GULLIVER
J O N A T H A N S W I F T
Recontado por Ana Oom Ilustrações de Sandra Serra
A s v i A g e n s d e
GULLIVER
J O n A T H A n s W i F T
Recontado por Ana Oom
Ilustrações de Sandra Serra
Copyright da edição brasileira © Editora FTD S.A., 2014 Todos os direitos reservados à EDITORA FTD S.A.
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Título original: As viagens de Gulliver Publicado pela primeira vez em Portugal em 2012 pela Zero a Oito – Marketing Infantil, Lda. © 2014 Zero a Oito. Todos os direitos reservados.
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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Oom, Ana
As viagens de Gulliver / Jonathan Swift ; recontado por Ana Oom ; ilustrações de Sandra Serra. – 1. ed. –São Paulo : FTD, 2014.
Título original: As viagens de Gulliver
ISBN 978-85-322-9888-1
ISBN 978-85-989-648-371-5 (ed. original)
1. Contos – Literatura infantil I. Swift, Jonathan, 1667-1745. II. Serra, Sandra. III. Título.
14-06319
CDD-028.5
Índices para catálogo sistemático:
1. Contos : Literatura infantil 028.5
A S V I A G E N S D E
GULLIVER
J O N A T H A N S W I F T
Recontado por Ana Oom Ilustrações de Sandra Serra
Porque os pequenos leitores também merecem grandes histórias, a coleção Os meus clássicos oferece algumas das obras mais marcantes de todos os tempos.
Essas histórias são adaptações feitas a partir dos originais. Não são, portanto, uma reprodução integral das obras.
As ilustrações desenvolvidas para esta coleção são uma interpretação e representação artística de cada narrativa e de suas aventuras.
A escolha dos títulos foi realizada segundo critérios editoriais, com base em sugestões de pais, educadores e professores.
Sempre tive vontade de viajar pelo mar.
Desde que eu era criança, meu pai se esforçou para me estimular a estudar. Um dia ele disse:
– Lemuel Gulliver, a partir de hoje, você terá aulas com o senhor James Bates, um promissor cirurgião de Londres.
Assim, ficou decidido que eu iria estudar Medicina. Sempre fui muito aplicado, pois sabia que esses conhecimentos poderiam ser muito úteis quando eu fizesse longas viagens pelo mar. Meu esforço foi recompensado quando um dia o senhor Bates soube que precisavam de um cirurgião a bordo do navio Swallow e me recomendou. Foi aí que a minha verdadeira história começou e eu nunca mais deixei de navegar.
Gostei tanto dessa experiência que quis partir novamente. E outra chance surgiu quando fui convidado para trabalhar no Antelope, uma embarcação que se dirigia para os mares do sul.
Inicialmente, tudo correu como esperado, mas um dia fomos surpreendidos por uma tempestade, seguida de um denso nevoeiro. Não conseguíamos ver nada e, mesmo assim, embora com medo, avançamos. Acabamos batendo em uma grande rocha. Eu e outros seis companheiros conseguimos lançar um pequeno bote na água. Queríamos escapar. Por isso, remamos até acabarem nossas forças e acabamos nos deixando levar pela correnteza, tal era o nosso cansaço.
Mais tarde, comecei a sentir o vento que se levantava e avisei meus companheiros:
– Cuidado, amigos! Preparem-se! O vento está ficando cada vez mais forte!
Apesar do aviso, não havia muito que fazer. O vendaval não nos dava trégua, até que uma forte rajada virou o nosso barco. A partir desse momento, nunca mais vi meus companheiros. Fiquei sozinho e desesperado, mas tinha de me virar para me salvar. Nadei sem saber para onde o mar me levava. Algum tempo depois, estava sem forças. Fiquei nadando por muito tempo. Logo notei que o mar dava pé
A tempestade tinha diminuído e, ao longe, avistei uma praia. Parei de nadar e fui andando até ela.
A praia estava deserta. Dei uma volta e não vi sinal de casas nem de pessoas.
– Será que aqui não vive ninguém que possa me ajudar? –questionei-me.
Sentei na areia e, como estava muito cansado, adormeci logo.
Lembro que dormi profundamente e que quando acordei e tentei me levantar, não consegui. Eu estava todo amarrado, os braços, as pernas e até o cabelo, nada tinha escapado.
– Como foi que isto aconteceu? Tem alguém aí?
A única coisa que eu conseguia fazer era olhar para o céu. Entretanto, comecei a ouvir um burburinho. Não sabia o que era e de onde vinha, mas havia alguma coisa. Também comecei a sentir cócegas. Reparei que alguma coisa se movia na minha perna, dirigindo-se depois para o meu peito, até chegar ao meu queixo. Olhei com alguma dificuldade para baixo, já que a posição em que estava não me permitia nenhum outro movimento. Qual não foi meu espanto quando, bem na minha frente, um ser humano minúsculo se apresentou com arco e flecha nas mãos.
Fiquei curioso e, quando ia perguntar quem ele era, notei que havia algumas dezenas de seres como ele, que caminhavam sobre mim indo ao seu encontro.
Cada vez eu entendia menos o que se passava e, como estava preso dos pés à cabeça, decidi dar um grito. Aqueles homens pequeninos levaram um susto enorme. Alguns que estavam em cima de mim caíram e se machucaram.
Mais depressa do que eu esperava, esses homens se puseram em pé novamente. Um deles deu um grito e todos os outros o imitaram. Não fazia ideia do que diziam e comecei a sentir uma espécie de agulhas que picavam todo o meu corpo. Eram as flechas que eles lançavam. Parecia uma tempestade. Depois pensei: “O melhor é ficar quieto. Caso contrário, eles nunca mais vão parar”.
Foi o que fiz e eles se acalmaram. Passaram então a ter outra ocupação. Olhei de esguelha para um grupo desses homens e vi uma plataforma construída ao meu lado. Em cima dela estava um homem com ar distinto, talvez o chefe. Depois de dizer uma frase que não entendi, começou a discursar para mim.
Apesar do esforço, depois que ele terminou o discurso, fiz sinal de que estava com fome. Curiosamente, o homem me entendeu e notei que deu ordem para que trouxessem comida. Achei graça ao ver uma centena desses homens carregando cestas cheias de carne, que me davam na boca para comer. Devorei tudo num instante e, mesmo sabendo que não entenderiam, eu disse:
– Obrigado, meus amigos! Agora me sinto melhor, mas estou com muita sede.
Fiz mais alguns sinais e eles acabaram entendendo que eu precisava beber alguma coisa. Voltaram para cima trazendo dois barris cheios de vinho. Bebi tudo num gole só.
Pouco depois que essas pequenas criaturas desceram ao chão, apareceu um homem, que imaginei ser o enviado do imperador. Falou, gesticulou e apontou na direção da capital. Tentei fazer com que me entendesse:
– Vocês vão me levar até a cidade? Não vão me libertar?
COLEÇÃO
Esta é uma coleção que reúne algumas das obras mais marcantes da literatura universal. Histórias para não perder e não esquecer.
As viagens de Gulliver, escritas por Jonathan Swift, continuam hoje a viajar pelo mundo e a encantar gerações.
Apesar de a obra original, publicada em 1726, incluir quatro viagens, a história deste livro corresponde à adaptação da primeira, uma viagem a uma terra surpreendente chamada Lilipute. Nesta aventura, a mais emblemática e a mais conhecida, Gulliver, um cirurgião a bordo de um navio, vai parar numa ilha onde vivem seres verdadeiramente minúsculos, os liliputianos. Será que um “gigante” como Gulliver será bem-vindo nessa terra?
Mesmo tendo sido escrita há mais de dois séculos, esta obra continua atual, pois pretende criticar o ser humano, que está sempre em guerra por motivos banais.