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História CÂNDIDO DOMINGUES GRANGEIRO

3 COMPONENTE CURRICULAR: HISTÓRIA

3O. ANO

ENSINO FUNDAMENTAL ANOS INICIAIS

MANUAL DO PROFESSOR MATERIAL DIGITAL

São Paulo | 1a. edição | 2018



Encontros História – 3o ano (Ensino Fundamental – Anos iniciais) Copyright © Cândido Domingues Grangeiro, 2018

Diretor editorial Lauri Cericato Gerente editorial Silvana Rossi Júlio

Editora Natalia Taccetti Gerente de produção editorial Mariana Milani Coordenador de produção editorial Marcelo Henrique Ferreira Fontes Gerente de arte Ricardo Borges Coordenadora de ilustrações e cartografia Marcia Berne Coordenadora de preparação e revisão Lilian Semenichin

Supervisora de iconografia e licenciamento de textos Elaine Bueno

Supervisora de arquivos de segurança Silvia Regina E. Almeida

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Grangeiro, Cândido Domingues Encontros história, 3º ano : componente curricular história : ensino fundamental, anos iniciais / Cândido Domingues Grangeiro. — 1. ed. — São Paulo : FTD, 2018. ISBN 978-85-96-01332-1 (aluno) ISBN 978-85-96-01333-8 (professor) 1. História (Ensino fundamental) I. Título. 17-11614 CDD-372.89 Índices para catálogo sistemático: 1. História : Ensino fundamental 372.89

EDITORA FTD. Rua Rui Barbosa, 156 – Bela Vista – São Paulo – SP CEP 01326-010 – Tel. 0800 772 2300 Caixa Postal 65149 – CEP da Caixa Postal 01390-970 www.ftd.com.br central.relacionamento@ftd.com.br

Material disponibilizado em licença aberta do tipo Creative Commons – Atribuição não comercial (CC BY NC – 4.0 International). Permitida a criação de obra derivada com fins não comerciais, desde que seja atribuído crédito autoral e as criações sejam licenciadas sob os mesmos parâmetros.


Sumário Apresentação ........................................................................................................ 4 1o bimestre Plano de desenvolvimento: Cidade, diversidade e transformação ................................ 15 Projeto integrador: Campanha “Salve os animais” .......................................................... 20 1a sequência didática: Uma brincadeira, muitas brincadeiras ........................................ 30 2a sequência didática: Descobrindo diferenças entre o passado e o presente ............. 37 3a sequência didática: A cidade se transforma ............................................................... 46 Proposta de acompanhamento da aprendizagem .......................................................... 51

2o bimestre Plano de desenvolvimento: Conhecendo o lugar onde vivo: minha escola, meu município e meu país ........................................................................................... 71 Projeto integrador: Campanha “Natureza é poesia e matemática também!” Recital de poesias ........................................................................................................ 75 1a sequência didática: Onde fica minha escola? ............................................................. 83 2a sequência didática: Os problemas do meu município ................................................ 95 3a sequência didática: Pelas ruas da minha cidade descubro parte de sua história .... 99 4a sequência didática: O Brasil rural e urbano ............................................................... 104 Proposta de acompanhamento da aprendizagem ........................................................ 110

3o bimestre Plano de desenvolvimento: Monumentos, espaço público e Amazônia ...................... 134 Projeto integrador: As permanências e as transformações do nosso cotidiano ........ 138 1a sequência didática: Monumentos: o que são? .......................................................... 147 2a sequência didática: O espaço público e as diferentes formas de vivenciar a cidade ....................................................................................................... 151 a 3 sequência didática: Diversidade e riqueza na Amazônia ......................................... 156 4a sequência didática: Povos indígenas da Amazônia.................................................. 164 Proposta de acompanhamento da aprendizagem ........................................................ 170

4o bimestre Plano de desenvolvimento: Amazônia: recursos naturais, culturais e conflitos sociais ............................................................................................................ 192 Projeto integrador: Por um mundo sustentável ............................................................. 196 1a sequência didática: O contato: indígenas e portugueses na Amazônia .................. 204 2a sequência didática: Patrimônio histórico: Teatro Amazonas .................................. 208 3a sequência didática: Os dois lados da água na Amazônia ........................................ 212 4a sequência didática: Amazônia e sustentabilidade.................................................... 216 Proposta de acompanhamento da aprendizagem ........................................................ 220


História – Apresentação

Apresentação No texto a seguir apresentamos a organização do Manual do Professor – Material Digital, identificando cada tipo de documento disponibilizado e explicando sua função e ordenação, bem como sua relação com a terceira versão da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Em seguida, fundamentamos as escolhas de conteúdo e organização do material com base na proposta pedagógica da coleção, mais uma vez explicitando sua relação com a BNCC – terceira versão.

Organização deste Material Digital O material digital desta coleção de História está organizado em bimestres. Cada um deles contém Plano de desenvolvimento, Sequências didáticas, Proposta de acompanhamento da aprendizagem e Projeto integrador. Essas ferramentas visam complementar o que está proposto no livro didático impresso e oferecer outras possibilidades de atuação ao professor. O objetivo é apresentar subsídios que possam enriquecer o dia a dia do docente. É importante enfatizar que todas as propostas deste material são sugestões. O professor tem total liberdade para adequar cada material à sua realidade escolar.

Plano de desenvolvimento O Plano de desenvolvimento consiste em um documento de apresentação dos conteúdos tratados no bimestre e a relação deles com a terceira versão da Base Nacional Comum Curricular, esmiuçando os objetos de conhecimento e habilidades desenvolvidos e a relação destes com a prática didático-pedagógica. Cada habilidade indicada nas sequências didáticas aparece no Plano de desenvolvimento com instruções de como trabalhar para melhor desenvolvê-las. No plano, também são sugeridas práticas de sala de aula que auxiliam a realização do trabalho de acordo com a proposta da coleção. Orientamos o professor quanto à organização do espaço, às formas de tratamento dos estudantes, à resolução de possíveis conflitos, às maneiras de inserir os estudantes no processo de aprendizagem, entre outras sugestões. Ao conceber o plano também foram consideradas as competências gerais e específicas previstas na BNCC, que buscam, além da aquisição de conhecimentos e habilidades, a formação de valores e atitudes, incluindo, por exemplo, autonomia, senso crítico, respeito à diversidade e empatia. Com base no conteúdo previsto e nas práticas sugeridas, espera-se que os estudantes desenvolvam essas e outras competências, contribuindo para sua formação integral, conforme exposto na terceira versão da BNCC:

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“[...] a BNCC afirma, de maneira explícita, o seu compromisso com a educação integral, reconhecendo que a educação básica deve visar à formação e ao desenvolvimento humano global [...], o conceito de educação integral com o qual a BNCC está comprometida se refere à construção intencional de processos educativos que promovam aprendizagens sintonizadas com as necessidades, as possibilidades e os interesses dos estudantes e, também, com os desafios da sociedade contemporânea, de modo a formar pessoas autônomas, capazes de se servir dessas aprendizagens em suas vidas.” (BRASIL, 2017, p. 17)

No subtítulo “Foco”, há orientações quanto ao trabalho com possíveis dificuldades que os estudantes possam apresentar em cada bimestre, garantindo a possibilidade de aprendizagem para todos, respeitando, dentro do possível, os diferentes tempos e abordagens que cada estudante necessita. Ao final do documento há sugestões de sites, leituras, vídeos e visitas que podem auxiliar o trabalho proposto, seja no conteúdo a ser desenvolvido, seja nas atividades previstas.

Sequência didática As Sequências didáticas integram o Plano de desenvolvimento e são propostas de trabalho estruturadas aula a aula, que apresentam sugestões de ampliação, aprofundamento ou retomada dos temas vistos na obra impressa. O conjunto de ações propostas nas sequências didáticas também busca mobilizar objetos de conhecimento e habilidades da terceira versão da BNCC (2017). Ao longo de cada Sequência são apresentadas diversas possibilidades de trabalho, o que ressalta o caráter sugestivo e não prescritivo do material. Espera-se, com isso, oferecer ao professor subsídios e alternativas para adequar o conteúdo proposto à realidade da escola e da turma. O número de aulas e o tempo estipulado para a realização de algumas atividades também são sugestões, que devem ser adequadas de acordo com o desenvolvimento dos estudantes e a familiaridade deles com os temas, assim como o planejamento da instituição.

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História – Apresentação

As Sequências didáticas são divididas em tópicos: 1. Relação entre a terceira versão da BNCC, objetivos e conteúdos: quadro que apresenta conteúdos, objetivos de aprendizagem, objetos de conhecimento e habilidades da terceira versão da BNCC que serão desenvolvidos parcial ou integralmente na Sequência didática. 2. Materiais e recursos: descritivo dos materiais que poderão ser utilizados por professores e estudantes ao longo das aulas da Sequência. 3. Desenvolvimento: sugestões de número de aulas para o desenvolvimento da Sequência didática. 4. Aulas: são propostos diferentes procedimentos e estratégias de ensino-aprendizagem, e apresentados alguns materiais de apoio, como sugestões de imagens, textos, e acesso a diferentes sites. 5. Avaliação: neste subitem são apresentadas diversas propostas de avaliação das aprendizagens, privilegiando-se a avaliação contínua e permanente. 6. Para trabalhar dúvidas: neste subitem são apresentadas as dúvidas que os estudantes possam vir a ter ao longo das aulas e possibilidades de trabalho alternativas para a superação delas. 7. Ampliação: são apresentadas atividades complementares que ampliam o repertório da turma ou apresentam sugestões para o aprofundamento dos temas trabalhados no decorrer da Sequência didática.

Projeto integrador O Projeto integrador é uma estratégia de ensino-aprendizagem que alia o planejamento e a execução de ações estruturadas em torno de problemas reais e existentes no cotidiano da comunidade escolar e relacionados aos objetivos de aprendizagem estabelecidos no bimestre. Em geral, parte-se do conhecimento prévio que os estudantes possuem sobre os temas, com o objetivo de transformá-los em conhecimento formal e estruturado. Neste Material Digital é proposto um Projeto integrador por bimestre. Os projetos integradores têm caráter interdisciplinar e procuram mobilizar diferentes componentes curriculares, trabalhando as competências gerais e específicas das diversas áreas de conhecimento. Com isso, espera-se tornar a aprendizagem mais significativa, almejando um produto de valor e uso social para os estudantes e sua comunidade. Os projetos reúnem argumentos que demonstram sua importância e relação com a realidade escolar. Em seguida, no título “Objetivos”, apresentam-se os objetivos gerais e específicos esperados com a realização do Projeto. No quadro “Competências e habilidades” são apresentadas as competências e habilidades da BNCC que serão mobilizadas ao longo do Projeto. No item “O que será desenvolvido” é apresentado o produto final, resultado das atividades, que pode ser a criação de um livro de receitas, a organização de uma mostra, a elaboração de cartas, a apresentação de um seminário, a criação de uma campanha, entre outras atividades. O professor encontrará a lista dos materiais necessários para a realização das atividades do Projeto em “Materiais”. No item “Etapas do projeto” é apresentada uma proposta de duração, que pode variar de acordo com opções feitas para seu desenvolvimento. É possível, também, adequá-las para melhor atender as necessidades e o perfil de seus estudantes. Recomenda-se, ainda, que o professor se aproprie do Projeto com antecedência para planejar os recursos e a distribuição das aulas dentro das disciplinas envolvidas. As problematizações e os itinerários sugeridos em cada aula do Projeto são apresentados de forma lúdica e procuram trabalhar diferentes competências e habilidades, em especial aquelas de resolução dos problemas. Apresentam-se, ainda, materiais de referência para o aprofundamento do trabalho docente e dos estudantes. 6


História – Apresentação

No título “Avaliação”, sugerimos um quadro com diferentes situações que podem ser observadas aula a aula. Há, também, uma “Avaliação final”, em que são propostas avaliações dos percursos e apresentadas possibilidades de autoavaliação, para o professor e o estudante reverem a própria prática. Ao final, são listadas referências complementares, sugestões de sites, vídeos, livros e visitas que podem ajudar o professor a realizar e ampliar as atividades propostas no Projeto.

Proposta de acompanhamento da aprendizagem A Proposta de acompanhamento da aprendizagem é um conjunto de 15 questões que tem como objetivo acompanhar o desenvolvimento do estudante ao longo do bimestre. As atividades privilegiam estratégias distintas, como a leitura de imagens, a realização de associações e relações, entre outras. As Propostas são compostas de uma versão para os estudantes, o que possibilita uma seleção, por parte do professor, das atividades que atendam adequadamente as especificidades de sua turma, e as mesmas questões na versão para o professor, acompanhadas de gabarito, relações com as habilidades propostas pela BNCC e que são mobilizadas nas atividades, além de outras orientações. Para facilitar o processo de avaliação, há a “Ficha de acompanhamento individual”, um instrumento de registro que viabiliza a verificação e avaliação do processo de aprendizagem de cada estudante.

A proposta pedagógica da coleção O Ensino de História muda com o tempo O ensino de História é dinâmico e mudou ao longo do tempo. Analisando a trajetória da disciplina escolar desde o século XIX, pode-se depreender que ela foi utilizada com objetivos específicos em cada momento, como fomentar a construção de identidades nacionais que atendessem a projetos de nação distintos. No Brasil, ao longo do século XIX, seu objetivo estava pautado na construção de um nacionalismo identificado com o mundo europeu. Após a Proclamação da República, em 1889, houve a tentativa de evocar uma identidade nacional patriótica – almejando um Brasil da civilização e do progresso, até meados da década de 1940. Já no contexto anticolonialista do pós-guerra, o país, reconhecendo a sua dependência do mundo desenvolvido, formulou objetivos para o ensino de História que estavam calcados na busca de um lugar “merecido” num futuro não muito distante (BITTENCOURT, 2005). No entanto, ao final do século XX, com o fim da ditadura civil-militar e a abertura política, várias outras vozes reivindicavam o seu direito à memória e ao reconhecimento de sua história. Dessa forma, o conceito de pluralidade e identidades cultural, social e política foi valorizado e ainda hoje é presente nos currículos escolares, deslocando-se de uma única identidade, hegemônica e nacional. Atores sociais que eram tratados de forma secundária e genérica nos currículos e livros didáticos conquistaram nome e rosto: é o caso de africanos, afro-brasileiros, indígenas, mulheres e crianças, por exemplo. Isso se deve à consolidação de diversas linhas historiográficas, como é a dos Annales, e discussões pautadas no conceito de cultura.

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Assim, percebe-se na trajetória da disciplina uma batalha pelos usos e apropriação de um determinado passado e a produção de memórias sobre ele. A História passa a ser, assim, um discurso evocativo que enaltece a presença de um grupo e silencia as vozes de outros. Os currículos de História são marcos de memória, quando se decide o que deve ser “lembrado” ou “esquecido” em sua formulação. Nesse sentido, assegurar o direito à memória e o conhecimento da história dos diversos grupos sociais que compõem a sociedade brasileira, é imprescindível. Outra especificidade da disciplina é como se aproximar do passado. Ele é um ente temporal que se faz presente por meio de vestígios variados: objetos, saberes, memórias, textos, entre muitos outros. A partir deles é possível se aproximar de um determinado contexto sociocultural, distante temporalmente do nosso. Por meio desses vestígios, formulamos narrativas sobre o passado que mudam ao longo do tempo. Dessa forma, todo conhecimento histórico é provisório, está sempre em construção. Nesta aproximação dos acontecimentos passados, a percepção de uma cultura material e imaterial tem grande importância. Móveis, objetos, cartas, bilhetes, filmes, músicas, ideias, práticas e saberes, entre outros recursos, nos trazem indícios de múltiplos sujeitos, seu lugar social e sua relação com seu próprio tempo. A matéria é tão potente quanto a palavra e o fazer, e de ambos podemos nos utilizar na tentativa de reduzir os silenciamentos e escapar ao que é apenas evidente. Outro demarcador da disciplina de História também pode ser colocado: sua essência está na forma de se relacionar com o passado, com os diversos tempos. Nas palavras de Lowenthal: “As relíquias tangíveis sobrevivem na forma de características naturais ou de artefatos humanos. O conhecimento adquirido por meio da memória e da história. Mas nenhum objeto ou vestígio físico são guias autônomos para épocas remotas; eles iluminam o passado quando sabemos que eles lhe pertencem. A memória e a história escolhem apenas determinadas coisas como relíquias; o restante que nos circunda parece referir-se apenas ao presente, desvinculando do passado. E a convivência cotidiana despoja de sua condição de passado muitos artefatos anteriormente identificados como relíquias.” (LOWENTHAL, 1998, p. 149)

O autor nos traz uma reflexão sobre como escolhemos os nossos marcos de memória, nos desfazendo de outros, sempre em consonância com opções e conjunturas do presente. Nesse sentido, é fundamental que a disciplina escolar de História forneça subsídios para um pensar historicamente, mais do que apenas evocar grandes feitos e datas comemorativas, como feito em momentos anteriores. Quando situamos coisas, pessoas e saberes num determinado momento, talvez não extraiamos nenhuma lição objetiva, mas somente a possibilidade de compreender as sociedades no tempo, relativizando aquilo que é tido como “natural” (PALTÍ, 2000). Atualmente, vivemos um fenômeno debatido por diversos estudiosos. Ele é chamado de presentismo e anuncia uma percepção temporal que não rompe com o passado.

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Nessa progressiva invasão do horizonte por um presente mais e mais ampliado, hipertrofiado, está claro que a força motriz foi o crescimento rápido e as exigências sempre maiores de uma sociedade de consumo, onde as descobertas científicas, as inovações técnicas e a busca de ganhos tornam as coisas e os homens cada vez mais obsoletos. A mídia, cujo extraordinário desenvolvimento acompanhou esse movimento que é a sua razão de ser, deriva do mesmo: produzindo, consumindo e reciclando mais palavras e imagens. (HARTOG, 1996, p.135)

Essa sensação de reciclagem constante modifica nossa percepção temporal, com a desqualificação do antigo, do velho, do passado. Vivemos mesmo uma sensação de risco constante e catástrofes de diversas naturezas, que nos impede de criar um horizonte de expectativas para o futuro. Entender as especificidades e multiplicidade do tempo nos traz a possibilidade de enxergar ritmos de mudanças e permanências e, assim, vislumbrar a construção do mundo que queremos. Nesse sentido, a disciplina de História colabora para conhecermos múltiplas experiências vividas ao longo do tempo, e assim construir a noção de alteridade e respeito às diferenças e a convicção de buscar a construção do futuro desejado.

A escola também muda Nas últimas décadas, o Brasil passou por mudanças significativas nas diversas áreas do conhecimento. Houve, por exemplo, grandes transformações nas metodologias utilizadas nos processos de ensinar e aprender. Estudos atuais mostram que os conhecimentos são fomentados com mais facilidade quando os conteúdos são ensinados de forma significativa, levando o estudante à participação, ao envolvimento e à construção da aprendizagem, encontrando, assim, um ambiente favorável a esta prática. As transformações sociais, culturais e tecnológicas das últimas décadas têm impactado de forma significativa a vida das pessoas, com a escola precisando acompanhar essas transformações e proporcionar experiências pedagógicas inovadoras. As atuais demandas sociais exigem do docente um novo olhar e uma nova relação com o processo de ensino e aprendizagem, uma vez que cabe a ele sua condução. Com isso, as novas exigências implicam novas aprendizagens, no desenvolvimento de novas competências e na construção de um novo sentido à prática docente; um novo perfil de professor. Para isso, é necessário que o professor busque novos caminhos e novas metodologias de ensino que foquem no protagonismo do estudante e fortaleçam sua motivação e autonomia. Por meio de propostas que dão ao estudante a oportunidade de elaborar ideias fundamentadas em sólida argumentação, valorizar atitudes, exercitar a empatia, entre outras, o professor cria um ambiente favorável ao aprendizado. Nesse método ativo, os estudantes passam a ser compreendidos como sujeitos históricos e assumem um protagonismo na abordagem; suas experiências, suas opiniões e seus conhecimentos prévios são utilizados como ponto de partida na construção de novos conhecimentos, estimulando a autonomia e tornando o professor um mediador desse processo.

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Nessa intensa reorganização das práticas escolares, o uso da tecnologia tem ganho enorme importância. O uso da linguagem digital, por exemplo, multiplica as possibilidades de aprendizagem, potencializando o desenvolvimento das habilidades e competências e abrindo infinitas portas para o conhecimento.

O papel do professor no ensino de História dos anos iniciais Nos novos parâmetros pensados para a educação, espera-se do professor o papel de um mediador capaz de estabelecer estratégias para o pleno desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem, baseado na valorização do estudante e de sua realidade local, para a partir desse ponto ampliar sua visão de mundo. No ensino de História nos anos iniciais do Ensino Fundamental, espera-se que a disciplina esteja relacionada à construção da identidade do estudante, estabelecendo relações entre o individual e o coletivo. Essa relação visa favorecer uma formação para o exercício da cidadania, para que os estudantes construam formas de participação social, política e de atitudes críticas diante da realidade que os cerca, aprendendo a perceber limites e possibilidades em sua atuação na transformação de seu contexto sociocultural. Nesse contexto, entende-se que a alfabetização em História é um processo de apropriação de uma dada linguagem, com conceitos e procedimentos próprios, dentro das Ciências Humanas, voltados a observar e interpretar os fenômenos sociais ocorridos ao longo do tempo. Espera-se, assim, que a disciplina de História promova ao estudante a apropriação e o uso de conceitos como tempo, espaço, sujeito, evidência e processo histórico. Desse modo, os conteúdos para os primeiros anos do Ensino Fundamental deverão partir da história do cotidiano da criança, em seu tempo e espaço específicos, e incluir contextos históricos mais amplos, sempre partindo do tempo presente e percebendo nele diversas temporalidades, além de outros modos de vida e costumes diferentes do nosso. Nessa perspectiva, o professor tem um papel fundamental na construção desse saber histórico, pois: A história tem como papel central a formação da consciência histórica dos homens, possibilitando a construção de identidades, a elucidação do vivido, a intervenção social e praxes individual e coletiva. (FONSECA, 2005, p. 89.) A finalidade principal da escola é a educação integral do indivíduo, reconhecendo a importância de contemplar o ser humano como um todo, estabelecendo uma conexão da pessoa com seu meio, entendido como ambiente próximo ou distante que influi na aprendizagem do estudante. A escola e o professor têm como princípio básico a formação para a cidadania nas suas concepções mais amplas e democráticas, promovendo situações que levem o estudante a compreender o estudo da disciplina como elemento necessário para sua formação como indivíduo. Desse modo, o professor de História nos anos iniciais do Ensino Fundamental deve estabelecer um diálogo construtivo com os estudantes e a comunidade escolar, constituindo um processo educativo fundamentalmente democrático, construído em conjunto com os sujeitos de seu tempo e lugar e balizado pelo desenvolvimento de capacidades como percepção, crítica e autoconhecimento. Segundo Caniato:

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A escola deve e pode ser o lugar onde, de maneira mais sistemática e orientada, aprendemos a Ler o Mundo e a interagir com ele. Ler o mundo significa aqui poder entender e interpretar o funcionamento da Natureza e as interações dos homens com ela e dos homens entre si. Na escola podemos exercitar, aferir e refletir sobre a Ação que praticamos e que é feita sobre nós. Isso não significa que só na escola se faça isso. Ela deve ser o lugar em que praticamos a Leitura do Mundo e a Interação com ele de maneira orientada, crítica e sistemática. (CANIATO, 1997. p. 65.)

Nesse sentido, o professor ocupa posição central na análise dessa conjuntura e na possibilidade de construir situações concretas de superação por meio da prática pedagógica por ele desenvolvida. Sua aula possibilita a construção do saber histórico por meio da relação interativa entre educador, educando e a comunidade, transformando essa prática em ato consciente do fazer social.

O ensino de História nos anos iniciais e a BNCC O material digital desta obra foi construído em consonância com a BNCC e tem como base os principais pilares da disciplina de História, entre eles as noções de tempo, de mudanças e permanências, de identidades culturais, de sujeito e evidências históricas. Em um processo complexo, a criança constrói percepções de si e, à medida que seus espaços de convivência se ampliam, ela toma contato com o externo à sua realidade. Valorizando a identidade individual dentro de uma comunidade, com base no olhar de si mesmo, lança-se a atenção para o “outro” em sua pluralidade. A terceira versão da Base Nacional Curricular Comum traz essa problemática como objeto de conhecimento. Esse “outro” pode estar em um contexto próximo, ou distante no tempo. Em um primeiro momento, é essencial a sua identificação. Com base nessa indagação, sobre “eu” e “eles”, e o conhecimento desse universo, é possível traçar um “nós”, aproximando-se de diferentes realidades. E como conhecê-las? Por meio da cultura material e imaterial produzida por diferentes sociedades em diferentes tempos. A partir das inferências sobre esse “outro”, as evidências podem, ou não, nos trazer respostas. Nesse sentido, inicia-se a operacionalização do conhecimento histórico no âmbito escolar. O reconhecimento do “outro”, seus registros e narrativas, nos trazem subsídios para a sua análise. Evidentemente o objetivo desse movimento é principalmente desenvolver a capacidade de indagar criticamente sobre seu mundo e a sua pluralidade, tensões, conflitos e conciliações. Em um segundo momento, o estudo dos registros e das fontes traz a possibilidade de conhecer empiricamente diversas realidades e produzir um conhecimento escolar com base na sua análise. Por isso, o uso das mais diversas evidências históricas na sala de aula é imprescindível. E para otimizar essa abordagem, os recursos tecnológicos do passado e do presente são essenciais. Internalizando processualmente os conceitos, concomitantemente, a criança desenvolve dimensões temporais. Em nosso cotidiano somos atravessados por diversos tempos: o tempo individual, o tempo social, o tempo da natureza, entre outros. Nos anos iniciais o primeiro tempo é o do cotidiano: ontem, hoje, amanhã para se chegar ao passado, presente e futuro. Esse trabalho começa na identificação de si e de suas memórias, do seu grupo de convívio, sua comunidade e se expande aos espaços públicos presentes e valorizados ou não por ela. A terceira versão da BNCC salienta, também, as diferenças entre um “Eu” e um “Outro”, demarcação necessária para a construção de noções de alteridade no tempo e no espaço. 11


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Na terceira versão da BNCC são propostos objetos de conhecimento que tratam dos locais públicos, territórios urbanos e rurais, bens culturais e patrimoniais, com o objetivo de refletir sobre a distinção de cada um e a produção de memória, assim como a sua análise. O ensino de História deve possibilitar, ainda, que os estudantes se compreendam a partir de suas próprias representações, inseridos num grupo e no tempo em que vivem e, ao mesmo tempo, conheçam a pluralidade e pratiquem uma análise crítica de uma memória que é construída e transmitida. O ensino de História nos anos iniciais do Ensino Fundamental deve promover uma reflexão e cabe ao professor fazer que esta reflexão seja efetivada, podendo partir da própria história de vida do estudante, avançando para o estudo da história local que deve ser apresentada como algo vivo, vibrante, capaz de despertar paixão e colaborar para a compreensão do mundo.

Competências: transcendendo a disciplina A terceira versão da BNCC define um conjunto de 10 competências gerais que não se encerram nos conteúdos disciplinares. Essas competências visam garantir aos estudantes uma educação que os estimule para um desenvolvimento pleno, de forma que eles possam saber lidar com as próprias emoções, se relacionar com os outros e construir métodos de análise crítica. As competências gerais devem estar articuladas com as 9 competências específicas da disciplina de História, e é esse conjunto que deve nortear o trabalho do professor e referenciar suas escolhas pedagógicas e avaliativas em relação aos temas apresentados. São temas organizados em unidades temáticas que se dividem em objetos de conhecimento que, por sua vez, destacam as habilidades a serem desenvolvidas. As competências foram definidas a partir dos direitos assegurados pelas Diretrizes Curriculares Nacionais e de conhecimentos, habilidades, atitudes e valores essenciais para a vida no século XXI. Fazem parte das competências desenvolver, por exemplo, empatia, autonomia e respeito. Já as habilidades são base para o desenvolvimento das competências desejadas. Essas aprendizagens são essenciais e devem ser desenvolvidas por todos os estudantes da Educação Básica, mantendo a liberdade dos entes federados de construir currículos de acordo com suas realidades, garantindo-se, porém, a igualdade de oportunidades para todos as crianças e jovens do país. O professor é responsável por nortear esse caminho de desenvolvimento pleno. É também o responsável por avaliar esse processo de aprendizagem, por meio de contínuos instrumentos de observação e acompanhamento dos estudantes, de forma a se garantir que os objetivos finais sejam atingidos. A avaliação formativa consiste em orientar e regular a prática pedagógica, auxiliando o desenvolvimento das habilidades e competências, e tem como objetivo central orientar o trabalho do professor, não servindo nunca como forma de classificar e hierarquizar os estudantes.

Aprender História nesta Coleção A concepção dessa coleção não recorre a uma organização linear do tempo. A ideia central é partir do universo da criança para trabalhar aquilo que é mais caro à História: conseguir se movimentar no tempo e no espaço, conhecer diferentes realidades e experiências, para formar a própria identidade e adquirir instrumentos para compreender o mundo ao redor.

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As habilidades previstas na BNCC para o segmento podem assim ser desenvolvidas em consonância com uma abordagem apropriada aos anos iniciais. Mergulhando pelo próprio universo, o estudante consegue começar o domínio de procedimentos como identificar, conhecer e reconhecer, descrever, selecionar, compilar, comparar, mapear e analisar os mais diferentes acontecimentos do passado – sempre aos olhos do seu presente. Nesse sentido, utilizam as mais diversas linguagens, meios e suportes para se aprender História. Desde o conhecimento das memórias da família, fotografias, mapas, paisagens, leituras de imagens e poesias até a utilização de aplicativos e outras ferramentas tecnológicas contemporâneas para ampliar o processo de aprendizagem. Nesse material digital você irá encontrar propostas que complementam a abordagem da coleção, com atividades diversificadas e lúdicas. A ideia é proporcionar uma ampla aprendizagem. Nesse sentido, o reconhecimento dos diversos saberes e a sua transformação em conhecimento são sistematizados por meio de jogos e brincadeiras, estudos do meio, mapeamentos, intervenções na comunidade, entre outros métodos. Essas ações pedagógicas favorecem a ideia de educação integral, pois mobilizam também procedimentos atitudinais em consonância com as competências gerais e específicas de História da terceira versão da BNCC.

Considerações finais O material digital desta coleção foi concebido para atender os diversos públicos existentes na rede pública, que têm realidades e recursos bastante distintos. Na tentativa de democratizar o acesso ao conhecimento e às ferramentas tecnológicas disponíveis em cada comunidade escolar, são propostos percursos de aprendizagem que podem ser adaptados a diversos contextos sociais. A mobilização de temas, conceitos, habilidades e competências da disciplina de História, pretende contribuir para uma ampliação da leitura do nosso mundo, para compreendermos um pouco mais quem somos e como podemos agir para alcançar uma sociedade mais igual e justa, um horizonte de futuros. Além disso, exercitar a alteridade no tempo e no espaço pode contribuir com a empatia e a solidariedade, essenciais para a educação de nossos tempos.

Bibliografia BITTENCOURT, Circe. Identidade nacional e ensino de história do Brasil. In: Karnal, Leandro (org). História em sala de aula: conceitos, práticas e propostas. São Paulo: Contexto, 2005, p. 185-204. BRASIL. Ministério da Educação, Secretaria da Educação Básica. Edital de Convocação 01/2017 – CGPLI. Edital de convocação para o processo de inscrição e avaliação de obras didáticas para o Programa Nacional do Livro e do Material Didático. PNLD 2019. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/busca-geral/318-%20programas-e-%20acoes1921564125/pnld-439702797/12391-pnld>. Acesso em: 9 dez. 2017. BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Proposta preliminar. Terceira versão. Brasília: MEC, 2017. Disponível em: <http://basenacionalcomum. mec.gov.br/a-base>. Acesso em: 09 dez. 2017. CANIATO, Rodolpho. Com ciência na educação. 3ª reimpressão. Campinas: São Paulo. Papirus, 1997. FONSECA, Selva Guimarães. Didática e prática de ensino de História: experiências, reflexões e aprendizados. 7. ed. São Paulo: Papirus, 2003. 13


História – Apresentação

LOWENTHAL, David. Como conhecemos o passado. Projeto História. São Paulo, 17, p. 63-201, nov. 1998. HARTOG, François. Tempo e patrimônio. Belo Horizonte: Varia História, v. 22, n. 36: p. 261-273, jul/dez 2006. OLIVEIRA, S. R. F. de. O ensino de História nas séries iniciais: cruzando as fronteiras entre a História e a Pedagogia. História & Ensino: Revista do Laboratório de Ensino de História / UEL. v. 9. Londrina: UEL, out. 2003. p. 259-272. PALTI, Elías ¿Qué significa “enseñar a pensar históricamente”? Clio & Asociados. Santa Fé/La Plata, n. 5, p. 27-42, 2000. ZAMBONI, E. O ensino de História e a construção da identidade. São Paulo: SEE/Cenp, 1993. Material disponibilizado em licença aberta do tipo Creative Commons – Atribuição não comercial (CC BY NC – 4.0 International). Permitida a criação de obra derivada com fins não comerciais, desde que seja atribuído crédito autoral e as criações sejam licenciadas sob os mesmos parâmetros.

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História – 3o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento

Plano de desenvolvimento: Cidade, diversidade e transformação O objetivo desta proposta é estimular a observação atenta da cidade e de práticas sociais que propiciem aos alunos a compreensão da sociedade e de suas transformações.

Conteúdos   

Diversidade cultural Transformações das localidades Mudanças e permanências nas práticas sociais

Objetos de conhecimento e habilidades Objeto de conhecimento

Habilidades

Relação com a prática didático-pedagógica

O “Eu”, o “Outro” e os diferentes grupos sociais e étnicos que compõem a cidade: os desafios sociais, culturais e ambientais da cidade em que se vive  (EF03HI02) Selecionar, por meio da consulta de fontes de diferentes naturezas, e registrar acontecimentos ocorridos ao longo do tempo na cidade em que vive.  (EF03HI03) Identificar e comparar pontos de vista em relação a eventos significativos do local em que vive, aspectos relacionados a condições sociais e à presença de diferentes grupos sociais e culturais, com especial destaque para as culturas africanas, indígenas e de migrantes.  Espera-se que os alunos percebam o dinamismo urbano e as transformações ocorridas ao longo do tempo na cidade onde vivem, bem como a percepção de diferentes grupos sociais e das trocas culturais por eles estabelecidas.

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História – 3o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento

Objeto de conhecimento Habilidade

Relação com a prática didático-pedagógica

Objeto de conhecimento Habilidade

Relação com a prática didático-pedagógica

A cidade e seus espaços: espaços públicos e espaços domésticos  (EF03HI10) Identificar as diferenças entre os espaços públicos e o espaço doméstico, compreendendo a importância dessa distinção.  Refletir sobre os espaços públicos, os lugares de memória e os monumentos, em contraposição ao espaço doméstico, compreensão que favorece uma postura mais cidadã. A cidade e suas atividades: trabalho, cultura e lazer  (EF03HI12) Comparar as relações de trabalho e lazer do presente com as de outros tempos e espaços, analisando mudanças e permanências.  Espera-se que os alunos identifiquem a pluralidade existente na sociedade brasileira, desenvolvendo noções de alteridade por meio do contato com diversas culturas locais. São trabalhadas também a percepção dos alunos diante das mudanças nos costumes de uma sociedade ao longo do tempo que as trocas culturais podem proporcionar.

Práticas de sala de aula A ritualização da aula é um recurso importante para garantir um bom aproveitamento do tempo e o engajamento dos alunos. Iniciar a aula com versos relacionados ao tema que será abordado pode indicar o início da atividade e também estimular o aluno a compreender que aquela aula faz parte de um conjunto sobre a mesma temática. Uma prática interessante é estimular os alunos a repetirem o verso, fazendo com que esse início resulte de uma ação coletiva. Por exemplo, na sequência didática Uma brincadeira, muitas brincadeiras, os versos a seguir podem iniciar as aulas: Peteca sapeca Pula Peteca Sapeca Moleca, Salta de Mão Em Mão, Bate Rebate Peteca de Pena, Pena de Ganso Pena De Pato [] RIGHETTO, Rosa. Peteca sapeca. Disponível em: <https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php? storyid=95830>. Acesso em: 23 nov. 2017.

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História – 3o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento

Outra possibilidade, os versos de Carlos Drummond de Andrade em “A rua diferente” para trabalhar as sequências de aula sobre transformações do local onde o aluno mora, na sequência didática A cidade se transforma: Na minha rua estão cortando árvores botando trilhos construindo casas. [] ANDRADE, Carlos Drummond de. A rua diferente. Disponível em: <https://www.escritas.org/pt/t/10914/a-rua-diferente>. Acesso em: 23 nov. 2017.

Um segundo passo importante é o registro, na lousa, das atividades que serão desenvolvidas ao longo da aula, possibilitando aos alunos ter conhecimento do que será trabalhado. Essa estratégia facilita o desenvolvimento da aula, pois o aluno terá mais recursos para imaginar a matéria abordada. Antes de iniciar uma nova tarefa, transmitir as orientações com falas curtas e objetivas, registrando na lousa os pontos mais importantes. Essa etapa visa proporcionar aos alunos as informações de forma clara e organizada e evitar possíveis incompreensões. Repetir suas orientações quando necessário, ajudando, assim, os alunos a compreendê-las. Perguntar sempre se há alguma dúvida ao final. O equilíbrio entre as atividades propostas em aula também é fundamental para o seu êxito. Uma aula que integre diferentes propostas deve ter exercícios voltados para a concentração e para observação, e também tarefas com trabalhos manuais, execução de projetos e atividades corporais. Para o desenvolvimento da concentração e da observação, o uso de fotos, textos, gráficos e mapas auxilia bastante. Já para as atividades de movimentação, músicas, trabalhos em duplas ou grupos com colagens, desenhos e encenações, bem como o uso de outros espaços da escola, são estratégias possíveis. As sequências propostas procuram sempre trazer esse equilíbrio. O incentivo à participação deve ser constante na sala de aula; por isso, é necessário o cuidado de utilizar diferentes estratégias para escolher qual aluno começa a falar ou a formação de duplas e grupos. É possível diversificar com sorteios, utilizando ordem alfabética, organizando-os de acordo com as habilidades socioemocionais ou pedagógicas, ou também permitindo aos alunos fazer parte dessa escolha, selecionando uma dupla ou um grupo com quem gostaria de trabalhar. A noção de que é importante sempre estabelecer diálogos com os alunos, a fim de que a aula não se torne um monólogo, deve estar presente na relação professor-aluno. A construção do conhecimento só é possível com base na escuta, na fala e na troca de experiências. Nesse sentido, a mediação do professor para que todo aluno seja incentivado a participar se faz extremamente necessária, bem como a diversificação de modelos de atividades para possibilitar que todos os alunos sejam contemplados e diversas habilidades sejam estimuladas. As sequências didáticas apresentam essa dupla preocupação, propondo questões abertas que incentivam a participação dos alunos e com tarefas voltadas para expressão escrita, oral, desenho, interpretação de texto e de imagem.

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História – 3o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento

Em alguns momentos, a alteração da disposição das carteiras na sala também otimiza o rendimento da aula e os diálogos entre alunos, e entre os alunos e o professor. É produtiva a organização em U, em especial, para a realização de atividades em que os alunos serão estimulados a compartilhar informações e conhecimentos com a turma. Para isso, solicitar que cada aluno coloque seu material na mochila e mova a sua cadeira e mesa para as laterais da sala deixando o centro vazio, fazendo, assim, parte de um U formado por todas as carteiras da classe. Ao final, pedir que retornem suas carteiras à posição anterior para deixar a sala conforme estava antes dessa atividade. Neste bimestre, a temática possibilita que os alunos apresentem em sala de aula suas experiências pessoais e também troquem uns com os outros informações acerca do que descobriram sobre sua família e seu município. Para o desenvolvimento da habilidade EF03HI02, é interessante os alunos terem conhecimento das informações descobertas por seus colegas, ampliando o seu saber sobre o local onde vivem com base em fontes orais. A comparação entre momentos da infância de Maria Lenk com a dos alunos ajuda-os a desenvolver a habilidade EF03HI12 ao compreenderem as mudanças e as permanências de alguns aspectos sociais ao longo do tempo. O exercício de compreender as brincadeiras como fruto de um contexto social e das trocas culturais auxilia-os a desenvolver a habilidade EF03HI12 em outra perspectiva. As experiências em sala de aula tornam a escola um lugar de convívio e, por consequência, também de possíveis conflitos. Desentendimentos entre colegas, brincadeiras e conversas fora de hora fazem parte da dinâmica escolar. Cabe ao professor, mais uma vez, ocupar o seu lugar de forma tranquila e inequívoca, colocando-se como o adulto que medeia e reforça quais são as regras e limites necessários para um relacionamento saudável no ambiente escolar. A finalização da aula também é um momento importante. Evitar que finalize sem que você, professor, possa retomar a rotina registrada na lousa e, com a ajuda dos alunos, fechar a aula relembrando tudo o que fizeram em sala. Ao final do bimestre, espera-se que os alunos tenham ampliado os seus conhecimentos sobre o local onde vivem, percebendo, com base na atividade sobre as mudanças no rio Tietê e em seus municípios, que a localidade onde vivemos é dinâmica e está em constante transformação. É importante também que, trabalhando as diferentes formas de se divertir com um mesmo brinquedo, enxerguem a diversidade cultural existente em nosso país. Além disso, com base nos questionamentos sobre a infância dos alunos, de Maria Lenk e de seus familiares, devem ter fortalecido a percepção de que os costumes fazem parte da história social e das relações humanas, por isso podem ou não são ser modificados ao longo do tempo.

Foco O acompanhamento da aprendizagem é de suma importância para que o professor tenha um parâmetro das conquistas e dos desafios apresentados pelos alunos. É o momento também em que o professor identifica os alunos que apresentam mais dificuldades e aqueles que apresentam facilidade. Baseando-se nessa observação, realizar alguns ajustes de percursos, pensando, por exemplo, em atividades personalizadas para orientar alguns alunos a superarem suas dificuldades ou para desafiar aqueles que demonstraram facilidades. A compreensão de texto pode apresentar dificuldade para os alunos; por isso, procurar sempre fazer uma leitura prévia e verificar dúvidas de vocabulário. Uma boa estratégia também é solicitar aos alunos que desenhem alguns trechos importantes, façam pequenos resumos das ideias centrais do texto ou relatem uma informação relevante com as próprias palavras para outro colega. 18


História – 3o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento

A diversificação nos modelos de atividade também contribui para o bom desenvolvimento de toda a turma; há situações em que um aluno que tem dificuldades em produção de texto apresenta um ótimo desempenho em expressão oral e vice-versa. Quando o professor lança mão de diferentes tipos de atividades, a compreensão é maior e os alunos desenvolvem autoconfiança, pois percebem que suas habilidades são também reconhecidas. Além disso, evitar críticas em público e, quando for necessário fazê-las, começar sempre reforçando o que há de positivo no aluno. A fala do professor pode inspirar confiança ou mais insegurança, por isso, é necessário ser cuidadoso.

Para saber mais 

Museu da Pessoa. A proposta do museu é valorizar as histórias pessoais como patrimônio da humanidade. O site possui um vasto acervo com os mais variados depoimentos. É possível acessar também sessões temáticas, como a História de São Paulo ou Infância. Pode ser uma interessante fonte para os alunos identificarem a diversidade da sociedade brasileira e perceberem a importância da história de cada um. Disponível em: <www.museudapessoa.net>. Acesso em: 23 nov. 2017.

Maria Lenk – A essência do espírito olímpico. Memória do esporte olímpico brasileiro. Ministério da Cultura, 2013, 26 min. O documentário apresenta informações sobre a biografia de Maria Lenk, importante nadadora brasileira que se destacou no cenário social e olímpico. Disponível em: <http://www.multirio.rj.gov.br/index.php/ assista/tv/8292-maria-lenk,-a-ess%C3%AAncia-do-esp%C3%ADrito-ol%C3%ADmpico>. Acesso em: 23 nov. 2017.

BOSI, Ecléa. Memória e Sociedade: Lembranças de velhos. 3. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 1994. Clássico das Ciências Humanas, a autora discute o conceito de memória com base em depoimentos de idosos imigrantes e operários na cidade de São Paulo.

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3o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – Projeto integrador: Matemática, Ciências, Geografia, História e Língua Portuguesa

Projeto integrador: Campanha “Salve os animais” 

Conexão com: MATEMÁTICA, CIÊNCIAS, GEOGRAFIA, HISTÓRIA e LÍNGUA PORTUGUESA Neste projeto, a proposta é criar uma campanha de proteção animal. Espera-se que, ao longo deste bimestre, os alunos compreendam a importância da proteção dos animais, tanto dos animais selvagens como dos animais domesticados.

Justificativa A questão da preservação ambiental está presente no cotidiano dos alunos em diversas situações vivenciadas e informações veiculadas nos meios de comunicação. Há inúmeras campanhas em andamento e o objetivo é que os alunos participem dessas atividades e também compreendam e se empenhem no contexto em que estão inseridos. Assim, este projeto interdisciplinar visa estimular os alunos a refletir sobre ações para o cuidado e a defesa animal na localidade onde está a escola. Estamos em contato com os animais por meio da alimentação, do uso de produtos de origem animal, do cuidado com os animais domésticos e até mesmo quando estamos ao ar livre e há pequenos animais ao nosso redor, apesar de não os notarmos. Os momentos em que estamos em contato com os animais são propícios à reflexão sobre o quanto esse fato nos afeta ou somos dependentes de certos animais, por exemplo, para alimentação, e os impactos que essa relação causa para eles. Portanto, conhecer a dinâmica de interação entre ser humano e animais e refletir sobre ela trazem benefícios para nós e para a preservação da vida animal. O primeiro animal considerado extinto em decorrência das ações humanas, somadas aos fatores naturais, são os mamutes, durante a última Era do gelo, há, aproximadamente, 110 mil e 10 mil anos. No presente, as ações humanas continuam a colocar outras espécies animais sob o risco de extinção e, com isso, elas podem desaparecer a qualquer momento de nosso planeta. Portanto, o projeto propõe atividades que estimulem a reflexão e a compreensão sobre o tema e, ao final, os alunos produzirão panfletos explicativos que serão entregues durante uma pequena passeata em defesa dos direitos dos animais.

Objetivos      

Reconhecer a importância das campanhas de proteção animal. Identificar animais da fauna local. Pesquisar sobre as extinções dos animais. Pesquisar, identificar e relacionar saberes ligados ao tema. Organizar, sintetizar e classificar as informações pesquisadas. Organizar uma passeata em defesa dos animais.

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3o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – Projeto integrador: Matemática, Ciências, Geografia, História e Língua Portuguesa

Competências e habilidades

Competências desenvolvidas

1. Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo físico, social e cultural para entender e explicar a realidade (fatos, informações, fenômenos e processos linguísticos, culturais, sociais, econômicos, científicos, tecnológicos e naturais), colaborando para a construção de uma sociedade solidária. 7. Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e promovam os direitos humanos e a consciência socioambiental em âmbito local, regional e global, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta. 10. Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões, com base nos conhecimentos construídos na escola, segundo princípios éticos democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários. Geografia (EF03GE05) Identificar alimentos, minerais e outros produtos cultivados e extraídos da natureza, comparando as atividades de trabalho em diferentes lugares. História (EF03HI08) Identificar modos de vida na cidade e no campo no presente, comparando-os com os do passado.

Habilidades relacionadas*

Língua Portuguesa (EF03LP20) Produzir textos injuntivos instrucionais, com a estrutura própria desses textos (verbos imperativos, indicação de passos a ser seguidos) e mesclando palavras, imagens e recursos gráfico-visuais, considerando a situação comunicativa e o tema/assunto do texto. (EF03LP19) Produzir textos para apresentar resultados de observações, pesquisas em fontes de informações, incluindo, quando pertinente, imagens e gráficos ou tabelas simples, considerando a situação comunicativa e o tema/assunto do texto. Matemática (EF03MA27) Ler, interpretar e comparar dados apresentados em tabelas de dupla entrada, gráficos de barras ou de colunas, envolvendo resultados de pesquisas significativas, utilizando termos como maior e menor frequência, apropriando-se desse tipo de linguagem para compreender aspectos da realidade sociocultural significativos. Ciências (EF03CI04) Identificar características sobre o modo de vida (o que comem, como se reproduzem, como se deslocam etc.) dos animais mais comuns no ambiente próximo. (EF03CI06) Comparar alguns animais e organizar grupos com base em características externas comuns (presença de penas, pelos, escamas, bico, garras, antenas, patas etc.).

* A ênfase nas habilidades aqui relacionadas varia de acordo com o tema e com as atividades desenvolvidas no projeto.

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3o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – Projeto integrador: Matemática, Ciências, Geografia, História e Língua Portuguesa

O que será desenvolvido Os alunos deverão organizar uma passeata em defesa dos animais.

Materiais        

Caderno Canetas hidrográfica Cartolina Cola Folha de papel sulfite Lápis de cor Lápis grafite Tesoura com pontas arredondadas

Etapas do projeto Cronograma  

Tempo de produção do projeto: 1 mês/ 4 semanas/ 2 aulas por semana Número de aulas sugeridas para o desenvolvimento das propostas: 7 aulas

Aula 1: Sensibilização e apresentação do projeto Para identificar o conhecimento dos alunos sobre aspectos da vida animal, estimulá-los a conversar e a apresentar suas vivências por meio de questionamentos como:

1. Quais animais vocês conhecem?

É possível que os alunos apresentem os animais domésticos e os animais selvagens. No caso de apresentarem somente os animais domésticos, estimulá-los a identificar quais animais, além dos citados, eles conhecem e em quais situações observaram os animais selvagens.

2. Onde esses animais vivem?

Espera-se que os alunos citem os possíveis locais de moradia desses animais, por exemplo, florestas, jardins, rios, mares, fazendas e bosques; no caso dos animais domesticados, poderão mencionar a própria moradia.

Com base nas respostas dos alunos, solicitar-lhes que sintetizem algumas informações sobre os animais locais e identifiquem algumas de suas características: pelagem, alimentação, hábitat ou local onde foi observado. Pedir aos alunos que preencham o quadro a seguir com os animais que já observaram nos arredores da escola ou mesmo dentro da escola. Estes dados preenchidos servem como exemplo:

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3o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – Projeto integrador: Matemática, Ciências, Geografia, História e Língua Portuguesa

Animal

Características externas comuns

Alimentação

Onde você observou esse animal?

Passarinho

penas e bico

néctar, migalhas e insetos

no gramado da praça/ voando

Gato

pelo e rabo

ração, carne

na casa do meu vizinho

Lagarto

rabo e pele grossa

insetos

na mata do bosque

Caso os alunos apresentem dificuldade quanto à descrição dos hábitos de alimentação ou às características físicas, solicitar que pesquisem em livros e enciclopédias na biblioteca da escola. Uma sugestão de livro para consulta é o Atlas infantil dos animais em seus hábitats, de Francisco Arredondo (São Paulo: Girassol, 2007). Após encaminhar a atividade, solicitar que apresentem aos colegas os casos de animais raros pesquisados ou observados por eles nos arredores da escola. O objetivo é estimular a reflexão sobre a diversidade animal presente ao redor deles, às vezes não observada nem identificada.

Aula 2: Conhecendo o tema – animais domésticos Conceituar o que são animais selvagens ou de vida selvagem: animais que vivem livremente em seu hábitat natural (área ecológica ou ambiental) e não são domesticados. Explicar que os animais de criação do campo são domesticados, como bois, vacas, galinhas, porcos, entre outros, e podem viver próximos ao ambiente dos animais selvagens. Assim, é possível que os alunos moradores da zona rural tenham observado e vivenciado mais experiências com animais selvagens, pois estão mais próximos do hábitat deles. Em seguida, perguntar aos alunos se eles têm animal de estimação em sua moradia. Em caso de respostas afirmativas, estimulá-los a apresentar mais informações sobre o animal por meio de questionamentos como: nome, cor da pelagem, alimentação, local onde dorme etc. Esse momento poderá trazer maior socialização entre os alunos e proporcionar que se conheçam melhor. Após esse momento, pedir aos alunos que respondam no caderno:

1. Quais cuidados se devem ter com os animais que vivem próximo ao ser humano?

Espera-se que os alunos apresentem alguns cuidados, como: boa e adequada alimentação, higiene e banhos regulares, trato dos pelos quando necessário, visita ao veterinário, atenção e carinho, proporcionar momentos de brincadeiras. Caso um aluno tenha alguma espécie animal desconhecida dos demais, solicitar-lhe que compartilhe as informações sobre ele, para que conheçam novos animais e os cuidados necessários.

Finalizada a atividade, registrar na lousa a tabela a seguir e solicitar aos alunos que a copiem no caderno e a completem com as informações apresentadas sobre os animais domésticos dele e dos colegas. Caso o aluno não tenha animal de estimação, peça que escreva o porquê disso. 23


3o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – Projeto integrador: Matemática, Ciências, Geografia, História e Língua Portuguesa

Tipo do animal

Nome

Como ele chegou na família

cachorro

Pipoca

ganhei de aniversário

gato

Garfield

pegamos abandonado na rua

Após esse momento, pedir que contabilizem o número de animais registrados na tabela a fim de identificar o total de cada espécie, por exemplo: o número total de gatos e o número total de cachorros, verificando a frequência entre os diversos animais.

Sugestões de materiais complementares para os alunos 

PANG, Hannah. O mundo dos animais: um interativo atlas dos animais. Tradução de Marilu Reis. São Paulo: 360º, 2016. Os alunos são convidados a conhecer ambientes ao redor do mundo e os animais que neles vivem de forma interativa.

Procura-se!: galeria de animais ameaçados de extinção. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2007. O livro reúne artigos sobre diferentes animais em extinção, suas características (alimentação, hábitat, atividades diárias etc.), curiosidades e as razões de estarem em risco. Além disso, apresenta algumas ações para que isso não aconteça.

Aula 3: A vida selvagem ao nosso redor Pedir que citem alguns animais não domesticados que vivem na região onde moram. Os alunos podem citar, por exemplo, macacos, roedores, insetos e até mesmo pequenos felinos, como jaguatirica e onça-parda. Dependendo da localidade do Brasil, os alunos poderão ter contato com muitos outros animais selvagens, como cobras e jacarés. Peça aos alunos que registrem em seu caderno os animais citados e que façam desenhos sobre eles. Explicar aos alunos que tanto os animais domesticados como os animais selvagens precisam de proteção. Depois, questioná-los:

1. Quais cuidados os animais selvagens devem receber?

Espera-se que os alunos respondam que devem viver protegidos de agressões contra suas vidas e em ambientes onde podem obter alimento e água, livre dos perigos causados por ações humanas. Destacar que é importante ter cuidado ao se aproximar de lugares onde vivem os animais selvagens e ao se aproximar deles, pois os animais selvagens podem ser perigosos e, ao se sentirem acuados, atacar. Por isso, os seres humanos devem permanecer afastados.

Explicar aos alunos que há casos de animais selvagens próximo a moradias ou a áreas de concentração humana em decorrência das transformações ocorridas no espaço onde os animais moram, por exemplo, áreas que passaram por desmatamento e queimadas, fazendo com que os animais partam em buscam de alimento e de água. Destacar que as ações dos seres humanos na paisagem ocorrem há milhares de anos; assim, o local onde está o município onde vivem e a escola onde estudam eram lugares com paisagens não transformadas pelos seres humanos no passado. 24


3o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – Projeto integrador: Matemática, Ciências, Geografia, História e Língua Portuguesa

O objetivo é que os alunos compreendam os limites do contato com os animais selvagens e a importância de protegê-los. Destacar que diversas espécies de animais selvagens são caçadas e mortas pelos seres humanos, para fazer remédios, amuletos ou simplesmente adornos, ou pelo prazer da caça.

Aula 4: Fauna e flora em extinção Explicar aos alunos sobre o perigo de extinção, isto é, o desaparecimento definitivo de uma espécie de ser vivo; nessa situação de risco, está grande parte da fauna e da flora brasileiras. Caso os alunos desconheçam os termos flora, fauna e extinção, registrar na lousa tais verbetes e solicitar que os copiem no caderno:  Fauna: conjunto de espécies animais de uma região ou de um determinado ambiente.  Flora: conjunto de plantas de uma região ou de um determinado ambiente.  Extinção: desaparecimento completo de uma espécie de planta ou animal. Comentar que a flora também pode ser ameaçada de extinção. Além disso, explicar que há meios de obter recursos de forma sustentável por meio do extrativismo vegetal, prática em que o ser humano retira os recursos vegetais presentes na natureza, respeitando os limites do ambiente, de maneira a não lhe causar desequilíbrio ou graves danos. Em seguida, solicitar que respondam oralmente à questão:

1. Quais são alguns dos elementos que podem ser extraídos da flora?

Os alunos podem citar diversos exemplos: látex para fazer borracha, castanha-de-caju para alimentação, babaçu para a produção de óleo e artesanato etc.

No caso da madeira, é importante os alunos refletirem sobre seu corte. Para isso, explicar que, no passado, as árvores eram indiscriminadamente cortadas para fazer móveis, utensílios, auxiliar na construção civil etc. Com isso, algumas espécies foram extintas e outras estão em risco de extinção. Atualmente, o corte de árvores, sem autorização, é crime ambiental. A madeira utilizada na elaboração de móveis e na construção civil deve ser originária de áreas de reflorestamento e receber certificado de obtenção de acordo com as leis do país. Auxiliar os alunos a criar um cartaz com imagens variadas sobre o problema da extinção obtidas por meio de pesquisas, individuais ou em grupos, sobre a flora e a fauna extintas e em risco de extinção. Os seguintes questionamentos podem direcionar a pesquisa:  Quais plantas e animais foram extintos na região onde você mora?  Quais plantas e animais correm perigo de extinção em nosso país?  Onde essa planta e/ou animal podem ser encontrados? Se possível, mostrar aos alunos as imagens dos animais em risco de extinção a seguir.

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3o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – Projeto integrador: Matemática, Ciências, Geografia, História e Língua Portuguesa

Ondrej Prosicky/Shutterstock.com

Arara-Azul no Pantanal. Esse animal está em risco de extinção.

Leonardo Mercon/Shutterstock.com

Muriqui no Espírito Santo. Esse macaco está em risco de extinção.

Fixar os cartazes na lousa, para que todos os alunos possam observá-los. Pedir que observem os cartazes e analisem o conteúdo apresentado. As perguntas a seguir podem ser registradas na lousa com o objetivo de facilitar e direcionar a análise:

2. O que as imagens apresentam?

Espera-se que os alunos descrevam as imagens de animais e de plantas que foram extintos ou estão ameaçados de extinção.

3. Você conhece ou já ouviu falar de algum dos animais apresentados? Espera-se que os alunos respondam citando experiências pessoais.

4. Quais atitudes os seres humanos podem adotar para evitar a extinção de animais? Os alunos poderão indicar ações de proteção, como não desmatar, não provocar queimadas e não caçar.

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3o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – Projeto integrador: Matemática, Ciências, Geografia, História e Língua Portuguesa

O objetivo é os alunos conhecerem a temática da extinção e refletir sobre ela, identificando e compreendendo atitudes possíveis para resolver ou amenizar o problema. Após a realização da atividade, guardar os cartazes para serem usados pelos alunos na aula 6, quando farão uma passeata.

Aula 5: Os abrigos para animais Como já mencionado anteriormente, e listado pelos próprios alunos, existem cuidados no trato dos animais, estejam eles no ambiente doméstico, em florestas ou em abrigos. Outro cuidado é a vacinação para evitar as doenças chamadas de zoonoses, transmitidas para o ser humano pelos animais, como a raiva (transmitida por meio da saliva de animais infectados). O profissional responsável pela vacinação dos animais e pelo cuidado mais especializado com a saúde deles é o veterinário. Explicar que há lugares chamados abrigos de animais onde os abandonados são resgatados e tratados. Existem abrigos de cachorros (canis), abrigos de gatos (gatis) ou de animais silvestres, e muitos deles foram resgatados dos traficantes que capturam os animais da natureza para serem vendidos ilegalmente. Perguntar aos alunos se eles já viram algum animal abandonado na rua que poderia ser resgatado e levado para um abrigo, se eles conhecem alguém que resgatou algum animal ou alguém que faça esse tipo de ação. Explicar aos alunos que maus tratos e o abandono de animais são crimes.

Aula 6: Organizando uma passeata Os alunos organizarão e participarão de uma passeata em defesa dos animais estudados até agora para mobilizar a comunidade sobre a questão. Para isso, deverão juntamente com o professor escolher a data do evento, o horário apropriado e as ruas a serem percorridas próximas à escola. Após as escolhas, organizar os alunos em pequenos grupos para a produção de panfletos. O objetivo da elaboração dos panfletos é comunicar a data e o local aos participantes da passeata. Neste momento, devem-se retomar os cartazes produzidos pelos alunos na aula 4. Para a confecção dos panfletos, distribuir folhas de sulfite cortadas em tiras largas e iguais, que serão os panfletos, e solicitar aos alunos que escrevam as informações sobre a passeata. Os alunos podem escolher imagens que representem o motivo da passeata e fazer colagens nas tiras de papel. Após a confecção dos panfletos, pedir aos alunos que elaborem frases curtas e objetivas que exemplifiquem os motivos da passeata, como “adote um animal”, “cachorro não é brinquedo”, “animal de rua quer carinho” ou “animais também têm direitos”. Escrever algumas frases na lousa e junto com os alunos escolher algumas consideradas mais representativas que podem ser escritas nos panfletos. Ao final dos trabalhos, os panfletos devem ser distribuídos aos pais ou responsáveis dos alunos, e também aos funcionários da escola. Alguns cartazes podem ser fixados em locais de grande fluxo de pessoas na escola e outros podem ser levados para a passeata.

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3o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – Projeto integrador: Matemática, Ciências, Geografia, História e Língua Portuguesa

Aula 7: Passeata em defesa animal No dia programado para o evento, o professor e a direção da escola receberão os pais ou responsáveis, os alunos, os funcionários e os demais participantes da passeata. Após os cumprimentos iniciais, explicar os motivos que estimularam a passeata e comentar que eles devem sempre andar próximos aos responsáveis, professores e funcionários da escola, além de obedecer às regras de trânsito e às orientações dos adultos. A passeata é um exercício de cidadania e de participação ecológica realizada com o objetivo de incentivar a reflexão sobre como os seres humanos têm tratado os animais domésticos e selvagens, além de conscientizar sobre a situação dos animais abandonados.

Avaliação Verificar a participação dos alunos ao longo das aulas, tanto de forma individual como coletiva. Avaliar as produções individuais feitas em sala e o interesse do aluno em interagir e em desenvolver o projeto. A tabela a seguir apresenta a sistematização de algumas propostas de avaliações para cada aula do projeto a fim de auxiliar o professor. Elas são sugestões a serem ampliadas e/ou modificadas de acordo com a realidade de cada turma e do interesse do professor. Aula

Proposta de avaliação

1

Verificar a participação no preenchimento da tabela de observação dos animais locais.

2

Conferir a participação na conversa sobre os animais domésticos.

3

Verificar as respostas apresentadas sobre os animais selvagens.

4

Avaliar a reflexão sobre a flora e a fauna em extinção e a atividade relacionada.

5

Avaliar a participação na conversa sobre cuidados com os animais.

6

Avaliar a participação na organização da passeata em defesa animal.

7

Verificar e avaliar a participação no dia do evento.

Avaliação final As reflexões sobre a presença dos animais em nossas vidas, assim como os lugares adequados e as profissões destinadas a cuidar dos animais, são conhecimentos adquiridos pelos alunos que podem contribuir para o desenvolvimento de uma visão crítica e de empatia com relação aos animais. A avaliação do desenvolvimento dos alunos sobre o tema e do projeto como um todo pode indicar os problemas enfrentados e quais foram as soluções adotadas. Avaliar se o tempo para o projeto foi suficiente e se todos os objetivos do bimestre foram alcançados podem proporcionar aprendizados e experiências a serem aplicados nos próximos projetos.

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3o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – Projeto integrador: Matemática, Ciências, Geografia, História e Língua Portuguesa

Referência bibliográfica complementar 

FRANCIONE, Gary L. Introdução aos direitos animais. Tradução Regina Rheda. Campinas: Unicamp, 2013. O autor desafia os leitores a refletir sobre a relação entre os seres humanos e os animais e a maneira como interferimos na existência deles no planeta.

MAIA, Otávio Borges; FREITAS, Tino. Livro vermelho das crianças. Brasília: Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict), 2015. Apresenta informações e curiosidades sobre animais ameaçados de extinção no Brasil e trata de temas importantes sobre as espécies da fauna ameaças de extinção e de ações que podem salvá-las do risco.

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História – 3o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 1a sequência didática

1a sequência didática: Uma brincadeira, muitas brincadeiras Abordar algumas brincadeiras de infância do presente e do passado, destacando aquelas presentes em diferentes regiões do Brasil, com o objetivo de consolidar a noção de diversidade etnocultural e o respeito às diferenças.

Relação entre BNCC, objetivos e conteúdos Objeto de conhecimento

A cidade e suas atividades: trabalho, cultura e lazer 

Habilidade

Objetivos de aprendizagem

Conteúdos

    

(EF03HI12) Comparar as relações de trabalho e lazer do presente com as de outros tempos e espaços, analisando mudanças e permanências. Compreender a diversidade etnocultural. Compreender que as brincadeiras têm história e fazem parte do contexto sociocultural em que estão inseridas. Promoção da diversidade com base em brincadeiras Brincadeira é herança cultural Brincar é um ato social

Materiais e recursos       

Caderno Lousa Lápis Mapa do Brasil Pedaço de barbante Recursos para reprodução de vídeos de canais da internet ou cópia de imagens 3 folhas de jornal por aluno

Desenvolvimento 

Quantidade de aulas: 3 aulas

Aula 1 Solicitar aos alunos que se organizem para uma roda de conversa. Após todos estarem sentados, questione-os oralmente: “Criança brinca do quê?”. Os alunos podem responder oralmente e, se desejarem, escrever na lousa as brincadeiras de sua preferência.

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História – 3o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 1a sequência didática

Após os alunos responderem, questionar: “Como aprendemos uma brincadeira?”. Pedir que respondam com exemplos pessoais. Se perceber que a turma está com dificuldade para se envolver, fomentar o debate com outras perguntas, por exemplo: “Nós já nascemos sabendo brincar de (tal atividade)?”. Utilizar aqui as brincadeiras citadas anteriormente. “Vocês aprenderam sozinhos a brincar (de determinada atividade)?”. Nessa etapa, é importante trabalhar a ideia de que a brincadeira faz parte das relações sociais e que, geralmente, aprendemos a brincar com amigos, com os responsáveis, com a família, com os irmãos, com os primos e com os professores, incorporando e reproduzindo aquela brincadeira que faz parte de nosso meio familiar e de nossa sociedade. Para ajudar os alunos a compreenderem a ideia de herança cultural, ressaltar também que algumas brincadeiras são as mesmas de quando você, professor, ou os pais e responsáveis dos alunos eram crianças. Para finalizar, escrever na lousa a atividade a seguir e solicitar que os alunos a copiem no caderno: 

Converse com os seus pais ou responsáveis para descobrir se quando eram crianças eles brincavam de algo que você brinca atualmente. Escreva a resposta no caderno.

Essa atividade será abordada na próxima aula e tem o objetivo de que os alunos percebam, baseando-se em informações coletadas, que brincadeiras permanecem e são passadas de geração a geração, já outras são esquecidas, enquanto novas surgem.

Aula 2 Organizar os alunos em duplas e orientá-los a partilhar as descobertas obtidas na conversa com os pais ou familiares. A seguir, solicitar que cada um conte aos colegas da turma as descobertas da sua dupla e não as próprias. Por isso, ressaltar a importância de estar atento à fala do outro. É importante que todos os alunos exponham as descobertas tanto à sua dupla quanto à turma. Nesse momento, duas abordagens são importantes. Nas situações em que forem relatadas brincadeiras em comum entre os pais, ou responsáveis, e os alunos, trabalhar a ideia de herança cultural, de costumes que são passados de geração a geração, os quais são transmitidos ao longo do tempo. Quando, no entanto, as respostas estiverem voltadas para brincadeiras diferentes, contextualizar essas diferenças, resultantes do dinamismo social e cultural, das mudanças que acontecem constantemente na sociedade. Escolher um vídeo de sua preferência sobre a brincadeira de pular amarelinha com varas de bambu, pedaços de corda ou desenhos no chão, disponível em canais de vídeo na internet. Caso não seja possível a reprodução do vídeo, usar imagens da brincadeira. Com base no modelo escolhido, propor aos alunos a brincadeira de pular amarelinha. Depois da brincadeira, retomar com eles os três temas abordados anteriormente: de que forma ocorre a aprendizagem de uma brincadeira, a herança cultural e o dinamismo social. Estimulá-los com perguntas: “Vocês já pularam amarelinha?”, “De que forma vocês brincam?”, “O que a brincadeira de pular amarelinha mostrada no vídeo (ou nas imagens, no caso de não ter sido possível assistir ao vídeo) tem em comum com a que vocês brincam? E de diferente?”.

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História – 3o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 1a sequência didática

Aula 3 Retomar brevemente o que foi abordado na aula anterior sobre a brincadeira de pular amarelinha, estimulando a turma a recordar o que foi desenvolvido. Questionar oralmente os alunos: “É possível brincar da mesma brincadeira, de formas diferentes?”. Caso os alunos citem brincadeiras comuns, porém com métodos diferentes, explorar as características relatadas, questionando-os: “Por que existem essas diferenças?”. Identificar diferenças nas matérias-primas para a confecção de brinquedos, aspectos da cultura regional, entre outras. Após essas inferências iniciais, questionar os alunos se conhecem o jogo da peteca, que mescla características esportivas e de lazer. Ressaltar que as formas de brincar variam, desde duplas rebatendo a peteca um para o outro até um círculo com cerca de oito participantes. O objetivo, geralmente, é não deixar a peteca cair. Questionar como essa brincadeira é desenvolvida pelos alunos, considerando os aspectos regionais e culturais de onde vivem. Após as falas dos alunos, ler para eles o trecho a seguir sobre a história da peteca: Peteca Os índios que viviam no Brasil, antes dos colonizadores portugueses chegarem, utilizavam uma trouxa de folha cheia de pedras que eram amarradas numa espiga de milho. Brincavam de jogar esta trouxa de um lado para outro, davam o nome de Pe’teka, que em tupi significa “bater”. [...] A peteca foi difundida no mundo através dos atletas brasileiros nas Olimpíadas de Antuérpia em 1920, que brincavam nas horas vagas em que não estavam competindo, não havia regras. Em 1985, o jogo da peteca virou esporte no Brasil, com o reconhecimento do Conselho Nacional de Desporto. Porém, é na Alemanha que a Peteca foi muito bem aceita e em 2000, em Berlim foi criada a Federação Internacional de Indiaca, nome internacional da peteca. O objetivo da Federação era regulamentar e unificar as regras do jogo. Uma brincadeira pode-se transformar em um jogo, um jogo pode-se transformar em um esporte e o esporte pode-se transformar em uma brincadeira. Não é interessante? A peteca é um exemplo disso! COSMO, Vitoria. Brincadeiras: é preciso eternizar. Secretaria de Estado da Educação do Paraná. Disponível em <http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/ portals/pde/arquivos/1932-6.pdf>. Acesso em: 21 nov. 2017.

Depois da leitura, explicar aos alunos que as formas de fazer peteca variam nas diversas localidades do Brasil: no município de Santa Tereza, no estado do Espírito Santo, é comum fazer petecas com sola de chinelo. Os indígenas da aldeia Xavante Abelhinha, localizada no estado do Mato Grosso, fazem a peteca usando palha, e em Minas Gerais muitas crianças fazem com casca de bananeira. Se possível, apresentar as imagens de petecas a seguir.

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História – 3o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 1a sequência didática

tristan tan/Shutterstock.com

Peteca feita com pedaços de papel e de plástico cortados em círculo.

Dado Photos/Shutterstock.com

Peteca feita com espuma e tecido.

Em uma data combinada previamente, pedir aos alunos que tragam três folhas de jornal e um pedaço de barbante. No dia combinado, orientar os alunos a amassar duas folhas de jornal no formato de bola. A seguir, eles devem pegar a bola de papel amassado, colocar no centro da folha de jornal que sobrou e unir as pontas da folha, como se fizessem um embrulho. Por fim, devem amarrar o embrulho com o pedaço de barbante. Após todos os alunos terem terminado de produzir sua peteca, é o momento de eles se divertirem. Dividir os alunos em grupos de quatro integrantes e solicitar que eles criem as regras para o jogo de peteca: quantos participantes, o que devem fazer, como devem fazer, e outras situações que considerarem adequadas. Caso os alunos tenham dificuldade em estabelecer as regras, auxiliar registrando na lousa as propostas que surgirem e se todos os alunos estão de acordo com elas. Por fim, organizar as metas e dar um nome à brincadeira. Eles podem mudar as regras e criar novas brincadeiras com a peteca, se desejarem. Avaliar a participação de cada aluno na atividade, verificando seu envolvimento com a proposta e se deram espaço para que seus colegas também participassem. Na elaboração das regras, verificar a clareza das regras e do objetivo e, principalmente, a sua diversificação e inovação.

Avaliação Iniciar a avaliação desde o momento da roda da conversa quanto à participação de cada aluno, a fim de verificar quais informações ele apresenta sobre brincadeiras e de que forma aprende sobre essas brincadeiras. É importante verificar se as falas dos alunos estão fundamentadas em suas experiências pessoais, porque, com base nelas, os alunos estabelecem relações com os novos conhecimentos, compreendem a si mesmos e as experiências do outro. Se verificar que as experiências citadas são poucas, estimulá-los a contar do que brincam, com quem e quem lhes ensinou a brincadeira. É importante observar se compreendem a brincadeira como parte das relações sociais. O processo avaliativo também deve ocorrer durante o estudo e a brincadeira de pular amarelinha e de jogar peteca, quando os alunos são estimulados a identificar as mudanças e as permanências das brincadeiras ao longo do tempo (passado e presente), e a diversidade de formas de produzir um brinquedo e de brincar com ele nas diversas regiões brasileiras, fruto do contexto sociocultural das localidades. Nesses momentos, verificar também a interação entre os alunos, se eles respeitam a opinião e a participação dos colegas, a fim de estimular o respeito ao próximo e as atividades em grupo. 33


História – 3o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 1a sequência didática

Para trabalhar dúvidas Caso algum grupo apresente dificuldade para criar uma nova brincadeira quando estiverem jogando peteca, estimule-os a pensar em outros jogos sem peteca para inspirá-los, por exemplo, vôlei ou queimada. Além disso, ajude-os a pensar em objetivos diversos, como: não deixar a peteca cair, fazer que o time adversário não consiga pegar a peteca ou verificar quem consegue rebater a peteca mais longe. Dessa forma, abrem-se caminhos para que criem uma nova atividade lúdica sem, no entanto, o professor criar o jogo para eles. Se considerar adequado, fornecer outro exemplo de brincadeira com peteca, relatar o jogo em que os integrantes formam uma roda e um deles vai para o centro dela, a peteca é rebatida sempre de algum integrante da roda para quem está no centro e de quem está no centro para outro integrante da roda, e assim por diante. O objetivo é impedir que a peteca caia no chão. Quando a peteca cair no chão, o último jogador da roda que a rebateu vai para o centro e o jogador que estava lá volta para a roda. Com base neste relato, perguntar aos alunos:  “Quais são as regras desse jogo?” Resposta esperada: Os jogadores devem fazer um círculo, um integrante vai para o centro, a peteca deve ser rebatida sempre da roda para o centro e do centro para a roda. A rodada acaba quando a peteca cair no chão, o último rebatedor troca de lugar com quem estava no centro e uma nova rodada é iniciada. 

“Qual é o objetivo dele?” Resposta esperada: Impedir que a peteca caia no chão, rebatendo sempre do centro para a roda e da roda para o centro.

“É uma brincadeira que tem um vencedor ou um objetivo coletivo?” Resposta esperada: É uma brincadeira coletiva em que todos cooperam para evitar que a peteca caia no chão.

“Essa forma de jogar peteca é igual à sua?” Resposta pessoal: Incentivar o aluno a comparar a quantidade de jogadores, a maneira como o jogo acontece e seu objetivo.

Ampliação Terminados o estudo e o jogo da peteca, ampliar o conceito de interação cultural para uma escala global com a história da vinda do futebol para o Brasil. Introduzir o tema questionando oralmente os alunos: “Vocês sabiam que os ingleses são considerados por muitas pessoas como os inventores do futebol?” e “Se os ingleses são considerados inventores do futebol, por que não são só eles que jogam?”. Após os alunos apresentarem suas respostas às questões, pergunte de que forma eles acham que o futebol se tornou conhecido em grande parte dos países do mundo. O objetivo é estimular os alunos a refletir em âmbito mundial e observar se eles já apresentam as trocas culturais como forma de interação entre as pessoas. Encerrada a conversa, pedir aos alunos que apresentem as suas hipóteses oralmente. A seguir, ler os textos para a turma:

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História – 3o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 1a sequência didática

História do futebol O ato de impulsionar uma bola com os pés para fazê-la chegar a um determinado destino começou na China, entre os séculos 2 e 3 antes de Cristo [por volta de 2.300 anos atrás]. Com o nome de Tsu' Chu, o jogo consistia em chutar uma bola, feita de couro e recheada com penas e cabelos ou crinas, em direção a uma pequena rede fixada entre duas estacas de bambu. O jogador podia usar os pés, o peito, as costas e os ombros – mas não as mãos –, ao mesmo tempo em que resistia aos ataques dos oponentes. O futebol moderno, entretanto, tem origem bem mais recente. Coube aos ingleses organizá-lo nos moldes que conhecemos atualmente. Nesse sentido, o esporte mais popular do planeta nasceu oficialmente em 1863, na Inglaterra [...]. O futebol cresceu rapidamente nos anos seguintes. Em 21 de maio de 1904, foi fundada, em Paris, a Federação Internacional de Futebol (Fifa). Em 1930, veio a primeira Copa do Mundo, no Uruguai, com 13 equipes, vencida pela seleção anfitriã. Hoje o futebol é o maior esporte do planeta, com 209 países afiliados à Fifa. FUTEBOL. História. Rede Nacional do Esporte. Disponível em: <http://www.brasil2016.gov.br/pt-br/megaeventos/olimpiadas/ modalidades/futebol>. Acesso em: 21 nov. 2017.

[...] Sobre a chegada do futebol ao país: Charles Miller desembarcou no porto de Santos, em novembro de 1894, trazendo na bagagem duas bolas de couro, uma bomba de ar para enchê-las, um par de chuteiras, duas camisas de times que ele defendera na Inglaterra e um livro de regras do association football. Miller pertencia à pequena comunidade britânica radicada na cidade de São Paulo, era brasileiro de nascimento, filho de pai escocês e de mãe brasileira filha de inglês. Ele divulgou o novo jogo entre seus amigos do clube da colônia inglesa, o São Paulo Athletic Club (SPAC, fundado em 1888), e organizou treinos na várzea do Carmo, nas proximidades do Gasômetro [...]. O primeiro jogo foi realizado com times improvisados, em 14 de abril de 1895 [...]. Teve início assim, com pontapé inicial inglês, a história do futebol no Brasil. Essa narrativa é sempre lembrada pela imprensa esportiva e foi citada por diversos historiadores como o ato fundador do nosso esporte máximo. GAMBETA, Wilson Roberto. A bola rolou. O Velódromo Paulista e os espetáculos de futebol: 1895 – 1916. Tese. Doutorado em História Social. Universidade de São Paulo, Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Departamento de História. São Paulo, 2013. p. 8.

Após a leitura, questionar os alunos sobre eventuais dúvidas e, se considerar necessário, ler o texto novamente. Pode-se também solicitar que algum aluno leia para os colegas. Se houver dúvidas de vocabulário, escrever a palavra na lousa e solicitar que os alunos a procurem no dicionário. 35


História – 3o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 1a sequência didática

Quando não restarem dúvidas sobre os textos, solicitar que digam os nomes dos países citados nos fragmentos. Anotá-los na lousa e perguntar, estendendo a discussão para o jogo da peteca, estudado anteriormente: “Somente os indígenas jogam peteca? Somente os ingleses jogam futebol?”, “Como será que os brasileiros aprenderam o futebol?”, “Como será que as pessoas não indígenas no Brasil e em outros países aprenderam a jogar peteca?”; “O jogo de peteca e o futebol surgiram há muitos anos, no passado. Será que eles continuam sendo praticados no presente?”. Espera-se que os alunos compreendam que essas práticas foram transmitidas por meio da interação entre as pessoas, com trocas de costumes, conhecimentos, esportes, brincadeiras e outros elementos culturais: no caso da peteca, a difusão internacional ocorreu durante o ano de 1920, nas Olimpíadas de Antuérpia, quando os atletas brasileiros jogavam peteca nas horas vagas. O futebol inglês foi trazido ao Brasil em 1894 por Charles Miller e no ano seguinte ocorreu o primeiro jogo. Em ambos os casos, espera-se que os alunos reconheçam que o jogo de peteca e o futebol surgiram no passado e continuam sendo praticados no presente, sendo que eles mesmos brincaram de peteca e podem já ter jogado ou assistido a partidas de futebol.

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História – 3o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 2a sequência didática

2a sequência didática: Descobrindo diferenças entre o passado e o presente Compreender, por meio das informações sobre a vida e os feitos da nadadora brasileira Maria Lenk (1915-2007), as mudanças ocorridas desde sua infância no contexto dinâmico da sociedade da época, possibilitando a discussão sobre os papéis da mulher na sociedade.

Relação entre BNCC, objetivos e conteúdos Objeto de conhecimento

A cidade e suas atividades: trabalho, cultura e lazer 

Habilidade    Objetivos de aprendizagem  

Conteúdos

  

(EF03HI12) Comparar as relações de trabalho e lazer do presente com as de outros tempos e espaços, analisando mudanças e permanências. Perceber o dinamismo social. Comparar aspectos do passado com os do presente. Compreender que valores, costumes e mentalidade sociais estão inseridos em determinado contexto social. Desenvolver o respeito às diferentes pessoas e realidades sociais. Fortalecer a importância da presença da mulher nos mais diversos espaços sociais. Entre dois tempos: minha infância e a de Maria Lenk Maria Lenk: uma mulher em destaque Por que o passado, por vezes, parece tão estranho?

Materiais e recursos    

Folhas de papel sulfite Lápis de cor Cópias de ficha de atividade Cópias de texto e de imagens

Desenvolvimento 

Quantidade de aulas: 2 aulas

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História – 3o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 2a sequência didática

Aula 1 Iniciar perguntando aos alunos se já ouviram falar de Maria Lenk. Caso algum deles a conheça, estimule-o a contar o que sabe sobre ela; caso não haja alunos que a conheçam, dar informações biográficas, por exemplo, quando e onde ela nasceu e morreu. Se possível, assistir com ou apresentar para os alunos o documentário indicado a seguir sobre Maria Lenk, o qual pode auxiliá-los nessa etapa, pois apresenta a biografia da nadadora com a participação dela, de familiares, de amigos e outros: Maria Lenk – a essência do espírito olímpico. Memória do esporte olímpico brasileiro. Ministério da Cultura, 2013, 26 min. Disponível em: <http://www.multirio.rj.gov.br/index.php/assista/tv/8292-maria-lenk,-a-ess%C3%AAncia-do-esp %C3%ADrito-ol%C3%ADmpico>. Acesso em: 23 nov. 2017. Após a conversa inicial ou a apresentação do vídeo, instigar os alunos por meio de questões como: “Será que a época em que Maria Lenk viveu era muito diferente da nossa?”, “O que vocês acham que pode ter mudado?”. A seguir, disponibilizar uma cópia da ficha de atividades a seguir. Se julgar necessário, fazer uma primeira leitura coletiva da entrevista e das questões pedidas para sanar possíveis dúvidas de vocabulário ou de compreensão.

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História – 3o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 2a sequência didática

Nome: ______________________________________________________________________________ Turma: ____________________________ Data: ____________________________________________________

Leia a entrevista abaixo. Ela foi inventada pelo escritor Flávio de Almeida com base em frases ditas por Maria Lenk e informações da vida dessa nadadora. Nessa entrevista, Maria Lenk já estaria com 92 anos de idade. Maria Lenk, um peixe dentro d’água Entrevistador: A senhora foi a primeira mulher sul-americana a competir em Olimpíadas? Maria Lenk: Comecei com dezessete anos. Foi nos Jogos Olímpicos de 1932, em Los Angeles. Mas parece que foi ontem. Entrevistador: A senhora foi também a primeira brasileira – e até hoje, a única – a quebrar dois recordes individuais, nos duzentos e nos quatrocentos nado peito. Maria Lenk: Foi na preparação para os Jogos Olímpicos de Tóquio em 1939. [...] Entrevistador: A senhora chegou a sofrer discriminação? Maria Lenk: Quando fui morar em Amparo, interior de São Paulo, [...] fui excomungada pelo bispo por causa do meu maiô. Entrevistador: Certo, eu imagino que os maiôs que a senhora usava não eram nada parecidos com um biquíni... [...] Maria Lenk: Eram enormes! Sem falar que eram feitos de lã, o que não ajudava muito no desempenho. Ainda assim tinha gente que considerava indecente. [...] Entrevistador: [...] em qual piscina a senhora nadava? Maria Lenk: Não existia piscina em São Paulo. Eu nadava no rio Tietê com meu pai. [...] Entrevistador: Então foi o sr. Paulo Lenk que a ensinou a nadar. Maria Lenk: Ele prendia meu maiô num anzol, ficava segurando a vara com uma corda do lado de fora do rio e dizia o que eu devia fazer, enquanto desajeitadamente eu batia pernas e braços e bebia muita água. Entrevistador: Mas que método extravagante [...] ou mesmo bizarro! 39


História – 3o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 2a sequência didática

Maria Lenk: Mas não foi ele quem inventou esse método. Todas as crianças daquela época aprendiam a nadar assim, presas por uma vara nas margens do Tietê. SOUZA, Flavio de; ALMEIDA, Daniel. Um dia decisivo na vida de grandes brasileiros, quando pequenos: Antes e Depois. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2015. p. 160, 164-166.

1. Escreva por que Maria Lenk tornou-se uma nadadora famosa. ___________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________ Resposta: Maria Lenk tornou-se famosa por ser a primeira mulher da América do Sul a competir em uma Olimpíada, em 1932; e a primeira, e única, nadadora brasileira a bater dois recordes individuais, feito que ela alcançou em 1939. Estimular os alunos a pensar por que esses feitos são tão relevantes tanto no âmbito pessoal quanto no social. No âmbito pessoal, conseguir participar de Olimpíadas e quebrar recordes são grandes conquistas para um atleta. Já socialmente, destacar o quanto conquistas como as de Maria Lenk contribuem para que a mulher conquiste e seja reconhecida nos mais diferentes espaços sociais.

2. Maria Lenk competiu há muitas décadas e desde então houve diversas mudanças em nossa sociedade. Observe as fotos dos maiôs usados no passado e dos usados no presente

Everett Collection/Shutterstock.com

Nadadora nos tempos em que Maria Lenk começou a nadar.

Shahjehan/Shutterstock.com

Nadadora nas Olimpíadas do Rio de Janeiro, em 2016.

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História – 3o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 2a sequência didática

Escreva uma diferença entre os maiôs usados no passado e os maiôs usados no presente. __________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________ Resposta esperada: É possível que o aluno responda que, no passado, o maiô era feito de lã e, por isso, mais pesado. É importante, nesta questão, focar nas transformações da mentalidade social. Utilizar o tópico sobre o maiô para que os alunos percebam as mudanças que ocorrem na forma de se vestir ao longo do tempo e algumas dificuldades que pessoas pioneiras em certa atividade podem enfrentar por causa dos valores da época em que vivem. Comentar que as resistências à roupa de natação que Maria Lenk teve de enfrentar quando decidiu praticar seu esporte são mais raras atualmente.

Para trabalhar dúvidas Caso surjam dúvidas na interpretação do texto, perguntar aos alunos:  O que é uma entrevista? Resposta: É uma conversa entre pessoas, na qual alguém é responsável por fazer perguntas que serão respondidas pela(s) outra(s) pessoa(s). Caso a leitura coletiva da entrevista ainda não tenha sido feita, escolher um aluno para ser o entrevistador e outro para ser Maria Lenk. Incentivar a participação dos estudantes durante a correção, pedindo que compartilhem suas respostas e dúvidas.  Quem está sendo entrevistada? Qual esporte a entrevistada pratica? Resposta: A nadadora Maria Lenk está sendo entrevistada. Ela pratica natação.  Por que a entrevistada se tornou famosa? Resposta esperada: Porque ela foi a primeira mulher sul-americana a participar de uma Olimpíada e também porque foi a única brasileira a quebrar dois recordes individuais. Esses questionamentos podem auxiliá-los na compreensão do texto, principalmente se, além das respostas orais, for solicitado aos alunos que localizem tais informações no texto.

Aula 2 Fazer a correção da atividade pedida na aula anterior. Assim, é possível retomar o que foi feito e solicitar aos alunos que façam a atividade seguinte.

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História – 3o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 2a sequência didática

Nome: _______________________________________________________________________________________ Turma: ____________________________ Data: ____________________________________________________

1. Conte com suas palavras de que forma Maria Lenk aprendeu a nadar. __________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________ Resposta: Os alunos devem relatar que o pai de Maria Lenk a ensinou a nadar colocando-a no rio Tietê com uma vara amarrada no maiô enquanto ele, fora da água, passava as instruções. É possível convidar um aluno para que registre sua resposta na lousa. Nesse item, o importante é verificar se os alunos utilizam suas próprias palavras. Muitas vezes, eles copiam exatamente o trecho, por isso reforce que essa não é a proposta da questão. Caso demonstrem dificuldade, estimulá-los a contar como foi o aprendizado de Maria Lenk sem consultarem o texto novamente.

2. O entrevistador demonstrou espanto com a estratégia usada pelo Sr. Paulo Lenk para ensinar sua filha a nadar. Por que você acha que ele teve essa reação?

Resposta pessoal. No entanto, é importante os alunos perceberem que o entrevistador estranhou o método, considerado incomum para ele. O objetivo dessa pergunta é que os alunos reflitam e compreendam as diferenças de cada época e que, muitas vezes, aquilo que é considerado comum em um período pode causar espanto e estranhamento em outro. Aqui cabe resgatar a ideia de transformação social já abordada na aula anterior. Perguntar aos alunos qual seria a reação deles se vissem hoje alguém aprendendo a nadar como Maria Lenk.

3. Maria Lenk considera comum a forma como aprendeu a nadar durante sua infância. Grife o

trecho da entrevista em que podemos identificar essa fala da nadadora. Grifo da seguinte parte: “Maria Lenk: Mas não foi ele quem inventou esse método. Todas as crianças daquela época aprendiam a nadar assim, presas por uma vara nas margens do Tietê.”. Essa questão visa verificar se os alunos identificam a mesma informação escrita apresentada de formas diferentes.

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História – 3o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 2a sequência didática

4. Pesquise e cole imagens sobre as diferentes formas de aprender a nadar em cada época indicada abaixo:

Aprendendo a nadar Na infância de Maria Lenk (1923)

Hoje em dia

Para a correção da questão 4, é possível convidar alguns alunos para mostrarem e falarem sobre as imagens que utilizaram. Estimulá-los a relatar quais são as formas mais comuns de aprender a nadar hoje em dia, por meio de perguntas como: “Quem geralmente nos ensina a nadar?”, “Aprendemos no rio ou na piscina?”, “O que muitos utilizam no lugar da vara para evitar afundar?”.

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História – 3o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 2a sequência didática

Avaliação Durante a realização da atividade, circular pela sala para verificar o desempenho, o envolvimento, as dificuldades e as facilidades de cada aluno.

Ampliação Trabalhar o fato de que muitos aspectos que hoje são considerados comuns em nossa sociedade poderão ser, no futuro, alvo de estranhamento. Dessa forma, reforçar a noção de que a sociedade não é estática e está em constante mudança. Esse trabalho é importante também ao proporcionar aos alunos situações em que percebam cada época com suas características e o exercício de procurarmos entender cada prática social dentro do seu contexto, evitando julgamentos anacrônicos. As imagens abaixo podem auxiliar a demonstrar a diferença na vestimenta feminina:

tobkatrina/Shutterstock.com

Retrato de uma mulher, por volta de 1906.

Andrey Arkusha/Shutterstock.com

Retrato atual de uma mulher.

Comentar a mudança nas roupas das mulheres, que no passado não podiam usar calça, considerada peça do vestuário masculino, ou mesmo a restrição do uso de rosa em peças masculinas, algo que hoje já não ocorre mais. Pedir que pesquisem outras mudanças de vestuário. Solicitar aos alunos que conversem com seus pais, avós ou responsáveis e descubram duas mudanças na forma de se vestir que aconteceram desde a infância deles até os dias atuais. Orientá-los também a perguntar quais as razões dessas mudanças na opinião deles. Copiar a tabela seguinte na lousa, fornecer a cada aluno uma folha de papel sulfite e solicitar que a copiem na folha. Solicitar que completem a tabela em casa e, se possível, tragam fotos antigas de seus familiares ou responsáveis para mostrar para os colegas como eram essas vestimentas.

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História – 3o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 2a sequência didática

As pessoas sempre se vestiram iguais? Na opinião de Como era na época de Como é hoje em dia?

_________________, por que

______________________ ? essa mudança ocorreu?

Mudança 1

Mudança 2

Para a correção, convidar cada aluno a contar para a sala as informações descobertas. Avaliar se conseguiram identificar diferenças no modo de se vestir em cada época e possíveis causas para essas mudanças, por exemplo: “As mulheres passaram a usar cada vez mais calças, mudança que pode estar relacionada ao fato de elas considerarem um vestuário confortável e desejarem mudar os padrões do vestuário feminino, em geral, do uso de saias” ou “Era comum os homens usarem chapéu no dia a dia, já hoje esse acessório não é comum, a mudança pode ter ocorrido porque o chapéu passa uma imagem muito formal e ao longo dos anos os homens passaram a usar no cotidiano roupas menos formais.”.

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História – 3o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 3a sequência didática

3a sequência didática: A cidade se transforma Identificar as transformações ocorridas em um município e compreender as alterações no uso dos espaços desse município ao longo do tempo.

Relação entre BNCC, objetivos e conteúdos Objeto de conhecimento Habilidade

Objetivos de aprendizagem

Conteúdos

O “Eu”, o “Outro” e os diferentes grupos sociais e étnicos que compõem a cidade: os desafios sociais, culturais e ambientais da cidade em que se vive  (EF03HI02) Selecionar, por meio da consulta de fontes de diferentes naturezas, e registrar acontecimentos ocorridos ao longo do tempo no município em que vive.  Identificar transformações em uma localidade.  Compreender algumas causas de transformações locais.  Coletar informações a partir da fonte oral.  Ampliar o conhecimento sobre o município em que vivem.  Refletir sobre o problema do descarte dos resíduos sólidos.  O rio Tietê de ontem e de hoje  A ação do ser humano e as consequências para o ambiente  Meu município já foi diferente?

Materiais e recursos  Caderno  Cópias da ficha de atividade  Canetas hidrográficas  Mapa do Brasil  Papel kraft ou similar  Folhas de papel sulfite

Desenvolvimento  Quantidade de aulas: 2 aulas

Aula 1 Iniciar questionando os alunos sobre o rio Tietê. Perguntar se eles já ouviram comentários, assistiram a documentários, telejornais ou mesmo se o observaram pessoalmente. Verificar se sabem em qual estado está localizado e algumas das cidades por onde o rio passa. Se possível, localizá-lo no mapa do Brasil e solicitar aos alunos que indiquem se o rio Tietê, no estado de São Paulo, está próximo à localidade onde vivem. Caso a cidade onde a escola está localizada tenha um rio, refletir com os alunos sobre a sua função para os moradores. Entregar para cada aluno uma cópia da ficha de atividade a seguir. Orientá-los a responder às questões e, se julgar necessário, fazer uma primeira leitura coletiva para sanar possíveis dúvidas de vocabulário ou de compreensão do que é pedido. 46


História – 3o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 3a sequência didática

Nome: _______________________________________________________________________________________ Turma: ____________________________ Data: ____________________________________________________ Leia com atenção o texto a seguir sobre o rio Tietê no passado e responda às questões: O rio Tietê Além do transporte de mercadorias, os rios serviam também ao deslocamento de pessoas. Quem morava junto ao rio não raro tinha seu barco, que era usado para se deslocar dentro da cidade ou imediações ou mesmo levar passageiros. Algumas embarcações do Tietê realizavam viagens pequenas, mas importantes para muitos paulistanos: a travessia do rio. Assim eram indispensáveis num período em que a cidade começava a se expandir cada vez mais para áreas além do Tietê, mas não possuía um conjunto de pontes capaz de interligar (...) os bairros localizados em margens opostas. JORGE, Janes. Tietê, o rio que a cidade perdeu: São Paulo, 1890-1940. São Paulo: Alameda, 2006. p. 105.

1. Quais eram as principais funções do rio Tietê no passado?

__________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________

2. Qual problema do crescimento da cidade o rio Tietê ajudava a solucionar? Explique com suas palavras. __________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________

3. Ao longo dos anos, o rio Tietê foi perdendo essas funções relatadas pelo autor,

principalmente, por causa da poluição de suas águas. Por que você acha que o rio Tietê ficou poluído? __________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________

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História – 3o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 3a sequência didática

4. Para casa:

Converse com algum morador antigo de seu município (pode ser algum familiar, vizinho ou professor) e descubra um lugar que ele frequentava quando criança no passado e que não existe mais ou, apesar de existir, não pode mais ser utilizado no presente. É importante saber o que as pessoas faziam lá e por que esse espaço mudou. Em seu caderno, faça um breve texto relatando tudo o que descobriu e conte aos seus colegas suas descobertas. Orientar os alunos à perguntarem aos entrevistados se têm fotografias antigas dos locais descritos. Essas imagens podem ser usadas na atividade proposta na próxima aula.

Avaliação Ainda na Aula 1, fazer a correção das questões 1 a 3, cujas respostas são: 1. Resposta: O rio Tietê era utilizado para transporte de mercadorias e deslocamento de pessoas. 2. Resposta esperada: O rio Tietê contribuía para o acesso aos bairros que estavam nas suas margens. Como não havia muitas pontes, as pessoas utilizavam embarcações para atravessar o rio e chegar ao outro lado da margem. Caso haja dúvidas, fazer um desenho na lousa para demonstrar o impedimento de chegar em algumas regiões sem pontes e o quanto a travessia do rio pode facilitar. 3. Resposta esperada: Grande parte da poluição do rio Tietê advém de dejetos industriais e esgoto não tratado produzidos nas cidades em torno dele. É importante estimular os alunos a pensar na ação do ser humano, pois, além do rio Tietê, muitos outros rios brasileiros tornaram-se local de despejo de esgoto, de resíduo industrial e doméstico. Caso essa seja uma realidade na região da escola, estimular os alunos a refletir sobre a situação da poluição desse rio.

Aula 2 Retomar brevemente o que foi trabalhado na aula anterior e organizar os alunos para que apresentem as informações que descobriram na tarefa de casa. Registrar na lousa uma lista dos locais citados pelos alunos, a fim de facilitar a visualização dos lugares onde houve transformação, percebendo, inclusive, aqueles que se repetem. Solicitar aos alunos que copiem os nomes desses locais no caderno. Solicitar aos alunos que pesquisem em grupos imagens no passado e no presente de um dos locais citados e copiados por eles no caderno. Se necessário, auxiliá-los a formar os grupos, que podem ter em torno de quatro integrantes. Orientar os alunos a pesquisar em site da prefeitura local, revistas, jornais e, durante a conversa com os moradores antigos na atividade 4 (aula anterior), perguntar a esses moradores se eles têm fotografias ou outras imagens da localidade citada por eles e se poderiam emprestá-las. Caso o morador tenha, é importante explicar aos alunos que se trata de um objeto histórico e pessoal, que deve ser cuidado por eles e devolvido no mesmo estado que estava quando emprestado. Propor aos alunos a construção de um painel para apresentar os resultados da pesquisa feita sobre o município e as informações que chamaram mais a atenção deles durante sua realização. 48


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Em uma data combinada previamente, solicitar aos alunos que tragam as imagens obtidas e algum material que possa ser usado como suporte para as imagens e textos produzidos por eles; uma sugestão é o papel kraft. Orientar os alunos a colar as imagens e escrever frases curtas ou apenas palavras-chave que transmitam as informações que coletaram na tarefa de casa e durante a pesquisa. Caso seja difícil os alunos escreverem no suporte, orientá-los a escrever em uma folha de papel sulfite, cortar seu texto e colar no suporte. Se os alunos trouxerem imagens emprestadas pelos entrevistados, é importante que não seja utilizado material para fixá-las no suporte que as estraguem. Orientar os alunos a escrever as frases curtas e as palavras-chave dando alguns exemplos com base no texto estudado sobre o rio Tietê. Exemplos de frases curtas: “Era usado para a locomoção dos moradores” ou “Tinha muitas embarcações”; palavras-chave: “navegação”, “transporte” ou “ponte”. Orientá-los a escrever as palavras com letras grandes e visíveis e a diferenciar as informações relacionadas ao passado e ao presente com cores distintas de canetas hidrográficas. Ao final da produção, estimular os alunos a sugerirem um título para o painel. Incentivá-los a pensar em algo que desperte a curiosidade das pessoas, que as instigue a se aproximar para ver as informações e as fotos. Anotar as sugestões na lousa e fazer uma votação para selecionar apenas um título. Com o painel pronto, escolher um lugar da escola em que seja possível expô-lo.

Avaliação Essa atividade tem o objetivo de estimular os alunos a pesquisar sobre o município onde moram, identificar permanências na localidade e algumas transformações ocorridas ao longo do tempo. Avaliar se cada aluno conseguiu, durante a produção, selecionar frases e palavras que demonstrem as mudanças que identificou. Verificar se distinguiram as informações sobre o município antigamente e hoje com o uso de cores diferentes ou se misturaram os dados sem identificar as características em cada momento.

Ampliação A atividade pode ser ampliada para trabalhar a produção de resíduos sólidos como um problema dos municípios. Assim, estimular os alunos a refletir sobre o que é possível fazer para diminuir o descarte. O objetivo é reforçar a ideia dos 5 Rs (Repensar, Reduzir, Reutilizar, Recusar, Reciclar). Dividir os alunos em quatro grupos e solicitar a um integrante de cada grupo que escolha um item de resíduo sólido muito descartado na escola para repensá-lo (por exemplo, papel, copos descartáveis, embalagens de lanche, cadernos, caixas de papelão, entre outros). Após escolherem o material, solicitar aos grupos que: 1. Proponham uma forma prática de reduzir o seu descarte. No caso, por exemplo, de copos plásticos, seria possível repensar se apenas um copo não é suficiente para o dia todo ou mesmo propor que cada pessoa tenha sua própria caneca ou garrafa. 2. Proponham a sua reutilização. Geralmente, um material muito descartado na escola é o papel. Será que as folhas de papel de atividades reproduzidas com erro ou em excesso não poderiam se tornar bloquinhos de rascunho, por exemplo? As caixas de papelão que vão para o lixo também não poderiam se transformar em brinquedos? 49


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3. Criem uma campanha para repensar o consumo desnecessário de certos materiais a fim de defender a importância de se evitar novas compras. Será que todo ano é necessário comprar lápis, canetas e cadernos novos? Os alunos podem fazer uma campanha pela conscientização contra o consumo de novos materiais quando ainda é possível utilizar os antigos. 4. Façam um levantamento do que pode ser encaminhado para a reciclagem. Seria interessante que os alunos pudessem conversar com os funcionários do setor de higiene e limpeza da escola para fazer um levantamento dos materiais que são descartados. Estimulá-los a verificar a quantidade de papel, caixas de papelão, latas de alumínio, garrafas plásticas, cartolina e papel-cartão que vão para o lixo comum. Caso não seja possível o acesso ao lixo da escola toda, orientá-los a fazer um controle do lixo da sala e a propor uma forma de separar os recicláveis na classe.

Para trabalhar dúvidas Se possível, consultar o livro digital Consumo sustentável direcionado ao professor e que explica diversos conceitos relacionados à ideia de sustentabilidade. BORBA, Monica Pilz; OTERO, Patricia (Coord.). Consumo sustentável. São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo; 5 Elementos – Instituto de Educação e Pesquisa Ambiental, 2009. Disponível em: <https://www.imprensaoficial.com.br/downloads/pdf/projetossociais/sustentavel.pdf>. Acesso em: 22 nov. 2017. Ao final, pedir aos alunos que apresentem suas propostas para os colegas dos outros grupos e, junto com eles, escolher, pelo menos, duas práticas para implementarem em suas ações cotidianas. A partir dessa atividade, é possível trabalhar a ideia de que as ações de cada um têm consequências para o coletivo e também a importância de conscientizar outras pessoas para que repensem os resíduos sólidos que produzem.

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Proposta de acompanhamento da aprendizagem Avaliação de História: 1o bimestre Nome: _______________________________________________________________________________________ Turma: ____________________________ Data: ____________________________________________________

1. Observe as imagens.

diogoppr/Shutterstock.com

Crianças em festa junina.

Filipe Frazao/Shutterstock.com

Mulher com traje típico de baiana, no município de Salvador, na Bahia.

SandroSalomon/Shutterstock.com

Celebração dos descendentes de alemães no município de Guabiruba, em Santa Catarina.

O que as imagens mostram? (A) Celebrações do Brasil no passado. (B) Diversos modos de brincar no presente. (C) Brincadeiras que não existem mais. (D) Diversidade cultural brasileira no presente.

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2. Uma professora pediu que os alunos pesquisassem como era a escola quando seus responsáveis eram crianças. Para ajudá-los na pesquisa, mostrou para a turma fotos antigas, mas, querendo que tivessem mais informações, solicitou como tarefa que fizessem uma entrevista com seus responsáveis e perguntassem sobre a época em que estudavam. Qual tipo de fonte histórica é a entrevista? (A) Fonte escrita. (B) Fonte oral. (C) Fonte material. (D) Fonte baseada em imagens.

3. Observe a imagem.

Vitoriano Junior/Shutterstock.com

Parque no município de Goiânia, em Goiás.

O que fazemos em locais como esse? Assinale as alternativas corretas. (A) Brincamos. (B) Dormimos. (C) Caminhamos. (D) Assistimos à televisão.

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4. No presente, são poucas as diferenças entre a participação de homens e mulheres

representando o Brasil em Olimpíadas. Leia o trecho abaixo sobre essa participação no passado. Depois, responda à questão. Maria Lenk, a 1.ª brasileira a participar dos Jogos Olímpicos Ela tinha somente 17 anos quando embarcou no navio Itaquicê rumo à cidade de Los Angeles, sede da competição, em 1932. A delegação brasileira tinha 67 atletas: 66 homens e uma mulher. MARIN, Ana Beatriz. Maria Lenk, a 1.ª brasileira a participar dos Jogos Olímpicos. O Globo, 22 out. 2016. Disponível em: <https://oglobo.globo.com/esportes/rio-2016-marialenk-1-brasileira-participar-dos-jogos-olimpicos-17828942>. Acesso em: 24 nov. 2017.

A participação de homens e mulheres representando o Brasil desde as Olimpíadas de 1932: (A) sempre foi igual. (B) sempre foi desigual, com a participação de mais mulheres do que homens. (C) é quase a mesma, com um número pequeno de homens a mais do que mulheres. (D) já foi muito desigual, como em 1932, quando a grande maioria dos atletas eram homens.

5. O autorretrato é uma prática antiga. Nos dias de hoje, muitos são feitos com aparelhos

eletrônicos. São chamados de selfie e se tornaram comuns, primeiramente, nos Estados Unidos e na Austrália. Depois se espalharam pelo mundo. Observe a fotografia.

Filipe Frazao/Shutterstock.com

Jovens tupis-guaranis fazendo autorretrato com aparelho celular.

A prática de selfies também por tupis-guaranis é um exemplo de que: (A) os indígenas desconhecem o uso de aparelhos eletrônicos. (B) os indígenas são impedidos de adotarem práticas dos não indígenas. (C) o contato com não indígenas fez com que indígenas adotassem práticas não indígenas. (D) os indígenas e os não indígenas não realizam trocas culturais.

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6. Assinale um costume comum entre os diversos povos indígenas do Brasil. (A) A pintura corporal. (B) O uso do mesmo tipo de vestuário. (C) A proibição de fotografar. (D) O uso somente da língua portuguesa.

7. Em 1891, ano em que foi inaugurada, a avenida Paulista era de terra. Era também repleta de

charretes nas mais diversas direções porque não havia uma organização de trânsito. Suas margens eram cobertas de grama e árvores. Agora, observe a imagem abaixo:

Alf Ribeiro/Shutterstock.com

Avenida Paulista, em São Paulo, 2016.

Tomando-se por base o texto e a imagem, escreva duas transformações que ocorreram na avenida Paulista entre 1891 e 2016. ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________

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8. Leia o texto e responda à questão. Poluição da Baía de Guanabara preocupa atletas britânicos da vela [...] A atleta de windsurf, Bryony Shaw, disse se sentir honrada em fazer parte do time britânico, mas confessa estar preocupada com a qualidade da água em que competirá. “Eu estou preocupada com a minha saúde já que nos Jogos de Londres, em 2012, eu não estava bem. Eu quero ter certeza que minha saúde estará perfeita para competir no Rio”, afirma. Segundo ela, durante o último treinamento na Baía de Guanabara um pedaço de lixo se prendeu no equipamento, prejudicando sua performance. “É um lugar incrível, perto do Pão de Açúcar e do Cristo Redentor, mas me preocupa a possibilidade de que a poluição afete os meus resultados e chances de ganhar medalhas”. Stephen Park, líder do time de vela da Grã-Bretanha, esteve recentemente no Rio de Janeiro com os atletas e conferiu as condições do local de provas. Ele disse que o problema não é só o lixo, mas o esgoto presente na água, que coloca em risco a saúde dos competidores. [...] GARCIA, Giselle. Agência Brasil. Disponível em: <http://agenciabrasil.ebc.com.br/internacional/noticia/2015-09/poluicao-da-baiade-guanabara-preocupa-atletas-britanicos-da-vela>. Acesso em: 24 nov. 2017.

Escreva qual problema urbano preocupa os atletas olímpicos. Use um trecho do texto para comprovar sua afirmação. Em sua resposta, diga se esse é um problema do município onde você mora e quais as consequências dele. ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________

9. Leia o depoimento de Augusto Jeronimo Martini que nasceu em Rio Claro, em São Paulo, no ano de 1959. Depois, responda à questão.

Lembranças do meu tempo de criança Tinha meus amigos inseparáveis. Amizades que tento preservar ainda hoje. [...] Brincávamos embaixo da mangueira. Era um tempo em que quase não havia brinquedos. Apenas pneus velhos, latas, pedaços de madeira, colheres velhas. [...] No verão, com o calor [...], depois do jantar íamos sentar à porta da sala, pois naquele tempo não tínhamos televisão. Essa era vista apenas na casa da Tia Nica, senhora idosa que havia nos adotado como seus netos – eu, minhas irmãs e uma prima que morava conosco. Foi na casa dela que aprendi a gostar de “Perdidos no Espaço”, “Túnel do Tempo”, “Vigilante Rodoviário”. Dos desenhos animados – "é o lobo, é o lobo". ” Depoimento de Augusto Jeronimo Martini. Museu da Pessoa. Disponível em: <www.museudapessoa.net/pt/conteudo/historia/lembrancas-domeu-tempo-de-crianca-40222>. Acesso em: 24 nov. 2017.

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Quais atividades o autor do depoimento fazia quando criança que ainda são realizadas no presente? ______________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________ ____________________________ __________________________________________________________________ ____________________________ __________________________________________________________________ ____________________________

Observe a imagem abaixo para responder às questões 10 e 11.

Soloviova Liudmyla/Shutterstock.com

Adulto ensinando criança a andar de bicicleta.

10. Explique, usando informações da imagem, por que andar de bicicleta é uma atividade que faz parte de uma herança cultural, ou seja, é transmitida de geração a geração.

______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________

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11. Dê dois exemplos de atividades que também fazem parte de uma herança cultural. ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________

Leia o texto abaixo para responder às questões 12 e 13. 10 alimentos que têm nomes diferentes pelo Brasil, mas são a mesma coisa! O Brasil é um país tão grande e, por isso, cheio de sotaques e costumes particulares de cada região. Por esse motivo, é muito comum as pessoas chegarem em alguma cidade diferente e pedir algo para comer, por exemplo, e acabar causando uma pequena confusão. [...] Tangerina Essa aqui é a recordista de nomes. No Sudeste é conhecida como "Tangerina". No Sul, a galera come "Bergamota". Já no Nordeste, é chamada de "Mimosa" e "Laranja-Cravo". Existem outras variações como "Mandarina", "Fuxiqueira" e "Manjerica". E pessoal de Goiás também a chamam de "Poncan" ou "Mixirica". ROCHA, Alberto. 10 alimentos que têm nomes diferentes pelo Brasil, mas são a mesma coisa! Purebreak. Disponível em: <www.purebreak.com.br/noticias/10-alimentos-que-tem-nomesdiferentes-pelo-brasil-mas-sao-a-mesma-coisa/21288>. Acesso em: 24 nov. 2017.

12. Quais exemplos o autor utilizou para apresentar a diversidade da cultura brasileira? ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________

13. Explique qual seria o principal motivo da pequena confusão citada pelo autor. ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ 57


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Leia o trecho abaixo para responder às questões 14 e 15. Mudanças na Rua Duvivier Que as coisas mudam, a gente sabe, mas nem sempre se repara. Felizmente. E eis que, hoje, indo por minha rua, a Duvivier, em direção à praia, após cruzar a avenida Nossa Senhora de Copacabana, me dou conta de que, do outro lado da rua, vizinha à farmácia, mudaram a fachada e as vitrinas de uma loja: está tudo novo, iluminado. E lembro que ali ficava uma barbearia, cujo dono vivia me pedindo que cortasse o cabelo com ele. Eu prometia sem a intenção de atendê-lo, uma vez que corto o cabelo com o Darcy, excelente cabeleireiro. [...] GULLAR, Ferreira. Mudanças na Rua Duvivier. Folha de S.Paulo, 13 jun. 2010. Ilustrada. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ ilustrad/fq1306201023.htm>. Acesso em: 24 nov. 2017.

14. Por que esse trecho pode ser usado como um exemplo das mudanças que ocorrem em uma cidade ao longo do tempo?

______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________

15. Quais mudanças você já observou na cidade onde mora? ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________

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Proposta de acompanhamento da aprendizagem Avaliação de História: 1o bimestre Nome: _______________________________________________________________________________________ Turma: ____________________________ Data: ____________________________________________________

1. Observe as imagens.

diogoppr/Shutterstock.com

Crianças em festa junina.

Filipe Frazao/Shutterstock.com

Mulher com traje típico de baiana, no município de Salvador, na Bahia.

SandroSalomon/Shutterstock.com

Celebração dos descendentes de alemães no município de Guabiruba, em Santa Catarina.

O que as imagens mostram? (A) Celebrações do Brasil no passado. (B) Diversos modos de brincar no presente. (C) Brincadeiras que não existem mais. (D) Diversidade cultural brasileira no presente.

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Habilidade trabalhada: (EF03HI03) Identificar e comparar pontos de vista em relação a eventos significativos do local em que vive, aspectos relacionados a condições sociais e à presença de diferentes grupos sociais e culturais, com especial destaque para as culturas africanas, indígenas e de migrantes. Resposta: Alternativa D. Porque as fotografias mostram pessoas de diferentes partes do Brasil usando trajes típicos e em celebrações no país. Distratores: Alternativa A, pois as imagens são do presente. Alternativas B e C, pois as fotografias não registraram brincadeiras.

2. Uma professora pediu que os alunos pesquisassem como era a escola quando seus responsáveis eram crianças. Para ajudá-los na pesquisa, mostrou para a turma fotos antigas, mas, querendo que tivessem mais informações, solicitou, como tarefa, que fizessem uma entrevista com seus responsáveis e perguntassem sobre a época em que estudavam. Qual tipo de fonte histórica é a entrevista? (A) Fonte escrita. (B) Fonte oral. (C) Fonte material. (D) Fonte baseada em imagens. Habilidade trabalhada: (EF03HI02) Selecionar, por meio da consulta de fontes de diferentes naturezas, e registrar acontecimentos ocorridos ao longo do tempo na cidade em que vive. Resposta: Alternativa B. Porque entrevistas são um tipo de fonte oral. Distratores: Alternativa A, pois as entrevistas a serem feitas provavelmente não serão por escrito, já que os alunos entrevistarão seus próprios responsáveis. Alternativa C, já que a entrevista não é um tipo de fonte material. Alternativa D, pois a professora solicitou que fossem feitas entrevistas e as imagens foram mostradas antes por ela, portanto, sua solicitação é para uma tarefa que deverá utilizar a fonte oral e não iconográfica.

3. Observe a imagem.

Vitoriano Junior/Shutterstock.com

Parque no município de Goiânia, em Goiás.

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O que fazemos em locais como esse? Assinale as alternativas corretas. (A) Brincamos. (B) Dormimos. (C) Caminhamos. (D) Assistimos à televisão. Habilidade trabalhada: (EF03HI10) Identificar as diferenças entre os espaços públicos e o espaço doméstico, compreendendo a importância dessa distinção. Resposta: Alternativas A e C. Brincar e caminhar são atividades que podem ser feitas no espaço público do parque. Distratores: Alternativas B e D. Dormir e assistir à televisão são atividades que, geralmente, fazemos no ambiente doméstico.

4. No presente, são poucas as diferenças entre a participação de homens e mulheres

representando o Brasil em Olimpíadas. Leia o trecho abaixo sobre essa participação no passado. Depois, responda à questão. Maria Lenk, a 1.ª brasileira a participar dos Jogos Olímpicos Ela tinha somente 17 anos quando embarcou no navio Itaquicê rumo à cidade de Los Angeles, sede da competição, em 1932. A delegação brasileira tinha 67 atletas: 66 homens e uma mulher. MARIN, Ana Beatriz. Maria Lenk, a 1.ª brasileira a participar dos Jogos Olímpicos. O Globo, 22 out. 2016. Disponível em: <https://oglobo.globo.com/esportes/rio-2016-marialenk-1-brasileira-participar-dos-jogos-olimpicos-17828942>. Acesso em: 24 nov. 2017.

A participação de homens e mulheres representando o Brasil desde as Olimpíadas de 1932: (A) sempre foi igual. (B) sempre foi desigual, com a participação de mais mulheres do que homens. (C) é quase a mesma, com um número pequeno de homens a mais do que mulheres. (D) já foi muito desigual, como em 1932, quando a grande maioria dos atletas eram homens. Habilidade trabalhada: (EF03HI12) Comparar as relações de trabalho e lazer do presente com as de outros tempos e espaços, analisando mudanças e permanências. Resposta: Alternativa D. Porque a nadadora Maria Lenk era a única mulher em uma delegação de 67 atletas. Distratores: Alternativa A, Maria Lenk era a única mulher. Alternativa B, pois a maioria era composta de homens. Alternativa C: havia 66 homens e apenas uma mulher, Maria Lenk.

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5. O autorretrato é uma prática antiga. Nos dias de hoje, muitos são feitos com aparelhos

eletrônicos. São chamados de selfie e se tornaram comuns, primeiramente, nos Estados Unidos e na Austrália. Depois se espalharam pelo mundo. Observe a fotografia.

Filipe Frazao/Shutterstock.com

Jovens tupis-guaranis fazendo autorretrato com aparelho celular.

A prática de selfies também por tupis-guaranis é um exemplo de que: (A) os indígenas desconhecem o uso de aparelhos eletrônicos. (B) os indígenas são impedidos de adotarem práticas dos não indígenas. (C) o contato com não indígenas fez com que indígenas adotassem práticas não indígenas. (D) os indígenas e os não indígenas não realizam trocas culturais. Habilidade trabalhada: (EF03HI03) Identificar e comparar pontos de vista em relação a eventos significativos do local em que vive, aspectos relacionados a condições sociais e à presença de diferentes grupos sociais e culturais, com especial destaque para as culturas africanas, indígenas e de migrantes. Resposta: Alternativa C. A menina indígena ao tirar selfie demonstrou que incorporou uma prática de outra cultura, fato que ocorre baseado nas trocas culturais. Distratores: Alternativa A: a imagem mostra que conhecem o uso de aparelhos eletrônicos. Alternativa B, pois não há impedimento algum retratado na foto. Alternativa D: a imagem demonstra que houve troca cultural já que a selfie não é uma prática de origem indígena.

6. Assinale um costume comum entre os diversos povos indígenas do Brasil. (A) A pintura corporal. (B) O uso do mesmo tipo de vestuário. (C) A proibição de fotografar. (D) O uso somente da língua portuguesa.

Habilidade trabalhada: (EF03HI03) Identificar e comparar pontos de vista em relação a eventos significativos do local em que vive, aspectos relacionados a condições sociais e à presença de diferentes grupos sociais e culturais, com especial destaque para as culturas africanas, indígenas e de migrantes. Resposta: Alternativa A. A pintura corporal é uma prática cultural indígena comum a diversos povos. Distratores: Alternativa B, pois os diversos povos indígenas usam diferentes tipos de vestuários. Alternativa C, já que fotografar não é uma atividade proibida. Alternativa D, porque no Brasil os diversos povos indígenas falam mais de 150 línguas e dialetos indígenas. 62


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7. Em 1891, ano em que foi inaugurada, a avenida Paulista era de terra. Era também repleta de charretes nas mais diversas direções porque não havia uma organização de trânsito. Suas margens eram cobertas de grama e árvores. Agora, observe a imagem abaixo:

Alf Ribeiro/Shutterstock.com

Avenida Paulista, em São Paulo, 2016.

Tomando-se por base o texto e a imagem, escreva duas transformações que ocorreram na avenida Paulista entre 1891 e 2016. ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ Habilidade trabalhada: (EF03HI02) Selecionar, por meio da consulta de fontes de diferentes naturezas, e registrar acontecimentos ocorridos ao longo do tempo na cidade em que vive. Resposta sugerida: 1. A avenida Paulista era de terra e foi asfaltada. 2. O principal meio de transporte na avenida Paulista era a charrete; em 2016 são os carros. 3. A avenida em 2016 já é organizada em duas mãos. 4. A lateral da avenida tinha um gramado e árvores em 1891, já em 2016 tem inúmeros prédios e poucas árvores. 5. Os postes, as faixas de trânsito, a ciclovia e a calçada para pedestre são outras possibilidades de resposta. Caso os alunos tenham dificuldade para indicar duas transformações, retome a imagem e o texto em sala de aula e faça um levantamento do que se vê na imagem e compare com as informações do trecho.

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8. Leia o texto e responda à questão. Poluição da Baía de Guanabara preocupa atletas britânicos da vela [...] A atleta de windsurf, Bryony Shaw, disse se sentir honrada em fazer parte do time britânico, mas confessa estar preocupada com a qualidade da água em que competirá. “Eu estou preocupada com a minha saúde já que nos Jogos de Londres, em 2012, eu não estava bem. Eu quero ter certeza que minha saúde estará perfeita para competir no Rio”, afirma. Segundo ela, durante o último treinamento na Baía de Guanabara um pedaço de lixo se prendeu no equipamento, prejudicando sua performance. “É um lugar incrível, perto do Pão de Açúcar e do Cristo Redentor, mas me preocupa a possibilidade de que a poluição afete os meus resultados e chances de ganhar medalhas”. Stephen Park, líder do time de vela da Grã-Bretanha, esteve recentemente no Rio de Janeiro com os atletas e conferiu as condições do local de provas. Ele disse que o problema não é só o lixo, mas o esgoto presente na água, que coloca em risco a saúde dos competidores. [...] GARCIA, Giselle. Agência Brasil. Disponível em: <http://agenciabrasil.ebc.com.br/internacional/noticia/2 015-09/poluicao-da-baia-de-guanabara-preocupa-atletasbritanicos-da-vela>. Acesso em: 24 nov. 2017.

Escreva qual problema urbano preocupa os atletas olímpicos. Use um trecho do texto para comprovar sua afirmação. Em sua resposta, diga se esse é um problema do município onde você mora e quais as consequências dele. ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ Habilidade trabalhada: (EF03HI02) Selecionar, por meio da consulta de fontes de diferentes naturezas, e registrar acontecimentos ocorridos ao longo do tempo na cidade em que vive. Resposta sugerida: Resposta pessoal. O aluno deverá falar sobre a poluição das águas e poderá utilizar diferentes trechos do texto para colocar em sua resposta: “confessa estar preocupada com a qualidade da água em que competirá”, “Segundo ela, durante o último treinamento na Baía de Guanabara um pedaço de lixo se prendeu no equipamento, prejudicando sua performance.”, “Ele disse que o problema não é só o lixo, mas o esgoto presente na água”. Caso esse problema seja encontrado no município, solicite aos alunos que apresentem o nome do rio, do lago, da praia ou outra área e expliquem de que forma tiveram conhecimento dessa situação. Caso os alunos tenham dificuldade para localizar qual problema urbano é abordado, realize a leitura coletivamente e solicite que identifiquem as palavras-chave do texto.

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9. Leia o depoimento de Augusto Jeronimo Martini que nasceu em Rio Claro, em São Paulo, no ano de 1959. Depois, responda à questão.

Lembranças do meu tempo de criança Tinha meus amigos inseparáveis. Amizades que tento preservar ainda hoje. [...] Brincávamos embaixo da mangueira. Era um tempo em que quase não havia brinquedos. Apenas pneus velhos, latas, pedaços de madeira, colheres velhas. [...] No verão, com o calor [...], depois do jantar íamos sentar à porta da sala, pois naquele tempo não tínhamos televisão. Essa era vista apenas na casa da Tia Nica, senhora idosa que havia nos adotado como seus netos – eu, minhas irmãs e uma prima que morava conosco. Foi na casa dela que aprendi a gostar de “Perdidos no Espaço”, “Túnel do Tempo”, “Vigilante Rodoviário”. Dos desenhos animados – "é o lobo, é o lobo". ” Depoimento de Augusto Jeronimo Martini. Museu da Pessoa. Disponível em: <www.museudapessoa.net/pt/conteudo/historia/lembrancas-domeu-tempo-de-crianca-40222>. Acesso em: 24 nov. 2017.

Quais atividades o autor do depoimento fazia quando criança que ainda são realizadas no presente? ______________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________ ____________________________ __________________________________________________________________ ____________________________ __________________________________________________________________ ____________________________

Habilidade trabalhada: (EF03HI12) Comparar as relações de trabalho e lazer do presente com as de outros tempos e espaços, analisando mudanças e permanências. Resposta sugerida: O autor, durante sua infância, tinha amigos inseparáveis e brincava com eles embaixo da mangueira. Não tinha muitos brinquedos nem televisão e se divertia com latas, colheres, madeira ou na casa da Tia Nica, onde podia ver programas televisivos como “Perdidos no Espaço”, “Túnel do Tempo” e “Vigilante Rodoviário”. As atividades de brincar com amigos, divertir-se com objetos do dia a dia, visitar parentes e assistir à televisão são atividades realizadas no presente. Caso os alunos tenham dificuldade para relatar, no mínimo, duas informações sobre a infância do autor e compará-las com aquelas realizadas no presente, releia o trecho em sala de aula com eles e peça que contem oralmente as atividades do autor.

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Observe a imagem abaixo para responder às questões 10 e 11.

Soloviova Liudmyla/Shutterstock.com

Adulto ensinando criança a andar de bicicleta.

10. Explique, usando informações da imagem, por que andar de bicicleta é uma atividade que faz parte de uma herança cultural, ou seja, é transmitida de geração a geração.

______________________________________________________________________________ ________________ ______________________________________________________________________________ ________________ Habilidade trabalhada: (EF03HI12) Comparar as relações de trabalho e lazer do presente com as de outros tempos e espaços, analisando mudanças e permanências. Resposta sugerida: Na imagem vemos um adulto ensinando uma criança a andar de bicicleta, ou seja, transmitindo um conhecimento que tem para uma geração mais nova. Caso os alunos tenham dificuldade em relacionar a ideia de herança cultural à presença de adulto ensinando a uma criança, peça que relatem o que veem na imagem e questione-os sobre quem será que ensinou esse adulto a andar de bicicleta. Demonstre na lousa que há um conhecimento transmitido entre gerações, o que o qualifica como herança cultural.

11. Dê dois exemplos de atividades que também fazem parte de uma herança cultural. ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ Habilidade trabalhada: (EF03HI12) Comparar as relações de trabalho e lazer do presente com as de outros tempos e espaços, analisando mudanças e permanências. Resposta sugerida: Espera-se que os alunos citem outras formas de diversão, brincadeiras e jogos. No entanto, é possível que o estudante consiga ir além e cite outras práticas sociais que são heranças culturais, como a forma de comer ou de se vestir. Caso os alunos não consigam citar outros exemplos de heranças culturais, retome o conceito trabalhado em sala reforçando a ideia de uma prática que é transmitida de geração a geração na sociedade. 66


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Leia o texto abaixo para responder às questões 12 e 13. 10 alimentos que têm nomes diferentes pelo Brasil, mas são a mesma coisa! O Brasil é um país tão grande e, por isso, cheio de sotaques e costumes particulares de cada região. Por esse motivo, é muito comum as pessoas chegarem em alguma cidade diferente e pedir algo para comer, por exemplo, e acabar causando uma pequena confusão. [...] Tangerina Essa aqui é a recordista de nomes. No Sudeste é conhecida como "Tangerina". No Sul, a galera come "Bergamota". Já no Nordeste, é chamada de "Mimosa" e "Laranja-Cravo". Existem outras variações como "Mandarina", "Fuxiqueira" e "Manjerica". E pessoal de Goiás também a chamam de "Poncan" ou "Mixirica". ROCHA, Alberto. 10 alimentos que têm nomes diferentes pelo Brasil, mas são a mesma coisa! Purebreak. Disponível em: <www.purebreak.com.br/noticias/10-alimentos-que-tem-nomesdiferentes-pelo-brasil-mas-sao-a-mesma-coisa/21288>. Acesso em: 24 nov. 2017.

12. Quais exemplos o autor utilizou para apresentar a diversidade da cultura brasileira? ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ Habilidade trabalhada: (EF03HI03) Identificar e comparar pontos de vista em relação a eventos significativos do local em que vive, aspectos relacionados a condições sociais e à presença de diferentes grupos sociais e culturais, com especial destaque para as culturas africanas, indígenas e de migrantes. Resposta sugerida: O autor fala genericamente de sotaques e costumes. No trecho selecionado, ele demonstra a diversidade cultural mencionando os nomes de alimentos nas diferentes regiões do Brasil. Caso os alunos não alcancem essa resposta, releia o texto em sala de aula e faça a pergunta inversa: “O que esses diferentes nomes para o mesmo alimento nas diversas regiões do Brasil demonstram sobre a nossa cultura?”.

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13. Explique qual seria o principal motivo da pequena confusão citada pelo autor. ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ Habilidade trabalhada: (EF03HI03) Identificar e comparar pontos de vista em relação a eventos significativos do local em que vive, aspectos relacionados a condições sociais e à presença de diferentes grupos sociais e culturais, com especial destaque para as culturas africanas, indígenas e de migrantes. Resposta sugerida: A confusão seria causada porque o pedido de comida poderia não ser entendido, já que eles têm nomes diversos nas regiões brasileiras. Caso os alunos tenham dificuldade para identificar a causa da confusão, crie, durante a correção, uma pequena encenação em que alguns estudantes têm que comprar tangerina em uma região diferente da que vivem e usam um nome da fruta desconhecido no local. Leia o trecho abaixo para responder às questões 14 e 15. Mudanças na Rua Duvivier Que as coisas mudam, a gente sabe, mas nem sempre se repara. Felizmente. E eis que, hoje, indo por minha rua, a Duvivier, em direção à praia, após cruzar a avenida Nossa Senhora de Copacabana, me dou conta de que, do outro lado da rua, vizinha à farmácia, mudaram a fachada e as vitrinas de uma loja: está tudo novo, iluminado. E lembro que ali ficava uma barbearia, cujo dono vivia me pedindo que cortasse o cabelo com ele. Eu prometia sem a intenção de atendê-lo, uma vez que corto o cabelo com o Darcy, excelente cabeleireiro. [...] GULLAR, Ferreira. Mudanças na Rua Duvivier. Folha de S.Paulo, 13 jun. 2010. Ilustrada. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ ilustrad/fq1306201023.htm>. Acesso em: 24 nov. 2017.

14. Por que esse trecho pode ser usado como um exemplo das mudanças que ocorrem em uma cidade ao longo do tempo?

______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ Habilidade trabalhada: (EF03HI02) Selecionar, por meio da consulta de fontes de diferentes naturezas, e registrar acontecimentos ocorridos ao longo do tempo na cidade em que vive. Resposta sugerida: O autor conta as mudanças que ocorreram em sua rua, o que é um exemplo das transformações urbanas. 68


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15. Quais mudanças você já observou na cidade onde mora? ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ Habilidade trabalhada: (EF03HI02) Selecionar, por meio da consulta de fontes de diferentes naturezas, e registrar acontecimentos ocorridos ao longo do tempo na cidade em que vive. Resposta sugerida: Resposta pessoal. Os alunos podem citar, além da mudança da fachada e a iluminação de um estabelecimento, como apresenta o autor, a mudança no calçamento da rua, a construção de novos estabelecimentos ou moradias, alguma construção que deixou de existir etc.

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