Pedagógico 1

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Manual Pedagógico PROJETOS, OFICINAS, JOGOS E BRINCADEIRAS

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Júnia La Scala Arnaldo Rodrigues Margaret Presser Marília Centurión Sorel Silva

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Manual Pedagógico Júnia La Scala Teixeira

Licenciada em Matemática e em Pedagogia. Professora de Matemática no Ensino Fundamental e no Médio. Assessora de Metodologia da Matemática em escolas das redes pública e particular.

Arnaldo Bento Rodrigues

Bacharel em Ciências. Licenciado em Ciências, Matemática e Pedagogia. Assessor de Metodologia da Matemática em escolas das redes pública e particular.

Margaret Presser

Bacharel em Comunicação Social. Especialista em Educação Infantil e Mestre em Ciências da Comunicação. Quinze anos de experiência no trabalho de pesquisa e desenvolvimento de livros didáticos.

Marília Ramos Centurión

Bacharel e Licenciada em Matemática. Professora de Matemática no Ensino Fundamental e no Médio. Assessora de Metodologia da Matemática em escolas das redes pública e particular.

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Sorel Hernandes Lopes da Silva

Bacharel e Licenciada em Língua Portuguesa. Professora de Língua Portuguesa no Ensino Fundamental. Professora de Literatura no Ensino Médio.

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Vai começar a brincadeira – Manual Pedagógico – 1 Copyright © Júnia La Scala Teixeira, Arnaldo Bento Rodrigues, Margaret Presser, Marília Ramos Centurión, Sorel Hernandes Lopes da Silva, 2018 Diretora editorial adjunta Silvana Rossi Júlio Gerente editorial Natalia Taccetti Editora Luciana Pereira Azevedo Remião Editora assistente Thaís Albieri Assessoria Camila Eleutério Silvestre, Carla Daniela Araújo, Cecilia Bassarani Gerente de produção editorial Mariana Milani Coordenador de produção editorial Marcelo Henrique Ferreira Fontes Gerente de arte Ricardo Borges Coordenadora de arte Daniela Máximo Projeto gráfico e capa Bruno Attili Supervisora de arte Isabel Cristina Ferreira Corandin Editor de arte Eduardo Benetorio Diagramação Gabriel Basaglia Tratamento de imagens Ana Isabela Pithan Maraschin, Eziquiel Racheti Coordenadora de ilustrações e cartografia Marcia Berne Ilustrações Ilustra Cartoon Coordenadora de preparação e revisão Lilian Semenichin Supervisora de preparação e revisão Viviam Moreira Revisão Adriana Périco, Camila Cipoloni, Carina de Luca, Célia Camargo, Felipe Bio, Fernanda Marcelino, Fernanda Rodrigues, Fernando Cardoso, Heloisa Beraldo, Iracema Fantaguci, Paulo Andrade, Pedro Fandi, Rita Lopes, Sônia Cervantes, Veridiana Maenaka Supervisora de iconografia e licenciamento de textos Elaine Bueno Iconografia Rosely Ladeira Licenciamento de textos Érica Brambila Supervisora de arquivos de segurança Silvia Regina E. Almeida Diretor de operações e produção gráfica Reginaldo Soares Damasceno

1 2 3 4 5 6 7 8 9 Envidamos nossos melhores esforços para localizar e indicar adequadamente os créditos dos textos e imagens presentes nesta obra didática. No entanto, colocamo-nos à disposição para avaliação de eventuais irregularidades ou omissões de crédito e consequente correção nas próximas edições. As imagens e os textos constantes nesta obra que, eventualmente, reproduzam algum tipo de material de publicidade ou propaganda, ou a ele façam alusão, são aplicados para fins didáticos e não representam recomendação ou incentivo ao consumo.

Reprodução proibida: Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. Todos os direitos reservados à EDITORA FTD. Produção gráfica

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APRESENTAÇÃO O Manual Pedagógico Pré 1 da coleção Vai Começar a Brincadeira foi especialmente preparado para subsidiar o trabalho do professor, facilitando o planejamento das atividades com os alunos. Aqui o professor encontra uma valiosa coletânea de músicas, cantigas, adivinhas, parlendas, trava-línguas, quadrinhas e brincadeiras. O professor encontra, também, uma bibliografia bastante diversificada, uma discografia e uma relação de sites para apoiar seu trabalho, além de um CD com 55 músicas do cancioneiro popular, para serem trabalhadas em conjunto com as atividades propostas nesta coleção. Esperamos continuar fazendo parte da gostosa brincadeira de ensinar e aprender. Os autores

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SUMÁRIO I. O DESENVOLVIMENTO DE PROJETOS DE TRABALHO . . . . 6 1o projeto – Conhecendo o bairro em que fica a escola . . . . . . . . . . . . . . . 6 Passeio pelo bairro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6 Organizando um álbum coletivo de fotos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Conversando com as crianças . . . . . . . . . . Construindo a maquete do bairro . . . . . Explorando carimbos . . . . . . . . . . . . . . . . . 1) A própria mão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2) Rolha . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3) Tampa de frasco . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4) Esponja . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Explorando massinha de modelar

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2 projeto – Contando e recontando histórias . . . . . . . . . . . . . . 8 Oralmente ou por meio de bonecos . . . . 8 A lebre e a tartaruga . . . . . . . . . . . . . . . . . 9 Lendo histórias sem texto . . . . . . . . . . . . 11 o

II. JOGOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12 Triste-contente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12 Jogos de mãos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13 Baú mágico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13 Mímica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14 Pirulito que bate, bate . . . . . . . . . . . . . . . 14 Jogo do disparate . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15 Jogo da memória . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15 Pense rápido: da terra, do ar ou da água? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15

III. MÚSICAS E CANTIGAS POPULARES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16

1 – Músicas que exploram sons da natureza, sons de instrumentos musicais e composições clássicas . . . . . . . . . . . 17

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2 – Canções de ninar ou acalantos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18 3 – Músicas que exploram movimentos ajustados a um ritmo, à interação, à imitação e ao reconhecimento do corpo . . . 20 4 – Músicas que exploram diferentes formas de contagem. . . 23 5 – Músicas que exploram cuidados pessoais . . . . . . . . . . . . . . . 26 6 – Músicas que exploram temas de Ciências, História e Geografia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26 7 – Cantigas de roda ou cirandas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27 8 – Músicas que exploram os direitos da criança. . . . . . . . . . . . . . . 29 9 – Músicas que exploram outros temas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29

IV. ADIVINHAS, PARLENDAS, TRAVA-LÍNGUAS, QUADRINHAS E DITADOS POPULARES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42

1 – Adivinhas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42 Adivinhas sobre animais . . . . . . . . . . . . . 42 Adivinhas sobre letras do alfabeto e a escrita de palavras . . . . . . . . . . . . . . . 43 Adivinhas sobre plantas, flores e natureza . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45 Adivinhas sobre frutas e alimentos . . . 45 Adivinhas sobre coisas da rua ou do bairro. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46 Adivinhas sobre identidade e objetos da casa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47

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Adivinhas sobre partes do corpo humano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48 Adivinhas sobre calendário, tempo e relógio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48 Adivinhas sobre brinquedos e instrumentos musicais . . . . . . . . . . . . . . . 49 Adivinhas sobre cores . . . . . . . . . . . . . . . . 49 Adivinhas sobre temas diversos. . . . . . . 49 Adivinhas em forma de quadrinhas. . . 50

2 – Parlendas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51 Parlendas mnemônicas. . . . . . . . . . . . . . . 52 Jogos com parlendas. . . . . . . . . . . . . . . . . 54 1) Cadê o toucinho que “tava” aqui? . . . 54 2) Pra onde foram os pintinhos? . . . . . . 55 3 – Trava-línguas. . . . . . . . . . . . . . . . . 55 4 – Quadrinhas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57 5 – Ditados populares . . . . . . . . . . . 58 Ditados com ritmo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58 Ditados com rima . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59

V. BRINCADEIRAS POPULARES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59

1 – As fórmulas de escolha . . . . . . 59 2 – Cabra-cega . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60 3 – Jogo de bola com a parede . . . 61 4 – Pular corda . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61 5 – Cobrinha . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62 6 – Brincadeiras de roda ou ciranda . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62 A galinha do vizinho. . . . . . . . . . . . . . . . . 63 A linda rosa juvenil . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63 Tango-lo-mango . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64 A canoa virou . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64 7 – Dedinhos, onde estão? . . . . . . 65 8 – Pega-pega . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66

9 – Escravos de Jó . . . . . . . . . . . . . . . 66 10 – Quente ou frio . . . . . . . . . . . . . . 66 11 – Contas sem fim . . . . . . . . . . . . . . 67 12 – Já-quem-pô e Sobe-escada . . 67 13 – Morto-vivo . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68 14 – Lenço atrás . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68 15 – Boca de forno . . . . . . . . . . . . . . . 68 16 – Estátua . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69 17 – O mestre mandou . . . . . . . . . . . 69 18 – Passa-anel. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69 19 – Panelinha (ou violinha) . . . . . 70 20 – Seu Lobo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70 21 – Bom barquinho. . . . . . . . . . . . . . . 71

VI. DISCOGRAFIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72

O CD que acompanha o Manual Pedagógico da coleção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72 Indicação de outros CDs . . . . . . . . . 73

VII. SITES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 74 VIII. BIBLIOGRAFIA GERAL. . . . . . . 76

A – Poemas, contos e fábulas . . . 76 B – Folclore brasileiro . . . . . . . . . . . . 77 C – Jogos e brincadeiras. . . . . . . . . . 77 D – Livros para leitura dos alunos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 78 E – Livros pedagógicos em geral 78 F – Documentos oficiais. . . . . . . . . 80

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I. O DESENVOLVIMENTO DE PROJETOS DE TRABALHO Os projetos são conjuntos de atividades que trabalham com conhecimentos específicos construídos a partir de um dos eixos de trabalho que se organizam ao redor de um problema para resolver ou um produto final que se deseja obter. BRASIL. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil: introdução. Brasília, DF: MEC/SEF, 1998. v. 1, p. 57.

Mobilizar as crianças para um projeto é algo motivador para elas. Por isso, é importante informá-las dos objetivos do projeto que se pretende levar a efeito. Isso fará com que se sintam valorizadas, o que garante o envolvimento.

1o PROJETO − CONHECENDO O BAIRRO EM QUE FICA A ESCOLA Antes de iniciar o conjunto de atividades deste projeto, é importante conversar com os alunos, perguntando: “Vocês sabem o nome deste bairro?”; “E o nome da rua em que fica esta escola, vocês sabem?”. Pergunte se todos residem no mesmo bairro em que fica a escola. Se não souberem dizer, peça que perguntem em casa. Sugestões de atividades para este projeto:

Para este passeio, leve máquina fotográfica e decida com as crianças o que deve ser fotografado. Percorra a pé, com elas, a quadra ao redor da escola (ou redondezas). Convide os pais que puderem para participar do passeio. Vá chamando a atenção das crianças para particularidades das casas e do comércio das ruas. Chame a atenção também para as placas em que estão escritos os nomes das ruas, os números das casas, os sinais de trânsito e o que eles significam, os nomes dos estabelecimentos comerciais (PADARIA, RESTAURANTE, AÇOUGUE, SUPERMERCADO etc.). Se for possível, combine antes com algum comerciante uma visita ao estabelecimento comercial dele. No interior do estabelecimento comercial, se for o caso, chame a atenção dos alunos para as placas com ofertas, as marcas dos produtos, as etiquetas com preços e tudo mais que puder despertar no aluno a percepção de que existe um mundo escrito que precisa ser descoberto. Sugira aos pais que ajam da mesma forma, sempre que possível.

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PASSEIO PELO BAIRRO

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ORGANIZANDO UM ÁLBUM COLETIVO DE FOTOS Aproveite as fotos tiradas no passeio e outras que os alunos quiserem trazer (que tenham suas casas retratadas ou eles mesmos) para organizar, com eles, um álbum coletivo. Geralmente, os alunos residem no bairro em que a escola se situa. Eventualmente, podem ter fotos tiradas numa rua ou praça do bairro.

CONVERSANDO COM AS CRIANÇAS 1) Convide um morador da redondeza para conversar com as crianças sobre o bairro (como é morar no bairro, o que ele tem de bom e de ruim, o que poderia ser melhorado etc.). 2) Em outra ocasião, convide um comerciante do bairro para conversar com as crianças sobre o comércio da região.

CONSTRUINDO A MAQUETE DO BAIRRO Planeje com os alunos a confecção da maquete do bairro, usando caixas e embalagens.

EXPLORANDO CARIMBOS Use carimbos e brinque com os alunos de carimbar ou compor figuras. As figuras carimbadas podem ser usadas, por exemplo, para enfeitar a maquete do bairro. Veja algumas sugestões de carimbos, usando:

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1) A PRÓPRIA MÃO

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2) ROLHA

3) TAMPA DE FRASCO

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4) ESPONJA

EXPLORANDO MASSINHA DE MODELAR Usando uma receita simples de massinha de modelar, é possível sugerir aos alunos a construção de enfeites para a maquete (bonecos, números nas casas, bancos no jardim etc.). A receita é a seguinte: misture 2 copos de farinha de trigo, um copo de sal, meio copo de água e 2 colheres (sopa) de óleo. Amasse tudo até dar consistência. Para colorir a massinha, junte guache, anilina ou pó para suco de fruta.

2o PROJETO – CONTANDO E RECONTANDO HISTÓRIAS

ORALMENTE OU POR MEIO DE BONECOS

Conte e reconte para os alunos pequenas histórias. Uma história bem contada pode: • • • • •

inspirar ações positivas; proporcionar a compreensão de diferenças culturais; divulgar contos folclóricos de diferentes regiões do país; provocar a construção de novos conhecimentos pelos alunos; proporcionar diversão.

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Os alunos não se cansam de ouvir a mesma história. Quando recontamos uma história do interesse deles, estamos ajudando-os a compreender melhor as partes que não ficaram tão claras, a conhecer melhor os personagens e a fixar a sequência dos acontecimentos. A seguir, apresentamos algumas sugestões de técnicas para prender a atenção dos alunos enquanto você estiver contando uma história. Por exemplo, veja como você pode, com a participação dos alunos, contar a fábula A lebre e a tartaruga. O texto sugerido também pode ser dramatizado em teatrinho de bonecos. (Narre em ritmo mais rápido a parte que se refere à lebre.) Era uma vez uma lebre muito convencida que se considerava a melhor lebre do mundo. Vivia se gabando de como suas patas traseiras eram ligeiras e dizia que podia correr como o vento. (Quando disser “correr como o vento”, enriqueça a narração por meio da mímica, movimentando-se como se corresse, mas sem sair do lugar.) Certo dia, enquanto se vangloriava diante dos outros animais de ser capaz de correr mais rápido que qualquer outro animal, viu uma carapaça que estava no caminho. (Agora, narre em ritmo mais lento a parte a seguir, que se refere à tartaruga.) Devagarinho, saiu da carapaça uma cabeça; depois, saíram quatro patinhas bem curtas. Era uma tartaruga, que acabara de acordar e iniciou a sua caminhada. (Agora, em ritmo mais rápido.) Para provocar a tartaruga, a lebre disse: — Vejam só como é lenta a tartaruga! Mesmo caminhando, parece que está parada. Todos caíram na gargalhada, menosprezando a tartaruga. (Enriqueça a narração imitando diferentes risadas dos animais: agudas, grossas, breves, longas etc.) Com muita tranquilidade e calma, a tartaruga respondeu para a lebre: (Ritmo mais lento.) — Cada animal se movimenta no seu próprio ritmo. Mesmo caminhando lentamente, sempre chego aonde quero ir. Apontando para o final daquele caminho, a tartaruga acrescentou: — E, se você quer saber, poderia chegar ali antes de você, mesmo você sendo uma lebre tão rápida como diz. Ouvindo o que disse a tartaruga, a lebre caiu na gargalhada, quase morrendo de tanto rir. (Coloque as mãos na barriga imitando a risada da lebre.) (Ritmo mais rápido.) — Mas que besteira! Como você pode pensar que é mais rápida do que eu, uma autêntica lebre, de patas tão ligeiras? Enquanto corro como o vento... (Faça mímicas, movimentando-se como se corresse, mas sem sair do lugar.) ... você se arrasta... nem chega a sair do lugar! (Faça o som do arrastar da tartaruga, arrastando lentamente os sapatos no chão.) Para provar que sou o animal mais rápido, desafio você, tartaruga, para uma corrida amanhã, logo cedo. (Ritmo mais lento.)

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A LEBRE E A TARTARUGA

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— Aceito seu desafio e vou provar a todos que, mesmo sendo uma tartaruga, posso ganhar essa corrida. No dia seguinte, toda a bicharada compareceu para assistir à corrida entre a lebre, que era muito rápida, e a tartaruga, que andava muito, muito devagar. (Sempre que a narração permitir, abra espaço para que as crianças possam participar do “momento de contar histórias”. Pergunte a elas: “Que animais vocês acham que foram ver a corrida?”. Escreva na lousa, com letras maiúsculas tipo de imprensa, os nomes dos animais que as crianças disserem. Se possível, associe desenhos aos nomes dos animais para facilitar a construção de hipóteses na decifração do código escrito.) A corrida ia começar. A lebre e a tartaruga estavam na linha de partida. A raposa começa a contagem para dar a partida. (Convide as crianças a participar da contagem. Faça a contagem pausadamente, para que elas possam repetir.) Agora, repitam para contar junto com a raposa: — Cinco, quatro, três, dois, um... já! (Enquanto conta pausadamente, indique com os dedos os números que falar.) (Ritmo mais rápido.) Quando a raposa disse “Já!”, a lebre deu um salto e disparou na frente, levantando poeira. (Imite a tosse provocada pela poeira.) (Ritmo mais lento.) A tartaruga levantou uma patinha, depois a outra e, lentamente, seguiu pelo caminho. (Ritmo mais rápido.) Na frente, a lebre acenava provocando a tartaruga: — Tchau, dona tartaruga. Até a linha de chegada! (Imite os acenos feitos pela lebre.) (Faça uma pausa para explorar o interesse das crianças pela narração. Trabalhe com a expectativa e a antecipação do que elas acham que vai acontecer. Pergunte a uma das crianças: “Ei, Pedro, quem você acha que vai ganhar a corrida?”. Fale às demais: “Quem acha que a lebre vai ganhar a corrida, levante a mão... Agora, levante a mão quem acha que a tartaruga é que vai vencer”.) Quando a lebre já havia deixado a tartaruga bem para trás, parou e pensou: (Coloque o dedo indicador na cabeça com ar de pensativa.) — Já estou muito longe da tartaruga. Do jeito que ela caminha devagar, devagar, ainda vai demorar muito para me alcançar. Sabe de uma coisa? Vou aproveitar para descansar um pouco na sombra. Estou com um sono! (Bata com a mão na boca indicando sonolência. Feche os olhos por alguns segundos, fingindo que está dormindo.) (Ritmo mais lento.) Enquanto isso, lá atrás, a tartaruga, pouco a pouco, ia avançando pelo caminho. Lentamente, muito lentamente, movia uma pata após a outra. (Faça mímica movimentando as pernas e as mãos lentamente.)

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O tempo foi passando e, enquanto a lebre dormia, a tartaruga ia avançando lentamente, até que chegou ao lugar onde a lebre dormia. Silenciosamente ultrapassou a lebre, que continuou dormindo. (Coloque o dedo indicador na frente da boca para indicar silêncio.) A lebre dormia tão profundamente que chegava a roncar. (Imite por alguns segundos os roncos da lebre.) Quando finalmente a lebre acordou, levantou-se e olhou para trás, para ver se avistava a tartaruga. (Faça o gesto de quem procura avistar algo ao longe, colocando a mão na altura das sobrancelhas, como quem protege os olhos dos raios solares.) Como não a viu, disse para si mesma: — Aquela tartaruga é mais lenta do que eu pensava! Ela não vai conseguir chegar ao fim da corrida antes que anoiteça. Então, a lebre retornou ao caminho para continuar a corrida. Correu e correu. (Faça mímica movimentando as pernas e as mãos com rapidez.) Mas já era tarde demais. Quando estava próxima da linha de chegada, observou, surpresa, que a tartaruga havia vencido a corrida. (Faça cara de surpresa.) Sem acreditar no que via, a lebre gritou para a tartaruga: — Como? Quando? Onde foi que você me ultrapassou? Calma e lentamente, a tartaruga respondeu: (Ritmo mais lento.) — Passei à sua frente enquanto você dormia! Posso ser devagar, quase parando, mas, quando tenho algo a fazer, eu faço logo. Você, lebre, é muito rápida, mas dormiu antes de terminar a corrida. E eu, devagar, devagar, mas sem parar, consegui vencer. E foi assim que a lenta tartaruga venceu a lebre tão convencida. Fábula livremente adaptada pelos autores especialmente para a coleção.

Sugestão: • Solicite aos alunos que façam um desenho sobre a história que acabaram de conhecer. Peça que mostrem o desenho que fizeram e contem a história que ouviram para alguém de casa.

LENDO HISTÓRIAS SEM TEXTO Ótimo recurso para explorar a oralidade, os livros de histórias sem texto constituem um exemplo de comunicação sem o uso de palavras, utilizando-se apenas de imagens para transmitir mensagens. Constituem excelente meio para levar o aluno a construir a ideia de sequência de ações, preparando-o para as narrações. Escolha um livro de história infantil que contenha apenas ilustrações. Disponha os alunos sentados à sua frente, em forma de meia-lua, para que todos possam ver, sem dificuldades, as ilustrações do livro que você escolheu. Diga aos alunos: “Hoje vamos ler juntos um livro que não tem palavras escritas, tem apenas os desenhos das cenas”.

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Mostre a primeira cena do livro e fale: “Vejam, todos, como começa a nossa história.”; “Paulo, me diga o que aconteceu nesta cena.”. Vire a página e mostre a próxima cena, explorando-a com perguntas dirigidas aos alunos. Se for o caso, crie um certo suspense antes de virar a próxima página, perguntando a um dos alunos: “Ei, Ana, o que você acha que vai acontecer agora na história?”. A cada nova cena explore a interpretação oral dos alunos, motivando-os sempre com perguntas sobre o que eles observam. Ao final, pergunte se algum aluno gostaria de contar a história que acabaram de ver para os demais colegas. Avalie a participação dos alunos à medida que vão respondendo às perguntas. Alguns alunos precisam praticar com mais frequência este tipo de atividade para construir a ideia de sequência de ações em uma história. O site <http://ftd.li/ieh30f> explora histórias infantis sem o uso de textos. Há também a opção para ver a versão da mesma história com texto.

II. JOGOS No jogo, muito mais do que ganhar ou perder, o importante é brincar, divertir-se, relacionar-se com os competidores, combinar regras e cumpri-las – atitudes que devem ser valorizadas pelo professor. Além das propostas de trabalho com jogos apresentadas no decorrer de cada volume, acrescentamos aqui outras sugestões.

TRISTE-CONTENTE Combine com os alunos: — Quando eu falar “triste”, todos devem ficar com cara de tristeza. (Puxe com os dedos indicadores os cantos da boca para baixo, para mostrar a expressão “triste”.) — Quando eu falar “contente”, todos devem ficar com cara de alegria. (Empurre com os dedos indicadores os cantos da boca para cima, para mostrar a expressão “contente”.) Depois, repita pausadamente as palavras triste e contente em sequência e peça aos alunos que façam a mímica combinada: — Triste, contente, triste, contente, triste, triste, contente, contente... Aqueles que se enganarem devem sair do jogo. Os próprios alunos serão os juízes. Quando os alunos dominarem melhor o jogo, pode-se agilizar um pouco a repetição das palavras.

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JOGOS DE MÃOS São brincadeiras rítmicas ou melódicas tradicionais que integram texto e batimentos com as mãos. Podem ser jogadas em duplas, trios ou quartetos. • Um, dois, três, quatro Eu com as quatro, E eu com essa, Eu com aquela, E nós em cima, E nós por baixo. (Bis) • No Velho Oeste ele nasceu E entre bravos se criou Seu nome lenda se tornou Bat Masterson, Bat Masterson • Nós quatro, Eu e ela, Eu com outra, Nós em cima E nós por baixo. (Bis)

BAÚ MÁGICO Confeccione um baú de papelão. Dentro do baú — sem que os alunos vejam — coloque objetos variados que possam instigar a fantasia e criar suspense: boné, pião, fieira ou cordão de rodar pião, bolinhas de gude, livro infantil, chaveiro etc. 1) Mostre aos alunos o baú. Diga que o baú é mágico porque ele guarda histórias. Só que ele não conta as histórias, é lógico. A gente é que deve ir tirando as coisas de dentro dele e imaginando a história que ele contaria. 2) Retire os objetos um a um do baú mágico e vá questionando os alunos sobre o que foi retirado. Se começarmos pelo boné: “De quem será este boné? Será de um menino ou de uma menina?”. 3) Retire outro objeto e continue a montar a história. Por exemplo, se o objeto retirado for a fieira de rodar o pião: “Vejam agora o que saiu do baú: um cordão! O que será que o personagem está fazendo com este cordão?”. Se o objeto retirado for o pião: “Veja o que saiu do baú mágico: um pião. Será que o nosso personagem gosta de brincar de pião? Do que ele precisa para fazer o pião rodar?”. E assim por diante, o professor vai retirando um novo objeto do baú e trabalhando a história em conjunto com os alunos. Nesta fase, os jogos com histórias representam um forte elemento para despertar o gosto dos alunos pela leitura.

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MÍMICA Os alunos são divididos em dois grupos. Um grupo envia um representante ao outro grupo para ouvir a palavra escolhida. Por exemplo: elefante, televisão, árvore etc. De volta ao seu grupo, o representante tem 3 minutos, no máximo, para tentar, fazendo mímica, transmitir aos colegas a palavra que ouviu. Se o grupo acertar a palavra, marca 1 ponto. Depois, invertem-se as tarefas dos grupos. A cada rodada, troca-se o representante do grupo. Ganha o grupo que somar mais pontos. Proponha também o uso de temas. Por exemplo: mímica relativa a alimentos, a tipos de festas, a animais, a meios de transporte ou de comunicação.

PIRULITO QUE BATE, BATE Este jogo explora ritmo e melodia integrados a movimentos com as mãos. Peça aos alunos que formem duplas e sentem-se um de frente para o outro com as pernas cruzadas. Enquanto recitam, devem executar os movimentos descritos:

Pirulito que

Batem as palmas das mãos nos próprios joelhos.

bate, bate

Batem palmas no ar, duas vezes.

Pirulito que

Novamente, batem as palmas das mãos nos próprios joelhos.

Batem palmas no ar, uma vez.

bateu

Batem as palmas de encontro às do colega.

Quem gosta

Novamente, batem as palmas das mãos nos próprios joelhos.

de mim

Batem palmas no ar, uma vez.

é ela

Batem a palma direita com a palma direita do colega.

Quem

Batem palmas no ar, uma vez.

gosta

Batem a palma esquerda com a palma esquerda do colega.

dela

Batem palmas no ar, uma vez.

sou eu

Ao final, batem as palmas das mãos nos próprios joelhos.

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• Pirulito que bate, bate 35 Pirulito que já bateu Quem gosta de mim é ela Quem gosta dela sou eu

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JOGO DO DISPARATE É um jogo simples que explora situações disparatadas em que os alunos devem apontar os enganos cometidos pelos adultos. Peça aos alunos que prestem bastante atenção no que você irá dizer. Eles devem dizer se concordam ou não, corrigindo a frase que você disser. Por exemplo: Professor(a): — Cada pessoa tem 3 orelhas. Alunos: — Não! São 2 orelhas. (Indicando 2 com os dedos.) Professor(a): — A sala tem 4 janelas. Alunos: — Sim! São 4 janelas. (Indicando 4 com os dedos.) A brincadeira pode continuar, com situações disparatadas ou não.

JOGO DA MEMÓRIA 1) Construa 6 a 10 pares de cartas, cada par com uma mesma figura colada. 2) Organize grupos de 3 alunos. Oriente os alunos a colocar as cartelas viradas para baixo sobre a mesa e embaralhá-las. Peça que decidam a ordem de jogar. 3) Oriente cada aluno, na sua vez, a desvirar duas cartas. • Se as cartas forem iguais, forma-se um par. O aluno fica com as cartas e continua a jogar. • Se as cartas forem diferentes, não se forma par. O aluno deixa as cartas viradas para baixo no mesmo lugar e passa a vez para o próximo. 4) Ganha quem formar o maior número de pares. O jogo da memória pode ser adaptado para trabalhar com sólidos geométricos (cubo, paralelepípedo, pirâmide, cilindro, cone etc.), figuras geométricas planas (quadrado, retângulo, triângulo, círculo etc.) ou para trabalhar a associação de quantidades de elementos com o numeral correspondente.

PENSE RÁPIDO: DA TERRA, DO AR OU DA ÁGUA? Esta é uma brincadeira que motiva as crianças e permite verificar o que elas aprenderam nas aulas de Ciências, por exemplo, sobre temas como classificação de animais. Com os alunos sentados em círculo, dirija-se a um de cada vez, obedecendo ou não à sequência da roda, e diga “ar”, “terra” ou “água”. Quando você disser “ar”, o aluno deverá dizer o nome de um animal que voa; quando disser “terra”, o aluno deverá dizer o nome de um animal terrestre; e, quando disser “água”, deverá dizer o nome de um animal aquático. A regra básica é responder certo e depressa. Quem se enganar ou demorar a responder sairá do jogo. De vez em quando, pergunte aos alunos da roda se concordam com a resposta do colega. Dessa forma, poderá corrigir o engano de alguns alunos. Para que a brincadeira não fique monótona, faça uma rodada com todos e só continue a brincadeira se a turma mostrar interesse.

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III. MÚSICAS E CANTIGAS POPULARES A música é considerada fundamental na formação de futuros cidadãos desde a Grécia antiga, pois, além do poder de encantar e proporcionar distração, pode ser utilizada para transmitir conhecimentos de naturezas diversas. As canções populares constituem a mais viva expressão linguística de um povo. As letras das músicas, em sua simplicidade, servem de modelo para as crianças em processo de alfabetização, que, de maneira prazerosa, captam a estrutura das frases e do pensamento do povo do qual fazem parte, ao mesmo tempo em que se divertem com aspectos sonoros como os ritmos, as rimas, as aliterações etc., além das figuras de linguagem, tão ricas. Os textos das músicas ajudam as crianças a perceber que a língua oferece ao falante diversas possibilidades de expressar-se verbalmente. Assim, vão apropriando-se do vocabulário e combinando as palavras de acordo com os modelos que ouvem, para comunicar-se com o outro. Associadas à música estão a dança, as brincadeiras e os jogos com movimentos e gestos corporais, que devem constituir conteúdos para o trabalho com as crianças.

Os jogos, as brincadeiras, a dança e as práticas esportivas revelam, por seu lado, a cultura corporal de cada grupo social, constituindo-se em atividades privilegiadas nas quais o movimento é aprendido e significado. [...] As canções de ninar tradicionais, os brinquedos cantados e rítmicos, as rodas e cirandas, os jogos com movimentos, as brincadeiras com palmas e gestos sonoros corporais, assim como outras produções do acervo cultural infantil, podem estar presentes e devem se constituir em conteúdos de trabalho.

Ouvir música, aprender uma canção, brincar de roda, realizar brinquedos rítmicos, jogos de mãos etc., são atividades que despertam, estimulam e desenvolvem o gosto pela atividade musical, além de atenderem a necessidades de expressão que passam pela esfera afetiva, estética e cognitiva. BRASIL. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil: Conhecimento de mundo. Brasília, DF: MEC/SEF, 1998. v. 3, p. 19, 48 e 58.

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[...]

A seguir, apresentamos letras de várias cantigas do folclore brasileiro, para que o professor possa utilizar no seu trabalho com os alunos. Com caráter didático, as letras foram agrupadas de acordo com o tema de que tratam ou com o assunto que encerram.

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1 – MÚSICAS QUE EXPLORAM SONS DA NATUREZA, SONS DE INSTRUMENTOS MUSICAIS E COMPOSIÇÕES CLÁSSICAS

Representar experiências observadas e vividas por meio do movimento pode-se transformar numa atividade bastante divertida e significativa para as crianças. Derreter como um sorvete, flutuar como um floco de algodão, balançar como folhas, correr como um rio, voar como uma gaivota, cair como um raio etc., são exercícios de imaginação e criatividade que reiteram a importância do movimento para expressar e comunicar ideias e emoções.

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Este tipo de música é relaxante e pode ser utilizado em atividades que explorem a concentração e a meditação. É possível também trabalhar a expressão corporal com jogos e brincadeiras que estimulam a imaginação e a criatividade em conjunto com as músicas que exploram sons da natureza.

BRASIL. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil: Conhecimento de mundo. Brasília, DF: MEC/SEF, 1998. p. 33-34.

Veja algumas sugestões de músicas deste tipo: 1) “Passarinho”, música que aparece no CD Meu pé, meu querido pé, de Hélio Ziskind. Essa música apresenta, em forma de brincadeira, o som de 28 instrumentos musicais, para que os alunos, a ouvindo, identifiquem os diferentes instrumentos. 2) Composições de Bach adaptadas para crianças, do CD Classics for babies – Bach, coordenado por Oswaldo Biancardi. Essas adaptações de composições clássicas podem ser apreciadas pelos alunos enquanto desenvolvem atividades livres, como pintura, dança, meditação etc. Dessa forma, o aluno desenvolve, desde cedo, o prazer da escuta e a capacidade de reconhecer, pela análise e observação, a música como organização de som e silêncio. As crianças podem perceber, sentir e ouvir, deixando-se guiar pela sensibilidade, pela imaginação e pela sensação que a música lhes sugere e comunica. Poderão ser apresentadas partes de composições ou peças breves, danças, repertório da música chamada descritiva (Gênero musical por meio do qual o compositor procura descrever imagens ou cenas valendo-se de timbres, temas e ideias musicais), assim como aquelas que foram criadas visando à apreciação musical infantil (Grande exemplo é a obra Pedro e o lobo, do compositor russo Prokofiev, que, por meio dos timbres da orquestra, conta aventuras do menino Pedro para capturar o lobo.) BRASIL. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil: Conhecimento de mundo. Brasília, DF: MEC/SEF, 1998. v. 3, p. 65.

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A música O pastorzinho, do cancioneiro popular, é um exemplo de música que trabalha as quatro notas musicais dó, ré, mi e fá. • O pastorzinho

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Havia um pastorzinho Que andava a pastorear Saiu de sua casa E pôs-se a cantar

Chegando ao palácio A rainha lhe falou Dizendo ao pastorzinho Que seu canto lhe agradou.

Refrão: Dó, ré, mi, fá, fá, fá, Dó, ré, dó, ré, ré, ré. Dó, sol, fá, mi, mi, mi, Dó, ré, mi, fá, fá, fá.

• No arraial da bicharada (Folclore brasileiro) Pulga toca flauta, perereca, violão. Piolho pequenino também toca rabecão.

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• Meu sininho 55 (Frère Jacques, popular francesa) Meu sininho, meu sininho, Meu sinão, meu sinão, Bate de mansinho, Bate de mansinho, Dim, dem, dão, Dim, dem, dão...

54 Lá vem a dona pulga vestidinha de balão. Dando o braço ao piolho na entrada do salão.

Já foi convidada para grande festival. No arraial da bicharada, esta orquestra sem igual.

2 – CANÇÕES DE NINAR OU ACALANTOS Os acalantos e os chamados brincos são as formas de brincar musical característicos da primeira fase da vida da criança. Os acalantos são entoados pelos adultos para tranquilizar e adormecer bebês e crianças pequenas; os brincos são as brincadeiras rítmico-musicais com que os adultos entretêm e animam crianças [...] BRASIL. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil: Conhecimento de mundo. Brasília, DF: MEC/SEF, 1998. v. 3, p. 71.

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As canções de ninar ou acalantos apresentam várias versões por conta de influências culturais. Observe as semelhanças entre as letras de algumas delas: • Bicho-papão Bicho-papão Sai de cima do telhado Deixa o menino Dormir sossegado

• Cantiga da Cuca Dorme, nenê. Que a cuca vem pegá. Papai foi na roça Mamãe volta já.

Obs.: Em outra versão da Cantiga da Cuca o verso “Mamãe volta já” é substituído por ”Mamãe, no cafezá”. • Boi da cara preta

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Boi, boi, boi Boi da cara preta Pega este menino Que tem medo de careta Não, não, não Não pega ele, não Ele é bonitinho Ele chora, coitadinho

Boi, boi, boi Boi do Piauí Pega este menino Que não quer dormir Boi, boi, boi Boi do meu sertão Pega este menino Pra levar no teu surrão

• Bicho-papão (Folclore capixaba) Bicho-papão Saia do telhado Deixe este menino Dormir sossegado Bacia de ouro Lavada com sabão

ILUSTRAÇÕES: ILUSTRA CARTOON

• Desce, desce, gatinho (Folclore cearense) Desce, gatinho De cima do telhado Para eu ver se meu filhinho Dorme um sono sossegado Desce, gatinho De cima desse muro Para eu ver se meu filhinho Dorme um sono bem seguro Desce, gatinho Larga de tanto tropel Para eu ver se meu filhinho Sonha com Mamãe do Céu…

Lave este menino E vista o seu roupão Toalha de ouro Bordada com filó Enxugue este menino E leve pra vovó

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CA R

TO ON

• Tutu-Marambaia Tutu-Marambaia vai-te embora Sai de cima do telhado Deixa o menino dormir O seu soninho sossegado • Murucututu* (Dorme, nenê, de Belém, Pará)

A STR ILU

Murucututu da beira do telhado. Murucututu da beira do telhado. Vem comer este menino que ainda [está acordado. Vem comer este menino que ainda [está acordado.

ST ILU S: E ÇÕ

RA

• Tutu-Marambá **Tutu-Marambá, Não venhas mais cá, Que o pai do menino Te manda matar.

• Dorme, nenê Dorme, nenê, Que um anjo em sonho vem. Papai foi à roça, Mamãe logo vem.

• Vai-te, papão Vai-te, papão, Vai-te embora De cima desse telhado, Deixa dormir o(a) menino(a) Um soninho descansado

• Aranha tatanha Aranha tatanha, Aranha tatinha, Tatu é que arranha A tua casinha.

• Vai-te, Cuca Vai-te, Cuca, sai daqui Para cima do telhado, Deixa dormir o(a) menino(a) O seu sono sossegado

3 – MÚSICAS QUE EXPLORAM MOVIMENTOS AJUSTADOS A UM RITMO, À INTERAÇÃO, À IMITAÇÃO E AO RECONHECIMENTO DO CORPO Brincadeiras que envolvam o canto e o movimento, simultaneamente, possibilitam a percepção rítmica, a identificação de segmentos do corpo e o contato físico. A cultura popular infantil é uma riquíssima fonte na qual se pode buscar cantigas e brincadeiras de cunho afetivo nas quais o contato corporal é o seu principal conteúdo [...]. BRASIL. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil: Conhecimento de mundo. Brasília, DF: MEC/SEF, 1998. v. 3, p. 30.

* Do tupi murukutu’tu, murucututu é o nome de uma ave da América do Sul, a qual se alimenta de outras aves e de mamíferos, sobretudo roedores. (Variantes: murucutu, coruja-do-mato, mocho-mateiro, corujão, corujão-orelhudo.) ** Do quimbundo kitu’tu, a palavra tutu é sinônimo de papão, monstro imaginário com que se faz medo às crianças. (Sinônimos: bicho-papão, coco(ô), papa-gente e (bras.) cuca, coca, papa-figo, tutu, bitu, boitatá, manjaléu, mumuca.)

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• Piuí, piuí, piuí

43 Eu sou a máquina E vocês são os vagões E os passageiros São os nossos corações

Piuí, piuí, piuí Coloca a mão no meu ombro Piuí, piuí, piuí Não deixe o trem descarrilar

• Repiu, piu, piu

9 Repiu, piu, piu Repiu, piu, piu Repiu, piu, piu Piu, piu, piu, piu

Repiu, piu, piu Canta o passarinho Canta o passarinho Mal o sol surgiu

• Cabeça, ombro, perna e pé Cabeça, ombro, perna e pé Perna e pé. Cabeça, ombro, perna e pé Perna e pé.

• Pezinho 45 (Música tradicional gaúcha) Ai, bota aqui, ai, bota ali O teu pezinho, O teu pezinho bem juntinho Com o meu. Ai, bota aqui, ai, bota ali O teu pezinho, O teu pezinho, o teu pezinho Ao pé do meu. E depois não vá dizer

18 Olhos, orelhas, boca e nariz Cabeça, ombro, perna e pé Perna e pé.

que você já me esqueceu. (Bis) E no chegar desse teu corpo Um abraço quero eu. (Bis) Agora que estamos juntinhos Dá cá um abraço e um beijinho. (Bis)

• Caranguejo não é peixe 17 (Cantiga recolhida no antigo estado da Guanabara) Caranguejo não é peixe Caranguejo não é peixe Caranguejo peixe é Caranguejo peixe é Caranguejo só é peixe Caranguejo só é peixe Na enchente da maré. Na vazante da maré. Refrão: Palma, palma, palma Pé, pé, pé Roda, roda, roda Caranguejo peixe é.

Obs.: Existe outra versão que inclui a palavra “ora” nos três versos do refrão.

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Os alunos, de mãos dadas, giram em roda cantando a primeira parte da música. Ao terminarem a primeira parte, param de girar e soltam as mãos dos colegas. Inicia-se então a segunda parte da música, acompanhando-se a letra com os seguintes movimentos: Palma, palma, palma (batem palmas três vezes) Pé, pé, pé (batem três vezes com o pé direito no chão) Roda, roda, roda (giram com o corpo uma volta completa sem sair do lugar) Caranguejo peixe é.

• A cobra não tem pé

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A cobra não tem pé A cobra não tem mão Como é que a cobra sobe no pezinho de limão?

• A janelinha

Ela vai se enrolando Vai, vai, vai Vai se enrolando no pezinho de limão.

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A seguir, voltam a formar a roda de mãos dadas para cantar a última parte da música.

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A janelinha fecha Quando está chovendo A janelinha abre Quando o sol está aparecendo Fechou, abriu Fechou, abriu, fechou

O guarda-chuva abre Quando está chovendo O guarda-chuva fecha Quando o sol está aparecendo Abriu, fechou Abriu, fechou, abriu

Veja outra versão: A janelinha fecha Quando está chovendo A janelinha abre Quando o sol está aparecendo Pra cá, pra lá Pra cá, pra lá, pra cá

• Bata palmas

O guarda-chuva abre Quando está chovendo O guarda-chuva fecha Quando o sol está aparecendo Pra cá, pra lá Pra cá, pra lá, pra cá

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Se você está contente, bata palmas Se você está contente, bata palmas Se você está contente E quer mostrar a toda gente Se você está contente, bata palmas

Se você está contente, dê risadas Se você está contente, [dê risadas Se você está contente E quer mostrar a toda gente Se você está contente, dê risadas

Se você está contente, bata o pé Se você está contente, bata o pé Se você está contente E quer mostrar a toda gente Se você está contente, bata o pé

Se você está contente, grite “viva” Se você está contente, grite “viva” Se você está contente E quer mostrar a toda gente Se você está contente, grite “viva”

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• Sítio do seu Lobato 34 Seu Lobato tinha um sítio Ia, ia, ô! E no seu sítio tinha um cachorrinho Ia, ia, ô! Era au, au, au pra cá Era au, au, au pra lá Era au, au, au pra todo lado Ia, ia, ô! Seu Lobato tinha um sítio Ia, ia, ô! E no seu sítio tinha uma vaquinha Ia, ia, ô! Era mu, mu, mu pra cá Era mu, mu, mu pra lá Era mu, mu, mu pra todo lado Ia, ia, ô!

• Na ponte da Vinhaça Lá na ponte da Vinhaça Todo mundo passará. (Bis) As lavadeiras fazem assim, As lavadeiras fazem assim, Assim, assim, Assim, assim, Assim, assim.

Seu Lobato tinha um sítio Ia, ia, ô! E no seu sítio tinha um gatinho Ia, ia, ô! Era miau, miau, miau pra cá Era miau, miau, miau pra lá Era miau, miau, miau pra todo lado Ia, ia, ô! Seu Lobato tinha um sítio Ia, ia, ô! E no seu sítio tinha um pintinho Ia, ia, ô! Era piu, piu, piu pra cá Era piu, piu, piu pra lá Era piu, piu, piu pra todo lado Ia, ia, ô! As bordadeiras fazem assim, Assim, assim, Assim, assim, Assim, assim.

Lá na ponte da Vinhaça Todo mundo passará. (Bis) As bordadeiras fazem assim,

Lá na ponte da Vinhaça Todo mundo passará. (Bis) Os catadores de coco fazem assim, Os catadores de coco fazem assim, Assim, assim, Assim, assim, Assim, assim.

Obs.: A cantiga continua com outros trabalhadores: costureiras, carpinteiros, pescadores, cozinheiras, sapateiros etc.

4 – MÚSICAS QUE EXPLORAM DIFERENTES FORMAS DE CONTAGEM Diversas ações intervêm na construção dos conhecimentos matemáticos, como recitar a seu modo a sequência numérica, fazer comparações entre quantidades e entre notações numéricas e localizar-se espacialmente. Essas ações ocorrem fundamentalmente no convívio social e no contato das crianças com histórias, contos, músicas, jogos, brincadeiras etc. BRASIL. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil: Conhecimento de mundo. Brasília, DF: MEC/SEF, 1998. v. 3, p. 213.

• O meu chapéu 6 O meu chapéu tem 3 pontas Tem 3 pontas o meu chapéu

Se não tivesse 3 pontas Não seria o meu chapéu

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Os alunos formam uma roda, sem dar as mãos, para cantar a música enquanto cada um no seu lugar faz a mímica correspondente: O meu chapéu (entrelaça os dedos das duas mãos, colocando-as na cabeça para representar o chapéu) tem 3 pontas (mostra a mão direita com 3 dedos levantados e 2 abaixados) Tem 3 pontas (mostra a mão esquerda com 3 dedos levantados e 2 abaixados) o meu chapéu (entrelaça novamente os dedos das duas mãos, colocando-as na cabeça) Se não tivesse 3 pontas (mostra uma das mãos com 3 dedos levantados e 2 abaixados) Não seria o meu chapéu (entrelaça novamente os dedos das duas mãos, colocando-as na cabeça) Em outra versão da brincadeira, ao repetirem a letra da música pela segunda vez, os alunos devem omitir a palavra chapéu, realizando apenas a mímica correspondente. Ao repetirem a letra pela terceira vez, omitem as palavras chapéu e pontas, apenas realizando as mímicas correspondentes a essas duas palavras. Continua-se repetindo a música até que as outras palavras sejam substituídas pelas mímicas. Os alunos que, por engano, pronunciarem as palavras que devem ser omitidas saem da roda e aguardam o início de uma nova brincadeira. 13 Bota cinco, Bota seis, Bota sete, Bota oito, Bota nove, Bota dez!

• Indiozinhos 52 Um, dois, três indiozinhos Quatro, cinco, seis indiozinhos Sete, oito, nove indiozinhos Dez num pequeno bote Vinham navegando pelo rio abaixo • Um, dois, feijão com arroz Um, dois, feijão com arroz Três, quatro, feijão no prato Cinco, seis, bolo inglês Veja outras variantes: Um, dois, feijão com arroz Três, quatro, farinha no prato Cinco, seis, chegou minha vez Sete, oito, de comer biscoito Nove, dez, de comer pastéis.

• Chinês 11 Tchim, tchim, tchim, tchim Tchim, tchim, tchim, tchim Tchim, tchim, tchim Um, dois, três

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• A galinha do vizinho A galinha do vizinho Bota ovo amarelinho. Bota um, Bota dois, Bota três, Bota quatro,

Quando o jacaré se aproximou E o pequeno bote dos indiozinhos Quase, quase virou Mas não virou!

12 Sete, oito, comer biscoito Nove, dez, comer pastéis

Um, dois, feijão com arroz Três, quatro, feijão no prato Cinco, seis, molho inglês Sete, oito, comer biscoito Nove, dez, comer pastéis Quatro, cinco, seis Olha os olhos do chinês O seu nome é ChimChamChem Veja como ele dança bem

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Refrão: Se você me der um cravo, Ou uma rosa em seu botão. Ou uma rosa em seu botão. Se você me der seus olhos, Se você me der seus olhos, Eu lhe dou meu coração. Eu lhe dou meu coração.

Lá se vê a lua saindo, Oh! que lume que ela tem! Nem é lua, nem é nada; São os olhos do meu bem. Sete e sete são catorze, Com mais sete, vinte e um: Tenho muitos que me querem Mas eu gosto só de um. ILUSTRAÇÕES: ILUSTRA CARTOON

• Bota o navio no mar (Folclore nordestino) Anda roda, ó gente, oi, siu, siu, siu! Vamos vadiar, oi, siu, siu, siu! Se meu bem quiser me ver, oi, siu, [siu, siu! Bota o navio no mar, oi, siu, siu, siu!

• A carrocinha (Cantiga recolhida no antigo estado da Guanabara) A carrocinha pegou Três cachorros de uma vez. A carrocinha pegou Três cachorros de uma vez. Tá, rá, rá, que gente é essa? Tá, rá, rá, que gente má! • Tango-lo-mango*

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Era uma velha que tinha nove filhas Foram todas fazer biscoito. Deu o tango-lo-mango numa delas E das nove ficaram oito. Essas oito, meu bem, que ficaram Foram todas jogar confete. Deu o tango-lo-mango numa delas E das oito ficaram sete. Essas sete, meu bem, que ficaram Foram todas aprender francês. Deu o tango-lo-mango numa delas E das sete ficaram seis. Essas seis, meu bem, que ficaram Foram todas comprar um brinco. Deu o tango-lo-mango numa delas E das seis ficaram cinco. Essas cinco, meu bem, que ficaram Foram todas pintar um quadro.

Deu o tango-lo-mango numa delas E das cinco ficaram quatro. Essas quatro, meu bem, que ficaram Foram todas jogar xadrez. Deu o tango-lo-mango numa delas E das quatro ficaram três. Essas três, meu bem, que ficaram Foram todas correr as ruas. Deu o tango-lo-mango numa delas E das três ficaram duas. Essas duas, meu bem, que ficaram Foram ambas pra Inhaúma. Deu o tango-lo-mango numa delas E das duas ficou só uma. Essa uma, meu bem, que ficou Foi parar na correção. Deu o tango-lo-mango, ai, nela! E acabou-se a geração.

Obs.: No estado de São Paulo canta-se tango-surupango, no lugar de tango-lo-mango. * Tanglomanglo e a forma paralela tangolomango, nome usado popularmente para designar doença ou mal, deram origem aos termos: tangoronomango, tango-lo-mango e tango-surupango, que aparecem nas cantigas.

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• A maré encheu A maré encheu, A maré vazou, Os cabelos da morena O riacho carregou. (Bis) Sete e sete são catorze, Três vezes sete, vinte e um; Tenho sete namorados, Não me caso com nenhum. Em cima daquela serra Há um velho gaioleiro; Quando vê moça bonita, Faz gaiola sem poleiro. A maré encheu, A maré vazou, Os cabelos da morena

• Trem de ferro 22 O trem de ferro Quando sai de Pernambuco Vai fazendo chic, chic Até chegar no Ceará. Rebola um, rebola dois, rebola três Eu também sou da família Também posso rebolar.

O riacho carregou. (Bis) Sete e sete são catorze, Três vezes sete, vinte e um; Tenho sete namorados, Não me caso com nenhum. Em cima daquela serra Há um velho relojoeiro; Quando vê moça bonita, Faz relógio sem ponteiro. A maré encheu, A maré vazou, Os cabelos da morena O riacho carregou. (Bis)

Rebola bola Você diz que dá, que dá Você diz que dá na bola Mas na bola você não dá. Rebola pai, rebola mãe, rebola filho Eu também sou da família Também quero rebolar.

• Meu lanchinho 3 Meu lanchinho, meu lanchinho Vou comer, vou comer Pra ficar fortinho, pra ficar fortinho E crescer! E crescer!

• O sapo não lava o pé 10 O sapo não lava o pé Não lava porque não quer Ele mora lá na lagoa Não lava o pé Porque não quer Mas que chulé!

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5 – MÚSICAS QUE EXPLORAM CUIDADOS PESSOAIS

6 – MÚSICAS QUE EXPLORAM TEMAS DE CIÊNCIAS, HISTÓRIA E GEOGRAFIA • Cant’as mangueiras (Modinha baiana) Cant’as mangueiras com mares goiaba, cajus, mangaba, açafrô, juá. Pitanga, coco, araçá, peroba, umbu, pacova, girimum, cajás. Olinda areia, terra de Sant’ana. Uruguaiana Zabeletiu. Xexéus encontro, já comi graúnas, as araúnas, juritis, nambus.

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• Cai, chuva! 31 (Folclore nordestino) Chegou o inverno, Foi-se o verão. Vamos trabalhar. Plantar algodão. Cai, chuva, Cai lá do céu! Cai, chuva, No meu chapéu! (Bis)

Está tudo verde, Arroz cacheado, A lagoa cheia, Os sapos coaxando. Inda está chovendo, Enchendo a ribeira. A graúna canta Na carnaubeira.

• Zum, zum, zum 40 (Coreto brinde típico de Diamantina, Minas Gerais) Zum, zum, zum Lá no meio do mar! (Bis) É o vento que nos atrasa, É o vento que nos atrasa, É o mar que nos atrapalha Para no porto chegar. Para no porto chegar. • Peixe vivo 32 (Brinde do centro e do norte de Minas Gerais) Como pode o peixe vivo Viver fora da água fria? (Bis) Como poderei viver? Como poderei viver? Sem a tua, sem a tua, Sem a tua companhia? (Bis) Os pastores desta aldeia Já me fazem zombaria. (Bis) Por me ver assim chorando.

Por me ver assim chorando. Sem a tua, sem a tua, Sem a tua companhia. (Bis) O rio de São Francisco Corre água noite e dia. (Bis) Só o tempo é que não corre. Só o tempo é que não corre. Sem a tua, sem a tua, Sem a tua companhia. (Bis)

• Atirei o pau no gato (Versão tradicional) Atirei o pau no gato-to Mas o gato-to Não morreu-reu-reu

26 Dona Chica-ca Admirou-se-se Do berro, do berro Que o gato deu MIAU!

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7 – CANTIGAS DE RODA OU CIRANDAS

Os alunos, de mãos dadas, giram em roda cantando e saltitando. Ao dizerem “Miau”, param de girar e abaixam-se, terminando a brincadeira de cócoras.

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• Não atire o pau no gato Não atire o pau no gato-to Porque isso-so Não se faz-faz-faz O gatinho-nho

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O cravo brigou com a rosa Debaixo de uma sacada. O cravo saiu ferido E a rosa, despedaçada.

• Teresinha de Jesus

O cravo ficou doente. A rosa foi visitar. O cravo teve um desmaio E a rosa pôs-se a chorar.

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• O cravo e a rosa

É nosso amigo-go Não se deve Maltratar os animais Miau!

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Teresinha de Jesus Deu uma queda e foi ao chão Acudiram três cavalheiros Todos três chapéu na mão O primeiro foi seu pai O segundo, seu irmão

O terceiro foi aquele Que a Teresa deu a mão Da laranja quero um gomo Do limão quero um pedaço Da menina mais bonita Quero um beijo e um abraço

Em outra versão, a palavra “menina” é substituída por “morena”. Obs.: Inicialmente os alunos escolhem quem será a Teresinha de Jesus, o pai, o irmão e o namorado. Enquanto os outros alunos giram em roda cantando a música, os personagens encenam os dizeres da música no centro da roda. A última estrofe é cantada pela Teresinha de Jesus para escolher quem será a próxima Teresinha. • Ciranda, cirandinha Ciranda, cirandinha, Vamos todos cirandar Vamos dar a meia-volta Volta e meia vamos dar O anel que tu me deste Era vidro e se quebrou

O amor que tu me tinhas Era pouco e se acabou Por isso, dona Maria, Faz favor de entrar na roda Diga um verso bem bonito Diga adeus e vá-se embora

Em outra versão, acrescenta-se a estrofe a seguir: Quem me dera, quem me dera Um cavalinho de vento Para dar um galopinho Onde está meu pensamento

Os alunos, de mãos dadas, giram em roda cantando a música. Ao terminarem a última estrofe, a roda para de girar, e o aluno que teve o nome citado se dirige ao centro da roda para recitar um verso; em seguida, escolhe outro aluno da roda para recitar um verso e assim por diante, até que todos recitem um verso. Esta brincadeira de roda é uma ótima atividade para explorar a apresentação oral de quadrinhas pelos alunos.

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• Você gosta de mim? Você gosta de mim, ó Fulana? Eu também de você, ó Fulana. Vou pedir a seu pai, ó Fulana, Pra casar com você, ó Fulana. Se ele disser que sim, ó Fulana, Tratarei dos papéis, ó Fulana.

Se ele disser que não, ó Fulana, Morrerei de paixão, ó Fulana. Palma, palma, palma, ó Fulana, Pé, pé, pé, ó Fulana, Roda, roda, roda, ó Fulana, Escolha a que quiser, ó Fulana.

8 – MÚSICAS QUE EXPLORAM OS DIREITOS DA CRIANÇA Para trabalhar o tema direitos da criança, propomos, como referência, os seguintes CDs: • Brincando e aprendendo. CD que acompanha a revista 100% criança, Criança Feliz, 1999. • Canção dos direitos da criança. Músicas de Toquinho e Elifas Andreato, Movieplay do Brasil.

9 – MÚSICAS QUE EXPLORAM OUTROS TEMAS 15

• Pintor de Jundiaí

Tim, tim, tim Quem bate aí? Sou eu, minha senhora, O pintor de Jundiaí

Lá embaixo Quero um pé de laranjeira Só para alegrar O coração da cozinheira

Pode entrar e se sentar Conforme as pinturas Nós iremos conversar

No portão Quero sete cachorrões Só para assustar A cara feia dos ladrões

Lá em cima Quero tudo bem pintado Só para as mocinhas De sapato envernizado

• Capelinha de melão

Tim, tim, tim Já deu seis horas Adeus, minha senhora, O pintor já vai embora

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Capelinha de melão É de São João É de cravo, é de rosa É de manjericão

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Cai, cai, balão! Cai, cai, balão! Aqui na minha mão.

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• Cai, cai, balão!

São João está dormindo Não acorda, não Acordai, acordai Acordai, João Não cai, não! Não cai, não! Não cai, não! Cai na rua do sabão.

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Aproveita, moçada! Dez tostões não é nada! Sentadinho na bancada! Pra ver a namorada! E a criança que chora? É que qué mamá. E a mulhé que namora? É que qué casá. Mas o palhaço, o que é? É ladrão de mulhé. E o palhaço, o que é? É ladrão de mulhé. E o palhaço, quem foi? Foi ladrão de boi. Papai, mamãe, venham ver titia Tomando banho de água fria. Papai, mamãe, venham ver vovó Tomando banho de água só. Papai, mamãe, venham ver Loló Tomando vinho com pão de ló.

Hoje tem forrobodó? Tem, sim, sinhô. É na casa da vó? É na sua, é na sua. Hoje tem arrelia? Tem, sim, sinhô. É de perna de pau? É de blau-blau-blau. Oh raio, oh sol, suspende a lua! Olha o palhaço no meio da rua! E o palhaço, o que é? É ladrão de mulhé! Viva a rapaziada sem ceroulas! Vivaaaa!.... Hoje tem lengo-lengo? Tem, sim, senhor. É no tambor de leite? É, sim, senhor. E o paiaço o que é? É ladrão de muié. E o paiaço o que é? É ladrão de muié. Olê-lê, seu Tomás, Vai pra frente, vai pra trás. Olê-lê, dona Chica, Remexe a canjica. Olê-lê, seu Botelho, Mexe o joelho. [...]

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• Hoje tem espetáculo? (Chula anônima) Hoje tem espetáculo? Tem, sim, sinhô. É às oito da noite? É, sim, sinhô. Hoje tem marmelada? Tem, sim, sinhô. Hoje tem goiabada? Tem, sim, sinhô. É de noite? É de dia? É, sim, sinhô.

E a moçada na janela? Tem cara de panela. [...]

Obs. 1: Chula é uma música composta de perguntas e respostas cantadas pelos palhaços. Obs. 2: A grafia de algumas palavras, na letra dessa música, não obedece à norma culta, buscando reproduzir a forma como costumam ser pronunciadas. O mesmo ocorre em várias outras letras de música compiladas neste manual.

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• Marinheiro só

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Ah, eu não sou daqui Marinheiro só Eu não tenho amor Marinheiro só Eu sou da Bahia Marinheiro só De São Salvador Marinheiro só

Foi o tombo do navio? Marinheiro só Ou foi o balanço do mar? Marinheiro só Lá vem, lá vem Marinheiro só Como ele vem faceiro Marinheiro só Todo de branco Marinheiro só Com seu bonezinho Marinheiro só

Ô marinheiro, marinheiro Marinheiro só Quem te ensinou a navegar? Marinheiro só

• A barata Havia uma barata Na careca do vovô Assim que ela me viu Bateu asas e voou

• Cala a boca, cachorrinho

Seu Joaquim, quim-quim Da perna tor-ta-tá Dançando val-sa-sá Com a Marico-ta-tá

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Cachorrinho está latindo Lá no fundo do quintal. Cala a boca, cachorrinho, Deixa o meu benzinho entrar.

Meu potinho de melado, Meu cestinho de cará! Quem quiser comer comigo, Feche a porta e venha cá.

Refrão: Oi tindô lê, lê. Oi tindô lê, lê, lá, lá. Oi tindô lê, lê. Não sou eu que caio lá.

Atirei um prego n’água, De pesado foi ao fundo. Os peixinhos responderam: Vai trabalhar, vagabundo.

Cachorrinho está latindo Lá no fundo do quintal. Cala a boca, cachorrinho, Deixa o meu benzinho entrar.

Meu potinho de melado, Meu cestinho de cará! Quem quiser comer comigo, Feche a porta e venha cá.

Refrão: Creoulá-lá, Creoulá-lá, lá, lá, lá, Creoulá-lá, Não sou eu que caio lá.

Atirei um cravo n’água, De pesado foi ao fundo. Os peixinhos responderam: Viva Dom Pedro II.

• Pirulito que bate, bate 35 Pirulito que bate, bate Pirulito que já bateu Quem gosta de mim é ela Quem gosta dela sou eu

ILUSTRAÇÕES: ILUSTRA CARTOON

Veja uma variante da cantiga recolhida em São Paulo:

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Como vai, amiguinho, como vai? Da nossa amizade nunca sai Faremos o possível Para sermos bons amigos Como vai, amiguinho, como vai?

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• Hora do parque

Para o parque eu vou indo A minha tia eu vou seguindo Oh, que bom! Oh, que lindo!

• Motorista

Tem muitas coisas pra brincar Tem cavalinho, tanque de areia E o trenzinho a apitar: PIUÍ!

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Motorista, motorista, Olha a pista Olha a pista Não é de salsicha Não é de salsicha Não é não Não é não

• A linda rosa juvenil

Motorista, motorista, Olha o poste Olha o poste Não é de borracha Não é de borracha Não é não Não é não

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A linda rosa juvenil, juvenil, juvenil A linda rosa juvenil, juvenil Vivia alegre no seu lar, no seu lar, no [seu lar Vivia alegre no seu lar, no seu lar Um dia veio uma bruxa má, muito má, [muito má Um dia veio uma bruxa má, muito má Que adormeceu a rosa assim, bem [assim, bem assim Que adormeceu a rosa assim, bem [assim O tempo passou a correr, a correr, [a correr O tempo passou a correr, a correr

• Sapo-cururu

Como vai, professora, como vai? Da nossa amizade nunca sai Faremos o possível Para sermos bons amigos Como vai, professora, como vai?

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• Como vai?

E o mato cresceu ao redor, ao redor, [ao redor E o mato cresceu ao redor, ao redor Um dia veio um belo rei, belo rei, belo rei Um dia veio um belo rei, belo rei Que despertou a rosa assim, bem [assim, bem assim Que despertou a rosa assim, bem assim E os dois puseram-se a dançar, a dançar, [a dançar E os dois puseram-se a dançar, a dançar E batam palmas para o rei, para o rei, [para o rei E batam palmas para o rei, para o rei

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Sapo-cururu Na beira do rio Quando o sapo canta, ó maninha, É porque tem frio

A mulher do sapo Diz que está lá dentro Fazendo rendinha, ó maninha, Para o casamento

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Veja outra versão: Sapateiro novo, Me faz um sapato De sola bem fina Pra dançar o sapo

Sapo-cururu Da beira do rio Quando o sapo grita, ó maninha, É que tá com frio

Sapo-cururu Da beira do rio, Não me bote n’água Que eu morro de frio

A mulher do sapo É que está lá dentro Fazendo rendinha, ó maninha, Para o casamento

Sapo-cururu De dona Teresa, Me corte o cabelo Me deixa a beleza

Sapo-cururu, Que fazes lá dentro? Estou calçando as meias Pra meu casamento

• Vitu* Vem cá, Vitu, Vem cá, Vitu, Vem cá, meu belo par. Não vou lá, Não vou lá, Não vou lá, Tenho medo de apanhar. • A barata diz que tem A barata diz que tem Sete saias de filó É mentira da barata Ela tem é uma só Ah, ah, ah! Oh, oh, oh! Ela tem é uma só A barata diz que tem Um sapato de veludo É mentira da barata O pé dela é peludo Ah, ah, ah! Oh, oh, oh! O pé dela é peludo A barata diz que tem Uma cama de marfim É mentira da barata

• Polquinha (Música tradicional gaúcha) Ele: Eu plantei a sempre-viva Sempre-viva não nasceu. Tomara que sempre viva O meu coração com o teu.

Vem cá, meu bem, Vem cá, meu bem, Vem cá, meu coração. Já vou lá, Já vou lá, Já vou lá, Levar flores de São João.

47 Ela tem é de capim Ah, ah, ah! Oh, oh, oh! Ela tem é de capim A barata diz que tem Um anel de formatura É mentira da barata Ela tem é casca dura Ah, ah, ah! Oh, oh, oh! Ela tem é casca dura A barata diz que tem O cabelo cacheado É mentira da barata Ela tem coco rapado Ah, ah, ah! Oh, oh, oh! Ela tem coco rapado

Ela: Tu plantaste a sempre-viva Sempre-viva não nasceu: É porque meu coração Não quer viver com o teu.

* Vitu, sinônimo de Bitu, forma reduzida de içabitu, personagem de cantiga popular.

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• A canoa virou 41 (Folclore nacional) A canoa virou, Por deixarem-na virar. Foi por causa do Fulano, Que não soube remar.

Mas eu não sou peixinho E nem sei mergulhar... Coitado do Fulano, Fica dentro do mar!

ILUSTRAÇÕES: ILUSTRA CARTOON

• Coruja No meio da floresta Morava uma coruja E nas noites de lua Ouviam-se seus gritos Tui-tu, tui-tu, tui-tu, itu, itu!

Se eu fosse um peixinho E soubesse nadar, Eu tirava o Fulano Lá do fundo do mar.

• Roda, ó pião (Folclore nacional) Agora, entra na roda, ó pião! Agora, entra na roda, ó pião! E roda, ó pião! Bambeia, ó pião! E roda, ó pião! Bambeia, ó pião!

Arrasta a saia no chão, ó pião! Arrasta a saia no chão, ó pião! E roda, ó pião! Bambeia, ó pião! E roda, ó pião! Bambeia, ó pião!

Sapateia no tijolo, ó pião! Sapateia no tijolo, ó pião! E roda, ó pião! Bambeia, ó pião! E roda, ó pião! Bambeia, ó pião!

Mostra a tua figura, ó pião! Mostra a tua figura, ó pião! E roda, ó pião! Bambeia, ó pião! E roda, ó pião! Bambeia, ó pião!

E faz uma cortesia, ó pião! E faz uma cortesia, ó pião! E roda, ó pião! Bambeia, ó pião! E roda, ó pião! Bambeia, ó pião!

Abraça a quem queres bem, ó pião! Abraça a quem queres bem, ó pião! E roda, ó pião! Bambeia, ó pião! E roda, ó pião! Bambeia, ó pião!

E passa a fieira a outro, ó pião! E passa a fieira a outro, ó pião! E roda, ó pião! Bambeia, ó pião! E roda, ó pião! Bambeia, ó pião!

Agora, entra na roda, ó pião! Agora, entra na roda, ó pião! E roda, ó pião! Bambeia, ó pião! E roda, ó pião! Bambeia, ó pião!

E agora, sai da roda, ó pião! E agora, sai da roda, ó pião! E roda, ó pião! Bambeia, ó pião! E roda, ó pião! Bambeia, ó pião!

Obs.: Há folcloristas que dizem que a pronúncia era de fato “peão”, de domador de animais, em vez de “pião”, brinquedo infantil. O verso E roda, ó pião! Bambeia, ó pião! na versão com “peão” fica assim: Bambeia o peão, rodeia o peão!

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• Gatinha parda 49 (Cantiga recolhida no antigo estado da Guanabara)

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Ai, minha gatinha parda, Que em janeiro me fugiu! Quem roubou minha gatinha? Você sabe? Você sabe? Você viu? Eu não vi a tal gatinha, Mas ouvi o seu miau. Quem roubou a sua gatinha Foi a bruxa, foi a bruxa pica-pau.

Escolhe-se um aluno, que deve ficar de olhos vendados no centro da roda. Os demais alunos, de mãos dadas, giram em roda cantando a música. Ao final, todos os alunos da roda se agacham, permanecendo de cócoras. O aluno de olhos vendados deve tocar a cabeça de um dos alunos de cócoras, que deverá imitar o miado da gatinha. Se o aluno vendado reconhecer o colega pelo miado, será substituído por este no centro da roda. Se errar, deverá procurar outra cabeça para tentar descobrir de quem é o miado. • Rebola-bola

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Eu sou mineira de Minas, Mineira de Minas Gerais. Eu sou mineira de Minas, Mineira de Minas Gerais.

Eu sou carioca da gema, Carioca da gema do ovo. Eu sou carioca da gema, Carioca da gema do ovo.

Rebola-bola! Você diz que dá, que dá. Você diz que dá na bola, Mas na bola você não dá. (Bis)

Rebola pai, rebola mãe, rebola filha. Eu também sou da família, Também quero rebolar. (Bis)

Obs.: O aluno que fica no centro da roda canta o refrão para se apresentar. Enquanto os alunos da roda dançam, cantam e fazem a roda girar, o que está no centro dança rebolando. • Meu galinho 50 (Cantiga recolhida no Ceará) Há três noites que eu não durmo, olá, lá Pois perdi o meu galinho, olá, lá Coitadinho, olá, lá Pobrezinho, olá, lá Se perdeu lá no jardim. Ele é branco e amarelo, olá, lá Tem a crista vermelhinha, olá, lá Bate as asas, olá, lá

Abre o bico, olá, lá E faz quiquiriquiqui. Já andei em Mato Grosso, olá, lá Amazonas e Pará, olá, lá Encontrei, olá, lá Meu galinho, olá, lá No sertão do Ceará.

Obs.: Em outra versão, o “olá, lá” é substituído por “oi, lará”.

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• Pombinha (Cantiga recolhida no Amazonas) Pombinha, quando tu fores, Me escrevas pelo caminho; Se não encontrares papel, Nas asas de um passarinho.

Dos dentes, letra miúda, Dos olhos, carta fechada. A pombinha voou, sentou Foi-se embora e me deixou (Bis)

Da boca faze um tinteiro, Da língua, pena molhada,

Obs.: A última estrofe apresenta as seguintes variações: A pombinha voou sem dó, Foi-se embora e me deixou (Bis)

A pombinha voou, voou, voou Ela foi-se embora e me deixou (Bis)

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Pombinha branca, Que está fazendo? Lavando roupa Pro casamento

Passou um homem De terno branco Chapéu de lado Meu namorado

Vou me lavar Vou me secar Vou na janela Pra namorar

Mandei entrar Mandei sentar Cuspiu no chão Limpa aí, seu porcalhão! Tenha mais educação!

• O meu boi morreu

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O meu boi morreu. Que será de mim? Manda buscar outro, morena*, Lá no Piauí. (Bis) O meu boi morreu. Que será então? Manda buscar outro, morena, Lá no Maranhão. (Bis) O meu boi morreu. Não o verei mais. Manda buscar outro, morena, Lá em Minas Gerais. (Bis) O meu boi morreu. Eu já chorei tanto. Manda buscar outro, morena, Lá no Espírito Santo. (Bis) O meu boi morreu; Foi talvez de frio.

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• Pombinha branca

E

Manda buscar outro, morena, Lá no estado do Rio. (Bis) O meu boi morreu; Quem me valerá? Manda buscar outro, morena, Lá no Paraná. (Bis) O meu boi morreu; Era boi de guia. Manda buscar outro, morena, Lá pela Bahia. (Bis) O meu boi morreu; Choram as sanfonas. Manda buscar outro, morena, Lá no Amazonas. (Bis) O meu boi morreu; Vou ficar maluco. Manda buscar outro, morena, Lá no Pernambuco. (Bis)

* Em outra versão a palavra “morena” é substituída por “compadre”.

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Em outra versão, acrescentam-se as estrofes a seguir: O meu boi morreu; De mim que será? Manda buscar outro, morena, Lá no Ceará. (Bis)

O meu boi morreu; Do quê? Não se atina. Manda buscar outro, morena, Lá em Santa Catarina. (Bis)

Coitado do boi malhado, Que me fez tanta saudade; Quem há de dizer, quem há de dizer Se morreu ou foi matado. Coitado do meu patrão. Não se consola; De tanto chorar, chorar, Já lhe dói o coração. O meu boi morreu; Caiu lá de riba. Manda buscar outro, morena, Lá na Paraíba. (Bis)

O meu boi morreu; Não há quem resista. Manda buscar outro, morena, Lá no sertão paulista. (Bis)

O meu boi morreu; O meu Mississipi. Manda buscar outro, morena, Lá no Sergipe. (Bis) O meu boi morreu; Já não mugirá. Manda buscar outro, morena, Lá no Grão-Pará. (Bis)

O meu boi morreu; Ainda estrebucha. Manda buscar outro, morena, Lá na terra gaúcha. (Bis) O meu boi morreu; Foi mesmo um destroço. Manda buscar outro, morena, Lá no Mato Grosso. (Bis) O meu boi morreu; Meu bico-de-lacre. Manda buscar outro, morena, Lá no estado do Acre. (Bis) ILUSTRA CARTOON

O meu boi morreu; Com águas tão boas. Manda buscar outro, morena, Lá nas Alagoas. (Bis)

O meu boi morreu; Já na cova jaz. Manda buscar outro, morena, Lá mesmo em Goiás. (Bis)

Veja outra variante: O meu boi morreu; Que será de mim? Manda buscar outro, morena, Lá no Piauí. (Bis)

• Na Bahia tem Na Bahia tem, Tem, tem, tem; Na Bahia, tem, morena, Coco de vintém. Refrão: Lá, lá, lá, lá, lá, lá, ... Na Bahia tem,

O meu boi morreu; Que será da vaca? Pinga com limão, morena, Cura urucubaca*. (Bis) Já mandei comprar; Na Bahia, tem, morena, Ferro de engomar. Na Bahia tem, Já mandei comprar; Na Bahia, tem, morena, Fole de soprar.

* Urucubaca era popularmente usada como sinônimo de gripe.

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• “Seu” Juca A menina que está na roda É uma gata espichada; Tem a boca de jacaré E a saia remendada. • Bambalalão

Lá vem “seu” Juca-ca Da perna torta-ta Dançando a valsa-sa Com a Maricota-ta

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Refrão: Bambalalão, Senhor Capitão, Espada na cinta E ginete na mão.

Em terra de mouro Morreu seu irmão E foi enterrado Na cruz do patrão. Bambalalão, Senhor Capitão, Orelha de porco Pra comer com feijão.

Lua, luar Toma teu andar, Leva esta criança E ajuda a criar.

• Ba, be, bi, bo, bu

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O ba, be, bi, bo, bu Vamos todos aprender. (Bis) Soletrando o bê-á-bá Na cartilha do ABC. (Bis)

O M é uma letra Que se escreve no ABC. (Bis) Ó Maria, você não sabe Como eu gosto de você! (Bis)

Obs.: Na segunda estrofe, a letra deve ser a inicial do nome de quem vai ser citado. Um aluno é escolhido para ficar no centro da roda. Os demais alunos, de mãos dadas, giram em roda cantando a primeira parte da música. Quando terminam a primeira parte, a roda para, e o aluno que está no centro canta a segunda parte da música acrescentando a letra inicial e o nome do aluno que, após ser abraçado, tomará seu lugar no centro da roda.

Cadê o toucinho que estava aqui? O gato comeu. Cadê o gato? Foi pro mato. Cadê o mato? O fogo queimou. Cadê o fogo? A água apagou. Cadê a água?

• Anel de pedra verde 51 Perdi meu anel Num buraco da parede Quem achou me dê de volta Meu anel de pedra verde É de frente pra frente É de trás pra trás (Bis)

42 O boi bebeu. Cadê o boi? Está amassando o trigo. Cadê o trigo? A galinha comeu. Cadê a galinha? Está botando ovo. Cadê o ovo? Quebrou!

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• Cadê o toucinho que estava aqui?

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Que ofício dás a ela? De marré, marré, marré Que ofício dás a ela? De marré decê

Eu sou rica, rica, rica De marré, marré, marré Eu sou rica, rica, rica De marré decê

Dou o ofício de (nome do ofício) De marré, marré, marré Dou o ofício de (nome do ofício) De marré decê

Eu queria uma de vossas filhas De marré, marré, marré Eu queria uma de vossas filhas De marré decê

Este ofício me agrada (ou não) De marré, marré, marré Este ofício me agrada (ou não) De marré decê

Escolhei a qual quiser De marré, marré, marré Escolhei a qual quiser De marré decê

Lá se foi a (nome da menina) De marré, marré, marré Lá se foi a (nome da menina) De marré decê

Eu queria a (nome da menina) De marré, marré, marré Eu queria a (nome da menina) De marré decê

Eu de pobre fiquei rica De marré, marré, marré Eu de rica fiquei pobre De marré decê

• A velha a fiar (Folclore nacional) Estava a velha no seu lugar, E veio a mosca lhe fazer mal. A mosca na velha, E a velha a fiar. Estava a mosca no seu lugar, E veio a aranha lhe fazer mal. A aranha na mosca, A mosca na velha, E a velha a fiar. Estava a aranha no seu lugar, E veio o rato lhe fazer mal. O rato na aranha, A aranha na mosca, A mosca na velha, E a velha a fiar. Estava o rato no seu lugar, E veio o gato lhe fazer mal. O gato no rato, O rato na aranha, A aranha na mosca, A mosca na velha, E a velha a fiar.

Estava o gato no seu lugar, E veio o cão lhe fazer mal. O cão no gato, O gato no rato, O rato na aranha, A aranha na mosca, A mosca na velha, E a velha a fiar. Estava o cão no seu lugar, E veio o chicote lhe fazer mal. O chicote no cão, O cão no gato etc.

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• Eu sou pobre, pobre (Folclore pernambucano) Eu sou pobre, pobre, pobre De marré, marré, marré Eu sou pobre, pobre, pobre De marré decê*

Estava o chicote no seu lugar, E veio o fogo lhe fazer mal. O fogo no chicote, O chicote no cão etc. Estava o fogo no seu lugar, E veio a água lhe fazer mal. A água no fogo, O fogo no chicote etc.

* A expressão “marré decê” originou-se da letra em francês: Je m’en vais d’ici.

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Estava a água no seu lugar, E veio o boi lhe fazer mal. O boi na água, A água no fogo etc. Estava o boi no seu lugar, E veio o homem lhe fazer mal. O homem no boi, O boi na água etc. Estava o homem no seu lugar, E veio a mulher lhe fazer mal. A mulher no homem, O homem no boi etc.

• Jacaré

Estava a mulher no seu lugar, E veio a morte lhe fazer mal. A morte na mulher, A mulher no homem, O homem no boi, O boi na água, A água no fogo, O fogo no chicote, O chicote no cão, O cão no gato, O gato no rato, O rato na aranha, A aranha na mosca, A mosca na velha, E a velha a fiar.

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Jacaré está na lagoa, Com preguiça de nadar. Deixa estar, “seu” Jacaré, Que a lagoa há de secar!

Sim, sim, sim! Não, não, não! Pegou fogo No papelão! (Bis)

Os alunos, de mãos dadas, giram em roda cantando a primeira estrofe. Ao final da primeira estrofe, a roda para de girar, e os alunos soltam as mãos para cantar a segunda estrofe acompanhada dos seguintes movimentos: Sim, sim, sim! (batem 3 palmas) Não, não, não! (batem alternadamente os pés no chão, 3 vezes) Pegou fogo no papelão! (giram no lugar dando uma volta completa com os braços levantados e chacoalhando as mãos) • O castelo

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O castelo pegou fogo, “Seu” Francisco deu sinal: Acuda, acuda, acuda A bandeira nacional!

A Matriz deu meia-noite, O Rosário bateu duas, Já está chegando a hora De meu bem sair à rua.

Um, dois, três, Quatro, cinco, seis, Sete, oito, nove, Para doze faltam três.

Um, dois, três, Quatro, cinco, seis, Sete, oito, nove, Para doze faltam três.

Um aluno é escolhido para ficar no centro da roda. Os demais alunos, de mãos dadas, giram em roda cantando a primeira estrofe da música. O aluno do centro escolhe um colega da roda e aproxima-se dele, ficando frente a frente. Enquanto os outros, batendo palmas três vezes, cantam o primeiro verso da segunda quadra (Um, dois, três), os dois alunos que ficaram frente a frente, com as mãos na cintura, realizam os seguintes movimentos:

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1) pulam apenas com o pé esquerdo, ao mesmo tempo que levam a perna direita à frente; 2) colocam o pé direito no chão e pulam, agora apenas com o pé direito, ao mesmo tempo que levam a perna esquerda à frente; 3) colocam o pé esquerdo no chão e pulam novamente, levando a perna direita à frente. Os mesmos movimentos se repetem enquanto os alunos da roda cantam o segundo, o terceiro e o quarto versos da quadra, sempre batendo palmas três vezes a cada verso. • Eu era assim Quando eu era nenê, nenê, nenê Eu era assim... Eu era assim...

Quando eu era mamãe, mamãe, mamãe Eu era assim... Eu era assim...

Quando eu era menina, menina, menina Eu era assim...

Quando eu era vovó, vovó, vovó Eu era assim... Eu era assim...

Eu era assim... Quando eu era mocinha, mocinha, [mocinha Eu era assim... Eu era assim... Quando eu era casada, casada, casada Eu era assim... Eu era assim...

Quando eu era caduca, caduca, caduca Eu era assim... Eu era assim... Quando eu era caveira, caveira, caveira Eu era assim... Eu era assim...

Os alunos, de mãos dadas, giram em roda cantando a música. Quando cantam “Eu era assim... Eu era assim...”, soltam as mãos dos outros alunos da roda e fazem a mímica correspondente a cada estrofe, enquanto caminham em roda um atrás do outro. Sequência das mímicas: Quando eu era nenê, nenê, nenê (nina um bebê nos braços) [...] Quando eu era menina, menina, menina (pula corda) [...] Quando eu era mocinha, mocinha, mocinha (passa batom e arruma-se no espelho) [...] Quando eu era casada, casada, casada (passeia de braço dado) [...] Quando eu era mamãe, mamãe, mamãe (acaricia barriga grávida) [...] Quando eu era vovó, vovó, vovó (anda um pouco curvada) [...] Quando eu era caduca, caduca, caduca (anda cambaleante) [...] Quando eu era caveira, caveira, caveira (faz careta) [...]

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