Dialogogenero 9

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Eliana Santos Beltrão • Tereza Gordilho

Língua Portuguesa Diálogo em g ê n eros

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Eliana Lúcia Santos Beltrão

Graduada em Letras pela Universidade Federal da Bahia, com especialização em Linguística Textual. Mestre em Letras pela Universidade Federal da Bahia. Professora de Língua Portuguesa, Literatura e Produção de texto no Ensino Fundamental e Médio.

Tereza Cristina Santos Gordilho

Graduada em Psicologia pela Universidade Federal da Bahia, com especialização em Psicopedagogia Clínica e Institucional pelo Instituto Sedes Sapientiae. Psicóloga na área educacional.

2ª- edição São Paulo, 2016

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Copyright © Eliana Lúcia Santos Beltrão e Tereza Cristina Santos Gordilho, 2016 Diretor editorial Lauri Cericato Gerente editorial Silvana Rossi Júlio Editora Natalia Taccetti Editores assistentes Andréia Manfrin Alves, Juliana de Almeida Valverde, Nubia Andrade e Silva, Marcel Fernandes Gugoni Assistente editorial Bruna Flores Bazzoli Assessoria Karen Tibursky Alves Ventura, Laura de Paula, Leonardo de Sousa Klein, Marina Ribeiro Candido, Vera Sílvia de Oliveira Roselli Gerente de produção editorial Mariana Milani Coordenadora de arte Daniela Máximo Projeto gráfico Bruno Attili Capa Alexandre S. de Paula Imagem de capa Alexandre S. de Paula Supervisor de arte Vinicius Fernandes Editor de arte Leandro Brito Diagramação Leandro Brito Tratamento de imagens Ana Isabela Pithan Maraschin, Eziquiel Racheti Coordenadora de ilustrações Marcia Berne Ilustrações Andrea Ebert, Café, Dawidson França, Glair Arruda, Karmo, Marcos Guilherme, Simone Ziasch Coordenadora de preparação e revisão Lilian Semenichin Supervisora de preparação e revisão Viviam Moreira Preparação Veridiana Maenaka Revisão Lívia Perran Coordenador de iconografia e licenciamento de textos Expedito Arantes Supervisora de licenciamento de textos Elaine Bueno Iconografia Paula Dias, Daniel Cymbalista, Graciela Naliati Diretor de operações e produção gráfica Reginaldo Soares Damasceno Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Beltrão, Eliana Lúcia Santos Diálogo em gêneros, 9o ano / Eliana Lúcia Santos Beltrão, Tereza Cristina Santos Gordilho. – 2. ed. – São Paulo : FTD, 2016.

ISBN 978-85-96-00221-9 (aluno) ISBN 978-85-96-00222-6 (professor) 1. Português (Ensino fundamental) I. Gordilho, Tereza Cristina Santos. II. Título. 15-11250 CDD-372.6 Índices para catálogo sistemático: 1. Português : Ensino fundamental 372.6 123456789 Envidamos nossos melhores esforços para localizar e indicar adequadamente os créditos dos textos e imagens presentes nesta obra didática. No entanto, colocamo-nos à disposição para avaliação de eventuais irregularidades ou omissões de crédito e consequente correção nas próximas edições. As imagens e os textos constantes nesta obra que, eventualmente, reproduzam algum tipo de material de publicidade ou propaganda, ou a ele façam alusão, são aplicados para fins didáticos e não representam recomendação ou incentivo ao consumo.

Reprodução proibida: Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. Todos os direitos reservados à EDITORA FTD Rua Rui Barbosa, 156 – Bela Vista – São Paulo-SP CEP 01326-010 – Tel. (11) 3598-6000 Caixa Postal 65149 – CEP da Caixa Postal 01390-970 www.ftd.com.br E-mail: central.atendimento@ftd.com.br

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Impresso no Parque Gráfico da Editora FTD Avenida Antonio Bardella, 300 Guarulhos-SP – CEP 07220-020 Tel. (11) 3545-8600 e Fax (11) 2412-5375

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Apresentação Caro aluno, cara aluna, Nenhuma obra, descoberta ou invenção é fruto de um único homem ou de um único grupo. Por isso, nos juntamos a uma entu­ siasmada equipe de colaboradores: editores, professores, espe­ cialistas em Língua Portuguesa, profissionais de arte, enfim, pessoas que se empenharam para que a coleção chegasse até você. Esperamos que aproveite todas as propostas e enriqueça seu repertório, utilizando esta obra como aliada na sua aprendizagem. Pretendemos que você interaja ativamente dando continui­ dade a esta criação, multiplicando a riqueza de cada texto e de cada sugestão que elaboramos com o intuito de ajudá-lo(a) a con­ quistar mais autonomia no trato com a nossa língua. As autoras

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Conheça o seu livro

MÓDULO

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E os indicados são...

Fique por dentro

Fique por dentro • gênero resenha crítica

Conteúdos a serem trabalhados no módulo.

• concordância nominal e concordância verbal

Cia Circodança Suzie Bianchi

• polissemia e expressões idiomáticas

Imagem em foco A imagem ao lado é do espetáculo A roda, apresentado em 2013, da Companhia Circodança, que forma artistas profissionais. O projeto do qual ele faz parte é chamado de Eficiências.

1. Descreva a cena. 2. Há algo na cena que chama sua atenção e desperta seu interesse para ver esse espetáculo?

3. Muitas vezes uma boa maneira de ficarmos estimulados a assistir a um espetáculo é perguntar a uma pessoa que já o tenha visto. Você foi a algum espetáculo por indicação de um amigo ou parente? Se sim, o que essa pessoa disse que convenceu você a ir?

Imagem em foco Trabalho de leitura de imagem com o objetivo de introduzir o que será estudado.

Neste módulo, você vai saber mais sobre resenha crítica, gênero textual que fornece informações e apresenta opiniões sobre uma obra ou um evento.

Integrantes da Companhia Circodança no palco: embora forme profissionais independentemente de suas condições físicas ou mentais, a diretora Suzie Bianchi não fala em deficiências, pois, segundo ela, “Quem não tem alguma deficiência não é de verdade”.

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Parágrafo de apresentação do módulo

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Páginas de abertura Uma imagem significativa relacionada ao gênero a ser trabalhado abre cada módulo do volume.

Texto Os módulos trazem, em sua maioria, dois textos do mesmo gênero.

Texto 1

Conversando sobre o texto

Conversando sobre o texto

Relato de memórias

1. O fato relatado pela escritora lembrou alguma experiência semelhante vivida por você?

O texto que você vai ler, um capítulo do livro de memórias da escritora Zélia Gattai, traz as lembranças de um fato vivido por ela quando criança. Zélia recorda o dia em que sua mãe e suas irmãs Wanda e Vera foram à “soirée das moças” – sessão em que o cinema cobrava meia-entrada para as mulheres, o ponto alto da programação semanal – e não a levaram. Naquele dia, crianças não poderiam frequentar a sala de cinema, em que seria exibido um filme italiano de grande sucesso na época, O homem que vendeu a sombra ao diabo, mas a pequena Zélia dá um jeitinho de entrar. Leia e descubra o que aconteceu.

2. Você acha importante conhecer as histórias de vida das pessoas?

No início do estudo do texto, um trabalho oral de aproximação e confirmação de hipóteses é apresentado.

3. Em sua opinião, só as pessoas conhecidas ou famosas têm histórias interessantes para contar?

Explorando o gênero O texto

Fernando Vivas/Folhapress

1. Ao relembrar um acontecimento da infância, a autora revela os motivos que o tornaram especial. a) Quais são esses motivos?

Zélia Gattai (1916-2008), filha e neta de imigrantes italianos, fotógrafa, romancista e memorialista, nasceu na cidade de São Paulo, onde passou a infância e a adolescência. Separou-se do primeiro marido, Aldo Veiga, depois que conheceu o já famoso escritor Jorge Amado, em 1945. Viveu com o escritor até a morte dele, em 2001. Ela só lançou seu primeiro livro, o romance Anarquistas, graças a Deus, aos 63 anos.

b) Em que parágrafo isso é revelado?

Papai, o gigante O grupo saiu de casa, como previsto, muito antes da hora costumeira e eu fiquei entregue aos cuidados de vovô Eugênio, pai de mamãe, que passara a morar conosco desde a morte de vovó Josefina. Chorei baixinho, arrasada, vendo a caravana partir. Não me consolou o olhar penalizado de Maria Negra — a única a se preocupar comigo —, ao contrário, me fez ainda mais infeliz.

2. Ao ver o pai descendo do carro, a narradora diz: “Não perdi tempo, rompi num pranto convulso.”. Por que ela resolveu tomar essa atitude?

Papai havia saído à tarde, não voltara para jantar. Minha esperança era de que ele chegasse logo, queria desabafar minha mágoa. Sabendo que encontraria nele um peito aberto, resolvi esperá-lo no portão da rua. Ali me plantei, encostada às grades de ferro, e depois de longa espera, cansada, resolvi sentar-me na borda da janelinha do porão, à sombra de uma enorme árvore da rua. De repente parou um carro, papai saltou dele. Não perdi tempo, rompi num pranto convulso. Papai aproximou-se: quem chorava ali, daquele jeito?

3. Leia estas afirmativas e assinale as que se relacionam ao que se pode inferir sobre o pai de Zélia, segundo os fatos relatados. (

) Tinha uma personalidade forte, destemida.

(

) Não gostava de ver a filha chorando, descontente.

(

) Não media as consequências dos seus atos.

(

) Não tomava atitudes sem antes consultar outras pessoas.

Marcos Guilherme

4. Sabendo que um filme mudo é aquele que não possui trilha sonora própria, sendo acompanhado em geral por músicas executadas ao vivo no momento da exibição, você diria que o filme a que Zélia assistiu era da época do cinema mudo? Transcreva o trecho que justifica sua resposta.

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Texto que sintetiza o que será visto no módulo.

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Explorando o gênero Estudo do texto contemplando seus três elementos principais: a compreensão, a construção e a linguagem.

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4. Observa-se que foi utilizado na elaboração da resenha o registro formal. Por que, provavelmente, o

Gêneros em diálogo: crônica e grafite

resenhista optou pelo uso desse registro?

Grupo OPNI

Gêneros em diálogo Apresentação de um texto de outro gênero relacionado ao texto principal, com o objetivo de promover a percepção de outras linguagens na construção de sentidos do texto, de relações de intertextualidade e de reconhecimentos das conexões que existem entre os diferentes gêneros.

O grafite é um gênero multissemiótico, que pode integrar a linguagem verbal e a linguagem não verbal com diferentes técnicas e estilos, por meio do qual o artista expressa seu modo de ver e interpretar o que o cerca. Os muros e as fachadas de edifícios são o suporte por excelência dos grafiteiros. O grafite representado ao lado foi produzido por Toddy e Val, integrantes do grupo OPNI (Objetos Pichadores Não Identificados), e retrata o cotidiano na periferia de uma cidade grande.

Grafite do grupo OPNI. Foto de janeiro de 2010.

1. Se você fosse dar um título a esse grafite, qual seria?

2. O que a cena representada nesse grafite retrata, em sua opinião?

3. No grafite, o artista inspirou-se em uma cena do cotidiano para produzir sua obra. Agora relembre a crônica que você leu. É possível estabelecer uma relação entre esse grafite e a crônica? Explique.

Finalidade: dar informações ao público em geral a respeito de uma obra ou um evento e apresentar uma avaliação. Características principais: • sua estrutura compõe-se de introdução, desenvolvimento e conclusão; • pode conter sequências textuais narrativas, argumentativas e descritivas; • pode apresentar tanto o registro formal quanto o registro informal, a depender do veículo de publicação, do público-alvo e dos objetivos do autor. • nas resenhas críticas escritas, a linguagem predominante é a verbal e pode ocorrer, eventualmente, o uso da linguagem visual; nas resenhas críticas orais, além da linguagem verbal pode haver uso das linguagens visual e sonora.

Palavra

no grafite. E o cronista, que recursos utiliza para expressar sua maneira de ver as coisas?

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aberta

O filme Colegas ficou internacionalmente conhecido por retratar personagens que normalmente não recebem tanto destaque pela indústria do cinema. Infelizmente, apesar de o filme mostrar “que existe muita igualdade onde geralmente se observam apenas as diferenças”, conforme afirmado na resenha que você leu no Texto 2, atores com síndrome de Down dificilmente são escalados como personagens principais em filmes. Da mesma maneira, negros, índios, mulheres e outras minorias muitas vezes são representados de forma estereotipada nos papéis em que trabalham.

Palavra aberta

4. O grafiteiro usa desenhos, cores e outros recursos para apresentar sua visão e opinião sobre o que retrata

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Resenha crítica em resumo

Agência Gata Cine

Na crônica que você leu, a cronista faz um recorte de um fato do cotidiano, revelando sua visão e provocando no leitor uma reflexão. O grafite é uma arte que, utilizando outros recursos, também possibilita a reflexão, a crítica e a adoção de um posicionamento.

Os atores Ariel Goldenberg, Rita Pook e Breno Viola no Festival de Gramado de 2012 ao receberem o prêmio especial do júri.

Converse com seus colegas sobre a importância da representatividade nos meios de comunicação:

Atividade oral cujos objetivos são a troca de ideias, a apresentação de conteúdos, a discussão de questões, a argumentação etc.

• O que você pensa sobre a presença de personagens que representam minorias no mundo das artes? • Você se sente bem representado por atores e personagens de filmes, novelas e comerciais? • Que tipo de mudança você sugeriria para melhorar essa situação no país e no mundo?

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Linguagem e sentidos

Linguagem Linguagemeesentidos sentidos Figuras de linguagem O uso das figuras de linguagem possibilita um fazer poético original, criativo, único. Mas não é somente a poesia que se utiliza da linguagem figurada.

Propõe trabalho com diferentes linguagens e apresentação de aspectos estilísticos, semânticos, entre outros, em uma abordagem com vistas à construção de múltiplos sentidos.

Editora Confiança

1. Leia a capa de uma revista semanal de grande circulação no país.

a) Qual é o assunto da reportagem de capa?

b) Que recurso é usado na capa para representar a mídia? Por que provavelmente esse recurso foi utilizado?

c) Que figura de linguagem nos possibilita construir sentidos e ir além do que está objetivamente expresso na capa dessa revista? (

) Catáfora.

(

) Ironia.

(

) Metáfora.

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) Anáfora.

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Por dentro da língua Orações reduzidas Na crônica “Metendo a tesoura”, o autor narra sua experiência ao receber de presente da filha uma calça “rasgada”, coisa da moda, como ele mesmo diz. 1. Releia o trecho abaixo. Quer dizer, a moda é do “trash”, mas a gente tem que, mesmo assim, ter cuidado para não estragar o estragado. Então, o experimentei. E ficou ótimo. a) A que o cronista faz referência quando diz que vai precisar “ter cuidado para não estragar o estragado”?

b) Assinale a alternativa que corresponde ao sentido da oração em destaque no trecho. (

) Causa.

(

) Finalidade.

(

) Tempo.

(

) Condição.

c) Essa oração é introduzida por uma conjunção subordinativa?

© 2016 King Features Syndicate/Ipress

Leia a tirinha e responda às questões 2 e 3.

BROWNE, Chris. Hagar. A Tarde, Salvador, 7 out. 2012.

2. Na tirinha, o barco viking comandado por Hagar, personagem criado por Chris Browne, é impedido de ancorar. Que efeito de sentido essa situação provoca?

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Seção de gramática, com títulos variados Propõe trabalho de análise linguística dos conteúdos explorados na seção “Por dentro da língua”, tendo em vista o papel da categoria gramatical na construção e na compreensão dos sentidos do texto.

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Os processos de formação de palavras na tirinha A tira “Quase nada”, publicada aos sábados na Folha de S.Paulo, é de autoria de Fábio Moon e Gabriel Bá, quadrinistas brasileiros. Leia a tirinha a seguir.

Fábio Moon e Gabriel Bá/Folhapress

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MOON, Fábio; BÁ, Gabriel. Quase nada. Folha de S.Paulo, São Paulo, 6 dez. 2014.

1. Considerando o que é dito no último quadrinho, a quem os quadrinistas se dirigem? Com que intenção?

Por dentro da língua Apresentação de conhecimentos linguísticos visando à aprendizagem e ao reconhecimento de diferentes tópicos gramaticais e sua reflexão sobre eles.

2. Releia o primeiro quadrinho e identifique a palavra formada pelo processo de derivação. Qual é o tipo de derivação utilizado?

3. No último quadrinho, há uma palavra formada pelo processo de composição por justaposição. Identifique-a e explique por que ela é importante para a compreensão da tirinha.

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Produção escrita

Uma questão de A vírgula nas orações subordinadas adverbiais

Crônicas do cotidiano

Uma questão de escrita

Fernando Gonsales

Leia a tirinha e responda às questões 1 e 2.

A proposta de produção textual deste módulo é a escrita de uma crônica para ser publicada em uma coletânea a ser doada à biblioteca de sua escola, possibilitando a outros leitores um novo olhar sobre os fatos do cotidiano. Como você viu, as crônicas são um meio de levar ao leitor temas que atraem, divertem, inspiram e podem oferecer outros pontos de vista sobre o que nos cerca. Leia o que Antonio Candido, escritor, ensaísta e crítico literário brasileiro, diz a esse respeito.

Propõe trabalho com atividades de percepção de algumas regularidades ortográficas.

GONSALES, Fernando. Níquel Náusea.

1. O que provoca o humor nessa tirinha?

2. Releia o período.

CANDIDO, Antonio et al. A crônica: o gênero, sua fixação e suas transformações no Brasil. Campinas: Unicamp; Rio de Janeiro: Fundação Casa de Rui Barbosa, 1992. p. 11.

Produção

b) Que sinal de pontuação é usado para separá-la da oração principal?

A oração subordinada adverbial pode ser separada da principal por vírgula quando estiver posicionada após a oração principal (essa separação é opcional); quando a subordinada estiver intercalada ou anteposta à principal, a separação é obrigatória.

Exemplos: • Romano de Sant’Anna participou dos movimentos políticos e sociais que marcaram o país na década de 1960 quando era jovem. (opcional)

Orações reduzidas A pontuação utilizada é a mesma das orações desenvolvidas. • Chegando a encomenda, avise-me imediatamente. (obrigatória)

• Quando era jovem, Romano de Sant’Anna participou dos movimentos políticos e sociais que marcaram o país na década de 1960. (obrigatória)

• Nessa terra tão produtiva, em se plantando, tudo dá! (obrigatórias ou a segunda vírgula opcional)

• Na década de 1960, quando era jovem, Romano de Sant’Anna participou dos movimentos políticos e sociais que marcaram o país. (obrigatórias)

• Terminarei a redação do texto, assim que chegar em casa. (opcional)

Propõe trabalho orientado de produção escrita e/ou oral relacionado ao gênero estudado no módulo, considerando as fases de planejamento, execução e avaliação de um texto.

O escritor Antonio Candido, na 9ª Feira Literária Internacional de Paraty (Flip), no Rio de Janeiro, em 2011.

I. Isso dá crônica! Planejando o texto Muitos acontecimentos do cotidiano que nos chegam pelos jornais, noticiários na TV, no rádio e na internet podem ser abordados de outras maneiras pela visão do cronista, um observador dos detalhes e das sutilezas dos eventos e das pessoas que deles participam. Aguce seu olhar e encontre algo pitoresco, divertido, original ou irrelevante, mas que chame sua atenção, considerando aquilo que “dá crônica”. Para isso, faça a leitura da notícia, da imagem e da reportagem a seguir. Preste atenção também nas sugestões de acontecimentos do seu próprio dia a dia... Com base nessa análise, escolha o tema de sua crônica e bom trabalho!

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Boxe conceito gramatical

Wilton Junior/Estadão Conteúdo

É importante insistir no papel da simplicidade, brevidade e graça próprias da crônica. [...] Na verdade, aprende-se muito quando se diverte, e aqueles traços constitutivos da crônica são um veículo privilegiado para mostrar de modo persuasivo muita coisa que, divertindo, atrai, inspira e faz amadurecer a nossa visão das coisas. [...]

Quando um não quer, dois não brigam. a) Sublinhe a oração subordinada adverbial.

Crônica

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b) Reproduza os verbos de elocução empregados no conto para introduzir e explicar a fala.

Conceitua os elementos gramaticais trabalhados.

c) Qual é a importância desses verbos na construção de sentidos desses trechos?

Saiba mais

Os verbos de elocução podem aparecer em três posições: a) Antes da fala, separados por dois-pontos:

Boxe com informações complementares ou curiosidades que ampliam a compreensão do texto em estudo.

Ela se traiu, pedindo:

— Dê sua palavra de honra que tem essa prova!

— Por cinco minutos? — indagou o Dr. Caldas. c) Intercalados, separados por vírgula ou travessão:

— Má língua! — replicou ela. Ele sempre as teve. Quanto mais preciso for o verbo de elocução, melhor a caracterização da fala do personagem.

Marish/Shutterstock.com

b) Depois da fala, separados por vírgula ou travessão:

4. Nos contos em geral, os personagens são descritos de modo resumido. Releia o trecho seguinte. Sinhazinha compôs magicamente, imediatamente, o mais encantador, o mais natural dos sorrisos [...]. Qual é a importância dessa descrição no conto?

Narrativa de enigma em resumo Finalidade: entreter o leitor e levá-lo a exercitar sua capacidade de reflexão e dedução. Características principais: • tentativa de solucionar um mistério; • tempo e ambiente limitados; • poucos personagens, mas necessariamente um investigador ou detetive; • narrador em 1a ou 3a pessoa; • linguagem dentro da variedade urbana de prestígio, com registro de formalidade variado.

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6. Releia a última estrofe do poema.

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b) Quais são os elementos linguísticos principais utilizados, nesse poema, para produzir a gradação? Em que versos eles foram empregados?

a) Que termo usado pelo eu lírico estabelece uma relação entre amor e morte? Por que provavelmente esse termo foi utilizado?

Volte ao poema para responder às questões 5 e 6. b) O eu lírico afirma que o amor vence a morte e, em seguida, que o amor é morto “a cada instante de amor”. Você acha que o poeta se contradiz? Explique.

7. Depois de ler o poema e de observar mais atentamente algumas de suas particularidades, você conclui que o eu lírico ama ou não ama? Justifique sua resposta com elementos do poema.

Boxe conceito gênero Conceitua, passo a passo, o gênero que está sendo explorado no módulo.

5. Logo na primeira estrofe, o eu lírico define seu estado ao expressar seu desespero. Que palavras no primeiro e no terceiro verso dessa estrofe demonstram esse estado?

6. Além das palavras que você encontrou na atividade 5, outros termos são usados no poema para caracterizar ou expressar qualidades. Procure esses termos para completar este diagrama de palavras. I. II. II.

Vertical

O poema é um gênero que se utiliza predominantemente da linguagem subjetiva, conotativa ou figurada e explora palavras de forma incomum e original, despertando sentidos inesperados e novos, aspectos esses que caracterizam a linguagem poética.

I.

No poema, o eu lírico apresenta sua visão sobre qualquer tema, ainda que esse tema cause surpresa, e o leitor pode tanto se identificar com o que lê quanto descobrir outros modos de ver, perceber e sentir o mundo.

D III. III.

E

Adjetivo que caracteriza a voz do interlocutor do eu lírico.

II. Adjetivo que indica como é a dor sentida pelo eu lírico. Horizontal

A construção

III. Adjetivo que qualifica a saudade que o eu lírico diz sentir.

1. Como já vimos, no poema forma e conteúdo são inseparáveis, já que o que se diz é tão impor-

IV.

tante quanto como se diz. As rimas e a repetição de versos são recursos que podem intensificar os sentidos do poema. Volte ao texto prestando atenção na utilização desses recursos.

P

Z

IV. Palavras que indicam como é o céu ao qual o eu lírico se dirige.

a) Grife alguns versos ou partes dos versos que se repetem no poema. b) Quais são os efeitos dessas repetições em “As sem-razões do amor”? (

) Relativizam as certezas do eu lírico.

(

) Enfatizam o pensamento do eu lírico sobre o amor e ajudam a construir a sonoridade.

(

) Não deixam que o leitor se esqueça da ideia principal do poema.

Poema em resumo

Gênero em resumo Traz uma síntese das características principais do gênero estudado no módulo.

c) Agora, circule pelo menos dois pares de palavras que rimam no poema.

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Finalidade: despertar variados efeitos de sentido no leitor ou ouvinte por meio da exploração das possibilidades que o trabalho com a palavra permite. Características principais: • possibilidade de explorar qualquer tema ou assunto; • estrutura composicional bastante variável e diretamente relacionada à sonoridade e ao ritmo; • conteúdo e forma indissociáveis; • possibilidade de utilizar diferentes recursos linguísticos.

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3. Releia o título da reportagem de capa. a) A que substantivo o adjetivo novos se refere?

b) Esse adjetivo encontra-se no masculino plural. Que elementos na palavra indicam isso?

Vocabulário

Como você pôde observar nessas atividades, na estrutura de uma palavra encontram-se elementos que contêm informações importantes, tais como gênero e número.

Traz o significado de algumas palavras do texto.

Quanto à estrutura, as palavras são constituídas por um conjunto ordenado de elementos chamados morfemas. Os morfemas são as unidades significativas que se combinam para formar as palavras. Cada tipo de morfema tem um nome e uma função específica. da. Se Ernesto estava pensando que ela desejava sentar em frisa, estava redondamente enganado. Para ela, Angelina, bastava a cadeira comum. A fita era a mesma tanto para os “burgueses” das frisas quanto para os “proletários” das cadeiras.

Veja, como exemplos, as palavras a seguir e os morfemas que as constituem. • acontecer acontec + e + r

Boxe explicativo

Palavras que pertencem à mesma família, apresentando uma relação de sentido entre si.

Complementa ou detalha uma informação.

garotas

garot

+ a + s

Radical É a parte principal da palavra, pois concentra o seu significado básico.

Assisti a todos os lances do diabo e da sombra até o fim. Nessa noite não dormi nem no cinema, nem na cama, mais tarde. Fita mais apavorante! Mamãe tinha razão. O diabo a colocar um candelabro com velas acesas atrás do violinista durante o seu concerto, no palco, para que todos percebessem que o músico já não possuía sombra. Devia ser horrível uma pessoa não ter sombra. Nunca pensara nesse problema antes.

Exemplos: • responsabilidade

radical

• responsabilizar

radical

radical

As palavras formadas por um mesmo radical apresentam uma relação de sentido. Elas fazem parte de uma mesma família de palavras; são palavras cognatas. O radical é a base de significação das palavras, e a ele são acrescidos os demais morfemas que vão compor a estrutura da palavra.

Jamais confessei a ninguém, muito menos à minha mãe, o medo que senti ao ver Petrolini transformado em diabo.

Exemplos: • caixote

caix + ote radical

• limpíssimo limp + íssim +

morfema

radical

morfema

o morfema

+

burguês: indivíduo em situação social e condição econômica confortáveis contrafeito: constrangido frisa: camarote quase ao nível da plateia insultuoso: ofensivo, grosseiro maxixe: música que acompanha dança urbana de mesmo nome, de movimentos rápidos, surgida no Rio de Janeiro na segunda metade do século XIX pranto: choro proletário: trabalhador cujo sustento depende da remuneração do trabalho que realiza sanguessuga: pessoa que explora outras

Esses recados insultuosos — e outros mais — foram transmitidos por Vera, tim-tim por tim-tim, num leva e traz de não acabar, até a hora de recomeçar a sessão.

Tipos de morfema

• irresponsável

Vocabulário

s

Voltei para casa de mãos dadas com papai. Eu lá embaixo, ele um gigante quase alcançando o céu, me protegendo. Sempre me protegeria — disso estava certa — com sua força e sua bondade, contra todas as injustiças, contra qualquer diabo que quisesse se apoderar de minha sombra.

morfema

Há também palavras formadas somente por radical. Exemplos: voz, dor, sol.

GATTAI, Zélia. Anarquistas, graças a Deus. Rio de Janeiro: Record, 1994. p. 34-37.

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Entre os textos e as anotações que Florbela Espanca fez entre 1915 e 1917 estava o soneto “Aonde?...”, que ela pretendia publicar com outros 32 poemas num livro intitulado O livro d’ele. No entanto, esses poemas só foram publicados em Lisboa em 1994, junto com outros textos, sob o nome de Trocando olhares.

Para ler

Editora Iluminuras

No livro Poesia é não (São Paulo: Iluminuras, 2011), Estrela Ruiz Leminski aborda diversos temas, como o amor, o cotidiano e a política.

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Ponto a ponto

Conversando sobre o texto

Revisão de assuntos abordados no módulo de um jeito diferente, por meio de atividades que retomam e sistematizam o conteúdo do módulo, convidando o aluno a representar o conhecimento em estruturas esquemáticas, gráficos e imagens.

1. Suas hipóteses sobre as buscas do eu lírico e o tema do poema foram confirmadas? 2. Que verso ou imagem poética chamou mais a sua atenção? 3. Você já sentiu uma angústia como essa que o eu lírico manifesta no poema?

Explorando o gênero O texto 1. O título do poema é uma pergunta que se repete na primeira e na última estrofe. Qual é a possível causa da pergunta do eu lírico?

2. O eu lírico expressa um intenso sentimento amoroso, marcado pela dor da ausência de alguém. Ao longo do poema, o desespero do eu lírico se mantém, diminui ou aumenta? Justifique sua resposta.

3. O ser a quem o eu lírico se refere é representado por meio de comparações. a) Volte ao poema e grife os versos em que ocorrem essas comparações. b) Por meio dessas comparações, que características o eu lírico ressalta a respeito do que ele busca?

O módulo 4 ponto a ponto É hora de relembrar! Responda às questões a seguir e construa uma síntese do que foi estudado neste módulo.

1. Considere os textos lidos neste módulo e relacione abaixo com os elementos do gênero narrativa de enigma. Culpados

Assassinato e roubo.

Motivo

Pierrot e Madame Guimarães.

Vítimas

Marta e Sinhazinha Ramos

Crime

Ciúmes e inveja

Narrativa de enigma Finalidade: busca pela solução de um mistério, ponto de partida de uma investigação feita por um detetive e, eventualmente, seu auxiliar. Editora Ática

Palavras cognatas

• desafios desaf + i + o + s

2. As palavras são constituídas por morfemas. Complete os espaços do esquema abaixo com os nomes dos morfemas correspondentes. IMPIEDOSO

im

pied

os(o)

o

Morfemas são as unidades significativas que se combinam para formar as palavras. Cada tipo de morfema tem um nome e uma função específica.

4. Considere o verso “E só a voz do eco à minha voz responde...”. O trecho em destaque sugere: (

) a angústia do eu lírico diante da ausência de algo ou alguém.

(

) a solidão do eu lírico.

(

) a indiferença do eco, que renega a dor do eu lírico.

(

) que o eco da própria voz impeça que o eu lírico se sinta só.

Sugestões

5. Para você, quem é esse alguém a quem o eu lírico está chamando? Explique.

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Módulo 1 – Isso dá crônica!

Os boxes Para acessar/ler/ver/ ouvir apresentam indicações para você explorar e ampliar seu conhecimento.

Caderno de atividades – Atividades complementares

Leia. A última crônica A caminho de casa, entro num botequim da Gávea para tomar um café junto ao balcão. Na realidade estou adiando o momento de escrever. A perspectiva me assusta. Gostaria de estar inspirado, de coroar com êxito mais um ano nesta busca do pitoresco ou do irrisório no cotidiano de cada um. Eu pretendia apenas recolher da vida diária algo de seu disperso conteúdo humano, fruto da convivência, que a faz mais digna de ser vivida. Visava ao circunstancial, ao episódico. Nesta perseguição do acidental, quer num flagrante de esquina, quer nas palavras de uma criança ou num acidente doméstico, torno-me simples espectador e perco a noção do essencial. Sem mais nada para contar, curvo a cabeça e tomo meu café, enquanto o verso do poeta se repete na lembrança: “assim eu quereria o meu último poema”. Não sou poeta e estou sem assunto. Lanço então um último olhar fora de mim, onde vivem os assuntos que merecem uma crônica. Ao fundo do botequim um casal de pretos acaba de sentar-se, numa das últimas mesas de mármore ao longo da parede de espelhos. A compostura da humildade, na contenção de gestos e palavras, deixa-se acrescentar pela presença de uma negrinha de seus três anos, laço na cabeça, toda arrumadinha no vestido pobre, que se instalou também à mesa: mal ousa balançar as perninhas curtas ou correr os olhos grandes de curiosidade ao redor. Três seres esquivos que compõem em torno à mesa a instituição tradicional da família, célula da sociedade. Vejo, porém, que se preparam para algo mais que matar a fome. Passo a observá-los. O pai, depois de contar o dinheiro que discretamente retirou do bolso, aborda o garçom, inclinando-se para trás na cadeira, e aponta no balcão um pedaço de bolo sob a redoma. A mãe limita-se a ficar olhando imóvel, vagamente ansiosa, como se aguardasse a aprovação do garçom. Este ouve, concentrado, o pedido do homem e depois se afasta para atendê-lo. A mulher suspira, olhando para os lados, a reassegurar-se da naturalidade de sua presença ali. A meu lado o garçom encaminha a ordem do freguês. O homem atrás do balcão apanha a porção do bolo com a mão, larga-o no pratinho — um bolo simples, amarelo-escuro, apenas uma pequena fatia triangular. A negrinha, contida na sua expectativa, olha a garrafa de Coca-Cola e o pratinho que o garçom deixou à sua frente. Por que não começa a comer? Vejo que os três, pai, mãe e filha, obedecem em torno à mesa um discreto ritual. A mãe remexe na bolsa de plástico preto e brilhante, retira qualquer coisa. O pai se mune de uma caixa de fósforos, e espera. A filha aguarda também, atenta como um animalzinho. Ninguém mais os observa além de mim. São três velinhas brancas, minúsculas, que a mãe espeta caprichosamente na fatia do bolo. E enquanto ela serve a Coca-Cola, o pai risca o fósforo e acende as velas. Como a um gesto ensaiado, a menininha repousa o queixo no mármore e sopra com força, apagando as chamas. Imediatamente põe-se a bater palmas, muito compenetrada, cantando num balbucio, a que os pais se juntam, discretos: “parabéns pra você, parabéns pra você...” Depois a mãe recolhe as velas, torna a guardá-las na bolsa. A negrinha agarra finalmente o bolo com as duas mãos sôfregas e põe-se a comê-lo. A mulher está olhando para ela com ternura — ajeita-lhe a fitinha no cabelo crespo, limpa o farelo de bolo que lhe cai ao colo. O pai corre os olhos pelo botequim, satisfeito, como a se convencer intimamente do sucesso da celebração. Dá comigo de súbito, a observá-lo, nossos olhos se encontram, ele se perturba, constrangido — vacila, ameaça abaixar a cabeça, mas acaba sustentando o olhar e enfim se abre num sorriso. Assim eu quereria minha última crônica: que fosse pura como esse sorriso.

Atividades extras que complementam e reforçam a assimilação dos conteúdos estudados ao longo do ano.

Caderno de atividades – Provas oficiais e vestibular Questões de múltipla escolha que preparam o aluno para as provas que ele realizará no decorrer de sua vida escolar.

3. Escreva o nome do processo de formação das palavras abaixo, seguindo o quadro. Derivação Hidrelétrico

Infeliz

Planalto

Estudioso

Cata-vento Passatempo

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Provas oficiais e vestibular 1. (Enem) Há qualquer coisa de especial nisso de botar a cara na janela em crônica de jornal — eu não fazia isso há muitos anos, enquanto me escondia em poesia e ficção. Crônica algumas vezes também é feita, intencionalmente, para provocar. Além do mais, em certos dias mesmo o escritor mais escolado não está lá grande coisa. Tem os que mostram sua cara escrevendo para reclamar: moderna demais, antiquada demais. Alguns discorrem sobre o assunto, e é gostoso compartilhar ideias. Há os textos que parecem passar despercebidos, outros rendem um montão de recados: “Você escreveu exatamente o que eu sinto”, “Isso é exatamente o que falo com meus pacientes”, “É isso que digo para meus pais”, “Comentei com minha namorada”. Os estímulos são valiosos pra quem nesses tempos andava meio assim: é como me botarem no colo — também eu preciso. Na verdade, nunca fui tão posta no colo por leitores como na janela do jornal. De modo que está sendo ótima, essa brincadeira séria, com alguns textos que iam acabar neste livro, outros espalhados por aí. Porque eu levo a sério ser sério... mesmo quando parece que estou brincando: essa é uma das maravilhas de escrever. Como escrevi há muitos anos e continua sendo a minha verdade: palavras são meu jeito mais secreto de calar. LUFT, L. Pensar é transgredir. Rio de Janeiro: Record, 2004.

Os textos fazem uso constante de recursos que permitem a articulação entre suas partes. Quanto à construção do fragmento, o elemento a) (

) “nisso” introduz o fragmento “botar a cara na janela em crônica de jornal”.

b) (

) “assim” é uma paráfrase de “é como me botarem no colo”.

c) (

) “isso” remete a “escondia em poesia e ficção”.

d) (

) “alguns” antecipa a informação “É isso que digo para meus pais”.

e) (

) “essa” recupera a informação anterior “janela do jornal”.

2. (Enem) O exercício da crônica Escrever prosa é uma arte ingrata. Eu digo prosa fiada, como faz um cronista; não a prosa de um ficcionista, na qual este é levado meio a tapas pelas personagens e situações que, azar dele, criou porque quis. Com um prosador do cotidiano, a coisa fia mais fino. Senta-se ele diante de sua máquina, olha através da janela e busca fundo em sua imaginação um fato qualquer, de preferência colhido no noticiário matutino, ou da véspera, em que, com as suas artimanhas peculiares, possa injetar um sangue novo. Se nada houver, resta-lhe o recurso de olhar em torno e esperar que, através de um processo associativo, surja-lhe de repente a crônica, provinda dos fatos e feitos de sua vida emocionalmente despertados pela concentração. Ou então, em última instância, recorrer ao assunto da falta de assunto, já bastante gasto, mas do qual, no ato de escrever, pode surgir o inesperado. MORAES, V. Para viver um grande amor: crônicas e poemas. São Paulo: Cia. das Letras, 1991.

Predomina nesse texto a função da linguagem que se constitui

SABINO, Fernando. A última crônica. In: A companheira de viagem. Rio de Janeiro: Record.

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Embora

Leitor Apaixonado

a) (

) nas diferenças entre o cronista e o ficcionista.

b) (

) nos elementos que servem de inspiração ao cronista.

c) (

) nos assuntos que podem ser tratados em uma crônica.

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Composição

Descontente

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6/8/16 3:13 PM


Sumário

MÓDULO

1

Isso dá crônica!.................................................... 12 Fique por dentro.............................................................................................................13 Imagem em foco.............................................................................................................13

Texto 1: Crônica..........................................................................................................14 O amor eterno passeia de ônibus, Marina Colasanti.....................................................14 Conversando sobre o texto.............................................................................................16 Explorando o gênero......................................................................................................16 Gêneros em diálogo: crônica e grafite.............................................................................22 Por dentro da língua.......................................................................................................23 Período composto por coordenação e subordinação.....................................................23 O período composto no texto instrucional...................................................................27

Texto 2: Crônica..........................................................................................................28 Metendo a tesoura, Affonso Romano de Sant’Anna ....................................................28 Conversando sobre o texto.............................................................................................29 Explorando o gênero......................................................................................................30 Por dentro da língua.......................................................................................................35 Orações reduzidas........................................................................................................35 Uma questão de escrita..................................................................................................39 A vírgula nas orações subordinadas adverbiais..............................................................39 Produção escrita: Crônica................................................................................................42 O módulo 1 ponto a ponto............................................................................................47

MÓDULO

2

A vida em cena..................................................... 48 Fique por dentro.............................................................................................................49 Imagem em foco.............................................................................................................49

Texto 1: Texto teatral..................................................................................................50 Auto da Compadecida, Ariano Suassuna......................................................................50 Conversando sobre o texto ............................................................................................54 Explorando o gênero......................................................................................................54 Gêneros em diálogo: texto teatral e pintura em tela........................................................59 Por dentro da língua.......................................................................................................60 Orações subordinadas substantivas...............................................................................60 Classificação das orações subordinadas substantivas: objetiva direta, objetiva indireta, completiva nominal, subjetiva, predicativa e apositiva................................61 A oração subordinada substantiva na tirinha...............................................................65

Texto 2: Texto teatral..................................................................................................66 Amor à vista, Antonio Rocco........................................................................................66 Conversando sobre o texto ............................................................................................73 Explorando o gênero......................................................................................................73 Por dentro da língua.......................................................................................................77 Orações subordinadas substantivas reduzidas...............................................................77 Produção escrita e oral: Texto teatral...............................................................................81 O módulo 2 ponto a ponto............................................................................................85

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MÓDULO

3

Recordar é viver................................................... 86 Fique por dentro.............................................................................................................87 Imagem em foco.............................................................................................................87

Texto 1: Relato de memórias......................................................................................88 Papai, o gigante, Zélia Gattai........................................................................................88 Conversando sobre o texto.............................................................................................92 Explorando o gênero......................................................................................................92 Gêneros em diálogo: relato de memórias e diário............................................................96 Por dentro da língua.......................................................................................................98 Pronomes relativos.......................................................................................................98 Funções dos pronomes relativos: que, quem, onde, cujo........................................99 O pronome relativo no comentário.............................................................................102

Texto 2: Relato de memórias...................................................................................104

MÓDULO

4

O meu primeiro beijo, Maria Mariana.........................................................................104 Conversando sobre o texto...........................................................................................107 Explorando o gênero....................................................................................................107 Por dentro da língua.....................................................................................................111 Orações subordinadas adjetivas..................................................................................111 Classificação das orações subordinadas adjetivas: restritiva, explicativa..................112 Uma questão de escrita................................................................................................115 A vírgula nas orações subordinadas adjetivas..............................................................115 Produção escrita e oral: Roda de leitura........................................................................118 O módulo 3 ponto a ponto..........................................................................................121

Detetives em ação.............................................. 122 Fique por dentro...........................................................................................................123 Imagem em foco...........................................................................................................123

Texto 1: Narrativa de enigma..................................................................................124 A morte do Pierrot, Alexandre Gazineo......................................................................124 Conversando sobre o texto...........................................................................................129 Explorando o gênero....................................................................................................129 Gêneros em diálogo: narrativa de enigma e piada.........................................................134 Por dentro da língua.....................................................................................................135 Estrutura das palavras................................................................................................135 Tipos de morfema: radical, afixos, desinências (nominais e verbais), vogal temática, vogal e consoante de ligação.......................................................136

Texto 2: Narrativa de enigma..................................................................................142 Se eu fosse Sherlock Holmes, Medeiros e Albuquerque..............................................142 Conversando sobre o texto...........................................................................................146 Explorando o gênero....................................................................................................146 Por dentro da língua.....................................................................................................151 Processos de formação de palavras.............................................................................151 Derivação: prefixal, sufixal, prefixal e sufixal, parassintética, imprópria, regressiva..... 151 Composição: justaposição, aglutinação.................................................................153 Os processos de formação de palavras na tirinha.......................................................156 Uma questão de escrita................................................................................................157 Emprego do hífen......................................................................................................157 Produção escrita: Narrativa de enigma...........................................................................159 O módulo 4 ponto a ponto..........................................................................................165

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MÓDULO

5

A poesia está no ar............................................ 166 Fique por dentro...........................................................................................................167 Imagem em foco...........................................................................................................167

Texto 1: Poema..........................................................................................................168 As sem-razões do amor, Carlos Drummond de Andrade.............................................168 Conversando sobre o texto...........................................................................................169 Explorando o gênero....................................................................................................170 Gêneros em diálogo: poema e miniconto......................................................................176 Por dentro da língua.....................................................................................................178 Versificação I..............................................................................................................178 Elementos de versificação: estrofe, métrica...........................................................179

Texto 2: Poema..........................................................................................................183

MÓDULO

6

Aonde?..., Florbela Espanca.......................................................................................183 Conversando sobre o texto...........................................................................................184 Explorando o gênero....................................................................................................184 Por dentro da língua.....................................................................................................188 Versificação II.............................................................................................................188 Elementos de versificação: rima, ritmo..................................................................188 A versificação no cordel................................................................................................194 Linguagem e sentidos...................................................................................................196 Figuras de linguagem.................................................................................................196 Algumas figuras de linguagem: anáfora, gradação, hipérbole, ironia, personificação ou prosopopeia e pleonasmo.........................................................197 Produção escrita e oral: Poema.....................................................................................203 O módulo 5 ponto a ponto..........................................................................................209

E os indicados são... .......................................... 210 Fique por dentro...........................................................................................................211 Imagem em foco...........................................................................................................211

Texto 1: Resenha crítica............................................................................................212 Resenha: O menino do pijama listrado, de John Boyne, Wellington Ferreira......................212 Conversando sobre o texto ......................................................................................... 214 Explorando o gênero....................................................................................................214 Gêneros em diálogo: resenha crítica e sinopse...............................................................219 Por dentro da língua.....................................................................................................220 Concordância nominal...............................................................................................220 Casos especiais de concordância nominal.............................................................221 Texto 2: Resenha crítica............................................................................................226 Colegas: a comédia mais divertida do ano........................................................................226 Conversando sobre o texto ..........................................................................................227 Explorando o gênero....................................................................................................227 Palavra aberta...............................................................................................................231 Por dentro da língua.....................................................................................................232 Concordância verbal...................................................................................................232 Casos especiais de concordância verbal: com o sujeito simples, com o sujeito composto, com o verbo ser.................................................................................232 A concordância nominal e verbal na sinopse..............................................................238 Linguagem e sentidos...................................................................................................239 A polissemia e as expressões idiomáticas....................................................................239 Produção escrita: Resenha crítica...................................................................................244 O módulo 6 ponto a ponto..........................................................................................247

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MÓDULO

7

Pontos de vista................................................... 248 Fique por dentro...........................................................................................................249 Imagem em foco...........................................................................................................249

Texto 1: Editorial.......................................................................................................250 Respeito à vida, jornal A Tarde....................................................................................250 Conversando sobre o texto ..........................................................................................250 Explorando o gênero....................................................................................................251 Gêneros em diálogo: editorial e fotografia....................................................................255 Por dentro da língua.....................................................................................................257 Regência verbal..........................................................................................................257 Regência de alguns verbos: aspirar, assistir, esquecer/lembrar, informar, ir/chegar, obedecer/desobedecer, pagar/perdoar, preferir, querer, visar..................258

Texto 2: Editorial.......................................................................................................264 A dengue no quintal, Folha de S.Paulo.......................................................................264 Conversando sobre o texto...........................................................................................265 Explorando o gênero....................................................................................................265 Palavra aberta...............................................................................................................269 Por dentro da língua.....................................................................................................270 Colocação pronominal...............................................................................................270 Colocação dos pronomes pessoais oblíquos: próclise, mesóclise, ênclise................271 Colocação pronominal: usos.................................................................................272 A colocação pronominal no conto...............................................................................274 Uma questão de escrita................................................................................................275 Crase.........................................................................................................................275 Casos em que ocorre a crase................................................................................276 Produção escrita e oral: Editorial...................................................................................279 O módulo 7 ponto a ponto..........................................................................................283

Bibliografia.............................................................................................................284 Caderno de atividades.....................................................................................287

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MÓDULO

1

Isso dá crônica!

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Fique por dentro

Uruma Takezawa

• gênero crônica • uso da ironia • os gêneros multissemióticos • período composto por coordenação e subordinação • orações reduzidas

Imagem em foco Essa fotografia foi tirada na região do Mali, país do continente africano. As pessoas retratadas fazem parte do grupo étnico conhecido como Dogon. Observe a imagem e depois faça o que se pede, oralmente.

1. Descreva a cena. 2. A imagem captada pelo fotógrafo mostra uma cena do cotidiano ou um acontecimento eventual, extraordinário? Justifique.

3. Em sua opinião, o que o fotógrafo quis evidenciar ao escolher esse ângulo para registrar a cena?

4. É possível afirmar que, ao escolher o ângulo que deseja fotografar, o fotógrafo expressa sua visão pessoal? Por quê? Neste módulo, você vai saber mais sobre a crônica, gênero textual que se baseia em fatos cotidianos para explorar, com ironia, humor ou crítica, episódios corriqueiros e provocar reflexões nos leitores.

Pessoas do grupo étnico Dogon em vilarejo na região das Falésias de Bandiagara, a leste do Rio Níger.

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Texto 1

Crônica

Cristiane Rogerio

O texto que você vai ler é uma crônica e expressa a visão da autora, Marina Colasanti, a respeito de um acontecimento que observou e que serviu como fonte de inspiração para suas reflexões. A escritora e jornalista Marina Colasanti nasceu na Etiópia em 1937. Aos 11 anos, veio com sua família para o Brasil, e se estabeleceram na cidade do Rio de Janeiro. Ao longo de sua carreira, Marina foi colaboradora de periódicos, apresentadora de televisão e roteirista e também desenvolveu atividades de cronista, colunista e ilustradora. Publicou diversos livros de contos, crônicas, poemas e histórias infantis, muitos deles ganhadores do prêmio Jabuti, como Rota de Colisão (poesia, 1993) e Ana Z, aonde vai você? (juvenil).

Pelo título da crônica, que situação ou acontecimento pode ter inspirado a autora? O que você imagina que a cronista irá apresentar? Leia a crônica e verifique se suas hipóteses se confirmam.

O amor eterno passeia de ônibus Vou atribuir esta história ao Rubem Braga. Primeiro, porque acho que foi ele que me contou há muito tempo. Segundo, porque, se não foi ele, deveria ter sido, já que a história tem toda a cara de Rubem Braga. Pois bem, antigo apaixonado pela praia e observador atento de seus frequentadores, Rubem reparava num casal de velhinhos que todo dia, ao final da tarde, passeava na calçada. Iam de mãos dadas, olhando as ondas, trocando umas poucas palavras, sem pressa, como quem já se disse tudo o que havia de importante para dizer. Às vezes levavam um cão, outras vezes iam sozinhos. Tinham um ar doce e apaziguado que encantava Rubem. Afinal, dizia-se o cronista olhando o casal, o amor é possível e, na nossa pequena medida, pode até mesmo ser eterno. A vida quis que um dia Rubem conhecesse uma jovem senhora, a qual se revelaria adiante parente do casal de velhinhos. E foi por ela, numa tarde em que louvava encantado o amor daqueles dois, que Rubem ficou sabendo a verdade. Há muito não se amavam, viviam uma vida de fachada por causa dos filhos e netos. Na verdade, ele a odiava e ela o desprezava. Lembrei-me desta história ontem, viajando de ônibus. Sacolejávamo-nos coletivamente irmanados em plena normalidade quando, numa parada o casal subiu. Eram velhinhos os dois, de uma faixa em que os anos haviam perdido a definição, e já não tinham idade aparente, transformados apenas em demonstração de sobrevivência. Cabeças brancas, ossaturas frágeis, uma hesitação nos gestos, e magros. Assim eram parecidos. E mais além, naquilo que o tempo, trabalhando sobre os rostos outrora jovens, havia acrescentado, moldando em carne, rugas e expressão as semelhanças que um refletia sobre o outro, no interminável jogo de espelhos da convivência. Pelo retrovisor, o motorista viu-lhes as cabeças brancas e a fragilidade, e, com imprevisível delicadeza, esperou, para arrancar até que estivessem seguros. De esguelha, os passageiros do ônibus olhavam para eles. Viram quando ele deu a vez

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para que ela sentasse à janela, quando a ajudou com a bolsa, repararam no gesto instintivo com que se aproximaram um do outro no assento. Vagos sorrisos de ternura suavizaram os lábios dos passageiros do ônibus. Já não sacolejávamos em plena rotina. Algo de diferente havia acontecido. Alguns quarteirões adiante ele puxou a cordinha, e repetiu-se a cerimônia. O motorista esperou solícito. Ele cedeu a vez à mulher, ajudou-a com a bolsa, foi conduzindo-a pelo braço até a porta, e desceu à sua frente para ajudá-la a saltar. Ninguém se impacientou. Os que estavam sentados do lado direito do ônibus ainda ficaram a vê-los na calçada, enquanto se encaminhavam hesitantes, de braços dados rumo à esquina. Ao meu lado, o senhor corpulento não resistiu. Sorriu abertamente, e saiu-se num longo discurso de exaltação do amor e das suas possibilidades nesse mundo de máquinas e violência. Outros passageiros comentavam entre si. O coração coletivo daquele ônibus seguia mais leve, como se tivesse assistido à confirmação de um milagre. Lembrei-me então da história do Rubem. Ele a odiava e ela o desprezava. Nada, além dos gestos delicados, garantia à pequena população do ônibus que aquele casal se amava realmente. E os gestos delicados podem ser apenas reflexo de formação, como demonstra qualquer mordomo. O amor encontra outros meios de se manifestar. Mas nós vimos aquilo que queríamos ver. Para as pessoas todas que ali estavam, de repente tornou-se importante acreditar que o casal de velhinhos se amava, se não com a mesma violência, pelo menos com a mesma ternura com que havia começado a se amar tantos anos antes.

Elder Galvão

Já não se tratava dos velhinhos pessoalmente. Eles haviam-se transformado em símbolo. Cada passageiro daquele ônibus via neles a sua própria possibilidade de amar e ser amado até a decrepitude, até o fim da vida. Na manhã antes insípida, os velhinhos encarnavam o mito do amor eterno. E o mito passeava de ônibus, para que todos o vissem, e levassem adiante a boa-nova. Talvez, discretos, meus companheiros de viagem não tenham saído por aí alardeando o acontecido. Mas é certo que se sentiram reconfortados, e de si para si cada um murmurou por um instante: “O amor eterno existe. Eu vi um”. COLASANTI, Marina. O amor eterno passeia de ônibus. In: ______. Crônicas para jovens. São Paulo: Global, 2012. p. 88.

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Editora Global

O livro Crônicas para jovens (Editora Global, 2012) reúne algumas crônicas escritas por Marina Colasanti. Nelas, a autora reflete, a partir de fatos cotidianos, sobre a situação feminina, o amor, a arte, os problemas sociais brasileiros, entre outros assuntos de nossa sociedade, sempre com aguçada sensibilidade.

Conversando sobre o texto 1. Qual(is) de suas hipóteses foram confirmadas? 2. Você conhece uma história parecida com a que foi apresentada na crônica? 3. Dê sua opinião sobre a maneira como o tema foi abordado. Há algum aspecto apontado pela cronista do qual você discorda? Justifique.

4. Você concorda com a imagem que a crônica constrói sobre o casal de velhinhos?

Explorando o gênero O texto 1. A cronista narra um evento, um fato cotidiano, e o toma como inspiração para discutir uma questão mais profunda. a) Que questão é essa? b) A cronista apresenta uma visão particular a respeito dessa questão. Descreva-a.

2. A imagem do casal de velhinhos no ônibus evoca na memória da cronista uma história contada pelo escritor Rubem Braga. a) Em que aspecto essas duas histórias se assemelham e em que elas se diferenciam?

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b) Qual é a importância da história contada por Rubem Braga para a crônica de Marina Colasanti?

3. O texto tem como cenário um ônibus que circula por espaços de uma cidade. a) Além do ônibus, é possível saber por onde as personagens circulam ou em que cidade ou espaço a história se passa? b) É possível apontar uma provável intenção da cronista ao fazer essa escolha. Qual?

4. A cronista faz referência a duas ações realizadas pelo motorista do ônibus. Quais são elas?

5. Em sua opinião, essas ações são exclusivas do motorista retratado na crônica ou são comuns aos motoristas de transporte público em geral?

6. Há, no texto, trechos em que a cronista descreve com detalhes o casal de velhinhos e a maneira de agir do idoso ao entrarem no ônibus. a) Qual é a importância dessas descrições no texto? b) O que pode ser inferido sobre o casal de velhinhos a partir de seu modo de agir?

7. No final do texto a cronista faz referência ao casal de velhinhos como um símbolo. Que ponto de vista é expresso por meio dessa palavra? ( ) Os velhinhos encenaram a relação deles, mas na verdade não se conheciam antes de entrar no ônibus. ( ) A cronista julga que eles não são mais dois idosos apenas, eles representam o amor concreto.

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8. No final da crônica, a cronista apresenta uma reflexão pessoal sobre a história, que ela acredita que será compartilhada por todas as pessoas que presenciaram a mesma cena. a) Destaque, no trecho a seguir, a frase em que isso ocorre. Talvez, discretos, meus companheiros de viagem não tenham saído por aí alardeando o acontecido. Mas é certo que se sentiram reconfortados, e de si para si cada um murmurou por um instante: “O amor eterno existe. Eu vi um”. b) Você concorda com essa ideia? Justifique. A crônica, originária do meio jornalístico, surgiu da necessidade de comentar algum fato recente divulgado pela mídia, dando ao acontecimento corriqueiro uma perspectiva que o torna singular e único. Algumas crônicas contêm reflexões pessoais; outras, apenas comentários e opiniões do cronista, mas têm sempre como ponto de partida um fato real que o cronista viveu, soube ou observou na rua, em casa etc., e ao qual dá um viés pessoal, acentuando seu caráter poético, humorístico ou crítico.

A construção 1. As crônicas, geralmente, são compostas de três partes: • Introdução: apresentação do fato ou da situação sobre a qual o cronista tecerá seu texto. • Desenvolvimento: o cronista discute os aspectos que deseja enfatizar e emite opiniões. • Conclusão: desfecho e opinião.

I. O casal de velhinhos deixa em todos os passageiros a sensação de que o amor andou no ônibus.

(  ) Introdução.

II. O casal entra no ônibus e desperta nos passageiros sorrisos, ternura e a possibilidade de amar e ser amado até o fim da vida.

( ) Conclusão.

III. Um casal de velhinhos como símbolo do amor eterno.

( ) Desenvolvimento.

makar/Shutterstock.com

Indique a que partes da crônica pertencem os trechos abaixo:

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2. Releia o primeiro parágrafo da crônica O amor eterno passeia de ônibus e depois responda às questões. Vou atribuir esta história ao Rubem Braga. Primeiro, porque acho que foi ele que me contou há muito tempo. Segundo, porque, se não foi ele, deveria ter sido, já que a história tem toda a cara de Rubem Braga. a) Esse parágrafo pode ser considerado a introdução da crônica? Por quê? b) Com base na leitura apenas desse parágrafo, você acha que é possível o leitor inferir a opinião da cronista sobre o tema que ela abordará? Justifique.

3. As crônicas podem ter trechos narrativos, descritivos e opinativos. Identifique a sequência textual predominante nos trechos a seguir, marcando (N) para narrativo, (O) para opinativo e (D) para descritivo. (  ) Eram velhinhos os dois, de uma faixa em que os anos haviam perdido a definição, e já não tinham idade aparente, transformados apenas em demonstração de sobrevivência. Cabeças brancas, ossaturas frágeis, uma hesitação nos gestos, e magros. (  ) Nada, além dos gestos delicados, garantia à pequena população do ônibus que aquele casal se amava realmente. (  ) Pelo retrovisor, o motorista viu-lhes as cabeças brancas e a fragilidade, e, com imprevisível delicadeza, esperou, para arrancar até que estivessem seguros. De esguelha, os passageiros do ônibus olhavam para eles.

4. A cronista instiga algumas reflexões ao longo do texto. Que reflexões ela faz sobre: a) o amor em geral? b) os passageiros do ônibus? Em geral, as crônicas são compostas de três partes: introdução, desenvolvimento e conclusão. Elas podem apresentar sequências textuais diversas, como a narrativa, a descritiva, a expositiva e a argumentativa, cuja predominância poderá variar segundo os objetivos do autor.

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A linguagem 1. Com o objetivo de manter um tom de conversa com o leitor, a cronista emprega, logo no primeiro parágrafo, um registro informal. Transcreva-o.

2. Releia o oitavo parágrafo da crônica e depois faça o que se pede. a) Explique o valor da expressão mas na articulação dos períodos anteriores com o último período do parágrafo. b) O que essa expressão anuncia quanto às ideias que a cronista vinha apresentando nos períodos anteriores?

3. Releia o trecho. Assim eram parecidos. E mais além, naquilo que o tempo, trabalhando sobre os rostos outrora jovens, havia acrescentado, moldando em carne, rugas e expressão as semelhanças que um refletia sobre o outro, no interminável jogo de espelhos da convivência. O que a expressão destacada no trecho sugere sobre a aparência dos velhinhos?

4. Qual é o sentido de “Sacolejávamo-nos coletivamente irmanados em plena normalidade”, no quarto parágrafo? a) (  ) Os passageiros se mexiam de propósito para que o ônibus se mexesse ainda mais. b) (  ) Todos enfrentavam o vai e vem provocado pelas freadas e acelerações, sem reclamar e cada um absorto em sua própria vida. c) (  ) O motorista do ônibus não era experiente e deixava todos inseguros e tensos durante o percurso.

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Para ler Editora Abril

5. Releia os trechos a seguir, depois responda às perguntas. I. O coração coletivo daquele ônibus seguia agora mais leve, como se tivesse assistido à confirmação de um milagre. II. Vagos sorrisos de ternura suavizaram os lábios dos passageiros do ônibus. Já não sacolejávamos em plena rotina. Algo de diferente havia acontecido. a) Como você entende que estavam os passageiros do ônibus: • no trecho I? • no trecho II? b) O uso desse recurso reforça a visão que a cronista expressa sobre o fato. Qual é essa visão?

6. Releia o trecho. Na manhã antes insípida, os velhinhos encarnavam o mito do amor eterno. E o mito passeava de ônibus, para que todos o vissem, e levassem adiante a boa-nova.

A crônica é um gênero acessível a diversas faixas etárias, podendo abordar assuntos que divertem jovens e adultos. No livro Estive Pensando (Marco Zero, 2003), o cronista Antonio Prata apresenta algumas de suas crônicas publicadas em sua extinta coluna na revista Capricho, destinada ao público jovem. Em seus textos, trata de assuntos como a vida após a morte, a existência (ou não) de filhotes de pombas e para que serve uma cueca.

a) A autora emprega nesse trecho uma metáfora. Qual é essa metáfora e que sentidos ela atribui ao trecho?

b) Use palavras sinônimas para escrever de outra forma as expressões manhã insípida e boa-nova. Se necessário, consulte o dicionário. A crônica pode ser escrita em 1a ou 3a pessoa. O cronista emprega também os registros formal e informal, que poderão variar ao longo do texto, a depender de seus objetivos. A linguagem pode apresentar diferentes recursos estilísticos, como comparação, metáfora e ironia, para produzir humor ou crítica, segundo o que o cronista pretende.

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Gêneros em diálogo: crônica e grafite Grupo OPNI

Na crônica que você leu, a cronista faz um recorte de um fato do cotidiano, revelando sua visão e provocando no leitor uma reflexão. O grafite é uma arte que, utilizando outros recursos, também possibilita a reflexão, a crítica e a adoção de um posicionamento. O grafite é um gênero multissemiótico, que pode integrar a linguagem verbal e a linguagem não verbal com diferentes técnicas e estilos, por meio do qual o artista expressa seu modo de ver e interpretar o que o cerca. Os muros e as fachadas de edifícios são o suporte por excelência dos grafiteiros. O grafite representado ao lado foi produzido por Toddy e Val, integrantes do grupo OPNI (Objetos Pichadores Não Identificados), e retrata o cotidiano na periferia de uma cidade grande.

Grafite do grupo OPNI. Foto de janeiro de 2010.

1. Se você fosse dar um título a esse grafite, qual seria?

2. O que a cena representada nesse grafite retrata, em sua opinião?

3. No grafite, o artista inspirou-se em uma cena do cotidiano para produzir sua obra. Agora relembre a crônica que você leu. É possível estabelecer uma relação entre esse grafite e a crônica? Explique.

4. O grafiteiro usa desenhos, cores e outros recursos para apresentar sua visão e opinião sobre o que retrata no grafite. E o cronista, que recursos utiliza para expressar sua maneira de ver as coisas?

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Grupo OPNI O Grupo OPNI, coletivo de grafiteiros de São Mateus (zona leste da cidade de São Paulo), surgiu em 1997. O grupo era formado por aproximadamente 20 jovens da periferia de São Paulo, mas, com o tempo, o destino mudou a vida de alguns dos antigos integrantes: alguns abandonaram a atividade pela família e trabalho, outros, infelizmente, foram presos ou faleceram. Apesar dos altos e baixos, o grupo sempre manteve seus objetivos, consolidando o seu trabalho nas artes visuais. [...] Em sua trajetória de 17 anos, o Grupo OPNI: fundou, junto a outros coletivos culturais, a ONG São Mateus em Movimento, maior articuladora cultural na região (2008); participou da 1a Bienal Internacional Graffiti Fine Art no MUBE (2010); interpretou os painéis “Guerra e Paz”, de Candido Portinari, no encerramento da exposição em São Paulo (2012) [...] GRUPO OPNI. Grupo OPNI. [2015?]. Disponível em: <http://site.grupoopni.com.br/?page_id=1460>. Acesso em: 10 nov. 2015.

Por dentro da língua Período composto por coordenação e subordinação Releia o trecho a seguir no qual a cronista descreve o momento em que o casal de idosos entra no ônibus. Pelo retrovisor, o motorista viu-lhes as cabeças brancas e a fragilidade, e, com imprevisível delicadeza, esperou, para arrancar até que estivessem seguros.

1. Que sensações a imagem dessa cena provoca no leitor?

2. O trecho acima é formado por um período composto por várias orações, cada uma delas indicando um sentido, uma ideia. Que ideias são transmitidas pelas orações destacadas, respectivamente?

3. Analisando esse período, podemos afirmar que: a) A segunda oração é classificada como b) A terceira oração, por passar uma ideia de ________________________________, é classificada como c) A quarta oração, iniciada pela conjunção subordinativa _____________________, é classificada como

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© 2016 King Features Syndicate/Ipress

Leia a tirinha de Chris Browne e responda às questões 4 e 5.

BROWNE, Chris. Hagar. A Tarde, Salvador, 3 mar. 2008.

4. Os personagens estão em uma situação de risco. O que torna a tirinha engraçada?

5. Releia a primeira fala de Hagar. O período que reproduz a fala do personagem é composto de três orações. a) Transcreva a primeira oração. Seu sentido é completo ou incompleto? b) Identifique a oração que está diretamente ligada a ela. Classifique a conjunção que a inicia. c) A última oração é iniciada por uma conjunção coordenativa. Que sentidos ela atribui à oração e como pode ser classificada? Conclui-se, então, que o período analisado é composto por coordenação e subordinação: a segunda oração é subordinada adverbial temporal, e a última, oração coordenada sindética aditiva. Período composto por coordenação e subordinação – ou período misto – é aquele que reúne orações coordenadas, subordinadas e, ao menos, uma oração principal. Exemplo: oração subordinada adverbial temporal

oração principal

oração coordenada sindética aditiva

Quando o ônibus parou, ele, educadamente, cedeu a vez à mulher e foi conduzindo-a pelo braço até a porta para que ela descesse em segurança. oração subordinada adverbial final

Nesse período, a oração “Quando o ônibus parou” exerce a função de adjunto adverbial de tempo e está subordinada à oração principal. A oração “e foi conduzindo-a pelo braço até a porta” acrescenta outra ação à da oração anterior, sendo, portanto, uma coordenada sindética aditiva. A última oração indica a finalidade da oração que a antecede, portanto, é uma subordinada adverbial final.

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Outro exemplo: conjunção subordinativa adverbial condicional

oração subordinada adverbial condicional

oração principal e oração coordenada assindética

• Se o projeto fosse aceito, as pessoas poderiam ser presas ou talvez repreendidas em público por policiais. conjunção coordenativa alternativa

oração coordenada sindética alternativa

As orações coordenadas e subordinadas podem ser classificadas com base nas conjunções que as iniciam e nas relações de sentido que atribuem às respectivas orações. As coordenadas podem ser sindéticas (com conectivo) ou assindéticas (sem conectivo). As sindéticas classificam-se em aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas e explicativas. As orações subordinadas adverbiais podem ser causais, comparativas, concessivas, condicionais, conformativas, consecutivas, finais, proporcionais ou temporais. Quando o período é composto por coordenação e subordinação, uma das orações pode ter duas classificações. Veja como exemplo a oração “ele, educadamente, cedeu a vez à mulher”. • é oração coordenada assindética, porque se articula com a oração seguinte – iniciada pela conjunção coordenativa e; • é também a oração principal, porque a primeira oração – uma subordinada adverbial temporal – é dependente, subordinada a ela. Observe outro exemplo: oração coordenada sindética adversativa utterstock .com

oração coordenada assindética e oração principal

Lorelyn M

edina/Sh

• A chuva não foi muito forte, mas provocou grandes estragos, porque os bueiros estavam entupidos. oração subordinada adverbial causal

A oração “mas provocou grandes estragos” recebe duas classificações: • oração coordenada assindética adversativa, porque é iniciada pelo conectivo mas; • oração principal, porque a oração subordinada adverbial causal está subordinada a ela. As orações se articulam e se completam, tornando o período (composto por coordenação e subordinação) coeso e coerente.

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Atividades A notícia a seguir foi publicada em um jornal on-line e relata um acontecimento ocorrido no dia 26 de maio de 2013, em Ancara, na Turquia. Leia a notícia e responda às questões de 1 a 3.

Manifestação de beijos contra proibição de beijar Dezenas de casais participaram este domingo numa concentração em Ancara, na Turquia, para um protesto de beijos.

MANIFESTAÇÃO de beijos contra proibição de beijar. Correio da Manhã, Portugal, 26 maio 2013. Disponível em: <www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/internacional/insolito/ manifestacao-de-beijos-contra-proibicao-de-beijar>. Acesso em: 27 nov. 2015.

AFP/Getty Images

Contra a proibição de trocar beijos no metrô de Ancara, a população daquela cidade na Turquia juntou-se para uma manifestação. [...] Apesar do forte dispositivo policial que rodeava os manifestantes, alguns casais conseguiram entrar dentro da estação de metrô para se beijarem no local “proibido”. Um grupo de indivíduos não identificados atacou os manifestantes quando saíram do metrô mas não houve notícia de feridos.

Manifestantes turcos protestando em uma estação de metrô, em Ancara.

1. Por que os protestos como o noticiado são organizados pelas pessoas?

2. No último período da notícia há uma oração subordinada adverbial temporal. Que oração é essa e por que ela pode ser classificada como adverbial temporal?

3. Agora, releia a última oração desse período. Que relação ela estabelece com a oração principal que justifica sua classificação?

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O período composto no texto instrucional Você vai ler o trecho de um texto instrucional com dicas para vencer uma discussão.

9 dicas para vencer qualquer discussão Ser confiante, ter conhecimento e agir com educação são a chave da vitória em um debate Se você usa redes sociais deve ter percebido que os debates ideológicos ganharam mais presença e força. No Facebook, por exemplo, é comum ver um post de política com vários comentários defendendo ou acusando partidos e pessoas. A plataforma garante o livre embate de ideias e isso é ótimo. Mas será que suas ideias poderiam ser melhor expostas? O site lifehacker montou um guia para se tornar o mestre da argumentação. Fizemos uma lista com as dicas mais importantes. Confira: 1. Seja confiante Se você quer ser um mestre da argumentação, o primeiro passo é confiar em si mesmo. Agir com confiança dá a impressão de que você realmente sabe o que é certo desde o início, mesmo sem ter total certeza dos fatos. Um artigo comprovou que pessoas confiantes têm mais credibilidade em um debate. É isso mesmo, você pode não fazer ideia do que está falando, mas agir com confiança pode mudar o modo que seu argumento é visto – basta assistir ao horário eleitoral. 2. Evite argumentos generalistas e sem fundamento Vencer um argumento muitas vezes se resume a quem pode ir mais longe sem se contradizer. Mantenha uma boa lógica e persuasão. Não use algum fato fora de questão como argumento para o ponto onde você quer chegar. Também não generalize um caso. 3. Tenha conhecimento de causa Confiança não é tudo em um debate. O conhecimento é que valida um bom argumento. A melhor coisa que você pode fazer antes de uma discussão de ideias é se preparar. Você não vai pra guerra sem armas, não é mesmo? Pesquise, leia, estude, converse com especialistas do tema. Já dizia ET Bilu: “busquem conhecimento”. [...] 9 DICAS para vencer qualquer discussão. Galileu, São Paulo: Globo, 2014. Disponível em: <http://revistagalileu. globo.com/Life-Hacks/noticia/2015/03/9-dicas-para-vencer-qualquer-discussao.html>. Acesso em: 27 mar. 2015.

1. Em que ambiente ocorrem os debates que o texto afirma terem aumentado?

2. Reúna os títulos dos três itens em um só período. Como ele pode ser classificado?

3. Observe o período sublinhado no trecho. Trata-se de um período composto por subordinação. Que ideia a oração subordinada transmite à oração principal? Que conjunção enfatiza essa ideia?

4. As orações coordenadas assindéticas do último parágrafo expressam que efeito de sentido?

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Texto 2

Crônica

As pessoas podem se vestir de modo muito diferente. Vários fatores estão relacionados a isso, como o lugar em que se mora, a faixa etária e também o grupo social ao qual se pertence ou se quer pertencer. Será que o tipo de roupa que usamos comunica às outras pessoas o que somos, o que queremos ser, o que pensamos, o que queremos que pensem de nós?

Fernando Seixas/Editora Abril

Observe o título da crônica a seguir, de Affonso Romano de Sant’Anna, e estabeleça hipóteses. Em seguida, leia o texto e reflita sobre essas questões e outras que ele aborda.

Nascido em Belo Horizonte (MG), Affonso Romano de Sant’Anna (1937-) destaca-se como teórico, poeta, cronista, professor, administrador cultural e jornalista. Desde os anos 1960 participa ativamente dos movimentos que transformaram a poesia brasileira. Foi presidente da Fundação Biblioteca Nacional e secretário-geral da Associação das Bibliotecas Nacionais Ibero-Americanas. Como jornalista, colaborou escrevendo para os jornais O Globo, Folha de S. Paulo, Jornal do Brasil, Jornal da Tarde, Correio Braziliense e O Estado de Minas. Muitos de seus poemas foram traduzidos para o inglês, espanhol, francês, chinês, alemão, italiano e polonês.

Metendo a tesoura Ganhei de minha filha uma calça jeans realmente irada. Tão irada, que já veio rasgada, esfolada, remendada. Coisa da moda. Da moda de hoje. Talvez de ontem, coisa que começou nos anos 60. Rubem Braga dizia que ele era do tempo em que geladeira era branca e telefone era preto. Com efeito, houve um tempo, algo entre o mesozoico e o paleolítico superior, em que todos os automóveis eram pretos e as etiquetas sociais eram outras. Mas ganhei esse jeans iradíssimo, surradíssimo e, contraditoriamente, novo. Lembrei-me de quando fui lecionar na Califórnia nos anos 60 (ah! os anos 60! “those were the days, my friend, I thought they’ll never end”) e no primeiro dia de aula causou-me surpresa ver os estudantes de bermuda na aula, mas uma bermuda toda desfiada, meio rasgada. Meninos e meninas meio molambentos, até descalços, e não eram mendigos, eram jovens californianos ricos, cheios de dentes e brilho nos olhos e na pele, falando alto e achando que o mundo era deles. E quase era. Mas muitos deles foram morrer no Vietnã. Mas eu via aqueles garotos em plena emergência da ideologia hippie, e pensava, eles brincam de pobres porque são ricos, vai ver que nunca viram um, por isto estão se fantasiando assim. Enfim, fazia parte da revolução de costumes, inverter papéis, subverter o sistema. Mas o fato é que ganhei aquele jeans. Não era tão degenerado como um que vi o Ronaldinho, numa foto, usando, rasgado de propósito no joelho e que ele botou para ir a uma festa, como se estivesse de fraque. Examinei meu jeans e dentro, costurado, havia não sei quantas etiquetas dizendo que veio do México, com sofisticadas instruções de como lavar o valioso traste. Quer dizer, a moda é do “trash”, mas a gente tem que, mesmo assim, ter cuidado para não estragar o estragado. Então, o experimentei. E ficou ótimo.

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Terei coragem? Não fica ridículo num coroa? Mas há muito que aceito, aliás, obedeço sugestões de vestuários das filhas e da mulher. Me olhei no espelho, e voltei a ter 27 ou 17 anos talvez. Mas estavam sobrando quatro ou cinco dedos de pano na bainha. Tem uma loja ali na esquina que faz bainha, me lembram. Mas aí o grande paradoxo: como e por que levar para fazer bainha num jeans desmazelado? Que hipocrisia é essa? Estou tendo de ler notícias sobre o Severino*, estou tendo que enfrentar tiroteios na Linha Vermelha. Guerra é guerra, uai! Na véspera, uma amiga disse que a filha compra roupas e, quando estão meio grandes, mete a tesoura, tira a manga, corta embaixo ou onde for necessário e vai pras festas. Não tive dúvidas, medi a nova calça velha com uma outra autenticamente velha e meti a tesoura na sobrante bainha, forçando até para que o tecido desfiasse. Houve um tempo em que o telefone e a geladeira eram pretos e quem tivesse um fiapo na roupa morria de vergonha. Agora saímos para mostrar a descostura, o avesso, a etiqueta do fabricante, o rasgão.

Vocabulário bienal: exposição de livros ou artes plásticas que acontece de dois em dois anos Linha Vermelha: via expressa do estado do Rio de Janeiro que interliga o município do Rio de Janeiro e o município de São João de Meriti Mesozoico: período da Idade da Pedra, Era Secundária, situado entre o Paleozoico e o Cenozoico ou Era Terciária Paleolítico: primeiro período da Idade da Pedra, Idade da Pedra Lascada paradoxo: opinião contrária à crença comum

Editora L&PM

Elder Galvão

Cintura baixa, “muderno”. Meio esfolado, com desgaste e talhos aqui e ali.

Ou seja, como nas bienais, o rascunho virou obra de arte. *Severino Cavalcanti, político pernambucano, foi presidente da Câmara dos Deputados entre fevereiro e setembro de 2005, quando renunciou. (Nota do editor de Tempo de delicadeza.) SANT’ANNA, Affonso Romano de. Metendo a tesoura. In: _____. Tempo de delicadeza. Porto Alegre: L&PM, 2009. p. 118-119.

Conversando sobre o texto 1. Suas hipóteses foram confirmadas? 2. O cronista aborda um fato corriqueiro: ganhar ou adquirir algo com o qual, em princípio, não nos identificamos. Você já passou por situação semelhante?

3. Em sua opinião, todas as pessoas têm condições de escolher as roupas que vestem?

4. O que você costuma fazer com roupas que não usa mais ou considera que não estão mais adequadas para usar?

Tempo de delicadeza (L&PM, 2007) reúne 47 crônicas de Affonso Romano de Sant’Anna. Nelas, o autor trata de diversos temas cotidianos. Das situações corriqueiras da vida representadas pelo escritor, podemos extrair grandes ensinamentos e ampliar nosso olhar para detalhes de nossas vidas que passam despercebidos.

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Explorando o gênero O texto 1. O narrador inicia a crônica contando que recebeu de sua filha uma calça jeans diferente. a) Como ele se refere a essa peça de roupa? b) A que época essa peça de roupa remete? Por quê?

2. Ao relacionar o momento em que recebeu o presente da filha e a época mencionada, o que o cronista deseja ressaltar?

3. A fim de evidenciar a diferença entre a geração dele e a de sua filha, o cronista usa um recurso para caracterizar a época de sua juventude. a) Ao citar o que Rubem Braga dizia, o que pode ser inferido sobre a geração dele? b) O cronista define esse tempo como entre o Mesozoico, período geológico em que animais como os dinossauros viviam na Terra, e o Paleolítico, período da Pré-História em que já viviam antepassados do ser humano. Com que finalidade é usado esse recurso? c) Que efeito produz no texto a referência a esses períodos?

4. Releia o segundo parágrafo da crônica “Metendo a tesoura”. a) Nesse parágrafo, o autor faz referência ao modo de seus alunos se vestirem. Por que as roupas dos alunos causaram-lhe surpresa?

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b) A referência às roupas de seus alunos reforça ou contradiz o que ele pensa sobre o presente recebido?

c) O cronista transcreve dois versos em inglês de uma canção, que podem ser

Para acessar Leia esta reportagem sobre as condições de trabalho a que imigrantes bolivianos são submetidos para confeccionar peças de uma loja de roupas de grife no Brasil. Disponível em <http://ftd.li/mjjbyb> (acesso em: 17 nov. 2015).

assim traduzidos: “Aquela foi a melhor época, meu amigo, pensei que nunca acabaria”. O que ele pretende enfatizar ao citá-los?

5. O cronista resolve experimentar a calça. a) Como ele se sente depois de vesti-la? b) Ele demonstra estar seguro de usá-la? Que trechos evidenciam isso?

6. O cronista percebe que sobram quatro ou cinco dedos de pano na bainha da calça. Por que ele considera um paradoxo fazer a bainha?

A construção 1. Na introdução da crônica, além de apresentar o assunto que desencadeou a história, o autor dá pistas sobre o tom (crítico, irônico, humorístico, filosófico) que emprega no texto. a) Com base no que é dito no primeiro parágrafo, que tom o cronista pretende enfatizar em seu texto? b) Como é possível chegar a essa conclusão?

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2. No desenvolvimento da crônica há opiniões, exemplos, argumentos que possibilitam ao leitor entender a visão do cronista. a) Por quais parágrafos o desenvolvimento é formado?

Siberica/Shutterstock.com

b) O autor cita algumas características da ideologia do movimento hippie afirmando que “fazia parte da revolução de costume inverter papéis, subverter o sistema”. Ao fazer essa referência, o que ele deseja enfatizar sobre as roupas que seus alunos usavam? c) Em que parte do desenvolvimento ele conta um fato que comprova sua adesão à “nova moda”? O que ele faz com a calça?

3. Na conclusão do texto, o cronista volta a se referir às mudanças de comportamento e costumes e apresenta um fato novo: as bienais. O que ele deseja evidenciar?

4. Na crônica que você leu, o cronista faz referência a fatos de diferentes épocas: seu passado profissional, o passado histórico e a época em que a crônica foi escrita. Identifique nos trechos cada uma dessas épocas. I. Passado profissional    II. Época em que a crônica foi escrita     III. Passado histórico ( ) Lembrei-me de quando fui lecionar na Califórnia nos anos 60. ( ) Mas eu via aqueles garotos em plena emergência da ideologia hippie [...]. ( ) Estou tendo de ler notícias sobre Severino, estou tendo de enfrentar tiroteios na Linha Vermelha.

5. Leia os trechos a seguir e marque (N) se forem narrativos, (D) se forem descritivos e (A) se forem argumentativos. ( ) Meninos e meninas meio molambentos, até descalços, e não eram mendigos, eram jovens californianos ricos, cheios de dentes e brilho nos olhos e na pele, falando alto e achando que o mundo era deles. ( ) Examinei meu jeans e dentro, costurado, havia não sei quantas etiquetas dizendo que veio do México com sofisticadas instruções de como lavar o valioso traste. ( ) Mas aí, o grande paradoxo: como e por que levar para fazer bainha num jeans desmazelado?

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A linguagem 1. Na crônica que você leu, são utilizados tanto o registro formal quanto o registro informal. Releia o primeiro parágrafo da crônica prestando atenção no registro mais utilizado. a) Qual é o registro predominante nesse parágrafo? Que marcas linguísticas comprovam sua resposta?

b) Que efeito o emprego desse registro provoca no texto?

2. Volte à crônica e releia o segundo parágrafo. Em seguida, responda: que registro é predominante, o formal ou o informal? Justifique.

3. Quanto às variedades linguísticas, nessa crônica encontramos a variação sociocultural, relacionada à faixa etária. a) Circule, no quadro a seguir, as palavras do texto que, no contexto em que foram usadas, representam essa variação sociocultural. irado iradíssimo

bermuda manga

emergência festas

sistema coroa

trash

tesoura filha

b) Considerando o sentido global do texto, por que foi empregada essa variação?

4. As ironias ajudam o cronista a explicitar seu ponto de vista. a) Releia o quarto parágrafo e sublinhe um trecho em que haja ironia. Terei coragem? Não fica ridículo num coroa? Mas há muito que aceito, aliás, obedeço sugestões de vestuários das filhas e da mulher. Me olhei no espelho, e voltei a ter 27 ou 17 anos talvez. b) Que fato é ironizado no trecho?

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5. Os adjetivos e as locuções adjetivas são importantes recursos linguísticos que o cronista usa em alguns momentos do texto. a) Releia no terceiro parágrafo o trecho em que o cronista examina o jeans e descobre as etiquetas. [...] Examinei meu jeans e dentro, costurado, havia não sei quantas etiquetas dizendo que veio do México, com sofisticadas instruções de como lavar o valioso traste. [...] Que adjetivos caracterizam instruções e traste? b) O que esses adjetivos revelam sobre o produto?

6. Identifique os sentidos em que as palavras em destaque foram empregadas. Se achar necessário, use o dicionário. nfim, fazia parte da revolução de costumes, I. E inverter papéis, subverter o sistema. II. [...] que ele botou para ir a uma festa, como se estivesse de fraque.

( ) Traje masculino formal. (  ) Algo velho, usado, gasto, sem valor. (  ) Alterar, trocar a ordem; revolucionar.

III. [...] com sofisticadas instruções de como lavar o valioso traste.

7. Os sinais de pontuação são fundamentais para a produção de sentidos. Por que as palavras trash e muderno aparecem entre aspas? Crônica em resumo Finalidade: apresentar a visão do cronista sobre fatos e/ou situações do cotidiano para entreter o leitor. Características principais: • Estrutura composicional formada por introdução, desenvolvimento e conclusão. Pode conter trechos narrativos, descritivos, expositivos e argumentativos. • Na linguagem podem ser empregados a 1a ou a 3a pessoa, diferentes registros e variados recursos, como a comparação, a metáfora e a ironia, que vão depender do estilo do autor e de seus objetivos. • É publicada predominantemente em revistas e jornais, impressos ou na internet.

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Por dentro da língua Orações reduzidas Na crônica “Metendo a tesoura”, o autor narra sua experiência ao receber de presente da filha uma calça “rasgada”, coisa da moda, como ele mesmo diz.

1. Releia o trecho abaixo. Quer dizer, a moda é do “trash”, mas a gente tem que, mesmo assim, ter cuidado para não estragar o estragado. Então, o experimentei. E ficou ótimo. a) A que o cronista faz referência quando diz que vai precisar “ter cuidado para não estragar o estragado”? b) Assinale a alternativa que corresponde ao sentido da oração em destaque no trecho. ( ) Causa.     ( ) Finalidade.     ( ) Tempo.     ( ) Condição. c) Essa oração é introduzida por uma conjunção subordinativa?

© 2016 King Features Syndicate/Ipress

Leia a tirinha e responda às questões 2 e 3.

BROWNE, Chris. Hagar. A Tarde, Salvador, 7 out. 2012.

2. Na tirinha, o barco viking comandado por Hagar, personagem criado por Chris Browne, é impedido de ancorar. Que efeito de sentido essa situação provoca?

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3. O período que reproduz a fala do personagem é composto por subordinação. Considere a oração a seguir. [...] para ancorar nosso barco. a) Qual é a relação de sentido que ela estabelece com a oração anterior? b) O verbo dessa oração encontra-se em qual forma nominal? ( ) Gerúndio.       ( ) Particípio.       ( ) Infinitivo. Estudamos, anteriormente, que as orações subordinadas adverbiais são introduzidas por conjunções subordinativas. Mas há orações que não possuem conjunções e cujos verbos estão nas formas nominais. São chamadas de orações subordinadas reduzidas. É o caso das orações analisadas que são construídas sem conjunção e cujos verbos encontram-se, nos dois exemplos, no infinitivo. Oração subordinada reduzida é aquela em que o verbo se encontra em uma das formas nominais: infinitivo, gerúndio ou particípio. Exemplos: • Ao chegar em casa, farei logo as tarefas da escola.

oração subordinada reduzida de infinitivo

oração principal

• Os jogadores saíram apressados do campo, temendo a reação da torcida. oração principal

oração subordinada reduzida de gerúndio

• Preocupado com a chuva, esqueci o documento em casa.

oração subordinada reduzida de particípio

oração principal

Observe que se trata de outra forma de escrever a oração subordinada adverbial. Quando ela contém conjunção, é chamada de desenvolvida; quando não, de reduzida. Veja. Subordinada adverbial desenvolvida

Subordinada adverbial reduzida

Inicia-se com conjunção.

Não tem conjunção.

O verbo apresenta-se flexionado.

O verbo apresenta-se no infinitivo, no gerúndio ou no particípio.

Independentemente de apresentar-se em forma desenvolvida ou reduzida, a classificação da oração é sempre determinada pelos sentidos que ela atribui ao contexto.

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Exemplos: • Ao chegar em casa, farei logo as tarefas da escola.

oração subordinada adverbial temporal reduzida de infinitivo – ideia de tempo

• Os jogadores saíram apressados do campo, temendo a reação da torcida. oração subordinada adverbial causal reduzida de gerúndio – ideia de causa

• Preocupado com a chuva, esqueci o documento em casa.

oração subordinada adverbial causal reduzida de particípio – ideia de causa

As orações reduzidas quase sempre podem se desdobrar em orações desenvolvidas. • Estamos aqui para que nos ajudem. • Estamos aqui para pedir ajuda. oração subordinada adverbial final reduzida de infinitivo

oração subordinada adverbial final

Para transformar as orações reduzidas em desenvolvidas, é necessário acrescentar-lhes conjunções que expressem ideias equivalentes às expressas pelas reduzidas e também substituir as formas nominais por formas verbais equivalentes. O emprego de orações reduzidas ou desenvolvidas é uma escolha do usuário da língua, que deve analisar o que é mais adequado às diferentes situações de comunicação.

Atividades No poema a seguir, o eu lírico faz uma descoberta inusitada! Leia e responda às questões 1 e 2. Abrindo um antigo caderno Antigamente eu era eterno. LEMINSKI, Paulo. Toda poesia. São Paulo: Companhia das Letras, 2013. p. 235.

1. A que época de sua vida o eu lírico pode estar se referindo?

xpixel/Shutterstock.com

foi que eu descobri:

2. No primeiro verso do poema, há uma oração reduzida de gerúndio. a) Qual é o sentido dessa oração reduzida?

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b) Em sua opinião, que efeito de sentido o uso desse tipo de oração produziu no poema?

3. O anúncio a seguir foi produzido com o objetivo de conscientizar o leitor da importância da preservaAnúncio do Greenpeace. Criação: Y&R

ção do meio ambiente.

A gente vai lutar para viver.

a) A plantinha que você vê no centro da imagem, escondida entre as pedras, representa: (

) a produção agrícola da região.

(

) a luta pela vida.

(

) o tempo seco característico da região.

(

) a boa condição das matas.

b) No texto aparece uma oração reduzida. Identifique-a e indique seu sentido no contexto.

c) Se essa oração fosse escrita na forma desenvolvida, o efeito seria o mesmo? Explique.

4. Agora junte-se a um colega e criem outro slogan de impacto para esse anúncio usando uma oração reduzida.

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Uma questão de A vírgula nas orações subordinadas adverbiais

Fernando Gonsales

Leia a tirinha e responda às questões 1 e 2.

GONSALES, Fernando. Níquel Náusea.

1. O que provoca o humor nessa tirinha?

2. Releia o período. Quando um não quer, dois não brigam. a) Sublinhe a oração subordinada adverbial. b) Que sinal de pontuação é usado para separá-la da oração principal? A oração subordinada adverbial pode ser separada da principal por vírgula quando estiver posicionada após a oração principal (essa separação é opcional); quando a subordinada estiver intercalada ou anteposta à principal, a separação é obrigatória.

Exemplos: • Romano de Sant’Anna participou dos movimentos políticos e sociais que marcaram o país na década de 1960 quando era jovem. (opcional)

Orações reduzidas A pontuação utilizada é a mesma das orações desenvolvidas. • Chegando a encomenda, avise-me imediatamente. (obrigatória)

• Quando era jovem, Romano de Sant’Anna participou dos movimentos políticos e sociais que marcaram o país na década de 1960. (obrigatória)

• Nessa terra tão produtiva, em se plantando, tudo dá! (obrigatórias ou a segunda vírgula opcional)

• Na década de 1960, quando era jovem, Romano de Sant’Anna participou dos movimentos políticos e sociais que marcaram o país. (obrigatórias)

• Terminarei a redação do texto, assim que chegar em casa. (opcional)

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Atividades

Anúncio da Rádio Bandeirantes. Criação: AlmapBBDO

Leia o outdoor e responda às questões 1 e 2.

1. Esse outdoor foi colocado nas ruas de São Paulo com o propósito de chamar a atenção da população para a poluição existente na cidade. a) Que estratégia o anúncio utiliza para chamar a atenção do leitor? b) Considerando o anunciante – uma emissora de rádio –, com que finalidade esse outdoor foi produzido?

2. Observe a primeira oração do período do texto principal do outdoor. a) Por que ela vem pontuada com uma vírgula? b) Se essa oração viesse no final do período, ela seria pontuada? Explique.

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Leia o poema “O relojoeiro”, de Roseana Murray, e responda às questões 3 e 4.

O relojoeiro Mal raia o dia o relojoeiro se debruça com sua lupa sobre o coração dos relógios. Com suas mãos delicadas apalpa, escuta o sono encantado do tempo. são como pequenos pássaros adormecidos. Quando um relógio fica bom, o relojoeiro suspira.

ArtMari/Shutterstock.com

Para ele os relógios estragados

MURRAY, Roseana. O relojoeiro. In: ______. Artes e ofícios. São Paulo: FTD, 2007. p. 28. (Falas poéticas).

3. Para o relojoeiro, os relógios estragados “são como pequenos pássaros adormecidos”. a) O que essa imagem do poema sugere sobre o seu jeito de trabalhar?

b) Que figura de linguagem é empregada para construir essa imagem? (

) Comparação.

(

) Metáfora.

(

) Hipérbole.

4. Releia a última estrofe. a) Transcreva o verso que contém uma oração subordinada adverbial.

b) Por que essa oração vem seguida de vírgula?

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Produção escrita

Crônica

Crônicas do cotidiano A proposta de produção textual deste módulo é a escrita de uma crônica para ser publicada em uma coletânea a ser doada à biblioteca de sua escola, possibilitando a outros leitores um novo olhar sobre os fatos do cotidiano. Como você viu, as crônicas são um meio de levar ao leitor temas que atraem, divertem, inspiram e podem oferecer outros pontos de vista sobre o que nos cerca. Leia o que Antonio Candido, escritor, ensaísta e crítico literário brasileiro, diz a esse respeito. É importante insistir no papel da simplicidade, brevidade e graça próprias da crônica. [...] Na verdade, aprende-se muito quando se diverte, e aqueles traços constitutivos da crônica são um veículo privilegiado para mostrar de modo persuasivo muita coisa que, divertindo, atrai, inspira e faz amadurecer a nossa visão das coisas. [...]

Wilton Junior/Estadão Conteúdo

CANDIDO, Antonio et al. A crônica: o gênero, sua fixação e suas transformações no Brasil. Campinas: Unicamp; Rio de Janeiro: Fundação Casa de Rui Barbosa, 1992. p. 11.

O escritor Antonio Candido, na 9ª Feira Literária Internacional de Paraty (Flip), no Rio de Janeiro, em 2011.

I. Isso dá crônica! Planejando o texto Muitos acontecimentos do cotidiano que nos chegam pelos jornais, noticiários na TV, no rádio e na internet podem ser abordados de outras maneiras pela visão do cronista, um observador dos detalhes e das sutilezas dos eventos e das pessoas que deles participam. Aguce seu olhar e encontre algo pitoresco, divertido, original ou irrelevante, mas que chame sua atenção, considerando aquilo que “dá crônica”. Para isso, faça a leitura da notícia, da imagem e da reportagem a seguir. Preste atenção também nas sugestões de acontecimentos do seu próprio dia a dia... Com base nessa análise, escolha o tema de sua crônica e bom trabalho!

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Notícia

Morador de rua causa comoção ao oferecer único cobertor que tinha para cão que passava frio Na última quarta-feira (28), um morador de rua foi visto cedendo seu único cobertor para um cachorro de rua. O animal passava frio por conta das baixas temperaturas em boa parte do interior de São Paulo. Durante a manhã, os termômetros registraram temperaturas de 7,2 graus. Um morador de rua de São José do Rio Preto acabou sendo flagrado preocupado com seu animal de estimação. O homem, conhecido como Luis Carlos, deu sua única coberta ao cãozinho Skafi, um vira-lata de 10 anos. “Só tem uma coberta e o coitado do bicho sente frio, preciso cuidar dele”, disse o homem. A região sofre com as baixas temperaturas nos últimos dias. MORADOR de rua causa comoção ao oferecer único cobertor que tinha para cão que passava frio. Primeira Hora, 1º jun. 2014. Disponível em: <www.primeirahora.com.br/noticia/106234/morador-de-rua-causacomocao-ao-oferecer-unico-cobertor-que-tinha-para-cao-que-passava-frio>. Acesso em: 24 nov. 2015.

Marcelo Camargo/ABr

Fotografia

Crianças procurando por moedas e pedaços de metal na favela Sônia Ribeiro, conhecida como Favela do Piolho, em São Paulo (SP), após incêndio.

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Reportagem

Marcas de grife têm vergonha de seus clientes mais pobres, diz Data Popular Camila Neumam do UOL, em São Paulo 03/02/2014

Os rolezinhos (encontros de jovens da periferia em locais frequentados pela classe média alta) causaram barulho não somente nos shoppings, mas no mercado das marcas de luxo. Algumas delas consultaram o Instituto Data Popular, especializado em dados de mercado desse segmento, para pedir orientações de como desvencilhar sua imagem dos frequentadores das reuniões. “Boa parte das marcas tem vergonha de seus clientes mais pobres. São marcas que historicamente foram posicionadas para a elite e o consumidor que compra exclusividade pode não estar muito feliz com essa democratização do consumo”, disse Renato Meirelles, diretor do Data Popular. Meirelles não informa quais marcas procuraram o instituto. Mas diz que os rolezinhos aumentaram a procura. “Algumas empresas me procuraram dizendo ‘minha marca está virando letra de música, febre na periferia e não quero estar associado a esse pessoal’”, disse. Segundo Meirelles, antes de qualquer mudança, ele orienta a empresa a entender o motivo desse público procurar por sua marca. Além das empresas preocupadas com a associação, outras que viram o aumento da renda da classe C como uma grande oportunidade de negócio também consultaram o Data Popular para saber como atingir esse público. “Depois da consultoria, duas marcas ainda insistiram em se descolar da classe C, enquanto outras quatro quiseram entrar”, afirma Meirelles. Jovens da classe C têm renda maior do que classes A, B e D juntas Segundo levantamento do Data Popular, divulgado em janeiro, a renda total dos jovens pertencentes a esse segmento social é de R$ 129,2 bilhões, maior do que a soma das classes A, B e D juntas, de R$ 99,9 bilhões. Em 2013, na capital paulista, o consumo da periferia alcançou um valor duas vezes maior do que o consumo da região central: R$ 188,7 bilhões frente a R$ 87,53 bilhões. “A renda dos 25% mais pobres cresceu 44,9% nos últimos dez anos. A dos 25% mais ricos cresceu 12,8% no Brasil. Ou seja, a renda dos mais pobres cresce numa velocidade maior do que a dos mais ricos. Efetivamente esse cara está ganhando mais do que no passado, e isso vai para o consumo”, afirma Meirelles. NEUMAM, Camila. Marcas de grife têm vergonha de seus clientes mais pobres, diz Data Popular. Folha de S.Paulo, São Paulo, 3 fev. 2014. Fornecido por Folhapress. Disponível em: <http://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2014/02/03/marcas-de-grifetem-vergonha-de-clientes-mais-pobres-diz-data-popular.htm>. Acesso em: 24 nov. 2015.

1. Escolha o fato que desperta em você a vontade de comentá-lo, de transmitir sua visão sobre ele. Formule algumas ideias sobre ele: • Na minha opinião, esse fato... • Se eu estivesse nessa situação ou a presenciasse... • Ao saber disso...

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2. A partir de suas impressões, escreva a crônica. • Pense no tom que sua crônica vai ter: humorística, irônica, satírica, séria, se será mais crítica ou filosófica, provocando principalmente a reflexão do leitor. • Lembre-se de que a crônica não reproduz a realidade, mas uma visão pessoal dessa realidade, recriada pela capacidade lírica e ficcional do cronista.

Importante:  Independentemente do tom, a crônica pode apresentar trechos narrativos, descritivos e argumentativos.  Use recursos estilísticos e linguísticos, como a comparação, a metáfora e a ironia, segundo os objetivos pretendidos.  Organize as informações de acordo com a estrutura composicional geral da crônica: introdução, desenvolvimento e conclusão.  Empregue uma linguagem adequada ao público-alvo, com ocorrência de marcas de oralidade e registro mais informal, também segundo os objetivos pretendidos.  Escreva em 1a ou em 3a pessoa.  Dê um título à crônica.

II. Eu, cronista Revisando e reescrevendo o texto 1. Troque de texto com um colega. Leia-o e, em uma folha avulsa, escreva comentários sobre a crônica dele, de acordo com os aspectos a seguir. a) O tema da crônica revela um fato do cotidiano? b) É possível reconhecer a visão pessoal do autor sobre o tema? c) É possível identificar se o objetivo da crônica é sensibilizar o leitor, emocioná-lo ou levá-lo a uma reflexão sobre o(s) fato(s)? d) Há algo a sugerir para que o texto cumpra o objetivo a que se propõe? e) O texto está organizado segundo a estrutura introdução, desenvolvimento e conclusão? f) A linguagem aproxima o público-alvo do texto e apresenta recursos estilísticos e linguísticos segundo os objetivos pretendidos? 2. Ao concluir, entregue ao colega as observações feitas sobre o texto lido. A partir do que foi apontado, cada um deverá rever o texto, fazendo as correções necessárias. 3. Passe sua crônica a limpo.

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III. A coletânea Montando a coletânea Para a montagem final, será necessária a participação de três colegas. Eles ficarão responsáveis pelas seguintes tarefas. a) Fazer o sumário da coletânea, obedecendo à ordem alfabética, por autor ou pelo título – o que possibilita a comparação de diferentes pontos de vista sobre um mesmo assunto. b) Escrever o prefácio da coletânea: breve apresentação da obra para os leitores, contando do que ela trata, como foi o processo de escrita dos textos, quem são os autores e quem é o professor responsável. c) Criar a capa – ilustração, título, ano e a data de publicação – e ilustrar alguns textos com as imagens que deram origem a eles.

Getty Images/Brand X

Avaliem a possibilidade de fazer a leitura de algumas crônicas em outras classes, estimulando os leitores a buscarem a coletânea na biblioteca. Organizem uma agenda para anotar o nome e a data de entrega e de retorno da obra.

Avaliando a produção Avaliar-se é o melhor caminho para garantir o que se aprendeu e o que ainda falta aprender. Assim, preencha a tabela a seguir completando sua autoavaliação.

Autoavaliação As atividades realizadas ajudaram você a entender e reconhecer uma crônica? Você gostou de criar a crônica? Saber mais sobre a crônica despertou em você um novo olhar sobre os fatos cotidianos? A crônica que você escreveu para a coletânea possibilita aos leitores ampliar a percepção da realidade?

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O módulo 1 ponto a ponto É hora de relembrar Complete os espaços e construa uma síntese do que foi estudado neste módulo.

1. Complete o esquema a seguir com elementos característicos do gênero crônica. Crônica

Circula em

Crônica Finalidade: entreter o leitor e levá-lo a refletir sobre questões da sociedade e fatos do cotidiano.

Assuntos tratados

2. Complete o esquema indicando as classificações possíveis para as orações. assindética As orações podem ser classificadas como:

principal

O período composto tem duas ou mais orações, que podem ser independentes (coordenadas) ou com pelo menos uma dependendo sintaticamente da outra (subordinadas).

Calvin & Hobbes, Bill Watterson © 1987 Watterson / Dist. by Universal Uclick

3. Leia a tirinha e circule a conjunção adversativa.

4. Complete a definição a seguir. As orações reduzidas têm verbos nas formas nominais gerúndio ou

, .

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