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História CÂNDIDO DOMINGUES GRANGEIRO

5 COMPONENTE CURRICULAR: HISTÓRIA

5O. ANO

ENSINO FUNDAMENTAL ANOS INICIAIS

MANUAL DO PROFESSOR MATERIAL DIGITAL

São Paulo | 1a. edição | 2018



Encontros História – 5o ano (Ensino Fundamental – Anos iniciais) Copyright © Cândido Domingues Grangeiro, 2018

Diretor editorial Lauri Cericato Gerente editorial Silvana Rossi Júlio

Editora Natalia Taccetti Gerente de produção editorial Mariana Milani Coordenador de produção editorial Marcelo Henrique Ferreira Fontes Gerente de arte Ricardo Borges Coordenadora de ilustrações e cartografia Marcia Berne Coordenadora de preparação e revisão Lilian Semenichin

Supervisora de iconografia e licenciamento de textos Elaine Bueno

Supervisora de arquivos de segurança Silvia Regina E. Almeida

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Grangeiro, Cândido Domingues Encontros história, 5º ano : componente curricular história : ensino fundamental, anos iniciais / Cândido Domingues Grangeiro. — 1. ed. — São Paulo : FTD, 2018. ISBN 978-85-96-01336-9 (aluno) ISBN 978-85-96-01337-6 (professor) 1. História (Ensino fundamental) I. Título. 17-11616 CDD-372.89 Índices para catálogo sistemático: 1. História : Ensino fundamental 372.89

EDITORA FTD. Rua Rui Barbosa, 156 – Bela Vista – São Paulo – SP CEP 01326-010 – Tel. 0800 772 2300 Caixa Postal 65149 – CEP da Caixa Postal 01390-970 www.ftd.com.br central.relacionamento@ftd.com.br

Material disponibilizado em licença aberta do tipo Creative Commons – Atribuição não comercial (CC BY NC – 4.0 International). Permitida a criação de obra derivada com fins não comerciais, desde que seja atribuído crédito autoral e as criações sejam licenciadas sob os mesmos parâmetros.


Sumário Apresentação ........................................................................................................ 4 1o bimestre Plano de desenvolvimento: Mesopotâmia e Egito antigo ............................................... 15 Projeto integrador: A importância da água para o ser humano...................................... 20 1a sequência didática: A importância da agricultura e do comércio .............................. 39 2a sequência didática: A escrita e seu papel na organização do Estado ....................... 46 3a sequência didática: Religiosidade no Egito antigo ..................................................... 52 4a sequência didática: A condição da mulher no Egito antigo ....................................... 60 Proposta de acompanhamento da aprendizagem .......................................................... 68

2o bimestre Plano de desenvolvimento: Democracia, cidadania e patrimônios: ontem e hoje ........ 87 Projeto integrador: Linha do tempo da cidadania ........................................................... 92 1a sequência didática: Regimes políticos em Atenas e Esparta................................... 110 2a sequência didática: Democracia e cidadania: passado e presente ......................... 118 3a sequência didática: Os patrimônios culturais pré-colombianos .............................. 124 Proposta de acompanhamento da aprendizagem ........................................................ 132

3o bimestre Plano de desenvolvimento: A formação do Brasil e dos brasileiros ............................ 159 Projeto integrador: Divulgando ciência .......................................................................... 165 1a sequência didática: Comparando as conjurações de Minas Gerais e da Bahia ..... 174 2a sequência didática: Da chegada da família real à independência do Brasil............ 181 3a sequência didática: As revoltas no Brasil independente (1824-1840)..................... 188 4a sequência didática: A construção da identidade nacional brasileira....................... 196 Proposta de acompanhamento da aprendizagem ........................................................ 203

4o bimestre Plano de desenvolvimento: O Brasil republicano, memória e patrimônio ................... 228 Projeto integrador: Fontes de energia ............................................................................ 233 1a sequência didática: As agitações sociais na Primeira República ............................ 241 2a sequência didática: A pintura modernista no Brasil ................................................. 248 3a sequência didática: Todos são sujeitos históricos ................................................... 254 4a sequência didática: Conhecendo os patrimônios culturais materiais e imateriais 262 Proposta de acompanhamento da aprendizagem ........................................................ 270


História – Apresentação

Apresentação No texto a seguir apresentamos a organização do Manual do Professor – Material Digital, identificando cada tipo de documento disponibilizado e explicando sua função e ordenação, bem como sua relação com a terceira versão da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Em seguida, fundamentamos as escolhas de conteúdo e organização do material com base na proposta pedagógica da coleção, mais uma vez explicitando sua relação com a BNCC – terceira versão.

Organização deste Material Digital O material digital desta coleção de História está organizado em bimestres. Cada um deles contém Plano de desenvolvimento, Sequências didáticas, Proposta de acompanhamento da aprendizagem e Projeto integrador. Essas ferramentas visam complementar o que está proposto no livro didático impresso e oferecer outras possibilidades de atuação ao professor. O objetivo é apresentar subsídios que possam enriquecer o dia a dia do docente. É importante enfatizar que todas as propostas deste material são sugestões. O professor tem total liberdade para adequar cada material à sua realidade escolar.

Plano de desenvolvimento O Plano de desenvolvimento consiste em um documento de apresentação dos conteúdos tratados no bimestre e a relação deles com a terceira versão da Base Nacional Comum Curricular, esmiuçando os objetos de conhecimento e habilidades desenvolvidos e a relação destes com a prática didático-pedagógica. Cada habilidade indicada nas sequências didáticas aparece no Plano de desenvolvimento com instruções de como trabalhar para melhor desenvolvê-las. No plano, também são sugeridas práticas de sala de aula que auxiliam a realização do trabalho de acordo com a proposta da coleção. Orientamos o professor quanto à organização do espaço, às formas de tratamento dos estudantes, à resolução de possíveis conflitos, às maneiras de inserir os estudantes no processo de aprendizagem, entre outras sugestões. Ao conceber o plano também foram consideradas as competências gerais e específicas previstas na BNCC, que buscam, além da aquisição de conhecimentos e habilidades, a formação de valores e atitudes, incluindo, por exemplo, autonomia, senso crítico, respeito à diversidade e empatia. Com base no conteúdo previsto e nas práticas sugeridas, espera-se que os estudantes desenvolvam essas e outras competências, contribuindo para sua formação integral, conforme exposto na terceira versão da BNCC:

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“[...] a BNCC afirma, de maneira explícita, o seu compromisso com a educação integral, reconhecendo que a educação básica deve visar à formação e ao desenvolvimento humano global [...], o conceito de educação integral com o qual a BNCC está comprometida se refere à construção intencional de processos educativos que promovam aprendizagens sintonizadas com as necessidades, as possibilidades e os interesses dos estudantes e, também, com os desafios da sociedade contemporânea, de modo a formar pessoas autônomas, capazes de se servir dessas aprendizagens em suas vidas.” (BRASIL, 2017, p. 17)

No subtítulo “Foco”, há orientações quanto ao trabalho com possíveis dificuldades que os estudantes possam apresentar em cada bimestre, garantindo a possibilidade de aprendizagem para todos, respeitando, dentro do possível, os diferentes tempos e abordagens que cada estudante necessita. Ao final do documento há sugestões de sites, leituras, vídeos e visitas que podem auxiliar o trabalho proposto, seja no conteúdo a ser desenvolvido, seja nas atividades previstas.

Sequência didática As Sequências didáticas integram o Plano de desenvolvimento e são propostas de trabalho estruturadas aula a aula, que apresentam sugestões de ampliação, aprofundamento ou retomada dos temas vistos na obra impressa. O conjunto de ações propostas nas sequências didáticas também busca mobilizar objetos de conhecimento e habilidades da terceira versão da BNCC (2017). Ao longo de cada Sequência são apresentadas diversas possibilidades de trabalho, o que ressalta o caráter sugestivo e não prescritivo do material. Espera-se, com isso, oferecer ao professor subsídios e alternativas para adequar o conteúdo proposto à realidade da escola e da turma. O número de aulas e o tempo estipulado para a realização de algumas atividades também são sugestões, que devem ser adequadas de acordo com o desenvolvimento dos estudantes e a familiaridade deles com os temas, assim como o planejamento da instituição.

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História – Apresentação

As Sequências didáticas são divididas em tópicos: 1. Relação entre a terceira versão da BNCC, objetivos e conteúdos: quadro que apresenta conteúdos, objetivos de aprendizagem, objetos de conhecimento e habilidades da terceira versão da BNCC que serão desenvolvidos parcial ou integralmente na Sequência didática. 2. Materiais e recursos: descritivo dos materiais que poderão ser utilizados por professores e estudantes ao longo das aulas da Sequência. 3. Desenvolvimento: sugestões de número de aulas para o desenvolvimento da Sequência didática. 4. Aulas: são propostos diferentes procedimentos e estratégias de ensino-aprendizagem, e apresentados alguns materiais de apoio, como sugestões de imagens, textos, e acesso a diferentes sites. 5. Avaliação: neste subitem são apresentadas diversas propostas de avaliação das aprendizagens, privilegiando-se a avaliação contínua e permanente. 6. Para trabalhar dúvidas: neste subitem são apresentadas as dúvidas que os estudantes possam vir a ter ao longo das aulas e possibilidades de trabalho alternativas para a superação delas. 7. Ampliação: são apresentadas atividades complementares que ampliam o repertório da turma ou apresentam sugestões para o aprofundamento dos temas trabalhados no decorrer da Sequência didática.

Projeto integrador O Projeto integrador é uma estratégia de ensino-aprendizagem que alia o planejamento e a execução de ações estruturadas em torno de problemas reais e existentes no cotidiano da comunidade escolar e relacionados aos objetivos de aprendizagem estabelecidos no bimestre. Em geral, parte-se do conhecimento prévio que os estudantes possuem sobre os temas, com o objetivo de transformá-los em conhecimento formal e estruturado. Neste Material Digital é proposto um Projeto integrador por bimestre. Os projetos integradores têm caráter interdisciplinar e procuram mobilizar diferentes componentes curriculares, trabalhando as competências gerais e específicas das diversas áreas de conhecimento. Com isso, espera-se tornar a aprendizagem mais significativa, almejando um produto de valor e uso social para os estudantes e sua comunidade. Os projetos reúnem argumentos que demonstram sua importância e relação com a realidade escolar. Em seguida, no título “Objetivos”, apresentam-se os objetivos gerais e específicos esperados com a realização do Projeto. No quadro “Competências e habilidades” são apresentadas as competências e habilidades da BNCC que serão mobilizadas ao longo do Projeto. No item “O que será desenvolvido” é apresentado o produto final, resultado das atividades, que pode ser a criação de um livro de receitas, a organização de uma mostra, a elaboração de cartas, a apresentação de um seminário, a criação de uma campanha, entre outras atividades. O professor encontrará a lista dos materiais necessários para a realização das atividades do Projeto em “Materiais”. No item “Etapas do projeto” é apresentada uma proposta de duração, que pode variar de acordo com opções feitas para seu desenvolvimento. É possível, também, adequá-las para melhor atender as necessidades e o perfil de seus estudantes. Recomenda-se, ainda, que o professor se aproprie do Projeto com antecedência para planejar os recursos e a distribuição das aulas dentro das disciplinas envolvidas. As problematizações e os itinerários sugeridos em cada aula do Projeto são apresentados de forma lúdica e procuram trabalhar diferentes competências e habilidades, em especial aquelas de resolução dos problemas. Apresentam-se, ainda, materiais de referência para o aprofundamento do trabalho docente e dos estudantes. 6


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No título “Avaliação”, sugerimos um quadro com diferentes situações que podem ser observadas aula a aula. Há, também, uma “Avaliação final”, em que são propostas avaliações dos percursos e apresentadas possibilidades de autoavaliação, para o professor e o estudante reverem a própria prática. Ao final, são listadas referências complementares, sugestões de sites, vídeos, livros e visitas que podem ajudar o professor a realizar e ampliar as atividades propostas no Projeto.

Proposta de acompanhamento da aprendizagem A Proposta de acompanhamento da aprendizagem é um conjunto de 15 questões que tem como objetivo acompanhar o desenvolvimento do estudante ao longo do bimestre. As atividades privilegiam estratégias distintas, como a leitura de imagens, a realização de associações e relações, entre outras. As Propostas são compostas de uma versão para os estudantes, o que possibilita uma seleção, por parte do professor, das atividades que atendam adequadamente as especificidades de sua turma, e as mesmas questões na versão para o professor, acompanhadas de gabarito, relações com as habilidades propostas pela BNCC e que são mobilizadas nas atividades, além de outras orientações. Para facilitar o processo de avaliação, há a “Ficha de acompanhamento individual”, um instrumento de registro que viabiliza a verificação e avaliação do processo de aprendizagem de cada estudante.

A proposta pedagógica da coleção O Ensino de História muda com o tempo O ensino de História é dinâmico e mudou ao longo do tempo. Analisando a trajetória da disciplina escolar desde o século XIX, pode-se depreender que ela foi utilizada com objetivos específicos em cada momento, como fomentar a construção de identidades nacionais que atendessem a projetos de nação distintos. No Brasil, ao longo do século XIX, seu objetivo estava pautado na construção de um nacionalismo identificado com o mundo europeu. Após a Proclamação da República, em 1889, houve a tentativa de evocar uma identidade nacional patriótica – almejando um Brasil da civilização e do progresso, até meados da década de 1940. Já no contexto anticolonialista do pós-guerra, o país, reconhecendo a sua dependência do mundo desenvolvido, formulou objetivos para o ensino de História que estavam calcados na busca de um lugar “merecido” num futuro não muito distante (BITTENCOURT, 2005). No entanto, ao final do século XX, com o fim da ditadura civil-militar e a abertura política, várias outras vozes reivindicavam o seu direito à memória e ao reconhecimento de sua história. Dessa forma, o conceito de pluralidade e identidades cultural, social e política foi valorizado e ainda hoje é presente nos currículos escolares, deslocando-se de uma única identidade, hegemônica e nacional. Atores sociais que eram tratados de forma secundária e genérica nos currículos e livros didáticos conquistaram nome e rosto: é o caso de africanos, afro-brasileiros, indígenas, mulheres e crianças, por exemplo. Isso se deve à consolidação de diversas linhas historiográficas, como é a dos Annales, e discussões pautadas no conceito de cultura.

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Assim, percebe-se na trajetória da disciplina uma batalha pelos usos e apropriação de um determinado passado e a produção de memórias sobre ele. A História passa a ser, assim, um discurso evocativo que enaltece a presença de um grupo e silencia as vozes de outros. Os currículos de História são marcos de memória, quando se decide o que deve ser “lembrado” ou “esquecido” em sua formulação. Nesse sentido, assegurar o direito à memória e o conhecimento da história dos diversos grupos sociais que compõem a sociedade brasileira, é imprescindível. Outra especificidade da disciplina é como se aproximar do passado. Ele é um ente temporal que se faz presente por meio de vestígios variados: objetos, saberes, memórias, textos, entre muitos outros. A partir deles é possível se aproximar de um determinado contexto sociocultural, distante temporalmente do nosso. Por meio desses vestígios, formulamos narrativas sobre o passado que mudam ao longo do tempo. Dessa forma, todo conhecimento histórico é provisório, está sempre em construção. Nesta aproximação dos acontecimentos passados, a percepção de uma cultura material e imaterial tem grande importância. Móveis, objetos, cartas, bilhetes, filmes, músicas, ideias, práticas e saberes, entre outros recursos, nos trazem indícios de múltiplos sujeitos, seu lugar social e sua relação com seu próprio tempo. A matéria é tão potente quanto a palavra e o fazer, e de ambos podemos nos utilizar na tentativa de reduzir os silenciamentos e escapar ao que é apenas evidente. Outro demarcador da disciplina de História também pode ser colocado: sua essência está na forma de se relacionar com o passado, com os diversos tempos. Nas palavras de Lowenthal: “As relíquias tangíveis sobrevivem na forma de características naturais ou de artefatos humanos. O conhecimento adquirido por meio da memória e da história. Mas nenhum objeto ou vestígio físico são guias autônomos para épocas remotas; eles iluminam o passado quando sabemos que eles lhe pertencem. A memória e a história escolhem apenas determinadas coisas como relíquias; o restante que nos circunda parece referir-se apenas ao presente, desvinculando do passado. E a convivência cotidiana despoja de sua condição de passado muitos artefatos anteriormente identificados como relíquias.” (LOWENTHAL, 1998, p. 149)

O autor nos traz uma reflexão sobre como escolhemos os nossos marcos de memória, nos desfazendo de outros, sempre em consonância com opções e conjunturas do presente. Nesse sentido, é fundamental que a disciplina escolar de História forneça subsídios para um pensar historicamente, mais do que apenas evocar grandes feitos e datas comemorativas, como feito em momentos anteriores. Quando situamos coisas, pessoas e saberes num determinado momento, talvez não extraiamos nenhuma lição objetiva, mas somente a possibilidade de compreender as sociedades no tempo, relativizando aquilo que é tido como “natural” (PALTÍ, 2000). Atualmente, vivemos um fenômeno debatido por diversos estudiosos. Ele é chamado de presentismo e anuncia uma percepção temporal que não rompe com o passado.

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Nessa progressiva invasão do horizonte por um presente mais e mais ampliado, hipertrofiado, está claro que a força motriz foi o crescimento rápido e as exigências sempre maiores de uma sociedade de consumo, onde as descobertas científicas, as inovações técnicas e a busca de ganhos tornam as coisas e os homens cada vez mais obsoletos. A mídia, cujo extraordinário desenvolvimento acompanhou esse movimento que é a sua razão de ser, deriva do mesmo: produzindo, consumindo e reciclando mais palavras e imagens. (HARTOG, 1996, p.135)

Essa sensação de reciclagem constante modifica nossa percepção temporal, com a desqualificação do antigo, do velho, do passado. Vivemos mesmo uma sensação de risco constante e catástrofes de diversas naturezas, que nos impede de criar um horizonte de expectativas para o futuro. Entender as especificidades e multiplicidade do tempo nos traz a possibilidade de enxergar ritmos de mudanças e permanências e, assim, vislumbrar a construção do mundo que queremos. Nesse sentido, a disciplina de História colabora para conhecermos múltiplas experiências vividas ao longo do tempo, e assim construir a noção de alteridade e respeito às diferenças e a convicção de buscar a construção do futuro desejado.

A escola também muda Nas últimas décadas, o Brasil passou por mudanças significativas nas diversas áreas do conhecimento. Houve, por exemplo, grandes transformações nas metodologias utilizadas nos processos de ensinar e aprender. Estudos atuais mostram que os conhecimentos são fomentados com mais facilidade quando os conteúdos são ensinados de forma significativa, levando o estudante à participação, ao envolvimento e à construção da aprendizagem, encontrando, assim, um ambiente favorável a esta prática. As transformações sociais, culturais e tecnológicas das últimas décadas têm impactado de forma significativa a vida das pessoas, com a escola precisando acompanhar essas transformações e proporcionar experiências pedagógicas inovadoras. As atuais demandas sociais exigem do docente um novo olhar e uma nova relação com o processo de ensino e aprendizagem, uma vez que cabe a ele sua condução. Com isso, as novas exigências implicam novas aprendizagens, no desenvolvimento de novas competências e na construção de um novo sentido à prática docente; um novo perfil de professor. Para isso, é necessário que o professor busque novos caminhos e novas metodologias de ensino que foquem no protagonismo do estudante e fortaleçam sua motivação e autonomia. Por meio de propostas que dão ao estudante a oportunidade de elaborar ideias fundamentadas em sólida argumentação, valorizar atitudes, exercitar a empatia, entre outras, o professor cria um ambiente favorável ao aprendizado. Nesse método ativo, os estudantes passam a ser compreendidos como sujeitos históricos e assumem um protagonismo na abordagem; suas experiências, suas opiniões e seus conhecimentos prévios são utilizados como ponto de partida na construção de novos conhecimentos, estimulando a autonomia e tornando o professor um mediador desse processo.

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Nessa intensa reorganização das práticas escolares, o uso da tecnologia tem ganho enorme importância. O uso da linguagem digital, por exemplo, multiplica as possibilidades de aprendizagem, potencializando o desenvolvimento das habilidades e competências e abrindo infinitas portas para o conhecimento.

O papel do professor no ensino de História dos anos iniciais Nos novos parâmetros pensados para a educação, espera-se do professor o papel de um mediador capaz de estabelecer estratégias para o pleno desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem, baseado na valorização do estudante e de sua realidade local, para a partir desse ponto ampliar sua visão de mundo. No ensino de História nos anos iniciais do Ensino Fundamental, espera-se que a disciplina esteja relacionada à construção da identidade do estudante, estabelecendo relações entre o individual e o coletivo. Essa relação visa favorecer uma formação para o exercício da cidadania, para que os estudantes construam formas de participação social, política e de atitudes críticas diante da realidade que os cerca, aprendendo a perceber limites e possibilidades em sua atuação na transformação de seu contexto sociocultural. Nesse contexto, entende-se que a alfabetização em História é um processo de apropriação de uma dada linguagem, com conceitos e procedimentos próprios, dentro das Ciências Humanas, voltados a observar e interpretar os fenômenos sociais ocorridos ao longo do tempo. Espera-se, assim, que a disciplina de História promova ao estudante a apropriação e o uso de conceitos como tempo, espaço, sujeito, evidência e processo histórico. Desse modo, os conteúdos para os primeiros anos do Ensino Fundamental deverão partir da história do cotidiano da criança, em seu tempo e espaço específicos, e incluir contextos históricos mais amplos, sempre partindo do tempo presente e percebendo nele diversas temporalidades, além de outros modos de vida e costumes diferentes do nosso. Nessa perspectiva, o professor tem um papel fundamental na construção desse saber histórico, pois: A história tem como papel central a formação da consciência histórica dos homens, possibilitando a construção de identidades, a elucidação do vivido, a intervenção social e praxes individual e coletiva. (FONSECA, 2005, p. 89.) A finalidade principal da escola é a educação integral do indivíduo, reconhecendo a importância de contemplar o ser humano como um todo, estabelecendo uma conexão da pessoa com seu meio, entendido como ambiente próximo ou distante que influi na aprendizagem do estudante. A escola e o professor têm como princípio básico a formação para a cidadania nas suas concepções mais amplas e democráticas, promovendo situações que levem o estudante a compreender o estudo da disciplina como elemento necessário para sua formação como indivíduo. Desse modo, o professor de História nos anos iniciais do Ensino Fundamental deve estabelecer um diálogo construtivo com os estudantes e a comunidade escolar, constituindo um processo educativo fundamentalmente democrático, construído em conjunto com os sujeitos de seu tempo e lugar e balizado pelo desenvolvimento de capacidades como percepção, crítica e autoconhecimento. Segundo Caniato:

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A escola deve e pode ser o lugar onde, de maneira mais sistemática e orientada, aprendemos a Ler o Mundo e a interagir com ele. Ler o mundo significa aqui poder entender e interpretar o funcionamento da Natureza e as interações dos homens com ela e dos homens entre si. Na escola podemos exercitar, aferir e refletir sobre a Ação que praticamos e que é feita sobre nós. Isso não significa que só na escola se faça isso. Ela deve ser o lugar em que praticamos a Leitura do Mundo e a Interação com ele de maneira orientada, crítica e sistemática. (CANIATO, 1997. p. 65.)

Nesse sentido, o professor ocupa posição central na análise dessa conjuntura e na possibilidade de construir situações concretas de superação por meio da prática pedagógica por ele desenvolvida. Sua aula possibilita a construção do saber histórico por meio da relação interativa entre educador, educando e a comunidade, transformando essa prática em ato consciente do fazer social.

O ensino de História nos anos iniciais e a BNCC O material digital desta obra foi construído em consonância com a BNCC e tem como base os principais pilares da disciplina de História, entre eles as noções de tempo, de mudanças e permanências, de identidades culturais, de sujeito e evidências históricas. Em um processo complexo, a criança constrói percepções de si e, à medida que seus espaços de convivência se ampliam, ela toma contato com o externo à sua realidade. Valorizando a identidade individual dentro de uma comunidade, com base no olhar de si mesmo, lança-se a atenção para o “outro” em sua pluralidade. A terceira versão da Base Nacional Curricular Comum traz essa problemática como objeto de conhecimento. Esse “outro” pode estar em um contexto próximo, ou distante no tempo. Em um primeiro momento, é essencial a sua identificação. Com base nessa indagação, sobre “eu” e “eles”, e o conhecimento desse universo, é possível traçar um “nós”, aproximando-se de diferentes realidades. E como conhecê-las? Por meio da cultura material e imaterial produzida por diferentes sociedades em diferentes tempos. A partir das inferências sobre esse “outro”, as evidências podem, ou não, nos trazer respostas. Nesse sentido, inicia-se a operacionalização do conhecimento histórico no âmbito escolar. O reconhecimento do “outro”, seus registros e narrativas, nos trazem subsídios para a sua análise. Evidentemente o objetivo desse movimento é principalmente desenvolver a capacidade de indagar criticamente sobre seu mundo e a sua pluralidade, tensões, conflitos e conciliações. Em um segundo momento, o estudo dos registros e das fontes traz a possibilidade de conhecer empiricamente diversas realidades e produzir um conhecimento escolar com base na sua análise. Por isso, o uso das mais diversas evidências históricas na sala de aula é imprescindível. E para otimizar essa abordagem, os recursos tecnológicos do passado e do presente são essenciais. Internalizando processualmente os conceitos, concomitantemente, a criança desenvolve dimensões temporais. Em nosso cotidiano somos atravessados por diversos tempos: o tempo individual, o tempo social, o tempo da natureza, entre outros. Nos anos iniciais o primeiro tempo é o do cotidiano: ontem, hoje, amanhã para se chegar ao passado, presente e futuro. Esse trabalho começa na identificação de si e de suas memórias, do seu grupo de convívio, sua comunidade e se expande aos espaços públicos presentes e valorizados ou não por ela. A terceira versão da BNCC salienta, também, as diferenças entre um “Eu” e um “Outro”, demarcação necessária para a construção de noções de alteridade no tempo e no espaço. 11


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Na terceira versão da BNCC são propostos objetos de conhecimento que tratam dos locais públicos, territórios urbanos e rurais, bens culturais e patrimoniais, com o objetivo de refletir sobre a distinção de cada um e a produção de memória, assim como a sua análise. O ensino de História deve possibilitar, ainda, que os estudantes se compreendam a partir de suas próprias representações, inseridos num grupo e no tempo em que vivem e, ao mesmo tempo, conheçam a pluralidade e pratiquem uma análise crítica de uma memória que é construída e transmitida. O ensino de História nos anos iniciais do Ensino Fundamental deve promover uma reflexão e cabe ao professor fazer que esta reflexão seja efetivada, podendo partir da própria história de vida do estudante, avançando para o estudo da história local que deve ser apresentada como algo vivo, vibrante, capaz de despertar paixão e colaborar para a compreensão do mundo.

Competências: transcendendo a disciplina A terceira versão da BNCC define um conjunto de 10 competências gerais que não se encerram nos conteúdos disciplinares. Essas competências visam garantir aos estudantes uma educação que os estimule para um desenvolvimento pleno, de forma que eles possam saber lidar com as próprias emoções, se relacionar com os outros e construir métodos de análise crítica. As competências gerais devem estar articuladas com as 9 competências específicas da disciplina de História, e é esse conjunto que deve nortear o trabalho do professor e referenciar suas escolhas pedagógicas e avaliativas em relação aos temas apresentados. São temas organizados em unidades temáticas que se dividem em objetos de conhecimento que, por sua vez, destacam as habilidades a serem desenvolvidas. As competências foram definidas a partir dos direitos assegurados pelas Diretrizes Curriculares Nacionais e de conhecimentos, habilidades, atitudes e valores essenciais para a vida no século XXI. Fazem parte das competências desenvolver, por exemplo, empatia, autonomia e respeito. Já as habilidades são base para o desenvolvimento das competências desejadas. Essas aprendizagens são essenciais e devem ser desenvolvidas por todos os estudantes da Educação Básica, mantendo a liberdade dos entes federados de construir currículos de acordo com suas realidades, garantindo-se, porém, a igualdade de oportunidades para todos as crianças e jovens do país. O professor é responsável por nortear esse caminho de desenvolvimento pleno. É também o responsável por avaliar esse processo de aprendizagem, por meio de contínuos instrumentos de observação e acompanhamento dos estudantes, de forma a se garantir que os objetivos finais sejam atingidos. A avaliação formativa consiste em orientar e regular a prática pedagógica, auxiliando o desenvolvimento das habilidades e competências, e tem como objetivo central orientar o trabalho do professor, não servindo nunca como forma de classificar e hierarquizar os estudantes.

Aprender História nesta Coleção A concepção dessa coleção não recorre a uma organização linear do tempo. A ideia central é partir do universo da criança para trabalhar aquilo que é mais caro à História: conseguir se movimentar no tempo e no espaço, conhecer diferentes realidades e experiências, para formar a própria identidade e adquirir instrumentos para compreender o mundo ao redor.

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As habilidades previstas na BNCC para o segmento podem assim ser desenvolvidas em consonância com uma abordagem apropriada aos anos iniciais. Mergulhando pelo próprio universo, o estudante consegue começar o domínio de procedimentos como identificar, conhecer e reconhecer, descrever, selecionar, compilar, comparar, mapear e analisar os mais diferentes acontecimentos do passado – sempre aos olhos do seu presente. Nesse sentido, utilizam as mais diversas linguagens, meios e suportes para se aprender História. Desde o conhecimento das memórias da família, fotografias, mapas, paisagens, leituras de imagens e poesias até a utilização de aplicativos e outras ferramentas tecnológicas contemporâneas para ampliar o processo de aprendizagem. Nesse material digital você irá encontrar propostas que complementam a abordagem da coleção, com atividades diversificadas e lúdicas. A ideia é proporcionar uma ampla aprendizagem. Nesse sentido, o reconhecimento dos diversos saberes e a sua transformação em conhecimento são sistematizados por meio de jogos e brincadeiras, estudos do meio, mapeamentos, intervenções na comunidade, entre outros métodos. Essas ações pedagógicas favorecem a ideia de educação integral, pois mobilizam também procedimentos atitudinais em consonância com as competências gerais e específicas de História da terceira versão da BNCC.

Considerações finais O material digital desta coleção foi concebido para atender os diversos públicos existentes na rede pública, que têm realidades e recursos bastante distintos. Na tentativa de democratizar o acesso ao conhecimento e às ferramentas tecnológicas disponíveis em cada comunidade escolar, são propostos percursos de aprendizagem que podem ser adaptados a diversos contextos sociais. A mobilização de temas, conceitos, habilidades e competências da disciplina de História, pretende contribuir para uma ampliação da leitura do nosso mundo, para compreendermos um pouco mais quem somos e como podemos agir para alcançar uma sociedade mais igual e justa, um horizonte de futuros. Além disso, exercitar a alteridade no tempo e no espaço pode contribuir com a empatia e a solidariedade, essenciais para a educação de nossos tempos.

Bibliografia BITTENCOURT, Circe. Identidade nacional e ensino de história do Brasil. In: Karnal, Leandro (org). História em sala de aula: conceitos, práticas e propostas. São Paulo: Contexto, 2005, p. 185-204. BRASIL. Ministério da Educação, Secretaria da Educação Básica. Edital de Convocação 01/2017 – CGPLI. Edital de convocação para o processo de inscrição e avaliação de obras didáticas para o Programa Nacional do Livro e do Material Didático. PNLD 2019. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/busca-geral/318-%20programas-e-%20acoes1921564125/pnld-439702797/12391-pnld>. Acesso em: 9 dez. 2017. BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Proposta preliminar. Terceira versão. Brasília: MEC, 2017. Disponível em: <http://basenacionalcomum. mec.gov.br/a-base>. Acesso em: 09 dez. 2017. CANIATO, Rodolpho. Com ciência na educação. 3ª reimpressão. Campinas: São Paulo. Papirus, 1997. FONSECA, Selva Guimarães. Didática e prática de ensino de História: experiências, reflexões e aprendizados. 7. ed. São Paulo: Papirus, 2003. 13


História – Apresentação

LOWENTHAL, David. Como conhecemos o passado. Projeto História. São Paulo, 17, p. 63-201, nov. 1998. HARTOG, François. Tempo e patrimônio. Belo Horizonte: Varia História, v. 22, n. 36: p. 261-273, jul/dez 2006. OLIVEIRA, S. R. F. de. O ensino de História nas séries iniciais: cruzando as fronteiras entre a História e a Pedagogia. História & Ensino: Revista do Laboratório de Ensino de História / UEL. v. 9. Londrina: UEL, out. 2003. p. 259-272. PALTI, Elías ¿Qué significa “enseñar a pensar históricamente”? Clio & Asociados. Santa Fé/La Plata, n. 5, p. 27-42, 2000. ZAMBONI, E. O ensino de História e a construção da identidade. São Paulo: SEE/Cenp, 1993. Material disponibilizado em licença aberta do tipo Creative Commons – Atribuição não comercial (CC BY NC – 4.0 International). Permitida a criação de obra derivada com fins não comerciais, desde que seja atribuído crédito autoral e as criações sejam licenciadas sob os mesmos parâmetros.

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História – 5 o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento

Plano de desenvolvimento: Mesopotâmia e Egito antigo Neste bimestre conheceremos a história dos povos mesopotâmicos e dos antigos egípcios em diferentes perspectivas. Analisaremos alguns documentos históricos e textos historiográficos para identificar características do modo de vida desses povos e para perceber como a religião era importante pare eles. Estudaremos, por exemplo, a forma como o cotidiano dos mesopotâmicos era associado às divindades, e como o surgimento da escrita foi essencial para a organização e o desenvolvimento do Estado. Também refletiremos sobre as crenças religiosas dos antigos egípcios e sobre o papel social das mulheres egípcias.

Conteúdos              

Prece a Ishtar Importância da agricultura Características gerais dos povos mesopotâmicos Importância do comércio Os produtos comercializados pelos mesopotâmicos A escrita mesopotâmica: origem e mudanças A origem do Estado O Código de Hamurabi Deuses egípcios Mumificação Pinturas funerárias Crença na vida eterna O Tribunal de Osíris A mulher no Egito antigo

Objetos de conhecimento e habilidades Objeto de conhecimento Habilidade

Relações com a prática didático-pedagógica

O que forma um povo?: da sedentarização aos primeiros povos  (EF05HI01) Identificar os processos de formação das culturas e dos povos, relacionando-os com o espaço geográfico ocupado.  Analisar um documento histórico (Prece a Ishtar), de modo a compreender como podemos obter informações importantes sobre o modo de vida de um povo e a reconhecer, por meio da prática, como funciona o trabalho do historiador com documentos.  Perceber como se deu a passagem do modo de vida nômade para o sedentário e reconhecer a importância

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História – 5 o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento

Objeto de conhecimento Habilidade

Relações com a prática didático-pedagógica

Objeto de conhecimento Habilidade

As formas de organização social e política: a noção de Estado  (EF05HI02) Identificar os mecanismos de organização do poder político com vistas à compreensão da ideia de Estado.  Pensar sobre o significado de Estado, considerando o contexto histórico em estudo.  Refletir sobre a condição social das mulheres no Egito antigo por meio da análise de dois documentos históricos, permitindo, também, fazer uma relação entre o passado e o presente.  Perceber que as mulheres egípcias, na Antiguidade, tinham mais direitos quando comparadas a outras sociedades do período, compreendendo a diversidade de modos de vida.  Reconhecer as mulheres do Egito antigo como sujeitos históricos, valorizando-as. O papel das religiões e da cultura para a formação dos povos antigos 

(EF05HI03) Analisar o papel das culturas e das religiões na composição identitária dos povos antigos.

Compreender que as crenças religiosas, em geral, ditavam o modo como os povos mesopotâmicos se organizavam e se relacionavam. Analisar o papel da religião no cotidiano dos antigos egípcios através de um mito, com o objetivo de identificar algumas características importantes dos costumes dessa civilização. Compreender o processo de mumificação como um elemento religioso do Egito antigo ligado à crença na vida após a morte. Fazer a análise de um documento histórico que representa o Tribunal de Osíris com o objetivo de compreender a crença dos antigos egípcios na vida eterna, bem como algumas características da arte daquela sociedade.

Relações com a prática didático-pedagógica

da agricultura nesse processo, identificando a interligação entre os fatos históricos. Reconhecer de que modo a agricultura propiciou a origem do comércio e como essas duas atividades econômicas foram essenciais para o desenvolvimento das sociedades mesopotâmicas.

 

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História – 5 o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento

Objetos de conhecimento

Habilidade

Relações com a prática didático-pedagógica

As tradições orais e a valorização da memória. O surgimento da escrita e a noção de fonte para a transmissão de saberes, culturas e histórias.  (EF05HI06) Comparar o uso de diferentes linguagens no processo de comunicação e avaliar os significados sociais, políticos e culturais atribuídos a elas.  Compreender a importância da invenção da escrita, percebendo que ela permitiu desenvolver formas de comunicação mais complexas ao longo do tempo.  Reconhecer a importância do surgimento da escrita para a organização das tarefas diárias dos povos mesopotâmicos, como o registro da colheita, dos impostos arrecadados, do censo da população etc.  Analisar as funções da escrita na atualidade, comparando-as com as do passado, e perceber as transformações nas formas de escrever e nos suportes em que a escrita é registrada ao longo do tempo, de modo a estabelecer relações entre o passado e o presente.  Refletir sobre a importância de ler e escrever nos dias de hoje.  Interpretar um documento escrito pelos babilônicos, o Código de Hamurabi, a fim de reconhecer os costumes daquela sociedade e o papel da escrita cuneiforme na organização das atividades do Estado.

Práticas de sala de aula Os objetos de estudo desse bimestre são os povos mesopotâmicos e os antigos egípcios. Cada sequência didática vai apresentar aos alunos algumas características importantes do modo de vida dessas diferentes sociedades, abarcando principalmente os papeis da religião, da cultura e da organização social. Em alguns momentos, a temática analisada poderá ser usada para realizar uma reflexão mais profunda sobre a relação entre passado e presente, com o objetivo de mostrar aos alunos que diferentes aspectos do nosso cotidiano têm uma história. No início do bimestre, é importante deixar claro aos alunos que, para o surgimento dos primeiros povos e sociedades, foi essencial o advento de uma grande revolução: a agricultura. Usar o termo “revolução” é uma forma de ressaltar que, a partir da atividade agrícola, grandes transformações ocorreram na vida dos seres humanos: o sedentarismo, o desenvolvimento das cidades, o surgimento do comércio e a criação das primeiras formas de organização em torno de um Estado. É importante, nesse contexto, sempre utilizar um mapa para localizar geograficamente os povos estudados. Em alguns casos, pode-se destacar como muitas sociedades antigas floresceram em áreas próximas aos rios, como os povos mesopotâmicos (rios Tigre e Eufrates) e os egípcios (rio Nilo), mostrando a importância da água para a prática agrícola. Essa atividade é essencial para que os alunos comecem a ter mais familiaridade com mapas e desenvolvam a habilidade de ler esse tipo de documento, reconhecendo as linguagens cartográficas.

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História – 5 o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento

Os alunos serão incentivados a analisar, também ao longo do bimestre, alguns documentos históricos escritos e iconográficos. Assim, todas as sequências didáticas apresentam, ao menos, um documento histórico a ser analisado: na primeira, há a Prece a Ishtar e uma gravura em pedra suméria; na segunda, o Código de Hamurabi; na terceira, um papiro que representa o Tribunal de Osíris; e na quarta, As instruções de Any e uma pintura que representa uma oferenda à deusa Ísis. O objetivo é exercitar as habilidades de leitura, observação e interpretação, essenciais na área de História. É importante, nessa proposta, considerar a faixa etária dos alunos do 5o ano do Ensino Fundamental, que ainda estão aprendendo a lidar com esses tipos de linguagens. Por isso, para ajudá-los, torna-se necessário induzir as análises de documentos por meio de perguntas que orientem o olhar e a percepção deles para questões que, possivelmente, não conseguirão identificar por conta própria. Da mesma forma, é importante promover as relações entre passado e presente e, também, chamar atenção para as mudanças e as permanências. Procurar explicitá-los como conceitos importantes para o estudo e a compreensão da História, sempre que surgirem. Nas sequências didáticas há algumas propostas de atividades nesse sentido. Outras práticas pedagógicas muito recorrentes nesse bimestre serão a roda de conversa e as discussões, momentos em que os alunos podem expressar suas ideias, escutar os colegas e o professor e, conjuntamente, construir o conhecimento. Esse exercício é essencial não só para desenvolver as habilidades de falar, escutar, argumentar e refletir, mas também para fortalecer as atitudes de empatia, diálogo, respeito às opiniões divergentes, cooperação e resolução de conflitos. Com os mesmos objetivos, foram propostas atividades em grupo, em dupla e individuais, com ênfase nas questões que exigem do aluno a leitura e a escrita. Nesse bimestre, também é importante ter como práticas de sala de aula: rotinas de escrever o roteiro das atividades do dia no canto da lousa; estimular sempre a participação de todos os alunos; levantar os conhecimentos prévios dos alunos; fazer correções coletivas; ajudar individualmente aqueles que demonstrem maior dificuldade em algumas tarefas e fazer avaliações contínuas ao longo das atividades. É importante que, ao final do bimestre, os alunos sejam capazes de compreender o papel da cultura e da religião no desenvolvimento dos povos mesopotâmicos e egípcios, reconhecer a importância de o indivíduo se identificar com o espaço que ocupa, perceber que mesopotâmicos e egípcios tinham diferentes formas de organização social e política e compreender que a agricultura e a escrita foram invenções decisivas para a humanidade.

Foco Nesse bimestre há mais propostas de atividades que exigem dos alunos as habilidades de leitura e escrita, como a análise de documentos históricos escritos e iconográficos e exercícios que demandam a elaboração de textos maiores e com pequenas explicações mais articuladas. É, portanto, necessário estar atento aos alunos que apresentam mais dificuldades com essas habilidades e procurar auxiliá-los individualmente, ajudando-os no entendimento do texto e na organização das ideias na forma escrita. Outro foco desse bimestre são as discussões. É importante, nesse aspecto, encorajar os alunos a participar das conversas, de modo a treinar a fala, e a dar a sua opinião sem medo de ser julgado ou de cometer equívocos. Nesses momentos, é essencial mediar o debate para manter um ambiente propício para o diálogo e para a construção do conhecimento. Incentivar os alunos a debater questões relacionadas aos objetos de estudo e a questões mais gerais e cotidianas é uma forma de ensiná-los a praticar o diálogo, a flexibilizar as ideias, a reconhecer pontos de vistas divergentes e a respeitar o outro.

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História – 5 o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento

Para saber mais 

Fatos e mitos do Egito antigo. O livro da historiadora Margaret Marchiori Bakos faz um estudo aprofundado sobre diversos aspectos da vida social e dos costumes no Egito antigo, como os rituais religiosos, a escrita hieroglífica, a família, o lazer, os mitos, a condição social das mulheres, o consumo de vinho, o cotidiano dos trabalhadores, entre outros. BAKOS, Margaret Marchiori. Fatos e mitos do Egito antigo. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2014.

As religiões que o mundo esqueceu: como egípcios, gregos, celtas, astecas e outros povos cultuavam seus deuses. O livro, organizado pelo arqueólogo e historiador Pedro Paulo Funari, é uma coletânea de textos escritos por especialistas na área de História Antiga e Religião. Os textos apresentam reflexões sobre a religiosidade de alguns povos antigos, como egípcios, sumérios, gregos, maias e astecas, de modo a analisar como o culto aos deuses estava intimamente relacionado às diversas atividades do cotidiano dessas sociedades. FUNARI, Pedro Paulo (Org.). As religiões que o mundo esqueceu: como egípcios, gregos, celtas, astecas e outros povos cultuavam seus deuses. São Paulo: Contexto, 2012.

O mistério de Nefertiti. O documentário, produzido pelo Discovery Channel, aborda a história da rainha Nefertiti, apresentando estudos de diferentes áreas do conhecimento para desvendar aspectos da vida dessa importante personagem do Egito Antigo. O MISTÉRIO de Neferiti. Documentário do Discovery Channel, 2014. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=YcJz3Ifi2G4>. Acesso em: 26 jan. 2018.

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5o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – Projeto integrador: Língua Portuguesa, História, Geografia, Matemática e Ciências

Projeto integrador: A importância da água para o ser humano ● Conexão com: LÍNGUA PORTUGUESA, HISTÓRIA, GEOGRAFIA, MATEMÁTICA e CIÊNCIAS A proposta do projeto integrador é unir as disciplinas em uma abordagem ao tema da água, ressaltando sua importância desde o desenvolvimento histórico das sociedades até o uso consciente no cotidiano atualmente. Este projeto tem como objetivo a produção de uma campanha de conscientização para conservação da água e prevenção contra seu desperdício.

Justificativa A água é fundamental para a vida na Terra. Sua importância é verificada tanto no desenvolvimento de civilizações quanto na sobrevivência dos seres vivos. Este projeto propõe o reconhecimento de alguns dos usos da água, relacionando-a ao desenvolvimento humano, observando sua disponibilidade no planeta, importância para o funcionamento do corpo, investigando seus usos hoje em dia e os hábitos adequados para conservá-la. Esses enfoques integram de diferentes maneiras as disciplinas de Geografia, História, Língua Portuguesa, Ciências e Matemática. Os alunos serão estimulados a investigar a relação intrínseca entre a água e a manutenção da vida. A partir dessa compreensão, os alunos serão levados a repensar sua relação com a este recurso, promovendo atitudes de valorização da água e de consumo consciente, a participar ativamente do processo de aprendizagem e a valorizar sua própria autonomia nos processos criativos.

Objetivos    

Reconhecer a importância da água para diversas comunidades humanas em momentos específicos da História. Compreender formas de utilização da água na atualidade, identificando meios de combater o desperdício. Compreender o papel da água para o funcionamento do corpo humano. Produzir cartazes de campanha de uso consciente e combate ao desperdício da água.

Competências e habilidades

Competências desenvolvidas

1. Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo físico, social e cultural para entender e explicar a realidade (fatos, informações, fenômenos e processos linguísticos, culturais, sociais, econômicos, científicos, tecnológicos e naturais), colaborando para a construção de uma sociedade solidária. 2. Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade, para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e inventar soluções com base nos conhecimentos das diferentes áreas. 4. Utilizar conhecimentos das linguagens verbal (oral e escrita) e/ou verbo-visual (como Libras), corporal, multimodal, artística, matemática, científica, tecnológica e digital para expressar-se e partilhar informações,

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5o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – Projeto integrador: Língua Portuguesa, História, Geografia, Matemática e Ciências

experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e, com eles, produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo. 10. Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões, com base nos conhecimentos construídos na escola, segundo princípios éticos democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários. Geografia (EF05GE05) Identificar e comparar as mudanças dos tipos de trabalho e desenvolvimento tecnológico na agropecuária, na indústria, no comércio e nos serviços. (EF05GE06) Identificar e comparar transformações dos meios de transporte e de comunicação. (EF05GE10) Reconhecer e comparar atributos da qualidade ambiental e algumas formas de poluição dos cursos de água e dos oceanos (esgotos, fluentes industriais, marés negras etc.). História (EF05HI01) Identificar os processos de formação das culturas e dos povos, relacionando-os com o espaço geográfico ocupado. (EF05HI05) Associar o conceito de cidadania à conquista de direitos dos povos e das sociedades, compreendendo-o como conquista histórica. (EF05HI09) Comparar pontos de vista sobre temas que impactam a vida cotidiana no tempo presente, por meio do acesso a diferentes fontes, incluindo orais.

Habilidades relacionadas*

Ciências (EF05CI02) Aplicar os conhecimentos sobre as mudanças de estado físico da água para explicar o ciclo hidrológico e analisar suas implicações na agricultura, no clima, na geração de energia, no provimento de água potável e no equilíbrio dos ecossistemas regionais (ou locais). (EF05CI04) Identificar os principais usos da água e de outros materiais nas atividades cotidianas e discutir os possíveis problemas decorrentes desses usos. (EF05CI07) Justificar a relação entre o funcionamento do sistema circulatório, a distribuição dos nutrientes pelo organismo e a eliminação dos resíduos produzidos. Língua Portuguesa (EF35LP07) Planejar, com a ajuda do professor, o texto que será produzido, considerando a situação comunicativa, os interlocutores (quem escreve/para quem escreve); a finalidade ou o propósito (escrever para quê); a circulação (onde o texto vai circular); o suporte (qual é o portador do texto); a linguagem, organização, estrutura; o tema e assunto do texto. (EF35LP08) Buscar, em meios impressos ou digitais, informações necessárias à produção do texto (entrevistas, leituras etc.), organizando em tópicos os dados e as fontes pesquisadas. (EF35LP10) Reler e revisar o texto produzido com a ajuda do professor e a colaboração dos colegas, para corrigi-lo e aprimorá-lo, fazendo cortes, acréscimos, reformulações, correções de ortografia e pontuação. (EF35LP11) Reescrever o texto incorporando as alterações feitas na revisão e obedecendo as convenções de disposição gráfica, inclusão de título, de autoria. (EF35LP12) Utilizar softwares, inclusive programas de edição de texto, para

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editar e publicar os textos produzidos, explorando os recursos multimídias disponíveis. (EF05LP01) Participar das interações orais em sala de aula e em outros ambientes escolares com atitudes de cooperação e respeito. (EF05LP09) Buscar e selecionar informações sobre temas de interesse escolar, em textos que circulam em meios digitais ou impressos, para solucionar problema proposto. (EF05LP08) Localizar e organizar informações explícitas, na sequência em que aparecem no texto. (EF05LP19) Interpretar recursos multimodais, relacionando-os a informações em reportagens e manuais com instruções de montagem (fotos, tabelas, gráficos, desenhos etc.). (EF05LP24) Produzir texto sobre tema de interesse, organizando resultados de pesquisa em fontes de informação impressas ou digitais, incluindo imagens e gráficos ou tabelas, considerando a situação comunicativa e o tema/assunto do texto. Matemática (EF05MA06) Associar as representações 10%, 25%, 50%, 75% e 100% respectivamente à décima parte, quarta parte, metade, três quartos e um inteiro, para calcular porcentagens, utilizando estratégias pessoais, cálculo mental e calculadora, em contextos de educação financeira, entre outros. (EF05MA24) Interpretar dados estatísticos apresentados em textos, tabelas e gráficos (colunas ou linhas), referentes a outras áreas do conhecimento ou a outros contextos, como saúde e trânsito, e produzir textos com o objetivo de sintetizar conclusões. * A ênfase nas habilidades aqui relacionadas varia de acordo com o tema e as atividades desenvolvidas no projeto.

O que será desenvolvido Neste bimestre, serão trabalhados temas relacionados à importância da água, no passado e no presente, culminando na produção de uma campanha de conscientização para conservação desse recurso. Essa campanha se materializará na produção de cartazes para circulação no ambiente escolar.

Materiais             

Cartolina ou papel A3 Planisfério Lápis de cor ou canetas hidrográficas Tesoura com ponta arredondada Cola Papel quadriculado Pasta com grampo de trilho Agulha Rolha Ímã Recipiente para água Garrafa com água Computador ou tablets com acesso à internet e projetor 22


5o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – Projeto integrador: Língua Portuguesa, História, Geografia, Matemática e Ciências

Etapas do projeto Cronograma  

Tempo de produção do projeto: 5 semanas/2 aulas por semana Número de aulas sugeridas para o desenvolvimento das propostas: 10 aulas

Aula 1: Apresentação do projeto Para iniciar o projeto, propor uma conversa a respeito da água e, para isso, pedir aos alunos que se sentem em semicírculo, facilitando a troca de informação entre eles. Levantar com os alunos os conhecimentos prévios que têm sobre os usos da água no cotidiano. Organizar os exemplos dados pelos alunos, de modo que eles busquem variar esses usos, isto é, ouçam atentamente as respostas dos colegas e evitem repeti-las. Anotar as respostas na lousa e pedir aos alunos que as copiem no caderno logo após esse momento inicial. Destinar entre 10 a 15 minutos para essa conversa. As respostas possivelmente mencionarão o uso cotidiano, como tomar banho e beber; nesse momento, questionar sobre outros usos da água referentes à limpeza, como lavar a louça ou o banheiro, ao consumo humano e ao preparo de alimentos. Estimular os alunos com perguntas mais direcionadas, lembrando-os de que outros seres vivos também dependem da água. Estimular que pensem em outras situações, fazendo perguntas como:       

Somente os seres humanos dependem da água? Todos os seres vivos dependem da água para sobreviver? Quais os usos principais da água doce? Quais os usos principais da água salgada? Qual delas tem maior relação com a nossa alimentação? A água pode ser reaproveitada? De que maneiras? A água é um recurso natural infinito? Por quê?

Incentivar os alunos a sugerirem usos variados da água – não só para consumo humano, mas para sobrevivência de diversas espécies, para a geração de energia, para os transportes etc. Aproveitar essa conversa inicial para observar os conhecimentos dos alunos a respeito dos usos cotidianos que fazem da água em suas residências. Notar ainda a percepção deles em relação aos possíveis problemas decorrentes desses usos, sobretudo no que diz respeito à poluição das águas e ao desperdício. Expor a eles que, ao longo da realização do projeto, conhecerão um pouco mais sobre a relação da água com a vida e a importância dela no cotidiano. Relembrar que as primeiras sociedades estabeleceram-se em regiões próximas a fontes de água, a exemplo da Mesopotâmia (que significa, a propósito, “terra entre rios”). A fixação humana em áreas banhadas por água doce permitiu o desenvolvimento da agricultura e de técnicas de controle desse recurso natural. O objetivo é incentivá-los a pesquisar sobre os usos da água para criarem uma campanha de conscientização para conservação da água e para prevenção ao desperdício. Observar que essa campanha poderá se materializar de formas variadas, adequadas ao contexto dos alunos, como cartazes a serem expostos para a comunidade escolar. Se considerar adequado e possível, propor que esses cartazes sejam publicados na internet, em um blog da turma, por exemplo, ou com outras ferramentas digitais, como as redes sociais da escola, caso existam. 23


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Distribuir uma pasta com grampos de trilho para os alunos identificarem-nas com seus nomes e contar que serão realizadas atividades de pesquisa ao longo do projeto, as quais deverão ser organizadas na pasta. Essas pesquisas também servirão de base para a elaboração dos cartazes. Reforçar que os alunos devem ter autonomia para buscar as informações. Para que essa busca seja produtiva pode-se indicar livros adequados e sites confiáveis. Pedir aos alunos que tragam, para as Aulas 2 e 3, ideias de como se locomover e de como se localizar sem usar nenhuma tecnologia atual como motores, GPS, internet etc. Se for adequado, incentivar os alunos a produzirem desenhos dessas hipóteses e solicitar que os tragam nas Aulas 2 e 3.

Aulas 2 e 3: A água para os transportes Nestas aulas, os alunos estudarão os usos da água para o transporte de pessoas e de cargas e construirão uma bússola. Providenciar os materiais para a construção desta ferramenta de localização (ou mais de uma, para vários grupos, se possível): rolha, agulha, vasilha para colocar água, garrafa de água e ímã. Iniciar a aula pedindo aos alunos que apresentem os resultados das pesquisas solicitadas na aula anterior, disponibilizando material de consulta caso alguns alunos não tenham conseguido realizar a pesquisa. Destinar até 10 minutos para a conclusão dessa etapa. Construir com os alunos um quadro com alguns desses exemplos, para que eles preencham nos cadernos ou em folhas avulsas, a fim de que possam guardá-las na pasta de pesquisa posteriormente. Espera-se que os alunos tenham encontrado algumas respostas, como as apresentadas no quadro a seguir. Pedir aos alunos que anotem essas informações e/ou expliquem seus desenhos. Modos de locomoção Uso do vento. Uso de tração animal. Uso de remos. Uso de ondas.

Método de localização Observação de estrelas. Observação da posição do Sol. Uso de mapas.

Observar com os alunos que o uso da água para o transporte representou uma mudança nos modos de viajar grandes distâncias e alterou também os relacionamentos entre os grupos humanos. O uso do vento como força de movimento de grandes embarcações permitiu que muitas sociedades passassem a se relacionar, mesmo estando a milhares de quilômetros de distância. Explicar que a tecnologia de transportes marítimos é muito avançada atualmente, com navios dando a volta ao mundo em poucos dias, mas que algumas centenas de anos atrás esse mesmo trajeto poderia durar vários meses. Exemplificar que, por volta do século XV, os oceanos eram desafiadores para a tecnologia da época, sendo muito perigoso e caro navegar em longas distâncias. Observar que apenas motivos muito específicos justificavam uma empreitada difícil, perigosa e custosa. É o caso do comércio de alguns alimentos, como temperos, especiarias e tecidos que tinham grande interesse e procura na Europa, mas que eram produzidos principalmente na Ásia, a milhares de quilômetros de distância.

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Se considerar adequado (e houver possibilidade), apresentar o mapa das rotas dos navegadores portugueses, explicando que Portugal foi pioneiro na busca por rotas marítimas entre a Ásia e a Europa, uma alternativa ao demorado e caro transporte terrestre – que na época era feito quase exclusivamente por tração animal –, o que encurtou o tempo de espera dos consumidores pelos produtos e aumentou a quantidade de material transportado a níveis impossíveis de serem levados por terra de uma só vez. Grandes Navegações: rotas dos navegadores portugueses (séc. XV e XVI)

Allmaps

Fonte: ARRUDA, José Jobson de A. Atlas histórico básico. 17. ed. São Paulo: Ática, 2001. p. 19.

Mapa-múndi com a representação das rotas de navegadores portugueses entre os séculos XV e XVI.

Questionar de quais meios dispomos, atualmente, para realizar esses percursos de forma mais rápida. Com esse planisfério, pedir que identifiquem os oceanos e citem, em seguida, quais os meios de transporte mais rápidos para fazerem os mesmos trajetos dos navegadores portugueses. Espera-se que respondam que os aviões hoje cobrem as mesmas distâncias com poucas horas de voo. Conversar também a respeito do transporte de cargas, perguntando: Os aviões são capazes de carregar a mesma quantidade de carga de um navio? Espera-se que notem que é praticamente impossível a um avião, mesmo os feitos especialmente para carga, transportar o mesmo que um navio cargueiro. Levar os alunos a concluir que os navios cargueiros são ainda os maiores meios de transporte de carga já inventados – daí a relevância do uso da água para transporte. Relacionar a discussão sobre os meios de transporte com os instrumentos de localização das direções. Pedir aos alunos que retomem as hipóteses que formularam a respeito dos modos de se localizar sem as tecnologias atuais, como GPS e smartphone. Permitir que eles citem exemplos e encaminhar essa discussão para a produção de uma bússola que funciona sobre a água. Explicar aos alunos que a bússola representou uma inovação na época das grandes navegações, por poder ser levada dentro dos navios, o que facilitou muito a localização dos navegadores em suas viagens. Propor a construção de uma bússola para os alunos observarem seu funcionamento. 25


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Pedir aos alunos que se sentem no chão, em roda, para acompanharem o passo a passo da construção de uma bússola. Enquanto realiza a Etapa 1, perguntar aos alunos se eles sabem como uma bússola funciona. A essa altura, é possível que eles respondam que a agulha sempre aponta para o polo norte. Sondar com eles o que acham que vai acontecer quando a agulha for colocada sobre a água. Possivelmente, eles acreditarão que a agulha apontará automaticamente para o norte, mas ela vai continuar se movendo com a água porque não foi magnetizada. Etapa 1  Prender a agulha, de forma horizontal, na rolha.  Encher um recipiente com água e colocar a rolha para flutuar nela.  Pedir aos alunos que digam como a agulha e a rolha se comportam. Os alunos deverão perceber que a agulha permanece se movimentando levemente, com o movimento da água, sem apontar para nenhuma direção cardeal específica. Realizar a Etapa 2, explicando que a agulha aponta para o polo magnético da Terra, e só funciona porque o ferro que ela contém é atraído para esse polo. Explicar também que só é possível a bússola funcionar sobre a água porque a rolha com a agulha pode girar livremente. Etapa 2  Imantar a agulha, passando o ímã nela algumas dezenas de vezes sempre na mesma direção.  Aguardar a água da vasilha ficar sem qualquer movimento.  Colocar a rolha cuidadosamente sobre a água.  Pedir aos alunos que digam como a agulha e a rolha se comportam. Comparando as duas observações, os alunos deverão perceber que agora ela fica apontada para uma só direção. Pedir aos alunos que produzam um relatório em que comparam as duas observações. Se considerar necessário, pedir aos alunos que escrevam também quais usos da água foram observados nestas aulas (para transportes) e como os meios de transporte sobre a água evoluíram. Essa produção pode variar conforme o interesse da turma, como um quadro comparativo de meios de transporte aquáticos no passado e hoje, comparando-se o tempo de viagem de uma caravela e de um navio de carga da Europa ao Brasil, por exemplo; como um desenho de uma caravela e de um navio cargueiro de hoje; como um pequeno texto explicando a fonte do movimento das caravelas (vento) e de um navio atual (motor); entre muitas outras opções. Essas produções deverão ser aproveitadas e retomadas na medida do possível para a produção final dos cartazes.

Aula 4: A água disponível na Terra Nesta aula, tratar da água como recurso natural finito e escasso no que diz respeito ao consumo humano. Iniciar esta aula pedindo aos alunos que relembrem alguns usos da água, direcionando-os para os usos no transporte. Grande parte das cargas do mundo circulam em navios.

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Explicar que aproximadamente 70% da superfície do planeta Terra é composta de água, sendo mais de 97,5% de água salgada. Já a água doce do planeta, que corresponde a aproximadamente 2,5%, é encontrada nas calotas polares, em estado sólido, e nos rios e aquíferos, em estado líquido. Para trabalhar relações de porcentagens com os alunos, propor que construam dois gráficos simples a respeito da água, a fim de permitir que observem de maneira lúdica a quantidade de água no mundo. Providenciar folhas de papel quadriculado para os alunos e lápis de cor ou canetas hidrográficas. Essa produção pode ser feita em grupos. No primeiro gráfico, da relação água × terra, levar os alunos a identificar o número fracionário que corresponde ao percentual: 7 70% = 10 Colocar na lousa os percentuais e as frações correspondentes, pedindo aos alunos que representem esses números por meio do preenchimento dos quadrinhos correspondentes (na folha quadriculada, orientar os alunos a desenhar dois quadrados de 10 × 10). Relembrá-los de que é necessário criar títulos para esses gráficos e as cores devem ser explicadas em uma legenda. Uma sugestão é construir conjuntamente com os alunos esses dois gráficos, a respeito da relação entre a quantidade de água no planeta e qual percentual dessa água está disponível para consumo. Caso haja dúvidas, esclarecer aos alunos que, na relação entre água doce e água salgada no planeta, os percentuais de 0,5% poderão ser indicados com um quadrinho dividido à metade, pintado com as duas cores. Os gráficos deverão ficar desta maneira ao serem finalizados: A água no planeta Terra

Relação entre água doce e água salgada

Gráficos elaborados pelo autor

terra

água salgada

água

água doce

Explicar que os oceanos são grandes volumes de água salgada dispersa pela superfície terrestre, sendo eles: Atlântico, Pacífico, Índico, Glacial Antártico e Glacial Ártico. Se necessário, retomar a leitura do planisfério das aulas 2 e 3 para os alunos localizarem esses oceanos.

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Levar os alunos a refletir a respeito do consumo humano. De toda a água doce disponível (aqueles 2,5% do gráfico à direita acima), apenas uma pequena parcela está acessível. Mostrar a eles este outro gráfico, sobre a quantidade de água realmente disponível para consumo humano: 69,5% da água doce está congelada nos polos; 29,5% encontra-se no subsolo (a maior parte bastante cara para extrair, tratar e filtrar); e quase 1% está plenamente disponível para o consumo. Água doce disponível para o consumo

Gráfico elaborado pelo autor

água congelada nos polos água infiltrada no subsolo água disponível para consumo

Solicitar que esses gráficos sejam arquivados na pasta de cada aluno, para ser aproveitados para a produção final dos cartazes. Reforçar que gráficos como esse permitem organizar melhor as informações nos cartazes, ao transformar parte das informações em textos visuais. Leve-os a notar que um gráfico como esse visa a causar mais impacto no leitor, gerando uma reflexão e um incentivo à ação — neste caso, em favor da conservação da água doce e da conscientização do uso adequado desse recurso natural.

Aulas 5 e 6: A água nos alimentos Começar esta aula propondo que os alunos se sentem em semicírculo, a fim de dinamizar reflexões e trocas de experiências. Explicar aos alunos que precisamos ingerir alimentos para manter a energia do nosso corpo, como um combustível para que ele continue funcionando. Perguntar aos alunos se todos os alimentos possuem os mesmos nutrientes e propor uma atividade de pesquisa.

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Organizar os alunos em grupos para montar uma lista de alimentos. Cada grupo deve ser responsável por pesquisar a quantidade de água que compõe esses alimentos. Para isso, podem acessar a internet ou buscar essas informações em bibliotecas. Caso não encontrem algum dos alimentos listados, é possível substituir por outro alimento; assim, se um aluno não encontrar os nutrientes que compõem uma maçã, terá de buscar esses dados de outra fruta. Essa lista pode retomar o trabalho com a relação entre porcentagem e frações, para facilitar a observação da quantidade de água por alimento. A seguir, uma sugestão para encaminhamento dessa atividade. Quantidade de água nos alimentos Alimento % de água alface, tomate 95% cenoura, batata 90% maçã 85% carne crua bovina 60% pão branco, biscoito 35% macarrão 4%

Fração correspondente 95/100 9/10 17/20 3/5 7/20 1/25

Fonte: FABI, J. P. Água nos alimentos. 2017. (Apresentação de slides.) Disponível em: <https://edisciplinas.usp.br/ pluginfile.php/4095670/mod_resource/content/1/%C3%81gua%20nos%20alimentos%20-%20Bromatologia%20-%20FB A-0201.pdf>. Acesso em: 6 fev. 2018.

Aproveitar esse momento para explicar que os produtos de origem vegetal apresentam uma grande porcentagem de água em sua composição. Sintetizar que, ao ingerirmos uma fruta ou um legume, estamos também ingerindo água. Pedir aos grupos que compartilhem os dados dos alimentos que encontraram. Organizar as falas dos grupos de modo a solicitar que eles falem o alimento, a quantidade de água nele (em porcentual, se for esse o dado que encontraram) e observem se essa quantidade é alta ou baixa em relação ao alimento. Espera-se que percebam que números em torno de 70% a 90% representam alta quantidade de água no alimento. Como apoio, ajudá-los a identificar, entre esses alimentos, aqueles com representações de 10%, 25%, 50%, 75%, a fim de associar respectivamente à décima parte, quarta parte, metade, três quartos, para calcular porcentagens. Encaminhar outras questões para a construção dos conhecimentos sobre a função da água no nosso corpo:     

Vocês acham que precisamos ingerir água todos os dias? É possível notar que nosso corpo perde água durante o dia? De que maneiras? Em qual momento do dia vocês mais sentem sede? Por que vocês acham que precisamos da água no nosso corpo? Onde encontramos água para nosso consumo?

Permitir que os alunos tentem responder às questões propostas, respeitando o momento de fala de cada aluno. Solicitar, para incentivar o envolvimento com o tema, que pesquisem a respeito do tempo que um ser humano consegue ficar sem ingerir líquidos. Ao final do texto, no item Sugestões de materiais para pesquisa dos alunos, há referências que abordam esse tema tratado. Distribuir a turma em três grupos, em que cada um será responsável por pesquisar a respeito do papel da água no corpo humano. Sugerir, na lousa, os temas: 

Localização da água no corpo humano. 29


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 

A água como transporte de substâncias. Eliminação de substâncias e regulação de temperatura.

Complementar as informações, se julgar necessário. É importante destacar que a água é fundamental para o transporte de substâncias como o oxigênio, nutrientes e sais minerais. Além disso, é responsável por retirar do nosso corpo, através da urina, substâncias tóxicas ou excessivas. Atua também para regular a temperatura do corpo através do suor e é parte dos processos fisiológicos, como a digestão, estando presente no suco gástrico, por exemplo.

Aula 7: A água e a produção agroindustrial Ao iniciar esta aula, retomar com os alunos a importância da água para o consumo humano. A presença dela nos vales de rios foi o que permitiu, há cerca de dez mil anos, o surgimento da agricultura. Essa mudança fundamental na relação do ser humano com a natureza foi um acontecimento de grandes consequências, pois possibilitou a fixação por um longo tempo em um mesmo lugar, a criação de aldeias, vilas e, posteriormente, cidades. Com esta introdução histórica, encaminhar uma conversa sobre os outros usos da água além daqueles indicados na Aula 1 – para higiene, consumo e transportes. Ao longo dessa conversa, propor a leitura das fotografias a seguir, que representem outros usos da água. Se não houver possibilidade de uso de um projetor, levar as imagens impressas. Permitir que os alunos citem suas hipóteses antes de apresentar os usos da água representados. A partir de um enfoque geográfico, observar os tipos de trabalho representados explícita ou implicitamente nas imagens, identificando também o setor (agropecuária, indústria, comércio, serviços) de que fazem parte. Relembrá-los de que se trata de um recurso natural abundante, porém disponível de modo limitado ao consumo humano (Aula 4). (A) Setor: primário (agricultura)

Fotokostic/Shutterstock.com

Uso da água: irrigação de plantação.

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(B) Setor: primário (pesca)

Ktsdesign/Shutterstock.com

Uso da água: transporte (pescador) e ambiente de criação de peixes.

(C) Setor: secundário (indústria)

WaitForLight/Shutterstock.com

Uso da água: resfriamento de máquinas em fábrica.

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(D) Setor: primário (pecuária)

Alf Ribeiro/Shutterstock.com

Uso da água: criação de animais.

Partindo desses exemplos das imagens, citar outros com os quais os alunos já devem ter tomado contato, para reflexão a respeito das finalidades dos usos da água.    

Setor: terciário (serviços). Uso da água: fornecimento de água a residências e empresas. Setor: terciário (comércio). Uso da água: venda de água engarrafada. Setor: primário (extração). Uso da água: usina de captação de água para tratamento. Setor: primário (extração). Uso da água: usina de captação de água para geração de energia elétrica.

Explicar que a água é essencial em muitos setores, usada em diversas finalidades que estão ligadas também ao desenvolvimento das sociedades humanas, além da sobrevivência dos seres vivos. Solicitar aos alunos que, ao observar cada foto, escrevam uma frase que sintetize os usos da água nos setores observados. Estas são sugestões de frases que podem ser desenvolvidas:  No setor primário, a água é usada na agricultura e na criação de animais terrestres ou de animais aquáticos.  No setor secundário, ela é utilizada em indústrias para o resfriamento durante os processos de fabricação.

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Essa atividade ajudará a encaminhar as abordagens dos cartazes de conscientização de uso da água. Estima-se que o maior consumo de água no Brasil seja feito pelo setor agrícola e de criação de animais, seguido do industrial. É importante destacar que a água, no Brasil, é a maior responsável pela geração de energia elétrica. Muitas atividades que dependem de eletricidade, portanto, também dependem desse recurso. Pedir aos alunos que tragam, na Aula 8, os problemas causados pelo mau uso da água. Incentivá-los a produzir um desenho ou um texto ou a pesquisar uma fotografia e a criar uma legenda para ela, com o objetivo de mostrar esses problemas, como o desperdício e a poluição das águas. Essa produção deverá ser usada no cartaz, na produção final.

Aula 8: Os maus usos da água Pedir aos alunos que retomem os materiais que pesquisaram ou produziram (desenho, texto, fotografia com legenda etc.). Para iniciar a aula, distribuir ou reproduzir o trecho da música Planeta água. Planeta água [...] Águas escuras dos rios que levam a fertilidade ao sertão Águas que banham aldeias e matam a sede da população [...] Gotas de água da chuva tão tristes são lágrimas na inundação Águas que movem moinhos são as mesmas águas que encharcam o chão [...] ARANTES, Guilherme. Planeta água. In: ______. Amanhã. 1987. Disponível em: <http://guilhermearantes.com/site/br/?albums=1987-amanha>. Acesso em: 6 fev. 2018.

Analisar o trecho da letra da canção com os alunos, observando as referências dessas duas estrofes aos usos da água.

1. O que significa dizer que as águas “levam fertilidade ao sertão”? Qual o uso da água mencionado nesse trecho? Espera-se que os alunos notem o uso da água para irrigação, permitindo o plantio e o desenvolvimento da agricultura de uma região com escassez de água, o sertão do Brasil. O uso é para a produção agropecuária.

2. Qual uso da água está explícito no trecho “aguas que [...] matam a sede da população”? O uso da água para consumo humano.

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3. Por que as gotas de chuva são consideradas “lágrimas na inundação”? O que o autor critica nesse trecho? Há cidades que sofrem com problemas de enchentes e inundações, alagamentos que atingem áreas públicas (ruas, avenidas, praças, parques), áreas residenciais (invadindo casas, por exemplo) e áreas comerciais etc. O autor critica o problema da falta de planejamento urbano para enfrentar as enchentes, principalmente na época de chuvas intensas, em cidades que sofrem com alagamentos.

4. É possível dizer que o autor critica as águas das chuvas por representarem “lágrimas na inundação”? Por quê? Não. Ele não critica a água nem a chuva, pelo contrário, apresenta aspectos positivos dos usos da água: ela ajuda a matar a sede, a levar fertilidade ao sertão, a mover moinhos (sinônimo de geração de energia). As lágrimas na inundação seriam uma representação da tristeza e do sofrimento de pessoas afetadas por enchentes.

Usar a letra da canção para introduzir a reflexão sobre os problemas relacionados aos usos da água. É possível que alunos tenham trazido imagens de alagamentos em áreas urbanas, conforme pedido ao final da Aula 7. Se isso ocorreu, abrir espaço para que esses alunos expliquem por que consideram isso um problema relacionado à água. Permitir que articulem seus pontos de vista livremente e fomentar que os colegas ouçam atentamente suas explicações. Espera-se também que outros alunos tenham abordado problemas como a poluição da água e o desperdício. A partir dessa discussão, questionar:  Será que a água é usada de forma consciente?  Qual a sua opinião sobre o desperdício de água?  Quais as formas de desperdício que vemos no dia a dia? Pedir aos alunos que apresentem exemplos de usos desse recurso de maneira irresponsável, gerando desperdício. Anotar as respostas na lousa e complementar, se necessário, explicando que além dos desperdícios domésticos, que provavelmente serão mais apontados pelos alunos, existem outros problemas que geram esse desperdício, entre eles as falhas em tubulações durante o abastecimento urbano. Da mesma forma que algumas ações geram o desperdício, outras acarretam poluição das águas, tornando-as impróprias para uso e trazendo graves consequências socioambientais. Nas cidades, essa poluição muitas vezes está relacionada à falta de tratamento de esgoto residencial e, principalmente, industrial lançado nos rios. No campo, o principal responsável pela poluição dos recursos hídricos é o uso indiscriminado de agrotóxicos. Além disso, o descarte incorreto de lixo, por parte da população, assim como acidentes marítimos envolvendo vazamento de petróleo, por exemplo, são grandes responsáveis pela contaminação das águas. Este é o momento de iniciar a produção dos cartazes. Pedir que, em um primeiro momento, os alunos recuperem em suas pastas de materiais de pesquisa dados, desenhos, tabelas e outros materiais que poderão usar. O objetivo é criar um cartaz que aborde aspectos relacionados à prevenção do desperdício e de conscientização à conservação desse recurso, além de medidas individuais ou coletivas de combate à poluição dos cursos de água e dos oceanos (esgotos, fluentes industriais, marés negras etc.). 34


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Nesse momento, dividir a turma em grupos para que cada um seja responsável por pesquisar soluções. Na Aula 9, os alunos deverão produzir os cartazes e contribuir com as produções dos colegas, revisando os cartazes uns dos outros antes de serem expostos no ambiente escolar.

Aula 9: Produção dos cartazes Os alunos devem iniciar a organização dos projetos, buscando um problema relacionado ao mau uso da água e propondo uma solução. Para os grupos que já encontraram essas soluções, propor neste momento que revejam suas produções de aulas anteriores a fim de buscar reaproveitá-las, articulando-as à proposta da Aula 8:  A importância da água para usos de transporte e a necessidade de que esses transportes sejam menos poluentes.  A demonstração da pequena quantidade de água disponível para consumo e a necessidade de não a desperdiçar.  A relevância do uso da água em diversos setores produtivos e a importância de usar a água com consciência.  A conscientização de soluções individuais para economizar água em casa. Caso seja necessário, pesquisar com os alunos alguns modelos de cartazes. A produção dos alunos pode conter alguns destes elementos em sua estrutura:  Título: apresenta o problema relacionado ao uso da água.  Corpo: apresenta dados que demonstram a relevância de solucionar esse problema, seja ele um mau uso da água ou uma questão de poluição. Pode conter textos ou gráficos, com argumento e dados que justifiquem o problema.  Imagem, que demonstra uma cena do problema no cotidiano.  Desenhos, para exemplificar ou apontar a magnitude desse problema de forma visual.  Slogan, que pode ser um chamado à ação; uma frase curta que sintetiza o objetivo do cartaz, chamando o leitor a agir em prol do uso adequado da água. Observar no slogan o uso dos verbos. Usar as cartolinas ou os papéis A3, os lápis de cor e as canetas hidrográficas, as tesouras com ponta arredondada e as colas para a montagem dos cartazes. Incentivar que os alunos escrevam uma primeira versão do cartaz no caderno, pensando em um título de poucas palavras que seja chamativo. Caso estejam disponíveis, incentivar os alunos a usarem computadores para a construção de uma prévia do cartaz, facilitando a edição do texto e a pesquisa por fotografias. Usar até 30 minutos nesta etapa. Em um segundo momento, propor que os grupos leiam os cartazes de outros grupos, para apontar dúvidas e pontos de melhoria nos textos. É importante mediar essa avaliação dos cartazes entre os grupos, com o objetivo de trabalhar com as estratégias após a produção do texto, considerando a edição e a revisão do texto, para corrigi-lo e aprimorá-lo, a fim de que o texto seja compreendido pelo leitor. Depois dessa etapa, pedir aos alunos que o reescrevam, em casa ou na biblioteca, após as aulas, com o objetivo de expor os cartazes na escola. Solicitar que tragam os cartazes reescritos na Aula 10.

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Aula 10: Avaliação e troca de experiências A última aula do projeto é dedicada à troca de experiências sobre o desenvolvimento do projeto. Propor uma roda para que os alunos possam fazer as considerações a respeito do que foi realizado. Caso perceba que os alunos estão com dificuldade, direcionar as perguntas:  Do que vocês mais gostaram?  Alguma parte foi mais difícil que outra?  Acham que a pasta de pesquisas ajudou vocês durante a elaboração do texto?  Vocês imaginavam, na primeira aula, que esse seria o resultado do projeto?  O que fariam diferente? Depois da conversa, propor aos alunos que completem os cartazes com o que mais quiserem acrescentar, conforme aspectos levantados nessa última aula.

Sugestões de materiais para a pesquisa dos alunos 

Economia de água. Infográfico indica ações simples para economizar água em casa, e pode ser indicado como sugestão de ações para preservação da água. Disponível em: <http://www.saaesp.sp.gov.br/wp-content/uploads/2014/05/economia-agua.jpg>. Acesso em: 6 fev. 2018.

Tabela brasileira de composição de alimentos. No site é possível consultar uma tabela, disponibilizada pelo Centro de Pesquisa em Alimentos, com a composição nutricional de 1 900 alimentos, entre naturais e industrializados, divididos por grupos alimentares e por região em que são encontrados. Disponível em: <http://www.nware.com.br/ tbca/tbca/>. Acesso em: 14 jan. 2018.

Mundo estranho. No link é possível acessar a matéria “Quanto tempo resistimos sem comer nem beber?”, que discorre sobre as consequências da falta de alimentos e da água no nosso organismo. Disponível em: <https://mundoestranho.abril.com.br/saude/ quanto-tempo-resistimos-sem-comer-nem-beber/>. Acesso em: 24 jan. 2018.

A vida no limite: a ciência da sobrevivência. O livro de Frances Ashcroft aborda os desafios encontrados em ambientes hostis, como grandes altitudes, frio extremo ou sem acesso à água. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2001.

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Avaliação Aulas 1

2e3

4 5e6 7

8

9

10

Proposta de avaliação Avaliar a participação nas discussões propostas, percebendo se os alunos respeitam a vez de fala dos demais colegas. É possível avaliar o conhecimento prévio dos alunos sobre as funções da água. Avaliar a participação dos alunos tanto nas pesquisas propostas como nas discussões levantadas. Avaliar se os alunos conseguem estabelecer as relações entre os diferentes usos da água, observando o caso particular dos meios de transporte aquáticos, e compreendendo a importância das expansões marítimas para a História e a relevância da água do oceano para o planeta Terra. Observar a postura dos alunos na realização do experimento de criação da bússola, desde a curiosidade e a atenção ao longo dos processos até o interesse na produção dos resultados da observação. Avaliar se os alunos conseguem entender as relações gráficas, porcentuais e fracionárias dos dados sobre a água disponível na Terra. Considerar o interesse deles nas atividades e na pesquisa. Avaliar o entendimento dos alunos quanto à necessidade da água e dos alimentos para o funcionamento do corpo humano. Devem ser avaliados, também, quanto à autonomia na pesquisa proposta e na apresentação das informações para a turma. Avaliar se os alunos conseguem perceber a importância da água para o desenvolvimento humano, entendendo as causas e consequências da utilização inadequada dos recursos hídricos. Avaliar, também, se participam das discussões e pesquisa proposta. Avaliar se conseguiram analisar e interpretar a letra de canção, inferindo e localizando informações implícitas ou explícitas. Observar a reflexão construída a respeito dos problemas do mau uso das águas e a articulação dos alunos em relacionar esse problema ao lugar em que vivem. Durante a aula, avaliar se os alunos conseguiram realizar as pesquisas, coletando informações diversas sobre os temas propostos, com autonomia. Avaliar a proatividade dos alunos na produção dos cartazes e a capacidade deles em trabalhar em grupo. Considerar ainda a recepção deles às críticas dos colegas, na etapa de revisão dos cartazes. Avaliar a participação dos alunos durante a atividade, percebendo se respeitam a vez fala dos demais.

Avaliação final Durante todas as etapas do projeto é possível avaliar o desenvolvimento dos alunos sobre o entendimento dos temas propostos. Essas avaliações podem acontecer tanto no decorrer das atividades sugeridas como também na participação durante as explicações e nos momentos destinados às discussões. É importante perceber se os alunos se envolveram no projeto, dedicando-se às pesquisas e à elaboração do texto dos cartazes. Os alunos devem ter conseguido espaço para realizar as atividades com maior autonomia, tendo o professor como orientador das atividades propostas. Avaliar se os alunos trabalharam com empatia, respeitando os momentos de fala e de ação dos demais envolvidos na execução das tarefas. Ao final do projeto eles devem estabelecer uma nova relação com a água, entendendo a sua importância ao longo da História. Por isso é importante que retomem, ao final, uma nova postura em relação aos usos conscientes da água e à conservação desse recurso.

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5o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – Projeto integrador: Língua Portuguesa, História, Geografia, Matemática e Ciências

Realizar também uma avaliação do projeto como um todo, analisando se conseguiram realizar o que foi proposto, o tempo determinado para cada uma das etapas e o envolvimento dos alunos. A conversa final, na última aula, é um importante recurso para receber o retorno dos alunos, sendo possível perceber se visualizaram a exposição dos cartazes como resultado do próprio trabalho.

Referência bibliográfica complementar ● BRUNI, José Carlos. A água e a vida. Tempo social (Rev. Sociol. USP), São Paulo, 1993, p. 53-65. Disponível em: <http://www.journals.usp.br/ts/article/view/84942/87671>. Acesso em: 14 jan. 2018. Nesse artigo, o sociólogo busca a interpretação da frase do filósofo Tales de Mileto, ao afirmar que tudo é água.

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História – 5o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 1a sequência didática

1a sequência didática: A importância da agricultura e do comércio Conheceremos de que forma a agricultura foi uma atividade essencial para o desenvolvimento dos povos mesopotâmicos. Também estudaremos como a origem do comércio só foi possível graças ao aprimoramento das atividades agrícolas.

Relação entre BNCC, objetivos e conteúdos Objeto de conhecimento Habilidade

O que forma um povo?: da sedentarização aos primeiros povos 

(EF05HI01) Identificar os processos de formação das culturas e dos povos, relacionando-os com o espaço geográfico ocupado.

 

Analisar a importância da agricultura para a sedentarização. Reconhecer a importância dos rios para a formação e o desenvolvimento de povos antigos. Perceber que o comércio está relacionado ao desenvolvimento da agricultura. Reconhecer que os povos mesopotâmicos também realizavam o comércio. Compreender que o comércio possibilita a integração de diferentes regiões. Identificar a importância das atividades comerciais para o surgimento de novos tipos de organização social e política. Importância da agricultura Importância do comércio Os produtos comercializados pelos mesopotâmicos

 Objetivos de aprendizagem

  

Conteúdos

  

Objeto de conhecimento

O papel das religiões e da cultura para a formação dos povos antigos

Habilidade Objetivo de aprendizagem Conteúdos

(EF05HI03) Analisar o papel das culturas e das religiões na composição identitária dos povos antigos.

Compreender que o cotidiano de povos antigos estava atrelado à religiosidade.

 

Prece a Ishtar Características gerais dos povos mesopotâmicos

Materiais e recursos      

Texto impresso da Prece a Ishtar Folha de papel sulfite Lápis de cor Canetas hidrográficas Imagens impressas de produtos comercializados pelos povos mesopotâmicos Mapa-múndi 39


História – 5o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 1a sequência didática

Desenvolvimento 

Quantidade de aulas: 2 aulas

Aula 1 Entregar e fazer a leitura coletiva de uma prece dirigida a Ishtar, deusa da fertilidade para os povos mesopotâmicos. Explicar que ela é um importante documento histórico, que nos dá indícios sobre a sociedade que a produziu. Prece a Ishtar

Possa ele [o rei] tornar os campos produtivos como o cultivador, Possa ele multiplicar os rebanhos como um pastor de confiança. Sob seu reinado, que haja plantas e grãos, Que, no rio, haja água de sobra, Que no campo possa haver uma segunda colheita, Que no pântano haja peixes e os pássaros façam muito ruído [...] Que nas florestas os cervos e as cabras selvagens se multipliquem, Que o jardim irrigado produza mel e vinho, Que nos sulcos as alfaces e verduras cresçam altas, Que no palácio haja longa vida, Que ao Tigre e ao Eufrates água da cheia seja trazida, Que em suas margens a erva cresça alta e possam os prados ser cobertos, Que a sagrada rainha da vegetação acumule o grão em altos montes e pilhas Ó minha rainha, rainha do universo, a rainha que barca o universo Que ele desfrute de longos dias em teu regaço sagrado! PRECE a Ishtar. In: CARDOSO, Ciro Flamarion. Antiguidade oriental: política e religião. São Paulo: Contexto, 1990. p. 37.

Após a leitura da prece, perguntar aos alunos quais foram as palavras que eles não compreenderam. Possivelmente, eles poderão citar “sulcos”, “irrigado”, “prados”, “barca” e “regaço”. Pedir-lhes, então, que procurem os seus significados em um dicionário e os anotem no caderno ou na própria folha em que o texto foi impresso. Na sequência, trabalhar a interpretação da oração com os alunos. Estimular a discussão com perguntas, como: “O que essa prece solicita à deusa Ishtar?”, “A que atividade econômica esses pedidos estão ligados?”, “Com base nesses pedidos, vocês sabem dizer a que característica da natureza a deusa Ishtar está associada?”, “Que rios são citados no texto?”, “Que povo antigo se desenvolveu no entorno desses rios?”, entre outras questões.

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História – 5o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 1a sequência didática

É importante que os alunos consigam identificar que a prece em questão pede à deusa Ishtar que os rios continuem com água em abundância para o cultivo de alimentos e a criação de animais, e que as colheitas sejam prósperas, assim como a produção de mel e vinho e a vida humana. Comentar que alguns trechos da oração, como “Possa ele multiplicar os rebanhos como um pastor de confiança”, “Que no campo possa haver uma segunda colheita” e “Que nos sulcos as alfaces e verduras cresçam altas”, entre outras passagens, dizem respeito às atividades agrícolas e pecuárias, muito importantes para a sobrevivência de povos antigos, como os mesopotâmicos. Explicar que, devido ao surgimento da agricultura, foi possível que os grupos humanos pudessem se fixar em determinado espaço, deixando a vida nômade de lado, isto é, não precisariam mais se deslocar de um local a outro à procura de alimentos. Nesse sentido, os alunos devem perceber que a deusa Ishtar, à qual a prece se dirige, está associada à fertilidade, ou seja, à reprodução das plantas e dos animais de modo a garantir as necessidades da população. Também é essencial que os alunos identifiquem, na prece, os rios Tigre e Eufrates, em torno dos quais floresceram os povos da Mesopotâmia. Assim, pode-se explicar que os rios foram essenciais para o desenvolvimento agrícola e, consequentemente, desses povos, bem como apresentar algumas características gerais dos mesopotâmicos por meio da própria oração: além da prática da agricultura e da criação de animais, ressaltar a religiosidade, já que o texto é uma prece dirigida a uma deusa ligada à fertilidade, e a centralização política em torno de um rei, pois a oração pede que toda essa abundância ocorra durante determinado reinado. Nessa perspectiva, pode-se abordar que os mesopotâmicos eram politeístas, isto é, acreditavam em diversos deuses que estavam associados a diferentes fenômenos da natureza ou às características humanas, e estavam organizados em torno de um Estado (havia um rei, que administrava uma localidade). Se considerar oportuno, explicar que o surgimento do Estado está ligado ao desenvolvimento da agricultura, pois essa atividade proporcionou o aumento da produção de alimentos e o crescimento populacional, dando origem às primeiras aldeias e cidades. Conforme essas aglomerações e as relações humanas se desenvolviam, tornou-se cada vez mais necessária a criação de um mecanismo para organizá-las e administrá-las: o Estado. Para concluir a atividade, orientar os alunos a ilustrar a Prece a Ishtar em uma folha de papel sulfite, recorrendo aos elementos presentes na oração.

Avaliação Avaliar, primeiramente, se os alunos prestaram atenção e compreenderam o tema da oração. Em um segundo momento, verificar se os alunos conseguiram compreender algumas características gerais dos mesopotâmicos e reconhecer a agricultura como uma atividade primordial. Procurar avaliar os desenhos finais, observando se os alunos se ativeram à proposta, isto é, se ilustraram a oração com base em seus elementos. Por exemplo, os alunos podem desenhar um rio e, ao seu redor, o cultivo de alimentos e a criação de animais.

Para trabalhar dúvidas Caso os alunos apresentem dificuldades para compreender o que foi estudado nessa aula, pedir que respondam às perguntas a seguir.

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História – 5o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 1a sequência didática

1. Circule as palavras do quadro que têm relação com os povos mesopotâmicos. agricultura

nomadismo criação de animais

politeísmo

pintura rupestre

formação do Estado

As palavras circuladas devem ser: agricultura, politeísmo, criação de animais, formação do Estado.

2. Que mudança importante ocorreu na vida dos grupos humanos com o surgimento da agricultura? Os alunos devem responder que, com o surgimento da agricultura, foi possível a sedentarização dos grupos humanos.

3. A agricultura era uma atividade importante para os povos antigos, como os mesopotâmicos? Por quê? Os alunos devem responder que a agricultura era essencial para os povos antigos porque era por meio dessa atividade que eles conseguiam boa parte dos alimentos para sua sobrevivência.

Aula 2 Organizar os alunos em uma roda de conversa e levantar os conhecimentos prévios deles sobre o comércio. Para isso, fazer perguntas como: “O que é comércio?”, “Qual é a finalidade do comércio?”, “Por que o comércio é importante?”, entre outras. A proposta é que eles indiquem características básicas das atividades comerciais, como a venda e a compra de mercadorias, a integração entre diversas regiões do mundo, a geração de empregos etc. Se achar oportuno, anotar na lousa as respostas dos alunos e, a partir delas, iniciar o estudo sobre o comércio na Antiguidade. Dando continuidade às características dos povos mesopotâmicos iniciados na aula anterior, explicar aos alunos que o surgimento do comércio, assim como do sedentarismo, só foi possível a partir do desenvolvimento da agricultura. Comentar que, com o tempo, os grupos humanos começaram a cultivar mais alimentos do que era necessário para a sua sobrevivência, gerando excedentes agrícolas. Esses excedentes começaram, então, a ser trocados por outros alimentos e produtos artesanais de outras aldeias próximas. O processo de troca de excedentes deu origem ao comércio. É importante explicar que, nos primórdios do comércio, ainda não existia uma moeda como hoje e que, portanto, a forma de comercializar era por meio do escambo, ou seja, trocas de produtos. Com o tempo, muitos povos antigos começaram a usar peças de metais, como cobre e chumbo, como forma de pagamento. Nessa perspectiva, comentar que as atividades comerciais foram importantes para o desenvolvimento das cidades, que passaram a realizar, também, o comércio à distância.

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História – 5o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 1a sequência didática

Para os alunos compreenderem essa dinâmica, levar para a aula e mostrar a eles algumas imagens de produtos comercializados pelos povos mesopotâmicos. Abaixo, indicamos algumas sugestões de imagens que podem ser usadas durante a atividade. Utilizar um mapa-múndi para mostrar os locais de origem desses produtos, inclusive a região da antiga Mesopotâmia.

allstars/Shutterstock.com

Trigo, cultivado pelos mesopotâmicos.

Jiri Vaclavek/Shutterstock.com

Diana Taliun/Shutterstock.com

Lentilha, cultivada pelos mesopotâmicos.

macrowildlife/Shutterstock.com

Lápis-lázuli, pedra preciosa usada para confeccionar joias, adquirida na Índia.

Ouro, que era adquirido na Europa e na Índia.

Phatthanit/Shutterstock.com

Maksym Bondarchuk/Shutterstock.com

Linho, tecido produzido pelos mesopotâmicos.

Vaso de cerâmica, que era fabricado pelos mesopotâmicos.

Vergani Fotografia/Shutterstock.com

Gergelim, cultivado pelos mesopotâmicos.

smereka/Shutterstock.com

Madeira, adquirida da atual região do Líbano.

Christopher PB/Shutterstock.com

Estanho, que era adquirido na Ásia menor e em outras regiões.

Após os alunos observarem as imagens e suas respectivas legendas, pedir-lhes que identifiquem quais produtos eram adquiridos pelos mesopotâmicos e quais serviam como moeda de troca. É importante eles identificarem que o trigo, a lentilha e o gergelim, bem como o linho e o vaso de cerâmica, eram cultivados e confeccionados por esses povos, respectivamente, e que o lápis-lázuli, o ouro, o estanho e a madeira eram adquiridos de outras regiões. Para exemplificar, pergunte-lhes como os mesopotâmicos poderiam adquirir madeira. Os alunos devem perceber que eles poderiam usar como forma de pagamento uma quantidade determinada de trigo. Para as transações de metais e pedras preciosas, que eram mais cobiçados, esses povos usavam animais, tecidos e objetos manufaturados na troca. Os metais eram escassos na Mesopotâmia, e isso pode ser usado como exemplo da importância do comércio, que possibilita adquirir recursos e outros produtos que não existem ou são pouco encontrados no local em que se vive. 43


História – 5o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 1a sequência didática

Na sequência, comentar que o comércio à distância promoveu a integração de várias regiões e, consequentemente, um intercâmbio cultural. Usando novamente as imagens e o mapa, mostrar que o ouro, por exemplo, era adquirido pelos mesopotâmicos na Europa e na Índia. A partir disso, explicar aos alunos que o transporte das mercadorias era feito por meio dos rios, principalmente o Eufrates, e por caminhos terrestres, utilizando animais como meios de transporte. Para finalizar, apontar que o desenvolvimento comercial contribuiu, também, para o surgimento de novas formas de organização social e de relação entre os povos, a exemplo da origem do Estado.

Para trabalhar dúvidas Caso os alunos apresentem dificuldades para compreender o que foi estudado nessa aula, pedir que respondam às perguntas a seguir.

1. É correto afirmar que os povos mesopotâmicos só tinham como atividade econômica a agricultura? Por quê? Os alunos devem responder que não porque, apesar de a agricultura ser o principal meio de sobrevivência dos mesopotâmicos, o comércio com povos vizinhos e à distância também foi desenvolvido por eles.

2. Que tipos de produtos eram comercializados pelos povos mesopotâmicos?

Os alunos devem citar, como exemplos, produtos agrícolas, objetos manufaturados, metais e pedras preciosas.

Avaliação Durante as atividades propostas, avaliar se os alunos compreenderam que o comércio, a princípio, era feito por meio de trocas de produtos agrícolas e artesanais e, depois, também por meio do escambo de pedras, metais preciosos e outros tipos de mercadorias. Verificar, também, se os alunos compreenderam que a origem do comércio está relacionada ao desenvolvimento da agricultura.

Ampliação Levar para a aula a imagem a seguir, que mostra sumérios navegando em um rio, e pedir que os alunos a analisem, respondendo às questões:  O que essa imagem revela sobre os costumes dos sumérios?  Os elementos mostrados na imagem a seguir eram usados em que tipo de atividade econômica dos povos mesopotâmicos?

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História – 5o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 1a sequência didática

Fedor Selivanov/Shutterstock.com

Gravura suméria em pedra que representa homens navegando em um rio.

É importante que os alunos reconheçam que a imagem mostra quatro homens navegando em um rio com uma embarcação a remo, revelando que os sumérios já tinham o conhecimento de técnicas de navegação e de fabricação de embarcações. Eles também devem compreender que a navegação em rios era um meio usado pelos povos mesopotâmicos para transportar mercadorias que seriam comercializadas. A proposta da atividade é levar os alunos a exercitar a leitura e a interpretação de imagens históricas, reconhecendo que elas carregam muitas informações sobre determinado período e cultura.

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História – 5o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 2a sequência didática

2a sequência didática: A escrita e seu papel na organização do Estado Conheceremos a importância da escrita para a humanidade e como ela se transformou ao longo do tempo. Além disso, estudaremos o conceito de Estado, levando em consideração o contexto de florescimento dos povos mesopotâmicos e a análise de um documento escrito na época: o Código de Hamurabi.

Relação entre BNCC, objetivos e conteúdos Objeto de conhecimento Habilidade Objetivos de aprendizagem Conteúdos

Objeto de conhecimento Habilidade

Objetivos de aprendizagem Conteúdo

As formas de organização social e política: a noção de Estado 

(EF05HI02) Identificar os mecanismos de organização do poder político com vistas à compreensão da ideia de Estado.

    

Compreender o conceito de Estado. Reconhecer as características do Estado na Mesopotâmia. Identificar as principais medidas do Código de Hamurabi. A origem do Estado O Código de Hamurabi

O surgimento da escrita e a noção de fonte para a transmissão de saberes, culturas e histórias  (EF05HI06) Comparar o uso de diferentes linguagens no processo de comunicação e avaliar os significados sociais, políticos e culturais atribuídos a elas.  Reconhecer a importância da escrita para a comunicação e para o registro de documentos jurídicos.  Identificar as situações do cotidiano em que usamos a escrita.  Compreender que a escrita pode sofrer mudanças com o tempo.  A escrita mesopotâmica: origem e mudanças

Materiais e recursos     

Folha de papel sulfite Imagens impressas de diferentes tipos de escrita da Antiguidade e atuais Ficha de análise sobre a escrita Trecho do Código de Hamurabi Ficha de análise sobre o Código de Hamurabi

Desenvolvimento 

Quantidade de aulas: 2 aulas

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História – 5o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 2a sequência didática

Aula 1 Nessa aula, discutir com os alunos sobre a importância da escrita para a humanidade. Perguntar para que serve a escrita e em que situações do dia a dia eles a usam. Os alunos devem compreender que a escrita é um meio de comunicação no qual as pessoas usam sinais para expressar algo e, portanto, pode ser usada em diversas tarefas cotidianas, como na elaboração de uma carta, para estudar, para registrar um momento importante em um diário, para conversar com um amigo ou familiar em um aplicativo de mensagens, entre outras atividades. Registrar na lousa as respostas dos alunos. Na sequência, apresentar aos alunos algumas imagens de escrita na Antiguidade, como a cuneiforme desenvolvida pelos sumérios, e na atualidade. Elas servirão para que os alunos percebam que a escrita passou por diversas mudanças, tanto na forma de se escrever, quanto nos suportes utilizados para ser registrada, entre outros aspectos. A seguir, indicamos algumas imagens que podem ser utilizadas durante a atividade.

Adam Jan Figel/Shutterstock.com

Tablete de argila com escrita cuneiforme indicando a ração de alimentos.

Fedor Selivanov/Shutterstock.com

Hieróglifos na parede, escrita desenvolvida pelos antigos egípcios.

Sasha Ka/Shutterstock.com

Aplicativo de mensagem de celular.

Rui Manuel Teles Gomes/Shutterstock.com Eiko Tsuchiya/Shutterstock.com

Palavras em português e inglês.

Livro antigo em português.

Explicar aos alunos que uma das primeiras escritas conhecida foi inventada pelos sumérios, um dos povos da Mesopotâmia. Comentar que ela é chamada de escrita cuneiforme, porque os sumérios usavam um instrumento pontiagudo, uma cunha, para fazer o registro em uma tabuleta de argila. Explicar que o surgimento da escrita foi fundamental para facilitar a organização de tarefas, como, por exemplo, fazer o censo da população, registrar as colheitas, anotar a arrecadação de tributos e a entrada e saída de mercadorias, entre outros aspectos. Na sequência, orientar a observação das imagens, perguntando as diferenças que eles percebem entre os tipos de escrita mais antigos e os atuais: “Como é o formato da escrita?”, “Que instrumento foi usado para escrever?”, “Em que suporte ela foi registrada?”, “Esse material é digital, impresso ou escrito à mão?”, “Qual dessas escritas parece ser mais complexa?”, “Qual dessas escritas é mais simples?” etc. Essas perguntas permitem que os alunos identifiquem que a escrita mudou muito ao longo do tempo. É importante que eles compreendam que essas transformações estão presentes nos instrumentos usados para escrever (cunha, caneta, celular, computador etc.), no jeito de escrever, no formato das letras, na sua função, etc. 47


História – 5o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 2a sequência didática

Como fechamento, promover uma reflexão sobre a importância de saber ler e escrever para o desenvolvimento cultural e intelectual do indivíduo.

Para trabalhar dúvidas Caso os alunos apresentem dificuldades para compreender o que foi estudado nesta aula, pedir que respondam às perguntas a seguir.

1. Assinale os itens que mostram em que situações podemos usar a escrita. ( ( ( ( (

) Elaborar uma carta. ) Estudar. ) Na hora de comer. ) Produzir um livro. ) Tomar banho

( ( ( (

) Anotar um recado. ) Conversar em aplicativos de mensagens. ) Tirar documentos oficiais. ) Na hora de dormir.

Os alunos devem assinalar: elaborar uma carta, estudar, produzir um livro, anotar um recado, conversar em aplicativos de mensagens, tirar documentos oficiais.

2. A escrita permanece do mesmo jeito desde a época em que surgiu.

Essa frase é verdadeira ou falsa? Justifique. Espera-se que os alunos respondam que a frase é falsa, pois a escrita mudou ao longo do tempo em diversos aspectos, como no formato das letras e nos materiais utilizados para escrever.

Avaliação Avaliar se os alunos compreenderam, por meio das atividades propostas, que a escrita pode ser usada em inúmeras atividades do cotidiano com o objetivo de comunicar ou registrar algo. Também observar se os alunos compreenderam que a escrita não é a mesma desde os tempos dos sumérios, pois se transformou muito ao longo do tempo.

Aula 2 Para dar continuidade à aula anterior, é interessante apresentar aos alunos um trecho do Código de Hamurabi, documento escrito produzido pelos mesopotâmicos, reproduzido a seguir. [...] 6o – Se alguém furta bens do deus ou da corte deverá ser morto; e [...] quem recebeu dele a coisa furtada também deverá ser morto. [...] 8o – Se alguém rouba um boi ou uma ovelha ou um asno ou um porco ou um barco, se a coisa pertence ao deus ou à corte, deverá dar trinta vezes tanto; se pertence a um liberto, deverá dar dez vezes tanto; se o ladrão não tem nada para dar, deverá ser morto. 48


História – 5o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 2a sequência didática

[...] 55o – Se alguém abre o seu reservatório d'água para irrigar, mas é negligente e a água inunda o campo de seu vizinho, ele deverá restituir o trigo conforme o produzido pelo vizinho. [...] 197o – Se ele quebra o osso a um outro, se lhe deverá quebrar o osso. [...] 200o – Se alguém parte os dentes de um outro, de igual condição, deverá ter partidos os seus dentes. [...] 206o – Se alguém bate um outro em rixa e lhe faz uma ferida, ele deverá jurar: “eu não o bati de propósito”, e pagar o médico. [...] 218o – Se um médico trata alguém de uma grave ferida [...] e o mata ou lhe abre uma incisão com a lanceta de bronze e o olho fica perdido, se lhe deverão cortar as mãos. DHNET. Código de Hamurabi. Disponível em: <http://www.dhnet.org.br/direitos/anthist/hamurabi.htm>. Acesso em: 10 jan. 2018.

Após a leitura do texto, propor a análise de sua interpretação, fazendo as seguintes perguntas: “Que medidas o Código de Hamurabi apresenta?”, “Quais desses artigos trata de furto e roubo?”, “Quais desses artigos têm relação com a atividade agrícola?”, “Que artigos versam sobre o crime de agressão física?” e “Que artigo aborda uma profissão?”. É importante que os alunos identifiquem que o documento é um código de leis que apresenta uma série de artigos sobre as punições para diferentes tipos de crimes e situações conflituosas. Eles devem compreender que os artigos 6o e 8o tratam dos crimes de furto e roubo; o artigo 55o apresenta uma punição relacionada à atividade agrícola; os artigos 197o, 200o e 206o versam sobre os crimes de agressão física; e, por fim, o artigo 218o aborda a punição para um erro médico. Se achar oportuno, montar um quadro na lousa, como o modelo a seguir, para organizar as respostas, e pedir para os alunos copiarem o quadro no caderno. Número do artigo

Delito ou crime

Punição

Em seguida, explicar que o Código de Hamurabi é considerado o primeiro conjunto de leis mais completo e organizado da Antiguidade. Elaborado pelos babilônicos (um dos povos da Mesopotâmia) em escrita cuneiforme, sob a ordem do rei Hamurabi, o código apresenta uma série de regras para as relações de trabalho, a vida familiar, a vida social, o julgamento de crimes, entre outros aspectos, e tem como máxima a frase “olho por olho, dente por dente”. Nesse momento, pode-se perguntar aos alunos se eles já ouviram esse ditado e de que forma ele se relaciona aos trechos do código que acabaram de ler.

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História – 5o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 2a sequência didática

É importante ficar claro que esse princípio significa que um indivíduo que cometeu determinada infração será julgado e punido na mesma proporção que o delito cometido. Por exemplo, se um médico cometer um erro grave que leve à morte do seu paciente, ele terá as suas mãos, que é um importante instrumento para o exercício de sua profissão, cortadas (voltar ao artigo 218o do código). Explicar que o julgamento também considerava a origem social do infrator e da vítima: se a vítima tivesse uma condição social inferior à do infrator, este deveria recompensá-la por meio de um pagamento em dinheiro; mas se a condição social do infrator e da vítima fosse igual, a punição seguiria o princípio “olho por olho, dente por dente”. É importante tomar cuidado durante a explicação, apontando que muitos trechos do Código de Hamurabi impõem ações violentas para resolver conflitos. Por isso, é essencial argumentar que a justiça pode ser feita por vias pacíficas, valorizando sempre as atitudes de diálogo e respeito. Se considerar oportuno, fazer uma comparação com os dias atuais, evidenciando que as ideias de justiça, leis e direitos mudam ao longo do tempo. Comentar também que, para além dos aspectos jurídicos, o Código de Hamurabi revela características dos costumes e do cotidiano dos povos mesopotâmicos. Nesse momento, retomar os artigos do documento. Por exemplo, nos artigos 6o e 8o pode-se inferir que os mesopotâmicos faziam oferendas aos deuses (“Se alguém furta bens do deus...” e “Se alguém rouba um boi ou uma ovelha ou um asno ou um porco ou um barco, se a coisa pertence ao deus...”). O artigo 8o também menciona o termo “liberto”, indicando que, portanto, havia os não libertos, ou seja, escravos. Já segundo o artigo 55o pode-se afirmar que esse povo praticava a agricultura, enquanto o artigo 218o revela a existência de médicos. Na sequência, apontar como a escrita cuneiforme foi importante para o desenvolvimento e a organização das atividades do Estado. Para isso, retomar, nesse momento, o processo de origem do Estado, que foi necessário na medida em que as cidades cresciam e as relações sociais tornavam-se cada vez mais complexas. Nesse contexto, foi preciso criar uma estrutura de poder com regras e funcionamentos próprios para administrar uma grande região e resolver os conflitos internos. Comentar, portanto, que uma das funções do Estado é criar leis para manter a sociedade em harmonia. Como exemplo, tem-se o próprio Código de Hamurabi, que reúne leis de várias regiões mesopotâmicas unificadas por um governante e registradas para que todos as respeitassem, revelando o papel e o poder do Estado.

Para trabalhar dúvidas Caso os alunos apresentem dificuldades para compreender o que foi estudado nesta aula, pedir para que respondam às perguntas a seguir.

1. O que é o Código de Hamurabi?

O Código de Hamurabi é um conjunto de leis elaborado pelos babilônicos durante o governo de Hamurabi e que trata de regras para relações de trabalho, vida familiar, vida social, julgamento de crimes, entre outros aspectos.

2. Que relação podemos estabelecer entre a escrita cuneiforme e a organização do Estado? Por meio da escrita cuneiforme foi possível registrar diferentes atividades do governo, como as leis.

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História – 5o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 2a sequência didática

Avaliação Avaliar, primeiro, se os alunos prestaram atenção e compreenderam o que o Código de Hamurabi aborda. Depois, verificar se eles conseguiram identificar as medidas estabelecidas em cada artigo de lei apresentado e se compreenderam o significado da máxima “olho por olho, dente por dente”. Averiguar, também, se entenderam que o documento foi registrado em escrita cuneiforme pelos babilônicos e se reconheceram que esse código apresenta, além dos aspectos jurídicos, outros elementos do cotidiano dos povos mesopotâmicos.

Ampliação Discutir a seguinte questão: “por que os registros escritos são importantes documentos históricos?”. O objetivo da atividade é levar os alunos à compreensão de que os documentos escritos revelam diversas informações sobre um acontecimento, uma comunidade, uma pessoa, um país etc., contribuindo para ampliar os conhecimentos históricos. Para auxiliar no entendimento da atividade, é possível citar como exemplo o próprio Código de Hamurabi. Mostrar que esse código só chegou até nós porque foi preservado ao longo do tempo. Retomar que esse documento revela algumas características dos povos mesopotâmicos, como a prática de atividades agrícolas, o culto aos deuses, a criação de animais, além do próprio conhecimento da escrita, entre outros aspectos. É importante evitar que os alunos considerem que apenas os documentos escritos são fontes históricas. Lembrar-lhes, assim, que existem outros tipos de fontes históricas materiais e imateriais, como objetos pessoais, utensílios domésticos, pinturas, crenças, mitos, canções etc., dando também a devida importância às fontes orais.

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História – 5o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 3a sequência didática

3a sequência didática: Religiosidade no Egito antigo Nesta sequência didática, analisaremos a importância da religião no cotidiano dos antigos egípcios, identificando alguns deuses e suas atribuições. Compreenderemos como ocorria o processo de mumificação e de que forma esse costume estava relacionado à crença na vida eterna. Além disso, estudaremos o que era o Tribunal de Osíris por meio da análise de uma imagem, identificando também alguns aspectos da arte egípcia.

Relação entre BNCC, objetivos e conteúdos Objeto de conhecimento Habilidade

Objetivos de aprendizagem

Conteúdos

O papel das religiões e da cultura para a formação dos povos antigos 

(EF05HI03) Analisar o papel das culturas e das religiões na composição identitária dos povos antigos.

      

Conhecer e analisar um mito de criação dos antigos egípcios. Identificar alguns deuses do panteão egípcio. Reconhecer a importância da religião no Egito antigo. Compreender a função religiosa da mumificação. Compreender o significado do Tribunal de Osíris. Reconhecer algumas características da arte egípcia. Perceber que a arte egípcia revela aspectos do modo de vida no Egito antigo. Deuses egípcios Mumificação Crença na vida eterna Pinturas funerárias Tribunal de Osíris

    

Materiais e recursos      

Folha de papel sulfite Texto impresso: O mito de criação do mundo Ficha de análise sobre os deuses egípcios Imagens impressas de múmias e sarcófagos do Egito antigo Imagem impressa de pintura que representa o Tribunal de Osíris Imagens impressas da arte no Egito antigo

Desenvolvimento 

Quantidade de aulas: 2 aulas

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História – 5o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 3a sequência didática

Aula 1 Entregar aos alunos e ler com eles o texto a seguir, que aborda a origem do mundo e da mumificação no Egito antigo. [...] “No começo” não existia nada, somente Nun, o oceano primordial, no qual surgiu uma montanha e, nela, o deus Atum, o completo e autocriado. Do seu sêmen criou o deus Shu, a atmosfera, e para ele uma mulher, a deusa Tefnut, a umidade. Esse casal deu à luz Geb, a terra, e Nut, o céu, que se tornaram pais de Osíris, e sua mulher, Ísis, e de Seth, e sua mulher, Néftis. [...] O foco do conflito no mito eram os dois irmãos: Osíris e Seth. Seth tinha inveja de todas as boas criações de Osíris, relacionadas basicamente com a produção agrícola. Então assassinou o irmão e desmembrou o seu corpo, e espalhou-o em diversas partes pelo Egito. Entretanto, a sua irmã (esposa de Osíris, Ísis) conseguiu reunir os pedaços e realizar a primeira mumificação da história egípcia, reconstruindo o corpo dele e concebendo um filho – Hórus. [...] [Hórus] foi escolhido por um tribunal de deuses para governar o Egito. BAKOS, Margaret Marchiori. Fatos e mitos do Antigo Egito. Porto Alegre: EdiPUCRS, 2014. p. 58-59.

Após a leitura do texto, trabalhar a interpretação do mito com os alunos. Estimular a discussão com perguntas, por exemplo: “Como o mundo surgiu, de acordo com os antigos egípcios?”, “Quais são os deuses citados no mito e o que eles representam?”, “Como os antigos egípcios explicam a origem da mumificação?”, entre outras questões. É importante os alunos compreenderem que, segundo o mito, o mundo surgiu a partir de Nun, o oceano primordial que deu origem a uma montanha e ao deus Atum. Este criou um casal de deuses, Shu e Tefnut, que representariam a atmosfera e a umidade, respectivamente. O casal, por sua vez, deu à luz Geb e Nut, que seriam a terra e o céu. Além desses deuses, o mito cita Osíris, Ísis, Seth, Néftis e Hórus. Contar aos alunos que Osíris, após ser morto por seu irmão e mumificado por Ísis, tornou-se o rei do mundo dos mortos. Ísis, por sua vez, era a deusa-mãe da fertilidade e da proteção da natureza; Seth, o deus do caos; Néftis, a deusa dos rituais funerários e da escuridão; e Hórus, deus da vingança e protetor da realeza egípcia. Para facilitar a identificação dos deuses do mito, pode-se pedir aos alunos que completem uma ficha, conforme o modelo abaixo. Nome do deus ou da deusa

Participação na criação do mundo

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História – 5o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 3a sequência didática

Dando sequência à resolução das perguntas, os alunos devem identificar que a mumificação também é explicada, pelos antigos egípcios, por meio de um mito, no qual Seth mata Osíris por inveja, desmembra o seu corpo e o espalha por todo o Egito. Ísis, porém, consegue recuperar os restos mortais de Osíris e reconstruir seu corpo. Nesse momento, perguntar aos alunos de que forma eles associam o mito à mumificação. A ideia é eles perceberem que a intenção de Ísis foi preservar o corpo de Osíris. Depois, explicar que a mumificação é a técnica criada pelos antigos egípcios para preservar o corpo do morto, com o objetivo de que ele continuasse o seu caminho pela eternidade. Esse procedimento era feito porque essa civilização acreditava na vida após a morte, tanto que, com o morto, eram enterrados objetos pessoais e alimentos que poderiam ser usados no mundo dos mortos. Explicar, também, como a mumificação era realizada. Para isso, pode-se elaborar o esquema a seguir na lousa e pedir aos alunos que o copiem no caderno. Etapa

1 2 3 4

Procedimento

Os egípcios retiravam todos os órgãos internos do morto e os depositavam em vasos. O corpo era limpo com ervas fermentadas e preenchido com substâncias aromáticas. O corpo era costurado e coberto com um tipo de sal para secá-lo e preservá-lo. Após 70 dias, o corpo era enfaixado com linho e colocado em um sarcófago.

A mumificação é um tema que geralmente desperta a curiosidade dos alunos. Para ajudá-los a compreender essa técnica de preservação do corpo, levar algumas imagens de múmias e sarcófagos egípcios para eles observarem. Abaixo, indicamos algumas imagens que podem ser utilizadas durante a atividade.

andersphoto/Shutterstock.com

Múmia e sarcófago expostos no Museu Britânico, em Londres.

Giancarlo Liguori/Shutterstock.com

Detalhe da cabeça de uma múmia egípcia.

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História – 5o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 3a sequência didática

Andrea Izzotti/Shutterstock.com

Detalhe das mãos de uma múmia egípcia.

Com esses procedimentos e explicações, os alunos poderão entender uma das características principais do Egito antigo: a religião. No primeiro momento, ao identificar algumas divindades e suas atribuições, os alunos conseguirão compreender que os antigos egípcios eram politeístas (acreditavam em diversos deuses) e explicavam diversos fenômenos por meio do sobrenatural, da ação e da vontade dos deuses. Todas as esferas da vida eram explicadas por meio da religiosidade. Para facilitar a compreensão, exemplificar essa ideia: uma colheita malsucedida poderia ser explicada pela falta de oferendas e preces a Ísis, deusa da fertilidade e da proteção da natureza. No segundo momento, o entendimento do significado da mumificação como técnica de preservação do corpo permite que o aluno reconheça a crença egípcia na vida após a morte. Para finalizar, organizar uma roda de conversa e perguntar aos alunos de que forma o tema da religiosidade egípcia está presente no cotidiano deles. O objetivo é fazer que eles reconheçam que muitos filmes, desenhos, livros e jogos eletrônicos, por exemplo, têm como temática o Egito antigo e que, por meio deles, é possível também aprender sobre essa civilização.

Avaliação Avaliar, primeiramente, se os alunos prestaram atenção e compreenderam do que se trata o mito. Depois, procurar averiguar se eles conseguiram explicar a origem do mundo segundo os antigos egípcios, bem como identificar corretamente. Em um terceiro momento, certificar se eles entenderam a função religiosa da mumificação para os antigos egípcios. Por fim, é importante identificar se os alunos conseguiram reconhecer aspectos do Egito antigo em seu dia a dia, verificando se eles participaram da roda de conversa, respeitando a fala dos colegas.

Para trabalhar dúvidas Caso os alunos apresentem dificuldades para compreender o que foi estudado nessa aula, pedir que respondam às perguntas a seguir.

1. Como os antigos egípcios explicavam, por exemplo, uma grande seca ou uma má colheita? Os egípcios davam explicações divinas e sobrenaturais para esses problemas.

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História – 5o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 3a sequência didática

2. Por que os antigos egípcios mumificavam os mortos?

Os antigos egípcios mumificavam os mortos porque acreditavam na vida após a morte e que, portanto, o corpo do defunto deveria ser preservado para que pudesse continuar sua caminhada pela eternidade.

Aula 2 Para dar continuidade ao tema da vida após a morte introduzido na aula anterior, levar uma imagem que trata do Tribunal de Osíris e mostrá-la aos alunos. A seguir, indicamos uma imagem que poderá ser usada durante a atividade.

GTS Productions/Shutterstock.com

Papiro que representa o Tribunal de Osíris.

Antes de dar início à interpretação da imagem, explicar aos alunos o que era o Tribunal de Osíris. Contar que os antigos egípcios acreditavam que para o morto poder seguir o caminho da eternidade, ele deveria passar por um julgamento, chefiado por Osíris, o rei do mundo dos mortos. Outras divindades também participavam desse julgamento, como Anúbis – que tem cabeça de chacal e corpo de homem, protetor dos mortos e do embalsamento –; Ammut, fera devoradora de corações, com corpo misto de leão, hipopótamo e crocodilo; Thot, que tem cabeça de íbis (espécie de ave) e corpo de homem, deus do conhecimento; além de Hórus, que tem cabeça de falcão e corpo de homem. Nesse tribunal, era feita a pesagem do coração do morto em uma balança que tinha como contrapeso a pluma de Maat, a deusa da verdade e da justiça. Para continuar a trilhar sua caminhada ao mundo inferior, o coração do “réu” deveria ter um peso igual ou menor que o da pluma. Caso contrário, a pessoa “morria” novamente, isto é, não poderia gozar da vida eterna e seria esquecida para sempre. Explicar que o coração, na sociedade egípcia, simbolizava a vida terrena e a consciência. Portanto, um coração pesado representaria uma vida repleta de erros e más ações, enquanto um coração leve significaria uma vida de virtudes e boas ações. Comentar também que o Tribunal de Osíris foi representado em muitas paredes de tumbas, geralmente com inscrições de encantos, orações e hinos religiosos.

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História – 5o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 3a sequência didática

Na sequência, partir para a análise da imagem. Pedir aos alunos que identifiquem os elementos do Tribunal de Osíris presentes no papiro, bem como a pessoa que está sendo julgada. Eles devem identificar Thot, à esquerda da imagem, assim como Anúbis e Ammut observando a balança com o coração e a pluma de Maat. Maat está representada à direita, com a pluma na cabeça. No centro, eles devem reconhecer a figura de Hórus, que está levando uma mulher pelo braço, a pessoa que passará pelo tribunal. Após essa análise, perguntar aos alunos que outros elementos da sociedade do Egito antigo eles conseguem identificar na imagem. O objetivo é que eles reconheçam a escrita hieroglífica e alguns tipos de vestimentas que os egípcios usavam. Comentar que, provavelmente, os hieróglifos presentes na imagem devem se referir a orações e hinos religiosos, dado que a pintura tem temática fúnebre. Também é interessante fazer uma análise da arte egípcia com base na imagem. Perguntar aos alunos, por exemplo, se os deuses e as figuras humanas foram representados de maneira realista, ou seja, com proporções e perspectivas próximas da realidade. É importante que eles percebam que tanto as divindades quanto os humanos foram representados de forma rígida, com a cabeça, as pernas e os pés virados de lado e o tronco para frente, sem perspectiva (as figuras são “chapadas”) e sem movimentos naturais. Dessa maneira, os alunos devem compreender algumas características da arte no Egito antigo. Para reforçar esse tema, mostrar a eles outros exemplos de imagens da arte egípcia, como as apresentadas a seguir.

PaPicasso/Shutterstock.com

Representação do deus Hórus e da rainha Nefertari.

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História – 5o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 3a sequência didática

Kraft_Stoff/Shutterstock.com

Representação de um casal.

Kokhanchikov/Shutterstock.com

Representação de soldados.

Para finalizar, orientar os alunos a escrever uma história que narre o que está sendo contado na imagem sobre o Tribunal de Osíris. Ao final da aula, pode-se reservar um momento para que eles leiam suas redações aos colegas.

Para trabalhar dúvidas Caso os alunos apresentem dificuldades para compreender o que foi estudado nessa aula, pedir que respondam às perguntas a seguir. 58


História – 5o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 3a sequência didática

1. Qual era o objetivo do Tribunal de Osíris?

O objetivo do Tribunal de Osíris era, por meio da pesagem do coração da pessoa falecida, julgar se ela poderia ou não continuar sua trilha pela eternidade.

2. Assinale as alternativas que contêm características da arte no Egito antigo. ( ) Figuras com cabeça, pernas e pés de lado e tronco de frente. ( ) Representações próximas da realidade. ( ) Características humanas muito bem detalhadas. ( ) Rigidez na forma como as figuras são representadas. Os alunos devem assinalar a primeira e a última alternativas.

Avaliação Verificar se os alunos compreenderam o que era o Tribunal de Osíris, certificando-se de que conseguiram identificar os elementos da imagem proposta na atividade. Avaliar, também, se compreenderam que a arte egípcia tinha convenções rígidas. Por fim, avaliar as redações escritas pelos alunos, averiguando se eles foram capazes de narrar adequadamente o que a imagem representa, bem como escrever uma história de forma coerente, clara e organizada.

Ampliação Propor aos alunos que, em duplas, realizem uma pesquisa sobre a seguinte questão: os egípcios ainda têm as mesmas crenças que seus antepassados? Para isso, eles podem recorrer aos livros da biblioteca da escola e acessar a internet. Caso esses recursos não estejam disponíveis na escola, pode-se separar, previamente, algumas reportagens e outros textos sobre o assunto e levá-los para a aula para que os alunos possam consultá-los. O objetivo é que os alunos compreendam que as tradições religiosas do Egito antigo não são mais praticadas pelos egípcios na atualidade. Hoje, a religião predominante nesse país é o islamismo.

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História – 5o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 4a sequência didática

4a sequência didática: A condição da mulher no Egito antigo Nessa sequência didática, analisaremos a condição das mulheres no Egito antigo, reconhecendo que elas eram valorizadas e tinham alguns direitos iguais aos dos homens. Estudaremos, também, algumas mulheres que se tornaram rainhas-faraós e, portanto, figuras de autoridade política e religiosa.

Relação entre BNCC, objetivos e conteúdos Objeto de conhecimento Habilidade

Objetivos de aprendizagem

Conteúdo

As formas de organização social e política: a noção de Estado 

(EF05HI02) Identificar os mecanismos de organização do poder político com vistas à compreensão da ideia de Estado.

   

Analisar a condição social das mulheres no Egito antigo. Analisar documentos históricos sobre a sociedade egípcia. Compreender os direitos das mulheres egípcias. Reconhecer que algumas mulheres egípcias tinham grande status político, social e religioso. A mulher no Egito antigo

Materiais e recursos          

Folha de papel sulfite Texto impresso As instruções de Any Imagem impressa de papiro do Egito antigo que mostra a rainha Nefertari fazendo oferendas à deusa Ísis Imagens de rainhas e rainhas-faraós Jornais e revistas que possam ser recortados Tesoura sem ponta Cola branca Cartolina Canetas hidrográficas Lápis de cor

Desenvolvimento 

Quantidade de aulas: 2 aulas

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Aula 1 Entregar e ler trecho a seguir do documento As instruções de Any, escrito por um homem no Egito antigo durante a 18a Dinastia. [...] As instruções de Any [...] Retribua em dobro a comida que sua mãe lhe deu, Sustente-a como ela sustentou você; Ela teve em você um fardo pesado, mas ela não o abandonou. Quando alguns meses depois de você ter nascido, Ela ainda o tinha como sua canga. [...] Quando ela mandou você à escola, E você foi ensinado a ler e a escrever, Ela ficou vigiando você diariamente, Com pão e cerveja na sua casa. Quando você como um jovem tomar uma mulher, E você se estabelecer na sua casa, Preste atenção no seu produto, Faça-o crescer como fez sua mãe. Não lhe dê motivo para amaldiçoá-lo, Para que ela não tenha que levantar suas mãos para Deus, E ele tenha que a ouvir chorar. AS INSTRUÇÕES de Any. In: BAKOS, Margaret Marchiori. Fatos e mitos do Egito antigo. Porto Alegre: EdiPUCRS, 2014. p. 39-41.

Após a leitura do texto, promover a interpretação dele, perguntando aos alunos: “Qual figura feminina e familiar esse texto aborda?”, “O autor do texto parece mostrar respeito a essa personagem?”, “A quem esse texto se destina?”, “Quais são as recomendações feitas nesse documento?” e “Qual visão sobre o papel da mulher na sociedade egípcia esse documento mostra?”. É importante que os alunos reconheçam, primeiro, a figura feminina apresentada no documento – a mãe –, e a quem o texto se dirige – todos os homens. Depois, devem partir para a identificação das recomendações e do tratamento dado à mãe. Os alunos devem compreender que o texto afirma a importância de se valorizar a figura materna e tudo o que ela fez para criar seus filhos: deu a eles o que comer e um teto, os sustentou, os protegeu e lhes forneceu educação. Também recomenda que os homens tratem suas futuras esposas do mesmo modo como suas mães os criaram: com zelo e respeito. A visão do documento é de que a figura materna deve ser valorizada e recompensada por seus sacrifícios. Com base nessa análise, os alunos devem compreender que, no Egito antigo, o papel das mulheres estava voltado, principalmente, para os afazeres domésticos e para a maternidade (o cuidado dos filhos).

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Nessa perspectiva, explicar aos alunos algumas características gerais das condições sociais das mulheres egípcias na Antiguidade. Comentar que as mulheres tinham alguns direitos, como obter bens materiais, administrar propriedades, casar-se por amor, pedir o divórcio, receber heranças e aparecer em público. Apesar de, em geral, realizar tarefas do lar e cuidar dos filhos, algumas mulheres conseguiam realizar outras atividades profissionais (como artesãs, dançarinas, musicistas etc.) e até os mesmos ofícios que os homens. Há, por exemplo, registros históricos mostrando algumas mulheres da elite que se tornaram rainhas-faraós, administrando todo o reino e até liderando exércitos, como Hatshepsut. É inegável, portanto, que as mulheres tinham uma vida muito ativa no Egito antigo e, em alguns casos, prestígio social, político e religioso. Se comparadas a outras sociedades antigas, as mulheres egípcias tinham muitos privilégios. Por outro lado, é preciso atentar para o fato de que, em geral, as mulheres eram valorizadas, mas também vistas na sociedade egípcia como seres submissos que precisavam de proteção especial, a exemplo do documento As instruções de Any. Se fizermos outra interpretação desse documento, podemos notar que o autor se refere à mulher como “produto” e uma pessoa que deveria ser sustentada pelo homem. Ou seja, pode-se inferir que há a intenção do homem em tutelar a mulher. Para finalizar a aula, promover uma discussão sobre o que os alunos pensam acerca de como os antigos egípcios relegavam as tarefas do lar e os cuidados com os filhos às mulheres. Nesse momento, é preciso tomar cuidado para evitar comentários preconceituosos e machistas, como o de que “o papel da mulher é lavar, passar, cozinhar e procriar”. Assim, é importante incentivar os alunos, por exemplo, a refletirem sobre a importância de um casal compartilhar, de modo igual e equilibrado, as tarefas domésticas e os cuidados com os filhos, dado que todas essas atividades são de responsabilidade dos dois. Além disso, pode-se comentar, brevemente, sobre a situação das mulheres na atualidade. Mostrar que, hoje, por lei, as mulheres e os homens possuem direitos iguais; no entanto, na prática, muitas vezes esses direitos são desrespeitados, a exemplo das mulheres que exercem o mesmo cargo que os homens, mas recebem salários inferiores.

Para trabalhar dúvidas Caso os alunos apresentem dificuldades para compreender o que foi estudado nesta aula, pedir que respondam às perguntas a seguir.

 Escreva V (verdadeiro) ou F (falso) sobre as mulheres no Egito antigo. ( ) As mulheres só realizavam tarefas domésticas. ( ) As mulheres podiam obter bens materiais e comprar propriedades. ( ) As mulheres tinham o direito de pedir divórcio. ( ) As mulheres tinham direitos, mas nunca participaram da vida política. Os alunos devem responder, nessa ordem: F, V, V, F.

 No Egito antigo, a figura materna era valorizada ou não tinha nenhum prestígio social? Espera-se que os alunos respondam que as mães eram muito valorizadas na sociedade egípcia.

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Avaliação Verificar se os alunos compreenderam o tema do documento e se conseguiram responder, corretamente, às perguntas propostas. Avaliar, também, se entenderam que, no Egito antigo, as mulheres tinham alguns direitos e, em alguns casos, importância social e política, o que revela certo privilégio se comparadas às condições das mulheres de outras civilizações da Antiguidade. Por fim, é importante avaliar a participação dos alunos na atividade de discussão, verificando se eles compartilharam suas opiniões e se respeitaram e escutaram atentamente a fala dos colegas. É importante averiguar, também, a capacidade dos alunos de elaborar argumentos claros e coerentes, bem como de se expressar.

Aula 2 Dando continuidade ao tema da mulher no Egito antigo, propor a análise do seguinte papiro, que representa a rainha Nefertari fazendo uma oferenda a Ísis, deusa-mãe associada à fertilidade, à magia e à proteção da natureza.

Jose Ignacio Soto/Shutterstock.com

Papiro que representa a rainha Nefertari fazendo uma oferenda à deusa Ísis.

Organizar os alunos em duplas para analisar a imagem. O objetivo é fazê-los treinar a leitura e a interpretação de documentos históricos, compreendendo que eles revelam muitas informações de um período e do modo de vida de uma sociedade, neste caso, a civilização egípcia. Desse modo, pedir a eles que descrevam a imagem e, depois, respondam às seguintes questões no caderno: “Quem seria Nefertari e quem seria a deusa Ísis nessa imagem? Como descobriram isso?”, “Que aspecto da condição da mulher no Egito antigo a imagem revela?” e “Que aspecto da religião no Egito antigo a imagem apresenta?”.

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Na descrição da imagem, é importante que os alunos identifiquem as personagens, o que cada uma delas está fazendo, como foram representadas (como se vestem, o que seguram) e qual é a posição e o tamanho delas na representação. Eles devem reconhecer, na metade da direita, sentada em um trono, uma mulher que usa um vestido, apresenta uma coroa em forma circular na cabeça e segura uma espécie de cetro. Na sua frente, outra mulher, que tem tamanho menor e usa uma espécie de capa, coroa circular com plumas, calçados e joias, oferece alguns objetos para a mulher do trono. Na metade da esquerda, Ísis aparece segurando a mão de outra mulher, e as duas são seguidas por um homem. Todos estão bem vestidos e, cada um deles está com uma coroa na cabeça. Pode-se observar também alguns hieróglifos. Na resolução das questões, as duplas devem responder que a deusa Ísis é a mulher sentada no trono e que Nefertari é a mulher que lhe oferta presentes. Eles devem perceber que essas informações são descobertas por meio da posição, dos gestos e do tamanho dos personagens: a rainha é representada em tamanho menor, o que revela sua inferioridade em relação aos deuses. Ísis, no lado direito, está sentada em um trono sobre um altar, mostrando sua importância, e esperando a oferenda de Nefertari; no lado esquerdo, ela é um pouco maior do que a mulher que conduz pela mão. Comentar que Nefertari foi representada de maneira muito semelhante a Ísis, o que revela a crença de que as rainhas-faraós e os faraós eram representantes dos deuses na terra, e que os outros personagens provavelmente são divindades, pois aparecem em tamanho maior em relação à rainha. É importante os alunos reconhecerem, também, que a representação da rainha Nefertari revela o poder político que algumas mulheres alcançaram no Egito antigo, como estudado na aula anterior. A imagem em questão, inclusive, foi encontrada na tumba da rainha, mostrando sua importância naquela sociedade. Nesse momento, pode-se apresentar outras imagens de rainhas e rainhas-faraós do Egito antigo e de templos dedicados a elas, de modo a valorizá-las como sujeitos históricos. A seguir, indicamos algumas imagens que podem ser usadas nessa proposta.

Vladimir Wrangel/Shutterstock.com

Busto da rainha Nefertiti.

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Kamzara/Shutterstock.com

Escultura de Nefertari em Abu Simbel.

Jeremy Red/Shutterstock.com

Templo mortuário da rainha-faraó Hatshepsut.

Maciek67/Shutterstock.com

Representação de Hatshepsut.

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Ruben Pinto/Shutterstock.com

Sarcófago de uma princesa egípcia.

Andrea Izzotti/Shutterstock.com

Sarcófago de rainha egípcia desconhecida.

Retomar, assim, o fato de as mulheres da elite terem status político, social e religioso no Egito antigo. No caso das rainhas-faraós, elas comandaram exércitos, administraram todo o Egito e eram divinizadas. Hatshepsut, por exemplo, ordenou a construção e a reconstrução de imponentes templos dedicados aos deuses, a maioria com referência a seu reinado, e fez uma grande expedição a Punt, uma região da África Oriental, na qual adquiriu luxuosos produtos, como marfim, cosméticos e peles de animais. A rainha-faraó também promoveu diversas cerimônias para se autoafirmar como autoridade máxima do Egito. Já as rainhas-esposas exerceram importante influência no governo de seus maridos-faraós. Elas presidiam cultos e cerimônias religiosas e algumas tinham títulos de “esposa do deus” e “mãe do deus”. Em alguns casos, quando o faraó morria, ocupavam o cargo do falecido marido, mas como regentes, até que o filho mais velho pudesse assumir o trono. Por fim, outro detalhe que deve ser apontado pelas duplas sobre a imagem é que ela revela, também, que os antigos egípcios cultuavam e faziam oferendas aos deuses, nesse caso à deusa Ísis.

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Para trabalhar dúvidas Caso os alunos apresentem dificuldades para compreender o que foi estudado nesta aula, pedir que respondam à pergunta a seguir.

 “As mulheres do Egito antigo tinham muitos direitos iguais aos dos homens, mas nunca conquistaram participação política”. Essa frase está correta? Justifique. Os alunos devem responder que não, pois algumas mulheres tornaram-se rainhas--faraós e mesmo as rainhas exerceram influência política no reinado de seus maridos-faraós.

Avaliação Verificar se os alunos conseguiram compreender o que a imagem representa, identificando as personagens e suas características, e de que modo ela revela aspectos dos costumes e cotidiano dos antigos egípcios. Avaliar, também, se compreenderam que algumas mulheres egípcias tinham autoridade e alto status político, social e religioso.

Ampliação Pedir aos alunos que pesquisem e recortem, em jornais e revistas, imagens de mulheres em diversas atividades no Brasil: exercendo diferentes profissões, praticando esportes, votando, cuidando dos filhos, tomando sol na praia, entre outros exemplos. A ideia é que eles compreendam que, atualmente, as mulheres têm os mesmos direitos dos homens, bem como presença em todos os setores da sociedade. Em seguida, como contraponto, promover uma discussão sobre a condição social das mulheres no Brasil, na atualidade. Para isso, levar dados estatísticos relacionados ao tema para a aula, como as diferenças salariais entre homens e mulheres que ocupam o mesmo cargo profissional, a quantidade de mulheres e homens presentes nas instâncias do poder (executivo, legislativo e judiciário) e casos de violência doméstica. O objetivo da atividade é promover uma reflexão sobre como as mulheres conquistaram diversos direitos, mas ainda assim sofrem preconceito e continuam a lutar para superar diversos obstáculos. Para finalizar, orientar os alunos a organizarem, juntos, um painel sobre as mulheres no Brasil atual. Eles devem colar as imagens recortadas e, depois, escrever frases mostrando que, apesar das conquistas, ainda hoje as mulheres sofrem preconceito em várias situações do cotidiano e que isso deve ser combatido por toda a sociedade.

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Proposta de acompanhamento da aprendizagem Avaliação de História: 1o bimestre Nome: _______________________________________________________________________________________ Turma: ____________________________ Data: ____________________________________________________

1. Analise cada afirmativa a seguir. I. Com o surgimento da agricultura, os grupos humanos puderam se fixar em um determinado local, tornando-se sedentários. II. O cultivo de alimentos permitiu a produção de alimentos excedentes, contribuindo para o surgimento do comércio entre as primeiras aldeias e cidades. III. Os povos mesopotâmicos foram os responsáveis por começar a cultivar os alimentos. IV. Alguns povos, como os mesopotâmicos, desenvolveram-se em regiões próximas a rios, o que permitiu o desenvolvimento das atividades agrícolas. Assinale a alternativa correta. (A) Apenas a afirmativa I está correta. (B) As afirmativas I e II estão incorretas. (C) Apenas a afirmativa III está incorreta. (D) As afirmativas III e IV estão corretas.

2. O surgimento do Estado está relacionado:

(A) à necessidade de organizar a vida em sociedade. (B) às questões militares, para evitar a invasão de inimigos. (C) aos constantes deslocamentos dos grupos humanos em busca de alimentos. (D) às atividades de caça e pesca.

3. Uma das primeiras formas de escrita foi criada pelos sumérios, um dos povos que se desenvolveu na Mesopotâmia. Entre as funções da escrita para os sumérios, todas as afirmativas a seguir estão corretas, exceto: (A) elaborar o censo da população, isto é, a quantidade de pessoas que havia no reino. (B) fazer registros ligados às atividades religiosas. (C) registrar o controle de estoque e a circulação de produtos. (D) escrever livros didáticos e de literatura infantil.

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4. Observe a imagem a seguir sobre o Egito antigo.

Everett Historical/Shutterstock.com

A pintura revela que os antigos egípcios: (A) desconheciam as técnicas agrícolas. (B) cultivavam trigo. (C) praticavam o comércio. (D) não usavam animais nas atividades agrícolas.

5. No Egito antigo, a religião era um elemento essencial na vida da população. Qual das

alternativas a seguir exemplifica essa frase? (A) Os antigos egípcios acreditavam em um único deus, que era onipotente, onipresente e responsável por tudo o que acontecia na sociedade. (B) No Egito antigo, era comum cremar os corpos das pessoas mortas, pois essa era uma forma de libertar a alma para a vida eterna. (C) Não existia nenhuma relação entre a prática de mumificação e a crença na vida após a morte no Egito antigo. (D) Os antigos egípcios acreditavam que os deuses eram responsáveis, por exemplo, pelas boas colheitas e pelas cheias do rio Nilo.

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6. Leia o texto a seguir sobre as mulheres no Egito antigo. A presença de mulheres em transações econômicas, atuando como defensoras e testemunhas, podendo requerer o divórcio, entre outros fatores, sustentam as teses de uma amplitude do papel da mulher, comparável ao homem na sociedade egípcia. [...] SOUSA, Aline Fernandes de. A mulher-faraó: representações da rainha Hatshepsut como instrumento de legitimação (Egito antigo – Século XV a.C.). XXVII Simpósio Nacional de História, Natal, 22-26 jul. 2013. Disponível em: <http://snh2013.anpuh.org/resources/anais/27/1364946986_ARQUIVO_ANPUH2013AlineF.deSousa.pdf>. Acesso em: 31 jan. 2017.

De acordo com o texto, (A) as egípcias tinham o direito de pedir divórcio, comercializar e ir ao tribunal de justiça. (B) no Egito antigo, as mulheres estavam relegadas apenas às atividades domésticas. (C) as mulheres não tinham direitos no Egito antigo. (D) somente os homens podiam pedir divórcio.

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7. Observe atentamente a imagem a seguir e leia a legenda para responder às questões.

Andrea Izzotti/Shutterstock.com

Relevo representando guerreiros assírios. Os assírios foram um dos povos da Mesopotâmia.

a) Em que suporte essa imagem foi produzida? __________________________________________________________________________________________ b) Que povo produziu essa imagem? __________________________________________________________________________________________ c) Que aspecto dos costumes desse povo foi representado? Justifique com elementos da imagem. __________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________

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8. Complete as lacunas do texto com as palavras do quadro a seguir. territórios leis cidades-Estados

impérios Mesopotâmia rotas comerciais

independentes Babilônico

crenças religiosas povos

autonomia

reis comum

Na _______________, a princípio, existiram cidades-Estados, isto é, cidades ____________ entre si, que tinham seus próprios _____________ e ____________. Apesar dessa _____________, as cidades-Estados tinham pontos em __________, como os costumes, as ________________ e a forma de organizar o poder. Com o tempo, algumas cidades se desenvolveram economicamente e passaram a disputar _______________, _________________ e influência política. Foi assim que de pequenas _____________ surgiram grandes _____________, como o Império Assírio e o Império _____________, que dominaram diferentes ____________, com distintas culturas, e se estenderam por vastos territórios.

9. O texto a seguir mostra a importância dos escribas nas sociedades do Oriente Próximo. Leia-o e responda às questões.

[...] O fato de se saber ler e escrever, no Oriente Antigo, era considerado não somente um privilégio, mas, sobretudo, uma superioridade social. Somente as famílias abastadas podiam assegurar a instrução de um futuro escriba, pois o custo dessa educação era muito elevado e os estudos bastante longos. Os escribas, geralmente, provinham de grandes famílias, que abrigavam funcionários, pessoas responsáveis por grandes extensões de terra, governadores, sacerdotes, ricos mercadores etc. Outra característica dessa profissão era seu caráter hereditário. Há inúmeros documentos atestando que o ofício de escriba passava de pai para filho. [...] POZZER, Katia Maria Paim. Escritas e escribas: o cuneiforme no antigo Oriente Próximo. Classica, São Paulo, v. 11-12, n. 11/12, 1998-1999, p. 67. Disponível em: <https://classica.emnuvens.com.br/classica/article/view/449/389>. Acesso em: 31 jan. 2018.

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De acordo com o texto, qualquer pessoa podia tornar-se escriba? Explique, apontando qual era a origem social dos escribas. __________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________

10. Leia as afirmativas a seguir sobre os povos mesopotâmicos e escreva V (verdadeiro) ou F (falso). a) ( ) Os povos mesopotâmicos floresceram próximos aos rios Tigre e Eufrates, o que foi essencial para o desenvolvimento das atividades agrícolas. b) ( ) Um dos primeiros e mais bem estruturados códigos de leis registrado da Antiguidade foi elaborado pelos sumérios durante o reino de Hamurabi. c) ( ) Na Mesopotâmia, as cidades-Estados eram autônomas e se baseavam na organização comunitária. d) ( ) A principal atividade econômica na Mesopotâmia era a agricultura, mas também se praticava o comércio entre cidades e até mesmo com regiões mais distantes. Agora, corrija as afirmativas falsas. __________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________

11. Leia as frases a seguir sobre o processo de mumificação e organize-as na ordem correta, numerando-as. ( ) O corpo do morto era enfaixado e depositado no sarcófago. ( ) Os órgãos internos eram retirados e colocados em vasos. ( ) O corpo era costurado e coberto com sal. ( ) O corpo era limpo com ervas e preenchido com substâncias aromáticas.

Agora, explique por que os antigos egípcios mumificavam as pessoas mortas. __________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________

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12. O texto a seguir é uma oração ao rio Nilo, feita pelos antigos egípcios. Leia-o com atenção para responder às questões.

Salve, tu, Nilo! Que te manifestas nesta terra E vens dar vida ao Egito! Misteriosa é a tua saída das Trevas Neste dia em que é celebrada! Ao irrigar os prados criados por Rá, Tu fazes viver todo o gado, Tu – inesgotável – que dás de beber à Terra! Senhor dos peixes, durante a inundação, Nenhum pássaro pousa nas colheitas. Tu crias o trigo, fazes nascer o grão, Garantindo a prosperidade aos templos. Se paras, a tua tarefa e o teu trabalho Tudo o que existe cai em inquietação. LIVROS Sagrados e Literatura primitiva oriental. In: SE/CENP. Coletânea de documentos históricos para o 1o grau: 5a a 8a séries. São Paulo, 1978. p. 55.

a) Que atividades econômicas praticadas no Egito antigo essa oração cita? __________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________ b) A oração cita um deus. Qual? O que ele teria feito, segundo a oração? __________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________ c) De acordo com a oração, por que o rio Nilo é tão importante para os egípcios? Justifique com passagens do texto. __________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________

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13. No Egito antigo, algumas mulheres da elite alcançaram poder político e status social e religioso. Cite três ações comuns nos reinados das rainhas-faraós.

__________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________

14. Complete o quadro comparativo sobre os povos mesopotâmicos e os antigos egípcios. Povos mesopotâmicos

Antigos egípcios

Localização geográfica original

Principais rios

Forma de organização política

Principais atividades econômicas

Tipo de escrita desenvolvido

Tipo de religião

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15. Observe atentamente a imagem a seguir, que representa alguns deuses egípcios.

bunebake/Shutterstock.com

Relevo que representa deuses egípcios em um templo religioso.

Com base na imagem, aponte as principais características da arte no Egito antigo. __________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________

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Proposta de acompanhamento da aprendizagem Avaliação de História: 4o bimestre Nome: _______________________________________________________________________________________ Turma: ____________________________ Data: ____________________________________________________

1. Analise cada afirmativa a seguir. I. Com o surgimento da agricultura, os grupos humanos puderam se fixar em um determinado local, tornando-se sedentários. II. O cultivo de alimentos permitiu a produção de alimentos excedentes, contribuindo para o surgimento do comércio entre as primeiras aldeias e cidades. III. Os povos mesopotâmicos foram os responsáveis por começar a cultivar os alimentos. IV. Alguns povos, como os mesopotâmicos, desenvolveram-se em regiões próximas a rios, o que permitiu o desenvolvimento das atividades agrícolas. Assinale a alternativa correta. (A) Apenas a afirmativa I está correta. (B) As afirmativas I e II estão incorretas. (C) Apenas a afirmativa III está incorreta. (D) As afirmativas III e IV estão corretas. Habilidade trabalhada: (EF05HI01) Identificar os processos de formação das culturas e dos povos, relacionando-os com o espaço geográfico ocupado. Resposta: Alternativa C. Os povos mesopotâmicos não criaram a agricultura, mas se desenvolveram justamente por conta dela. O surgimento da agricultura é anterior ao processo de fixação de grupos humanos em determinado local. Distratores: Alternativa A: as afirmativas II e IV também estão corretas. Alternativa B: ambas afirmativas estão corretas. Alternativa D: apenas a afirmativa IV está correta.

2. O surgimento do Estado está relacionado:

(A) à necessidade de organizar a vida em sociedade. (B) às questões militares, para evitar a invasão de inimigos. (C) aos constantes deslocamentos dos grupos humanos em busca de alimentos. (D) às atividades de caça e pesca. Habilidade trabalhada: (EF05HI02) Identificar os mecanismos de organização do poder político com vistas à compreensão da ideia de Estado. Resposta: Alternativa A. O surgimento da noção de Estado está relacionado ao crescimento populacional das cidades e às complexidades das relações humanas, o que tornou necessário um núcleo de poder que conseguisse administrar e manter a harmonia da sociedade. Distratores: Alternativa B: a preocupação com questões militares foi posterior ao surgimento do Estado. Alternativa C: o surgimento do Estado está relacionado à sedentarização, propiciada pela agricultura. Alternativa D: essas atividades não têm relação direta com o surgimento do Estado. 77


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3. Uma das primeiras formas de escrita foi criada pelos sumérios, um dos povos que se desenvolveu na Mesopotâmia. Entre as funções da escrita para os sumérios, todas as afirmativas a seguir estão corretas, exceto: (A) elaborar o censo da população, isto é, a quantidade de pessoas que havia no reino. (B) fazer registros ligados às atividades religiosas. (C) registrar o controle de estoque e a circulação de produtos. (D) escrever livros didáticos e de literatura infantil. Habilidade trabalhada: (EF05HI06) Comparar o uso de diferentes linguagens no processo de comunicação e avaliar os significados sociais, políticos e culturais atribuídos a elas. Resposta: Alternativa D. Os conceitos de livros didáticos e de literatura infantil ainda não existiam na época em que os sumérios viveram. Distratores: Alternativas A, B e C. Inicialmente, a escrita foi utilizada principalmente para registros contábeis e religiosos. Com o tempo, ela também passou a ser usada em cartas, documentos oficiais do governo e poemas.

4. Observe a imagem a seguir sobre o Egito antigo.

Everett Historical/Shutterstock.com

A pintura revela que os antigos egípcios: (A) desconheciam as técnicas agrícolas. (B) cultivavam trigo. (C) praticavam o comércio. (D) não usavam animais nas atividades agrícolas. Habilidade trabalhada: (EF05HI01) Identificar os processos de formação das culturas e dos povos, relacionando-os com o espaço geográfico ocupado. Resposta: Alternativa B. A pintura representa três trabalhadores: dois estão em cima de montes de trigo e seguram um tipo de rastelo, enquanto outro trabalhador está guiando dois bois, possivelmente arando a terra. Distratores: Alternativa A: a pintura mostra exatamente o contrário: eles conheciam técnicas agrícolas. Alternativa C: a imagem não mostra uma atividade de comércio. Alternativa D: a imagem retrata dois bois.

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5. No Egito antigo, a religião era um elemento essencial na vida da população. Qual das

alternativas a seguir exemplifica essa frase? (A) Os antigos egípcios acreditavam em um único deus, que era onipotente, onipresente e responsável por tudo o que acontecia na sociedade. (B) No Egito antigo, era comum cremar os corpos das pessoas mortas, pois essa era uma forma de libertar a alma para a vida eterna. (C) Não existia nenhuma relação entre a prática de mumificação e a crença na vida após a morte no Egito antigo. (D) Os egípcios acreditavam que os deuses eram responsáveis, por exemplo, pelas boas colheitas e pelas cheias do rio Nilo. Habilidade trabalhada: (EF05HI03) Analisar o papel das culturas e das religiões na composição identitária dos povos antigos. Resposta: Alternativa D. No Egito antigo, era comum associar os fenômenos da natureza e outros aspectos da sociedade, como as cheias do rio Nilo e o aumento da produtividade agrícola, às vontades divinas. Distratores: Alternativa A: a religião do antigo Egito era politeísta, com deuses e deusas. Alternativa B: após a morte, era comum mumificar o corpo para que ficasse preservado, assim a pessoa poderia continuar seu caminho pela eternidade. Alternativa C: tal prática e tal crença estavam intimamente ligadas.

6. Leia o texto a seguir sobre as mulheres no Egito antigo. A presença de mulheres em transações econômicas, atuando como defensoras e testemunhas, podendo requerer o divórcio, entre outros fatores, sustentam as teses de uma amplitude do papel da mulher, comparável ao homem na sociedade egípcia. [...] SOUSA, Aline Fernandes de. A mulher-faraó: representações da rainha Hatshepsut como instrumento de legitimação (Egito antigo – Século XV a.C.). XXVII Simpósio Nacional de História, Natal, 22-26 jul. 2013. Disponível em: <http://snh2013.anpuh.org/resources/anais/27/1364946986_ARQUIVO_ANPUH2013AlineF.deSousa.pdf>. Acesso em: 31 jan. 2017.

De acordo com o texto, (A) as egípcias tinham o direito de pedir divórcio, comercializar e ir ao tribunal de justiça. (B) no Egito antigo, as mulheres estavam relegadas apenas às atividades domésticas. (C) as mulheres não tinham direitos no Egito antigo. (D) somente os homens podiam pedir divórcio. Habilidade trabalhada: (EF05HI03) Analisar o papel das culturas e das religiões na composição identitária dos povos antigos. Resposta: Alternativa A. No Egito antigo, as mulheres tinham alguns direitos iguais aos homens, como pedir divórcio, participar de transações comerciais, ser testemunhas e/ou defensoras em um julgamento, bem como adquirir bens, administrar propriedades, casar-se por vontade própria e trabalhar em diferentes ofícios. Distratores: Alternativa B: como exposto no trecho, elas participavam, também, de atividades públicas, como em transações econômicas e julgamentos. Alternativa C: elas tinham diversos direitos, como o de pedir divórcio, algo que não era comum em outras sociedades da época. Alternativa D: como exposto no trecho, as mulheres também podiam fazê-lo. 79


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7. Observe atentamente a imagem a seguir e leia a legenda para responder às questões.

Andrea Izzotti/Shutterstock.com

Relevo representando guerreiros assírios. Os assírios foram um dos povos da Mesopotâmia.

a) Em que suporte essa imagem foi produzida? __________________________________________________________________________________________ b) Que povo produziu essa imagem? __________________________________________________________________________________________ c) Que aspecto dos costumes desse povo foi representado? Justifique com elementos da imagem. __________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________ Habilidade trabalhada: (EF05HI03) Analisar o papel das culturas e das religiões na composição identitária dos povos antigos. Respostas: a) A imagem foi produzia em uma pedra; b) O povo que produziu essa imagem foi o assírio; c) A guerra. A imagem representa guerreiros assírios combatendo seus inimigos com arco e flecha. Podemos ver que eles também usam uma espécie de biga ou quadriga (carro puxado por cavalos). 80


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8. Complete as lacunas do texto com as palavras do quadro a seguir. territórios leis cidades-Estados

impérios independentes crenças religiosas Mesopotâmia Babilônico povos reis rotas comerciais autonomia comum

Na _______________, a princípio, existiram cidades-Estados, isto é, cidades ____________ entre si, que tinham seus próprios _____________ e ____________. Apesar dessa _____________, as cidades-Estados tinham pontos em __________, como os costumes, as ________________ e a forma de organizar o poder. Com o tempo, algumas cidades se desenvolveram economicamente e passaram a disputar _______________, _________________ e influência política. Foi assim que de pequenas _____________ surgiram grandes _____________, como o Império Assírio e o Império _____________, que dominaram diferentes ____________, com distintas culturas, e se estenderam por vastos territórios. Habilidade trabalhada: (EF05HI02) Identificar os mecanismos de organização do poder político com vistas à compreensão da ideia de Estado. Resposta: O texto deve ser completado com as seguintes palavras, nesta ordem: Mesopotâmia, independentes, reis, leis, autonomia, comum, crenças religiosas, territórios, rotas comerciais, cidades-Estados, impérios, Babilônico, povos.

9.

O texto a seguir mostra a importância dos escribas nas sociedades do Oriente Próximo. Leia-o e responda às questões. [...] O fato de se saber ler e escrever, no Oriente Antigo, era considerado não somente um privilégio, mas, sobretudo, uma superioridade social. Somente as famílias abastadas podiam assegurar a instrução de um futuro escriba, pois o custo dessa educação era muito elevado e os estudos bastante longos. Os escribas, geralmente, provinham de grandes famílias, que abrigavam funcionários, pessoas responsáveis por grandes extensões de terra, governadores, sacerdotes, ricos mercadores, etc. Outra característica dessa profissão era seu caráter hereditário. Há inúmeros documentos atestando que o ofício de escriba passava de pai para filho. [...] POZZER, Katia Maria Paim. Escritas e escribas: o cuneiforme no antigo Oriente Próximo. Classica, São Paulo, v. 11-12, n. 11/12, 1998-1999, p. 67. Disponível em: <https://classica.emnuvens.com.br/classica/article/view/449/389>. Acesso em: 31 jan. 2018.

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De acordo com o texto, qualquer pessoa podia tornar-se escriba? Explique, apontando qual era a origem social dos escribas. __________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________ Habilidade trabalhada: (EF05HI06) Comparar o uso de diferentes linguagens no processo de comunicação e avaliar os significados sociais, políticos e culturais atribuídos a elas. Resposta: Não, pois somente as famílias mais ricas podiam assegurar a instrução de um futuro escriba; por isso, essa profissão era um privilégio de poucos e denotava um grande status social.

10. Leia as afirmativas a seguir sobre os povos mesopotâmicos e escreva V (verdadeiro) ou F (falso).

a) ( ) Os povos mesopotâmicos floresceram próximos aos rios Tigre e Eufrates, o que foi essencial para o desenvolvimento das atividades agrícolas. b) ( ) Um dos primeiros e mais bem estruturados códigos de leis registrado da Antiguidade foi elaborado pelos sumérios durante o reino de Hamurabi. c) ( ) Na Mesopotâmia, as cidades-Estados eram autônomas e se baseavam na organização comunitária. d) ( ) A principal atividade econômica na Mesopotâmia era a agricultura, mas também se praticava o comércio entre cidades e até mesmo com regiões mais distantes. Agora, corrija as afirmativas falsas. __________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________ Habilidade trabalhada: (EF05HI01) Identificar os processos de formação das culturas e dos povos, relacionando-os com o espaço geográfico ocupado. Resposta: Os alunos devem assinalar, nessa ordem: V, F, F, V. As afirmativas “b” e “c” são falsas porque, respectivamente, o Código de Hamurabi foi elaborado pelos babilônicos e não pelos sumérios e porque as cidades-Estados, além de autônomas, eram regidas por reis e leis.

11. Leia as frases a seguir sobre o processo de mumificação e organize-as na ordem correta, numerando-as. ( ) O corpo do morto era enfaixado e depositado no sarcófago. ( ) Os órgãos internos eram retirados e colocados em vasos. ( ) O corpo era costurado e coberto com sal. ( ) O corpo era limpo com ervas e preenchido com substâncias aromáticas.

Agora, explique por que os antigos egípcios mumificavam as pessoas mortas. __________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________ 82


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Habilidade trabalhada: (EF05HI03) Analisar o papel das culturas e das religiões na composição identitária dos povos antigos. Resposta: Os alunos devem assinalar, nessa ordem: 4, 1, 3, 2. Os egípcios mumificavam as pessoas mortas porque acreditavam na vida após a morte. Para isso, era necessário preservar o corpo do morto para que ele continuasse a sua caminhada pela eternidade.

12. O texto a seguir é uma oração ao rio Nilo, feita pelos antigos egípcios. Leia-o com atenção para responder às questões.

Salve, tu, Nilo! Que te manifestas nesta terra E vens dar vida ao Egito! Misteriosa é a tua saída das Trevas Neste dia em que é celebrada! Ao irrigar os prados criados por Rá, Tu fazes viver todo o gado, Tu – inesgotável – que dás de beber à Terra! Senhor dos peixes, durante a inundação, Nenhum pássaro pousa nas colheitas. Tu crias o trigo, fazes nascer o grão, Garantindo a prosperidade aos templos. Se paras, a tua tarefa e o teu trabalho Tudo o que existe cai em inquietação. LIVROS Sagrados e Literatura primitiva oriental. In: SE/CENP. Coletânea de documentos históricos para o 1o grau: 5a a 8a séries. São Paulo, 1978. p. 55.

a) Que atividades econômicas praticadas no Egito antigo essa oração cita? __________________________________________________________________________________________ b) A oração cita um deus. Qual? O que ele teria feito, segundo a oração? __________________________________________________________________________________________ c) De acordo com a oração, por que o rio Nilo é tão importante para os egípcios? Justifique com passagens do texto. __________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________ Habilidade trabalhada: (EF05HI01) Identificar os processos de formação das culturas e dos povos, relacionando-os com o espaço geográfico ocupado. Respostas sugeridas: a) A agricultura e a criação de animais; b) Rá, o deus-Sol, que teria criado os prados; c) Porque foi por meio do rio Nilo que os antigos egípcios garantiram sua sobrevivência: puderam cultivar alimentos (“Tu crias o trigo, fazes nascer o grão”), criar animais (“Tu fazes viver todo o gado”) e pescar (“Senhor dos peixes”), atividades que também trouxeram riquezas ao Egito (“Garantindo a prosperidade aos templos”). 83


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13. No Egito antigo, algumas mulheres da elite alcançaram poder político e status social e religioso. Cite três ações comuns nos reinados das rainhas-faraós.

__________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________ Habilidade trabalhada: (EF05HI03) Analisar o papel das culturas e das religiões na composição identitária dos povos antigos. Resposta: Os alunos podem citar que as rainhas-faraós comandaram exércitos, administraram todo o território do Egito, eram divinizadas, fizeram expedições e ordenaram a construção de diversos templos dedicados aos deuses.

14. Complete o quadro comparativo sobre os povos mesopotâmicos e os antigos egípcios.

Localização geográfica original Principais rios Forma de organização política Principais atividades econômicas Tipo de escrita desenvolvido Tipo de religião

Povos mesopotâmicos

Antigos egípcios

Ásia (regiões dos atuais Turquia, Síria e Iraque)

África (atual Egito)

Tigre e Eufrates

Nilo

Cidades-Estados e impérios

Reinos e impérios

Agricultura e comércio

Agricultura, artesanato e comércio

Cuneiforme

Hieroglífica

Politeísta

Politeísta

Habilidades trabalhadas: (EF05HI01) Identificar os processos de formação das culturas e dos povos, relacionando-os com o espaço geográfico ocupado. (EF05HI02) Identificar os mecanismos de organização do poder político com vistas à compreensão da ideia de Estado. (EF05HI03) Analisar o papel das culturas e das religiões na composição identitária dos povos antigos. Resposta: Os alunos devem completar a tabela conforme indicado acima.

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15. Observe atentamente a imagem a seguir, que representa alguns deuses egípcios.

bunebake/Shutterstock.com

Relevo que representa deuses egípcios em um templo religioso.

Com base na imagem, aponte as principais características da arte no Egito antigo. __________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________ Habilidade trabalhada: (EF05HI03) Analisar o papel das culturas e das religiões na composição identitária dos povos antigos. Resposta sugerida: Com base na imagem, pode-se inferir que os antigos egípcios tinham o costume de representar as figuras humanas e os deuses de forma rígida, sem perspectiva, movimento ou muitos detalhes físicos. Em geral, as figuras são representadas com a cabeça, as pernas e os pés voltados para o lado, enquanto o tronco está para a frente. Além disso, pode-se dizer que a arte egípcia tinha principalmente uma função funerária e religiosa, pois em geral representa deuses e inscrições sagradas e está localizada em paredes de tumbas, nos sarcófagos e em templos religiosos.

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Ficha de acompanhamento individual A ficha de acompanhamento individual é um instrumento de registro onde podemos verificar e avaliar de forma individual, contínua e diária, a evolução da aprendizagem. Ela serve para que nós, professores, possamos acompanhar o progresso de cada um de nossos alunos. BRASIL. Ministério da Educação. Programa de Apoio a Leitura e Escrita: PRALER. Brasília: FNDE/MEC, 2007. Caderno de Teoria e Prática 6: Avaliação e projetos na sala de aula. p. 20.

Total = TT

Legenda Não desenvolvida = ND

Em evolução = EE

Não observada = NO

Nome: _______________________________________________________________________________________ Turma: _________________________________ Data: ______________________________________________ Data

Habilidade

TT

EE

ND

NO

Anotações

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