Língua Portuguesa ANGÉLICA ALVES PRADO DEMASI CRISTINA TIBIRIÇÁ HÜLLE
4 COMPONENTE CURRICULAR: LÍNGUA PORTUGUESA
4O. ANO ENSINO FUNDAMENTAL ANOS INICIAIS
MANUAL DO PROFESSOR MATERIAL DIGITAL
São Paulo | 1a. edição | 2018
Conectados Língua Portuguesa – 4o ano (Ensino Fundamental – Anos iniciais) Copyright © Angélica Alves Prado Demasi, Cristina Tibiriçá Hülle, 2018
Diretor editorial Lauri Cericato Gerente editorial Silvana Rossi Júlio
Editora Natalia Taccetti Gerente de produção editorial Mariana Milani Coordenador de produção editorial Marcelo Henrique Ferreira Fontes Gerente de arte Ricardo Borges Coordenadora de ilustrações e cartografia Marcia Berne Coordenadora de preparação e revisão Lilian Semenichin
Supervisora de iconografia e licenciamento de textos Elaine Bueno
Supervisora de arquivos de segurança Silvia Regina E. Almeida
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Demasi, Angélica Alves Prado Conectados língua portuguesa, 4o ano : componente curricular língua portuguesa : ensino fundamental, anos iniciais / Angélica Alves Prado Demasi, Cristina Tibiriçá Hülle. — 1. ed. — São Paulo : FTD, 2018. ISBN 978-85-96-01274-4 (aluno) ISBN 978-85-96-01275-1 (professor) 1. Português (Ensino fundamental) I. Hülle, Cristina Tibiriçá. II. Título. 17-11527 CDD-372.6 Índices para catálogo sistemático: 1. Português : Ensino fundamental 372.6
EDITORA FTD. Rua Rui Barbosa, 156 – Bela Vista – São Paulo – SP CEP 01326-010 – Tel. 0800 772 2300 Caixa Postal 65149 – CEP da Caixa Postal 01390-970 www.ftd.com.br central.relacionamento@ftd.com.br
Material disponibilizado em licença aberta do tipo Creative Commons – Atribuição não comercial (CC BY NC – 4.0 International). Permitida a criação de obra derivada com fins não comerciais, desde que seja atribuído crédito autoral e as criações sejam licenciadas sob os mesmos parâmetros.
Sumário Apresentação ........................................................................................................4 1o bimestre
Plano de desenvolvimento: Narrativa de aventura e poema .......................................... 15 Projeto integrador: Migração e cultura ............................................................................ 21 1a sequência didática: Há aventura na narrativa? ........................................................... 29 2a sequência didática: Nós produzimos uma narrativa de aventura .............................. 34 3a sequência didática: A beleza do poema! ..................................................................... 38 4a sequência didática: Refletir e escrever ........................................................................ 43 Proposta de acompanhamento da aprendizagem .......................................................... 49
2o bimestre
Plano de desenvolvimento: Biografia e conto popular .................................................... 66 Projeto integrador: Direções e sentidos ........................................................................... 72 1a sequência didática: A vida de quem faz história......................................................... 83 2a sequência didática: Biografia aqui e agora ................................................................. 90 3a sequência didática: Aqui tem folclore! ........................................................................ 93 4a sequência didática: De história em história ................................................................ 99 Proposta de acompanhamento da aprendizagem ........................................................ 102
3o bimestre
Plano de desenvolvimento: Relato de viagem e notícia ................................................ 120 Projeto integrador: População e trabalho ...................................................................... 126 1a sequência didática: Você conhece um intercambista? ............................................ 135 2a sequência didática: Com que letra eu vou? ............................................................... 140 3a sequência didática: O que é notícia? ......................................................................... 146 4a sequência didática: Mais notícias .............................................................................. 151 Proposta de acompanhamento da aprendizagem ........................................................ 157
4o bimestre
Plano de desenvolvimento: Mitologia grega e ciência .................................................. 173 Projeto integrador: O Universo e o planeta Terra .......................................................... 178 1a sequência didática: Mitologia grega .......................................................................... 188 2a sequência didática: Tem produção na mitologia ...................................................... 192 3a sequência didática: Divulgar a ciência....................................................................... 196 4a sequência didática: E a ciência continua ................................................................... 201 Proposta de acompanhamento da aprendizagem ........................................................ 206
Língua Portuguesa – Apresentação
Apresentação No texto a seguir, apresentamos a organização do Manual do Professor – Material Digital, identificando cada tipo de documento disponibilizado e explicando sua função e ordenação, bem como sua relação com a terceira versão da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Em seguida, justificamos as escolhas de conteúdo e a organização do material a partir da proposta pedagógica da coleção, mais uma vez explicitando sua relação com a BNCC.
Organização deste Material Digital O Material Digital desta Coleção de Português está organizado em bimestres. Cada um deles contém o material relacionado a seguir, que visa complementar o conteúdo proposto no livro didático impresso, oferecendo outras possibilidades de atuação ao professor em sua prática educacional. Na sequência, serão abordados, individualmente, os documentos, com o objetivo de explorar suas características e funções, bem como relacioná-los à terceira versão da Base Nacional Comum Curricular. É importante salientar que todas as propostas contidas neste material são sugestões, que poderão ser adaptadas às diversas realidades escolares e aos propósitos educacionais dos docentes. A composição do material consiste em: Plano de desenvolvimento; Projeto integrador; Sequência didática; Proposta de acompanhamento da aprendizagem.
Plano de desenvolvimento O Plano de desenvolvimento apresenta conteúdos, habilidades e metodologias a serem empregados no bimestre; para isso, o documento oferece ao professor informações úteis, que são divididas em: Objetos de conhecimento; Habilidades (baseadas na terceira versão da BNCC); Relações com a prática didático-pedagógica; Práticas em sala de aula; e Foco. Tal compilação resulta em um documento com o propósito de contribuir para melhores práticas do professor. Logo no início, há a tabela com os Objetos do conhecimento e as Habilidades, distribuídos tal qual se apresentam na terceira versão da Base Nacional Comum Curricular, na seção de Língua Portuguesa, bem como a Relação com a prática didático-pedagógica. Na seção Práticas em sala de aula, procuramos sugerir atividades que podem ser recorrentes na sala de aula, fornecer orientações adicionais acerca da organização dos alunos no dia a dia, orientar o professor em relação à abordagem das habilidades durante o bimestre e, por fim, aos conhecimentos essenciais esperados ao final do bimestre. Com isso, o professor tem uma diretriz, ou seja, um panorama das habilidades esperadas que os alunos tenham desenvolvido ao final daquele bimestre. Como uma subseção, apresentamos a seção Foco, na qual há sugestões ao professor quanto ao acompanhamento regular das aprendizagens dos alunos ou como solucionar possíveis dúvidas ou dificuldades em relação a algum conteúdo ou situação de sala de aula. 4
Língua Portuguesa – Apresentação
Ao final, propomos o Para saber mais com indicações de sites, vídeos, filmes, revistas, entre outras publicações associadas a algum conteúdo abordado no decorrer do bimestre ou sugestão de gerenciamento de classe, por exemplo. Com esse conteúdo, esperamos que as sugestões sejam interessantes e que possam agregar ideias à prática do professor em sala de aula.
Sequência didática Outro tópico do Plano de desenvolvimento é a Sequência didática, que oferece práticas complementares às do material impresso, relacionando conteúdos desenvolvidos no livro impresso a algumas habilidades e competências explicitadas na terceira versão da Base Nacional Comum Curricular. Divididas em aulas, as sequências poderão ser adaptadas, dependendo do desenrolar das atividades em cada realidade escolar. Portanto, o professor tem a liberdade de trabalhar a ideia sugerida de acordo com a sua turma e a sua região, bem como a organização quanto ao seu desenvolvimento e distribuição do tempo necessário para a execução da proposta de atividades indicadas, embora haja sugestões no desenvolvimento das aulas. Em sequência de aulas, há procedimentos de abordagem do tema, contemplando tanto gêneros diversos quanto ilustrações relacionadas ao conteúdo estudado, para atingir os objetivos e desenvolver as habilidades propostas. Também em cada Sequência didática sugere-se, no mínimo, uma avaliação, pela qual o professor poderá medir os avanços obtidos pelos alunos, se alcançaram o objetivo relacionado ao desenvolvimento da(s) habilidade(s) proposta(s). Os tópicos Para trabalhar dúvidas e Ampliação também estão presentes em muitas das sequências didáticas e buscam oferecer outras possibilidades para a superação de uma possível dificuldade dos alunos ou para a ampliação de uma temática.
Proposta de acompanhamento da aprendizagem Outro documento abordado é a Proposta de acompanhamento da aprendizagem, que visa identificar individualmente se foram alcançados os objetivos previstos no bimestre. Esse documento apresenta duas versões: a primeira, para o aluno, possibilita que o professor, se assim desejar, imprima as questões como são sugeridas e as entregue para os alunos responderem; a segunda versão, para o professor, apresenta respostas e comentários. No texto direcionado ao professor, há orientações que incluem não apenas as sugestões de respostas, mas também as explicações adicionais, como evidenciar a habilidade da terceira versão da Base Nacional Comum Curricular, que pode ser desenvolvida naquela questão, por exemplo. Ao final, há uma Ficha de acompanhamento de aprendizagem, que inclui as habilidades trabalhadas nas questões da Proposta, bem como a identificação do nível de compreensão para cada questão. Na sequência, apresentamos um modelo de Ficha de acompanhamento individual, estruturada para ser preenchida pelo professor, elencando os avanços e os desafios de seus alunos, caso a caso.
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Língua Portuguesa – Apresentação
Projeto integrador Uma das formas mais eficazes de ação interdisciplinar no contexto escolar é a realização de projetos. Segundo Fazenda (2001), a interdisciplinaridade concretiza-se na busca de respostas ou durante a realização de pesquisas. Os Projetos integradores consistem no planejamento e na execução de ações que integram diferentes componentes curriculares e áreas do conhecimento, de modo aplicado ao contexto dos alunos em suas comunidades. Desse modo, a aprendizagem torna-se vivencial e, por isso, mais significativa, verdadeira e interessante. O Projeto integrador objetiva proporcionar a interdisciplinaridade e a contextualização dos assuntos propostos, por meio da conexão entre as disciplinas estabelecidas ao início do documento. A interdisciplinaridade é a interação entre duas ou mais disciplinas, que pode ir desde a simples comunicação de ideias até a integração recíproca dos conceitos fundamentais e da teoria do conhecimento, da metodologia e dos dados de pesquisa. [...] ZABALA, A. (Org.). A prática educativa: como ensinar. Porto Alegre: Artmed, 2010. p. 143.
Diante disso, o Projeto integrador vem ao encontro da ideia de realizar conexões entre as disciplinas, proporcionando ao aluno um enriquecimento do conteúdo exposto, motivando-os a participar do processo de aprendizagem e estabelecer mais relações com os temas estudados. Neste Material Digital, há um projeto integrador por bimestre. A duração de cada um varia de acordo com a proposta desenvolvida, mas todos apresentam a mesma estrutura: justificativa, objetivos, competências e habilidades da terceira versão da BNCC, materiais utilizados, propostas de avaliação de aprendizagem (incluindo a Autoavaliação), cronograma, produtos a serem desenvolvidos e, ainda, materiais de consulta adicionais. Conforme descrito na introdução deste texto acerca da organização do material, tratamos de explanar até aqui quais são as características principais de cada documento que compõe o Material Digital. Em síntese, para cada bimestre, temos o Plano de desenvolvimento, funcionando como um documento norteador dos principais temas propostos no livro impresso, e a ele estão atrelados todos os outros documentos, ou seja, com base no Plano são extraídos os conhecimentos e as competências, os conteúdos, a relação com a prática didático-pedagógica, que serão desenvolvidos nas Sequências didáticas, bem como na Proposta de aprendizagem e no Projeto integrador.
A proposta pedagógica da coleção O Material Digital tem um caráter complementar ao livro impresso. Portanto, será possível encontrar caminhos alternativos para a exploração dos conteúdos tratados em cada disciplina, favorecendo o desenvolvimento realizado na Educação Infantil, nas habilidades e competências estabelecidas nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, dispostos na terceira versão da Base Nacional Comum Curricular. Vale lembrar que os conteúdos propostos, bem como as atividades e avaliações disponibilizadas na coleção, são sugestões, que poderão ser adaptadas, conforme a realidade de seus alunos. Assim, ressaltamos que o professor tem total liberdade para realizar as adequações que considerar necessárias para aproximar o material aos seus propósitos educacionais.
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Língua Portuguesa – Apresentação
Para dar início às propostas pedagógicas presentes na coleção, faz-se necessário mencionar as Competências específicas de Língua Portuguesa para o Ensino Fundamental, extraídas da terceira versão da Base Nacional Comum Curricular, conforme segue: 1. Reconhecer a língua como meio de construção de identidades de seus usuários e da comunidade a que pertencem. 2. Compreender a língua como fenômeno cultural, histórico, social, variável, heterogêneo e sensível aos contextos de uso. 3. Demonstrar atitude respeitosa diante de variedades linguísticas, rejeitando preconceitos linguísticos. 4. Valorizar a escrita como bem cultural da humanidade. 5. Empregar, nas interações sociais, a variedade e o estilo de linguagem adequado à situação comunicativa, ao interlocutor e ao gênero textual. 6. Analisar argumentos e opiniões manifestados em interações sociais e nos meios de comunicação, posicionando-se criticamente em relação a conteúdos discriminatórios que ferem direitos humanos e ambientais. 7. Reconhecer o texto como lugar de manifestação de valores e ideologias. 8. Selecionar textos e livros para leitura integral, de acordo com objetivos e interesses pessoais (estudo, formação pessoal, entretenimento, pesquisa, trabalho etc.). 9. Ler textos que circulam no contexto escolar e no meio social com compreensão, autonomia, fluência e criticidade. 10. Valorizar a literatura e outras manifestações culturais como formas de compreensão do mundo e de si mesmo. BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2017. p. 66.
Distribuídas em eixos, as competências são organizadas em: Oralidade; Conhecimentos linguísticos e gramaticais; Leitura; Escrita e Educação literária, proporcionando o desenvolvimento de cada habilidade proposta nos eixos por meio de diferentes procedimentos e estratégias para aprendizagem. A seguir, apresentamos a proposta pedagógica da coleção, com destaque para o conhecimento e ensino transmitidos, para a organização dos conteúdos e para as formas de avaliação. [...] para ser considerado competente em Língua Portuguesa, o aluno precisa dominar habilidades que o capacitem a viver em sociedade, atuando, de maneira adequada e relevante, nas mais diversas situações sociais de comunicação. Para tanto, o aluno precisa saber interagir verbalmente, isto é, precisa ser capaz de compreender e participar de um diálogo ou de uma conversa, de produzir textos escritos, dos diversos gêneros que circulam socialmente. BRASIL. Ministério da Educação. PDE: Plano de Desenvolvimento da Educação: Prova Brasil: Ensino Fundamental: matrizes de referência, tópicos e descritores. Brasília: MEC, SEB; Inep, 2008. p. 19.
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A oralidade O ser competente na própria língua perpassa também a oralidade, a qual pode ser trabalhada em atividades em sala de aula para que o aluno esteja preparado às mais variadas situações em que tenha de se expressar em público. Assim, ele terá de perceber o contexto em que a interação acontece para adequar seu discurso ao público e escolher o registro que irá usar, a postura que terá e o gênero mais apropriado para a ocasião. Para alcançar isso, as práticas comunicativas em sala de aula podem proporcionar o desenvolvimento de estratégias para que o aluno utilize também em situações fora da escola. Outro ponto importante é que as atividades que envolvam a oralidade façam sentido aos interlocutores. Em virtude disso, nos anos iniciais, as práticas orais têm de ser significativas para os alunos, levando-os a compreender e produzir textos orais que estejam relacionados não somente ao contexto, mas também aos aspectos linguísticos e não linguísticos, como, por exemplo, entonação, dicção, ritmo, gesto e postura. Expressar suas próprias opiniões ao discutir um assunto em sala de aula, levantar hipóteses sobre o tema tratado, ou, ainda, identificar o momento de ouvir o colega, respeitando não somente a vez dele como também sua opinião são habilidades a serem desenvolvidas durante o ano. Os combinados da sala feitos logo nos primeiros dias também incentivam os alunos a colaborar nos momentos em que estão trabalhando a oralidade e a organizarem suas interações.
A produção escrita A proposta da coleção abrange, para a produção escrita, o uso de diferentes categorias didáticas, como reproduções e escrita de textos em conformidade com o gênero trabalhado, levando os alunos a refletir sobre as regularidades da língua. Durante a produção textual, os alunos são levados a refletir sobre a situação comunicativa, os interlocutores, a finalidade do texto, o suporte, a circulação, a linguagem, na organização, a estrutura, o tema e o assunto determinado para desenvolverem o texto. Trabalhar com os diferentes gêneros textuais possibilita aos alunos a percepção da estrutura de cada um, bem como os elementos que os caracterizam e a função social de cada um, entendendo sua finalidade. É importante considerar que os processos que envolvem escrita, planejamento, revisão, reescrita e edição acontecem sucessiva e concomitantemente à produção textual e buscam aprimorar as diversas versões de escrita e reescrita, considerando que, ao reler um texto autoral, o aluno tem condições de fazer recortes, incluir ou excluir informações, realizar correções e/ou modificações necessárias para torna-lo o mais claro possível. Para tanto, o acompanhamento do professor no processo de desenvolvimento das capacidades linguísticas dos alunos é essencial para orientá-los e esclarecer as dúvidas durante as atividades.
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A revisão, procedimento de autoria por excelência, reúne as ferramentas mais valiosas para a atividade de escrita porque obriga o escritor a observar a forma, aprender a buscar uma estética que responda melhor aos seus objetivos, a moldar o seu texto experimentando diferentes recursos, a manipular o signo e a conhece-lo melhor. A revisão ensina o escritor a compreender que um texto é uma construção complexa porque envolve todo o conhecimento de que dispõe. FORTUNATO, M. V. Procedimentos de autoria. In: ______. Autoria e aprendizagem da escrita. 2009. fls. 130-148. Tese (Doutorado em Educação) – Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2009. p.145. Disponível em: <http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde02092009142512/ptbr.php>. Acesso em: 14 nov. 2017.
A compreensão leitora Com relação à prática de leitura, enfatizamos que os contextos sociais, nos quais a leitura se faz necessária em nosso dia a dia, são variados. Por uma infinidade de razões, realizamos leituras o tempo todo: o letreiro de um ônibus, os preços e a validade de determinados produtos, o manual de um equipamento, a manchete do jornal, o capítulo antecipado da novela (na revista ou on-line), um bilhete deixado por alguém, um e-mail, um recado em páginas sociais, uma crônica, uma poesia, um romance, uma letra de música, a sinopse de um filme ou de uma peça teatral, o resultado do jogo, um contrato, uma proposta política, a bula de um medicamento, o extrato bancário, entre tantas outras possibilidades. Ao refletir sobre a multiplicidade de usos da leitura em nosso cotidiano, faz-se necessário considerar o quão fundamental é o papel do professor no estímulo à leitura. “Como mediador, o docente deve colocar-se tal qual um facilitador” (MASETTO, 2010, p. 43), incentivando a prática da leitura, buscando alternativas diversificadas, num processo de continuidade e recriação de estratégias funcionais que valorizem a interação autor-leitor. No processamento textual, o leitor utiliza várias estratégias simultaneamente, ou seja, vários passos para conseguir interpretar o texto, ativando os três grandes sistemas do conhecimento, como mencionado por Koch (ELIAS e KOCH, 2015, p. 40): conhecimento linguístico, conhecimento enciclopédico e conhecimento interacional. O primeiro envolve o conhecimento gramatical e linguístico; o segundo são os conhecimentos gerais, os quais são adquiridos pela nossa experiência e convívio em sociedade; o último é como ocorre a interação por meio da linguagem. Para ampliar nosso conhecimento de mundo, o contato com diversos gêneros textuais, tanto orais como escritos, é importante e pode ser proporcionado em situações de leitura e de escrita. O leitor, para atingir a compreensão leitora, usa várias estratégias simultaneamente, como ativar os conhecimentos de mundo e fazer as relações com o campo semântico; por isso, quanto mais familiarizado tanto com o assunto que está lendo, bem como com o gênero, maior será sua compreensão. Cabe destacar que estão presentes na coleção diversos textos que priorizam práticas de leituras de textos verbais, não verbais e multimodais que exigem a localização de informações explícitas e implícitas, bem como a dedução dos sentidos de palavras e expressões desconhecidas ou pouco familiares. Tais práticas demandam que os alunos compreendam a finalidade dos textos em estudo e construam comparações entre gêneros textuais a outras áreas do conhecimento.
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Para contemplar o universo da leitura, é importante que o professor viabilize estratégias diversificadas, considerando em sua rotina escolar oportunidades distintas de possibilidades da prática leitora, que pode ser realizada individualmente, em duplas ou grupos; por meio de rodas de leitura; em voz alta ou silenciosa; como tarefa para casa; envolvendo pesquisas e consultas a publicações impressas ou virtuais; entre outras alternativas. Promover essas atividades desperta a curiosidade dos alunos por novas leituras, trazendo, ainda, ocasiões favoráveis para que participem ativamente do processo de desenvolvimento das competências e habilidades propostas para essa etapa da educação básica.
Aprendendo com a diversidade Outro tema que merece atenção especial na proposta pedagógica está relacionado à aprendizagem na diversidade. Levando-se em conta que as oportunidades de ensino devem ser igualitárias a todos os alunos, é importante considerar os diferentes ritmos de aquisições do conhecimento, bem como as diferenças sociais, culturais, entre outras, que poderão fazer parte de uma mesma sala de aula. Nesse contexto, é preciso planejar ações que abranjam essa diversidade, de modo que a escola tenha condições de contribuir para uma educação justa, igualitária e inclusiva, como mencionado anteriormente. A diversidade cultural e social, por exemplo, pode se tornar um elemento rico, se considerarmos o levantamento dos conhecimentos prévios dos alunos como premissa da aprendizagem. Ao compartilhar experiências e vivências, como é proposto em algumas sequências didáticas, o aluno se sente parte do processo de ensino-aprendizagem, uma vez que percebe que seus conhecimentos e suas características individuais são valorizados e respeitados pelo professor e pelos colegas. Dessa forma, os alunos têm a oportunidade de comparar, analisar e ampliar o que já sabiam a respeito do tema abordado e, assim, começam a identificar que as diferenças, sejam elas culturais, sociais, intelectuais ou físicas, são inerentes aos seres humanos e fazem parte da vida em sociedade. [...] a aprendizagem é uma construção pessoal que cada menino e cada menina realizam graças à ajuda que recebem de outras pessoas. Esta construção, através da qual podem atribuir significado a um determinado objeto de ensino, implica a contribuição por parte da pessoa que aprende, de seu interesse e disponibilidade, de seus conhecimentos prévios e de sua experiência. Em tudo isto desempenha um papel essencial a pessoa especializada, que ajuda a detectar um conflito inicial entre o que já se conhece e o que se deve saber, que contribui para que o aluno se sinta capaz e com vontade de resolvê-lo, que propõe o novo conteúdo como um desafio interessante, cuja resolução terá alguma utilidade, que intervém de forma adequada nos progressos e nas dificuldades que o aluno manifesta, apoiando-o e prevendo, ao mesmo tempo, a atuação autônoma do aluno. É um processo que não só contribui para que o aluno aprenda certos conteúdos, mas também faz com que aprenda a aprender e que aprenda que pode aprender. Sua repercussão não se limita ao que o aluno sabe, igualmente influi no que sabe fazer e na imagem que tem de si mesmo. ZABALA, A. (Org.). A prática educativa: como ensinar. Porto Alegre: Artmed, 2010. p. 63.
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Para o exercício do trabalho coletivo, no qual os alunos têm a oportunidade de se relacionar com seus colegas e estão expostos a outras ideias, formas de pensar, de agir, de se comportar, os agrupamentos são uma alternativa interessante para o estabelecimento de vínculos de amizade e de interação com o outro. Nessas situações, ao mesmo tempo em que devem interagir, aprendem a incluir o outro, respeitando as diferenças e colaborando para que todos se sintam parte integrante do grupo. Da mesma maneira, o trabalho interdisciplinar exerce uma função que favorece o respeito à diversidade, pois possibilita o reconhecimento de que os conteúdos estudados têm significados e intenções, motivando os alunos a participar ativamente do processo de aprendizagem. Essa estratégia, na coleção, é abordada, especialmente, no projeto integrador – quando se propõe que os alunos realizem determinado trabalho que envolve outras áreas do conhecimento e ao mesmo tempo estão vinculados a situações que fazem parte da realidade do aluno. O trabalho com os gêneros, desenvolvido na coleção, viabiliza a discussão de temas e conhecimentos que permitem inserir os alunos na sociedade, considerando suas experiências. [...] Compete à escola, pela ampliação da produção e circulação de variados textos/gêneros, a responsabilidade de criar condições para que o aluno envolva-se em múltiplas práticas de letramentos que possibilitem sua inserção e participação em inúmeras esferas da atividade humana presentes na sociedade. ROJO, Roxane Helena. Multiletramentos na escola. São Paulo: Parábola Editorial, 2012. p. 214.
No que se refere ao uso da internet durante o processo educacional, salientamos que são sugeridos na coleção diferentes tecnologias e suportes de conteúdo, indicações de sites de jogos e brincadeiras, opções de ouvir a leitura de histórias e poemas, assistir a filmes, documentários, animações e telejornais. Entretanto, é fundamental que o professor tenha conhecimento dos objetivos que se pretende alcançar ao fazer uso dessas ferramentas digitais, para que os resultados sejam educativos e produtivos.
Avaliação No que se refere à Avaliação, partimos de uma breve definição, da autora Jussara Hoffmann, que diz: A avaliação é substancialmente reflexão, capacidade única e exclusiva do ser humano de pensar sobre seus atos, analisa-los, julgá-los, interagindo com o mundo e com os outros seres, influindo e sofrendo influências pelo seu pensar e agir. HOFFMANN, J. Avaliar para promover. Porto Alegre: Mediação. 2001. p. 10. In: Programa de Apoio a Leitura e Escrita: PRALER. Caderno de Teoria e Prática 6 – Avaliação e projetos na sala de aula. Brasília: FNDE/MEC, 2007. p. 14.
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Nesse sentido, é importante que as propostas avaliativas contemplem seu uso social, que reflitam sua função real. Uma vez estabelecido um exercício, é preciso que o aluno saiba o porquê de estar realizando-o, com qual objetivo, qual a relação que poderá fazer com situações reais de sua vida. Tal prática possibilita ao aluno realizar conexões do que se aprende na escola com suas experiências, fato que o auxiliará na apropriação do conhecimento e das habilidades que se espera que alcance. Por esse motivo, tivemos a preocupação de inserir nas propostas de avaliação questões que reflitam esse propósito educacional. A seguir, indicamos alguns métodos avaliativos, que poderão ser encontrados no material da coleção, a partir de questões que auxiliem o professor na avaliação do desenvolvimento das competências e habilidades preestabelecidas:
Projetos; Trabalhos em grupo; Apresentações; Entregas por meios digitais (vídeos, fotos, apresentações, websites etc.); Propostas de autoavaliação pelos alunos.
O conceito de Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP), elaborado por Vygotsky, também deve ser considerado. Com ele, o professor pode verificar qual a distância entre o nível de desenvolvimento real obtido pelo próprio aluno ao resolver um problema e o nível de desenvolvimento potencial, pelo qual ele só chega à resolução do problema com a orientação de um adulto ou em colaboração com um colega. Ao ter essa percepção de forma sistematizada, o professor pode calcular a zona proximal identificando o que é real do que é potencial e, assim, estipular estratégias educativas que funcionem de forma sistemática e individualizada. Ao elaborar a avaliação, é importante que o professor utilize instrumentos variados, que permitam observar a progressão dos alunos e suas relações com as estratégias didáticas adotadas. As avaliações devem ser realizadas continuamente, tendo-se o cuidado para que essa prática ocorra em diferentes momentos e de formas variadas e que possam ser usadas para analisar os avanços obtidos pelos alunos, fornecendo informações para que o professor estabeleça a melhor maneira de prosseguir. A avaliação não ocorre somente com instrumentos sistemáticos, por exemplo, uma prova com dia e horário marcados, uma aula somente para que os alunos leiam, às vezes, de forma mecânica, apenas para cumprir o ritual de obter uma nota. Quando temos uma forma contínua e individual de avaliar a construção de conhecimentos do aluno, podemos rever constantemente nossa prática pedagógica e melhorá-la, dentro do possível. Programa de Apoio a Leitura e Escrita: PRALER. Caderno de Teoria e Prática 6 – Avaliação e projetos na sala de aula. Brasília: FNDE/MEC, 2007. p. 21.
É possível elaborar instrumentos de levantamento de dados para cada ano escolar, de modo que se mapeiem os diferentes aspectos do estudo da língua, que podem estar associados à ortografia, à produção de textos orais e escritos, à gramática, à leitura, a fim de possibilitar ao professor o planejamento de intervenções pertinentes, no sentido de auxiliar os alunos em seu desenvolvimento constante.
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De forma resumida, destacamos outro método importante de avaliação que permite tanto ao professor quanto ao aluno observar os avanços obtidos no decorrer das aulas. Trata-se da Autoavaliação, instrumento complementar de análise do professor e participação direta dos alunos. Por meio desse recurso, é possível que os estudantes desenvolvam uma postura crítica diante de seu processo de aprendizagem e participem ativamente, esclarecendo possíveis dúvidas acerca das propostas de trabalho. Contudo, é fundamental que o professor explicite o objetivo da autoavaliação e explique de forma coerente à idade do aluno os motivos de tal atividade. Portanto, antes da aplicação desse procedimento, deve-se elucidar aos alunos em que aspecto eles devem se autoavaliar. Outra modalidade avaliativa que merece destaque é a Avaliação diagnóstica, cujo objetivo é investigar as habilidades dos alunos em determinada área do conhecimento. Esse instrumento permite ao professor acompanhar o processo de aprendizagem dos alunos, permitindo que realize intervenções necessárias para o alcance dos objetivos preestabelecidos. Tendo mapeado o conhecimento prévio dos alunos, nessa espécie de avaliação inicial, e pondo em prática as situações planejadas para levá-los a avançar, o professor passa a precisar de um outro instrumento para verificar como eles estão progredindo, já que o conhecimento não é construído igualmente, ao mesmo tempo e da mesma forma por todos. Esse instrumento é a avaliação de percurso – formativa ou processual, como muitos a chamam – feita durante o processo de aprendizagem. Ela serve para verificar se o trabalho do professor está sendo produtivo e se os alunos estão, de fato, aprendendo com as situações didáticas propostas. Como um observador privilegiado das ações do aprendiz, o professor tem condições de avaliar o tempo todo, e é essa avaliação que lhe dá indicadores para sustentar sua intervenção. Mas isso é diferente de planejar e implementar uma atividade para avaliar a aprendizagem. Ao montar uma situação de avaliação, o professor precisa ter clareza sobre as diferenças que existem entre situações de aprendizagem e situações de avaliação. WEISZ, T.; SANCHEZ, A. O diálogo entre o ensino e a aprendizagem. São Paulo: Ática, 2002. p. 93-94.
Diante da perspectiva da nova dimensão para o projeto pedagógico, estabelecida na terceira versão da Base Nacional Comum Curricular, esperamos que o material digital, que complementa o livro impresso, seja um instrumento colaborativo na prática educacional e que proporcione oportunidades de reflexão e novas ideias para um trabalho docente cada vez mais eficaz e conectado aos princípios de formação humana integral e construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva. Desejamos um excelente trabalho e ótimo aproveitamento do material!
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Bibliografia BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2017. Disponível em: <http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_publicacao.pdf>. Acesso em: 2 dez. 2017. BRASIL. Ministério da Educação. PDE: Plano de Desenvolvimento da Educação: Prova Brasil: ensino fundamental: matrizes de referência, tópicos e descritores. Brasília: MEC, SEB; Inep, 2008. BRASIL. Ministério da Educação. Programa de Apoio a Leitura e Escrita PRALER. Caderno de Teoria e Prática 6 – avaliação e projetos na sala de aula. Brasília: FNDE/MEC, 2007. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/praler/tp/tp6.pdf>. Acesso em: 3 dez. 2017. FORTUNATO, Marcia Vescovi. Procedimentos de autoria. In: _____. Autoria e aprendizagem da escrita. 2009. fls. 130-148. Tese (Doutorado em Educação) – São Paulo: Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo, 2009. Disponível em: <http://www.teses.usp.br/teses/ disponiveis/48/48134/tde-02092009-142512/pt-br.php>. Acesso em: 14 nov. 2017. KOCH, Ingedore Villaça; ELIAS, Vanda Maria. Ler e compreender os sentidos do texto. São Paulo: Contexto, 2015. p. 40. MASETTO, Marcos Tarciso. O professor na hora da verdade. São Paulo: Avercamp, 2010. ROJO, Roxane Helena. Multiletramentos na escola. São Paulo: Parábola Editorial, 2012. ZABALA, Antoni. (Org.). A prática educativa: como ensinar. Porto Alegre: Artmed, 2010. Material disponibilizado em licença aberta do tipo Creative Commons – Atribuição não comercial (CC BY NC – 4.0 International). Permitida a criação de obra derivada com fins não comerciais, desde que seja atribuído crédito autoral e as criações sejam licenciadas sob os mesmos parâmetros.
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Língua Portuguesa – 4o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento
Plano de desenvolvimento: Narrativa de aventura e poema Nesta sequência, serão abordados os gêneros textuais narrativa de aventura e poema, com ênfase nas características e nas funções sociais desses textos. Também serão abordados aspectos do processo de leitura e das convenções de escrita, como o uso dos sufixos -ez/-eza e -ês/-esa.
Conteúdos • • •
Gêneros textuais narrativa de aventura e poema Palavras oxítonas, paroxítonas e proparoxítonas Derivação sufixal
Objetos de conhecimento e habilidades Objetos de conhecimento
Habilidades
Relação com a prática didático-pedagógica
Constituição da identidade psicossocial, em sala de aula, por meio da oralidade Regras de convivência em sala de aula • (EF04LP01) Participar das interações orais em sala de aula, com liberdade, desenvoltura e respeito aos interlocutores, para resolver conflitos e criar soluções. • (EF04LP02) Argumentar sobre acontecimentos de interesse social, com base em conhecimentos sobre fatos divulgados em TV, rádio, mídia impressa e digital, com cordialidade e respeito a pontos de vista diferentes. • (EF04LP03) Escutar com atenção apresentações de trabalhos por colegas, formulando perguntas pertinentes ao tema e solicitando esclarecimentos sobre dados apresentados em imagens, tabelas, textos. • As práticas didático-pedagógicas apresentam atividades que proporcionam aos alunos desenvolverem habilidades que os ajudem a interagir com desenvoltura com os demais colegas e com o professor, não só em situações de exposição de trabalhos ou discussões em grupo, como também quando sentirem necessidade de questionar ou elucidar alguma dúvida. A essa prática adicionam-se os debates, em que os alunos têm a oportunidade de expressar suas opiniões e ideias sobre temas de interesse social.
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Língua Portuguesa – 4o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento
Objetos de conhecimento
Habilidades
Relação com a prática didático-pedagógica
Objetos de conhecimento
Habilidades
Relação com a prática didático-pedagógica
Fluência de leitura para a compreensão do texto Autodomínio do processo de leitura Localização de informações em textos Deduções e inferências de informações Reflexão sobre o conteúdo temático do texto Reflexão sobre o léxico do texto • (EF35LP05) Ler textos de diferentes extensões, silenciosamente e em voz alta, com crescente autonomia e fluência (padrão rítmico adequado e precisão), de modo a possibilitar a compreensão. • (EF35LP06) Estabelecer expectativas (pressuposições antecipadoras dos sentidos, da forma e da função do texto), apoiando-se em seus conhecimentos prévios sobre gênero textual, suporte e universo temático, bem como sobre saliências textuais, recursos gráficos, imagens, dados da própria obra (índice, prefácio etc.), confirmando antecipações e inferências realizadas antes e durante a leitura de textos. • (EF04LP08) Localizar e comparar informações explícitas em textos. • (EF04LP10) Inferir informações implícitas em textos. • (EF04LP12) Inferir o tema e assunto, demonstrando compreensão global do texto. • (EF04LP13) Inferir, em textos, o sentido de palavras e expressões, considerando o contexto em que aparecem. • Por meio das práticas didático-pedagógicas, os alunos terão a oportunidade de desenvolver estratégias que os levarão à compreensão leitora, de modo a tornarem-se leitores proficientes. Planejamento do texto Revisão do texto Reescrita do texto • (EF35LP07) Planejar, com a ajuda do professor, o texto que será produzido, considerando a situação comunicativa, os interlocutores (quem escreve/para quem escreve); a finalidade ou o propósito (escrever para quê); a circulação (onde o texto vai circular); o suporte (qual é o portador do texto); a linguagem, organização, estrutura; o tema e assunto do texto. • (EF35LP10) Reler e revisar o texto produzido com a ajuda do professor e a colaboração dos colegas, para corrigi-lo e aprimorá-lo, fazendo cortes, acréscimos, reformulações, correções de ortografia e pontuação. • (EF35LP11) Reescrever o texto incorporando as alterações feitas na revisão e obedecendo as convenções de disposição gráfica, inclusão de título, de autoria. • As práticas didático-pedagógicas possibilitam aos alunos refletir sobre uma etapa anterior à escrita: o planejamento do texto. O aluno desenvolve maior autonomia para as produções futuras ao perceber que antes de escrever um texto, é necessário planejá-lo, considerando sua estrutura, a quem se dirige, sua intencionalidade, seu contexto de 16
Língua Portuguesa – 4o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento
circulação, a linguagem utilizada etc. Os alunos também perceberão que o texto não é uma produção obtida na primeira escrita, mas um processo de planejamento e escrita de versões, de releitura, de revisão e de reescrita, etapas que possibilitam melhorar o texto, deixando-o com maior fluidez e clareza. Objetos de conhecimento
Habilidades
Relação com a prática didático-pedagógica
Objetos de conhecimento
Habilidades
Relação com a prática didático-pedagógica
Consciência grafofonêmica Acentuação Derivação sufixal • (EF04LP23) Grafar palavras utilizando regras de correspondência fonema-grafema regulares e contextuais. • (EF04LP26) Usar acento gráfico (agudo ou circunflexo) em paroxítonas terminadas em -i(s), -l, -r, -ão(s). • (EF04LP29) Reconhecer e grafar, corretamente, palavras derivadas com os sufixos -agem, -oso, -eza, -izar/-isar. • As práticas didático-pedagógicas proporcionam aos alunos atividades que os ajudarão a entender as regras de correspondência fonema-grafema em situações regulares e em seus contextos de uso. Também possibilitarão aos alunos empregar acento gráfico em palavras paroxítonas e entender a formação de palavras por meio da derivação sufixal -ês/-esa e -ez/-eza. Elementos constitutivos do discurso narrativo ficcional em prosa e versos: estrutura da narrativa e recursos expressivos Elementos constitutivos do discurso poético em versos: estratos fônico, semântico e gráfico Processos de criação • (EF04LP34) Identificar, em narrativas, cenário, personagem central, conflito gerador, resolução e o ponto de vista com base no qual histórias são narradas, diferenciando narrativas em primeira e terceira pessoas. • (EF04LP36) Identificar efeitos de sentido decorrentes do uso de recursos rítmicos e melódicos (aliteração, eco e rimas), de expressões metafóricas e de recursos gráfico-visuais em textos versificados. • (EF04LP40) Criar narrativas ficcionais, desenvolvendo enredos, personagens e cenários, utilizando técnicas diversas como a linguagem descritiva, narrativas em primeira e terceira pessoas e diálogos. • Por meio dos textos literários apresentados neste bimestre, os alunos poderão desenvolver as habilidades necessárias para identificar as estruturas principais que caracterizam esses textos, bem como sua função social. As atividades ajudam os alunos a descobrir de maneira gradual não só os elementos que caracterizam cada gênero, como também os recursos envolvidos para obter a expressividade que o autor idealizou.
Estas são as habilidades mínimas que se espera que os alunos desenvolvam durante o primeiro bimestre para prosseguirem seus estudos durante o ano letivo. 17
Língua Portuguesa – 4o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento
Práticas de sala de aula Para iniciar tanto o bimestre quanto o ano letivo, é importante estabelecer um acordo com a turma sobre os conteúdos que serão trabalhados no decorrer desses dois meses. Isso pode ser feito por meio de um pequeno quadro dividido em quatro colunas: conteúdo, objetivos, habilidades e autoavaliação. Essa última coluna, por exemplo, pode ser utilizada exclusivamente pelos alunos, ao final de cada período, para avaliar sua própria evolução na aprendizagem. Eles poderão fazer isso conforme sua própria percepção quanto a terem atingido ou não o objetivo descrito ou terem desenvolvido ou não determinada habilidade. Antes, no entanto, sugere-se apresentar o quadro aos alunos e explicar-lhes como deve ser utilizado. Na maioria das vezes, esse tipo de proposta ajuda os alunos que ainda não desenvolveram nenhuma técnica para estudar em casa a criar suas próprias estratégias. Isso porque, ao acompanhar a própria evolução, eles terão maior autonomia para desenvolver seu plano de estudos. É possível, também, mediar essa etapa, sugerindo-lhes dicas de como podem estudar e de como montar esse plano. É válido frisar que, a princípio, esse planejamento deve ser feito de maneira simples, mas pode ser aprimorado nos anos escolares seguintes, de acordo com as necessidades de aprendizado. Esse tema também pode ser abordado com os responsáveis na primeira reunião do ano, expondo-lhes como será feito esse planejamento e como podem ajudar e orientar os alunos em casa. Outro ponto importante a ser trabalhado com os alunos é a expressão da oralidade, que abrange desde como eles devem proceder durante as exposições orais dos colegas até a maneira como devem apresentar um trabalho, expor uma ideia ou fazer um questionamento para elucidar uma dúvida. Os acordos da turma devem ser evidentes e incluir vários aspectos que eventualmente podem causar conflitos no convívio diário para que todos possam solucionar os problemas. Uma sugestão é estabelecer esses acordos nas primeiras aulas, junto com a turma, escrevê-los em um cartaz e expô-los em algum lugar de fácil visualização na sala de aula, para que todos possam ter acesso a eles quando tiverem dúvidas. Aos poucos, eles vão incorporar o que foi acordado, e se tornará natural, por exemplo, levantar a mão para falar, respeitar a opinião dos colegas etc. Outra questão a ser discutida é o trabalho em equipe, um tópico muito importante quando se pensa em construir uma sociedade colaborativa, com valores igualitários que preconizam o respeito e a tolerância ao outro. Em razão disso, é importante que desde cedo saibamos como trabalhar com eficácia de maneira coletiva. Dentro dessa perspectiva, as habilidades (EF04LP01), (EF04LP02) e (EF04LP03) contribuem para desenvolver a noção de cooperação, valorização e respeito ao outro. Por meio da prática de exposições e comunicações orais, tanto em situações formais quanto informais, os alunos vão sentir-se cada vez mais seguros para expor o que pensam e para elucidar dúvidas quando surgirem, sem receio de brincadeiras inadequadas ou de fazer uma pergunta não pertinente, por exemplo. Ao ter desenvoltura nesse tipo de interação, os alunos se tornarão mais participativos, atuantes e, consequentemente, mais ativos em seu processo de ensino-aprendizagem. As atividades coletivas proporcionam troca de conhecimento entre os alunos. Isso é importante para que aprendam a considerar outros pontos de vista e para que entendam que, mesmo quando não concordarem com as opiniões expressas pelos colegas, devem ouvi-las com respeito, o que contribui para se tornarem pessoas mais flexíveis e abertas ao diálogo. Assim, as atividades em grupo motivam as aprendizagens e auxiliam os alunos a superar dificuldades de convívio com pessoas diferentes deles, além de ser uma importante maneira de compartilhar estratégias e soluções. 18
Língua Portuguesa – 4o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento
Para trabalhar a leitura, é importante partir de elementos pré-textuais e do levantamento de hipóteses sobre o texto, como o título ou a investigação do tema abordado. Antes da leitura, também é oportuno fazer perguntas aos alunos para verificar os conhecimentos gerais deles, avaliando seus conhecimentos prévios. Ao estabelecer as relações intertextuais, os alunos são incentivados a estabelecer as conexões necessárias para atingir a compreensão leitora. Após as atividades iniciais com o texto, é o momento da leitura, quando serão feitas as inferências quanto às informações implícitas e explícitas, à compreensão do tema ou assunto, à percepção da estrutura do texto, do suporte etc. Também durante o processo de leitura, deve-se ajudar os alunos a confirmar ou ajustar as hipóteses, deduções e inferências que foram feitas previamente por eles, bem como ajudá-los a compreender o sentido de palavras e expressões desconhecidas pelo contexto (EF04LP10), (EF04LP12), (EF04LP13), (EF35LP06). Para desenvolver a escrita, o ideal é partir do planejamento do texto, seja de maneira individual, em grupo, em dupla, com ou sem a ajuda do professor. Esse tipo de atividade leva os alunos a perceber a importância de considerar para quem e por que escrevem, onde o texto vai circular, qual é seu suporte, qual linguagem empregar, conforme o gênero que será utilizado, qual é a estrutura do gênero textual ao produzir o texto (EF35LP07). Os alunos deverão perceber a importância da etapa de preparação do que será escrito para o planejamento do texto, para agregar os seus conhecimentos ao que irá escrever, pois essa é uma prática que lhes será útil toda vez que quiserem produzir um texto. Outra percepção que os alunos devem desenvolver é a de que o texto não está pronto ao terminar a primeira escrita, pois será preciso reler e revisar, eventualmente criando novas versões do texto antes de considerá-lo finalizado. Por isso, ao propor aos alunos atividades de escrita, reservar tempo suficiente para que façam o planejamento, a revisão e a reescrita do texto produzido por eles. Ao analisar como alterá-lo para obter um resultado melhor, os alunos são incentivados a trabalhar sua produção escrita (EF35LP10), (EF35LP11). Assim como a leitura e a produção escrita, convém trabalhar também os conhecimentos gramaticais e linguísticos. Neste bimestre, a ênfase será na grafia de palavras com correspondência fonema-grafema regular e contextual, na acentuação de paroxítonas e na derivação sufixal (EF04LP23), (EF04LP26), (EF04LP29). As atividades levam os alunos a refletir por que as palavras foram grafadas daquela forma e como se formaram. Para ajudá-los a fixar esse conteúdo, pode ser oportuno sugerir-lhes brincadeiras com jogos de palavras e recortes de revistas. Ao propor aos alunos questões a respeito da narrativa de aventura e do poema, considerar os conhecimentos prévios deles, fazendo-os refletir e lembrar-se do que já leram. Apresentar aos alunos informações sobre alguns autores e poetas importantes, como Olavo Bilac, Fernando Pessoa, Cecília Meireles, Mario Quintana, entre outros poetas, amplia o repertório deles e oferece novas oportunidades de leitura. Explicar aos alunos que o poema é um retrato sensível da imaginação, e ressaltar que tanto a narrativa quanto o poema refletem a maneira como o autor vê o mundo (EF04LP34), (EF04LP36). As atividades de produção textual (EF04LP40) de um determinado tipo de texto ou de um gênero textual devem levar os alunos a pensar sobre a estrutura e as principais características do texto estudado. Com base nisso, eles devem planejar e criar sua própria história. Ao final, devem lembrar-se de revisar e de reescrever o texto quantas vezes julgarem necessário. Ao final do bimestre, espera-se que os alunos tenham desenvolvido essas habilidades, com atenção especial para (EF04LP01), (EF35LP06), (EF35LP07), (EF35LP10), (EF35LP11), essenciais para que avancem para o próximo bimestre.
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Língua Portuguesa – 4o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento
Foco O acompanhamento constante dos alunos pode proporcionar melhor compreensão do desempenho e do progresso deles. Isso possibilitará indicar com mais facilidade o que pode ser melhorado e o que já foi desenvolvido. Com a ajuda desse diagnóstico e do quadro de habilidades, é possível utilizar as informações para traçar estratégias e atividades fundamentadas com foco em desenvolver as habilidades necessárias, pensando nos pontos fortes de cada aluno. Ao propor uma atividade em dupla, reunir um aluno que já desenvolveu plenamente uma habilidade a outro que precisa desenvolvê-la. Nesse tipo de experiência, a troca entre eles pode ser um meio muito eficaz de trabalhar as dificuldades e superá-las de maneira natural e progressiva. Assim, a formação de duplas pode ser uma estratégia de aprendizagem colaborativa para que um aluno com mais facilidade de aprendizado auxilie um colega que apresenta mais dificuldade.
Para saber mais • •
Poesia para criança. O site disponibiliza poesias de diferentes autores cujo público-alvo são crianças. Disponível em: <www.poesiaparacrianca.blogspot.com>. Acesso em: 17 jan. 2018. Casa Fernando Pessoa. O site traz um acervo completo sobre a vida e as obras do poeta português Fernando Pessoa, cujos poemas são trabalhados em uma das sequências didáticas. Indicado para o professor. Disponível em: <casafernandopessoa.cm-lisboa.pt>. Acesso em: 17 jan. 2018.
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4o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – Projeto integrador: Matemática, Geografia, História e Língua Portuguesa
Projeto integrador: Migração e cultura Conexão com: MATEMÁTICA, GEOGRAFIA, HISTÓRIA e LÍNGUA PORTUGUESA Este projeto propõe a exposição de trabalhos (cartaz, artesanato, fotos e gráfico) sobre a cultura de diversos povos que imigraram para o Brasil. •
Justificativa Vivemos em uma época em que é comum o contato entre pessoas de diferentes regiões do país e até mesmo de outras partes do mundo. O movimento de pessoas dentro do mesmo país, conhecido como migração, e o movimento de pessoas para diferentes regiões do globo, chamado imigração, não são novos. Se voltarmos ao passado para verificar quando isso provavelmente começou, chegaremos até a movimentação dos primeiros humanos que saíram da África na direção da Eurásia, há aproximadamente 70 mil anos. No mundo atual, a movimentação das pessoas tornou-se mais rápida graças às melhorias nos meios de transporte, que se tornaram mais eficientes. Nesse contexto, é grande a quantidade de pessoas que migram de suas cidades, estados ou países. Em geral, as razões para as pessoas se estabelecerem em outra região que não a sua de origem estão ligadas à mudança de trabalho, aos estudos, ou seja, à busca de melhores condições de vida. Vale abordar o fato de que o processo de mudança também pode ocorrer sem que haja o desejo, como no caso de desastres ambientais; guerras; perseguições políticas, étnicas, religiosas ou culturais; entre outros. Ao longo do tempo, desde o século XVI, pessoas provenientes de diversas regiões da África uniram-se aos povos indígenas que já habitavam o território brasileiro, trazidas à força para serem escravizadas em terras brasileiras e posteriormente, do final do século XIX até meados do século XX, também chegaram ao Brasil imigrantes vindos de outros continentes: alemães, italianos, portugueses, espanhóis, japoneses, libaneses, poloneses e outros. Atualmente, a intensificação dos movimentos migratórios voltou a ressaltar a condição dos imigrantes; consequentemente, esse é um tema importante para ser debatido nas escolas. Afinal, as fronteiras geográficas muitas vezes são tênues limites de separação cultural. O Brasil tem recebido refugiados de guerras civis e desastres em países como a Síria e o Iraque, e grande número de imigrantes vindos do Haiti e da Venezuela, assim como de diversos países africanos, como a Nigéria, o Senegal, o Mali, entre outros. Com uma metodologia que propõe a mobilização de conhecimento em diversas áreas, este projeto tem o objetivo de propor aos alunos que reflitam sobre a inserção dessas pessoas em outra sociedade, sua retirada do país de origem e as novas relações sociais, políticas e econômicas nos países que as recebem.
Objetivos • • • • • •
Reconhecer a importância dos movimentos migratórios. Associar a diversidade cultural e o movimento migratório. Pesquisar sobre a história de imigrações para o Brasil. Organizar, sintetizar e classificar as informações pesquisadas. Analisar informações a respeito de um tema. Organizar e realizar a mostra de trabalhos. 21
4o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – Projeto integrador: Matemática, Geografia, História e Língua Portuguesa
Competências e habilidades 1. Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente
Competências desenvolvidas
Habilidades relacionadas*
construídos sobre o mundo físico, social e cultural para entender e explicar a realidade (fatos, informações, fenômenos e processos linguísticos, culturais, sociais, econômicos, científicos, tecnológicos e naturais), colaborando para a construção de uma sociedade solidária. 3. Desenvolver o senso estético para reconhecer, valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, e também para participar de práticas diversificadas da produção artístico-cultural. 9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de origem, etnia, gênero, orientação sexual, idade, habilidade/necessidade, convicção religiosa ou de qualquer outra natureza, reconhecendo-se como parte de uma coletividade com a qual deve se comprometer Geografia (EF04GE01) Selecionar, em seus lugares de vivência e em suas histórias familiares, componentes de culturas afro-brasileiras, indígenas, mestiças e migrantes. (EF04GE02) Descrever processos migratórios e suas contribuições para a formação da sociedade brasileira. História (EF04HI06) Identificar as transformações ocorridas nos processos de deslocamento das pessoas e mercadorias, analisando as formas de adaptação ou marginalização. (EF04HI09) Identificar as motivações dos processos migratórios em diferentes tempos e espaços e avaliar o papel desempenhado pela migração nas regiões de destino. Língua Portuguesa (EF04LP19) Produzir textos sobre temas de interesse, com base em resultados de observações e pesquisas em fontes de informações impressas ou eletrônicas, incluindo, quando pertinente, imagens e gráficos ou tabelas simples, considerando a situação comunicativa e o tema/assunto do texto. Matemática (EF04MA27) Analisar dados apresentados em tabelas simples ou de dupla entrada e em gráficos de colunas ou pictóricos, com base em informações das diferentes áreas do conhecimento, e produzir texto com a síntese de sua análise.
* A ênfase nas habilidades aqui relacionadas varia de acordo com o tema e as atividades desenvolvidas no projeto.
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4o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – Projeto integrador: Matemática, Geografia, História e Língua Portuguesa
O que será desenvolvido Os alunos farão uma mostra dos resultados da pesquisa sobre a cultura de diversos países e a cultura familiar, bem como, de artesanatos produzidos por eles.
Materiais • • • • • • • •
Argila Canetas hidrográficas Cartolina Cola Folhas de papel sulfite Lápis de cor Lápis preto Tesoura sem ponta
Etapas do projeto Cronograma • •
Tempo de produção do projeto: 1 mês/4 semanas/2 aulas por semana. Número de aulas sugeridas para o desenvolvimento das propostas: 8 aulas
Aula 1: Sensibilização e apresentação do projeto As pessoas com quem convivemos têm uma história familiar, e em muitas delas há relatos de migração e de imigração. Talvez sejam acontecimentos longínquos para os alunos, ou até esquecidos nas memórias da família. Em outros casos, a migração e a imigração podem ser atuais. Assim, com o objetivo de conhecer as histórias da família dos alunos, incentivá-los a contar aos colegas as que já conhecem. Se citarem deslocamentos entre regiões de um mesmo país ou de outro país, perguntar-lhes que motivos levaram seus familiares a tomar essa decisão. Caso os alunos não saibam de histórias assim, perguntar-lhes se conhecem uma história de migração da família de amigos ou conhecidos. Esse primeiro momento é apenas de conversas com os alunos sobre o tema, a fim de motivá-los a conhecer um pouco mais a história da própria família, como também os costumes e os hábitos que podem estar presentes em seu dia a dia e vieram de outras regiões brasileiras ou de outros países, muitas vezes sem que eles saibam – por exemplo, uma tradição religiosa.
Aula 2: Questionário familiar Os alunos farão a coleta de informações sobre a família deles, as quais serão utilizadas no censo escolar. É melhor que o questionário, que servirá de roteiro para essa pesquisa, seja respondido em dois momentos: primeiro, quando os alunos completarem as informações em sala de aula; segundo, quando responderem às questões com a ajuda dos responsáveis. Exemplos de perguntas destinadas aos alunos:
1. Quantas pessoas moram com você? 2. Você tem irmãos? Quantos? 23
4o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – Projeto integrador: Matemática, Geografia, História e Língua Portuguesa
3. Você tem animais de estimação? Quais e quantos são eles? 4. Quais cômodos há em sua moradia? Exemplos de perguntas destinadas aos alunos e aos pais ou responsáveis:
1. 2. 3. 4. 5. 6. 7.
Em que cidade nasceram os pais do aluno ou os responsáveis por ele? Em que cidade nasceu o aluno? Em que bairro mora o aluno? Há quanto tempo a família reside nesse bairro? Vocês já se mudaram alguma vez? Por qual motivo? Há migrantes ou imigrantes em sua família? Sua família tem algum hábito ou costume transmitido pelos avós ou bisavós? Quais?
Registrar as questões na lousa e fornecer aos alunos folhas de papel sulfite, solicitando-lhes que copiem as questões na folha recebida. Para completar a pesquisa, enviar uma autorização ou requerimento pedindo aos responsáveis que enviem fotos de momentos de interação familiar ou sobre um hábito ou um costume familiar, por exemplo, uma festa ou celebração que tenha a participação do aluno. Após a devolutiva da primeira parte desse questionário, estipular uma data de devolução da segunda parte, para a quinta aula do projeto, quando os alunos elaborarão uma tabela ou um gráfico com base nas informações que coletarem. Além desse tipo de pesquisa proporcionar mais informações para conhecer a realidade dos alunos, seu histórico familiar e onde moram, os dados podem auxiliar a diretoria da escola, por fornecerem uma base para compreender a comunidade onde eles estão inseridos.
Sugestões de fontes de pesquisa para os alunos • •
FARIA, J. de. Meu avô japonês. São Paulo: Panda Books, 2009. Enquanto o avô conta a Isabel como era a vida dos imigrantes japoneses no Brasil, ela descobre a história de sua família e seu papel na preservação da cultura japonesa. KUCINSKI, B. Imigrantes e mascates. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2016. Filho de polonesa e de origem judaica, o autor conta sua infância em um bairro de São Paulo em meio às dificuldades enfrentadas pelos judeus e pelos imigrantes em geral.
Aula 3: Conhecendo aqueles que migram Solicitar aos alunos que pensem juntos sobre as dificuldades que podem passar os migrantes e os imigrantes. Pedir-lhes que se imaginem indo morar em um lugar completamente diferente daquele onde moram hoje, por exemplo, um lugar muito frio, onde as pessoas falem uma língua que eles desconhecem. Pergunte a eles quais seriam as primeiras mudanças que eles sentiriam. Acham que seria fácil ir à escola? Como seria brincar com outras crianças, comprar comida ou estudar? Incentivar a reflexão dos alunos ao imaginar-se nessa nova situação, respondendo às questões, ouvindo os colegas e interagindo com as informações fornecidas nas respostas. A seguir, pedir a eles que façam uma pesquisa – na biblioteca da escola ou na sala de informática. Proponha que pesquisem as seguintes questões: • Quais foram os primeiros habitantes do Brasil? • Qual é o país de origem dos primeiros colonizadores do Brasil? 24
4o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – Projeto integrador: Matemática, Geografia, História e Língua Portuguesa
Os portugueses e outros europeus trouxeram negros à força para o Brasil, os quais foram escravizados e aqui realizaram grande parte das atividades braçais do século XVI ao XIX. Qual é a origem dessas pessoas? • Quais são as contribuições culturais desses diferentes povos para a cultura brasileira? Depois de os alunos responderem às questões sugeridas, solicitar-lhes que comparem essas ideias com as informações que pesquisaram, a fim de identificar semelhanças e diferenças. A seguir, com o objetivo de aprofundar a pesquisa, mostrar a eles o gráfico sobre a quantidade de imigrantes chegados ao Brasil, dividido por nacionalidade e organizado em três períodos. Auxiliá-los a ler e compreender o gráfico por meio de questionamentos como: • Que informações o gráfico apresenta? • Como vocês chegaram a essas informações? • Qual foi o maior contingente de imigração para o Brasil desde 1884? • Entre os períodos apresentados no gráfico, qual teve maior imigração japonesa? • No período de 1945 a 1959, quantas pessoas imigraram de Portugal? •
Ilustração feita pelo autor
* A imigração síria e turca, registrada até 1939, deixou de sê-lo no período 1945-1959. Assim, esses imigrantes foram incluídos aqui na categoria Outros, que conta, em bem menor número, com poloneses, russos, lituanos e ucranianos, entre outros. Fonte dos dados: IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Brasil: 500 anos de povoamento. Rio de Janeiro, 2007. p. 226. Disponível em: <https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv6687.pdf>. Acesso em: 25 jan. 2018.
O objetivo é apresentar dados históricos da imigração para o Brasil e incentivar os alunos a refletir sobre os possíveis desafios que os imigrantes enfrentam ao deixar sua terra natal, além de propor-lhes a análise desses dados em forma de gráfico.
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4o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – Projeto integrador: Matemática, Geografia, História e Língua Portuguesa
Aula 4: Cultura e imigração Ao desembarcarem no Brasil, os imigrantes trouxeram com eles sonhos e expectativas, além de sua língua, danças, comidas e crenças de sua cultura, que se adicionaram às culturas locais e se miscigenaram, formando a cultura brasileira. A gastronomia é um aspecto da cultura. Assim, incentivar os alunos a contar seus hábitos alimentares e os hábitos alimentares de sua família, perguntando-lhes o que costumam comer no café da manhã, no almoço e no jantar, quais são seus pratos favoritos, se existem refeições especiais em dias de festa etc. Escrever na lousa os alimentos, os pratos e os hábitos apresentados pelos alunos. Essa atividade, além de ampliar o conhecimento dos alunos sobre novos alimentos e pratos, também os incentiva a identificar as semelhanças e as diferenças de seus hábitos alimentares para com os dos colegas. Pedir a eles que transcrevam essa lista no caderno e, se desejarem, completem-na com outras informações que porventura tenham esquecido. A seguir, organizar os alunos em grupos para que pesquisem em livros, revistas, jornais ou sites na internet sobre a herança cultural que são os hábitos alimentares. Fornecer cartolinas para os grupos e orientá-los a registrar os dados de sua pesquisa nesse suporte, para confeccionarem um cartaz que será exposto ao final do projeto. Para pesquisa, cada grupo escolherá uma das nações apresentadas no gráfico da aula anterior – Alemanha, Espanha, Itália, Japão e Portugal –, e confeccionará um cartaz com informações sobre as comidas típicas desses países, destacando que tipo de alimento compõe os pratos, se verduras, legumes, raízes, carnes, frutas ou queijos. Incentivar os alunos a comparar a lista de alimentos do seu cotidiano, registrada por eles no caderno, com os pratos e os alimentos citados na pesquisa e apresentados nos cartazes. Depois da elaboração dos cartazes, manter a organização dos grupos e propor aos alunos que modelem em argila algumas comidas típicas dos países pesquisados. Para facilitar a confecção dessas representações, auxiliar os alunos na escolha dos pratos que serão apresentados, caso os alunos não os tenham citado, por exemplo: Japão: sushi; Portugal: bacalhoada; Alemanha: torta de maçã enrolada (Strudel); Espanha: churro; Itália: pizza, ravióli. Outra possibilidade é sugerir aos alunos esses alimentos e verificar quais se destacam entre os pratos pesquisados, a fim de que caracterizem bem o país escolhido. Depois da seleção, incentivar os estudantes a iniciar o trabalho e, depois de prontos os modelos, a pintá-los e decorá-los. Essa atividade tem o objetivo de proporcionar aos alunos um contexto em que percebam a importância da herança cultural dos diversos povos que compõem a cultura brasileira, conhecer a diversidade gastronômica dos países, herdada por nós, e também valorizar todo tipo de contribuição. O trabalho com argila e os cartazes deverão ser utilizados na mostra final.
Aula 5: Construindo gráficos Os alunos devolverão os questionários respondidos com o auxílio dos responsáveis. Solicitar-lhes que leiam suas respostas, um de cada vez, para que a turma possa conhecer um pouco mais da vida do colega. Se algum aluno não quiser fazer a leitura, é importante respeitá-lo. Em seguida, organizar grupos de três alunos para que reúnam as informações dos questionários. Distribuir folhas de papel sulfite a cada grupo, elas serão utilizadas na elaboração do gráfico. Sobre a elaboração do gráfico, os alunos do trio deverão primeiramente selecionar itens de seus questionários. É melhor que eles escolham questões quantitativas, em vez de qualitativas, para facilitar a produção do gráfico – assim, auxiliar os alunos na seleção. 26
4o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – Projeto integrador: Matemática, Geografia, História e Língua Portuguesa
Selecionados os tópicos, pedir aos alunos que façam um eixo vertical e um eixo horizontal para cada um deles; o vertical leva os números em ordem crescente, da linha mais baixa para a mais alta, e correspondentes à quantidade de alunos, e no eixo horizontal, as questões selecionadas. Depois de elaborarem o gráfico, solicitar-lhes que expliquem aos colegas o processo de confecção do gráfico, as informações utilizadas e a conclusão a que chegaram. Copiar na lousa o modelo de gráfico a seguir, o qual poderá servir de base para os alunos elaborarem seus gráficos.
Ilustração feita pelo autor
Fonte: Dados do Grupo A.
Se acaso surgirem dúvidas, traçar as linhas básicas do gráfico e as colunas para que os alunos apenas pintem as informações.
Aula 6: Organizando a mostra dos trabalhos Os alunos organizarão uma mostra para outros alunos da escola. Antes disso, escolher com os alunos uma data. É importante que a direção da escola seja informada sobre a proposta e esteja de acordo com sua realização. No dia escolhido, os alunos deverão organizar a sala de aula de modo que as carteiras e as cadeiras não atrapalhem a movimentação de todos, facilitando a exposição dos trabalhos. A seguir, eles deverão afixar os cartazes e organizar as representações dos alimentos modelados em argila perto do cartaz do país representado, assim como as imagens que ilustram as tradições familiares dos alunos e os gráficos produzidos por eles.
Aula 7: Mostra dos trabalhos No dia da mostra, com os alunos dispostos perto de seus trabalhos, eles receberão os visitantes (outras turmas, professores e outros funcionários da escola) para que conheçam um pouco mais do que foi feito no projeto.
27
4o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – Projeto integrador: Matemática, Geografia, História e Língua Portuguesa
É importante que a mostra ocorra em um ambiente de respeito e que os visitantes passeiem e interajam com os alunos da sala, fazendo-lhes perguntas, que eles mesmo deverão responder. O objetivo da mostra é fazer os alunos identificarem as diferenças culturais e entenderem que elas se adicionam, enriquecendo a cultura de um país.
Aula 8: Avaliação Avaliar a participação dos alunos nos trabalhos coletivos e individuais ao longo do projeto. A seguir há algumas propostas de avaliação para cada aula do projeto, a ser ampliadas e/ou modificadas de acordo com a realidade de cada turma e o interesse do(a) professor(a). Aula
Proposta de avaliação
1
Avaliar a participação nos momentos de comentar a história de suas famílias.
2
Avaliar a participação e a compreensão dos alunos sobre o questionário familiar.
3
Verificar a leitura dos gráficos.
4
Avaliar a compreensão sobre a cultura e os hábitos alimentares. Avaliar a confecção das comidas típicas de argila.
5
Avaliar o trabalho coletivo de elaboração dos gráficos.
6
Avaliar a participação na organização da mostra.
7
Avaliar a participação na mostra.
8
Autoavaliação do aluno e do professor. Verificar os acertos e as dificuldades na realização do projeto.
Avaliação final Avaliar os trabalhos dos alunos desde a coleta de dados para produção dos gráficos até a organização e a participação na mostra interna dos trabalhos. Verificar se houve melhora na leitura e na construção de gráficos. Identificar as dificuldades enfrentadas ao longo do projeto e julgar as soluções adotadas, a fim de aplicá-las em outros projetos ou criar outras soluções com base na experiência adquirida.
Referências bibliográficas complementares •
•
HARARI, Y. N. Sapiens: uma breve história da humanidade. Tradução de Janaína Marcoantonio. Porto Alegre: L&PM, 2015. Com base em estudos de Paleontologia, Antropologia, História e Biologia, o autor apresenta aspectos da história da humanidade, relacionando-a com questões do presente, a fim de apresentar as diversas interpretações sobre a humanidade ao longo do tempo. SILLER, R. R. Infância, educação infantil e migrações. Curitiba: Appris, 2016. A autora discorre sobre a importância de os educadores considerarem a diversidade dos ambientes em que os alunos convivem a fim de que a escola seja um lugar em que as práticas culturais deles não sejam menosprezadas, valorizando quaisquer expressões culturais e a interação entre elas. 28
Língua Portuguesa – 4o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 1a sequência didática
1a sequência didática: Há aventura na narrativa? Nesta sequência será abordada a compreensão leitora por meio da leitura de um fragmento da narrativa de aventura O pequeno príncipe, de Antoine de Saint-Exupéry.
Relação entre BNCC, objetivos e conteúdos Objetos de conhecimento
Habilidades
Objetivos Conteúdos
Autodomínio do processo de leitura Constituição da identidade psicossocial, em sala de aula, por meio da oralidade Deduções e inferências de informações Reflexão sobre o conteúdo temático do texto • (EF35LP06) Estabelecer expectativas (pressuposições antecipadoras dos sentidos, da forma e da função do texto), apoiando-se em seus conhecimentos prévios sobre gênero textual, suporte e universo temático, bem como sobre saliências textuais, recursos gráficos, imagens, dados da própria obra (índice, prefácio etc.), confirmando antecipações e inferências realizadas antes e durante a leitura de textos. • (EF04LP01) Participar das interações orais em sala de aula, com liberdade, desenvoltura e respeito aos interlocutores, para resolver conflitos e criar soluções. • (EF04LP10) Inferir informações implícitas em textos. • (EF04LP12) Inferir o tema e assunto, demonstrando compreensão global do texto. • Compreender o texto a partir de inferências sobre o tema e assunto, bem como o levantamento de hipóteses na pré-leitura, leitura e pós-leitura. • Narrativa de aventura • Compreensão textual
Materiais e recursos •
Cópia do trecho de O pequeno príncipe e das perguntas elaboradas sobre ele
Desenvolvimento •
Quantidade de aulas: 2 aulas
Aula 1 Para iniciar a aula, organizar os alunos em duplas. Em seguida, explicar-lhes que vão ampliar a capacidade de leitura ao ler o fragmento de um livro bastante conhecido. Fazer o levantamento dos conhecimentos prévios dos alunos perguntando a eles se sabem o que é uma narrativa ficcional, levando-os a a notar que um narrador-personagem ou um narrador observador relata as aventuras vivida pelas personagens da história.
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Língua Portuguesa – 4o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 1a sequência didática
Após essa breve explicação, perguntar a eles se conhecem alguma narrativa de aventura e pedir-lhes que falem um pouco sobre ela; é possível que se lembrem de histórias que ouviram, leram ou a que assistiram em peças de teatro, filmes e séries. Sugere-se anotar na lousa os títulos dos filmes e dos livros mencionados pelos alunos e, depois, perguntar-lhes o que têm em comum, levando-os a perceber algumas das principais características desse tipo de narrativa: possuem uma situação inicial, um conflito/problema a ser solucionado, um momento de maior tensão (clímax), resolução do conflito/desfecho e finalização. Estabelecer de 10 a 15 minutos para essa etapa da atividade. Depois, explicar aos alunos que eles lerão um trecho da obra O pequeno príncipe e perguntar-lhes se conhecem essa história. Ouvir quais são as hipóteses levantadas sobre o texto e anotá-las na lousa, para verificar se, após a leitura efetiva, elas se confirmaram ou não. Em seguida, pedir aos alunos que reflitam sobre o título da narrativa: a leitura dele é suficiente para sabermos o real conteúdo da história? Distribuir uma cópia do texto para cada aluno e, em voz alta, fazer a primeira leitura do trecho da história. Contextualizar as passagens que se seguem, explicando que um piloto é o narrador-personagem, que participa da história. O início do trecho é quando o narrador explica como teve de fazer um pouso forçado no deserto do Saara e é surpreendido pelo menino, a quem chamou de O pequeno príncipe, que lhe pede um desenho de um carneiro. A segunda passagem é de um relato do pequeno príncipe sobre o momento em que encontra um jardim cheio de rosas e uma raposa, uma conversa que se passa enquanto ele caminha pelo deserto com o aviador, à procura de água. Durante essa leitura, fazer pausas mais longas nas partes que confirmam ou desconstroem as hipóteses elaboradas pelos alunos na etapa de pré-leitura, dando-lhes tempo para refletir sobre elas e as reformular, caso necessário. Em seguida, propor aos alunos que releiam o texto em duplas. O pequeno príncipe Meu avião cai no deserto do Saara. Estou sozinho e meu avião não voa mais. Preciso consertá-lo. Estou a uma distância de duzentos quilômetros de qualquer povoado, e tenho água apenas para oito dias. Na primeira noite, eu estou indo dormir, quando ouço uma voz. — Por favor, me desenhe uma ovelha? — O quê? — Desenhe-me uma ovelha! Abro os olhos. É um pequeno príncipe. [...] O pequeno príncipe caminha pelo deserto. Encontra um jardim. — Olá! — dizem as rosas. São da mesma espécie que a sua flor. — O que vocês são? — pergunta ele. — Somos rosas. O pequeno príncipe fica triste: sua flor não é especial. Há cinco mil rosas em um jardim. — Minha flor não é especial. Eu tenho uma rosa e três vulcões. Eu não sou um príncipe importante. — ele se senta e chora. Então, avista uma raposa. — Olá. Você é muito bonita! O que você é? — Sou uma raposa. 30
Língua Portuguesa – 4o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 1a sequência didática
— Venha brincar comigo, estou triste. — Não posso. — diz a raposa. — Sou um animal selvagem. Mas se me der um tempo, podemos ser amigos. — Entendo. Eu tenho uma flor, e dedico meu tempo a ela. Somos amigos. — Isso. — diz a raposa. — Você dedica seu tempo à flor, e a flor é importante para você. Ela é especial. Então a raposa diz: — Não conseguimos ver as coisas que importam; nós as sentimos com o coração. Os adultos não entendem isso. [...] Eu ouço todas as histórias do pequeno príncipe. Mas já estou no meu oitavo dia no deserto. — Não temos água! — eu digo. — Vamos procurar um poço! — diz o pequeno príncipe. Eu olho para o deserto. Não há nada, apenas areia. Caminhamos pela areia. — O deserto é bonito. — diz o pequeno príncipe. — É, sim. — Os desertos são bonitos porque neles sempre há um poço. Caminhamos a noite toda. O pequeno príncipe se cansa e eu o carrego. E, de manhã, encontramos um poço. Bebemos água. — Não se esqueça da focinheira para a minha ovelha! — diz o pequeno príncipe. Eu desenho a focinheira. [...] SAINT-EXUPÉRY, Antoine de. O pequeno príncipe. Recontado por Nick Bullard e traduzido por Fabio Bonillo. São Paulo: FTD, 2016. p. 5 e 20-22.
Após a leitura, questionar os alunos se, na opinião deles, é possível considerar a história de O pequeno príncipe uma narrativa de aventura. No final da aula, contar aos alunos um resumo do enredo do livro a fim de explicar-lhes por que o consideramos uma narrativa de aventura. Trata-se de uma obra que conta, de maneira ficcional, a história de um aviador que se perdeu em um deserto onde encontrou um menino que dizia viver em um pequeno asteroide (chamado de B0612), onde cuidava de uma rosa como se fosse seu bem mais precioso, e que tinha muitas histórias para contar. Uma dessas histórias é a que os alunos acabaram de ler, na qual o pequeno príncipe relata como conheceu a raposa, após descobrir um campo cheio de rosas. A história do livro faz o leitor refletir sobre o modo como, ao nos tornarmos adultos, ficamos presos às nossas preocupações do dia a dia e deixamos para trás a criança que fomos.
Aula 2 Para iniciar a aula, organizar novamente os alunos em duplas e retomar oralmente as características da narrativa de aventura. Para este momento, reservar de 10 a 15 minutos da aula. Em seguida, realizar mais uma vez a leitura do trecho de O pequeno príncipe e pedir aos alunos que respondam às perguntas a respeito desse texto. Eles poderão escrever no caderno ou na própria folha recebida, mesmo que as respostas tenham sido elaboradas em conjunto. Estipular um tempo de 30 minutos para a realização desta etapa da atividade. 31
Língua Portuguesa – 4o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 1a sequência didática
1. Onde se passa a história? No deserto.
2. Quem são as personagens que aparecem nesse trecho da história?
O pequeno príncipe, a raposa, o aviador (que é narrador-personagem).
3. Por que a raposa não podia brincar com o príncipe?
Porque ela era um animal selvagem, e era preciso um tempo para que eles se tornassem amigos e, assim, pudessem brincar. Retomar que os animais selvagens, em geral, atacam outros.
4. Por que a raposa acha que a flor é importante para o pequeno príncipe?
Porque ele dedica um tempo à flor, então ela deve ser especial para ele.
5. Para o príncipe, por que a flor era especial? Porque eles eram amigos.
6. O que, na percepção da raposa, os adultos não entendem?
Eles não entendem sobre sentir as coisas com o coração. Ela acha que as coisas importantes não são aquelas que vemos com os olhos, e sim as que sentimos com o coração.
7. Você concorda com a raposa quando ela diz que o que realmente importa é invisível aos olhos? Resposta pessoal.
8. Enquanto o pequeno príncipe caminha pelo deserto para procurar água com o aviador, para quem contava a história sobre a raposa, ele diz que o deserto é bonito. O que o faz pensar assim? Porque nos desertos há poços de água.
9. Por quanto tempo o príncipe caminhou com o aviador à procura de água? A noite toda.
10.O que o aviador não poderia esquecer-se de fazer? De desenhar a focinheira para a ovelha.
11.O que você achou do trecho da história que leu? Resposta pessoal.
12.Você tem um amigo especial, como a flor é especial para o pequeno príncipe? Resposta pessoal.
Para finalizar a atividade, perguntar aos alunos quais características de uma narrativa de aventura eles conseguiram identificar ao ler esse trecho da história. Espera-se que eles falem das personagens e de algumas de suas características (por exemplo, elas serem fictícias), do tempo e do local em que acontece a história, das situações e conflitos vividos pelas personagens (questionamentos sobre a amizade, falta de água no deserto, desenho da focinheira para a ovelha) e do enredo. Escrever essas características na lousa e pedir aos alunos que as copiem no caderno para terem acesso fácil a essas informações quando precisarem consultá-las. Nos últimos minutos da aula, sugere-se corrigir oralmente as questões de interpretação de texto com os alunos, para que eles compartilhem suas respostas com os colegas. 32
Língua Portuguesa – 4o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 1a sequência didática
Para trabalhar dúvidas Caso algum aluno ou dupla apresente dificuldade na compreensão do texto, reler o trecho no qual eles podem encontrar a resposta para a dúvida apontada e orientá-los a localizar a informação que responde à pergunta corretamente. Se constatar que outras duplas apresentam a mesma dificuldade, interromper a atividade para que releiam o trecho em conjunto. Pausadamente, retomar o sentido do texto fazendo aos alunos perguntas pontuais para que, ao fim desse processo, eles consigam formular as respostas.
Avaliação Tanto as atividades de pré-leitura, de levantamento de hipóteses, de leitura efetiva do texto e de compreensão do texto, como o trabalho em duplas e a discussão com toda a turma devem ser avaliadas. Para auxiliar o(a) professor(a) nessa tarefa, sugere-se que os alunos respondam as seguintes questões: Nome do(a) aluno(a): _______________________________________________________________________ 1. Participou das discussões e do trabalho em dupla de maneira ativa e com desenvoltura?
( ) Sim.
( ) Não.
2. Inferiu o tema/assunto de modo a entender o texto de modo geral?
( ) Sim.
( ) Não.
3. Inferiu informações necessárias para acompanhar e entender a leitura?
( ) Sim.
( ) Não.
( ) Sim.
( ) Não.
( ) Sim.
( ) Não.
4. Levantou hipóteses tanto na pré-leitura, quanto na leitura e na pós-leitura que o(a) levassem à compreensão do texto? 5. Conseguiu identificar algumas características da narrativa de aventura a partir do trecho lido?
Ampliação Para ampliar o trabalho com a narrativa de aventura, propor aos alunos que escrevam uma continuação para o texto lido, pensando em desdobramentos da história. Deixar que os alunos escolham livremente os personagens que participam da narrativa (o príncipe, o aviador, a raposa, a flor etc.) e o tipo de aventura que narram. Algumas questões podem motivar os alunos, como: O que a raposa fez em seguida? Ou aviador conseguiu ir embora do deserto? Como o príncipe fez para voltar para casa (o seu asteroide)? O que o príncipe e o aviador viram logo depois que encontraram o poço? Os alunos devem ter liberdade para criarem as cenas da narrativa sem necessidade de fidelidade à narrativa original. No entanto, é importante que se atenham aos elementos já conhecidos dessa narrativa, como o cenário e ao menos um dos personagens. No aspecto do ponto de vista narrativo, pedir que os alunos mantenham o mesmo narrador, criando um texto como se o aviador contasse mais uma das histórias que ouviu do príncipe. Observar aspectos da escrita e propor que os alunos trabalhem em duplas, para que possam reler e revisar o texto produzido colaborativamente. Auxiliar nessa etapa de produção de texto.
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Língua Portuguesa – 4o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 2a sequência didática
2a sequência didática: Nós produzimos uma narrativa de aventura Nesta sequência será proposta a produção textual de uma narrativa de aventura.
Relação entre BNCC, objetivos e conteúdos Objetos de conhecimento
Habilidades
Planejamento do texto Revisão do texto Reescrita do texto Regras de convivência em sala de aula • (EF35LP07) Planejar, com a ajuda do professor, o texto que será produzido, considerando a situação comunicativa, os interlocutores (quem escreve/para quem escreve); a finalidade ou o propósito (escrever para quê); a circulação (onde o texto vai circular); o suporte (qual é o portador do texto); a linguagem, organização, estrutura; o tema e assunto do texto. • (EF35LP10) Reler e revisar o texto produzido com a ajuda do professor e a colaboração dos colegas, para corrigi-lo e aprimorá-lo, fazendo cortes, acréscimos, reformulações, correções de ortografia e pontuação. • (EF35LP11) Reescrever o texto incorporando as alterações feitas na revisão e obedecendo as convenções de disposição gráfica, inclusão de título, de autoria. • (EF04LP03) Escutar com atenção apresentações de trabalhos por colegas, formulando perguntas pertinentes ao tema e solicitando esclarecimentos sobre dados apresentados em imagens, tabelas, textos.
Objetivos de aprendizagem
• •
Reconhecer a narrativa de aventura. Reconhecer características da narrativa de aventura.
Conteúdo
•
Produção textual
Materiais e recursos • • •
Folhas avulsas Folhas de papel sulfite Cópia escrita com os critérios de leitura
Desenvolvimento •
Quantidade de aulas: 2 aulas
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Língua Portuguesa – 4o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 2a sequência didática
Aula 1 Para iniciar a aula, perguntar aos alunos quais são as principais características da narrativa de aventura de que eles se lembram. Ajudá-los a relembrar essas características, fazendo a eles algumas perguntas direcionadas que os orientem a fazer conclusões sobre esse tipo de narrativa e citando alguns exemplos. Chamar a atenção para os advérbios ou locuções adverbiais que funcionam como marcadores temporais, que podem indicar quando, e com que rapidez ou lentidão, as ações acontecem. As personagens e suas atitudes são elementos essenciais para o desenvolvimento da história. Comentar quais são personagens principais e quais são secundários, juntamente com a função delas no decorrer da história. Logo em seguida, perguntar aos alunos o que precisamos para compor uma narrativa de aventura. Deixá-los comentar alguns desses elementos. Escrever na lousa e completar com outros que julgar necessários para que eles possam desenvolver a atividade proposta. A ideia é que, ao final, os alunos tenham um roteiro como o sugerido abaixo. • • • •
•
Tempo: quando acontece e quanto tempo duram as ações descritas na narrativa. Espaço: onde acontece ou se passa a narrativa. Personagens principais e secundários: quem está envolvido na história. Enredo: os acontecimentos da história, que começa na apresentação da situação inicial (personagens, tempo e espaço), conflito (adversidades/problemas a serem resolvidos), clímax (quando o conflito chega ao ponto máximo), desfecho (solução do conflito) e finalização (volta o equilíbrio com a solução do conflito e mostra como ficaram as personagens depois de tudo resolvido). Narrador: quem conta a história (pode ser em 1a ou 3a pessoa).
Propor aos alunos que escrevam uma narrativa de aventura. Para isso, pedir-lhes que formem duplas. Após as escolhas das duplas, distribuir para os alunos uma folha que servirá para rascunharem as ideias deles. Para ajudá-los, escrever em outra parte da lousa algumas perguntas que poderão servir-lhes de roteiro, como as sugeridas a seguir. • • • • • • •
Onde a história se passará? No espaço, na cidade, na floresta ou, por exemplo, no mar? Quais perigos esses lugares podem apresentar? Tempestades? Ventos? Seca? Ataques de animais? Falta de alimento ou abrigo? Quando acontece a história? Quem será a protagonista? Qual é a idade dela? Como essa personagem é? Qual é o principal desafio enfrentado pela protagonista? Como ele conseguirá resolver o conflito? Como será o final da aventura?
Durante esse tempo, circular entre as duplas para ajudá-los e orientá-los. Quando os alunos terminarem, distribuir a eles outra folha e solicitar a cada dupla que comece a produzir seu texto. Para a produção, estipular 30 minutos. Lembrar os alunos de que, para a produção do texto, deverão prestar atenção aos sinais de pontuação, aos marcadores de tempo que dão sequência à história, aos tempos verbais no pretérito. Ao término da escrita, recolher todas as produções, pois serão retomadas na aula seguinte.
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Língua Portuguesa – 4o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 2a sequência didática
Para concluir a aula, pedir a cada dupla que compartilhe com os demais colegas como foi esse processo de criação, quais foram as dificuldades, quais as facilidades encontradas e como eles resolveram em conjunto as questões que surgiram ao longo da produção.
Para trabalhar dúvidas Caso alguns alunos ou duplas apresentem dificuldade na escrita do texto, auxiliá-los em cada passo da construção textual. Se constatar que as mesmas dificuldades também foram relatadas por outras duplas, interromper a atividade para que todos refaçam a escrita passo a passo.
Aula 2 Iniciar a aula explicando aos alunos que vão reler os textos produzidos por eles para verificar se é necessário algum ajuste. Para ajudar na identificação de algum problema, explicar-lhes que o texto deles também será lido e revisado por outra dupla. Para isso, comentar que todos devemos respeitar as ideias e o texto dos colegas e apontar aspectos que podem ser melhorados e pontos que podem ser mais detalhados para deixar o texto mais interessante. Assim, os alunos vão escrever a versão final dos textos deles. Antes de as duplas trocarem seus textos para a nova leitura, combinar com a turma quais serão os critérios de revisão; para auxiliar as duplas, propor aos alunos um roteiro, como o sugerido abaixo, o qual poderá ser distribuído a eles. Combinar com os alunos que poderão fazer sugestões aos colegas, e que essas anotações devem ser feitas utilizando alguns códigos, combinados previamente com a turma. Sugerir a eles, por exemplo, que usem asterisco ou outro sinal e façam as anotações no final da folha, para que os colegas possam ler e inserir as sugestões na reescrita do texto. Para essa atividade, estipular 15 minutos. Nomes dos(as) autores(as) da história: ____________________________________________________________ 1. Há título?
( ) Sim.
( ) Não.
2. Há uma personagem principal, ou seja, a protagonista?
( ) Sim.
( ) Não.
3. As características da protagonista são descritas na narrativa?
( ) Sim.
( ) Não.
4. A protagonista é também o narrador?
( ) Sim.
( ) Não.
5. O protagonista enfrenta desafios?
( ) Sim.
( ) Não.
6. O cenário foi definido?
( ) Sim.
( ) Não.
7. Há uma sequência lógica para os acontecimentos?
( ) Sim.
( ) Não.
8. A sequência narrativa apresenta situação inicial, conflito, clímax, desfecho e finalização?
( ) Sim.
( ) Não.
9. Há marcadores de tempo (datas, expressões de tempo)?
( ) Sim.
( ) Não.
10. O leitor consegue perceber quanto tempo durou a aventura?
( ) Sim.
( ) Não.
11. Os verbos, em sua maioria, estão no pretérito?
( ) Sim.
( ) Não. 36
Língua Portuguesa – 4o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 2a sequência didática
12. A história causa expectativa no leitor?
( ) Sim.
( ) Não.
13. O texto está organizado em parágrafos?
( ) Sim.
( ) Não.
14. Foram utilizados travessões e dois-pontos para marcar os diálogos?
( ) Sim.
( ) Não.
Após o término desta atividade, pedir aos alunos que destroquem os textos, entregando-os para os autores. Orientar as duplas a reler o texto e analisar as sugestões feitas pelos colegas, as quais podem ser ou não aceitas. Depois, os alunos devem reler o texto mais uma vez, para verificar se as características principais do gênero estão presentes, e se eles usaram pontuação e ortografia adequadas, bem como se deixaram espaço para destacar o texto em parágrafos. Distribuir folhas aos alunos e pedir às duplas que escrevam a versão final do texto. Para concluir a aula, retomar com os alunos as características principais desse tipo de texto e perguntar-lhes como foi o processo de criação e o de revisão do texto dos colegas.
Avaliação As atividades de escolha da narrativa, leitura, compreensão do texto, bem como o trabalho em duplas e a discussão com toda a turma devem ser avaliadas no dia a dia. Para isso, sugere-se propor as seguintes questões aos alunos, que podem refletir o aprendizado deles: • • •
Os alunos reconhecem as características da narrativa de aventura? Planejam o texto considerando a proposta de escrita? Releem e revisam o texto com ajuda do professor e dos colegas e colaboram para aprimorar o texto dos colegas?
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Língua Portuguesa – 4o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 3a sequência didática
3a sequência didática: A beleza do poema! Nesta sequência será abordado o gênero poema a partir da leitura e compreensão dos poemas “Bombom é um doce” e “Quando as crianças brincam”, de Fernando Pessoa.
Relação entre BNCC, objetivos e conteúdos Objetos de conhecimento
Habilidades
Objetivos de aprendizagem Conteúdos
Fluência de leitura para a compreensão do texto Autodomínio do processo de leitura Elementos constitutivos do discurso poético em versos: estratos fônico, semântico e gráfico • (EF35LP05) Ler textos de diferentes extensões, silenciosamente e em voz alta, com crescente autonomia e fluência (padrão rítmico adequado e precisão), de modo a possibilitar a compreensão. • (EF35LP06) Estabelecer expectativas (pressuposições antecipadoras dos sentidos, da forma e da função do texto), apoiando-se em seus conhecimentos prévios sobre gênero textual, suporte e universo temático, bem como sobre saliências textuais, recursos gráficos, imagens, dados da própria obra (índice, prefácio etc.), confirmando antecipações e inferências realizadas antes e durante a leitura de textos. • (EF04LP36) Identificar efeitos de sentido decorrentes do uso de recursos rítmicos e melódicos (aliteração, eco e rimas), de expressões metafóricas e de recursos gráfico-visuais em textos versificados. • Conhecer e identificar as características do gênero poema. • Ler e compreender poemas. • Gênero textual poema • Compreensão leitora
Materiais e recursos •
Cópias dos poemas “Bombom é um doce” e “Quando as crianças brincam”, de Fernando Pessoa
Desenvolvimento •
Quantidade de aulas: 2 aulas
Aula 1 Para iniciar a aula, organizar a turma em semicírculo e propor aos alunos uma conversa informal, partindo de questões como: • Quem sabe o que é poema? • O que o poema tem de diferente dos outros textos que você conhece? • Será que o poema pode contar uma história? • Quem conhece um autor que escreveu ou escreve poemas? • O que mais gostam ao ler poemas? Por quê? 38
Língua Portuguesa – 4o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 3a sequência didática
Espera-se que os alunos respondam que o poema é composto por versos (cada linha do poema) e estrofes (conjunto de versos), que ele pode conter rimas e contar uma história. Também existem poemas que são escritos de modo poético construindo imagens diferentes daquelas que estamos acostumados a ler/ver. Caso os alunos não saibam o nome de nenhum poeta, é possível citar o exemplo de Fernando Pessoa, importante poeta da língua portuguesa que escreveu sobre temas tradicionais de Portugal e também tem muitas reflexões sobre suas inquietações, a infância, a solidão e o tédio. Contar-lhes que Fernando Pessoa nasceu em Lisboa em 1888 e faleceu em 1935. Para este momento, estipular 15 minutos. Em seguida, ressaltar que os recursos utilizados no discurso poético possibilitam ao poeta expressar sentimentos, e também os despertar nos leitores. Distribuir cópias do poema “Bombom é um doce”, de Fernando Pessoa, e das questões de interpretação de texto. Antes de propor a leitura à turma, explorar com os alunos o título do poema, perguntando-lhes sobre o que, na opinião deles, o texto vai tematizar. Incentive-os a levantar hipóteses que poderão ser confirmadas no decorrer da leitura. Em seguida, pedir aos alunos que realizem a leitura silenciosa e depois comentem o que leram, compartilhando impressões, sentimentos e dúvidas sobre o que leram. Para essa atividade reservar um tempo de 10 minutos. Leia o poema e responda às questões a seguir. [Bombom é um doce] Bombom é um doce Eu ouvi dizer Não que isso fosse Bem de saber O doce enfim Não é para mim... PESSOA, Fernando. Bombom é um doce. Casa Fernando Pessoa. 1920. Disponível em: <http://casafernandopessoa.cm-lisboa.pt/fileadmin/CASA_FERNANDO_PESSOA/Imagen s/servico_educativo/Bombom_e_um_doce.pdf>. Acesso em: 10 jan. 2018.
1. Sobre o que o poema trata?
Sobre a descoberta de que o bombom é um doce.
2. A qual doce o eu lírico se refere? Ao bombom.
3. Essa informação é importante para o eu lírico? Quais versos comprovam isso? A informação não é importante. “Não que isso fosse bem de saber”.
4. Na sua opinião, o que significa “o doce enfim não é para mim”?
Resposta pessoal. Pode significar que o doce é um presente ou é de outra pessoa, por isso ele apenas ouve dizer que é um doce, ele não vai comê-lo para comprovar.
5. Você tem um doce favorito? Qual? Resposta pessoal.
6. No poema, há algumas rimas. Quais?
Doce/fosse; dizer/saber; enfim/mim; doce/fosse. 39
Língua Portuguesa – 4o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 3a sequência didática
7. Você conhece outras palavras que rimam com saber? Resposta sugerida: parecer, conhecer, romper.
8. Quantos versos tem o poema? Seis versos.
9. E quantas estrofes? Uma estrofe.
10. Na sua opinião, o que significam as reticências no final do poema?
Resposta pessoal. Espera-se que percebam que as reticências indicam que o eu lírico está imaginando como seria o doce que ele não pode comer.
Para finalizar a aula, rever com os alunos as características principais desse poema. Pedir-lhes que digam quais são e escrevê-las na lousa; se for necessário, complementar a lista com as que faltarem. Para organizar essas informações, sugere-se desenhar na lousa um quadro como o indicado abaixo. Estipular um tempo de 10 minutos para essa parte da atividade. Poema: algumas características Quanto à estrutura
Há quantos versos? Há quantas estrofes? Há rimas? Há jogo de palavras?
Quanto à escolha das palavras e uso dos recursos poéticos Há ritmo e melodia?
Utilizam-se metáforas? Qual é o tema? Conta-se uma história?
Aula 2 Iniciar esta aula retomando o que foi estudado na anterior e informando aos alunos que eles vão conhecer mais um poema de Fernando Pessoa. Pedir-lhes que formem duplas novamente e distribuir-lhes cópias do poema “Quando as crianças brincam”. Ler para eles o título do poema e, a partir disso, incentivá-los a imaginar sobre o que o poema trata. Em seguida, ler o poema em voz alta para a turma. Durante essa leitura coletiva, retomar as hipóteses e inferências feitas pelos alunos durante a etapa de pré-leitura para verificar se elas se confirmaram ou se precisaram ser ajustadas. Depois, solicitar a cada dupla que releia o poema em voz baixa, para não atrapalhar os outros colegas, prestando atenção aos recursos poéticos (a entonação, as rimas e a melodia etc.). Determinar 10 minutos para esta atividade.
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Língua Portuguesa – 4o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 3a sequência didática
Quando as crianças brincam Quando as crianças brincam E eu as oiço brincar, Qualquer coisa em minha alma Começa a se alegrar. E toda aquela infância Que não tive me vem, Numa onda de alegria Que não foi de ninguém. Se quem fui é enigma, E quem serei visão, Quem sou ao menos sinta Isto no coração. PESSOA, Fernando. Quando as crianças brincam. In: _______. Poesias. 15. ed. Lisboa: Ática, 1995. p. 166. Disponível em: <http://arquivopessoa.net/textos/2185>. Acesso em: 10 jan. 2018.
Em seguida, distribuir às duplas as questões indicadas a seguir juntamente com a cópia do poema, ou escrevê-las na lousa para que os alunos as copiem e escrevam as respostas no caderno. Estabelecer um tempo de 25 minutos para esta atividade.
1. Sobre o que trata o poema?
Sobre as sensações e reflexões causadas no eu lírico pelas brincadeiras das crianças.
2. Que sensação o eu lírico sente ao ouvir as crianças brincarem? Ele começa a alegrar-se.
3. Esse som traz que recordação ao eu lírico? Da infância que ele não teve.
4. Por que o eu lírico, ao falar do passado, diz que ele foi um enigma?
Porque ele não sabe quem foi; isso se mostra um mistério para ele.
5. Em sua opinião, por que ele diz que o futuro é uma visão de quem ele será?
Resposta pessoal. Sugestão: porque ainda não aconteceu; ele pode, então, apenas imaginar; não pode ter certeza de que acontecerá.
6. Há rimas no poema? Indique as palavras que rimam. Brincar/alegrar; vem/ninguém; visão/coração.
7. O poema é composto por quantas estrofes? Três.
8. Cada estrofe tem quantos versos? Quatro.
9. Você acha que esse poema conta uma história? Resposta pessoal.
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Língua Portuguesa – 4o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 3a sequência didática
Logo em seguida, pedir aos alunos que se sentem em semicírculo para compartilhar as respostas deles. Lembrar os alunos de que devemos sempre respeitar a vez de o colega falar e a opinião dele, assim como queremos que nossa vez e nossa opinião sejam respeitadas. Para concluir a aula, abrir uma pequena discussão com a turma sobre uma ideia contida no poema. Perguntar aos alunos o que acharam do poema e se eles concordam que as brincadeiras infantis podem trazer alegria para quem as presencia, escuta ou participa delas.
Avaliação As atividades de leitura, levantamento de hipóteses, compreensão do poema, bem como o trabalho em dupla e a discussão com toda a turma devem ser avaliados continuamente. Para isso, sugere-se que as seguintes questões sejam propostas aos alunos para refletir sobre o aprendizado deles: Nome do(a) aluno(a): _______________________________________________________________________ 1. Reconheceu o gênero poema?
( ) Sim.
( ) Não.
2. Identificou as rimas, os jogos de palavras e/ou o ritmo e a melodia?
( ) Sim.
( ) Não.
3. Compreendeu o que são verso e estrofe?
( ) Sim.
( ) Não.
4. Levantou hipóteses tanto na pré-leitura, quanto na leitura e na pós-leitura que o(a) levassem à compreensão leitora do poema?
( ) Sim.
( ) Não.
5. Percebeu se o poema contava uma história?
( ) Sim.
( ) Não.
Ampliação Para ampliar o trabalho, propor aos alunos atividades com poemas que foram musicados, como “A casa”, de Vinicius de Moraes, e “Quando as crianças brincam”, de Fernando Pessoa. Explorar as rimas, a história contada em cada um dos poemas. Também chamar a atenção deles para a diferença entre o português brasileiro e o português de Portugal. Explicar-lhes que, apesar de as duas formas serem consideradas língua portuguesa, há diferenças entre elas, ocasionadas pela distância geográfica, pela história de cada país etc. Se isso não for suficiente para convencê-los, lembrá-los de que, mesmo em nosso país, também podemos observar diferenças na escolha de palavras, nas expressões, nas construções sintáticas e nos sotaques de cada região. Com a ajuda de um projetor de imagens ou de uma caixa de som, apresentar aos alunos, um de cada vez, os vídeos com os poemas musicados. Repetir a apresentação até que eles percebam a melodia e o ritmo e possam cantar juntos. Fazer esse processo com os dois vídeos. • Quando as crianças brincam. Fernando Pessoa. Desenhos e música Victor Alexandre. Poema musicado com imagens. Disponível em: <http://www.revistapazes.com/8697-2/>. Acesso em: 10 jan. 2018. • A casa. Vinicius de Moraes. Poema musicado com imagens. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=Wmj2COW0veI>. Acesso em: 10 jan. 2018.
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Língua Portuguesa – 4o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 4a sequência didática
4a sequência didática: Refletir e escrever Nesta sequência será abordada a ortografia de palavras com os sufixos -ês/-esa e -ez/-eza, a partir de atividades de leitura e também da prática de um jogo.
Relação entre BNCC, objetivos e conteúdos Objetos de conhecimento Habilidades Objetivos de aprendizagem Conteúdo
Reflexão sobre o conteúdo temático do texto Derivação sufixal • (EF04LP12) Inferir o tema e assunto, demonstrando compreensão global do texto. • (EF04LP29) Reconhecer e grafar, corretamente, palavras derivadas com os sufixos -agem, -oso, -eza, -izar/-isar. • Identificar os processos de formação de palavras. • Compreender textos. • Palavras derivadas com os sufixos -ês/-esa, -ez/-eza
Materiais e recursos • • • • • • •
Cópias do trecho da reportagem “Inaugurado na Cinelândia, no Rio, painel homenageia Gilberto Gil” Cartolina Caneta esferográfica Revistas e jornais para recortar Tesoura com pontas arredondadas Cola Saco
Desenvolvimento •
Quantidade de aulas: 2 aulas
Aula 1 Para iniciar a aula, pedir aos alunos que se sentem em semicírculo e distribuir-lhes cópias da reportagem “Inaugurado na Cinelândia, no Rio, painel homenageia Gilberto Gil” e das atividades de interpretação do texto. Perguntar aos alunos se eles conhecem Gilberto Gil e se sabem alguma canção deste compositor, também perguntar o que sabem sobre a Cinelândia, no Rio de Janeiro. Em seguida, informá-los de que vão ler um trecho dessa reportagem e responder a algumas perguntas de interpretação de texto. Para levantar os conhecimentos prévios dos alunos, explorar as informações trazidas pelo título da reportagem. Perguntar-lhes o que é possível inferir sobre o texto apenas lendo seu título e o que eles acham que significa homenagear alguém. Ajudá-los a levantar hipóteses. Estipular um tempo de 10 minutos para essa atividade. Em seguida, iniciar a leitura do texto em voz alta, chamando a atenção dos alunos para os trechos em que as hipóteses levantadas se confirmam ou não. 43
Língua Portuguesa – 4o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 4a sequência didática
Pedir-lhes que formem duplas e leiam silenciosamente o texto antes de responder às questões propostas a seguir. Estipular um tempo de 20 minutos para essa atividade. Leia o texto para responder às questões a seguir. Inaugurado na Cinelândia, no Rio, painel homenageia Gilberto Gil Um grande painel homenageando o cantor e compositor Gilberto Gil e outras personalidades do país foi inaugurado hoje (18) na praça da Cinelândia, no centro do Rio de Janeiro. A obra foi produzida por grafiteiros a partir de um projeto do Metrô Rio. A obra, batizada de Aquele Abraço, faz referência à canção de mesmo nome, que foi composta pelo músico em 1969. Em discurso, Gilberto Gil destacou a importância da arte de rua. “São artistas que vêm contribuindo para o embelezamento das cidades, não só no Brasil como no mundo todo. Você vê Nova York, Los Angeles, Paris, Roma, em qualquer lugar onde você vai, esse tipo de manifestação artística, através de painéis, de representações variadas e pictóricas da vida cultural, é uma marca constante. Nesse sentido, esse painel tem uma importância muito grande. E Gilberto Gil se sente extraordinariamente considerado por estar sendo motivo de manifestação de artistas populares, no centro do Rio de Janeiro”. [...] Gilberto Gil disse ainda que outros artistas poderiam ter sido homenageados, citando especialmente Dorival Caymmi. “Há 40 ou 50 anos atrás, talvez fosse ele aqui. Não fosse ele, eu não estaria aqui hoje. E não existiria a música popular brasileira tal como ela é”. [...] RODRIGUES, Léo. Inaugurado na Cinelândia, no Rio, painel homenageia Gilberto Gil. Agência Brasil, 18 dez. 2017. Disponível em: <http://agenciabrasil.ebc.com.br/cultura/noticia/2017-12/inaugurado-na-cinelandia-no-ri o-painel-homenageia-gilberto-gil>. Acesso em: 10 jan. 2018.
1. Como Gilberto Gil foi homenageado?
Por meio de um painel, feito por grafiteiros no centro do Rio de Janeiro, que recebeu o título Aquele Abraço, em referência a uma canção composta por Gil.
2. Segundo o músico e compositor, qual é a importância dos artistas de rua? Os artistas contribuem para o embelezamento das cidades.
3. Na opinião de Gilberto Gil, que outro artista poderia ter sido homenageado? Dorival Caymmi.
4. Observe a frase: “Um grande painel homenageando o cantor e compositor Gilberto Gil”. Como ficaria a palavra grande se acrescentássemos a terminação -oso? Grandioso.
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Língua Portuguesa – 4o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 4a sequência didática
5. Em sua opinião, ao acrescentar a terminação -oso na palavra grande, o sentido da frase mudou? Resposta pessoal. Espera-se que o aluno perceba que ambas as palavras, grande e grandioso, constituem adjetivos que qualificam o painel quanto a seu tamanho ou importância, diferentemente dos casos a seguir, em que a adição da terminação -oso e -osa converte substantivos em adjetivos, transformando o sentido das palavras.
6. Observe os substantivos a seguir. Reescreva-os adicionando a terminação -oso ou -osa. a) atenção: _________________________ atencioso/atenciosa b) ambição: _________________________ ambicioso/ambiciosa c) escândalo: _______________________ escandaloso/escandalosa d) charme: _________________________ charmoso/charmosa e) poder: ___________________________ poderoso/poderosa f) fama: ____________________________ famoso/famosa g) mistério: _________________________ misterioso/misteriosa h) bondade: _________________________ bondoso/bondosa
7. Ao acrescentarmos a terminação -oso/-osa aos substantivos da atividade anterior, essas palavras passaram a ser ______________________. adjetivos
8. Complete as frases abaixo com as palavras cheirosa, maldosa ou maravilhoso. a) O passeio ao Cristo Redentor foi realmente _____________________________. maravilhoso b) A noiva estava muito _________________________ no dia do casamento. cheirosa c) A vilã da novela foi muito ________________________________. maldosa
9. Dê exemplos de outras palavras formadas com a terminação -oso/-osa.
Sugestões de respostas: Curiosa, delicioso, glamorosa, cuidadoso, caridoso, caloroso, culposo, assombroso.
Após os alunos concluírem as atividades, fazer a correção coletivamente. Para encerrar a aula, sistematizar o conceito de formação de adjetivos a partir da adição das terminações -oso/-osa aos substantivos. Para isso, sugere-se escrever na lousa as informações do quadro a seguir. 45
Língua Portuguesa – 4o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 4a sequência didática
Substantivos terminados em:
Adjetivos formados com a terminação -oso/-osa
-r
acrescenta-se -oso/-osa
-e -o -dade -a -ção
retira-se o -e e acrescenta-se -oso/-osa retira-se o -o e acrescenta-se -oso/-osa retira-se -ade e acrescenta-se -oso/-osa retira-se o -a e acrescenta-se -oso/-osa retira-se -ção e acrescentam-se -ci- e -oso/-osa
Exemplos poder – -r + -oso = poderoso/poderosa charme – -e + -oso = charmoso/charmosa mistério – -o + -oso = misterioso/misteriosa bondade – -dade + -oso = bondoso/bondosa fama – -a + -oso = famoso/famosa atenção – -ção + -oso = atencioso/atenciosa
Aula 2 Nesta aula será proposto aos alunos um jogo no qual eles terão de escrever palavras que terminam com os sufixos -ez, -eza, -ês, -esa. Para introduzir esse assunto, iniciar a aula pedindo-lhes que formem duplas, a fim de analisar outras terminações utilizadas para formar palavras. Em seguida, desenhar o esquema abaixo na lousa. português
portuguesa
triste
tristeza
Perguntar aos alunos que diferença eles notam na composição dessas palavras. Depois, contar-lhes que alguns adjetivos são formados a partir da adição das terminações -ês/-esa aos substantivos, tal como acontece com a palavra portuguesa, e que alguns substantivos são formados a partir da adição das terminações -ez/-eza aos adjetivos, tal como acontece em tristeza. Em seguida, pedir às duplas que relembrem palavras derivadas que terminam em -ez/-eza. Os alunos deverão criar uma lista com essas palavras e com aquelas que deram origem a elas, tal como na sugestão a seguir. pálido
palidez
Estipular um tempo de 10 minutos para essa atividade. Terminado o tempo, pedir aos alunos que compartilhem as palavras que encontraram, escrevê-las na lousa e solicitar-lhes que as copiem no caderno com o objetivo de fixarem a grafia delas. Atenção: essa lista não deverá ser usada durante o jogo; o caderno deverá ficar fechado, e os alunos deverão valer-se apenas das palavras de que se lembrarem e que não entraram na lista. Confeccionar cartões com as terminações -ez, -eza, -ês, -esa, como os sugeridos a seguir.
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Língua Portuguesa – 4o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 4a sequência didática
-ez
-eza
-ês
-esa Propor aos alunos, então, o jogo com sufixos. Organizá-los em três grandes equipes e definir o grupo que vai começar. Um membro de uma das equipes oponentes vai sortear o cartão (que deve estar em um saco, para ser pego aleatoriamente) para a equipe da vez, que terá 30 segundos para escrever uma palavra com a terminação sorteada. Ao final do tempo, verificar se a equipe grafou corretamente a palavra. Se sim, ganhará 3 pontos e será a vez da próxima equipe. Caso não acerte a grafia da palavra, não ganha ponto e passa a vez. Vence a equipe que tiver o maior número de pontos. Para evitar que as palavras se repitam, à medida que elas forem lembradas pelas equipes, escrevê-las na lousa com a grafia correta. Combinar com a turma quantas rodadas o jogo terá. Ao final, as palavras listadas também poderão ser copiadas no caderno. Para encerrar, fazer uma atividade de autoavaliação, perguntando aos alunos o que eles aprenderam nesta aula, como foi o desempenho deles no jogo, de qual atividade gostaram e o que mudariam em uma próxima vez. 47
Língua Portuguesa – 4o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 4a sequência didática
Avaliação As atividades de leitura, de compreensão do texto e de trabalho em equipe devem ser avaliadas. Para verificar isso, sugere-se propor aos alunos as seguintes questões: Nome do(a) aluno(a): ___________________________________________________________________ 1. Compreendeu o texto de maneira global? 2. Conseguiu reconhecer e escrever palavras derivadas utilizando as terminações -ez/-eza e -ês/-esa? 3. Conseguiu interagir com o grupo tanto nas discussões quanto no trabalho em duplas e no jogo?
( ) Sim.
( ) Não.
( ) Sim.
( ) Não.
( ) Sim.
( ) Não.
Também pode ser feita outra atividade para avaliar a aquisição do conhecimento pelos alunos, como a sugerida a seguir.
1. Em duplas, procurem em revistas e jornais palavras terminadas em -ês/-esa e -ez/-eza e recortem-nas. 2. Depois, organizem e colem essas palavras no local apropriado do quadro abaixo. Palavras formadas pelos sufixos -ês
-esa
-ez
-eza
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Língua Portuguesa – 4o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – Proposta de acompanhamento da aprendizagem
Proposta de acompanhamento da aprendizagem Avaliação de Língua Portuguesa: 1o bimestre Nome: _______________________________________________________________________________________ Turma: ____________________________ Data: ___________________________________________________ Leia o trecho da história a seguir para responder às questões 1 a 3. O rouxinol do imperador O palácio do imperador da China era uma das coisas mais bonitas que existiam no mundo. Construído em mármore branco, possuía torres de marfim, paredes revestidas com tecidos de cores variadas e quartos decorados com ouro e prata. Era realmente uma maravilha! O jardim também era de enorme beleza; nele cresciam flores raras e belas. Havia inúmeros rios e lagos, onde nadavam peixes de todas as espécies e tamanhos. Para além do jardim, se estendia uma mata, que chegava até o mar e no interior dela vivia um rouxinol de canto único. De sua pequenina garganta saíam melodias tão emocionantes que faziam chorar quem as escutasse. Turistas do mundo todo iam admirar o palácio do imperador chinês e ficavam maravilhados diante de tanta beleza. Mas, quando ouviam o canto do rouxinol, todos admitiam que aquilo sim era a coisa mais bonita e rara do grande império. [...] ABREU, Ana Rosa et al. Alfabetização: livro do aluno. Brasília: FUNDESCOLA/SEFMEC, 2000. v. 3, n. 2, p. 73.
1. Apesar de o palácio e o jardim do imperador serem muito bonitos, o que realmente chamava a atenção por sua grande beleza?
(A) O jardim. (B) As flores raras. (C) As torres de marfim. (D) O canto do rouxinol.
2. Onde vivia o rouxinol do imperador? (A) Na beira do mar. (B) No palácio. (C) No jardim. (D) Na mata. 49
Língua Portuguesa – 4o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – Proposta de acompanhamento da aprendizagem
3. Observe a expressão destacada no texto. Nesse contexto, qual é o sentido dela? (A) Que o rouxinol cantava apenas uma vez. (B) Que não havia outro canto igual àquele. (C) Que só havia um rouxinol. (D) Que o canto era repetitivo. Leia o trecho da história a seguir para responder às questões 4 a 7. O príncipe canário Era uma vez um rei que tinha uma filha. A mãe da menina morrera, e a madrasta sentia muito ciúme da enteada; sempre falava mal dela para o rei. A moça vivia a se desculpar e a se desesperar; porém, a madrasta tanto falou e tanto fez que o rei, embora afeiçoado à filha, acabou dando razão à rainha e decidiu expulsá-la de casa. Contudo, disse que ela deveria ficar em um lugar no qual se instalasse bem, pois não admitiria que fosse maltratada. ABREU, Ana Rosa et al. Alfabetização: livro do aluno. Brasília: FUNDESCOLA/SEF/MEC, 2000. v. 3, n. 2, p. 49.
4. Como era a relação entre a madrasta e a filha do rei? (A) Harmoniosa. (B) Conflituosa. (C) Carinhosa. (D) Amorosa.
5. Depois de um tempo, o rei decide expulsar a filha de casa. Apesar disso, ao dizer que não admite que ela seja maltratada no novo lugar onde for morar, o que deixa implícito?
(A) Que ele não gostava da filha. (B) Que ele queria defender a filha. (C) Que ele se importava com a filha. (D) Que ele não tinha carinho pela filha.
6. No trecho lido, quem são as personagens principais? (A) O pai e a madrasta. (B) A enteada e a filha do rei. (C) A madrasta e a filha do rei. (D) O rei, a rainha e a filha do rei.
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Língua Portuguesa – 4o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – Proposta de acompanhamento da aprendizagem
7. Releia o trecho: “[...] a madrasta sentia muito ciúme da enteada [...]”. O que a palavra destacada significa?
______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ Leia o poema a seguir, de Fernando Pessoa, para responder às questões 8 e 9. Gato que brincas na rua Gato que brincas na rua Como se fosse na cama, Invejo a sorte que é tua Porque nem sorte se chama. Bom servo das leis fatais Que regem pedras e gentes, Que tens instintos gerais E sentes só o que sentes. És feliz porque és assim Todo o nada que és é teu. Eu vejo-me e estou sem mim, Conheço-me e não sou eu. PESSOA, Fernando. Gato que brincas na rua. Arquivo Pessoa, 1931. Disponível em: <http://arquivopessoa.net/textos/154>. Acesso em: 17 jan. 2018.
8. Em sua opinião, qual é a maior sorte do gato? ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________
9. Copie as palavras que rimam na segunda estrofe e ajudam na construção do sentido do poema.
______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________
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Língua Portuguesa – 4o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – Proposta de acompanhamento da aprendizagem
10. Acentue corretamente as palavras a seguir, usando acento circunflexo (^) ou agudo (´). orgão
açucar
facil
reporter
dificil
benção
11. Encontre neste diagrama 11 palavras escritas com j ou g. Depois, copie-as nas linhas a seguir. G
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12. Ordene as letras a seguir para descobrir as palavras. Depois, explique nas linhas a seguir por que elas são acentuadas. ãoróf elnív elntú álpis
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Língua Portuguesa – 4o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – Proposta de acompanhamento da aprendizagem
Leia o poema a seguir para responder às questões 13 a 15. Do seu longínquo reino cor-de-rosa Do seu longínquo reino cor-de-rosa, Voando pela noite silenciosa, A fada das crianças vem, luzindo. Papoulas a coroam, e, cobrindo Seu corpo todo, a tornam misteriosa. À criança que dorme chega leve, E, pondo-lhe na fronte a mão de neve, Os seus cabelos de ouro acaricia – E sonhos lindos, como ninguém teve, A sentir a criança principia. E todos os brinquedos se transformam Em coisas vivas, e um cortejo formam: Cavalos e soldados e bonecas, Ursos e pretos, que vêm, vão e tornam, E palhaços que tocam em rabecas… E há figuras pequenas e engraçadas Que brincam e dão saltos e passadas… Mas vem o dia, e, leve e graciosa, Pé ante pé, volta a melhor das fadas Ao seu longínquo reino cor-de-rosa. PESSOA, Fernando. Do seu longínquo reino cor-de-rosa. Arquivo Pessoa, 1932. Disponível em: <http://arquivopessoa.net/textos/3154>. Acesso em: 17 jan. 2018.
13. Que palavras rimam na última estrofe? ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ •
Em sua opinião, essas rimas causam que efeito de sentido no poema?
______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________
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Língua Portuguesa – 4o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – Proposta de acompanhamento da aprendizagem
14. Releia o verso destacado na segunda estrofe do poema. Quem se aproxima da criança de maneira leve, ou seja, com delicadeza?
______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________
15. Em que momento do dia a fada costuma visitar as crianças para encantar seus sonhos e fazer os brinquedos tornarem-se vivos?
______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________
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Língua Portuguesa – 4o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – Proposta de acompanhamento da aprendizagem
Proposta de acompanhamento da aprendizagem Avaliação de Língua Portuguesa: 1o bimestre Nome: _______________________________________________________________________________________ Turma: ____________________________ Data: ___________________________________________________ Leia o trecho da história a seguir para responder às questões 1 a 3. O rouxinol do imperador O palácio do imperador da China era uma das coisas mais bonitas que existiam no mundo. Construído em mármore branco, possuía torres de marfim, paredes revestidas com tecidos de cores variadas e quartos decorados com ouro e prata. Era realmente uma maravilha! O jardim também era de enorme beleza; nele cresciam flores raras e belas. Havia inúmeros rios e lagos, onde nadavam peixes de todas as espécies e tamanhos. Para além do jardim, se estendia uma mata, que chegava até o mar e no interior dela vivia um rouxinol de canto único. De sua pequenina garganta saíam melodias tão emocionantes que faziam chorar quem as escutasse. Turistas do mundo todo iam admirar o palácio do imperador chinês e ficavam maravilhados diante de tanta beleza. Mas, quando ouviam o canto do rouxinol, todos admitiam que aquilo sim era a coisa mais bonita e rara do grande império. [...] ABREU, Ana Rosa Abreu et al. Alfabetização: livro do aluno. Brasília: FUNDESCOLA/SEFMEC, 2000. v. 3, n. 2, p. 73.
1. Apesar de o palácio e o jardim do imperador serem muito bonitos, o que realmente chamava a atenção por sua grande beleza?
(A) O jardim. (B) As flores raras. (C) As torres de marfim. (D) O canto do rouxinol. Habilidade trabalhada: (EF04LP10) Inferir informações implícitas em textos. Resposta: Alternativa D. O canto do rouxinol. Distratores: As alternativas A, B e C demonstram outras belezas do império; porém, o canto do rouxinol era o que mais encantava a todos, incluindo-se os turistas.
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2. Onde vivia o rouxinol do imperador? (A) Na beira do mar. (B) No palácio. (C) No jardim. (D) Na mata. Habilidade trabalhada: (EF04LP34) Identificar, em narrativas, cenário, personagem central, conflito gerador, resolução e o ponto de vista com base no qual as histórias são narradas, diferenciando narrativas em primeira e terceira pessoas. Resposta: Alternativa D. O rouxinol vivia na mata, que ficava depois do jardim e se estendia até o mar. O foco desta questão está na identificação de um dos cenários. Distratores: As alternativas B e C indicam partes do palácio onde o rouxinol não vivia. A alternativa A também está incorreta, porque o rouxinol não vivia na beira do mar, mas no interior da mata que levava até o mar. Caso os alunos tenham dificuldade para entender esse trecho, reler com eles o terceiro parágrafo, a fim de que possam fazer as inferências e as conexões necessárias para encontrar a resposta.
3. Observe a expressão destacada no texto. Nesse contexto, qual é o sentido dela? (A) Que o rouxinol cantava apenas uma vez. (B) Que não havia canto igual àquele. (C) Que só havia um rouxinol. (D) Que o canto era repetitivo. Habilidade trabalhada: (EF04LP13) Inferir, em textos, o sentido de palavras e expressões, considerando o contexto em que aparecem. Resposta: Alternativa B. Que não havia canto igual àquele, no sentido de que se tratava de um canto “sem comparações, inigualável”. Distratores: A alternativa A indica que o rouxinol só tinha um único canto, no sentido de unidade, e por isso estão incorretas. Alternativa D indica que o rouxinol repetia unicamente o mesmo canto, o que também está incorreto. A alternativa C também está incorreta porque afirma que a expressão se refere à quantidade de rouxinóis que havia no palácio. Leia o trecho da história a seguir para responder às questões 4 a 7. O príncipe canário Era uma vez um rei que tinha uma filha. A mãe da menina morrera, e a madrasta sentia muito ciúme da enteada; sempre falava mal dela para o rei. A moça vivia a se desculpar e a se desesperar; porém, a madrasta tanto falou e tanto fez que o rei, embora afeiçoado à filha, acabou dando razão à rainha e decidiu expulsá-la de casa. Contudo, disse que ela deveria ficar em um lugar no qual se instalasse bem, pois não admitiria que fosse maltratada. Ana Rosa Abreu et al. Alfabetização: livro do aluno. Brasília: FUNDESCOLA/SEF/MEC, 2000. v. 3, n. 2, p. 49.
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4. Como era a relação entre a madrasta e a filha do rei? (A) Harmoniosa. (B) Conflituosa. (C) Carinhosa. (D) Amorosa. Habilidade trabalhada: (EF04LP10) Inferir informações implícitas em textos. Resposta: Alternativa B. Conflituosa. Distratores: As alternativas A, C e D estão incorretas porque a relação entre elas não era harmoniosa, carinhosa ou amorosa. A relação era de inimizade pelo ciúme que a madrasta sentia da enteada. Caso os alunos tenham dificuldades em perceber isso, reler junto com eles esse trecho e ajudá-los a fazer inferências que os levem à conclusão necessária para responder à questão.
5. Depois de um tempo, o rei decide expulsar a filha de casa. Apesar disso, ao dizer que não admite que ela seja maltratada no novo lugar onde for morar, o que deixa implícito?
(A) Que ele não gostava da filha. (B) Que ele queria defender a filha. (C) Que ele se importava com a filha. (D) Que ele não tinha carinho pela filha. Habilidade trabalhada: (EF04LP10) Inferir informações implícitas em textos. Resposta: Alternativa C. Indica que ele se importava com a filha, pois, embora a tenha expulsado de casa, ainda era afeiçoado a ela e queria que a filha ficasse bem instalada e não fosse maltratada. Distratores: A alternativa A está incorreta porque não condiz com o que está no texto, que informa que o rei era afeiçoado a filha. A alternativa B está equivocada porque em nenhum momento o rei defendeu sua filha. A alternativa D também está incorreta porque o rei cedeu ao desejo da rainha, mas, apesar disso, tinha carinho pela filha, queria que ela fosse morar em um lugar onde não fosse maltratada.
6. No trecho lido, quem são as personagens principais? (A) O pai e a madrasta. (B) A enteada e a filha do rei. (C) A madrasta e a filha do rei. (D) O rei, a madrasta e a filha do rei. Habilidade trabalhada: (EF04LP34) Identificar, em narrativas, cenário, personagem central, conflito gerador, resolução e o ponto de vista com base no qual histórias são narradas, diferenciando narrativas em primeira e terceira pessoas. Resposta: Alternativa D. As personagens principais são o rei, a madrasta e a filha do rei. Distratores: As alternativas A e C estão incorretas porque falta uma das personagens, ou o rei ou a filha do rei. A alternativa B está incorreta porque, além de não apresentar todas as personagens, a enteada e a filha do rei são a mesma personagem.
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7. Releia o trecho: “[...] a madrasta sentia muito ciúme da enteada [...]”. O que a palavra destacada significa?
______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ Habilidade trabalhada: (EF04LP13) Inferir, em textos, o sentido de palavras e expressões, considerando o contexto em que aparecem. Resposta: Enteada(o) indica o grau de parentesco de uma pessoa com a filha ou o filho de seu cônjuge. No caso do texto, indica a relação entre a rainha e a filha do rei. Leia o poema a seguir, de Fernando Pessoa, para responder às questões 8 e 9. Gato que brincas na rua Gato que brincas na rua Como se fosse na cama, Invejo a sorte que é tua Porque nem sorte se chama. Bom servo das leis fatais Que regem pedras e gentes, Que tens instintos gerais E sentes só o que sentes. És feliz porque és assim Todo o nada que és é teu. Eu vejo-me e estou sem mim, Conheço-me e não sou eu. PESSOA, Fernando. Gato que brincas na rua. Arquivo Pessoa, 1931. Disponível em: <http://arquivopessoa.net/textos/154>. Acesso em: 17 jan. 2018.
8. Em sua opinião, qual é a maior sorte do gato? ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ Habilidade trabalhada: (EF04LP10) Inferir informações implícitas em textos. Resposta: Resposta pessoal. Espera-se que o aluno associe a sorte ao fato de brincar na rua e à desenvoltura do gato em sentir-se bem tanto na rua quanto na cama. 58
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9. Copie as palavras que rimam na segunda estrofe e ajudam na construção do sentido do poema.
______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ Habilidade trabalhada: (EF04LP36) Identificar efeitos de sentido decorrentes do uso de recursos rítmicos e melódicos (aliteração, eco e rimas), de expressões metafóricas e de recursos gráfico-visuais em textos versificados. Resposta: Fatais/gerais; gentes/sentes.
10. Acentue corretamente as palavras a seguir, usando acento circunflexo (^) ou agudo (´). orgão
açucar
facil
reporter
dificil
benção
Habilidade trabalhada: (EF04LP26) Usar acento gráfico (agudo ou circunflexo) em paroxítonas terminadas em -i(s), -l, -r, -ão(s). Resposta: Órgão, açúcar, fácil, repórter, difícil, bênção.
11. Encontre neste diagrama 11 palavras escritas com j ou g. Depois, copie-as nas linhas a seguir. G
E
N
G
I
V
A
A
Q
U
E
J
J
O
V
A
G
E
M
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N
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L
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A
______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________
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Habilidade trabalhada: (EF04LP23) Grafar palavras utilizando regras de correspondência fonema-grafema regulares e contextuais. Resposta: Geração, gengiva, girar, gema, jiboia, jeito, vagem, vigia, canjica, geladeira, geada. G E
N G I
V
A
A
Q U
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J
J
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O A
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J
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B
J
D A
A Z
O I
A
B
E
N G E
L
à A
G A
12. Ordene as letras a seguir para formar as palavras. Depois, explique nas linhas a seguir por que elas são acentuadas. ãoróf elnív elntú álpis
______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ Habilidade trabalhada: (EF04LP26) Usar acento gráfico (agudo ou circunflexo) em paroxítonas terminadas em -i(s), -l, -r, -ão(s). Resposta: Órfão, nível, túnel, lápis. Elas são acentuadas porque são paroxítonas terminadas em -ão, -l e -is.
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Leia o poema a seguir para responder às questões 13 a 15. Do seu longínquo reino cor-de-rosa Do seu longínquo reino cor-de-rosa, Voando pela noite silenciosa, A fada das crianças vem, luzindo. Papoulas a coroam, e, cobrindo Seu corpo todo, a tornam misteriosa. À criança que dorme chega leve, E, pondo-lhe na fronte a mão de neve, Os seus cabelos de ouro acaricia – E sonhos lindos, como ninguém teve, A sentir a criança principia. E todos os brinquedos se transformam Em coisas vivas, e um cortejo formam: Cavalos e soldados e bonecas, Ursos e pretos, que vêm, vão e tornam, E palhaços que tocam em rabecas… E há figuras pequenas e engraçadas Que brincam e dão saltos e passadas… Mas vem o dia, e, leve e graciosa, Pé ante pé, volta a melhor das fadas Ao seu longínquo reino cor-de-rosa. PESSOA, Fernando. Do seu longínquo reino cor-de-rosa. Arquivo Pessoa, 1932. Disponível em: <http://arquivopessoa.net/textos/3154>. Acesso em: 17 jan. 2018.
13. Que palavras rimam na última estrofe? ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ •
Em sua opinião, essas rimas causam que efeito de sentido no poema?
______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________
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Habilidade trabalhada: (EF04LP36) Identificar efeitos de sentido decorrentes do uso de recursos rítmicos e melódicos (aliteração, eco e rimas), de expressões metafóricas e de recursos gráfico-visuais em textos versificados. Resposta: Engraçadas, passadas, fadas; graciosa e cor-de-rosa. As rimas ajudam a caracterizar as fadas e sua figura fantástica que vive em um mundo cor-de-rosa.
14. Releia o verso destacado na segunda estrofe do poema. Quem se aproxima da criança de maneira leve, ou seja, com delicadeza?
______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ Habilidade trabalhada: (EF04LP10) Inferir informações implícitas em textos. Resposta: Espera-se que alunos inferiram que é a fada quem chega perto da criança com delicadeza. Essa informação está na estrofe anterior.
15. Em que momento do dia a fada costuma visitar as crianças para encantar seus sonhos e fazer os brinquedos tornarem-se vivos?
______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ Habilidade trabalhada: (EF04LP08) Localizar e comparar informações explícitas em textos. Resposta: Durante a noite, quando as crianças estão dormindo. Se compreende pelo trecho: “Voando pela noite silenciosa, / A fada das crianças, vem, luzindo.”.
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Ficha de acompanhamento das aprendizagens Esta ficha é apenas uma das muitas possibilidades para acompanhar o desenvolvimento dos alunos. É importante ter em mente que a avaliação não deve ser entendida como um fim em si mesma, mas como uma das muitas ferramentas a serviço de uma compreensão dos avanços e das necessidades de cada aluno, respeitando o período de aprendizagem de cada um. Legenda Total = TT
Em evolução = EE
Não desenvolvida = ND
Nome: _______________________________________________________________________________________ Turma: _________________________________ Data: ______________________________________________ Questão
Habilidade
TT
(EF04LP34) Identificar, em narrativas, cenário, personagem central, conflito gerador, resolução e o ponto de vista com base no qual histórias são narradas, diferenciando narrativas em primeira e terceira pessoas. (EF04LP13) Inferir, em textos, o sentido de palavras e expressões, considerando o contexto em que aparecem.
Conseguiu identificar o cenário solicitado.
4
5
1
2
3
6
7
8
EE
ND
Conseguiu inferir o sentido da expressão.
Conseguiu inferir parcialmente o sentido da expressão.
Não conseguiu inferir o sentido da expressão.
(EF04LP10) Inferir informações implícitas em textos.
Conseguiu inferir informações no texto.
(EF04LP10) Inferir informações implícitas em textos.
Conseguiu inferir informações no texto.
(EF04LP34) Identificar, em narrativas, cenário, personagem central, conflito gerador, resolução e o ponto de vista com base no qual histórias são narradas, diferenciando narrativas em primeira e terceira pessoas. (EF04LP13) Inferir, em textos, o sentido de palavras e expressões, considerando o contexto em que aparecem. (EF04LP10) Inferir informações implícitas em textos.
Identificou as personagens principais.
Conseguiu inferir parcialmente informações no texto. Conseguiu inferir parcialmente informações no texto. Identificou algumas das personagens principais.
Não conseguiu inferir informações no texto. Não conseguiu inferir informações no texto. Não identificou as personagens principais.
Conseguiu inferir parcialmente o sentido da palavra de acordo com o contexto. Conseguiu inferir parcialmente informações no texto.
Não conseguiu inferir o sentido da palavra de acordo com o contexto. Não conseguiu inferir informações no texto.
(EF04LP10) Inferir informações implícitas em textos.
Conseguiu inferir informações no texto.
Conseguiu inferir o sentido da palavra de acordo com o contexto. Conseguiu inferir informações no texto.
Conseguiu inferir parcialmente informações no texto. Conseguiu identificar parcialmente o cenário solicitado.
Não conseguiu inferir informações no texto. Não conseguiu identificar o cenário solicitado.
Anotações
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10
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12
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(EF04LP36) Identificar efeitos de sentido decorrentes do uso de recursos rítmicos e melódicos (aliteração, eco e rimas), de expressões metafóricas e de recursos gráfico-visuais em textos versificados. (EF04LP26) Usar acento gráfico (agudo ou circunflexo) em paroxítonas terminadas em -i(s), -l, -r, -ão(s).
Conseguiu identificar o efeito das rimas no poema.
Conseguiu identificar parcialmente o efeito das rimas no poema.
Não conseguiu identificar o efeito das rimas no poema.
Conseguiu identificar e usar o acento gráfico nas paroxítonas solicitadas.
Não conseguiu usar o acento gráfico nas paroxítonas solicitadas.
(EF04LP23) Grafar palavras utilizando regras de correspondência fonema-grafema regulares e contextuais. (EF04LP26) Usar acento gráfico (agudo ou circunflexo) em paroxítonas terminadas em -i(s), -l, -r, -ão(s).
Conseguiu identificar e grafar palavras com g e j e com som de /j/.
Conseguiu identificar e usar o acento gráfico em algumas paroxítonas solicitadas. Conseguiu identificar e grafar algumas palavras com g e j e com som de /j/. Conseguiu organizar letras, formar palavras ou explicar por que elas são acentuadas.
(EF04LP36) Identificar efeitos de sentido decorrentes do uso de recursos rítmicos e melódicos (aliteração, eco e rimas), de expressões metafóricas e de recursos gráfico-visuais em textos versificados. (EF04LP10) Inferir informações implícitas em textos.
Conseguiu identificar os efeitos de sentido produzidos pelas rimas.
Conseguiu identificar parcialmente os efeitos de sentido produzidos pelas rimas.
Conseguiu inferir informações no texto.
(EF04LP08) Localizar e comparar informações explícitas no texto.
Conseguiu localizar informações no texto.
Conseguiu inferir parcialmente informações no texto. Conseguiu localizar parcialmente informações no texto.
Conseguiu organizar letras, formar palavras e explicar por que elas são acentuadas.
Não conseguiu identificar e grafar palavras com g e j e com som de /j/. Não conseguiu organizar letras nem formar palavras nem explicar por que elas são acentuadas. Não conseguiu identificar os efeitos de sentido produzidos pelas rimas.
Não conseguiu inferir informações no texto. Não conseguiu localizar informações no texto.
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Ficha de acompanhamento individual A ficha de acompanhamento individual é um instrumento de registro onde podemos verificar e avaliar de forma individual, contínua e diária, a evolução da aprendizagem. Ela serve para que nós, professores, possamos acompanhar o progresso de cada um de nossos alunos [...]. BRASIL. Ministério da Educação. Programa de Apoio a Leitura e Escrita: PRALER. Brasília, DF: FNDE, 2007. Caderno de Teoria e Prática 6: Avaliação e projetos na sala de aula, p. 20.
Total = TT
Legenda Não desenvolvida = ND
Em evolução = EE
Não observada = NO
Nome: _______________________________________________________________________________________ Turma: _________________________________ Data: ______________________________________________ Data
Habilidade
TT
EE
ND
NO
Anotações
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