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História CÂNDIDO DOMINGUES GRANGEIRO

4 COMPONENTE CURRICULAR: HISTÓRIA

4O. ANO

ENSINO FUNDAMENTAL ANOS INICIAIS

MANUAL DO PROFESSOR MATERIAL DIGITAL

São Paulo | 1a. edição | 2018



Encontros História – 4o ano (Ensino Fundamental – Anos iniciais) Copyright © Cândido Domingues Grangeiro, 2018

Diretor editorial Lauri Cericato Gerente editorial Silvana Rossi Júlio

Editora Natalia Taccetti Gerente de produção editorial Mariana Milani Coordenador de produção editorial Marcelo Henrique Ferreira Fontes Gerente de arte Ricardo Borges Coordenadora de ilustrações e cartografia Marcia Berne Coordenadora de preparação e revisão Lilian Semenichin

Supervisora de iconografia e licenciamento de textos Elaine Bueno

Supervisora de arquivos de segurança Silvia Regina E. Almeida

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Grangeiro, Cândido Domingues Encontros história, 4º ano : componente curricular história : ensino fundamental, anos iniciais / Cândido Domingues Grangeiro. — 1. ed. — São Paulo : FTD, 2018. ISBN 978-85-96-01334-5 (aluno) ISBN 978-85-96-01335-2 (professor) 1. História (Ensino fundamental) I. Título. 17-11615 CDD-372.89 Índices para catálogo sistemático: 1. História : Ensino fundamental 372.89

EDITORA FTD. Rua Rui Barbosa, 156 – Bela Vista – São Paulo – SP CEP 01326-010 – Tel. 0800 772 2300 Caixa Postal 65149 – CEP da Caixa Postal 01390-970 www.ftd.com.br central.relacionamento@ftd.com.br

Material disponibilizado em licença aberta do tipo Creative Commons – Atribuição não comercial (CC BY NC – 4.0 International). Permitida a criação de obra derivada com fins não comerciais, desde que seja atribuído crédito autoral e as criações sejam licenciadas sob os mesmos parâmetros.


Sumário Apresentação ........................................................................................................4 1o bimestre

Plano de desenvolvimento: As origens da humanidade e as migrações ....................... 15 Projeto integrador: Migração e cultura ............................................................................ 19 1a sequência didática: A origem da humanidade ............................................................ 28 2a sequência didática: Longo caminhar ........................................................................... 34 3a sequência didática: A grande revolução ...................................................................... 40 4a sequência didática: Migrar e ocupar ............................................................................ 45 Proposta de acompanhamento da aprendizagem .......................................................... 51

2o bimestre

Plano de desenvolvimento: Grandes Navegações, grandes migrações ........................ 66 Projeto integrador: Direções e sentidos .......................................................................... 70 1a sequência didática: Navegar é preciso ........................................................................ 81 2a sequência didática: Encontro de estranhos ................................................................ 86 3a sequência didática: Sujeitos deste Brasil: os povos indígenas .................................. 91 Proposta de acompanhamento da aprendizagem .......................................................... 95

3o bimestre

Plano de desenvolvimento: Muitos migrantes e um só Brasil ...................................... 109 Projeto integrador: População e trabalho ...................................................................... 113 1a sequência didática: Negros no Brasil: criando uma HQ ........................................... 122 2a sequência didática: Compreendendo e cantando o samba brasileiro..................... 129 3a sequência didática: Jogo da imigração ..................................................................... 134 Proposta de acompanhamento da aprendizagem ........................................................ 139

4o bimestre

Plano de desenvolvimento: Transitando por muitos “Brasis” ...................................... 158 Projeto integrador: O Universo e o planeta Terra .......................................................... 162 1a sequência didática: Do sertão à cidade: construindo uma maquete ....................... 172 2a sequência didática: A cidade de Brasília em cartões-postais .................................. 178 3a sequência didática: Brasil rural e Brasil urbano: um painel de ontem e de hoje ..... 184 4a sequência didática: Mosaico da diversidade brasileira ............................................ 192 Proposta de acompanhamento da aprendizagem ........................................................ 197


História – Apresentação

Apresentação No texto a seguir apresentamos a organização do Manual do Professor – Material Digital, identificando cada tipo de documento disponibilizado e explicando sua função e ordenação, bem como sua relação com a terceira versão da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Em seguida, fundamentamos as escolhas de conteúdo e organização do material com base na proposta pedagógica da coleção, mais uma vez explicitando sua relação com a BNCC – terceira versão.

Organização deste Material Digital O material digital desta coleção de História está organizado em bimestres. Cada um deles contém Plano de desenvolvimento, Sequências didáticas, Proposta de acompanhamento da aprendizagem e Projeto integrador. Essas ferramentas visam complementar o que está proposto no livro didático impresso e oferecer outras possibilidades de atuação ao professor. O objetivo é apresentar subsídios que possam enriquecer o dia a dia do docente. É importante enfatizar que todas as propostas deste material são sugestões. O professor tem total liberdade para adequar cada material à sua realidade escolar.

Plano de desenvolvimento O Plano de desenvolvimento consiste em um documento de apresentação dos conteúdos tratados no bimestre e a relação deles com a terceira versão da Base Nacional Comum Curricular, esmiuçando os objetos de conhecimento e habilidades desenvolvidos e a relação destes com a prática didático-pedagógica. Cada habilidade indicada nas sequências didáticas aparece no Plano de desenvolvimento com instruções de como trabalhar para melhor desenvolvê-las. No plano, também são sugeridas práticas de sala de aula que auxiliam a realização do trabalho de acordo com a proposta da coleção. Orientamos o professor quanto à organização do espaço, às formas de tratamento dos estudantes, à resolução de possíveis conflitos, às maneiras de inserir os estudantes no processo de aprendizagem, entre outras sugestões. Ao conceber o plano também foram consideradas as competências gerais e específicas previstas na BNCC, que buscam, além da aquisição de conhecimentos e habilidades, a formação de valores e atitudes, incluindo, por exemplo, autonomia, senso crítico, respeito à diversidade e empatia. Com base no conteúdo previsto e nas práticas sugeridas, espera-se que os estudantes desenvolvam essas e outras competências, contribuindo para sua formação integral, conforme exposto na terceira versão da BNCC:

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História – Apresentação

“[...] a BNCC afirma, de maneira explícita, o seu compromisso com a educação integral, reconhecendo que a educação básica deve visar à formação e ao desenvolvimento humano global [...], o conceito de educação integral com o qual a BNCC está comprometida se refere à construção intencional de processos educativos que promovam aprendizagens sintonizadas com as necessidades, as possibilidades e os interesses dos estudantes e, também, com os desafios da sociedade contemporânea, de modo a formar pessoas autônomas, capazes de se servir dessas aprendizagens em suas vidas.” (BRASIL, 2017, p. 17)

No subtítulo “Foco”, há orientações quanto ao trabalho com possíveis dificuldades que os estudantes possam apresentar em cada bimestre, garantindo a possibilidade de aprendizagem para todos, respeitando, dentro do possível, os diferentes tempos e abordagens que cada estudante necessita. Ao final do documento há sugestões de sites, leituras, vídeos e visitas que podem auxiliar o trabalho proposto, seja no conteúdo a ser desenvolvido, seja nas atividades previstas.

Sequência didática As Sequências didáticas integram o Plano de desenvolvimento e são propostas de trabalho estruturadas aula a aula, que apresentam sugestões de ampliação, aprofundamento ou retomada dos temas vistos na obra impressa. O conjunto de ações propostas nas sequências didáticas também busca mobilizar objetos de conhecimento e habilidades da terceira versão da BNCC (2017). Ao longo de cada Sequência são apresentadas diversas possibilidades de trabalho, o que ressalta o caráter sugestivo e não prescritivo do material. Espera-se, com isso, oferecer ao professor subsídios e alternativas para adequar o conteúdo proposto à realidade da escola e da turma. O número de aulas e o tempo estipulado para a realização de algumas atividades também são sugestões, que devem ser adequadas de acordo com o desenvolvimento dos estudantes e a familiaridade deles com os temas, assim como o planejamento da instituição.

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História – Apresentação

As Sequências didáticas são divididas em tópicos: 1. Relação entre a terceira versão da BNCC, objetivos e conteúdos: quadro que apresenta conteúdos, objetivos de aprendizagem, objetos de conhecimento e habilidades da terceira versão da BNCC que serão desenvolvidos parcial ou integralmente na Sequência didática. 2. Materiais e recursos: descritivo dos materiais que poderão ser utilizados por professores e estudantes ao longo das aulas da Sequência. 3. Desenvolvimento: sugestões de número de aulas para o desenvolvimento da Sequência didática. 4. Aulas: são propostos diferentes procedimentos e estratégias de ensino-aprendizagem, e apresentados alguns materiais de apoio, como sugestões de imagens, textos, e acesso a diferentes sites. 5. Avaliação: neste subitem são apresentadas diversas propostas de avaliação das aprendizagens, privilegiando-se a avaliação contínua e permanente. 6. Para trabalhar dúvidas: neste subitem são apresentadas as dúvidas que os estudantes possam vir a ter ao longo das aulas e possibilidades de trabalho alternativas para a superação delas. 7. Ampliação: são apresentadas atividades complementares que ampliam o repertório da turma ou apresentam sugestões para o aprofundamento dos temas trabalhados no decorrer da Sequência didática.

Projeto integrador O Projeto integrador é uma estratégia de ensino-aprendizagem que alia o planejamento e a execução de ações estruturadas em torno de problemas reais e existentes no cotidiano da comunidade escolar e relacionados aos objetivos de aprendizagem estabelecidos no bimestre. Em geral, parte-se do conhecimento prévio que os estudantes possuem sobre os temas, com o objetivo de transformá-los em conhecimento formal e estruturado. Neste Material Digital é proposto um Projeto integrador por bimestre. Os projetos integradores têm caráter interdisciplinar e procuram mobilizar diferentes componentes curriculares, trabalhando as competências gerais e específicas das diversas áreas de conhecimento. Com isso, espera-se tornar a aprendizagem mais significativa, almejando um produto de valor e uso social para os estudantes e sua comunidade. Os projetos reúnem argumentos que demonstram sua importância e relação com a realidade escolar. Em seguida, no título “Objetivos”, apresentam-se os objetivos gerais e específicos esperados com a realização do Projeto. No quadro “Competências e habilidades” são apresentadas as competências e habilidades da BNCC que serão mobilizadas ao longo do Projeto. No item “O que será desenvolvido” é apresentado o produto final, resultado das atividades, que pode ser a criação de um livro de receitas, a organização de uma mostra, a elaboração de cartas, a apresentação de um seminário, a criação de uma campanha, entre outras atividades. O professor encontrará a lista dos materiais necessários para a realização das atividades do Projeto em “Materiais”. No item “Etapas do projeto” é apresentada uma proposta de duração, que pode variar de acordo com opções feitas para seu desenvolvimento. É possível, também, adequá-las para melhor atender as necessidades e o perfil de seus estudantes. Recomenda-se, ainda, que o professor se aproprie do Projeto com antecedência para planejar os recursos e a distribuição das aulas dentro das disciplinas envolvidas. As problematizações e os itinerários sugeridos em cada aula do Projeto são apresentados de forma lúdica e procuram trabalhar diferentes competências e habilidades, em especial aquelas de resolução dos problemas. Apresentam-se, ainda, materiais de referência para o aprofundamento do trabalho docente e dos estudantes. 6


História – Apresentação

No título “Avaliação”, sugerimos um quadro com diferentes situações que podem ser observadas aula a aula. Há, também, uma “Avaliação final”, em que são propostas avaliações dos percursos e apresentadas possibilidades de autoavaliação, para o professor e o estudante reverem a própria prática. Ao final, são listadas referências complementares, sugestões de sites, vídeos, livros e visitas que podem ajudar o professor a realizar e ampliar as atividades propostas no Projeto.

Proposta de acompanhamento da aprendizagem A Proposta de acompanhamento da aprendizagem é um conjunto de 15 questões que tem como objetivo acompanhar o desenvolvimento do estudante ao longo do bimestre. As atividades privilegiam estratégias distintas, como a leitura de imagens, a realização de associações e relações, entre outras. As Propostas são compostas de uma versão para os estudantes, o que possibilita uma seleção, por parte do professor, das atividades que atendam adequadamente as especificidades de sua turma, e as mesmas questões na versão para o professor, acompanhadas de gabarito, relações com as habilidades propostas pela BNCC e que são mobilizadas nas atividades, além de outras orientações. Para facilitar o processo de avaliação, há a “Ficha de acompanhamento individual”, um instrumento de registro que viabiliza a verificação e avaliação do processo de aprendizagem de cada estudante.

A proposta pedagógica da coleção O Ensino de História muda com o tempo O ensino de História é dinâmico e mudou ao longo do tempo. Analisando a trajetória da disciplina escolar desde o século XIX, pode-se depreender que ela foi utilizada com objetivos específicos em cada momento, como fomentar a construção de identidades nacionais que atendessem a projetos de nação distintos. No Brasil, ao longo do século XIX, seu objetivo estava pautado na construção de um nacionalismo identificado com o mundo europeu. Após a Proclamação da República, em 1889, houve a tentativa de evocar uma identidade nacional patriótica – almejando um Brasil da civilização e do progresso, até meados da década de 1940. Já no contexto anticolonialista do pós-guerra, o país, reconhecendo a sua dependência do mundo desenvolvido, formulou objetivos para o ensino de História que estavam calcados na busca de um lugar “merecido” num futuro não muito distante (BITTENCOURT, 2005). No entanto, ao final do século XX, com o fim da ditadura civil-militar e a abertura política, várias outras vozes reivindicavam o seu direito à memória e ao reconhecimento de sua história. Dessa forma, o conceito de pluralidade e identidades cultural, social e política foi valorizado e ainda hoje é presente nos currículos escolares, deslocando-se de uma única identidade, hegemônica e nacional. Atores sociais que eram tratados de forma secundária e genérica nos currículos e livros didáticos conquistaram nome e rosto: é o caso de africanos, afro-brasileiros, indígenas, mulheres e crianças, por exemplo. Isso se deve à consolidação de diversas linhas historiográficas, como é a dos Annales, e discussões pautadas no conceito de cultura.

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Assim, percebe-se na trajetória da disciplina uma batalha pelos usos e apropriação de um determinado passado e a produção de memórias sobre ele. A História passa a ser, assim, um discurso evocativo que enaltece a presença de um grupo e silencia as vozes de outros. Os currículos de História são marcos de memória, quando se decide o que deve ser “lembrado” ou “esquecido” em sua formulação. Nesse sentido, assegurar o direito à memória e o conhecimento da história dos diversos grupos sociais que compõem a sociedade brasileira, é imprescindível. Outra especificidade da disciplina é como se aproximar do passado. Ele é um ente temporal que se faz presente por meio de vestígios variados: objetos, saberes, memórias, textos, entre muitos outros. A partir deles é possível se aproximar de um determinado contexto sociocultural, distante temporalmente do nosso. Por meio desses vestígios, formulamos narrativas sobre o passado que mudam ao longo do tempo. Dessa forma, todo conhecimento histórico é provisório, está sempre em construção. Nesta aproximação dos acontecimentos passados, a percepção de uma cultura material e imaterial tem grande importância. Móveis, objetos, cartas, bilhetes, filmes, músicas, ideias, práticas e saberes, entre outros recursos, nos trazem indícios de múltiplos sujeitos, seu lugar social e sua relação com seu próprio tempo. A matéria é tão potente quanto a palavra e o fazer, e de ambos podemos nos utilizar na tentativa de reduzir os silenciamentos e escapar ao que é apenas evidente. Outro demarcador da disciplina de História também pode ser colocado: sua essência está na forma de se relacionar com o passado, com os diversos tempos. Nas palavras de Lowenthal: “As relíquias tangíveis sobrevivem na forma de características naturais ou de artefatos humanos. O conhecimento adquirido por meio da memória e da história. Mas nenhum objeto ou vestígio físico são guias autônomos para épocas remotas; eles iluminam o passado quando sabemos que eles lhe pertencem. A memória e a história escolhem apenas determinadas coisas como relíquias; o restante que nos circunda parece referir-se apenas ao presente, desvinculando do passado. E a convivência cotidiana despoja de sua condição de passado muitos artefatos anteriormente identificados como relíquias.” (LOWENTHAL, 1998, p. 149)

O autor nos traz uma reflexão sobre como escolhemos os nossos marcos de memória, nos desfazendo de outros, sempre em consonância com opções e conjunturas do presente. Nesse sentido, é fundamental que a disciplina escolar de História forneça subsídios para um pensar historicamente, mais do que apenas evocar grandes feitos e datas comemorativas, como feito em momentos anteriores. Quando situamos coisas, pessoas e saberes num determinado momento, talvez não extraiamos nenhuma lição objetiva, mas somente a possibilidade de compreender as sociedades no tempo, relativizando aquilo que é tido como “natural” (PALTÍ, 2000). Atualmente, vivemos um fenômeno debatido por diversos estudiosos. Ele é chamado de presentismo e anuncia uma percepção temporal que não rompe com o passado.

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Nessa progressiva invasão do horizonte por um presente mais e mais ampliado, hipertrofiado, está claro que a força motriz foi o crescimento rápido e as exigências sempre maiores de uma sociedade de consumo, onde as descobertas científicas, as inovações técnicas e a busca de ganhos tornam as coisas e os homens cada vez mais obsoletos. A mídia, cujo extraordinário desenvolvimento acompanhou esse movimento que é a sua razão de ser, deriva do mesmo: produzindo, consumindo e reciclando mais palavras e imagens. (HARTOG, 1996, p.135)

Essa sensação de reciclagem constante modifica nossa percepção temporal, com a desqualificação do antigo, do velho, do passado. Vivemos mesmo uma sensação de risco constante e catástrofes de diversas naturezas, que nos impede de criar um horizonte de expectativas para o futuro. Entender as especificidades e multiplicidade do tempo nos traz a possibilidade de enxergar ritmos de mudanças e permanências e, assim, vislumbrar a construção do mundo que queremos. Nesse sentido, a disciplina de História colabora para conhecermos múltiplas experiências vividas ao longo do tempo, e assim construir a noção de alteridade e respeito às diferenças e a convicção de buscar a construção do futuro desejado.

A escola também muda Nas últimas décadas, o Brasil passou por mudanças significativas nas diversas áreas do conhecimento. Houve, por exemplo, grandes transformações nas metodologias utilizadas nos processos de ensinar e aprender. Estudos atuais mostram que os conhecimentos são fomentados com mais facilidade quando os conteúdos são ensinados de forma significativa, levando o estudante à participação, ao envolvimento e à construção da aprendizagem, encontrando, assim, um ambiente favorável a esta prática. As transformações sociais, culturais e tecnológicas das últimas décadas têm impactado de forma significativa a vida das pessoas, com a escola precisando acompanhar essas transformações e proporcionar experiências pedagógicas inovadoras. As atuais demandas sociais exigem do docente um novo olhar e uma nova relação com o processo de ensino e aprendizagem, uma vez que cabe a ele sua condução. Com isso, as novas exigências implicam novas aprendizagens, no desenvolvimento de novas competências e na construção de um novo sentido à prática docente; um novo perfil de professor. Para isso, é necessário que o professor busque novos caminhos e novas metodologias de ensino que foquem no protagonismo do estudante e fortaleçam sua motivação e autonomia. Por meio de propostas que dão ao estudante a oportunidade de elaborar ideias fundamentadas em sólida argumentação, valorizar atitudes, exercitar a empatia, entre outras, o professor cria um ambiente favorável ao aprendizado. Nesse método ativo, os estudantes passam a ser compreendidos como sujeitos históricos e assumem um protagonismo na abordagem; suas experiências, suas opiniões e seus conhecimentos prévios são utilizados como ponto de partida na construção de novos conhecimentos, estimulando a autonomia e tornando o professor um mediador desse processo.

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Nessa intensa reorganização das práticas escolares, o uso da tecnologia tem ganho enorme importância. O uso da linguagem digital, por exemplo, multiplica as possibilidades de aprendizagem, potencializando o desenvolvimento das habilidades e competências e abrindo infinitas portas para o conhecimento.

O papel do professor no ensino de História dos anos iniciais Nos novos parâmetros pensados para a educação, espera-se do professor o papel de um mediador capaz de estabelecer estratégias para o pleno desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem, baseado na valorização do estudante e de sua realidade local, para a partir desse ponto ampliar sua visão de mundo. No ensino de História nos anos iniciais do Ensino Fundamental, espera-se que a disciplina esteja relacionada à construção da identidade do estudante, estabelecendo relações entre o individual e o coletivo. Essa relação visa favorecer uma formação para o exercício da cidadania, para que os estudantes construam formas de participação social, política e de atitudes críticas diante da realidade que os cerca, aprendendo a perceber limites e possibilidades em sua atuação na transformação de seu contexto sociocultural. Nesse contexto, entende-se que a alfabetização em História é um processo de apropriação de uma dada linguagem, com conceitos e procedimentos próprios, dentro das Ciências Humanas, voltados a observar e interpretar os fenômenos sociais ocorridos ao longo do tempo. Espera-se, assim, que a disciplina de História promova ao estudante a apropriação e o uso de conceitos como tempo, espaço, sujeito, evidência e processo histórico. Desse modo, os conteúdos para os primeiros anos do Ensino Fundamental deverão partir da história do cotidiano da criança, em seu tempo e espaço específicos, e incluir contextos históricos mais amplos, sempre partindo do tempo presente e percebendo nele diversas temporalidades, além de outros modos de vida e costumes diferentes do nosso. Nessa perspectiva, o professor tem um papel fundamental na construção desse saber histórico, pois: A história tem como papel central a formação da consciência histórica dos homens, possibilitando a construção de identidades, a elucidação do vivido, a intervenção social e praxes individual e coletiva. (FONSECA, 2005, p. 89.) A finalidade principal da escola é a educação integral do indivíduo, reconhecendo a importância de contemplar o ser humano como um todo, estabelecendo uma conexão da pessoa com seu meio, entendido como ambiente próximo ou distante que influi na aprendizagem do estudante. A escola e o professor têm como princípio básico a formação para a cidadania nas suas concepções mais amplas e democráticas, promovendo situações que levem o estudante a compreender o estudo da disciplina como elemento necessário para sua formação como indivíduo. Desse modo, o professor de História nos anos iniciais do Ensino Fundamental deve estabelecer um diálogo construtivo com os estudantes e a comunidade escolar, constituindo um processo educativo fundamentalmente democrático, construído em conjunto com os sujeitos de seu tempo e lugar e balizado pelo desenvolvimento de capacidades como percepção, crítica e autoconhecimento. Segundo Caniato:

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A escola deve e pode ser o lugar onde, de maneira mais sistemática e orientada, aprendemos a Ler o Mundo e a interagir com ele. Ler o mundo significa aqui poder entender e interpretar o funcionamento da Natureza e as interações dos homens com ela e dos homens entre si. Na escola podemos exercitar, aferir e refletir sobre a Ação que praticamos e que é feita sobre nós. Isso não significa que só na escola se faça isso. Ela deve ser o lugar em que praticamos a Leitura do Mundo e a Interação com ele de maneira orientada, crítica e sistemática. (CANIATO, 1997. p. 65.)

Nesse sentido, o professor ocupa posição central na análise dessa conjuntura e na possibilidade de construir situações concretas de superação por meio da prática pedagógica por ele desenvolvida. Sua aula possibilita a construção do saber histórico por meio da relação interativa entre educador, educando e a comunidade, transformando essa prática em ato consciente do fazer social.

O ensino de História nos anos iniciais e a BNCC O material digital desta obra foi construído em consonância com a BNCC e tem como base os principais pilares da disciplina de História, entre eles as noções de tempo, de mudanças e permanências, de identidades culturais, de sujeito e evidências históricas. Em um processo complexo, a criança constrói percepções de si e, à medida que seus espaços de convivência se ampliam, ela toma contato com o externo à sua realidade. Valorizando a identidade individual dentro de uma comunidade, com base no olhar de si mesmo, lança-se a atenção para o “outro” em sua pluralidade. A terceira versão da Base Nacional Curricular Comum traz essa problemática como objeto de conhecimento. Esse “outro” pode estar em um contexto próximo, ou distante no tempo. Em um primeiro momento, é essencial a sua identificação. Com base nessa indagação, sobre “eu” e “eles”, e o conhecimento desse universo, é possível traçar um “nós”, aproximando-se de diferentes realidades. E como conhecê-las? Por meio da cultura material e imaterial produzida por diferentes sociedades em diferentes tempos. A partir das inferências sobre esse “outro”, as evidências podem, ou não, nos trazer respostas. Nesse sentido, inicia-se a operacionalização do conhecimento histórico no âmbito escolar. O reconhecimento do “outro”, seus registros e narrativas, nos trazem subsídios para a sua análise. Evidentemente o objetivo desse movimento é principalmente desenvolver a capacidade de indagar criticamente sobre seu mundo e a sua pluralidade, tensões, conflitos e conciliações. Em um segundo momento, o estudo dos registros e das fontes traz a possibilidade de conhecer empiricamente diversas realidades e produzir um conhecimento escolar com base na sua análise. Por isso, o uso das mais diversas evidências históricas na sala de aula é imprescindível. E para otimizar essa abordagem, os recursos tecnológicos do passado e do presente são essenciais. Internalizando processualmente os conceitos, concomitantemente, a criança desenvolve dimensões temporais. Em nosso cotidiano somos atravessados por diversos tempos: o tempo individual, o tempo social, o tempo da natureza, entre outros. Nos anos iniciais o primeiro tempo é o do cotidiano: ontem, hoje, amanhã para se chegar ao passado, presente e futuro. Esse trabalho começa na identificação de si e de suas memórias, do seu grupo de convívio, sua comunidade e se expande aos espaços públicos presentes e valorizados ou não por ela. A terceira versão da BNCC salienta, também, as diferenças entre um “Eu” e um “Outro”, demarcação necessária para a construção de noções de alteridade no tempo e no espaço. 11


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Na terceira versão da BNCC são propostos objetos de conhecimento que tratam dos locais públicos, territórios urbanos e rurais, bens culturais e patrimoniais, com o objetivo de refletir sobre a distinção de cada um e a produção de memória, assim como a sua análise. O ensino de História deve possibilitar, ainda, que os estudantes se compreendam a partir de suas próprias representações, inseridos num grupo e no tempo em que vivem e, ao mesmo tempo, conheçam a pluralidade e pratiquem uma análise crítica de uma memória que é construída e transmitida. O ensino de História nos anos iniciais do Ensino Fundamental deve promover uma reflexão e cabe ao professor fazer que esta reflexão seja efetivada, podendo partir da própria história de vida do estudante, avançando para o estudo da história local que deve ser apresentada como algo vivo, vibrante, capaz de despertar paixão e colaborar para a compreensão do mundo.

Competências: transcendendo a disciplina A terceira versão da BNCC define um conjunto de 10 competências gerais que não se encerram nos conteúdos disciplinares. Essas competências visam garantir aos estudantes uma educação que os estimule para um desenvolvimento pleno, de forma que eles possam saber lidar com as próprias emoções, se relacionar com os outros e construir métodos de análise crítica. As competências gerais devem estar articuladas com as 9 competências específicas da disciplina de História, e é esse conjunto que deve nortear o trabalho do professor e referenciar suas escolhas pedagógicas e avaliativas em relação aos temas apresentados. São temas organizados em unidades temáticas que se dividem em objetos de conhecimento que, por sua vez, destacam as habilidades a serem desenvolvidas. As competências foram definidas a partir dos direitos assegurados pelas Diretrizes Curriculares Nacionais e de conhecimentos, habilidades, atitudes e valores essenciais para a vida no século XXI. Fazem parte das competências desenvolver, por exemplo, empatia, autonomia e respeito. Já as habilidades são base para o desenvolvimento das competências desejadas. Essas aprendizagens são essenciais e devem ser desenvolvidas por todos os estudantes da Educação Básica, mantendo a liberdade dos entes federados de construir currículos de acordo com suas realidades, garantindo-se, porém, a igualdade de oportunidades para todos as crianças e jovens do país. O professor é responsável por nortear esse caminho de desenvolvimento pleno. É também o responsável por avaliar esse processo de aprendizagem, por meio de contínuos instrumentos de observação e acompanhamento dos estudantes, de forma a se garantir que os objetivos finais sejam atingidos. A avaliação formativa consiste em orientar e regular a prática pedagógica, auxiliando o desenvolvimento das habilidades e competências, e tem como objetivo central orientar o trabalho do professor, não servindo nunca como forma de classificar e hierarquizar os estudantes.

Aprender História nesta Coleção A concepção dessa coleção não recorre a uma organização linear do tempo. A ideia central é partir do universo da criança para trabalhar aquilo que é mais caro à História: conseguir se movimentar no tempo e no espaço, conhecer diferentes realidades e experiências, para formar a própria identidade e adquirir instrumentos para compreender o mundo ao redor.

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As habilidades previstas na BNCC para o segmento podem assim ser desenvolvidas em consonância com uma abordagem apropriada aos anos iniciais. Mergulhando pelo próprio universo, o estudante consegue começar o domínio de procedimentos como identificar, conhecer e reconhecer, descrever, selecionar, compilar, comparar, mapear e analisar os mais diferentes acontecimentos do passado – sempre aos olhos do seu presente. Nesse sentido, utilizam as mais diversas linguagens, meios e suportes para se aprender História. Desde o conhecimento das memórias da família, fotografias, mapas, paisagens, leituras de imagens e poesias até a utilização de aplicativos e outras ferramentas tecnológicas contemporâneas para ampliar o processo de aprendizagem. Nesse material digital você irá encontrar propostas que complementam a abordagem da coleção, com atividades diversificadas e lúdicas. A ideia é proporcionar uma ampla aprendizagem. Nesse sentido, o reconhecimento dos diversos saberes e a sua transformação em conhecimento são sistematizados por meio de jogos e brincadeiras, estudos do meio, mapeamentos, intervenções na comunidade, entre outros métodos. Essas ações pedagógicas favorecem a ideia de educação integral, pois mobilizam também procedimentos atitudinais em consonância com as competências gerais e específicas de História da terceira versão da BNCC.

Considerações finais O material digital desta coleção foi concebido para atender os diversos públicos existentes na rede pública, que têm realidades e recursos bastante distintos. Na tentativa de democratizar o acesso ao conhecimento e às ferramentas tecnológicas disponíveis em cada comunidade escolar, são propostos percursos de aprendizagem que podem ser adaptados a diversos contextos sociais. A mobilização de temas, conceitos, habilidades e competências da disciplina de História, pretende contribuir para uma ampliação da leitura do nosso mundo, para compreendermos um pouco mais quem somos e como podemos agir para alcançar uma sociedade mais igual e justa, um horizonte de futuros. Além disso, exercitar a alteridade no tempo e no espaço pode contribuir com a empatia e a solidariedade, essenciais para a educação de nossos tempos.

Bibliografia BITTENCOURT, Circe. Identidade nacional e ensino de história do Brasil. In: Karnal, Leandro (org). História em sala de aula: conceitos, práticas e propostas. São Paulo: Contexto, 2005, p. 185-204. BRASIL. Ministério da Educação, Secretaria da Educação Básica. Edital de Convocação 01/2017 – CGPLI. Edital de convocação para o processo de inscrição e avaliação de obras didáticas para o Programa Nacional do Livro e do Material Didático. PNLD 2019. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/busca-geral/318-%20programas-e-%20acoes1921564125/pnld-439702797/12391-pnld>. Acesso em: 9 dez. 2017. BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Proposta preliminar. Terceira versão. Brasília: MEC, 2017. Disponível em: <http://basenacionalcomum. mec.gov.br/a-base>. Acesso em: 09 dez. 2017. CANIATO, Rodolpho. Com ciência na educação. 3ª reimpressão. Campinas: São Paulo. Papirus, 1997. FONSECA, Selva Guimarães. Didática e prática de ensino de História: experiências, reflexões e aprendizados. 7. ed. São Paulo: Papirus, 2003. 13


História – Apresentação

LOWENTHAL, David. Como conhecemos o passado. Projeto História. São Paulo, 17, p. 63-201, nov. 1998. HARTOG, François. Tempo e patrimônio. Belo Horizonte: Varia História, v. 22, n. 36: p. 261-273, jul/dez 2006. OLIVEIRA, S. R. F. de. O ensino de História nas séries iniciais: cruzando as fronteiras entre a História e a Pedagogia. História & Ensino: Revista do Laboratório de Ensino de História / UEL. v. 9. Londrina: UEL, out. 2003. p. 259-272. PALTI, Elías ¿Qué significa “enseñar a pensar históricamente”? Clio & Asociados. Santa Fé/La Plata, n. 5, p. 27-42, 2000. ZAMBONI, E. O ensino de História e a construção da identidade. São Paulo: SEE/Cenp, 1993. Material disponibilizado em licença aberta do tipo Creative Commons – Atribuição não comercial (CC BY NC – 4.0 International). Permitida a criação de obra derivada com fins não comerciais, desde que seja atribuído crédito autoral e as criações sejam licenciadas sob os mesmos parâmetros.

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História – 4o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento

Plano de desenvolvimento: As origens da humanidade e as migrações Neste bimestre, teremos a oportunidade de conhecer as origens da história da humanidade e do longo processo de desenvolvimento biológico humano. Entenderemos, também, as dificuldades e os desafios pelos quais passaram nossos ancestrais. Veremos como os estudos arqueológicos identificaram o surgimento dos primeiros seres humanos na África e, desta forma, obteremos um ponto de partida para todo o processo de migração realizado ao longo de milhares de anos, permitindo sua presença em todos os continentes do planeta. Dentro deste contexto, será possível compreender a importância dos vestígios deixados pelos seres humanos em artefatos elaborados a partir de elementos naturais, que foram modificados para atender as necessidades humanas. Entraremos em contato com as pinturas rupestres deixadas nas cavernas, capazes de traduzir em imagens as histórias mais remotas de nossos antepassados.

Conteúdos • • • • • • • • • • •

Os métodos científicos de pesquisa utilizados para o conhecimento do passado Origens da humanidade Ancestrais humanos África: o berço da civilização O desenvolvimento da humanidade: a origem das primeiras ferramentas e a conquista do fogo A arte rupestre As migrações e a sedentarização A revolução agrícola e o surgimento das cidades A ocupação dos espaços A chegada ao continente americano A Pré-História brasileira

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História – 4o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento

Objetos de conhecimento e habilidades Objeto de conhecimento

Habilidades

Relações com a prática didático-pedagógica

Objeto de conhecimento

Habilidades

Relações com a prática didático-pedagógica

Objeto de conhecimento Habilidade

Relações com a prática didático-pedagógica

A ação das pessoas e grupos sociais no tempo e no espaço: grandes transformações da história da humanidade (sedentarização, agricultura, escrita, navegações, indústria, entre outras) • (EF04HI01) Reconhecer a história como resultado da ação do ser humano, no tempo e no espaço, com base na identificação de mudanças ocorridas ao longo do tempo. • (EF04HI02) Identificar mudanças ocorridas ao longo do tempo, com base nos grandes marcos da história da humanidade, tais como o desenvolvimento da agricultura e do pastoreio e a criação da indústria, colocando em questão perspectivas evolucionistas. • Selecionar e descrever registros de memória produzidos em diferentes tempos e espaços. • Perceber diferentes linguagens, reconhecendo e valorizando seus significados. A circulação de pessoas e as transformações no meio natural • (EF04HI04) Identificar as relações entre os indivíduos e a natureza e discutir o significado do nomadismo e da fixação das primeiras comunidades humanas. • (EF04HI05) Relacionar os processos de ocupação do campo a intervenções na natureza, avaliando os resultados dessas intervenções. • Entender as transformações ocorridas nos seres humanos e o desenvolvimento de novas habilidades. • Identificar a capacidade humana de transformar e dominar a natureza. • Entender o longo processo de migração empreendido pelos seres humanos • Reconhecer as habilidades humanas em produzir seu próprio alimento e as consequências decorridas desse processo. O surgimento da espécie humana na África e sua expansão pelo mundo • (EF04HI09) Identificar as motivações dos processos migratórios em diferentes tempos e espaços e avaliar o papel desempenhado pela migração nas regiões de destino. • Entender o processo migratório que resultou na chegada de grupos humanos ao continente americano. • Identificar as principais características das primeiras comunidades humanas da América.

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História – 4o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento

Práticas de sala de aula Um dos conteúdos trabalhados neste bimestre é o surgimento da espécie humana e sua origem na África. Os alunos terão a oportunidade de conhecer e vivenciar por meio de atividades lúdicas os longos e complexos processos que permitiram aos seres humanos desenvolverem ferramentas e transformarem a natureza. É importante que os alunos percebam que as habilidades humanas desenvolvidas ao longo do tempo ainda ocorrem. Ao longo do bimestre, os alunos terão contato com as outras ciências que auxiliam a história, como a Arqueologia, tomando contato com o processo de reconhecimento dos vestígios. Serão abordadas também questões relativas à ocupação do espaço e às grandes migrações realizadas a partir do continente africano. Como o conteúdo deste bimestre está relacionado com o desenvolvimento dos grupos humanos, as atividades em grupo e duplas permitem que os alunos interajam de forma positiva, contribuindo na busca de soluções e na cooperação necessária para atingir os objetivos das atividades. Essas práticas pedagógicas auxiliam na compreensão dos temas propostos além de favorecer a convivência entre os educandos. O contexto histórico abordado perpassa pela conquista do uso do fogo e das transformações na natureza, pelo desenvolvimento da agricultura e da formação das primeiras cidades, atividades que ainda estamos desenvolvendo e aperfeiçoando, o que permite transitar entre o passado e o presente, ressaltando semelhanças e diferenças. A elaboração de cartazes em grupo, em sala de aula, ajuda a desenvolver a cooperação, enquanto as atividades individuais são empregadas para que os alunos possam refletir sobre o conteúdo e, ao mesmo tempo, tirar conclusões e resolver problemas a partir do que foi abordado em aula. É importante que durante o bimestre as atividades sejam variadas e dinâmicas, sempre buscando a compreensão dos conteúdos de forma crítica, gerando discussões e debates essenciais ao entendimento do processo histórico. Dentre as atividades desenvolvidas está a elaboração de maquetes, desenhos e textos pelos próprios alunos, que devem ser avaliados em cada etapa do processo, direcionando e orientando-os na obtenção de resultados que sejam compatíveis com as expectativas iniciais.

Foco Neste primeiro bimestre é importante estar atento ao tempo da história e à relação entre o passado e o presente, na medida em que os temas forem sendo abordados, colaborando com a organização das informações. Caso algum aluno tenha dificuldade para entender o tempo histórico pode-se recorrer a imagens e à confecção de uma linha do tempo justamente para compor uma informação didática, ajudando na visualização da passagem do tempo e dos acontecimentos que marcaram a história da humanidade, como o domínio da agricultura e o surgimento das primeiras cidades, com a ajuda dos outros alunos.

Para saber mais •

A Guerra do Fogo. O filme conta a história de um grupo que vive em torno de uma fonte natural de fogo, até o momento em que ela se esgota e os membros do grupo vão em busca de uma nova fonte. Direção: Jean-Jacques Annaud. França/Canadá, 1981. (100 min).

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História – 4o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento

Pré-História. Acesse o site: <brasilescola.uol.com.br/historiag/pre-historia.htm> (acesso em: 16 jan. 2018), que possui texto e imagens com conteúdo didaticamente preparado para elucidar esse e outros períodos da História. Com bases científicas, o site possui as informações necessárias para iniciar ou complementar os estudos dos temas da História.

Pré-História do Brasil. O livro paradidático de Francisco Silva Noelli e Pedro Paulo Funari oferece informações precisas, baseadas em teorias científicas, mas com linguagem apropriada a estudantes e iniciantes no assunto. Abrange as origens mais remotas da Arqueologia brasileira e americana. NOELLI, Francisco Silva; FUNARI, Pedro Paulo. Pré-História do Brasil. São Paulo: Contexto, 2002.

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4o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – Projeto integrador: Matemática, Geografia, História e Língua Portuguesa

Projeto integrador: Migração e cultura Conexão com: MATEMÁTICA, GEOGRAFIA, HISTÓRIA e LÍNGUA PORTUGUESA Este projeto irá conectar as disciplinas em torno da temática de migrações e suas relações, impactos na sociedade e no ambiente escolar. •

Justificativa Atualmente, grandes contingentes populacionais se deslocam de um lugar para o outro do nosso planeta. Esse movimento de pessoas é conhecido como migração, e não é um movimento novo. Se voltarmos ao passado para verificar quando isso provavelmente começou, chegaremos até a grande migração dos primeiros humanos saindo da África em direção à península Arábica por volta de 130 mil anos atrás, e posteriormente ocupando todos os continentes do planeta Terra. No mundo atual, as migrações tornaram-se mais rápidas devido ao avanço dos meios de transporte, e a quantidade de pessoas que migram de suas cidades, estados ou países é enorme. Há diversos motivos que levam as pessoas a se deslocarem. Grande parte migra por mudança de trabalho, estudos, busca por melhores condições de vida. Mas há também aqueles que migram como consequência de desastres ambientais, guerras, perseguições políticas, étnicas ou culturais, entre outros. As ondas migratórias atuais estão colocando o papel do migrante novamente em destaque nas mídias. O assunto deve ser debatido também dentro das escolas. Afinal, fronteiras geográficas muitas vezes são linhas tênues de separação cultural. O Brasil tem recebido refugiados de guerras civis e desastres em países como a Síria e o Iraque, e grande número de imigrantes vindos do Haiti e da Venezuela, assim como de diversos países africanos, como a Nigéria, o Senegal, o Mali, entre outros. Com uma metodologia que propõe a mobilização de conhecimento em diversas áreas, este projeto tem o objetivo de propor aos alunos que reflitam sobre a inserção dessas pessoas em outra sociedade, sua retirada do país de origem e as novas relações sociais, políticas e econômicas nos países que as recebem.

Objetivos • • • • • •

Reconhecer a importância dos movimentos migratórios. Associar a diversidade cultural e o movimento migratório. Pesquisar sobre a história de migrações para o Brasil. Organizar, sintetizar e classificar as informações pesquisadas. Elaborar gráficos. Organizar e realizar a mostra de trabalhos.

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4o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – Projeto integrador: Matemática, Geografia, História e Língua Portuguesa

Competências e habilidades 1. Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente

Competências desenvolvidas

Habilidades relacionadas*

construídos sobre o mundo físico, social e cultural para entender e explicar a realidade (fatos, informações, fenômenos e processos linguísticos, culturais, sociais, econômicos, científicos, tecnológicos e naturais), colaborando para a construção de uma sociedade solidária. 3. Desenvolver o senso estético para reconhecer, valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, e também para participar de práticas diversificadas da produção artístico-cultural. 9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de origem, etnia, gênero, orientação sexual, idade, habilidade/necessidade, convicção religiosa ou de qualquer outra natureza, reconhecendo-se como parte de uma coletividade com a qual deve se comprometer. Geografia (EF04GE01) Selecionar, em seus lugares de vivência e em suas histórias familiares, componentes de culturas afro-brasileiras, indígenas, mestiças e migrantes. (EF04GE02) Descrever processos migratórios e suas contribuições para a formação da sociedade brasileira. História (EF04HI06) Identificar as transformações ocorridas nos processos de deslocamento das pessoas e mercadorias, analisando as formas de adaptação ou marginalização. (EF04HI09) Identificar as motivações dos processos migratórios em diferentes tempos e espaços e avaliar o papel desempenhado pela migração nas regiões de destino. Língua Portuguesa (EF04LP19) Produzir textos sobre temas de interesse, com base em resultados de observações e pesquisas em fontes de informações impressas ou eletrônicas, incluindo, quando pertinente, imagens e gráficos ou tabelas simples, considerando a situação comunicativa e o tema/assunto do texto. Matemática (EF04MA27) Analisar dados apresentados em tabelas simples ou de dupla entrada e em gráficos de colunas ou pictóricos, com base em informações das diferentes áreas do conhecimento, e produzir texto com a síntese de sua análise.

* A ênfase nas habilidades aqui relacionadas varia de acordo com o tema e as atividades desenvolvidas no projeto.

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4o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – Projeto integrador: Matemática, Geografia, História e Língua Portuguesa

O que será desenvolvido Os alunos farão uma mostra dos resultados da pesquisa sobre a cultura de diversos países e a cultura familiar, bem como, de artesanatos produzidos por eles.

Materiais • • • • • • • •

Argila Canetas hidrográficas Cartolina Cola Folhas de papel sulfite Lápis de cor Lápis preto Tesoura sem ponta

Etapas do projeto Cronograma • •

Tempo de produção do projeto: 1 mês/4 semanas/2 aulas por semana. Número de aulas sugeridas para o desenvolvimento das propostas: 8 aulas

Aula 1: Sensibilização e apresentação do projeto As pessoas com quem convivemos têm uma história familiar, e em muitas delas há relatos de migração. Talvez sejam acontecimentos longínquos para os alunos, ou até esquecidos nas memórias da família. Em outros casos, a migração pode ser recente. Assim, com o objetivo de conhecer as histórias da família dos alunos, incentivá-los a contar aos colegas as que já conhecem. Se citarem deslocamentos entre regiões de um mesmo país ou de outro país, perguntar-lhes que motivos levaram seus familiares a tomar essa decisão. Caso os alunos não saibam de histórias assim, perguntar-lhes se conhecem uma história de migração da família de amigos ou conhecidos. Comece fazendo perguntas sobre a história recente dos estudantes (Onde nasceram? Moram no mesmo lugar há muito tempo?). Caso as respostas sejam relevantes para o conteúdo, procure entender os motivos que levaram as famílias a fazer essas escolhas; caso as respostas sejam negativas, pergunte se conhecem alguma história de migração da família ou de amigos ou conhecidos. Esse primeiro momento é apenas de conversas com os alunos sobre o tema migrações e busca motivá-los a conhecer um pouco mais a história de suas famílias, assim como dos costumes e hábitos que estão presentes em seu dia a dia e que têm muitas vezes nuances culturais desconhecidas por eles, como por exemplo em uma tradição gastronômica ou religiosa da família. Se houver alguma dificuldade, busque informações na ficha de matrícula do aluno, apenas para ajudá-lo com esses questionamentos. Depois haverá um momento de perguntas mais precisas e os alunos levarão um questionário para ser respondido pelos pais ou responsáveis. A aula tem como objetivo nesse momento fazer os alunos refletirem sobre a própria família.

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4o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – Projeto integrador: Matemática, Geografia, História e Língua Portuguesa

Aula 2: Questionário familiar Nesta aula, os alunos irão levar algumas questões para que seus pais ou responsáveis respondam em casa. Para isso, deverão copiar, em uma folha do caderno, algumas questões que compõem o que chamaremos de Mini-Censo Escolar, que servirá de base para as atividades de uma próxima aula. Com base no levantamento dessas informações, o professor pode trabalhar com os alunos o conhecimento sobre suas famílias. O professor pode construir um questionário para ser respondido em dois momentos: um onde o próprio aluno completará as informações ainda na sala de aula e outro que poderá ser levada para casa na qual seus pais ou responsáveis irão responder o censo. Na parte voltada para o aluno podem aparecer questionamentos como os exemplificados abaixo:

1. 2. 3. 4.

Quantas pessoas moram com você? Você tem irmãos? Quantos? Você tem animais de estimação? Quais e quantos são eles? Quais cômodos há em sua moradia? Exemplos de perguntas destinadas aos alunos e aos pais ou responsáveis:

1. 2. 3. 4. 5. 6. 7.

Em que cidade nasceram os pais do aluno ou os responsáveis por ele? Em que cidade nasceu o aluno? Em que bairro mora o aluno? Há quanto tempo a família reside nesse bairro? Vocês já se mudaram alguma vez? Por qual motivo? Há migrantes em sua família? Sua família tem algum hábito ou costume transmitido pelos avós ou bisavós? Quais?

Registrar as questões na lousa e fornecer aos alunos folhas de papel sulfite, solicitando-lhes que as copiem na folha recebida. Para completar a pesquisa, enviar uma autorização ou requerimento pedindo aos pais ou aos responsáveis que enviem fotos de momentos de interação familiar ou sobre um hábito ou um costume familiar, por exemplo, uma festa ou celebração que tenha a participação do aluno. Após a devolutiva da primeira parte desse questionário, estipular uma data de devolução da segunda parte, para a quinta aula do projeto, quando os alunos elaborarão uma tabela ou um gráfico com base nas informações que coletarem. Além desse tipo de pesquisa proporcionar mais informações para conhecer a realidade dos alunos, seu histórico familiar e onde moram, os dados podem auxiliar a diretoria da escola, por fornecerem uma base para compreender a comunidade onde eles estão inseridos.

Aula 3: Conhecendo aqueles que migram Solicitar aos alunos que pensem juntos sobre as dificuldades que podem passar os migrantes e os imigrantes. Pedir-lhes que se imaginem indo morar em um lugar completamente diferente daquele onde moram hoje, por exemplo, um lugar muito frio, onde as pessoas falem uma língua que eles desconhecem. Pergunte a eles quais seriam as primeiras mudanças que eles sentiriam. Acham que seria fácil ir à escola? Como seria brincar com outras crianças, comprar comida ou estudar? Incentivar a reflexão dos alunos ao imaginar-se nessa nova situação, respondendo às questões, ouvindo os colegas e interagindo com as informações fornecidas nas respostas. 22


4o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – Projeto integrador: Matemática, Geografia, História e Língua Portuguesa

A seguir, pedir a eles que façam uma pesquisa – na biblioteca da escola ou na sala de informática. Se possível, ir com os alunos a um desses locais, a fim de acompanhar a pesquisa de perto. Proponha que pesquisem as seguintes questões: • Quais foram os primeiros habitantes do Brasil? • Qual é o país de origem dos primeiros colonizadores do Brasil? • Os portugueses e outros europeus trouxeram negros à força para o Brasil, os quais foram escravizados e aqui realizaram grande parte das atividades braçais do século XVI ao XIX. Qual é a origem dessas pessoas? • Quais são as contribuições culturais desses diferentes povos para a cultura brasileira? Depois de os alunos responderem às questões sugeridas, solicitar-lhes que comparem essas ideias com as informações que pesquisaram, a fim de identificar semelhanças e diferenças. A seguir, com o objetivo de aprofundar a pesquisa, mostrar a eles o gráfico sobre a quantidade de imigrantes chegados ao Brasil, dividido por nacionalidade e organizado em três períodos. Brasil – Imigração por nacionalidade (1884-1959) 1 400 000 1 300 000 1 200 000 1 100 000 1 000 000 900 000 800 000 700 000 600 000 500 000 400 000 300 000 200 000 100 000 0

1884-1923 1924-1939 1945-1959

Alemães

Espanhóis

Italianos

92 674

534 709

1 331 158

77 966

57 009

22 025

96 268

Japoneses

Portugueses

Outros*

32 266

912 087

343 482

81 105

153 533

290 307

222 572

106 360

34 279

246 161

226 823

* A imigração síria e turca, registrada até 1939, deixou de sê-lo no período 1945-1959. Assim, esses imigrantes foram incluídos aqui na categoria Outros, que conta, em bem menor número, com poloneses, russos, lituanos e ucranianos, entre outros. Ilustração elaborada pelo autor

Fonte dos dados: IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Brasil: 500 anos de povoamento. Rio de Janeiro, 2007. p. 226. Disponível em: <https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv6687.pdf>. Acesso em: 25 jan. 2018.

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4o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – Projeto integrador: Matemática, Geografia, História e Língua Portuguesa

• • • • •

Auxiliá-los a ler e compreender o gráfico por meio de questionamentos como: Que informações o gráfico apresenta? Como vocês chegaram a essas informações? Qual foi o maior contingente de imigração para o Brasil desde 1884? Entre os períodos apresentados no gráfico, qual teve maior imigração japonesa? No período de 1945 a 1959, quantas pessoas imigraram de Portugal?

O objetivo é apresentar dados históricos da imigração para o Brasil e incentivar os alunos a refletir sobre os possíveis desafios que os imigrantes enfrentam ao deixar sua terra natal, além de propor-lhes a análise desses dados em forma de gráfico.

Sugestões de fontes de pesquisa para os alunos • • •

FARIA, J. de. Meu avô japonês. São Paulo: Panda Books, 2009. Enquanto o avô conta a Isabel como era a vida dos imigrantes japoneses no Brasil, ela descobre a história de sua família e seu papel na preservação da cultura japonesa. KUCINSKI, B. Imigrantes e mascates. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2016. Filho de polonesa e de origem judaica, o autor conta sua infância em um bairro de São Paulo em meio às dificuldades enfrentadas pelos judeus e pelos imigrantes em geral. MUSEU DA IMIGRAÇÃO DO ESTADO DE SÃO PAULO. Disponível em: <http://www.museudaimigracao.org.br/>. Acesso em: 25 jan. 2018. Apresenta dados sobre a imigração em São Paulo e disponibiliza um passeio virtual pelo museu, que antigamente era hospedaria de imigrantes recém-chegados ao estado.

Aula 4: Cultura e imigração Ao desembarcarem no Brasil, os imigrantes trouxeram com eles sonhos e expectativas, além de seu idioma, danças, comidas e crenças de sua cultura, que se adicionaram às culturas locais e se miscigenaram, formando a cultura brasileira. A gastronomia é um aspecto da cultura. Assim, incentivar os alunos a contar seus hábitos alimentares e os hábitos alimentares de sua família, perguntando-lhes o que costumam comer no café da manhã, no almoço e no jantar, quais são seus pratos favoritos, se existem refeições especiais em dias de festa etc. Escrever na lousa os alimentos, os pratos e os hábitos apresentados pelos alunos. Essa atividade, além de ampliar o conhecimento dos alunos sobre novos alimentos e pratos, também os incentiva a identificar as semelhanças e as diferenças de seus hábitos alimentares para com os dos colegas. Pedir a eles que transcrevam essa lista no caderno e, se desejarem, completem-na com outras informações que porventura tenham esquecido. A seguir, organizar os alunos em grupos para que pesquisem em livros, revistas, jornais ou sites na internet sobre a herança cultural que são os hábitos alimentares. Fornecer cartolinas para os grupos e orientá-los a registrar os dados de sua pesquisa nesse suporte, para confeccionarem um cartaz que será exposto ao final do projeto. Para pesquisa, cada grupo escolherá uma das nações apresentadas no gráfico da aula anterior – Alemanha, Espanha, Itália, Japão e Portugal –, e confeccionará um cartaz com informações sobre as comidas típicas desses países, destacando que tipo de alimento compõe os pratos, se verduras, legumes, raízes, carnes, frutas ou queijos. Incentivar os alunos a comparar a lista de alimentos do seu cotidiano, registrada por eles no caderno, com os pratos e os alimentos citados na pesquisa e apresentados nos cartazes. Depois da elaboração dos cartazes, manter a organização dos grupos e propor aos alunos que modelem em argila algumas comidas típicas dos países pesquisados. Para facilitar a confecção 24


4o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – Projeto integrador: Matemática, Geografia, História e Língua Portuguesa

dessas representações, auxiliar os alunos na escolha dos pratos que serão apresentados, caso os alunos não os tenham citado, por exemplo: Japão: sushi; Portugal: bacalhoada; Alemanha: torta de maçã enrolada (Strudel); Espanha: churro; Itália: pizza, ravióli. Outra possibilidade é sugerir aos alunos esses alimentos e verificar quais se destacam entre os pratos pesquisados, a fim de que caracterizem bem o país escolhido. Depois da seleção, incentivar os estudantes a iniciar o trabalho e, depois de prontos os modelos, a pintá-los e decorá-los. Essa atividade tem o objetivo de proporcionar aos alunos um contexto em que percebam a importância da herança cultural dos diversos povos que compõem a cultura brasileira, conhecer a diversidade gastronômica dos países, herdada por nós, e também valorizar todo tipo de contribuição. O trabalho com argila e os cartazes deverão ser utilizados na mostra final.

Aula 5: Construindo gráficos Os alunos devolverão os questionários respondidos com o auxílio dos pais ou dos responsáveis. Solicitar-lhes que leiam suas respostas, um de cada vez, para que a turma possa conhecer um pouco mais da vida do colega. Se algum aluno não quiser fazer a leitura, é importante respeitá-lo. Em seguida, organizar grupos de três alunos para que reúnam as informações dos questionários. Distribuir folhas de papel sulfite a cada grupo, elas serão utilizadas na elaboração do gráfico. Sobre a elaboração do gráfico, os alunos do trio deverão primeiramente selecionar itens de seus questionários. É melhor que eles escolham questões quantitativas, em vez de qualitativas, para facilitar a produção do gráfico – assim, auxiliar os alunos na seleção. Selecionados os tópicos, pedir aos alunos que façam um eixo vertical e um eixo horizontal para cada um deles; o vertical leva os números em ordem crescente, da linha mais baixa para a mais alta, e correspondentes à quantidade de alunos, e no eixo horizontal, as questões selecionadas. Depois de elaborarem o gráfico, solicitar-lhes que expliquem aos colegas o processo de confecção do gráfico, as informações utilizadas e a conclusão a que chegaram. Copiar na lousa o modelo de gráfico a seguir, o qual poderá servir de base para os alunos elaborarem seus gráficos.

Há migrantes ou imigrantes na família? Ilustração elaborada pelo autor

No gráfico-modelo, vê-se que um aluno tem história de migração ou imigração em sua família. Se acaso surgirem dúvidas, traçar as linhas básicas do gráfico e as colunas para que os alunos apenas pintem as informações.

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4o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – Projeto integrador: Matemática, Geografia, História e Língua Portuguesa

Aula 6: Organizando a mostra dos trabalhos Nesta aula os alunos irão organizar a mostra. Como será uma exposição interna para outros alunos da escola, sugerimos que escolham um dia em que haverá exposições de trabalhos de outras turmas para que possa assim haver troca de experiências. Escolhido o dia em que haverá a exposição dos trabalhos, os alunos devem organizar na própria sala as carteiras e cadeiras de modo que a movimentação das pessoas e a exposição dos trabalhos sejam facilitadas. Com os cartazes já colados pela sala, sugerimos que os alunos organizem as representações dos alimentos produzidos com a argila próximo ao cartaz do país representado, que organizem em cartolinas as fotos recebidas que demonstram as tradições familiares de que os alunos participam e então os gráficos e tabelas produzidos por eles.

Aula 7: Mostra dos trabalhos No dia da mostra, com os alunos dispostos perto de seus trabalhos, eles receberão os visitantes (outras turmas, professores e outros funcionários da escola) para que conheçam um pouco mais do que foi feito no projeto. O professor poderá destacar a importância dos imigrantes, para qualquer país, por enriquecerem a cultura local, e também explicará como um pequeno censo poderá contribuir para que todos se conheçam melhor. Depois deixe que os alunos visitantes passeiem pela mostra e interajam com os alunos da sala, organizadamente. Incentive perguntas e respostas. O objetivo da mostra é fazer com que os alunos percebam as diferenças culturais, mas que também entendam que essas diferenças não devem provocar exclusão, e que na realidade elas se somam e produzem um alargamento da cultura de um país.

Avaliação Avaliar a participação dos alunos nos trabalhos coletivos e individuais ao longo do projeto. A seguir há algumas propostas de avaliação para cada aula do projeto, a ser ampliadas e/ou modificadas de acordo com a realidade de cada turma e o interesse do(a) professor(a). Aula

Proposta de avaliação

1

Avaliar a participação nas conversas sobre as histórias familiares.

2

Avaliar a participação e a compreensão dos alunos sobre o questionário familiar.

3

Verificar a compreensão sobre o contexto da imigração e dos migrantes/imigrantes.

4

Avaliar a compreensão sobre a cultura e os hábitos alimentares. Avaliar a confecção das comidas típicas de argila.

5

Avaliar o trabalho coletivo de elaboração dos gráficos.

6

Avaliar a participação na organização da mostra.

7

Avaliar a participação na mostra.

8

Autoavaliação do aluno e do professor. Verificar os acertos e as dificuldades na realização do projeto.

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4o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – Projeto integrador: Matemática, Geografia, História e Língua Portuguesa

Avaliação final Avaliar os trabalhos dos alunos desde a coleta de dados para produção dos gráficos até a organização e a participação na mostra interna dos trabalhos. Verificar se houve melhora na leitura e na construção de gráficos. Identificar as dificuldades enfrentadas ao longo do projeto e julgar as soluções adotadas, a fim de aplicá-las em outros projetos ou criar outras soluções com base na experiência adquirida.

Referências bibliográficas complementares •

HARARI, Y. N. Sapiens: uma breve história da humanidade. Tradução de Janaína Marcoantonio. Porto Alegre: L&PM, 2015. Com base em estudos de Paleontologia, Antropologia, História e Biologia, o autor apresenta aspectos da história da humanidade, relacionando-a com questões do presente, a fim de apresentar as diversas interpretações sobre a humanidade ao longo do tempo.

SILLER, R. R. Infância, educação infantil e migrações. Curitiba: Appris, 2016. A autora discorre sobre a importância de os educadores considerarem a diversidade dos ambientes em que os alunos convivem a fim de que a escola seja um lugar em que as práticas culturais deles não sejam menosprezadas, valorizando quaisquer expressões culturais e a interação entre elas.

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História – 4o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 1a sequência didática

1a sequência didática: A origem da humanidade Nesta sequência poderemos conhecer o desenvolvimento dos primeiros grupos humanos, onde surgiram e quais são as suas principais características.

Relação entre BNCC, objetivos e conteúdos Objeto de conhecimento Habilidade

Objetivos de aprendizagem

Conteúdos

A ação das pessoas e grupos sociais no tempo e no espaço: grandes transformações da história da humanidade (sedentarização, agricultura, escrita, navegações, indústria, entre outras) • (EF04HI01) Reconhecer a história como resultado da ação do ser humano, no tempo e no espaço, com base na identificação de mudanças ocorridas ao longo do tempo. • Eleger e descrever diferentes momentos do desenvolvimento humano. • Identificar onde surgiram os primeiros grupos humanos. • Estabelecer uma relação entre as ações realizadas pelos humanos e os objetos do passado, encontrados pelos cientistas. • Os métodos científicos de pesquisa utilizados para o conhecimento do passado • A evolução humana desde a sua origem na África

Materiais e recursos • • • •

Tiras de tecido Lápis de cor Canetas hidrográficas Projetor ou imagens impressas

Desenvolvimento •

Quantidade de aulas: 2 aulas

Aula 1 Em uma breve dinâmica, vendar os olhos de um pequeno grupo de, no máximo, cinco alunos e, tirando-os de seus lugares, pedir que se localizem na sala de aula. O restante deverá permanecer em silêncio absoluto, observando a movimentação do grupo vendado. A seguir, pedir aos alunos do grupo que tentem retornar ao seu lugar de origem na sala. Após alguns poucos minutos, retirar as vendas e realizar as seguintes perguntas. •

Como se sentiram sem enxergar? Espera-se que, após as descrições iniciais, os alunos tenham compreendido a importância da luz para se movimentar com segurança. 28


História – 4o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 1a sequência didática

Quais as principais dificuldades? Os alunos devem reportar as sensações e sentimentos, se tiveram dificuldades e se pensaram em soluções.

Como será que os primeiros humanos se relacionavam com a escuridão noturna? Os alunos deverão refletir sobre as dificuldades e as soluções encontradas e desenvolvidas pelos primeiros grupos de pessoas, elencando as prioridades e as principais dificuldades que poderiam ser encontradas no passado.

Para iniciar o conteúdo, mostrar uma imagem de satélite noturna da Terra, toda iluminada, enfatizando o impacto causado pela ação dos seres humanos no planeta. Essa imagem pode estar em arquivo digital, para ser projetada em sala de aula, ou impressa em suporte de sua preferência. O objetivo é uma reflexão sobre a capacidade humana de inventar e utilizar recursos (como a energia elétrica) que tornam a nossa vida supostamente melhor e mais confortável. Se considerar adequado, utilizar a imagem a seguir:

Anton Balazh/Shutterstock.com

Imagem noturna, via satélite, de parte da América do Sul iluminada.

Os alunos deverão ser instigados a questionar como seria o planeta se não houvesse a energia artificial que ilumina as noites, uma vez que esse recurso prolongou o dia, ampliando nosso conhecimento sobre tudo à nossa volta. Lembrar do importante papel da domesticação do fogo, há cerca de 500 mil anos, que facilitou esse processo. Deve-se perguntar, então, aos alunos, como eles se relacionam com as tecnologias e como seriam suas vidas sem elas.

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História – 4o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 1a sequência didática

Neste momento, como sugestão, a energia da sala de aula pode ser desligada para que os alunos possam interagir com essa situação. Com base nas colocações deles, conversar introdutoriamente e informalmente com a turma sobre o conteúdo que será abordado nas próximas aulas, a conjuntura em que surgiram os primeiros seres humanos, suas relações com a natureza e entre seus próprios grupos.

Avaliação O objetivo desta atividade é aproximar os alunos de uma realidade diferente da deles, em um tempo muito distante do presente, mostrando formas de adaptação a ambientes diversos, buscando soluções e desenvolvendo habilidades. Ressaltar, também, como o conhecimento do passado pode ser construído por intermédio dos diferentes vestígios encontrados e como eles contribuíram para desenvolver novos e modernos instrumentos, adaptados à atualidade, mas que têm suas origens em um passado bastante remoto.

Para trabalhar dúvidas Caso os alunos se perguntem como vivíamos sem todos os recursos existentes hoje, poderão ser ressaltadas: as diferentes formas de organização dos seres humanos, as quais utilizavam diversos tipos de abrigo, como lapas, grutas e cavernas, substituídas, posteriormente, por pequenas construções; e seus diferentes saberes e habilidades, alterando ou convivendo com a natureza. Salientar que a evolução humana ainda é um processo em andamento, pois nosso conhecimento é uma construção contínua. Lembrar-se de que novos problemas surgiram com base na intervenção da humanidade na natureza, o que nem sempre produziu resultados positivos. Caso seja do interesse do grupo, fazer as seguintes perguntas: • Em sua opinião, a história do passado da humanidade é importante para entendermos a nossa realidade atual? Resposta pessoal. •

Você acha que todos os seres humanos viviam organizados da mesma maneira? Resposta pessoal. Espera-se que, com essa atividade, os alunos consigam reconhecer quais as diferentes formas de entender a evolução das sociedades humanas, valorizando as tecnologias e as soluções desenvolvidas, de acordo com os recursos disponíveis e compreendendo diferenças e semelhanças entre elas.

Aula 2 Em continuidade ao tema da aula anterior, pode-se apresentar aos alunos uma breve explanação sobre as características físicas dos primeiros humanos por meio de uma sequência de imagens de vestígios encontrados pelos arqueólogos e estudados por diversas áreas da ciência moderna, como a Arqueologia, a Geologia, a Geografia, a Biologia, entre outras. Para demonstrar as relações entre as ciências, você pode utilizar o quadro a seguir.

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História – 4o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 1a sequência didática

Área da ciência Arqueologia Geologia Geografia Biologia

Descrição Ciência que, utilizando processos, como coleta e escavação, estuda os costumes e as culturas dos povos antigos, por meio de materiais encontrados (fósseis, artefatos, monumentos etc.). Ciência que estuda a origem, a história, a vida e a estrutura da Terra. Ciência que trata da descrição da Terra e do estudo dos fenômenos físicos, biológicos e humanos que nela ocorrem, suas causas e relações. Ciência que estuda a vida e os organismos vivos, sua estrutura, crescimento, funcionamento, reprodução, origem, evolução, distribuição, bem como suas relações com o ambiente e entre si.

As imagens de alguns vestígios dos primeiros humanos, aliadas às áreas do conhecimento expostas acima, colaboram para o entendimento dos alunos sobre as muitas leituras que podemos fazer dos ossos, instrumentos e outros objetos deixados pela humanidade no decorrer de seu desenvolvimento. É preciso levar em consideração que o tempo decorrido entre os objetos e a atualidade é muito longo e que por essa razão precisamos reunir tantos cientistas para estudá-los.

Masarik/Shutterstock.com

Imagem de escavação arqueológica com ossos humanos.

Sergio Foto/Shutterstock.com

Detalhe de uma escavação arqueológica pré-histórica.

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História – 4o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 1a sequência didática

Avaliação Avaliar se os alunos compreenderam a relação dos vestígios com o conhecimento do passado, questionando-os oralmente sobre o que a turma vê nas imagens apresentadas. Ressaltar que, por meio do estudo dos restos mortais dos hominídeos, é possível aproximar-se de sua constituição física, alimentação, entre outras características que permitem reconhecer alguns de seus hábitos e formas de sobrevivência.

Ampliação Após a exposição das imagens e a leitura do quadro, os alunos podem ser divididos em duplas ou trabalhar individualmente, realizando uma breve dinâmica que pretende mostrar o processo de conhecimento de nossa ancestralidade. Munidos de canetas hidrográficas ou lápis de cor, pedir que eles construam suas próprias árvores genealógicas. Eles devem seguir em direção ao passado mais antigo de suas famílias, que tenham conhecimento. Veja um modelo de árvore genealógica a seguir.

Vinsintus/Shutterstock.com

Ilustração de um modelo de árvore genealógica.

Em seguida, os alunos podem exibir seus trabalhos para uma breve avaliação tanto sua, como dos colegas, ressaltando as curiosidades que eventualmente podem aparecer. Apresentar, então, a árvore dos principais hominídeos encontrados até hoje. Essa árvore demonstra o conhecimento que adquirimos por meio dos ossos e vestígios. Esses materiais nos ajudaram a saber que nosso ancestral mais antigo veio do continente africano, onde foram realizadas inúmeras expedições arqueológicas e localizados os crânios e as ossadas mais antigas que conhecemos. A imagem e os dados a seguir podem auxiliar os alunos na compreensão do tema: • 4 milhões de anos – Australopithecus afarensis • 2,5 milhões de anos – Homo habilis • 1,7 milhão de anos – Homo erectus • 300 mil anos – Homo neanderthalensis • 200 mil anos – Homo sapiens

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História – 4o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 1a sequência didática

Giorgio Morara/Shutterstock.com

Linha do tempo da evolução humana.

O objetivo desta atividade é os alunos entenderem que descobrimos, por meio dos vestígios e ossos, que nossos ancestrais vieram inicialmente do continente africano e foram se espalhando pelo planeta. Para sabermos disso, os pesquisadores reuniram muitas informações, obtidas principalmente por meio da Arqueologia, que possibilitaram a reconstituição do processo evolutivo dos seres humanos. 33


História – 4o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 2a sequência didática

2a sequência didática: Longo caminhar Nesta sequência didática, poderemos reconhecer os processos de sedentarização das sociedades humanas ligados à domesticação agrícola, além do desenvolvimento dos núcleos urbanos mais antigos.

Relação entre BNCC, objetivos e conteúdos Objeto de conhecimento

Habilidade

Objetivos de aprendizagem

Conteúdos

A ação das pessoas e grupos sociais no tempo e no espaço: grandes transformações da história da humanidade (sedentarização, agricultura, escrita, navegações, indústria, entre outras) • (EF04HI02) Identificar mudanças ocorridas ao longo do tempo, com base nos grandes marcos da história da humanidade, tais como o desenvolvimento da agricultura e do pastoreio e a criação da indústria, colocando em questão perspectivas evolucionistas. • Eleger e descrever o desenvolvimento dos artefatos antigos. • Conhecer as diferentes habilidades que ajudaram os seres humanos a sobreviver. • Compreender como o fogo é um elemento essencial à vida. • A origem das primeiras ferramentas • A conquista do fogo • A linguagem e os registros rupestres

Materiais e recursos • • • • •

Giz de cera ou lápis de cor Materiais recicláveis, como bandejas plásticas e cartolinas Pedaços de barbante ou de lã Projetor ou imagens impressas Tinta guache

Desenvolvimento •

Quantidade de aulas: 2 aulas

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História – 4o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 2a sequência didática

Aula 1 Para abordar como foram confeccionadas as primeiras ferramentas feitas pelos seres humanos, com materiais e recursos disponíveis na natureza, dividir a sala em grupos de quatro alunos cada, orientando sobre a atividade que será realizada. Eles deverão produzir objetos úteis no dia a dia, considerando a realidade dos primeiros grupos humanos, como colheres, facas, machados, flechas, lanças, entre muitos outros. Distribuir materiais para a turma, como pedras, papelão, cartolina ou qualquer material reciclável de papel ou plástico, bandejas de alimentos, barbantes, restos de lã, e propor que eles confeccionem essas ferramentas e utensílios com base no que é dado. Como sugestão, evitar o uso de facilitadores, como tesouras, colas etc. Estipular um tempo de 50 minutos para as crianças confeccionarem os seus objetos. Instruir a turma a confeccionar objetos que seriam essenciais no dia a dia para a obtenção de alimentos, a procura de abrigo e proteção, manifestações religiosas, entre outros. Cada objeto criado deverá ter uma legenda explicando sua utilidade. Ao final, o material produzido pelos alunos poderá ser transformado em um painel de exposição. Após essa etapa, projetar ou levar impresso as imagens dos seguintes artefatos como exemplos:

tanshy/Shutterstock.com

Machado de pedra do período Paleolítico.

SaveJungle/Shutterstock.com

Faca de pedra do período Paleolítico.

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História – 4o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 2a sequência didática

W. Scott McGill/Shutterstock.com

Reconstituição de flecha amarrada com faixas de couro, do período Paleolítico.

Incentivá-los a perceber os detalhes dos artefatos, formulando inferências como “O que são esses artefatos?”, “Para que podem ser utilizados?”, “Quem os fabricou?”, “Eles seriam adequados em nossa sociedade atualmente?”, “Do que são feitos?”, entre outras perguntas que considerar adequadas. Após essa etapa, explicar para a turma que a fabricação desses objetos foi muito comum em todo o mundo durante um período muito antigo, chamado Paleolítico. Esse período pode ser contabilizado em até 200 mil anos atrás, com duração em até 10 mil anos antes do presente. Dizer para as crianças que esse tipo de vestígio é essencial para conhecermos o passado distante do nosso. E que, além deles, temos vestígios humanos de fogueiras, de adornos, pinturas rupestres (nas paredes naturais de pedra), de animais e alimentos, entre muitos outros. Ao final da aula, comparar os objetos fabricados pelos alunos com os vestígios do Paleolítico, salientando as semelhanças e diferenças, e ressaltando a distinção temporal e a utilização de matérias-primas diversas. Os objetos produzidos pela turma são feitos essencialmente de materiais industrializados e os artefatos do Paleolítico, de recursos naturais disponíveis no ambiente próximo.

Avaliação Esta atividade permite que os alunos entrem em contato com outros momentos da nossa história, em um passado bastante remoto. Pode-se solicitar aos alunos, como sugestão, que façam um breve relato sobre esta experiência, e ajudá-los a montar uma pequena exposição dos objetos confeccionados. Solicitar, ainda, que coloquem uma pequena legenda sobre o processo de produção e a utilidade do instrumento construído. Você pode acompanhar a confecção das legendas estabelecendo um padrão, como é feito nas exposições de museus.

Para trabalhar dúvidas Caso ainda fique alguma dúvida, os alunos poderão estabelecer uma relação entre os utensílios atuais, como pentes, colheres, entre outros, com os do passado, destacando semelhanças e diferenças, para que percebam os processos de evolução das sociedades humanas por meio da acumulação do conhecimento envolvido. 36


História – 4o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 2a sequência didática

Aula 2 Para trabalhar a conquista do fogo, ocorrida há cerca de 500 mil anos, pode-se propor aos alunos que respondam inicialmente às seguintes questões:

• Em que situações utilizamos o fogo hoje em dia?

Resposta pessoal. Espera-se que os alunos descrevam situações cotidianas, como cozinhar, usar aquecedores, entre outras.

• Como vocês imaginam que os primeiros grupos humanos utilizavam o fogo?

Espera-se que os alunos reportem informações simples, como aquecer, iluminar, caçar, afastar insetos e animais, entre outras.

A seguir, os alunos poderão elaborar uma tabela, em conjunto, sobre a importância e utilização do fogo no passado distante e nos dias atuais. Essa tabela deverá conter duas colunas e a primeira deverá estar previamente preenchida. Esse quadro deve ser feito em papel pardo, cartolina ou similar de sua preferência, permitindo a interação entre os alunos para que organizem as informações conjuntamente. Abaixo, um exemplo do quadro: A utilização do fogo Para que servia no passado

Para que serve hoje em dia

Aquecer Iluminar Cozinhar Localização Proteção

Aquecer Iluminar Cozinhar Siderurgia Produção de energia termoelétrica

Ampliação Ainda com referência ao período Paleolítico, explicar aos alunos que a comunicação, como conhecemos hoje, foi um longo processo de aprendizagem, desenvolvido no decorrer de milhares de anos até chegar às formas existentes hoje. Lembrar-se de que existem vários idiomas diferentes, além de outras maneiras que encontramos de nos comunicar uns com os outros. Perguntar informalmente se eles consideram a música e as mais variadas formas de arte e meios de comunicação como uma forma de expressão, e, posteriormente, pedir a eles que reflitam sobre a maneira que nos relacionamos com essas outras linguagens.

• Como vocês acreditam que nossos ancestrais se comunicavam entre si?

Resposta pessoal. Deixar que os alunos expressem seus próprios paradigmas sobre os processos de comunicação.

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História – 4o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 2a sequência didática

Após breve discussão, organizar as informações fornecidas pelos alunos e demonstrar várias formas de comunicação do passado que foram analisadas por profissionais de várias áreas do conhecimento. Explicar a visão dos arqueólogos e historiadores, utilizando como referência as pinturas rupestres para que sejam identificadas as muitas características dessas imagens. Evidenciar seu caráter informativo e artístico, as atividades representadas e as semelhanças e diferenças encontradas nessas pinturas, em vários lugares do mundo. Como sugestão, você pode realizar na lousa, ou em material de sua escolha, desenhos semelhantes às pinturas rupestres, para exemplificar essa importante forma de linguagem. O objetivo é demonstrar a importância dos registros realizados no decorrer da história humana, a aplicabilidade desse conhecimento e a necessidade de sua preservação. Os alunos devem perceber que as imagens contêm informações importantes do cotidiano de nossos ancestrais, e que muito do que conhecemos desse distante período histórico se deu por meio da leitura dessa arte, que foi encontrada em cavernas e preservada das ações do tempo. A seguir, algumas sugestões de imagens:

TAGSTOCK1/Shutterstock.com

Pinturas rupestres no sopé das montanhas de Acacus, na Líbia.

thipjang/Shutterstock.com

Imagens de animais em pintura mural na caverna de Lascaux, na França.

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História – 4o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 2a sequência didática

Depois de observados os detalhes da imagem, reforçar com os alunos a ideia da arte como registro documental, além de fornecedora de representações sobre hábitos e costumes nos mais diversos sentidos, como linguagem no tempo e espaço e como algo importante nas relações entre seres humanos. Levar os alunos a compreenderem que, por meio da pintura rupestre, podem-se perceber aspectos cotidianos das primeiras sociedades humanas, suas relações com o ambiente onde viviam e quais atividades praticavam e atribuíam importância. Os alunos poderão produzir, como forma de complementar esta atividade, sua própria pintura rupestre, com os elementos de seu cotidiano, como forma de registro para as gerações futuras. Podem-se usar folhas de cartolina ou similares, giz de cera ou lápis de cor, tinta guache, se julgar conveniente. Orientar os alunos a fazer desenhos de eventos ocorridos com eles, desejos, acontecimentos do dia a dia, que considerem importantes, lembrando que esse registro serviria para contar suas histórias no futuro. Sugere-se que a atividade seja feita em grupos de, no máximo, três alunos por folha.

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História – 4o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 3a sequência didática

3a sequência didática: A grande revolução Nesta sequência didática conheceremos o longo caminho trilhado pelas sociedades humanas, o nomadismo e o sedentarismo, a compreensão da natureza e as transformações decorrentes das primeiras atividades agrícolas.

Relação entre BNCC, objetivos e conteúdos Objeto de conhecimento Habilidade

A circulação de pessoas e as transformações no meio natural

• •

Objetivos de aprendizagem

Conteúdos

• • • • •

(EF04HI04) Identificar as relações entre os indivíduos e a natureza e

discutir o significado do nomadismo e da fixação das primeiras comunidades humanas. Perceber as principais mudanças nas relações entre as sociedades e a natureza. Identificar o processo de sedentarização. Compreender as relações entre a agricultura e o desenvolvimento das cidades. As migrações e a sedentarização A revolução agrícola Formação das primeiras cidades

Materiais e recursos • • • • • • • • • •

Folhas de papel sulfite Lápis de cor Giz de cera Canetas hidrográficas Tinta guache Grãos de feijão Algodão Copos de plástico Projetor ou imagens impressas Materiais recicláveis

Desenvolvimento •

Quantidade de aulas: 3 aulas

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História – 4o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 3a sequência didática

Aula 1 Como iremos abordar o início da agricultura, há mais de 10 mil anos, e seu importante papel para a humanidade, pode-se iniciar esta aula solicitando aos alunos que desenhem em uma folha de papel sulfite uma fruta, um legume e uma verdura de sua preferência. Formando uma roda com os alunos, em que eles poderão ficar de frente para o outro, propor que apresentem seus desenhos explicando o que sabem sobre os alimentos desenhados, como sua origem, época do ano que são mais encontradas, curiosidades, para que percebam a diversidade da alimentação do grupo. Em seguida, propor aos alunos que, em uma pesquisa na internet, procurem a origem geográfica dos alimentos destacados em seus desenhos anteriormente. Podem ser utilizadas palavras-chave, como “origem dos alimentos” e “origens da agricultura”. Após essa etapa, enfatizar que a observação da natureza possibilitou o processo de domesticação agrícola e de animais, favorecendo a sedentarização, ou seja, fixação de um grupo em um território. É importante fazê-los perceber que, além da agricultura ser um conhecimento muito antigo para as sociedades humanas, ela evoluiu muito e continua sendo essencial para a nossa sobrevivência. Na sequência, pedir aos alunos que se sentem em duplas e respondam às perguntas a seguir. Essa atividade possibilita aos alunos organizar, em forma de registro escrito, as ideias que foram discutidas na conversa realizada com a turma e baseada na observação das imagens. •

Como as primeiras sociedades humanas escolheram os lugares para plantar seus alimentos? Os alunos deverão perceber a importância da presença dos rios e de climas favoráveis ao desenvolvimento da agricultura.

Onde vocês acreditam que a agricultura teve início? Resposta pessoal. Porém, é preciso ressaltar que o conhecimento da domesticação de plantas aconteceu de forma simultânea por todo o mundo, não havendo uma única pessoa que “inventou” a agricultura.

Vocês acreditam que a agricultura ajudou os seres humanos a viverem melhor do que apenas caçando e coletando na natureza? Resposta pessoal. É importante ressaltar que muitos grupos humanos conheciam a domesticação de plantas e animais e, ainda assim, viviam de modo nômade ou seminômade. E que outras populações se organizaram em torno da produção agrícola, favorecendo o surgimento dos primeiros núcleos urbanos.

Avaliação Esta atividade tem como principal objetivo o entendimento dos alunos sobre o longo processo de desenvolvimento da agricultura, possibilitando o desenvolvimento dos grupos humanos que se organizaram para transformar a natureza.

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História – 4o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 3a sequência didática

Depois de respondidas as perguntas no caderno, fazer a correção coletiva como um encerramento dessa atividade para identificar e esclarecer possíveis dúvidas. Ressaltar que o desenvolvimento desse processo está relacionado com a observação dos seres humanos sobre as formas de produção naturais, que podem ser manipuladas para atender as necessidades de um grupo cada vez maior de pessoas. Dizer que plantar próximo aos grandes rios facilitava a produção agrícola, com a presença da água abundante, indispensável a essa atividade. A avaliação das pesquisas realizadas e das respostas obtidas das duplas podem servir como um instrumento para perceber a interação dos alunos com o tema.

Para trabalhar dúvidas Como sugestão, pode-se pedir aos alunos que tragam grãos de feijão e, colocando-os em algodão úmido em copos de plástico, de material reciclável ou reaproveitável, acompanhem o desenvolvimento da plantinha pessoalmente, demonstrando os cuidados a serem tomados para que os grãos germinem. Os copinhos podem ser individuais ou de um pequeno grupo de alunos, que deverão cuidar das sementes até elas brotarem. Quando os feijões brotarem, deverão ser transferidos para uma área previamente designada da própria escola, para a residência dos alunos, ou como você achar mais conveniente para a sua turma. Como levará algum tempo para que o processo ocorra, a atividade pode ser conduzida abordando aspectos de integração do grupo, na divisão de tarefas e de responsabilidades, lembrando que as primeiras sociedades humanas que se organizaram, também tiveram de se adaptar às necessidades das plantas, para que estas pudessem, mais tarde, tornar-se alimentos.

Aula 2 Retomando o que foi realizado na aula anterior, pode-se pedir aos alunos que descrevam, com suas palavras, uma cidade e que anotem os elementos que forem sendo destacados, como por exemplo, a existência de ruas, casas, prédios, carros, entre outros. Confrontando as informações obtidas com os alunos, demonstrar que o surgimento das primeiras cidades esteve diretamente relacionado ao desenvolvimento da agricultura, uma vez que esta demanda a presença constante do trabalho humano para se desenvolver. Mostrar imagens digitais ou de livros e fotografias, em suporte de sua preferência, das primeiras cidades desenvolvidas nas mais diversas regiões do mundo, mostrando como esse processo acentuou divisões de trabalho, desenvolveu ferramentas e artefatos mais complexos e possibilitou a utilização da cerâmica e do artesanato de cestos, necessários ao plantio e acondicionamento das sementes e colheitas. Se considerar adequado, utilizar a imagem das escavações de Çatal Huyuk, na Turquia, cidade construída há cerca de 10 mil anos, para exemplificar o tema proposto:

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História – 4o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 3a sequência didática

fpolat69/Schutterstock.com

Escavação de sítio do período Neolítico em Çatal Huyuk, na Turquia.

Aula 3 Iniciar ressaltando que, embora vivendo nas cidades, os seres humanos jamais deixaram de migrar, já que cada região tem uma atividade agrícola diferente da outra, contribuindo para o intercâmbio de novos conhecimentos e atividades, qualidade que mantemos até os dias atuais. Reunindo os alunos em duplas pode-se solicitar que façam uma pequena maquete, com material reciclado ou reciclável, de uma cidade de tempos passados, tendo como inspiração as imagens apresentadas anteriormente, que podem ser de regiões do Egito, da Mesopotâmia, da Mesoamérica, entre outras possibilidades à sua escolha, e solicitar que façam uma legenda do que estiver representado na maquete.

Avaliação Todo o processo de confecção da maquete deve ser avaliado. Passar pelos grupos e verificar se estão seguindo o passo a passo proposto. Essa sequência de execução da atividade vai ajudá-los, desde o início, a conseguirem atingir os objetivos estabelecidos para a atividade. A confecção da maquete permite que os alunos interajam com a construção espacial da memória, o que facilita a compreensão de temas temporais mais remotos. Para finalizar, pedir que a classe seja dividida em dois grupos, ocupando as laterais da sala para deixar um espaço vazio entre eles. Propor que utilizem suas maquetes para responderem as seguintes perguntas:

1. Vocês acreditam que as primeiras cidades construídas eram semelhantes às atuais? Os alunos podem responder com base nas informações obtidas na apresentação do conteúdo e na confecção da maquete. Espera-se que percebam semelhanças, como área central periférica, estratificação social do passado e do presente, entre outras, como também diferenças marcantes, como atividades econômicas, materiais e tecnologias utilizadas para a construção, entre outras.

2. Cite três características das primeiras cidades que vocês observaram nas imagens.

Os alunos deverão ter observado a proximidade com os grandes rios, além da simplicidade das construções, a vulnerabilidade das cidades com relação a invasões de outros grupos humanos e animais. 43


História – 4o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 3a sequência didática

3. Quais as principais características das primeiras cidades que puderam ser percebidas quando vocês fizeram as suas maquetes? Espera-se que os alunos percebam se as construções eram resistentes, se a cidade era bem protegida, se havia boas condições de vida, entre outras observações pertinentes.

Ampliação Após uma reflexão sobre as respostas obtidas, os alunos podem expor suas maquetes no espaço entre os dois grupos, colocando-as espalhadas no chão de forma aleatória. Propor, então, que sejam colocados os recursos necessários para sobrevivência nessas cidades, incluindo espaço para a agricultura, para caça, água, estradas, entre outros. Essa atividade permitirá a confecção de um mapa das cidades, demonstrando a organização gradual das sociedades humanas. Caso seja possível, registrar em fotografias o resultado obtido. O objetivo é permitir que os alunos as reconstruam, compreendendo o difícil processo de formação das cidades e da ocupação dos espaços do planeta, associados à necessidade de produzir seu próprio alimento. Os alunos devem perceber que a evolução das cidades está intimamente ligada ao domínio da natureza, ao conhecimento adquirido sobre as novas necessidades dos grupos humanos e a outras atividades econômicas, como o comércio.

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História – 4o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 4a sequência didática

4a sequência didática: Migrar e ocupar Nesta sequência, serão abordadas as grandes migrações humanas que permitiram a ocupação de todos os continentes do mundo.

Relação entre BNCC, objetivos e conteúdos Objeto de conhecimento Habilidade

O surgimento da espécie humana na África e sua expansão pelo mundo • •

Objetivos de aprendizagem

Conteúdos

• • • •

(EF04HI09) Identificar as motivações dos processos migratórios em diferentes tempos e espaços e avaliar o papel desempenhado pela migração nas regiões de destino. Perceber as diferentes motivações e objetivos do processo migratório. Entender o processo da ocupação dos espaços na África, Ásia e América. Os caminhos mais prováveis A chegada dos seres humanos à América A Pré-História brasileira

Materiais e recursos • • • • • • • •

Atlas ou livros que possuam mapa-múndi Papelão reciclado ou reciclável Cartolinas ou similar Lápis de cor Canetas hidrográficas Cola branca Barbante ou similar Tachinhas

Desenvolvimento •

Quantidade de aulas: 2 aulas

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História – 4o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 4a sequência didática

Aula 1 Iniciar a aula dividindo os alunos em pequenos grupos de no máximo 5 alunos, distribuir uma cartolina para cada grupo e orientá-lo a desenhar e recortar o papelão no formato dos continentes. Se preferir, marcar previamente o contorno dos continentes nos papelões, para que os alunos recortem. Assim, a proporção entre os tamanhos dos continentes será mantida. Você pode determinar qual será o continente que cada grupo deverá desenhar ou deixar que escolham, mas o continente recortado deverá ser menor que a cartolina, para poder inserir os oceanos e mares entre eles. Como referência, eles poderão usar Atlas ou livros à sua escolha, o importante é que todos os continentes sejam confeccionados com dimensões semelhantes, para compor um mapa-múndi em relevo. Depois de recortadas, as peças devem ser coloridas e coladas nas cartolinas que serão unidas no chão da sala para que seja possível visualizar a totalidade dos trabalhos. Munidos dos barbantes, pregar nos continentes os caminhos migratórios feitos por nossos ancestrais. Colocar a primeira tachinha no sul do continente africano e, posteriormente, outra na região do Egito, outra na região da Mesopotâmia, seguindo para a Europa. Um aluno amarra o barbante na primeira tachinha e depois na segunda, formando essas rotas migratórias. A próxima será na região da China; e logo após em direção ao estreito de Bering, explicando que, por estar congelado, permitiu a passagem do extremo norte do planeta para o norte da América; outra tachinha irá em direção ao Golfo do México; depois para a América Central; mais uma na América do Sul, na região do Peru; depois no Chile e no Brasil. É importante ressaltar que esta é apenas uma das possibilidades da chegada dos seres humanos na América, uma vez que existem novas teorias sobre esse momento. Uma pesquisa prévia na internet permitirá traçar as rotas com mais precisão, embora o mapa não precise ser idêntico a outros que abordam essas migrações. As linhas vão sendo colocadas conforme sua orientação e, em cada tachinha, outro aluno deverá marcar o nome da região, que pode ser orientado por mapas atuais do Atlas ou livro à sua escolha. Cada vez que for inserida uma marcação, os alunos poderão ir desenhando pequenos objetos que foram deixados pelo caminho, como pontas de flechas, facas, machados, fogueiras, pequenos abrigos, animais mortos, ossos, entre outros, para que todos percebam que só podemos refazer essas rotas por intermédio dos vestígios e artefatos encontrados posteriormente.

Avaliação O objetivo da atividade é permitir a participação do aluno na construção da informação que está sendo oferecida, a fim de compreender as rotas migratórias dos seres humanos que resultaram na ocupação de todos os continentes da Terra. A visualização final da atividade deverá esclarecer aos alunos como as viagens humanas foram longas e complexas e, exatamente por essa razão, tão importantes de serem conhecidas e estudadas. A finalização poderá ser a exposição do painel em outras turmas ou em espaço da escola que seja apropriado, se julgar pertinente.

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História – 4o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 4a sequência didática

Aula 2 Nesta aula será abordada a migração dos seres humanos para as Américas. Vários estudiosos ainda discutem a data dessas levas migratórias, pois teorias mais recentes divergem quanto ao período em que foram realizadas. No entanto, a travessia pela região do Estreito de Bering ainda é vista, por grande parte dos especialistas, como um possível caminho de entrada no continente americano. Para introduzir o assunto, pode-se realizar as seguintes perguntas aos alunos. •

Por que os seres humanos migram? Resposta pessoal. Todos os motivos relatados pelos alunos devem ser considerados e listados na lousa ou nos próprios cadernos, para serem utilizados posteriormente.

Quais razões vocês consideram mais importantes para que os humanos busquem novos lugares para viver? Resposta pessoal. Novamente os alunos deverão anotar suas respostas, que podem ser colocadas na lousa para melhor exposição das sugestões oferecidas.

Com base nas respostas dos alunos, dar início a uma breve dinâmica. Solicitar a eles que, ao seu sinal – uma palma ou uma palavra – todos troquem de lugar sem levar nada e, após estarem acomodados, tendo reconhecido o material do colega, trocá-los novamente. Esse processo poderá ser repetido quantas vezes você considerar conveniente. Observando as listas de respostas das questões levantadas anteriormente e, com a ajuda dos alunos, retirar todas as informações que não condizem com as migrações realizadas pelos nossos ancestrais, deixando apenas as que podem ser encaixadas no contexto histórico. Por exemplo, melhor clima, proximidade a cursos d’água e áreas de caça, pesca ou coleta de alimentos. Apresentar, então, imagens de mapas das rotas ancestrais e da organização e ocupação das terras americanas, ressaltando o assentamento em determinadas áreas do continente. Sempre lembrar que esse conhecimento do passado mais distante só é possível por meio dos estudos arqueológicos, que coletam objetos e buscam vestígios, como ossos, instrumentos rudimentares de pedra, cerâmicas, para compreender nossas origens. Foi dessa forma que se descobriu os povos de sambaqui, ao longo do litoral do Brasil, por exemplo. Esse é um tema importante, pois esses povos eram um grupo numeroso, de características muito específicas, que vivia no litoral consumindo moluscos e frutos do mar. As colinas de conchas e terra acumuladas ao longo de centenas de anos são características desses povos e serviam tanto como moradia quanto local cerimonial. É importante que os alunos percebam que, por meio da leitura dos vestígios encontrados em sítios arqueológicos pelos vários campos da ciência envolvidos, como Geologia, Geografia, Biologia, Antropologia, é possível ter um certo conhecimento de um passado tão distante. Apresentar mapas e figuras das rotas e de sítios arqueológicos da América para facilitar a compreensão desse conteúdo. Depois, pedir que os alunos comparem o mapa em relevo, construído por eles, com o mapa a seguir:

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História – 4o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 4a sequência didática

E.Cavalcante

Fonte: ATLAS de história mundial. Trad. Ana Valéria Martins e outros. Rio de Janeiro: Reader’s Digest Brasil, 2001.

Allmaps.

Fonte: NAQUET-VIDAL, Pierre; BERTIN, Jacques. Atlas histórico: da Pré-História a nossos dias. Lisboa: Círculo de Leitores, 1987. p. 18.

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História – 4o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 4a sequência didática

Avaliação O mais importante desse conteúdo é compreender o processo de ocupação de todo o continente americano, oriundo de rotas distintas. A avaliação deste momento pode ser realizada por meio da produção de um pequeno texto com base nos elementos apresentados sobre a identificação das rotas migratórias. A orientação e correção dessa atividade podem ser coletivas para se verificar semelhanças e diferenças no material produzido pelos alunos.

Ampliação Aqui será abordada a megafauna presente no território brasileiro, conhecida por meio da análise de fósseis e ossos encontrados. Esses animais estão extintos há, aproximadamente, 12 mil anos e viviam em um ambiente muito diferente do que conhecemos hoje no Brasil, em razão das características climáticas e das transformações na vegetação decorrentes dela. Alguns desses animais são preguiça-gigante, tigre-dente-de-sabre, mastodontes, gliptodontes, macrauquênias, entre outros.

Mozart Couto

Preguiça-gigante.

Mozart Couto

Tigre-dente-de-sabre.

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História – 4o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 4a sequência didática

Pedir aos alunos que realizem uma pesquisa na internet sobre a megafauna em nosso atual território. Se considerar adequado, sugerir o seguinte site: <https://novaescola.org.br/ conteudo/225/5-animais-gigantes-que-habitaram-o-brasil-ha-milhares-de-anos>. Acesso em: 17 jan. 2018. Durante a pesquisa, solicitar aos alunos que preencham a ficha a seguir: Nome do animal

Onde vive ou vivia

Tamanho

Ressaltar que a ocupação do território onde hoje é o Brasil pode chegar até a 60 mil anos, segundo pesquisas recentes. Assim, os seus habitantes conviveram com os animais da megafauna, chegando mesmo a caçá-los em alguns momentos.

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História – 4o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – Proposta de acompanhamento da aprendizagem

Proposta de acompanhamento da aprendizagem Avaliação de História: 1o bimestre Nome: _______________________________________________________________________________________ Turma: ____________________________ Data: ____________________________________________________

1. No período conhecido como Paleolítico, um dos mais longos da Pré-História, ocorreu uma grande transformação nos seres humanos, sendo que cada etapa desse processo recebeu um nome específico. Utilize os números de 1 a 4 para colocar em ordem cronológica os itens que identificam cada momento da evolução humana, sendo 1 o mais longe e 4 o mais perto da época atual. ( ) 4 milhões de anos – Australopithecus afarensis. ( ) 2, 5 milhões de anos – Homo habilis. ( ) 200 mil anos – Homo sapiens. ( ) 1,7 milhão de anos – Homo erectus. 2.

O conhecimento do passado mais antigo da humanidade só é possível quando encontramos vestígios como pontas de flechas, machados rudimentares ou desenhos em cavernas, ou seja, marcas deixadas pelos seres humanos, que não pertencem à natureza. Nesse contexto, qual é o papel do arqueólogo no conhecimento do passado da humanidade? ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________

3. O conhecimento do período conhecido como Pré-História é estudado por diversas ciências diferentes. Entre elas está a Arqueologia, responsável pela coleta e análise de objetos, ossos e pinturas deixados pelos humanos ao longo do tempo. Escolha a alternativa abaixo que melhor corresponde aos objetos de estudo dos arqueólogos: (A) as constelações. (B) artefatos e registros em cavernas. (C) as nuvens e o céu. (D) os vulcões.

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História – 4o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – Proposta de acompanhamento da aprendizagem

4.

Observe a imagem e responda:

gerasimov_foto_174/Shutterstock.com

Baseado na figura acima e nos seus conhecimentos sobre os registros deixados pelos seres humanos nas paredes de pedra, o que são pinturas rupestres e qual a sua importância para a história da humanidade? ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________

5.

Complete o texto a seguir usando as seguintes palavras: Pré-História sedentários

antepassados agrícola

arqueólogos

caça e coleta

artefatos

Paleolítico

nômades Neolítico

A ____________________ se divide em dois grandes períodos, o _________________, conhecido como pedra velha, onde os seres humanos eram __________________ e praticavam a ________________________ para sobreviver. Já no período _______________, ocorreu a grande revolução _________________ que tornou os grupos humanos _____________________, pois passaram a produzir seu próprio alimento. Através do estudo dos ___________________ pelos _____________________ podemos conhecer hoje em dia um pouco da trajetória dos nossos ____________________________.

6.

Enumere as frases abaixo de acordo com as atividades que o ser humano desenvolveu ao longo de milhares de anos, sendo 1 para a primeira opção e 4 para a última. ( ) Desenvolvimento da Agricultura. ( ) Produção de artefatos de pedra, madeira e ossos. ( ) Pinturas em cavernas. ( ) Domínio do fogo. 52


História – 4o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – Proposta de acompanhamento da aprendizagem

7.

O domínio do fogo foi muito importante no período pré-histórico e ainda é nos dias de hoje. Explique e cite exemplos sobre a utilização do fogo por nossos ancestrais e como o utilizamos nos dias de hoje. ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________

8.

Sabemos que os seres humanos migraram desde a formação dos primeiros grupos, espalhando-se por todo o mundo. A partir de seus conhecimentos, defina as principais rotas de povoamento da América. ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________

9.

As pinturas, deixadas em muitos lugares, como cavernas e paredões de pedra, evidenciam uma preocupação em deixar registros sobre inúmeras situações, como caça, figura de animais, entre outros. Muitas análises foram feitas sobre esses registros. Assinale a alternativa correta sobre as pinturas rupestres do ponto de vista da História e da Arqueologia. (A) As pinturas rupestres não podem ser consideradas arte. (B) As pinturas rupestres são registros arqueológicos muito importantes. (C) As pinturas rupestres são desenhos mal feitos. (D) As pinturas rupestres estão localizadas apenas na Europa.

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História – 4o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – Proposta de acompanhamento da aprendizagem

10. Observando a figura abaixo, de uma aldeia do Período Neolítico, pode-se perceber várias

atividades acontecendo. Quais foram as maiores conquistas tecnológicas dos seres humanos nesse período, que aparecem na figura?

Getulio Delphin

(A) (B) (C) (D)

O uso do arco e da flecha e das armas de caça. A pesca. A agricultura e a domesticação de animais. A caverna como moradia.

11. A história dos ameríndios, antes da colonização europeia, também foi amplamente

estudada pelos arqueólogos e outros pesquisadores. Eles encontraram muitos vestígios de um grupo numeroso que vivia no litoral brasileiro consumindo moluscos e frutos do mar. Por possuírem características tão específicas, receberam o nome de: (A) Ingleses. (B) Ribeirinhos. (C) Sociedades Hidráulicas. (D) Povos de Sambaquis.

12. Assinale a alternativa incorreta sobre a história dos indígenas antes da colonização:

(A) Os povos de Sambaquis viviam no litoral. (B) No Brasil existem vários registros rupestres. (C) Os vestígios encontrados no Brasil demonstram a existência de animais da megafauna como a preguiça-gigante, por exemplo. (D) Os antigos indígenas do Brasil não deixaram vestígios. 54


História – 4o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – Proposta de acompanhamento da aprendizagem

13. Na figura abaixo podemos observar o Parque Nacional Serra da Capivara, um parque arqueológico, localizado na região nordeste do Brasil e inscrito pela Unesco na lista do Patrimônio Mundial. Um conjunto de chapadas e vales abriga sítios arqueológicos com pinturas e gravuras rupestres de vários períodos, além de outros vestígios que sugerem a presença humana nessa região em até:

Pedro Helder Pinheiro/Shutterstock.com

(A) (B) (C) (D)

50 000 anos atrás. 500 anos atrás. 5 anos atrás. 5 dias atrás.

14. Os grupos humanos passaram milhares de anos caçando e coletando seus alimentos

para sobreviver. Com o tempo, observando a natureza, desenvolveram o conhecimento sobre as sementes e seu cultivo, passando a produzir seu próprio alimento. Explique as principais transformações que ocorreram com os grupos humanos a partir do desenvolvimento da agricultura e que podem ser observadas até os dias atuais. ______________________________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________

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15. Observe a figura abaixo, encontrada no Parque Nacional Serra da Capivara, e descreva o

que você vê:

Sandra Moraes/Shutterstock.com

______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________

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Proposta de acompanhamento da aprendizagem Avaliação de História: 1o bimestre Nome: _______________________________________________________________________________________ Turma: ____________________________ Data: ____________________________________________________

1. No período conhecido como Paleolítico, um dos mais longos da Pré-História, ocorreu uma grande transformação nos seres humanos, sendo que cada etapa desse processo recebeu um nome específico. Utilize os números de 1 a 4 para colocar em ordem cronológica os itens que identificam cada momento da evolução humana, sendo 1 o mais longe e 4 o mais perto da época atual. ( ) 4 milhões de anos – Australopithecus afarensis. ( ) 2, 5 milhões de anos – Homo habilis. ( ) 200 mil anos – Homo sapiens. ( ) 1,7 milhão de anos – Homo erectus. Habilidade trabalhada: (EF04HI01) Reconhecer a história como resultado da ação do ser humano, no tempo e no espaço, com base na identificação de mudanças ocorridas ao longo do tempo. Resposta: A sequência correta é 1, 2, 4 e 3. O exercício também pode ser avaliado pelo número de respostas corretas com relação à sequência numérica, levando em consideração o raciocínio.

2.

O conhecimento do passado mais antigo da humanidade só é possível quando encontramos vestígios como pontas de flechas, machados rudimentares ou desenhos em cavernas, ou seja, marcas deixadas pelos seres humanos, que não pertencem à natureza. Nesse contexto, qual é o papel do arqueólogo no conhecimento do passado da humanidade? ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________

Habilidade trabalhada: (EF04HI01) Reconhecer a história como resultado da ação do ser humano, no tempo e no espaço, com base na identificação de mudanças ocorridas ao longo do tempo. Resposta: O aluno deverá responder que o arqueólogo é um cientista que estuda e analisa os vestígios e registros deixados pelos seres humanos no decorrer da história da humanidade.

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3.

O conhecimento do período conhecido como Pré-História é estudado por diversas ciências diferentes. Entre elas está a Arqueologia, responsável pela coleta e análise de objetos, ossos e pinturas deixados pelos humanos ao longo do tempo. Escolha a alternativa abaixo que melhor corresponde aos objetos de estudo dos arqueólogos: (A) as constelações. (B) artefatos e registros em cavernas. (C) as nuvens e o céu. (D) os vulcões. Habilidade trabalhada: (EF04HI01) Reconhecer a história como resultado da ação do ser humano, no tempo e no espaço, com base na identificação de mudanças ocorridas ao longo do tempo. Descritor: Alternativa B. Os objetos de estudo de valor arqueológico são os artefatos confeccionados pelos seres humanos e as pinturas rupestres deixadas nas cavernas que servem como registro histórico. Distratores: Alternativas A, C e D. Espera-se que os alunos reconheçam que as constelações são elementos naturais, assim como as nuvens e o céu, ou os vulcões que, embora sejam estudados pela ciência, não correspondem aos objetivos principais dos arqueólogos.

4.

Observe a imagem e responda:

gerasimov_foto_174/Shutterstock.com

Baseado na figura acima e nos seus conhecimentos sobre os registros deixados pelos seres humanos nas paredes de pedra, o que são pinturas rupestres e qual a sua importância para a história da humanidade? ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ Habilidade trabalhada: (EF04HI04) Identificar as relações entre os indivíduos e a natureza e discutir o significado do nomadismo e da fixação das primeiras comunidades humanas. Resposta: O aluno deverá responder que as pinturas rupestres são importantes registros históricos e arqueológicos, encontrados em cavernas espalhadas pelo mundo, que representam cenas do cotidiano dos nossos ancestrais mais antigos. Os alunos também podem responder que a pintura rupestre é arte do período pré-histórico, e que tem muitos significados. Esta, em particular, representa uma cena de caça. É importante para conhecermos a história das origens da humanidade. 58


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5.

Complete o texto a seguir usando as seguintes palavras: Pré-História sedentários

antepassados agrícola

arqueólogos

caça e coleta

artefatos

Paleolítico

nômades Neolítico

A ____________________ se divide em dois grandes períodos, o _________________, conhecido como pedra velha, onde os seres humanos eram __________________ e praticavam a ________________________ para sobreviver. Já no período _______________, ocorreu a grande revolução _________________ que tornou os grupos humanos _____________________, pois passaram a produzir seu próprio alimento. Através do estudo dos ___________________ pelos _____________________ podemos conhecer hoje em dia um pouco da trajetória dos nossos ____________________________. Habilidade trabalhada: (EF04HI02) Identificar mudanças ocorridas ao longo do tempo, com base nos grandes marcos da história da humanidade, tais como o desenvolvimento da agricultura e do pastoreio e a criação da indústria, colocando em questão perspectivas evolucionistas. Resposta sugerida: A ordem correta das palavras nas lacunas é: Pré-história, Paleolítico, Nômades, Caça e coleta, Neolítico, Agrícola, Sedentários, Artefatos, Arqueólogos, Antepassados. Espera-se que o aluno observe a coerência do texto ao aplicar as palavras nas lacunas.

6. Enumere as frases abaixo de acordo com as atividades que o ser humano desenvolveu ao longo de milhares de anos, sendo 1 para a primeira opção e 4 para a última. ( ) Desenvolvimento da Agricultura. ( ) Produção de artefatos de pedra, madeira e ossos. ( ) Pinturas em cavernas. ( ) Domínio do fogo. Habilidade trabalhada: (EF04HI02) Identificar mudanças ocorridas ao longo do tempo, com base nos grandes marcos da história da humanidade, tais como o desenvolvimento da agricultura e do pastoreio e a criação da indústria, colocando em questão perspectivas evolucionistas. Resposta: 4, 1, 3 e 2. O aluno deve ordenar as frases seguindo a dificuldade de cada conquista dos grupos humanos. 1) Produção de artefatos de pedra, madeira e ossos; 2) Domínio do fogo; 3) Pinturas em cavernas; 4) Desenvolvimento da agricultura. A avaliação pode considerar apenas o conjunto das respostas certas, como apenas as escolhas certas, já que pressupõe uma observação analítica do conjunto de frases.

7.

O domínio do fogo foi muito importante no período pré-histórico e ainda é nos dias de hoje. Explique e cite exemplos sobre a utilização do fogo por nossos ancestrais e como o utilizamos nos dias de hoje. ______________________________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ 59


História – 4o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – Proposta de acompanhamento da aprendizagem

Habilidade trabalhada: (EF04HI02) Identificar mudanças ocorridas ao longo do tempo, com base nos grandes marcos da história da humanidade, tais como o desenvolvimento da agricultura e do pastoreio e a criação da indústria, colocando em questão perspectivas evolucionistas. Resposta: A resposta do aluno deve abordar a utilização do fogo no passado remoto, para defesa, iluminação e em fogueiras para aquecer o corpo. Já nos dias atuais, deve considerar o uso do fogo para cozinhar, produzir energia, forjar metais, ativar foguetes, entre outras possibilidades.

8.

Sabemos que os seres humanos migraram desde a formação dos primeiros grupos, espalhando-se por todo o mundo. A partir de seus conhecimentos, defina as principais rotas de povoamento da América. ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ Habilidade trabalhada: (EF04HI09) Identificar as motivações dos processos migratórios em diferentes tempos e espaços e avaliar o papel desempenhado pela migração nas regiões de destino. Resposta: As respostas desejáveis neste contexto específico podem ser: corredor da Beríngia (ou Behring), rotas de navegação pelo Pacífico ou, ainda, pelo Atlântico, como propõe Niède Guidon.

9.

As pinturas, deixadas em muitos lugares, como cavernas e paredões de pedra, evidenciam uma preocupação em deixar registros sobre inúmeras situações, como caça, figura de animais, entre outros. Muitas análises foram feitas sobre esses registros. Assinale a alternativa correta sobre as pinturas rupestres do ponto de vista da História e da Arqueologia. (A) As pinturas rupestres não podem ser consideradas arte. (B) As pinturas rupestres são registros arqueológicos muito importantes. (C) As pinturas rupestres são desenhos mal feitos. (D) As pinturas rupestres estão localizadas apenas na Europa. Habilidade trabalhada: (EF04HI05) Relacionar os processos de ocupação do campo a intervenções na natureza, avaliando os resultados dessas intervenções. Resposta: Alternativa B. As pinturas rupestres são importantes registros arqueológicos que possibilitam conhecer e estudar diversos aspectos da vida dos seres humanos que viveram no passado. Distratores: As alternativas A e C são apenas afirmações baseadas em opinião pessoal e, portanto, não podem ser relacionadas ao estudo científico dos registros rupestres. A alternativa D desconsidera a existência das pinturas em diversos lugares do mundo, inclusive no Brasil.

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10. Observando a figura abaixo, de uma aldeia do Período Neolítico, pode-se perceber várias

atividades acontecendo. Quais foram as maiores conquistas tecnológicas dos seres humanos nesse período, que aparecem na figura?

Getulio Delphin

(A) (B) (C) (D)

O uso do arco e da flecha e das armas de caça. A pesca. A agricultura e a domesticação de animais. A caverna como moradia.

Habilidade trabalhada: (EF04HI02) Identificar mudanças ocorridas ao longo do tempo, com base nos grandes marcos da história da humanidade, tais como o desenvolvimento da agricultura e do pastoreio e a criação da indústria, colocando em questão perspectivas evolucionistas. Resposta: Alternativa C, a prática da agricultura e a domesticação de animais podem ser percebidas na figura. Essas duas atividades envolvem o desenvolvimento de tecnologias que foram essenciais para as mudanças ocorridas na história da humanidade. Distratores: As alternativas A e D são atividades do período Paleolítico que não estão representadas na ilustração. A alternativa B é uma atividade praticada, mas que não pertence, como descoberta, ao período Neolítico.

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11. A história dos ameríndios, antes da colonização europeia, também foi amplamente

estudada pelos arqueólogos e outros pesquisadores. Eles encontraram muitos vestígios de um grupo numeroso que vivia no litoral brasileiro consumindo moluscos e frutos do mar. Por possuírem características tão específicas, receberam o nome de: (A) Ingleses. (B) Ribeirinhos. (C) Sociedades Hidráulicas. (D) Povos dos Sambaquis. Habilidade trabalhada: (EF04HI01) Reconhecer a história como resultado da ação do ser humano, no tempo e no espaço, com base na identificação de mudanças ocorridas ao longo do tempo. Resposta: Alternativa D. As características descritas (grande consumo de moluscos e frutos do mar) são dos povos de Sambaquis. Distratores: Alternativas A, B e C. As alternativas erradas não denominam corretamente os povos de Sambaquis: ingleses são pessoas que nasceram na Inglaterra; ribeirinhos são pessoas que moram nas proximidades de rios; e sociedades hidráulicas são sociedades antigas da Mesopotâmia e do Egito.

12. Assinale a alternativa incorreta sobre a história dos indígenas antes da colonização: (A) Os povos de Sambaquis viviam no litoral. (B) No Brasil existem vários registros rupestres. (C) Os vestígios encontrados no Brasil demonstram a existência de animais da megafauna, como a preguiça-gigante, por exemplo. (D) Os antigos indígenas do Brasil não deixaram vestígios. Habilidade trabalhada: (EF04HI04) Identificar as relações entre os indivíduos e a natureza e discutir o significado do nomadismo e da fixação das primeiras comunidades humanas. Resposta: Alternativa D. Isso não é verdade, pois existem os vestígios de Sambaquis e das pinturas rupestres, por exemplo. Distratores: Alternativas A, B e C. Todas elas afirmam fatos verdadeiros, pois há vestígios arqueológicos e estudos que embasam tais afirmações, como as montanhas de conchas no litoral (Sambaquis), as pinturas rupestres em Minas Gerais e no Piauí e as ossadas de preguiça-gigante (um esqueleto completo encontra-se, inclusive, no Museu Nacional, no Rio de Janeiro).

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13. Na figura abaixo podemos observar o Parque Nacional Serra da Capivara, um parque

arqueológico, localizado na região nordeste do Brasil e inscrito pela Unesco na lista do Patrimônio Mundial. Um conjunto de chapadas e vales abriga sítios arqueológicos com pinturas e gravuras rupestres de vários períodos, além de outros vestígios que sugerem a presença humana nessa região em até:

Pedro Helder Pinheiro/Shutterstock.com

(A) 50 000 anos atrás. (B) 500 anos atrás. (C) 5 anos atrás. (D) 5 dias atrás. Habilidade trabalhada: (EF04HI04) Identificar as relações entre os indivíduos e a natureza e discutir o significado do nomadismo e da fixação das primeiras comunidades humanas. Resposta: Alternativa A. Restos de fogueira e lascas de rocha foram datados em até 50 mil anos atrás. Entretanto, há controvérsias na comunidade científica. Distratores: Alternativas B, C e D. Por definição, pintura rupestre é um tipo de arte pré-histórica, ou seja, não pode ser datada em 5 dias, 5 anos ou 500 anos atrás.

14. Os grupos humanos passaram milhares de anos caçando e coletando seus alimentos

para sobreviver. Com o tempo, observando a natureza, desenvolveram o conhecimento sobre as sementes e seu cultivo, passando a produzir seu próprio alimento. Explique as principais transformações que ocorreram com os grupos humanos a partir do desenvolvimento da agricultura e que podem ser observadas até os dias atuais. ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ Habilidade trabalhada: (EF04HI02) Identificar mudanças ocorridas ao longo do tempo, com base nos grandes marcos da história da humanidade, tais como o desenvolvimento da agricultura e do pastoreio e a criação da indústria, colocando em questão perspectivas evolucionistas.

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Resposta: A resposta correta deve considerar o sedentarismo e a domesticação de plantas e animais como facilitadores para o surgimento dos primeiros núcleos urbanos, com organização social e divisão de tarefas diferenciadas e hierarquizadas. Os alunos também podem se referir a criação de animais e a pesca como formas de conseguir alimentos, o que de fato acontece até os dias atuais.

15. Observe a figura abaixo, encontrada no Parque Nacional Serra da Capivara, e descreva o

que você vê:

Sandra Moraes/Shutterstock.com

______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ Habilidade trabalhada: (EF04HI04) Identificar as relações entre os indivíduos e a natureza e discutir o significado do nomadismo e da fixação das primeiras comunidades humanas. Resposta: Figuras de animais e seres humanos aparentemente convivendo num mesmo espaço. Os alunos poderão descrever os animais e as outras formas humanas de maneira pessoal, o que não representa uma resposta incorreta necessariamente, ficando a seu critério.

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Ficha de Acompanhamento Individual A ficha de acompanhamento individual é um instrumento de registro onde podemos verificar e avaliar de forma individual, contínua e diária, a evolução da aprendizagem. Ela serve para que nós, professores, possamos acompanhar o progresso de cada um de nossos alunos. BRASIL. Ministério da Educação. Programa de Apoio a Leitura e Escrita: PRALER. Brasília: FNDE/MEC, 2007. Caderno de Teoria e Prática 6: Avaliação e projetos na sala de aula, p. 20.

Total = TT

Legenda Não desenvolvida = ND

Em evolução = EE

Não observada = NO

Nome: _______________________________________________________________________________________ Turma: _________________________________ Data: ______________________________________________ Data

Habilidade

TT

EE

ND

NO

Anotações

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