarem, pedir-lhes que releiam as anotações iniciais feitas na primeira aula e as comparem com suas respostas atuais. Durante a realização da tarefa, circular entre os estudantes para perceber o quanto conseguem identificar os equívocos iniciais e estabelecer relações entre os conceitos. Observação: Na relação entre pessoa e população, os estudantes deverão fazer referências à experiência narrativa para identificar o conceito de pessoa e seu lugar no conjunto populacional. Verificar, então, de que maneira o estudante expressa a ideia de pertencimento da pessoa a um conjunto populacional. Na relação entre crescimento populacional e natalidade/mortalidade, ainda que os estudantes não façam referência à expressão “crescimento vegetativo” (o que seria favorável), pode-se considerar aquisição de aprendizagem, se mostrarem ter compreendido que existe um cálculo entre os números de ocorrências de natalidade e mortalidade que influi na dinâmica populacional. Para os estudantes explicarem a dinâmica populacional (crescimento) pela via das migrações, devem mostrar ter compreendido o conceito de migração como o deslocamento, definitivo ou não, de pessoas entre lugares, e este como fator de influência no acréscimo e diminuição da população de um lugar. Em relação à pirâmide etária, os estudantes deverão falar sobre a sua representação como meio de expressar a composição e distribuição das pessoas por sexo e por idade. Ela mostra qual é a população de crianças, de idosos e de adultos de um lugar. Não é preciso que os estudantes façam interpretações aprofundadas desses meios de expressar dados populacionais. Se alguns estudantes não conseguirem identificar diferenças nem expressar corretamente as relações solicitadas, pode-se realizar a avaliação oral intermediada por sugestões nas quais possam encontrar apoio para desenvolver o raciocínio deles. 38
Geografia – 5o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 1a sequência didática
Ampliação Leituras de dados populacionais do nosso município e unidade federativa Pesquisar e preparar atividades a partir de dados do município e da unidade federativa onde se encontra a escola propondo aos estudantes leituras e interpretações sobre crescimento populacional, composição etária, composição étnica e processos migratórios. Seguem sugestões de links para obtenção desses dados: Para acessar dados sobre municípios. Neste endereço é possível encontrar diferentes tipos de dados, pirâmide etária e outros gráficos populacionais sobre o município: <https://cidades.ibge.gov.br/xtras/temas.php?lang=&codmun=293330&idtema=16&search= ||s%EDntese-das-informa%E7%F5es>. Acesso em: 28 jan. 2018. Neste endereço se encontram informações e dados populacionais de todas as unidades federativas do Brasil a partir de 1960: <https://censo2010.ibge.gov.br/sinopse /index.php?dados=8>. Acesso em: 28 jan. 2018. Estimativas populacionais para todos os municípios e estados da federação são encontradas neste endereço: <https://ww2.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/ estimativa2016/estimativa_dou.shtm>. Acesso em: 28 jan. 2018. A identificação das noções e conceitos trabalhados nos dados e representações de contextos diferentes e ampliados como obtidos na pesquisa sobre o município e estado onde está localizada a escola possibilitará o exercício de transferir os conhecimentos e habilidades trabalhadas para situações novas. Nesse caso, é possível avaliar mais uma vez o grau de aprendizagem de cada estudante que se revelará na desenvoltura e fluidez demonstrada na realização das atividades e tarefas que forem solicitadas a ele. Para isso, é importante que sejam feitas comparações de dados em tempos e em lugares (municípios) diferentes.
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Geografia – 5o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 2a sequência didática
2a sequência didática: Distribuição da população: Onde está a população do Brasil? Nesta sequência didática serão abordados os conceitos relacionados à dinâmica da população no que se refere a sua distribuição pelo território brasileiro, em suas unidades federativas. As ações propostas têm por objetivo incentivar o raciocínio relacional entre a espacialidade e sua ocupação, considerando-se dados quantitativos que envolvem área e população. Tendo-se em vista o estágio escolar dos estudantes, é importante evitar cálculos e operações matemáticas elaboradas, das quais eles ainda não têm suficiente domínio. O foco será a percepção e o reconhecimento das condições espaciais da distribuição do elemento “população” pelo território, não importando a precisão de números e dados. Para isso, as atividades propõem a constatação do fenômeno e a reflexão sobre possíveis causas da desigualdade na configuração espacial da população brasileira.
Relação entre BNCC, objetivos e conteúdos Objeto de conhecimento
Dinâmica populacional
Habilidade Objetivos de aprendizagem
Conteúdos
(EF05GE01) Descrever e analisar dinâmicas populacionais na Unidade da Federação em que vive, estabelecendo relações entre migrações e condições de infraestrutura. Compreender o significado de “densidade demográfica”, conceito que designa a relação território/ocupação. Reconhecer as diferentes densidades demográficas em áreas urbanas e rurais. Reconhecer dados populacionais do território brasileiro e suas unidades federativas mediante a observação de mapas, gráficos e tabelas. Distribuição populacional Densidade demográfica/População relativa Populoso Povoado Distribuição populacional no Brasil e nas unidades federativas
Materiais e recursos
Lápis grafite Borracha Lápis de cor
Desenvolvimento
Quantidade de aulas: 2 aulas
Aula 1 Antes de iniciar as atividades, fazer um levantamento do conhecimento prévio dos estudantes, verificando o que entendem pelas expressões “população absoluta”, “população relativa”; “densidade demográfica” e sobre a diferença entre as palavras “populoso” e povoado”. 40
Geografia – 5o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 2a sequência didática
Registrar as respostas deles para serem confrontadas posteriormente com os conceitos que serão desenvolvidos durante as atividades. Para compreender o conceito de densidade demográfica ou população relativa, é importante propor aos estudantes a observação de pequenas áreas e analisar situações mais concretas, a fim de despertar o interesse deles e obter resultados mais positivos. Organizar os estudantes em duplas e propor a resolução das atividades a seguir. Solicitar que cada dupla faça primeiro a leitura das imagens e suas legendas e, em seguida, a leitura do texto da situação-problema, respondendo às questões na ordem em que são propostas. Explicar que é apresentada uma situação simulada, que tem como cenário os estádios mostrados nas figuras.
1. Observe as imagens abaixo e a partir dos dados das legendas identifique qual é o maior
estádio. Justifique. Resposta: As legendas das imagens nos informam que a capacidade de acomodação do estádio A é maior que a do estádio B. Além disso, indicam as respectivas áreas, informando que a área do estádio B é inferior à do estádio A. ESTÁDIOS DE FUTEBOL
Editoria de Arte
Capacidade: 60 000 pessoas Área construída: 100 000 metros quadrados
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Editoria de Arte
Capacidade: 20 000 pessoas Área construída: 45 000 metros quadrados
Leia o texto a seguir e responda às questões. Um campeonato importante de futebol estava em andamento no município onde se localizam os estádios A e B. Em um domingo, houve ocorrência simultânea de duas partidas do campeonato. Uma delas ocorreria no estádio A, e a outra, no estádio B. Torcedores das duas partidas se anteciparam na compra de ingressos para assistirem aos jogos. Deu tudo certo para os torcedores que se dirigiram ao estádio A. Mas nem todos os torcedores dos times que jogariam no estádio B conseguiram ingressos para ver a partida. O estádio B ficou lotado. Segundo informações divulgadas pelos meios de comunicação, mais de duas mil pessoas que iriam ao estádio B ficaram sem ingressos e tiveram de voltar para casa.
2. Com esses dados, é possível afirmar que o número de torcedores interessados em assistir
ao jogo no estádio B era maior que o número de torcedores interessados no jogo do estádio A? Justifiquem. Resposta: Não, porque sabemos que o estádio A é maior e comporta um número muito grande de pessoas. Muito mais do que o estádio B.
Avaliar a resposta dos estudantes como uma primeira reflexão sobre a relação área ocupação (número de pessoas). Alguns estudantes poderão, apressadamente, pensar e responder que existia um número maior de torcedores dos times que jogariam no estádio B, sem prestar atenção à informação sobre os tamanhos diferentes dos estádios. 42
Geografia – 5o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 2a sequência didática
Leia o trecho a seguir e responda: Todos ficaram sabendo mais tarde que foram vendidos um total de 41 000 (quarenta e um mil) ingressos considerando-se a venda nos dois estádios, sendo que 21 000 (vinte e um mil) foram vendidos no estádio A.
3. Qual partida atraiu mais torcedores? A partida do estádio A ou a partida do estádio B?
Resposta: A partida do estádio B. Espera-se que os estudantes cheguem a essa conclusão levando em conta dois caminhos possíveis: 1) o estádio ficou lotado e a legenda da imagem nos informa que a lotação é de 20 mil pessoas; 2) Se o total dos ingressos vendidos foi de 41 000 e o estádio A vendeu 21 000, então sobram 20000, que foram vendidos no estádio B. Sabemos que mais de 2 000 pessoas que veriam a partida no estádio B voltaram para suas casas e que eram torcedores dos times que jogariam nesse estádio. Portanto, o jogo do estádio B atraiu um público de torcedores superior a 22 000 pessoas. Comparado ao total do público do estádio B (21 000 torcedores) o público do jogo do estádio B era maior.
Caso os estudantes apresentem dificuldades para solucionar a operação matemática, sugerimos que a resolução e a correção sejam feitas coletivamente. Em seguida, para introduzi-los à próxima questão, explicar a legenda referente a cada retângulo nas arquibancadas do estádio: o retângulo em branco corresponde a 1 000 lugares disponíveis. Já o retângulo preenchido em azul corresponde a 1 000 lugares ocupados por torcedores. Pedir que preencham os retângulos na cor azul para representar a quantidade de torcedores que estiveram presentes em cada estádio, nas partidas de domingo. Orientar os estudantes na definição do número de retângulos que devem ser preenchidos para responder à questão. Explicar a legenda da figura, reforçando que cada retângulo representa o montante de 1 000 pessoas. Retomar os números de torcedores que foram nos estádios (21 000 no estádio A e 20 000 no estádio B). Ajudá-los a calcular a correspondência entre o retângulo azul e o número de pessoas a partir das operações matemáticas que eles já dominam. Mostrar como o conjunto de 41 mil torcedores se transforma em 20 retângulos, que devem ser colocados no estádio B, e 21, no estádio A.
4. Complete as figuras dos estádios preenchendo os retângulos das arquibancadas em azul.
Vocês representarão o número de torcedores que estiveram presentes em cada estádio, nas partidas ocorridas naquele domingo. Primeiramente, pedir aos estudantes que espalhem os torcedores pelas arquibancadas, incentivando-os a refletir sobre os melhores lugares para ver a partida. Espera-se que eles pensem nas arquibancadas da frente e evitem os cantos laterais na figura do estádio A. Eles deverão preencher 21 retângulos nas arquibancadas do estádio A e 20 retângulos nas arquibancadas do estádio B. As imagens deverão ficar parecidas com as seguintes:
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Editoria de Arte; Marcos Machado
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Geografia – 5o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 2a sequência didática
Ao terminarem o questionário, comentar as respostas e pedir que façam comparações entre as duas figuras quanto à distribuição e à concentração de pessoas. Explicar aos estudantes que, a partir de agora, os dados sobre os estádios serão analisados usando os conceitos geográficos sobre população. Escrever na lousa os seguintes conceitos: População Absoluta – Número total de pessoas de um lugar. Não importa a área. Um lugar bem populoso é um lugar com um número grande de pessoas. População Relativa: É o número total de pessoas relacionado à área do lugar: Densidade Demográfica – indica a população relativa porque se refere ao número de pessoas por metro quadrado ou por km quadrado. Após a exposição dos termos, pedir que respondam ao questionário a seguir:
1. No domingo do jogo, qual dos estádios apresentava maior população absoluta? Justifique. Estádio A. Porque tinha um número maior de pessoas.
2. No domingo do jogo, qual dos estádios apresentava maior densidade demográfica? Justifique. Estádio B. Porque tinha maior concentração de pessoas.
3. Qual estádio se apresentava mais populoso? Justifique.
Estádio A. Porque estava ocupado por um número maior de pessoas.
4. Qual estádio se apresentava mais povoado? Justifique.
Estádio B. Porque estava lotado e não havia lugar para mais ninguém.
Para concluir, iniciar uma roda de conversa e discutir com os estudantes as possíveis razões da má distribuição desses torcedores pelos estádios da cidade. O que poderia ter sido feito para garantir a presença de todos os torcedores da partida ocorrida no estádio B? Anotar as respostas dos estudantes e conversar sobre as hipóteses.
Avaliação Avaliar a participação dos estudantes durante as aulas e como eles trabalham em duplas para realizar as atividades. Avaliar também o envolvimento e os resultados de cada estudante.
Ampliação Dispor a turma em semicírculo e apresentar o mapa da densidade demográfica no Brasil. Conduzir a exploração do mapa com perguntas que auxiliem os estudantes a fazer uma leitura aprofundada do mapa. .
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Geografia – 5o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 2a sequência didática
Brasil: densidade demográfica
Allmaps
Mapa de densidade demográfica no Brasil Fonte: IBGE. Atlas Geográfico Escolar. Rio de Janeiro: IBGE, 2012. p. 114.
Explicar a legenda: Área de grande concentração populacional. Área muito povoada Área de povoamento médio Área pouco povoada Área de povoamento muito fraco
Solicitar que observem a situação do estado onde se localiza a escola e comentar com eles sobre a situação demográfica desta unidade da federação. Pedir comparações entre estados e regiões mais e menos povoadas. Indagar se conhecem as razões que explicam essa configuração. 46
Geografia – 5o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 2a sequência didática
Apresentar aos estudantes a tabela do IBGE sobre a distribuição da população rural e urbana do estado em diferentes décadas. Essa tabela está disponível em: <https://censo2010.ibge.gov.br/sinopse/index.php?dados=8> (acesso em: 28 jan. 2018). Comentar a tendência à concentração da população urbana, cuja área é sempre muito menor do que a área destinada às atividades rurais. Comparar a situação do estado e do município onde se localiza a escola com a de estados de extrema concentração, como São Paulo e Rio de Janeiro, e com a de estados de menor concentração populacional, como os da Região Norte e Centro-Oeste. Depois dessa conversa, encaminhar uma pesquisa sobre a dinâmica da população do município e do estado onde se localiza a escola, com o fim de aplicar os conteúdos conceituais trabalhados nesta sequência didática e desenvolver repertórios relacionados aos lugares de vivência dos estudantes.
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Geografia – 5o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 3a sequência didática
3a sequência didática: Dinâmica populacional no Brasil: crescimento vegetativo Nesta sequência didática será trabalhado o conceito de “crescimento vegetativo” da população e sua dinâmica no decorrer das últimas décadas no Brasil mediante os dados fornecidos pelos recenseamentos do IBGE.
Relação entre BNCC, objetivos e conteúdos Objeto de conhecimento
Dinâmica populacional
Habilidade Objetivos de aprendizagem
Conteúdos
(EF05GE01) Descrever e analisar dinâmicas populacionais na Unidade da Federação em que vive, estabelecendo relações entre migrações e condições de infraestrutura. Reconhecer a dinâmica populacional do ponto de vista do seu crescimento vegetativo. Identificar a dinâmica do crescimento vegetativo da população brasileira mediante os dados fornecidos pelos recenseamentos do IBGE. Crescimento vegetativo ou natural Crescimento vegetativo ou natural no Brasil – últimas décadas
Materiais e recursos
Ficha de atividades impressa com número de cópias para cada um dos estudantes Lápis grafite Borracha
Desenvolvimento
Quantidade de aulas: 1 aula
Aula 1 Iniciar a aula pedindo aos estudantes que avaliem o crescimento do conjunto populacional da família deles estendida (pai, mãe, irmão, avós paternos e maternos, tios paternos e maternos e primos paternos e maternos). Solicitar-lhes que desenhem dois esquemas no caderno: um com o número atual de pessoas dessa família e um como ela era quando tinham 8 anos de idade. Verificar então a diferença numérica dessa população e perguntar-lhes se a família cresceu, diminuiu ou tem o mesmo número de pessoas. Conferir com eles se houve alterações no conjunto populacional observado. Identificar as alterações decorrentes dos números de nascimentos e mortes na família. Espera-se que, no conjunto dos relatos dos estudantes, sejam encontrados fatores de nascimentos e mortes que ajudem a conduzir a discussão sobre o conceito de crescimento vegetativo. Fazer a correspondência com o tema “crescimento populacional”, que será desenvolvido posteriormente. 48
Geografia – 5o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 3a sequência didática
Depois, distribuir aos estudantes a ficha de atividade, disponível no final deste documento, e pedir-lhes que acompanhem as explicações e façam as atividades propostas. Escrever na lousa a seguinte informação: O número de habitantes de uma determinada localidade (município, estado ou país) costuma variar de acordo com dois fatores: Crescimento vegetativo ou natural. Migração. Explicar aos estudantes que chamamos de “crescimento vegetativo ou natural” a diferença entre os nascimentos e as mortes ocorridas no conjunto de população de uma localidade em um determinado período (retomar a atividade de sensibilização como referência). A ilustração da ficha de atividade tem por objetivo chamar a atenção deles para esse conceito, que comumente não conseguem assimilar ou memorizar devido à impessoalidade relativa aos dados numéricos. Explicar aos estudantes que, apesar da palavra usada na denominação do conceito, o “crescimento” vegetativo pode indicar diminuição ou estabilização da evolução quantitativa da população, pois pode ser positivo, zero ou negativo, conforme a dinâmica dos elementos mortalidade e natalidade. Explicar-lhes os seguintes pontos: Não há crescimento da população (ou seja, o crescimento é zero) quando são iguais o número de nascimentos e o de mortes em uma determinada localidade, em um certo período. A população diminui (crescimento negativo) quando o número de mortes for superior ao número de nascimentos em uma localidade, em um determinado período. Dar exemplos de locais de onde a população jovem costuma migrar, e grande parte da população local passa a ser formada por pessoas de mais idade ou idosos. Falar sobre extremos, como situações de guerras prolongadas ou epidemias que resultam em um alto índice de mortalidade. A população aumenta quando o número de nascimentos é superior ao número de mortes, o que vem ocorrendo há muito tempo no Brasil. Ao terminar, pedir-lhes que realizem as atividades a seguir.
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Geografia – 5o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 3a sequência didática
1. Observe a composição de imagens na figura e explique o significado de crescimento vegetativo ou natural de um conjunto populacional:
CRESCIMENTO VEGETATIVO OU NATURAL
Aliaksei_7799/Shutterstock.com; Sudowoodo/Shutterstock.com; AVA Bitter/Shutterstock.com
BALANÇA A _______________________________________________________ BALANÇA B _______________________________________________________ BALANÇA C________________________________________________________
Os estudantes deverão explicar que o crescimento vegetativo ou natural da população se refere às diferenças entre os nascimentos e mortes de um conjunto populacional.
2. Complete a legenda da figura explicando o tipo de crescimento populacional representado nas balanças. Os estudantes devem responder que a balança A representa o equilíbrio entre mortalidade e natalidade, e que a população do lugar se estabilizou naquele período (crescimento zero). A balança B representa uma população em queda, diminuindo (crescimento negativo). A balança C representa a população em efetivo crescimento (crescimento positivo).
Apresentar aos estudantes, então, a tabela que mostra as taxas de crescimento vegetativo da população brasileira, solicitando-lhes que identifiquem nela o tipo de crescimento ocorrido no Brasil ao longo desse período. 50
Geografia – 5o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 3a sequência didática
Antes de responderem à questão 3 da ficha 1, explicar-lhes os dados e as informações da tabela: O censo demográfico é a contagem da população de um país feita de tempos em tempos, e no Brasil o IBGE é o instituto oficial responsável pelos recenseamentos realizados no país a cada dez anos. Pela complexidade do conceito matemático, explicar brevemente aos estudantes como as taxas de natalidade e de mortalidade são definidas, dizendo-lhes que são extraídas do montante numérico total de nascimentos e mortes, comparados com o montante total da população. Dessa comparação são estabelecidas as relações para cada grupo de 1 000 pessoas. Explicar-lhes como chegam à taxa de crescimento natural.
3. Observe a tabela abaixo, com as taxas de natalidade e mortalidade e a evolução do
crescimento vegetativo da população brasileira ao longo do período de 1951 a 2010, e responda às questões a seguir:
Período 1951-1960 1961- 1970 1971-1980 1981-1990 1991-2000 2001-2010
CRESCIMENTO VEGETATIVO NO BRASIL (1970-2010) Taxa de natalidade Taxa de mortalidade Crescimento natural (por mil habitantes) (por mil habitantes) (por cento/por mil habitantes) 43,20 14,20 2,3 / 23,5 38,70 9,80 2,9 / 29 33 8,10 2,49 / 24,9 26,80 7,90 1,89 / 18,9 24,10 7,80 1,63 / 16,3 18,10 6,35 1,17 / 11,7 Fonte: IBGE – Censos demográficos.
a) O que vem acontecendo com os nascimentos no Brasil desde 1970? Os estudantes deverão explicar que o crescimento vegetativo ou natural da população no Brasil está diminuindo, constatando que o número de nascimentos diminuiu nesse decurso de tempo. Discorrer sobre as causas dessa redução1. Explicar-lhes que os nascimentos têm diminuído em razão da modificação no modo de vida das pessoas que, no decorrer desse período, foi transferida para as cidades a partir de fluxos migratórios consecutivos em decorrência do processo de industrialização do país. No campo, as famílias tendem a ter mais filhos não só pela tradição, como também para garantir a ajuda no trabalho nas pequenas propriedades. Nas cidades, ao contrário, as famílias tendem a diminuir o número de filhos devido à necessidade de acomodar a família em espaços mais reduzidos e oferecer formação escolar mais prolongada aos filhos, por exemplo. Além disso, o modo de vida nos centros urbanos e o acesso às novas tecnologias e meios de comunicação alteraram as formas de união entre casais, que passaram a assumir casamentos em idades mais avançadas, interferindo, assim, no número de filhos. Surgem também métodos contraceptivos mais eficazes, que permitem o controle da fecundidade e da gestação. b) O que vem acontecendo com as taxas de mortalidade desde 1970?
1
Caso seja necessário, consultar o texto informativo disponível em: <http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/natalidade-no-brasil.htm>. Acesso em: 28 jan. 2018.
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Geografia – 5o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 3a sequência didática
Os estudantes deverão explicar que a redução do número de mortes no período considerado corresponde à redução da taxa de mortalidade nesse período. Explicar-lhes que os recursos mais avançados da medicina e a ampliação do acesso ao atendimento médico a um número maior de pessoas têm proporcionado à população maior longevidade. c) Explique a afirmativa: Na atualidade, a população do Brasil já não cresce no mesmo ritmo de antigamente. Os estudantes deverão identificar que a população brasileira continua crescendo; essa taxa de crescimento, porém, vem diminuindo a cada década, isto é, a população está crescendo menos. Conversar um pouco mais com os estudantes sobre o assunto, fazendo-lhes perguntas que os incentivem a refletir sobre essa dinâmica, por exemplo: “A taxa de crescimento natural da população continuará a diminuir?”, “Como isso poderia acontecer?”. Comentar sobre casais que decidiram ter apenas um filho, e outros que não querem ter filhos. Perguntar-lhes: “Chegará o dia em que será preciso incentivar as pessoas a ter mais filhos?”. Quando terminarem, solicitar-lhes uma pesquisa sobre o crescimento vegetativo da população do estado onde se localiza a escola, consultando dados fornecidos no portal do IBGE.
Avaliação As atividades propostas aos estudantes possibilitam a avaliação processual à medida que forem elaborando as respostas deles e as reformularem após as orientações. Propor-lhes análises semelhantes às que foram realizadas com a tabela sobre crescimento vegetativo no Brasil em atividades que tenham dados coletados sobre o crescimento natural no município e estado onde se localiza a escola.
Para saber mais
Brasil Escola. Nessa página se encontram as definições de natalidade e mortalidade. Disponível em: <http://brasilescola.uol.com.br/geografia/taxa-natalidade-mortalidade.htm>. Acesso em: 28 jan. 2018. IBGE. Portal do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, que contém os censos com dados e informações sobre a população brasileira, que podem ser visualizados por estados e por municípios. Disponível em:<https://www.ibge.gov.br/>. Acesso em: 28 jan. 2018.
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Geografia – 5o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 4a sequência didática
4a sequência didática: A dinâmica das migrações Nesta sequência didática serão trabalhados o conceito de migração como fator de alteração do montante populacional de uma localidade e a ocorrência de fluxos migratórios no Brasil nas últimas décadas. As migrações internas do país serão o foco de estudo.
Relação entre BNCC, objetivos e conteúdos Objeto de conhecimento
Dinâmica populacional
Habilidade Objetivos de aprendizagem
Conteúdos
(EF05GE01) Descrever e analisar dinâmicas populacionais na Unidade da Federação em que vive, estabelecendo relações entre migrações e condições de infraestrutura. Reconhecer a dinâmica populacional do ponto de vista do seu crescimento migratório. Identificar a dinâmica das migrações da população brasileira a partir da elaboração de informações sobre fluxos migratórios. Migração (conceitos) Migrações internas no Brasil
Materiais e recursos
Lápis grafite Lápis de cor ou canetas hidrocor
Desenvolvimento
Quantidade de aulas: 2 aulas
Aula 1: Sensibilização Inicialmente, solicitar aos estudantes que avaliem o crescimento do conjunto populacional da família deles estendida (pai, mãe, irmão, avós paternos e maternos, tios paternos e maternos e primos dos dois lados) do ponto de vista migratório. Para isso, solicitar-lhes que desenhem no caderno dois esquemas com o número atual de pessoas dessa família e como era quando tinham 7 ou 8 anos de idade, a depender da idade das crianças. Verificar, então, a diferença numérica dessa população e perguntar-lhes se a família cresceu, diminuiu ou tem o mesmo número de pessoas. Conferir com os estudantes se houve alterações no conjunto populacional observado e identificar as alterações decorrentes dos números de pessoas que entraram na família ou saíram dela, por terem assumido ou rompido laços de união com seus parentes: por exemplo, um tio que tenha se casado ou se separado. Espera-se que, no conjunto dos relatos, sejam encontrados fatores de entrada e saída de pessoas que ajudem a conduzir a discussão em torno do conceito de migração. Se não surgir nenhum relato desse tipo, comentar situações semelhantes de ocorrência corriqueira em nossa sociedade. Explicar-lhes que a ideia de migração está relacionada às pessoas que entram e saem de um conjunto populacional. Escrever na lousa a seguinte informação: 53
Geografia – 5o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 4a sequência didática
Migração: Deslocamentos definitivos ou temporários da população de um lugar para outro. As migrações podem ocorrer: De um país para outro país. De um estado para outro estado dentro de um mesmo país. De um município para outro. Êxodo rural: Migrações em massa do campo para a cidade ocorridas em um certo período. Informar os estudantes de que nesta aula o tema desenvolvido será migrações. Explicar-lhes que na história da humanidade encontramos com frequência ocorrências de deslocamentos de populações de uma localidade do planeta para outra. A palavra “migração” refere-se a esses movimentos populacionais. Explicar aos estudantes a diferença das migrações entre países em relação às migrações dentro de um mesmo país (migrações entre estados ou regiões): as migrações entre países são chamadas de migrações internacionais; já as que ocorrem dentro do mesmo país são chamadas migrações internas. Conversar com eles sobre os imigrantes que chegaram ao Brasil no século XIX. Explicar-lhes que os imigrantes vieram da Alemanha, da Espanha e da Itália para, sobretudo, as regiões Sul e Sudeste do país. Comentar que na Alemanha – e especialmente na Itália – as pessoas passavam por momentos difíceis em razão das transformações políticas e econômicas que ocorriam nesses países. No Brasil, a escravidão era abolida no final do século XIX (entre 1850 e 1888, ano definitivo da abolição), e os fazendeiros de café precisavam de mão de obra para trabalhar nas plantações. Assim, estabeleceram-se acordos entre esses países e o Brasil, para que as pessoas migrassem e começassem uma nova vida no território brasileiro. Explicar aos estudantes que essas famílias se estabeleceram no Brasil e hoje vários brasileiros são descendentes desses imigrantes. Solicitar aos alunos que observem a lista de sobrenomes desses descendentes. Em seguida, propor as atividades a seguir.
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Geografia – 5o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 4a sequência didática
1. Observe a lista abaixo. Ela apresenta alguns dos sobrenomes mais comuns de pessoas vindas de países europeus para o Brasil.
Alemanha
Müller Schmidt Schneider Fischer Weber Meyer Wagner Becker
Alguns sobrenomes europeus no Brasil Espanha Itália
Garcia Gonzalez Fernandez Rodriguez Lopez Martinez Sanchez Perez
Rossi Russo Ferrari Esposito Bianchi Colombo Romano Ricci
Portugal
Silva Santos Ferreira Pereira Oliveira Rodrigues Costa Martins
(Dados elaborados pelo autor)
a) Você conhece alguém que possui um desses sobrenomes? Qual(is)? Resposta pessoal. b) Faça um desenho para cada país em cada um dos espaços em branco no quadro acima. Pode ser a bandeira do país ou qualquer elemento que você conheça e seja representativo desse país. Orientar os estudantes na elaboração do item b. Sugerem-se para os desenhos deles a bandeira ou os símbolos desses países que, em geral, muitos estudantes conhecem por assistir a jogos esportivos internacionais. No caso de os sobrenomes serem reconhecidos ou até mesmo estar entre os sobrenomes dos estudantes, retomar suas origens e comentar o fenômeno da miscigenação da população brasileira. c) Explique as razões da vinda de italianos, alemães e espanhóis para o Brasil no final do século XIX e início do século XX. No item c, os estudantes deverão reconhecer que a migração dos italianos, alemães e espanhóis foi decorrente da situação política e econômica de seus países de origem aliada à necessidade de mão de obra do Brasil. Assim, já estarão se preparando para compreender os significados de polos de atração e de polos de repulsão como elementos das migrações.
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Geografia – 5o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 4a sequência didática
Falar com os estudantes, então, sobre as migrações internacionais da atualidade, explicando-lhes que o Brasil tem recebido pessoas de países como Bolívia, Haiti, Nigéria, Angola, China e Coreia do Sul. As migrações entre países no mundo moderno implicam mudança de nação, e para conseguir instalar-se em outro país é preciso regulamentar a documentação. É importante fazer referências aos atuais processos migratórios dos refugiados do Oriente Médio em direção aos países da Europa e às dificuldades que as famílias de migrantes encontram para estabelecer-se nesses países. Informá-los de que o Brasil tem acolhido refugiados do Oriente Médio e que estes têm se instalado especialmente no estado de São Paulo. Outro exemplo atual é o da população mexicana que atravessa clandestinamente a fronteira do México com os EUA. Explicar-lhes, então, que as migrações internas são aquelas que ocorrem dentro do país. Acrescentar que o êxodo rural é um tipo de migração interna que corresponde ao processo de deslocamento da população do campo para a cidade. Ao fim dessas explicações, propor aos estudantes as questões a seguir.
2. Observe as imagens abaixo e responda:
dramaj/Shutterstock.com
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Geografia – 5o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 4a sequência didática
Casa paulistana
a) Que tipo de migração representa cada uma das imagens: b) Explique o tipo de migração da primeira imagem. c) Explique o tipo de migração da segunda imagem. Organizar uma roda de conversa para comentar as respostas dos estudantes. Resposta da questão a: primeira imagem: migrações Internacionais; segunda imagem: migrações internas. Observações: na primeira imagem, os estudantes deverão fazer referência ao tipo de migração internacional. A imagem é simbólica e reflete esse tipo de migração porque apresenta uma família (casal com cinco filhos) caminhando, isto é, deslocando-se pelo mundo, já que o fundo da imagem mostra o traçado do mapa do chamado Velho Mundo, isto é, Europa, Norte da África e Oriente Médio, em uma alusão aos atuais processos migratórios no mundo. A leitura da imagem permite reforçar a apropriação do significado conceitual de migração internacional. Na segunda imagem, a mala desgastada simboliza a migração de pessoas sem muitos recursos. O mapa do Brasil nela impresso e as referências aos nomes das regiões do Brasil indicam as migrações internas pelo país. Na questão b, os estudantes deverão explicar que as migrações internacionais ocorrem entre países. Na questão c, os estudantes deverão explicar que as migrações internas ocorrem no interior de um país entre regiões, estados e municípios.
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Geografia – 5o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 4a sequência didática
3. Levante duas hipóteses sobre as razões que levam as pessoas a migrar.
Falar com os estudantes sobre os conflitos internos que ocorrem na atualidade em alguns países do Oriente Médio e de como essas situações causam a migração em massa da população. Explicar-lhes que as situações de conflitos e guerras são um dos motivos que levam um grande número de pessoas a sair de seus países de origem em busca de segurança e paz. Comentar sobre a economia do México e a atração que os EUA exercem sobre os mexicanos que buscam ascensão social e econômica. Explicar-lhes que o deslocamento das pessoas nas migrações internas, especialmente no caso do Brasil, ocorre principalmente pela busca de melhores condições de vida e de trabalho para sobrevivência das pessoas de alguns lugares e de suas famílias. Neste momento, aproveitar para falar do êxodo rural. Explicar aos estudantes que desde o processo de industrialização do Brasil (por volta de 1940) até o início da década de 1990, o país viveu um grande processo migratório da população do campo para as cidades em razão da atração que as cidades, especialmente da Região Sudeste, exerciam sobre as populações do campo. Explicar-lhes que, simultaneamente, os trabalhadores rurais foram afetados pela chamada Revolução Verde que mecanizou o campo, resultando na substituição da mão de obra rural pelas máquinas, ao mesmo tempo que expulsou do campo os pequenos proprietários de terra, que não possuíam condições financeiras para aderir ao novo formato de produção agrícola.
Escrever na lousa dois elementos importantes presentes nos processos migratórios: a existência de polos de repulsão e polos de atração populacionais.
Completar o quadro dizendo aos estudantes que as características apresentadas na lousa correspondem às mais comuns; existem, porém, outras razões que impulsionam a população a sair de seus lugares de origem. Mencionar que conflitos armados internos, a violência e a insegurança civil também podem ser responsáveis pela saída do lugar de origem.
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Geografia – 5o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 4a sequência didática
Explicar aos estudantes que os fatores de expulsão e de atração estão quase sempre combinados no processo migratório, mas podem ocorrer processos isolados, isto é, haver a expulsão independentemente de existirem zonas de atração. São situações em que as pessoas saem dos seus lugares de origem devido às condições extremas de pobreza ou violência e ficam sem ter para onde ir.
Aula 2: Migrações internas no Brasil Retomar com os estudantes o conceito de migrações internas. Explicar-lhes que, ao longo da história do país, os deslocamentos da população no Brasil contribuíram para a ocupação do interior do território e foram ajudando a definir as fronteiras e transformando a configuração territorial e constituindo a formação socioespacial do Brasil. Entre 1880 até o final de 2000, as migrações internas no Brasil passam a ser de longas distâncias e, além das migrações do campo para a cidade, ocorrem os deslocamentos de pessoas entre regiões. Propor as atividades a seguir. Primeiramente, fazer uma leitura corrida do texto. Decidir com os estudantes se preferem fazer individualmente a leitura, ou uma leitura coletiva.
1. O texto abaixo apresenta uma descrição sucinta dos principais fluxos migratórios que
ocorreram no Brasil no século passado. Leia-o com atenção e responda às questões a seguir: Principais fluxos migratórios no Brasil de 1880 a 2000
Os grandes fluxos de migração interna no Brasil passam a ser de longas distâncias a partir do final do século XIX. Além das migrações do campo para a cidade, surgem deslocamentos de pessoas entre os estados e as regiões brasileiras. Durante o ciclo da cultura do café, entre 1880 e 1930, no interior do estado de São Paulo, um grande número de pessoas deslocou-se para essa região para trabalhar nas fazendas de café. Para lá se dirigiram pessoas dos estados do Rio Grande do Sul e da Bahia. Entre 1879 a 1912 ocorreu o período o que ficou conhecido como ciclo da borracha na região amazônica. A extração do látex das seringueiras (Hevea brasiliensis) da Floresta Amazônica ocorreu nos territórios dos atuais estados do Amazonas, Pará e Acre. Para lá seguiram milhares de migrantes nordestinos, muitos deles fugindo de secas prolongadas do Sertão. Entre 1950 e 1960, quando a capital do Brasil ainda era o Rio de Janeiro, no antigo estado da Guanabara, foi construída na região Centro-Oeste a nova capital do país, Brasília. Para trabalhar na construção da nova capital (“Novacap”), deslocaram-se pessoas das regiões Sudeste, Nordeste e de áreas vizinhas da própria região Centro-Oeste. Os trabalhadores da construção de Brasília eram conhecidos como “candangos”. No período de 1940 até cerca de 1980 ocorreu a industrialização na região Sudeste, e muitos habitantes da região Nordeste migraram para São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais para trabalhar nas indústrias e em outros setores da economia que se desenvolveram a partir dela. Outro fluxo de migração importante, que começou em 1970 até por volta de 1990, ocorreu devido à ampliação das áreas de agricultura no Brasil com a ocupação de territórios das regiões Centro-Oeste e Norte. Para essas regiões se dirigiram gaúchos e paranaenses, da região Sul, e muitas pessoas da própria região Centro-Oeste, interessadas em estabelecer negócios agrícolas.
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Geografia – 5o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 4a sequência didática
2. Com um lápis de cor ou caneta hidrocor amarela, sublinhe ou destaque no texto os períodos
de cada fluxo migratório conforme o modelo já destacado no texto. Quantos períodos você destacou? Orientar os estudantes nesta tarefa. Nos textos estão destacados cinco períodos. Explicar-lhes que, com essa informação, se pode deduzir que estão relatados no texto cinco fluxos migratórios.
3. Em seguida, use a cor vermelha para destacar a principal causa do fluxo migratório. 4. Usando a cor azul, sublinhe ou destaque os nomes dos estados ou regiões de origem de cada fluxo migratório.
5. Use agora a cor verde para sublinhar ou destacar os nomes dos estados ou regiões de
destino de cada fluxo migratório. No momento de conferir a atividade, pedir-lhes que verifiquem com dois colegas próximos se as marcações ficaram iguais. Caso haja respostas divergentes, conferir o que assinalaram. O texto deverá ficar parecido com a cópia abaixo: Principais fluxos migratórios no Brasil de 1880 a 2000
Os grandes fluxos de migração interna no Brasil passam a ser de longas distâncias a partir do final do século XIX. Além das migrações do campo para a cidade, surgem deslocamentos de pessoas entre os estados e as regiões brasileiras. Durante o ciclo da cultura do café, entre 1880 e 1930, no interior do estado de São Paulo, um grande número de pessoas deslocou-se para essa região para trabalhar nas fazendas de café. Para lá se dirigiram pessoas dos estados do Rio Grande do Sul e da Bahia. Entre 1879 a 1912 ocorreu o período o que ficou conhecido como ciclo da borracha na região amazônica. A extração do látex das seringueiras (Hevea brasiliensis) da Floresta Amazônica ocorreu nos territórios dos atuais estados do Amazonas, Pará e Acre. Para lá seguiram milhares de migrantes nordestinos, muitos deles fugindo de secas prolongadas do Sertão. Entre 1950 e 1960, quando a capital do Brasil ainda era o Rio de Janeiro, no antigo estado da Guanabara, foi construída na região Centro-Oeste a nova capital do país, Brasília. Para trabalhar na construção da nova capital (“Novacap”), deslocaram-se pessoas das regiões Sudeste, Nordeste e de áreas vizinhas da própria região Centro-Oeste. Os trabalhadores da construção de Brasília eram conhecidos como “candangos”. No período de 1940 até cerca de 1980 ocorreu a industrialização na região Sudeste, e muitos habitantes da região Nordeste migraram para São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais para trabalhar nas indústrias e em outros setores da economia que se desenvolveram a partir dela. Outro fluxo de migração importante, que começou em 1970 até por volta de 1990, ocorreu devido à ampliação das áreas de agricultura no Brasil com a ocupação de territórios das regiões Centro-Oeste e Norte. Para essas regiões se dirigiram gaúchos e paranaenses, da região Sul, e muitas pessoas da própria região Centro-Oeste, interessadas em estabelecer negócios agrícolas. Iniciar uma conversa para discutir com os estudantes sobre a experiência deles ao fazer as marcações. Explicar-lhes que essas marcações os ajudarão a fazer a tarefa sugerida a seguir. Pedir-lhes, então, que completem a tabela solicitada na questão 2. 60
Geografia – 5o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 4a sequência didática
6. Complete a tabela abaixo com os dados marcados no texto: Período
1880-1930
PRINCIPAIS FLUXOS MIGRATÓRIOS NO BRASIL Causas dos fluxos Local de origem dos migratórios migrantes
Ciclo do café
Rio Grande do Sul e Bahia
Locais dos destinos dos migrantes
Interior de São Paulo
Resposta: A tabela preenchida deverá ficar como a seguir: Período
Principais fluxos migratórios no brasil Causas dos fluxos Local de origem dos migratórios migrantes
1880-1930
Ciclo do café
1879-1912
Ciclo da borracha
1950-1960
Construção de Brasília Industrialização no Sudeste
Regiões Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste Região Nordeste
Expansão agrícola
Regiões Sul e Centro-Oeste
1940-1980 1970-1990
Rio Grande do Sul e Bahia Região Nordeste
Locais dos destinos dos migrantes
Interior de São Paulo Região Amazônica: Amazonas, Acre e Pará Brasília São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais Regiões Centro-Oeste e Norte
Se julgar necessário, orientar os estudantes para combinarem as cores marcadas no texto e as cores das colunas na tabela. Quando terminarem, analisar com eles os dados da tabela. Chamar a atenção deles para o fato de a região Nordeste estar presente em quase todos os principais fluxos de migrantes ocorridos no século passado. Explicar-lhes o significado de ciclos econômicos e a diferença de outros processos e acontecimentos. Os ciclos do café e da borracha tiveram começo, meio e fim. Já a construção de Brasília, embora tenha chegado ao fim, contribuiu para a definição de uma nova configuração na ocupação do território brasileiro e contribuiu para a transformação e povoamento da região Centro-Oeste do país. A industrialização na região Sudeste e a expansão das fronteiras agrícolas no país foram processos que não terminaram, mas instalaram-se e transformaram-se desde a última década do século passado. Atentar para o fato de os fluxos migratórios, especialmente os mais duradouros, transformarem os locais envolvidos: tantos os centros de atração de população, quanto os centros dispersores do processo. Comentar com os estudantes as idas e vindas das pessoas que migram, mas mantêm o contato com amigos e familiares que ficaram nos seus estados de origem. Destacar que muitos migrantes se instalam definitivamente nos lugares de destino levando consigo suas culturas, hábitos, crenças e valores. Falar com os estudantes sobre os processos migratórios nos quais está envolvido o estado onde a escola se localiza. 61
Geografia – 5o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 4a sequência didática
Avaliação Rever com os estudantes os conceitos estudados desde o início desta sequência. Conduzir a conversa a partir das questões a seguir:
1. O que vocês entenderam por “migrações internas”? 2. Quais são os centros de atração em cada um dos fluxos migratórios apresentados? 3. Quais são os centros de emigração (migrante que sai de seu lugar de origem) em cada um dos fluxos migratórios apresentados?
4. Por que vocês acham que a região Nordeste aparece como centro de emigração em quase todos os fluxos migratórios do século XX?
Retomar a discussão sobre crescimento populacional migratório, relacionando as saídas e as entradas de pessoas em um lugar com as alterações quantitativas da população dos lugares envolvidos. A partir dessas questões, avaliar o grau de envolvimento dos estudantes em relação ao conteúdo trabalhado e o quanto conseguiram apropriar-se do repertório histórico presente no processo de ocupação do território brasileiro mediante a dinâmica dos seus fluxos populacionais.
Ampliação Os fluxos migratórios e a chegada de imigrantes (que chegam a novas localidades) externos e internos a outro país, estado ou município produzem transformações substanciais no modo de vida da população do lugar que recebe e no do imigrante que chega. A relação entre as pessoas que chegam e as que já habitam o lugar há mais tempo é de ajustamento e adaptação mútuas. A paisagem local se modifica com os novos habitantes, tanto pelas novas fisionomias que passam a circular pela cidade, muitas vezes com formas próprias de vestir-se, e com idiomas ou sotaques distintos, como pelo surgimento de novos objetos e conhecimentos, por exemplo, novos tipos de alimentos ou comidas; experiências diferentes que podem ser trocadas no ambiente de trabalho, formas de lazer, gostos e preferências artísticas etc. Comentar com os estudantes sobre as transformações resultantes da dinâmica migratória. Para isso, propor-lhes uma pesquisa para que possam reconhecer marcas do processo migratório – tanto o já vivido quanto o atual – da população da unidade da federação onde residem, no contexto dos processos migratórios dos séculos XX e XXI.
Para saber mais
ALMEIDA, Camila. Para refugiados sírios no Brasil, a comida é um recomeço. Reportagem sobre cinco famílias de refugiados sírios que imigraram para o Brasil, no estado de São Paulo, e vendem comida como fonte de renda. Disponível em: <https://exame.abril.com.br/pme/para-refugiados-sirios-a-comida-e-um-recomeco/>. Acesso em: 28 jan. 2018.
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Geografia – 5o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – Proposta de acompanhamento da aprendizagem
Proposta de acompanhamento da aprendizagem Avaliação de Geografia: 1o bimestre Nome: _______________________________________________________________________________________ Turma: ____________________________ Data: ____________________________________________________ 1. Que tipo de dados de uma pessoa são necessários para os institutos de pesquisa comporem a pirâmide etária de um conjunto populacional? ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ 2. Que dados são representados na pirâmide etária a seguir, do Rio Grande do Sul?
Fonte: IBGE: Censo Demográfico 2010. Disponível em: <https://censo2010.ibge.gov.br/sinopse/webservice/frm_piramide.php?codigo=43>. Acesso em: 5 fev. 2018.
(A) Composição da população por idade e gênero (sexo). (B) Crescimento da população. (C) Composição étnico-racial da população. (D) Densidade demográfica.
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Geografia – 5o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – Proposta de acompanhamento da aprendizagem
3. Nos recenseamentos feitos com a população brasileira, os entrevistadores do IBGE perguntam sobre a origem das pessoas de uma família, isto é, perguntam se elas sempre residiram naquela localidade ou vieram de outro município, estado ou país. Por que essa informação é importante? (A) Porque eles querem saber de onde essas pessoas vieram. (B) Porque eles desejam saber quantas pessoas migraram para aquele lugar em um certo período de tempo e calcular o crescimento migratório. (C) Para poderem fazer a pirâmide etária local. (D) Para saber se a população cresceu. 4. Observe as figuras a seguir. Qual delas representa a ideia de “pessoa” e qual representa a ideia de “população”? Escreva sobre cada uma, explicando a diferença entre “pessoa” e “população”. Figura 1
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Figura 2
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______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________
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5. Observe com atenção a tabela abaixo e responda às questões a seguir: POPULAÇÃO ABSOLUTA* Estado Ano 2000 Ano 2010 Paraíba 3 439 344 3 766 528 Pará 6 189 550 7 581 051 Pernambuco 7 911 937 8 796 448 * População nos Censos Demográficos, segundo as Grandes Regiões e as Unidades da Federação (2000 e 2010) Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2000 e 2010. Tabela 1.4. População nos Censos Demográficos, segundo as Grandes Regiões e as Unidades da Federação – 1872/2010. Disponível em: <https://censo2010.ibge.gov.br/sinopse/index.php?dados=4&uf=00>. Acesso em: 5 fev. 2018.
a) Comparando os dados de 2000 com os de 2010, o que podemos constatar sobre a população absoluta desses estados brasileiros? ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ b) Quais fatores podem ter contribuído para essa alteração na população absoluta desses estados? ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________
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Geografia – 5o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – Proposta de acompanhamento da aprendizagem
6. A tabela a seguir mostra os dados que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) obteve sobre a população de Vitória da Conquista, na Bahia, em 2014. Cor Parda Branca Negra Amarelo Indígena
Porcentagem 56,8% 32,4% 10,1% 0,4% 0,1%
Dado sobre a população de Vitória da Conquista (BA) em 2014 Fonte: IBGE. Censo 2010. Disponível em: <https://sidra.ibge.gov.br/Tabela/3175>. Acesso em: 5 fev. 2018.
O que mostra essa tabela? (A) A composição etária da população de Vitória da Conquista. (B) O crescimento populacional no município de Vitória da Conquista. (C) A composição étnica da população de Vitória da Conquista. (D) Como são as pessoas no município de Vitória da Conquista. 7. Usamos a expressão “mais povoada” ou “menos povoada” para nos referirmos: (A) à composição etária da população do lugar. (B) à densidade demográfica da população de um lugar, isto é, à relação entre o número de pessoas e a área ocupada. (C) ao número absoluto da população de um lugar. (D) à quantidade de pessoas de um lugar, independentemente da área que ela ocupa.
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Geografia – 5o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – Proposta de acompanhamento da aprendizagem
8. Leia o texto e as informações abaixo e responda ao que se pede a seguir. Em uma certa cidade da região Norte do país, dois grupos que defendiam ideias opostas sobre uma questão ambiental planejaram manifestações para o mesmo dia em duas praças diferentes. Um dos grupos organizadores era liderado pelos fazendeiros locais unidos às pessoas que trabalhavam em suas fazendas. Esse grupo desejava licença para o desmatamento de algumas áreas da região a fim de ampliarem as suas áreas de plantio e de pastagens. O outro grupo era organizado por pessoas que defendiam a preservação da floresta. No dia marcado para as manifestações, a população do município mostrou-se muito dividida porque compareceu, nas duas praças, o mesmo número de pessoas: 3 000 (3 mil) em cada uma. Observe a legenda com informações sobre as praças e os números totais de pessoas que compareceram em cada uma das manifestações: LEGENDA: PRAÇA DA PAZ – Área: 80 000 metros quadrados Comparecimento: 3 000 pessoas
LEGENDA: PRAÇA DA SAUDADE – Área: 40 000 metros quadrados Comparecimento: 3 000 pessoas
Em qual das praças a densidade demográfica era maior no dia dessas manifestações? Justifique.
______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________
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Geografia – 5o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – Proposta de acompanhamento da aprendizagem
9. Identifique no mapa a seguir o estado onde você mora e compare a população dele com a de um estado que apresente uma situação populacional muito diferente (ou oposta). Explique essa diferença fazendo referências às informações que você percebeu ao interpretar a legenda do mapa. Brasil: densidade demográfica
Allmaps
Fonte: IBGE. Atlas Geográfico Escolar. Rio de Janeiro: IBGE, 2012. p. 114. Mapa de densidade demográfica no Brasil.
______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________
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Geografia – 5o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – Proposta de acompanhamento da aprendizagem
10. Observe no mapa a extensão territorial da Rússia e compare-a com a extensão territorial do Japão. Sabendo que o Japão tem população de 127 milhões de habitantes, e a Rússia, de 144,3 milhões de habitantes, qual dos dois países é o mais povoado? Justifique. Planisfério: Rússia e Japão em destaque
Allmaps
Fonte: BRASIL. Ministério das Relações Exteriores. Brasília, [2014?]. Disponível em: <http://www.itamaraty.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=3673:for um-de-dialogo-india-brasil-e-africa-do-sul-ibas&catid=170:chamada-1&lang=pt-BR&Itemid =436>. Acesso em: 11 jan. 2018. Rússia e Japão em destaque no planisfério.
______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ 11. Qual das alternativas a seguir define melhor o que é o crescimento vegetativo ou natural da população? (A) É o resultado das diferenças entre os nascimentos e as mortes em um conjunto de população de uma localidade em um determinado período de tempo. (B) É a contagem dos nascimentos ocorridos em um conjunto populacional durante certo período. (C) É a diferença entre os nascimentos e as mortes ocorridos em uma localidade. (D) É a quantidade de pessoas a mais de uma localidade depois de passado um período de tempo, por exemplo, dez anos.
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12. Observe a tabela abaixo e indique a alternativa que completa a afirmativa a seguir. Período 1971-1980 1981-1990 1991-2000 2001-2010
CRESCIMENTO VEGETATIVO NO BRASIL (1970 A 2010) Taxa de Natalidade* Taxa de Mortalidade* Crescimento Natural* 33 8 24 26 7 18 24 7 16 18 6 11
* a cada mil habitantes. Observação: números arredondados. Fonte: IBGE – Censo demográfico 1950/2010.
Podemos dizer que nos últimos anos o crescimento vegetativo da população brasileira está: (A) aumentando muito porque a taxa de natalidade está aumentando. (B) diminuindo porque a taxa de mortalidade continua aumentando. (C) diminuindo, porque a diferença entre os nascimentos e as mortes está diminuindo. (D) estável porque a taxa de nascimentos está igual à taxa de mortalidade. 13. Explique a simbologia da figura abaixo, escrevendo sobre o tipo de migração que ela representa. Explique esse tipo de migração e por que você chegou a essa conclusão ao observar a figura.
Cherries/Shutterstock.com
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Geografia – 5o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – Proposta de acompanhamento da aprendizagem
14. Associe as descrições da coluna da esquerda à região brasileira a que se refere, na coluna da direita. (A) Com a construção de Brasília, na década de 1950, essa região atraiu muitos migrantes, de todo Brasil.
I. Norte
(B) Essa região atraiu um grande número de trabalhadores da região Nordeste para a extração do látex. Mas foi apenas um ciclo que durou até 1912, conhecido como ciclo da borracha.
II. Nordeste
(C) Essa região foi o grande centro de atração de migrantes no século XX. Inicialmente, foi o ciclo do café, depois a industrialização que atraiu milhões de migrantes vindos principalmente do Nordeste em busca de oferta de trabalho.
III. Centro-Oeste
IV. Sudeste
V. Sul
(D) A população dessa região esteve presente nos principais fluxos de migração do país. Sempre em busca de melhores condições de vida e oportunidades de trabalho, sua população participou da extração do látex durante o ciclo da borracha e foi a que mais contribuiu com a mão de obra na industrialização da região Sudeste do país. Fonte: IBGE. Atlas Nacional do Brasil Milton Santos. Rio de Janeiro: IBGE, 2010. p. 138.
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Geografia – 5o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – Proposta de acompanhamento da aprendizagem
15. Observe a imagem a seguir. Ela simboliza um momento de grande fluxo de imigrantes europeus para o Brasil, que vieram para trabalhar nas fazendas de café. Quais são os principais países de origem desses imigrantes e para qual região do Brasil a maioria deles imigrou? Por quê?
Arthur França/yancom
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Geografia – 5o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – Proposta de acompanhamento da aprendizagem
Proposta de acompanhamento da aprendizagem Avaliação de Geografia: 1o bimestre Nome: _______________________________________________________________________________________ Turma: ____________________________ Data: ____________________________________________________ 1. Que tipo de dados de uma pessoa são necessários para os institutos de pesquisa comporem a pirâmide etária de um conjunto populacional? ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ Habilidade trabalhada: (EF05GE01) Descrever e analisar dinâmicas populacionais na Unidade da Federação em que vive, estabelecendo relações entre migrações e condições de infraestrutura. Resposta sugerida: É preciso saber idade e sexo. A questão avalia apenas se os estudantes identificam os elementos de uma pirâmide etária. Caso não saibam responder à questão, reapresentar uma pirâmide etária já vista e fazer uma leitura orientada em conjunto. 2. Que dados são representados na pirâmide etária a seguir, do Rio Grande do Sul?
Fonte: IBGE: Censo Demográfico 2010. Disponível em: <https://censo2010.ibge.gov.br/sinopse/webservice/frm_piramide.php?codigo=43>. Acesso em: 5 fev. 2018.
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Geografia – 5o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – Proposta de acompanhamento da aprendizagem
(A) Composição da população por idade e gênero (sexo). (B) Crescimento da população. (C) Composição étnico-racial da população. (D) Densidade demográfica. Habilidade trabalhada: (EF05GE01) Descrever e analisar dinâmicas populacionais na Unidade da Federação em que vive, estabelecendo relações entre migrações e condições de infraestrutura. Resposta: Alternativa A. Os estudantes deverão identificar na imagem os elementos da população que compõem uma pirâmide etária: idade e sexo. Ainda que eles não reconheçam o gráfico enquanto conceito de representação desses componentes da população, poderão fazer a própria leitura, identificando-os pelas inscrições do gráfico. Distratores: O gráfico em forma de pirâmide é uma particularidade na representação conjunta da distribuição populacional por sexo e idade. Os demais elementos que compõem a população são apresentados, em geral, por gráficos de barras, colunas e vetores. 3. Nos recenseamentos feitos com a população brasileira, os entrevistadores do IBGE perguntam sobre a origem das pessoas de uma família, isto é, perguntam se elas sempre residiram naquela localidade ou vieram de outro município, estado ou país. Por que essa informação é importante? (A) Porque eles querem saber de onde essas pessoas vieram. (B) Porque eles desejam saber quantas pessoas migraram para aquele lugar em um certo período de tempo e calcular o crescimento migratório. (C) Para poderem fazer a pirâmide etária local. (D) Para saber se a população cresceu. Habilidade trabalhada: (EF05GE01) Descrever e analisar dinâmicas populacionais na Unidade da Federação em que vive, estabelecendo relações entre migrações e condições de infraestrutura. Resposta: Alternativa B. Os recenseadores avaliam o número de entrada de migrantes em um lugar e o número de emigrantes para calcular a taxa de crescimento migratório do lugar. Essa questão avalia se os estudantes identificam entre as alternativas o conceito de migração. Distratores: A escolha da alternativa A reflete distanciamento dos estudantes em relação ao conteúdo avaliado. A opção pela alternativa C reflete confusão entre conceitos. A escolha da alternativa D mostra que os estudantes reconhecem a migração como elemento da dinâmica populacional, mas podem não ter compreendido a alternativa B. É possível verificar individualmente as razões dessa escolha.
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Geografia – 5o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – Proposta de acompanhamento da aprendizagem
4. Observe as figuras a seguir. Qual delas representa a ideia de “pessoa” e qual representa a ideia de “população”? Escreva sobre cada uma, explicando a diferença entre “pessoa” e “população”. Figura 1
suerz/Shutterstock.com
Figura 2
ktsdesign/Shutterstock.com
______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ Habilidade trabalhada: (EF05GE01) Descrever e analisar dinâmicas populacionais na Unidade da Federação em que vive, estabelecendo relações entre migrações e condições de infraestrutura. Resposta sugerida: A figura1 representa a ideia de pessoa. A palavra “pessoa” refere-se ao ser humano, ao indivíduo, e a figura mostra três pessoas diferentes, em uma cena em que três crianças devem ser amigas porque caminham de mãos dadas e estudam na mesma escola. Podemos identificar várias diferenças entre elas; cada uma tem uma aparência própria e devem ter jeitos de ser próprios. Como indivíduo, a pessoa faz parte da população de um lugar e expressa ou traz em si a história e cultura desse lugar. A figura 2 representa a ideia de população. Essa figura mostra muitas pessoas, mas não distinguimos umas das outras nem o que estão fazendo; representa a população do mundo inteiro. População é um conceito que se refere ao conjunto de pessoas de um lugar; pode ser um bairro, um município, uma unidade federativa, um país ou o mundo inteiro. Os estudos sobre uma 75
Geografia – 5o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – Proposta de acompanhamento da aprendizagem
população coletam dados durante um período de tempo, e por isso mostram como ela é e está naquele período. Outras respostas também são possíveis; os alunos poderão expressar outros elementos das imagens e da cena, no caso da figura 1, e apresentarão termos próprios para explicar os conceitos. Avaliar o sentido que os estudantes dão na resposta deles. O mais importante é que eles expressem o conceito de população como conjunto de pessoas, mas sem pessoalidade e identidade. Caso alguns estudantes tenham dificuldades de realizar a tarefa, retomar as atividades feitas, relembrando o processo de transformação das personagens das narrativas em dados populacionais. 5. Observe com atenção a tabela abaixo e responda às questões a seguir: POPULAÇÃO ABSOLUTA* Estado Ano 2000 Ano 2010 Paraíba 3 439 344 3 766 528 Pará 6 189 550 7 581 051 Pernambuco 7 911 937 8 796 448 * População nos Censos Demográficos, segundo as Grandes Regiões e as Unidades da Federação (2000 e 2010) Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2000 e 2010. Tabela 1.4. População nos Censos Demográficos, segundo as Grandes Regiões e as Unidades da Federação – 1872/2010. Disponível em: <https://censo2010.ibge.gov.br/sinopse/index.php?dados=4&uf=00>. Acesso em: 5 fev. 2018.
a) Comparando os dados de 2000 com os de 2010, o que podemos constatar sobre a população absoluta desses estados brasileiros? ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ b) Quais fatores podem ter contribuído para essa alteração na população absoluta desses estados? ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ Habilidade trabalhada: (EF05GE01) Descrever e analisar dinâmicas populacionais na Unidade da Federação em que vive, estabelecendo relações entre migrações e condições de infraestrutura.
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Resposta sugerida: a) Os estudantes deverão constatar que houve crescimento populacional. b) Os estudantes deverão fazer referência aos dois fatores responsáveis pela dinâmica de uma população: crescimento vegetativo e crescimento migratório, que correspondem às taxas obtidas pelas diferenças entre nascimentos e mortalidade em um período de tempo (geralmente anual) no caso do crescimento vegetativo, e pelas diferenças entre o número de imigrantes e emigrantes, também em um período delimitado de tempo, no caso do crescimento migratório. Não é necessário que identifiquem ou façam referência direta a esses conceitos. Espera-se a explicação de que pode ter havido um número de nascimentos maior que o número de mortes. Com essa resposta, pode-se considerar a aprendizagem de um fator. Para o fator “crescimento migratório”, os estudantes poderão explicar que deve ter entrado um número maior de pessoas de outros estados do que o número de pessoas que saíram dos estados analisados. Caso alguns estudantes tenham dificuldades em responder à questão, fazê-los primeiramente compreender o enunciado e, caso persista a dificuldade, retomar as explicações mediante relatos de fatos do cotidiano deles, para que possam refletir sobre situações de aumento e de diminuição de população. Por exemplo: em uma moradia de quatro pessoas, chegam dois tios pedindo moradia, ou a filha mais velha se casa e vai morar em outra casa; ocorre nascimento de gêmeos na família com morte de bisavós no mesmo ano, e assim por diante. 6. A tabela a seguir mostra os dados que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) obteve sobre a população de Vitória da Conquista, na Bahia, em 2014. Cor Parda Branca Negra Amarelo Indígena
Porcentagem 56,8% 32,4% 10,1% 0,4% 0,1%
Dado sobre a população de Vitória da Conquista (BA) em 2014 Fonte: IBGE. Censo 2010. Disponível em: <https://sidra.ibge.gov.br/Tabela/3175>. Acesso em: 5 fev. 2018.
O que mostra essa tabela? (A) A composição etária da população de Vitória da Conquista. (B) O crescimento populacional no município de Vitória da Conquista. (C) A composição étnica da população de Vitória da Conquista. (D) Como são as pessoas no município de Vitória da Conquista. Habilidade trabalhada: (EF05GE02) Identificar diferenças étnico-culturais e desigualdades sociais entre grupos em diferentes territórios Resposta: Alternativa C. O IBGE denomina como “cor” os dados fornecidos pelas pessoas entrevistadas tal qual elas se identificam. Entre as leituras que podem ser feitas sobre esses dados, uma delas é a identificação da composição étnica da população de um lugar. Distratores: A escolha das alternativas A e B reflete equívocos sobre os significados dos conceitos relacionados ao conteúdo. A escolha da alternativa D mostra que os estudantes fizeram algum tipo de associação entre o tipo de dados e as características fisionômicas das pessoas de um conjunto populacional e, portanto, pode-se considerá-la um acerto aproximado.
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Geografia – 5o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – Proposta de acompanhamento da aprendizagem
7. Usamos a expressão “mais povoada” ou “menos povoada” para nos referirmos: (A) à composição etária da população do lugar. (B) à densidade demográfica da população de um lugar, isto é, à relação entre o número de pessoas e a área ocupada. (C) ao número absoluto da população de um lugar. (D) à quantidade de pessoas de um lugar, independentemente da área que ela ocupa. Habilidade trabalhada: (EF05GE01) Descrever e analisar dinâmicas populacionais na Unidade da Federação em que vive, estabelecendo relações entre migrações e condições de infraestrutura. Resposta: Alternativa B. A expressão indica a densidade populacional. A alternativa apresenta o conceito de densidade demográfica, e pode ser assinalada com facilidade. Distratores: A alternativa A está incorreta; se os estudantes a assinalarem, demonstrarão total desconhecimento do significado da expressão. As alternativas C e D referem-se ao mesmo conceito; caso os estudantes tenham optado por uma delas, pode ser que ainda confundam o uso da expressão. 8. Leia o texto e as informações abaixo e responda ao que se pede a seguir. Em uma certa cidade da região Norte do país, dois grupos que defendiam ideias opostas sobre uma questão ambiental planejaram manifestações para o mesmo dia em duas praças diferentes. Um dos grupos organizadores era liderado pelos fazendeiros locais unidos às pessoas que trabalhavam em suas fazendas. Esse grupo desejava licença para o desmatamento de algumas áreas da região a fim de ampliarem as suas áreas de plantio e de pastagens. O outro grupo era organizado por um grupo de pessoas que defendiam a preservação da floresta. No dia marcado para as manifestações, a população do município mostrou-se muito dividida porque compareceu, nas duas praças, o mesmo número de pessoas: 3 000 (3 mil) em cada uma. Observe a legenda com informações sobre as praças e os números totais de pessoas que compareceram em cada uma das manifestações: LEGENDA: PRAÇA DA PAZ – Área: 80 000 metros quadrados Comparecimento: 3 000 pessoas
LEGENDA: PRAÇA DA SAUDADE – Área: 40 000 metros quadrados Comparecimento: 3 000 pessoas
Em qual das praças a densidade demográfica era maior no dia dessas manifestações? Justifique.
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Habilidade trabalhada: (EF05GE01) Descrever e analisar dinâmicas populacionais na Unidade da Federação em que vive, estabelecendo relações entre migrações e condições de infraestrutura. Resposta sugerida: A densidade demográfica na Praça da Saudade era maior porque, mesmo que nas duas praças tenham comparecido o mesmo número de pessoas, essas tiveram de acomodar-se em uma área muito menor do que a área da Praça da Paz. Observar que, para responder à questão, os estudantes deverão comparar as áreas das praças e reconhecer a grande diferença entre elas, já que a Praça da Paz apresenta o dobro da área da Praça da Saudade. Os números relativos à população de manifestantes são próximos, embora a população da Praça da Paz seja um pouco maior. Essa comparação e observação também são importantes porque revelam a preocupação do estudante com a relação área população. Caso alguns estudantes tenham dificuldades em responder à questão, trabalhar primeiramente a compreensão do enunciado e do texto. Caso persista a dificuldade, retomar com as explicações mediante a atividade sobre os estádios de futebol.
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9. Identifique no mapa a seguir o estado onde você mora e compare a população dele com a de um estado que apresente uma situação populacional muito diferente (ou oposta). Explique essa diferença fazendo referências às informações que você percebeu ao interpretar a legenda do mapa. Brasil: densidade demográfica
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Fonte: IBGE. Atlas Geográfico Escolar. Rio de Janeiro: IBGE, 2012. p. 114. Mapa de densidade demográfica no Brasil.
______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ Habilidade trabalhada: (EF05GE01) Descrever e analisar dinâmicas populacionais na Unidade da Federação em que vive, estabelecendo relações entre migrações e condições de infraestrutura. Resposta sugerida: A resposta dependerá do estado onde se encontra a escola dos estudantes. É possível adaptar a questão identificando no seu enunciado o estado local. Os estudantes deverão escolher um estado com densidades demográficas opostas às apresentadas pelo mapa em relação ao estado onde residem. Nesta questão, avaliar como eles compreendem o significado da legenda do mapa e seu conteúdo a partir das explicações que serão dadas na justificativa das diferenças. Caso apenas identifiquem outro estado para comparação e não expliquem, ou não saibam explicar as diferenças, verificar onde está a dúvida. Pode ser que não tenham compreendido a legenda que foi estudada na sequência didática 2. Rever com eles essa leitura. Se a dúvida for conceitual, isto é, se os estudantes não conseguiram compreender o conceito de densidade 80
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demográfica, fazer uma revisão das atividades e a aplicação do conceito em situações mais concretas e pessoais. 10. Observe no mapa a extensão territorial da Rússia e compare-a com a extensão territorial do Japão. Sabendo que o Japão tem população de 127 milhões de habitantes, e a Rússia, de 144,3 milhões de habitantes, qual dos dois países é o mais povoado? Justifique. Planisfério: Rússia e Japão em destaque
Allmaps
Fonte: BRASIL. Ministério das Relações Exteriores. Brasília, [2014?]. Disponível em: <http://www.itamaraty.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=3673:for um-de-dialogo-india-brasil-e-africa-do-sul-ibas&catid=170:chamada-1&lang=pt-BR&Itemid =436>. Acesso em: 11 jan. 2018. Rússia e Japão em destaque no planisfério.
______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ Habilidade trabalhada: (EF05GE01) Descrever e analisar dinâmicas populacionais na Unidade da Federação em que vive, estabelecendo relações entre migrações e condições de infraestrutura. Resposta sugerida: O Japão. A expressão “povoado (a)” se refere às densidades demográficas, isto é, à relação entre população e área. No mapa, pode-se notar que a área da Rússia é muito superior à área do Japão, e os dados populacionais mostram que a população da Rússia não é tão maior do que a do Japão. A densidade demográfica do Japão deve ser muito superior à densidade demográfica da Rússia.
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A questão avalia a compreensão do conceito de densidade demográfica e o uso da expressão “povoado”. Caso alguns estudantes tenham dificuldades em responder à questão, retomar as explicações sobre o conceito mediante comparações entre espaços e situações mais próximos deles. 11. Qual das alternativas a seguir define melhor o que é o crescimento vegetativo ou natural da população? (A) É o resultado das diferenças entre os nascimentos e as mortes em um conjunto de população de uma localidade em um determinado período de tempo. (B) É a contagem dos nascimentos ocorridos em um conjunto populacional durante certo período. (C) É a diferença entre os nascimentos e as mortes ocorridos em uma localidade. (D) É a quantidade de pessoas a mais de uma localidade depois de passado um período de tempo, por exemplo, dez anos. Habilidade trabalhada: (EF05GE01) Descrever e analisar dinâmicas populacionais na Unidade da Federação em que vive, estabelecendo relações entre migrações e condições de infraestrutura. Resposta: Alternativa A. A alternativa mais completa é a A, porque faz referência ao lugar desse conjunto populacional e ao período. O conceito de crescimento vegetativo requer a identificação do local e do período investigado para poder determinar a taxa de crescimento populacional. Distratores: A alternativa B está incorreta porque se refere apenas ao crescimento da população, sem nenhuma alusão às mortalidades. A alternativa C não está totalmente incorreta porque faz referência às diferenças entre nascimentos e mortes, mas está incompleta porque não delimita o lugar e o período. A alternativa D faz referência apenas ao período.
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12. Observe a tabela abaixo e indique a alternativa que completa a afirmativa a seguir. Período 1971-1980 1981-1990 1991-2000 2001-2010
CRESCIMENTO VEGETATIVO NO BRASIL (1970 A 2010) Taxa de Natalidade* Taxa de Mortalidade* Crescimento Natural* 33 8 24 26 7 18 24 7 16 18 6 11
* a cada mil habitantes. Observação: números arredondados. Fonte: IBGE – Censo demográfico 1950/2010.
Podemos dizer que nos últimos anos o crescimento vegetativo da população brasileira está: (A) aumentando muito porque a taxa de natalidade está aumentando. (B) diminuindo porque a taxa de mortalidade continua aumentando. (C) diminuindo, porque a diferença entre os nascimentos e as mortes está diminuindo. (D) estável porque a taxa de nascimentos está igual à taxa de mortalidade. Habilidade trabalhada: (EF05GE01) Descrever e analisar dinâmicas populacionais na Unidade da Federação em que vive, estabelecendo relações entre migrações e condições de infraestrutura. Resposta: Alternativa C. Os estudantes mostram compreender o conceito de “crescimento vegetativo” ao optar por esta alternativa, pois é essa diferença (entre nascimentos e mortes) que determina o a intensidade de crescimento vegetativo de um conjunto populacional. Distratores: As alternativas A e D estão incorretas porque a análise da tabela indica claramente a tendência à diminuição do crescimento vegetativo da população brasileira. A opção pela alternativa B pode indicar uma distração dos estudantes pois, de fato, o crescimento vegetativo da população brasileira vem diminuindo; ao observarmos, contudo, a coluna das taxas de mortalidade na tabela, identificamos a igual diminuição das taxas de mortalidade no país.
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13. Explique a simbologia da figura abaixo, escrevendo sobre o tipo de migração que ela representa. Explique esse tipo de migração e por que você chegou a essa conclusão ao observar a figura.
Cherries/Shutterstock.com
______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ Habilidade trabalhada: (EF05GE01) Descrever e analisar dinâmicas populacionais na Unidade da Federação em que vive, estabelecendo relações entre migrações e condições de infraestrutura. Resposta sugerida: Os estudantes deverão fazer referência ao tipo de migração internacional. Esse tipo de migração corresponde aos deslocamentos populacionais entre países. A imagem é simbólica e reflete esse tipo de migração porque mostra as marcas (pegadas) dos deslocamentos da população do Oriente Médio (Síria) em direção aos países da Europa, em uma alusão aos atuais processos migratórios no mundo. A leitura da imagem é levada em consideração porque permite avaliar a apropriação do significado conceitual, ainda que os estudantes não consigam explicar com clareza o conceito de migração internacional. Espera-se que eles consigam fazer essa interpretação e, principalmente, saibam explicar o significado de migração internacional. Quanto mais detalhes os estudantes apresentarem para o conceito, maior será a possibilidade de avaliar a compreensão deles. Caso haja estudantes com dificuldades em fazer as associações entre a imagem e o tipo de migração, orientá-los com questões que os levem a perceber essa relação. 84
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14. Associe as descrições da coluna da esquerda à região brasileira a que se refere, na coluna da direita. (A) Com a construção de Brasília, na década de 1950, essa região atraiu muitos migrantes, de todo Brasil.
I. Norte
(B) Essa região atraiu um grande número de trabalhadores da região Nordeste para a extração do látex. Mas foi apenas um ciclo que durou até 1912, conhecido como ciclo da borracha.
II. Nordeste
(C) Essa região foi o grande centro de atração de migrantes no século XX. Inicialmente, foi o ciclo do café, depois a industrialização que atraiu milhões de migrantes vindos principalmente do Nordeste em busca de oferta de trabalho.
III. Centro-Oeste
IV. Sudeste
V. Sul
(D) A população dessa região esteve presente nos principais fluxos de migração do país. Sempre em busca de melhores condições de vida e oportunidades de trabalho, sua população participou da extração do látex durante o ciclo da borracha e foi a que mais contribuiu com a mão de obra na industrialização da região Sudeste do país. Fonte: IBGE. Atlas Nacional do Brasil Milton Santos. Rio de Janeiro: IBGE, 2010. p. 138.
Habilidade trabalhada: (EF05GE01) Descrever e analisar dinâmicas populacionais na Unidade da Federação em que vive, estabelecendo relações entre migrações e condições de infraestrutura. Resposta sugerida: (A) Centro-Oeste. (B) Norte. (C) Sudeste. (D) Nordeste. Embora não seja uma questão que demande a resposta escrita, exigirá dos estudantes a leitura atenta das descrições das alternativas, para façam as associações corretas. É uma questão que avalia a assimilação de um repertório de informações sobre o processo histórico dos principais fluxos migratórios do país.
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15. Observe a imagem a seguir. Ela simboliza um momento de grande fluxo de imigrantes europeus para o Brasil, que vieram para trabalhar nas fazendas de café. Quais são os principais países de origem desses imigrantes e para qual região do Brasil a maioria deles imigrou? Por quê?
Arthur França/yancom
______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ Habilidades trabalhadas: (EF05GE01) Descrever e analisar dinâmicas populacionais na Unidade da Federação em que vive, estabelecendo relações entre migrações e condições de infraestrutura; (EF05GE02) Identificar diferenças étnico-culturais e desigualdades sociais entre grupos em diferentes territórios Resposta sugerida: A questão avalia primeiramente se os estudantes identificam a nacionalidade dos imigrantes que imigraram para trabalhar nas fazendas de café (italianos, alemães e espanhóis), não pela imagem, mas por seus conhecimentos prévios. Em segundo lugar, os estudantes deverão reconhecer que a cultura do café na época acontecia na região Sudeste. A figura apresentada na questão contribui para esse reconhecimento. Por último, se eles associam esse processo migratório à necessidade do Brasil em suprir mão de obra para o cultivo do café. Caso alguns estudantes tenham dificuldade para responder a esta questão, verificar a origem dessa dificuldade. Exige-se, nesse caso, uma escrita mais ou menos ordenada de informações, e, para isso, é importante averiguar se essa dificuldade está na escrita em si, conferindo se eles conseguem responder oralmente à questão. Sendo assim, ajudá-los a escrever suas respostas, colocando na folha as informações por etapas. Se os estudantes não souberem explicar a resposta oralmente, retomar esse conteúdo individualmente em outro momento.
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Ficha de acompanhamento individual A ficha de acompanhamento individual é um instrumento de registro onde podemos verificar e avaliar de forma individual, contínua e diária, a evolução da aprendizagem. Ela serve para que nós, professores, possamos acompanhar o progresso de cada um de nossos alunos. BRASIL. Ministério da Educação. Programa de Apoio a Leitura e Escrita: PRALER. Brasília, DF: FNDE, 2007. Caderno de Teoria e Prática 6: Avaliação e projetos na sala de aula, p. 20.
Total = TT
Legenda Não desenvolvida = ND
Em evolução = EE
Não observada = NO
Nome: _______________________________________________________________________________________ Turma: _________________________________ Data: ______________________________________________ Data
Habilidade
TT
EE
ND
NO
Anotações
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