Geografia espaco 9

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9 Geografia Espaço & Interação

MARCELO MORAES PAULA Bacharel e licenciado em Geografia pela Universidade de São Paulo (USP). Bacharel em Ciências Econômicas pelas Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU-SP). Atuou como professor em cursos pré-vestibulares e no Ensino Fundamental e Médio das redes pública e particular de ensino.

MARIA ANGELA GOMEZ RAMA Bacharela e licenciada em Geografia pela Universidade de São Paulo (USP). Licenciada em Pedagogia pela Universidade de Franca (UNIFRAN-SP). Especialista em Ensino de Geografia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Mestra em Geografia pela Universidade de São Paulo (USP). Formadora de professores. Atuou como professora no Ensino Fundamental e Médio das redes pública e particular e na Educação Superior.

DENISE CRISTINA CHRISTOV PINESSO Bacharela e licenciada em Geografia pela Universidade de São Paulo (USP). Atuou como coordenadora de Geografia na rede particular de ensino e como professora no Ensino Fundamental da rede pública.

MANUAL DO PROFESSOR

Ensino Fundamental – Anos Finais

Componente curricular: Geografia

1˜ edição – São Paulo – 2018

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Copyright © Marcelo Moraes Paula, Maria Angela Gomez Rama, Denise Cristina Christov Pinesso, 2018. Diretor editorial Diretora editorial adjunta Gerente editorial Editor Editores assistentes Assessoria Gerente de produção editorial Coordenador de produção editorial Gerente de arte Coordenadora de arte Projeto gráfico Projeto de capa Foto de capa Supervisor de arte Editor de arte Diagramação Tratamento de imagens Coordenadora de ilustrações e cartografia Ilustrações Cartografia Coordenadora de preparação e revisão Supervisora de preparação e revisão Revisão

Supervisora de iconografia e licenciamento de textos Iconografia Licenciamento de textos Supervisora de arquivos de segurança Diretor de operações e produção gráfica

Antonio Luiz da Silva Rios Silvana Rossi Júlio Roberto Henrique Lopes da Silva João Paulo Bortoluci Fábio Bonna Moreirão, Fabíola Tibério Nunes, Francisca Edilania de Brito Rodrigues, Lucas Abrami, Guilherme Reghin Gaspar, Mariana de Lucena Adele Motta, Júlia Medina Toledo, Olivia Maria Neto Mariana Milani Marcelo Henrique Ferreira Fontes Ricardo Borges Daniela Máximo Sérgio Cândido Sérgio Cândido Neil Emmerson/Robertharding/Getty Images Vinicius Fernandes Rodrigo Carraro Moutinho Inovar edição e arte Ana Isabela Pithan Maraschin Marcia Berne Luis Moura, Luiz Rubio, FJF Vetorização Allmaps, Dacosta Mapas, Renato Bassani, Vespúcio Cartografia Lilian Semenichin Adriana Soares Alessandra Meira, Cibely Aguiar, Daniel Haberli, Eliana Medina, Grace Clemente, Isaura Kimie Imai, Lilian Garrafa, Luciana Baraldi, Marina Nogueira, Raura Ikeda, Regiani Arruda, Renata Callari, Solange Gonçalves Elaine Bueno Ana Jesus Gonçalves, Erika Nascimento, Rosely Ladeira Carla Marques, Vanessa Trindade Silvia Regina E. Almeida Reginaldo Soares Damasceno

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Paula, Marcelo Moraes Geografia espaço & interação : 9o ano : ensino fundamental : anos finais / Marcelo Moraes Paula, Maria Angela Gomez Rama, Denise Cristina Christov Pinesso. — 1. ed. — São Paulo : FTD, 2018. "Componente curricular: Geografia." ISBN 978-85-96-01988-0 (aluno) ISBN 978-85-96-01989-7 (professor) 1. Geografia (Ensino fundamental) I. Rama, Maria Angela Gomez. II. Pinesso, Denise Cristina Christov. III. Título. 18-20764

CDD-372.891

Índices para catálogo sistemático: 1. Geografia : Ensino fundamental 372.891 Cibele Maria Dias - Bibliotecária - CRB-8/9427

Reprodução proibida: Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. Todos os direitos reservados à

Em respeito ao meio ambiente, as folhas deste livro foram produzidas com fibras obtidas de árvores de florestas plantadas, com origem certificada.

EDITORA FTD Rua Rui Barbosa, 156 – Bela Vista – São Paulo – SP CEP 01326-010 – Tel. 0800 772 2300 Caixa Postal 65149 – CEP da Caixa Postal 01390-970 www.ftd.com.br central.relacionamento@ftd.com.br

Impresso no Parque Gráfico da Editora FTD CNPJ 61.186.490/0016-33 Avenida Antonio Bardella, 300 Guarulhos-SP – CEP 07220-020 Tel. (11) 3545-8600 e Fax (11) 2412-5375

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APRESENTAÇÃO Cara professora e caro professor, Um livro didático de Geografia é muito mais que um conjunto de textos, fotografias, mapas, gráficos... A partir dele e por meio dele abrem-se possibilidades de construção do conhecimento, superação do senso comum, oportunidades de olhar para o mundo de uma forma diferente, relacionar os lugares de vivências com muitos outros lugares, perceber-se como cidadão e como ser ativo na construção do espaço geográfico. Essas possibilidades são efetivadas e ampliadas com a sua mediação e seu trabalho, pois você conhece cada um dos estudantes, a comunidade e a região onde a escola se localiza. Com este Manual do professor esperamos contribuir para o planejamento e a preparação das suas aulas e também para sua formação contínua. Estaremos, assim, juntos nessa trajetória tão importante, que é a jornada pela educação. Estamos à disposição para qualquer dúvida, sugestão ou conversa. Bom trabalho! Os autores

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SUMÁRIO CONHEÇA SEU MANUAL................................................................................ V Organização das páginas do Manual em U ........................................... VI ORIENTAÇÕES GERAIS PARA A COLEÇÃO .............................................. VII Introdução .................................................................................................. VII 1. Mudanças no ensino de Geografia .................................................... VII 1.1 A BNCC ....................................................................................................VIII 1.1.1 Competências e habilidades .................................................................. IX 2. Proposta teórico-metodológica ........................................................ XVII 2.1 Expectativas de aprendizagem ................................................................ XVII 2.2 Conceitos da Geografia ......................................................................... XVIII 2.3 Escalas de análise espacial ........................................................................ XX 2.4 A Cartografia .......................................................................................... XXI 2.4.1 Cartografia e educação inclusiva ....................................................... XXI 2.4.2 Mapas digitais ................................................................................ XXIII 2.4.3 Mapas digitais colaborativos ........................................................... XXIII 2.5 Interdisciplinaridade ............................................................................... XXIII 2.6 Trabalho com a diversidade ................................................................... XXIV 3. Recursos e estratégias didáticas ...................................................... XXV 3.1 Sugestões para o uso da obra ................................................................. XXV 3.2 Estudo do meio e trabalho de campo ....................................................XXVI 3.3 Gêneros textuais e linguagens diversas .................................................XXVII 3.4 Tecnologias digitais de comunicação e informação ..............................XXVIII 3.4.1 As “novas tecnologias” na escola .................................................... XXIX 3.5 A prática da pesquisa ............................................................................ XXIX 3.6 Trabalhos em grupo................................................................................XXX 3.7 Jogos tradicionais e eletrônicos (games) .................................................XXXI 3.7.1 Games.............................................................................................XXXI 3.8 Aprendizagem baseada em problemas (PBL) ..........................................XXXI 3.9 Aprendizagem baseada em projetos (ABP) ............................................XXXII 3.10 Sala de aula invertida ..........................................................................XXXII 4. Avaliação .............................................................................................XXXIII 4.1 Mapa conceitual ..................................................................................XXXIII 4.2 Portfólio ............................................................................................. XXXIV 4.3 Contrato didático ................................................................................ XXXV 5. Seleção dos conteúdos..................................................................... XXXV 6. Quadros de conteúdos, objetos de conhecimento e habilidades da BNCC por volume ................................................. XXXVI 6o ano ...................................................................................................... XXXVI 7o ano .................................................................................................... XXXVIII 8o ano ............................................................................................................. XL 9o ano .......................................................................................................... XLIII 7. Referências bibliográficas consultadas e recomendadas .........................XLVII 8. Orientações específicas do volume do 9o ano ................................. 10

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CONHEÇA SEU MANUAL O Manual do professor apresenta três partes: as Orientações gerais para a coleção, as Orientações específicas, que correspondem ao material impresso, e o Material digital. Nas Orientações gerais, apresentamos as mudanças no ensino de Geografia, com um breve resgate dos paradigmas da Geografia escolar ao longo do tempo. Destacamos também a relação da obra com a Base Nacional Comum Curricular, bem como as competências e habilidades apontadas nesse documento. Na apresentação da proposta teórico-metodológica da coleção, elencamos as expectativas de aprendizagem, os principais conceitos com os quais a Geografia trabalha, as escalas de análise espacial e também importantes processos de ensino-aprendizagem relacionados à Geografia como Cartografia, interdisciplinaridade e trabalho com a diversidade. Apontamos, ainda, sugestões de estratégias e recursos para o desenvolvimento dos conteúdos e para o processo avaliativo. São apresentados quadros com os conteúdos de cada volume, oferecendo uma visualização geral da obra; e também quadros que relacionam o conteúdo e cada uma das unidades com a BNCC. As Orientações específicas são apresentadas junto à reprodução reduzida das páginas do Livro do aluno. Há sugestões para o desenvolvimento de conteúdos e ampliação, atividades complementares, textos de aprofundamento, sugestões de leitura, entre outros elementos. Para auxiliar no desenvolvimento do processo de ensino e de aprendizagem e propor um melhor aproveitamento desta obra, sugerimos que as consultas a essas orientações sejam feitas constantemente, em um movimento integrado com as propostas do Livro do aluno. Além dos quatro volumes impressos deste Manual do professor impresso, a coleção apresenta quatro volumes de Manual do professor – Material digital. São recursos que ajudam a enriquecer o trabalho do professor e a potencializar as relações de ensino-aprendizagem em sala de aula. Os materiais digitais estão organizados em bimestres e cada um deles possui a composição a seguir: • Plano de desenvolvimento: documento que apresenta os temas que serão trabalhados ao longo do bimestre, relacionando-os aos objetos de conhecimento, habilidades e competências presentes na BNCC. Também são sugeridas estratégias didático-pedagógicas que auxiliam o professor na gestão da sala de aula e fontes de pesquisa complementares que podem ser consultadas pelo professor ou apresentadas para os alunos. Cada Plano de desenvolvimento apresenta um Projeto integrador, cujo objetivo é tornar a aprendizagem mais concreta, articulando diferentes componentes curriculares a situações de aprendizagem relacionadas ao cotidiano da turma. Por meio dos projetos, é possível explorar temas transversais, estimular o desenvolvimento das competências socioemocionais e trabalhar com habilidades próprias de diferentes componentes curriculares. • Sequências didáticas: são um conjunto de atividades estruturadas aula a aula que relacionam objetos de conhecimento, habilidades e competências presentes na BNCC, de modo a ajudar o aluno a alcançar um objetivo de aprendizagem definido. Nas sequências didáticas, foram propostas atividades que podem ser aplicadas complementarmente ao livro impresso. Também estão presentes sugestões de avaliações que ajudam o professor a aferir se os alunos alcançaram os objetivos de aprendizagem propostos. • Proposta de acompanhamento da aprendizagem: é um conjunto de dez atividades (e seus respectivos gabaritos) destinado ao aluno, acompanhado de fichas que podem ser preenchidas pelo professor. Esse material tem o objetivo de ajudar a verificar a aprendizagem dos alunos, especialmente se houve domínio das habilidades previstas para o período, e de mapear as principais dificuldades apresentadas pela turma, auxiliando o trabalho de planejamento do professor e de autoavaliação da própria prática pedagógica. • Material digital audiovisual: são vídeos, videoaulas e áudios produzidos para os alunos. Nesses materiais tivemos a preocupação de ampliar e aprofundar temáticas trabalhadas no Livro do aluno, como a leitura da paisagem em diferentes tempos, além de tratar de questões sociais importantes como o direito à moradia.

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ORGANIZAÇÃO DAS PÁGINAS DO MANUAL EM U Exclusivamente nas páginas de abertura da unidade COMPETÊNCIAS

HABILIDADES

Relação das competências gerais, competências por área e competências específicas de Geografia trabalhadas na unidade, de acordo com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC).

Relação das habilidades, de acordo com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), vinculadas aos conteúdos trabalhados na unidade.

COMPETÊNCIAS

UNIDADE UNIDADE

GERAIS ..............................p. IX • 1, 4, 6, 7, 9 e 10 ÁREA ...................................p. X • 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7 ESPECÍFICAS ...................p. XI • 1, 2, 3, 4, 6 e 7

HABILIDADES • • • • • • • • • •

EXPECTATIVAS DE APRENDIZAGEM

p. XVI

EF09GE03 EF09GE04 EF09GE08 EF09GE09 EF09GE10 EF09GE13 EF09GE14 EF09GE15 EF09GE17 EF09GE18

Nesta Nesta unidade, unidade, estudaestudaremos remos aspectos aspectos da da dinâmica dinâmica populacional populacional europeia, europeia, como como oo envelhecimento envelhecimento da da população, população, oo aumento aumento dos dos flfluxos uxos migratórios migratórios aapartir partirda dadécada décadade de2010 2010eesuas suas consequências, consequências,como comoaaintensifi intensificacação çãoda daxenofobia. xenofobia. Também Tambémanalisaremos analisaremosalgumas algumas reivindicações reivindicações de de minorias minorias étnicas étnicas em empaíses paíseseuropeus europeuseeconfl conflitos itosterterritoriais ritoriais relacionados, relacionados, além além de de cacaracterísticas racterísticas do do espaço espaço econômico econômico do docontinente. continente.

• Compreender aspectos do espaço geográfico europeu a partir da população e das mudanças nas divisões político-territoriais no continente. • Relacionar o baixo crescimento demográfico e o envelhecimento da população europeia a fatores socioeconômicos associados à urbanização e a melhores condições de vida. • Reconhecer a grande diversidade sociocultural da população europeia. • Analisar aspectos do espaço urbano e da hierarquia urbana de cidades europeias. • Compreender os fatores relacionados às mudanças político-territoriais do continente europeu a partir do final da década de 1980. • Identificar os principais fluxos populacionais na Europa, relacionando-os ao contexto das imigrações internacionais e à xenofobia. • Valorizar a igualdade entre as pessoas e repudiar atitudes racistas e xenofóbicas. • Analisar e compreender aspectos do espaço geográfico europeu relacionados às atividades econômicas que nele se desenvolvem.

ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

Apresentam comentários, orientações e sugestões para o desenvolvimento dos conceitos e conteúdos, complementos de atividades e outras informações importantes para o encaminhamento do trabalho em sala de aula.

MATT CARDY / STRINGER/GETTY IMAGES MATT CARDY / STRINGER/GETTY IMAGES

EXPECTATIVAS DE APRENDIZAGEM

Relação de conhecimentos, atitudes, saberes, práticas, valores e ações que se espera dos alunos com os conteúdos trabalhados na unidade.

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ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

EUROPA: EUROPA: POPULAÇÃO POPULAÇÃO EE ECONOMIA ECONOMIA

Converse Conversecom comososcolegas colegaseeooprofessor professorsobre sobreasasquestões questões aaseguir. seguir.

1.1. Que Quetipo tipode deacontecimento acontecimentoaafotografia fotografiaretrata? retrata?

AAimagem imagemretrata retrataum umfluxo fluxodederefugiados refugiadosdadaÁsia Ásiapara paraa aEuropa. Europa.

2.2. Em Emsua suaopinião, opinião,para paraonde ondeasaspessoas pessoasretratadas retratadasna na fotografia fotografiaestão estãosesedeslocando? deslocando?Por Porquê? quê?

Refugiados Refugiadossírios síriose eiraquianos iraquianosescoltados escoltados por porpoliciais policiaisdurante durantea atravessia travessiado do território territórioesloveno eslovenocom comdestino destinoa apaíses países da daEuropa EuropaOcidental. Ocidental.Fotografia Fotografiaem em Rigonce, Rigonce,Eslovênia, Eslovênia,2015. 2015.

3.3. Com Combase basena naanálise análiseda dafotografia fotografiaeede desua sualegenda, legenda,resresponda: ponda:Que Quepaís paísesses essesimigrantes imigrantesestão estãoatravessando? atravessando?

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• Reconhecer a importância das políticas agrárias na Europa, analisando seus efeitos. • Compreender a relevância do turismo na Europa. • Analisar os argumentos contrários e favoráveis à energia nuclear, reconhecendo a importância das manifestações da sociedade civil e o pe-

so da opinião pública nas políticas sobre o tema. • Reconhecer a importância das atividades industriais para a economia europeia. • Realizar leitura de imagens, como mapas e fotografias, para obtenção de informações variadas e como parte de procedimentos de leitura da paisagem.

• Realizar procedimentos de pesquisa para obtenção de informações e desenvolver autonomia nos estudos e atitudes necessárias ao trabalho em grupo.

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Iniciar a aula questionando os alunos sobre a relação entre o título da Unidade e a imagem de abertura. Utilizar a atividade 1 para estimular os alunos a observar os detalhes contidos na fotografia em relação às características das pessoas, à paisagem do trajeto percorrido e aos demais aspectos que possam chamar a atenção, como a escolta policial que acompanha o grupo. Na atividade 2, verificar as hipóteses levantadas pelos alunos sobre as possíveis origens destas pessoas, para onde pretendem ir e por quais motivos. Espera-se que os alunos respondam que os imigrantes retratados na imagem se deslocam para os países da Europa Ocidental, como Alemanha, França, Suíça, Inglaterra, entre outros. Espera-se também que os alunos citem tanto os motivos que levam os imigrantes a deixar os locais onde residem (como guerras, pobreza, falta de emprego etc.), como os fatores que os atraem para os países europeus, como melhores condições de vida, perspectiva de emprego e renda, segurança, acesso aos serviços sociais, como educação e saúde entre outros. Utilizar a atividade 3 para instigar os alunos a observarem as características de uma paisagem rural na Europa a partir da descrição de seus elementos mais representativos. Espera-se que os alunos identifiquem o país retratado pela imagem por meio da leitura da legenda, no caso, a Eslovênia. Discutir com a turma sobre a influência que os movimentos migratórios ocorridos recentemente na Europa tiveram no acirramento de tensões com a população local. Os possíveis efeitos desse aumento do fluxo de pessoas na economia dos países europeus também podem ser discutidos durante essa conversa. Destacar que esses temas serão aprofundados no decorrer do estudo da Unidade.

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Nas páginas de abertura da unidade e nas páginas de desenvolvimento do conteúdo e seções ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

Oriente OrienteMédio: Médio:uso usoda daterra terra EUROPA EUROPA io sp Cáspio Mar Cá Mar

Mar MarNegro Negro Ancara Ancara

TURQUIA TURQUIA

Kabul Kabul

Mar Mar CHIPRE Med Med CHIPRE SÍRIA iterr iterr LÍBANO LÍBANO SÍRIA âne âne o o Beirute Beirute Damasco Damasco Bagdá Bagdá ISRAEL ISRAEL IRAQUE Telaviv Telaviv Amã Amã IRAQUE

Teerã Teerã

AFEGANISTÃO AFEGANISTÃO IRÃ IRÃ

JORDÂNIA JORDÂNIA KUWAIT KUWAIT BAREIN BAREIN ARÁBIA ARÁBIA Manama Manama Doha DohaAbu Abu Dhabi Dhabi SAUDITA SAUDITA Riad Riad CATAR CATAR Mascate Mascate EMIRADOS EMIRADOS ÁRABES ÁRABES UNIDOS UNIDOS

Áreas improdutivas Áreas improdutivas Florestas e bosques Florestas e bosques Área cultivável Área cultivável Estepes e desertos Estepes e desertos Área dede criação dede gado Área criação gado Uva Uva

Beterraba Beterraba

Café Café

Arroz Arroz

Azeitona Azeitona

r r Cânce Cânce dede Trópico Trópico

Sana Sana

OCEANO OCEANO ÍNDICO ÍNDICO

IÊMEN IÊMEN

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50° LL 50°

AMPLIANDO HORIZONTES • SPUTNIK BRASIL. Ambições nucleares: Arábia Saudita começa a explorar suas reservas de Urânio. Disponível em: <http://livro.pro/7fi9k2>. Acesso em: 14 nov. 2018. A reportagem avalia o potencial dos recursos da Arábia Saudita para a produção de energia atômica. • DÍAZ, M. G. Os reatores nucleares da Arábia Saudita que geram disputa entre EUA, China e Rússia. BBC Brasil. Disponível em: <http://livro.pro/ 73c9ej>. Acesso em: 14 nov. 2018. A matéria explica os interesses de países como EUA e China nos novos empreendimentos da Arábia Saudita em diversificar sua matriz energética.

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Font Font e:e:ISTITUTO ISTITUTOGEOGRAFICO GEOGRAFICODE DEAGOSTINI. AGOSTINI.Atlante Atlantegeografico geografico metodico metodicoDe DeAgostini. Agostini.Novara: Novara:2018. 2018.p.p.100-101. 100-101.

1.1. Que Queatividades atividadeseconômicas econômicasforam foramrepresentadas representadasno nomapa? mapa? Agricultura Agriculturae ecriação criaçãodedegado. gado.

2.2. Por Porque queaaagricultura agriculturairrigada irrigadaéémuito muitoimportante importantena naregião? região?Se Senecessário, necessário,retome retomeoo mapa mapaÁsia: Ásia:climas climasda dapágina página146. 146.

3.3. Em orestas Emque queregião regiãodo domapa mapaseseconcentram concentramasasflfl orestaseeososbosques? bosques? Na Naregião regiãonorte, norte,nos nosterritórios territóriosdadaTurquia Turquiae edodoIrã, Irã,principalmente. principalmente.

4.4. Qual Qualoocultivo cultivoque quemais maisaparece aparecerepresentado representadono nomapa? mapa?Em Emque quepaíses paíseséérealizado? realizado?

KATIEKK/SHUTTERSTOCK.COM KATIEKK/SHUTTERSTOCK.COM

Trigo. Trigo.No NoAfeganistão, Afeganistão,nonoIrã, Irã,nonoIraque, Iraque,nanaTurquia Turquiae enanaSíria. Síria. Como Comoem emdiversas diversasááreas reasdo doOriente OrienteMé Médio diopredomina predominaooclima climadesértico, desértico,aaagricultura agriculturaéé praticada praticadaprincipalmente principalmentenas nasááreas reasmais maisúmidas, úmidas,como comona nafaixa faixalitorânea litorâneado domar marMediterrâ Mediterrâneo, neo, na naPlanície Planícieda daMesopotâmia Mesopotâmiaeenos nosvales valesflfluviais, uviais,onde ondeéépossível possíveloouso usoda dairrigação. irrigação. Na NaPlanície Planícieda daMesopotâmia, Mesopotâmia,entre entreososrios riosTigre TigreeeEufrates, Eufrates,destaca-se destaca-seoocultivo cultivoirrigado irrigadode de trigo, trigo,além alémde dearroz, arroz,frutas frutaseealgodão. algodão.No Nolitoral litoraldo domar marMediterrâ Mediterrâneo, neo,destacam-se destacam-seazeitona azeitonaee frutas. frutas.Turquia TurquiaeeIsrael Israelsãsãooososmaiores maioresprodutores produtoresagrícolas agrícolasda daregiã região.o. Algumas Algumasáreas áreasde dedesertos, desertos,no noentanto, entanto,têm têmsesetornado tornadoimportantes importantesprodutoras produtorasagrícolas agrícolasem em decorrência decorrênciado dodesenvolvimento desenvolvimentode detécnicas técnicasde deirrigação irrigaçãoeemanipulação manipulaçãogenética genéticade desementes. sementes.Israel Israel ééoopaí s sque paí quetem temobtido obtidomaior maiorsucesso sucessono noaproveitamento aproveitamentodas dasregiões regiõesáridas áridaspara paraaaagricultura. agricultura.No No deserto desertode deNeguev, Neguev,além alémdo dotrigo, trigo,destaca-se destaca-seoocultivo cultivode defrutas, frutas,cevada, cevada,legumes, legumes,verduras verduraseealgodão. algodão.

OOturismo turismodedealto altopadrão padrãotem temapresentado apresentadocrescimento crescimentonos nosEmirados EmiradosÁrabes ÁrabesUnidos. Unidos.Fotografia FotografiadedeDubai, Dubai,2018. 2018.

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174 174 des como a construção civil e o setor de serviços (bancos, seguradoras, transportes, energia, telecomunicações, aviação civil, tecnologia digital, turismo etc.) e para a necessidade de mão de obra para diversos setores, com estímulo para a entrada de imigrantes, sobretudo em países do Golfo Pérsico. D2_GEO_F2_2054_V9_U06_G20.indd174 174 D2_GEO_F2_2054_V9_U06_G20.indd

ATIVIDADE COMPLEMENTAR Sugerir atividade de pesquisa sobre o turismo no Oriente Médio. Dividir a turma em grupos e atribuir um tema para cada um, como: turismo religioso, turismo de negócios, turismo de alto padrão, crescimento do turismo e principais

dificuldades para o desenvolvimento da atividade. Cada grupo deverá realizar a pesquisa e apresentá-la de forma livre, ou seja, o produto final pode ser uma apresentação de slides, um cartaz, um vídeo, uma música etc. Para inspirar os grupos é interessante apresentar dife-

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rentes linguagens durante as aulas, trabalhando com quadrinhos, textos, vídeos etc.

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TEXTO COMPLEMENTAR Até poucos anos atrás, [...] para boa parte da humanidade, o Oriente Médio era apenas o lugar de onde saía a maioria do petróleo que movia a economia do planeta. Mas o petróleo [...] não durará para sempre, e os árabes, capitalizados com

AMPLIANDO HORIZONTES Sugestões de sites, livros, artigos, vídeos, músicas e outros recursos para ampliar o trabalho do professor.

ANTUNES, L. As novas Dubais. Exame. Disponível em: <https:// exame.abril.com.br/revista-exame/ novas-dubais-396426/>. Acesso em: 14 nov. 2018.

OMÃ OMÃ DACOSTA MAPAS DACOSTA MAPAS

Utilização dodo solo Utilização solo

Cultivos Cultivos Trigo Trigo

ÁSIA ÁSIA

Cidade dodo Kuwait Cidade Kuwait

ÁFRICA ÁFRICA

O fator que fez nascer a economia do turismo local foram os gigantescos investimentos em infraestrutura realizados [...]. A pequena Dubai, nos Emirados Árabes, foi a primeira a enxergar que a transformação do deserto instalado no caminho entre a Europa e a emergente China poderia atrair multidões em busca de luxo e lazer exótico [...]. O modelo de Dubai serve atualmente de inspiração para outras localidades do Oriente Médio, que decidiram também financiar projetos semelhantes. [...]

OOtipo tipode depecuária pecuáriaque quesesedestaca destacano noOriente OrienteMédio Médioééoopastoreio pastoreionômade. nômade.Com Comasas condições condiçõesclimáticas climáticasadversas, adversas,ososcriadores criadoresdeslocam deslocamoogado gadoem embusca buscade deágua águaeealimentos. alimentos. Os Osprincipais principaisrebanhos rebanhossão sãode deovelhas, ovelhas,cabras cabraseecamelos. camelos. Na Naatividade atividadeindustrial, industrial,destacam-se destacam-seIsrael IsraeleeTurquia, Turquia,osospaí países sesmais maisindustrializados industrializados do doOriente OrienteMé Médio. dio.AATurquia Turquiaconcentra concentraindústrias indústriasquímica, química,mecânica mecânicaeeautomobilística, automobilística,ee Israel, Israel,indústrias indústriasde deequipamentos equipamentoseletrônicos, eletrônicos,alimentos, alimentos,telecomunicações, telecomunicações,armamentos armamentosee equipamentos equipamentosagrícolas. agrícolas.Nos Nospaí países sesprodutores produtoresde depetró petróleo, leo,destacam-se destacam-seasasindústrias indústriaspetropetroquímicas. químicas.Nos Nosdemais demaispaí países, ses,aaatividade atividadeindustrial industrialéépequena, pequena,com comindústrias indústriasbasicamente basicamente de debens bensde deconsumo consumonã nãooduráveis duráveis(alimentos, (alimentos,bebidas, bebidas,vestuário vestuárioetc.), etc.),concentrando-se concentrando-seprinprincipalmente cipalmentenas nascapitais. capitais. OOturismo turismoééuma umaatividade atividadeque quetem temapresentado apresentadocrescimento crescimentono noOriente OrienteMé Médio, dio,com com grande grandedestaque destaquenos nospaí países sesdo doGolfo GolfoPé Pérsico, rsico,sobretudo sobretudonos nosEmirados EmiradosÁÁrabes rabesUnidos, Unidos,que, que, preocupados preocupadosem emdiminuir diminuiraadependência dependênciaeconômica econômicaem emrelação relaçãoao aopetróleo, petróleo,têm têmdestinadestinado doaltos altosinvestimentos investimentosem eminfraestrutura infraestruturaeedesenvolvimento desenvolvimentodo dosetor setorcom comaaconstrução construçãode de hotéis hotéisluxuosos, luxuosos,praias praiaseeilhas ilhasartifi artificiais ciaisque queatraem atraemturistas turistasdo domundo mundotodo, todo,principalmente principalmente para paraDubai DubaieeAbu AbuDhabi. Dhabi.OOturismo turismoreligioso religiosotambém tambémsesedestaca, destaca,pois poisfoi foinessa nessaregiã regiãooque que seseoriginaram originaramtrês trêsimportantes importantesreligiões religiõesdo domundo: mundo:Cristianismo, Cristianismo,Islamismo IslamismoeeJudaísmo. Judaísmo.

Outras Outrasatividades atividadeseconômicas econômicas No NoOriente OrienteMé Médio, dio,além alémda daextraç extraçããooeeda daexportação exportaçãodo dopetró petróleo, leo,outras outrasatividades atividadeseconôeconômicas micassesedestacam. destacam.Observe Observeno nomapa mapaalgumas algumasdelas. delas.

o elh rmelho Verm Mar Ve Mar

Reforçar a importância do petróleo para a economia do Oriente Médio. Porém, destacar que, pensando na possibilidade de um futuro esgotamento das reservas desse recurso, países como Bahrein, Catar e Emirados Árabes Unidos estão investindo em outros setores econômicos para diversificar suas atividades. Orientar a leitura do mapa da página 174, utilizando-se das atividades de 1 a 4 para interpretação das informações. Na atividade 2, é esperado que os alunos relacionem a vegetação e o clima com a necessidade de agricultura irrigável. Se necessário, retome conteúdos da Unidade 5 sobre os tipos de clima na Ásia. Apresentar as principais características naturais do Oriente Médio, destacando a carência de água como um dos fatores preponderantes na distribuição da população e na organização das atividades agropastoris. Ressaltar também que o acesso à água tem sido fonte de conflitos na região. Entre as principais características naturais, destacar a predominância de clima desértico e semiárido (desertos da Arábia e do Irã), com ocorrência de clima mediterrâneo nas áreas próximas do crescente fértil. Há principalmente formações vegetais de deserto, estepes e pradarias, além de vegetação mediterrânea nas áreas próximas aos rios. A rede hidrográfica da região é pobre, com muitos rios temporários – com destaque para os rios Tigre e Eufrates. O relevo é bastante irregular, com extensas planícies situadas nas áreas litorâneas e planaltos que podem atingir altitudes superiores a 4 mil metros a leste, nas áreas próximas ao Afeganistão e ao Irã. Relacionar as características naturais à ocupação e ao uso do solo. Chamar a atenção para o crescimento de outras ativida-

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os dólares resultantes da exploração [...], decidiram se precaver. O resultado está na transformação do Oriente Médio no destino que apresenta o maior crescimento proporcional de visitantes do planeta, segundo dados da Organização Mundial do Turismo. [...].

TEXTOS COMPLEMENTARES

Textos que visam aprofundar conteúdos abordados no Livro do aluno. São textos variados que também servem de leitura para ampliação de informações para o professor.

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ATIVIDADES COMPLEMENTARES NO audiovisual

Sugestões de atividades extras, cujo objetivo é ampliar o estudo de conceitos da unidade ou dos temas abordados.

Indicações de materiais audiovisuais produzidos exclusivamente para a coleção.

NO DIGITAL

Indicação de planos de desenvolvimento, projetos integradores, sequências didáticas e propostas de acompanhamento da aprendizagem que podem ser encontrados no Manual do professor – Material digital e que têm o propósito de enriquecer a prática pedagógica.

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ORIENTAÇÕES GERAIS PARA A COLEÇÃO INTRODUÇÃO Colegas professores, convidamos vocês a iniciar nosso diálogo com algumas perguntas que nos fazem refletir sobre a Geografia na escola dos dias atuais: Como a Geografia contribui para a compreensão do mundo contemporâneo, relacionando-o com a vida cotidiana? Que conteúdos, conceitos e categorias trabalhados na Geografia os alunos devem apreender para desvendar os acontecimentos do seu mundo? Qual o papel do professor de Geografia diante do jovem considerado um “nativo digital”? As respostas passam pela concepção de aluno, de escola, de educação e de Geografia. Nesta coleção, concebemos o aluno como sujeito das relações no processo de aprendizagem, e o professor como mediador entre o conhecimento e o aluno, no sentido de promover situações de problematização dos fatos, de relação com os lugares de vivência, de protagonismos em pesquisas e discussões, de superação do senso comum, entre muitas outras. Quanto à concepção de Geografia, importante esclarecer que o objeto central de estudo é o espaço geográfico que, associado aos saberes científicos da disciplina, deve contribuir para a compreensão dos fatos e na busca por um mundo melhor para todos. Pode-se dizer que o papel da escola, sobretudo do professor de Geografia, nunca foi tão desafiador, não só porque o mundo está em constante e veloz mudança, mas também porque os mais diversos entendimentos sobre o mundo são divulgados em segundos e comentados por milhões de pessoas instantaneamente. O excessivo apelo ao consumo aliado à facilidade na disseminação de opiniões e de notícias – muitas vezes falsas –, estabelece para o professor de Geografia o desafio de romper com a banalização dos acontecimentos e a indiferença da sociedade em relação aos problemas humanos, sociais e ambientais. Um dos caminhos é possibilitar ao aluno o trabalho com as “ferramentas” próprias da Geografia e de outras ciências para analisar, refletir, emitir opiniões bem fundamentadas, fazer uma leitura crítica do mundo e das vivências, o que significa compreender a realidade e pensar possibilidades para um mundo melhor. Ao mesmo tempo, devemos pensar na formação do cidadão1, que convive com as diferenças nos seus aspectos cultural, étnico-cultural, de gênero, etário, entre outras, contribuindo para a promoção do respeito ao outro e à diversidade. Enfim, são grandes os desafios que dependem de um conjunto de atores e forças, aos quais nos unimos: docentes, pais, alunos, gestores, políticas públicas, movimentos sociais e todos aqueles comprometidos com um país melhor para todas as pessoas.

1. MUDANÇAS NO ENSINO DE GEOGRAFIA Ao conversar sobre as aulas de Geografia com pessoas que frequentaram a escola nas décadas de 1960 ou 1970, é comum ouvir relatos de experiências que não contribuíam efetivamente para a compreensão do mundo, como decorar respostas de questionários e reproduzir e pintar mapas. Embora não constituam regra, esses exemplos ilustram práticas comuns em um momento em que a Geografia era considerada uma disciplina repleta de conteúdos para decorar. Já na década de 1970, o geógrafo francês Yves Lacoste, em seu livro A Geografia – isso serve, em primeiro lugar, para fazer a guerra (2008), faz críticas a essa Geografia que vigorou por bastante tempo2, que se convencionou chamar Geografia tradicional.

1 Para ampliar essa reflexão, sugerimos a leitura do livro O espaço do cidadão, de Milton Santos (Edusp, 2014). 2 Lacoste faz críticas à Geografia que ele chamou “Geografia dos professores”, que caracterizava não só a escola de nível médio, mas também os cursos universitários.

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Lacoste apontou a neutralidade científica, o aspecto descritivo e a compartimentação do conhecimento da Geografia ensinada nas escolas e também daquela produzida nas instituições acadêmicas e de pesquisa. Para a chamada Geografia tradicional, o conhecimento era um saber neutro, que não abordava as relações sociais e as contradições que envolviam a produção do espaço geográfico. Na escola, a Geografia não tinha a preocupação com os lugares de vivência nem incentivava o aluno a se perceber como sujeito de sua realidade, podendo portanto, transformá-la. A questão do método passou a ser intensamente debatida na ciência geográfica, visando a superação de uma ciência pautada no Positivismo, corrente que sustentava as Ciências Humanas. Esse movimento de discussão e renovação metodológica é o que passou a ser denominado Geografia crítica. No Brasil, na década de 1980, estudos acadêmicos fizeram críticas à chamada Geografia escolar e buscaram meios para minimizar a compartimentação dos conteúdos e o distanciamento entre o ensino de Geografia e a realidade social, política e econômica do país. A busca pela renovação da Geografia escolar era parte do movimento de renovação curricular, que centrava esforços na “melhoria da qualidade de ensino, a qual necessariamente passava por uma revisão dos conteúdos e das formas de ensinar e aprender das diferentes disciplinas dos currículos da escola básica” (PONTUSCHKA et al., 2009). Um dos documentos que marcaram fortemente esse movimento de renovação foi a proposta da Coordenadoria de Estudos e Normas Pedagógicas (Cenp), da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, que inspirou propostas curriculares de outras Unidades da Federação. Outro marco importante para o ato de repensar o currículo foi a publicação, em âmbito nacional, dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), nos anos 1990, que propunha conteúdos conceituais, temas transversais e orientações didáticas específicas para as disciplinas escolares. Os PCNs de Geografia pretendiam reforçar a importância social dessa disciplina, buscar um ensino para a conquista da cidadania, trabalhar meios para os alunos receberem informação e formação considerando conteúdos conceituais, atitudinais e procedimentais. Outro aspecto importante era a intercessão da Geografia com outros campos do saber, como a Antropologia, a Sociologia, a Biologia, as Ciências Políticas, entre outros (PCNs, 1997, p. 106).3 Nas décadas de 2000 e 2010, houve uma tendência das Unidades da Federação e dos municípios de elaborarem seus próprios documentos curriculares, valendo-se da autonomia garantida pelas legislações e revelando diferentes possibilidades de organização curricular. Destaca-se também o aumento do número de pesquisas e de grupos de estudo nas universidades brasileiras e a maior frequência dos encontros na área de didática da Geografia e da educação geográfica, revelando maior preocupação com o tema. Pesquisadores, docentes e autores de livros didáticos passaram a repensar a função social da Geografia, apontando para uma superação da chamada Geografia tradicional e enfatizando a importância de levar em conta os conhecimentos prévios dos alunos para a construção dos saberes geográficos e dos raciocínios espaciais. Grande parte das discussões recentes sobre a Geografia escolar está contemplada na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), publicada em 2017, sobre a qual nos detemos a seguir.

1.1 A BNCC A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) teve suas primeiras versões publicadas na segunda metade da década de 2010, orientada pelos princípios das Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) e pelos marcos legais vigentes no Brasil. O documento define as aprendizagens essenciais, indica conhecimentos e competências que se espera que os estudantes desenvolvam ao longo da Educação Básica e explicita as especificidades e o papel das áreas do conhecimento (no caso da Geografia, as Ciências Humanas) e dos componentes curriculares na formação do aluno do Ensino Fundamental.

3 A proposta da CENP e os PCNs não ficaram livres de críticas, sendo que as principais delas foram, respectivamente, a de que não atingiu a prática da maior parte dos professores das redes públicas e a pequena participação, na sua elaboração, dos professores da Educação Básica. Independentemente das críticas e das linhas metodológicas, os dois documentos contribuíram imensamente para reflexões sobre a Geografia escolar, entendendo-a como uma disciplina que vai muito além da memorização de conteúdos e da reprodução de mapas.

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Ao apresentar a Geografia, a BNCC aponta que a grande contribuição desse componente curricular aos alunos da Educação Básica é “desenvolver o pensamento espacial, estimulando o raciocínio geográfico para representar e interpretar o mundo em permanente transformação e relacionando componentes da sociedade e da natureza” (BNCC, 2017, p. 358). De acordo com a BNCC, o raciocínio geográfico, que é uma maneira de exercitar o pensamento, envolve princípios para compreender aspectos fundamentais da realidade, conforme expostos no quadro 1. QUADRO 1 – DESCRIÇÃO DOS PRINCÍPIOS DO RACIOCÍNIO GEOGRÁFICO Princípio

Descrição

Analogia

Um fenômeno geográfico sempre é comparável a outros. A identificação das semelhanças entre fenômenos geográficos é o início da compreensão da unidade terrestre.

Conexão

Um fenômeno geográfico nunca acontece isoladamente, mas sempre em interação com outros fenômenos próximos ou distantes.

Diferenciação*

É a variação dos fenômenos de interesse da geografia pela superfície terrestre (por exemplo, o clima), resultando na diferença entre áreas.

Distribuição

Exprime como os objetos se repartem pelo espaço.

Extensão

Espaço finito e contínuo delimitado pela ocorrência do fenômeno geográfico.

Localização

Posição particular de um objeto na superfície terrestre. A localização pode ser absoluta (definida por um sistema de coordenadas geográficas) ou relativa (expressa por meio de relações espaciais topológicas ou por interações espaciais).

Ordem* *

Ordem ou arranjo espacial é o princípio geográfico de maior complexidade. Refere-se ao modo de estruturação do espaço de acordo com as regras da própria sociedade que o produziu.

FERNANDES, José Alberto Rio; TRIGAL, Lourenzo López; SPÓSITO, Eliseu Savério. Dicionário de Geografia aplicada. Porto: Porto Editora, 2016. * MOREIRA, Ruy. A diferença e a geografia: o ardil da identidade e a representação da diferença na geografia. GEOgraphia, Rio de Janeiro, ano 1, n. 1, p. 41-58, 1999. ** MOREIRA, Ruy. Repensando a Geografia. In: SANTOS, Milton (Org.). Novos rumos da Geografia brasileira. São Paulo: Hucitec, 1982. p. 35-49. BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Versão final. Brasília: MEC, 2017. p. 358. Disponível em: <http:// basenacionalcomum.mec.gov.br/wp-content/uploads/2018/06/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf>. Acesso em: 28 ago. 2018.

1.1.1 Competências e habilidades As competências referem-se à “mobilização de conhecimentos (conceitos e procedimentos), habilidades (práticas, cognitivas e socioemocionais), atitudes e valores para resolver demandas complexas da vida cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do mundo do trabalho.” (BNCC, 2017, p. 8). Na BNCC, as competências apresentam-se em diversos níveis. No plano das competências gerais para a Educação Básica, elas se inter-relacionam e perpassam todos os componentes curriculares. COMPETÊNCIAS GERAIS DA BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR 1. Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo físico, social, cultural e digital para entender e explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva. 2. Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade, para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das diferentes áreas. 3. Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, e também participar de práticas diversificadas da produção artístico-cultural. 4. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital –, bem como conhecimentos das linguagens artística, matemática e científica, para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo. 5. Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.

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COMPETÊNCIAS GERAIS DA BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR 6. Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade. 7. Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional e global, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta. 8. Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional, compreendendo-se na diversidade humana e reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar com elas. 9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza. 10. Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários. BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Versão final. Brasília: MEC, 2017. p. 9-10. Disponível em: <http:// basenacionalcomum.mec.gov.br/wp-content/uploads/2018/06/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf>. Acesso em: 28 ago. 2018.

No âmbito das Ciências Humanas, conforme exposto na BNCC, as competências devem propiciar aos alunos a capacidade de interpretar o mundo, de compreender processos e fenômenos sociais, políticos e culturais e de atuar de forma ética, responsável e autônoma diante de fenômenos sociais e naturais. COMPETÊNCIAS ESPECÍFICAS DE CIÊNCIAS HUMANAS PARA O ENSINO FUNDAMENTAL 1. Compreender a si e ao outro como identidades diferentes, de forma a exercitar o respeito à diferença em uma sociedade plural e promover os direitos humanos. 2. Analisar o mundo social, cultural e digital e o meio técnico-científico-informacional com base nos conhecimentos das Ciências Humanas, considerando suas variações de significado no tempo e no espaço, para intervir em situações do cotidiano e se posicionar diante de problemas do mundo contemporâneo. 3. Identificar, comparar e explicar a intervenção do ser humano na natureza e na sociedade, exercitando a curiosidade e propondo ideias e ações que contribuam para a transformação espacial, social e cultural, de modo a participar efetivamente das dinâmicas da vida social. 4. Interpretar e expressar sentimentos, crenças e dúvidas com relação a si mesmo, aos outros e às diferentes culturas, com base nos instrumentos de investigação das Ciências Humanas, promovendo o acolhimento e a valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza. 5. Comparar eventos ocorridos simultaneamente no mesmo espaço e em espaços variados, e eventos ocorridos em tempos diferentes no mesmo espaço e em espaços variados. 6. Construir argumentos, com base nos conhecimentos das Ciências Humanas, para negociar e defender ideias e opiniões que respeitem e promovam os direitos humanos e a consciência socioambiental, exercitando a responsabilidade e o protagonismo voltados para o bem comum e a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva. 7. Utilizar as linguagens cartográfica, gráfica e iconográfica e diferentes gêneros textuais e tecnologias digitais de informação e comunicação no desenvolvimento do raciocínio espaço-temporal relacionado a localização, distância, direção, duração, simultaneidade, sucessão, ritmo e conexão. BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Versão final. Brasília: MEC, 2017. p. 355. Disponível em: <http:// basenacionalcomum.mec.gov.br/wp-content/uploads/2018/06/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf>. Acesso em: 28 ago. 2018.

No âmbito da Geografia, as competências contribuem para a formação das identidades e para a leitura de mundo. É imprescindível, para isso, desenvolver o pensamento espacial do aluno, estimulando seu raciocínio geográfico.

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COMPETÊNCIAS ESPECÍFICAS DE GEOGRAFIA PARA O ENSINO FUNDAMENTAL 1. Utilizar os conhecimentos geográficos para entender a interação sociedade/natureza e exercitar o interesse e o espírito de investigação e de resolução de problemas. 2. Estabelecer conexões entre diferentes temas do conhecimento geográfico, reconhecendo a importância dos objetos técnicos para a compreensão das formas como os seres humanos fazem uso dos recursos da natureza ao longo da história. 3. Desenvolver autonomia e senso crítico para compreensão e aplicação do raciocínio geográfico na análise da ocupação humana e produção do espaço, envolvendo os princípios de analogia, conexão, diferenciação, distribuição, extensão, localização e ordem. 4. Desenvolver o pensamento espacial, fazendo uso das linguagens cartográficas e iconográficas, de diferentes gêneros textuais e das geotecnologias para a resolução de problemas que envolvam informações geográficas. 5. Desenvolver e utilizar processos, práticas e procedimentos de investigação para compreender o mundo natural, social, econômico, político e o meio técnico-científico e informacional, avaliar ações e propor perguntas e soluções (inclusive tecnológicas) para questões que requerem conhecimentos científicos da Geografia. 6. Construir argumentos com base em informações geográficas, debater e defender ideias e pontos de vista que respeitem e promovam a consciência socioambiental e o respeito à biodiversidade e ao outro, sem preconceitos de qualquer natureza. 7. Agir pessoal e coletivamente com respeito, autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, propondo ações sobre as questões socioambientais, com base em princípios éticos, democráticos, sustentáveis e solidários. BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Versão final. Brasília: MEC, 2017. p. 364. Disponível em: <http://basenacionalcomum.mec.gov.br/wp-content/uploads/2018/06/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf>. Acesso em: 28 ago. 2018.

Nos Anos Finais (6o ao 9o) do Ensino Fundamental deve ser garantida a continuidade e a progressão das aprendizagens dos Anos Iniciais (1o ao 5o) em níveis crescentes de complexidade da compreensão. Para garantir o desenvolvimento das competências propostas e da progressão das aprendizagens, a BNCC apresenta um conjunto de habilidades que “expressam as aprendizagens essenciais que devem ser asseguradas aos alunos nos diferentes contextos escolares” (BNCC, 2017, p. 29). Essas habilidades estão organizadas por componente curricular e ano, relacionadas a diferentes unidades temáticas e objetos de conhecimento, entendidos como conteúdos, conceitos e processos. A numeração sequencial que identifica as habilidades (por exemplo: EF06GE01) não indica uma ordem esperada das aprendizagens. Além disso, o agrupamento das habilidades não é um modelo obrigatório para os currículos, como é esclarecido no documento. [...] A forma de apresentação adotada na BNCC tem por objetivo assegurar a clareza, a precisão e a explicitação do que se espera que todos os alunos aprendam na Educação Básica, fornecendo orientações para a elaboração de currículos em todo o País, adequados aos diferentes contextos. BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Versão final. Brasília: MEC, 2017. p. 31. (Grifos no original). Disponível em: <http://basenacionalcomum.mec.gov.br/wp-content/uploads/2018/06/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf>. Acesso em: 28 ago. 2018.

A seguir, estão apresentados quadros com as unidades temáticas, objetos de aprendizagem e habilidades da BNCC para cada ano do Ensino Fundamental – Anos Finais. Ao final deste Manual, nas páginas de XXXVI a XLVI, oferecemos um quadro dos conteúdos e conceitos trabalhados nesta coleção e os respectivos objetos de aprendizagem e habilidades que estão relacionados a eles. Essas relações com as competências e habilidades da BNCC também são sinalizadas no início de cada unidade do Manual do professor em U.

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Geografia – 6º ano UNIDADES TEMÁTICAS

OBJETOS DE CONHECIMENTO

HABILIDADES

(EF06GE01) Comparar modificações das paisagens nos lugares de vivência e os usos desses lugares em diferentes tempos. O sujeito e seu lugar no mundo

Identidade sociocultural (EF06GE02) Analisar modificações de paisagens por diferentes tipos de sociedade, com destaque para os povos originários.

(EF06GE03) Descrever os movimentos do planeta e sua relação com a circulação geral da atmosfera, o tempo atmosférico e os padrões climáticos.

Conexões e escalas

Relações entre os componentes físico-naturais

(EF06GE04) Descrever o ciclo da água, comparando o escoamento superficial no ambiente urbano e rural, reconhecendo os principais componentes da morfologia das bacias e das redes hidrográficas e a sua localização no modelado da superfície terrestre e da cobertura vegetal.

(EF06GE05) Relacionar padrões climáticos, tipos de solo, relevo e formações vegetais.

Mundo do trabalho

Formas de representação e pensamento espacial

Transformação das paisagens naturais e antrópicas

Fenômenos naturais e sociais representados de diferentes maneiras

(EF06GE06) Identificar as características das paisagens transformadas pelo trabalho humano a partir do desenvolvimento da agropecuária e do processo de industrialização.

(EF06GE07) Explicar as mudanças na interação humana com a natureza a partir do surgimento das cidades.

(EF06GE08) Medir distâncias na superfície pelas escalas gráficas e numéricas dos mapas.

(EF06GE09) Elaborar modelos tridimensionais, blocos-diagramas e perfis topográficos e de vegetação, visando à representação de elementos e estruturas da superfície terrestre. (EF06GE10) Explicar as diferentes formas de uso do solo (rotação de terras, terraceamento, aterros etc.) e de apropriação dos recursos hídricos (sistema de irrigação, tratamento e redes de distribuição), bem como suas vantagens e desvantagens em diferentes épocas e lugares.

Biodiversidade e ciclo hidrológico

(EF06GE11) Analisar distintas interações das sociedades com a natureza, com base na distribuição dos componentes físico-naturais, incluindo as transformações da biodiversidade local e do mundo.

Natureza, ambientes e qualidade de vida (EF06GE12) Identificar o consumo dos recursos hídricos e o uso das principais bacias hidrográficas no Brasil e no mundo, enfatizando as transformações nos ambientes urbanos.

Atividades humanas e dinâmica climática

(EF06GE13) Analisar consequências, vantagens e desvantagens das práticas humanas na dinâmica climática (ilha de calor etc.).

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Geografia – 7º ano UNIDADES TEMÁTICAS

O sujeito e seu lugar no mundo

OBJETOS DE CONHECIMENTO Ideias e concepções sobre a formação territorial do Brasil

HABILIDADES

(EF07GE01) Avaliar, por meio de exemplos extraídos dos meios de comunicação, ideias e estereótipos acerca das paisagens e da formação territorial do Brasil.

(EF07GE02) Analisar a influência dos fluxos econômicos e populacionais na formação socioeconômica e territorial do Brasil, compreendendo os conflitos e as tensões históricas e contemporâneas. Formação territorial do Brasil Conexões e escalas

Características da população brasileira

(EF07GE03) Selecionar argumentos que reconheçam as territorialidades dos povos indígenas originários, das comunidades remanescentes de quilombos, de povos das florestas e do cerrado, de ribeirinhos e caiçaras, entre outros grupos sociais do campo e da cidade, como direitos legais dessas comunidades. (EF07GE04) Analisar a distribuição territorial da população brasileira, considerando a diversidade étnico-cultural (indígena, africana, europeia e asiática), assim como aspectos de renda, sexo e idade nas regiões brasileiras.

(EF07GE05) Analisar fatos e situações representativas das alterações ocorridas entre o período mercantilista e o advento do capitalismo. Produção, circulação e consumo de mercadorias

(EF07GE06) Discutir em que medida a produção, a circulação e o consumo de mercadorias provocam impactos ambientais, assim como influem na distribuição de riquezas, em diferentes lugares.

Mundo do trabalho (EF07GE07) Analisar a influência e o papel das redes de transporte e comunicação na configuração do território brasileiro. Desigualdade social e o trabalho (EF07GE08) Estabelecer relações entre os processos de industrialização e inovação tecnológica com as transformações socioeconômicas do território brasileiro.

Formas de representação e pensamento espacial

(EF07GE09) Interpretar e elaborar mapas temáticos e históricos, inclusive utilizando tecnologias digitais, com informações demográficas e econômicas do Brasil (cartogramas), identificando padrões espaciais, regionalizações e analogias espaciais. Mapas temáticos do Brasil (EF07GE10) Elaborar e interpretar gráficos de barras, gráficos de setores e histogramas, com base em dados socioeconômicos das regiões brasileiras.

(EF07GE11) Caracterizar dinâmicas dos componentes físico-naturais no território nacional, bem como sua distribuição e biodiversidade (Florestas Tropicais, Cerrados, Caatingas, Campos Sulinos e Matas de Araucária). Natureza, ambientes e qualidade de vida

Biodiversidade brasileira (EF07GE12) Comparar unidades de conservação existentes no Município de residência e em outras localidades brasileiras, com base na organização do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC).

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Geografia – 8º ano UNIDADES TEMÁTICAS

OBJETOS DE CONHECIMENTO Distribuição da população mundial e deslocamentos populacionais

O sujeito e seu lugar no mundo

Diversidade e dinâmica da população mundial e local

HABILIDADES (EF08GE01) Descrever as rotas de dispersão da população humana pelo planeta e os principais fluxos migratórios em diferentes períodos da história, discutindo os fatores históricos e condicionantes físico-naturais associados à distribuição da população humana pelos continentes. (EF08GE02) Relacionar fatos e situações representativas da história das famílias do Município em que se localiza a escola, considerando a diversidade e os fluxos migratórios da população mundial. (EF08GE03) Analisar aspectos representativos da dinâmica demográfica, considerando características da população (perfil etário, crescimento vegetativo e mobilidade espacial). (EF08GE04) Compreender os fluxos de migração na América Latina (movimentos voluntários e forçados, assim como fatores e áreas de expulsão e atração) e as principais políticas migratórias da região. (EF08GE05) Aplicar os conceitos de Estado, nação, território, governo e país para o entendimento de conflitos e tensões na contemporaneidade, com destaque para as situações geopolíticas na América e na África e suas múltiplas regionalizações a partir do pós-guerra. (EF08GE06) Analisar a atuação das organizações mundiais nos processos de integração cultural e econômica nos contextos americano e africano, reconhecendo, em seus lugares de vivência, marcas desses processos. (EF08GE07) Analisar os impactos geoeconômicos, geoestratégicos e geopolíticos da ascensão dos Estados Unidos da América no cenário internacional em sua posição de liderança global e na relação com a China e o Brasil.

Conexões e escalas

Corporações e organismos internacionais e do Brasil na ordem econômica mundial

(EF08GE08) Analisar a situação do Brasil e de outros países da América Latina e da África, assim como da potência estadunidense na ordem mundial do pós-guerra. (EF08GE09) Analisar os padrões econômicos mundiais de produção, distribuição e intercâmbio dos produtos agrícolas e industrializados, tendo como referência os Estados Unidos da América e os países denominados de Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). (EF08GE10) Distinguir e analisar conflitos e ações dos movimentos sociais brasileiros, no campo e na cidade, comparando com outros movimentos sociais existentes nos países latino-americanos. (EF08GE11) Analisar áreas de conflito e tensões nas regiões de fronteira do continente latino-americano e o papel de organismos internacionais e regionais de cooperação nesses cenários. (EF08GE12) Compreender os objetivos e analisar a importância dos organismos de integração do território americano (Mercosul, OEA, OEI, Nafta, Unasul, Alba, Comunidade Andina, Aladi, entre outros).

Os diferentes contextos e os meios técnico e tecnológico na produção

Mundo do trabalho Transformações do espaço na sociedade urbano-industrial na América Latina

(EF08GE13) Analisar a influência do desenvolvimento científico e tecnológico na caracterização dos tipos de trabalho e na economia dos espaços urbanos e rurais da América e da África. (EF08GE14) Analisar os processos de desconcentração, descentralização e recentralização das atividades econômicas a partir do capital estadunidense e chinês em diferentes regiões no mundo, com destaque para o Brasil. (EF08GE15) Analisar a importância dos principais recursos hídricos da América Latina (Aquífero Guarani, Bacias do rio da Prata, do Amazonas e do Orinoco, sistemas de nuvens na Amazônia e nos Andes, entre outros) e discutir os desafios relacionados à gestão e comercialização da água. (EF08GE16) Analisar as principais problemáticas comuns às grandes cidades latino-americanas, particularmente aquelas relacionadas à distribuição, estrutura e dinâmica da população e às condições de vida e trabalho. (EF08GE17) Analisar a segregação socioespacial em ambientes urbanos da América Latina, com atenção especial ao estudo de favelas, alagados e zona de riscos.

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UNIDADES TEMÁTICAS

OBJETOS DE CONHECIMENTO

Formas de representação e pensamento espacial

Cartografia: anamorfose, croquis e mapas temáticos da América e África

Identidades e interculturalidades regionais: Estados Unidos da América, América espanhola e portuguesa e África

HABILIDADES (EF08GE18) Elaborar mapas ou outras formas de representação cartográfica para analisar as redes e as dinâmicas urbanas e rurais, ordenamento territorial, contextos culturais, modo de vida e usos e ocupação de solos da África e América. (EF08GE19) Interpretar cartogramas, mapas esquemáticos (croquis) e anamorfoses geográficas com informações geográficas acerca da África e América. (EF08GE20) Analisar características de países e grupos de países da América e da África no que se refere aos aspectos populacionais, urbanos, políticos e econômicos, e discutir as desigualdades sociais e econômicas e as pressões sobre a natureza e suas riquezas (sua apropriação e valoração na produção e circulação), o que resulta na espoliação desses povos. (EF08GE21) Analisar o papel ambiental e territorial da Antártica no contexto geopolítico, sua relevância para os países da América do Sul e seu valor como área destinada à pesquisa e à compreensão do ambiente global. (EF08GE22) Identificar os principais recursos naturais dos países da América Latina, analisando seu uso para a produção de matéria-prima e energia e sua relevância para a cooperação entre os países do Mercosul.

Natureza, ambientes e qualidade de vida Diversidade ambiental e as transformações nas paisagens na América Latina

(EF08GE23) Identificar paisagens da América Latina e associá-las, por meio da cartografia, aos diferentes povos da região, com base em aspectos da geomorfologia, da biogeografia e da climatologia.

(EF08GE24) Analisar as principais características produtivas dos países latino-americanos (como exploração mineral na Venezuela; agricultura de alta especialização e exploração mineira no Chile; circuito da carne nos pampas argentinos e no Brasil; circuito da cana-de-açúcar em Cuba; polígono industrial do Sudeste brasileiro e plantações de soja no Centro-Oeste; maquiladoras mexicanas, entre outros).

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Geografia – 9º ano UNIDADES TEMÁTICAS

O sujeito e seu lugar no mundo

OBJETOS DE CONHECIMENTO A hegemonia europeia na economia, na política e na cultura

(EF09GE01) Analisar criticamente de que forma a hegemonia europeia foi exercida em várias regiões do planeta, notadamente em situações de conflito, intervenções militares e/ou influência cultural em diferentes tempos e lugares.

Corporações e organismos internacionais

(EF09GE02) Analisar a atuação das corporações internacionais e das organizações econômicas mundiais na vida da população em relação ao consumo, à cultura e à mobilidade.

As manifestações culturais na formação populacional

Conexões e escalas

HABILIDADES

(EF09GE03) Identificar diferentes manifestações culturais de minorias étnicas como forma de compreender a multiplicidade cultural na escala mundial, defendendo o princípio do respeito às diferenças. (EF09GE04) Relacionar diferenças de paisagens aos modos de viver de diferentes povos na Europa, Ásia e Oceania, valorizando identidades e interculturalidades regionais.

Integração mundial e suas interpretações: globalização e mundialização

(EF09GE05) Analisar fatos e situações para compreender a integração mundial (econômica, política e cultural), comparando as diferentes interpretações: globalização e mundialização.

A divisão do mundo em Ocidente e Oriente

(EF09GE06) Associar o critério de divisão do mundo em Ocidente e Oriente com o Sistema Colonial implantado pelas potências europeias.

Intercâmbios históricos e culturais entre Europa, Ásia e Oceania

Transformações do espaço na sociedade urbano-industrial Mundo do trabalho Cadeias industriais e inovação no uso dos recursos naturais e matérias-primas

Formas de representação e pensamento espacial

Leitura e elaboração de mapas temáticos, croquis e outras formas de representação para analisar informações geográficas

Natureza, ambientes e qualidade de vida

Diversidade ambiental e as transformações nas paisagens na Europa, na Ásia e na Oceania

(EF09GE07) Analisar os componentes físico-naturais da Eurásia e os determinantes histórico-geográficos de sua divisão em Europa e Ásia. (EF09GE08) Analisar transformações territoriais, considerando o movimento de fronteiras, tensões, conflitos e múltiplas regionalidades na Europa, na Ásia e na Oceania. (EF09GE09) Analisar características de países e grupos de países europeus, asiáticos e da Oceania em seus aspectos populacionais, urbanos, políticos e econômicos, e discutir suas desigualdades sociais e econômicas e pressões sobre seus ambientes físico-naturais. (EF09GE10) Analisar os impactos do processo de industrialização na produção e circulação de produtos e culturas na Europa, na Ásia e na Oceania. (EF09GE11) Relacionar as mudanças técnicas e científicas decorrentes do processo de industrialização com as transformações no trabalho em diferentes regiões do mundo e suas consequências no Brasil. (EF09GE12) Relacionar o processo de urbanização às transformações da produção agropecuária, à expansão do desemprego estrutural e ao papel crescente do capital financeiro em diferentes países, com destaque para o Brasil. (EF09GE13) Analisar a importância da produção agropecuária na sociedade urbano-industrial ante o problema da desigualdade mundial de acesso aos recursos alimentares e à matéria-prima. (EF09GE14) Elaborar e interpretar gráficos de barras e de setores, mapas temáticos e esquemáticos (croquis) e anamorfoses geográficas para analisar, sintetizar e apresentar dados e informações sobre diversidade, diferenças e desigualdades sociopolíticas e geopolíticas mundiais. (EF09GE15) Comparar e classificar diferentes regiões do mundo com base em informações populacionais, econômicas e socioambientais representadas em mapas temáticos e com diferentes projeções cartográficas. (EF09GE16) Identificar e comparar diferentes domínios morfoclimáticos da Europa, da Ásia e da Oceania. (EF09GE17) Explicar as características físico-naturais e a forma de ocupação e usos da terra em diferentes regiões da Europa, da Ásia e da Oceania. (EF09GE18) Identificar e analisar as cadeias industriais e de inovação e as consequências dos usos de recursos naturais e das diferentes fontes de energia (tais como termoelétrica, hidrelétrica, eólica e nuclear) em diferentes países.

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Versão final. Brasília: MEC, 2017. p. 382-393. Disponível em: <http:// basenacionalcomum.mec.gov.br/wp-content/uploads/2018/06/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf>. Acesso em: 28 ago. 2018.

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2. PROPOSTA TEÓRICO-METODOLÓGICA Com base nas recentes discussões sobre a Geografia escolar, na Base Nacional Comum Curricular e em nossa experiência como educadores, a proposta teórico-metodológica desta coleção tem o espaço geográfico como objeto de estudo e o aluno como sujeito, tanto nas relações socioespaciais quanto no processo de construção do conhecimento. A coleção se aproxima, em muitos aspectos, da chamada Geografia crítica e, do ponto de vista pedagógico, da corrente socioconstrutivista, com o professor como mediador no processo de ensino-aprendizagem. Entendemos que a Geografia deve contribuir para o aluno compreender o mundo e pensar caminhos e atitudes propositivas almejando uma sociedade mais justa. Deve, também, responder de que formas e com quais objetivos os seres humanos produzem o espaço geográfico, revelando as contradições presentes nesse processo. A busca por tais respostas é feita com o apoio das “ferramentas” e “lentes” da Geografia. Quando se usa as “lentes” da Geografia, vemos o que interessa à compreensão do espaço geográfico: que elementos o compõem, como esses elementos estão organizados e aparecem na paisagem, por que estão organizados dessa forma, como o espaço geográfico é produzido, que agentes atuam em sua produção, como ele pode ser transformado etc. Muitas vezes, há a necessidade de se usar outras “lentes”, de outras ciências, remetendo à interdisciplinaridade4. Podemos dizer que as “lentes” da análise espacial ou geográfica se referem aos conceitos usados pela ciência geográfica e o “como” esses conceitos são usados para a compreensão do espaço geográfico, como veremos no item 2.2. Os saberes escolares trabalhados na coleção devem ser entendidos em diferentes dimensões: conceitos, procedimentos, atitudes e valores. Os conteúdos procedimentais5, nesta coleção, estão integrados aos demais conteúdos e são trabalhados principalmente nas atividades e, mais particularmente, nas seções que fazem parte de cada unidade, incluindo ações e dificuldades de acordo com o nível cognitivo dos alunos. Habilidades como organizar, relacionar, interpretar, justificar, aplicar, transferir, analisar situações-problema, pesquisar, concluir, opinar, refletir etc. fazem parte do conteúdo procedimental, devendo ser entendidas como recursos cognitivos para o desenvolvimento das competências6 necessárias para os alunos atuarem com autonomia nos estudos e na compreensão do espaço geográfico. A preocupação com os conteúdos atitudinais, que se referem a valores, atitudes e normas (ZABALA, 1998), faz-se presente em diversas temáticas trabalhadas na coleção (ações da sociedade organizada em busca de melhores condições de vida, práticas sustentáveis na relação com o meio etc.) e em propostas de atividades (cooperar com o grupo, responsabilizar-se por atividades etc.). Por fim, reafirmamos a importância dos conteúdos conceituais, constituídos por conceitos, fatos, processos históricos e naturais que se articulam para a compreensão do espaço geográfico.

2.1 Expectativas de aprendizagem Relacionadas aos fundamentos teóricos e pedagógicos e ao desenvolvimento das competências e habilidades envolvidas no processo de aprendizagem do Ensino Fundamental, explicitadas na BNCC, as expectativas de aprendizagem desta coleção são:

4 A interdisciplinaridade será tratada no item 2.5. 5 Por conteúdo procedimental entende-se o “que inclui entre outras coisas as regras, as técnicas, os métodos, as destrezas ou habilidades, as estratégias, os procedimentos – é um conjunto de ações ordenadas e com um fim, quer dizer, dirigidas para a realização de um objetivo. São conteúdos procedimentais: ler, desenhar, observar, calcular, classificar, traduzir, recortar, saltar, inferir, espetar etc.” (ZABALA, 1998, p. 43-44). 6 Competência, aqui, é entendida como a capacidade de mobilizar diversos recursos cognitivos para enfrentar um tipo de situação, como definida por PERRENOUD (2000). Assim, por exemplo, encontrar uma rua utilizando uma planta é uma situação que requer a competência de leitura de mapas, para a qual são mobilizados vários recursos cognitivos, como decodificar os símbolos contidos na planta, realizar a leitura da legenda, aplicar noções de proporção e lateralidade etc.

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• dominar ferramentas conceituais e procedimentais específicas da ciência geográfica para o entendimento do mundo em que vive, em diversas escalas espaciais e diversos aspectos, refletindo criticamente sobre problemas e contradições; • compreender que o conhecimento científico pode contribuir para alcançar uma sociedade mais justa e democrática, construída com a participação de diversos setores e por meio de atitudes individuais e coletivas; • compreender que as escalas local, regional, nacional e global se articulam e que esta articulação deve ser considerada na análise dos fenômenos espaciais; • compreender o mundo atual em sua diversidade, explicada pelas relações que as diferentes sociedades, no tempo e no espaço, estabelecem com a natureza; • reconhecer o papel dos diferentes agentes (naturais e humanos) na produção do espaço geográfico ao longo do tempo, avaliando as consequências de suas ações e propondo soluções para os problemas; • compreender que problemas socioespaciais, como as desigualdades e as más condições de vida, não são naturalmente estabelecidos, mas sim produtos de processos históricos e estruturas econômicas que caracterizam a sociedade no tempo e espaço; • conhecer e/ou utilizar referenciais espaciais de localização e produtos cartográficos (mapas impressos e digitais, planta, maquete, croqui) para encontrar lugares, localizar-se e deslocar-se no espaço, identificar e analisar fenômenos geográficos e estabelecer relação entre eles; • compreender que os fenômenos que ocorrem no espaço, sejam eles naturais, sociais, culturais, econômicos ou políticos, são articulados; • identificar elementos que compõem uma paisagem, utilizando procedimentos que permitam fazer sua leitura, como observação e identificação, procurando compreender de que forma esses elementos se relacionam; • reconhecer a diversidade de grupos sociais, desenvolvendo e enfatizando o respeito às diferenças e repudiando manifestações de racismo e intolerância; • valorizar e respeitar relações que cada grupo social estabelece entre natureza e sociedade, reconhecendo o direito das manifestações culturais dos diferentes povos; • compreender que as redes e os fluxos do atual meio técnico-científico-informacional contribuíram para intensificar as relações entre os espaços, em diferentes escalas, reconhecendo as desigualdades espaciais nessa intensificação; • operar procedimentos de estudos e pesquisa de forma autônoma, relacionando conteúdos trabalhados com novos conhecimentos adquiridos em fontes diversas, reconhecendo o livro didático como um dos instrumentos de trabalho e consulta, mas não o único; • valorizar o conhecimento tradicional e a cultura popular, além de diferentes expressões artístico-culturais, analisando-as e relacionando-as com o conhecimento científico produzido; • utilizar procedimentos de leitura de textos e imagens, favorecendo competências linguísticas e de pensamento; • reconhecer a importância de trabalhar em grupo, valorizando a convivência e a troca de ideias e conscientizando-se da importância do papel de cada um para que o grupo alcance os objetivos no processo de aprendizagem.

2.2 Conceitos da Geografia Para a sistematização do conhecimento, a Geografia se vale de importantes conceitos. O mais amplo deles é o espaço geográfico, entendido como fruto das relações entre o ser humano e a natureza ao longo da história. Além dele, a Geografia se vale também dos conceitos de paisagem, lugar, região, território e natureza, e de muitos outros importantes para o aprendizado. A paisagem é um dos principais conceitos que aproximam o conhecimento prévio do aluno ao conhecimento sistematizado. Aqui, no entanto, cabe uma advertência sobre as diferenças e relações entre paisagem e espaço, muitas vezes entendidos, equivocadamente, como sinônimos. Para isso, usamos as palavras do geógrafo Milton Santos, que também faz referência ao conceito de configuração territorial.

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Paisagem e espaço não são sinônimos. A paisagem é o conjunto de formas que, num dado momento, exprimem as heranças que representam as sucessivas relações localizadas entre homem e natureza. O espaço são essas formas mais a vida que as anima. A palavra paisagem é frequentemente utilizada em vez da expressão configuração territorial. Esta é o conjunto de elementos naturais e artificiais que fisicamente caracterizam uma área. A rigor, a paisagem é apenas a porção da configuração territorial que é possível abarcar com a visão. Assim, quando se fala em paisagem, há, também, referência à configuração territorial e, em muitos idiomas, o uso das duas expressões é indiferente. [...] A paisagem existe através de suas formas, criadas em momentos históricos diferentes, porém coexistindo no momento atual. No espaço, as formas de que se compõe a paisagem preenchem, no momento atual, uma função atual, como resposta às necessidades atuais da sociedade [...]. SANTOS, Milton. A natureza do espaço: técnica e tempo, razão e emoção. São Paulo: Edusp, 2006. p. 66-67.

Tanto na ciência geográfica quanto na Geografia escolar, o uso do conceito paisagem vem sendo retomado. Nas atividades escolares, a leitura da paisagem pode ocorrer de forma direta e indireta (PANIZZA, 2014). A direta diz respeito ao que se encontra ao alcance da vista, quando se observa e analisa a paisagem em um trabalho de campo ou no cotidiano, nos arredores da escola ou do bairro, por exemplo, identificando as mudanças que ocorrem ao longo do dia, de uma estação do ano para outra, entre outros aspectos. De forma indireta, a paisagem é observada quando se promove a leitura de diversos tipos de imagens, como fotografias, vídeos, pinturas, história em quadrinhos ou, ainda, obras literárias, poemas, relatos, músicas que remetam às características visíveis do espaço. A paisagem pode ser ponto de partida na “análise geográfica”. Ao longo das unidades de cada volume, as imagens que retratam ou representam paisagens, sobretudo as fotografias, são usadas para aproximar o aluno do conteúdo ou do objeto de estudo. As diversas atividades propostas ao longo do Livro do aluno proporcionam momentos privilegiados para o trabalho com habilidades necessárias à leitura da paisagem. O conceito de lugar assume diferentes significados ao longo da obra. Em alguns momentos remete à localização espacial, em outros ganha uma dimensão relacionada aos vínculos afetivos com o espaço, ao espaço vivido que, com o avanço das tecnologias de comunicação, está sendo ampliado. Portanto, está diretamente relacionado a espaços com os quais o aluno tem relação mais direta. Não podemos esquecer, ainda, que o lugar não se explica por si e, sempre que possível, deve ser relacionado a outros espaços (CAVALCANTI, 2003, p. 93). Nesta coleção, as atividades de levantamento dos conhecimentos prévios (que podem aparecer nas aberturas de unidades e de temas), do Investigar lugares e da seção Pensar e agir privilegiam a categoria lugar. O conceito de território se faz presente em toda a coleção. Além de ser trabalhado o conceito clássico ligado ao poder do Estado e aos limites legalmente estabelecidos, também são trabalhadas ações sobre o território procedentes de outras instâncias e outros atores, como organizações não governamentais e movimentos da sociedade civil. Quando, por exemplo, trabalhamos com a organização do espaço em uma aldeia indígena, tratamos de ações sobre o território, com suas “fronteiras” e seus “limites” construídos pelos atores que nesses espaços agem e convivem. O texto a seguir trata dos diferentes atores que “produzem territórios”. Do Estado ao indivíduo, passando por todas as organizações pequenas ou grandes, encontram-se atores sintagmáticos que ‘produzem’ o território. De fato, o Estado está sempre organizando o território nacional por intermédio de novos recortes, de novas implantações e de novas ligações. O mesmo se passa com as empresas ou outras organizações [...]. O mesmo acontece com o indivíduo que constrói uma casa [...]. Em graus diversos, em momentos diferentes e em lugares variados, somos todos atores sintagmáticos que produzem “territórios”. Essa produção de território se inscreve perfeitamente no campo do poder de nossa problemática relacional. Todos nós combinamos energia e informação, que estruturamos com códigos. Todos nós elaboramos estratégias de produção, que se chocam com outras estratégias em diversas relações de poder”. RAFFESTIN apud CAVALCANTI, Lana de Souza. Geografia, escola e construção de conhecimentos. 5. ed. Campinas: Papirus, 2003. p. 108.

O conceito de natureza, na coleção, refere-se à natureza transformada, fruto da ação humana, e à dinâmica própria dos elementos físico-naturais. De acordo com Cavalcanti (2003), “é preciso construir no ensino um conceito de natureza que seja instrumentalizador das práticas cotidianas dos alunos, em seus vários níveis, o que requer inserir esse conceito num quadro da problemática ambiental da atualidade”. Em diversos momentos, problemáticas ambientais são tratadas na obra, principalmente no volume do 6o ano, por conta dos temas físico-naturais, que se relacionam à dinâmica dos elementos da natureza e à relação desta com os seres humanos na produção do espaço geográfico.

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O conceito de região é muito utilizado no dia a dia das pessoas, apresentando diversos significados. Na obra, região assume dois principais significados, que, em certos casos, estão integrados: 1. de localização e de extensão, como referência a um conjunto de áreas que apresentam semelhanças entre si e que as distinguem de outras, por exemplo, a “região da indústria” ou a “região da soja”; 2. de região administrativa, utilizada pelos governos federal, estadual e municipal para se referir a uma unidade administrativa, como a região Norte ou região Nordeste. Assim, trabalhamos a região como parte, subdivisão do espaço geográfico que apresenta, em sua extensão, características naturais, econômicas, históricas e culturais comuns. Nesse contexto, regionalizar significa dividir o espaço geográfico de acordo com critérios preestabelecidos. Devemos, no entanto, ressaltar que as regiões ou espaços no interior das regiões se inter-relacionam no âmbito nacional e mundial, considerando-se a complexidade das relações de produção em um mundo cada vez mais globalizado, resultado do processo de expansão do capitalismo. O conceito de região é trabalhado principalmente a partir do 7o ano, de forma que o aluno compreenda que não se trata de algo dado, estático e natural. Ao tratarmos das regiões brasileiras, no volume do 7o ano, discutimos o fato de que a regionalização apresentada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) não constitui a única maneira de regionalizar o espaço brasileiro e que as regiões apresentam diversidade em seu interior. Assim, não se trata de regiões dadas e estáticas em sua configuração territorial. A categoria região ganha mais destaque a partir do volume do 8o ano, quando o espaço geográfico mundial é estudado com base em recortes regionais, estabelecendo-se relações com outras escalas sempre que se fizer necessário, para o entendimento do conteúdo. No volume do 8o ano, encaminhamos uma discussão sobre o conceito de região na escala mundial, destacando o fato de que a região é um produto da ação humana, mesmo quando é usado um critério natural de regionalização.

2.3 Escalas de análise espacial As escalas de análise espacial devem ser entendidas como recortes do espaço estudado, como o bairro, a comunidade, a aldeia indígena, o município, a unidade da federação, o país, a região, o mundo. Nesta coleção, esses recortes espaciais auxiliam a estruturação de propostas de atividades e a distribuição dos conteúdos, possibilitando o trabalho com diversos temas. O “mundo em que o aluno vive” pode ser o bairro ou o município onde mora e onde se dão as relações mais próximas e afetivas, até o espaço geográfico mundial, caracterizado, cada vez mais, pelas ocorrências dos chamados “fenômenos globais”, sejam naturais ou relacionados à expansão do capital. Na coleção, os recortes espaciais auxiliam a estruturação dos conteúdos, possibilitando o trabalho com diversos temas. Em todos os volumes, principalmente nos dois primeiros, são propostas atividades de pesquisa para investigar na escala local conteúdos abordados em escalas mais amplas. As principais atividades que têm esse objetivo são as que compõem o boxe Investigar lugares e a seção Conhecimento em ação. No desenvolvimento dos conteúdos é importante fazer a relação entre as escalas espaciais, pois elas não existem de forma estanque na realidade. Essa importância se dá por vários motivos, como: intensificação da relação do local com o global, em razão dos avanços técnicos no fluxo de pessoas, informações e mercadorias; muitos fenômenos locais só podem ser entendidos plenamente quando se faz uma relação com aspectos globais, nacionais ou regionais (por exemplo: para se estudar o clima no Brasil, é necessário trazer a dimensão global, visualizando-se as zonas climáticas e a posição da Terra em relação ao Sol); o aluno traz muitos conhecimentos prévios relacionados não só ao local mais próximo de vivência, como também aos mais distantes, muitas vezes veiculados em notícias, programas de TV, filmes etc. No volume do 6o ano, há a preocupação em variar e relacionar as escalas espaciais, do local (trabalhado principalmente em atividades) ao global, de acordo com os temas trabalhados. A escala espacial nacional ganha ênfase no volume do 7o ano, no qual tratamos de temáticas específicas do espaço geográfico brasileiro, sem deixar de relacionar com outras escalas, na medida em que essas relações são necessárias para garantir a compreensão dos conteúdos. Os volumes do 8o e 9o anos são estruturados principalmente a partir da regionalização em continentes e grupos de países (regiões). Também são trabalhados temas como globalização e dinâmicas da população mundial.

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2.4 A Cartografia O trabalho com a Cartografia é fundamental para o entendimento da organização do espaço geográfico, como afirma PASSINI (2012, p. 39): [...] A capacidade de visualizar a organização espacial é um conhecimento significativo para a participação responsável e consciente na resolução de problemas do sujeito pensante. Aquele que observa o espaço, representa-o e tem capacidade para ler as representações em diferentes escalas geográficas será um sujeito cognoscitivo, que dará contribuições significativas na tomada de decisões.

A Cartografia deve ser explorada como uma linguagem com características específicas, sendo um importante instrumental para a leitura, apreensão e representação do espaço em suas diferentes escalas. Segundo JOLY (2013, p. 11), “uma vez que uma linguagem exprime, através do emprego de um sistema de signos, um pensamento e um desejo de comunicação com outrem, a Cartografia pode, legitimamente, ser considerada como uma linguagem”. Na coleção, além de trabalharmos conteúdos de Cartografia em uma unidade específica do volume do 6o ano, e na seção Interagir com mapas em todos os volumes, produtos cartográficos (mapas, plantas, croquis etc.) estão presentes na obra com diversos objetivos, como: • localizar fenômenos espaciais; • obter informações sobre fenômenos possíveis de serem espacializados; • analisar e correlacionar informações representadas; • representar informações em croquis; • conhecer ferramentas digitais para busca de endereços etc. Dessa maneira, portanto, dá-se continuidade ao processo de alfabetização cartográfica ou letramento cartográfico iniciado nos primeiros anos do Ensino Fundamental. Embora muitos alunos cheguem ao Ensino Fundamental II com noções apreendidas (de legenda, proporção e escala, por exemplo), alguns conhecimentos básicos para a leitura de mapas são retomados na seção Interagir com mapas, explorados de acordo com o nível cognitivo dos alunos e relacionados ao tema tratado em determinado contexto. Assim, ao mesmo tempo que se trabalha o fenômeno representado, exploram-se habilidades de leitura e análise do mapa.

2.4.1 Cartografia e educação inclusiva A inserção de alunos com deficiência em classes de ensino regular é relativamente recente no sistema de ensino brasileiro. Esse fato representa uma conquista para as pessoas com deficiência e também para toda a comunidade escolar, que tem a oportunidade de lidar e trabalhar mais diretamente com a tolerância e o respeito às diferenças. Segundo a Política Nacional de Educação Especial7, na perspectiva da educação inclusiva, a proposta pedagógica da escola deve contemplar no seu público-alvo alunos com deficiência, transtornos globais de desenvolvimento e altas habilidades/superdotação. A educação especial deve, assim, articular-se com o ensino comum, cabendo à escola pesquisar, pensar, materializar e colocar em prática estratégias e instrumentos que promovam a inserção no processo ensino-aprendizagem daqueles alunos com deficiência. É necessário, pois, utilizar as tecnologias assistivas, como definidas a seguir. [...] Tecnologia assistiva é toda e qualquer ferramenta, recurso ou processo utilizado com a finalidade de proporcionar uma maior independência e autonomia à pessoa com deficiência. São consideradas tecnologias assistivas, portanto, desde artefatos simples, como uma colher adaptada ou um lápis com uma empunhadura mais grossa para facilitar a pressão, até sofisticados programas especiais de computador que visam a acessibilidade. GALVÃO FILHO, Teófilo Alves; DAMASCENO, Luciana Lopes. Tecnologias Assistivas para autonomia do aluno com necessidades educacionais especiais. p. 26. Revista Inclusão, n. 2. Secretaria de Educação Especial/MEC, jul. 2006. Disponível em: <http://portal.mec.gov. br/seesp/arquivos/pdf/revistainclusao2.pdf>. Acesso em: 28 ago. 2018.

7 BRASIL. Ministério da Educação. Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva. Brasília: MEC/Secretaria de Educação do Estado de São Paulo (SEESP), 2008. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/ arquivos/pdf/politicaeducespecial.pdf>. Acesso em: 23 ago. 2018.

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As atividades desta coleção que envolvem produção, leitura e análise de mapas e gráficos podem ser adaptadas para favorecer o trabalho com pessoas cegas ou com baixa visão, como a construção de maquetes e atividades com mapas e gráficos. Os próprios alunos podem produzir materiais, substituindo cores e símbolos por materiais de diferentes texturas, como lixa, plásticos, tecidos etc., e promovendo a realização de atividades de forma tátil. Nesse contexto, os mapas táteis constituem tecnologias assistivas. O texto a seguir traz informações sobre mapas táteis. Instruções para elaboração de mapas táteis podem ser acessadas no link indicado na fonte do mesmo texto.

Mapas como facilitadores na inclusão social de pessoas com deficiência visual8 [...] Se os mapas são importantes ou fazem parte da vida das pessoas normovisuais, para aquelas impossibilitadas de ver eles são igualmente importantes para a compreensão geográfica do mundo; eles possibilitam a ampliação da percepção espacial e facilitam a mobilidade. Para esses usuários, os mapas precisam ser lidos com as mãos: eles não conseguem ler um mapa impresso ou disposto na tela de um monitor de vídeo do computador ou do aparelho de televisão. Para serem lidos pelas pessoas cegas os mapas precisam ser transformados para a forma tátil, isto é, tudo que está em um mapa que é lido por quem enxerga precisa de alguma maneira ser reelaborado para ser lido pelas mãos do deficiente visual e compreendido por ele. Além disso, é preciso considerar as limitações que a ausência da visão gera tanto na confecção quanto na leitura de mapas, assim como na forma própria de pessoas cegas organizarem e se apropriarem do conhecimento. [...]

Exemplos de mapa tátil para a mobilidade: o mapa tátil da esquerda, confeccionado em acetato, é do Terminal Urbano Central de Florianópolis e o da direita é um mapa tátil e baixa visão que mostra a área central da cidade de Florianópolis. Disponível em: <www.comciencia.br/comciencia/handler. php?section=8&edicao=61&id=767&print=true>. Acesso em: 28 ago. 2018.

LABTATE DA UFSC. COORDENADORA DO PROJETO: PROF.RUTH E. NOGUEIRA

O uso dos mapas táteis Consideramos que mapas padronizados podem jogar um importante papel como veículo de informação espacial para deficientes visuais. Sem os mapas esse grupo social fica limitado a receber informações do espaço geográfico através de palavras e/ou precisam memorizar longas informações descritivas para acessar lugares. E, também, para pessoas cegas uma imagem (formada na mente) vale mais que mil palavras. Portanto, os mapas podem ser mais necessários para essas pessoas do que para aquelas que podem ver. Eles podem proporcionar acesso à informação espacial para que esse grupo de usuários possa organizar suas imagens espaciais internas (estimar distâncias, localizar lugares e objetos), o que, consequentemente, pode reverter em maior independência e autonomia na orientação, mobilidade e segurança dessas pessoas. Exemplos de mapas para mobilidade confeccionados no LabTATE e disponibilizados como imagem na internet são mostrados na figura.

[...] A mediação pedagógica no processo de ler um mapa é fator determinante para o entendimento do que foi representado e para o seu significado na realidade. Se eles, os deficientes visuais, não forem ensinados a usar mapas, não saberão se apropriar da informação por eles veiculada, e isso não acontece em um só momento; é um processo ao longo do desenvolvimento espacial do indivíduo [...]. Todavia, se ele não teve acesso aos mapas e já é um adulto, precisa ser ensinado a usar esse recurso, pois um cidadão alfabetizado deve ser capaz de ler mapas para acessar informações espaciais no intuito de tomar decisões sobre o espaço. [...] NOGUEIRA, Ruth Emilia. Mapas como facilitadores na inclusão social de pessoas com deficiência visual. ComCiência: revista eletrônica de jornalismo científico. Florianópolis: Laboratório de Cartografia Tátil e Escolar (LabTATE), Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), 10 nov. 2010. Disponível em: <www.comciencia.br/comciencia/handler.php?section=8&edicao=61&id=767&print=true>. Acesso em: 28 ago. 2018.

8 Destaque do original. O uso dos termos “pessoa com deficiência visual”, “cego” e “pessoa com baixa visão”, ou a combinação desses termos, é uma opção amparada pelo consenso construído em órgãos representativos das pessoas com deficiência e pela literatura especializada na área.

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2.4.2 Mapas digitais Na Geografia, é importante tratar das novas tecnologias (ver itens 3.4 e 3.4.1) relacionadas à localização e à análise espacial, como sites específicos e games que simulam lugares (o uso de games é tratado no item 3.7.1). Muitos trabalhos podem ser feitos com a utilização de recursos digitais e aplicativos, como os sugeridos ao lado. Há inúmeros sites, de organizações nacionais e internacionais (como as agências da ONU), que permitem acessar mapas, interagir com eles e produzi-los de acordo com a informação que se pretende representar. O momento de acessar cada site deve ser definido pela temática que se quer estudar.

2.4.3 Mapas digitais colaborativos As novas tecnologias também abrem grande possibilidade de construção de mapas pelos próprios usuários ou por uma comunidade. Assim, os alunos podem utilizar aplicativos que permitem mapear elementos do lugar onde vivem, de acordo com o interesse do grupo. Além do conteúdo procedimental, atividades com esse tipo de recurso permitem e estimulam o exercício da cidadania, uma vez que exprimem ações e reflexões sobre o espaço. O texto a seguir apresenta experiências de mapas colaborativos no Brasil. Mapas colaborativos na web [...] Grupo de pessoas, mesmo sem grandes conhecimentos técnicos, passaram a alimentar banco de dados virtuais e criar mapas sobre diferentes temas como mobilidade urbana, atrações culturais, problemas de uma região ou comunidade. “A linguagem de mapas e dos dados geolocalizados são uma das principais evoluções recentes da internet”, explica o jornalista Gustavo Faleiros, que estuda o papel dos mapas colaborativos na vida das pessoas. [...] Mapas coletivos Faleiros criou uma ferramenta chamada Mapas Coletivos, permitindo que qualquer pessoa possa criar seu próprio mapa colaborativo. “Com as ferramentas atuais, fazer um mapa se tornou um processo simples. O mais complicado é articular a rede que vai fazer esse mapeamento”, alerta. Além do Mapas Coletivos, o jornalista lembra que há outras ferramentas gratuitas na internet [...] Mapa cultural das favelas A facilidade técnica permitiu ao Observatório de Favelas do Rio de Janeiro construir um mapa com informações de pontos culturais distribuídos em seis comunidades pacificadas do Rio (Manguinhos, Alemão, Penha, Maré, Rocinha e Cidade de Deus). Gilberto Vieira é um dos realizadores do projeto e considera que o mapa, mesmo sendo uma tecnologia muito antiga, é bastante prático e estimula a participação porque o usuário se identifica com aquela área ou região representada. “A gente usa o mapa para tudo. Então, a favela também precisa estar presente nesses mapas digitais”, aponta. O mapa criado resultou na publicação do Guia Cultural de Favelas, que reúne o mapeamento feito por jovens do Observatório de Favelas. [...]

Seguem algumas indicações: • Portal de mapas do IBGE. Disponível em: <http://livro.pro/qk54qy>. Acesso em: 28 ago. 2018. O IBGE disponibiliza mapas, cartas topográficas e imagens para visualização, criação e compartilhamento. A ferramenta de mapas interativos permite a análise de dados espaciais e anotações. Também é possível salvar mapas e tabelas com o resultado de consultas. • Ministério do Meio Ambiente. Disponível em: <http://livro.pro/e55fq6>. Acesso em: 28 ago. 2018. Neste site são apresentados mapas diversos sobre questões ambientais. • Biblioteca digital mundial. Disponível em: <http://livro.pro/tuzkes>. Acesso em: 28 ago. 2018. Permite o acesso a mapas interativos, com imagens, gravuras e manuscritos da história mundial.

Mobilidade urbana O jornalista Gustavo Faleiros destaca que os mapas colaborativos podem ser um recurso interessante para movimentos sociais apontarem problemas e soluções em determinados locais. “Você pode, muito bem, mobilizar um grupo para mapear ônibus que não possuem bancos e depois criar um mapa com esses dados”, exemplifica. PEDROSA, Leyberson. Conheça três experiências de mapas colaborativos na web. Disponível em: <http://www.ebc.com.br/tecnologia/2014/09/conheca-tres-experiencias-de-mapas-colaborativos-na-web>. Acesso em: 28. ago. 2018.

2.5 Interdisciplinaridade Na trajetória de cada uma das ciências (História, Matemática, Biologia, Sociologia, Geografia etc.), ao longo dos séculos, ocorreu a sistematização de conceitos, categorias e o desenvolvimento de métodos próprios. Na escola, o conhecimento científico foi organizado em torno das chamadas “disciplinas escolares”, que deveriam ajudar o aluno a compreender

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o mundo com base nas perspectivas ou visões das diferentes ciências, em um processo denominado “transposição didática”. A compreensão de um fato em suas diversas dimensões, no entanto, requer a contribuição de conceitos e métodos de várias disciplinas relacionadas, o que nos leva a buscar caminhos para a interdisciplinaridade. O que se deve discutir, também, é como promover a interdisciplinaridade. Essa é uma pergunta que vem sendo amplamente debatida e procurando ser respondida ao longo do desenvolvimento das atividades em muitas escolas e redes (pública e particular); a resposta a ela pode ser buscada em cada contexto e comunidade. Podemos dizer que a Geografia, particularmente, sempre teve um grande potencial interdisciplinar, visto que para explicar a relação entre sociedade e natureza faz-se necessário conhecer também conceitos e métodos desenvolvidos por outras ciências, sobretudo as Ciências Humanas e as Ciências Naturais. Na coleção, a interdisciplinaridade é trabalhada na medida em que, para desenvolver determinado conteúdo, recorre-se a conceitos e métodos de outras disciplinas. Especificamente, a seção Integrando com... foi concebida para ser essencialmente interdisciplinar, apontando para um rompimento com o conhecimento compartimentalizado. Além disso, várias atividades no Livro do aluno e neste Manual trazem propostas e possibilidades de trabalho interdisciplinar. Além das propostas de atividades no Livro do aluno e neste Manual, a interdisciplinaridade pode ser trabalhada em projetos voltados a temas relevantes para o aluno e o lugar onde ele vive. Para isso, é interessante planejar algumas ações e ter bem claro o que se almeja como resultado, os produtos finais, que podem fazer parte desses projetos, como: coleta seletiva para conscientização da importância de preservar o ambiente, trabalho voluntário para ajudar pessoas ou grupos necessitados, observatório dos direitos, grupos de estudo, biblioteca aberta, campanhas de saúde e utilidade pública voltados à comunidade, festival de artes (música, cinema, teatro, pintura, dança etc.), produção de programas de rádio e vídeos para divulgar acontecimentos e serviços da comunidade escolar ou bairro; publicação de blogs temáticos. Há que se notar também que a interdisciplinaridade na escola requer o diálogo entre as disciplinas e os professores de área em diversos momentos: na discussão e concepção do Projeto Político-Pedagógico (PPP), no planejamento de conteúdos de disciplinas e áreas, nas ações pedagógicas integradas etc.

2.6 Trabalho com a diversidade Um aspecto importante a ser considerado nos Anos Finais do Ensino Fundamental é a fase de transição da vida dos alunos. O PPP da escola e todas as disciplinas devem, portanto, considerar os anseios e o contexto social em que os jovens estão inseridos, já que os aspectos cognitivo, afetivo e social estão integrados. Pensar em estratégias e temáticas específicas para o público pré-adolescente e adolescente é de fundamental importância, o que inclui atividades em que os jovens possam expressar suas opiniões, desenvolver a autonomia no pensar e refletir sobre as relações que estabelecem com o outro e com o espaço. Compreender o desenvolvimento juvenil é essencial para que pais e professores possam interagir com os jovens, contribuindo para refletir sobre questões que surgem com grande intensidade para eles e que se fazem tão urgentes e importantes, como as mudanças corporais, os conflitos internos, a aceitação pelo grupo, a necessidade de afirmação, a relação com a tecnologia, a sexualidade e muitas outras. É na adolescência que muitos conflitos afloram, especialmente aqueles ligados à diversidade de grupos sociais, o que torna necessário o trabalho com conteúdos atitudinais relacionados ao respeito ao outro, à ética, à cidadania e às diferenças e à pluralidade que marcam a sociedade brasileira em diversos aspectos: culturais, sociais, étnico-raciais, etário, de gênero, econômico etc. A Geografia trabalha a diversidade sob o ponto de vista espacial, explicando como os grupos se relacionam com a natureza, deixam marcas na paisagem e produzem o espaço geográfico. Esse trabalho com a diversidade também acontece considerando as ações sobre o espaço de

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diferentes grupos, como movimentos sociais, povos indígenas e negros, em relação à garantia de direitos e valorização cultural, o que envolve questões étnico-raciais, entre outras. É inegável o aumento, nos últimos anos, do reconhecimento da importância dos indígenas e dos negros na formação da sociedade brasileira, fruto de movimentos pela valorização cultural, de lutas pela garantia de direitos, ações afirmativas etc. Ao mesmo tempo, houve o reconhecimento da existência do preconceito étnico-racial no país, revelando que não vivemos em uma “democracia racial” como muito se divulgou. Assim, o racismo latente da sociedade brasileira não pode mais ser tolerado como algo natural ou como brincadeira, e é papel da escola trabalhar conteúdos sobre o tema, estar constantemente atenta a manifestações de racismo, para combatê-las e repudiá-las, e ter como objetivo possibilitar às novas gerações o desenvolvimento da consciência de que todos têm direitos iguais e devem ser tratados com respeito. As questões de gênero e diversidade sexual também são demandas urgentes em nossa sociedade. É cada vez maior a participação feminina no mercado de trabalho, nas universidades, em cargos de liderança e como chefes de família. Embora a sociedade brasileira tenha avançado no que concerne ao respeito às mulheres, elas ainda, comprovadamente, recebem salários menores que os dos homens e muitas delas são vítimas de violência moral e física, inclusive no interior da própria família. Outro grupo que é vítima constante de violência e também de atitudes de preconceito é o de homossexuais. Faz-se urgente, portanto, ações na escola que desmistifiquem os papéis sociais relacionados ao gênero e que combatam de maneira eficaz os estereótipos; é necessário combater e repudiar quaisquer manifestações de homofobia e preconceito relacionado ao gênero, buscando sempre o diálogo com o objetivo de trabalhar, estabelecer e solidificar atitudes de respeito ao outro e de tolerância.

Sobre o tema, sugerimos um material de apoio bastante rico, que contém propostas de atividades diversas, como debates e estudos de caso. • Unesco. Cá entre nós: guia de educação integral e sexualidade entre jovens. Disponível em: <http://livro.pro/vsxaq6>. Acesso em: 28 ago. 2018.

A escola também deve estar atenta ao preconceito em relação à renda, muito recorrente entre os adolescentes. Embora tenha havido nos últimos anos uma acentuada ascensão das chamadas classes “C” e “D” no Brasil, principalmente no que se refere a bens de consumo, a desigualdade social ainda é um aspecto marcante da sociedade. Nesse contexto, afloram preconceitos em relação aos menos favorecidos economicamente ou aos que vivem à margem da sociedade, como as pessoas em situação de rua. A escola deve repelir qualquer tipo de preconceito contra os mais desfavorecidos, tendo claro que todos podem desenvolver suas potencialidades, dadas as devidas oportunidades e condições, e promovendo espaço, situações e atividades que integrem alunos de diferentes classes sociais, escolas e redes. Por fim, mas sem esgotar o assunto, há que se notar que nas últimas décadas ocorreram mudanças na estrutura etária da população brasileira, com marcante acréscimo do número de idosos por causa da elevação da expectativa de vida. Esse aumento passou a demandar oportunidades de participação dos idosos na sociedade e o reconhecimento e a valorização de suas experiências. É importante a escola contribuir com essa demanda, por meio de atividades que envolvam a participação de idosos e a integração deles com os alunos, como em rodas de conversa com avós e bisavós, nas quais poderão dar depoimentos sobre suas experiências de vida, a história do bairro ou da cidade etc. Também podem ser ministrados cursos e oficinas em que os mais velhos expõem suas experiências ou determinadas habilidades aos mais jovens e vice-versa, os mais jovens podem ensinar os mais velhos a, por exemplo, usar a tecnologia (celulares, tablets, mídias em geral); entrevistas sobre um tema específico etc.

Sobre o tema diversidade, há inúmeros documentos e bons materiais que podem subsidiar o trabalho na escola, como os indicados ao final deste Manual.

3. RECURSOS E ESTRATÉGIAS DIDÁTICAS 3.1 Sugestões para o uso da obra O livro didático deve ser encarado como um entre os diversos instrumentos que auxiliam professores e alunos no processo de ensino-aprendizagem. O papel do professor é fundamental na escolha e no uso do livro didático, devendo fazê-los em consonância com o PPP da escola, sua orientação pedagógica, as competências e habilidades da BNCC e as expectativas de aprendizagem de seu planejamento, exercendo sua autonomia no encaminhamento dos conteúdos propostos. Qualquer que seja o livro didático escolhido é imprescindível ampliar os conteúdos, acrescentando outros textos, de diferentes gêneros, e atividades variadas, como sugerido na seção Mural no Livro do aluno e na seção Ampliando horizontes neste Manual.

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O uso desta obra, portanto, pode ser feito de diversas maneiras e em diferentes momentos da aula, destacando-se: • Levantamento do conhecimento prévio e sensibilização: as aberturas de unidades e aberturas de temas são momentos privilegiados para isso. As atividades propostas podem ser desenvolvidas em conversas com toda a sala ou em grupos menores. Os alunos também podem ser convidados a folhear a unidade observando mapas, fotografias, títulos dos assuntos que serão estudados etc. • Encaminhamento dos temas: pode ser explorado de diversas formas, como: – pedir aos alunos que observem apenas as imagens (mapas, fotografias, ilustrações etc.) e levantem hipóteses sobre o significado e a importância que têm para o tema geral; – solicitar aos alunos que façam a leitura do capítulo e escrevam frases no caderno ou produzam esquemas ou desenhos que resumam a ideia central; – pedir aos alunos que, em duplas, anotem os termos que não conhecem ou verifiquem informações ou conceitos que não ficaram claros. Depois, sugerir que se reúnam com outras duplas de colegas para discutirem as dúvidas. • Organização de conceitos e aprofundamento: após a leitura (individual e/ou coletiva) e levantamento de dúvidas, o professor poderá, de forma coletiva, organizar na lousa, por meio de esquemas, mapas conceituais, desenhos ou quadros-síntese, os conceitos principais trabalhados na unidade, sempre buscando ampliá-los, aplicá-los e relacioná-los à realidade do aluno. Os textos de aprofundamento dos temas das unidades, inseridos nas Orientações específicas deste Manual do professor, trazem subsídios para isso. • Desenvolvimento das atividades: encaminhar as atividades propostas ora individualmente, ora em grupo, e verificar as respostas dos alunos, valorizando a diversidade de experiências, opiniões e ideias e promovendo o respeito à diversidade cultural, sem perder de vista o rigor conceitual. As sugestões listadas devem sempre contar com a mediação do professor no processo ensino-aprendizagem, estimulando nos alunos a autonomia para os estudos e a troca de ideias.

3.2 Estudo do meio e trabalho de campo Estudos do meio e trabalhos de campo não constituem uma novidade no ensino. Um dos educadores que propôs esse tipo de atividade foi o francês Célestin Freinet (1896-1966) no seu conceito de “aula-passeio”. Desde a proposta de Freinet até as mais atuais, estudos do meio sempre tiveram grande potencial interdisciplinar, favorecendo a relação entre teoria e prática e o desenvolvimento de conteúdos das diversas disciplinas, em diversos níveis (da Educação Infantil ao Ensino Superior, observados os objetivos pretendidos), e o envolvimento de vários professores e alunos em um processo de pesquisa que se inicia na sala de aula. É importante advertir que essas atividades não podem ser confundidas com excursões que têm objetivo único de lazer ou com passeios sem relação com o conteúdo que se desenvolve nas aulas. Ao contrário, devem estar integradas a outras ações pedagógicas e precisam ser devidamente planejadas. Embora sejam usados muitas vezes como sinônimos, estudo do meio e trabalho de campo apresentam diferenças. O trabalho de campo, também chamado excursão geográfica ou estudo de campo, refere-se à visita a um local predeterminado, para coletar informações sobre o que se quer pesquisar. O estudo do meio envolve uma sequência de etapas, das quais o trabalho de campo é parte essencial (GUERRERO, 2008). O estudo do meio é, portanto, mais abrangente que o trabalho de campo. Nas Orientações específicas deste Manual, são feitas indicações de lugares que podem ser visitados de acordo com a temática de cada unidade. Em geral, pode constituir um estudo do meio ou trabalho de campo: o bairro ou o município; museus; órgãos governamentais, como prefeitura e câmara de vereadores; fábricas; propriedades rurais; assentamentos; áreas de preservação, como parques municipais e estaduais etc. A seleção dos locais a serem visitados depende dos objetivos pretendidos e do objeto de estudo, além da “logística” que envolve o planejamento (lugares que podem ser visitados; como os alunos serão transportados; quais serão os custos etc.). Devemos lembrar também que cuidados com a segurança (meio de transporte adequado, número de professores suficiente

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para acompanhar a turma etc.) e bem-estar dos alunos (lanches, acessibilidade a banheiros etc.) são indispensáveis, além da autorização antecipada dos pais ou responsáveis. Os estudos do meio envolvem três etapas gerais: • planejamento e preparação: realizados antes da ida ao campo; • atividade de campo: durante excursão ou passeio; • sistematização: compilação, análise e apresentação dos resultados. PONTUSCHKA et al. (2009) detalhou as etapas descritas em alguns momentos e ações: Encontro dos sujeitos sociais Mobilização dos envolvidos para planejar o trabalho, pensando em possíveis ações interdisciplinares. Com base nos objetivos e conteúdos disciplinares trabalhados é definido o objeto principal da pesquisa e são discutidos os possíveis locais a serem visitados. Visita preliminar e a opção pelo percurso Feita geralmente pelos professores para observação do tempo gasto da escola até o “campo” e verificação do transporte necessário e de lugares que melhor atendem aos objetivos e permitem realizar o trabalho de campo no tempo destinado; deve-se levantar bibliografia para conhecer o objeto escolhido e, por fim, definir o lugar e o eixo norteador do trabalho. Planejamento Alunos e professores devem planejar, em sala de aula, o trabalho de campo. Inicialmente, devem-se discutir as razões de escolha do roteiro de saída e levantar os objetivos do estudo do meio. Elaboração do caderno de campo – fonte de pesquisa O ideal é que o caderno de pesquisa de campo seja elaborado por professores e alunos, no qual podem constar: – capa: deve identificar o objeto de pesquisa; – roteiro da pesquisa de campo: mapas e plantas do local pesquisado; – textos: apresentam conteúdos variados, como orientações para a observação e informações sobre o local visitado; – entrevistas: questões abrangentes que funcionem como um roteiro para entrevistas a serem realizadas no campo. Pesquisa de campo reveladora da vida No campo são realizadas observações, entrevistas, registros. “É o momento do diálogo: com o espaço, com a história, com as pessoas, com os colegas e seus saberes e com tantos outros elementos enriquecedores de nossa prática e de nossa teoria” (PONTUSCHKA et al., 2009, p. 180). O olhar e as demais sensações do observador podem ser registrados de diversas maneiras. Sugerimos anotações, desenhos, fotografias e gravações em áudio e vídeo. Retorno à sala de aula No retorno à sala de aula, inicia-se um processo de sistematização, constituído por dois momentos que, muitas vezes, se entrelaçam: – momento afetivo: deve-se perguntar ao grupo o que foi mais importante para cada um, seus sentimentos mais significativos e suas preferências durante o processo, fortalecendo a integração do grupo; – momento da cognição: constitui a coletivização e análise do material coletado em campo, sendo realizadas as conexões entre as informações. É o momento também de divulgar os resultados dos trabalhos, podendo-se usar diversos recursos e linguagens, tais como: jornal, vídeo, mural fotográfico, blog etc.

3.3 Gêneros textuais e linguagens diversas Ao livro didático podem ser integrados diversos recursos, como: textos literários, músicas, histórias em quadrinhos, revistas e jornais impressos e digitais, sites com conteúdos educativos, filmes e documentários, animações, programas de rádio, jogos eletrônicos e muitas outras produções.

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Os recursos citados podem ser usados com diferentes objetivos, como: • promover a sensibilização para o estudo de um tema; • apresentar um mote para exploração de conhecimentos prévios, avaliação, debate ou reflexão; • ilustrar uma situação relacionada a algum conceito. Para selecionar e utilizar em sala de aula um determinando recurso, alguns cuidados são importantes e devem ser observados, como: • verificar se o conteúdo da produção é adequado à faixa etária e se atende aos objetivos da aula; • selecionar trechos ou seções que serão utilizados ou destacados; • procurar saber se os alunos conhecem a produção e, em caso positivo, conversar sobre o contexto em que será inserida, possibilitando revelar novos olhares; • no caso de produções mais demoradas, como filmes de longa-metragem, verificar se o tempo da aula será suficiente para a exibição; • relacionar o conteúdo da produção aos conceitos ou fatos que se pretende trabalhar; • promover atividades de análise, discussão e reflexão; • verificar se há necessidade de equipamentos (projetor multimídia, rádio etc.) para exibição ou audição e providenciá-los com antecedência. Em todos os volumes da coleção, na seção Mural, são indicados recursos (sites, filmes, documentários, livros etc.) de acordo com a temática tratada. Importante enfatizar que os próprios alunos podem ser autores de produções, como elaboração de um vídeo curto, uma apresentação digital, um blog, uma história em quadrinhos etc. Em alguns casos, deve-se atentar para a disponibilidade e o acesso a alguns materiais e equipamentos, como câmeras digitais, celulares com recurso de gravação (caso a escola permita o uso desses aparelhos), computadores com acesso à internet etc.

3.4 Tecnologias digitais de comunicação e informação Uma das dez competências gerais apresentadas pela BNCC diz respeito ao uso das tecnologias digitais. 5. Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva. BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Versão final. Brasília: MEC, 2017. p. 9. Disponível em: <http:// basenacionalcomum.mec.gov.br/wp-content/uploads/2018/06/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf>. Acesso em: 28 ago. 2018.

Atualmente, por conta dos avanços das tecnologias digitais e também pela integração de diretrizes mais flexíveis ao planejamento escolar, é essencial contemplar o binômio autonomia/ protagonismo de alunos e docentes. Surge, portanto, a demanda por novas competências que não podem ser encaradas como responsabilidades “a mais” nas tarefas atribuídas ao professor, e sim como aspectos da necessária atualização das práticas pedagógicas no contexto de um mundo acelerado e conectado. Ao livro didático podem ser integrados diversos recursos digitais de comunicação e informação, como aplicativos, jogos, sites e vídeos, usados com diferentes objetivos, como: promover a sensibilização para o estudo de um tema; apresentar motes para a exploração de conhecimentos prévios, avaliação, debate ou reflexão; ilustrar determinada situação relacionada a algum conceito, entre outros. Para selecionar e utilizar em sala de aula um determinado recurso, digital ou não, alguns cuidados importantes devem ser observados, como: • verificar se o conteúdo da produção é adequado à faixa etária e se atende aos objetivos da aula; • selecionar previamente trechos ou seções que serão utilizados ou destacados na aula;

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• verificar se os alunos conhecem a produção e, em caso positivo, conversar sobre o contexto em que será inserida, possibilitando revelar novos olhares; • no caso de produções mais demoradas, como filmes e animações de longa-metragem, verificar se o tempo da aula será suficiente para a exibição ou se é possível exibir trechos do material sem comprometer o entendimento sobre ele; • relacionar o conteúdo da produção aos conceitos ou fatos trabalhados; • promover atividades de análise, discussão e reflexão. Algumas produções exigem equipamentos específicos para exibição ou audição. Deve-se, com antecedência, verificar a disponibilidade e compatibilidade de tais equipamentos, como computador com acesso à internet e projetor multimídia, por exemplo. Destacamos também que os recursos citados podem envolver a produção dos próprios alunos. Assim, ao finalizar o conteúdo de uma unidade ou nos momentos de avaliar os alunos quanto às habilidades e expectativas de aprendizagem, pode-se propor, por exemplo, a produção de um vídeo de curta duração, um blog, um podcast. Em alguns casos, deve-se atentar para a disponibilidade de equipamentos como câmeras digitais, celulares com recurso de gravação, computadores com acesso à internet, entre outros.

3.4.1 As “novas tecnologias” na escola Após vários anos de discussão sobre o papel das chamadas “novas tecnologias” no âmbito da educação, parece não haver mais dúvidas sobre a necessidade de a escola contextualizar as tecnologias digitais e mídias na atividade pedagógica, considerando que estão presentes em todas as esferas da vida social de alunos e professores. Entretanto, em um mundo altamente virtualizado e conectado, é necessário tomar muitos cuidados na seleção de recursos e no desenvolvimento de estratégias pedagógicas para utilizá-los em aula, com o objetivo de evitar armadilhas e, assim, utilizar o que há de mais novo para promover uma educação considerada ultrapassada. O texto a seguir apresenta alguns subsídios para o debate. As autoras esboçam o conceito de “objetos de aprendizagem” como elementos tecnológicos/midiáticos de fácil integração na prática escolar. Introdução aos Objetos de Aprendizagem [...] O uso de recursos tecnológicos na educação, mais especificamente da internet, tem provocado grandes mudanças nas maneiras de se pensar o ensino e a aprendizagem. Trata-se não apenas de enxergar a internet como uma fonte de recursos e materiais úteis à educação, mas de ressignificar o processo educacional como um todo, uma vez que a comunicação, a pesquisa e a aprendizagem assumem dimensões diferenciadas, diante da velocidade com que muitas informações chegam aos alunos. Uma grande e crescente quantidade de materiais educacionais é disponibilizada na internet, no formato de softwares, jogos, simulações, imagens, vídeos, dentre outros. Há profissionais da Ciência da Computação e outras áreas ligadas à informática e à educação tecnológica envolvidos com a produção e disponibilização desses materiais. Por outro lado, há professores, pesquisadores e alunos que os buscam e os utilizam para o ensino e a aprendizagem. [...] BRAGA, Juliana; MENEZES, Lilian. Objetos de aprendizagem: introdução e fundamentos. Santo André: Ed. da UFABC, 2014. p. 19.

3.5 A prática da pesquisa Nesta coleção, em diversos momentos – principalmente no boxe Investigar lugares, nas seções Pensar e Agir e Conhecimento em ação –, são sugeridas atividades de pesquisa que buscam atender a diferentes objetivos, entre os quais se destacam: • relacionar o conteúdo estudado à realidade mais próxima do aluno; • aprofundar ou ampliar conteúdos estudados na unidade; • desenvolver habilidades essenciais ao processo ensino-aprendizagem, como coletar, selecionar, analisar e relacionar informações; sintetizar ideias; construir argumentos; elaborar conclusões; refletir etc.;

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• desenvolver autonomia nos estudos; • reconhecer a existência de fontes e ideias diversas sobre um tema ou objeto. Vale notar que a pesquisa não se restringe ao “copiar e colar”. É importante discutir e encaminhar com os alunos algumas etapas de trabalho, a saber: • definição do objeto da pesquisa: na coleção, os temas e objetos de pesquisa são sugeridos; no entanto, professores e alunos podem alterá-los de acordo com sua realidade e seus objetivos; • discussão e/ou esclarecimento sobre os objetivos da pesquisa: nas Orientações específicas deste Manual, são indicados os objetivos das pesquisas sugeridas. Outros objetivos podem ser traçados com os alunos; • busca e seleção de materiais: é importante auxiliar os alunos na busca pelo material de pesquisa. Esse auxílio pode ser feito com a indicação de fontes e com a orientação de que tipos de fonte consultar, podendo ser bibliográfica ou não. No caso da consulta em sites, sugerir aqueles de instituições ligadas ao tema de estudo e que sejam, reconhecidamente, idôneos (por exemplo: oficiais, governamentais, ligados a fundações etc.). Além de fontes bibliográficas, dependendo do objetivo e do objeto, também podem constituir fonte ou material de pesquisa: entrevistas e depoimentos realizados com familiares ou outras pessoas, documentários, fotografias antigas etc. Chamar a atenção dos alunos para a questão da autoria, orientando-os na citação das fontes; • trabalho com o material coletado: diversas atividades podem ser realizadas com as informações coletadas, como: analisar e confrontar ideias de diversos autores sobre determinado tema para, em seguida, produzir um texto próprio ou debater o assunto com os colegas e o professor; socializar informações com os colegas a fim de aprofundar ou ampliar um tema; analisar um problema no lugar de vivência para, em seguida, divulgar informações na comunidade ou entrar em contato com departamentos ligados ao governo e reivindicar ações; entre muitas outras; • divulgação do trabalho: nas atividades de pesquisa sugeridas na coleção, em alguns momentos, há indicações da forma de apresentação dos resultados, como produção de mural, apresentação oral para a turma etc. Cabe aos alunos e ao professor definirem como será apresentado o produto final, analisando o público a ser atingido, as condições materiais para a realização, o tempo disponível etc. Se as informações pesquisadas são interessantes para a comunidade, podem ser elaborados folhetos ou produzidos jornais sobre o assunto para serem distribuídos aos familiares e à comunidade. As sugestões de pesquisa no Livro do aluno constituem momentos de trabalho mais sistematizados e pontuais. No entanto, é importante esclarecer que a pesquisa na escola também deve ser encarada como uma atitude cotidiana, na qual professor e alunos interagem. Sobre a importância do trabalho em grupo, sugerimos o seguinte texto: MENEZES, Luis Carlos de. O aprendizado do trabalho em grupo. Nova Escola, ed. 222, 1o maio 2009. Disponível em: <http://livro.pro/ u6yxq8>. Acesso em: 28 ago. 2018.

3.6 Trabalhos em grupo Propostas de trabalho em grupo, ou atividades em grupo, podem ser aplicadas em qualquer nível de ensino, e no Ensino Fundamental – Anos Finais, sempre que necessário, deve haver a intervenção do professor desde a organização e formação dos grupos até a orientação para a confecção do produto final. Lembramos, porém, que “orientar” não é “mostrar o caminho a seguir”, mas apresentar possibilidades para que os alunos analisem situações, tomem decisões e desenvolvam a autonomia. O papel do professor é, assim, de mediador. Nesta coleção, os trabalhos em grupo são sugeridos em diversos momentos com o objetivo de aprofundar ou problematizar um conteúdo específico e de favorecer o desenvolvimento de aspectos definidos: • atitudinais e afetivos: expressar-se perante os colegas de turma, saber ouvir, respeitar diferentes opiniões, assumir compromissos com os colegas, cooperar com o grupo, desenvolver confiança no outro etc.; • procedimentais: “saber trabalhar em grupo”, envolvendo organização do trabalho e divisão de tarefas.

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3.7 Jogos tradicionais e eletrônicos ( games) Usamos a expressão “jogos tradicionais” (jogos de tabuleiro, jogo da memória, bingo etc.) para diferenciá-los dos jogos eletrônicos (games). Os jogos constituem alternativas ou complementos às aulas expositivas, estimulando habilidades de observar, relacionar, analisar, comparar, entre outras, além de trabalhar atitudes de trabalho em grupo. Os jogos tendem a tornar as aulas mais dinâmicas e motivadoras, podendo ser utilizados em diversos momentos do processo ensino-aprendizagem e com diferentes objetivos: no levantamento de conhecimentos prévios; na aplicação/resgate de conceitos trabalhados; para compreender melhor um conteúdo; para desenvolver a criatividade e a espontaneidade. Além disso, os jogos proporcionam maior aproximação entre alunos e entre esses e o professor, estimulando a solidariedade, a cooperação e a troca de ideias. Para elaboração e posterior utilização de um jogo, é necessário preparar o material a ser utilizado, selecionar o conteúdo a ser explorado, estabelecer regras, organizar o espaço etc. O planejamento do jogo deve conter os seguintes itens: 1. Tema do jogo 2. Ano 3. Duração 4. Objetivos

5. Desenvolvimento 6. Regras do jogo 7. Avaliação 8. Aplicação

O aluno como produtor Na perspectiva de uma educação para o protagonismo, convém que os próprios alunos criem os jogos ou parte deles, aumentando assim o envolvimento entre todos da turma. Os jogos criados pelos alunos poderão ser aplicados na turma da qual fazem parte ou em outras turmas de mesmo ou outros anos. Se os alunos já dominam, por exemplo, conceitos de orientação e direções, o professor poderá propor que construam um jogo para ser aplicado em anos anteriores. Dessa forma, eles estarão aplicando conceitos já construídos.

Para saber mais sobre a aplicação de jogos nas aulas de Geografia, sugerimos consultar: • ANTUNES, Celso. A sala de aula de Geografia e História. Campinas: Papirus, 2001. • CASTELLAR, Sonia; VILHENA, Jerusa. Jogos, brincadeiras e resolução de problemas. In: CASTELLAR, Sonia; VILHENA, Jerusa. Ensino de Geografia. São Paulo: Cengage Learning, 2010. • SILVA, Luciana Gonçalves. Jogos e situações-problema na construção das noções de lateralidade, referências e localização espacial. In: CASTELLAR, Sonia (org.). Educação geográfica: teorias e práticas docentes. São Paulo: Contexto, 2005. • SOMMER, Jussara Alves Pinheiro. Formas lúdicas para trabalhar conceitos de orientação espacial: algumas reflexões. In: Um pouco do mundo cabe em suas mãos: geografizando em educação o local e o global. Porto Alegre: Ed. UFRGS, 2003.

3.7.1 Games Entre os games que favorecem o trabalho com conteúdos da Geografia, destacamos aqueles que simulam ambientes e possibilitam a construção de diferentes espaços. No volume do 6o ano, na seção Pensar e agir da Unidade 3, apresentamos um exemplo desse tipo de game, usado pela Organização das Nações Unidas (ONU) em uma experiência para estimular a participação de jovens a tomar decisões sobre o lugar onde vivem. Além de simular o próprio lugar de vivência, representá-lo e analisá-lo, esse tipo de game permite pensar a organização espacial. Assim, mesmo que de forma fictícia e imaginária, são desenvolvidos raciocínios espaciais. Games que fazem sucesso nos momentos de lazer de muitos jovens são ferramentas de aprendizagem em muitas escolas em diversas disciplinas.

3.8 Aprendizagem baseada em problemas (PBL) A aprendizagem baseada em resolução de problemas tem sido utilizada em várias áreas do conhecimento, como Administração, Arquitetura, Engenharia, Educação, entre outras. Essa metodologia tem ênfase no método Problem-Based Learning (PBL) ou Aprendizagem Baseada em Problemas (ABP). A resolução de problemas contribui para a aquisição de novos conhecimentos, possibilitando aos alunos aprenderem de uma forma mais instigante e desenvolverem um papel ativo na aprendizagem. Ao professor caberá a criação e a mediação de situações, além da preparação das aulas com temas e encaminhamentos que surjam a partir de situações trazidas pelos alunos. (CASTELLAR, 2016. p. 11.)

Para conhecer algumas experiências do uso de games integrados ao ensino, sugerimos acessar: • YAMAMOTO, Karina. Professor de SP usa Minecraft para estimular criatividade e cooperação. Disponível em: <http:// livro.pro/6qk5t2>. Acesso em: 28 ago. 2018. • PETRÓ, Gustavo. Alunos usam “Minecraft” para recontar história de escola. Disponível em: <http://livro.pro/8re2vg>. Acesso em: 28 ago. 2018. • Minecraft será parte do material escolar de alunos na Irlanda do Norte. Época Negócios. Disponível em: <http://livro.pro/av6rqp>. Acesso em: 28 ago. 2018.

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Em qualquer área do conhecimento, utilizar uma abordagem baseada em resolução de problemas valoriza a aprendizagem significativa e ativa, promove interdisciplinaridade e permite o desenvolvimento de diversas competências e habilidades para propor estratégias e resoluções para problemas diferentes e de níveis de complexidade crescentes. Os alunos devem buscar soluções para resolver os problemas extraídos da realidade de uma comunidade, por exemplo. As soluções podem ser apresentadas por meio de atividades em grupo e individuais. A resolução de problemas é uma metodologia que coloca o aluno como protagonista do processo de aprendizagem, permitindo a ele mais autonomia intelectual; as atividades propostas visam vincular o aluno ao processo, ou seja, inseri-lo em situações reais, tais como um cenário do cotidiano, uma imagem, um vídeo, entre outras situações, reforçando a ideia de que a aprendizagem por descoberta promove significados. (CASTELLAR, 2016. p. 32.)

Há momentos desta coleção em que a condução didática dos conteúdos e atividades apoia uma aprendizagem baseada em resolução de problemas, principalmente nas propostas das seções Pensar e Agir e Conhecimento em ação, nas quais os alunos aprendem a aprender e se preparam para resolver problemas relativos a situações diversas em contextos de aprendizagem significativos como relatos, discussões, argumentações, questionamentos e explicações.

3.9 Aprendizagem baseada em projetos (ABP) A aprendizagem baseada em projetos (ABP) ou Project Based Learning (PBL) propõe a construção de conhecimentos por meio de um trabalho investigativo que responda a uma pergunta, resolva um problema ou um desafio. Nessa aprendizagem os alunos ficam envolvidos em pesquisa, levantamento de hipóteses, busca de recursos e aplicação prática da informação para obter uma solução ou produto final. Por meio dos projetos, é possível desenvolver habilidades que envolvem atitudes colaborativas, pensamento crítico e criativo e percepção de que existem várias maneiras para a realização de uma mesma atividade, essenciais para a vida em sociedade. Nesse processo, os alunos são avaliados de acordo com o desempenho durante a execução das etapas e na entrega dos projetos. Existem diversos modelos de projetos, que variam de projetos de curta duração (uma ou duas semanas) – restritos ao ambiente escolar e baseados em um assunto específico – até projetos mais complexos, que envolvem uma comunidade, um município, uma área industrial ou agrícola, com uma duração mais longa (semestral ou anual). Nesta coleção, a aprendizagem baseada em projetos pode ser aplicada a partir das propostas da seção Conhecimento em ação, sempre ao final das Unidades 4 e 8 de cada volume.

3.10 Sala de aula invertida A metodologia da sala de aula invertida reorganiza a ordem de realização das atividades e o tempo e espaço do trabalho com os alunos. Nessa metodologia, os alunos têm o primeiro contato com os conteúdos em casa ou outro lugar e estudam por meio de videoaulas, textos, games, podcasts, slides, e-books, filmes, notícias de jornais etc. Neste primeiro momento, o aluno utiliza o recurso proposto pelo professor ou outro que julgar mais conveniente ao seu aprendizado: livro didático ou outros livros, celular, tablet, computador, jornais etc. É o aluno que decide quando e como estudar, buscando o conhecimento da forma que achar mais adequada. Na sala de aula, com a mediação do professor, há o momento de aprofundar o aprendizado por meio de resolução das dúvidas, de projetos, de solução de situações-problema, de atividades em grupo etc. Para este momento, podem ser aproveitadas as atividades propostas no Livro do aluno, com destaque para as da seção Interação. Por fim, ocorre a revisão do tema, a ampliação do aprendizado e a preparação para a próxima aula. Dessa maneira, permite-se uma maior interação entre alunos e professor e pode-se fazer usos de diferentes estratégias de aprendizagem para construção do conhecimento.

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Na sala de aula invertida é bastante relevante o uso de recursos tecnológicos e o ensino híbrido, que mescla momentos de aprendizagem à distância e momentos de aprendizagem em sala de aula ou fazendo rodízio em laboratório, biblioteca, pátio etc.

4. AVALIAÇÃO Entendemos a avaliação como um processo contínuo, que se inicia no primeiro momento do processo ensino-aprendizagem e deve seguir no desenvolvimento dos conteúdos. Na abertura das unidades e de temas de cada volume, tem-se a oportunidade de já realizar uma avaliação diagnóstica, verificando o conhecimento prévio dos alunos sobre determinado assunto, o posicionamento da turma diante de algum questionamento ou, ainda, o domínio de conteúdos procedimentais. Esse primeiro diagnóstico oferece alguns parâmetros para avaliar a necessidade de enfatizar determinados conteúdos. As questões propostas ao longo do desenvolvimento dos temas permitem avaliar se os alunos são capazes de extrair informações de mapas, fotografias, gráficos e ilustrações, textos usando habilidades e procedimentos que envolvem observar, analisar, fazer relações, estabelecer comparações etc. No encaminhamento dos conteúdos, é possível avaliar se os objetivos de aprendizagem estão sendo alcançados, por meio de aula dialogada, observações das atividades em grupo, verificação dos registros de atividades propostas etc. A seção Interação é um momento privilegiado para avaliar o aluno. Essa seção constitui uma “parada avaliativa”, com atividades que possibilitam verificar, principalmente, conceitos e procedimentos necessários à compreensão da temática da unidade. É uma ocasião propícia para se ponderar se os objetivos da unidade foram alcançados. Entendemos também que a avaliação é um ato inclusivo, no qual o aluno é integrado ao conteúdo, e não um ato exclusivo que permite apenas o julgamento, como define LUCKESI (1998): Defino a avaliação da aprendizagem como um ato amoroso, no sentido de que a avaliação, por si, é um ato acolhedor, integrativo, inclusivo. Para compreender isso, importa distinguir avaliação de julgamento. O julgamento é um ato que distingue o certo do errado, incluindo o primeiro e excluindo o segundo. A avaliação tem por base acolher uma situação, para, então (e só então), ajuizar a sua qualidade, tendo em vista dar-lhe suporte de mudança, se necessário. A avaliação, como ato diagnóstico, tem por objetivo a inclusão e não a exclusão; a inclusão e não a seleção (que obrigatoriamente conduz à exclusão). O diagnóstico tem por objetivo aquilatar coisas, atos, situações, pessoas, tendo em vista tomar decisões no sentido de criar condições para a obtenção de uma maior satisfatoriedade daquilo que se esteja buscando ou construindo. LUCKESI, Cipriano C. Avaliação da aprendizagem escolar. 7. ed. São Paulo: Cortez, 1998. p. 172-173.

Um processo de avaliação contínuo e inclusivo requer instrumentos diferenciados de verificação do conhecimento. As atividades propostas no Livro do aluno e neste Manual permitem avaliar habilidades, conceitos e atitudes por meio de instrumentos variados, como: atividades orais de leitura de imagens, questões de interpretação de texto e localização das informações, leitura e análise de mapas, gráficos e tabelas, produção textual, organização de quadro-síntese, confecção de croquis etc. Além dos instrumentos sugeridos na obra, pode-se lançar mão da autoavaliação e de recursos como mapa conceitual e portfólio, explicitados a seguir.

4.1 Mapa conceitual Mapa conceitual é um recurso gráfico que facilita a organização de ideias, conceitos e informações. O conteúdo é classificado e hierarquizado facilitando a compreensão do que está sendo estudado. O mapa conceitual está de acordo com um modelo de educação que é centrado no aluno e não no professor, desenvolvendo habilidades e atitudes de negociação. Seus principais elementos são: conceito, conectivo e proposição.

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Há importantes materiais de apoio, alguns deles disponibilizados pelo Programa Nacional Biblioteca da Escola (PNBE), sobre o processo de avaliação que podem respaldar a discussão entre os professores, como as sugestões a seguir. • PERRENOUD, Philippe. Avaliação: da excelência à regulação das aprendizagens entre duas lógicas. São Paulo: Artmed, 1999. • HOFFMANN, Jussara. Avaliação mediadora. Porto Alegre: Mediação, 2014. • AQUINO, Julio Groppa. Erro e fracasso na escola. São Paulo: Summus, 1997.

O conceito é a imagem mental por meio da qual se representa um acontecimento ou um objeto, e que apresenta regularidade (as palavras são rótulos para os conceitos). O conectivo é a palavra de enlace ou de ligação (exemplo: são, onde, o, é, então, com), que são utilizadas, juntamente com os conceitos, para construir expressões que têm significado, ou seja, as proposições. O mapa conceitual deve apresentar algumas características: • hierarquização: os conceitos são dispostos por ordem de importância ou grau de inclusão; • seleção: escolha dos termos que devem fazer referência aos conceitos (contêm o mais significativo de uma mensagem); • impacto visual: organização simples e vistosa (representação gráfica). Para se introduzir e construir um mapa conceitual, sugerimos algumas estratégias: 1. explicar o que é conceito e palavra de ligação; 2. selecionar um trecho de um texto e identificar os conceitos mais importantes; 3. ordenar os conceitos em uma lista (da menor à maior generalidade e inclusividade); 4. elaborar o mapa com a utilização de palavras de ligação adequadas (podem ser escritas em recortes de papel); 5. procurar ligações cruzadas entre conceitos; 6. refazer o mapa, se for o caso; 7. apresentação do mapa: leitura. Apresentamos, a seguir, um exemplo de mapa conceitual: Mapas conceituais são

auxiliam

Úteis

Na organização do conhecimento

no

beneficiam o

Processo de ensino-aprendizagem Sobre o portfólio e experiências significativas no seu uso como instrumento de avaliação na Educação Básica, sugerimos o texto: • SÁ, Ilydio Pereira de. Avaliação por portfólio ou “Nem só de provas vive a escola”. Disponível em: <http://livro.pro/i9qwd6>. Acesso em: 28 ago. 2018. Sugestões de como trabalhar com o portfólio podem ser acessadas em: • ALMEIDA, Grazielle Tomaz. O uso do portfólio como recurso de registro e avaliação da alfabetização. Portal do Professor. Disponível em: <http://livro.pro/rvj2ot>. Acesso em: 28 ago. 2018.

Mapa conceitual elaborado com base em: MAGALHÃES, Maurício; DIECKMAN, Adriana G.; LOBATO; Wolney. O uso de mapas conceituais no ambiente escolar. PUC Minas. Disponível em: <http://www1. pucminas.br/imagedb/documento/DOC_DSC_NOME_ARQUI20160317142256.pdf>. Acesso em: 10 set. 2018.

4.2 Portfólio O portfólio é um instrumento cada vez mais usado no processo ensino-aprendizagem de crianças, jovens e adultos de vários países. Consiste no conjunto das produções mais relevantes ou produtos finais, elaborados pelos alunos em um determinado período, como um bimestre ou trimestre, e que favorece o aspecto contínuo da avaliação. Em geral, um portfólio é dividido em: 1. Introdução: texto de apresentação do conteúdo. 2. Descrição do trabalho: breve texto sobre cada atividade apresentada. 3. Revisão: textos curtos com reflexões do aluno sobre a atividade realizada. 4. Autoavaliação: o aluno deverá avaliar, segundo critérios pré-combinados, cada trabalho. 5. Comentários do professor.

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4.3 Contrato didático O contrato didático, também chamado de contrato pedagógico ou combinado, integra os alunos no processo de avaliação e no processo ensino-aprendizagem como um todo. No texto a seguir, o autor apresenta etapas desse instrumento. Estabelecer um plano contratual significa organizar conjuntamente as rotinas de trabalho pedagógico (“o que” será feito) e de convivência escolar (“como” será feito). Mas não se trata de regras fixas. Elas devem estar sempre abertas à revisão. No meio do caminho, é inevitável recordar, ou mesmo reformular, as cláusulas. Isso porque o grupo-classe passa por diferentes etapas progressivas no que se refere à validação e à tomada de consciência quanto às regras de ação e de convívio: da imposição ao consentimento e, por fim, à autodisciplina [...]. Em primeira mão, deparamos com a não consciência do valor de determinada regra. Os alunos submetem-se a ela, mas desconhecem a razão de sua legitimidade. É aí que entra o papel modulador do contrato. Sua função, por ora, é mais demonstrativa e/ou argumentativa. Uma vez ultrapassada a celebração inicial do contrato, o próximo passo remete à implantação paulatina das rotinas de trabalho acordadas anteriormente. É hora também de o professor antecipar-se aos alunos, não devendo esperar anuência imediata da parte deles. Eles farão sua parte se o professor cumprir com o que foi acordado. Trata-se de um momento ainda marcado pela reação às atitudes do professor. Também a relação com o campo de conhecimento será marcada pela forte presença docente, tida como fonte externa de controle. Ou seja, os alunos sabem o que deve ou não ser feito, mas quem inicia a ação e supervisiona o cumprimento das regras ainda é o professor.

A terceira e última etapa do processo aponta para o consentimento voluntário e o engajamento efetivo dos alunos em relação às regras de funcionamento do grupo-classe. Trata-se do auge da intervenção escolar, ou seja, o momento em que eles sabem o que deve ser feito e fazem-no por vontade própria, encarando tais regras como parte de seu repertório pessoal e, por conseguinte, dispensando o professor da função de supervisão coletiva. No que diz respeito às cláusulas contratuais, é certo que diferentes competências e habilidades compõem o quadro das exigências escolares. Não se exigirão destrezas nem atitudes semelhantes em todas as disciplinas, já que se trata de campos de conhecimento distintos. Isso significa que as rotinas de trabalho e de convivência não serão comuns a todos os momentos da vida escolar. Por essa razão, é desejável que se possa propor, discutir e definir coletivamente (mas em cada disciplina em específico) desde os itens programáticos, o cronograma de atividades, as tarefas decorrentes, as escolhas metodológicas, os critérios de avaliação, até, e principalmente, as regras comuns de conduta em sala de aula. Sem tais regras devidamente acordadas, não haverá legitimação posterior. AQUINO, Júlio G. Indisciplina: o contraponto das escolas democráticas. São Paulo: Moderna, 2003. p. 70-72.

Ao mesmo tempo em que constitui instrumento integrador que permite a legitimação das regras na escola, o contrato didático possibilita a vivência do aluno em um processo democrático de participação, no qual ele se sente sujeito. Essa vivência é essencial na escola e tem como um dos objetivos formar cidadãos que atuarão na construção de uma sociedade mais justa e democrática.

5. SELEÇÃO DOS CONTEÚDOS Os conteúdos foram selecionados, distribuídos e produzidos contemplando-se a progressão de aprendizagem dos alunos e a importância das temáticas para a compreensão do espaço geográfico atual. Também foram consideradas as expectativas e necessidades do professor e dos alunos de localizar e identificar claramente o que será estudado em cada ano, ou seja, temas e conjuntos espaciais. No volume do 6o ano, o foco é para a relação sociedade e natureza na produção do espaço geográfico. São trabalhados conceitos e habilidades importantes para o estudo da Geografia que, muitas vezes, serão necessários para a compreensão e aprofundamento de conteúdos nos volumes seguintes da coleção. No volume do 7o ano, o olhar se dirige mais particularmente para o espaço geográfico brasileiro, sendo estudadas as dinâmicas e características de sua produção. No 8o ano, o foco é para as dinâmicas da população e inicia-se uma abordagem pautada na regionalização mundial, sendo estudados os espaços geográficos da América, África e Antártida. No 9o ano, quando os alunos já apreenderam diversos conceitos relacionados à dinâmica do espaço geográfico mundial, são trabalhadas temáticas envolvendo aspectos da globalização e é dada continuidade ao estudo de aspectos particulares da Europa, da Ásia e da Oceania.

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6. QUADROS DE CONTEÚDOS, OBJETOS DE CONHECIMENTO E HABILIDADES DA BNCC POR VOLUME Nos quadros a seguir, são apresentados os principais conteúdos trabalhados em cada volume, os objetos de conhecimento e as habilidades da BNCC que a eles estão relacionados.

6º ano UNIDADES 1. Compreender o espaço geográfico

CONTEÚDOS PRINCIPAIS Por que estudar Geografia? Diferentes lugares Paisagem

OBJETOS DE CONHECIMENTO E HABILIDADES • Identidade sociocultural EF06GE01 • Relações com os componentes físico-naturais EF06GE03 • Transformação das paisagens naturais e antrópicas EF06GE06 EF06GE11

Orientar-se no espaço geográfico Localizar-se no espaço geográfico Fusos horários 2. Representar o espaço geográfico

Por que representar o espaço geográfico?

• Fenômenos naturais e sociais representados de diferentes maneiras EF06GE08

Cartografia moderna Do 3-D para o mapa Leitura e interpretação de mapas Escala cartográfica Tipos de representação 3. Produzir o espaço geográfico

Uso e transformação dos recursos naturais Formas de produzir o espaço Povos originários e produção do espaço Espaço virtual

4. Recursos minerais e Uso dos recursos minerais energéticos Impactos da exploração mineral Fontes de energia

• Identidade sociocultural EF06GE01 EF06GE02 • Transformação das paisagens naturais e antrópicas EF06GE06 EF06GE07 • Biodiversidade e ciclo hidrológico EF06GE10 EF06GE11 • Transformação das paisagens naturais e antrópicas EF06GE06 • Biodiversidade e ciclo hidrológico EF06GE11 • Atividades humanas e dinâmica climática EF06GE13

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UNIDADES 5. Dinâmicas do relevo e do solo

CONTEÚDOS PRINCIPAIS O relevo Formas do relevo terrestre Agentes internos do relevo Agentes externos do relevo Formação dos solos Importância do solo

OBJETOS DE CONHECIMENTO E HABILIDADES • Identidade sociocultural EF06GE02 • Relações entre os componentes físico-naturais EF06GE05 • Transformações das paisagens naturais e antrópicas EF06GE06 • Fenômenos naturais e sociais representados de diferentes maneiras EF06GE09 • Biodiversidade e ciclo hidrológico EF06GE10 EF06GE11

Relevo, solo e agricultura Relevo, solo e moradias 6. Distribuição e usos da água

Planeta Água Bacias hidrográficas no Brasil Usos da água Degradação e preservação das águas

• Relações entre os componentes físico-naturais EF06GE04 • Fenômenos naturais e sociais representados de diferentes maneiras EF06GE09 • Biodiversidade e ciclo hidrológico EF06GE10 EF06GE11 EF06GE12

Tratamento e distribuição da água 7. Clima: dinâmica natural e ação humana

Tempo e clima Climas da Terra Clima e atividades humanas Mudanças climáticas

8. Formações vegetais e biodiversidade

Importância das formações vegetais

Biodiversidade

• Relações entre os componentes físico-naturais EF06GE03 EF06GE05 • Fenômenos naturais e sociais representados de diferentes maneiras EF06GE09 • Atividades humanas e dinâmica climática EF06GE13 • Relações entre os componentes físico-naturais EF06GE05 • Transformação das paisagens naturais e antrópicas EF06GE07 • Fenômenos naturais e sociais representados de diferentes maneiras EF06GE09 • Biodiversidade e ciclo hidrológico EF06GE11

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7º ano UNIDADES 1. Território brasileiro

CONTEÚDOS PRINCIPAIS Divisão e organização política Divisões regionais Dimensões do território brasileiro Brasil e os países vizinhos

OBJETOS DE CONHECIMENTO E HABILIDADES • Ideias e concepções sobre a formação territorial do Brasil EF07GE01 • Formação territorial do Brasil EF07GE02 • Produção, circulação e consumo de mercadorias EF07GE05 • Mapas temáticos do Brasil EF07GE09

O Brasil na América Formação do território brasileiro 2. Expansão e integração do território

América portuguesa O império do café Do café às indústrias O processo de industrialização Transportes e comunicação

Fluxos populacionais 3. Dinâmicas da população brasileira

Quantos somos? Distribuição da população A população está mais velha Pirâmides etárias

• Ideias e concepções sobre a formação territorial do Brasil EF07GE01 • Formação territorial do Brasil EF07GE02 • Características da população brasileira EF07GE04 • Produção, circulação e consumo de mercadorias EF07GE06 • Desigualdade social e o trabalho EF07GE07 EF07GE08 • Mapas temáticos do Brasil EF07GE09 EF07GE10 • Formação territorial do Brasil EF07GE03 • Características da população brasileira EF07GE04 • Mapas temáticos do Brasil EF07GE09 EF07GE10

Populações tradicionais e território 4. População: diversidade e desigualdade

Qual é a sua origem? Diversidade da população brasileira População indígena População negra

• Formação territorial do Brasil EF07GE02 • Características da população brasileira EF07GE04 • Mapas temáticos do Brasil EF07GE09 EF07GE10

Imigração: passado e presente Imigração nos dias atuais Xenofobia

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UNIDADES 5. Dinâmicas da natureza no Brasil

CONTEÚDOS PRINCIPAIS Relevo brasileiro Águas no território brasileiro Clima no Brasil Vegetação no Brasil Devastação da biodiversidade

OBJETOS DE CONHECIMENTO E HABILIDADES • Formação territorial do Brasil EF07GE03 • Produção, circulação e consumo de mercadorias EF07GE06 • Mapas temáticos do Brasil EF07GE09 EF07GE10 • Biodiversidade brasileira EF07GE11 EF07GE12

Unidades de Conservação no Brasil 6. Campo: produção, terra e trabalho

Da produção ao consumo Agricultura comercial Produção pecuária Transformações no campo

• Formação territorial do Brasil EF07GE02 • Produção, circulação e consumo de mercadorias EF07GE06 • Desigualdade social e o trabalho EF07GE08 • Mapas temáticos do Brasil EF07GE09 EF07GE10

Distribuição das terras Conflitos no campo 7. Cidades: dinâmicas e desigualdades

Brasil, país urbano Hierarquia urbana Cidades: espaços de desigualdades Questão da moradia Mobilidade urbana

• Formação territorial do Brasil EF07GE03 • Produção, circulação e consumo de mercadorias EF07GE06 • Desigualdade social e o trabalho EF07GE07 EF07GE08 • Mapas temáticos do Brasil EF07GE09 EF07GE10

Cidades no futuro 8. O Brasil em regiões

Região Norte Região Nordeste Região Sudeste Região Centro-Oeste

• Formação territorial do Brasil EF07GE02 • Produção, circulação e consumo de mercadorias EF07GE06 • Desigualdade social e o trabalho EF07GE07 • Mapas temáticos do Brasil EF07GE09 EF07GE10

Região Sul

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8º ano UNIDADES 1. Mundo: nações e regionalizações

CONTEÚDOS PRINCIPAIS O mundo dividido em continentes Antártida Estado, nação e Estado-nação Região e regionalização Regionalizações do espaço mundial

2. Dinâmicas da população mundial

População mundial em números Distribuição da população por idade Distribuição espacial da população mundial Indicadores sociais e desigualdades Dispersão dos grupos humanos pelo mundo Migrações atuais

3. América

Apresentando o continente americano Regionalizações da América A invenção da América Colonização da América

Aspectos naturais da América 4. América Anglo-saxônica Canadá

OBJETOS DE CONHECIMENTO E HABILIDADES • Corporações e organismos internacionais e do Brasil na ordem econômica mundial EF08GE05 EF08GE07 EF08GE08 • Cartografia: anamorfose, croquis e mapas temáticos da América e África EF08GE19 • Identidades e interculturalidades regionais: Estados Unidos da América, América espanhola e portuguesa e África EF08GE21 • Distribuição da população mundial e deslocamentos populacionais EF08GE01 • Diversidade e dinâmica da população mundial e local EF08GE02 EF08GE03 • Cartografia: anamorfose, croquis e mapas temáticos da América e África EF08GE19 • Distribuição da população mundial e deslocamentos populacionais EF08GE01 • Corporações e organismos internacionais e do Brasil na ordem econômica mundial EF08GE05 EF08GE06 EF08GE12 • Transformações do espaço na sociedade urbano-industrial na América Latina EF08GE15 • Cartografia: anamorfose, croquis e mapas temáticos da América e África EF08GE18 • Corporações e organismos internacionais e do Brasil na ordem econômica mundial EF08GE05 EF08GE06 EF08GE07 EF08GE08 • Cartografia: anamorfose, croquis e mapas temáticos da América e África EF08GE19 • Identidades e interculturalidades regionais: Estados Unidos da América, América espanhola e portuguesa e África EF08GE20

Estados Unidos

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UNIDADES

CONTEÚDOS PRINCIPAIS

5. América Latina Explorando a América Latina

Regionalização da América Latina

México

América Central

América Andina

Guianas

América Platina

OBJETOS DE CONHECIMENTO E HABILIDADES • Diversidade e dinâmica da população mundial e local EF08GE04 • Corporações e organismos internacionais e do Brasil na ordem econômica mundial EF08GE09 EF08GE10 EF08GE11 • Os diferentes contextos e os meios técnico e tecnológico na produção EF08GE14 • Transformações do espaço na sociedade urbano-industrial na América Latina EF08GE15 EF08GE16 EF08GE17 • Cartografia: anamorfose, croquis e mapas temáticos da América e África EF08GE19 • Identidades e interculturalidades regionais: Estados Unidos da América, América espanhola e portuguesa e África EF08GE20 • Diversidade ambiental e as transformações nas paisagens na América Latina EF08GE22 EF08GE23 EF08GE24

Brasil 6. África

Apresentando o continente africano

Aspectos naturais do território

Do primeiro ser humano à chegada dos europeus

Escravidão na África

• Distribuição da população mundial e deslocamentos populacionais EF08GE01 • Corporações e organismos internacionais e do Brasil na ordem econômica mundial EF08GE05 EF08GE08 • Cartografia: anamorfose, croquis e mapas temáticos da América e África EF08GE19 • Identidades e interculturalidades regionais: Estados Unidos da América, América espanhola e portuguesa e África EF08GE20

Imperialismo e partilha da África

O processo de descolonização

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UNIDADES 7. África: aspectos populacionais

CONTEÚDOS PRINCIPAIS

Distribuição da população

Urbanização na África

Diversidade étnica e cultural

OBJETOS DE CONHECIMENTO E HABILIDADES • Corporações e organismos internacionais e do Brasil na ordem econômica mundial EF08GE05 EF08GE08 • Cartografia: anamorfose, croquis e mapas temáticos da América e África EF08GE19 • Identidades e interculturalidades regionais: Estados Unidos da América, América espanhola e portuguesa e África EF08GE20

Condições de vida

Conflitos e refugiados na África 8. África: economia e meio ambiente

Recursos minerais e energéticos

Atividades agropecuárias

Atividade industrial

Serviços e abertura para o exterior

• Corporações e organismos internacionais e do Brasil na ordem econômica mundial EF08GE09 • Os diferentes contextos e os meios técnico e tecnológico na produção EF08GE13 EF08GE14 • Cartografia: anamorfose, croquis e mapas temáticos da América e África EF08GE18 EF08GE19 • Identidades e interculturalidades regionais: Estados Unidos da América, América espanhola e portuguesa e África EF08GE20

Integrações africanas

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9º ano UNIDADES

CONTEÚDOS PRINCIPAIS

1. A construção do mundo globalizado Globalização

Inovações técnicas e transformações espaciais

Globalização e espaço geográfico

Indústria, agropecuária e energia

OBJETOS DE CONHECIMENTO E HABILIDADES • A hegemonia europeia na economia, na política e na cultura EF09GE01 • Corporações e organismos internacionais EF09GE02 • Integração mundial e suas interpretações: globalização e mundialização EF09GE05 • A divisão do mundo em Ocidente e Oriente EF09GE06 • Transformações do espaço na sociedade urbano-industrial EF09GE11 • Cadeias industriais e inovação no uso dos recursos naturais e matérias-primas EF09GE12 EF09GE13 • Leitura e elaboração de mapas temáticos, croquis e outras formas de representação para analisar informações geográficas EF09GE14 • Diversidade ambiental e as transformações nas paisagens na Europa, na Ásia e na Oceania EF09GE18

Mudanças no mundo do trabalho

2. Globalização: um mundo sem fronteiras?

Comunicações, transportes e fluxos

Globalização e cultura

Globalização: contradições e desigualdades

• Corporações e organismos internacionais EF09GE02 • As manifestações culturais na formação populacional EF09GE03 • Integração mundial e suas interpretações: globalização e mundialização EF09GE05 • Cadeias industriais e inovação no uso dos recursos naturais e matérias-primas EF09GE13 • Leitura e elaboração de mapas temáticos, croquis e outras formas de representação para analisar informações geográficas EF09GE14 EF09GE15

Organizações internacionais

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UNIDADES 3. Europa: regionalizações e natureza

CONTEÚDOS PRINCIPAIS

Apresentando o continente europeu

Integrações da Europa

Aspectos naturais

4. Europa: população e economia A população europeia

Desintegrações e conflitos na Europa

Migrações, racismo e xenofobia

OBJETOS DE CONHECIMENTO E HABILIDADES • A hegemonia europeia na economia, na política e na cultura EF09GE01 • Corporações e organismos internacionais EF09GE02 • Intercâmbios históricos e culturais entre Europa, Ásia e Oceania EF09GE07 • Leitura e elaboração de mapas temáticos, croquis e outras formas de representação para analisar informações geográficas EF09GE14 EF09GE15 • Diversidade ambiental e as transformações nas paisagens na Europa, na Ásia e na Oceania EF09GE16 EF09GE17

• As manifestações culturais na formação populacional EF09GE03 EF09GE04 • Intercâmbios históricos e culturais entre Europa, Ásia e Oceania EF09GE08 EF09GE09 • Transformações do espaço na sociedade urbano-industrial EF09GE10 • Cadeias industriais e inovação no uso dos recursos naturais e matérias-primas EF09GE13 • Leitura e elaboração de mapas temáticos, croquis e outras formas de representação para analisar informações geográficas EF09GE14 EF09GE15 • Diversidade ambiental e as transformações nas paisagens na Europa, na Ásia e na Oceania EF09GE17 EF09GE18

Espaço econômico europeu

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UNIDADES

CONTEÚDOS PRINCIPAIS

5. Ásia Apresentando o continente asiático

Aspectos naturais

Aspectos da população asiática

OBJETOS DE CONHECIMENTO E HABILIDADES • Corporações e organismos internacionais EF09GE02 • As manifestações culturais na formação populacional EF09GE03 • Intercâmbios históricos e culturais entre Europa, Ásia e Oceania EF09GE07 EF09GE09 • Leitura e elaboração de mapas temáticos, croquis e outras formas de representação para analisar informações geográficas EF09GE14 EF09GE15 • Diversidade ambiental e as transformações nas paisagens na Europa, na Ásia e na Oceania EF09GE16 EF09GE17

Integrações na Ásia

6. Oriente Médio, Ásia Setentrional e Ásia Central

Oriente Médio

Ásia Setentrional

• A hegemonia europeia na economia, na política e na cultura EF09GE01 • A divisão do mundo em Ocidente e Oriente EF09GE06 • Intercâmbios históricos e culturais entre Europa, Ásia e Oceania EF09GE08 EF09GE09 • Cadeias industriais e inovação no uso dos recursos naturais e matérias-primas EF09GE13 • Leitura e elaboração de mapas temáticos, croquis e outras formas de representação para analisar informações geográficas EF09GE14 EF09GE15 • Diversidade ambiental e as transformações nas paisagens na Europa, na Ásia e na Oceania EF09GE17 EF09GE18

Ásia Central

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UNIDADES

CONTEÚDOS PRINCIPAIS

7. Extremo Oriente, Ásia Meridional e Sudeste Asiático Extremo Oriente

Ásia Meridional

Sudeste Asiático

8. Oceania

Apresentando a Oceania

Austrália

OBJETOS DE CONHECIMENTO E HABILIDADES • A hegemonia europeia na economia, na política e na cultura EF09GE01 • As manifestações culturais na formação populacional EF09GE04 • Intercâmbios históricos e culturais entre Europa, Ásia e Oceania EF09GE08 EF09GE09 • Transformações do espaço na sociedade urbano-industrial EF09GE10 EF09GE11 • Cadeias industriais e inovação no uso dos recursos naturais e matérias-primas EF09GE13 • Leitura e elaboração de mapas temáticos, croquis e outras formas de representação para analisar informações geográficas EF09GE14 EF09GE15 • Diversidade ambiental e as transformações nas paisagens na Europa, na Ásia e na Oceania EF09GE17 EF09GE18 • A hegemonia europeia na economia, na política e na cultura EF09GE01 • As manifestações culturais na formação populacional EF09GE03 EF09GE04 • Intercâmbios históricos e culturais entre Europa, Ásia e Oceania EF09GE08 EF09GE09 • Leitura e elaboração de mapas temáticos, croquis e outras formas de representação para analisar informações geográficas EF09GE14 EF09GE15 • Diversidade ambiental e as transformações nas paisagens na Europa, na Ásia e na Oceania EF09GE17

Nova Zelândia

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7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CONSULTADAS E RECOMENDADAS Para consulta e debate entre docentes, sugerimos a bibliografia deste Manual, bem como outras publicações e sites relacionados à Geografia escolar, a temáticas trabalhadas na coleção e à educação em geral.

Livros e outras publicações ALMEIDA, Rosângela D. (Org.). Cartografia escolar. São Paulo: Contexto, 2007. ______. Do desenho ao mapa: iniciação cartográfica na escola. São Paulo: Contexto, 2001. ______. (Org.). Novos rumos da cartografia escolar: currículo, linguagens e tecnologia. São Paulo: Contexto, 2011. ______; PASSINI, Elza Y. O espaço geográfico: ensino e representação. São Paulo: Contexto, 2002. ANTUNES, Celso. A sala de aula de Geografia e História. Campinas: Papirus, 2001. ANTUNES, Celso; SELBACH, Simone. Geografia e didática. Petrópolis: Vozes, 2010. AQUINO, Júlio G. Indisciplina: o contraponto das escolas democráticas. São Paulo: Moderna, 2003. BAGNO, Marcos. Pesquisa na escola: o que é, como se faz. São Paulo: Loyola, 2004. BARBOSA, L. G.; GONÇALVES, D. L. A paisagem em Geografia: diferentes escolas e abordagens. Eliseé – Revista de Geografia da UEG. Anápolis, GO: UEG, v. 3 n. 2, jul.-dez. 2014. Disponível em: <http://www.revista.ueg.br/ index.php/elisee/article/viewFile/3122/2130> Acesso em: 7 set. 2018. BRAGA, Juliana & MENEZES, Lilian. Objetos de aprendizagem: introdução e fundamentos. Santo André: Editora da UFABC, 2014. BRASIL. Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990. Estatuto da criança e do adolescente. Diário Oficial da União, 16 jul. 1990. Disponível em: <www. planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.htm>. Acesso em: 28 ago. 2018. ______. Lei no 12.288, de 20 de julho de 2010. Estatuto da igualdade racial. Diário Oficial da União, 20 jul. 2010. Disponível em: <www.planalto.gov.br/ ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12288.htm>. Acesso em: 28 ago. 2018. ______. Lei no 10.741, de 1o de outubro de 2003. Estatuto do idoso. Diário Oficial da União, 1o out. 2003. Disponível em: <www.planalto.gov.br/ ccivil_03/leis/2003/l10.741.htm>. Acesso em: 28 ago. 2018. ______. Lei no 13.146, de 6 de julho de 2015. Estatuto da pessoa com deficiência. Diário Oficial da União, 6 jul. 2015. Disponível em: <http:// www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/Lei/L13146.htm>. Acesso em: 28 ago. 2018. ______. Lei no 9.795, de 27 de abril de 1999. Política Nacional de Educação Ambiental. Diário Oficial da União, 27 abr. 1999. Disponível em: <http:// www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9795.htm>. Acesso em: 28 ago. 2018. ______. Decreto no 7.037, de 21 de dezembro de 2009. Programa Nacional de Direitos Humanos. Diário Oficial da União, 21 dez. 2009. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/cciviL_03/_Ato2007-2010/2009/Decreto/ D7037.htm>. Acesso em: 28 ago. 2018. ______. Lei no 13.005, de 25 de junho de 2014. Plano Nacional de Educação. Diário Oficial da União, 25 jun. 2014. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/lei/l13005. htm>. Acesso em: 28 ago. 2018. ______. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Versão final. Brasília: MEC, 2017. Disponível em: <http://basenacionalcomum.mec. gov.br/wp-content/uploads/2018/06/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_ site.pdf>. Acesso em: 28 ago. 2018. ______. Ministério da Educação. Secretaria da Educação Básica. Diretoria de Currículos e Educação Integral. Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais da Educação Básica. Brasília: MEC/SEB/DICEI, 2013. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/docman/julho-2013-pdf/13677-diretrizeseducacao-basica-2013-pdf/file>. Acesso em: 28 ago. 2018. ______. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: História, Geografia. Brasília: MEC/SEF, 1997. ______. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: introdução aos parâmetros curriculares nacionais. Brasília: MEC/SEF, 1997.

______. Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão. Orientações e Ações para Educação das Relações Étnico-Raciais. Brasília: SECADI, 2006. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/ dmdocuments/orientacoes_etnicoraciais.pdf>. Acesso em: 28 ago. 2018. ______. Secretaria de Educação Média e Tecnológica. RAMOS, Marise N.; ADÃO, Jorge M.; BARROS, Graciete M. N. (Coord.). Diversidade na educação: reflexões e experiências. Brasília: SEMTEC, 2003. Disponível em: <http://etnicoracial.mec.gov.br/images/pdf/publicacoes/diversidade_ universidade.pdf>. Acesso em: 28 ago. 2018. BREDA, Thiara Vichiado. O uso de jogos no processo de ensino-aprendizagem na Geografia escolar. Campinas, 2013. [Dissertação de mestrado.] CAIADO, Katia R. M. Aluno deficiente visual na escola: lembranças e depoimentos. Campinas: Autores Associados, 2006. CALLAI, Helena C. Aprendendo a ler o mundo: a Geografia nos anos iniciais do Ensino Fundamental. Cadernos Cedes, v. 25, n. 66, p. 227-247, 2005. CARLOS, Ana F. A. (Org.) A Geografia na sala de aula. São Paulo: Contexto, 2000. CASTELLAR, Sonia M. V. Educação geográfica: formação e didática. In: MORAIS, Eliana M. B.; MORAES, Loçandra B. Formação de professores: conteúdos e metodologias no ensino de Geografia. Goiânia: NEPEG, 2010. p. 49-50. _______. Metodologias ativas: resolução de problemas. São Paulo: FTD, 2016. _______. Metodologias ativas: sala de aula invertida. São Paulo: FTD, 2016. _______; CAVALCANTI, Lana de S.; CALLAI, Helena C. (Org.). Didática da Geografia: aportes teóricos e metodológicos. São Paulo: Xamã, 2012. _______; VILHENA, Jerusa. Ensino de Geografia. São Paulo: Cengage Learning, 2010. CASTROGIOVANNI, Antonio C. Geografia em sala de aula: práticas e reflexões. Porto Alegre: Ed. da UFRGS/AGB Porto Alegre, 2003. _______; TONINI, Ivaine M. et al. (Org). Movimentos para ensinar Geografia: oscilações. Porto Alegre: Letra 1, 2016. CAVALCANTI, Lana de S. Geografia, escola e construção de conhecimentos. Campinas: Papirus, 2003. _______. O ensino de Geografia na escola. Campinas: Papirus, 2012. _______. Temas da Geografia na Escola Básica. Campinas: Papirus, 2013. CAZZETA, Valéria; OLIVEIRA JR, Wenceslao (Org). Grafias do espaço: imagens da educação geográfica contemporânea. Campinas: Alínea, 2013. COOL, César et al. O construtivismo na sala de aula. São Paulo: Ática, 1999. DIESEL, A. et.al. Os princípios das metodologias ativas de ensino: uma abordagem teórica. Revista Thema, IFSUL, v. 14, n. 1, 2017. p. 263 a 288. Disponível em: <http://revistathema.ifsul.edu.br/index.php/thema/article/ viewFile/404/295>. Acesso em: 7 set. 2018. DOSSIÊ Cartografia Escolar. Revista Brasileira de Educação em Geografia, v. 7, n. 13, 2017. Disponível em: <http://www.revistaedugeo.com.br/ojs/ index.php/revistaedugeo/issue/view/17>. Acesso em: 7 set. 2018. DUARTE, Paulo A. Fundamentos de Cartografia. Florianópolis: Ed. da UFSC, 2006. EDUCAÇÃO Temática Digital (ETD). Número temático: imagens, geografias e educação, v. 11, n. 2, Campinas: Unicamp, 2010. Disponível em: <https:// periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/etd/issue/view/89>. Acesso em: 28 ago. 2018. FONSECA, Fernanda P.; OLIVA, Jaime. Cartografia. São Paulo: Melhoramentos, 2013. FREITAS, Maria I. C. de; VENTORINI, Silvia E. (Org). Cartografia tátil: orientação e mobilidade às pessoas com deficiência visual. Jundiaí: Paco Editorial, 2011. FUNARI, Pedro P.; PIÑÓN, Ana. A temática indígena na escola: subsídios para os professores. São Paulo: Contexto, 2014.

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GALVÃO FILHO, Teófilo Alves; DAMASCENO, Luciana Lopes. Tecnologias assistivas para autonomia do aluno com necessidades educacionais especiais. Revista Inclusão. Brasília: Secretaria de Educação Especial, 2005. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/revistainclusao2. pdf>. Acesso em: 28 ago. 2018. GUERRERO, Ana Lúcia de A. Práticas interdisciplinares de estudo do meio na cidade de São Paulo no processo de formação docente em Geografia. In: FERREIRA, Ricardo V.; REZENDE, Eduardo C. M. A Geografia fora da sala de aula. São Paulo: Necrópolis, 2008. JOLY, Fernand. A Cartografia. 15. ed. Campinas: Papirus, 2013. JUNQUEIRA, Rogério D. (Org.). Diversidade sexual na educação: problematizações sobre a homofobia nas escolas. Brasília: MEC/SECADI/UNESCO, 2009. LACOSTE, Yves. A Geografia: isso serve, em primeiro lugar, para fazer a guerra. Campinas: Papirus, 2008. LEÃO, Vicente de P.; LEÃO, Inês A. de C. Ensino de Geografia e mídia: linguagens e práticas pedagógicas. Belo Horizonte: Fino Traço, 2012. LEGAN, Lucia. A escola sustentável: eco-alfabetizando pelo ambiente. São Paulo/Pirenópolis: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo/IPEC, 2007. LIMA, Adriana de O. Avaliação escolar: julgamento ou construção. Petrópolis: Vozes, 1998. LUCKESI, Cipriano C. Avaliação da aprendizagem escolar. 7. ed. São Paulo: Cortez, 1998. MAGALHÃES, Maurício; DIECKMAN, Adriana G.; LOBATO; Wolney. O uso de mapas conceituais no ambiente escolar. PUC Minas. Disponível em: <http://www1.pucminas.br/imagedb/documento/DOC_DSC_NOME_AR QUI20160317142256.pdf>. Acesso em: 10 set. 2018. MORAIS, Eliana M. B.; MORAES, Loçandra B. (Org.). Formação de professores: conteúdos e metodologias no ensino de Geografia. Goiânia: NEPEG, 2010. MORÁN, José. Mudando a educação com metodologias ativas. Disponível em: <http://www2.eca.usp.br/moran/wp-content/uploads/2013/12/mudando_ moran.pdf>. Acesso em: 7 set. 2018. MUNANGA, Kabengele (Org.). Superando o racismo na escola. Brasília: MEC/SECADI, 2005. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/secad/arquivos/ pdf/racismo_escola.pdf>. Acesso em: 28 ago. 2018. NOGUEIRA, Ruth E. (Org.). Motivações hodiernas para ensinar Geografia: representações do espaço para visuais e invisuais. Florianópolis: Nova Letra, 2009. NOGUEIRA, Valdir; CARNEIRO, Sônia M. M. Educação geográfica e formação da consciência espacial. Curitiba: Ed. da UFPR, 2013. OLIVEIRA, Ariovaldo U.; CARLOS, Ana F. Reformas no mundo da educação: parâmetros curriculares e Geografia. São Paulo: Contexto, 1999. OLIVEIRA, Simone S. Desenho e cartografia escolar no ensino de Geografia. In: Revista Geografia, Ensino & Pesquisa, v. 20 (2016), n. 3. Disponível em: <https://periodicos.ufsm.br/geografia/article/view/19821/pdf>. Acesso em: 28 ago. 2018. PANIZZA, Andrea de C. Paisagem. São Paulo: Melhoramentos, 2014. PASSINI, E. Y. Alfabetização cartográfica e a aprendizagem da Geografia. São Paulo: Cortez, 2012. _______. et al. (Org.). Prática de ensino de Geografia e estágio supervisionado. São Paulo: Contexto, 2007. PEREIRA, Diamantino. Paisagens, lugares e espaços: a Geografia no ensino básico. Disponível em: <www.pucsp.br/~diamantino/Paisagens.htm>. Acesso em: 28 ago. 2018. PERRENOUD, Philippe. Dez novas competências para ensinar. Porto Alegre: Artmed, 2000. PONTUSCHKA, Nídia N.; OLIVEIRA, Ariovaldo U. de. (Org.). Geografia em perspectiva. São Paulo: Contexto, 2002. _______. et al. Para ensinar e aprender Geografia. São Paulo: Cortez, 2009. PORTILHO, Maria de Fátima F. Sustentabilidade ambiental, consumo e cidadania. São Paulo: Cortez, 2005. PORTUGAL, Jussara Fraga (Org.). Educação geográfica: temas contemporâneos. Salvador: EDUFBA, 2017. PUNTEL, G. A paisagem no ensino da Geografia. Ágora – Revista do Departamento de História e Geografia da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), v. 13 n. 1. Disponível em: <https://online.unisc.br/seer/index.php/ agora/article/view/130>. Acesso em: 7 set. 2018. RAMOS, Cristhiane da S. Visualização cartográfica e Cartografia multimídia: conceitos e tecnologias. São Paulo: Ed. Unesp, 2005. REGO, Nelson et al. (Org.). Um pouco do mundo cabe nas mãos: geografizando em educação o local e o global. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2003.

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Sites consultados e recomendados

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9 Geografia Espaço & Interação

MARCELO MORAES PAULA Bacharel e licenciado em Geografia pela Universidade de São Paulo (USP). Bacharel em Ciências Econômicas pelas Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU-SP). Atuou como professor em cursos pré-vestibulares e no Ensino Fundamental e Médio das redes pública e particular de ensino.

MARIA ANGELA GOMEZ RAMA Bacharela e licenciada em Geografia pela Universidade de São Paulo (USP). Licenciada em Pedagogia pela Universidade de Franca (UNIFRAN-SP). Especialista em Ensino de Geografia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Mestra em Geografia pela Universidade de São Paulo (USP). Formadora de professores. Atuou como professora no Ensino Fundamental e Médio das redes pública e particular e na Educação Superior.

DENISE CRISTINA CHRISTOV PINESSO Bacharela e licenciada em Geografia pela Universidade de São Paulo (USP). Atuou como coordenadora de Geografia na rede particular de ensino e como professora no Ensino Fundamental da rede pública.

Ensino Fundamental – Anos Finais

Componente curricular: Geografia

1a edição – São Paulo – 2018

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Copyright © Marcelo Moraes Paula, Maria Angela Gomez Rama, Denise Cristina Christov Pinesso, 2018. Diretor editorial Diretora editorial adjunta Gerente editorial Editor Editores assistentes Assessoria Gerente de produção editorial Coordenador de produção editorial Gerente de arte Coordenadora de arte Projeto gráfico Projeto de capa Foto de capa Supervisor de arte Editor de arte Diagramação Tratamento de imagens Coordenadora de ilustrações e cartografia Ilustrações Cartografia Coordenadora de preparação e revisão Supervisora de preparação e revisão Revisão

Supervisora de iconografia e licenciamento de textos Iconografia Licenciamento de textos Supervisora de arquivos de segurança Diretor de operações e produção gráfica

Antonio Luiz da Silva Rios Silvana Rossi Júlio Roberto Henrique Lopes da Silva João Paulo Bortoluci Fábio Bonna Moreirão, Fabíola Tibério Nunes, Francisca Edilania de Brito Rodrigues, Lucas Abrami, Mariana de Lucena Adele Motta, Anaclara Volpi Antonini, Bárbara Nazaré Rocha, Elizabeth Auricchio de Carvalho, Gilberto Pamplona, Olívia Maria Neto Mariana Milani Marcelo Henrique Ferreira Fontes Ricardo Borges Daniela Máximo Sérgio Cândido Sérgio Cândido Neil Emmerson/Robertharding/Getty Images Vinicius Fernandes Rodrigo Carraro Moutinho Inovar edição e arte Ana Isabela Pithan Maraschin Marcia Berne Luis Moura, Luiz Rubio, FJF Vetorização Allmaps, Dacosta Mapas, Renato Bassani, Vespúcio Cartografia Lilian Semenichin Adriana Soares Alessandra Meira, Cibely Aguiar, Daniel Haberli, Eliana Medina, Grace Clemente, Isaura Kimie Imai, Lilian Garrafa, Luciana Baraldi, Marina Nogueira, Raura Ikeda, Regiani Arruda, Renata Callari, Solange Gonçalves Elaine Bueno Ana Jesus Gonçalves, Erika Nascimento, Rosely Ladeira Carla Marques, Vanessa Trindade Silvia Regina E. Almeida Reginaldo Soares Damasceno

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Paula, Marcelo Moraes Geografia espaço & interação : 9o ano : ensino fundamental : anos finais / Marcelo Moraes Paula, Maria Angela Gomez Rama, Denise Cristina Christov Pinesso. — 1. ed. — São Paulo : FTD, 2018. "Componente curricular: Geografia." ISBN 978-85-96-01988-0 (aluno) ISBN 978-85-96-01989-7 (professor) 1. Geografia (Ensino fundamental) I. Rama, Maria Angela Gomez. II. Pinesso, Denise Cristina Christov. III. Título. 18-20764

CDD-372.891

Índices para catálogo sistemático: 1. Geografia : Ensino fundamental 372.891 Cibele Maria Dias - Bibliotecária - CRB-8/9427

Reprodução proibida: Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. Todos os direitos reservados à

Em respeito ao meio ambiente, as folhas deste livro foram produzidas com fibras obtidas de árvores de florestas plantadas, com origem certificada.

EDITORA FTD Rua Rui Barbosa, 156 – Bela Vista – São Paulo – SP CEP 01326-010 – Tel. 0800 772 2300 Caixa Postal 65149 – CEP da Caixa Postal 01390-970 www.ftd.com.br central.relacionamento@ftd.com.br

Impresso no Parque Gráfico da Editora FTD CNPJ 61.186.490/0016-33 Avenida Antonio Bardella, 300 Guarulhos-SP – CEP 07220-020 Tel. (11) 3545-8600 e Fax (11) 2412-5375

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APRESENTAÇÃO Caro aluno, Compreender o lugar, o país e o mundo em que vivemos significa refletir sobre como, onde e por que ocorrem as relações entre os seres humanos e a natureza. Essa reflexão é um dos primeiros passos para trocar ideias e agir conscientemente em busca de mudanças. A Geografia ajuda a responder de que formas e com quais objetivos os seres humanos organizam os diversos espaços que constroem em sua constante relação com a natureza. O olhar da Geografia para o mundo, portanto, ajuda-nos a buscar respostas e também a fazer questionamentos sobre os lugares, como: Por que um grande número de pessoas se concentra em um determinado lugar? De que forma indústrias e comércios decidem onde se instalar? Por que, em alguns lugares, há melhores condições de vida que em outros? Como usar recursos naturais sem causar impactos ambientais? Por que alguns países exercem influência ou domínio sobre outros? Por que há conflitos e guerras no mundo? Muitas dessas perguntas não têm respostas definitivas, pois o mundo está em constante mudança e o conhecimento sobre ele também. Convidamos você a estudar Geografia e esperamos que este livro possa ajudá-lo a compreender melhor o mundo e também a querer transformá-lo em um lugar melhor e mais justo para todas as pessoas! Bom estudo! Os autores

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CONHEÇA SEU LIVRO O seu livro está dividido em 8 unidades, estruturadas da seguinte maneira:

UNIDADE

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Converse com os colegas e o professor sobre as questões. Aproveitar a discussão inicial para verificar os conhecimentos prévios dos alunos.

GLOBALIZAÇÃO: UM MUNDO SEM FRONTEIRAS?

1. Compare as fotografias e destaque os aspectos que mais chamaram sua atenção em cada uma delas. Resposta pessoal.

2. Em sua opinião, as desigualdades observadas nas fotografias ocorrem apenas em países em desenvolvimento e emergentes? Justifique sua resposta com exemplos extraídos de fotografias, notícias e experiências que você ou pessoas conhecidas viveram. Resposta pessoal.

3. No livro Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal, o geógrafo Milton Santos fala em uma “globalização perversa”. Por meio das fotografias e com base em seus conhecimentos, explique por que ele qualifica a globalização dessa maneira. Resposta pessoal.

IURII BURIAK /SHUTTERSTOCK.COM

A globalização, definida como um processo de integração econômica, social, política e cultural, deveria promover o bem-estar de toda a população mundial. Porém, as relações entre os países e os supostos benefícios trazidos por esse processo ocorrem de forma desigual, aprofundando as desigualdades. Nesta Unidade, estudaremos as principais contradições relacionadas ao processo de globalização e como a sociedade se organiza para enfrentar os desafios atuais.

REINHARD KAUFHOLD/DPA-ZENTRALBILD/DPA/AFP

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Rua Nanking em área comercial do centro de Xangai, China, 2017.

ABERTURA DE UNIDADE

Apresenta imagens e atividades que despertam a curiosidade e convidam você a conversar sobre o que sabe e a contar experiências do seu dia a dia.

Rua na Cidade Velha de Xangai, China, 2016.

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Glossário: É composto de termos e expressões explicados próximos ao texto em que aparecem.

milhares de ONGs, a ExistemExistem milhares de ONGs, a de atuação local. Apenas maioriamaioria de atuação local. Apenas algumas centenas delas são interalgumas centenas delas são internacionalmente influentes. nacionalmente influentes.

Organizações Organizações internacionais internacionais

Organizações nãonão governamentais (ONGs) Organizações governamentais (ONGs) internacionais internacionais As ONGs são instituições civis com e práticas sociais,sociais, sem fins lucrativos, que que As ONGs são instituições civispreocupações com preocupações e práticas sem fins lucrativos, realizam serviços em lugares e situações em que governos se fazem pouco pouco presentes. Essas Essas realizam serviços em lugares e situações emosque os governos se fazem presentes. organizações recursos por de meio de financiamentos de governos e empresas privadas, organizações obtêmobtêm recursos por meio financiamentos de governos e empresas privadas, venda venda de produtos, doações da população em geral, contam com voluntários – pessoas que que de produtos, doações da população em egeral, e contam com voluntários – pessoas não recebem pelo seu trabalho na organização. não recebem saláriossalários pelo seu trabalho na organização. Além as disso, as ONGs são importantes fiscalizadoras e denunciadoras de dos ações dos vários Além disso, ONGs são importantes fiscalizadoras e denunciadoras de ações vários do espaço geográfi co mundial. atores atores do espaço geográfi co mundial.

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ANISTIA INTERNACIONAL

Oxfam Oxfam

OXFAM

OXFAM

em a1995, a Oxfam uma confederação internacional CriadaCriada em 1995, Oxfam é uma éconfederação internacional de 15 de 15 organizações organizações que trabalham que trabalham pelo combate pelo combate à pobreza, à pobreza, à injustiça à injustiça social social e às violações e às violações dos direitos dos direitos humanos. humanos. Atua em Atua 98 em países 98 países exercendo exercendo pres- pressão sobre são governos sobre governos e empresas e empresas a fim de a figarantir m de garantir melhores melhores condições condições de de vida àsvida populações às populações carentes. carentes.

Greenpeace Greenpeace O Greenpeace em 1971. Suas estão ações voltadas estão voltadas O Greenpeace surgiu surgiu em 1971. Suas ações para apara a proteção proteção do ambiente, do ambiente, com destaque com destaque para florestas, para florestas, oceanos oceanos e atmose atmosfera. Afera. instituição A instituição promove promove campanhas campanhas criativas criativas e provocativas e provocativas para para chamarchamar atenção atenção para ospara problemas os problemas ambientais. ambientais.

GREENPEACE

Converse com oscom colegas e o professor sobre as questões a seguir. Converse os colegas e o professor sobre as questões a seguir.

1. Quais as são organizações citadascitadas nas manchetes? Você jáVocê ouviu 1. são Quais as organizações nas manchetes? já falar ouviudelas? falar delas? Greenpeace e Médicos sem Fronteiras. VerificarVerificar conhecimentos dos alunos Greenpeace e Médicos sem Fronteiras. conhecimentos dossobre alunosessas sobreorganizações. essas organizações. 2. Em2.suaEm opinião, qual équal importância delas?delas? Você saberia indicarindicar outrasoutras organizações? sua opinião, é importância Você saberia organizações? Resposta Resposta pessoal.pessoal. O processo de globalização intensifi cou ascou relações internacionais nos seus aspec- aspecO processo de globalização intensifi as relações internacionais nosdiversos seus diversos tos e infl o surgimento de umde maior de organizações voltadas para a para cooperatosuenciou e influenciou o surgimento um número maior número de organizações voltadas a cooperação internacional. Problemas ambientais, crises econômicas e guerras requerem que, em muitas ção internacional. Problemas ambientais, crises econômicas e guerras requerem que, em muitas situações, soluções sejam tomadas pordemais umNesses país. Nesses contextos são criadas as organisituações, soluções sejam tomadas por mais um de país. contextos são criadas as organiinternacionais. zaçõeszações internacionais. organizações ser constituídas de países de grupos de pessoas – Essas Essas organizações podempodem ser constituídas de países ou deou grupos de pessoas – governamentais não governamentais – que defiem nem, em Estatuto ou de Carta de Intenções, governamentais e não egovernamentais – que defi nem, Estatuto ou Carta Intenções, os objetivos sua atuação. os objetivos de suade atuação.

Fundada no Unido, Reino Unido, em e1961, e atualmente presente Fundada no Reino em 1961, atualmente presente em 150em 150 países,países, a Anistia a Anistia Internacional Internacional atua para atuaque paraosque direitos os direitos humanos humanos sesejam respeitados jam respeitados internacionalmente, internacionalmente, promovendo promovendo a defesa a defesa de vítimas de vítimas de tortura, de tortura, condenados condenados à penaàde pena morte de morte e presos e presos políticos. políticos. Em 1977, Em 1977, a a NobelNobel da Paz, reconheciAnistiaAnistia Internacional Internacional recebeu recebeu o Prêmio o Prêmio daum Paz, um reconhecimentomento pela atuação pela atuação no cenário no cenário internacional. internacional.

GREENPEACE

VEJA. Disponível VEJA. Disponível em: <https://veja.abril.com.br/mundo/bombardeio-destroi-centroem: <https://veja.abril.com.br/mundo/bombardeio-destroi-centrode-tratamento-da-medicos-sem-fronteiras-no-iemen/>. Acesso em: 27 out. de-tratamento-da-medicos-sem-fronteiras-no-iemen/>. Acesso em: 2018. 27 out. 2018.

ANISTIA INTERNACIONAL

Anistia Internacional Anistia Internacional

BOMBARDEIO BOMBARDEIO DESTRÓI DESTRÓI CENTRO CENTRO DE TRATAMENTO DE TRATAMENTO DA DA MÉDICOS MÉDICOS SEM FRONTEIRAS SEM FRONTEIRAS NO IÊMEN NO IÊMEN

Você estuda os temas com textos, fotografias, mapas, ilustrações, gráficos e outros recursos, explorados com diversos tipos de atividades.

LOUISA GOULIAMAKI/AFP

ONG Médicos sem Fronteiras A ONG AMédicos sem Fronteiras auxilia no tratamento de crianças auxilia no tratamento de crianças emdeáreas de conflitos. Atendimento em áreas conflitos. Atendimento a criança em Jordânia, Jerash, Jordânia, a criança em Jerash, 2018. 2018.

asil-alerta-contraasil-alerta-contraem: <https://istoe.com.br/greenpeace-br em: <https://istoe.com.br/greenpeace-br ISTOÉ. Disponível ISTOÉ. Disponível 27 out. 2018. 27 out. em: 2018. Acesso onia/>. Acesso onia/>.em: agenda-de-desmatamento-na-amaz agenda-de-desmatamento-na-amaz

TEMAS

LOUISA GOULIAMAKI/AFP

Leia asLeia manchetes. as manchetes. DE DE AGENDA AGENDA CONTRA CONTRA ALERTA ALERTA BRASILBRASIL GREENPEACE GREENPEACE NA AMAZÔNIA NA AMAZÔNIA DESMATAMENTO DESMATAMENTO

Nobel da PrêmioPrêmio Nobel da Paz:pelo criado pelo Paz: criado Você conhece alguma ONG queno atua no município no estado • Você• conhece alguma ONG que atua município ou no ou estado suecoNobel, Alfred Nobel, sueco Alfred é entregue é entregue desde desde onde você ondemora? você mora? 1902 a pessoas ou 1902 a pessoas ou • Em caso qual aqual áreaade atuação dela? dela? • Empositivo, caso positivo, área de atuação instituições instituições que se que se destacam em ações destacam em ações • Em caso busquebusque informações a respeito e compartilhe • Emnegativo, caso negativo, informações a respeito e compartilhe que beneficiam a que beneficiam a suas descobertas com oscom colegas. suas descobertas os colegas. Respostas pessoais. Respostas pessoais. sociedade. sociedade.

INVESTIGAR LUGARES INVESTIGAR LUGARES

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INVESTIGAR LUGARES INTERAGIR COM MAPAS

4. Como estão representados os países que investem em terras e, ao mesmo tempo, são alvo de investimentos? Que países são esses? Auxiliar os alunos na leitura do mapa e interpretação das informações. 5. Consulte o planisfério da página 254 e indique cinco países: Auxiliar os alunos nas atividades. a) que são considerados grandes investidores estrangeiros em terras agricultáveis.

NÃO ESCREVA NO LIVRO.

Apropriação de terras e Segurança Alimentar

b) cujas terras agricultáveis são visadas pelos investidores estrangeiros.

A apropriação das terras agrícolas por empresas multinacionais e países estrangeiros está relacionada a uma série de fatores que impacta diretamente a população rural dos países mais pobres e em desenvolvimento, como o aumento dos preços das terras, deslocamento da população camponesa, aumento da fome em decorrência da diminuição dos cultivos voltados à alimentação e perda da soberania alimentar, ou seja, da manutenção da cultura e dos hábitos alimentícios da população nacional. Observe no mapa os principais atores desse processo.

c) Analise os grupos de países citados no item anterior e indique um ou mais fatores que ajudam a compreender sua distribuição espacial.

6. No ano de 2008 ocorreu uma grave crise alimentar mundial, causada por crescimento da demanda por alimentos, uso de grãos para a produção de biocombustíveis, alta do preço do petróleo, quebras de safra, baixos níveis de estoque, entre outros fatores. Naquele ano, mais de 100 milhões de pessoas entraram nas estatísticas da fome. Com base no mapa da página 32, indique:

Mundo: apropriação de terras e Nova Aliança para Segurança Alimentar e Nutricional – 2015 0°

a) os países onde ocorreram manifestações contra a alta do preço dos alimentos. b) em quais continentes esses países se localizam. América, África e Ásia.

OCEANO POLAR ÁRTICO

c) a situação desses países em relação ao processo de apropriação de terras por investidores estrangeiros. 6. a) México, Haiti, Auxiliar os alunos nesta atividade. Egito, Marrocos, Mauritânia, Senegal, Guiné, Costa do Marfim, Burkina Fasso, Camarões, Somália, Moçambique, Os dados da Indonésia, Malásia, Ocenia não Mundo constam nesse Bangladesh, gráfico. Portanto, Paquistão e a soma das regiões difere do valor Filipinas.

Círculo Polar Ártico ALEMANHA REINO UNIDO

CANADÁ

7. Compare os dados do gráfico a seguir com os do mapa da página 32.

FRANÇA ESTADOS UNIDOS

ITÁLIA

JAPÃO

MARROCOS

MÉXICO

HAITI

EGITO

MAURITÂNIA SENEGAL

GUINÉ NIGÉRIA BURKINA FASSO COSTA DO GANA MARFIM CAMARÕES

ETIÓPIA

BANGLADESH

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OCEANO PACÍFICO

MALÁSIA

0 0°° INDONÉSIA

OCEANO ÍNDICO

MOÇAMBIQUE

OCEANO ATLÂNTICO

Meridiano de Greenwich

Círculo Polar Antártico 0

FILIPINAS

SOMÁLIA

TANZÂNIA MALAUÍ

Trópico de Capricórnio

OCEANO PACÍFICO

Mundo: número de pessoas em situação de insegurança alimentar grave* (em milhões) – 2017

PAQUISTÃO

Trópico de Câncer

Equador

total do mundo. OCEANO POLAR ANTÁRTICO

Apropriação de terras País de origem dos investidores estrangeiros

África

País visado pelos investidores estrangeiros País que investe e é alvo de investimentos

Ásia

Nova Aliança para Segurança Alimentar e Nutricional Iniciadores do projeto (G7) Principais manifestações contra o aumento do preço dos alimentos em 2008

ALLMAPS

Parceiros

América Latina

Fonte: STIENNE, A. Main basse sur les terres agricoles. Le Monde Diplomatique. Paris. n. 142, ago. 2015. p. 64-65.

2. Por que foram escolhidas duas tonalidades de lilás e de verde? Auxiliar os alunos na leitura do mapa e interpretação das informações.

3. Com base nessa observação, é correto afirmar que o emprego dos tons de lilás e verde

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América Anglo-Saxônica e Europa

FJF VETORIZAÇÃO

Acima temos um exemplo de mapa temático que utiliza as variáveis cor e forma para representar a dinâmica de apropriação de terras no mundo. Analise as informações e responda às questões em seu caderno. 1. Os tons de lilás representam os países de origem dos investidores em terras. Os tons de verde, os países visados por esses investidores. 1. Que grupo de países os tons de lilás representam? E os tons de verde?

está relacionado ao uso da variável visual valor? Justifique sua resposta. Auxiliar os alunos na leitura do mapa e interpretação das informações.

São atividades que o convidam a observar e a analisar com mais detalhes os lugares de vivência.

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100

200

300

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800

Em milhões

*De acordo com a ONU, uma pessoa encontra-se em situação de insegurança alimentar grave quando fica um dia ou mais sem se alimentar ao longo de um ano.

Fonte: FAO/ONU. The State of Food Security and Nutrition in The World: Building Climate Resilience For Food Security And Nutrition. Roma, 2018. p. 10.

• Em sua opinião, é possível estabelecer relações entre a insegurança alimentar e o processo de apropriação de terras agricultáveis por empresas e países estrangeiros? Explique. Auxiliar os alunos nesta atividade.

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INTERAGIR COM MAPAS

Nesta seção, você lê, interpreta e produz diversos tipos de mapa, que vão ajudá-lo a melhor localizar-se no espaço e a analisar a distribuição e a dinâmica dos elementos naturais e humanos nos territórios.

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PENSAR E AGIR

PENSAR E AGIR

NÃO ESCREVA NO LIVRO.

As meninas e o direito à educação

Em 2015, os Estados-membros da ONU se comprometeram a Equidade: tomar medidas que promovessem o desenvolvimento sustentável respeito à igualdade nos 15 anos seguintes, garantindo que homens e mulheres, meninos de direitos e meninas, tenham as mesmas oportunidades, vidas mais dignas e de cada um. com maior equidade. A educação é central para atingir esses objetivos e promover um mundo mais justo e inclusivo. Apesar dos avanços, a frequência escolar e os anos de estudo ainda são maiores para os meninos em boa parte dos países. Ou seja, há um longo caminho para garantir que todas as crianças e jovens tenham acesso à educação. Mudar esse quadro é um desafio que deve envolver os governos e a sociedade em geral. Você está preparado para contribuir para um mundo com equidade de gênero? Auxiliar os alunos nas atividades a seguir. 1. Em sua opinião, por que a frequência escolar e os anos de estudo são maiores para os meninos em boa parte dos países? Converse com os colegas e o professor.

Leia o texto sobre Malala Yousafzai, nascida no norte do Paquistão em 1997 e que atualmente mora no Reino Unido.

Nesta seção, você desenvolve atividades sobre temas como cidadania, sustentabilidade e pluralidade, pensando sobre eles e sugerindo ações e soluções para problemas.

“[...] Eu não sou uma voz solitária, eu sou muitas. [...] Eu sou aquelas 66 milhões de meninas que estão fora da escola”, disse Malala Yousafzai, ao receber o Prêmio Nobel da Paz, em 2014. [...] A luta da paquistanesa pelo direito à educação de meninas e adolescentes de seu país começou cedo, quando o grupo fundamentalista Talibã [...] exigiu a suspensão das aulas dadas às garotas. O pai de Malala, dono da escola em que ela estudava, não cumpriu a exigência. A menina continuou estudando e passou a escrever um blog em que contava as dificuldades das alunas de seu país. Ao lado do pai em palestras e comícios que defendiam o direito das meninas à escola, começou a ganhar mais destaque, o que incitou o ódio de radicais. Aos 15 anos, Malala foi baleada por militantes do Talibã dentro do ônibus escolar. [...] Hoje, [...] segue inspirando pessoas de toda parte com a bandeira de que “uma criança, um professor, uma caneta e um livro podem mudar o mundo”.

2. No Brasil, há mais meninas do que meninos na escola. Considerando seus conhecimentos sobre a realidade brasileira, é possível afirmar que a maior presença de meninas na escola indica a ausência de desigualdade de gênero no país?

POR QUE Malala Yousafzai é tão importante? Plan Internacional. Disponível em: <https://plan.org.br/ blog/2016/10/por-que-malala-yousafzai-e-tao-importante>. Acesso em: 30 set. 2018.

3. Escolha uma mulher adulta de seu convívio e realize uma pequena entrevis-

SIPA/AP/GLOW IMAGES

ta com ela, seguindo o roteiro a seguir. Anote as principais informações no caderno. • Nome e idade. • Que atividades você costuma realizar?

MURAL

• Já viu ou viveu uma situação que evidencia a desigualdade de gênero? Explique. Em sala, discuta com os colegas os pontos apresentados pelas entrevistadas. Por fim, proponham ações que poderiam reduzir a desigualdade de gênero no lugar onde vivem e em nosso país.

Com o objetivo de enriquecer ou ampliar os assuntos estudados, há sugestões de diferentes publicações, como livros e revistas, sites, documentários e filmes.

INTEGRANDO COM

4. Escreva em seu caderno um texto sobre a bandeira defendida por Malala:

Malala Yousafzai, a mais jovem ganhadora do Prêmio Nobel da Paz, na cerimônia da ONU em que foi nomeada Mensageira da Paz das Nações Unidas em Nova York, nos Estados Unidos, 2017.

"Uma criança, um professor, uma caneta e um livro podem mudar o mundo". Lembre-se de incluir o Brasil em seu texto.

MURAL Eu sou Malala. Malala Yousafzai e Christina Lamb. São Paulo: Companhia das Letras, 2013. O livro conta a história de Malala e da sua luta pelo direito à educação feminina e pela valorização da mulher.

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Do Japão...

ARTE

Heróis, artes marciais e cinema: da Ásia para o mundo

SAILOR MOON R PART 2. WARNERBROTHERS. JAPÃO. 2015

Os efeitos do impacto da cultura de países populosos, tecnologicamente avançados e economicamente importantes foram sentidos inicialmente em escala regional. Hoje sua influência pode ser percebida em escala mundial, estimulando produções midiáticas e a disseminação de hábitos de consumo, conforme estudado na Unidade 2. Nesse contexto, a influência cultural que o continente asiático exerce em diversas regiões do mundo vem se manifestando ao longo de décadas, especialmente a partir do final da Segunda Guerra Mundial.

Da Índia...

Pôster de divulgação de filme de produção indiana, lançado em 2017.

INTEGRANDO COM

Para o estudo de alguns temas, a Geografia é integrada a outras disciplinas, como Ciências, História, Língua Portuguesa, entre outras.

Capa do DVD do anime Sailor Moon, temporada R, muito popular na década de 1990.

Da China...

EVERETT COLLECTION/EASYPIX

Desde o final dos anos 1970, quando a China começou a quebrar seu isolamento em relação ao Ocidente, várias expressões culturais chinesas se popularizaram bastante. Entre elas estão os espetáculos circenses, o cinema e a culinária. Um elemento recorrente da tradição chinesa são as artes marciais, como o Tai Chi Chuan e os diversos estilos do Kung Fu. Aliás, o cinema chinês foi um grande divulgador de diversas modalidades de luta, consagrando artistas como Bruce Lee e, mais recentemente, Jackie Chan e Jet Li.

BAAHUBALI: THE CONCLUSION. SS RAJAMOULI. ARKA MEDIA WORKS. ÍNDIA. 2017

A influência do cinema indiano é recente, mas não é de hoje que a Índia produz filmes. O primeiro filme foi produzido em 1913, concorrendo em volume de produções e em popularidade, ao menos no continente asiático, com o próprio cinema estadunidense. O estilo do cinema indiano é inconfundível, combinando números musicais, paisagens milenares e histórias de novelas, daí o uso do termo Bollywood para se referir à sua indústria cinematográfica. O termo é uma fusão de Bombaim (ou Mumbai), seu principal centro de produção, e Hollywood, referência à cidade californiana cuja história se confunde com a do próprio cinema estadunidense. O fato de o inglês ser uma das línguas oficiais da Índia ajuda a tornar os filmes de Bollywood ainda mais populares ao redor do mundo, com presença constante entre os concorrentes ao Oscar e também nos serviços de vídeo sob demanda.

O cinema japonês ganhou relevância principalmente a partir da década de 1950. Visando preservar a identidade de sua cultura, os produtores dedicaram-se a promover seus próprios heróis em contraponto à “invasão” de personagens estadunidenses. Samurais, robôs, seres espaciais e monstros gigantes tomaram conta das grandes telas, disseminando pelo mundo a mistura de tradição e modernidade que caracteriza a originalidade da produção cultural nipônica. Em paralelo, o Japão desenvolveu também uma forte indústria de histórias em quadrinhos (Mangás) e animações (Animes).

Bruce Lee em cena de Operação Dragão, filme de 1973.

• Em grupo, pesquisem outras manifestações ou produtos culturais de países asiáticos presentes no Brasil. Escolham um aspecto e busquem informações sobre sua origem e sua influência na cultura brasileira. Cada grupo pode pesquisar um país asiático, tipo de manifestação ou produto cultural. A ideia é, ao final da pesquisa, promover uma “Feira Cultural Asiática”, que poderá ser aberta à comunidade. Entre manifestações, elementos e produtos culturais, os alunos poderão pesquisar gastronomia; religiões; práticas meditativas/corporais; medicina oriental; jogos/games, entre outros. Auxilie-os na busca por fontes de pesquisa. A organização e preparação da feira pode ser realizada ao final dos estudos sobre o continente asiático propostos neste volume.

165 INTERAÇÃO

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3. Nas fotografias com belas paisagens naturais, a Oceania pode parecer um paraíso. Mas

Todas as respostas das atividades desta seção estão no MP em U, com orientações e encaminhamentos.

nesse continente também se verificam desigualdades. Observe a fotografia abaixo e novamente o quadro da página 241. Em seguida, escreva um texto justificando a existência de contrastes socioeconômicos no continente.

NÃO ESCREVA NO LIVRO.

Faça todas as atividades em seu caderno.

Praia poluída e moradias precárias em Honiara, Ilhas Salomão, 2018.

1. A Oceania, especialmente Austrália e Nova Zelândia, é destino de turistas e adeptos dos

INTERAÇÃO

1

Rafting no rio Okere na Ilha do Norte, Nova Zelândia, 2017.

a) Que atividade esportiva está retratada na fotografia? Como você define essa atividade? b) Que características físico-naturais da Nova Zelândia contribuem para as atividades turísticas e a prática de esportes radicais no país? Que tipo de turismo é favorecido por essas características? c) Que outras atividades se destacam na economia neozelandesa?

2. Leia a manchete e faça as atividades. O governo australiano prepara reformas econômicas para diminuir os riscos de possíveis interrupções comerciais decorrentes da disputa crescente entre os EUA e a China. AUSTRÁLIA está no meio de disputa comercial entre China e EUA. Sputnik Brasil, 23 mar. 2018. Disponível em: <https://sptnkne.ws/hd4C>. Acesso em: 7 nov. 2018.

a) Explique por que interrupções comerciais entre China e EUA poderiam prejudicar a economia australiana. b) Escreva um pequeno texto sobre o dinamismo da economia da Austrália, citando dados e atividades econômicas que se destacam no território desse país.

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THE RFU COLLECTION/GETTY IMAGES

Você interage com os temas da unidade por meio de atividades contextualizadas e diversificadas, que resgatam conteúdos estudados.

4. Observe as fotografias e leia as legendas. Depois, responda às questões. YAACOV DAGAN/ALAMY/FOTOARENA

GANESHA/ALAMY/FOTOARENA

ANDREW SOLE/ALAMY/FOTOARENA

esportes radicais do mundo inteiro. Observe a imagem e responda às questões.

Apresentação de haka, dança típica maori, em Iloilo, Filipinas, 2018. Essa dança expressa o vigor e a identidade maori.

Antes de cada partida, a seleção de rúgbi da Nova Zelândia dança a haka para energizar seus jogadores. Fotografia em Londres, Reino Unido, 2018.

a) Antes da colonização inglesa, os maoris eram maioria nas ilhas que formam a Nova Zelândia. Atualmente, qual a porcentagem de maoris em relação ao total de habitantes? b) Explique a situação dos povos nativos da Oceania a partir da colonização europeia até os dias de hoje. c) O rúgbi é um esporte de origem britânica, popularizado na Nova Zelândia pelos colonizadores. A haka é uma manifestação cultural típica dos maoris. Em sua opinião, o que podemos afirmar sobre a cultura atual da Oceania?

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CONHECIMENTO EM AÇÃO

CONHECIMENTO EM AÇÃO EUROPEUS NA ÁSIA E NA OCEANIA: O CASO DO POVO KANAK

Etapas do projeto

etapa I

ALAIN PITTON/NURPHOTO/ZUMA PRESS/FOTOARENA

• Como a sociedade era organizada antes do contato com os europeus? Quais eram os principais aspectos da organização político-social e cultural (organização política, língua, religião, arte, relação com a natureza etc.)? • Como são as condições de vida atuais desses povos originários? Que problemas eles enfrentam? Há políticas e ações de entidades locais ou internacionais específicas para esses povos ou para valorizar sua cultura? etapa II

Análise dos dados

Com os dados necessários coletados, analisem e discutam a situação do povo escolhido por vocês, procurando responder às questões propostas na Etapa I. Selecionem imagens e textos para compor uma apresentação final.

Cores e proporções não correspondem à realidade.

etapa III Montagem da apresentação

A partir da análise dos problemas atualmente enfrentados pelo povo pesquisado e das medidas que estão ou poderiam estar sendo postas em prática para superá-los, conversem sobre soluções que poderiam ser encaminhadas por diferentes agentes da sociedade, como governos e outras instituições, para melhorar as condições de vida dessa população. Escrevam um pequeno texto sobre isso para compor a apresentação final.

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O país está entre os maiores produtores de níquel do mundo. Empresas mineradoras de várias nacionalidades, inclusive do Brasil, exploram as minas de níquel no arquipélago. Vista aérea de mineração de níquel em Kouaoua, Nova Caledônia, 2018.

Levantamento de dados

• Como foi o contato com os europeus? Houve independência ou tentativa de independência do território? Em caso positivo, como ocorreu esse processo?

Na sociedade atual da Nova Caledônia, as desigualdades sociais são evidentes, sendo os kanaks, em geral, bastante desfavorecidos, enfrentando más condições sociais e econômicas. Cidadãos da Nova Caledônia se reúnem em Toulouse, França, 2018. Nesse dia, a população do país decidiu permanecer como território francês.

Os kanak desenvolveram uma técnica de construção para conviver com furacões e tsunamis, comuns na região. As casas são redondas, de taipa, com telhados cônicos, feitos de palha e com uma amarração que permite a passagem de fortes ventos. Nova Caledônia, 2017.

Ao final da Unidade 4 e da Unidade 8, há um projeto de pesquisa que retoma e relaciona conteúdos estudados até aquela etapa. É um importante momento para você colocar em ação o que aprendeu!

Organizem-se em grupos. Na sequência, cada grupo vai escolher um povo originário da Ásia ou Oceania e investigar aspectos das relações estabelecidas com os europeus a partir dos processos de colonização. Pode ser escolhido um dos povos aborígenes (australianos e da Tasmânia), os maoris (Nova Zelândia), os dongria kondh e os jarawa (Índia), entre outros.

Assim como aconteceu no processo de colonização das Américas a partir do século XVI, na Ásia e Oceania as sociedades dos povos originários foram desestruturadas a partir do século XIX, com a ocupação de seus territórios pelos europeus. Entre tantos povos originários na Oceania, está o povo kanak, que vive na Nova Caledônia, arquipélago de possessão francesa localizado na Melanésia, Pacífico Sul (veja a localização no mapa “Oceania: divisão política e regional”, na página 233). O nome significa “Nova Escócia” e foi dado pelos ingleses que “descobriram” o arquipélago no século XIX. Contudo, a colonização efetiva se deu com a ocupação francesa. Hoje em dia, embora o francês seja a língua oficial, o idioma kanak é falado por muitas pessoas. A população de origem kanak corresponde quase à metade dos habitantes da Nova Caledônia, cujo território foi explorado e ocupado ao longo dos anos pelos colonizadores europeus e, posteriormente, grupos de outras nações. Observe as fotografias e leia sobre alguns aspectos sobre a Nova Caledônia e os kanak.

etapa IV Apresentação

Vocês podem escolher a forma de apresentação do trabalho: painel impresso ou digital, vídeo, podcast, história em quadrinhos, entre outros. Após as apresentações, conversem com os colegas e professores sobre os principais problemas levantados e, se acharem conveniente, avaliem a possibilidade de entrar em contato com organizações internacionais para manifestarem o apoio de vocês ao grupo pesquisado.

253

Para representar melhor certos conceitos, algumas ilustrações podem alterar a proporção de tamanho entre os elementos ou empregar cores artificiais. Quando isso acontecer, a ilustração apresentará esse selo.

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SUMÁRIO UNIDADE 1

A CONSTRUÇÃO DO MUNDO GLOBALIZADO • 10

Globalização.............................................................................................................. 12 Globalização e mundialização .................................................................................. 13 Globalização ao longo do tempo............................................................................. 14 Integrando com História A construção da noção de Ocidente e Oriente .......... 16 Inovações técnicas e transformações espaciais ..................................................... 18 Da produção manual à indústria .............................................................................. 18 Primeira Revolução Industrial ................................................................................... 20 Segunda Revolução Industrial .................................................................................. 21 Terceira Revolução Industrial .................................................................................... 24 Globalização e espaço geográfico .......................................................................... 26 Fluxos e redes .......................................................................................................... 26 Cidades globais ....................................................................................................... 27 Tecnopolos .............................................................................................................. 27 Indústria, agropecuária e energia .......................................................................... 28 Indústria 4.0 ............................................................................................................ 29 Produção agropecuária ............................................................................................ 30 Interagir com mapas Apropriação de terras e Segurança Alimentar.................. 32 Questão energética ................................................................................................. 34 Mudanças no mundo do trabalho .......................................................................... 36 Desemprego no campo e na cidade ........................................................................ 37 Pensar e agir Indústria 4.0 e o futuro do trabalho ............................................... 38 Interação ................................................................................................................... 40

UNIDADE 2

GLOBALIZAÇÃO: UM MUNDO SEM FRONTEIRAS? • 42

Comunicações, transportes e fluxos....................................................................... 44 Transportes .............................................................................................................. 44 Comunicações ......................................................................................................... 46 Fluxos mundiais ....................................................................................................... 47 Globalização e cultura.............................................................................................. 48 Intregrando com Arte Manifestações culturais e resistência à globalização ..... 50 Globalização: contradições e desigualdades ......................................................... 52 Distribuição da riqueza ............................................................................................ 53 Desigualdade e indicadores socioeconômicos .......................................................... 54 Pobreza do mundo .................................................................................................. 56 Interagir com mapas Saúde e desigualdade ......................................................... 58 Organizações internacionais ................................................................................... 60 Organizações não governamentais (ONGs) internacionais ........................................ 60 Organizações governamentais internacionais ........................................................... 62 Pensar e agir Fórum Social Mundial (FSM) ............................................................ 66 Interação ................................................................................................................... 68

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UNIDADE 3

EUROPA: REGIONALIZAÇÕES E NATUREZA • 70

Apresentando o continente europeu ..................................................................... 72 Eurásia ..................................................................................................................... 73 Divisão política ........................................................................................................ 75 Divisões regionais .................................................................................................... 76 Integrações da Europa ............................................................................................. 78 Construção da União Europeia ................................................................................ 78 A União Europeia .................................................................................................... 80 Interagir com mapas Elaboração de gráficos sobre países da União Europeia .. 84 A Comunidade de Estados Independentes............................................................... 86 Aspectos naturais ..................................................................................................... 88 Relevo e hidrografia................................................................................................. 88 Pensar e agir Recuperação dos rios europeus ....................................................... 90 Climas e formações vegetais .................................................................................... 92 Intregrando com Ciências Domínios morfoclimáticos ........................................ 100 Interação ................................................................................................................. 102

UNIDADE 4

EUROPA: POPULAÇÃO E ECONOMIA • 104

A população europeia............................................................................................ 106 Distribuição da população ..................................................................................... 106 População urbana.................................................................................................. 107 Importância das cidades ........................................................................................ 108 Dinâmicas populacionais .........................................................................................110 Políticas sociais e demográficas...............................................................................111 Diferentes povos e culturas .....................................................................................112 Desintegrações e conflitos na Europa ...................................................................114 Leste Europeu após 1991 .......................................................................................114 O fim da URSS........................................................................................................115 Desintegração da Iugoslávia....................................................................................118 A questão basca .....................................................................................................119 Migrações, racismo e xenofobia ........................................................................... 120 Um continente de imigrantes ................................................................................. 121 Crise migratória ..................................................................................................... 122 Integrando com História Racismo e “superioridade racial” ............................... 124 Espaço econômico europeu ................................................................................... 126 Espaço agrário ....................................................................................................... 127 Pensar e agir Energia nuclear na Europa ............................................................. 130 Espaço industrial .................................................................................................... 132 Interagir com mapas Organização do espaço europeu...................................... 134 Interação ................................................................................................................. 136 Conhecimento em ação Viajando pela Europa ................................................... 138

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UNIDADE 5

ÁSIA • 140

Apresentando o continente asiático .................................................................... 142 Dimensão e localização ......................................................................................... 142 Divisão política e regional ...................................................................................... 143 Aspectos naturais ................................................................................................... 144 Relevo e rios .......................................................................................................... 144 Dinâmicas do clima e vegetação ............................................................................ 146 Aspectos da população asiática ............................................................................ 152 População urbana.................................................................................................. 153 Interagir com mapas Aspectos populacionais em anamorfose ......................... 156 Indicadores sociais ................................................................................................. 158 Pensar e agir Religiões no mundo........................................................................ 160 Integrações na Ásia ................................................................................................ 162 Associação das Nações do Sudeste Asiático .......................................................... 162 Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico ........................................................ 163 Organização dos Países Exportadores de Petróleo ................................................. 163 Integrando com Arte Heróis, artes marciais e cinema: da Ásia para o mundo 164 Interação ................................................................................................................. 166

UNIDADE 6

ORIENTE MÉDIO, ÁSIA SETENTRIONAL E ÁSIA CENTRAL • 168

Oriente Médio ........................................................................................................ 170 Localização e divisão política ................................................................................. 170 Formação dos países do Oriente Médio ................................................................. 171 Petróleo: base da economia ................................................................................... 172 Outras atividades econômicas.................................................................................174 Interagir com mapas A água em mapas de diferentes escalas .......................... 176 Diversidade cultural ............................................................................................... 178 Conflitos ................................................................................................................ 178 Integrando com História Israelenses e palestinos: conflito sem fim?................ 180 Pensar e agir Primavera Árabe ............................................................................. 184 Ásia Setentrional .................................................................................................... 186 População ............................................................................................................. 187 Atividades econômicas .......................................................................................... 188 Mudanças e perspectivas ....................................................................................... 189 Ásia Central ............................................................................................................. 190 População ............................................................................................................. 191 Interação ................................................................................................................. 196

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UNIDADE 7

EXTREMO ORIENTE, ÁSIA MERIDIONAL E SUDESTE ASIÁTICO • 198

Extremo Oriente ..................................................................................................... 200 Os Tigres Asiáticos................................................................................................. 201 Coreia do Norte..................................................................................................... 202 Coreia do Sul ......................................................................................................... 203 Integrando com História A origem das duas Coreias ......................................... 204 Japão..................................................................................................................... 206 China..................................................................................................................... 208 Ásia Meridional ...................................................................................................... 214 Paquistão .............................................................................................................. 215 Pensar e Agir As meninas e o direito à educação............................................... 216 Índia ...................................................................................................................... 218 Interagir com mapas O mundo visto pela China e pela Índia ........................... 222 Sudeste Asiático ..................................................................................................... 224 Aspectos populacionais e econômicos ................................................................... 226 Novos Tigres Asiáticos ........................................................................................... 227 Interação ................................................................................................................. 228

UNIDADE 8

OCEANIA • 230

Apresentando a Oceania ....................................................................................... 232 Integrando com Ciências Ilhas podem ser “apagadas do mapa” ...................... 234 Clima e vegetação ................................................................................................. 236 Hidrografia e relevo ............................................................................................... 237 Interagir com mapas Oceania: altimetria e batimetria....................................... 238 População.............................................................................................................. 240 Austrália .................................................................................................................. 242 Território e sociedade ............................................................................................ 242 Atividades econômicas........................................................................................... 244 Nova Zelândia ......................................................................................................... 246 Território, sociedade e economia ........................................................................... 246 Pensar e agir Refugiados climáticos .................................................................... 248 Interação.................................................................................................................. 250 Conhecimento em ação Europeus na Ásia e na Oceania: e o caso do povo Kanak ......................................................................... 252

Planisfério: político ................................................................................................. 254 Referências bibliográficas ...................................................................................... 255

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1

COMPETÊNCIAS

ÁREA .................................. p. X • 2, 3, 5 e 7. ESPECÍFICAS .................. p. XI • 2, 3, 5 e 6.

• • • • • • • • •

p. XVI

EF09GE01 EF09GE02 EF09GE05 EF09GE06 EF09GE11 EF09GE12 EF09GE13 EF09GE14 EF09GE18

EXPECTATIVAS DE APRENDIZAGEM • Reconhecer o papel do avanço tecnológico dos meios de comunicação e de transportes na aproximação de lugares e pessoas. • Compreender que a globalização se relaciona a aspectos econômicos, culturais e espaciais, analisando agentes e processos de ocorrência espacial. • Compreender a globalização como resultado da expansão do sistema capitalista e do desenvolvimento das técnicas na sociedade. • Entender a mundialização como uma das características do processo de globalização. • Conhecer as principais características das revoluções industriais. • Reconhecer a importância do acesso à informação e aos meios de comunicação modernos para mobilização social e melhoria de condições de vida. • Reconhecer os efeitos da globalização e do desenvolvimento da tecnologia no espaço geográfico. • Entender as mudanças tecnológicas relacionadas ao advento da Quarta Revolução Industrial e as transformações decorrentes dela no mundo do trabalho.

A CONSTRUÇÃO DO MUNDO GLOBALIZADO

Nesta Unidade você estudará como o mundo atual se configurou ao longo dos séculos a partir das inovações técnicas e tecnológicas. Você também verá como essas inovações resultaram em grandes transformações no espaço geográfico, no trabalho, nas relações humanas e entre países, permitindo o aumento dos fluxos de pessoas, informações e mercadorias pelo mundo, uma das características do processo denominado globalização.

ANTON BALAZAH/SHUTTERSTOCK.COM

HABILIDADES

UNIDADE

GERAIS ............................. p. IX

• 1, 2, 4, 6, 7 e 10.

Imagem ilustrativa das principais redes aéreas do mundo.

10 D2_GEO_F2_2054_V9_U01_G20.indd 10 • Compreender a impor-

• Entender a importância das

tância da agropecuária e os interesses envolvidos nessa atividade no mundo atual, percebendo a sobreposição dos interesses econômicos aos interesses da população e relacionando à questão da insegurança alimentar.

fontes de energia no desenvolvimento das atividades humanas, reconhecendo as principais fontes utilizadas no mundo atual, bem como os desafios relacionados a essa questão. • Realizar leitura de imagens, como mapas e fotografias, pa-

ra obtenção de informações variadas e como parte de procedimentos de leitura da paisagem. • Realizar procedimentos de pesquisa para obtenção de informações e desenvolver autonomia nos estudos e nas atitudes necessárias ao trabalho em grupo.

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senta a interdependência entre países e povos do globo, incentivada pelo avanço dos meios de comunicação e dos transportes. Na atividade 4, os alunos poderão citar, entre outras coisas, a rapidez com que as notícias são divulgadas; a tecnologia disponível; a velocidade dos meios de transporte, dos fluxos de pessoas e mercadorias; as novas relações de trabalho; o avanço nos meios de comunicação; a internet; a expansão do uso da língua inglesa e do uso de telefones celulares, tablets etc.

Converse com os colegas e o professor sobre as questões a seguir.

1. Observe com atenção a imagem que abre esta Unidade. Que ideia ela transmite?

2. Em sua opinião, que inovações tecnológicas estariam relacionadas às transformações apontadas no texto?

3. O que você entende por globalização? Resposta pessoal.

4. Em sua opinião, como a globalização se faz presente no seu dia a dia? Resposta pessoal.

1. Espera-se que os alunos considerem a ideia de conexão entre os diferentes lugares. 2. Resposta pessoal. Espera-se que o aluno indique, por exemplo, os transportes e as comunicações.

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ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

Neste início de volume, o conceito de globalização é retomado e ampliado, destacando características relacionadas à produção do espaço, como os fluxos de pessoas e o papel das redes de transporte e de comunicação na aproximação

de lugares e pessoas, as cidades globais e os tecnopolos. Pedir aos alunos que analisem a imagem da abertura e comentem as impressões que têm em relação a ela, verificando se identificam a ideia de um mundo conectado. Auxiliar os alunos a refletirem sobre os aspectos que contri-

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buíriam para essa integração, reconhecendo o papel dos transportes e das comunicações nesse processo. Na atividade 3, comentar que não há um conceito definido para o termo globalização. Esclarecer que, para muitos autores, a globalização é uma fase do capitalismo que repre-

NO DIGITAL – 1O BIMESTRE • Veja o plano de desenvolvimento para as Unidades 1 e 2. • Desenvolva o projeto integrador sobre o uso crítico das mídias digitais. • Explore as sequências didáticas do bimestre, que trabalham as habilidades EF09GE01, EF09GE02, EF09GE03, EF09GE05, EF09GE06, EF09GE10, EF09GE11, EF09GE12, EF09GE13, EF09GE14, EF09GE15, EF09GE18. • Acesse a proposta de acompanhamento da aprendizagem. ATIVIDADE COMPLEMENTAR Pedir aos alunos que se reúnam em grupos. Cada grupo deve escolher um aspecto que, na opinião deles, represente a globalização. Após a escolha, pedir a eles que desenhem ou que façam uma colagem da representação (é necessário providenciar material para recorte). Cada grupo deve apresentar o seu trabalho para a turma. AMPLIANDO HORIZONTES • CASTELLS, M. A sociedade em rede. 17. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2016. (v. 1). Este primeiro volume da trilogia A Era da Informação: economia, sociedade e cultura, busca esclarecer a dinâmica econômica e social da nova era da informação, fazendo uma análise profunda das relações econômicas, sociais, culturais e políticas no mundo moderno.

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ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

Globalização

Nomes de empresas ou de marcas citados nesta obra têm finalidade didática e estão devidamente contextualizados ao tema que está sendo abordado, não havendo intenção de recomendar produtos ou incitar o consumo.

Leia o trecho da música “Parabolicamará”, de Gilberto Gil.

Antes mundo era pequeno Porque Terra era grande Hoje mundo é muito grande Porque Terra é pequena Do tamanho da antena parabolicamará [...] De jangada leva uma eternidade De saveiro leva uma encarnação Pela onda luminosa Leva o tempo de um raio [...] GIL, G. Parabolicamará. In: ______. Parabolicamará. WEA, 1992.

ILUSTRAÇÕES: HN WORKS/ SHUTTERSTOCK.COM

Ouvir com os alunos a música Parabolicamará, de Gilberto Gil. Na sequência, pedir a eles que leiam o trecho da letra. Após a leitura, analisar coletivamente a letra da canção. Na atividade 1, orientar a análise dos versos levando os alunos a reconhecer que antes o mundo parecia pequeno porque as pessoas não tinham tanto conhecimento de todas as suas partes, em razão do difícil acesso e da comunicação e dos transportes serem pouco desenvolvidos, dando a sensação de que a Terra era grande. Hoje, porém, o mundo parece maior, já que as pessoas conhecem mais lugares, não ficando restritas apenas ao lugar onde vivem. Nesse sentido, tem-se a sensação de que a Terra é pequena. Na atividade 2, espera-se que os alunos reconheçam a importância da internet no aumento das relações entre pessoas e países. Comentar que a canção de Gilberto Gil foi lançada no início da década de 1990, período em que as transformações tecnológicas, como a internet, se intensificaram, mesmo que de forma restrita. Comentar que, naquele período, a aproximação virtual entre pessoas e países ocorria, sobretudo, por meio da televisão, graças às antenas parabólicas. Pedir a participação dos alunos, levando-os a reconhecer a globalização em seu dia a dia. A reflexão sobre a origem de produtos, músicas, alimentos e palavras estrangeiras presentes no cotidiano pode contribuir para a apresentação e compreensão do conceito. É importante comentar e contrapor as ideias de homogeneização e heterogeneização cultural. Destacar que, nesse processo, apesar da uniformização de alguns hábitos e costumes, há também a divulgação de outras culturas. Ressaltar que a globalização não abrange todos os lugares e também não ocorre de maneira homogênea.

Converse com os colegas e o professor sobre as questões a seguir.

1. Explique os quatro primeiros versos da canção. O que Gilberto Gil quis dizer ao contrapor as ideias de “mundo pequeno/Terra grande” e “mundo grande/Terra pequena”?

2. O trecho “Pela onda luminosa / leva o tempo de um raio” se refere à televisão e ao modo como ela altera nossa noção de distância e tempo. Atualmente, que recurso tecnológico assume com mais intensidade ainda esse papel?

3. Com base no trecho da canção e em seus conhecimentos, indique as evoluções tecnológicas que permitiram o “encurtamento das distâncias”. Dos meios de transporte e dos meios de comunicação. Da década de 1990 em diante, com o fim da Guerra Fria, uma Nova Ordem Mundial promoveu transformações na organização do espaço geográfico, as quais repercutiram nas formas de produzir, pensar e fazer política no mundo. Os protagonistas nesse contexto foram Estados Unidos, países da União Europeia e Japão, que despontaram como novos centros de poder mundial. A partir de então, o termo globalização, definido como o crescimento da interdependência entre países, governos, empresas e povos do mundo, passou a ser usado com mais frequência, sugerindo uma ideia de unificação mundial.

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Ao abordar a “globalização” e “mundialização”, é interessante destacar que, para alguns pesquisadores, estes conceitos são sinônimos, mas há outros estudiosos que os diferenciam: a globalização envolveria de forma mais abrangente aspectos econômicos, sociais, culturais e polí-

ticos; já a mundialização estaria mais relacionada à atuação e ao deslocamento do capital no mundo global. Na atividade 4, espera-se que os alunos indiquem o consumo mundial da bebida como um aspecto da globalização. A presença de filiais em mais de 150 países e a de-

pendência do valor das ações da empresa de fatores como crises econômicas, redução ou aumento de consumo, entre outros, como um aspecto da mundialização. Verificar os exemplos dados pelos alunos relacionados aos dois processos, auxiliando-os, se necessário, a distingui-los. Lem-

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AMPLIANDO HORIZONTES • MOURA JÚNIOR, F. T. Análise da música “Parabolicamará” de Gilberto Gil sob a perspectiva foucaultiana e sua potencialidade para o ensino. Revista Eletrônica da Pós-Graduação em Educação da UFG. Disponível em: <http://livro.pro/faq9yw>. Acesso em: 8 nov. 2018. O artigo faz uma análise da música Parabolicamará, abordando suas potencialidades para o ensino. Pode ser útil ao professor no desenvolvimento do conteúdo.

Embora o termo “globalização” tenha sido criado no século XX, o processo de globalização não é recente. Alguns pesquisadores afirmam que suas origens estão relacionadas ao período das Grandes Navegações, sendo cada vez mais estimulado pelos crescentes fluxos internacionais de informações, mercadorias, pessoas, serviços e capitais. O crescimento desses fluxos ocorreu principalmente pela evolução tecnológica dos meios de comunicação e transporte, trazendo a sensação de que o mundo está cada vez menor. Esse aspecto caracteriza a chamada aldeia global, termo sugerido pelo pesquisador canadense Marshall McLuhan (1911-1980). O uso do termo vem do fato de o mundo ganhar um sentido de lugar pequeno, conhecido por todos, e onde as relações entre as pessoas são mais próximas. Um acontecimento cultural, por exemplo, ocorrido em determinado local, pode chegar rapidamente ao conhecimento público e afetar a opinião das pessoas em locais distantes.

Globalização e mundialização Embora muitas vezes usados como sinônimos, ”globalização“ e ”mundialização“ são conceitos distintos, porém relacionados. O uso do conceito de mundialização geralmente refere-se a questões econômicas e de comércio, ou seja, à expansão de mercados e de fluxos de capitais no mundo. Já a globalização é um conceito bem mais amplo, pois refere-se à integração do espaço geográfico mundial e envolve a homogeneização, ou seja, certa padronização de costumes, com ação predominante dos meios de comunicação. Seus efeitos podem ser sentidos em aspectos diversos da sociedade, desde a mudança de hábitos alimentares até a problemas político-econômicos que afetam os países, por exemplo.

• TEIXEIRA, J. M. B. et al. Mundialização versus globalização: a economia baseada no conhecimento como condutor da inovação. Anais do IV Simpósio de Gestão de Projetos, Inovação e Sustentabilidade. Disponível em: <http://livro.pro/m9irk6>. Acesso em: 8 nov. 2018. O texto faz uma análise sobre a organização dos processos econômicos com foco na mundialização e na globalização.

4. Leia o texto a seguir. Imagine uma grande empresa multinacional com sede nos Estados Unidos, fabricante de bebidas, entre as quais se destaca um refrigerante consumido por milhares de pessoas no mundo. Sua marca pode ser vista em propagandas e eventos em muitos lugares. Com fábricas em mais de 150 países, os preços de suas ações, vendidas nas bolsas de valores, podem variar de acordo com vários fatores, como uma crise econômica, uma queda no consumo dessas bebidas, um desastre ambiental envolvendo a empresa, entre outros.

Ações: em economia, documentos que representam a propriedade de parte de uma empresa. Quem compra ações de uma empresa passa a ser seu acionário, ou seja, associa-se a ela. Bolsa de valores: local onde ocorrem as transações de compra e venda de ações, títulos etc.

• Com base no texto, converse com os colegas e o professor sobre aspectos relacionados à globalização e à mundialização. Depois, se possível, dê outros exemplos relacionados aos dois processos. Resposta pessoal.

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brar que são dois processos de uma mesma dinâmica de expansão do capitalismo em escala global.

TEXTO COMPLEMENTAR A Terra encolheu? [...] A rapidez com a qual se efetuam agora as interações entre o local e o mun-

dial é que dá a impressão de que a Terra encolheu. Mas, da multiplicidade dessas interações, resulta que os homens e as mulheres estão bem mais conscientes do que outrora sobre as particularidades dos lugares onde vivem, de sua região e de sua nação, contraria-

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mente à opinião segundo a qual haveria uma espécie de uniformização geral das culturas por causa da difusão do idioma inglês e das modas anglo-saxônicas. Na maior parte dos países, mantêm-se as línguas nacionais ou regionais, que formam cada uma a base

de uma cultura. Por outro lado, jamais houve tanta consciência da enorme diversidade das culturas na do globo. LACOSTE, Y. A Terra encolheu? In: Globalização para quem? Uma discussão sobre os rumos da globalização. São Paulo: Futura, 2004. p. 23.

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ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

Globalização ao longo do tempo Observe a imagem.

MUSEU PAULISTA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, SP

Iniciar a aula pedindo aos alunos que observem a obra apresentada, verificando se eles reconhecem a cena retratada. Na atividade 2, espera-se que os alunos observem os personagens retratados na imagem e identifiquem diferenças técnicas e culturais entre eles. A presença das caravelas e as vestimentas são aspectos que podem ser apontados como elementos que diferenciam os dois povos. Na atividade 3, comentar que a imagem está relacionada ao início da expansão do capitalismo mercantil europeu na busca por territórios e rotas de comércio. Além disso, ela representa o contato entre povos de diferentes culturas, fator que também está relacionado ao processo de globalização. É importante destacar a importância do desenvolvimento das técnicas na expansão do capitalismo e na caracterização da globalização. Nesse sentido, as próprias caravelas são um exemplo interessante disso. Comparadas aos meios de transporte mais modernos de hoje, as caravelas eram barcos precários e lentos. Viajavam a uma velocidade média de 16 km/h e eram pouco seguras. No entanto, elas foram a grande inovação tecnológica do capitalismo comercial e o principal meio de transporte marítimo do período das Grandes Navegações. Fazer uma retomada histórica sobre as fases do capitalismo, destacando as atividades econômicas predominantes em cada período. Se julgar interessante, organizar cada fase em uma linha do tempo, para melhor visualização do processo histórico. Introduzir a questão do sistema colonial e do início do processo de expansão dos valores da cultura ocidental em escala global, representados pelas potências europeias.

Desembarque de Cabral em Porto Seguro em 1500, obra de Oscar Pereira da Silva. São Paulo, 1922, óleo sobre tela (190 cm x 333 cm).

Em seu caderno, responda às questões.

1. Que momento histórico a obra retrata? A chegada dos portugueses ao Brasil. 2. O que é possível dizer sobre as diferenças técnicas e culturais existentes entre os povos retratados na pintura?

3. Que relação pode ser feita entre a imagem e o processo de globalização? Para muitos estudiosos, a globalização corresponde à atual e mais avançada fase do capitalismo, sistema que teve início nos países da Europa, no fim da Idade Média, sobrepondo-se lentamente ao feudalismo. No início do século XV, o capitalismo já comandava a economia e a sociedade europeias. Até os dias atuais, esse sistema passou por diferentes etapas de desenvolvimento. Até o século XV, as relações entre os habitantes de diferentes continentes – e também no interior deles – eram bastante limitadas. Com meios de transporte e comunicação pouco desenvolvidos, os elementos naturais, como montanhas e oceanos, constituíam barreiras físicas que dificultavam os deslocamentos e o contato entre diferentes povos. Embora houvesse comércio entre regiões distantes, ele ocorria com intensidade e ritmo muito inferiores aos atuais. No período das Grandes Navegações, entre os séculos XV e XVI, as técnicas de navegação desenvolvidas na Europa favoreceram as viagens de longa distância. Dispostos a obter metais preciosos e outros produtos que pudessem ser comercializados, os europeus incorporaram novas terras (América) e novos mercados (África e Ásia), interferindo na integração do espaço geográfico mundial, possibilitando a expansão do capitalismo e, de acordo com alguns pesquisadores, dando início ao processo que hoje chamamos globalização. Observe o mapa da página a seguir.

MURAL Capitalismo para principiantes. Carlos Eduardo Novaes. Ilustrações: Vilmar Rodrigues. São Paulo: Ática, 2003. No livro, a história do desenvolvimento do capitalismo é contada em quadrinhos.

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Mundo: Grandes Navegações e principais rotas de exploração – 1487-1597 597 6-1 OCEANO GLACIAL ÁRTICO 159

0° 1553

Círculo Polar Ártico 1576

EUROPA

1539

-1

53

26

3

Espanhola Portuguesa Inglesa Francesa Holandesa

2 15

6

00

-1 4

9 8 1509-1510

OCEANO ÍNDICO

1519 -15 21 1577-1580

1526

15 11

580 7-1 157

0

OCEANO ATLÂNTICO

Círculo Polar Antártico

15

1 497

150

Principais rotas de exploração (1487-1597)

ÁFRICA

00 15

498

Trópico de Capricórnio

7-1488 148

AMPLIANDO HORIZONTES • SWEEZY, P. et al. Tradução de Isabel Didonnet. A transição do feudalismo para o capitalismo. 5. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2008. O livro trata da constituição histórica do capitalismo, apresentando os aspectos que marcaram a transição do feudalismo para o capitalismo, como a evolução do comércio na Idade Média e a origem econômica das cidades.

OCEANIA

522 1-1 152

Meridiano de Greenwich

15

1511 1496 1526 09 15 1509

AMÉRICA

15

-15 21

6

2

1497-1

19

15

65

1 531

15

4-

2

Equador

OCEANO PACÍFICO

1513

0 1577-158

OCEANO PACÍFICO

1492

19 15 1525

151 9-1 521 1577 -15 80

1522

Trópico de Câncer

ÁSIA

OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO 0

2 500

ANTÁRTIDA

ALLMAPS

1500

1497

1534-1536

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ATIVIDADE COMPLEMENTAR Pedir aos alunos que realizem uma entrevista com uma pessoa mais velha para descobrir como os avanços tecnológicos afetaram seu dia a dia. Perguntar se a pessoa substituiu algum objeto por outro mais moderno e que vantagens isso trouxe a ela. Depois, solicitar que os alunos escrevam um texto e que o ilustrem com os objetos citados.

Fonte: VICENTINO, C. Atlas histórico: geral & Brasil. São Paulo: Scipione, 2011. p. 90.

Do fim do século XV ao fim da primeira metade do século XVIII (1500-1740), o comércio de mercadorias foi a principal atividade econômica do capitalismo. Por esse motivo, essa etapa ficou conhecida como Capitalismo comercial. Os países europeus acumulavam capitais e lucros com a comercialização de produtos, como açúcar, algodão, especiarias, ouro e prata, obtidos no continente americano, e de trabalhadores escravizados originários do continente africano. Assim, as distâncias entre os lugares começavam a diminuir, e as trocas entre os povos, a crescer. O estabelecimento de colônias europeias – inicialmente na América e posteriormente na África e na Ásia – contribuiu para a propagação da divisão do mundo em Ocidente e Oriente, muito utilizada e bastante complexa. Do ponto de vista da localização no globo, essa divisão é simples: países situados a oeste do Meridiano de Greenwich fazem parte do Ocidente e os situados a leste fazem parte do Oriente. Porém, na maior parte das vezes, o uso dos termos “ocidental” e “oriental” para qualificar um país ou uma região considera critérios econômicos, culturais, políticos e religiosos que mudam com o tempo e que, por isso, podem gerar confusão. No contexto de expansão do capitalismo, o Ocidente corresponde, num primeiro momento, aos países da Europa Ocidental – que se lançaram nas Grandes Navegações e desenvolveram o sistema colonial – e, séculos mais tarde, aos Estados Unidos. O Oriente, por outro lado, corresponde aos povos e culturas asiáticas com os quais os europeus passaram a ter contato do século XV em diante. Assim, a expansão do sistema capitalista resultou, entre outros fatores, em expansão e imposição de valores ocidentais sobre as diversas regiões do planeta.

• BRESSER-PEREIRA, L. C. As

duas fases da história e as fases do capitalismo. Disponível em: <http://livro.pro/8h2ck7>. Acesso em: 8 nov. 2018. O artigo discute a formação do sistema capitalista e suas fases iniciais. Pode ser útil ao professor no desenvolvimento do conteúdo.

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INTEGRANDO COM

ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

HISTÓRIA

NÃO ESCREVA NO LIVRO.

A construção da noção de Ocidente e Oriente Império Romano – 395 0º

OCEANO ATLÂNTICO

B Mar

Mar do Norte

Roma

Mar Mediterrâneo

Mar Negro

Constantinopla

IMPÉRIO ROMANO DO ORIENTE

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ALLMAPS

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366

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0

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IMPÉRIO ROMANO DO OCIDENTE

45º N

Meridiano de Greenwich

O Oriente está relacionado à direção onde o Sol nasce (leste) e o Ocidente à direção oposta (oeste). A origem da divisão do mundo em Ocidente e Oriente é anterior ao período colonial. A noção de Ocidente tem suas origens com as civilizações grega e romana, em oposição aos povos do Oriente, como os persas. Porém, essa noção passou a ser oficialmente utilizada com a divisão do Império Romano em duas partes, no ano de 395. Observe o mapa ao lado.

r Ma

Promover uma tempestade de ideias a respeito das expressões “Mundo Ocidental” e “Mundo Oriental”. Para melhor organização da proposta, iniciar por “Mundo Ocidental”. Pedir aos alunos que falem tudo o que lhes vem à cabeça quando ouvem essa expressão. Anotar na lousa o que for sendo falado. Depois, fazer o mesmo para “Mundo Oriental”. Anotar as palavras e mantê-las até o fim da aula, quando os alunos, usando os conhecimentos adquiridos, devem confirmar a pertinência de cada palavra associada aos termos. Comentar que, geograficamente, a divisão do mundo em Oriente e Ocidente é feita pelo Meridiano de Greenwich. Além do critério geográfico, destacar que a divisão do mundo em Ocidente e Oriente está relacionada à divisão do Império Romano e que sua expansão para outras partes do planeta ocorreu a partir das Grandes Navegações. No contexto atual, os termos “oriente” e “ocidente” estão impregnados de possibilidades, visões de mundo e, em alguns casos, preconceito. A ideia divulgada durante os períodos colonial e imperialista de que a civilização ocidental seria superior às demais ficou gravada no imaginário de muitas pessoas, por isso é importante trabalhar a desconstrução de possíveis preconceitos. Refletir com os alunos a respeito da validade dessa ideia, pois originalmente ela foi cunhada na Europa com o objetivo de demonstrar, distinguir e ressaltar sua cultura em relação às demais. Essas e outras questões podem ser levantadas e confrontadas com as próprias ideias sugeridas pelos alunos na atividade feita no início da aula. Na atividade 1, explicar que a noção de Ocidente e Oriente surgiu com os gregos,

Elaborado com base em: ARTE. Disponível em: <http://ddc.art.tv/cartes/55>. Acesso em: 29 out. 2018.

Do século XV em diante, com as Grandes Navegações, o chamado Mundo Ocidental ampliou suas fronteiras ao redor do globo, propagando valores relacionados à cultura greco-romana, como a democracia e o direito individual, e ao cristianismo, disseminando uma falsa noção de superioridade da civilização ocidental em relação às demais. Observe o mapa da página a seguir. Com o passar dos séculos, a influência dos valores ocidentais foi se Revolução consolidando em todo o planeta. Os Estados Unidos, ao adotar os valores Industrial: europeus de democracia, liberdade e direitos humanos, passaram a interápida mudança no processo de grar o mundo ocidental. A Revolução Industrial e a noção de progresso transformação validaram a necessidade de expansão dessa civilização, consolidada pela da matéria-prima política imperialista ao longo do século XIX e início do século XX. decorrente No contexto do pós-Segunda Guerra Mundial, a emergência dos Esde avanços tecnológicos. tados Unidos e da União Soviética como potências mundiais redefiniu o Processo que marca uso dos termos Ocidental e Oriental com base em critérios políticos e ecoo surgimento nômicos. Os Estados Unidos e os países alinhados a ele representavam os da indústria na segunda metade do valores ocidentais e do capitalismo, enquanto a União Soviética e os países século XVIII. alinhados a ela faziam parte do bloco socialista, considerados orientais.

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que consideravam sua cultura e modo de vida bastante diferentes dos povos asiáticos conhecidos, e foi consolidada quando o Império Romano passou a ser dividido em duas partes, no ano 395 d.C. Na atividade 2, espera-se que os alunos indiquem que,

de acordo com o histórico de formação territorial do Brasil, ele poderia fazer parte dos países ocidentais, por ter herdado parte da cultura europeia da contribuição portuguesa, manifestada sobretudo na presença do catolicismo no país. Por outro lado, analisando a

participação do Brasil no cenário atual, seria possível afirmar que ele não é ocidental, em virtude dos aspectos econômicos. Ao contrário das potências ocidentais, o Brasil é um país emergente, alinhado com economias como a chinesa e a indiana, que são orientais.

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AMPLIANDO HORIZONTES • RODARTE, L. Você se considera ocidental? Para grande parte do mundo, o Brasil não faz parte do Ocidente. UOL Notícias. Disponível em: <http://livro.pro/vvvd6c>. Acesso em: 8 nov. 2018. Reportagem sobre a definição de “ocidental” e a dificuldade de classificar países da América Latina e da África de acordo com a divisão “Ocidente” e “Oriente”.

Possessões e rotas portuguesas e espanholas – século XVI 0° Círculo Polar Ártico

OCEANO PACÍFICO Trópico de Câncer

Equador

OCEANO ÍNDICO

OCEANO PACÍFICO

• CHACRA, G. De NY a Brasília – O Ocidente não considera o Brasil Ocidental. O Estado de S. Paulo. Disponível em: <http://livro.pro/w5ii8w>. Acesso em: 8 nov. 2018. Coluna do jornal O Estado de S. Paulo sobre como ocidentais, sobretudo europeus e estadunidenses, não consideram o Brasil como parte do Ocidente.

OCEANO ATLÂNTICO

Portuguesas Tratado de Tordesilhas Círculo Polar Antártico

0

2 489

ALLMAPS

Possessões e rotas Espanholas

Meridiano de Greenwich

Trópico de Capricórnio

Fonte: VICTOR, J-C. Les Dessous des Cartes: Itinéraires géopolitiques. Paris: Éditions Tallandier, 2012. p. 16.

Atualmente, no contexto do mundo globalizado, não há consenso e uma definição única acerca do que representam os mundos Ocidental e Oriental – nem mesmo se essas expressões são ainda válidas. As possibilidades de uso dos termos são múltiplas, dependendo dos critérios empregados (econômicos, sociais, políticos, culturais etc.). Agora, responda às questões em seu caderno.

• SAID, E. W. Orientalismo: o Oriente como invenção do Ocidente. São Paulo: Companhia das Letras, 2007. No livro, o autor mostra que o “Oriente” é uma invenção cultural e política do “Ocidente”, que reúne as várias civilizações a leste da Europa sob o mesmo signo do exotismo e da inferioridade.

1. Como surgiu a noção de Ocidente em oposição ao Oriente? 2. Leia o texto a seguir. Nos Estados Unidos e na Europa, o Brasil não é Ocidente. Nós não somos ocidentais. Mesmo na China, na Índia, no Oriente Médio e na África, não nos incluem no mundo ocidental. [...] CHACRA, G. De NY a Brasília: o Ocidente não considera o Brasil Ocidental. Disponível em: <https://internacional.estadao.com.br/blogs/ gustavo-chacra/de-ny-a-brasilia-o-ocidente-nao-considera-o-brasilocidental/>. Acesso em: 29 out. 2018.

• Com base nos estudos sobre a colonização do Brasil e o papel do país no atual cenário internacional, responda: o Brasil deveria ser considerado oriental ou ocidental?

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TEXTO COMPLEMENTAR Quando se examina o contraponto Oriente e Ocidente em perspectiva histórica ampla, logo se revelam duas configurações geo-históricas distintas. São interdependentes e complementares, mas reafirmam-se diferentes. Desde a chegada

de Vasco da Gama na Índia, em 1498, essas duas configurações começam a constituir-se em moldes cada vez mais sistemáticos, com perfis crescentemente nítidos; mas sempre se modificando no curso do tempo e conforme o lugar. No fim do século vinte, continuam

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vigentes, modificadas, mas evidentes. São configurações geo-históricas que se constituem, modificam e reiteram no curso do mercantilismo, colonialismo, imperialismo e globalismo. Essa, naturalmente, é uma história que envolve diferentes manifestações de nacionalismo, etni-

cismo, racismo e fundamentalismo, compreendendo não somente o capitalismo, mas também o socialismo. IANNI, O. Ocidente Oriente. Disponível em: <http://anpocs.com/ index.php/encontros/ papers/20-encontro-anual-da-anpocs/ gt-19/gt21-13/5459-octavioianniocidente-oriente/file>. Acesso em: 8 nov. 2018.

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ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

Inovações técnicas e transformações espaciais Da produção manual à indústria Observe as imagens. Depois, responda às questões em seu caderno.

1

2

Produção manual de remo no século XVIII, na Itália. Ilustração de Giovanni Grevembroch, meados do século XVIII. Aquarela sobre papel.

GRANGER / FOTOARENA

MUSEO STORICO NAVALE, VENICE, ITALY/FOTOARENA

Pedir aos alunos que observem as imagens e identifiquem as diferenças entre elas. Apontar as principais características do artesanato e da manufatura. Elaborar coletivamente um quadro comparando as duas formas de produção e destacando, por exemplo, o número de trabalhadores envolvidos na atividade, a organização do trabalho e o volume de produção. Esclarecer que o desenvolvimento da manufatura ocorreu enquanto o comércio em larga escala também se desenvolvia. Destacar que a atividade manufatureira se ajustou ao crescimento do mercado urbano. Comentar o papel das novas tecnologias no desenvolvimento das indústrias, destacando também as mudanças que provocaram nas relações de trabalho. Relacionar essas mudanças ao desenvolvimento do capitalismo e à própria Revolução Industrial. Incentivar os alunos a observar as imagens que retratam o tear mecânico e a máquina a vapor, contrapondo-as às imagens anteriores, que retratam o artesanato. É importante esclarecer que o surgimento de novas formas de produção não exclui completamente as anteriores. Dessa forma, apesar da expansão da indústria, o artesanato ainda é usado como forma de produção de alguns produtos. Na atividade 1, aluno poderá dizer que na imagem 1 o trabalho é individual, com o uso de ferramentas mais simples. Já na imagem 2, o trabalho é em grupo, com o uso de máquinas, além de ferramentas.

Grupo de mulheres conhecido como Filhas da Liberdade, que no século XVII, no Estados Unidos, protestavam contra a dominação britânica produzindo seus próprios tecidos. Ilustração do século XIX.

1. Que diferenças você observa entre os processos de produção representados nas imagens? Auxiliar os alunos na observação das imagens e elaboração das respostas.

2. Na imagem 2 todas as pessoas parecem realizar a mesma atividade? Não. As pessoas estão realizando atividades diferentes.

3. Entre os tipos de produção retratados, na sua opinião, qual produz mais e em menor

tempo? Por quê? Na produção familiar, pois ela conta com mais pessoas envolvidas nas etapas da produção, além de fazer uso de máquinas e ferramentas. Antes do surgimento das fábricas, a transformação da matéria-prima ocorria de forma artesanal, prevalecendo o trabalho manual e individual, ou seja, o artesão realizava sozinho todas as etapas de produção. Além disso, eram utilizados instrumentos simples, como facas, tesouras, martelos e agulhas. Muitas vezes, a produção dos bens ocorria na casa do artesão. Por volta do século XVI, alguns artesãos começaram a se organizar nas chamadas oficinas manufatureiras. Surge, então, a manufatura, caracterizada pelo trabalho em grupo (ainda predominantemente manual), pelo uso de máquinas simples e pela divisão de tarefas, ou seja, cada artesão se responsabilizava por uma parte da produção. Para ampliar a produção, em razão do aumento das vendas, as oficinas manufatureiras passaram a investir em novas tecnologias, como a máquina a vapor e o tear mecânico, que revolucionaram a produção. As máquinas substituíram diversas ferramentas antes utilizadas pelos trabalhadores nas manufaturas e no artesanato. O uso de novas tecnologias levou à necessidade de locais especiais para a produção, as fábricas, onde ficavam as máquinas e os operários, que passaram a ter um salário em troca de seu trabalho.

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SCIENCE MUSEUM, LONDON, UK/BRIDGEMAN IMAGES/FOTOARENA

2

ALBUM/AKG-IMAGES/FOTOARENA

1

Máquina a vapor desenvolvida por James Watt no século XVIII.

ATIVIDADE COMPLEMENTAR Pedir aos alunos que façam uma pesquisa sobre o artesanato nos dias de hoje. Para tanto, sugerir que eles entrevistem familiares ou amigos que têm o artesanato como fonte de renda. Pedir que perguntem, por exemplo: • Qual é o produto produzido? • Quais materiais são utilizados? • Quais são as etapas da produção? • Considerando a questão técnica, quais são as dificuldades enfrentadas nesse tipo de trabalho? • Quais são as vantagens do produto artesanal em relação ao produto industrializado? Em sala, debater os resultados da pesquisa, relacionando o trabalho artesanal no presente e no passado.

Tear mecânico desenvolvido por Sir Richard Arkwright no século XVIII.

Com a utilização de máquinas e de novas técnicas de produção, a indústria passou a produzir em larga escala – uma grande quantidade de bens – e em série – bens fabricados de acordo com um padrão que os garante iguais. As inovações na maneira de produzir aceleraram o processo de expansão capitalista, desencadeando profundas transformações no espaço geográfico e nas relações entre países e pessoas. O conjunto dessas inovações ficou conhecido como Revolução Industrial. Leia o texto a seguir, sobre as principais mudanças introduzidas no mundo do trabalho a partir da Primeira Revolução Industrial. Depois, responda às questões propostas no caderno.

AMPLIANDO HORIZONTES • HOBSBAWM, E. J. Da Revolução Industrial Inglesa ao Imperialismo. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2011. No livro, o historiador busca explicar as causas e as consequências da Revolução Industrial. Além disso, o autor busca também esclarecer as causas da origem da Revolução na Inglaterra, no final século XVIII.

O trabalho industrial e a nova rotina dos trabalhadores O trabalho industrial [...] impõe regularidade e rotina totalmente diferentes dos ritmos pré-industriais de trabalho – que dependem da variação das estações e do tempo, da multiplicidade de tarefas em ocupações não afetadas pela divisão racional do trabalho, pelos caprichos de outros seres humanos ou de animais, e até mesmo pelo desejo de se divertir em vez de trabalhar. [...] A indústria trazia consigo a tirania do relógio e a medida do tempo não em estações, semanas ou dias, mas em minutos. [...] Como as pessoas não aceitavam espontaneamente esses novos costumes, tinham de ser forçadas por leis, disciplina, multas e salários baixos que somente o trabalho incessante e sem interrupções permitia ganharem o suficiente para sobreviver. HOBSBAWM, E. J. Da Revolução Industrial inglesa ao imperialismo. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2000. p. 76.

A variação das estações do

4. Que fatores influenciavam o ritmo de trabalho pré-industrial? ano e do tempo atmosférico, a ausência de uma rígida divisão de tarefas e o desejo de se divertir em vez de trabalhar.

5. Que alterações a indústria trouxe para o ritmo de trabalho? A indústria trouxe a tirania do relógio e a medida do tempo não em estações, semanas ou dias, mas em minutos.

6. Segundo o autor, que mecanismos passaram a ser usados para que as pessoas aceitassem o ritmo de trabalho das fábricas?

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Leis, disciplina, multas e salários baixos. Somente o trabalho incessante e sem interrupções permitia aos trabalhadores ganhar o suficiente para sobreviver.

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ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

Primeira Revolução Industrial A Primeira Revolução Industrial iniciou-se na segunda metade do século XVIII, primeiro na Inglaterra. Depois, expandiu-se para outros países, como França, Bélgica, Países Baixos (Holanda), Rússia, Alemanha e Estados Unidos. Alguns aspectos caracterizaram essa etapa da industrialização, como: • desenvolvimento de novas tecnologias e descobertas científicas que influenciaram diretamente as técnicas, as formas de produzir e os meios de transporte, como navios e trens a vapor; • domínio de indústrias têxteis e mineradoras, que utilizavam carvão mineral como principal fonte de energia; • salários baixos e jornada de trabalho de 14 a 16 horas diárias. Os trabalhadores não tinham qualificação e muitas crianças eram empregadas nas fábricas.

PRIVATE COLLECTION/THE STAPLETON COLLECTION/BRIDGEMAN IMAGES/FOTOARENA

Apresentar aos alunos a Primeira Revolução Industrial, retomando seus antecedentes e destacando as alterações na forma de produção e nas relações de trabalho. Comentar que a Primeira Revolução Industrial consolidou a Divisão Internacional do Trabalho (DIT), que reflete a especialização produtiva dos países e das regiões nas trocas comerciais. Durante o período colonial, essa divisão era caracterizada pelo domínio dos meios de produção por parte das metrópoles e pelo fornecimento de matérias-primas e mão de obra barata por parte das colônias. Apontar que essa divisão de funções entre metrópoles e colônias propiciou a mundialização do capitalismo. O surgimento das desigualdades entre as diversas regiões do globo, que foi se aprofundando gradativamente, também surgiu com a DIT. Destacar também as transformações que a DIT vem sofrendo à medida que novas técnicas e tecnologias são desenvolvidas. Explicar que a concorrência entre as potências europeias, enriquecidas pela exploração das colônias, estimulou o investimento em tecnologias (máquinas) que permitiram mais rapidez e eficiência produtiva. Ressaltar que o capital acumulado durante o período mercantilista foi investido no desenvolvimento de novas tecnologias que originaram a Primeira Revolução Industrial e, consequentemente, o capitalismo industrial. Sobre as consequências da Primeira Revolução Industrial, salientar alguns aspectos, como: • o êxodo rural, que trouxe mudanças para os centros urbanos europeus, sobretudo na Inglaterra; • a necessidade das potências europeias conquistarem

Dez imagens da ilha de Antígua, obra de William Clark, 1823. Litografia colorida a mão. Pintura representando uma fundição no século XVIII. A indústria atraiu milhares de trabalhadores rurais, que migravam para as cidades em busca de trabalho. No geral, as fábricas eram ambientes insalubres: sujos, mal ventilados, mal iluminados e com poucos banheiros – onde não havia preocupação com a saúde e a segurança dos operários.

Com o capitalismo em expansão, na chamada Divisão Internacional do Trabalho (DIT) – divisão dos países de acordo com sua especialização – os países industrializados passaram a controlar a economia mundial, tornando os demais países fornecedores de matérias-primas e consumidores de produtos industrializados. A maior parte do lucro passou a vir da produção de mercadorias, e não mais do comércio. Essa nova etapa do desenvolvimento capitalista ficou conhecida como capitalismo industrial.

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novos mercados consumidores e territórios para fornecimento de matéria-prima (já que algumas nações americanas estavam realizando seus processos de independência política, apesar da dependência econômica), dando início ao período conhecido como imperialismo.

Assinalar que, durante a Primeira Revolução Industrial, a Inglaterra teve certa vantagem sobre os demais países, pois contava com reservas de carvão mineral e vasta mão de obra originária do campo. Ao tratar da Segunda Revolução Industrial, destacar as inovações e fontes de energia

relacionadas a essa fase, bem como as mudanças ocorridas na forma de produção e no trabalho. Comentar o papel assumido pelo petróleo e sua relação com o advento da indústria automobilística, que, com o Fordismo, provocou profundas mudanças no modo de produção de mercadorias.

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ATIVIDADE COMPLEMENTAR Organizar uma visita a uma indústria na região onde os alunos vivem para que possam observar aspectos de seu funcionamento, como a organização das tarefas e o uso de tecnologia e de fontes de energia. Em sala, analisar as informações que obtiveram na visita e relacioná-las ao conteúdo visto em aula.

Segunda Revolução Industrial Da segunda metade do século XIX em diante, a descoberta da eletricidade e a invenção do motor a combustão, do automóvel, do telefone e do telégrafo provocaram transformações ainda maiores. Essas novas tecnologias ampliaram a produção e deram origem a uma nova fase do processo de industrialização, chamada Segunda Revolução Industrial. Entre as características dessa etapa, destacam-se:

Veja no material audiovisual o vídeo sobre o desenvolvimento da industrialização no Brasil.

• as principais matérias-primas eram petróleo, minério de ferro e aço. O petróleo substituiu o carvão mineral como principal fonte de energia, e as indústrias petroquímica, siderúrgica e automobilística superaram em importância as indústrias mineradoras e têxteis; • jornada de trabalho de 8 a 12 horas diárias;

AMPLIANDO HORIZONTES • PINTO, G. A. A organização do trabalho no século XX: taylorismo, fordismo e toyotismo. 3. ed. São Paulo: Expressão Popular, 2013. No livro, o autor mostra quais são os principais elementos que identificam e diferenciam o taylorismo, o fordismo e o toyotismo, bem como seus impactos no trabalho.

• criação da linha de montagem, que tornou ainda mais necessária a especialização do trabalhador. Nesse sistema, cada operário realizava uma tarefa específica e repetitiva, perdendo a noção da totalidade do processo. Esse modelo de produção foi introduzido e amplamente usado por Henry Ford, fundador da indústria automobilística Ford, sendo por isso conhecido como fordismo;

COURTESY EVERETT COLLECTION/FOTOARENA

• DECCA, E. MENEGUELLO,

C. Fábricas e homens: a revolução industrial e o cotidiano dos trabalhadores. São Paulo: Atual, 2009. O livro destaca o papel da Revolução Industrial nas transformações ocorridas na Inglaterra, retratando a tensão social, a miséria e a insalubridade dos primeiros tempos da indústria.

Linha de montagem em fábrica de eletroeletrônicos em Washington, D.C., 1925.

• ampla integração entre capital industrial e capital bancário. As instituições bancárias assumiram o controle de muitas empresas, e algumas criaram bancos para financiar seus próprios negócios. Esta é a fase do capitalismo financeiro, em que a moeda passou a ser uma importante mercadoria do capitalismo;

NO AUDIOVISUAL Está disponível nesta coleção um vídeo que aborda como se deu o surgimento e o desenvolvimento das indústrias no Brasil e sua centralização na região Sudeste.

• surgimento de multinacionais. Em busca de mão de obra mais barata e mercado consumidor, essas empresas passaram a se instalar em diversos países, especialmente na América Latina e na Ásia, contribuindo para expandir a industrialização. Países como Brasil, México, Argentina, África do Sul, Índia e Coreia do Sul passaram a produzir mais e a exportar produtos industrializados, deixando de ser exclusivamente exportadores de produtos primários.

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Explicar que o capitalismo financeiro só pôde se desenvolver graças ao capital acumulado durante a Primeira Revolução Industrial e o imperialismo. Os banqueiros e industriais se associaram, emprestando os lucros obtidos com

a exploração das colônias e com a expansão dos mercados consumidores às pessoas que precisassem de dinheiro para a realização de variados projetos. Essa fusão de interesses e investimentos constitui a base do capitalismo atual.

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ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS O capitalismo financeiro promoveu a concentração de capital graças ao estabelecimento de acordos e associações entre empresas, gerando grandes corporações industriais e financeiras, muitas das quais constituíram trustes, holdings e cartéis. O truste agrupa empresas que perdem sua autonomia, sendo incorporadas por outra maior. Essas grandes corporações procuram obter o controle total da produção, desde as fontes de matéria-prima até a distribuição da mercadoria. Geralmente, o truste é uma empresa que atua em diversos setores da economia, podendo constituir monopólios – quando uma empresa atua sozinha em determinado setor – ou A General Electric (GE) é um dos maiores trustes do mundo. Atua oligopólios – quando poucas no desenvolvimento de tecnologias, produzindo equipamentos empresas controlam determinamédicos, de iluminação etc. Na imagem, uma das sedes da empresa em Boston, Massachusetts, Estados Unidos, 2016. do setor. Quando ocorre o agrupamento de empresas – de um mesmo setor ou não – pode haver a presença de uma holding, isto é, de uma empresa constituída somente para administrar o conglomerado. A holding existe para exercer maior poder de influência sobre o mercado e para defender os interesses do grupo, procurando gerenciar o fornecimento de matéria-prima, a produção e a comercialização. O cartel é constituído por empresas autônomas do mesmo ramo que se reúnem com o objetivo de controlar as fontes de matéria-prima, sua transformação em produtos manufaturados e preços dos produtos que fabricam, repartindo entre si os mercados de venda e os lucros. No Brasil, e em diversos outros países, o cartel é considerado crime, pois, ao eliminar a concorrência, o consumidor pode ser prejudicado.

Um exemplo de holding é a Procter & Gamble (P&G). As empresas controladas pela holding produzem bens de consumo de diferentes marcas e setores, como cuidados pessoais, limpeza, alimentos etc. Na imagem, sede da empresa em Cincinnati, Ohio, Estados Unidos, 2017.

DAVID L. RYAN/THE BOSTON GLOBE/GETTY IMAGES

Acordos e associações entre empresas

STOCK PHOTOS/GLOW IMAGES

Esclarecer que a Segunda Revolução Industrial marcou o início do capitalismo financeiro e também de uma Nova Divisão Internacional do Trabalho. Comentar que, nesse contexto, novas tecnologias foram empregadas nas indústrias metalúrgicas, siderúrgicas, de máquinas e equipamentos industriais e em outros setores que demandavam investimentos maiores do que aqueles realizados na Primeira Revolução Industrial. Ressaltar que, com isso, foi necessária a união de vários empreendedores para a produção de mercadorias, além da participação de capital bancário ou financeiro. Comentar que a integração de capital industrial, capital financeiro e a fusão de indústrias provocou o surgimento de empresas com elevado nível de tecnologia. Como esses avanços tecnológicos podiam ter custo elevado, as empresas menores não conseguiam concorrer com as maiores. Dessa forma, muitas empresas de menor porte acabaram absorvidas por grandes empresas. Aproveitar a explicação desse contexto para diferenciar truste, holding e cartel. Ao tratar das multinacionais, abordar as mudanças ocorridas na Divisão Internacional do Trabalho. Esclarecer que as relações econômicas e comerciais entre os países foram alteradas com a expansão das multinacionais. Tais mudanças constituíram uma Nova Divisão Internacional do Trabalho. Destacar o papel ocupado pelos países em desenvolvimento ou emergentes nessa nova fase, que deixaram de ser apenas produtores e exportadores de produtos primários para se tornarem novos polos industriais. Comentar também que, na Nova Divisão Internacional do Trabalho, os países industrializados passaram a concentrar indústrias

22 de alta tecnologia, além de se tornarem os grandes fornecedores de empréstimos e investimentos. Esclarecer que embora a maior parte das grandes empresas multinacionais tenha origem nos Estados Unidos, em países europeus e no Japão, nos últimos anos tem D2_GEO_F2_2054_V9_U01_G20.indd 22

ocorrido uma mudança significativa nesse cenário, com um aumento no número de empresas de países em desenvolvimento na lista das multinacionais, especialmente da China. O Brasil não é diferente e também conta com multinacionais atuando em diferentes continentes e países.

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AMPLIANDO HORIZONTES • DANTAS, G. Breve introdução à economia mundial contemporânea: acumulação do capital e suas crises. 2. ed. Brasília: Centelha Cultural, 2016. O livro faz uma análise resumida da dinâmica capitalista no século XX, tratando de como o capitalismo concorrencial do século XIX cedeu lugar à era dos oligopólios. • ENCONTRO com Milton Santos ou O mundo global visto do lado de cá. Direção: Silvio Tendler. Brasil, 2007. (89 min). Em sua última entrevista, o geógrafo e intelectual Milton Santos traça um panorama, na perspectiva da periferia, sobre o processo de globalização e as desigualdades entre os países ricos do Norte e os países explorados do Sul.

Multinacionais As empresas multinacionais ou transnacionais estão entre os principais agentes do processo de globalização. A expansão dessas empresas pelo mundo ocorreu principalmente da segunda metade do século XX em diante, favorecida pela Revolução Técnico-científica e pela evolução dos meios de comunicação e de transporte. Observe o mapa que representa os países de origem das dez maiores multinacionais em 2017, de acordo com seu faturamento anual, em bilhões de dólares.

Mundo: dez maiores empresas multinacionais* – 2017 Royal Dutch Shell (PAÍSES BAIXOS)

Círculo Polar Ártico

Volkswagen (ALEMANHA)

BP (REINO UNIDO)

Walmart (EUA)

China National Petroleum (CHINA) Sinopec Group (CHINA)

AMÉRICA DO NORTE

EUROPA

ÁSIA

Trópico de Câncer

State Grid (CHINA) Berkshire Hathaway (EUA)

Exxon Mobil (EUA)

OCEANO PACÍFICO

Faturamento anual (em bilhões de dólares)

Toyota Motor (JAPÃO) 0°

OCEANO ÍNDICO

AMÉRICA DO SUL

OCEANO PACÍFICO OCEANIA

OCEANO ATLÂNTICO

500,3

265,2 242,1

Círculo Polar Antártico

0

2 489

ALLMAPS

Trópico de Capricórnio

AMÉRICA CENTRAL

Meridiano de Greenwich

Equador

ÁFRICA

* De acordo com faturamento anual. Elaborado com base em: RANKING FORTUNE GLOBAL 500. The TOP ten. Disponível em: <http://fortune.com/global500/>. Acesso em: 30 out. 2018.

Com sede ou matriz instalada geralmente em países desenvolvidos, as multinacionais se expandiram para países emergentes que ofereceram vantagens como baixo custo de mão de obra, disponibilidade de matéria-prima e de fontes de energia, legislações trabalhistas e ambientais menos rígidas, amplo mercado consumidor, pequenas barreiras para a remessa de lucros para o país de origem e incentivos fiscais, ou seja, redução ou isenção de impostos. China, Brasil, Argentina, África do Sul, México, Índia e Coreia do Sul tornaram-se os principais destinos para a implantação de filiais de multinacionais. A expansão das multinacionais provocou mudanças significativas nas relações econômicas e comerciais entre os países, constituindo a Nova Divisão Internacional do Trabalho, na qual os chamados países emergentes vêm se transformando em novos polos industriais, deixando de ser apenas produtores e exportadores de produtos primários – agropecuários e minerais. Por outro lado, os países mais ricos concentram as indústrias de ponta, ou de alta tecnologia, como informática, microeletrônica, aeronáutica, biotecnologia e telecomunicações, além dos centros de pesquisa e desenvolvimento (P&D). Os países ricos costumam também ser os grandes fornecedores de empréstimos e investimentos.

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ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

Terceira Revolução Industrial Nas últimas décadas do século XX, a maior integração entre ciência, tecnologia e indústria, associada ao desenvolvimento da eletrônica, da informática, das telecomunicações e da biotecnologia, possibilitou a introdução de novas técnicas de produção, configurando uma nova fase do capitalismo, conhecida como Terceira Revolução Industrial, ou Revolução Técnico-Científica, e caracterizada por: Software: • crescente importância da tecnologia avançada ou de ponta no processo industrial, com uso de circuitos eletrônicos, computadores, softwares, internet, processos automatizados, robôs etc.;

programa ou conjunto de programas de computador.

• jornada de trabalho entre 6 e 10 horas diárias, com exigência de profissionais mais qualificados e visão abrangente da empresa e do processo de produção; • capitalismo informacional, no qual a informação e o conhecimento são utilizados para reduzir custos operacionais, valorizar as mercadorias e os serviços das empresas e ampliar as vendas. A dinâmica da Terceira Revolução Industrial não afeta somente as empresas, mas todo o espaço geográfico. A ciência, a tecnologia e a informação constituem a base atual da vida em sociedade. Dessa forma, o espaço geográfico torna-se um meio técnico-científico-informacional, constituído por paisagens onde cada vez mais aparecem elementos como antenas de satélite e telefonia celular, redes de eletricidade, cabos de fibra óptica, modernos sistemas de transportes e prédios inteligentes, entre outros elementos. As passagens da Primeira para a Segunda Revolução Industrial e desta para a Terceira ocorreram de maneira gradual e concomitante, de modo que ainda hoje é possível identificar características das duas etapas anteriores no processo produtivo industrial ao redor do mundo. Em outras palavras, o aparecimento de uma nova etapa não implica o desaparecimento da anterior.

ISTOCKPHOTO/GETTY IMAGES

Relacionar a Terceira Revolução Industrial ao advento do capitalismo informacional e apresentar aos alunos suas principais características: • inovação tecnológica, com o desenvolvimento da eletrônica aplicada aos computadores e telecomunicações; • desenvolvimento e dinamismo dos setores econômicos relacionados à robótica, informática e biotecnologia; • produção flexível, adequada às necessidades do mercado; • altos investimentos em pesquisas de ponta; • divisão internacional do trabalho em que os países periféricos são responsáveis pela produção de manufaturas (geralmente poluidoras do ambiente) e os países centrais pela produção de bens industriais de informação e comunicação sofisticados. Comentar sobre o Toyotismo, sistema de produção desenvolvido no Japão que tem como objetivo aumentar a produtividade sem criar estoque, superprodução ou tempo de espera. Nesse modelo, a produção é adequada à demanda e seu controle é baseado no sistema Just in time (No tempo certo, traduzido do inglês). Esclarecer que foi a partir desse período que o processo de globalização se intensificou, graças aos avanços e à disseminação dos meios de transportes e das comunicações. Esses avanços, especialmente na área da informática, favoreceram a expansão do capitalismo e provocaram importantes mudanças na produção e circulação de mercadorias, pessoas e bens culturais. Comentar com os alunos que, nesse contexto de maior integração entre os países, ocorre a internacionalização e a fragmentação do processo produtivo, favorecendo a chamada localização flexível. Na seção Investigar lugares, citar a importância da

Processo automatizado de montagem da placa de circuito de computador, em 2018.

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Embraer como empresa nacional de destaque global. Sugerir uma pesquisa sobre a área de atuação da empresa e sua inserção no mercado mundial. Para isso, estimular os alunos a visitar o site da Embraer, disponível em: <http://livro.pro/3i5obw>. Acesso em: 8 nov. 2018.

TEXTO COMPLEMENTAR O divisor tecnológico dos anos [19]70 [...] Devido à importância de contextos históricos específicos das trajetórias tecnológicas e do modo particular de interação entre tecnologia e a sociedade, convém recordarmos

algumas datas associadas a descobertas básicas nas tecnologias da informação. Todas têm algo de essencial em comum: embora baseadas principalmente nos conhecimentos já existentes e desenvolvidas como uma extensão das tecnologias mais importantes, essas

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Internacionalização e fragmentação da produção Até algumas décadas atrás, as indústrias concentravam basicamente todas as etapas de fabricação de um produto em determinado lugar. No entanto, com a globalização, ocorreram grandes mudanças no processo produtivo, especialmente das multinacionais. A evolução dos meios de transporte e de comunicação favoreceu a busca por menores custos e maiores lucros, permitindo às empresas fragmentar as etapas de produção e montagem de seus produtos. Com isso, componentes e partes de um mesmo bem passaram a ser fabricados em diferentes locais do planeta, seja por filiais, seja por empresas parceiras. Observe o exemplo.

Origem dos componentes do caça sueco Gripen CAÇA MULTINACIONAL Como fica a divisão de fornecedores do Gripen prevista para os últimos modelos a serem entregues ao Brasil

conexão de dados

SUÉCIA

sistema de ejeção do piloto

comunicação sistema de busca e rastreio por infravermelho

radar

ÁFRICA DO SUL

computadores

sistema de controle de voo

navegação

EUA

ISRAEL

FORNECEDOR EUROPEU

sistema de Guerra Eletrônica (detector de radares)

sistema elétrico sistema de combustível

fuselagem, asas e trem de pouso

sistema hidráulico

sistemas de energia principal e de emergência

EDITORIA DE ARTE/FOLHAPRESS

BRASIL

motor

canhão armamento (mísseis e bombas)

No Brasil, a principal empresa participante na produção de componentes e montagem do caça sueco Gripen é a Embraer.

Fonte: GIELOW, I; ODILLA, F. Caça sueco será montado na Embraer, diz FAB. Folha de S.Paulo. Disponível em: <www1.folha. uol.com.br/poder/2013/12/1388200-caca-sueco-sera-montado-na-embraer-diz-fab.shtml>. Acesso em: 29 out. 2018.

Com a internacionalização e a fragmentação da produção, um produto pode ter várias origens e nacionalidades, desde a concepção até a produção da embalagem e as estratégias de marketing e propaganda para sua comercialização. A fragmentação do processo produtivo possibilita às empresas a chamada localização flexível. Assim, se os custos de produção ou montagem de um bem aumentarem em um determinado local, prejudicando os lucros, a empresa pode transferir suas fábricas em busca de maiores vantagens em relação a mão de obra, matéria-prima, energia, transportes, impostos etc. Dentro dessa lógica empresarial, as multinacionais operam no espaço geográfico mundial como se não existissem fronteiras entre os países, daí também serem chamadas transnacionais. INVESTIGAR LUGARES Cite duas partes ou sistemas do caça mostrado na figura acima que são produzidos no Brasil. Depois, pesquise informações sobre a Embraer, destacando suas principais áreas de atuação e parceiros comerciais ao redor do mundo.

CASTELLS, M. A sociedade em rede. São Paulo: Paz e Terra, 2003. p. 91-92.

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tecnologias representam um salto qualitativo na difusão maciça da tecnologia em aplicações comerciais e civis, devido a sua acessibilidade e custo cada vez menor, com qualidade cada vez maior. Assim, o microprocessador, o principal dispositivo de difusão da

microeletrônica, foi inventado em 1971 e começou a ser difundido em meados dos anos [19]70. O microcomputador foi inventado em 1975, e o primeiro produto comercial de sucesso, o Apple II, foi introduzido em abril de 1977, por volta da mesma época em que a

trial apareceu em 1969, e o computador digital foi desenvolvido em meados dos anos [19]70 e distribuído no comércio em 1977. A fibra ótica foi produzida em escala industrial pela primeira vez pela Corning Glass, no início da década de 1970. Além disso, em meados da mesma década, a Sony começou a produzir videocassetes comercialmente, com base em descobertas da década de 1960 nos EUA e na Inglaterra, que nunca alcançaram produção em massa. E, finalmente, mas não menos importante, foi em 1969 que a ARPA (Agência de Projetos de Pesquisa Avançada do Departamento de Defesa Norte-Americano) instalou uma nova e revolucionária rede eletrônica de comunicação que se desenvolveu nos anos [19]70 e veio a se tornar a internet. Ela foi extremamente favorecida pela invenção, por Cerf e Kahn em 1973, do TCP/IP, o protocolo de interconexão em rede que introduziu a tecnologia de ‘abertura’, permitindo a conexão de diferentes tipos de rede. Acho que podemos dizer, sem exagero, que a revolução da tecnologia da informação propriamente dita nasceu na década de 1970, principalmente se nela incluirmos o surgimento e a difusão paralela da engenharia genética mais ou menos nas mesmas datas e locais [...].

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Microsoft começava a produzir sistemas operacionais para microcomputadores. A Xerox Alto, matriz de muitas tecnologias de software para os PCs dos anos [19]90, foi desenvolvida nos laboratórios PARC em Palo Alto, em 1973. O primeiro computador eletrônico indus-

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ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

Globalização e espaço geográfico Observe a imagem.

WENJIE DONG/GETTY IMAGES

Ressaltar que a imagem da página 26 é uma fotomontagem de uma paisagem real com interferências gráficas geradas por computador para representar os fluxos de pessoas e de informações entre diferentes lugares. Na atividade 1, espera-se que os alunos identifiquem aspectos relacionados à interconectividade entre os lugares, representada pelas linhas luminosas que indicam os fluxos de comunicação e os deslocamentos. Destacar o papel das cidades globais como centros articuladores de fluxos de capitais, pessoas, mercadorias e informações. Ao trabalhar o conceito de cidade global, é importante contrapô-lo ao conceito de megacidade. Destacar que as cidades globais independem do número de habitantes. Já as megacidades são metrópoles com população superior a 10 milhões de habitantes, mas que não são necessariamente cidades globais. Algumas megacidades, no entanto, são cidades globais, como São Paulo, Nova York, Los Angeles, Cidade do México, Tóquio e Moscou. Ao abordar os tecnopolos, é válido citar que embora não tenham a mesma expressividade mundial, o Brasil abriga três tecnopolos, todos no estado de São Paulo: um na região de Campinas, que concentra diversas empresas da área de tecnologia, centros de pesquisa e universidades importantes; outro em São Carlos, cujo parque tecnológico reúne importantes universidades e centros de pesquisa, além de indústrias e centros tecnológicos; e outro em São José dos Campos, que abriga o maior polo tecnológico na área aeronáutica e espacial do Brasil. Na atividade 2, espera-se que os alunos indiquem

Fotomontagem de rede de conexões em parte da cidade de Beijing (Pequim), na China, 2017.

1. Converse com os colegas e o professor sobre a ideia transmitida pela fotomontagem. O processo de globalização e o meio técnico-científico-informacional apresentam aspectos e agentes que têm importante papel na organização do espaço geográfico mundial. Além da presença das transnacionais e da internacionalização e fragmentação da produção, eles envolvem, entre outras coisas, o aumento de fluxos e redes, a presença de cidades globais e dos tecnopolos.

Fluxos e redes A evolução dos meios de comunicação e de transporte proporcionou um aumento significativo dos fluxos de pessoas, mercadorias, capitais e informações. Os fluxos ocorrem por meio de redes de transporte, formadas por rodovias, ferrovias, hidrovias e aerovias, por onde circulam pessoas e mercadorias; e de comunicação, constituídas por linhas de telefonia, acesso à internet, antenas parabólicas, fios, cabos e satélites, por onde fluem dados e informações, inclusive a movimentação do capital nas bolsas de valores. Apesar do crescimento mundial dos fluxos e redes, muitos lugares no Brasil e no mundo apresentam infraestrutura precária, com carência ou más condições de meios de transporte, portos, aeroportos, ferrovias e rodovias. Também existe muita desigualdade no acesso aos meios e às redes de comunicação, como veremos na Unidade 2 deste volume.

26 que as cidades globais estão concentradas no Hemisfério Norte, sobretudo na Europa e nos Estados Unidos. Essas regiões concentram cidades globais porque estiveram na origem do sistema capitalista e foram as primeiras a deter os fluxos de capitais, informações e pessoas. Atualmente, D2_GEO_F2_2054_V9_U01_G20.indd 26

cidades globais estão surgindo em todos os continentes, com destaque para a Ásia, especialmente a China. Na atividade 3, espera-se que os alunos percebam que a maior parte dos tecnopolos representados no mapa está situada em cidades globais, confirmando a concentração

de informações e de centros de produção de tecnologias necessárias para que a articulação entre essas cidades e as demais localidades do planeta seja cada vez mais efetiva e rápida.

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empresas especializadas na prestação de serviços e para os mercados globais que atuam nesse setor e no de finanças. [...] Uma proposição fundamental, na literatura da pesquisa sobre as cidades globais [...], indica que a combinação da dispersão geográfica das atividades econômicas e da integração dos sistemas, que está no centro da atual era econômica, contribuiu para o papel estratégico desempenhado pelas grandes cidades. Em vez de se tornarem obsoletas devido à dispersão que as tecnologias da informação possibilitaram, as cidades concentram funções de comando. A esse papel acrescentei duas funções adicionais: (1) as cidades são locais de produção pós-industrial para as principais indústrias desse período, para o setor financeiro e os serviços especializados; (2) as cidades são mercados multinacionais, onde empresas e governos podem adquirir instrumentos financeiros e serviços especializados.

Cidades globais Nas últimas décadas, um grupo de cidades desempenha importante função como centro articulador dos fluxos de capitais, pessoas, mercadorias e informações. São as chamadas cidades globais. Centros de comando do sistema capitalista, as cidades globais concentram redes de informação e de transporte, abrigam as sedes das maiores empresas multinacionais e recebem grandes fluxos de investimentos. Em geral, apresentam infraestrutura urbana moderna e grande variedade de serviços (bancos, seguradoras, hotéis, atividades culturais, empresas de transporte etc.). Também são centros de produção e difusão de informações, concentrando empresas de comunicação, como emissoras de televisão e rádio, agências de notícias, empresas de telefonia, entre outras.

Tecnopolos Os tecnopolos são lugares onde se concentram universidades e empresas que promovem pesquisa e desenvolvimento (P&D), principalmente nas áreas de biotecnologia, informática, robótica, comunicações e aeroespaciais, concentrando mão de obra altamente qualificada, como pesquisadores, professores universitários e especialistas de diversas áreas. O mais conhecido e dinâmico tecnopolo do mundo é o Vale do Silício, localizado na Califórnia (Estados Unidos). Alguns países emergentes também apresentam tecnopolos, como Bangalore (Índia), Campinas e São José dos Campos (Brasil). Observe o mapa.

Mundo: cidades globais e tecnopolos – 2017 0° Círculo Polar Ártico

San Francisco

Amsterdã Bruxelas Toronto

Chicago

Los Angeles

Boston Nova York Washington D.C.

Londres Genebra Paris Zurique Madri Barcelona Milão

Moscou Viena Istambul

Trópico de Câncer Cidade do México

2054-GEO-V9-U1-LA-M006 - Mundo: Cidades Globais e Tecnopolos – 2017

Seul Tóquio Osaka Xangai Fukuoka Taipé Hong Kong

Dubai Mumbai Bangalore

OCEANO PACÍFICO

Bangcoc

Kuala Lumpur Cingapura

OCEANO ATLÂNTICO

0° Jacarta

São José dos Campos Meridiano de Greenwich

Trópico de Capricórnio

OCEANO PACÍFICO

Pequim (Beijing)

Telaviv Cairo

Equador

OCEANO GLACIAL ÁRTICO

São Paulo Buenos Aires

Círculo Polar Antártico

Johanesburgo

OCEANO ÍNDICO

OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO

SASSEN, S. As cidades na economia global. São Paulo: Studio Nobel, 1998. p. 35-36.

Sydney

Cidade global e tecnopolo Cidade global

0

2 667

Tecnopolo

ALLMAPS

Vancouver

Frankfurt Copenhague Berlim Estocolmo

Elaborado com base em: THE MORI MEMORIAL FOUNDATION. Global Power City Index 2018. Disponível em: <http://morim-foundation.or.jp/pdf/GPCI2018_summary.pdf>; MIT TECHNOLOGY REVIEW. World Innovation Clusters. Disponível em: <www.technologyreview.com/s/517626/infographic-the-worlds-technology-hubs/>. Acesso em: 12 set. 2018.

Auxiliar os alunos na resolução das atividades.

2. Quais regiões do planeta concentram maior número de cidades globais? Que fatores podem ser apontados para explicar essa distribuição? Responda em seu caderno.

3. Em sua opinião, que associação pode ser feita entre as cidades globais e os tecnopolos?

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TEXTO COMPLEMENTAR Cidades globais As cidades globais são os lugares-chave para os serviços avançados e para as telecomunicações necessárias à implementação e ao gerenciamento das operações econômicas globais. Elas também tendem

a concentrar as matrizes das empresas, sobretudo daquelas que operam em mais de um país. O crescimento do investimento e do comércio internacional e a necessidade de financiar e prestar serviços a essas atividades impulsionaram o crescimento dessas fun-

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ções nas grandes cidades. A erosão do papel exercido pelo governo na economia mundial, que era muito maior quando o comércio era a forma dominante de transação internacional, deslocou parte do trabalho de organização e de prestação de serviços para

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ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

TEXTO COMPLEMENTAR O que é inteligência artificial? Onde ela é aplicada? “Não existe uma definição para inteligência artificial (IA), mas várias. Basica-

Indústria, agropecuária e energia Leia o texto a seguir e observe a imagem. A robô Sophia prefere entrevistar a ser entrevistada. [...] E assim aprende com o mundo dos humanos. Ela é a primeira androide com inteligência artificial avançada já criada no planeta. [...] CORONA, S. Robô Sophia: “Os humanos são as criaturas mais criativas do planeta, mas também as mais destrutivas”. El País. Disponível em: <https://brasil.elpais.com/ brasil/2018/04/06/tecnologia/1523047970_882290.html>. Acesso em: 29 out. 2018.

Inteligência artificial (IA): ramo da computação responsável por desenvolver dispositivos que simulam a capacidade humana de raciocinar, perceber, tomar decisões e resolver problemas.

Robô Sophia em conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o uso da tecnologia em serviços públicos e desenvolvimento, em Katmandu, no Nepal, 2018.

PRADHAN / ANADOLU AGENCY

Neste primeiro momento, fazer a leitura coletiva do trecho da notícia e propor o encaminhamento das atividades. Na atividade 1, é possível que os alunos estranhem a participação de robôs em situações como a apresentada na notícia. Aproveitar a oportunidade para falar um pouco sobre inteligência artificial, explicando como Sophia e outros robôs desse tipo dependem do avanço desse campo da ciência da computação. Na atividade 2, os alunos podem não reconhecer a presença desse tipo de tecnologia no dia a dia. Esclarecer que ela já faz parte do cotidiano, estando presente em instituições financeiras, empresas de telecomunicações, indústrias, jogos de videogame etc. Destacar tecnologias que começaram a se integrar à nossa vida de forma cada vez mais efetiva nos últimos anos, como robôs, inteligência artificial, realidade aumentada, impressão 3-D, entre outros exemplos. Permitir que os alunos exponham seus conhecimentos e vivências relacionadas ao tema, trazendo exemplos que mostrem como essas tecnologias vêm sendo aplicadas em nosso cotidiano. Apresentar o conceito de Indústria 4.0, destacando suas principais características e os desafios relacionados à sua implantação no Brasil. O site da Agenda Brasileira para a Indústria 4.0, indicado na seção Ampliando horizontes, fornece informações sobre as medidas e as etapas que serão desenvolvidas para modernizar o setor produtivo brasileiro, a fim de aumentar sua competitividade no cenário global.

1. O que você acha da participação de robôs como a Sophia em entrevistas, programas de TV e conferências? Converse com os colegas e o professor.

2. Você acha que esse tipo de tecnologia já está presente de alguma forma em nosso dia a dia? Justifique sua resposta.

Nos últimos anos, uma série de novas tecnologias vem sendo integrada à vida cotidiana. Robôs, inteligência artificial, realidade aumentada, impressão 3-D, além da conexão de um número cada vez maior de dispositivos entre si e com os usuários, por meio da internet, para troca de informações em tempo real – a chamada Internet das Coisas (IoT, sigla em inglês) – são apenas alguns exemplos dessas inovações. Apesar de ainda não estarem totalmente acessíveis, essas novas tecnologias já provocam alterações econômicas, políticas e sociais importantes, e sua utilização deverá aumentar nas próximas décadas. Para alguns pesquisadores, essas transformações representam o início de uma nova revolução da produção, a Quarta Revolução Industrial, ou Indústria 4.0.

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mente, IA é fazer com que os computadores pensem como os seres humanos ou que sejam tão inteligentes quanto o homem”, explica Marcelo Módolo, professor de Sistemas de Informação da Universidade Metodista de São Paulo. Assim, o objetivo final das pesquisas sobre esse tema é conseguir desenvol-

ver uma máquina que possa simular algumas habilidades humanas e que os substitua em algumas atividades. A inteligência artificial faz parte dos estudos de Ciências da Computação. Os programas utilizam a mesma linguagem de sistemas convencionais, mas

com uma lógica diferente. Existem várias maneiras de se fazer essa programação. Em alguns casos, o sistema inteligente funciona com uma lógica simples – se a pergunta for x, a resposta é y. Em outros casos, como os estudos em redes neurais, a máquina tenta reproduzir o funcionamento dos neurô-

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AMPLIANDO HORIZONTES • BRASIL. Ministério da Indústria, Comércio e Serviços. Agenda Brasileira para a Indústria 4.0. Disponível em: <http://livro.pro/fhcrnw>. Acesso em: 8 nov. 2018. Site com o diagnóstico e as medidas a serem tomadas pelo Governo Federal para estimular a produtividade da indústria brasileira.

Indústria 4.0 Observe a ilustração.

Evolução industrial

1765 1a RI

1870 2a RI

1969 3a RI

Atualmente 4a RI

Produção mecânica realizada com máquinas a vapor

Produção de massa impulsionada pela energia elétrica e do petróleo

Produção automatizada sustentada pela eletrônica e tecnologias informáticas

Introdução de novas tecnologias: IoT, IA, nuvem, Big Data*, sistemas ciber-físicos** LUIZ RUBIO

* Big Data: conjunto de dados extremamente amplo que necessita de ferramentas especiais para ser tratado. ** Sistema ciber-físico: sistema em que elementos informáticos colaboram para o controle e o comando de entidades físicas e de dados.

Fonte: VISIATIV INDUSTRY. Industrie 4.0: définition et mise en œuvre vers l’usine connectée. Disponível em: <www.visiativ-industry.fr/industrie-4-0/>. Acesso em: 29 out. 2018.

As etapas de produção e distribuição da Indústria 4.0 são controladas digitalmente, englobando tecnologias de automação e troca de dados. É possível, por exemplo, controlar os estoques, aumentar ou diminuir o ritmo de produção, entre outras ações, além de aumentar a produtividade e reduzir os custos. No entanto, para a implementação da Indústria 4.0 é necessária a adoção de um conjunto de tecnologias. Os países mais desenvolvidos já avançaram bastante nesse sentido e os países emergentes estão fazendo essa transição de forma gradual. No Brasil, a maior parte das indústrias ainda guarda características dos modelos produtivos da Segunda e da Terceira Revolução Industrial. Uma pesquisa feita pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), em 2016, revelou que o custo de implantação dessas tecnologias foi apontado como a principal barreira para sua adoção. Além disso, o país ainda precisa promover ampliações na infraestrutura digital e capacitação profissional. Em 2018, o governo brasileiro lançou a Agenda Brasileira para a Indústria 4.0, com o objetivo de garantir a competitividade da indústria brasileira no cenário internacional, além de aumentar a eficiência e reduzir os custos de manutenção de equipamentos e também de energia. Entre as ações do governo, destaca-se a criação de linhas de crédito para as empresas que pretendem adotar ou desenvolver novas tecnologias.

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nios humanos, em que as informações vão sendo transmitidas de uma célula a outra e se combinando com outros dados para se chegar a uma solução. [...] Tudo isso pode parecer muito perto da ficção, mas a inteligência artificial já está presente no cotidia-

no de todas as pessoas. Por exemplo, no desenvolvimento de videogames que utilizam esse tipo de estudo para criar jogos cada vez mais complexos. [...]. Outro exemplo são as máquinas fotográficas que fazem o foco automático no rosto das pessoas ou que disparam ao encontrar

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um sorriso. Até mesmo nos corretores ortográficos dos processadores de texto de computador, é preciso um sistema inteligente para detectar que há um problema de sintaxe na frase e oferecer uma possível correção. “Muita gente reclama que o corretor sempre erra. Mas é preciso lembrar

que, como os sistemas inteligentes simulam o ser humano, eles erram como nós”, explica Módolo. SATO, P. O que é inteligência artificial? Onde ela é aplicada? Nova Escola. Disponível em: <https://novaescola.org.br/conteudo/ 1115/o-que-e-inteligenciaartificial-onde-ela-e-aplicada>. Acesso em: 8 nov. 2018.

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ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

Produção agropecuária O desenvolvimento industrial ocorrido do século XVIII em diante não ficou restrito apenas às cidades, onde originalmente as indústrias se desenvolveram. Também provocou importantes alterações no modo de produzir e de trabalhar no campo. Com o desenvolvimento técnico e científico, foram ocorrendo inovações nas atividades agropecuárias, como a mecanização da produção e o uso de substâncias como fertilizantes e agrotóxicos. Ao mesmo tempo que essas inovações resultaram em aumento da produtividade, elas reduziram a necessidade da mão de obra e, aliadas à concentração de terras nas mãos de poucas pessoas, ajudam a explicar o intenso êxodo rural nos diversos países. Atualmente, mais da metade da população mundial vive em cidades, e estimativas indicam que, até a metade do século XXI, esse percentual será de cerca de 70%. A demanda por alimentos e matérias-primas é grande e crescente, atraindo o interesse de empresas e governos dos países desenvolvidos por terra agricultáveis. Nos últimos 20 anos, milhares de hectares de terras agricultáveis, principalmente nos países do Sul, vêm sendo comprados ou alugados por grandes empresas, muitas delas transnacionais, que reconhecem a agropecuária como uma atividade econômica lucrativa e estratégica. Essas terras são usadas, geralmente, para o cultivo de alimentos e de produtos voltados para a exportação e as indústrias. Nesse processo, os maiores prejudicados são os agricultores familiares locais, que deixam de ter acesso à terra, agravando o quadro de insegurança alimentar e, muitas vezes, sendo forçados a migrar para áreas urbanas.

Representantes do povo Sengwer protestam contra a apropriação de suas terras, pelo governo na floresta de Embobut, no Quênia, 2016.

KATY MIGIRO/REUTERS/FOTOARENA

Esclarecer que as inovações técnicas surgidas com a Revolução Industrial tiveram profundo impacto no campo, possibilitando o aumento da produtividade e provocando mudanças na organização do trabalho, no modo de produção e no sistema de propriedade. Comentar que o conjunto dessas mudanças é denominado Revolução Agrícola. Explicar que o uso das novas técnicas, representou aumento da produtividade, mas também provocou redução da mão de obra, propiciando o êxodo rural e o aumento da população urbana. Sendo responsável pela produção de bens para o abastecimento urbano e de matérias-primas para a indústria, a agropecuária apresenta crescente importância na economia mundial. Nesse contexto, conceituar e explicar as razões da apropriação de terras produtivas por grandes empresas e países desenvolvidos, apresentando exemplos dessa prática no próprio Brasil. Destacar a ação de multinacionais na chamada Matopiba, região que compreende os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia e é considerada a grande fronteira agrícola nacional da atualidade, respondendo por grande parte da produção brasileira de grãos e fibras. Comentar que a área não apresentava uma tradição agrícola, mas que a topografia plana, os solos profundos e o clima favorável ao cultivo de grãos e fibras possibilitaram o crescimento vertiginoso dessa atividade na região. Ao abordar a Nova Aliança para Segurança Alimentar e Nutricional, apresentar seus objetivos e destacar os possíveis interesses das empresas envolvidas nessa iniciativa, como a produção de gêneros destinados à exportação. Dessa forma, essas empresas poderiam incentivar o cultivo desses produtos, em detrimento de cultivos voltados

30 às necessidades alimentares da população. Na atividade 2, espera-se que os alunos reconheçam que a fome não está relacionada à falta de alimentos ou à incapacidade de produção, mas à má distribuição e à sobreposição dos interesses econômicos às necessidades das populações. D2_GEO_F2_2054_V9_U01_G20.indd 30

AMPLIANDO HORIZONTES • BARROS, C. Terra à vista no Matopiba. Disponível em: <http://livro.pro/q3jgmr>. Acesso em: 8 nov. 2018. O texto retrata o processo de aquisição de terras por investimentos estrangeiros no Brasil, especialmente na região do Matopiba.

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ros, para que as empresas possam facilmente transportar a produção para o mercado estrangeiro. [...] Os corredores de crescimento agrícola também ilustram outro objetivo da Nova Aliança: ajudar as empresas transnacionais a ter acesso à terra. Os corredores supostamente deveriam aumentar a produtividade em terras “mal utilizadas”, mas, na prática, as terras classificadas como “mal utilizadas” frequentemente estão sendo muito utilizadas por pessoas que estão à beira de perder tanto suas terras como sua subsistência assim que as companhias se instalarem. [...] Parece ser uma lista de presentes para as transnacionais do agrobusiness e, na realidade, é exatamente isso. Os apoiadores da iniciativa alegam que irão combater a fome, mas nada indica como isso será feito. A presunção é de que o crescimento no PIB através das atividades das corporações irá criar emprego, mas o aumento do PIB em si tem pouco impacto na pobreza. Ao contrário, ao tirar o poder dos produtores de pequena escala que alimentam a maior parte da população africana – e concentrando tudo nas mãos de empresas privadas, a nova “partilha da África” provavelmente irá aumentar a pobreza e ampliar a desigualdade.

Um dos maiores problemas dessa modalidade de apropriação de terras é que ela nega às populações locais o acesso à terra e aos recursos naturais fundamentais à sobrevivência. No Brasil, esse processo tem sido bastante expressivo na região denominada Matopiba – que abrange parte dos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia –, que vem sendo considerada a nova fronteira agrícola do país. Mais de 20 empresas transnacionais atuam na região cultivando produtos como algodão, cana-de-açúcar, milho e soja. A questão da segurança alimentar foi trabalhada no volume do 8o ano desta coleção.

A Nova Aliança para Segurança Alimentar e Nutricional

Em 2012, os países do então G8, empresas privadas do G8: grupo que setor agroalimentar, dez países africanos, instituições internareunia os países mais desenvolvidos cionais, organizações não governamentais (ONGs), associae industrializados ções de pequenos agricultores e países parceiros lançaram a do mundo: Estados Nova Aliança para Segurança Alimentar e Nutricional, uma Unidos, Japão, parceria cujo objetivo era tirar 50 milhões de africanos da poAlemanha, Reino Unido, França, breza e erradicar a fome no continente até 2022. Itália, Canadá e Com o acordo, os países do G8 comprometeram-se a Rússia. Com a saída oferecer apoio financeiro e técnico, auxiliando no desenvoldeste último, passou a se chamar G7. vimento da agricultura no continente. Porém, a iniciativa foi bastante criticada por ONGs, que alertaram para o favorecimento das gigantes multinacionais do agronegócio, a diminuição da arrecadação de impostos dos países africanos por causa dos incentivos fiscais oferecidos aos investidores, a ameaça do direito dos pequenos agricultores à terra e, finalmente, a manutenção da situação precária das populações rurais mais pobres. A aliança tem sido apontada como uma forma de países e multinacionais aumentarem o controle sobre a agricultura na África. Além da apropriação de terras, essas empresas definem, entre outras coisas, os produtos a serem cultivados e os recursos utilizados, vendendo sementes, agrotóxicos e implementos agrícolas aos agricultores. Por esses motivos, a França se retirou da Aliança no início de 2018. Converse com os colegas e o professor sobre as questões a seguir.

1. De acordo com o que foi estudado, qual é a importância da agropecuária no

mundo hoje? A agropecuária é responsável pela produção de alimentos para a população e matérias-primas para as indústrias, permitindo, assim, o desenvolvimento social e econômico dos países. 2. Em sua opinião, a fome está relacionada à falta de alimentos ou à incapacidade de produzi-los e distribuí-los? Explique.

MURAL OXFAM BRASIL. Disponível em: <http://livro.pro/6auft5>. Acesso em: 15 nov. 2018. A Oxfam é formada por um conjunto de organizações do mundo todo que tem como objetivo combater a pobreza, as desigualdades e as injustiças. A página traz amplas informações sobre projetos e campanhas em curso.

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TEXTO COMPLEMENTAR Ajuda humanitária: uma nova “partilha da África”

[...] Observando o tipo de mudanças que os governos africanos estão sendo obrigados a fazer, torna-se claro que o esquema da Nova Aliança tem pouco a ver

com segurança alimentar ou nutrição – e tudo a ver com aumentar o poder das agrobusiness globais sobre a terra, a agricultura e os alimentos na África. [...] Agricultura com fins de exportação, ao invés de alimentar a população local,

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é central para o esquema, assim como é o conceito de “corredores de crescimento agrícola”, iniciado pela empresa global agroquímica, Yara. Diversos desses corredores já estão em desenvolvimento e têm a intenção de conectar as terras para plantio com portos costei-

REVISTA FÓRUM. Ajuda humanitária: uma nova “partilha da África”. Disponível em: <https://www.revistaforum.com.br/ ajuda-humanitaria-uma-novapartilha-da-africa/>. Acesso em: 8 nov. 2018.

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INTERAGIR COM MAPAS

ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

NÃO ESCREVA NO LIVRO.

Apropriação de terras e Segurança Alimentar A apropriação das terras agrícolas por empresas multinacionais e países estrangeiros está relacionada a uma série de fatores que impacta diretamente a população rural dos países mais pobres e em desenvolvimento, como o aumento dos preços das terras, deslocamento da população camponesa, aumento da fome em decorrência da diminuição dos cultivos voltados à alimentação e perda da soberania alimentar, ou seja, da manutenção da cultura e dos hábitos alimentícios da população nacional. Observe no mapa os principais atores desse processo.

Mundo: apropriação de terras e Nova Aliança para Segurança Alimentar e Nutricional – 2015 0°

OCEANO POLAR ÁRTICO

Círculo Polar Ártico ALEMANHA REINO UNIDO

CANADÁ

FRANÇA ESTADOS UNIDOS

ITÁLIA

JAPÃO

MARROCOS

PAQUISTÃO

Trópico de Câncer MÉXICO

Equador

HAITI

MAURITÂNIA SENEGAL GUINÉ NIGÉRIA BURKINA FASSO COSTA DO GANA MARFIM CAMARÕES

EGITO

ETIÓPIA

OCEANO PACÍFICO

Círculo Polar Antártico 0

2 667

FILIPINAS

SOMÁLIA BANGLADESH

TANZÂNIA MALAUÍ

Trópico de Capricórnio

OCEANO PACÍFICO

MALÁSIA

0° INDONÉSIA

OCEANO ÍNDICO

MOÇAMBIQUE

OCEANO ATLÂNTICO

Meridiano de Greenwich

OCEANO POLAR ANTÁRTICO

Apropriação de terras País de origem dos investidores estrangeiros País visado pelos investidores estrangeiros País que investe e é alvo de investimentos Nova Aliança para Segurança Alimentar e Nutricional Iniciadores do projeto (G7) Parceiros Principais manifestações contra o aumento do preço dos alimentos em 2008

ALLMAPS

Destacar que, de acordo com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), a segurança alimentar está relacionada ao direito que todo cidadão deve ter ao acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente, sem comprometer o acesso às outras necessidades essenciais, tendo como base práticas alimentares que promovem a saúde. Chamar a atenção dos alunos para o padrão de distribuição entre os países de origem dos investidores estrangeiros em terras agricultáveis e os países cujas terras são alvo desses investidores. Destacar que as consequências desse processo podem ser prejudiciais para as populações dos países subdesenvolvidos. Relacionar o processo de apropriação de terras pelo capital estrangeiro à questão da insegurança alimentar no mundo. Esclarecer que embora não seja a causa original da fome, a prática pode intensificar o problema, especialmente nas regiões que, historicamente, convivem com problemas sociais como fome e miséria. Na atividade 2, espera-se que os alunos respondam que os tons de lilás foram utilizados para diferenciar os países investidores daqueles que também fazem parte da Nova Aliança para Segurança Alimentar e Nutricional e os tons de verde para diferenciar os países visados por investimentos estrangeiros daqueles que também são parceiros da Nova Aliança para Segurança Alimentar e Nutricional. Na atividade 3, espera-se que os alunos respondam que não, pois a variável visual valor associada às cores é utilizada para representar valores ordenados proporcionais. Neste mapa a variação nos tons de lilás e verde é utilizada para indicar os países que, além de

Fonte: STIENNE, A. Main basse sur les terres agricoles. Le Monde Diplomatique. Paris. n. 142, ago. 2015. p. 64-65.

Acima temos um exemplo de mapa temático que utiliza as variáveis cor e forma para representar a dinâmica de apropriação de terras no mundo. Analise as informações e responda às questões em seu caderno. 1. Os tons de lilás representam os países de origem dos investidores em terras. Os tons de verde, os países visados por esses investidores. 1. Que grupo de países os tons de lilás representam? E os tons de verde?

2. Por que foram escolhidas duas tonalidades de lilás e de verde? Auxiliar os alunos na leitura do mapa e interpretação das informações.

3. Com base nessa observação, é correto afirmar que o emprego dos tons de lilás e verde

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está relacionado ao uso da variável visual valor? Justifique sua resposta. Auxiliar os alunos na leitura do mapa e interpretação das informações.

serem investidores ou alvo de investimentos, fazem parte da Nova Aliança para Segurança Alimentar e Nutricional. Na atividade 4, os alunos devem notar que os países que investem em terras e que também são alvos de investimentos estão representados com fundo verde e hachuras lilás. São D2_GEO_F2_2054_V9_U01_G20.indd 32

eles: Brasil, Rússia, Ucrânia, Romênia e Egito. Na atividade 5, item a, os alunos podem responder, por exemplo: Canadá, Estados Unidos, Japão, Itália e França. No item b, podem responder, por exemplo: Senegal, Costa do Marfim, Nigéria, Tanzânia e Moçambique. No item c, es-

pera-se que os alunos observem que os países de origem dos investidores estrangeiros estão concentrados na porção Norte do planeta, enquanto os países cujas terras são visadas para investimentos estão concentrados na porção Sul. O objetivo da atividade 6, item c, é estimular os alunos

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TEXTO COMPLEMENTAR

4. Como estão representados os países que investem em terras e, ao mesmo tempo, são alvo de investimentos? Que países são esses? Auxiliar os alunos na leitura do mapa e interpretação das informações. 5. Consulte o planisfério da página 254 e indique cinco países: Auxiliar os alunos nas atividades. a) que são considerados grandes investidores estrangeiros em terras agricultáveis. b) cujas terras agricultáveis são visadas pelos investidores estrangeiros. c) Analise os grupos de países citados no item anterior e indique um ou mais fatores que ajudam a compreender sua distribuição espacial.

6. No ano de 2008 ocorreu uma grave crise alimentar mundial, causada por crescimento da demanda por alimentos, uso de grãos para a produção de biocombustíveis, alta do preço do petróleo, quebras de safra, baixos níveis de estoque, entre outros fatores. Naquele ano, mais de 100 milhões de pessoas entraram nas estatísticas da fome. Com base no mapa da página 32, indique: a) os países onde ocorreram manifestações contra a alta do preço dos alimentos. b) em quais continentes esses países se localizam. América, África e Ásia. c) a situação desses países em relação ao processo de apropriação de terras por investidores estrangeiros. 6. a) México, Haiti, Auxiliar os alunos nesta atividade. Egito, Marrocos, 7. Compare os dados do gráfico a seguir com os do mapa da página 32. Mauritânia, Senegal, Guiné, Mundo: número de pessoas em situação de Costa do Marfim, insegurança alimentar grave* (em milhões) – 2017 Burkina Fasso, Camarões, Somália, Moçambique, Os dados da Indonésia, Malásia, Ocenia não Mundo constam nesse Bangladesh, gráfico. Portanto, Paquistão e a soma das regiões difere do valor Filipinas. total do mundo.

África

Ásia

América Latina

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América Anglo-Saxônica e Europa

0

100

200

300

400

500

600

700

800

Em milhões

*De acordo com a ONU, uma pessoa encontra-se em situação de insegurança alimentar grave quando fica um dia ou mais sem se alimentar ao longo de um ano.

Fonte: FAO/ONU. The State of Food Security and Nutrition in The World: Building Climate Resilience For Food Security And Nutrition. Roma, 2018. p. 10.

• Em sua opinião, é possível estabelecer relações entre a insegurança alimentar e o processo de apropriação de terras agricultáveis por empresas e países estrangeiros? Explique. Auxiliar os alunos nesta atividade.

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a perceber que a maioria dos países com pessoas em situação de insegurança alimentar grave é alvo de apropriação de terras por empresas e países estrangeiros e alguns deles, como Moçambique, Burkina Fasso, Costa do Marfim e Senegal, por exemplo, fazem parte da Nova Aliança para Segu-

rança Alimentar e Nutricional. Na atividade 7, espera-se que os alunos respondam que as regiões onde há maior número de pessoas vivendo num contexto de insegurança alimentar são aquelas cujas terras estão mais sujeitas ao processo de apropriação pelo capital estrangeiro. Esse dado

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mostra que a entrada desse capital e o uso que é feito das terras não favorece as populações locais, dificultando não só o acesso à terra, mas também aos recursos necessários para que essas populações tenham acesso aos alimentos, criando, assim, um círculo vicioso de fome e pobreza.

A fome volta a crescer no mundo, afirma novo relatório da ONU Em declínio constante por mais de uma década, a fome no mundo voltou a crescer e afetou 815 milhões de pessoas em 2016, o que representa 11% da população mundial. Os dados são da nova edição do relatório anual da ONU sobre a segurança alimentar e nutricional [...]. Além disso, o estudo aponta que múltiplas formas de mal nutrição ameaçam a saúde de milhões de pessoas. Esse aumento – de mais 38 milhões de pessoas do que o ano anterior – se deve, em grande parte, pela proliferação de conflitos violentos e mudanças climáticas, segundo explica o estudo o Estado da Segurança Alimentar e da Nutrição no Mundo 2017. Conforme o estudo, cerca de 155 milhões de crianças menores de cinco anos sofrem com o atraso no crescimento (estatura baixa para a idade), enquanto 52 milhões estão com o peso abaixo do ideal para a estatura. Estima-se, ainda, que 41 milhões de crianças estejam com sobrepeso. A anemia entre as mulheres e a obesidade adulta também são motivos de preocupação. De acordo com o relatório, essas tendências são consequências não só dos conflitos e das mudanças climáticas, mas também das profundas alterações nos hábitos alimentares e das crises econômicas. FAO BRASIL. A fome volta a crescer no mundo, afirma novo relatório da ONU. Disponível em: <http://www.fao.org/brasil/noticias/ detail-events/en/c/1037611/>. Acesso em: 8 nov. 2018.

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ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

Questão energética Observe o gráfico e responda às questões no caderno.

Mundo: matriz energética – 2016 Outros* 1,7% Hidráulica 2,5% Nuclear 4,9%

Biomassa 9,8%

Gás Natural 22,1%

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Carvão mineral 27,1%

Petróleo e derivados 31,9%

* Energia geotermal, solar, eólica, maremotriz.

Fonte: INTERNATIONAL ENERGY AGENCY. Disponível em: <https://webstore.iea.org/ download/direct/2291?fileName=Key_ World_2018.pdf>. Acesso em: 16 set. 2018.

1. Além das fontes de energia indicadas no gráfico, que outras você conhece? Quais são renováveis? Auxiliar os alunos na observação do gráfico e elaboração das respostas.

2. Indique ao menos três atividades do seu dia a dia que estão relacionadas ao consumo

de alguma fonte de energia.Entre as atividades, podem ser citadas: tomar banho, assistir à televisão, ir à escola usando algum meio de transporte, usar celular ou computador etc. 3. Somos uma sociedade altamente dependente das fontes de energia. Você concorda Espera-se que os alunos com essa afirmação? Converse com os colegas e o professor. respondam afirmativamente, reconhecendo a importância cada vez maior das fontes de energia para os seres humanos. Desde a Primeira Revolução Industrial, os recursos energéticos passaram a ocupar papel de destaque na economia, na sociedade e nas questões políticas mundiais. O aumento do consumo de energia foi acompanhado da diversificação da matriz energética, à medida que os progressos tecnológicos avançaram. Da lenha à energia nuclear, atualmente há ampla matriz que envolve fontes renováveis e não renováveis. Mundo: emissão de GEEs A análise do gráfico acima indica que a maior (por fonte de energia) – 2016 parte da matriz energética mundial (mais de 80%) Outros* é composta de fontes não renováveis. A depen0,7% dência desse tipo de energia envolve, além do risco de esgotamento das reservas, a intensifiGás natural cação de problemas ambientais como a emissão 20,4% Carvão de gases do efeito estufa (GEEs) que, de acormineral 44,1% do com grande parte da comunidade científica, Petróleo e contribui para o aquecimento global. Observe o derivados 34,8% gráfico ao lado. *32 316 milhões de toneladas de CO2

Fonte: INTERNATIONAL ENERGY AGENCY. Disponível em: <https://webstore.iea.org/download/direct/2291?fileName=Key_ World_2018.pdf>. Acesso em: 16 set. 2018.

*Inclui resíduos industriais e resíduos urbanos não renováveis.

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Destacar a diferença entre fontes de energias primária e secundária. Comentar que as fontes primárias provêm diretamente da natureza, como do Sol, da água, do vento, dos combustíveis fósseis e do urânio. Já as fontes de energia secundárias resultam da transformação das fontes primárias, como é o caso da eletricidade, da gasolina, do diesel etc. Esclarecer que embora existam veículos que utilizem outras fontes de energia, como o etanol e a eletricidade, os movidos a combustíveis fósseis ainda são maioria. Comentar que a energia elétrica pode ser gerada por meio da água, do vento, do Sol, de combustíveis fósseis e do urânio. Esclarecer que, além do possível esgotamento das fontes de energia não renováveis, seu uso está associado a diversos impactos ambientais, entre eles o aquecimento global. Destacar que a distribuição e a demanda das fontes de energia pelo planeta são desiguais, ressaltando as questões políticas e econômicas envolvidas nessas questões. Ao abordar a matriz energética mundial, destacar, com base na análise do gráfico, o predomínio das fontes não renováveis e os desafios relacionados a essa opção. Além das questões ambientais, existem outros aspectos importantes, como conflitos entre países, entre empresas e povos tradicionais etc. Evidenciar a importância da assinatura do Acordo de Paris e das metas propostas para que a temperatura mundial não aumente mais de 2 ºC até o ano 2100, evitando um processo de mudança climática irreversível. Importante salientar a saída dos Estados Unidos desse acordo, em 2017, e os riscos dessa ação para a efetivação do tratado em 2020. É possível solicitar aos alunos que pesquisem informações sobre projetos colocados em prática pelos maiores

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emissores de gases do efeito estufa (GEEs) no sentido de promover modificações em suas matrizes energéticas. A China, cuja matriz é pautada nos combustíveis fósseis (76,2% do total), lidera os países asiáticos na produção de eletricidade por meio de energia solar. Em 2016, 47%

da capacidade de produção de energia solar instalada no mundo estava na Ásia. Na atividade 1, espera-se que os alunos indiquem fontes como a solar e a eólica. Aproveitar o momento para retomar os conceitos de fontes renováveis e não renováveis. Espera-se que eles citem como

renováveis a fonte hidráulica, solar, eólica e biomassa. Na atividade 4, espera-se que os alunos verifiquem um aumento na potência instalada na China, nos EUA, no Japão e na Índia, com destaque para a China. Na Europa, esse aumento foi irregular, apresentando decréscimo entre 2015 e 2016.

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ATIVIDADE COMPLEMENTAR Pedir aos alunos que organizem as principais fontes de energia em um quadro e indiquem as vantagens e desvantagens de cada uma. Sugerir que a elaboração do quadro seja feita com base em pesquisas em livros ou na internet.

Desafios energéticos atuais Governos e organizações diversas vêm demonstrando preocupação crescente na busca pela ampliação do uso de fontes de energia renováveis para tornar a matriz energética mais sustentável do ponto de vista socioeconômico e ambiental. O Acordo de Paris, assinado em 2015 por 194 países, tem como objetivo principal limitar o aumento da temperatura mundial a 2 ºC e, se possível, 1,5 ºC até 2100. Os cientistas estimam que um aumento de temperatura superior a esses valores provoque mudanças climáticas irreversíveis. Para atingir esse objetivo, os países que ratificaram o Acordo deverão se comprometer a reduzir a emissão de GEEs por meio da diminuição da queima de combustíveis fósseis e da adoção de fontes de energia renováveis. Esses países deverão também implementar mudanças nos processos produtivos e reduzir o desmatamento. China, Estados Unidos (que deixaram o acordo em 2017), Índia, Rússia, Japão e países da União Europeia são os maiores emissores de GEEs. Considerando esse dado, analise o gráfico.

China assume liderança na energia solar

Ratificar: confirmar, tornar autêntico.

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* Gigawatt é uma unidade de potência elétrica. No Brasil, essa quantidade de energia é suficiente para abastecer 500 mil casas e atender às necessidades de 2 milhões de pessoas.

20 15 10 5 0

China 2012

EUA 2013

Japão 2014

Índia

Europa

2015

2016

4. Com base no gráfico acima, que tendência podemos observar em relação ao uso da energia solar no planeta no período representado? Converse com os colegas.

5. Em sua opinião, que fatores explicariam o desempenho da China na utilização de energia solar?

Compare a matriz energética brasileira com a matriz energética mundial. A que conclusão você chega quanto ao consumo de fontes não renováveis e renováveis em nosso país?

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Na atividade 5, espera-se que os alunos indiquem o aumento da demanda por energia, relacionado ao crescimento populacional e econômico e ao desejo de a China ser líder no setor de energias renováveis, já que o país é o maior emissor de GEEs do mundo.

• BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Acordo de Paris. Disponível em: <http://livro. pro/99wfay>. Acesso em: 8 nov. 2018. Texto disponível no site do Ministério do Meio Ambiente sobre os objetivos e medidas firmados no Acordo de Paris.

Brasil: matriz energética – 2017 Carvão mineral e coque 5,7% Outras renováveis 5,9% Lenha e carvão vegetal 8,0%

• DEUTSCHE WELLE. Prin-

Urânio (U308) 1,4% Outras não renováveis (U308) 0,6%

Petróleo e derivados 36,4% Hidráulica 12,0%

INVESTIGAR LUGARES

Auxiliar os alunos nesta atividade.

Fonte: RUETER, G. Produção de energia renovável bateu recorde em 2016. Deutsche Welle. Disponível em: <www.dw.com/pt-br/ produ%C3%A7%C3%A3ode-energia-renov%C3%A1velbateu-recorde-em2016/a-38312825>. Acesso em: 29 out. 2018.

GRÁFICOS: FJF VETORIZAÇÃO

Potência instalada por ano em gigawatt*

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AMPLIANDO HORIZONTES • BRASIL. Empresa de Pesquisa Energética. Balanço Energético Nacional 2017. Disponível em: <http://livro.pro/ xoxgbf>. Acesso em: 8 nov. 2018. O Balanço Energético Nacional traz as principais informações a respeito da oferta e do consumo de energia no país.

Gás natural 13,0%

Derivados da cana 17,0%

cipais pontos do acordo de Paris sobre o clima. Disponível em: <http://livro.pro/ awffwx>. Acesso em: 8 nov. 2018. Reportagem sobre os principais pontos do Acordo de Paris, que tem como objetivo limitar o aumento da temperatura global.

Fonte: EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA. Balanço Energético Nacional 2018. Rio de Janeiro, 2018. p. 26.

35 Na seção Investigar lugares, espera-se que os alunos reconheçam que mais de 80% da matriz energética mundial é formada por fontes de energia não renováveis (petróleo, carvão, gás natural e nuclear), enquanto no Brasil esse percentual é de cerca de 55%. Dessa forma, o Brasil apresenta

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maior equilíbrio entre o uso de fontes não renováveis e renováveis, mostrando-se inserindo no novo cenário da questão energética mundial. Entretanto, destacar que a produção de eletricidade a partir da energia hidrelétrica, por exemplo, vem gerando graves impactos socioambientais no país.

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ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

Mudanças no mundo do trabalho

CANTARELLI/ALINARI ARCHIVES, FLORENCE/ALINARI/GETTY IMAGES

ADOC-PHOTOS/CORBIS/GETTY IMAGES

Observe as fotografias, depois responda às questões em seu caderno.

Linha de montagem de indústria automobilística na década de 1950, na França.

Colheita mecanizada de soja, na África do Sul, 2018.

Linha de montagem robotizada de peças para automóveis na China 2017.

CR QILAI SHEN/BLOOMBERG/GETTY IMAGES

Colheita de café no início do século XX, no Brasil.

WIKUS DE WET/AFP

Pedir aos alunos que observem e comparem as imagens. Desenvolver as atividades propostas coletivamente. Aproveitar o momento para verificar o conhecimento prévio da turma. Na atividade 2, espera-se que os alunos indiquem que o uso de máquinas e robôs está relacionado, entre outras questões, ao aumento da produção e à redução dos custos com a mão de obra, destacando que essa substituição é bastante vantajosa para os empresários. Ao discutir o desemprego relacionado ao avanço tecnológico na produção industrial, evidenciar a importância dos investimentos (de governos, empresas e outras organizações da sociedade civil) na constante atualização e na formação permanente dos trabalhadores. Ressaltar que, nos países desenvolvidos, embora o desemprego estrutural também esteja presente, ele acaba sendo mais equilibrado, já que, de modo geral, a mão de obra é mais qualificada e consegue se reinserir no mercado de trabalho. Já nos países subdesenvolvidos, a pouca qualificação da mão de obra faz com que muitos trabalhadores percam seus cargos e tenham dificuldades em se recolocar no mercado de trabalho. Fazer um contraponto e comentar a importância do uso de máquinas e robôs no desenvolvimento de algumas atividades, como a possibilidade de trabalharem em ambientes inóspitos para seres humanos, como em grandes profundidades ou temperaturas extremas; realizarem atividades repetitivas de forma rápida; e trabalharem por tempo ilimitado. Apontar algumas das possibilidades de trabalho oferecidas atualmente, como o home office. Muitas empresas já vêm adotando o sistema, que parece ter impactos positivos não só para os trabalhadores mas também para os

1. Que diferenças você nota entre o trabalho retratado nas imagens mais antigas e nas

mais recentes? Espera-se que os alunos reconheçam a diminuição do número de trabalhadores e o aumento do uso de máquinas e robôs em ambas as atividades. 2. Quais são as vantagens da substituição da mão de obra por máquinas e robôs? Essa substituição é vantajosa para quem? Resposta pessoal.

3. Em sua opinião, qual seria a principal desvantagem do processo citado na questão an-

terior no que se refere ao trabalho? Resposta pessoal. Espera-se que o aluno reconheça que a principal desvantagem seria o aumento do desemprego. O uso de máquinas, robôs e outros recursos tecnológicos nos diferentes setores da economia foi responsável por importantes transformações no mundo trabalho, tanto no campo como nas cidades. A incorporação das novas tecnologias permitiu a progressiva ampliação da produção de mercadorias e, ao mesmo tempo, a redução do número de trabalhadores envolvidos nas tarefas produtivas. Se, por um lado, ocorreu a diminuição dos postos de trabalho e até mesmo a extinção de algumas profissões, por outro, surgiram novas profissões e as relações de trabalho se alteraram.

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empresários e para o ambiente. Evitando deslocamentos desnecessários, o trabalhador pode realizar suas tarefas em menos tempo, ficando mais disponível para realizar outras atividades de lazer e descanso. Sobre essas questões, ler o texto disponível na seção Texto complementar.

ATIVIDADE COMPLEMENTAR Propor uma atividade interdisciplinar com História, na qual os alunos possam investigar as profissões que deixaram de existir ou que tiveram suas vagas reduzidas em razão dos avanços tecnológicos. É importante que os

alunos relacionem essas profissões ao contexto histórico e aos lugares onde elas ocorriam (ou ocorrem).

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veira, que é associado da mesma companhia. Para eles, o país terá grandes desafios para se adequar a este novo momento da história da indústria, conhecido também como quarta revolução industrial. Um dos principais, diz Hagemann, está na capacitação da mão de obra. Na opinião dos especialistas, falta no país um maior desenvolvimento de habilidades analíticas para lidar com grandes volumes de dados e de robótica, por exemplo. “Faltam mais escolas técnicas para preparar essas pessoas para a indústria 4.0. As empresas provavelmente vão resolver isso como fazem hoje, com soluções internas de capacitação”, diz Oliveira. A questão também é urgente para os trabalhadores. Em seus estudos, a consultoria prevê que, no Brasil, 15,7 milhões de empregos podem ser automatizados até 2030. “Vamos perder muitos trabalhos básicos que robôs poderão fazer mais rápido, barato e com melhor qualidade. É preciso repensar onde criar empregos para o país prevenir um desemprego muito maior no futuro”, afirma Hagemann. Segundo ele, a principal preocupação de governos em relação ao avanço tecnológico deveria ser identificar quais serão os trabalhos do futuro e adequar o sistema educacional para formar profissionais novos e requalificar quem já está no mercado.

Desemprego no campo e na cidade

SIMON MAYER/SHUTTERSTOCK.COM

A incorporação de novas tecnologias nos diversos setores da economia constitui um dos principais fatores responsáveis pelo aumento do desemprego estrutural, que corresponde ao do fechamento definitivo de vagas de emprego por causa de inovações tecnológicas nas atividades produtivas. Como vimos anteriormente, um dos efeitos desse processo foi o aumento do êxodo rural. Esse fenômeno está relacionado à urbanização acelerada e aos problemas infraestruturais e sociais em muitas cidades, como as más condições de moradias, a violência e o próprio desemprego. A ocorrência dessa desestabilização tem sido constante nos países do Norte, porém tende a ser mais intensa nos países do Sul, os quais estão em vias de modernização das atividades agrárias. Tecnologias de informação, microeletrônica e robótica estão sendo cada vez mais incorporadas pelas empresas. Indústrias substituem operários por robôs, bancos substituem funcionários por caixas eletrônicos e pela disponibilização de serviços na internet, entre outras mudanças. Nos países do Norte, o desemprego nas indústrias também ocorre por causa da transferência de fábricas, ou de parte da produção gerada por elas, para outros países. No entanto, a inovação tecnológica também cria novos postos de trabalho nas áreas de Subemprego: atividades informática, telecomunicações, robótica e automação, gerando novas não regulamentadas, oportunidades de emprego e exigindo profissionais mais qualificados. com condições precárias No entanto, nos países do Sul, muitas pessoas não conseguem atende trabalho, baixíssimos der às novas exigências do mercado, em razão da falta de qualificasalários e sem garantia empregatícia. ção, e acabam sobrevivendo de subemprego.

De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), em 2018 cerca de 23,6% dos trabalhadores brasileiros estavam subempregados, trabalhando sem carteira assinada ou por conta própria. Na fotografia, ambulante trabalha em praia na cidade do Rio de Janeiro (RJ), 2018.

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TEXTO COMPLEMENTAR Competitividade da indústria é ameaçada pelo atraso em inovar Enquanto os países desenvolvidos avançam na adoção de tecnologias como internet das coisas, computação em nuvem, inteligência artificial, aná-

lise de grandes volumes de dados e impressão 3-D em suas fábricas, o Brasil vive uma longa crise econômica que dificulta investimentos em inovação. Persistir com esse atraso na adoção de tecnologias como essas, que formam a chamada indústria 4.0,

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implicará uma maior defasagem na competitividade internacional das empresas brasileiras. A opinião é do consultor alemão Björn Hagemann, sócio da área de indústrias avançadas da consultoria americana McKinsey, e Rafael Oli-

OLIVEIRA, F. Competitividade da indústria é ameaçada pelo atraso em inovar. Folha de S.Paulo. Disponível em: <https://www1. folha.uol.com.br/mercado/2018/09/ competitividade-da-industria-eameacada-pelo-atraso-em-inovar. shtml>. Acesso em: 8 nov. 2018.

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ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS Esta seção trabalha as seguintes competências da BNCC: • Gerais: 2 e 6. • Área: 2 e 3. • Específicas: 2 e 5. O objetivo da seção é que os alunos reconheçam e reflitam sobre os impactos da Indústria 4.0 no mundo do trabalho, tanto na indústria quanto nos outros setores da economia. Orientá-los a ler o trecho da notícia e incentivá-los a expor o que entenderam ou o que mais chamou sua atenção no texto. É possível empregar diversas estratégias para realizar a leitura e a análise do texto. É importante aproveitar o momento e fazer uma breve retomada do que foi trabalhado ao longo da Unidade, destacando que a Indústria 4.0 representa mais uma fase do desenvolvimento tecnológico. Esclarecer que, assim como nas fases anteriores, representadas pela Primeira, Segunda e Terceira Revolução Industrial, a Indústria 4.0, ou Quarta Revolução Industrial, também deve gerar importantes transformações nas relações de trabalho. Destacar que as ocupações elencadas no quadro Cinco profissões do futuro não estão relacionadas estritamente às indústrias. Depois da leitura do texto e da observação do quadro das profissões, orientar os alunos a realizar as atividades. Na atividade 1, espera-se que os alunos concluam que muitos trabalhadores não apresentam qualificação para atender às novas exigências do mercado de trabalho. Dessa forma, apesar de haver mão de obra disponível, ela não é qualificada para preencher os postos vagos. Na atividade 2, os alunos devem localizar as habilidades no texto, destacando ao menos duas delas, como: aprender a trabalhar lado a

PENSAR E AGIR Indústria 4.0 e o futuro do trabalho

NÃO ESCREVA NO LIVRO.

Leia o trecho da notícia a seguir.

Como será o profissional da indústria 4.0? [...] Uma pesquisa [...] estimou a escassez de mais de 200 milhões de trabalhadores qualificados no mundo, nos próximos 20 anos. Um dos motivos que contribuem para esse cenário é a necessidade de cada vez mais mão de obra qualificada. [...] Apesar de o Brasil ainda caminhar a passos lentos rumo à indústria 4.0, o tema já desperta muito interesse por aqui. “A manufatura avançada representa um renascimento da indústria. Os jovens em formação gostam de novidades, e as fábricas voltarão a ter um ambiente desafiador. O que vejo nos alunos é um interesse crescente em entender essa convergência entre informação, TI, eletrônica e hardware”, diz o professor Zancul. Quem quer conquistar espaço nas fábricas do futuro deverá desenvolver novas habilidades. Será preciso, por exemplo, aprender a trabalhar lado a lado com robôs colaborativos para aumentar a produtividade. Isso gera espaço para exercer funções mais complexas e criativas. O profissional não será responsável apenas por exercer uma parte específica da linha de montagem, mas por todo o processo produtivo. É preciso estar aberto a mudanças, ter flexibilidade para se adaptar às novas funções e se habituar a uma aprendizagem multidisciplinar contínua. [...] Ter uma visão multidisciplinar não significa que o conhecimento técnico perdeu importância no currículo. Uma formação acadêmica em engenharia da computação ou mecatrônica é importante, mas não é o suficiente. “As competências aprendidas em uma graduação valem por cada vez menos tempo. Técnica você aprende, mas atitude é algo intrínseco”,[...] Tem que gostar de tecnologia, de inovação e, principalmente, ter curiosidade para aprender e acompanhar uma indústria que sempre se reinventa”. [...] ESTÚDIO ABC. Como será o profissional da indústria 4.0? Revista Exame. Disponível em: <https://exame.abril.com.br/tecnologia/como-sera-o-profissional-da-industria-4-0/>. Acesso em: 29 out. 2018.

A Indústria 4.0 irá provocar grandes mudanças no mundo do trabalho e elas não ficarão restritas apenas às indústrias. A previsão é que nos próximos anos surjam até 30 novas ocupações nos diferentes setores da economia. Conheça a seguir um pouco mais sobre algumas delas.

38 lado com robôs; estar aberto a mudanças; ter flexibilidade para se adaptar às novas funções; habituar-se a uma aprendizagem multidisciplinar contínua; gostar de tecnologia; ter curiosidade para aprender; entre outras. D2_GEO_F2_2054_V9_U01_G20.indd 38

É importante esclarecer que, nesse caso, as habilidades indicadas estão relacionadas ao trabalho na Indústria 4.0. Embora algumas sejam importantes também para outras funções, elas não são os únicos requisitos esperados

de um profissional. Aproveitar a oportunidade para permitir que os alunos expressem suas opiniões acerca de um futuro projeto profissional, suas preferências etc. Na atividade 4, espera-se que os alunos indiquem que o

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AMPLIANDO HORIZONTES Os textos indicados a seguir trazem mais informações sobre as mudanças no mundo do trabalho com o advento da Indústria 4.0. • SENAI. Senai aponta 30 novas profissões que vão surgir com a Indústria 4.0. Disponível em: <http://livro. pro/oyg984>. Acesso em: 8 nov. 2018. Artigo do Senai sobre a transformação do mercado de trabalho em razão dos avanços tecnológicos e sobre as novas profissões que surgirão.

Cinco profissões do futuro Engenheiro de softwares

Cria e faz a manutenção de programas de computador de empresas, para tornar os processos mais ágeis e eficientes.

Mecânico de veículos híbridos

Faz manutenção de veículos híbridos e elétricos.

Designer de tecidos avançados

Desenvolve tecidos inteligentes, que podem, por exemplo, regular a temperatura, monitorar a saúde e mudar de cor.

Técnico em impressão 3-D

Controla impressora capaz de criar, por exemplo, objetos e alimentos.

Especialista em Big Data

Analisa grande quantidade de dados, orientando tomadas de decisões estratégicas em empresas. VCG/GETTY IMAGES

Elaborado pelos autores.

• GALILEU. As habilidades

essenciais aos profissionais da era digital. Disponível em: <http://livro.pro/35yueg>. Acesso em: 8 nov. 2018. Artigo sobre as habilidades que serão cada vez mais requisitadas pelo mercado de trabalho em transformação.

Impressora de alimento 3-D para produzir panquecas em Beijing, na China, 2016.

• AFP. Robôs farão mais tarefas que os humanos em 2015, aponta estudo. Folha de S.Paulo. Disponível em: <http://livro.pro/pfxcx5>. Acesso em: 8 nov. 2018. Reportagem sobre estudo realizado pelo Fórum Econômico Mundial sobre a crescente automação do mercado de trabalho.

Em grupo, façam as atividades a seguir.

1. Se, por um lado, o desemprego tem aumentado, por outro, há vagas sobrando em determinadas áreas. Analise essa situação com os colegas e indique ao menos uma hipótese que a explique. Auxiliar os alunos na formulação das hipóteses.

2. Elenque pelo menos duas habilidades necessárias ao profissional das indústrias do futuro. Você considera ter alguma delas? Quais? Auxiliar os alunos nesta atividade.

3. Das cinco novas profissões presentes na tabela, qual você achou mais interessante? Os

colegas de grupo compartilham de sua opinião? O objetivo é que os alunos conversem entre si sobre as novas profissões, trocando impressões e conhecimentos que já têm sobre o tema. 4. De acordo com o texto, como é a situação do Brasil no cenário da Indústria 4.0? Auxiliar os alunos na formulação das respostas. 5. Pesquise sobre outras profissões que estão surgindo no século XXI e que ganharão espaço nos próximos anos. Depois, compartilhe suas descobertas com os outros grupos, indicando quais estão mais relacionadas à realidade brasileira. Orientar os alunos nesta atividade de pesquisa.

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Brasil ainda caminha a passos lentos rumo à Indústria 4.0, porém ela representa um renascimento da indústria. Para os jovens, as fábricas se tornarão ambientes interessantes e desafiadores. Na atividade 5, os alunos podem pesquisar outras pro-

fissões que estão surgindo no mercado de trabalho. Promover um momento para os grupos trocarem suas descobertas. Se possível, levar até a escola algum profissional que trabalhe em uma nova área para conversar com a turma.

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ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS Organizar os alunos em duplas para a realizar as atividades propostas na seção. Na atividade 1, as Grandes Navegações possibilitaram a incorporação de novas terras (América) e novos mercados (África e Ásia), interferindo na integração do espaço geográfico mundial e possibilitando a expansão do capitalismo e o início da globalização. Na atividade 2, diferenciar os conceitos de globalização e mundialização, reconhecendo que estão interrelacionados. Espera-se que os alunos expliquem que a globalização está relacionada à maior integração do espaço geográfico mundial, envolvendo questões políticas, econômicas e culturais. Já a mundialização está associada às questões econômicas e em como o mercado e o capital se desenvolvem nesse processo. Na atividade 3, comentar que os avanços tecnológicos, principalmente nos meios de transportes, comunicação e informática, estimularam o aumento dos fluxos de informações, pessoas, mercadorias, serviços e capitais e a integração mundial. Na atividade 4, o quadro deve ser preenchido da seguinte forma: • Primeira R.I.: Segunda metade do século XVIII/Capitalismo industrial/Carvão mineral/ Colônias e/ou países subdesenvolvidos fornecem matérias-primas e produtos primários; Metrópoles e/ou países desenvolvidos transformam matéria-prima em produtos industrializados/Máquina a vapor, tear mecânico e locomotiva. • Segunda R.I.: Segunda metade do século XIX/Capitalismo financeiro/Petróleo, minério de ferro, aço/Países subdesenvolvidos fornecem produtos industrializados e matérias-primas; Países desenvolvidos fornecem produtos industrializados, alta tecnologia e

INTERAÇÃO

Todas as respostas das atividades desta seção estão no MP em U, com orientações e encaminhamentos.

NÃO ESCREVA NO LIVRO.

1. Por que, para alguns pesquisadores, as Grandes Navegações são consideradas um marco da expansão do capitalismo e do início do processo de globalização?

2. Qual é a diferença entre os conceitos de globalização e mundialização? 3. Explique o papel dos avanços tecnológicos no processo de globalização. 4. As inovações tecnológicas aceleraram o processo de expansão capitalista, provocando profundas transformações no espaço geográfico. O conjunto dessas inovações ficou conhecido como Revolução Industrial. • No caderno, copie e complete o quadro sobre as revoluções industriais (RIs).

Primeira RI

Segunda RI

Terceira RI

Ocorre a partir de que fato histórico? Faz parte de que etapa do capitalismo? Qual é a principal fonte de energia empregada? Como se caracteriza a DIT? Quais foram as principais inovações?

5. Nos últimos anos, uma série de novas tecnologias tem começado a fazer parte da vida, do trabalho e das relações entre as pessoas. Para alguns teóricos, essas transformações já significam o início de uma nova revolução industrial. Cite algumas mudanças esperadas nos processos produtivos para a chamada “Quarta Revolução Industrial”.

6. Analise a tabela e responda às questões. Terras adquiridas por empresas ou governos (por continente) – 2018 Continentes

Terras (hectares)

África

20 854 848

Ásia

6 274 777

América

6 091 855

Europa

5 432 198

Oceania

2 331 473

Total

40 985 151

a) Explique como funciona o processo de apropriação de terras produtivas ao redor do mundo por empresas e governos. b) Por que há uma “corrida” para a aquisição de terras? c) Qual é o continente mais visado pelos investidores estrangeiros? Por quê?

Fonte: LAND MATRIX. Agricultural drivers. Disponível em: <https://landmatrix.org/en/get-the-idea/agricultural-drivers/>. Acesso em: 29 out. 2018.

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investimentos/Linha de montagem, multinacionais. • Terceira R.I.: Últimas décadas do século XX/Capitalismo informacional/Países subdesenvolvidos fornecem produtos industrializados e matérias-primas; Países desenvolvidos fornecem produtos industrializados, alta tecnologia e investi-

mentos/Integração entre ciência, tecnologia e indústria associados ao desenvolvimento da informática, das telecomunicações e da biotecnologia. Na atividade 5, as principais características da Indústria 4.0 são: mudanças no processo produtivo, mais participação de robôs, inteligência

artificial e conexão de um número cada vez maior de equipamentos e objetos à internet. Todas as etapas da produção e distribuição são controladas digitalmente, englobando tecnologias de automação e troca de dados. Na atividade 6, item a, a apropriação de terras nesse

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relação às fontes não renováveis e aumentar o consumo de fontes renováveis e mais limpas, evitando o aumento da temperatura média global. Na atividade 8, item a: país de origem: Japão; ramo: automotivo; faturamento: 265,2 bilhões de dólares; ranking: 6o. No item b, espera-se que os alunos respondam que a concentração é maior nos países do Norte, pois nesse bloco o mercado consumidor apresenta maior poder de compra. No item c, devem apontar que as multinacionais se utilizam de suas filiais espalhadas pelo mundo, ou de parcerias com outras indústrias, em busca de menores custos e maiores lucros e que produzem peças, componentes e partes de um mesmo objeto em diferentes lugares do planeta. No caso da Toyota, em alguns lugares do mundo há somente produção de peças enquanto em outros ocorre a montagem dos automóveis. No item d, o Japão exporta para o mundo todo, isso foi representado por setas no mapa. No item e, os fluxos de pessoas, capitais, informações e serviços. Esses fluxos não ocorrem de maneira homogênea pelo mundo. A globalização é um fenômeno que não atingiu a todos os povos e lugares, favorecendo, muitas vezes, países, empresas e pessoas com maior poder aquisitivo.

7. Atualmente, a maioria das atividades humanas envolve o uso de alguma fonte de energia. Destaque as principais fontes de energia que compõem a matriz energética mundial e o principal desafio relacionado a essa questão.

8. Observe o mapa a seguir e faça as atividades. Mundo: locais de produção e exportação da Toyota – 2017 120º L

OCEANO GLACIAL ÁRTICO

Círculo Polar Ártico

REINO UNIDO

FRANÇA

CANADÁ

RÚSSIA

REP. TCHECA TURQUIA

PORTUGAL

PAQUISTÃO ÍNDIA

Trópico de Câncer

ESTADOS UNIDOS

JAPÃO

CHINA VIETNÃ TAILÂNDIA

TAIWAN MÉXICO

OCEANO PACÍFICO

FILIPINAS

MALÁSIA

Equador

OCEANO ATLÂNTICO Trópico de Capricórnio

OCEANO ÍNDICO

OCEANO ATLÂNTICO

VENEZUELA 0º

BRASIL

INDONÉSIA AUSTRÁLIA

ARGENTINA

ÁFRICA DO SUL

Produção Locais de montagem de automóveis (em milhares de veículos montados)

2 544

1 264 533

3 111

ALLMAPS

0

Outros lugares de produção de peças

Exportações do Japão

Centros de pesquisa e tecnologia

Sede (cidade da Toyota)

145

Fonte: TOYOTA. Operações mundiais. Disponível em: <https://newsroom.toyota.co.jp/en/ corporate/companyinformation/worldwide/>. Acesso em: 29 out. 2018.

a) Observe o mapa da página 23 e anote informações sobre a Toyota: país de origem, ramo, faturamento aproximado e lugar ocupado no ranking das multinacionais no ano de 2018. b) Um dos fatores que influenciam a instalação de uma montadora de veículos em determinado lugar é a existência de mercado consumidor para seus produtos. A maior parte dos veículos montados pela Toyota concentra-se em países do Norte ou do Sul? Em sua opinião, por que isso acontece? c) Explique o processo de internacionalização e fragmentação da produção, citando exemplos representados no mapa acima. d) Para quais regiões do mundo o Japão exporta veículos? Como essa informação foi representada no mapa acima? e) Além do fluxo de mercadorias (no caso, veículos), que outros fluxos se intensificaram com a globalização? Esses fluxos ocorrem de forma homogênea no mundo? Explique.

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contexto envolve a aquisição, em larga escala, de terras agricultáveis de países subdesenvolvidos por países que não contam com recursos agropecuários suficientes para atender às suas demandas alimentares e de outros recursos. As terras adquiridas são usadas, geralmente, para o cultivo de

alimentos e produtos voltados à exportação. No item b, espera-se que os alunos percebam que as empresas transnacionais reconhecem a agropecuária como atividade economicamente lucrativa e estratégica. No item c, destacar que os continentes mais visados por investidores estran-

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geiros são África, América e Ásia, pois têm maior superfície de terras próprias para cultivo. Na atividade 7, petróleo, carvão mineral e gás natural correspondem a cerca de 80% de toda a energia usada no mundo. O principal desafio em relação à questão energética é reduzir a dependência em

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2

COMPETÊNCIAS

ÁREA ...................................p. X • 1, 2, 4, 6 e 7. ESPECÍFICAS ...................p. XI • 1, 3 a 7.

• • • • • •

p. XVI

EF09GE02 EF09GE03 EF09GE05 EF09GE13 EF09GE14 EF09GE15

EXPECTATIVAS DE APRENDIZAGEM • Reconhecer o avanço das técnicas nos meios de comunicação e de transportes e a aproximação de lugares e pessoas. • Reconhecer a importância do acesso à informação e aos modernos meios de comunicação para a mobilização social e a melhoria de condições de vida. • Analisar a participação do processo de globalização no fenômeno da homogeneização cultural. • Conhecer formas de resistência à homogeneização cultural, conhecendo a experiência de minorias étnicas ao redor do mundo. • Analisar a existência de aspectos contraditórios da globalização, reconhecendo-a como um processo que não atingiu todos os países e pessoas da mesma forma e com a mesma intensidade. • Observar disparidades regionais e entre países, analisando indicadores socioeconômicos diversos que demonstram um padrão de distribuição espacial o qual opõe países do Norte aos do Sul. • Conhecer o papel de organizações internacionais (governamentais e não governamentais) na produção do espaço geográfico mundial.

GLOBALIZAÇÃO: UM MUNDO SEM FRONTEIRAS?

A globalização, definida como um processo de integração econômica, social, política e cultural, deveria promover o bem-estar de toda a população mundial. Porém, as relações entre os países e os supostos benefícios trazidos por esse processo ocorrem de forma desigual, aprofundando as desigualdades. Nesta Unidade, estudaremos as principais contradições relacionadas ao processo de globalização e como a sociedade se organiza para enfrentar os desafios atuais.

REINHARD KAUFHOLD/DPA-ZENTRALBILD/DPA/AFP

HABILIDADES

UNIDADE

GERAIS ..............................p. IX

• 1, 2, 3, 9 e 10.

1

Rua Nanking em área comercial do centro de Xangai, China, 2017.

42 D2_GEO_F2_2054_V9_U02_G20-AVU.indd 42 • Reconhecer a importância

da mobilização de organizações da sociedade civil mundial na proposição de um mundo mais justo e com melhores condições de vida para todos. • Realizar leitura de imagens, como mapas e fotografias, pa-

ra obtenção de informações variadas e como parte de procedimentos de leitura da paisagem. • Realizar procedimentos de pesquisa para obtenção de informações e desenvolver autonomia nos estudos e nas atitudes necessárias ao trabalho em grupo.

ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

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Solicitar aos alunos que leiam o título da Unidade e respondam por que o estudo é introduzido com uma pergunta. Na sequência, retomar aspectos da globalização estudados na Unidade 1 e propor uma roda de conversa na qual responderão

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Converse com os colegas e o professor sobre as questões. Aproveitar a discussão inicial para verificar os conhecimentos prévios dos alunos. 1. Compare as fotografias e destaque os aspectos que mais chamaram sua atenção em cada uma delas. Resposta pessoal.

2. Em sua opinião, as desigualdades observadas nas fotografias ocorrem apenas em países em desenvolvimento e emergentes? Justifique sua resposta com exemplos extraídos de fotografias, notícias e experiências que você ou pessoas conhecidas viveram. Resposta pessoal.

3. No livro Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal, o geógrafo Milton Santos fala em uma “globalização perversa”. Por meio das fotografias e com base em seus conhecimentos, explique por que ele qualifica a globalização dessa maneira. Resposta pessoal.

AMPLIANDO HORIZONTES • SANTOS, M. Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal. São Paulo: Record, 2000. p. 9-10. No livro, o autor denuncia a globalização como uma perversidade, por conta da exclusão de grande parcela da população mundial do processo de integração do planeta, ao passo que propõe outra globalização, uma que de fato se importe com os excluídos.

IURII BURIAK /SHUTTERSTOCK.COM

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suas respostas, garantindo um momento de troca dos dados pesquisados. Espera-se que os alunos indiquem que as desigualdades socioespaciais ocorrem em todas as partes do globo. A atividade 3 parte do pensamento do geógrafo Milton Santos sobre a globalização, qualificada como “globalização perversa”, pois exclui grande parte da população mundial da comunicação global, do “encolhimento do espaço-tempo”, da abolição das fronteiras, entre outros aspectos. O objetivo da questão é sensibilizar o aluno para o tema que será aprofundado ao longo do estudo da Unidade.

Rua na Cidade Velha de Xangai, China, 2016.

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à pergunta proposta: “Em que medida a globalização contribui para a criação de um mundo sem fronteiras?”. Incentivá-los a se expressar livremente a fim de verificar suas hipóteses e opiniões acerca das contradições desse processo. Após a leitura coletiva do texto de apresentação, explo-

rar a análise das fotografias, permitindo aos alunos identificar características das paisagens representadas. Para isso, encaminhar as atividades. Na atividade 1, espera-se que eles indiquem os contrastes na organização dos espaços. A primeira foto mostra um bairro comercial, moder-

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no, com grande circulação de pessoas. Na segunda, um bairro residencial, com carência de infraestrutura. Na atividade 2, solicitar, em um primeiro momento, que os alunos apresentem suas hipóteses. Depois, pedir que realizem a pesquisa de imagens ou notícias que corroborem

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ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

Comunicações, transportes e fluxos

DE AGOSTINI /GETTY IMAGES

KARASEV VICTOR/SHUTTERSTOCK.COM

DE AGOSTINI/GETTY IMAGES

IMYANIS/SHUTTERSTOCK.COM

ACADEMIA DAS CIENCIAS DE LISBOA, LISBON, PORTUGAL/DE AGOSTINI PICTURE LIBRARY/BRIDGEMAN/ FOTOARENA

Observe as imagens.

EVERETT COLLECTION/AGB PHOTO LIBRARY

Solicitar aos alunos que observem as imagens e destacar que os meios de transporte e comunicação evoluíram muito ao longo da história. Na atividade 1, comentar com os alunos que as caravelas datam do período das Grandes Navegações (séculos XV e XVI), assim como a prensa de Gutenberg (século XV). As locomotivas a vapor e o telégrafo surgiram nas primeiras décadas do século XIX e os aviões e os smartphones no início do século XX e início do século XXI, respectivamente. Se necessário, retomar aspectos sobre as revoluções industriais e as fases de desenvolvimento do capitalismo estudados na Unidade 1 deste volume. Na atividade 2, espera-se, que eles associem a evolução dos meios de transporte e comunicação ao surgimento de novas tecnologias e à necessidade cada vez maior da realização de trocas de mercadorias e informações, que foram se aprofundando nas diversas etapas da consolidação do capitalismo como sistema econômico predominante no cenário mundial. Na página 45, solicitar que analisem a ilustração Encolhimento do mundo – que expressa claramente o encolhimento do espaço-tempo – e também os gráficos sobre a distribuição de alguns modais de transporte entre as grandes regiões mundiais, verificando padrões de densidade dessas redes ao redor do mundo. A atividade 3 resgata temas estudados no volume do 8o ano. No item a, espera-se que os alunos indiquem que a Europa possui redes de transporte densas e consolidadas em virtude do longo processo de ocupação do território e de rotas comerciais estabelecidas há milênios. Além disso, Europa e América do Norte (com des-

Responda no caderno. Auxiliar os alunos na elaboração das respostas.

1. Você saberia dizer em que período surgiu cada um dos meios de transporte e de comunicação representados nas imagens?

2. Cite alguns fatores relacionados à evolução dos meios de transporte e de comunicação. Desde o aperfeiçoamento das caravelas, houve muitas invenções que promoveram avanços nos transportes e nas comunicações, contribuindo para a integração do espaço geográfico mundial. A maior parte dessas invenções, como a locomotiva, o telégrafo e o automóvel, surgiu entre a Primeira Revolução Industrial e as primeiras décadas do século XX. Atualmente, os meios de comunicação e de transporte continuam sendo aprimorados para garantir o crescente fluxo de mercadorias, pessoas e informações.

Transportes As caravelas foram a grande inovação tecnológica e o principal meio de transporte utilizado durante o capitalismo comercial no período das Grandes Navegações. Comparadas aos meios de transporte atuais, elas eram barcos precários e lentos; viajavam a uma velocidade média de 16 quilômetros por hora (km/h) e eram pouco seguras. A evolução dos meios de transporte proporcionou aumento da velocidade dos deslocamentos. No período das Grandes Navegações eram necessários alguns meses para realizar o trajeto entre Europa e América do Sul. Atualmente, bastam apenas algumas horas para realizar esse mesmo trajeto, de avião.

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taque para os Estados Unidos) lideraram a Primeira Revolução Industrial, tendo sido as primeiras regiões do planeta a desenvolver a locomotiva e, com ela, as redes ferroviárias. No item b, espera-se que apontem que outras regiões do mundo,

como África, América do Sul e porções da Ásia, tiveram industrialização tardia, a rede de transportes foi se constituindo lentamente e de forma irregular, integrando principalmente as regiões litorâneas (portos) às principais áreas industriais,

agrícolas e extrativas. No item c, espera-se que indiquem que as redes de transporte permitem os fluxos de mercadorias e pessoas, favorecendo uma integração mais eficiente entre os países e dentro de regiões de um mesmo país.

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de mercadorias disponível na página 47. Solicitar aos alunos que, sobre um planisfério mudo, indiquem esses portos, verificando assim sua distribuição espacial. Também é possível trabalhar com informações da rede portuária brasileira e saber como ela nos conecta ao comércio internacional. O site da Antaq, indicado na seção Ampliando horizontes, pode oferecer informações para a realização desta análise.

Encolhimento do mundo*

Observe a ilustração ao lado, que mostra o ganho de tempo nos deslocamentos graças às inovações tecnológicas aplicadas aos meios de transportes. A evolução do sistema de transportes mundial tem acompanhado as mudanças na sociedade e na economia. Atualmente, os diferentes modais (tipos, categorias) de transporte integram uma rede global que cobre quase toda a superfície terrestre, ainda que de forma irregular. Analise os gráficos abaixo.

1500-1840

Velocidade das carruagens e dos barcos a vela: 16 km/h

1850-1930

Velocidade das locomotivas a vapor: 100 km/h; barcos a vapor: 57 km/h

Anos 1950

Jatos de passageiro: 480-640 km/h

Fonte: HARVEY, D. A condição pós-moderna. São Paulo: Loyola, 1992. p. 220-221. * Os mapas não entraram com as convenções cartográficas, pois se trata de uma ilustração.

ALLMAPS 432

112

15

Posição

Oceania

América do Sul

América do Norte

África

Ásia

Europa

2 4 4

Principais portos mundiais em transporte de cargas – 2017

Mundo: densidade da rede rodoviária (km de estradas a cada mil km2) – 2017

Oceania

América do Sul

América do Norte

África

Ásia

Europa

Mundo: densidade da rede ferroviária (km de ferrovias a cada mil km2) – 2017

Anos 1960

Jatos de passageiros: 800-1 110 km/h

140

80

c) Em sua opinião, em que medida uma rede de transportes densa e em bom estado de conservação favorece a participação mais efetiva de um país no fluxo global de mercadorias?

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AMPLIANDO HORIZONTES • BRASIL. Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq). Principais portos. Disponível em: <http://livro.pro/v9yqdc>. Acesso em: 11 nov. 2018. O site traz informações detalhadas sobre os principais portos brasileiros.

6

Oceania

América do Sul

América do Norte

África

2

3

GRÁFICOS: FJF VETORIZAÇÃO

b) E como é a situação do restante do mundo?

Ásia

a) Por que a Europa e a América do Norte têm posições de destaque no que se refere à rede de transportes mundial?

Europa

Mundo: tráfego aéreo (percentual do total mundial de passageiros transportados) – 2017

3. Responda em seu caderno.

Resposta pessoal.

Xangai (China)

40 233

2

Cingapura (Cingapura)

33 666

3

Shenzen (China)

25 208

4

Ningbo-Zhoushan (China)

24 607

5

Hong Kong (China)

20 770

6

Busan (Coreia do Sul)

20 493

7

Guangzhou (China)

20 370

8

Qingdao (China)

18 262

9

Dubai (Emirados Árabes)

15 368

10

Tianjin (China)

15 040

42

Santos (Brasil)

3 853

335

9

36 29

24

*TEU: Unidade Equivalente a Vinte Pés. Unidade de medida de capacidade de carga usada para descrever um contêiner. Estima-se que a capacidade máxima de um contêiner (1 TEU) é de aproximadamente 21,6 toneladas, descontando seu próprio peso.

Fonte dos gráficos: Atlante geografico metodico De Agostini. Novara: Istituto Geografico De Agostini 2018. p. E70; E71.

45 ATIVIDADE COMPLEMENTAR Para abordar o papel dos portos e do transporte marítimo nos fluxos mundiais de mercadorias no contexto do mundo global, é indicado a seguir um quadro com os 11 principais portos mundiais em

Tráfico de contêineres (em TEU*)

1

357

16

Porto

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transporte de cargas. Cabe destacar que, entre os 100 maiores portos da lista, aparece apenas um porto brasileiro, o de Santos. Propor questões acerca da supremacia asiática em capacidade de transporte de carga, associando esses dados ao mapa do fluxo mundial

Elaborado com base em: LLOYD’S LIST. Disponível em: <https://lloydslist. maritimeintelligence.informa.com/ one-hundred-container-ports-2018/>. Acesso em: 19 nov. 2018.

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ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

Comunicações A partir do século XIX, a popularização dos jornais e o surgimento Veja no material audiovisual o vídeo do rádio e do cinema levaram informações e entretenimento em larga sobre trabalho e escala para a população, a chamada comunicação em massa. A invenemprego na era digital. ção do telefone iniciou a comunicação instantânea a longas distâncias. No século XX, duas invenções representaram um salto na comunicação e no acesso às informações: a televisão e a internet. A televisão ampliou o acesso à informação e continua sendo um dos principais meios de comunicação em massa. De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad-C) de 2016, realizada pelo IBGE, 97,2% dos domicílios brasileiros tinham pelo menos uma televisão. Nos anos 1990, a popularização da internet revolucionou as comunicações: passamos a receber notícias em tempo real, conversamos por vídeo utilizando celulares, consumimos músicas, filmes e séries lançadas simultaneamente no mundo todo por meio de grandes plataformas digitais. Observe o gráfico.

Mundo: evolução do uso das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) 7 6 Bilhões

5 4 3 2 1 2005

2006

2007

2008

2009

2010 2011 Ano

2012

2013

Assinaturas de celular

Assinaturas de telefone fixo

Assinaturas de banda larga celular

Assinaturas de banda larga fixa

2014

2015

2016

Usuários de internet

TICs: conjunto de tecnologias usadas para criar, armazenar, processar e utilizar informações de diferentes tipos (dados, voz, som, imagem, multimídia) com o objetivo de facilitar e apoiar a comunicação.

FJF VETORIZAÇÃO

Para os alunos de hoje, nativos digitais, a impressão do encurtamento das distâncias e a aproximação dos lugares não é tão evidente quanto para quem nasceu na era analógica. Como os alunos nasceram inseridos nesse contexto tecnológico, essa noção precisa ser exemplificada. A seguir, alguns dados que podem ser comentados com a turma para que possam compreender esse “encolhimento do mundo” por meio de exemplos práticos: • Um avião, na década de 1920, atingia uma velocidade média de cruzeiro de 160 km/h. Em 1934, essa velocidade variava entre 225 e 320 km/h. Hoje, a velocidade é de 890 km/h em média. • O telefone foi inventado em 1876; antes disso, a comunicação a distância era feita apenas por carta. O primeiro telefone celular é de 1973, mas somente na década de 1990 é que se tornou popular. Conversar com os alunos sobre meios de comunicação em massa e a importância da televisão e da internet nesse contexto de ampliação dos fluxos de comunicação, destacando a evolução das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs), representada no gráfico da página 46, e ressaltando a distribuição desigual dessa tecnologia pelo globo, que segue o padrão de concentração nos países do Norte e de crescimento nos países do Sul. Nesse contexto, cabe destacar os fatores que contribuem para essa disparidade, que não estão restritos apenas a aspectos econômicos, mas também culturais e políticos. Em países onde há regimes políticos ditatoriais ou culturalmente fechados, há bastante censura no acesso à internet, como ocorre na Síria, em Cuba, na China, na Rússia, na Coreia do Norte,

Fonte: ISTITUTO GEOGRAFICO DE AGOSTINI. Atlante geografico metodico De Agostini. Novara, 2018. p. E72.

Apesar do número crescente de usuários de internet, seu alcance pelo mundo não é uniforme. A maioria dos usuários é do sexo masculino (51,1% do total) e vive em países desenvolvidos, onde a velocidade da conexão é mais rápida. Isso pode ser explicado por inúmeros fatores, como infraestruturas precárias de eletricidade e conexão nos países em desenvolvimento, altos custos de acesso, questões culturais e de gênero, regimes políticos autoritários etc.

1. Escreva um parágrafo sobre as tendências mundiais de algumas TICs.

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no Irã e no Vietnã. Essa censura é feita pelo bloqueio de determinados sites e de redes sociais. A discussão sobre meios de comunicação e censura pode ser bastante interessante no contexto da manutenção e do fortalecimento da democracia no mundo. Nesse sentido, é indicado no

Ampliando horizontes o link para o Ranking Mundial de Liberdade de Imprensa de 2018, elaborado pela ONG Repórteres sem Fronteiras. Na atividade 1, espera-se que os alunos indiquem uma tendência de grande crescimento no número de usuários de telefones celulares e

de assinaturas de pacotes de banda larga para celular. O número de usuários de internet também acompanhou a tendência. Por outro lado, foi observada queda no que se refere às assinaturas de telefonia fixa e crescimento mais tímido das assinaturas de banda larga fixa. Esses da-

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-Saxônica; e que esse desempenho está relacionado à densa rede de transportes e comunicação que permite as trocas de mercadorias e capitais entre essas regiões. Na atividade 4, espera-se que respondam que o comércio intrarregional na América Latina é pequeno quando comparado ao de regiões como Europa, América Anglo-Saxônica e Ásia. Por outro lado, seu desempenho não é tão ruim quando comparado ao da África, CEI, Oriente Médio e Oceania. Os principais parceiros comerciais da América Latina são a Ásia, a América Anglo-Saxônica e a Europa.

Fluxos mundiais A intensidade crescente nos fluxos de pessoas, informações, mercadorias e capitais foi possível graças às inovações tecnológicas que influenciaram a percepção do espaço-tempo – com a impressão de um “encolhimento do mundo”, analisada na página 45 –, a expansão do sistema capitalista e a formação de uma economia global. O comércio internacional apresentou crescimento sem precedentes. O aumento dos fluxos de mercadorias é uma das marcas do capitalismo contemporâneo e do processo de globalização. O fato de o mundo estar interligado por redes de transportes e comunicações contribuiu para a ampliação das relações comerciais entre os países, que exportam e importam bens e matérias-primas com cada vez mais facilidade e rapidez. A fragmentação da produção expandiu-se e acordos comerciais entre países foram firmados. Os fluxos financeiros também se intensificaram, com a ampliação dos investimentos em bolsas de valores e das transações bancárias e comerciais on-line. Analise o mapa. A Comunidade dos Estados Independentes (CEI) será estudada na Unidade 3 deste volume.

Mundo: fluxo de mercadorias (bilhões de dólares) – 2016

América Anglo-Saxônica

OCEANIA

América Latina ÁSIA CEI*

EUROPA

Trocas inter-regionais (em bilhões de dólares) 20 100

Oriente Médio

300

Trocas intrarregionais (em bilhões de dólares) 4 100

500 ÁFRICA

ALLMAPS

1 030 Mapa sem escala. *Comunidade dos Estados Independentes

Norte

Apenas as trocas superiores a 20 bilhões de dólares aparecem no mapa.

1 100 70

Os círculos que representam as trocas intrarregionais devem ser analisados levando em conta que são contabilizadas as trocas entre países de um mesmo continente. Na Europa, por exemplo, há muitos países bem integrados do ponto de vista econômico. Na Ásia, por sua vez, as trocas entre os países são bastante desiguais, pois a China sozinha representa 76% do total das exportações regionais.

NO AUDIOVISUAL Um dos materiais audiovisuais disponíveis nesta coleção é um vídeo sobre o trabalho de um influenciador digital, as parcerias que ele desenvolve, bem como a responsabilidade que tem como pessoa que “influencia” a opinião e o comportamento de milhares (em alguns casos, até milhões) de pessoas.

AMPLIANDO HORIZONTES • REPÓRTERES SEM FRONTEIRAS. Ranking Mundial da Liberdade de Imprensa, 2018. Disponível em: <http://livro. pro/9hbn37>. Acesso em: 12 nov. 2018. O site disponibiliza documentos e análises sobre o estado da liberdade de imprensa no mundo todo, por países e temas.

Fonte: DURAND, M.-F. (Coord.). Atlas, espace mondial 2018. Paris: Presses de Sciences Po, 2018. p. 219.

Responda em seu caderno.

2. Quais são as regiões onde ocorrem maiores volumes de trocas comerciais intrarregionais? 3. Entre quais regiões ocorrem os maiores volumes de trocas comerciais? Em que medida esse desempenho pode ser relacionado às redes de comunicação e transporte?

4. Qual é a situação da América Latina no cenário internacional? Quais são seus principais parceiros comerciais?

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dos indicam que os usuários de internet têm privilegiado o acesso utilizando dispositivos móveis, como celulares, tablets e laptops. Para abordar a intensificação dos fluxos internacionais de mercadorias e sua relação com a rede de transportes e comunicação, propor a análise

do mapa Mundo: fluxo de mercadorias (bilhões de dólares) – 2016, comparando as principais rotas de fluxos comerciais às características da rede de transportes mundial. Esse mapa está representado em projeção de Buckminster Fuller, na qual não é possível inserir escala e linhas imaginárias.

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Na atividade 2, espera-se que os alunos indiquem a América Anglo-Saxônica, a Europa e a Ásia. Na atividade 3, espera-se que indiquem que as maiores trocas comerciais ocorrem entre Ásia e América Anglo-Saxônica; Ásia e Europa; Europa e Ásia; Europa e América Anglo-

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ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

Globalização e cultura hamburger

site

surf

bacon

show

video game

game

like

e-mail

smartphone

rock

pop

shopping center

help

jeans

halloween

RENATO S. CERQUEIRA/FUTURA PRESS

Introduzir os estudos sobre a homogeneização cultural verificando as hipóteses e concepções dos alunos em relação ao conceito de cultura, discussão já realizada na Unidade 1 deste volume. Para abrir o estudo e sensibilizar os alunos sobre a influência de outras culturas em nosso cotidiano, é importante trabalhar com a proposta apresentada nas atividades de 1 a 3, que envolvem a análise de uma lista de palavras em inglês e uma fotografia onde essa língua é usada em determinado contexto. Na atividade 1, verificar os conhecimentos dos alunos acerca do significado das palavras em inglês. É possível trabalhar com essa lista propondo aos alunos que se organizem em pequenos grupos e indiquem os significados das palavras em menos tempo. Também é possível, conforme solicitado na atividade 2, que os alunos reflitam acerca da presença de palavras e expressões de idiomas diversos em nosso cotidiano e façam um levantamento de outras palavras de uma forma dinâmica, por exemplo, dando um tempo aos alunos e verificando qual grupo conseguiu pensar em um maior número de palavras. Ou verificar o grupo que conseguiu escrever um maior número de palavras de idiomas diferentes, entre outras opções. Na atividade 3, estimular os alunos a expressar suas experiências relacionadas a diversas influências culturais em seu cotidiano. O objetivo é chamar a atenção para a questão da homogeneização cultural característica do processo de globalização. É possível que, de acordo com sua realidade, os alunos tragam diferentes vivências em relação a esse processo. Permitir

O uso de palavras em inglês em todo o mundo é um exemplo da influência de valores estadunidenses. Na imagem, vitrine de uma loja em São Paulo (SP), 2017.

Converse com os colegas e o professor sobre as questões a seguir.

1. Você compreende o que as palavras do quadro significam? Explique. Resposta pessoal. 2. Você usa ou já usou alguma dessas palavras em seu dia a dia? Você saberia indicar outras palavras e frases em línguas estrangeiras que foram incorporadas no cotidiano dos brasileiros? Resposta pessoal.

3. Além de palavras em outros idiomas, identifique em seus hábitos outras influências culturais estrangeiras. Resposta pessoal.

A globalização permite maior interação entre diferentes culturas, facilitada pela evolução dos meios de comunicação e de transporte. Por outro lado, também dissemina valores, ideias e hábitos, impondo padrões de consumo e comportamento, influenciando a forma como falamos, alimentamo-nos, vestimo-nos, divertimo-nos etc. Um exemplo é o amplo uso da língua inglesa, que ocorre à medida que diferentes culturas passam a incorporar palavras dessa língua. Outro exemplo é o consumo de produções culturais de diversos países, como filmes, séries e músicas, por meio de redes sociais e de plataformas digitais por streaming. Streaming: É possível dizer também que boa parte dos hábitos alimentares tecnologia que permite a transmissão instantânea e de vestuário pode ser bastante semelhante em diversos países. Esse de dados de áudio e fenômeno pode ser explicado, entre outros fatores, pela instalação de vídeo, sem precisar fazer empresas multinacionais de entretenimento, da moda e da alimendownload dos conteúdos disponíveis on-line. tação ou pela ampliação do comércio internacional desses produtos.

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aos alunos que exponham suas vivências e opiniões sobre o tema. Ao abordar a questão do processo de homogeneização cultural, destacar o papel dos países do centro do sistema capitalista na difusão de produtos diversos que se impõem

no mercado e começam a fazer parte do modo de vida de bilhões de pessoas no mundo todo. Explicar que as multinacionais de alimentação, moda e entretenimento, entre outros setores, se beneficiam das redes de comunicação e transporte criadas para disse-

minar, além de produtos, uma concepção de mundo que em muitas situações preza pelo consumo. Nesse sentido, é possível ampliar a discussão para elaborar posteriormente uma crítica a essa sociedade, reforçando a importância do consumo consciente.

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AMPLIANDO HORIZONTES • ZALPA, G. Cultura, patrimônio cultural e globalização. Revista Interdisciplinar em Cultura e Sociedade (RICS) São Luís, vol. 3, número especial, jul./dez. 2017. Disponível em: <http://livro.pro/cotzk3>. Acesso em: 21 nov. 2018. Artigo sobre a pluralidade de culturas e identidade cultural no mundo globalizado.

A intensa disseminação da cultura dos países centrais não extinguiu as culturas locais nem uniformizou totalmente hábitos e valores. Muitos povos continuam mantendo e transmitindo suas tradições e seus valores de geração em geração. Por isso, é possível dizer que existem formas de resistência à homogeneização cultural e que é fundamental valorizar e respeitar culturas tradicionais. Em alguns países europeus há importante empenho em fortalecer a identidade cultural de diferentes povos, por exemplo, por meio do ensino de idiomas e culturas regionais. Na França, há uma lei que garante que as escolas podem ensinar, além do francês, línguas como o bretão e o basco. É muito comum, em toda a Europa, encontrar placas de sinalização bilíngues – no idioma oficial do país e no idioma regional. Observe as imagens.

ANDIA/UIG/ GETTY IMAGES

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2

APHPERSPECTIVE/ALAMY/FOTOARENA

Na fotografia 1, sinalização escrita em francês e euskara, idioma falado no País Basco – região localizada em parte do território espanhol e francês, 2015. Na fotografia 2, sinalização escrita em inglês e gaélico, idioma falado na Irlanda, em Rossbarbery, Irlanda, 2018.

A cultura de um povo é permeada de valores, princípios morais, éticos e religiosos, hábitos e regras. A troca e a integração de elementos entre culturas distintas é um processo dinâmico e acontece de forma gradual. No mundo globalizado, essa integração resulta em uma diversificação cultural. No entanto, algumas culturas são mais “preservadas” do que outras por variados motivos: • isolamento geográfico, como ocorre com certos povos tradicionais; • pouca abertura e tolerância em relação às culturas diferentes; • exclusão digital, pois, apesar do aumento do número de usuários da internet, bilhões de pessoas seguem impossibilitadas de acessar tecnologias que permitem o contato com outras culturas.

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Na página 49, são abordadas as resistências à homogeneização cultural, relativizando a noção de que o mundo globalizado promoverá, a médio e a longo prazos, o fim das diversas culturas existentes no planeta. É importante destacar as diversas manifestações culturais de mi-

norias étnicas, que serão aprofundadas na seção Integrando com Arte, nas páginas 50 e 51. Além dos exemplos europeus citados no livro do aluno, é possível verificar se os alunos conhecem outras tradições e exemplos de valorização de diversas formas de cultura. Uma

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sugestão é resgatar tradições culturais brasileiras que estão presentes em nossa vida cotidiana e foram se modificando com o passar do tempo, ao entrar em contato com outras culturas ou manifestações culturais que se mantêm inalteradas com o tempo.

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INTEGRANDO COM

ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

ARTE

NÃO ESCREVA NO LIVRO.

Manifestações culturais e resistência à globalização A cultura de um povo se expressa por meio de seu modo de vida e de diversas manifestações artísticas, como pinturas, esculturas, cinema, teatro, livros, músicas, dança etc. Como vimos, há uma tendência à homogeneização das culturas no mundo globalizado. Porém, vimos também que há grupos que lutam para preservar suas tradições e particularidades culturais. São as denominadas minorias étnicas, que podem ser definidas como grupos não dominantes, ou seja, que não exercem poder significativo na sociedade e que apresentam características étnicas, linguísticas ou religiosas distintas do restante da sociedade onde estão inseridas. As minorias étnicas têm o direito de promover suas manifestações artísticas garantido no Pacto Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos, documento criado pela ONU que passou a vigorar em 1966. Leia um trecho a seguir. Artigo 27º Nos Estados em que existam minorias étnicas, religiosas ou linguísticas, não será negado o direito que assiste às pessoas que pertençam a essas minorias, em conjunto com os restantes membros do seu grupo, a ter a sua própria vida cultural, a professar e praticar a sua própria religião e a utilizar a sua própria língua. ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. Pacto Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos. Disponível em: <www.cne.pt/sites/default/files/dl/2_pacto_direitos_civis_politicos.pdf>. Acesso em: 25 out. 2018.

Alguns fotógrafos, cineastas e artistas dedicam-se a fazer registros diversos dessas minorias étnicas e de seu modo de vida com o objetivo de valorizá-las e de reafirmar sua existência e importância. Analise atentamente as fotografias a seguir. Os povos cazaques formam diversas comunidades com tradições diferentes. A maioria dos cazaques é muçulmana sunita e combina o Islã com suas tradições. Na fotografia, família cazaque na província de Saty, Cazaquistão, 2016.

MEHMETO/SHUTTERSTOCK.COM

Nesta seção, é aprofundada a questão da identificação de manifestações culturais de minorias étnicas como forma de compreender a multiplicidade cultural em escala mundial, estimulando e defendendo o respeito às diferenças conforme indicado nas habilidades específicas da área de Geografia sugeridas para o 9o ano do Ensino Fundamental. É importante esclarecer aos alunos que o conceito de minoria étnica não expressa uma relação numérica entre diferentes parcelas da população, isto é, não representa necessariamente grupos com número reduzido de indivíduos quando comparados aos demais grupos. É fundamental destacar que essas minorias têm seus direitos garantidos por lei. No livro do aluno, tem-se o artigo 27o – Pacto Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos, documento criado pela ONU que passou a vigorar em 1966. Explicar que na Constituição brasileira esse direito também está garantido para as minorias étnicas que participaram do processo de formação do povo brasileiro. Apresentar o artigo relacionado na seção Ampliando horizontes aos alunos e problematizar situações nas quais o texto da lei é descumprido. Essas manifestações diversas ao redor do mundo são trabalhadas a partir de fotografias que retratam aspectos do modo de vida de diferentes etnias. A opção justifica-se pelo fato de nos propormos a trabalhar a habilidade EF69AR05, que sugere a experimentação e a análise de diferentes formas de expressão artística (desenho, pintura, colagem, quadrinhos, dobradura, escultura, modelagem, instalação, vídeo, fotografia, performance etc.). Ao analisar as fotografias,

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os alunos extrairão elementos significativos de cada uma das culturas representadas e realizarão registros fotográficos que permitam retratar aspectos culturais de minorias étnicas ou manifestações culturais diversas que sejam centro de seu interesse.

Em um primeiro momento, solicitar que analisem coletivamente cada uma das fotografias, destacando os elementos das paisagens, roupas, adornos e expressões corporais, conforme sugerido na atividade 1. No item a, espera-se que os alunos descrevam a

paisagem verdejante e de árvores esparsas no Cazaquistão e a paisagem de Arusha como uma vasta planície onde predominam as savanas. Nos itens b e c, verifique se os alunos descrevem as vestimentas e os adornos e indicam os tipos de tecido e materiais utilizados

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Verificar se os alunos possuem aparelhos celulares dotados de câmeras ou aparelhos fotográficos convencionais. Observar a necessidade de solicitar autorização prévia dos fotografados. Uma vez que as fotografias tenham sido feitas, tratadas e organizadas, pedir a cada grupo que narre sua experiência e registre-a no suporte que julgarem mais adequado. Orientar e auxiliar os alunos a organizar uma exposição do trabalho para a comunidade escolar, valorizando as diversas manifestações culturais e chamando a atenção para o respeito à diversidade.

Os masai, na África, são conhecidos por sua cultura guerreira. Os jovens são preparados para defender o gado, base do seu modo de vida, e suas famílias. Na fotografia, jovens guerreiros masai em Arusha, Tanzânia, 2018.

Com o auxílio do professor, forme um grupo com os colegas. Depois, realizem as atividades a seguir.

AMPLIANDO HORIZONTES • BRASIL. Senado Federal. Art. 215, § 1o, 2o e 3o (incisos I a V). Disponível em: <http:// livro.pro/9u9fo7> Acesso em: 12 nov. 2018. Texto do artigo 215 da Constituição Federal sobre o Estado garantir o pleno exercício dos direitos culturais e acesso às fontes da cultura nacional.

1. Após analisar atentamente as fotografias, descrevam: a) as paisagens; b) as vestimentas; c) os adornos utilizados pelas pessoas: qual seria a função desses objetos? De que materiais eles são feitos?

2. Pesquisem sobre a cultura dos povos retratados e anote as principais características de cada uma delas no caderno.

3. A fotografia é uma das formas de registrar aspectos do modo de vida e da cultura de um povo. Agora, vocês serão os fotógrafos. • Pensem em uma sequência de fotografias que retrate aspectos da cultura e do modo de vida de uma minoria étnica ou de alguma manifestação cultural existente no município de vocês. • Munidos de uma câmera fotográfica ou de um celular e com o tema decidido, programem-se para a realização das fotografias. Não se esqueçam de solicitar autorização das pessoas que serão fotografadas, explicando a que se destinam as fotografias que serão feitas. • Por fim, recolham depoimentos sobre a etnia ou manifestação retratada para enriquecer esse registro. • Escolham um suporte para a pesquisa de vocês. Pode ser um painel, uma apresentação digital ou um trabalho escrito. Lembrem-se de anexar as fotografias feitas por vocês no trabalho. • Na data combinada com o professor, levem o trabalho para a escola e apresentem aos demais colegas.

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em sua confecção e se, com base na observação das fotografias, sem um contexto mais amplo, as vestimentas indicam algo sobre a posição que as pessoas retratadas ocupam em seu grupo social. Na atividade 2, os alunos deverão realizar uma pesqui-

sa em jornais, revistas e outras fontes sobre os cazaques e os masai. Solicitar que se organizem em grupos para realizar esta atividade. Para a realização da atividade 3, é importante planejar um momento prévio de organização da sessão. Para tan-

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to, seria interessante propor um trabalho conjunto com o professor de Arte, que poderá desenvolver uma sequência didática ou um estudo mais aprofundado relacionado à fotografia como expressão artística, contribuindo com questões técnicas.

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ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

Globalização: contradições e desigualdades MOISÉS

Solicitar aos alunos que observem e leiam a charge com atenção. Perguntar o que puderam observar e pedir que respondam oralmente. Alguns aspectos podem ser destacados: • Evidenciar que as personagens estão sobre o globo, cada uma sobre o continente que o representa. • Cada personagem é retratada de forma estereotipada: a que serve o chá (chinês), a que manda e é servida (estadunidense), a que está a serviço dos EUA (sul-americano) e a que joga com a África (europeu). • Questionar o fato de nenhuma personagem africana estar representada na charge: será que o africano não aparece por estar à margem do processo da globalização? • Qual seria o papel da Oceania nesse contexto? Para essas observações e questionamentos não há resposta certa ou errada. A finalidade é desenvolver o senso de observação e crítico dos alunos. Nesse sentido, propor que respondam às atividades 1 e 2, questionando em que medida a charge se relaciona com o processo de globalização. Espera-se que os alunos percebam que ela ocorre de formas variadas de acordo com a região do planeta. Espera-se que indiquem que esse processo, ao mesmo tempo que cria novas tecnologias e maior acesso à informação, também exclui uma parcela significativa da população que não tem acesso a esses bens. A internet, por exemplo, uma das principais ferramentas de comunicação, não chega a todos os países do mundo com a mesma intensidade. Esses aspectos serão aprofundados ao longo do estudo da Unidade. Abordaremos as desigualdades do ponto de vista da distribuição das riquezas e da concentração de renda,

1. Que título você daria à charge? Resposta pessoal.

2. Em sua opinião, a globalização apresenta mais aspectos positivos ou negativos?

Resposta pessoal. Espera-se que os alunos percebam que a globalização tem tanto aspectos positivos quanto negativos. Podemos afirmar que a globalização é um fenômeno contraditório: ao mesmo tempo em que possibilita um mundo mais integrado, mantém milhões de pessoas à margem desse processo. Essa contradição pode ser revelada em diversos aspectos. Conheça alguns deles:

• imposição de padrões culturais de países centrais sobre os periféricos; • agravamento da pobreza, da desigualdade social e da dificuldade de acesso a bens e serviços; • ampliação de atividades ilegais, como comércio ilegal de armas, tráfico de pessoas (em condição análoga à escravidão) e de drogas, exploração da prostituição e da pornografia infantis; • aumento da proliferação de doenças, especialmente aquelas transmitidas por vírus, como o ebola, a gripe suína, a febre chicungunha, entre outras, decorrentes da maior circulação de pessoas; • desigualdade de acesso às novas TICs, como computadores pessoais, telefone celular, internet etc.; • expansão do desemprego, com a substituição de trabalhadores por máquinas e a terceirização de serviços, visando redução à de custos.

Febre chicungunha: doença viral semelhante à dengue, transmitida por um mosquito, comum em algumas regiões do mundo.

MURAL Encontro com Milton Santos ou o mundo global visto do lado de cá. Direção: Silvio Tendler. Brasil, 2007. O documentário discute o processo de globalização e seus efeitos em escala planetária por meio das ideias do geógrafo Milton Santos.

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optando por trabalhar com os mapas que mostram o PIB per capita e o índice ou coeficiente de Gini dos países do mundo em 2017. Dessa forma, os alunos poderão compará-los e observar alguns padrões de distribuição de riquezas e concentração de renda.

Na página 53, os alunos podem observar no mapa a distribuição de renda a partir do PIB per capita dos países, vale esclarecer que esse indicador é importante, mas isolado não permite analisar outros aspectos relacionados ao desenvolvimento, como a distribuição de renda e a

qualidade de vida. Nesse contexto, surgiu o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) nos anos 1990 e, posteriormente, o Índice de Pobreza Multidimensional (IPM), que será analisado adiante. Encaminhar as atividades de 3 a 6, auxiliando os alunos na leitura do mapa.

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AMPLIANDO HORIZONTES • ALMEIDA, R. ZANLORENSSI, G. A evolução da desigualdade de renda no Brasil e no mundo. Nexo. Disponível em: <http://livro.pro/6hbzpa>. Acesso em: 16 nov. 2018. Reportagem do portal Nexo com gráficos que mostram a desigualdade de renda no Brasil e no mundo. • EXAME. Brasil não tem crescimento de PIB per capita nos últimos 5 anos. Disponível em: <http://livro. pro/bs622k>. Acesso em: 16 nov. 2018. Reportagem sobre a estagnação do PIB per capita no Brasil no período de 2012 a 2017.

Distribuição da riqueza O mundo globalizado é desigual, sobretudo em relação à distribuição da riqueza. Analisando os dados do Produto Interno Bruto (PIB) per capita, podemos observar, de modo geral, a concentração da riqueza nos países do Norte. Analise o mapa.

Mundo: distribuição da riqueza – 2017 0° Círculo Polar Ártico

OCEANO PACÍFICO

Trópico de Câncer

Equador

OCEANO PACÍFICO 0°

OCEANO ÍNDICO

OCEANO ATLÂNTICO

0

Meridiano de Greenwich

Trópico de Capricórnio

2 489

Círculo Polar Antártico

PIB per capita (mil dólares) Mais de 5 a 20

Mais de 50

Mais de 1 a 5

Mais de 20 a 50

Dados não disponíveis

Linha Norte-Sul ALLMAPS

Menos de 1

Elaborado com base em: THE WORLD BANK. GDP per capita (current US$). Disponível em: <https://data.worldbank.org/ indicator/NY.GDP.PCAP.CD?year_high_desc=true>. Acesso em: 25 out. 2018.

Responda no caderno.

3. Cite três países que possuem PIB per capita superior a 50 mil dólares? Austrália,

Estados Unidos, Noruega, Suíça, Dinamarca, Irlanda, Islândia, Luxemburgo, Catar, Suécia, Cingapura.

4. Cite três países que apresentam PIB per capita entre 20 e 50 mil dólares. Espanha, Kuwait, Portugal, entre outros.

5. Que continente apresenta o maior número de países com PIB per capita inferior a mil dólares? África.

6. Em que medida esse mapa ajuda a reforçar a ideia de que a globalização é um processo contraditório? Espera-se que os alunos indiquem que a distribuição desigual de riqueza é um dos aspectos que foram aprofundados com a globalização. Apesar de ser um indicador econômico importante, o PIB per capita não revela as reais condições de vida da população de um país. Para isso, precisa ser analisado em conjunto com outros indicadores, como o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), a concentração de renda, o índice de pobreza, entre outros.

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ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS A página 54 apresenta as desigualdades do mundo globalizado a partir da análise de alguns indicadores sociais que compõem o IDH. Se necessário, retomar com os alunos aspectos relacionados à composição e ao sistema utilizado para classificar os países de acordo com o índice, que já foram estudados no volume 8 desta coleção. Espera-se que, nesta análise inicial, os alunos identifiquem um padrão Norte-Sul de distribuição desses indicadores entre os países, com os países do Norte apresentando os melhores indicadores e os do Sul, os piores. Lembrando que na análise de indicadores em escala macro nem sempre podemos identificar as desigualdades. Por isso é sempre importante utilizar mais de um indicador para compreender a realidade de um país ou de uma região de forma mais objetiva. Na atividade do boxe Investigar lugares, os alunos podem apontar as políticas sociais implementadas no período para melhorar as condições de vida da população brasileira. Pode-se citar os programas de transferência de renda, o aumento da oferta de vagas nas escolas e universidades e políticas que ampliaram o acesso, como as cotas universitárias, o aumento do salário mínimo, entre outras. Na página 55, é trabalhada a noção de concentração de renda como parte dos indicadores que devem ser levados em conta na análise das desigualdades socioeconômicas mundiais e que está diretamente relacionada à distribuição de riqueza. Solicitar aos alunos que observem o mapa que mostra o índice de Gini ao redor do mundo e que, a exemplo do que foi feito com o mapa de distribuição da riqueza, observem também

Desigualdade e indicadores socioeconômicos Considerando as desigualdades socioeconômicas entre os países, a ONU criou o IDH com o objetivo de avaliar as condições de vida da população e oferecer dados aos governos e a outras instituições para que possam planejar ações visando à redução das disparidades. A comparação dos indicadores que compõem o IDH é uma importante ferramenta para revelar as desigualdades no mundo globalizado. Observe o quadro. Países selecionados: indicadores socioeconômicos – 2017

Ranking/país/ continente

Nível de desenvolvimento

Índice de Expectativa Desenvolvimento de vida Humano (anos)

1º/Noruega/Europa

Rendimento Nacional Bruto per capita (US$)

Média de tempo de estudo (anos)

0,953

82,3

68.012

12,6

0,924

79,5

54.941

12,9

0,759

75,7

13.755

7,8

0,640

68,8

6.353

6,4

0,367

52,9

663

4,3

0,354

60,4

906

2,0

13º/Estados

Muito alto

Unidos/América do Norte 79º/Brasil/América

Alto

do Sul 130º/Índia/Ásia

Médio

188º/República Centro-Africana/

Baixo

África 189º/Níger/África

Fonte: UNDP. Human Development Report 2018. New York, 2018. t. 1.

No geral, os países do Norte apresentam excelentes indicadores socioeconômicos, como alta renda per capita, baixíssimos índices de analfabetismo e expectativa de vida elevada. Já os países do Sul apresentam, em geral, indicadores socioeconômicos inferiores aos dos países do Norte. Porém, os níveis de desenvolvimento entre os países do Sul podem ser bastante distintos. Alguns países, como Brasil, México, Índia e China, são denominados emergentes ou em desenvolvimento, pois apresentaram, nas últimas décadas, significativas melhorias nas condições de vida da população. INVESTIGAR LUGARES • Analise os dados que mostram a evolução do IDH no Brasil a partir dos anos 1990.

Anos IDH

1990 0,611

2000 0,684

2010 0,727

2012 0,736

2014 0,757

2015 0,757

2016 0,758

2017 0,759

Fonte: UNDP. Human Development Report 2018. New York, 2018. t. 2.

• Depois, pesquise sobre políticas sociais implementadas nessa época que podem ser responsáveis pelas melhorias nas condições de vida da população brasileira.

54 um padrão de distribuição da concentração de renda. É possível solicitar que comparem os dois mapas, verificando que as maiores disparidades tanto no que se refere à distribuição de riqueza quanto à concentração de renda prevalecem na região Sul do planeta. D2_GEO_F2_2054_V9_U02_G20.indd 54

Para que os alunos compreendam melhor como essa concentração de renda se manifesta, é importante trazer exemplos concretos, dados numéricos que revelem as disparidades. Para análise da situação brasileira, é apresentado, na página 55, um excerto que pode auxiliá-lo, bem como

é possível encontrar outros dados relevantes em publicações como a PNAD (Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílios), realizada pelo IBGE, e no Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil (consultar a seção Ampliando horizontes).

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TEXTO COMPLEMENTAR

Concentração de renda A concentração de renda é outro indicador importante na avaliação das condições de vida da população de um país. Ela é determinada pelo Índice de Gini, que combina aspectos econômicos e sociais, pois mede a distribuição de renda em determinada população. Ele varia de 0 a 100, sendo mais desigual quanto mais próximo de 100. Observe o mapa.

Mundo: concentração de renda – 2010-2017

0° Círculo Polar Ártico

OCEANO ATLÂNTICO

OCEANO PACÍFICO

Trópico de Câncer

Equador

OCEANO PACÍFICO 0°

OCEANO ÍNDICO

0

Meridiano de Greenwich

Trópico de Capricórnio

2 489

De 25 a 35 De 33,1 a 42 De 42,1 a 50 Maior que 50 Dados não disponíveis

ALLMAPS

Círculo Polar Antártico

Índice de Gini

Elaborado com base em: UNDP. Human Development Report 2018. New York, 2018. t. 3.

Analisando esse indicador isoladamente, identificamos que a concentração de renda é mais alta em países do Sul. O Brasil e a África do Sul, por exemplo, estão entre os mais desiguais do mundo. Isso não significa que nos outros países a renda seja distribuída igualmente. Porém, há menores disparidades entre ricos e pobres. Leia o texto a seguir. Precisamos falar sobre desigualdades. No mundo, oito pessoas detêm o mesmo patrimônio que a metade mais pobre da população. Ao mesmo tempo, mais de 700 milhões de pessoas vivem com menos de US$ 1,90 por dia. No Brasil, a situação é pior: apenas seis pessoas possuem riqueza equivalente ao patrimônio dos 100 milhões de brasileiros mais pobres. E mais: os 5% mais ricos detêm a mesma fatia de renda que os demais 95%. Por aqui, uma trabalhadora que ganha um salário mínimo por mês levará 19 anos para receber o equivalente aos rendimentos de um super-rico em um único mês. GEORGES, R. A distância que nos une: um retrato das desigualdades brasileiras. OXFAM Brasil, 2017. p. 6.

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AMPLIANDO HORIZONTES • ATLAS DO DESENVOLVIMENTO HUMANO NO BRASIL. Disponível em: <http://livro.pro/y6g28a>. Acesso em: 16 nov. 2018. A página traz dados atualizados em relação ao último Atlas do Desenvolvimento Humano Brasil, publicado no ano de 2013.

• IBGE.

Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – PNAD. Disponível em: <http:// livro.pro/6b9p6b>. Acesso em: 16 nov. 2018. Página do site do IBGE com as estatísticas da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios.

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Desigualdade extrema no Brasil de hoje No início de 2017, os seis maiores bilionários do País juntos possuíam riqueza equivalente à da metade mais pobre da população. Ao mesmo tempo, iniciamos o ano com mais de 16 milhões de pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza. Entre os países para os quais existem dados disponíveis, o Brasil é o que mais concentra renda no 1% mais rico, sustentando o 3o pior índice de Gini na América Latina e Caribe (atrás somente da Colômbia e de Honduras). Segundo o último Relatório de Desenvolvimento Humano do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) o Brasil é o 10o país mais desigual do mundo, num ranking de mais de 140 países. Por aqui, a desigualdade é extrema. Em relação à renda, o 1% mais rico da população recebe, em média, mais de 25% de toda a renda nacional, e os 5% mais ricos abocanham o mesmo que os demais 95%. Uma pessoa que recebe um salário mínimo mensal levaria quatro anos trabalhando para ganhar o mesmo que o 1% mais rico ganha em um mês, em média. Seriam necessários 19 anos de trabalho para equiparar um mês de renda média do 0,1% mais rico. [...] Por outro lado, uma parcela pequena da população tem rendimentos relativamente altos. Os 10% mais ricos do Brasil têm rendimentos domiciliares per capita de, em média, R$ 4.510,00, e o 1% mais rico do País recebe mais de R$ 40.000,00 por mês. GEORGES, R. A distância que nos une: um retrato das desigualdades brasileiras. OXFAM Brasil, 2017. p. 21-22. Disponível em: <https:// www.oxfam.org.br/sites/default/files/ arquivos/Relatorio_A_distancia_que_ nos_une.pdf>. Acesso em: 12 nov. 2018.

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ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

Pobreza no mundo

A pobreza é uma questão mundial. Nos Estados Unidos, país com IDH muito elevado e alta renda per capita, parcela significativa da população vive em condições de pobreza. Na fotografia de 2018, estadunidenses vivendo em trailers por causa do desemprego e do preço elevado dos aluguéis.

MELANIE STETSON FREEMAN/CHRISTIAN SCIENCE MONITOR/GETTY IMAGES

A pobreza envolve um conjunto de fatores, como renda, condições de alimentação e acesso a serviços de saúde e educação, condições de habitação e exclusão social. Assim, ela é multidimensional, ou seja, abrange vários aspectos. Para avaliar se uma família se encontra em situação de pobreza multidimensional, a ONU criou, em parceria com institutos de pesquisa, o Índice de Pobreza Multidimensional (IPM), em 2010. O IPM identifica a sobreposição de privações sofridas pelas famílias por meio da análise de dez indicadores, incluindo nutrição, mortalidade infantil, bens domésticos, acesso a serviços básicos, como saneamento básico e eletricidade, entre outros. Observe o mapa.

Mundo: Índice de Pobreza Multidimensional – 2005-2015 0° Círculo Polar Ártico

OCEANO PACÍFICO

OCEANO ATLÂNTICO

Trópico de Câncer

OCEANO PACÍFICO

Equador

OCEANO ÍNDICO Trópico de Capricórnio IPM (%) 0

10 25 50 60 Países cujo percentual de pobreza mutidimensional não é significativo

Círculo Polar Antártico

Meridiano de Greenwich

População em situação de pobreza (em milhares)

0

2 667

640 000

80 000 15 000 3 000 2

ALLMAPS

Para introduzir o tema, questionar os alunos se são capazes de definir o que é a pobreza. Incentivá-los a apresentar suas hipóteses e opiniões embasadas em suas vivências, explicando que não há uma resposta correta nem definitiva para a questão. É provável que os alunos estabeleçam associações com privação, ausência de oportunidades, falta de recursos para a satisfação de necessidades básicas, entre outros. Esclarecer que, durante muito tempo, as instituições e organizações internacionais que se dedicam ao estudo do tema, como a ONU, utilizaram predominantemente o critério financeiro para definir a parcela pobre da população. Pessoas que vivem com menos de 1,90 dólar por dia são consideradas extremamente pobres. Considerando apenas esse dado, é importante destacar que nos últimos 30 anos houve uma redução significativa da pobreza extrema: de acordo com estimativas da ONU, no ano de 1990, 1,9 bilhão de pessoas encontravam-se nessa situação. Em 2017, esse número caiu para 815 milhões. Explicar que o Índice de Pobreza Multidimensional foi criado levando-se em conta uma série de variáveis que permite criar políticas sociais mais adequadas de combate à pobreza. Na página 57, destaca-se a questão da fome, que é um dos grandes problemas relacionados à pobreza. É importante retomar aspectos sobre a segurança alimentar já estudados no volume 8 desta coleção e na Unidade 1 deste volume. Destacar nesse contexto o Mapa da Fome, elaborado anualmente pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).

Fonte: DURAND, M.-F. (Coord.). Atlas, espace mondial 2018. Paris: Presses de Sciences Po, 2018. p. 21.

56 Promover a leitura do mapa do Índice de Pobreza Multidimensional e do Mapa da Fome em conjunto, estimulando os alunos a estabelecer relações entre pobreza e fome. Os dois itens da atividade da página 57 têm esse objetivo. No item b, após identificar as regiões do planeta mais atingidas D2_GEO_F2_2054_V9_U02_G20.indd 56

pela pobreza e pela fome, os alunos deverão explicar se há um padrão de distribuição de pobreza e miséria no planeta. Espera-se que indiquem que a África, a América Latina e boa parte da Ásia são as regiões mais atingidas pela fome e pobreza, concentrando-se na região Sul do planeta.

Aproveitar a atividade para retomar os mapas de distribuição de riqueza e concentração de renda, reforçando a ideia do processo de globalização “perversa”, mantendo essas regiões em situação de desvantagem em relação ao Norte, apesar dos progressos alcançados e em curso.

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TEXTO COMPLEMENTAR Embora a pobreza venha sendo globalmente reduzida nas últimas três décadas, há regiões onde milhares de pessoas ainda vivem em condições precárias, ou seja, com menos de 1,90 dólar por dia. Sabendo que a pobreza é multidimensional, vale destacar que ela coloca em risco a segurança alimentar. Em 2017, a fome atingia 815 milhões de pessoas. Além do acesso às terras produtivas, já estudado na Unidade 1, a fome também está relacionada à baixa renda, que impede o acesso da população mais pobre aos alimentos produzidos no país. As consequências são muito graves, sobretudo para crianças e jovens, cujo desenvolvimento físico e intelectual é comprometido pela subnutrição. De acordo com a ONU, a segurança alimentar deve ser uma das metas prioritárias de investimento nos países. Observe o mapa da fome, produto de um estudo anual realizado por essa organização.

Índice de Pobreza Multidimensional (IPM) O IDH 2010 introduziu o Índice de Pobreza Multidimensional (IPM), que identifica privações múltiplas em educação, saúde e padrão de vida nos mesmos domicílios. As dimensões de educação e saúde se baseiam em dois indicadores cada, enquanto a dimensão do padrão de vida se baseia em seis indicadores. Todos os indicadores necessários para elaborar o IPM para um domicílio são obtidos pela mesma pesquisa domiciliar. Os indicadores são ponderados e os níveis de privação são computados para cada domicílio na pesquisa. Um corte de 33,3%, que equivale a um terço dos indicadores ponderados, é usado para distinguir entre os pobres e os não pobres. Se o nível de privação domiciliar for 33,3% ou maior, esse domicílio (e todos nele) é multidimensionalmente pobre. Os domicílios com um nível de privação maior que ou igual a 20%, mas menor que 33,3%, são vulneráveis ou estão em risco de se tornarem multidimensionalmente pobres. [...]

Mundo: mapa da fome – 2017 0º Círculo Polar Ártico

OCEANO ATLÂNTICO

Trópico de Câncer

OCEANO PACÍFICO

OCEANO PACÍFICO

Prevalência de subnutrição entre a população (em %)

OCEANO ÍNDICO

Muito fraca – menos de 5 Média – de 15 a 24,9 Elevada – de 25 a 34,9 Muito elevada – mais de 35 Dados não disponíveis ou insuficientes

Círculo Polar Antártico

Meridiano de Greenwich

Trópico de Capricórnio

Fraca – de 5 a 14,9

0

2 872

ALLMAPS

Equador

Fonte: WFP. Disponível em: <www.wfp.org/content/2017-hunger-map>. Acesso em: 26 out. 2018.

a) América Latina, África e Ásia. O percentual de desnutrição nessas regiões varia entre 5% e

• Analise os mapas do IPM e da fome. Depois, responda às questões em seu caderno.

24,9% da população total. a) Em quais regiões do planeta a pobreza multidimensional atinge até 10% da população? De forma geral, quais foram os percentuais de subnutrição nessas regiões? b) Em sua opinião, podemos afirmar que há um padrão de distribuição da pobreza e da fome no planeta? Explique.

INVESTIGAR LUGARES No ano de 2014 o Brasil saiu do mapa da fome. No início dos anos 2000, 10,7% da população do país era subnutrida. Em 2003, esse percentual caiu para menos de 5%, graças às medidas implementadas por programas governamentais.

PNUD BRASIL. O que é IDH. Disponível em: <http://www.br.undp. org/content/brazil/pt/home/idh0/ conceitos/o-que-e-o-idh.html>. Acesso em: 13 nov. 2018.

• Pesquise sobre as principais medidas governamentais de combate a fome no Brasil e aponte os impactos na distribuição de renda e na qualidade de vida da população beneficiada.

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Em Investigar lugares, é importante analisar os avanços socioeconômicos realizados no Brasil desde os anos 1990, sendo a redução da pobreza e a saída do Mapa da Fome no ano de 2014 dois importantes indicadores desse processo. Nesse sentido, espera-se que os alunos apontem políticas sociais ado-

tadas a partir dos anos 2000, com medidas como aumento da oferta de alimentos, aumento da renda pelo aumento do salário mínimo e de programas de transferência de renda; ampliação da oferta de merenda escolar para milhões de crianças e jovens, cujos insumos vêm da agricultura familiar, entre outras.

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Para a pesquisa dos dados sobre as políticas sociais que ajudaram a reduzir a fome e a miséria, incentivar os alunos a visitar as páginas dos ministérios da Agricultura, do Trabalho, da Economia, da Educação e Saúde, além da página da ONU Brasil.

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INTERAGIR COM MAPAS

ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

NÃO ESCREVA NO LIVRO.

Saúde e desigualdade

Mapas temáticos podem apresentar um conjunto de informações sobre um mesmo tema por meio da combinação de diversas variáveis visuais. Para analisar de forma correta esse tipo de mapa, é necessário identificar cada informação presente nele, como ela está representada e, em seguida, analisar todas em conjunto. Observe o mapa e os gráficos com o tema saúde mundial.

Mundo: saúde e desigualdade – 2017 0° Círculo Polar Ártico

OCEANO PACÍFICO

Trópico de Câncer

Equador

OCEANO ATLÂNTICO

Círculo Polar Antártico

0

OCEANO ÍNDICO

Expectativa de vida (em anos) Américas África Mediterrâneo Oriental Europa Sudeste Asiático Pacífico Ocidental

País onde de 4% a 27% dos adultos (+ de 15 anos) eram portadores do HIV em 2017.

2 872

País onde mais de 30% da população adulta é obesa.

Mundo: taxa de mortalidade materna (a cada 100 mil nascidos vivos) – 2017

De 52,2 a 58,9 De 60,0 a 69,9 De 70,0 a 79,9 De 80 a 84,1

ALLMAPS

OCEANO PACÍFICO

Dados não disponíveis

Mundo: taxa de mortalidade por tuberculose* (por 100 mil habitantes) – 2017

América

América

África

África

Europa

Europa

Sudeste Asiático

Sudeste Asiático

Mediterrâneo Oriental

Mediterrâneo Oriental

Pacífico Ocidental

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300

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500

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* Não portadoras de HIV.

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50

GRÁFICOS: FJF VETORIZAÇÃO

Trópico de Capricórnio

Meridiano de Greenwich

Nesta seção, tem-se um mapa temático bastante complexo que traz variadas informações relacionadas à saúde da população mundial. Por isso, sugere-se reservar um tempo para uma análise detalhada de seu conteúdo, que é apresentado a partir de diversas variáveis visuais, como valor (para representar a expectativa de vida), forma (para representar os percentuais de adultos portadores de HIV e obesos) e cor (para indicar as regiões de acordo com a regionalização da OMS). Além disso, dois gráficos acompanham o mapa, indicando taxas de mortalidade materna e relacionadas a casos de tuberculose. Antes de trabalhar com a leitura e a análise dos elementos do mapa, retomar com os alunos as seguintes informações: • A taxa de mortalidade refere-se à quantidade de pessoas que morrem, em média por mil habitantes no período de um ano. • A expectativa de vida corresponde à média de anos que a população de determinado local vive. • Uma pessoa é considerada obesa quando o seu índice de massa corporal (IMC) é superior a 30 kg/m², e com excesso de peso quando o seu IMC é superior a 25-30 kg/m². O IMC é calculado dividindo o peso da pessoa pelo quadrado da sua altura. Sugerimos, após um primeiro contato com o mapa, que os alunos trabalhem em duplas ou trios a partir da sequência proposta no material do aluno, que propõe a identificação de informações; na sequência, a análise dos dados por regiões e, finalmente, a análise das desigualdades regionais. Na atividade 1, espera-se que os alunos identifiquem seis grandes regiões, a saber: Mediterrâneo Oriental, África, Américas, Europa, Sudeste Asiático e Pacífico Ocidental,

Mapa e gráficos elaborados com base em: BONIFACE, P.; VÉDRINE, H. Atlas du monde global: 100 cartes pour comprendre un monde chaotique. 3e éd. Paris: Armand Colin, 2015. p. 73; UNDP. Human Development Report 2018. New York, 2018. t. 1; OMS. Disponível em: <www.who.int/fr>. Acesso em: 27 out. 2018.

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indicadas no mapa com linhas de cores diferentes. Chamar a atenção dos alunos para o fato de que organismos internacionais diversos costumam utilizar propostas de regionalização do espaço mundial variadas, agrupando países de acordo com suas áreas de atuação. Para identificar os países de cada

região indicados no mapa, consultar a página da OMS em inglês, que traz um link para cada uma das regiões: <http:// livro.pro/f59bxi>. Acesso em: 13 nov. 2018. Na atividade 8, espera-se que os alunos indiquem que, em países em que a incidência de casos de tuberculose, HIV

e obesidade é mais elevada, a expectativa de vida é menor. Na atividade 9, espera-se que os alunos indiquem que a pobreza, as más condições sanitárias e o serviço precário de atendimento médico-hospitalar estão entre os principais fatores relacionados à elevada taxa de mortalidade materna

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ATIVIDADE COMPLEMENTAR De acordo com dados da OMS, o número de crianças e adolescentes obesos em todo o mundo não para de crescer. Se essa tendência não for alterada, a população entre 5 e 19 anos obesa será maior do que aquela em situação de desnutrição moderada. O Brasil acompanha essa tendência, que está relacionada aos preços dos alimentos saudáveis e nutritivos, elevados para as populações de baixa renda, e à propagação de alimentos industrializados. As multinacionais do setor alimentício investem elevadas somas em propaganda para incentivar o consumo de alimentos ricos em gorduras, sal e açúcar que, além da obesidade, podem causar doenças como o diabetes, a hipertensão arterial e a desnutrição. Solicitar aos alunos uma pesquisa sobre a ocorrência de obesidade entre os jovens brasileiros, indicando suas principais causas, riscos e alternativas para combater o problema. É possível solicitar que elaborem um painel informativo para ser exposto nos espaços comuns da escola. Sugerimos as seguintes fontes para pesquisa: • OMS Brasil. Disponível em: <http://livro.pro/otd48t>. Acesso em: 16 nov. 2018 • ABESO. Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica. Disponível em: <http://livro. pro/bxwce7>. Acesso em: 16 nov. 2018.

A. Identificar as informações contidas no mapa Responda às questões em seu caderno:

1. A Organização Mundial da Saúde (OMS) utiliza uma proposta diferenciada de regionalização do espaço mundial para a realização de seus estudos e projetos. Que regiões são essas e como elas estão indicadas no mapa?

2. Por que a expectativa de vida é um indicador de saúde? Que variável visual foi empre-

gada para informá-la? A expectativa de vida ajuda a entender as condições de saúde de um país. Quanto mais elevado esse indicador social, melhores as condições de saúde. Foi empregada a variável visual valor. 3. Os símbolos presentes no mapa representam quais informações? Os círculos indicam países onde de 4% a 27% da população adulta é portadora do HIV. Os triângulos representam países onde mais de 30% da população adulta é obesa. B. Analisar os dados por regiões

4. Cite as regiões com a maior e a menor expectativa de vida. Maior expectativa: Europa. Menor expectativa: África.

5. Em que região do planeta a prevalência de adultos portadores do HIV é maior? África.

6. Em que regiões há maior número de adultos obesos? Mediterrâneo Oriental e Pacífico Ocidental.

7. Por meio da análise dos gráficos, indique: a) as regiões onde a mortalidade materna e a tuberculose ainda são um grave problema. África, Sudeste Asiático e Mediterrâneo Oriental. b) a região onde a tuberculose foi praticamente erradicada, ou seja, extinta. América.

C. Analisar as desigualdades em relação à saúde

8. Que relação podemos estabelecer entre a expectativa de vida e a ocorrência de doenças como tuberculose, HIV e obesidade?

9. Quais são os problemas socioeconômicos e sanitários que justificam as elevadas taxas de mortalidade materna nas regiões que você indicou na questão 7?

10. Considerando a proposta de regionalização norte-sul, em que porção do planeta a população apresenta piores condições de saúde? Sul.

11. A partir da análise dos dados disponíveis no mapa e nos gráficos, escreva um parágrafo sobre saúde e desigualdade social. Depois, compartilhe sua produção com os colegas.

MURAL Organização Mundial da Saúde. Disponível em: <http://livro.pro/p28qzg>. Acesso em: 16 nov. 2018. No site da Organização Mundial da Saúde (OMS), você poderá pesquisar mais dados sobre os conteúdos estudados na seção.

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nos países da África, do Sudeste Asiático e do Mediterrâneo Oriental. Cabe destacar que a África apresenta a situação mais preocupante entre todas as regiões do planeta. Na atividade 11, espera-se que os alunos indiquem, mais uma vez, uma repetição dos padrões de distribuição

de desigualdade já estudados na Unidade no que se refere à saúde da população, sendo a África e o Sudeste Asiático as regiões com maior número de problemas.

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ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS Introduzir o tema com a leitura das manchetes disponíveis na página 60, que citam nomes de grandes organizações não governamentais internacionais. Encaminhar as atividades 1 e 2 e verificar os conhecimentos e as hipóteses dos alunos a respeito do assunto. Essa sondagem poderá auxiliá-lo na preparação e no encaminhamento das aulas. Destacar que, por conta das desigualdades socioeconômicas existentes entre as diversas regiões do globo, uma parcela significativa da população mundial, concentrada nos países do Sul, encontra-se à margem do processo de globalização. Neste contexto, a ação de organizações governamentais e não governamentais visa cobrir lacunas que, em muitas situações, não são cobertas pelos Estados. Ao falar sobre as organizações não governamentais (ONGs), é comum ver associada a referência ao chamado “terceiro setor”. Chamar a atenção dos alunos para essa classificação, que não deve ser confundida com os setores da economia. O primeiro setor é constituído pelas instituições estatais comandadas pelo governo. O segundo setor corresponde às empresas privadas com fins lucrativos. O terceiro setor, por sua vez, é formado pelas organizações privadas sem fins lucrativos prestadoras de serviços públicos, que envolvem inúmeras ONGs e atividades. Depois de apresentadas algumas grandes ONGs mundiais, promover um debate com os alunos sobre o papel delas, que, muitas vezes, atuam de modo a compensar a ausência do poder público em determinados setores da sociedade. Também pode ser interessante promover uma pesquisa sobre as principais ONGs que atuam no Brasil.

Organizações internacionais Leia as manchetes. GREENPEACE BRASIL ALERTA CONTRA AGENDA DE DESMATAMENTO NA AMAZÔNIA traISTOÉ. Disponível em: <https://istoe.com.br/greenpeace-brasil-alerta-con agenda-de-desmatamento-na-amazonia/>. Acesso em: 27 out. 2018.

BOMBARDEIO DESTRÓI CENTRO DE TRATAMENTO DA MÉDICOS SEM FRONTEIRAS NO IÊMEN VEJA. Disponível em: <https://veja.abril.com.br/mundo/bombardeio-destroi-centrode-tratamento-da-medicos-sem-fronteiras-no-iemen/>. Acesso em: 27 out. 2018.

Converse com os colegas e o professor sobre as questões a seguir.

1. Quais são as organizações citadas nas manchetes? Você já ouviu falar delas? Greenpeace e Médicos sem Fronteiras. Verificar conhecimentos dos alunos sobre essas organizações. 2. Em sua opinião, qual é importância delas? Você saberia indicar outras organizações? Resposta pessoal. O processo de globalização intensificou as relações internacionais nos seus diversos aspectos e influenciou o surgimento de um maior número de organizações voltadas para a cooperação internacional. Problemas ambientais, crises econômicas e guerras requerem que, em muitas situações, soluções sejam tomadas por mais de um país. Nesses contextos são criadas as organizações internacionais. Essas organizações podem ser constituídas de países ou de grupos de pessoas – governamentais e não governamentais – que definem, em Estatuto ou Carta de Intenções, os objetivos de sua atuação.

Organizações não governamentais (ONGs) internacionais As ONGs são instituições civis com preocupações e práticas sociais, sem fins lucrativos, que realizam serviços em lugares e situações em que os governos se fazem pouco presentes. Essas organizações obtêm recursos por meio de financiamentos de governos e empresas privadas, venda de produtos, doações da população em geral, e contam com voluntários – pessoas que não recebem salários pelo seu trabalho na organização. Além disso, as ONGs são importantes fiscalizadoras e denunciadoras de ações dos vários atores do espaço geográfico mundial.

60 Aproveitar para conversar sobre o papel desse tipo de organização em uma escala mais próxima, isto é, a ação de ONGs ou outras instituições da sociedade civil no lugar onde vivem (bairro, município etc.), conforme solicitado na atividade de pesquisa do boxe Investigar D2_GEO_F2_2054_V9_U02_G20.indd 60

lugares. Estimular os alunos a pesquisar sobre a realidade do terceiro setor em escala local. Após a realização da proposta, solicitar aos alunos que se organizem em grupos e elaborem um painel com as informações coletadas para compartilhar com o restante da turma. Ao final das apre-

sentações, questioná-los por que o trabalho dessas ONGs é importante, solicitando que baseiem sua argumentação nos dados levantados.

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AMPLIANDO HORIZONTES • TACHIZAWA, T. Organizações Não Governamentais e Terceiro Setor: Criação de ONGs e Estratégias de Atuação. São Paulo: Atlas, 2014. A finalidade desta obra é apresentar técnicas inerentes à gestão das organizações não governamentais e outros tipos de organizações sociais, sem fins lucrativos, que compõem o Terceiro Setor, em uma abordagem da realidade brasileira. • BARBOZA, M. Q. As cem melhores ONGs do Brasil. Época. Disponível em: <http:// livro.pro/7x8tpo>. Acesso em: 16 nov. 2018. Na reportagem, a revista e o Instituto Doar apresentam a primeira lista das organizações com mais eficiência, qualidade de gestão, transparência e boa governança do Brasil.

LOUISA GOULIAMAKI/AFP

Existem milhares de ONGs, a maioria de atuação local. Apenas algumas centenas delas são internacionalmente influentes.

A ONG Médicos sem Fronteiras auxilia no tratamento de crianças em áreas de conflitos. Atendimento a criança em Jerash, Jordânia, 2018.

Anistia Internacional ANISTIA INTERNACIONAL

Fundada no Reino Unido, em 1961, e atualmente presente em 150 países, a Anistia Internacional atua para que os direitos humanos sejam respeitados internacionalmente, promovendo a defesa de vítimas de tortura, condenados à pena de morte e presos políticos. Em 1977, a Anistia Internacional recebeu o Prêmio Nobel da Paz, um reconhecimento pela atuação no cenário internacional.

Oxfam

OXFAM

Criada em 1995, a Oxfam é uma confederação internacional de 15 organizações que trabalham pelo combate à pobreza, à injustiça social e às violações dos direitos humanos. Atua em 98 países exercendo pressão sobre governos e empresas a fim de garantir melhores condições de vida às populações carentes.

Greenpeace

INVESTIGAR LUGARES • Você conhece alguma ONG que atua no município ou no estado onde você mora? • Em caso positivo, qual a área de atuação dela? • Em caso negativo, busque informações a respeito e compartilhe suas descobertas com os colegas. Respostas pessoais.

GREENPEACE

O Greenpeace surgiu em 1971. Suas ações estão voltadas para a proteção do ambiente, com destaque para florestas, oceanos e atmosfera. A instituição promove campanhas criativas e provocativas para chamar atenção para os problemas ambientais.

Prêmio Nobel da Paz: criado pelo sueco Alfred Nobel, é entregue desde 1902 a pessoas ou instituições que se destacam em ações que beneficiam a sociedade.

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ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

Organizações governamentais internacionais As organizações governamentais internacionais podem ter objetivos e interesses diversos. Algumas têm caráter político e regional, como a Organização dos Estados Americanos (OEA), que funciona como um fórum governamental político, jurídico e social dos países da América. Outras, como a Organização das Nações Unidas (ONU), têm atuação global.

Organização das Nações Unidas (ONU) A ONU foi criada em 1945, após a Segunda Guerra Mundial, por 50 países que se reuniram em San Francisco (Estados Unidos), para uma Conferência Internacional com o objetivo de discutir novos rumos do mundo e evitar conflitos armados, especialmente os de grandes proporções. Com sede em Nova York (Estados Unidos), a ONU é, atualmente, a maior e a mais importante organização governamental internacional. Dela fazem parte 193 países, inclusive o Brasil. A manutenção da paz, a defesa da igualdade, dos direitos e das liberdades do ser humano e a promoção do desenvolvimento econômico, social e cultural são seus objetivos principais. Observe o esquema de parte da estrutura da ONU. Conselho de Segurança Responsável pela manutenção da paz e da segurança. Constituído de 15 países-membros, sendo cinco permanentes, que possuem o direito de veto a qualquer proposta: Estados Unidos, Rússia, Reino Unido, França e China; e dez rotativos, eleitos por dois anos.

Conselho Econômico e Social Responsável pelo desenvolvimento e pela coordenação de atividades sociais, econômicas, culturais, ambientais e educativas. Constituído por 54 países-membros.

Secretariado Responsável pela análise de problemas econômicos e sociais, preparação de relatórios sobre meio ambiente ou direitos humanos, organização de conferências internacionais etc.

ONU

Entre as organizações governamentais internacionais, destacar a organização e a atuação da ONU. Explicar aos alunos que os primeiros organismos internacionais surgiram a partir do final da Segunda Guerra Mundial, com o objetivo de reorganizar a economia e regular as relações entre os países, em diversas áreas. Atualmente, eles continuam atuando, incentivando a cooperação entre seus membros e definindo ações em âmbito mundial, sobretudo nas áreas econômica, cultural, social, médica e no planejamento e na tomada de decisões em situações de crise nacionais ou internacionais. Os alunos costumam ter alguma familiaridade com a ONU por meio de notícias divulgadas pela mídia. Para um melhor direcionamento de como tratar do assunto, iniciar a aula sondando o conhecimento prévio da turma. Isso pode ser feito por meio das seguintes questões norteadoras: “Vocês já ouviram falar da ONU?”; “Em que contextos?”; “O que vocês sabem sobre essa organização?”. Permitir que se expressem livremente. Apresentar os aspectos relacionados ao surgimento da organização. Na sequência, apresentar a estrutura da ONU, indicando as funções dos seus órgãos principais e as agências que fazem parte de cada um. Questionar os alunos se conhecem nomes de algumas delas. Explicar que muitos dados que constam no livro do aluno foram obtidos em documentos disponibilizados por essas agências, como o Relatório do Desenvolvimento Humano, cuja publicação está sob responsabilidade do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).

Veto: oposição, proibição, posicionar-se de forma contrária.

Corte Internacional de Justiça Responsável pela apresentação de soluções para problemas judiciais a países e outros órgãos e agências especializadas da ONU. É constituída de 15 juízes eleitos pela Assembleia Geral e pelo Conselho de Segurança, em mandato de nove anos.

Assembleia Geral Órgão em que os países-membros apresentam propostas para soluções de problemas e discutem temas como paz e segurança, aprovação de novos membros, desarmamento, direitos humanos etc. Cada país tem direito a um voto. Elaborado pelos autores.

62 AMPLIANDO HORIZONTES Orientar os alunos a pesquisar notícias em sites oficiais de agências: • UNICEF BRASIL. Disponível em: <http://livro.pro/8zx3c2>. • FAO NO BRASIL. Disponível em: <http://livro.pro/2xfxjw>. D2_GEO_F2_2054_V9_U02_G20-AVU.indd 62

• OMS.

Disponível em: <http://livro.pro/2j8cd5/>. • UNESCO BRASIL. Disponível em: <http://livro.pro/7id9mc>. • BANCO MUNDIAL. Disponível em: <http://livro.pro/ waoeev>. • FMI. Disponível em: <http:// livro.pro/p5cg9w> (não disponível em português).

• PNUMA. Disponível em:

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<http://livro.pro/vkzzee>. Acessos em: 16 nov. 2018.

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Agências da ONU A ONU é composta de agências especializadas, programas e fundos que desenvolvem ações em diversas áreas como saúde, educação e defesa dos direitos humanos. Conheça algumas dessas instituições.

BANCO MUNDIAL

Banco Mundial Fundado em 1944, com o nome de Banco Internacional da Reconstrução e Desenvolvimento (Bird), o Banco Mundial conta com 187 países-membros. Com sede em Washington (Estados Unidos), a instituição atende somente países em desenvolvimento, fornecendo-lhes empréstimos e experiência técnica para projetos como construção de escolas, hospitais, estradas, hidrelétricas etc.

FMI

Fundo Monetário Internacional (FMI) Com sede em Washington (Estados Unidos), o FMI, criado em 1944, tem como principal objetivo a estabilidade do sistema financeiro internacional, por meio de cooperação entre os 187 países-membros. Quando solicitado, o Fundo fornece empréstimos e exige políticas de ajustes econômicos que, muitas vezes, prejudicam o desenvolvimento social dos tomadores dos empréstimos.

MURAL

FAO

Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) Criada em 1945, tem sede em Roma (Itália) e atua em 191 países. Seu objetivo é a promoção do desenvolvimento agrícola, o aumento da produção de alimentos e a erradicação da fome, da subnutrição e da carência de alimentos.

OMS

Organização Mundial da Saúde (OMS) Fundada em 1948, com sede em Genebra (Suíça), a OMS atua em 147 países, fornecendo apoio técnico e assistência na prevenção e no tratamento de doenças, como programas de vacinação em massa e fornecimento de medicamentos.

No símbolo da FAO, a inscrição em latim fiat panis significa “faça-se o pão”.

como das nações grandes e pequenas, e a estabelecer condições sob as quais a justiça e o respeito às obrigações decorrentes de tratados e de outras fontes de direito internacional possam ser mantidos, e a promover o progresso social e melhores condições de vida dentro de uma liberdade mais ampla.” “E para tais fins praticar a tolerância e viver em paz uns com os outros, como bons vizinhos, unir nossas forças para manter a paz e a segurança internacionais, garantir, pela aceitação de princípios e a instituição de métodos, que a força armada não será usada a não ser no interesse comum, e empregar um mecanismo internacional para promover o progresso econômico e social de todos os povos.” “Resolvemos conjugar nossos esforços para a consecução desses objetivos. Em vista disso, nossos respectivos governos, por intermédio de representantes reunidos na cidade de São Francisco, depois de exibirem seus plenos poderes, que foram achados em boa e devida forma, concordaram com a presente Carta das Nações Unidas e estabelecem, por meio dela, uma organização internacional que será conhecida pelo nome de ‘Organização das Nações Unidas’.” NAÇÕES UNIDAS NO BRASIL. Conheça a ONU. Disponível em: <https://nacoesunidas.org/ conheca/>. Acesso em: 13 nov. 2018.

Organização das Nações Unidas no Brasil Disponível em: <http://livro.pro/ije3pn>. Acesso em: 27 out. 2018. Site oficial da ONU no Brasil, com informações atualizadas sobre as ações da organização no mundo e no nosso país.

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TEXTO COMPLEMENTAR Conheça a ONU A Organização das Nações Unidas, também conhecida pela sigla ONU, é uma organização internacional formada por países que se reuniram voluntariamente para trabalhar pela paz e desenvolvimento mundiais.

O preâmbulo da Carta das Nações Unidas – documento de fundação da Organização – expressa os ideais e os propósitos dos povos cujos governos se uniram para constituir as Nações Unidas: “Nós, os povos das Nações Unidas, resolvidos a preservar as gerações vindouras

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do flagelo da guerra, que, por duas vezes no espaço da nossa vida, trouxe sofrimentos indizíveis à humanidade, e a reafirmar a fé nos direitos fundamentais do homem, na dignidade e no valor do ser humano, na igualdade de direitos dos homens e das mulheres, assim

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ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

UNESCO

Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) A Unesco, sediada em Paris (França), foi criada em 1945. É constituída por 193 países que buscam promover o desenvolvimento nas áreas de educação; ciências humanas, sociais e naturais; informação; cultura e comunicação.

UNICEF

Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) O Unicef, sediado em Nova York (Estados Unidos), foi criado em 1946. O Fundo desenvolve políticas e campanhas de vacinação, prevenção da aids, educação, combate ao trabalho infantil e à discriminação de crianças e adolescentes, entre outras ações. Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) O PNUMA foi criado em 1972, como resultado da primeira conferência da ONU sobre meio ambiente realizada no mesmo ano em Estocolmo (Suécia). Com sede em Nairóbi (Quênia), tem como objetivos promover a conservação e o uso racional dos recursos naturais, alertar sobre problemas e ameaças ao meio ambiente, entre outros. Atua em parceria com setores governamental, não governamental, acadêmico e privado. As conferências mundiais sobre meio ambiente realizadas depois da criação do PNUMA têm por objetivo promover debates e buscar soluções para os problemas ambientais globais. Observe a linha do tempo com as principais conferências e seus desdobramentos. 1972

1987

1995

Conferências das Partes (COPs) passam a acontecer anualmente para discutir as mudanças climáticas e ações necessárias. O Protocolo de Kyoto (1997) e o Acordo de Paris (2015) foram elaborados nas COPs.

1992 Conferência Rio 92, Rio de Janeiro, Brasil. Criação da Agenda XXI e das Convenções sobre Mudanças Climáticas e Diversidade Biológica.

Publicação do relatório ”Nosso Futuro Comum“, elaborado pela ONU, discute a importância do desenvolvimento sustentável.

Conferência de Estocolmo, Suécia. Criação do PNUMA.

PNUMA

Ainda sobre as agências da ONU e a importância da organização no cenário internacional, é importante lançar um olhar crítico à sua atuação a partir da análise de alguns acontecimentos históricos nos quais esteve envolvida, sobretudo quando se trata de manter a paz mundial. Destacar que, embora seu principal propósito seja manter a paz e a segurança no mundo, a ONU não conseguiu, ao longo de sua história, evitar diversos conflitos armados. Em alguns casos, manteve-se afastada ou até mesmo ausente, para não contrariar os membros permanentes do Conselho de Segurança, como aconteceu na invasão dos Estados Unidos ao Vietnã (19611975); na invasão da extinta União Soviética ao Afeganistão (1979-1989); na Guerra das Malvinas, entre Argentina e Inglaterra (1982); nos ataques das forças militares russas à província da Chechênia (na década de 1990); na invasão do Iraque pelos Estados Unidos (2003); e nos conflitos na Ucrânia (2014-2015), que envolvem interesses da Rússia e das potências ocidentais. Explicar que a posição passiva do Conselho de Segurança da ONU durante a invasão estadunidense no Iraque gerou dúvidas quanto à credibilidade e ao papel da organização como mantenedora da paz mundial. Essa experiência fez com que a ONU reavaliasse seu papel e reformulasse vários programas, fundos, agências especializadas e, sobretudo, o Conselho de Segurança, que convive com uma proposta de ampliação do número de membros. O Brasil, ao lado de Índia, Japão e Alemanha, pleiteia uma vaga de membro permanente do Conselho de Segurança. Sobre o Pnuma, destacar sua atuação nas questões ambientais planetárias, ressal-

2002

2012 Conferência Rio +10, Johanesburgo, África do Sul. Acordo em reduzir pela metade, até 2015, a fome e a carência de água potável.

Conferência Rio +20, Rio de Janeiro, Brasil. Renovação do compromisso com o desenvolvimento sustentável e avaliação de progressos e falhas nas políticas adotadas anteriormente.

64 tando as principais conferências das Nações Unidas sobre meio ambiente já realizadas e seus principais desdobramentos. A linha do tempo da página 64 é um bom ponto de partida para aprofundar o estudo sobre o tema. Em relação aos Objetivos de Desenvolvimento do MilêD2_GEO_F2_2054_V9_U02_G20.indd 64

nio, ressaltar que em 2000 a ONU estabeleceu oito metas que deveriam ser atingidas até o ano de 2015 e que, após avaliação dos avanços e pontos que ainda precisavam ser melhorados, os governos signatários da Cúpula do Milênio reafirmaram, em junho de 2012 durante a Rio+20, o

estabelecimento de metas favoráveis ao desenvolvimento sustentável em substituição aos ODM (Objetivos do Milênio). Os dezessete objetivos da agenda de desenvolvimento sustentável abordados no livro do aluno são um desdobramento dos oito objetivos estabelecidos no início do

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ATIVIDADE COMPLEMENTAR 1. Reúnam-se em grupo e façam uma pesquisa sobre a atuação de uma das agências da ONU no Brasil. Identifiquem os projetos desenvolvidos, os beneficiados diretos, as instituições brasileiras envolvidas. Em seguida: a) Apresentar o resultado da pesquisa aos colegas e ao professor. b) Discutir a importância do trabalho dessa agência para o nosso país. 2. Em grupo, construam um quadro-síntese contendo informações sobre as principais agências da ONU: Banco Mundial, FMI, OMS, FAO, Pnuma, PNUD, Unicef, Unesco. Vejam o modelo de quadro.

Na tentativa de se fortalecer como organização coordenadora de ações mundiais, a ONU organizou, no ano 2000, a Cúpula do Milênio, na qual os países-membros comprometeram-se a implantar políticas para atingir oito grandes objetivos de desenvolvimento até 2015. Veja ao lado. Durante os 15 anos em que os oito objetivos do milênio nortearam as ações dos governos e das organizações internacionais, muitos avanços acorreram. A pobreza diminuiu, mais crianças passaram a frequentar a escola e as taxas de mortalidade infantil caíram. Porém, ainda é preciso realizar esforços para atingir esses objetivos de forma satisfatória. Em 2015, houve outra reunião da Cúpula de Desenvolvimento Sustentável, em que os países-membros da ONU e a sociedade civil redefiniram uma agenda de desenvolvimento sustentável, que deverá ser atingida até 2030, composta de 17 objetivos.

OMS

Objetivos de Desenvolvimento do Milênio

• Compare os objetivos

ONU

do milênio estabelecidos nos anos 2000 e 2015. Depois, copie o quadro abaixo em seu caderno e preencha-o, indicando quais objetivos do desenvolvimento sustentável de 2015 estão relacionados aos objetivos estabelecidos em 2000. Veja o modelo.

Organismo

1

2

3

4

5

6

7

Área de Atuação

AMPLIANDO HORIZONTES • NAÇÕES UNIDAS NO BRASIL. Disponível em: <http:// livro.pro/hy9j2n>. Acesso em: 13 nov. 2018. O link relata a história da ONU no Brasil e a atuação de cada uma de suas agências.

Objetivos do milênio ano 2000

Objetivos do Desenvolvimento Sustentável 2015

Sede

8

1, 2, 4, 8, 9, 10

MURAL Plataforma Agenda 2030 Disponível em: <http://livro.pro/p8a9dw>. Acesso em: 27 out. 2018. O site apresenta os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável e as metas necessárias para atingi-los até o ano de 2030.

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século XXI, cujas metas devem ser atingidas até o ano de 2030. A atividade permite aos alunos relacionar os dois grupos de objetivos. Solicitar que comparem todos os objetivos e preencham o quadro adiante, justificando as associações

realizadas. Segue aqui apenas uma das possibilidades de resposta. É indicado em Ampliando horizontes o endereço de um portal com todas as informações relativas aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável 2015.

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Objetivos do milênio ano 2000 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável 2015

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5, 10, 17

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1, 2, 3, 6

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8 8, 9, 16, 17

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ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

PENSAR E AGIR NÃO ESCREVA NO LIVRO.

Fórum Social Mundial (FSM)

BIRA DANTAS

O FSM é um encontro aberto realizado quase todos os anos, do qual participam movimentos sociais, ONGs e diversas pessoas do mundo, com o objetivo de debater problemas sociais e políticos, formular propostas e trocar experiências. O primeiro FSM aconteceu em Porto Alegre em 2001 e foi concebido em oposição ao Fórum Econômico Mundial, organização internacional que reúne anualmente na cidade de Davos (Suíça), apenas por meio de convite, líderes políticos, empresários, especialistas de diversas áreas, jornalistas, religiosos, ONGs, entre outros, para discutir e apontar soluções para questões mundiais que envolvem economia, educação, saúde, ambiente, pobreza, conflitos internacionais etc. Desde então, encontros nacionais, regionais e temáticos passaram a ocorrer a fim de discutir temas específicos, como saúde e migrações. Observe as imagens e o mapa a seguir.

FÓRUM SOCIAL MUNDIAL

Fórum Social Mundial – 2001-2018 0°

0

Meridiano de Greenwich

2 667

OCEANO ÍNDICO Equador

OCEANO ATLÂNTICO Porto Alegre 2001, 2002, 2003, 2005 e 2012

Nairóbi 2007

Salvador 2018

ÍNDIA

Karachi 2006

PAQUISTÃO

OCEANO PACÍFICO

BRASIL

Belém 2009

QUÊNIA Mumbai 2004

Trópico de Capricórnio

0° VENEZUELA

Bamako 2006 MALI

SENEGAL Dakar 2011

Caracas 2006 Trópico de Câncer

TUNÍSIA Túnis 2013, 2015 Montreal 2016 CANADÁ Círculo Polar Ártico

ALLMAPS

Nesta seção pretendem-se reforçar o trabalho com algumas competências diretamente relacionadas ao tema proposto: • Gerais: 1, 7 e 9. • Área: 1, 2, 3 e 6. • Específicas: 6 e 7. Esta seção destaca o papel do Fórum Social Mundial (FSM) como agente de discussão da globalização e seus efeitos. Introduzir o estudo conversando com os alunos sobre o que é um fórum, levantando suas hipóteses sobre o assunto. Explicar que a palavra fórum significa reunião para trocar ideias e experiências sobre diversos temas. Explicar as origens do FSM, destacando o aspecto de resistência às imposições das grandes corporações e organismos internacionais, dando voz aos movimentos sociais. Novamente, é possível trazer os aspectos estudados relacionados às disparidades socioeconômicas e à segregação de determinados grupos no contexto da globalização, que começam a se organizar para buscar uma inserção maior nas decisões internacionais. Nesse sentido, analisar com a turma a charge disponível na página 66, solicitando na sequência que os alunos realizem a atividade 1. Espera-se que os alunos concluam que a esperança é a de que um mundo diferente, com mais justiça, com menos desigualdades e menos problemas sociais, seja possível. Solicitar aos alunos que analisem atentamente o mapa da página 66. É provável que o fato de o Sul estar voltado para cima chame a atenção dos alunos; essa é uma oportunidade para provocar um debate e verificar as hipóteses da turma para justificar a escolha do cartógrafo. Na atividade 2, os alunos poderão sistematizar as observações e aspectos analisados no

Fonte: DURAND, M.-F. (Coord.). Atlas, espace mondial 2018. Paris: Presses de Sciences Po, 2018. p. 220.

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mapa. No item a, os alunos deverão reconhecer Belém, Salvador e Porto Alegre como capitais que já receberam fóruns sociais no Brasil. No item b, deverão indicar a América e a África. Espera-se que reconheçam que os continentes em questão apresentam graves problemas socioeco-

nômicos que justificam a organização da sociedade civil e a realização de fóruns em busca de soluções comuns. Essa observação responde em parte o item c, cuja resposta é pessoal. É esperado que os alunos apontem argumentos relacionados à intenção do cartógrafo de destacar que as

desigualdades estão concentradas no Sul do planeta ou, ainda, de valorizar o Sul como uma região de onde surgem as alternativas a um processo de globalização excludente. Na atividade 3, item a, espera-se que os alunos indiquem que os continentes foram representados de manei-

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presas, cidadãos organizados etc. Para a atividade 5, os alunos terão de pesquisar os temas tratados durante o Fórum Mundial Social de 2018. Entre eles, podem ser destacados ancestralidade, terra e territorialidade; comunicação, tecnologias e mídias livres; feminismo e luta das mulheres; povos indígenas; racismo, intolerância e xenofobia; diversidade de gênero; direitos humanos; democratização da economia; culturas de resistência; democracias; desenvolvimento, justiça social e ambiental; direito à cidade; lutas anticoloniais etc. Aconselhar os alunos a acessar o site oficial da organização para que possam entrar em contato com as discussões promovidas no último FSM avaliando-as. Conversar com eles sobre a relação dos temas discutidos no FSM e a realidade do lugar onde vivem, procurando relacionar o local com o global. Orientar os alunos na hora da apresentação, estabelecer limites de tempo e estimular o debate.

Organizem-se em grupos para realizar as atividades propostas.

1. Observem novamente a charge e respondam: qual é a esperança dos personagens? Na opinião do grupo, que “outro mundo” eles esperam?

2. Observe o mapa e respondam: a) Em que capitais brasileiras já ocorreram fóruns sociais? b) Quais os continentes onde mais ocorreram fóruns mundiais? Na sua opinião, qual a relação dessa localização com o objetivo dos fóruns? c) Na opinião de vocês, por que esse mapa tem o sul voltado para o topo?

3. Observem o logotipo e o slogan do Fórum Social Mundial que aconteceu em Salvador (BA), em 2018, e respondam: a) Na opinião de vocês, por que os continentes foram representados lado a lado? b) Qual a mensagem que o slogan do FSM 2018 quer transmitir? organizar um Fórum Social. Que problemas do Brasil ou do mundo vocês acham que deveriam ser discutidos? a) Elaborem uma lista com esses temas e compartilhem com os outros grupos.

ORMUZD ALVES/FOLHAPRESS

4. Imaginem que vocês vão

O FSM é independente de qualquer governo, empresa ou organização política. Na fotografia, marcha do primeiro FSM em Porto Alegre (RS), 2001.

b) Depois, escolham um deles para discussão e levantamento de propostas para solucioná-lo.

AMPLIANDO HORIZONTES • FÓRUM SOCIAL MUNDIAL 2018. Disponível em: <http:// livro.pro/cxr2jb>. Acesso em: 13 nov. 2018. Página do evento com as informações completas sobre o Fórum Social Mundial, realizado em Salvador, em 2018.

5. Façam uma pesquisa em jornais, revistas e, se possível na internet, sobre o último Fórum Social Mundial. • Selecionem, imprimam ou recortem reportagens sobre os temas discutidos no Fórum. • Façam uma lista com esses temas e escrevam um texto considerando a importância deles e se possuem relação com a vida dos brasileiros e o lugar onde vocês moram. • Apresentem seu trabalho para a classe, em uma roda de conversa. O professor será o mediador das discussões.

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ra alinhada porque o objetivo central é passar a ideia de que todos têm o mesmo “peso”, ou seja, são todos iguais. No item b, cuja resposta é pessoal, espera-se que os alunos associem o slogan com a questão da valorização das culturas locais em detrimento da massificação cultural

gerada pela globalização. A resistência também pode ser associada às dificuldades sociais enfrentadas pelos povos de maior vulnerabilidade. Com relação à atividade 4, os alunos têm a liberdade de escolher os assuntos mais relevantes de acordo com a opinião do grupo; po-

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rém é importante orientá-los a pensar em problemas que caracterizam a sociedade brasileira e os países do Hemisfério Sul em geral. No item b, estimulá-los a discutir propostas de ações que envolvam os diversos setores da sociedade: organizações governamentais e não governamentais, em-

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ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

INTERAÇÃO

Todas as respostas das atividades desta seção estão no MP em U, com orientações e encaminhamentos.

NÃO ESCREVA NO LIVRO.

1. O debate sobre a globalização, muitas vezes, opõe grupos de opiniões radicalmente diferentes. Leia o texto abaixo e resolva as atividades no caderno. O movimento antiglobalização tende, de maneira típica, a apresentá-la como diretamente hostil aos objetivos do desenvolvimento econômico e uniformemente nociva aos interesses dos países pobres. Nos Estados Unidos, os partidários da globalização tenderiam, ao contrário, a considerá-la a solução para os problemas do desenvolvimento econômico. [...] A globalização não é nem o inimigo nem a salvação do desenvolvimento. Ela constitui um processo muito mais complexo, que comporta dimensões positivas tanto quanto negativas significativas. [...] Com o fim da Guerra Fria, os prodigiosos avanços dos transportes e das técnicas da informação e da comunicação e o desenvolvimento ainda mais rápido do ritmo de interconexão, pudemos constatar uma progressão muito acentuada. Tudo isso contribuiu para aumentar a renda per capita muito mais rapidamente do que no passado. Ainda assim, é preciso reconhecer que as desigualdades são atualmente mais acentuadas do que em qualquer outro momento da história. Por volta de 1820, no alvorecer da era industrial mundial, a diferença entre os países mais pobres e os mais ricos, calculada segundo a renda per capita, era de 1 para 3. A tecnologia foi o principal motor do crescimento, mas também contribuiu consideravelmente para aumentar as desigualdades. Hoje essa diferença é da ordem de 1 para 30. SACHS, J. Globalização e países em via de desenvolvimento. Globalização para quem? São Paulo: Futura, 2004. p. 87-92.

a) Que aspecto negativo da globalização foi citado pelo autor? b) Cite outros problemas que, em muitos lugares do mundo, aprofundaram-se com a globalização. c) Na sua opinião, que aspectos da globalização são positivos? Justifique sua resposta.

2. Analise o gráfico a seguir. Mundo: pobreza multidimensional (% da população) – 2015 74

População rural 64

31 25

População urbana

LUIZ RUBIO

A seção Interação resgata e possibilita a aplicação de conteúdos conceituais e procedimentais trabalhados na Unidade 2. Organizar os alunos em duplas para a realização das atividades propostas na seção. Destinar um tempo para que eles possam concluí-las. Acompanhar a produção circulando pela sala para oferecer apoio didático e esclarecer dúvidas. Depois do tempo estipulado, verificar as respostas das atividades e solicitar às duplas que as exponham oralmente, de forma alternada. Anotar na lousa os conceitos trabalhados em cada atividade. Na atividade 1, item a, espera-se que os alunos identifiquem o aumento das desigualdades sociais. No item b, poderão citar o aumento do desemprego, proliferação de doenças, imposição cultural, entre outros. No item c, os alunos podem citar os avanços nos meios de transporte e de comunicação e o maior intercâmbio entre países e povos de culturas diferentes. Na atividade 2, item a, o gráfico mostra o percentual de pessoas em situação de pobreza multidimensional por continente ou região do globo e por área de moradia (ou seja, se a moradia é na zona urbana ou rural). No item b, os alunos devem identificar que o maior índice é encontrado na África Subsaariana, e o menor na Europa e na Ásia Central. No item c, os índices de pobreza multidimensional para a América Latina são de 3% nas áreas urbanas e 19% nas áreas rurais. No item d, os alunos poderão observar que o maior número de famílias atingidas pela pobreza multidimensional encontra-se nas áreas rurais. Espera-se que eles indiquem que nas áreas rurais dos países pobres e em desenvolvimento as infraes-

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8 3 África Subsaariana

Sul da Ásia

Países Árabes

América Latina

2 Leste Asiático e Pacífico

3 1 Europa e Ásia Central

Elaborado com base em: UNDP. Human Development Report 2016. New York, 2016. p. 55.

68 truturas são ainda mais precárias do que nas áreas urbanas. Verificar as hipóteses levantadas pelos alunos. Na atividade 3, item a, os alunos deverão indicar que a sigla ONG significa Organização Não Governamental. São instituições civis com preocupações e práticas sociais, sem D2_GEO_F2_2054_V9_U02_G20.indd 68

fins lucrativos. No item b, a ONG citada na notícia é a organização Parceiros do Mar, que promove a limpeza de praias e a conscientização sobre o problema ambiental do lixo. No item c, os alunos poderão citar a Anistia Internacional, o Greenpeace, Médicos sem Fronteiras etc., além de ONGs

locais. As ONGs desempenham importantes funções em todo o mundo, realizando serviços em lugares e situações em que os governos são pouco presentes, fiscalizando e denunciando ações dos vários atores do espaço geográfico mundial. No item d, espera-se que os alunos citem que por meio de

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a) O que mostra o gráfico? b) Que regiões do mundo apresentam, respectivamente, o maior e o menor índice de pobreza multidimensional? c) Qual é o índice de pobreza multidimensional na região onde o Brasil está inserido? d) Onde há maior concentração de pessoas em situação de pobreza: nas áreas urbanas ou nas rurais? Em sua opinião, por que isso acontece?

3. Leia a notícia e responda às questões. ONG faz limpeza em praia do litoral paranaense e encontra “lixo internacional” No último fim de semana, a ONG Parceiros do Mar, em parceria com mais de 30 voluntários, promoveu a coleta de lixo na orla da Unidade de Conservação do Superagui, no Paraná. Foram recolhidos 47 sacos de lixo, o que deu um total de 120 quilos de resíduos tirados da areia e da área de restinga, que chamou a atenção pela quantidade de lixo internacional. Essa é a quarta limpeza das praias que a ONG realiza com parceiros no litoral do Paraná apenas no segundo semestre, com o objetivo de envolver e conscientizar a comunidade sobre o problema do lixo. ONG FAZ limpeza em praia do litoral paranaense e encontra “lixo internacional”. Bem Paraná, 17 set. 2018. Disponível em: <www.bemparana.com.br/noticia/ong-faz-limpeza-em-praia-do-litoralparanaense-e-encontra-lixo-internacional>. Acesso em: 27 out. 2018.

a) O que significa a sigla ONG? Como essas organizações podem ser definidas? b) Qual a atuação da ONG mostrada na notícia? c) Dê exemplos de atuação de outras ONGs, explicando a importância desse tipo de organização. d) Ainda sobre as ONGs, em geral, como elas obtêm recursos?

FAO

ERIK DE CASTRO/REUTERS/FOTOARENA

4. Observe o símbolo da FAO e a fotografia. Depois, faça as atividades no caderno.

FAO envia alimentos a campo de refugiados sírios em Ain Issa, Síria, 2017.

a) Em sua opinião, o que o símbolo da FAO representa? b) Que ação da FAO a fotografia está retratando? c) Que outras agências da ONU têm projetos diretamente ligados à área social?

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doações, campanhas, financiamentos governamentais ou de empresas privadas, venda de produtos etc. Na atividade 4, item a, espera-se que os alunos percebam que o trigo simboliza o alimento, estando relacionado ao combate à fome. No item b, a fotografia retrata a doação

de alimentos a sírios abrigados em um campo de refugiados, por causa de uma guerra civil. No item c, os alunos poderão indicar a Organização Mundial da Saúde (OMS), que apresenta programas de apoio técnico e de assistência na prevenção e no tratamento de diversas doenças; desenvolve programas de vaci-

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nação em massa, erradicação de doenças e fornecimento de remédios; e a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), que promove o desenvolvimento nas áreas de Educação, Ciências Humanas e Sociais, informação, cultura e comunicação e Ciências Naturais.

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3

COMPETÊNCIAS

ÁREA ...................................p. X • 3, 5, 6 e 7. ESPECÍFICAS ...................p. XI • 1, 2, 3 e 4.

• • • • • • •

p. XVI

EF09GE01 EF09GE02 EF09GE07 EF09GE14 EF09GE15 EF09GE16 EF09GE17

EXPECTATIVAS DE APRENDIZAGEM • Conhecer aspectos político-territoriais e naturais presentes na produção do espaço geográfico europeu. • Compreender os critérios político-ideológicos e de localização geográfica na definição das regionalizações do continente europeu. • Compreender fatores históricos e territoriais no processo de formação da União Europeia (UE) e das Comunidades dos Estados Independentes (CEI), analisando o papel atual dessas organizações no continente. • Reconhecer a importância política e econômica da UE para os países do continente e na relação com outros países, como o Brasil, analisando as dificuldades enfrentadas pelo bloco nos últimos anos. • Analisar a ocorrência na paisagem do continente europeu das formações de relevo, dos principais rios e formações vegetais, principais tipos climáticos e os fatores de sua dinâmica natural. • Relacionar elementos naturais da paisagem às atividades humanas, como o uso dos recursos hídricos. • Relacionar a degradação dos rios europeus, ao longo do tempo, ao processo de produção industrial, conhecen-

EUROPA: REGIONALIZAÇÕES E NATUREZA

Berço da cultura ocidental e de muitas línguas faladas em todos os continentes, a Europa é um dos principais centros políticos e econômicos mundiais. Esse poder está concentrado na União Europeia, o mais poderoso e avançado bloco de integração de países.

VYTAUTAS KIELAITIS/SHUTTERSTOCK.COM

HABILIDADES

UNIDADE

GERAIS ..............................p. IX

• 1, 2, 7 e 10.

O Parlamento Europeu é um órgão legislativo da União Europeia (UE) composto de 751 deputados eleitos pelos cidadãos europeus a cada cinco anos. Na fotografia, uma das sedes do Parlamento Europeu em Estrasburgo, na França, 2018.

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do exemplos de despoluição ocorridos nas últimas décadas. • Elaborar e interpretar gráficos sistematizando informações socioeconômicas do continente europeu. • Realizar leitura de imagens, como mapas e fotografias, para a obtenção de informações variadas e como par-

te de procedimentos de leitura da paisagem. • Realizar procedimentos de pesquisa para a obtenção de informações e desenvolver autonomia nos estudos e atitudes necessárias ao trabalho em grupo.

ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

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A Unidade 3 introduz o estudo do continente europeu abordando suas características territoriais e a divisão política, o processo de integração da Europa e alguns aspectos naturais do continente.

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NO DIGITAL – 2O BIMESTRE • Veja o plano de desenvolvimento para as unidades 3 e 4. • Desenvolva o projeto integrador sobre refugiados na Europa. • Explore as sequências didáticas do bimestre, que trabalham as habilidades EF09GE01, EF09GE02, EF09GE03, EF09GE07, EF09GE14, EF09GE16, EF09GE17, EF09GE18. • Acesse a proposta de acompanhamento da aprendizagem. TEXTO COMPLEMENTAR Modernidade e Ocidente O discurso sociológico eurocêntrico […] parte de uma premissa sobre as relações entre a modernidade, com suas instituições e seus modos de vida característicos, e o Ocidente. Aquela teria sido gerada no interior deste; a modernidade seria um “fenômeno ocidental”, de forma que ambos, tomados como agregados culturais, poderiam ser vistos como sinônimos. O termo “ocidental”, nesse sentido, seria, no mais das vezes, equivalente a europeu, quando se refere a fenômenos até o século XIX; a partir de então, a América anglo-saxã também passaria a ser entendida como parte desse conglomerado civilizacional. É grande, por certo, a dificuldade e imprecisão em se definir qualquer um desses termos, uma vez que eles parecem congenitamente entrelaçados e são utilizados, em geral, de maneira intercambiável, na mais vasta gama de discursos sociológicos, políticos ou do senso comum.

Converse com os colegas e o professor sobre as questões a seguir.

1. Você saberia citar nomes de países europeus? Em caso positivo, o que

você sabe sobre eles? Resposta pessoal. Utilizar essa questão para investigar os conhecimentos prévios dos alunos sobre o continente europeu. 2. Você já ouviu falar sobre a União Europeia? Se sim, em quais situações? Utilizar essa questão para investigar os conhecimentos prévios dos alunos sobre a União Europeia. 3. Quando você pensa na palavra “Europa”, que paisagens naturais vêm à sua mente? Descreva-as. Aproveitar as descrições dos alunos para introduzir o tema da diversidade da paisagem natural do continente europeu.

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A abertura da Unidade destaca a importância da Europa para o mundo ocidental e apresenta a União Europeia. Aproveitar para retomar o conceito de eurocentrismo e trazer exemplos de como a Europa exerce influência em questões culturais, econômicas, políticas e sociais presentes na vida dos

alunos, retomando aspectos relacionados à “ocidentalização” do mundo promovida pelos europeus, já estudados na Unidade 1 deste volume. Sugerimos um trecho sobre o tema em Texto complementar. Seria interessante, ainda, realizar um levantamento de conhecimentos dos alunos

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acerca do continente europeu. Essas informações poderão oferecer indícios importantes para o planejamento de suas aulas. Essa atividade inicial pode ser feita de diversas maneiras diferentes, a partir de dinâmicas, análise de fotografias, leitura de manchetes de notícias, entre outras.

BORTOLUCI, J. H. Para além das Múltiplas Modernidades: Eurocentrismo, Modernidade e as Sociedades Periféricas. Plural. Disponível em: <www.revistas.usp.br/plural/article/ download/75208/78839/>. Acesso em: 17 nov. 2018.

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ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

Apresentando o continente europeu Observe o mapa. Depois, responda às questões em seu caderno.

Europa no mundo 0° Círculo Polar Ártico

EUROPA ÁSIA OCEANO ATLÂNTICO

Trópico de Câncer

AMÉRICA

OCEANO PACÍFICO

ÁFRICA

Equador

OCEANO ÍNDICO

OCEANIA

OCEANO PACÍFICO

Círculo Polar Antártico

0

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ANTÁRTIDA

RENATO BASSANI

Trópico de Capricórnio Meridiano de Greenwich

Apresentar o mapa da página 72 e questionar os alunos por que em muitas projeções usadas em livros e outras mídias o planisfério está geralmente centrado no continente europeu. Em seguida, explicar que isso acontece porque a maioria dos mapas que conhecemos segue uma visão eurocêntrica do mundo. Centrar os mapas na Europa e aplicar o hemisfério norte em sua porção superior é uma escolha que expressa essa visão. Na seção Texto complementar trazemos um excerto que narra o contexto do lançamento da projeção de Arno Peters no início dos anos 1970, historiador alemão que criticou duramente a projeção de Mercator, um dos maiores representantes da cartografia tradicional europeia. Explorar, com base no mapa Europa no mundo e no mapa Europa: político da página 75, a organização político-territorial do continente. Sugerimos que, ao longo do estudo das Unidades 3 e 4, um mapa de parede político permaneça afixado na sala de aula para que, sempre que necessário, os alunos possam identificar limites de países, dimensões territoriais, saídas para mares e oceanos etc. Explicar aos alunos que, apesar de constituírem um mesmo bloco continental que recebe o nome de Eurásia, a Europa e a Ásia apresentam muitas diferenças no que se refere à cultura e à história. Enquanto a Europa representa a cultura ocidental, a Ásia representa a cultura oriental. A divisão dos dois continentes é, portanto, uma construção humana, que considera os Montes Urais, o mar Cáspio e o mar Negro como limites entre eles.

Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. p. 24.

1. Com base no Meridiano de Greenwich, em que hemisférios se localiza o continente europeu? Hemisfério Ocidental e, sua maior parte, no Hemisfério Oriental.

2. Que continentes se encontram ao leste e ao sul da Europa? Ao leste: continente asiático; ao sul: continente africano.

3. Qual o nome do oceano que banha o continente europeu a norte? E a oeste? Oceano Glacial Ártico; oceano Atlântico.

4. Qual o nome do mar que separa a Europa da África?

Mar Mediterrâneo. Com uma área territorial de pouco mais de 10,3 milhões de km2, o que corresponde a 7% da superfície emersa da Terra, a Europa é maior apenas que a Oceania. A população, em 2017, de aproximadamente 742 milhões de habitantes, só era maior que a da Oceania. A distribuição da população se dá de maneira bastante irregular pelo território, que é fragmentado em muitos países. A Europa possui terras nos hemisférios Norte, Ocidental e Oriental e é banhada ao norte pelo oceano Glacial Ártico, ao oeste pelo Atlântico, ao sul pelo mar Mediterrâneo e ao leste pelo Mar Cáspio.

MURAL Guia visual Europa. São Paulo: Publifolha, 2012. O Guia visual Europa traz informações turísticas e culturais sobre 20 países do continente, com muitas fotografias e mapas detalhados.

72 TEXTO COMPLEMENTAR D2_GEO_F2_2054_V9_U03_G20.indd 72

Em maio de 1973, o historiador alemão Arno Peters (1916-2002) convocou uma entrevista coletiva em Bonn, então capital da República Federal da Alemanha Ocidental. Diante de 350 jornalistas internacionais, ele anunciou um novo

mapa do mundo baseado no que chamou de projeção Peters. Foi uma sensação imediata, e logo a notícia estava na primeira página da imprensa internacional. No Reino Unido, o Guardian publicou uma matéria intitulada “Dr. Peter’s Brave New World”, anunciando

o novo mapa e sua projeção matemática como “a projeção mais honesta do mundo até hoje inventada”. A Harper’s Magazine chegou a publicar um artigo sobre a projeção de Peters intitulado “The Real World”. Para quem viu pela primeira vez o mapa em

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antepassado de língua alemã, com o qual o público estava tão familiarizado, “apresenta uma imagem totalmente falsa, em especial no que diz respeito às terras povoadas por não brancos”, e argumentava que “ele sobrevaloriza o homem branco e distorce a imagem do mundo, para vantagem dos senhores coloniais da época”. Ao explicar as inovações técnicas de seu mapa, Peters destacou que Mercator punha o equador a quase dois terços abaixo em seu mapa, de tal modo que a Europa ficava efetivamente no centro. Na projeção de Mercator as massas de terra estavam sujeitas a distorções, levando a um aumento inexato do tamanho da Europa e do mundo “desenvolvido” e uma consequente diminuição do tamanho do que Peters chamou de “Terceiro Mundo”, em particular a África e a América do Sul. Peters enfatizava que seu mapa trazia o que chamou de projeção “equivalente”, que mantinha com precisão as dimensões “corretas” de países e continentes, de acordo com seu tamanho e área. Desse modo, ele corrigia o que considerava preconceito eurocêntrico de Mercator e oferecia “igualdade” para todas as nações em todo o mundo.

Eurásia Por meio da observação do mapa, você pode perceber que a Europa e a Ásia não estão totalmente separadas por oceanos ou mares – formam um imenso bloco de terras quase contínuo. Do ponto de vista físico ou geológico, esse bloco continental é denominado Eurásia. No entanto, por causa das diferenças históricas e culturais, considera-se a existência de dois continentes. Observe o mapa.

Eurásia 0° Círculo Polar Ártico

EURÁSIA OCEANO ATLÂNTICO

Trópico de Câncer

OCEANO PACÍFICO Equador

OCEANO ÍNDICO

OCEANO PACÍFICO Círculo Polar Antártico

0

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Meridiano de Greenwich

Trópico de Capricórnio

Os limites entre Europa e Ásia são o Mar Cáspio e o Mar Negro, além dos Montes Urais – extensa cadeia de montanhas antigas que se estende de norte a sul na Eurásia. As civilizações que se formaram na Ásia e na Europa apresentam importantes diferenças entre si. A Europa é considerada o berço da civilização e da cultura ocidental. A religião predominante é o Cristianismo, as línguas latinas são faladas em muitos países e a população é majoritariamente branca. O continente asiático, por outro lado, representa a civilização oriental, que agrupa inúmeras culturas e permitiu o desenvolvimento de grandes religiões, como Budismo e Islamismo, e línguas, como árabe e chinês. Apesar de diferentes, os países europeus e asiáticos apresentam características que os identificam como parte das culturas ocidental e oriental. Cabe considerar a existência de países transcontinentais, ou seja, cujos territórios estão distribuídos nos dois continentes. Rússia, Turquia e Chipre encaixam-se nessa categoria, com terras na Ásia e na Europa. Os Montes Urais constituem parte do limite entre a Europa e a Ásia. Rússia, 2017.

ALIAL/DREAMSTIME/GLOW IMAGES

Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. p. 24.

BROTTON, J. Uma história do mundo em doze mapas. Rio de Janeiro: Zahar, 2014. p. 428 e 429.

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1973, sua novidade estava na aparência. Para aqueles acostumados à projeção de Mercator, os continentes do hemisfério norte tinham o tamanho radicalmente reduzido, enquanto que a África e a América do Sul assumiam a aparência de enormes lágrimas caindo

em direção à Antártica, ou como um crítico disse com humor, “as massas de terra lembram um pouco ceroulas molhadas e esfarrapadas, penduradas depois de um longo inverno para secar no círculo Polar Ártico”. Peters alegava que seu novo mapa mundial ofe-

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recia a melhor alternativa aos quatrocentos anos de hegemonia da projeção de Mercator de 1569 e aos pressupostos supostamente “eurocêntricos” que estavam por trás dela. Ao apresentar seu mapa, Peters acreditava que o mapa do mundo “usual” de seu

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Boa parte da população russa vive mais ao sul do território, onde o clima é mais ameno do que nas áreas ao norte, de clima frio e polar. Como a capital – Moscou – está situada na porção europeia do país, é nela que se concentra a maior parte da população. Apesar disso, a cultura do país apresenta forte influência oriental. A Turquia também é um país transcontinental. Sua capital, Istambul, é dividida em duas porções pelo estreito de Bósforo. Observe a fotografia. Estreito: passagem de pequena largura em mar ou oceano que separa duas porções de terra.

Imagem de satélite de Istambul, Turquia, 2018. À esquerda, vemos a porção europeia da cidade, para onde se dirigem diariamente mais de 2 milhões de trabalhadores vindos da porção asiática (à direita na fotografia). O trajeto é feito por pontes e trens que passam pelo túnel Marmaray, sob o Bósforo.

Cáucaso Azerbaijão, Geórgia e Armênia formam a região conhecida como Cáucaso. Localizada entre os mares Cáspio e Negro, ela toma emprestado o nome de uma cadeia de montanhas que ocupa parte dos territórios da EuroCáucaso pa e da Ásia. A Armênia, localizada ao Mar de sul das montanhas, pode ser considerada Azov um país asiático, do ponto de vista físico. Porém, considerando seu histórico e caRÚSSIA racterísticas políticas e culturais, pode ser considerada um país europeu. Os três países, integrantes da ex-União Mar Negro Mar Cáspio 42º N GEÓRGIA Soviética, enfrentaram dificuldades de Tbilisi transição do socialismo para o capitalismo. O Cáucaso é considerado uma região AZERBAIJÃO ARMÊNIA conflituosa, resultado da grande diversiÁSIA Ierevan Baku dade étnica, linguística e religiosa. Além 0 142 disso, Rússia, Irã e Turquia têm interesse 42º L econômico na região devido à presença Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. p. 43. de jazidas de petróleo e gás natural.

MURAL

ALLMAPS

Explicar que entre a Europa e a Ásia existem países considerados transcontinentais: a Rússia, a Turquia e o Chipre. Alguns geógrafos também classificam como transcontinentais os países do Cáucaso (Azerbaijão, Armênia e Geórgia). Na Unidade 4 estudaremos os conflitos na região do Cáucaso. Esse é um bom momento para trabalhar com um planisfério político afixado na parede para que os alunos possam identificar e situar estes países. Ressaltar que a cidade de Istambul, capital da Turquia, possui terras nos dois continentes, separadas pelo Estreito de Bósforo; localizá-la no planisfério e analisar a imagem de satélite disponível na página 74, que mostra as porções europeia e asiática da cidade. Na seção Texto complementar trazemos um texto sobre essa característica de Istambul. Na seção Ampliando horizontes indicamos dois artigos que poderão auxiliá-lo no preparo das aulas sobre a identidade cultural desses países transcontinentais. Na página 75 apresentamos o mapa com a divisão política da Europa. Conforme sugerido anteriormente, trabalhar com o mapa político de parede pode ser adequado, considerando a escala do mapa disponível no material do aluno. As atividades 1 a 3 têm por objetivo promover uma análise do mapa, mas é possível, e desejável, ampliar as questões e permitir aos alunos que façam outras observações sobre aspectos que chamem a sua atenção. Destacar que o Kosovo declarou independência da Sérvia em 2008, mas que a decisão do país ainda não é reconhecida por 77 dos 193 estados-membros da ONU, entre os quais podemos citar

IMAGE © 2018 TERRAMETRICS, NSF, NOAA DATA SIO, NOAA, U.S.NAVY, GEBCO IMAGE © 2018 DIGITAL GLOBE

ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

Não há consenso sobre a classificação dos países do Cáucaso como europeus ou asiáticos. Algumas fontes os incluem na Ásia. Esta coleção optou por incluí-los na Europa.

Gatos (Kedi). Direção: Ceyda Torun. Turquia e Estados Unidos, 2017. O documentário mostra a vida de gatos que moram nas ruas de Istambul, na Turquia. Seguindo um grupo de gatos, o filme reproduz como as pessoas se relacionam com os animais e com a cidade, que é uma das maiores aglomerações urbanas da Europa.

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a Espanha, a Argentina e o Brasil, que justificam seu posicionamento alegando que a independência do Kosovo foi declarada de forma unilateral, ou seja, sem acordo político com a Sérvia e desconsiderando os preceitos das Nações Unidas.

TEXTO COMPLEMENTAR Qual a única cidade localizada em dois continentes? É Istambul, na Turquia. A cidade, que tem cerca de 12 milhões de habitantes na região metropolitana, é dividida em duas pelo estreito de Bósforo, que também

é um dos marcos divisores dos continentes europeu e asiático. Isso faz com que a parte oeste da cidade fique na Europa e a parte leste, na Ásia. Por causa dessa divisão, a Turquia é considerada uma nação transcontinental, assim como a Rússia (que pertence à Ásia

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Divisão política Observe o mapa.

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OCEANO GLACIAL ÁRTICO

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AMPLIANDO HORIZONTES • JORNAL DA USP. Entre Europa e Ásia, identidade russa ainda é enigma para estudiosos. Disponível em: <http://livro.pro/ipvzh7>. Acesso em: 17 nov. 2018. A reportagem apresenta tema do livro Rússia: Europa ou Ásia? A questão da identidade russa nos debates entre ocidentalistas, eslavófilos e eurasianistas e suas consequências hoje na política da Rússia entre Ocidente e Oriente, de Angelo Segrillo. • AFP. Armênia foi o primeiro Estado do mundo a adotar o cristianismo. IstoÉ. Disponível em: <http://livro.pro/ s2wmyy>. Acesso em: 17 nov. 2018. A matéria acompanha a história do cristianismo na Armênia, que, apesar de alguns geógrafos considerarem que se localizada na Ásia, possui afinidades culturais fortes com o continente europeu. Foi, por exemplo, o primeiro país do mundo a ter o cristianismo como religião oficial.

CHIPRE (parte europeia)

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Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. p. 43.

Responda às questões a seguir no caderno.

1. Indique o nome de dois países europeus sem saída para o mar ou oceano. Suíça, Áustria, Hungria, Eslováquia, Sérvia, entre outros.

2. Cite o nome de dois países insulares da Europa. Reino Unido, Irlanda, Malta, Islândia e Chipre.

3. Cite um país cujo território está em uma península.

Portugal, Espanha, Itália, Noruega, Suécia, Finlândia, Grécia, entre outros. O território europeu apresenta grande fragmentação territorial, possuindo 50 países. Alguns deles apresentam pequena área, como o Vaticano, o menor país do mundo, além de Mônaco, Andorra, San Marino, Luxemburgo e Liechtenstein. O litoral europeu é amplo e bastante recortado, com mares, penínsulas, estreitos, golfos e ilhas, muitos países não têm acesso ao mar ou oceano, como Hungria, Suíça e Áustria. Alguns se encontram em arquipélagos e ilhas, como Reino Unido, Irlanda, Islândia e Malta; outros localizam-se em penínsulas, como Portugal e Espanha (Península Ibérica), Itália (Península Itálica) e Noruega, Suécia e Finlândia (Península Escandinava).

Golfo: braço de mar ou oceano parcialmente cercado por terra. Península: porção de terra do continente que avança sobre o mar ou o oceano, quase toda cercada por água.

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e à Europa), o Egito (Ásia e África), entre outros países. Hoje, a maioria da população de Istambul mora na parte asiática e vai para a parte europeia para trabalhar. A cidade é resultado de uma longa história que começou com Bizâncio

(fundada em 657 a.C.), no lado europeu, e com a Calcedônia, no lado asiático. As duas cidades só se juntaram no século 15, quando foram conquistadas pelos turcos otomanos. O local só foi oficialmente renomeado como Istambul em 1930.

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BIANCHIN, V. Qual a única cidade localizada em dois continentes? Mundo Estranho. Disponível em: <https://super.abril.com.br/mundoestranho/qual-a-unica-cidadelocalizada-em-dois-continentes/>. Acesso em: 17 nov. 2018.

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ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

Divisões regionais Observe o mapa.

Europa: Ocidental e Oriental cul oP ola r

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ALLMAPS

Destacar o contexto histórico da Guerra Fria para explicar os critérios político-ideológicos da divisão da Europa em Ocidental e Oriental, já estudados no volume do 8o ano. Explicar, brevemente, a divisão da Alemanha em Oriental e Ocidental, que perdurou entre 1961 e 1989, dividindo o país física e ideologicamente. A República Democrática da Alemanha (RDA), nome oficial da Alemanha Oriental, aliada à ex-União Soviética, seguia o regime socialista, enquanto a República Federal da Alemanha (RFA), a Alemanha Ocidental, manteve o capitalismo como sistema político e econômico. Foi construído um muro em Berlim, separando as duas Alemanhas, o que dividiu famílias e comunidades em lados opostos do muro. Se necessário, retomar as principais características dos sistemas capitalista e socialista. Destacar que a regionalização da Europa em Ocidental e Oriental, apesar de estar relacionada a um contexto histórico, ainda é utilizada, pois as diferenças socioeconômicas entre elas persistem, além das distinções culturais. Na página 77 apresentamos um mapa que mostra a regionalização da Europa de acordo com a localização dos países no continente, que também é bastante utilizada. Solicitar aos alunos que realizem a atividade 3, eles poderão indicar: Europa Ocidental – França, Portugal, Itália, entre outros; Europa Central e Bálcãs – Alemanha, Polônia, Romênia, entre outros; Europa Oriental – Belarus, Ucrânia, Geórgia, entre outros; Europa Setentrional – Noruega, Suécia, Finlândia, entre outros. Explicar aos alunos que o termo “Bálcãs” vem da palavra turca balkan, que significa “montanha” e é utilizado para designar uma região do sudeste europeu situada ao sul dos

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Europa Ocidental Europa Oriental

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Países da antiga URSS (parte europeia)

Elaborado com base em: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. p. 43.

Responda às questões a seguir em seu caderno.

1. Em quais regiões a Europa foi dividida? Europa Ocidental e Europa Oriental. 2. Cite dois países localizados em cada uma dessas regiões.

Orientar os alunos a observar a legenda do mapa para a escolha dos países. Além da localização (leste ou oeste), a divisão regional em Europa Ocidental e Europa Oriental foi definida de acordo com as diferenças ideológicas verificadas durante a segunda metade do século XX. Com o fim da Segunda Guerra Mundial, alguns países europeus, sobretudo Reino Unido, França, Itália e Alemanha, perderam poder e representatividade política no espaço geográfico mundial. Os Estados Unidos e a antiga União Soviética tornaram-se as grandes potências mundiais e, após 1945, iniciaram um período de intensa disputa diplomática, militar, econômica, ideológica e tecnológica pela conquista de áreas de influência e hegemonia sobre o espaço mundial. Esse período ficou conhecido como Guerra Fria. O continente europeu teve seu território dividido em duas regiões: Europa Ocidental, alinhada com os interesses estadunidenses, e Europa Oriental, ou Leste Europeu, na sua maior parte alinhada com os interesses soviéticos. Com o fim da União Soviética na década de 1990, a regionalização da Europa em Ocidental e Oriental perdeu seu caráter ideológico, mas continua sendo muito utilizada, pois ainda expressa diferenças históricas, econômicas, políticas e culturais entre os países do continente.

76 rios Sava e Danúbio. Albânia, Bósnia Herzegovina, Bulgária, Croácia, Grécia, Macedônia, Montenegro e Sérvia são países dos Bálcãs, marcados por conflitos que começaram no século XIX e que, após o período representado pela Guerra Fria, recomeçaram e perduram até os nossos dias. D2_GEO_F2_2054_V9_U03_G20.indd 76

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Europa Ocidental Constituída por 25 países, é berço de antigas e importantes civilizações, como a romana e a grega. Nela surgiram os princípios da democracia e do capitalismo e tiveram início as Grandes Navegações e a Revolução Industrial. De maneira geral, os países da Europa Ocidental apresentam elevado desenvolvimento econômico e social. Em 2017, entre os 15 países com maior IDH do mundo, dez estavam na Europa Ocidental, como Noruega, Suíça, Suécia, entre outros.

Alcance individual ou coletivo das palavras Nos países da Europa Ocidental, a reivindicação de liberdade geralmente é associada ao desejo de maior flexibilidade econômica. Por outro lado, quando se fala de liberdade na Albânia ou na Ucrânia, o termo é usado mais na acepção de autonomia nacional. No Leste Europeu, a palavra “igualdade” é automaticamente entendida como igualdade social, enquanto a equiparação de direitos do ponto de vista jurídico é menos relevante. O projeto da Universidade de Jena, integrado por pesquisadores de dez países do Leste Europeu e da Europa Ocidental, deverá investigar as diferenças semânticas no uso de outros 20 termos, como “democracia”, “autonomia” e “solidariedade”. O objetivo é fazer um dicionário que informe sobre diferentes aspectos semânticos nas diversas línguas.

Europa Oriental A Europa Oriental, ou Leste Europeu, também com 25 países, ficou marcada pela experiência do socialismo soviético e pela forte influência política, econômica e militar da ex-União Soviética. A partir da década de 1990, com a URSS, a região passou por grandes transformações, como conflitos etnorreligiosos, surgimento de novos países, adoção do capitalismo, retorno das eleições livres e do pluripartidarismo. Em geral, os países do Leste Europeu apresentam desenvolvimento econômico e social inferior ao dos países da Europa Ocidental. Outra regionalização da Europa bastante usada leva em consideração a distribuição dos países no continente. De acordo com esse critério, são identificadas quatro regiões. Observe o mapa.

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Pluripartidarismo: existência de dois ou mais partidos disputando o poder.

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Europeu e Europa Ocidental” é o projeto internacional que integra sociólogos e filósofos numa reflexão sobre a diferença de mentalidade entre países que, em parte, já compõem o bloco único da União Europeia.

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EUROPA ORIENTAL ÁSIA

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Elaborado com base em: CALDINI, V; ÍSOLA, L. Atlas geográfico Saraiva. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2013. p. 112.

DW BRASIL. Pesquisa revela diferença de mentalidade entre Europa Oriental e Ocidental. Disponível em: <https://p.dw.com/p/ AwBE>. Acesso em: 17 nov. 2018.

3. Identifique, em seu caderno, dois países que fazem parte de cada uma das quatro regiões representadas no mapa. Orientar os alunos a consultar o mapa da página 75 para identificar os países.

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TEXTO COMPLEMENTAR Pesquisa revela diferença de mentalidade entre Europa Oriental e Ocidental Décadas de regime socialista marcaram a consciência social dos europeus do Leste. A compreensão do que é liberdade difere bastante nos dois

lados da antiga Cortina de Ferro. Os conceitos de liberdade e igualdade social têm significados diferentes para alemães do Leste e do Oeste do país, mesmo 17 anos após a reunificação. “Na região da antiga Alemanha Oriental, a igualdade social

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tem grande importância, enquanto no Oeste a liberdade é considerada mais significativa que a justiça social”, explica a linguista Bettina Bock, integrante de um projeto de pesquisa da Universidade de Jena. “Normas e Valores da Compreensão entre Leste

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ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

Integrações da Europa Na Europa, a União Europeia (UE), a Comunidade dos Estados Independentes (CEI) e a Associação Europeia de Livre-Comércio (EFTA) são as principais organizações de integração no continente, porém apresentam objetivos muito diferenciados, como veremos a seguir.

Construção da União Europeia Benelux Apesar das grandes divergências e rivalidades que marcaram os países europeus ao longo da história, o objetivo de criar uma Europa unida existe desde o fim da Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Como grande parte dos combates ocorreu em território europeu, praticamente todos os países do continente foram arrasados pelo conflito. Enfraquecidos, eles criaram um conjunto de alianças e acordos que visavam à reconstrução e à recuperação econômica, militar e política. O primeiro acordo de integração entre países europeus foi firmado por Bélgica, Países Baixos (Netherlands, em inglês) e Luxemburgo, criando o Benelux, com o objetivo de facilitar e ampliar as relações comerciais entre os países-membros. POPPERFOTO/GETTY IMAGES

É importante relacionar o fortalecimento de blocos econômicos ao processo de globalização. A princípio, a globalização e a regionalização do mundo em blocos econômicos parecem ser incompatíveis, pois os acordos comerciais definidos por países-membros de um bloco podem ser conflitantes com os interesses de outra associação, provocando aumento da competição comercial e da disputa por mercados. Globalização e regionalização em blocos, no entanto, complementam-se. Na medida em que as barreiras e as taxas alfandegárias diminuem ou desaparecem, amplia-se o comércio no interior do bloco, fortalecendo os países-membros e atraindo a atenção de outras associações ou de países isolados que buscam estabelecer acordos e negociações entre si. Assim, os fluxos de mercadorias, capitais e informações fluem também entre os blocos econômicos, garantindo a aceleração do processo de globalização. Explicar que a zona de livre-comércio prevê a redução ou a eliminação dos impostos e taxas sobre o comércio realizado entre os países-membros com o intuito de promover a livre circulação de mercadorias. Apresentar de maneira breve os antecedentes que deram origem à União Europeia. É importante destacar que, apesar de ter sido fundada em 1992, seu processo de formação teve início após a Segunda Guerra Mundial, com a organização de alguns países que tinham como objetivo recuperar-se dos estragos na economia causados pelos anos de conflito. Expor o que foi o Plano Marshall e em que medida ele permitiu que os países europeus pudessem pensar

Londres, no Reino Unido, destruída durante a Segunda Guerra Mundial. Fotografia de janeiro de 1941.

O Plano Marshall Em 1948, os Estados Unidos implantaram o Plano Marshall, com o objetivo de beneficiar os países europeus com doações e empréstimos para sua reconstrução e garantir a influência estadunidense na porção ocidental da Europa, no contexto da Guerra Fria. Os países mais beneficiados foram Reino Unido, França, Itália e Alemanha Ocidental. Na época, a Alemanha estava dividida em dois países, e a Alemanha Oriental estava no bloco socialista, sob domínio soviético. O Plano Marshall foi utilizado como propaganda pelos Estados Unidos, procurando mostrar como a recuperação dos países aliados estava sendo rápida.

78 em se unir, fortalecendo ainda mais o projeto de reconstrução. Além disso, falar sobre a influência dos Estados Unidos e da ex-União Soviética no continente, nos primórdios do que viria a ser a Guerra Fria. Explicar para a turma que a Europa Ocidental, já reD2_GEO_F2_2054_V9_U03_G20.indd 78

construída nos anos 1950, desejava se liberar da dependência econômica em relação aos Estados Unidos e fazer frente ao avanço da então União Soviética na Europa Oriental. Nesse contexto, surgiu a ideia de agrupar os países da região para que se tornassem mais fortes, e a

Comunidade do Carvão e do Aço (Ceca) foi criada no ano de 1951. Em seguida, destacar a criação da Comunidade Econômica Europeia (CEE) como um aprofundamento das relações entre os países da Europa, e como mais um passo em direção à constituição da

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TEXTO COMPLEMENTAR

A Comunidade Europeia do Carvão e do Aço

1957: Assinados Tratados de Roma […] Os Tratados de Roma foram sendo constantemente atualizados por meio de outros acordos, como o Ato Único Europeu, de 1986. Como primeira revisão dos Tratados de Roma, ele entrou em vigor em 1987, alterando as regras de relacionamento entre os países-membros e ampliando os objetivos e campos de atuação da comunidade. Com o Ato Único Europeu, pretendeu-se a adoção de políticas comuns; a criação de um mercado comum com livre circulação de mercadorias, pessoas, serviços e capitais; o reforço da coesão econômica e social entre todos os filiados; e a equiparação social e econômica. O Ato Único Europeu visou, ainda, a cooperação na área da ciência e tecnologia, a criação do Sistema Monetário Europeu e uma política comum para o meio ambiente. Já o Tratado de Maastricht (Países Baixos) ou Tratado da União Europeia, de 1991, representou um avanço no processo de integração política e social, com a implementação de uma cidadania europeia, o alargamento das competências da Comunidade Econômica, com a adoção de uma política externa e de segurança comum, além da cooperação no âmbito da Justiça e de assuntos internos.

A experiência bem-sucedida do Benelux e os recursos financeiros provenientes do Plano Marshall levaram alguns países europeus a criar, em 1952, a Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (Ceca). O acordo, fundado pelos países do Benelux, Alemanha Ocidental, França e Itália, estabelecia a livre circulação de carvão, ferro e aço entre os países-membros e definia políticas para a instalação de indústrias siderúrgicas. Estes itens eram considerados básicos para a reconstrução dos países.

A Comunidade Econômica Europeia Os resultados positivos da integração promovida pela Ceca levaram os países-membros do bloco a criar em 1957, por meio do Tratado de Roma, a Comunidade Econômica Europeia (CEE), também chamada de Mercado Comum Europeu (MCE), com sede em Bruxelas (Bélgica). A CEE ampliou para outras mercadorias as condições favoráveis estabelecidas para o carvão, o ferro e o aço. Também promoveu a livre circulação de pessoas e serviços e criou mecanismos que facilitaram o trânsito de trabalhadores e empresas entre os países-membros.

Comunidade Econômica Europeia (CEE) – 1957 0º

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410

Fonte: CHARLIER, J. Atlas du 21e siècle. Nouvelle édition 2013. Groningen: Nathan, 2012. p. 49.

Com a adesão gradual de outros países, a CEE foi crescendo ao longo dos anos. Em 1992, o bloco econômico já contava com 12 países-membros. No mesmo ano, foi assinado o Tratado de Maastricht, nos Países Baixos, que substituiu o Tratado de Roma, na Itália, e transformou a CEE em União Europeia (UE).

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União Europeia. Ressalte as principais medidas adotadas pela CEE e as mudanças que trouxe em relação à Ceca. É interessante pedir aos alunos que elaborem uma linha do tempo simples, indicando as datas de surgimento da Ceca, Benelux, CEE e seus países-membros.

GERICKE, G. 1957: Assinados Tratados de Roma. DW Brasil. Disponível em: <https://p.dw.com/p/1Haw>. Acesso em: 17 nov. 2018. 11/22/18 20:59

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ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

A União Europeia Observe o mapa.

União Europeia: formação 0° enw ich

1973 1981

Meri dian o

0

Países fundadores (1952) Ampliações

de G re

ISLÂNDIA candidatura suspensa em 2015

471

1986 Integração da ex-República Democrática Alemã na unificação da Alemanha em 1990

FINLÂNDIA

SUÉCIA NORUEGA

1995

M

N

ALEMANHA

ÁUSTRIA

SUÍÇA

ITÁLIA

ESPANHA

Candidatos potenciais

ESLOVÁQUIA

Países-membros da zona do euro

MOLDÁVIA

HUNGRIA

ROMÊNIA ESLOVÊNIA CROÁCIA BÓSNIA-HERZEGOVINA SÉRVIA BULGÁRIA MONTENEGRO Kosovo ALBÂNIA

M e d i t e r r â n e o

País que entrou em 1973 e optou por deixar a UE (março de 2019)

UCRÂNIA

REP. TCHECA

PORTUGAL

ÁFRICA

Países candidatos

POLÔNIA

LIECHTENSTEIN

r M a

Capital europeia

BELARUS

LUXEMBURGO

FRANÇA

2013

LITUÂNIA

PAÍSES BAIXOS BÉLGICA

2007

RÚSSIA LETÔNIA

Bá DINAMARCA

OCEANO ATLÂNTICO 40°

ltico

Mar do Norte

REINO UNIDO

2004

ESTÔNIA

ar

IRLANDA

ALLMAPS

Antes de falar sobre a União Europeia, realizar um levantamento de conhecimentos prévios dos alunos sobre o tema, perguntando o que já ouviram sobre o assunto e permitindo que expressem suas opiniões. Explicar o que é a União Europeia, destacando sua organização e principais características. Esclarecer que o número de países-membros vem se alterando, pois novos países vêm ingressando no bloco, somando-se aos países que já faziam parte da CEE. Realizar, em conjunto, a leitura do mapa, localizando os países que ingressaram na organização ano a ano. É possível sistematizar essas informações em um quadro indicando os países-membros, o ano de adesão e os países candidatos. Em seguida, solicitar aos alunos que realizem as atividades 1 a 4, consolidando as informações trabalhadas. Esclarecer que nem todos os países europeus fazem parte da União Europeia. Suíça, Noruega, Islândia e Liechtenstein manifestaram abertamente que não têm interesse em integrar o bloco. Sobre a Islândia, o país apresentou sua candidatura ao bloco em 2009, quando atravessou uma grave crise econômica. Porém, anos depois, com as negociações já encaminhadas e com as finanças mais equilibradas, a população começou a questionar se a União Europeia realmente representava os interesses do país, sobretudo por conta das restrições impostas pelo bloco no que se refere à pesca, uma das principais atividades econômicas do país. Com isso, o país retirou sua candidatura em 2015. Sobre a Turquia, destacar que, apesar de ter se apresentado como país candidato em 1987, sua aprovação ainda não foi efetivada em razão de diversos problemas, como as violações aos direitos huma-

Mar Negro

* Zona do euro: área constituída por países europeus que adotaram o euro como moeda única.

MACEDÔNIA TURQUIA GRÉCIA

ÁSIA MALTA

CHIPRE

Fonte: TÉTART, F. Grand Atlas de la France 2018. Paris: Éditions Autrement, 2018. p. 83.

Responda às questões a seguir no caderno.

1. Quais foram os países que fundaram o bloco econômico em 1952? Alemanha, Bélgica, França, Itália, Luxemburgo e Países Baixos.

2. Quais países deixaram a União Europeia? Você saberia dizer por quê? Reino Unido. Resposta pessoal.

3. Quando os países do Leste Europeu começaram a ingressar no bloco? Em 2004, com a

entrada de Eslovênia, Estônia, Letônia, Lituânia, Polônia, República Tcheca, Eslováquia, Hungria, Chipre e Malta. 4. Quais países-membros da União Europeia não adotam o euro? Reino Unido (quando membro), Dinamarca, Suécia, Polônia, República Tcheca, Romênia, Bulgária, Hungria e Croácia. Constituída por 28 países, a União Europeia União aduaneira: regulamenta o comércio (UE) é o mais bem-sucedido bloco econômico do dos países-membros com países não membros, mundo em termos de integração. Conseguiu unir por meio da criação de taxas e impostos nações distanciadas por diversidades culturais e comuns para importação de produtos. Estabelece também a livre circulação de bens, econômicas, substituindo a competição entre elas serviços, pessoas e capitais no interior do bloco. pela cooperação. União econômica e monetária: envolve a O Tratado de Maastricht definiu, além da união aduaneira e a zona de livre-comércio – união aduaneira, a união econômica e moneque prevê a redução ou eliminação dos tária dos países-membros. Em janeiro de 1999, impostos e taxas sobre o comércio realizado entre os países-membros com o intuito de Alemanha, Áustria, Bélgica, Espanha, França, Finpromover a livre circulação de mercadorias. lândia, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Países Baixos e Também cria leis fiscais e trabalhistas comuns, Portugal participaram do lançamento do euro, a além de introduzir a utilização de uma moeda única nos países-membros. moeda da União Europeia.

80 nos, o conflito com os curdos, as disputas no Chipre, o não reconhecimento do genocídio armênio durante a Primeira Guerra Mundial e o fato de a população do país ser formada por uma maioria muçulmana, o que pode gerar conflitos com os outros países europeus, de maioria cristã. D2_GEO_F2_2054_V9_U03_G20.indd 80

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Parlamento Europeu. Os cidadãos europeus têm o direito de se apresentar como candidatos e de votar no seu país de residência ou no seu país de origem.

Inicialmente, o euro foi utilizado apenas em transações bancárias. Em 2002, as cédulas começaram a circular com poder legal para efetuar quaisquer pagamentos, e as moedas nacionais dos países adotantes do euro foram extintas. O euro é adotado pela maior parte dos países da União Europeia. Alguns países não aderiram à moeda comum por não terem cumprido as exigências econômicas e monetárias para sua adoção; outros por temer a perda da soberania que representa o fim da emissão de moeda própria, como é o caso do Reino Unido, da Suécia e da Dinamarca. LYNX_V/SHUTTERSTOCK.COM

Igualdade A igualdade implica que todos os cidadãos têm os mesmos direitos perante a lei. O princípio da igualdade entre homens e mulheres está subjacente a todas as políticas europeias e é a base da integração europeia, aplicando-se em todas as áreas. O princípio da remuneração igual para trabalho igual foi consagrado no Tratado em 1957. Apesar de continuarem a existir desigualdades, a UE realizou progressos significativos. Estado de Direito A UE assenta no Estado de Direito. Tudo o que a UE faz assenta em Tratados acordados voluntária e democraticamente pelos países que a constituem. O direito e a justiça são garantidos por um poder judicial independente. Os países da UE conferiram competência jurisdicional ao Tribunal de Justiça da União Europeia, cujos acórdãos devem ser respeitados por todos.

Cédulas de euro.

Desafios da União Europeia O país que se candidata a membro da União Europeia precisa cumprir as normas da organização, como apresentar economia estável com inflação baixa e controlada; permitir a livre circulação de pessoas, mercadorias, serviços e capitais; possuir instituições sólidas capazes de assegurar o respeito à democracia, aos direitos humanos e à igualdade entre homens e mulheres, entre outras. Apesar das exigências para o ingresso, o conjunto dos países que hoje constituem a União Europeia apresenta profundas diferenças históricas, econômicas e sociais. Alguns deles estão entre os mais ricos e industrializados do mundo, enquanto outros ainda buscam resolver problemas socioeconômicos e encontram-se em situação de inferioridade econômica quando comparados aos gigantes do bloco.

MURAL União Europeia Disponível em: <http://livro.pro/i85qka>. Acesso em: 5 nov. 2018. Site oficial da União Europeia com informações publicadas por instituições, agências e órgãos do bloco econômico. Há jogos e passatempos sobre diversas informações da UE.

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TEXTO COMPLEMENTAR Dignidade do ser humano A dignidade do ser humano é inviolável. Deve ser respeitada e protegida, constituindo a base de todos os direitos fundamentais. Liberdade A liberdade de circulação confere aos cidadãos euro-

peus o direito de viajarem e residirem onde quiserem no território da União. As liberdades individuais, como o respeito pela vida privada, a liberdade de pensamento, de religião, de reunião, de expressão e de informação, são consagradas na Carta dos Direitos Fundamentais da UE.

Democracia

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O funcionamento da União assenta na democracia representativa. Ser cidadão europeu também confere direitos políticos: todos os cidadãos europeus adultos têm o direito de se apresentar como candidatos e de votar nas eleições para o

Direitos humanos Os direitos humanos são protegidos pela Carta dos Direitos Fundamentais da UE, que proíbe a discriminação em razão, designadamente, do sexo, origem étnica ou racial, religião ou convicções, deficiência, idade ou orientação sexual, e consagra o direito à proteção dos dados pessoais e o direito a acesso à justiça. Estes objetivos e valores constituem a base da UE e estão estabelecidos no Tratado de Lisboa e na Carta dos Direitos Fundamentais da UE. EUROPA.EU. Objetivos e valores da UE. Disponível em: <https://europa.eu/european-union/ about-eu/eu-in-brief_pt>. Acesso em: 17 nov. 2018.

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ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

/GETTY IMAGES

Os dirigentes da União Europeia enfrentam problemas sociais e poXenofobia: aversão líticos. Reivindicações dos países menos populosos por maior representae/ou hostilidade em relação a estrangeiros tividade, crescimento do terrorismo, da xenofobia, do desemprego e da ou a minorias étnicas. pobreza são alguns exemplos. Os problemas econômicos e sociais mais graves acontecem em um grupo de países formado por Portugal, Irlanda, Itália, Grécia e Espanha, cujas iniciais formam a sigla PIIGS. Desde 2010, esses países apresentam grande instabilidade econômica com aumento do desemprego e reduções no consumo, nas arrecadações de impostos, na produção de mercadorias e serviços. Embora mais forte nesse grupo, a crise afeta outros países da zona do euro, com muitos também apresentando baixo crescimento econômico. Para contornar a crise, a saída de muitos países da zona do euro foi tomar medidas consideradas “duras” ou “austeras”, como o corte de gastos em benefícios sociais e em setores como educação e moradia, que são uma marca forte das políticas de países europeus.

AYHAN MEHMET/ANADOLU AGENCY

Explicar que os países-membros da União Europeia apresentam características culturais e socioeconômicas bastante diversas, o que representa um desafio para que o projeto de integração em todos os níveis ocorra e cumpra seus objetivos em todo o bloco. A questão da dificuldade da aprovação de uma Constituição única é apenas um dos problemas que se apresentam, e está intimamente relacionado às desigualdades profundas existentes entre os países-membros, que foram bastante agravadas com a crise que teve início em 2008. Para abordar a questão das desigualdades no interior do bloco, é possível trabalhar com variadas fontes, como dados estatísticos (taxas de desemprego, renda, acesso a serviços básicos); dados cartográficos; notícias veiculadas nas diversas mídias, entre outros. Indicamos a análise do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) dos países-membros da UE, que permitirá aos alunos comparar dados relacionados à renda, esperança de vida e escolaridade. Enfatizar as dificuldades enfrentadas pela UE especialmente no âmbito econômico. Para isso, procure se informar a respeito das últimas ações da UE para contornar as crises econômicas na chamada “zona do euro” e as possíveis alterações nas políticas do bloco. Outro aspecto muito importante está relacionado ao aumento dos fluxos migratórios que se dirigem à Europa e que começaram a se intensificar a partir de 2011. Abordaremos o assunto com maior aprofundamento na Unidade 4 deste volume, mas cabe destacar que a questão vem colocando a unidade do bloco em risco. Em relação ao Brexit, nome dado ao processo de saída do Reino Unido da União Europeia votado por

Para contornar a crise, muitos países da zona do euro tomaram medidas austeras, gerando manifestações populares contra essas medidas. Fotografia de Atenas, Grécia, 2018.

82 referendo em 23 de junho de 2016, é importante destacar que o avanço das negociações para o estabelecimento dos termos de condições de saída da UE foi marcado por diversos impasses e dissidências, tanto no interior do parlamento britânico quanto em relação à União Europeia, D2_GEO_F2_2054_V9_U03_G20.indd 82

colocando em risco a possibilidade de um acordo entre as partes e um “no deal”, ou seja, uma saída sem acordo que poderá ter profundas consequências econômicas, políticas e sociais. Mesmo após finalizado o acordo e oficializada a saída do Reino Unido da UE, anos de

negociações ainda serão necessários para reorganizar a situação. Sugerimos na seção Ampliando horizontes dois artigos que abordam a questão da fronteira entre a República da Irlanda e a Irlanda do Norte, um dos pontos sensíveis nas negociações do Brexit.

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AMPLIANDO HORIZONTES • O GLOBO. Entenda os pontos que o Reino Unido precisa definir sobre o Brexit. Disponível em: <http:// livro.pro/45hvxg>. Acesso em: 17 nov. 2018. A reportagem identifica os principais desafios do Reino Unido e a sequência do processo do Brexit. • G1. Entenda por que a Irlanda é um entrave na negociação do Brexit. Disponível em: <http://livro.pro/ rczvwg>. Acesso em: 17 nov. 2018. O texto discorre sobre o impasse da fronteira entre Irlanda e Irlanda do Norte após o Brexit. • OLIVEIRA, S. A. de. Brexit. 5 pontos para compreender o impasse provocado por uma fronteira. Observador. Disponível em: <http://livro.pro/ nyjk7i>. Acesso em: 17 nov. 2018. Outro artigo sobre as questões fronteiriças entre as Irlandas e o Brexit.

Brexit O Reino Unido deve continuar como membro da União Europeia ou deve deixá-la?

PHIL NOBLE/REUTERS/FOTOARENA

Os eleitores britânicos foram às urnas em junho de 2016 responder à Referendo: questão acima em um referendo sobre o Brexit – junção das palavras ingleconsulta feita à população sobre sas Britain (Grã-Bretanha) e exit (saída) criada para se referir à saída do Reino um assunto de Unido da União Europeia –, que venceu com 52% dos votos. grande relevância. Na origem do Brexit estão a crise econômica europeia e a ascensão do Nela os cidadãos Partido de Independência do Reino Unido (UKIP), que se posiciona como ratificam ou rejeitam o anti-UE, no cenário político britânico. Diante do contexto de insatisfação que lhes foi de parte da população britânica, o então primeiro-ministro David Cameron, submetido. visando uma reeleição, prometeu a organização do referendo. Aqueles que votaram pela saída do Reino Unido afirmaram que a economia britânica é prejudicada pela burocracia e normas impostas pela UE. Além disso, acreditam que a contribuição financeira do Reino Unido para o orçamento comunitário deveria ser melhor investida no próprio país e que o controle das fronteiras deve ser retomado, eliminando a circulação de imigrantes, que de acordo com os defensores do Brexit, representam uma ameaça às garantias trabalhistas e sociais dos britânicos, caracterizando um discurso de intolerância. Por outro lado, aqueles que votaram pela permanência alegam que o Reino Unido abandonará um importante mercado consumidor sem barreiras alfandegárias e com livre circulação de bens, capitais, serviços e mão de obra, temendo sanções econômicas da União Europeia até como forma de intimidar outros países para que não abandonem a instituição. As negociações iniciadas em março de 2017 vêm sendo marcadas por longas discussões que avançam lentamente, em razão de divergências entre membros do governo britânico e entre estes e a União Europeia. Com ou sem acordo estabelecido entre as partes, a situação ainda levará alguns anos para ser solucionada.

Segundo analistas, a saída do Reino Unido do bloco poderia gerar um possível efeito dominó, causando a saída de outros países e enfraquecendo a União Europeia. Na imagem, manifestação anti-Brexit em Liverpool, Reino Unido, 2018.

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INTERAGIR COM MAPAS

ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

NÃO ESCREVA NO LIVRO.

Elaboração de gráficos sobre países da União Europeia

A igualdade é um dos ideais simbolizados na bandeira da União Europeia. A garantia do respeito à igualdade de gênero, ou seja, à igualdade entre homens e mulheres no que se refere à educação, ao trabalho e à saúde, entre outros fatores, é um dos critérios para entrada no bloco. Para que os governos possam planejar ações visando reduzir as desigualdades de gênero, a ONU criou o Índice de Desigualdade de Gênero (IDG), que permite avaliar como e em que setores essas desigualdades se manifestam. Ele é calculado com base em cinco indicadores relacionados às dimensões do trabalho, da capacitação e da saúde. Seus valores variam de 0 a 1 – quanto mais próximo de 1, maior a desigualdade de gênero. Observe o mapa e o quadro.

União Europeia: Índice de Desigualdade de Gênero (IDG) – 2017 0º

Países selecionados: ranking mundial do IDG

País Dinamarca Suécia Alemanha França Grécia Hungria Romênia

40º L

Árti co

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Cír cul oP ola r

FINLÂNDIA

o de

55

dian

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SUÉCIA ESTÔNIA

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PAÍSES BAIXOS ALEMANHA BÉLGICA

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Mar do Norte

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LETÔNIA LITUÂNIA

POLÔNIA

FRANÇA

PORTUGAL

ANDORRA ESPANHA

REP. TCHECA ESLOVÁQUIA LIECHTENSTEIN ÁUSTRIA HUNGRIA ESLOVÊNIA ROMÊNIA CROÁCIA ITÁLIA

M a r

0

550

M e d i t e r r â n e o ÁFRICA

MALTA

Mar Cáspio Mar Negro

BULGÁRIA

GRÉCIA

Posição 2 3 14 16 26 54 68

Fonte: UNDP. Human Development Report 2018. Nova York, 2018. p. 5.

LUX.

ALLMAPS

A proposta da seção é trabalhar com a elaboração e interpretação de gráficos de barras e setores para analisar, sintetizar e apresentar dados e informações sobre diversidade, diferenças e desigualdades sociopolíticas e geopolíticas mundiais, conforme indicado na habilidade EF09GE14. Para tanto, partimos da análise de um mapa que representa, com base no uso da variável valor, o Índice de Desigualdade de Gênero (IDG) dos países da União Europeia. Explicar aos alunos o que é esse índice e os indicadores que o compõem. Depois, propor uma análise conjunta do mapa e solicitar aos alunos que respondam às atividades 1 a 4, sistematizando essas informações. Em seguida trazemos três gráficos variados que representam alguns indicadores que compõem o IDG. O objetivo é analisá-los e identificar suas principais características para que depois possam elaborar outros gráficos. Solicitar aos alunos que realizem as atividades 5 a 7. Na atividade 6, espera-se que os alunos indiquem que há grande disparidade entre os dados de mortalidade materna e maternidade na adolescência, e nos países com maior IDG esses números são bastante elevados em relação aos outros países, como podemos observar na Suécia e na Alemanha. Finalmente, na atividade 8, os alunos deverão elaborar dois tipos de gráficos (de barra e setorial) com base nos indicadores extraídos do IDH e do IDG. Para isso, dar as orientações necessárias para a elaboração deles, solicitando aos alunos que indiquem quais tipos de gráficos são mais adequados para representar cada informação. Para realizar a atividade é interessante utilizar folhas de

ÁSIA

Índice de Desigualdade de Gênero Menos de 0,075 De 0,076 a 0,150 De 0,151 a 0,225

CHIPRE (parte europeia)

Mais de 0,226

Fonte: UNDP. Human Development Report 2018. Nova York, 2018. p. 5.

1. A variável valor. Os diferentes tons de violeta indicam o IDG dos países da UE. Quanto mais escuro o tom, maior a desigualdade entre homens e mulheres. 1. Qual foi a variável visual utilizada para representar o IDG dos países da União Europeia?

Responda às questões em seu caderno.

2. Com que tons são representados os países com maior desigualdade de gênero? E menor? Com tons mais escuros os países com maior desigualdade e tons mais claros os países com menor desigualdade. 3. Indique três países com menor IDG. Em que região da Europa eles estão localizados? 4. Indique três países com maior IDG. Em que região da Europa eles estão localizados?

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Romênia, Letônia e Hungria. Estão situados na Europa Oriental e na Europa Central e Bálcãs. 3. Dinamarca, Países Baixos, Suécia, Bélgica, Eslovênia, Finlândia, Luxemburgo, Áustria e Alemanha. Estão situados na Europa Ocidental e Setentrional.

papel milimetrado, facilitando a elaboração dos gráficos de barras ou de colunas. Caso não seja possível, orientar os alunos a realizar a atividade em uma folha de papel sulfite ou no caderno pautado. Lembrá-los de indicar nos gráficos todos os elementos que permitem sua leitura, como tíD2_GEO_F2_2054_V9_U03_G20.indd 84

tulo, valores e, se necessário, legenda. Sobre o gráfico setorial, destacar que o dado indica o percentual de mulheres, considerando o total da população feminina, que participa do mercado de trabalho – o que inclui os desempregados que estão à procura de em-

prego. Assim, na Suécia, por exemplo, 60,8% das mulheres trabalham, enquanto na população masculina essa proporção é de 67,4%. Observe possibilidades de respostas a seguir.

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Maternidade na adolescência (a cada mil meninas de 15 a 19 anos) – 2015-2020 35

43,6

43,6

Discutir os dados que contribuem para o cálculo do IDG, apontando quais políticas podem atuar sobre essa realidade. Apresentar os dados do Brasil para comparação; se considerar interessante, é possível incluí-los nos gráficos. O Brasil ocupa o 94o lugar no ranking mundial, com um índice de 0,407. A taxa de mortalidade materna é de 44 a cada 100 mil nascimentos, a de maternidade na adolescência é de 61,6 a cada 100 adolescentes de 15 a 19 anos e a porcentagem de mulheres no parlamento é de 11,3%.

31,5

Mulheres no parlamento (%) – 2017 Suécia AlemanhaAlemanha França

Suécia

França

43,6

31,5

31,5

43,6

16

16

35,4

35,4

Letônia

Letônia

33,1

30 25 20

10 5 0

8,6 6,5

5,2

Suécia

Alemanha

Letônia

16

16

35,4

35,4

França

Letônia Romênia Romênia

França Letônia

França

13,5

GRÁFICOS: FJF VETORIZAÇÃO

15

18,7 Mulheres no Mulheres no parlamento parlamento(%) 2017 (%) 2017

18,7

Romênia

Países selecionados

5.

Romênia Romênia Fonte: UNDP. Human Development Report 2018. Nova York, 2018. p. 38-41. 18,7 18,7 Que tipo de gráfico foi utilizado para representar os indicadores referentes à saúde da no Mulheres Mulheres no parlamento parlamento mulher? E de sua participação política? (%) 2017 (%) 2017

AMPLIANDO HORIZONTES • UNIÃO EUROPEIA. Viver na UE. Disponível em: <http://livro.pro/a88xqw>. Acesso em: 17 nov. 2018. Seção da página da União Europeia que reúne gráficos relacionados à população, à qualidade de vida, à educação e à línguas, como os usados na atividade proposta. • SALLA, F. Gráficos e tabelas para organizar informações. Nova escola. Disponível em: <http://livro.pro/vkk2r5>. Acesso em: 17 nov. 2018. O texto fala sobre alguns tipos de gráfico e pode ser utilizado como material de atualização sobre o tema.

Gráficos de barras para a saúde da mulher e gráfico setorial para participação no parlamento. 6. O que podemos afirmar sobre os índices de maternidade na adolescência nos países representados nos gráficos? Como esses indicadores se apresentam nos países com maior IDG? Há grande disparidade entre os dados; nos países com maior IDG, como Bulgária e Romênia, esses números são mais elevados em relação a outros países, como Suécia, Alemanha e França. 7. Quais são os países com maior representação feminina no parlamento? Qual é sua classificação no IDG entre os países da UE? Suécia, Alemanha e França. Esses países apresentam menores IDGs em relação aos demais, ocupando 3º, 14º e 16º lugares, respectivamente. 8. Agora você vai analisar as informações do quadro abaixo para elaborar gráficos sobre cada indicador, verificando as desigualdades entre os países-membros da UE.

Países selecionados

IDH

PIB per capita (mil dólares)

Participação da mulher na força de trabalho (%)

Suécia

0,944

57,6

60,8

Alemanha

0,933

46,1

55,0

França

0,901

39,2

50,6

Letônia

0,847

25

55,2

Romênia

0,811

22

44,1

Fonte: UNDP. Human Development Report 2018. Nova York, 2018. p. 22-24; 38-41.

Agora, elabore: a) um gráfico de barras (horizontal ou vertical) para representar o IDH; b) um gráfico de barras (horizontal ou vertical) para representar o PIB per capita; c) um gráfico setorial para indicar a participação das mulheres na força de trabalho de cada país.

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Gráfico de PIB per capita 60 País 0,944 0,933 0,847 0,811 0,785

11,8

ân ia lb

m

País

A

a ni tô

ia 1,0

éc

0,8

m

0,6 IDH

le

0,4

ên ia

0

Su

0,2

22

10

A

0,0

60,8%

25

20

Ro

Albânia

39,2%

30

Le

Letônia Romênia

46,1

40

an ha

Alemanha

57,6

50

Mulheres no mercado de trabalho Mulheres ausentes do mercado de trabalho

GRÁFICOS: FJF VETORIZAÇÃO

Suécia

PIB-per-capita (em milhares de dólares)

2/18 20:59

Pode ser interessante trabalhar em conjunto com o professor de Matemática, Suécia Alemanha Suécia Alemanha desenvolvendo, também, a habilidade EF09MA22. Agora observe os gráficos com alguns indicadores utilizados na composição do IDG. 31,5

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ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

AMPLIANDO HORIZONTES • DW BRASIL. Entenda a crise na Ucrânia. Disponível em: <http://livro.pro/9cudd9>. Acesso em: 17 nov. 2018. Vídeo de três minutos e meio que oferece uma breve análise da crise na Ucrânia. • DIÁRIO DE NOTÍCIAS. “Rússia usou na Ucrânia estratégia matrioska”. Disponível

A Comunidade dos Estados Independentes A Comunidade dos Estados Independentes (CEI) foi criada em 1991, integrando 10 das 15 repúblicas da antiga União Soviética. É uma confederação de Estados em que cada um tem sua soberania preservada. Entre os objetivos da formação do bloco estavam a criação de uma federação para substituir a extinta União Soviética, a centralização das forças armadas dos países-membros e o uso de uma moeda comum: o rublo. Dela não participam Estônia, Letônia e Lituânia, que tinham intenções de ingressar na União Europeia, o que ocorreu em 2004. Em 2006, o Turcomenistão deixou de ser membro permanente para ser membro associado, reduzindo sua participação na CEI. Em 2009, a Geórgia retirou-se da comunidade em razão de divergências com a Rússia, que apoiava movimentos separatistas em território georgiano. Em 2014, a Ucrânia deixou a CEI por causa de conflitos com a Rússia, os quais você verá mais adiante.

Comunidade dos Estados Independentes (CEI) – 2018 60° N

90° L

OCEANO GLACIAL ÁRTICO Cír cu lo P ola r Ár tico

Mar de Barents

Mar de Bering

OCEANO PACÍFICO Mar de Okhotsk

BELARUS MOLDÁVIA RÚSSIA UCRÂNIA Mar Negro

GEÓRGIA ARMÊNIA

AZERBAIJÃO Mar Cáspio

Mar do Japão

CAZAQUISTÃO

Mar de Aral

UZBEQUISTÃO

TURCOMENISTÃO

QUIRGUISTÃO

TADJIQUISTÃO

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ALLMAPS

Explicar a formação da CEI, relacionando-a ao fim da ex-União Soviética no contexto da Guerra Fria. Apresentar características dos países-membros e divergências entre eles, como a Geórgia e a Ucrânia, que se retiraram da organização por questões relacionadas à ingerência da Rússia em conflitos separatistas ocorridos nos territórios dos dois países. Esclarecer que a sede da CEI está situada em Minsk, capital de Belarus, e que sua estrutura abriga dois conselhos: um formado pelos chefes de Estado, que se reúnem duas vezes por ano, e o outro pelos chefes de governo, que se encontram a cada três meses. Destacar que a Rússia desempenha papel central na organização, por ser a principal herdeira do poderio econômico, político e militar da extinta União Soviética. Sobre a crise na Ucrânia, é importante traçar a cronologia dos acontecimentos que conduziram à crise que se instalou entre esse país e a Rússia, destacando a ocupação militar do território ucraniano pelo exército russo, que acirrou as tensões e conflitos, causando milhares de mortes desde 2014. Uma atividade interessante pode ser a pesquisa de notícias em jornais e revistas sobre a crise na Ucrânia, solicitando aos alunos que analisem o papel dos países e da comunidade internacional na gestão dos conflitos.

Elaborado com base em: COMMONWEALTH OF INDEPENDENT STATES (CIS). Disponível em: <www.cisstat.com/eng/cis.htm>. Acesso em: 1o nov. 2018.

Mesmo exercendo forte influência sobre a CEI, a Rússia não realizou a articulação entre os países-membros adequadamente, não foi capaz de assegurar a prosperidade econômica da comunidade, nem de impedir conflitos territoriais. Por isso, membros da CEI buscam um caminho independente em relação à Rússia, aproximando-se da União Europeia.

• Quais países-membros da CEI estão localizados no continente europeu? Consulte o mapa Europa: político (página 75). Belarus, Moldávia, Armênia, Azerbaijão e parte da Rússia.

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em: <http://livro.pro/vs5dgj>. Acesso em: 17 nov. 2018. Entrevista com o então vice-ministro ucraniano dos Negócios Estrangeiros, Sergiy Kyslytsya, e a vice-ministra da Informação, Emine Dzhaparova, sobre o conflito da Ucrânia com a Rússia.

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A crise na Ucrânia A Ucrânia é uma ex-república soviética composta de grupos que desejam o ingresso do país na União Europeia e de outros que querem uma aproximação maior com a Rússia. Em novembro de 2013, o então presidente da Ucrânia, Viktor Yanukovich, recusou-se a assinar um acordo de cooperação com a União Europeia em troca da redução do preço do gás natural importado da Rússia e de um empréstimo oferecido pelo país. Milhares de pessoas foram às ruas para protestar, resultando na deposição do presidente ucraniano. Grupos pró-Rússia se rebelaram alegando que houve golpe de Estado. Após a queda do presidente, eleições extraordinárias foram convocadas na Ucrânia, em maio de 2014, e Petro Poroshenko, que apoiava ações militares contra o movimento separatista pró-Rússia, foi eleito presidente. Com isso, os choques entre manifestantes e polícia tornaram-se mais intensos, com os separatistas invadindo prédios públicos. A situação se agravou no leste e na Península da Crimeia, onde a população é de origem russa. Um referendo definiu a anexação da Crimeia à Rússia. O resultado, porém, não foi reconhecido pela comunidade internacional. Para garantir a anexação da Crimeia, o governo russo enviou tropas para a região e para a fronteira com a Ucrânia. O governo ucraniano considerou a ação uma declaração de guerra.

Ucrânia: conflitos separatistas – 2017

Golpe de Estado: derrubada de um governo constitucionalmente legítimo por forças contrárias a ele.

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Ocupada pela Rússia Área controlada por separatistas

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Fonte: AFP. Ukraine: l’UE maintient ses sanctions contre la Russie. Le Point International. Disponível em: <www.lepoint. fr/monde/l-ue-prolonge-dun-an-ses-sanctions-apres-lannexion-de-la-crimee-par-larussie-19-06-2017-2136495_24. php>. Acesso em: 1o nov. 2018.

A comunidade internacional, especialmente os Estados Unidos e os países da União Europeia, reagiu à ocupação, exigindo a retirada das tropas russas. No início de 2015, um acordo de cessar-fogo foi assinado, o que amenizou, mas não encerrou os conflitos. De 2014 a 2018, mais de 10 mil pessoas morreram em decorrência desse conflito armado. Em 2018, a Ucrânia aprovou uma lei qualificando o conflito de ocupação temporária russa e exigindo a devolução dos territórios ocupados.

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TEXTO COMPLEMENTAR A Rússia defendeu nesta sexta-feira a renovação das estruturas da pós-soviética Comunidade dos Estados Independentes (CEI) para coordenar melhor a luta contra ameaças regionais como o terrorismo.

“Os desafios e ameaças no caminho de nossos países nos obrigam a planejar a modernização das estruturas integradoras da CEI”, disse o primeiro-ministro russo, Dmitri Medvedev. Medvedev fez este comentário durante a cúpula de chefes de governo dessa

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organização em Kazan, capital da república russa do Tartaristão. O premiê russo mencionou o terrorismo, o narcotráfico, o crime internacional e a imigração ilegal como as principais ameaças para a região, que inclui a Rússia, o Cáucaso e a Ásia Central.

Além de destacar que a renovação da CEI é a prioridade da presidência russa da organização, Medvedev destacou a importância de reforçar os fundamentos econômicos do grupo para o que se pronunciou a favor de retirar as barreiras sobre o comércio regional. Em tal caso, considerou que se darão as condições para a criação de um mercado de alimentos autossuficientes e o desenvolvimento da cooperação na esfera do transporte e da energia. Da cúpula também participou o primeiro-ministro do Cazaquistão, Bakitzhan Saguintaev, que aproveitou para reunir-se com vários de seus colegas, incluindo o presidente do Tartaristão, uma das regiões mais prósperas da Rússia. Após a saída da Geórgia em 2008, a CEI está integrada atualmente por Rússia, Ucrânia, [Belarus], Azerbaijão, Armênia, Moldávia e as cinco repúblicas centro-asiáticas: Cazaquistão, Uzbequistão, Turcomenistão, Quirguistão e Tadjiquistão. Embora a Ucrânia não costume comparecer às cúpulas e reuniões da CEI, especialmente desde a anexação russa da Crimeia (2014), e nunca tenha ratificado seu estatuto, continua sendo membro de facto da organização. No marco do 25o aniversário da criação da CEI, idealizada como um mecanismo de “divórcio civilizado” entre as repúblicas da União Soviética, o presidente russo, Vladimir Putin, louvou o papel positivo que o organismo desempenhou na hora de “conservar os estreitos laços de amizade entre seus povos”. TERRA. Rússia defende renovação da Comunidade dos Estados independentes. Disponível em: <www.terra.com.br/ noticias/mundo/asia/russia-defenderenovacao-da-comunidade-dosestados-independentes,5e9825493d 869822a0c0a704a8ea66d8vry9vv5o. html>. Acesso em: 17 nov. 2018.

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ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

Aspectos naturais Relevo e hidrografia Observe, no mapa, as altitudes do relevo e os principais rios e mares da Europa. Depois, responda às atividades no caderno. Se necessário, consulte o mapa político na página 75.

Europa: físico Is. Nova Zembla

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Ao longo do desenvolvimento dos conteúdos relacionados aos aspectos físicos e da dinâmica da natureza do continente europeu, é importante explorar o mapa Europa: físico, conversando com os alunos sobre o uso gradativo das cores de acordo com as altitudes do relevo. Destacar ainda a relação entre relevo e estrutura geológica, aprofundando o conteúdo. O presente trecho na seção Texto complementar oferece subsídios para esse aprofundamento. Esclarecer que na Europa há três grandes estruturas, organizadas da seguinte maneira: • na porção norte há maciços cristalinos; • na porção central há bacias sedimentares; • na porção sul há dobramentos modernos. Esta configuração dá origem às variadas formas do modelado europeu. Destacar as principais características físicas da porção norte do continente, identificada pela presença dos Alpes Escandinavos, dos grandes lagos da Finlândia e dos fiordes. A atividade agrícola na região é pouco desenvolvida ou inexistente, uma vez que o clima é frio. Observa-se apenas a criação nômade de animais. O mesmo acontece nas áreas de elevadas altitudes, com clima frio de montanha. Caracterizar a região central da Europa, destacando a presença de áreas planas, com ricas jazidas de carvão. O clima temperado permite o desenvolvimento da atividade agropecuária, com criação intensiva de gado e cultivo de cereais. Esta região é atravessada pelos principais rios europeus. Estabelecer relações entre relevo e hidrografia, ressaltando a navegabilidade dos rios Reno, Volga, Danúbio, entre outros. Falar sobre as formas de aproveitamento

Fonte: CALDINI, V; ÍSOLA, L. Atlas geográfico Saraiva. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2013. p. 114.

1. As montanhas do sul do território são mais recentes, portanto apresentam altitudes mais elevadas, como os Alpes. Indique os países por onde se estendem os Alpes. França, Suíça e Áustria. 2. Que países os Pirineus separam? Espanha e França. 3. Qual é o pico culminante da Europa? Em que cadeia de montanhas se localiza? Monte Elbrus, no Cáucaso.

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de suas águas e a ocupação de suas margens. Quanto à região Sul, explicar que é caracterizada pela presença de montanhas muito altas, como os Alpes e os Pirineus, formadas por dobramentos modernos recentes. A presença dos climas mediterrâneo e semiárido, mais

quentes, favorecem uma agricultura bastante produtiva, apresentando, porém, características diferentes do restante do continente. A agricultura familiar, por exemplo, é bastante presente na região.

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A última região é a de formação mais recente e corresponde ao sul do continente. Há aproximadamente 40 milhões de anos ocorreu a colisão das placas Africana e Eurasiana. O choque resultou no surgimento da superfície, dando origem aos principais sistemas montanhosos da Europa, dos Pirineus ao Cáucaso. Ainda ocorrem mudanças orogênicas, como demonstram os terremotos que acontecem esporadicamente na região. Os locais mais afetados pelos sistemas são a Grécia, os Bálcãs e a Itália. No território italiano encontram-se alguns dos poucos vulcões ativos da Europa, como o Etna e o Stromboli. A Islândia também possui vulcões em atividade. O país insular está situado no ponto de colisão entre as placas Eurasiana e Norte-Americana. O atrito entre as duas placas origina movimentos sísmicos, erupções vulcânicas e gêiseres. A atividade vulcânica na ilha islandesa é intensa. Estima-se que, desde 1500, um terço da lava que sobe à superfície terrestre provém de vulcões islandeses.

O relevo do continente europeu é formado por maciços antigos, planaltos, planícies e cadeias de montanhas. Os maciços antigos são formas de relevo bastante desgastadas por processos erosivos, arredondadas e de altitudes modestas. Destacam-se os Montes Urais, os Alpes Escandinavos, a Meseta Espanhola e o Maciço Central Francês. No sul do território europeu, há cadeias de montanhas recentes e, portanto, com altitudes elevadas, onde se destacam os Alpes, que se estendem de Nice, na França, até Viena, na Áustria, sendo o Mont Blanc (4 807 m) o ponto mais elevado dessa forma de relevo. Por ser uma área de estrutura geológica recente, o sul da Europa está sujeito à ocorrência de terremotos e vulcões, com destaque para o Etna, o Stromboli e o Vesúvio, todos na Itália. A Islândia, no norte do continente, também apresenta intensa atividade vulcânica. As planícies favorecem a penetração e a dispersão de massas de ar frio provenientes do Ártico, tornando as temperaturas mais baixas na região centro-norte. Já as cadeias montanhosas na porção sul dificultam a passagem de massas de ar frio vindas do norte e impedem que massas de ar quente que vêm do Mediterrâneo e da África avancem para o interior. Assim, o clima ao sul dessas formações torna-se quente e seco. Em geral, os rios do continente europeu correm sobre planícies, e, por isso, são muito utilizados para a navegação, ligando regiões e países vizinhos por sistemas de hidrovias. Já os trechos de rios sobre planaltos e áreas montanhosas são aproveitados para a geração de energia hidrelétrica e abastecimento. Importantes cidades europeias tiveram origem às margens de rios. Em muitos casos, os rios estão integrados à paisagem da cidade, como ocorre com o Tâmisa, em Londres (Reino Unido), o Sena, em Paris (França), e o Tejo, em Lisboa (Portugal). Outros rios são muito importantes para a economia dos países que atravessam, como o Pó, na Itália, e o Vístula, na Polônia.

SERGII KRYNYTSIA/DREAMSTIMEGLOW IMAGES

O rio Danúbio, com mais de 2800 km, é o segundo mais extenso da Europa e é considerado o rio da integração internacional, por atravessar dez países. Atualmente, é possível navegá-lo a partir do Mar Negro e chegar ao Mar do Norte utilizando a hidrovia que interliga, por meio de canais artificiais, o Danúbio e o Reno. Na fotografia, trecho do Danúbio em Budapeste, Hungria, 2016.

ATLAS GEOGRÁFICO MUNDIAL. Europa I. v. 4. 3. ed. Barcelona: Editorial Sol 90, 2005. p. 25.

Localize os rios indicados no mapa da página anterior e responda em seu caderno:

4. Em que cadeia montanhosa se situa a nascente do rio Reno? Em que mar ele deságua? Ele separa territórios de quais países? Nasce nos Alpes e deságua no Mar do Norte. Suíça e Liechtenstein; Alemanha e Suíça; Alemanha e França. 5. Em que mar está situada a foz do rio Danúbio? Mar Negro.

6. O Volga está totalmente localizado em qual país? Em que planalto encontra-se sua nascente e em que mar deságua? Rússia. Nasce no Planalto de Valdai e deságua no Mar Cáspio.

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TEXTO COMPLEMENTAR Relevo em movimento

A história geológica da Europa teve início há cerca de 3 bilhões de anos. Há 540 milhões de anos o continente adquiriu a aparência atual. A região mais antiga, em termos geológicos, corres-

ponde à Península Escandinava. Ela está assentada em uma placa tectônica formada durante a Era Pré-Cambriana. A glaciação na Escandinávia deu origem ao aspecto físico da região, como surgimento de fiordes e a erosão de sua superfície. A segunda região geoló-

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gica inclui o território compreendido entre o sudoeste da França, a Inglaterra e o oeste da Rússia. O principal componente dessa enorme faixa de terra são as rochas sedimentares. É onde se localiza a Grande Planície da Europa, região de solos bastante férteis.

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ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

PENSAR E AGIR

NÃO ESCREVA NO LIVRO.

A Europa, berço da Revolução Industrial, foi também o primeiro continente a enfrentar grandes problemas ambientais, como a poluição atmosférica e das águas. Já no século XIX, os rios que cortavam os centros industriais, como Londres, no Reino Unido, e Paris, na França, estavam bastante degradados. O Tâmisa, que banha a cidade de Londres, era um grande esgoto a céu aberto. Às vezes, sessões no parlamento inglês precisavam ser fechadas por causa do mau cheiro que tomava conta da cidade. Observe as imagens.

BRIDGEMAN IMAGES/FOTOARENA

Recuperação dos rios europeus

Na charge, o cientista Michael Faraday, preocupado com o estado deplorável das águas do Tâmisa, entrega um cartão ao Father Thames (representação do rio Tâmisa). Em letras menores, lê-se: “E nós esperamos que nosso camarada sujo vá se consultar com o sábio professor”. LONDON METROPOLITAN ARCHIVES, LONDON/BRIDGEMAN IMAGES/ KEYSTONE BRASIL

The New Houses of Parliament, obra de Thomas Picken, Londres, 1852. Litografia. No rio Tâmisa, além dos dejetos industriais e dos esgotos domésticos, o grande número de embarcações a vapor aumentava a contaminação das águas dos rios.

Charge publicada no jornal londrino Punch, em 3 de julho de 1858: “O rio Tâmisa apresenta sua prole de doenças – difteria, tuberculose e cólera – à cidade de Londres”.

BRIDGEMAN IMAGES/KEYSTONE BRASIL

Nesta seção pretendemos reforçar o trabalho com algumas competências diretamente relacionadas ao tema proposto: • Gerais: 1, 7 e 10. • Área: 2, 3, 5 e 6. • Específicas: 1, 2, 4, 6 e 7. O tema da seção abre possibilidade de trabalho interdisciplinar com História e Ciências. Assim, podem ser abordados os impactos ambientais nas regiões industriais da Europa e o papel dos rios na produção e no escoamento dos produtos industrializados e matérias-primas da Primeira Revolução Industrial em diante. Sugerimos, na seção Texto complementar, um trecho que conta um pouco sobre o processo de recuperação de mais dois rios europeus, o Sena e o Tejo. Aproveitar o tema para também chamar a atenção dos alunos para a relação entre os cursos dos rios, a disposição e a altitude do relevo, usando o mapa físico da página 88. Você pode pedir a eles, por exemplo, que identifiquem os principais divisores de água e as direções dos principais rios em função do relevo. Falar sobre a importância do transporte hidroviário na Europa, destacando os altos investimentos realizados na construção e manutenção de hidrovias que ligam um país a outro por meio dos rios e ligam a Europa ao restante do mundo por meio dos portos – os transportes marítimos. Na atividade 1 espera-se que os alunos respondam que sim, a julgar pelas manifestações por meio de charges publicadas em jornais da época. Orientar os alunos a observar atentamente as charges. Elas representam o Tâmisa como um ambiente degradado, com animais mortos e sendo foco de doenças. Para a atividade 2, organizar os grupos de modo a cada um pesquisar um rio europeu

90 diferente. Durante a apresentação do trabalho, estimular os alunos a fazer paralelos entre os rios europeus e rios do município ou Unidade da Federação onde vivem, procurando destacar semelhanças e diferenças quanto a causas da degradação e projetos de recuperação, por exemplo. D2_GEO_F2_2054_V9_U03_G20.indd 90

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leis que multam fábricas e empresas que despejarem substâncias nas águas. Além disso, há um incentivo entre 100 e 150 euros por hectare para que agricultores que vivem às margens do rio não o poluam. […]

HANNAH MCKAY/REUTERS/FOTOARENA

Ao longo de séculos, rios do continente europeu foram poluídos com esgoto doméstico e industrial, agrotóxicos e outras substâncias. Embora esse ainda seja um grave problema ambiental na Europa, projetos de despoluição promoveram a recuperação de diversos rios. Observe os exemplos.

3. Rio Tejo, Lisboa (Portugal) Para despoluir o famoso rio de Lisboa foram investidos 800 milhões de euros. A revitalização, que se encerrou em 2012, incluiu obras de saneamento e renovação da rede de distribuição de águas e esgotos, visto que os dejetos eram depositados diretamente nas águas do rio. Foram beneficiados com o projeto 3,6 milhões de habitantes. O Tejo é o maior rio da Europa ocidental e passou a ser despoluído com a criação da Reserva Natural do Estuário do Tejo, em 2000. O plano envolveu a construção de infraestrutura de saneamento de águas residuais e renovação de condutas de abastecimento de água. Hoje, até golfinhos voltaram a saltar nas águas do rio europeu. […]

Na fotografia, rio Tâmisa em Londres, Reino Unido, 2018.

SERGEY NOVIKOV/ALAMY/FOTOARENA

O projeto de recuperação do Tâmisa começou no século XIX, com a construção de um sistema de captação de esgotos em Londres. Na década de 1970, o reaparecimento do salmão, peixe sensível à poluição, foi o primeiro sinal de que os resultados estavam sendo alcançados. O trabalho realizado no Tâmisa tornou-se um exemplo para projetos de despoluição de rios no mundo todo.

Na imagem, rio Reno, na Basileia, Suíça, 2017.

O Reno era um dos rios mais poluídos da Europa. Um grave acidente ambiental ocorreu em 1986 na Basileia, Suíça. A água usada para combater um incêndio em uma fábrica de medicamentos carregou produtos altamente tóxicos para o rio, afetando todo o ecossistema. O fato chamou a atenção da opinião pública e das autoridades, levando a um trabalho de recuperação do rio que durou mais de 20 anos. Atualmente, cerca de 95% dos dejetos industriais são tratados antes de chegarem às águas do Reno.

HAYDÉE, L. 7 cidades que despoluíram seus rios e podem nos inspirar. Exame. Disponível em: <https://exame.abril.com.br/mundo/ 7-cidades-que-despoluiram-seusrios-e-podem-inspirar-brasil/>. Acesso em: 17 nov. 2018.

1. Responda no caderno: de acordo com as charges do século XIX, pode-se dizer que, na época, havia uma preocupação com a degradação dos rios? Explique.

2. Em grupo, escolham um rio europeu (com exceção do Tâmisa e do Reno) e façam uma pesquisa sobre suas condições ambientais atuais. Procurem descobrir se está ou esteve degradado, as causas da degradação, como suas águas são usadas, se há projetos de recuperação etc. Ilustrem o trabalho com imagens antigas e recentes do rio escolhido. Depois, apresentem o resultado da pesquisa para o professor e os colegas.

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TEXTO COMPLEMENTAR 1. Rio Sena, Paris (França) O Sena, em Paris, foi degradado por conta da poluição industrial, situação comum a outros rios europeus. Neste caso, porém, houve um agravante: o recebimento de esgoto doméstico. Por conta de seu

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estado lastimável, desde a década de 1920 o Sena é alvo de preocupações ambientais. Mas foi apenas em 1960 que os franceses passaram a investir na revitalização do local construindo estações de tratamento de esgoto. Hoje já existem 30 espécies de peixes no rio,

AMPLIANDO HORIZONTES • TV BRASIL. Reno, o rio mais importante da Europa. Disponível em: <http://livro.pro/ izbk7k>. Acesso em: 14 nov. 2018. Matéria sobre a importância do rio Reno para o continente europeu.

mas o processo para que isso acontecesse foi lento. No começo, havia apenas 11 estações em funcionamento. Em 2008 já eram duas mil, mas a meta é que em 2015 o rio já esteja 100% despoluído. Como parte do processo de tratamento de esgoto, o governo criou

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ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

Climas e formações vegetais Os climas são influenciados por diferentes fatores, como latitude, relevo, massas de ar, maritimidade e continentalidade e correntes marítimas. O clima da porção ocidental europeia é bastante influenciado pela corrente marítima do Golfo, que ameniza as temperaturas de áreas sob sua influência, como a Noruega, que se encontra em altas latitudes. O relevo, como vimos na página 88, interfere na movimentação das massas de ar quentes e frias, influenciando o clima e a ocorrência de diferentes formações vegetais. As áreas próximas aos oceanos, influenciadas pela maritimidade, apresentam climas com invernos menos rigorosos quando comparados aos das áreas distantes do litoral, sob influência da continentalidade. Observe no mapa os principais climas europeus.

Europa: climas Meridiano de Greenwich

45° N

Tipos de clima (adaptado da classificação de Köpen) ÁSIA

Semiárido Mediterrâneo Temperado Frio

ÁFRICA

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Realizar a leitura do mapa da página 92 e recorrer ao mapa físico da página 88 para explicar como o relevo atua no clima. Apresentar as principais características dos tipos de clima encontrados na Europa, destacando os seguintes aspectos: a principal diferença entre o clima temperado continental e o clima temperado oceânico, e de que forma a maritimidade e a continentalidade influenciam na amplitude térmica desses tipos de clima; a influência das massas de ar sobre os climas mediterrâneo e desértico; a relação entre latitude e elevadas altitudes com a temperatura e a ocorrência de climas frios. Na atividade 3, o aluno deve indicar que o clima predomina no sul da Europa e sofre influência do relevo e das massas de ar quente: as cadeias montanhosas dificultam a chegada de massas de ar frio vindas do norte e impedem que massas de ar quente que vêm do Mediterrâneo e da África avancem para o norte do continente europeu. Assim, esse tipo de clima é quente e seco. Ao tratar dos fatores climáticos, é possível ampliar o conteúdo sobre a influência da Corrente do Golfo, que ameniza o clima na costa atlântica da Europa. O trecho presente na seção Texto complementar, com linguagem acessível aos alunos, pode ser usado para essa ampliação. Para introduzir as formações vegetais é interessante levantar os conhecimentos prévios dos alunos e realizar a leitura do mapa da página 93, comparando-o ao mapa de clima, correntes marítimas e massas de ar. Tratar das mudanças climáticas recentes que causaram grandes ondas de calor no continente. Sugerimos

Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. p. 58.

0

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Frio de Montanha Correntes marítimas Quente Fria

Localize as informações no mapa para responder às questões no caderno. Se necessário, consulte também o mapa da página 75.

1. Quais são os dois tipos de clima de maior ocorrência no território europeu? Temperado e frio.

2. Indique o tipo de clima predominante nos seguintes países: França, Grécia, Islândia e Finlândia. França: temperado; Grécia: mediterrâneo; Islândia: polar; Finlândia: frio.

3. O clima mediterrâneo predomina em que região? De acordo com o que você estudou, que fatores principais influenciam esse tipo climático?

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material para consulta na seção Ampliando horizontes. Na atividade 4, o aluno deve ponderar que sim, especialmente entre clima polar e a ocorrência da tundra; o clima semiárido, e a ocorrência de estepe e pradaria; clima frio e a vegetação de montanha; clima e vegetação

mediterrâneos. Isso acontece porque a ocorrência de vegetação e de clima está relacionada a diversos elementos naturais, que se influenciam mutuamente.

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O efeito moderador da corrente do Golfo Um dos fatores que mais influem no clima europeu é a chamada Corrente do Golfo, que banha a costa atlântica do continente, de Portugal à Noruega. A corrente marítima conduz as águas quentes do Golfo do México até o litoral europeu. Exerce um importante papel moderador das temperaturas nas faixas de terra próximas à costa e no interior. A influência da Corrente do Golfo alcança tal dimensão que, no litoral de países como Irlanda, Escócia e Noruega, encontram-se plantas típicas dos trópicos, próprias de latitudes próximas à linha do equador. Esses vegetais desenvolvem-se apenas em ambientes mais quentes. O efeito dessa corrente marítima também se manifesta na grande diferença de temperaturas entre diversas regiões situadas na mesma latitude, mas em lados opostos do Oceano Atlântico. [...]

Europa: vegetação nativa 0º enw

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TEXTO COMPLEMENTAR O clima polar ocorre, predominantemente, nas áreas ao norte do Círculo Polar Ártico e é caracterizado por médias mensais de temperaturas abaixo de 0 °C praticamente o ano todo. O clima frio é caracterizado pelas baixas temperaturas na maior parte do ano, pelo verão curto e pelo inverno longo e rigoroso, com intensa precipitação de neve. Nas porções litorâneas ao norte, o clima temperado apresenta verões suaves e invernos pouco rigorosos. Nas áreas distantes do oceano, a continentalidade propicia estações do ano mais bem demarcadas, com elevadas amplitudes térmicas anuais. No sudeste do continente, prevalece o clima semiárido, onde são registrados baixos índices pluviométricos. Os verões costumam ser quentes e os invernos rigorosos. O clima mediterrâneo predomina na parte sul e recebe influência de massas de ar tropicais vindas do norte da África. Possui verões quentes e secos e invernos chuvosos com temperaturas amenas. Nas cadeias montanhosas ocorre o clima frio de montanha, com baixas temperaturas o ano todo em razão da influência da elevada altitude do relevo. A vegetação nativa do continente europeu é bastante diversificada e apresenta grande variedade de espécies. Isso se deve principalmente, mas não somente, aos diferentes tipos de clima presentes na região. São seis os tipos principais de vegetação do continente: floresta temperada, floresta boreal (taiga), tundra, estepe, vegetação mediterrânea e vegetação de montanha.

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Mar do Norte

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OCEANO ATLÂNTICO

ATLAS GEOGRÁFICO MUNDIAL. Europa I. v. 4. 3. ed. Barcelona: Editorial Sol 90, 2005. p. 25.

Mar Cáspio Mar Negro

ÁSIA

ALLMAPS

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405

M e d i t e r r â n ÁFRICA e o

Floresta boreal (taiga) Floresta temperada Estepe e pradaria Vegetação mediterrânea Vegetação de montanha Tundra

Fonte: CALDINI, V.; ÍSOLA, L. Atlas geográfico Saraiva. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2013. p. 172.

4. Observe os mapas novamente e responda no caderno: é possível perceber uma relação entre os tipos de clima e os tipos de vegetação? Explique.

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AMPLIANDO HORIZONTES • GLOBO RURAL. Após perda por seca, Alemanha auxilia agricultores com € 340 milhões. Disponível em: <http:// livro.pro/7vswyy>. Acesso em: 17 nov. 2018.

Reportagem trata dos efeitos das mudanças climáticas recentes para a agricultura alemã.

• CLIMATEMPO. Mudança cli-

mática gera incêndios mais frequentes e intensos. Disponível em: <http://livro.pro/mvi8n4>. Acesso em: 17 nov. 2018.

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A reportagem de agosto de 2018 acompanha o progresso das mudanças climáticas na Europa, trata dos incêndios e da nova normalidade de estações quentes e secas.

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ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

NO AUDIOVISUAL Veja no material audiovisual um vídeo que aborda a funcionalidade dos créditos de carbono e como eles podem ajudar a controlar os resultados prejudiciais da alta emissão de CO2.

Floresta temperada A floresta temperada é a vegetação nativa predominante no continente europeu, ocupando vastas áreas de leste a oeste do continente. Essa formação vegetal está associada ao clima temperado. A característica mais marcante da floresta temperada é a muVeja no material dança de cor das folhas das árvores durante o outono, que pasaudiovisual o sam do verde para tons alaranjado-avermelhados e em seguida vídeo sobre créditos caducam e caem. Essa característica faz que a floresta temperada de carbono. também receba o nome de floresta decídua ou caducifólia.

AGUSTAVOP/GETTY IMAGES

Localizar as áreas de ocorrência de florestas temperadas e boreal nos mapas físico, de clima e de vegetação nativa já estudados, solicitando aos alunos que observem a correspondência entre as áreas nos três mapas. Sobre a floresta temperada, é importante ressaltar que se trata da formação vegetal predominante na Europa e também da mais devastada. Estudos indicam que a Europa é o continente que conta com apenas 0,3% da cobertura florestal original preservada. Sobre a floresta boreal, esclarecer que é uma formação vegetal explorada largamente para extração de madeira dos pinheiros. Na atividade 1, espera-se que os alunos expliquem que a mudança de cor e a queda das folhas das árvores da floresta temperada é uma adaptação da vegetação para evitar a perda de água e preservar energia durante o inverno. A mudança de cor destas espécies está relacionada à degradação da clorofila. Na atividade 2, eles devem indicar que a taiga é uma vegetação homogênea, constituída principalmente de pinheiros. Suas folhas são aciculifoliadas, ou seja, têm forma de agulhas, permitindo que a planta não acumule neve sobre suas copas.

Floresta temperada na região dos Montes Karwendel, Áustria, 2016.

Essas plantas reabsorvem os nutrientes das folhas para conseguir sobreviver aos invernos rigorosos, com baixa disponibilidade de água – por causa dos solos congelados – e com menor incidência de luz solar. A cor das folhas é alterada durante o processo, já que ocorre a degradação da clorofila. Na primavera, a árvore utiliza esse acúmulo de nutrientes para constituir novas folhas, e o processo de fotossíntese é iniciado novamente. A floresta temperada caracteriza-se pela presença de variadas espécies de árvores de grande porte, como carvalho, cerejeira, pinheiro, cedro e nogueira. Este tipo de vegetação foi a mais devastada ao longo dos séculos no território europeu, sendo substituída principalmente pela agricultura, industrialização e ocupações urbanas.

94 TEXTO COMPLEMENTAR D2_GEO_F2_2054_V9_U03_G20.indd 94

A Comissão Europeia, braço executivo da UE, disse que esse é um aviso final que está sendo dado a Varsóvia para a suspensão da derrubada de árvores na floresta. Segundo as autoridades do continente, citadas pela Associated

Press, a Polônia tem um mês para responder, dado o risco de danos ambientais irreparáveis. Bialowieza é considerada a última relíquia de uma antiga floresta que um dia se estendeu por grande parte das terras baixas da Europa, e que ainda abriga

populações de bisões, cegonhas e outros animais. Parte da floresta está localizada hoje em território bielorrusso, sendo que a parte polonesa é protegida pelo status de patrimônio da UNESCO e de integrante da rede Natura 2000, que tem o objetivo de preservar

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AMPLIANDO HORIZONTES • G1. Vegetação na Europa absorve mais CO2 do que era esperado inicialmente. Natureza. Disponível em: <http:// livro.pro/idsc2e>. Acesso em: 17 nov. 2018. Apresenta resultados de dados obtidos com satélites dos EUA, Europa e Japão. • DW BRASIL. Proteger a taiga significa proteger o clima global. Disponível em: <http://livro.pro/2ri4ax>. Acesso em: 17 nov. 2018. A reportagem apresenta projeto de proteção, apoiado pela Alemanha, da taiga na Rússia. • EBC. Mais de 75% das florestas primárias do mundo não existem mais. Disponível em: <http://livro.pro/ hcw689>. Acesso em: 17 nov. 2018. Reportagem sobre a degradação de florestas no mundo, de onde foi tirado o dado de que apenas 0,3% das florestas europeias originais estão preservadas.

Floresta boreal (taiga)

Taiga na Reserva Nacional de Altai, no sul da Sibéria, Rússia, 2017.

ANDREAS GRUVHAMMAR/ SHUTTERSTOCK.COM

OPREA GEORGE/ SHUTTERSTOCK.COM

A floresta boreal, ou taiga, ocorre em elevadas latitudes, próximas ao Polo Norte, onde há o predomínio do clima frio. O solo é fino, pobre em nutrientes, o que dificulta o desenvolvimento de diversas plantas. Essa formação vegetal, também conhecida como floresta de coníferas, é caracterizada por espécies vegetais adaptadas às rigorosas condições climáticas e que apresentam comportamento xerófilo: as folhas são pequenas e duras, o que reduz ao máximo a perda de água no inverno. São formações homogêneas, constituídas principalmente por coníferas (pinheiros), que possuem folhas estreitas em forma de agulha (aciculifoliadas). Do ponto de vista econômico, a taiga é uma das maiores fontes mundiais de produção de madeira e celulose. A área é pouco adequada à agricultura, em razão, principalmente, da elevada acidez do solo; consequência do processo lento de decomposição da matéria orgânica acumulada na sua parte mais superficial.

Exploração de madeira em Smaland, na Suécia, em 2018.

Responda às questões a seguir em seu caderno.

1. Que adaptações a floresta temperada apresenta para suportar os rigores do clima no inverno?

2. Descreva as principais características da taiga.

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habitats e espécies selvagens raras ou vulneráveis da União Europeia. Apesar dos compromissos de conservação assumidos, o governo polonês decidiu, no ano passado, aumentar em três vezes a exploração de recursos na floresta, provocando a der-

rubada de milhares de árvores antigas.

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SPUTINIK. UE pode processar Polônia por desmatamento de floresta primitiva. Disponível em: <https://br.sputniknews.com/ europa/201704278259059-poloniaexploracao-floresta/>. Acesso em: 14 nov. 2018.

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ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

Tundra Associada ao clima polar, a tundra ocorre em latitudes muitíssimo elevadas, concentrando-se, principalmente, ao norte do Círculo Polar Ártico. Nessa região há pouca incidência de energia solar, assim, a baixa precipitação ocorre normalmente na forma de neve. Além disso, o solo permanece congelado durante a maior parte do ano. A associação das baixas temperaturas aos solos congelados em grande parte do ano impede o desenvolvimento de uma vegetação de grande porte, como as arbóreas e as arbustivas altas. Poucas espécies vegetais são capazes de suportar essas condições extremas. A tundra cresce somente no verão, quando ocorre o degelo do solo. É uma vegetação rasteira composta principalmente de liquens, musgos, ervas e arbustos baixos. Durante o verão, a presença de animais aumenta, com a chegada de aves marinhas, enxames de moscas e mosquitos, roedores, lobos, raposas, doninhas e renas.

SINEEPUN SOMBOONYARIT/DREAMSTIME/GLOW IMAGENS

Retomar os mapas físico, de vegetação e de clima da Europa e localizar as áreas de ocorrência da tundra, relacionando-a ao clima polar, e da estepe, indicando que ela ocorre em áreas de transição climática e de planície, destacando essa característica na fotografia disponível no livro do aluno. Espera-se que os alunos indiquem na resposta da atividade 2 que as espécies vegetais típicas das estepes são as herbáceas e as gramíneas, geralmente localizadas em áreas de planície e que formam um “tapete vegetal” de grandes dimensões.

TEXTO COMPLEMENTAR O destino das últimas árvores no topo da Terra O derradeiro estágio antes da última floresta do topo do mundo transformar-se em gelo é uma extensa área de gramíneas com um subsolo permanentemente congelado e liquens, musgos e arbustos mirrados. É o que ocorre na maior área florestal da Terra: a floresta boreal que, a grandes altitudes ou quando se aproxima do Polo Norte (aumento da latitude), se transforma em tundra. Juntas, essas duas imensas áreas selvagens têm três vezes o tamanho de toda a Amazônia. É nesses biomas que encontramos resquícios finais de vida no planeta antes do gelo absoluto. Lá, moram os esquimós, os ursos polares, tigres siberianos, leões-marinhos e toda a fauna que imaginamos sobreviver sob a neve. Nas regiões de transição é possível ver pedaços densos de árvores serpenteados por falhas no solo e uma mistura de fauna e flora. O mais interessante é perceber que, no nível do mar, as áreas baixas perto do Círculo Polar Ártico têm as mesmas características de topos de

Paisagem de tundra coberta com neve na região de Murmansk, Rússia, 2017.

ISTOCKPHOTO/GE TTY IMA GES

Tundra, em Kangerlussuaq, Groenlândia, 2018.

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montanha altíssimos. É a confirmação, a olhos nus, do formato redondo da Terra. A tundra domina praticamente todo o topo da América do Norte, Europa e Ásia. A mata boreal já aparece no meio desses continentes pegando a área do Alasca, do Cana-

dá, da Finlândia, da Suécia e da Rússia. […] Enquanto na floresta boreal o clima é subártico, com uma camada de neve cobrindo a paisagem por cerca de seis meses por ano, nas regiões de tundra ártica o verão dura no máximo dez semanas e o inverno (con-

gelante e escuro) pode durar nada menos que dez meses. Com tanto frio, o povoamento nesses lugares nunca foi significativo. Muito do norte do Canadá continua habitado por povos indígenas até os dias de hoje, assim como a floresta boreal na Eurásia. Os takuts, por

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protegida. Um bom exemplo de como a proteção de terras por meio da lei pode salvar a vida selvagem é o lago Baikal, na Sibéria, com 1 620 metros de profundidade – o mais profundo do mundo. Lar de 1 200 espécies endêmicas, incluindo a única foca de água doce do mundo, a Baikal, o lago teve a área que o circunda transformada em reserva natural em 1969, salvando-o da degradação. Historicamente, a caça de animais sempre foi o maior problema da região, levando à extinção espécies incríveis, como a vaca-marinha de Steller, um dócil e indefeso animal que alcançava os 8 metros de comprimento, infelizmente, extinto no século 18. Hoje em dia, estão entre as grandes ameaças a exploração comercial de madeira e minerais e a instalação de fábricas. A longo prazo, porém, o aquecimento global será o grande inimigo da região: a floresta boreal pode expandir, diminuindo o espaço da tundra e acabando com ecossistemas de diversas espécies.

Estepe As estepes são localizadas no leste-sudeste da Europa, geralmente na faixa intermediária entre a floresta temperada e os desertos asiáticos, ou seja, em áreas de transição entre o clima temperado e o árido. Concentradas principalmente em regiões de planícies, são constituídas basicamente por gramíneas, formando um vasto tapete vegetal. A elevada amplitude térmica anual, com verões muito quentes e invernos rigorosos, limita a distribuição de água no ambiente ao longo do ano. Em consequência da baixa umidade, característica típica do clima semiárido, as gramíneas e as herbáceas são predominantes na paisagem, formando amplas áreas abertas, sem a presença marcante de vegetação com grandes dimensões. Nessas extensas áreas é possível verificar a presença de árvores isoladas e/ou pequenos bosques, geralmente próximo a rios ou lagos. No verão podem ocorrer incêndios ocasionais. Esses incêndios são importantes na conservação dos campos abertos, pois eliminam a quantidade excedente de matéria orgânica e permitem a renovação da vegetação. As gramíneas possuem brotamentos próximo à superfície. Assim, quando são queimadas ou devoradas por herbívoros, um novo brotamento pode acontecer em seguida. Os solos dos campos temperados são férteis, em razão da decomposição das gramíneas mortas durante o inverno, por isso são ideais para atividades agrícolas. No entanto, essa atividade econômica representa uma das principais ameaças ambientais às estepes.

MISHA KAMINSKY/GETTY IMAGES

SUPERINTERESSANTE. Tundra e Florestas Boreais. Disponível em: <https://super.abril.com.br/ideias/ tundra-e-florestas-boreais/>. Acesso em: 17 nov. 2018. Estepe com campos de cevada na Ucrânia, 2016.

Responda às atividades em seu caderno.

1. Quais são os principais aspectos que impedem o desenvolvimento de vegetação de

grande porte em regiões de tundra? O inverno rigoroso e seco e o solo congelado durante boa parte do ano. 2. Caracterize as espécies vegetais típicas das estepes.

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exemplo, sobreviveram em grande número e são o mais numeroso grupo étnico da Sibéria. Os que vivem nas regiões florestais mantêm-se seminômades criadores de renas. […] • Área total – 25 049 500 km² • Área intacta – 85% • Área protegida – 9,3%

Conservação e ameaça

Regiões temperadas sempre tiveram seus hábitats mais modificados ao longo do tempo do que as tropicais. A floresta boreal e a tundra ártica, no entanto, parecem ser uma exceção à regra, principalmente pelo clima não muito con-

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vidativo à permanência dos homens. Ainda assim, faltam esforços para manter as áreas protegidas. Nos Estados Unidos, apenas os hábitats de tundra e matas boreais do Alasca permanecem relativamente intactos, com 194 mil quilômetros quadrados de área

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ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

ATIVIDADE COMPLEMENTAR • Providenciar fotografias que mostrem as variadas formações vegetais encontradas na Europa. Depois, pedir aos alunos que descrevam as imagens, comparando-as e estabelecendo relações entre vegetação, clima, relevo, hidrografia.

Vegetação mediterrânea É característica de áreas onde há o predomínio do clima mediterrâneo. Concentra-se na faixa sul do continente, estendendo-se por uma longa área que vai de Portugal à Grécia, ao longo do mar que leva o mesmo nome – Mediterrâneo. Esse clima se caracteriza pelos verões secos, influenciados pelos ventos que sopram do Saara, no continente africano, e invernos chuvosos, com temperaturas amenas por causa do bloqueio exercido pelas montanhas às massas de ar frio que vêm do norte. As particularidades do clima mediterrâneo favorecem o crescimento de espécies arbóreas e arbustivas, que crescem distanciadas uma das outras. As espécies vegetais dessa área são adaptadas às condições climáticas, possuindo troncos geralmente mais largos e com poucas folhas, evitando a transpiração e fazendo a planta resistir aos longos períodos de estiagem. A vegetação é composta basicamente de arbustos mais altos e fechados, denominados maquis; arbustos mais baixos e abertos, chamados garrigues; e um herbáceo, que nasce junto ao solo. Grande parte da vegetação mediterrânea foi devastada nas últimas décadas para abrir espaço para as culturas de uva, oliveira e para a criação de gado, além das ocupações urbanas, que limitaram a vegetação original a uma pequena área. Vegetação mediterrânea, na ilha de Santorini, Grécia, 2018.

MANUEL COHEN/AFP

ZOROASTO/ISTOCKPHOTO/GETTY IMAGES

Conforme sugerido anteriormente, localizar nos mapas físico, de clima e de vegetação as áreas de ocorrência das vegetações mediterrânea e de montanha e apontar os fatores que contribuem para explicar esse padrão de distribuição. Explicar o que são garrigues e maquis, duas formações secundárias da Vegetação Mediterrânea muito devastadas. Os garrigues são zonas de vegetação arbustiva e gramínea densa e o maqui é uma vegetação que ocorre em solos siliciosos, também arbustiva e densa. Sobre a vegetação de montanha, questionar se todas as montanhas na Europa possuem cobertura vegetal e pedir aos alunos que justifiquem sua resposta. Na atividade 1, espera-se que os alunos indiquem que as principais atividades que devastam a vegetação mediterrânea são a agricultura, com as culturas de uva e oliveiras, as atividades agropecuárias e as ocupações urbanas, que limitaram a vegetação original a uma pequena área. Na atividade 2, é importante destacar que o clima muda à medida que se eleva a altitude, assim como a composição e profundidade dos solos. É por isso que as espécies altas, como as coníferas, desenvolvem-se na base da montanha, com clima mais ameno e solo mais profundo, e, à medida que eleva na superfície, a vegetação torna-se mais baixa, rala e esparsa.

Oliveiras em Tarragona, Espanha, 2018.

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Para sistematizar o conteúdo estudado, pedir aos alunos que completem um quadro indicando os climas europeus, as formações vegetais e os nomes de países onde ocorrem. Veja um modelo de quadro a seguir.

Tipo de clima

Formação Vegetal

Área de ocorrência

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Temperado Mediterrâneo Frio Frio de montanha Polar Semiárido

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primeiro em 2001 e depois em 2008, por um total de 32 profissionais. A alteração ocorreu principalmente entre as plantas achadas em regiões alpinas – mais adaptadas ao frio – que estão perdendo espaço para as espécies que crescem preferencialmente em ambientes quentes. Segundo Michael Gottfried, coordenador da equipe, o grupo esperava encontrar mais espécies típicas de climas mais quentes em altitudes mais elevadas, mas não podiam prever que este fenômeno estivesse tão avançado. Eles alertam que espécies antes comuns nas montanhas europeias […] podem até mesmo desaparecer nas próximas décadas. O estudo mostra a relação entre o aumento de temperatura e a mudança no tipo de vegetação presente nas montanhas. Os autores afirmam que embora este fenômeno já tivesse sido apontado em escala regional, este é o primeiro estudo a identificar o problema em um continente inteiro. A pesquisa também mostra que o efeito nas plantas típicas de montanha acontece a diferentes altitudes e em formações rochosas em diferentes latitudes – efeitos parecidos foram observados tanto na Escócia como na ilha grega de Creta, no sul do continente.

Vegetação de montanha

WESTEND61/EASYPIX BRASIL

Esse tipo de vegetação ocorre nas principais cadeias de montanhas, como os Alpes, Cárpatos, Apeninos, entre outras. A vegetação de montanha, ou de altitude, varia conforme a altitude do relevo, pois as temperaturas diminuem à medida que a superfície se eleva. Além disso, o alinhamento da montanha em relação à incidência dos raios solares afeta as condições climáticas locais – que resultam em diferentes padrões de vegetação e escolhas de áreas para cultivo e povoamento. Em cada parte da montanha há a predominância de um tipo climático, por isso há diferentes tipos de vegetações ao longo dela, podendo apresentar coníferas e estepes, por exemplo, de acordo com a altitude em que se encontram. Em altitudes mais elevadas, próximas ao topo, as temperaturas são mais baixas, o solo é mais raso e há neve. Assim, há o domínio de liquens e musgos, espécies vegetais rasteiras adaptadas às condições rigorosas. Logo abaixo deste estrato, numa área menos fria, encontram-se as espécies herbáceas e gramíneas de menor porte. Em seguida, na parte mais baixa da montanha e, consequentemente, com temperatura mais amena, encontram-se as florestas de coníferas.

Vegetação de montanha em Ushguli, Geórgia, 2018.

Influência da altitude na vegetação

Em seu caderno, responda às questões.

1. Quais são as principais atividades humanas que ameaçam a vegetação mediterrânea?

2. Observe a ilustração e explique por

LUIS MOURA

que a vegetação de montanha muda à medida que a altitude aumenta. Esta é uma figura ilustrativa. Cores e proporções não correspondem à realidade.

G1. Mudanças climáticas alteram tipo de vegetação em montanhas na Europa. Natureza. Disponível em: <http://g1.globo.com/natureza/ noticia/2012/01/mudancasclimaticas-alteram-tipo-devegetacao-em-montanhas-na-europa. html>. Acesso em: 17 nov. 2018.

Fonte: CHISTOPHERSON, R. W; BIKERLAND, G. H. Geossistemas: uma introdução à Geografia Física. 9. ed. Porto Alegre: Bookman, 2017. p. 576.

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TEXTO COMPLEMENTAR Mudanças climáticas alteram tipo de vegetação em montanhas na Europa Estudo analisou 867 amostras de plantas de 60 picos no continente. Espécies mais adaptadas a climas frios estão perdendo espaço.

Um grupo de pesquisadores de 13 países afirma que as mudanças climáticas estão afetando a vegetação nativa em montanhas no mundo. O estudo foi feito em formações rochosas na Europa e publicado na revista científica Nature Climate Change nesta semana.

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Coordenados por cientistas da Universidade de Viena e da Academia de Ciências austríaca, o trabalho contou com a análise de 867 espécies vegetais típicas de montanhas localizadas em 60 picos diferentes no continente europeu. A pesquisa foi feita em dois momentos:

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INTEGRANDO COM

ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

CIÊNCIAS

NÃO ESCREVA NO LIVRO.

Domínios morfoclimáticos

Você já aprendeu sobre aspectos relacionados à formação do relevo, ao clima, às formações vegetais e à hidrografia do Brasil e do mundo. Esses elementos, quando combinados em diferentes arranjos, compõem as variadas paisagens terrestres. A partir da observação das diversas paisagens, o geógrafo brasileiro Aziz Ab’Sáber buscou estabelecer relações e explicar a dinâmica entre os elementos naturais. Depois de realizar diversos estudos, ele propôs, em meados dos anos 1960, o agrupamento das paisagens do território brasileiro em seis domínios morfoclimáticos. A palavra pode parecer difícil num primeiro momento, mas na verdade sua definição é simples. O radical morfo tem origem grega e significa “forma”. Logo, para definir um domínio morfoclimático, devemos levar em conta as formas observadas nas paisagens (relevo) e sua interação com o clima e demais elementos naturais (vegetação, relevo, hidrografia e solos). Os domínios morfoclimáticos brasileiros são Amazônico, Cerrado, Mares de Morros, Caatingas, Araucárias e Pradarias. As faixas de transição são áreas que apresentam características de dois ou mais domínios vizinhos, já que as mudanças de um domínio para outro não ocorrem de forma abrupta. Observe no mapa a seguir as áreas de ocorrência desses domínios. Podemos verificar que os nomes de alguns domínios correspondem aos de formações vegetais nativas.

Brasil: domínios morfoclimáticos

Equador

Amazônico

Caatingas

Cerrado OCEANO ATLÂNTICO OCEANO PACÍFICO

Mares de morros

Trópico de Capricórnio

Araucárias

Pradarias ALLMAPS

Nesta seção, trabalhamos inicialmente o conceito de domínio morfoclimático a fim de que os alunos compreendam-no como um conceito que relaciona os diversos elementos físico-naturais e que foi elaborado e aplicado para a compreensão das diversas paisagens naturais do território brasileiro. Na seção Texto complementar há um trecho da obra de Aziz Ab’Sáber caracterizando brevemente os domínios morfoclimáticos brasileiros. Mesmo que o estudo dos domínios morfoclimáticos tenha sido pensado para as paisagens brasileiras, é possível realizar uma análise de outras paisagens, como do continente europeu, em uma perspectiva de interações, relacionando clima, vegetação, relevo, hidrografia e solo, como propomos nas atividades 1 e 2. Na atividade 1, item a, os alunos devem responder que a paisagem se localiza nos Alpes, na Áustria; no item b, deverão identificar montanha, espécies vegetais e lago; no item c, espera-se que eles relacionem o clima com o relevo, apontando que a vegetação retratada varia com a altitude. Em altitudes mais elevadas, as temperaturas são mais baixas, o solo é mais raso, há a presença de neve e domínio de liquens e musgos, espécies vegetais rasteiras adaptadas às baixas temperaturas; logo abaixo desse estrato, em uma área menos fria, encontram-se gramíneas e espécies herbáceas e de menor porte; em seguida, na parte mais inferior, que apresenta temperaturas mais elevadas, há espécies vegetais de maior porte. Na atividade 2, incentivamos os alunos a tentar aplicar o conceito de domínio morfoclimático no estudo específico da Europa como um exercício

Faixas de transição

0

50° O

407

Fonte: AB’SÁBER, A. N. Os domínios de natureza no Brasil: potencialidades paisagísticas. 3. ed. São Paulo: Ateliê Editorial, 2005. p. 16.

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teórico que possibilita resgatar e relacionar os conteúdos já trabalhados. Orientá-los a associar os elementos físico-naturais com a ajuda dos mapas Europa: físico (página 88), Europa: climas (página 92) e Europa: vegetação nativa (página 93), buscando interações antes de delimita-

rem os possíveis domínios. Se achar conveniente, encaminhar uma atividade de sobreposição de mapas, para facilitar a visualização das correspondências. Orientar os alunos a denominar cada domínio. É importante que eles discutam as soluções de nomenclatura desses domí-

nios no grupo, sendo possível que utilizem as mesmas denominações dos tipos de vegetação, por exemplo, como “domínio mediterrâneo” e “domínio temperado”.

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meândricas, extensos setores de solos superpostos). 4. Domínio dos chapadões recobertos por cerrados e penetrados por florestas galerias (planaltos de estrutura complexa, capeados ou não por lateritas de cimeira, planaltos sedimentares com vertentes em rampas suaves, ausência quase completa de mamelonização, drenagens espaçadas pouco ramificadas, cabeceiras em dales, calhas aluviais de tipos particularizados). 5. Domínio dos planaltos de araucárias (com decomposição de rochas, restrita em profundidade, solos superpostos descontínuos, espessas bolsas de coluviação descontínuas, drenagens perenes e tipos particulares de solos subtropicais, área de forte atenuação da mamelonização). 6. Domínio das pradarias mistas, coxilhas extensivas, grandes matas subtropicais, fraca decomposição das rochas, grandes banhados, cabeceiras em dales, eventualmente, pequena mamelonização ou formas pseudomamelonares devido sobretudo à coluviação. Somente após a caracterização desses grandes domínios de paisagens morfológicas e de fisiologias de paisagens diferenciadas pode-se partir para melhor conhecimento das faixas de transição e contato que os separam, assim como encetar a tarefa de discriminar padrões de paisagens morfológicas no país. Cada um desses macrodomínios paisagísticos, [...], comporta uma associação peculiar de padrões de paisagens, formando uma família de formas de relevo dotada de fortes liames em termos de correlações morfológicas e sedimentológicas. [...]

Leia no quadro as principais características dos domínios morfoclimáticos brasileiros. Domínio 1. Pradarias 2. Caatingas 3. Mares de morros 4. Cerrado

5. Araucárias 6. Amazônico

Características Planície vasta e aberta onde não há sinal de árvores nem arbustos, com capim baixo em abundância, é propício para animais de pastoreio devido às pastagens naturais. Conhecida como mata branca, esta vegetação também apresenta a presença de xerófitas (cactos). O clima semiárido é característico da área. Localizado na faixa litorânea, possui a Mata Atlântica como vegetação dominante e o relevo com morros arredondados. Apresenta vegetação com galhos retorcidos e raízes profundas, devido aos incêndios periódicos típicos da região. Apresenta duas estações bem definidas: verões quentes e chuvosos e invernos secos. Presente na região Sul, ocorre em regiões de clima subtropical e do Planalto Meridional, onde os bosques de araucárias são característicos. Localizado no norte do país, é o maior dos domínios brasileiros, apresentando clima equatorial e floresta latifoliada.

THOMAS RIECKEN/GETTY IMAGES

1. Observe a fotografia.

Paisagem na região dos Alpes, Áustria, 2015.

a) Onde esta paisagem se localiza? b) Que elementos naturais aparecem na paisagem?

c) Com base no que você estudou até aqui, estabeleça relações entre os elementos da paisagem. Para completar sua resposta, faça uma pesquisa sobre a formação dos lagos na região dos Alpes.

2. Releia os textos das páginas 88 a 99. Observe atentamente os mapas, relacionando-os. Em grupo, identifiquem possíveis domínios morfoclimáticos na Europa. Depois, confeccionem um mapa esquemático delimitando alguns desses domínios.

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TEXTO COMPLEMENTAR

[…] 1. Domínio das terras baixas florestadas da Amazônia com planícies de inundação labirínticas e/ou meândricas, tabuleiros extensos com vertentes semimamelonizadas, morros baixos mamelonares nas áreas cristalinas adjacentes (Amapá, Gurupi, Tumucumaque), terraços de

cascalhos e/ou laterita, rios negros e drenagens perenes. 2. Domínio das depressões interplanálticas semiáridas do Nordeste, revestido por diferentes tipos de caatingas (com fraca decomposição, frequentes afloramentos de rocha, chãos pedregosos, drenagens intermitentes extensivas, canais semianastomosados locais, e nu-

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merosos campos de inselbergs típicos). 3. Domínio dos mares de morros florestados (com fortíssima e generalizada decomposição de rochas, densas drenagens perenes, extensiva mamelonização, agrupamentos eventuais de “pães de açúcar” em áreas mal diaclasadas, planícies de inundação

AB'SÁBER, A. Domínios morfoclimáticos e províncias fitogeográficas do Brasil, Revista Orientação, Instituto de Geografia da Universidade de São Paulo (IGEOG/USP), p. 45-48, 1967.

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ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

INTERAÇÃO

Todas as respostas das atividades desta seção estão no MP em U, com orientações e encaminhamentos.

NÃO ESCREVA NO LIVRO.

1. A União Europeia tem apresentado dificuldade para se manter fiel a seus ideais, simbolizados na bandeira da organização. As 12 estrelas douradas formam um círculo sobre um fundo azul, simbolizando unidade, solidariedade e harmonia.

ALVARO GERMAN VILELA/SHUTTERSTOCK.COM

A seção Interação resgata e possibilita a aplicação de conteúdos conceituais e procedimentais trabalhados na Unidade 3. Sugerimos organizar os alunos em duplas para a realização das atividades propostas na seção. Destinar um tempo para que eles possam concluí-las. Acompanhar a produção circulando pela sala para oferecer apoio didático e esclarecer dúvidas. Depois do tempo estipulado, verificar as respostas das atividades e solicitar às duplas que as exponham oralmente, de forma alternada. Anotar na lousa os conceitos trabalhados em cada atividade. As atividades 1 e 2 são relacionadas à União Europeia, aos desafios enfrentados pela instituição nos últimos anos e à sua relação com o Brasil. Na atividade 1, no item a, espera-se que os alunos indiquem as profundas diferenças históricas, econômicas e sociais, além de problemas sociais e políticos, como as reivindicações dos países menos populosos por maior representatividade, o crescimento do terrorismo, da xenofobia, do desemprego e da pobreza. No item b, os alunos devem explicar que o Brexit consiste na saída do Reino Unido da União Europeia, votada em referendo em 2016. Algumas consequências possíveis são o enfraquecimento do bloco econômico, com a saída de outros países. A atividade 2 trata da relação do Brasil com a União Europeia. No item a os alunos deverão indicar Países Baixos, Luxemburgo, Alemanha, França, Espanha, Itália, Suíça e Reino Unido. No item b, os alunos deverão citar Países Baixos, Luxemburgo, Alemanha, França, Espanha, Itália e Reino Unido, caso as negociações sobre o Brexit não estejam concluídas. No item c, é esperado que

a) Cite alguns desafios enfrentados pelo bloco que vão contra os ideais simbolizados na bandeira. Explique-os. b) O que é o Brexit? Quais consequências o Brexit pode trazer para a União Europeia?

Bandeira da União Europeia (UE).

2. Leia o texto abaixo, observe o gráfico e responda às questões propostas. O Brasil e a UE compartilham uma relação de longa data baseada em fortes laços culturais e históricos. Na verdade, o Brasil foi um dos primeiros países a estabelecer relações diplomáticas com a UE. Na década de 1960, as duas partes procederam à troca de missões diplomáticas formais. Em 2007, a UE reconheceu o Brasil como um dos seus principais parceiros mundiais através do estabelecimento formal da Parceria Estratégica UE-Brasil. A parceria abrange várias questões, incluindo: • alterações climáticas, • energia sustentável, • combate à pobreza, • processo de integração do Mercosul, e • estabilidade e prosperidade na América Latina. [...] O Brasil e a UE são parceiros comerciais importantes. • O comércio do Brasil com a UE representa 33,6% do comércio total da UE com a região da América Latina (2014); • O Brasil detém 55% do investimento total da UE na região (2013); • A UE é o principal parceiro comercial do Brasil, sendo responsável por 19,5% do seu comércio total (2014); • O Brasil é o 10º maior parceiro comercial da UE, sendo responsável por 2,0% do comércio total da UE (2014); • O Brasil é o maior exportador de produtos agrícolas para a UE. DELEGAÇÃO DA UE NO BRASIL. O Brasil e a UE. Disponível em: <https://eeas.europa.eu/delegations/brazil_pt/ 7348/O%20Brasil%20e%20a%20UE>. Acesso em: 1o nov. 2018.

102 apontem os fortes laços culturais e históricos e uma herança de boas relações com a Europa. No item d, espera-se que os alunos indiquem que o Brasil é o mercado mais importante da UE na América Latina e o país-chave do Mercosul. Nas atividades seguintes, retomamos o conteúdo sobre D2_GEO_F2_2054_V9_U03_G20.indd 102

os elementos naturais da paisagem da Europa. Na atividade 3, item a, espera-se que os alunos indiquem a agricultura. No item b, espera-se que indiquem a construção de canais artificiais, ligando o rio Danúbio ao rio Reno, possibilitando o transporte hidroviário do mar

do Norte ao mar Negro, passando por mais de dez países europeus. A atividade 4 exige uma leitura mais atenta dos mapas físico e de clima, apresentados anteriormente na unidade. Pedir aos alunos que retomem esses mapas, localizem as informações

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a) Que países europeus estão entre os principais investidores no Brasil?

Brasil: investimentos estrangeiros (em bilhões de dólares) – 2017 12 11

b) Quantos desses países fazem parte da UE?

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Bilhões de dólares

formações torna-se quente e seco. Por fim, no item e, as áreas próximas aos oceanos e mares, influenciadas pela maritimidade, apresentam climas com invernos menos rigorosos quando comparadas às áreas distantes do litoral, sob influência da continentalidade. Isso ocorre porque as águas oceânicas se aquecem e esfriam mais lentamente do que as terras emersas (continentes). Portanto, a variação de temperatura sobre os oceanos ou próximo a eles é menor do que em áreas mais distantes deles.

9 8

c) De acordo com o texto, o que explica as estreitas relações entre o Brasil e os países da União Europeia?

7 6 5 4 3 1 0

A os go ha ça ha ile co lia ça do ng EU aix ur an ran an Ch éxi Itá Suí ni Ko U g B mb m F sp M s o e E in on íse xe Al Re H Pa Lu Países

FJF VETORIZAÇÃO

2

d) Por que a União Europeia considera o Brasil um país importante em suas relações comerciais?

Fonte: BANCO CENTRAL DO BRASIL. Série histórica dos fluxos de balanço de pagamentos: distribuições por país ou por setor. Disponível em: <www.bcb.gov.br/htms/Infecon/SeriehistBalanco.asp?idpai=seriespex>. Acesso em: 1o nov. 2018.

3. Leia o texto abaixo, observe a fotografia e faça as atividades.

Pôlder: planície que é protegida por diques para evitar inundações.

STEVENK/SHUTTERSTOCK.COM

A Holanda também é denominada Países Baixos, pois um terço de seu território está abaixo do nível do mar. Nessas áreas foram construídos diques, pôlderes e redes de drenagem, possibilitando a ampliação do território.

Pôlderes irrigados pelo rio Zaan em Zaanse Schans, Países Baixos, 2018.

a) Que atividade econômica é observada nos pôlderes da fotografia? b) Cite outra importante intervenção humana na hidrografia da Europa, envolvendo o rio Danúbio. Qual a importância dessa intervenção?

4. Observe o mapa Europa: climas (página 92) e compare-o com o mapa Europa: físico (página 88). Depois, responda: a) Que tipo de clima ocorre nas áreas de cadeias montanhosas, como os Alpes? b) Cite as características desse tipo de clima. c) Embora a Noruega se localize nas mesmas latitudes que a Finlândia, seu clima é mais ameno. Identifique os fatores climáticos que determinam essa diferença. d) Explique de que forma as cadeias montanhosas do sul da Europa influenciam o clima do continente. e) Além do relevo, outros fatores influenciam o clima da Europa, como a continentalidade e a maritimidade. Explique esses fatores, associando-os aos tipos de clima.

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pedidas e relacionem os aspectos trabalhados. No item a, os alunos devem indicar o clima frio de montanha. No item b, devem explicar que esse clima se caracteriza por apresentar baixas temperaturas durante todo o ano e precipitação acentuada de neve no inverno. No item c,

a resposta deve mencionar que as correntes marítimas do Golfo e do Atlântico Norte – quentes e úmidas – provocam calor e chuvas no verão e contribuem para amenizar os rigores do inverno; ao mesmo tempo, os Alpes Escandinavos limitam a ação das massas de ar frias provenientes

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do Ártico. No item d, devem mencionar que as cadeias montanhosas no sul da Europa dificultam a passagem das massas de ar frio provenientes do norte e impedem que massas de ar quente vindas do Mediterrâneo avancem para o interior do continente. Assim, o clima ao sul dessas

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4

COMPETÊNCIAS

ÁREA ...................................p. X • 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7 ESPECÍFICAS ...................p. XI • 1, 2, 3, 4, 6 e 7

• • • • • • • • • •

p. XVI

EF09GE03 EF09GE04 EF09GE08 EF09GE09 EF09GE10 EF09GE13 EF09GE14 EF09GE15 EF09GE17 EF09GE18

EXPECTATIVAS DE APRENDIZAGEM • Compreender aspectos do espaço geográfico europeu a partir da população e das mudanças nas divisões político-territoriais no continente. • Relacionar o baixo crescimento demográfico e o envelhecimento da população europeia a fatores socioeconômicos associados à urbanização e a melhores condições de vida. • Reconhecer a grande diversidade sociocultural da população europeia. • Analisar aspectos do espaço urbano e da hierarquia urbana de cidades europeias. • Compreender os fatores relacionados às mudanças político-territoriais do continente europeu a partir do final da década de 1980. • Identificar os principais fluxos populacionais na Europa, relacionando-os ao contexto das imigrações internacionais e à xenofobia. • Valorizar a igualdade entre as pessoas e repudiar atitudes racistas e xenofóbicas. • Analisar e compreender aspectos do espaço geográfico europeu relacionados às atividades econômicas que nele se desenvolvem.

EUROPA: POPULAÇÃO E ECONOMIA

Nesta unidade, estudaremos aspectos da dinâmica populacional europeia, como o envelhecimento da população, o aumento dos fluxos migratórios a partir da década de 2010 e suas consequências, como a intensificação da xenofobia. Também analisaremos algumas reivindicações de minorias étnicas em países europeus e conflitos territoriais relacionados, além de características do espaço econômico do continente.

MATT CARDY / STRINGER/GETTY IMAGES

HABILIDADES

UNIDADE

GERAIS ..............................p. IX

• 1, 4, 6, 7, 9 e 10

Refugiados sírios e iraquianos escoltados por policiais durante a travessia do território esloveno com destino a países da Europa Ocidental. Fotografia em Rigonce, Eslovênia, 2015.

104 D2_GEO_F2_2054_V9_U04_G20.indd 104 • Reconhecer a importância

das políticas agrárias na Europa, analisando seus efeitos. • Compreender a relevância do turismo na Europa. • Analisar os argumentos contrários e favoráveis à energia nuclear, reconhecendo a importância das manifestações da sociedade civil e o pe-

so da opinião pública nas políticas sobre o tema. • Reconhecer a importância das atividades industriais para a economia europeia. • Realizar leitura de imagens, como mapas e fotografias, para obtenção de informações variadas e como parte de procedimentos de leitura da paisagem.

• Realizar procedimentos de

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pesquisa para obtenção de informações e desenvolver autonomia nos estudos e atitudes necessárias ao trabalho em grupo.

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ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

Converse com os colegas e o professor sobre as questões a seguir.

1. Que tipo de acontecimento a fotografia retrata?

A imagem retrata um fluxo de refugiados da Ásia para a Europa.

2. Em sua opinião, para onde as pessoas retratadas na fotografia estão se deslocando? Por quê?

3. Com base na análise da fotografia e de sua legenda, responda: Que país esses imigrantes estão atravessando?

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Iniciar a aula questionando os alunos sobre a relação entre o título da Unidade e a imagem de abertura. Utilizar a atividade 1 para estimular os alunos a observar os detalhes contidos na fotografia em relação às características das pessoas, à paisagem do trajeto percorrido e aos demais aspectos que possam chamar a atenção, como a escolta policial que acompanha o grupo. Na atividade 2, verificar as hipóteses levantadas pelos alunos sobre as possíveis origens destas pessoas, para onde pretendem ir e por quais motivos. Espera-se que os alunos respondam que os imigrantes retratados na imagem se deslocam para os países da Europa Ocidental, como Alemanha, França, Suíça, Inglaterra, entre outros. Espera-se também que os alunos citem tanto os motivos que levam os imigrantes a deixar os locais onde residem (como guerras, pobreza, falta de emprego etc.), como os fatores que os atraem para os países europeus, como melhores condições de vida, perspectiva de emprego e renda, segurança, acesso aos serviços sociais, como educação e saúde entre outros. Utilizar a atividade 3 para instigar os alunos a observarem as características de uma paisagem rural na Europa a partir da descrição de seus elementos mais representativos. Espera-se que os alunos identifiquem o país retratado pela imagem por meio da leitura da legenda, no caso, a Eslovênia. Discutir com a turma sobre a influência que os movimentos migratórios ocorridos recentemente na Europa tiveram no acirramento de tensões com a população local. Os possíveis efeitos desse aumento do fluxo de pessoas na economia dos países europeus também podem ser discutidos durante essa conversa. Destacar que esses temas serão aprofundados no decorrer do estudo da Unidade.

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ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

A população europeia Distribuição da população Segundo a ONU, em 2017 a população absoluta da Europa era de 742 milhões de pessoas e a densidade demográfica de, aproximadamente, 34 hab./km2. A população europeia encontra-se distribuída de maneira bastante irregular pelo território. Observe o mapa.

Europa: densidade demográfica – 2017 cu lo

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Densidade da população (habitantes por km²) Menos de 1 De 1 a 10 De 11 a 25

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De 51 a 100 De 101 a 200 Samara

Habitantes nos aglomerados urbanos ou áreas metropolitanas (em milhões)

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De 1 a 2,5

Rostov-on-Don

De 2,5 a 5 Mar Cáspio

Budapeste Milão

Roma

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De 26 a 50

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Kazan

São Petersburgo

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De 5 a 10 Mais de 10

Mar Negro

Istambul

Nápoles M a r

ALLMAPS

Para introduzir o estudo do tema, solicitar aos alunos que analisem atentamente o mapa de densidade demográfica do continente europeu. Destacar para eles que a pequena dimensão territorial da maioria dos países é um dos fatores relacionados à elevada densidade demográfica que pode ser observada em algumas áreas. Destacar que os países nórdicos têm uma densidade demográfica menor do que a dos demais países europeus. Entre os fatores que dificulltam a concentração de pessoas nesses países, estão a maior extensão de seus territórios, a sua população absoluta e o predomínio de temperaturas muito baixas durante a maior parte do ano. A mesma observação vale para a porção setentrional da parte europeia do território russo. Indicar aos alunos que as áreas de maior concentração populacional na Europa são as áreas urbano-industriais de países desenvolvidos, como os vales do rio Pó, na Itália, e do rio Reno, na Alemanha; áreas de planícies férteis favoráveis à ocupação e à agricultura; e as principais capitais, como Londres, Paris e Moscou e seu entorno, cidades com maior oportunidade de emprego e renda, além de uma maior concentração de infraestrutura, de comércio e de uma ampla e diversificada rede de serviços. Na atividade 1, espera-se que os alunos apontem que aproximadamente 60% a 80% da população da maior parte dos países europeus vive em áreas urbanas. Na atividade 2, os alunos devem analisar os dados do gráfico Taxa média de crescimento da população urbana (%) – 1950 a 2030 e indicar que o baixo crescimento da população urbana europeia se dá por conta do alto grau de urbanização dos países do continente já em 1950.

Atenas 0

420

Habitantes nos centros urbanos (em milhares) De 500 a 1 000 De 1 000 a 2 500 De 2 500 a 5 000 Mais de 5 000

Fonte: ISTITUTO GEOGRAFICO DE AGOSTINI. Atlante geografico metodico De Agostini. Novara, 2018. p. 64; 98.

A maioria dos países europeus é densamente povoada, pois apresenta grande concentração de pessoas vivendo em territórios pouco extensos. A Bélgica e os Países Baixos, por exemplo, possuem densidade de mais de 350 habitantes por km2. As áreas de maior concentração populacional encontram-se principalmente nos vales do rio Reno, na Alemanha, e do rio Pó, na Itália. As áreas de planícies férteis, favoráveis ao desenvolvimento da agricultura ao longo do tempo, também apresentam regiões densamente povoadas. As capitais dos países, especialmente Londres (Reino Unido), Paris (França) e Moscou (Rússia), e as áreas próximas a elas têm grande concentração de pessoas.

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Europa: população urbana (%) – 2018

A população europeia é predomi0° Cí rc ulo OCEANO GLACIAL ÁRTICO nantemente urbana, pois em boa parte Po lar Árt ico dos países do continente o número de 0 615 habitantes das cidades é maior que o do OCEANO campo. Observe o mapa. ATLÂNTICO Segundo a ONU, em 2018, mais de Mar do 74% da população europeia vivia em áreas Norte Ma urbanas. Em países pequenos, como San ÁSIA Marino, Mônaco, Luxemburgo e Países Baixos, a população urbana superava os 90%, enquanto na Moldávia, considerado o país M Mar Negro ar Ad riá mais pobre da Europa, apenas cerca de tic o M 42% da população vivia nas cidades. Mar Mediterrâneo População urbana O crescimento da população urbana do país (em %) De 21 a 40* no continente ganhou impulso a partir de De 41 a 60 ÁFRICA 1750, com a Revolução Industrial. O proDe 61 a 80 De 81 a 100 * A população urbana de Liechtenstein é de 14,3%. cesso de urbanização europeu teve granElaborado com base em: ONU. World Urbanization de crescimento até aproximadamente Prospects: The 2018 Revision. Disponível em: <https://population.un.org/ 1950, especialmente na Europa Ocidenwup/Download>. Acesso em: 7 nov. 2018. tal. Dessa década em diante, a taxa de crescimento da população urbana começou a declinar e estabilizou-se entre 1990 e 2005. Após esse ano, apresentou um pequeno crescimento. Observe o gráfico. Árti co

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AMPLIANDO HORIZONTES • SPOSITO, M. E. B. Capitalismo e urbanização. São Paulo: Contexto, 2000. O livro analisa o histórico da urbanização desde os primeiros agrupamentos humanos até os dias de hoje. A cidade contemporânea tem grande destaque na obra. • ROLNIK, R. O que é cidade. São Paulo: Brasiliense, 2004. Um livro sobre cidades elaborado com base naquilo que elas têm de mais comum e corriqueiro. Trata-se de um mergulho nas origens, características e contradições das grandes metrópoles capitalistas que existem atualmente.

FJF VETORIZAÇÃO

Taxa média de crescimento da população urbana (%) – 1950 a 2030*

VESPÚCIO CARTOGRAFIA

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População urbana

ATIVIDADE COMPLEMENTAR É possível trabalhar com um planisfério político que mostre a densidade demográfica mundial e solicitar que os alunos analisem e comparem a Europa a outras regiões do planeta. Espera-se que identifiquem nessa atividade que a Europa é uma das regiões com maior densidade demográfica do mundo, assim como parte da costa oeste e leste dos Estados Unidos, o litoral atlântico da América do Sul, o vale do Nilo, o Sudeste e o Sul da Ásia, além do litoral chinês e o Japão.

3,5 3,0 2,5 2,0 1,5 1,0 0,5

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*De 2015 em diante tratam-se de projeções.

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Mundo

Fonte: ISTITUTO GEOGRAFICO DE AGOSTINI. Atlante geografico metodico De Agostini. Novara, 2014. p. 64.

Responda às questões no caderno.

1. De acordo com as informações do mapa acima, qual é a porcentagem média da população da maior parte dos países europeus que vive em áreas urbanas?

2. Por que a taxa de crescimento da população urbana é menor na Europa do que a média mundial, como mostra o gráfico?

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ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS Destacar que as altas taxas de urbanização do continente europeu estão associadas ao histórico de urbanização e ao crescimento do setor terciário. Aqui, vale a pena conversar com os alunos sobre o aumento da urbanização e a reafirmação da força das grandes cidades, numa escala mundial. A seção Texto complementar aborda essa questão. Explicar que a rede urbana europeia é composta de uma maioria de cidades de médio porte, bastante integradas por conta da eficiente rede de transportes e informações. Enfatizar que a Europa conta com um número elevado de cidades globais cujas áreas de influência se estendem por todo o planeta. Isso pode ser observado no quadro da página 108. Na atividade 1, espera-se que os alunos destaquem Londres e Paris entre as cinco principais cidades globais do mundo. Elas podem ser caracterizadas pela presença de importantes centros financeiros, concentração de sedes ou do setor administrativo de grandes empresas transnacionais, importantes universidades e centros de pesquisa e inovação, além de concentrarem infraestruturas altamente desenvolvidas no setor de transportes e comunicação e contarem com serviços especializados. Destacar as diferenças entre o tecido urbano das cidades europeias e o das cidades brasileiras, principalmente em relação às áreas centrais dotadas de construções históricas e ruas estreitas e tortuosas que respeitam o traçado urbano antigo. Ressaltar que o transporte público intermodal é fundamental para melhorar a circulação de pessoas nessas áreas mais antigas das cidades. Na atividade 2, espera-se que os alunos ressaltem a

Importância das cidades Desde a Antiguidade, as cidades no continente europeu já constituíam espaços de poder político e militar. Atenas (na atual Grécia) e Roma (na atual Itália) foram centros urbanos expressivos de duas grandes civilizações que contribuíram para a formação da cultura ocidental. Com a Revolução Industrial, no fim do século XVIII, a importância das cidades cresceu, pois passaram a atrair um grande contingente de habitantes do campo, que buscavam emprego nas indústrias. Hoje, as cidades europeias concentram as ofertas de emprego, sobretudo no setor de serviços. Em Londres (Reino Unido), Paris (França), Berlim (Alemanha) e Madri (Espanha) os transportes, a educação, a área de saúde, os serviços bancários, o turismo etc. chegam a apresentar cerca de 80% dos postos de trabalho. Embora o emprego urbano se concentre no setor de serviços, muitas cidades europeias são importantes centros industriais, como Manchester (Reino Unido), Lyon (França), Essen (Alemanha) e São Petersburgo (Rússia). Na rede urbana europeia, há cidades que estendem sua área de influência por outras regiões do continente e até do mundo. Na Europa, há inúmeras cidades globais, como se observa no quadro a seguir. Ranking das principais cidades globais – 2017 Posição

Cidade

Posição

Cidade

Posição

Cidade

Posição

Cidade

1o

Nova York

6o

Cingapura

11o

Bruxelas

16o

Toronto

2o

Londres

7o

Chicago

12o

Seul

17o

Sidney

3o

Paris

8o

Los Angeles

13o

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18o

Moscou

4o

Tóquio

9o

Pequim

14o

Berlim

19o

Shangai

5o

Hong Kong

10o

Washington DC

15o

Melbourne

20o

Viena

Fonte: ATKERARNEY. Global Cities 2017: Leaders in a World of Disruptive Innovation. 2017. p. 2.

1. Quais são as capitais europeias que estão entre as cinco principais cidades globais do mundo? O que caracteriza uma cidade global? Responda em seu caderno.

MURAL Cidades renascentistas. Tereza Aline Pereira de Queiroz. São Paulo: Atual, 2005. O livro apresenta, com uma linguagem poética e belíssimas imagens, as condições gerais das cidades europeias do ano 1000 a 1400.

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prioridade dada ao transporte não motorizado e ao coletivo, resultando em um grande número de deslocamentos diários a pé, de bicicleta, ou com o uso de diferentes meios de transporte que integra diversos sistemas de trem, ônibus, bondes elétricos, metrôs etc.

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TEXTO COMPLEMENTAR

Metrópoles europeias

As novas desigualdades entre as cidades No mundo desenvolvido, sobretudo na Europa ocidental, presenciamos a força renovada das grandes cidades, que parecem concentrar uma participação significativa e frequentemente desproporcional da atividade econômica em setores dominantes. Nos anos setenta muitas grandes cidades em países altamente desenvolvidos estavam perdendo população de atividade econômica. Muito se disse, naquela época, sobre o irresistível declínio daquelas cidades. Desde então tem havido um ressurgimento que resulta, em boa parte, da interseção de duas grandes correntes: (1) uma mudança em direção aos serviços, particularmente a ascendência das finanças e dos serviços especializados em todas as economias adiantadas e (2) a transnacionalização cada vez maior da atividade econômica. Pode essa transnacionalização atuar nos níveis regional, continental e global. Essas duas correntes estão interligadas e alimentam-se mutuamente. As implicações espaciais consistem em uma forte tendência à aglomeração das atividades pertinentes nas grandes cidades. [...]

ALAMY/FOTOARENA

A paisagem de muitas cidades europeias, principalmente das maiores e das mais antigas, apresenta estruturas e formas de organização consolidadas ao longo da história. As áreas centrais, geralmente, têm grande concentração de construções históricas, ao mesmo tempo que assumem função de centro comercial e financeiro, com intensa circulação de pessoas e veículos. Já as áreas periféricas são formadas, em geral, por bairros residenciais e áreas industriais. A preservação de traçados antigos e a prioridade ao transporte coletivo em muitas cidades ajudam a explicar o grande número de deslocamentos diários a pé, de bicicleta, ou com o uso de transporte coletivo, que integra diversos sistemas – trem, ônibus, bondes elétricos, metrôs, entre outros. Isso não quer dizer, no entanto, que não haja problemas de congestionamentos e lotação do transporte público em horários de pico, já que o adensamento populacional é bastante expressivo nessas localidades.

Ciclistas circulando junto a ônibus em Londres, Reino Unido, 2018.

Outro aspecto a se destacar sobre as metrópoles europeias é a questão da moradia. Em muitas cidades, a procura por imóveis é maior do que a oferta, aumentando o preço das habitações e dos terrenos. As grandes cidades passam por um intenso processo de verticalização, caracterizado pela construção de prédios cada vez mais altos e próximos uns dos outros. A especulação imobiliária nas áreas centrais “empurra” os mais pobres para bairros piores e mais distantes. Para reverter essa situação, muitas cidades europeias têm políticas para a habitação social, como em Paris, onde parte das habitações do centro são destinadas à população de baixa renda com o objetivo de produzir um espaço com maior diversidade social e menos segregação.

SASSEN, S. As cidades na economia global. São Paulo: Studio Nobel, 1998. p. 71.

2. Com base na fotografia, caracterize em seu caderno o sistema de transporte das cidades europeias.

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ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

Dinâmicas populacionais Atualmente, a Europa apresenta baixo crescimento demográfico. Há países onde esse crescimento é nulo; em outros chega a ser negativo, indicando diminuição da população. Observe o gráfico.

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Países selecionados: crescimento populacional – 2020 a 2025 (projeção)

Crescimento demográfico anual (%)

Iniciar a discussão sobre a dinâmica populacional europeia com a análise do gráfico da página 110 sobre o crescimento demográfico de alguns países europeus. Espera-se que os alunos identifiquem que alguns países estão tendo um crescimento demográfico negativo, como Bulgária, Romênia, Ucrânia, Lituânia, Croácia e Portugal (cuja situação é tratada na seção Texto complementar). Se julgar interessante, nesse momento é possível trabalhar interdisciplinarmente com Matemática a respeito dos percentuais negativos (gráfico da página 110). É possível simular uma situação usando a “população da sala de aula” e propor alguns cálculos, como por exemplo: se na turma há 30 alunos e entraram 3, de quanto foi o crescimento? Nesse caso, o crescimento foi de 10%. Se ocorresse a saída de três alunos, o crescimento seria negativo, de –10%. Deve-se, no entanto, alertar os alunos para o fato de que, no caso dos países, se considera o crescimento vegetativo (diferença entre as taxas de natalidade e mortalidade) e o saldo migratório. Ressaltar que os países com uma estimativa de crescimento populacional positivo apresentam percentual inferior a 1% ao ano, com exceção de Luxemburgo, cuja estimativa é de 1,21%. Se julgar adequado, comparar as estimativas europeias com outras regiões do mundo. Na seção Ampliando horizontes, é apresentado um documento com estas informações. Destacar que as pessoas nascidas após a Segunda Guerra Mundial estão envelhecendo e vivendo mais, com melhor qualidade de vida. A queda das taxas de natalidade e o aumento da expectativa de vida alteram a composição etária do continente, que enfrentará desafios para equilibrar o mercado de trabalho e o pagamento de benefícios para os aposentados. Veja alguns dados:

Fonte: ONU. World Population Prospects: The 2017 Revision. Disponível em: <https://population.un.org/wpp/Download/Standard/Population/>. Acesso em: 12 nov. 2018.

O baixo crescimento demográfico europeu resulta da queda acentuada das taxas de natalidade, relacionada a fatores econômicos e sociais que fazem as mulheres optarem por ter menos filhos ou não tê-los. Entre as causas da baixa natalidade destacam-se o ganho de autonomia da mulher no planejamento familiar, a ampliação do acesso à informação e aos métodos contraceptivos e sua maior presença no mercado de trabalho, além do alto custo de vida, especialmente a partir da segunda metade do século XX. Persistindo as atuais tendências de crescimento demográfico na Europa, a ONU prevê, para 2050, uma redução de 3,55% da população absoluta do continente, correspondendo a cerca de 26 milhões de pessoas a menos em relação a 2017. Ao mesmo tempo em que a natalidade está em queda, a população está envelhecendo. O crescimento do número de idosos no continente europeu é resultado do aumento da expectativa de vida, que passou de 63,7 anos, em 1950, para mais de 77 anos, em 2015. Esse crescimento está associado à diminuição da mortalidade, em consequência dos avanços sociais ao longo do tempo, como melhorias no atendimento médico e na distribuição de renda, maior acesso a medicamentos, alimentação adequada, serviços de saneamento básico, educação e cultura. Assim, significativas mudanças ocorreram na composição etária de nações europeias, onde os adultos e os idosos são a maioria.

110 D2_GEO_F2_2054_V9_U04_G20.indd 110 • População em idade de tra-

balhar em 2050 (dos 20 aos 64 anos): 52% • População dos 15 aos 24 anos em 2050: 19% • População com idade igual ou superior a 65 anos em 2050: 29% • Taxa de fecundidade em 2060: 1,68 filho por mulher

• Esperança de vida das mu-

lheres em 2060: 89 anos • Esperança de vida dos homens em 2060: 84,5 anos Questionar a turma sobre as principais consequências da diminuição do número de jovens na Europa para a economia e a previdência social. Discutir com os alunos as me-

didas tomadas pelos países europeus para incrementar a qualidade de vida dos idosos, como melhorias do sistema de saúde, estímulo às atividades físicas e até a substituição de antigos asilos por vilas residenciais para idosos.

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TEXTO COMPLEMENTAR

Políticas sociais e demográficas

Portugal teve a segunda taxa de natalidade mais baixa da UE em 2016 Portugal registou no ano passado a segunda taxa de natalidade mais baixa entre os 28 Estados-membros da União Europeia (UE) e foi um dos países cuja população diminuiu, de acordo com as primeiras estimativas sobre população publicadas esta segunda-feira pelo Eurostat. De acordo com os dados do gabinete oficial de estatísticas da UE, Portugal teve em 2016 cerca de 87 mil nascimentos — o que representa uma taxa de 8,4 nascimentos por cada 1.000 habitantes, a segunda mais fraca da UE, apenas à frente de Itália, com 7,8, contra 110 mil óbitos (uma taxa de 10,7 mortes por cada milhar de habitantes), tendo visto a sua população total recuar de 10,341 milhões em 1 de janeiro de 2016 para 10,309 milhões em 1 de janeiro de 2017, o que representa exatamente 2% da população comunitária

SUSANA VERA/REUTERS/FOTOARENA

As baixas taxas de natalidade e o crescimento do número de adultos e idosos, sobretudo nos países da União Europeia, têm preocupado os governantes. O envelhecimento da população implica mudanças na política social, com maiores gastos em aposentadorias, investimentos na área de saúde e desenvolvimento de projetos sociais e culturais que visem à valorização dos idosos. Entre as ações encaminhadas pelos governos está a reformulação do sistema de aposentadorias, com aumento da contribuição dos trabalhadores à previdência social e da idade mínima para se aposentar.

Países europeus propõem atividades físicas e culturais específicas para idosos. Na fotografia, idosos fazendo exercícios físicos no parque Retiro, em Madri, Espanha, 2017.

Inúmeras medidas são adotadas pelos governos para assegurar melhores condições de vida aos idosos. Investimentos na promoção de atividades físicas e culturais, de cursos em escolas e universidades, de assistência médica e atendimento psicológico domiciliar são alguns exemplos. Há até a criação de vilas residenciais, com serviços especializados para o atendimento de suas necessidades. Para estimular o crescimento da população jovem e a reposição da força de trabalho, há políticas de incentivo à natalidade. Governos de alguns países europeus, principalmente da Alemanha, Espanha e Portugal, oferecem licença-maternidade remunerada de no mínimo seis meses, garantia de assistência médica e acesso a creches. Na França, as famílias recebem um auxílio mensal a partir do segundo filho, calculado com base na renda familiar e no número de filhos. Em 2018, esse valor era de aproximadamente 130 euros mensais. 1. Em função do declínio das taxas Responda às questões em seu caderno: de natalidade e do aumento da expectativa de vida, o número de crianças e jovens está diminuindo e a quantidade de idosos vem aumentando. 1. Considerando a dinâmica populacional europeia, quais são as mudanças que ocorrem nos países europeus em relação à faixa etária da população?

OBSERVADOR. Portugal teve a segunda taxa de natalidade mais baixa da UE em 2016. Disponível em: <https://observador. pt/2017/07/10/portugal-teve-asegunda-taxa-de-natalidademais-baixa-da-ue-em-2016/>. Acesso em: 30 out. 2018.

2. Quais são as medidas adotadas pelos governos europeus para conter os gastos com aposentadoria diante do envelhecimento populacional? A reformulação do sistema de aposentadorias, com aumento da contribuição dos trabalhadores à previdência social e da idade mínima para a aposentadoria.

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ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

Diferentes povos e culturas Observe no mapa a distribuição dos idiomas mais falados na Europa.

Europa: principais idiomas Cí rcu lo Po lar Árti co Islandês

OCEANO GLACIAL

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Irlandês (Gaélico)

Mar do Norte

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DACOSTA MAPAS

Albanês

ÁFRICA 0°

Udmur to

Línguas germânicas Línguas bálticas

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Línguas celtas Albanês Grego

Russo (Grande Russo)

Basco Línguas mongóis Línguas caucasianas

Eslovaco Húngaro-alemão Húngaro Esloveno Alemão Romeno Croata Sérvio Sérvio-croáta

Albanês

Tártaro Tchuvaque Mordvino

Ucraniano (Pequeno Russo)

Alemão

Ladino-friulano

Línguas indo-europeias Línguas neolatinas Línguas eslavas

Mari

Línguas ugro-fínicas e samoiedas

Mar Cáspio

Línguas turcas

Osseto Tártaro Georgiano Georgiano Turco

Mar Negro

Línguas celta e germânica Línguas eslava e ugro-fínicas e samoiedas Área com forte minoria linguística Ilha linguística

Armênio

Búlgaro

Albanês Macedônio

Línguas uralo-altaicas

Calmuco

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Franco-provençal

ÁSIA

Polonês

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Reto-românico Basco

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Sorabo-lusaziano

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40°

Letão Lituano Russo Branco

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Francês (Valão)

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Mar Báltico

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Russo (Grande Russo)

Estoniano

Dinamarquês

Inglês

Bretão

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OCEANO ATLÂNTICO

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Para introduzir o tema, solicitar aos alunos que observem atentamente o mapa dos principais idiomas da Europa. Chamar a atenção deles para a diversidade étnica e cultural existente no continente, ressaltar que a língua é um dos principais elementos de identificação cultural de um povo. Explorar as informações do mapa, identificando com os alunos os países cujos idiomas derivam de línguas neolatinas, eslavas e germânicas. As atividades de 1 a 3 auxiliarão os alunos nesta análise. Na atividade 2, espera-se que os alunos indiquem que as áreas com fortes minorias linguísticas podem ser encontradas na Espanha, na França e na Itália. Na Espanha, as minorias linguísticas falam o galego e o catalão, e entre o sul da França e o norte da Itália, fala-se o provençal. Reforçar que a colonização europeia em outros continentes ampliou o número de países que adotam oficialmente línguas europeias, principalmente o inglês, o francês, o espanhol e o português. Sobre as minorias étnicas, retomar aspectos já trazidos na Unidade 2 deste volume, evidenciando suas principais reivindicações junto aos governos dos países onde vivem. Justificar a importância da preservação da identidade cultural dos diferentes povos que vivem em um mesmo país. Trazer o exemplo da Suíça, que possui três idiomas oficiais falados em regiões distintas, onde as diferenças culturais são bem aceitas pela população. Ressaltar que em partes da Europa essa convivência é mais frágil, como no caso dos ciganos, discriminados na maior parte dos territórios onde vivem pela não aceitação de suas referências culturais. Falar também sobre a resistência dos catalães em perma-

Turco

Grego Albanês

Grego

ÁSIA

Maltês

Mar Mediterrâneo

0

430

40° L

Fonte: ISTITUTO GEOGRAFICO DE AGOSTINI. Atlante geografico metodico De Agostini. Novara, 2018. p. 65.

Responda às questões no seu caderno.

1. A língua basca é minoritária em regiões de quais países? O basco é o idioma falado em regiões da França e da Espanha.

2. Em que países se encontram áreas com fortes minorias linguísticas? Quais são elas? 3. Quais são as línguas indo-europeias que predominam na Europa Oriental?

São as línguas eslavas. A população europeia apresenta grande diversidade de povos e culturas. Os idiomas mais falados no continente provêm dos seguintes grupos étnicos:

• latinos: espanhol, português, galego, francês, catalão, italiano e romeno; • eslavos: russo, bielorrusso, ucraniano, polonês, tcheco, eslovaco, esloveno, servo-croata, macedônio e búlgaro; • germânicos: inglês, alemão, holandês, dinamarquês, norueguês, sueco e islandês; • celtas: irlandês, escocês, galês e bretão. Em vários países europeus são falados dois ou mais idiomas. Entre os idiomas oficiais na Suíça, por exemplo, estão o francês, o alemão e o italiano; já na Bélgica, o francês e o alemão. Diversos idiomas europeus, como o inglês, o espanhol, o francês e o português, ultrapassaram os limites do continente e se tornaram alguns dos mais falados do mundo. Isso ocorreu em razão das conquistas coloniais e da importância geopolítica que esses países exerceram e ainda exercem no mundo.

112 necer vinculados à Espanha. Atualizar o debate sobre a Catalunha, que tem passado por momentos de agitação política devido ao fortalecimento do movimento separatista na região e do não reconhecimento deste pelo governo espanhol. D2_GEO_F2_2054_V9_U04_G20.indd 112

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põe de polícia própria e instituiu o catalão como seu idioma oficial, assim como o espanhol. [...] Em geral, movimentos independentistas possuem um forte fator econômico, e no caso da Catalunha não é diferente. A comunidade autônoma é a mais rica da Espanha e representa 19% de seu Produto Interno Bruto (PIB), beneficiando-se de um mundo globalizado e da integração europeia para não depender do mercado nacional. Com a crise de 2008, o governo central promoveu cortes na rede de bem-estar social do país e políticas de austeridade que fomentaram um desejo separatista antes restrito a um quinto da população catalã. [...] Atualmente, a Catalunha abriga cerca de 7 mil multinacionais e uma renda per capita de 27,6 mil euros, contra 24,1 mil da média espanhola. Já a taxa de desemprego está em 13,2%, enquanto no país o índice é de 17,2%. O desejo de viver sem os limites impostos por Madri também é um dos pilares do anseio separatista na Catalunha, sentimento que cresceu com as constantes recusas do primeiro-ministro Mariano Rajoy em aceitar um plebiscito de independência. A Constituição da Espanha concede ampla autonomia em matérias como educação, saúde e segurança, [...] mas limita a capacidade da Catalunha de administrar seus próprios recursos.

Minorias étnicas O termo minoria étnica refere-se a um grupo que possui particularidades culturais e que não faz parte do grupo dominante que detém o poder. As minorias étnicas, em geral, lutam para preservar as tradições e características que as diferem do restante da população do país onde vivem. Alguns países europeus abrigam, em um mesmo território, minorias étnicas com culturas e idiomas distintos da língua oficial. Parte desses grupos que possuem uma história própria luta atualmente pelo maior reconhecimento de sua identidade cultural, pela autonomia política e, em alguns casos, pela formação de um estado independente com território próprio. A atribuição de direitos comuns a essas minorias, além do reconhecimento de sua autonomia política e de especificidades culturais, é fundamental para evitar a discriminação, as tensões sociais e os movimentos separatistas. Criminalizar atitudes preconceituosas contra essas parcelas da população, cujos direitos são garantidos por lei, também é crucial.

MIQUEL LLOP/NURPHOTO/GETTY IMAGES

Catalães realizam protesto pela independência da Catalunha, em Barcelona, Espanha, 2018. Até esse ano, suas reivindicações não foram atendidas pelo governo espanhol.

RICHARDSON/ALAMY/FOTOARENA

Os ciganos são povos nômades que habitam diversos países europeus, concentrando-se especialmente na Espanha, nos países da Europa Central e dos Bálcãs. A discriminação marca a trajetória desse povo, que sofre com expulsões, violência e segregação. Na fotografia, acampamento de ciganos em Appleby-in-Westmorland, Reino Unido, 2015.

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TEXTO COMPLEMENTAR Com idioma próprio, a Catalunha é uma região com forte identidade cultural, mas nunca foi um país independente. No entanto, até 1714, contou com um governo relativamente autônomo, situação que mudou com a vitória dos

Bourbon na guerra de sucessão de Carlos II, o último representante da Casa de Habsburgo. Com a capitulação de Barcelona, a Casa Bourbon, a mesma do atual rei da Espanha, Felipe VI, impôs seu modelo de Estado centralizador, contrastando com o sistema mul-

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tiétnico e multilinguístico dos Habsburgo. O século seguinte marcou um forte crescimento do sentimento nacionalista catalão, que ganhou espaço com o advento da República, em 1931, quando a região recebeu mais autonomia de Madri. [...] a Catalunha dis-

ANSA. Conheça os 3 pilares do movimento separatista catalão. Época. 9 out. 2017. Disponível em: <https:// epocanegocios.globo.com/Mundo/ noticia/2017/10/conheca-os-3-pilaresdo-movimento-separatista-catalao. html>. Acesso em: 22 set. 2018

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ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

Desintegrações e conflitos na Europa Leste Europeu: político – até 1991 0° Cí rc ulo

Po

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OCEANO GLACIAL ÁRTICO Ár tic o

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OCEANO ATLÂNTICO

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MAPAS: DACOSTA MAPAS

A grande diversidade étnica e cultural e as intensas disputas territoriais ao longo da história fizeram da Europa palco de muitos conflitos, inclusive das duas Grandes Guerras Mundiais. Há, atualmente, conflitos no continente, alguns dos quais, inclusive, envolvem o separatismo. Desde o fim da Segunda Guerra Mundial a Europa convive com mudanças em suas fronteiras internas. Ao longo desse período, alguns países surgiram e outros deixaram de existir.

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Fonte: GIRARDI, G; ROSA, J. V. Atlas geográfico do estudante. São Paulo: FTD, 2016. p. 139.

Leste Europeu após 1991 No século XX, os países do Leste Europeu (Europa Oriental) adotaram o regime socialista – na maioria deles, com grande influência política, econômica e militar da antiga União Soviética (URSS). A partir de 1991, com o fim da URSS, houve profundas transformações na Europa Oriental: o surgimento de novos países, a conversão das economias para o capitalismo e a aproximação política com a Europa Ocidental e a União Europeia.

Leste Europeu: político – 2018 0°

Cí rc ulo

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OCEANO GLACIAL ÁRTICO rÁ rtic o

Merridi diano d e Grreen w ch wi

Antes de falar sobre os principais conflitos que ocorrem na Europa, retomar a questão da diversidade de povos e culturas que convivem no continente. Questionar os alunos se, na opinião deles, grupos étnicos distintos que habitam um mesmo país podem desenvolver um sentimento de pertencimento a ele. Permitir que os alunos expressem suas opiniões. Espera-se que apontem a dificuldade em obter consensos quando um território é ocupado por etnias que possuem características históricas, étnicas e culturais diferentes, a exemplo do que ocorre na Europa e em outros continentes. Ao trabalhar o conteúdo da página 114, é muito importante promover a leitura dos mapas em conjunto com os alunos. Conversar com eles sobre o processo de demarcação dos limites político-territoriais citados no texto, orientando-os a comparar os dois mapas para que verifiquem as alterações nas fronteiras provocadas por países que deixaram de existir e o surgimento de novos países. Eles poderão indicar a Iugoslávia, a Tchecoslováquia, a República Democrática Alemã e a União Soviética como países que deixaram de existir. A redefinição de suas fronteiras deu origem a países como Rússia, Sérvia, Croácia e Eslováquia, entre outros. Ressaltar que essas transformações políticas e as mudanças nos limites territoriais no Leste Europeu ocorreram com a crise do sistema socialista e com o fim da URSS. Reforçar que a crise política e econômica ocorrida na região ao longo dos anos 1990 fortaleceu os movimentos separatistas, que eram defendidos por grupos étnicos que viviam tanto no Leste Europeu quanto nos territórios pertencentes à antiga URSS, culminando no aumento do clima de tensão em ambas as regiões.

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OCEANO ATLÂNTICO

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Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2016. p. 32.

114 Na atividade 1, espera-se que os alunos indiquem que, nos anos 1990, houve a conversão das economias dos países socialistas ao capitalismo e a aproximação política com a Europa Ocidental e a União Europeia. Em 1991, a União Soviética foi extinta, e surgiram quinze novas naD2_GEO_F2_2054_V9_U04_G20.indd 114

ções, dez delas localizadas na Europa. Destacar a presença das minorias étnicas em território russo a partir da leitura do mapa Rússia: Repúblicas autônomas – 2013. Explicar aos alunos que uma república autônoma é uma espécie de divisão administrativa do ter-

ritório que tem certo grau de autonomia política em relação ao governo central do país em que se encontra. Em geral, as repúblicas autônomas abrigam grupos étnicos minoritários, resultando no fortalecimento das relações de pertencimento de tal grupo com o território onde residem. Ao encaminhar

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O fim da URSS Em 1985, sob a liderança do presidente Mikhail Gorbachev, a União Economia de Soviética deu início a profundas reformas econômicas e políticas que ficaram mercado: sistema econômico associado mundialmente conhecidas como perestroika (reestruturação) e glasnost ao capitalismo (transparência). Com a perestroika promoveu-se a reestruturação do sisteno qual as trocas ma econômico soviético com a tentativa de implantação da economia de comerciais são mercado e a redefinição de gastos e investimentos estatais em setores esrealizadas pela iniciativa privada, tratégicos, como a defesa. Com a glasnost procurou-se promover uma maior com interferência abertura política, dando início ao processo de democratização do país. mínima do governo. Essas reformas afrouxaram o controle político e militar exercido pela União Soviética no Leste Europeu e nas repúblicas que formavam o país. Consequentemente, vieram à tona rivalidades culturais, políticas, étnicas e religiosas que estiveram reprimidas durante décadas de domínio soviético. Em 1991, a União Soviética foi extinta, e surgiram quinze novas nações, sendo cinco na Ásia – Cazaquistão, Quirguistão, Tadjiquistão, Turcomenistão e Uzbequistão – e dez na Europa – Armênia, Azerbaijão, Belarus, Estônia, Geórgia, Letônia, Lituânia, Moldávia, Rússia e Ucrânia. A Federação Russa é a principal herdeira econômica e militar da ex-URSS. É o maior país do mundo, com mais de 17 milhões de km². Os russos correspondem a 80% da população do país, que contava, em 2017, com aproximadamente 144 milhões de habitantes. Os 20% restantes são compostos de cerca de 100 etnias diferentes, que vivem, em sua maioria, nas chamadas repúblicas autônomas, com certa liberdade administrativa.

Rússia: Repúblicas Autônomas – 2013 90° L

Círculo Polar

Ártico

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AMPLIANDO HORIZONTES • A caçada. Direção: Richard Shepard. Estados Unidos, Bósnia e Croácia, 2008 (101 min). Em busca de um furo de reportagem, um repórter criticado, um jovem jornalista e um cameraman viajam sem autorização para a Bósnia-Herzegóvina em busca de um temível criminoso de guerra. Porém, eles são confundidos com agentes da CIA e passam a ser perseguidos por seu alvo.

OCEANO GLACIAL ÁRTICO

21

8

11 14

13

12

9

RÚSSIA 18

10 1 spio á

17 16

Mar C

DACOSTA MAPAS

7 5 6 4 3

19

20

Moscou

2

1 Chechênia 2 Daguestão 3 Inguchétia 4 Kabardino-Balkária

5 Karatchevo-Tcherkássia 6 Ossétia do Norte 7 Adigueia 8 Tchuváchia

0

15

9 Bashkortostão 10 Kalmíquia 11 Maris 12 Mordóvia

13 Tartária 14 Udmúrtia 15 Tuva 16 Altai

Responda no caderno:

17 Khakássia 18 Buriátia 19 Iakútia 20 Komis

735

21 Carélia

Fonte: FERREIRA, G. M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. São Paulo, 2013. p. 98.

1. Quais foram as transformações ocorridas na Europa Oriental, na década de 1990, após a dissolução da URSS?

2. Por que a Rússia é considerada um grande mosaico étnico-religioso? Quantas repúblicas autônomas existem no país?

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a atividade 2, espera-se que os alunos respondam por que 20% da população russa pertence a 100 minorias étnicas diferentes, grande parte delas vivendo em repúblicas autônomas. No país existem 21 repúblicas autônomas.

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ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

Chechênia Com o fim da União Soviética, manifestações internas por independência começaram a ocorrer em algumas repúblicas, entre elas a Chechênia. A Chechênia declarou sua independência em 1991, sem o reconhecimento do governo central russo e o apoio internacional para concretizar a autonomia. Em 1994, tropas russas invadiram a república e tentaram tomar a capital, Grosny. Derrotados, os russos retiraram-se, em 1996, com um saldo de 30 mil mortos e 600 mil desabrigados. Em 1999, a Rússia voltou a ocupar e a bombardear a Chechênia, alegando uma ação antiterrorista desencadeada, parcialmente, para conter uma onda de atentados em Moscou e em outras partes do país atribuída a guerrilheiros chechenos. Em 2002, um grupo checheno invadiu um teatro em Moscou e fez a plateia de refém. Uma ação desastrosa de resgate das forças especiais russas levou à morte 115 reféns e 50 rebeldes. Em 2003, a Chechênia passou a ser diretamente administrada por Moscou. Desde então, os rebeldes continuam promovendo atentados em várias partes da Rússia, inclusive na Chechênia, com a explosão de prédios públicos e estações de metrô, além de sequestros. Atualmente essas ações ocorrem com menor frequência. O governo russo e as autoridades públicas chechenas reprimem, de forma violenta, os separatistas, com prisões arbitrárias e mortes. Como tentativa de promover a estabilidade na Chechênia, o governo russo investiu recursos no país, considerado estratégico pelos oleodutos que transportam petróleo proveniente do mar Cáspio para o território russo. A estabilidade política na região, porém, vem sendo abalada por denúncias de corrupção do governo e por crimes contra os direitos humanos, como a tortura e morte de opositores políticos e de homossexuais.

Manifestação em Grozni, capital da Chechênia, realizada em 2016 em apoio ao seu líder local, Ramzan Kadyrov, aliado do governo russo de Vladimir Putin. ELENA FITKULINA/AFP

Explicar que os conflitos na Chechênia e no Cáucaso estão relacionados ao desmembramento da União Soviética, ao surgimento de novos países e à existência de minorias étnicas nesses territórios, que eram unificados e monitorados pela ação do regime soviético. Ao abordar a Chechênia, solicitar aos alunos que localizem seu território no mapa Rússia: Repúblicas Autônomas – 2013, na página 115. Além de explicar o contexto relacionado às origens dos conflitos com a Rússia, ressaltar o fortalecimento do poder de Vladimir Putin na região. Comentar que nos últimos anos o governo russo vem realizando intervenções na região que são contestadas e criticadas pela comunidade internacional. Em relação aos conflitos no Cáucaso, retomar algumas características da região, estudada na Unidade 3. Na sequência, solicitar que analisem o mapa Cáucaso: conflitos – 2017, identificando os principais conflitos na região conforme sugerido na atividade 1, em que se espera que os alunos indiquem as áreas de conflito do Karabakh, localizado no Azerbaijão e ocupado pelo exército armênio, a Abcásia e a Ossétia do Sul, regiões independentistas localizadas na Geórgia. Sobre as causas das tensões e dos conflitos no Cáucaso, solicitadas na atividade 2, espera-se que os alunos respondam que o Cáucaso é disputado por vários grupos por conta de estar localizado estrategicamente entre a Europa e a Ásia e por suas jazidas minerais. A região é ocupada por aproximadamente 100 grupos étnicos e parte deles reivindica um território autônomo e independência política.

116 TEXTO COMPLEMENTAR D2_GEO_F2_2054_V9_U04_G20.indd 116

[...] A Chechênia é uma das menores e mais barulhentas das 22 repúblicas que integram a Rússia [...]. Um pedaço de terra de 17 mil km quadrados (menor que Sergipe), sem saída para nenhum dos dois mares que banham o Cáuca-

so, o Negro e o Cáspio. Até o século 15, ela ficou no fogo cruzado entre árabes e mongóis, quando Ivan (aquele mesmo, o Terrível), iniciou a expansão do czarismo. Persas e russos e, depois, turcos e russos guerrearam pelo domínio dessa região estratégica. Diversas

religiões conviviam em relativa harmonia, sem predomínio claro de uma sobre as outras, mas a opressão da cristã Rússia ao longo dos séculos ajudou o islamismo a ser mais popular que outras fés – uma forma de resistência cultural dos povos da região.

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dimir Putin que assumiu interinamente, reprimiu os chechenos e recuperou a economia com a ajuda do aumento do preço do petróleo. A popularidade lhe rendeu a vitória nas eleições de 2000. E desde então o homem está aí. Em 2007, Putin indicou Ramzan Kadyrov para a presidência da Chechênia. A república rebelde passou a ser uma ilha de estabilidade nas montanhas do Cáucaso. Grozny foi reconstruída com investimentos vultosos de Moscou. Mas o preço foi pago em direitos humanos. Kadyrov é [...] acusado de chefiar uma milícia que sequestra, tortura e mata separatistas chechenos. Ao mesmo tempo, quer impor preceitos da sharia, a lei islâmica, na região. Putin tolera isso, segundo analistas internacionais, para evitar mais dor de cabeça na Chechênia, afinal ele tem um suposto aliado no comando, em vez de um político separatista. Além disso, manter um governante que segue as leis religiosas mais tradicionais seria uma forma útil de cooptar terroristas, um problema recorrente na região.

Cáucaso No Cáucaso vivem aproximadamente 100 grupos étnicos diferentes, com cultura e línguas próprias. Além dos países independentes – Geórgia, Armênia e Azerbaijão –, há repúblicas e regiões autônomas pertencentes à Rússia. A diversidade étnica e a importância econômica do Cáucaso, que é rico em minérios e petróleo, são fatores que ajudam a explicar a ocorrência de conflitos na região. Observe o mapa.

Cáucaso: conflitos – 2017

AB

RÚSSIA

SIA

OSSÉTIA DO SUL

Mar Negro ABCÁSIA

GEÓRGIA

Mar Cáspio Tbilisi

ARMÊNIA TURQUIA

AZERBAIJÃO

Ierevan KARABAKH

0

Baku 40° N

75

AZ DACOSTA MAPAS

R

Região independentista georgiana Antiga região autonomista georgiana Região ocupada por forças militares armênias 45° L

IRÃ

Fonte: THOREZ, J. Géorgie-Ossétie-Russie: Une guerre à toutes les échelles. EchoGéo. Disponível em: <https:// journals.openedition.org/ echogeo/10890>. Acesso em: 7 nov. 2018.

A região de Karabakh, por exemplo, é disputada por Armênia e Azerbaijão. Os conflitos na região ocorreram entre 1988 e 1994, quando a declaração de independência da região, até então pertencente ao Azerbaijão, foi negada. Os armênios que residem em Karabakh reivindicam a sua incorporação à Armênia, intensificando os conflitos, com saldos de dezenas de milhares de mortos. Atualmente ainda ocorrem negociações de paz. Na Geórgia os maiores conflitos e movimentos separatistas ocorrem na Ossétia do Sul e na Abcásia. Em 1990, logo que a Geórgia declarou sua independência da URSS, a Ossétia do Sul e a Abcásia também declararam sua independência da Geórgia, que não aceitou ambas as decisões. A tensão na região aumentou quando a Rússia passou a defender a autonomia da Ossétia do Sul – para sua posterior reintegração à Ossétia no Norte, localizada em território russo, onde a maioria da população pertence ao mesmo grupo étnico dos ossétios do Sul. A posição da Rússia em defesa da independência de ambas as regiões acirrou a tensão com a Geórgia. Responda às questões no caderno.

DEURSEN, F. O que há por trás dos campos de concentração de gays na Chechênia. Superinteressante. Disponível em: <https://super.abril. com.br/blog/contaoutra/o-queha-por-tras-dos-campos-deconcentracao-de-gays-na-chechenia>. Acesso em: 21 set. 2018

1. Quais são as áreas de tensão e conflito destacadas no mapa? Essas regiões se localizam nos territórios de quais países?

2. Quais são as principais causas das tensões e conflitos no Cáucaso?

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A área enfim foi conquistada no século 19, mas a Revolução Russa, em 1917, abriu uma brecha para a Chechênia e outras repúblicas vizinhas, Inguchétia e Daguestão, declararem independência e formarem a República Montanhosa do Norte do Cáucaso. O

país teve vida curta, e em 1920 foi engolido pela fúria soviética. Em seu governo (1924-53), Stálin deportou milhares de chechenos e deu suas casas e propriedades a russos. [...] Em 1991, a União Soviética implodiu. [...] A Chechênia declarou independência, mas em

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1994 os russos invadiram o território em uma guerra de 100 mil mortos. Em 1999, [...] os russos tomaram a capital, Grozny, e diversos atentados terroristas ocorreram nos anos seguintes. O conflito beneficiou politicamente o novo chefe de governo russo, Vla-

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ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

Desintegração da Iugoslávia Observe os mapas.

Iugoslávia: político – 1945-1991 ÁUSTRIA

1

HUNGRIA

20º L

ESLOVÊNIA

ROMÊNIA CROÁCIA 0

135

45º N

BÓSNIA-HERZEGOVINA

M

r

A

d

ri

ÁUSTRIA

BULGÁRIA

MONTENEGRO

át

ic

Países resultantes da fragmentação da Iugoslávia – 2016

SÉRVIA

a

2

HUNGRIA

20º L

ESLOVÊNIA Liubliana

Zagreb

ROMÊNIA

CROÁCIA 0

o

45º N

ITÁLIA

135

Belgrado

MACEDÔNIA

BÓSNIA-HERZEGOVINA

SÉRVIA

Sarajevo

ALBÂNIA

M

r

a

Limite de estado

GRÉCIA

Limite de país

Fonte: LACOSTE, Y. Géopolitique: la longue históire d´aujourd´hui. Paris: Larousse, 2009. p. 253.

A

d

ri

át

ic

MONTENEGRO KOSOVO

o

Podgórica

BULGÁRIA

Skopje

ITÁLIA

MACEDÔNIA

ALBÂNIA

GRÉCIA

MAPAS: ALLMAPS

Iniciar a discussão perguntando se os alunos já ouviram falar na Iugoslávia. Os conhecimentos prévios deles oferecerão indícios sobre como encaminhar o tema. Falar sobre a composição étnica do país, formado por sérvios, bósnios, croatas e eslovenos, entre outros. Utilizar a atividade 1 para que os alunos analisem e comparem os mapas do território da Iugoslávia antes e após sua dissolução em sete estados independentes. Os alunos deverão apontar que os limites da antiga Iugoslávia se transformaram nos limites territoriais dos novos países. Os alunos devem indicar também que o território de Kosovo, no segundo mapa, não tinha uma delimitação territorial antes da dissolução da Iugoslávia. Depois dessa atividade com os mapas, apresentar a cronologia detalhada da dissolução da Iugoslávia e dos principais conflitos que ocorreram no período: a Guerra da Bósnia e a Guerra do Kosovo. Ressaltar que o Kosovo tem um território delimitado e um governo provisório, apesar de sua independência não ser reconhecida por 80 dos 193 estados membros da ONU. Argumentar que tais estados não aceitam sua independência por temerem que esse reconhecimento fortaleça outros movimentos separatistas na Europa e no restante do mundo. Com relação ao País Basco, evidenciar que o movimento passou de uma luta armada, responsável por atentados terroristas, para um movimento político que reivindica seus propósitos de forma pacífica. Ressaltar que a região em que o País Basco se localiza na Espanha é uma das mais desenvolvidas do país, sendo suas principais cidades, Bilbao e Santander, consideradas importantes centros financeiros da Europa. Destacar que, com

Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2016. p. 43.

1. Com base na análise dos mapas, responda no caderno: Quais foram as transformações ocorridas na região retratada após 1991? As fronteiras foram alteradas? Explique.

A Iugoslávia era constituída por povos de diferentes culturas, línguas e religiões, distribuídos por seis repúblicas, que podem ser vistas no mapa 1, acima. O país manteve-se unido pela ditadura de Josip Broz Tito – no poder de 1945 até 1980 – que implantou um sistema socialista com autonomia para as repúblicas, alguma alternância da presidência e forte poder militar. Com a morte de Tito e o fim da Guerra Fria, vieram à tona sentimentos nacionalistas e rivalidades étnico-religiosas que contribuíram para a desintegração da Iugoslávia. Em 1992, quando a Bósnia-Herzegovina declarou sua independência, teve início uma guerra civil. Sob o comando de Slobodan Milosevic, a Iugoslávia enviou tropas à Bósnia. Os sérvios iniciaram uma operação de extermínio em massa contra os bósnios e todos os que não fossem da etnia sérvia. A Guerra da Bósnia, que durou de 1992 a 1995, terminou com um acordo de paz mediado pela ONU e pelos Estados Unidos. Em 1999, a província de Kosovo tornou-se um protetorado internacional sob administração da ONU e, em 2008, passou a ser um país independente. Em 2012, conquistou a soberania plena, ainda que não reconhecida por 80 dos 193 estados da ONU. Atualmente, a tensão entre sérvios e kosovares vem aumentando pelo apoio declarado da Rússia à Servia – com intenção de impedir a independência do Kosovo – acentuando as rivalidades étnicas e a possibilidade de novos conflitos.

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isso, um acordo político entre o governo da Espanha e a comunidade do País Basco interessa a ambas as partes. Sobre a atividade 2, que solicita a pesquisa sobre outros movimentos separatistas na Europa, sugerimos a organização dos alunos em grupos e a indi-

cação de alguns movimentos, com destaque para a situação da Irlanda do Norte e da Escócia, que voltaram a ter destaque com a questão do Brexit, a saída do Reino Unido da União Europeia. Na seção Textos complementares é indicado um texto sobre o assunto.

Os alunos também poderão pesquisar sobre os movimentos separatistas na Bélgica, na Padânia (Itália), na Córsega (França), no Chipre e, ainda, nas ex-repúblicas soviéticas, algumas já estudadas anteriormente.

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no referendo do Brexit, em junho de 2016, a maioria votou a favor da permanência no clube europeu: 56% contra 44%. O novo ambiente político no norte convida agora a um maior choque com Londres. [...]

A questão basca Os bascos ocupam uma área que compreende uma parte do nordeste da Espanha e do sudoeste da França. Observe o mapa.

País Basco – 2013 2º L

MARTINHO, G. Depois do Brexit, a reunificação irlandesa?. Visão. Disponível em: <http://visao.sapo.pt/ actualidade/mundo/2017-03-17Depois-do-Brexit-a-reunificacaoirlandesa->. Acesso em: 30 out. 2018.

FRANÇA

OCEANO ATLÂNTICO

LABOURD

BISCAIA

BAIXA NAVARRA SOULE

GUIPUZKOA

AMPLIANDO HORIZONTES • FILIPOVIC, Z. O diário de Zlata: a vida de uma menina na guerra. São Paulo: Companhia das Letras,1996. O livro relata momentos da Guerra da Bósnia registrados em um diário por uma menina de 11 anos.

42º N

ALAVA NAVARRA Rio

Ebr

o

ESPANHA

ALLMAPS

Limite do País Basco País Basco francês País Basco espanhol

0

25

Fonte: FERREIRA, G. M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. São Paulo: Moderna, 2013. p. 90.

O grande desejo de parcela do povo basco é que o País Basco seja um Estado independente, constituído pelas províncias de Biscaia, Alava, Guipuzkoa e Navarra, em território espanhol, e pelas províncias de Labourd, Baixa Navarra e Soule, em território francês. O movimento separatista basco ocorre desde o fim do século XIX, sustentado por uma identidade nacional que tem no idioma euskera sua principal característica cultural. Durante a Guerra Civil Espanhola, as províncias ocupadas pelos Guerra Civil bascos foram intensamente bombardeadas. Com o fim da guerra, o geEspanhola: em 1936, o neral Francisco Franco impôs uma série de medidas contra os bascos, general Francisco Franco promoveu um golpe entre elas a proibição da língua e da bandeira basca. militar contra o governo Em 1959, foi criado o Euzkadi ta Askatasuna (ETA) – Pátria Basca espanhol. Divididos, e Liberdade, em euskera –, organização separatista que adotou a luta os espanhóis iniciaram armada, promovendo atentados e sequestros de políticos espanhóis, uma violenta guerra civil entre 1936 e 1939, com com o objetivo de alcançar a independência. um saldo de cerca de Em 2011, desgastado e sendo reprovado pela população basca 1 milhão de mortos. Com por seus atos violentos, o ETA emitiu um comunicado anunciando o fim a vitória, Franco instalou um governo ditatorial que de suas atividades e declarou um cessar fogo permanente. Em 2017, se estendeu até 1975. o grupo se desfez de todas as suas armas e encerrou suas atividades.

2. Faça uma pesquisa sobre outros movimentos separatistas na Europa. Procure descobrir sua localização geográfica, as causas das reivindicações, os grupos que lideram os movimentos e as suas formas de atuação. Registre suas descobertas no caderno. Resposta pessoal.

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TEXTO COMPLEMENTAR Depois do Brexit, a reunificação irlandesa? O movimento da unificação irlandesa há muito que estava adormecido ou, pelo menos, sem energia suficiente para se tornar uma prioridade política. A saída britânica da União

Europeia (Brexit) abanou essa apatia e, quer na República da Irlanda, quer na Irlanda do Norte, sob soberania britânica, a reunificação deixou de ser apenas um argumento (e sonho) do líder nacionalista do Sinn Féin, Gerry Adams.

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O Brexit pode representar, num cenário de não acordo entre Londres e a UE, a existência de uma fronteira física entre as duas Irlandas. E, nem Belfast, nem Dublin se sentem confortáveis com esse desfecho. A Irlanda do Norte (Ulster), tal como a Escócia, tem repetido que

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ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

Migrações, racismo e xenofobia

1. Qual foi o país que recebeu o maior número de imigrantes europeus entre o fim do século XIX e o início do século XX? Foram os Estados Unidos.

Migrações europeias para a América – fim do séc. XIX e início do séc. XX Círculo Polar Ártico

ESCANDINÁVIA

CANADÁ

Detroit Chicago São Nova York Francisco ESTADOS UNIDOS

RÚSSIA IRLANDA GRÃ-BRETANHA ALEMANHA ÁUSTRIA-HUNGRIA FRANÇA ESPANHA ITÁLIA PORTUGAL

Boston

JAPÃO

CHINA Trópico de Câncer

Equador

Número de migrantes

OCEANO ATLÂNTICO

OCEANO PACÍFICO BRASIL Trópico de Capricórnio

Buenos Aires ARGENTINA 0

17 500 000

Rio de Janeiro São Paulo

1 895

5 000 000 2 000 000 menos de 500 000 Polos e regiões imigratórias

DACOSTA MAPAS

Do fim do século XIX ao início do século XX, a Europa foi um continente de emigrantes. Cerca de 50 milhões de pessoas deixaram o continente em busca de melhores condições de vida, sobretudo em países americanos, com destaque para Estados Unidos, Canadá, Argentina e Brasil. Observe o mapa e faça as atividades no caderno.

Meridiano de Greenwich

Para iniciar a abordagem do tema, retomar conceitos relacionados aos fluxos migratórios já estudados. Em seguida, com o objetivo de sensibilizar os alunos para o estudo das migrações na Europa, pedir a eles que expliquem por que a Europa foi um continente de emigrantes entre o final do século XIX e início do século XX. Abordar o papel da Primeira e Segunda Guerras Mundiais como um dos fatores que motivou milhões de europeus a saírem de seus países com destino à América. Solicitar aos alunos que observem atentamente o mapa Migrações europeias para a América – fim do séc. XIX e início do séc. XX, identificando os principais países de origem e destino do fluxo de migrantes, bem como os principais polos de imigração, conforme indicado nas atividades 1 e 2. Em Investigar lugares, explicar que o Brasil, assim como outros países da América, recebeu grandes contingentes de imigrantes europeus, principalmente na primeira metade do século XX. Aproveitar a proposta de pesquisa para estimular os alunos a compreenderem os vínculos culturais entre Brasil e Europa, reforçados pelos imigrantes europeus que vivem no país. Essas relações culturais podem ser observadas na culinária, em festividades, na religiosidade e em demais hábitos e costumes da população. Caso o município ou a região em que vivem não tenha recebido imigrantes europeus, propor aos alunos que pesquisem na internet informações sobre municípios de outras regiões do país onde o fluxo migratório de europeus foi mais expressivo como os estados do Sul e alguns do Sudeste, como São Paulo e Rio de Janeiro.

2. Nos Estados Unidos os principais polos e regiões imigratórias Fonte: DURAND, M. F. Espace Mondial l’Atlas 2018. Paris: Presses de Sciences Po, 2018. p. 70. foram São Francisco, Nova York, Boston, Detroit e Chicago; no Brasil, Rio de Janeiro e São Paulo; e na Argentina, Buenos Aires. 2. Quais foram os polos e regiões imigratórias do continente americano que mais receberam imigrantes europeus?

Dos europeus que partiram para a América, 80% eram britânicos, italianos, alemães, espanhóis, irlandeses, portugueses, russos e escandinavos. Em geral, as pessoas fugiam das crises agrícolas, da pobreza e das perseguições políticas e religiosas. Além disso, a população europeia foi atraída pela oferta de trabalho, com o fim da escravidão na América, e por promessas de terras baratas e acessíveis.

Escandinavo: originário da Península Escandinava, onde se localiza a Noruega, a Suécia e a Finlândia.

INVESTIGAR LUGARES

• Em grupo, pesquisem sobre imigrantes europeus no município ou UF onde sua escola está situada. Procurem descobrir os países de procedência dos imigrantes; o ano que chegaram; as causas das migrações; os principais hábitos e costumes que cultivam do país de origem e as dificuldades de adaptação no novo local. É possível buscar essas informações em fontes históricas ou em relatos de imigrantes. Apresente aos colegas os resultados da pesquisa e ouça a apresentação do restante da turma.

120 Aproveitar a apresentação dos resultados da pesquisa para estimular o debate com a turma sobre a importância das trocas culturais entre imigrantes e a população nativa e sobre a relevância da cultura para o reforço dos vínculos identitários entre imigrantes D2_GEO_F2_2054_V9_U04_G20.indd 120

provenientes de uma mesma região no país de destino. Utilizar o mapa Mundo: movimentos migratórios – 2016 para explicar a inversão dos fluxos migratórios para os países europeus e os motivos que contribuíram para sua intensificação nos últimos

anos. Orientar os alunos a identificar no mapa os países europeus que mais recebem imigrantes e destacar os fatores de atração para esses territórios. Cabe comentar que, embora a Europa seja hoje um continente de imigrantes, as

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AMPLIANDO HORIZONTES • MUSEU DA IMIGRAÇÃO DO ESTADO DE SÃO PAULO. Disponível em: <http://livro. pro/dktos4>. Acesso em: 14 nov. 2018. O site traz um acervo com documentos históricos relacionados aos fluxos migratórios cujo destino era o estado de São Paulo.

Um continente de imigrantes A Europa hoje vive uma situação inversa à que caracterizou o continente no início do século XX, especialmente da década de 1990 em diante. O crescimento da economia e a demanda por mão de obra atraíram grande contingente de imigrantes. Observe o mapa.

Mundo: movimentos migratórios – 2016 OCEANO PACÍFICO

MÉXICO

AUSTRÁLIA E NOVA ZELÂNDIA

AMÉRICA ANGLO-SAXÔNICA

AMÉRICA CENTRAL

RÚSSIA

LESTE ASIÁTICO

AMÉRICA DO SUL

ÁSIA CENTRAL 3

EUROPA 2

Migrantes (em milhões)

EUROPA SCH 1

18,4

SUBCONTINENTE ORIENTE INDIANO MÉDIO 4

ÁFRICA DO NORTE

10 ÁFRICA DO OESTE

5

OCEANO ATLÂNTICO

1 0,4

ÁSIA DO SUL E PACÍFICO

ÍNDIA

GOLFO PÉRSICO

OCEANO ÍNDICO

ÁFRICA CENTRAL

Fluxos entre regiões

VESPÚCIO CARTOGRAFIA

Fluxos no interior das regiões 1 – Europa – Espaço Schengen 2 – Europa – demais países 3 – Ásia Central, Belarus e Ucrânia 4 – Paquistão, Bangladesh, Sri-Lanka e Maldivas

ÁFRICA MERIDIONAL

Norte

Fonte: GIRARDI, G.; ROSA, J. V. Atlas geográfico do estudante. São Paulo: FTD, 2016. p. 177.

Os países que mais recebem imigrantes atualmente são Alemanha, Itália, Reino Unido, França e Espanha. Os imigrantes são originários, especialmente, do Leste Europeu, da África, da Ásia e da América Latina. Os imigrantes buscam na Europa melhores condições de vida, oportunidades de emprego, moradia digna, acesso a serviços públicos de saúde e educação adequados. Outros imigrantes estão fugindo de conflitos, perseguições políticas, étnicas e religiosas em seus países de origem. A imigração tem gerado descontentamento em parte da população da Europa Ocidental que teme a perda de empregos e de sua identidade cultural, e a queda do padrão de vida. As autoridades europeias têm criado barreiras e estabelecido cotas de imigração. No entanto, muitos imigrantes entram no continente de forma ilegal, morando e trabalhando clandestinamente, recebendo baixos salários e sofrendo com atos de racismo e xenofobia.

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crises econômicas dos últimos anos – com altas taxas de desemprego – têm aumentado a migração de europeus para outros países ou provocado o retorno de imigrantes aos países de origem. Sobre isso, caso julgar interessante, propor uma pesquisa para inves-

tigar a situação atual dos fluxos migratórios internacionais que envolvem os países europeus e, mais especificamente, os fluxos de migrantes entre Brasil e Europa, relacionando-os à situação econômica de cada país.

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ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

Crise migratória A questão migratória está no centro do debate político na União Europeia, pois os países-membros adotam políticas diferentes no que se refere à acolhida de imigrantes e refugiados. Diante desse quadro, os países-membros da União Europeia firmaram um acordo sobre imigração em 2018, propondo o aumento do controle das fronteiras e a criação de centros para a seleção de imigrantes, destinados a avaliar as pessoas que podem solicitar asilo (refugiadas) e aquelas que devem retornar aos seus países de origem, denominadas “migrantes econômicas”. O controle das fronteiras, medida muito contestada por parcelas da sociedade europeia, é feito por meio da construção de muros, cercas e barreiras, cujo objetivo é impedir a entrada e o trânsito de migrantes e refugiados no Espaço Schengen. O Espaço Schengen é uma área de livre circulação criado em 1985, permitindo que a população dos países-membros se desloque sem controle de passaporte. O acordo prevê o reestabelecimento do controle das fronteiras em caso de ameaça à ordem pública ou à segurança nacional. Desde 2013 mudanças foram feitas no acordo, aumentando a fiscalização das identidades, o que coloca em risco o princípio de livre circulação – e o próprio acordo.

Observe o mapa.

Europa: fechamento de fronteiras – 2018 Hungria-Croácia: 41 km

Hungria-Sérvia: 175 km Círculo Polar Ártico

Eslovênia-Croácia: 150 km

Calais: cerca em torno do terminal do Eurotúnel (10 km)

Enclave espanhol de Melilla (10,5 km)

Meridiano de Greenwich

Macedônia-Grécia: aproximadamente 30 km

Grécia-Turquia: ao longo do rio Evros (10,5 km)

Bulgária-Turquia: 30 km

Mar do Norte 0

OCEANO ATLÂNTICO

520

Países do Acordo de Schengen Mar Negro

42° N

Migrantes que entraram no território desde 2015

1 108 118 476 359

Enclave espanhol de Ceuta (8,2 km)

105 073 52 628

Mar Mediterrâneo 0°

Menos de 2 103

DACOSTA MAPAS

Apresentar as principais características do atual contexto que fizeram com que os fluxos migratórios aumentassem de forma significativa a partir dos anos 2010. Explicar para os alunos que, apesar dos acordos firmados entre os países membros da União Europeia e do Espaço Schengen – espaço de livre circulação criado em 1985 que permite que a população dos países signatários se desloque por eles sem controle de passaporte –, cada país adota uma política diferente no que se refere à gestão desses fluxos. Isso vem gerando conflitos e tensões entre os países europeus. Se possível, dar alguns exemplos sobre essa gestão diferenciada da crise migratória. O governo húngaro, por exemplo, construiu em 2015 uma cerca com 175 quilômetros de extensão na fronteira com a Sérvia para conter a chegada de refugiados. O então primeiro-ministro húngaro Viktor Orbán declarou que o bloqueio da rota utilizada pelos refugiados para chegar à Alemanha e outros países do Norte da Europa tinha o intuito de “salvar os valores cristãos da Europa”. Outros países, como Itália e Grécia, porta de entrada de migrantes oriundos do Oriente Médio e da África, têm em seus territórios um número grande de pessoas que se encontram bloqueadas em campos de refugiados, em virtude do fechamento de fronteiras. O campo de refugiados de Moria, na Grécia, é um exemplo disso. Em 2018, ele abrigava mais de 8 mil pessoas em condições extremamente precárias. Explicar que este controle de fronteiras no interior do Espaço Schengen (que a princípio é um espaço de livre circulação) está previsto em caso de “ameaça à ordem pública ou à segurança nacional”. Os governos de alguns países têm se valido disso para aumentar o controle sobre a circulação

Elaborado com base em: AMNESTY INTERNATIONAL. La migration ici et ailleurs: comprendre la migration et agir pour des politiques migratoires respectueuses des droits humanis. Bruxelles: François Graas, 2016. p. 15; OIM. Flow Monitoring Europe. Disponível em: <https://migration.iom.int/europe?type=arrivals>. Acesso em: 7 nov. 2018.

122 de pessoas, colocando o acordo em risco. Também é fundamental destacar que quanto mais o acesso legal de um país para outro é restringido por muros, cercas e barreiras, mais perigosos são os meios que as pessoas utilizam para entrar ilegalmente em um país. Os migrantes arD2_GEO_F2_2054_V9_U04_G20.indd 122

riscam suas vidas em carrocerias de caminhões, porta-malas de carros e em embarcações improvisadas para atravessar o mar Mediterrâneo, principal rota empregada entre os países da África e o Oriente Médio para a Europa. Em 2018, mais de 2000 pessoas morreram nessa travessia.

Após essa conversa, auxiliar os alunos na leitura do mapa Europa: fechamento de fronteiras – 2018. Por se tratar de um mapa temático complexo composto por diversas variáveis, sugerimos a análise atenta de cada informação e, na sequência, a resolução da atividade 1. No

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recebendo número cada vez maior de migrantes e refugiados. Os alunos poderão pesquisar notícias relacionadas às manifestações anti-imigração na Europa e no Brasil, assim como as medidas adotadas pelo governo para combater a xenofobia, considerada crime. Os alunos poderão trabalhar em pequenos grupos, elaborando uma argumentação de acordo com os dados levantados, a qual será colocada em prática em um debate com a turma toda.

Racismo e xenofobia

MEHMET KAMAN/ANADOLU AGENCY/AFP

A contribuição do imigrante para o crescimento demográfico europeu e para a economia – na maioria das vezes como mão de obra para trabalhos de menor qualificação ou rejeitados pela população europeia, como colheita, construção civil e limpeza – pouco tem aliviado as reações hostis pela sua presença em alguns países. Crescem por toda a Europa o racismo e a xenofobia. Prova disso são os expressivos resultados eleitorais obtidos por partidos favoráveis à contenção da imigração em países como Áustria, Noruega e Bélgica. Muitos imigrantes e suas famílias são perseguidos, ameaçados, hostilizados, agredidos e, em alguns casos, mortos por grupos hostis, os chamados neonazistas. Esses grupos acreditam na superioridade da cultura europeia sobre as demais, principalmente sobre as de países africanos e asiáticos. Também pregam o extermínio de negros, judeus, homossexuais e imigrantes. Os neonazistas estão espalhados por todos os países europeus. A divulgação de suas ideias ocorre pela internet e em encontros realizados para protestar contra políticos e organizações que defendem os imigrantes.

AMPLIANDO HORIZONTES • BAUMAN, Z. Estranhos à nossa porta. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2017. Este livro apresenta uma reflexão sobre atual crise dos refugiados. • CASTLES, S. Entendendo a migração global: uma perspectiva desde a transformação social. REMHU – Revista Interdisciplinar da Mobilidade Humana, Brasília, v. 18, n. 35, p. 11-43, jul./ dez. 2010. Disponível em: <http:// livro.pro/69ob3s>. Acesso em: 14 nov. 2018. O autor acredita que uma teoria geral das migrações é impossível e indesejada. A partir dessa ideia, ele apresenta um artigo sobre as migrações internacionais e as dificuldades em se discutir esse assunto teoricamente.

Manifestação contra imigrantes leva centenas de pessoas às ruas. Dresden, Alemanha, 2018.

Responda às questões em seu caderno.

1. Analise o mapa da página anterior e responda: a) Quais são os principais países de entrada de imigrantes na Europa? Qual deles teve maior número de entradas desde 2015? b) Antes de chegar à Europa, milhares de imigrantes e refugiados precisam realizar a travessia do mar Mediterrâneo. Desde o ano de 2014, mais de 14 mil pessoas morreram nesse percurso. Em sua opinião, como essas mortes estão relacionadas aos muros e às barreiras representados no mapa?

2. O Brasil também tem recebido refugiados de diversos países, como o Haiti, a Síria e a Venezuela, entre outros. Pesquise sobre situações de xenofobia ocorridas em nosso país. Depois, converse com os colegas e o professor, verificando se a xenofobia no Brasil se manifesta de forma semelhante à Europa.

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item a, os alunos deverão indicar Espanha, Malta, Itália, Bulgária, Chipre e Grécia, cujo número de entradas desde 2015 foi superior a um milhão de migrantes e refugiados. No item b, espera-se que os alunos estabeleçam relações entre o fechamento das fronteiras terrestres e o aumento

da busca por rotas alternativas, na maior parte das vezes perigosas, como a travessia do Mediterrâneo. Destacar o crescimento dos discursos e atitudes racistas e xenófobas contra os imigrantes e refugiados na Europa. Comentar também sobre o fortalecimento de partidos po-

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líticos que defendem políticas contrárias à imigração e sua ampla adesão junto a parcelas da população de alguns países como Alemanha, Itália, Áustria e Hungria. A atividade 2 tem por objetivo trazer a questão migratória para a realidade brasileira, já que nosso país vem

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INTEGRANDO COM

ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

HISTÓRIA

Racismo e “superioridade racial”

NÃO ESCREVA NO LIVRO.

Ao analisarmos a história da humanidade, verificamos que a noção de respeito pelas diferenças é relativamente nova. A regra, durante séculos (milênios, talvez), foi o combate aos “diferentes”, com a justificativa de provar a superioridade de determinados grupos. Ao longo dos séculos XVIII e XIX, teorias de alguns cientistas foram usadas para justificar a perseguição, escravidão e até o extermínio dos diferentes. Essa eliminação poderia ser feita pela proibição da união entre casais de “raças” diferentes; controle do nascimento de cidadãos “inferiores” – recorrendo à esterilização involuntária de mulheres –; eliminação dos diferentes por meio do aborto ou até da execução. O cientista inglês Francis Galton (1822-1911) criou o termo eugenia, que consiste em práticas para promover o “melhoramento da raça”. Para ele e seus seguidores, aprimorar uma raça consistia em aproximar seus traços do tipo étnico branco e europeu (ou caucasiano), eliminando aqueles que não se enquadrassem nas características desse grupo. Tais ideias foram disseminadas na Europa e nos Estados Unidos, e se tornaram projeto de governo na Alemanha nazista, resultando no grande genocídio ocorrido contra minorias na Segunda Guerra Mundial, sob o pretexto de preservar o que os nazistas chamavam de “raça ariana”. Perderam a vida milhões de eslavos, judeus, ciganos e membros de outros grupos considerados “subumanos”, como homossexuais, deficientes físicos e opositores do regime nazista, independentemente de seus traços físicos. O genocídio é considerado pela ONU crime máximo no Direito Internacional, cometido por um Estado, com a intenção de exterminar um grupo humano em razão de diferenças étnicas, políticas, sexuais e/ ou religiosas.

Phrenology 1820, obra de Frank Dadd, 1886, cromolitografia. Realização de teste de craniometria em seres humanos, utilizado entre o fim do século XIX e a primeira metade do século XX por cientistas que realizavam pesquisas para encontrar evidências empíricas que comprovassem a superioridade ou inferioridade racial, com o intuito de legitimar a segregação e a discriminação racial.

HERITAGE-IMAGES/TOPFOTO/AGB PHOTO LIBRARY

Esclarecer aos alunos que preconceito, xenofobia e crimes cometidos contra a humanidade durante muito tempo foram embasados por teorias científicas que defendiam a superioridade racial. Enfatizar que essas teorias justificavam os projetos de colonização, a escravidão e o genocídio de grupos étnicos distintos e a dominação dos europeus sobre outros territórios e seus habitantes. Esclarecer que, apesar de a ideia de superioridade racial atualmente ser contestada pela própria comunidade científica e combatida pela ONU na Declaração Universal dos Direitos Humanos, muitos governos e indivíduos continuam agindo de forma discriminatória e xenófoba, acentuando o ódio entre pessoas de grupos étnicos e culturalmente distintos. Para estimular o debate sobre o tema, questionar os alunos sobre a aplicação do artigo 1o da Declaração Universal dos Direitos Humanos na atualidade, solicitando que deem exemplos de atitudes e discursos discriminatórios e racistas. Para embasar a discussão, recomendar a leitura do Texto complementar que discorre sobre as definições de racismo, discriminação e preconceito racial para esclarecer melhor as diferenças entre eles. Os exemplos citados pelos alunos podem ser referentes a situações cotidianas, discursos políticos, atitudes discriminatórias divulgadas pela mídia, entre outros. Moderar o debate pontuando as opiniões divergentes e convergentes sobre o assunto para fazer com que os alunos reflitam sobre a questão de forma respeitosa. Na atividade 1, destacar a relação entre as teorias científicas sobre superioridade racial desenvolvidas nos séculos XVIII e XIX com os crimes cometidos na Segunda Guerra Mundial. Espera-se que os alunos respondam que as ideias de cientistas do século XIX

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baseadas na “superioridade racial”, na eugenia e no “melhoramento racial” foram defendidas como projeto de governo pela Alemanha nazista, que também praticou o genocídio de milhões de pessoas, sob o pretexto de preservar o que os nazistas chamavam de “raça ariana”.

Ressaltar que esse tipo de teoria foi um dos pilares do neocolonialismo, justificando a dominação de territórios da África e da Ásia pelas potências europeias; as políticas oficiais de discriminação racial na África do Sul e nos Estados Unidos durante parte do século XX e o genocídio de

judeus e outras minorias étnicas durante o nazismo. Na atividade 3, os alunos poderão investigar diversos casos ocorridos no mundo, tais como o genocídio dos povos indígenas americanos pelos europeus; a morte de milhões de bengalis por paquistaneses durante a guerra

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TEXTO COMPLEMENTAR Ao fim da Segunda Guerra, para combater o conceito de “raça superior”, a fundação da Organização das Nações Unidas (ONU) teve como marco histórico a proclamação da Declaração Universal dos Direitos Humanos, que trazia em seu Artigo 1o:

É muito comum se estabelecer confusão entre racismo e discriminação ou preconceito racial. O termo racismo geralmente expressa o conjunto de teorias e crenças que estabelecem uma hierarquia entre as raças, entre as etnias, ou ainda uma atitude de hostilidade em relação a determinadas categorias de pessoas. Pode ser classificado como um fenômeno cultural, praticamente inseparável da história humana. A discriminação racial, por seu turno, expressa a quebra do princípio da igualdade, como distinção, exclusão, restrição ou preferências, motivado por raça, cor, sexo, idade, trabalho, credo religioso ou convicções políticas. Já o preconceito racial indica opinião ou sentimento, quer favorável quer desfavorável, concebido sem exame crítico, ou ainda a atitude, sentimento ou parecer insensato, assumido em consequência da generalização apressada de uma experiência pessoal ou imposta pelo meio, conduzindo geralmente à intolerância. Portanto, em regra, o racismo ou o preconceito racial é que levam à discriminação e à intolerância racial [...].

Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. São dotados de razão e consciência, devem agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade. ONU. Declaração Universal dos Direitos Humanos. Disponível em: <www.ohchr.org/EN/UDHR/Documents/UDHR_ Translations/por.pdf>. Acesso em: 7 nov. 2018.

Mesmo com a derrota da Alemanha nazista, as ideias e atitudes relacionadas ao “melhoramento racial” continuaram repercutindo até o fim dos anos 1970 em variados países da Europa, no Japão, na África do Sul e nos Estados Unidos. Muitos genocídios e operações de limpeza étnica ocorreram nas últimas décadas, como na Guerra da Bósnia. Nenhum Estado ou poder central legitimamente constituído pode assumir ou defender posições racistas. Além disso, na maioria dos países, inclusive no Brasil, existem leis específicas relacionadas à discriminação e manifestação de racismo. TOPFOTO/AGB PHOTO LIBRARY

À esquerda, mulheres judias em dormitórios do campo de concentração de Auschwitz-Birkenau, em Auschwitz, Polônia, 1943.

Campos de concentração foram preservados para que as pessoas se lembrem dos horrores cometidos pelos nazistas. Atualmente, parte desses campos estão abertos à visitação turística. Turistas entrando em Auschwitz-Birkenau, em Auschwitz, Polônia, 2018.

BEATA ZAWRZEL/NURPHOTO/AFP

Responda às questões a seguir no caderno.

1. Qual a relação de pesquisas desenvolvidas por alguns cientistas nos séculos XVIII e XIX com as práticas da Alemanha nazista na Segunda Guerra?

2. A Declaração Universal dos Direitos Humanos bastou para eliminar a discriminação e o

ANDREUCCI, R. A. Breves considerações sobre racismo e intolerância racial. A Lei Nº 7.716/89. Revista Persona. Disponível em: <http://www.revistapersona.com.ar/ Persona70/70Andreucci.htm>. Acesso em: 25 set. 2018

preconceito contra determinados grupos? Justifique sua resposta.

3. Em grupo, pesquisem exemplos de Estados que cometeram crimes de genocídio ou que tinham posições racistas, em diferentes épocas e lugares. Procurem saber de que forma essas posições eram colocadas em prática, qual a justificativa de quem as praticava, se houve reações contra o genocídio, se foi julgado etc. 2. Embora tenha sido um importante marco, não foi suficiente, pois, mesmo após a proclamação dessa declaração, a ideia de melhoramento racial e de genocídios continuou a existir, ainda que fosse legalmente proibida e moralmente rechaçada.

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de independência de Bangladesh; o extermínio de armênios pelo governo turco-otomano durante a Primeira Guerra Mundial; o massacre dos tutsis por extremistas hutus em 1994, em Ruanda etc.

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ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

Espaço econômico europeu Observe o mapa.

Europa: atividades econômicas – 2010 cu lo

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OCEANO GLACIAL ÁRTICO rtic

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Agropecuária Cultivo

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Pastagem Helsinque

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Paris

Rotterdã

Berlim Dresden Frankfurt

Bruxelas

Marselha Lisboa

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Barcelona

Indústria Área industrial Recursos energéticos

Varsóvia

Petróleo

Cracóvia Dnepropetrovsk

Genebra Bordeaux Oviedo Bilbao Toulouse

Pesca de alto rendimento

Moscou

Minsk

Hamburgo Londres

OCEANO ATLÂNTICO

Carvão Rostov-on-Don

Budapeste Milão

Área com limitações para uso agrícola

Nizni Novgorod

Glasgow

50

Floresta

Ufa

São Petersburgo Laroslav

ic

Mar Cáspio

Bucareste Mar Negro

Bolonha

Batumi

Tbilisi

Finanças Centro econômico-financeiro importante Turismo Ecológico, litorâneo, serrano, histórico

Roma Nápoles

M a r

M e d i t e r r â n e o

Atenas

0

480

ALLMAPS

Para introduzir o estudo do espaço econômico europeu, analisar com os alunos o mapa Europa: atividades econômicas – 2010. Em um primeiro momento, peça aos alunos que identifiquem as atividades representadas por cores e símbolos. Depois, solicitar que realizem as atividades de 1 a 4. É possível explorar o mapa propondo outras questões relacionadas aos recursos energéticos, à pesca, e aspectos relacionados ao uso do solo. Destacar as principais características da agropecuária na Europa no que diz respeito ao tamanho das propriedades, ao grau de mecanização, à produtividade e à quantidade de empregos gerados. Propor aos alunos que comparem as características dessa atividade nos países europeus e no Brasil, indicando as principais diferenças. Para aprofundar a compreensão sobre os principais aspectos da Política Agrária Comum (PAC), sugerir que os alunos busquem informações no site da União Europeia, indicado na seção Ampliando horizontes. Se julgar interessante, recomendar aos alunos que também pesquisem sobre a aplicação da PAC em diferentes países europeus, verificando impactos positivos e negativos no desenvolvimento agrícola.

Fonte: CALDINI, V., ISOLA, L. Atlas geográfico Saraiva. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2013. p. 113.

Responda às questões no caderno.

1. Em quais países europeus se concentra a maior área industrial da Europa? A maior área industrial envolve territórios da Alemanha, França, Bélgica e Países Baixos.

2. Cite ao menos três centros econômicos e financeiros da Europa.

O aluno pode citar Paris, Bruxelas, Frankfurt, Rotterdã, Londres, Dublin, Milão, Moscou e São Petersburgo.

3. As maiores áreas de pastagem concentram-se nos países da Europa Ocidental ou Oriental? Concentram-se nos países da Europa Ocidental.

4. Qual é o país da Europa que possui mais áreas de relevância turística?

É a Itália, com áreas de interesse turístico no norte, centro e sul do país. Densamente ocupado, o território europeu é um dos mais produtivos. Agricultura diversificada, intensa atividade pesqueira e indústrias de alta tecnologia movem a economia do continente. A Europa possui também inúmeros centros financeiros mundialmente importantes, principalmente nas capitais dos países mais ricos da Europa Ocidental. Destacam-se também a atividade comercial e o setor de serviços altamente diversificados e especializados, que possuem grande peso na economia. No setor de serviços, o turismo é uma atividade de grande relevância para a economia europeia, desenvolvido nas áreas urbanas, rurais e de preservação ambiental.

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TEXTO COMPLEMENTAR

Espaço agrário

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No geral, o espaço agrário europeu caracteriza-se pela presença de pequenas e médias propriedades rurais, muitas das quais utilizam máquinas, como tratores, semeadeiras, colheitadeiras, entre outras. Há ainda o uso de técnicas que envolvem seleção de sementes, sistemas de irrigação, inseminação artificial e manipulação genética de espécies animais e vegetais. A elevada mecanização e o uso de alta tecnologia no campo significaram aumento da produtividade e redução do número de trabalhadores.

Campos de cultivo mecanizados em área rural da Alemanha, 2017.

Em vários países europeus, a população economicamente ativa (PEA) empregada nas atividades primárias – agricultura, pecuária, extrativismo etc. – é pequena se comparada aos demais setores da economia. Entretanto, na Europa Oriental, a agropecuária ainda emprega muita mão de obra e tem importante participação na composição do PIB. Nos países da Europa Ocidental, foi instituída, em 1962, a Política Agrária Comum (PAC), com o objetivo de proteger os agricultores da concorrência externa, manter a renda e o emprego, o abastecimento e a estabilidade dos preços. Com essa política surgiram medidas protecionistas e subsídios agrícolas, como: fixação de cotas de produção para evitar excesso de oferta e queda nos preços; empréstimos a juros baixos; tarifação elevada sobre os produtos importados para evitar a concorrência; incentivos fiscais para a exportação; e compra pelos governos dos excedentes agrícolas. Atualmente a PAC vem adotando novas medidas para acompanhar a tendência do mercado de alimentos. O incentivo a práticas agrícolas mais ecológicas e à inovação, visando conciliar o aumento da produtividade e a redução dos impactos ambientais, é um dos exemplos. Dentre as medidas estão também a adoção do regime de rotulagem dos alimentos, indicando a sua procedência geográfica e os métodos de produção utilizados, e a facilitação da exportação de alimentos dos países em desenvolvimento para a União Europeia.

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AMPLIANDO HORIZONTES • UNIÃO EUROPEIA. Agricultura. Disponível em: <http:// livro.pro/zh67m8>. Acesso em: 14 nov. 2018. Página da União Europeia dedicada à Política Agrária Comum (PAC), com tópicos resumidos, links para outras

agências relacionadas à agricultura, documentos e publicações. Ao acessar o site, escolher a opção “português” para o idioma.

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Agricultura europeia: como produzir alimentos saudáveis, ecológicos e a preços acessíveis A urbanização e as mudanças de estilo de vida a ela associadas mostram que a agricultura se está a tornar uma atividade económica menos atrativa. O número de agricultores europeus tem vindo a diminuir e a sua média de idades a aumentar. A manutenção das atividades agrícolas, principalmente nas zonas menos produtivas, torna-se difícil. Algumas terras agrícolas estão a ser abandonadas e esse abandono poderá ter consequências que ultrapassam a economia local no caso das zonas em que as atividades agrícolas contribuem efetivamente para preservar a natureza. O segundo é a intensificação. Referimo-nos ao aumento da produção por hectare através da ampliação das explorações, da mecanização das atividades, da drenagem de terrenos, da irrigação e da aplicação de adubos e pesticidas. Estas práticas aumentam a rentabilidade e diminuem a quantidade de terras necessárias para a agricultura. Em contrapartida, reduzem a biodiversidade das terras agrícolas e agravam a poluição dos solos, dos rios e dos lagos. [...] A agricultura biológica (sem pesticidas nem adubos) também pode ser praticada intensivamente, mas estima-se que produza cerca de 20% menos do que a agricultura intensiva.[...] A mudança para uma alimentação com menos carne e mais legumes aliviaria certamente a pressão sobre o uso do solo a nível mundial. [...] HOGEVEEN, Y. Agricultura europeia: como produzir alimentos saudáveis, ecológicos e a preços acessíveis. Agência Europeia do Ambiente. Disponível em: <https://www.eea. europa.eu/pt/articles/agriculturaeuropeia-como-produzir-alimentos>. Acesso em: 26 set. 2018.

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ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

Agricultura e pecuária A predominância de invernos rigorosos na maior parte do continente europeu é um dos fatores que dificultam a formação de pastagens, por isso a criação de gado ocorre, geralmente, em currais. Em geral, equipamentos e técnicas modernas são utilizados, e os animais recebem acompanhamento veterinário, administração de vacinas e medicamentos, destinando-se ao fornecimento de leite e carne. A pecuária europeia dedica-se principalmente à criação de bovinos, suínos, ovinos e aves, atividades desenvolvidas em especial nos países do Leste Europeu, na Rússia, no Reino Unido, na França, na Espanha e na Alemanha. Como a produção de carne bovina não é suficiente para atender o mercado interno, muitos países europeus importam esse produto, sobretudo do Brasil e da Argentina.

BSIP/UIG/GETTY IMAGES

Introduzir o tema demonstrando a relação entre o desenvolvimento das atividades agrícolas e pecuárias e as características do clima europeu. Explicar que o inverno rigoroso no Hemisfério Norte limita a variedade de produtos agrícolas que podem ser cultivados, principalmente nas áreas de clima frio e polar. Já nos países de clima temperado e mediterrâneo desenvolvem-se produtos agrícolas adaptados às condições de temperatura e umidade. Nos países banhados pelo Mediterrâneo, costuma ocorrer uma produção agrícola mais diversificada que abastece o mercado europeu. Solicitar que os alunos observem novamente o mapa da página 126, verificando essa organização do espaço agrário e das áreas destinadas ao extrativismo. Pesquisar e projetar para os alunos imagens que ilustrem os tipos de cultivo e o modo de produção agrícola e de criação de animais utilizados nos países europeus, destacando a tecnologia e a mecanização como elementos diferenciais que aumentam a produtividade, mesmo diante do clima desfavorável em certas regiões. Essa atividade pode ser solicitada aos alunos como proposta de pesquisa. Destacar o grande aproveitamento dos terrenos para a produção agropecuária em pequenas propriedades rurais, dotadas de alta produtividade. Esclarecer que em alguns países até as áreas urbanas – terrenos comunitários, áreas próximas às vias férreas e estradas – são ocupadas por hortas e pequenas plantações que abastecem o mercado urbano da região. Reforçar que a produção agrícola europeia não é suficiente para abastecer a demanda do mercado interno, por isso os países do continente recorrem à importação de alimentos (frutas, legumes

Criação de gado bovino em confinamento em Ham, França, 2017.

Com relação à agricultura, as condições climáticas e de solos limitam a produtividade em algumas regiões, como a polar, e favorece a especialização da produção em outras. Nas áreas de Clima Frio, a silvicultura – plantio de árvores para utilização da madeira na produção de papel, móveis, lenha, carvão e na construção civil – destaca-se. Noruega, Suécia, Finlândia e Rússia são os países que mais se dedicam a essa atividade. Nos países onde predomina o Clima Temperado, como França, Alemanha, Bélgica e Áustria, se destaca o cultivo de batata, beterraba e cereais. Na região do Mediterrâneo, é importante o cultivo de frutas (especialmente uva, limão, cidra, tangerina e laranja), tomates e azeitonas. Os países produtores desses gêneros agrícolas são Itália, Espanha, Portugal e Grécia, que possuem grande tradição na produção de vinho e azeite.

128 e carnes), principalmente dos países subdesenvolvidos e emergentes. Em relação à produção extrativa animal, destacar a importância da pesca nos países nórdicos e ibéricos. Comentar que nos países em que a atividade pesqueira é bastante desenvolvida, há muitos praD2_GEO_F2_2054_V9_U04_G20.indd 128

tos típicos feitos à base de pescados. No caso do extrativismo mineral, solicitar que os alunos observem o mapa da página 126 e verifiquem a relação entre as áreas de extração de petróleo e carvão e as áreas industriais. Se necessário, ajudar os alunos a iden-

tificar as principais jazidas de carvão situadas no norte da França, Alemanha, Polônia, Inglaterra e Rússia, e de petróleo no Mar do Norte, Rússia e Azerbaijão.

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quinas pesadas sobre ele. Nesse caso, a terra endurece, dificultando o desenvolvimento das raízes, o que prejudica a prática agrícola. Também ocorre perda de matéria orgânica do solo; • geração de resíduos principalmente devido ao acúmulo das fezes de animais criados em confinamento; • contaminação dos solos, das águas subterrâneas e dos rios pelo uso de fertilizantes e agrotóxicos. A atividade extrativista, por sua vez, pode destruir a vegetação, alterar o relevo e o curso dos rios, contaminar os solos e a água e promover a destruição de ecossistemas. A queima de combustíveis fósseis na geração e no consumo de energia, tanto na Europa como em outras partes do mundo, tem sido apontada como uma das principais responsáveis pelas grandes quantidades de gases do efeito estufa (GEEs), como o dióxido de carbono, que são lançados na atmosfera terrestre e que, de acordo com vários cientistas, contribuem para o aquecimento global. Rússia, Alemanha, Reino Unido, Itália e França estão entre os vinte maiores emissores de dióxido de carbono do mundo.

Atividades extrativistas Extrativismo vegetal Desde a segunda metade do século XVIII, quando os países europeus iniciaram o processo de industrialização, a exploração dos recursos naturais foi intensa, levando praticamente ao esgotamento de alguns deles. As principais áreas de extrativismo vegetal, sobretudo de madeira, estão nos países nórdicos, com destaque para a Finlândia. Nesses países, parte das florestas boreais são preservadas e há um uso racional dos recursos naturais, com a prática do reflorestamento. Extrativismo animal

MARTIN ZWICK/REDA&CO/UIG/GETTY IMAGES

A atividade pesqueira é muito desenvolvida, sobretudo na Rússia, Noruega, Dinamarca, Islândia, Espanha e Portugal. São pescados principalmente bacalhau, arenque e salmão, em geral com utilização de equipamentos modernos e rigoroso controle das autoridades para evitar a degradação de mares e oceanos e a extinção de espécies.

Bacalhau pescado em Sund, Noruega, destinado a abastecer o mercado externo, fotografia de 2017.

Extrativismo mineral Os principais recursos naturais extraídos na Europa são o minério de ferro, o petróleo e o carvão mineral. O minério de ferro é extraído principalmente nas regiões da Lapônia (Suécia), da Alsácia (França) e dos Montes Urais (Rússia). A maior produção de carvão mineral ocorre na Alemanha, Polônia, Ucrânia, Rússia e no Reino Unido. A exploração do petróleo ocorre principalmente na Rússia e no Mar do Norte, sendo controlada pelo Reino Unido, Noruega, Dinamarca e Países Baixos. A maior parte dos países europeus importa recursos minerais e energéticos, sobretudo ferro, petróleo, gás natural, chumbo, cobre, estanho e bauxita (alumínio). Geralmente, esses recursos são extraídos da América Latina, África e Ásia por empresas mineradoras multinacionais europeias, estadunidenses, japonesas e chinesas, que dominam a exploração dos recursos minerais nos países fornecedores.

Elaborado pelos autores.

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TEXTO COMPLEMENTAR Impactos ambientais Na Europa há rigorosas leis de proteção ao meio ambiente, adotadas principalmente a partir da década de 1990. Antes disso, a agropecuária foi uma das principais responsáveis pelos grandes impactos am-

bientais ocorridos no continente. Entre esses impactos destacam-se: • o desmatamento de grandes áreas para introdução de cultivos ou áreas de pastagem, com destruição das formações vegetais naturais e da biodiversidade;

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• poluição do ar provocada pela queima de diesel dos tratores, além da decomposição de restos de cultura; • desvio de águas para irrigação, diminuindo a vazão dos rios; • compactação do solo devido ao tráfego de má-

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ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

PENSAR E AGIR

NÃO ESCREVA NO LIVRO.

Energia nuclear na Europa Europa: centrais nucleares – 2017 cul oP ola r

Gre enw ich

Cír

Árti co

dian

o de

Atualmente, diversos países europeus têm a energia nuclear como uma das principais fontes energéticas. Observe o mapa.

Meri

FINLÂNDIA

55

ºN SUÉCIA

Mar do Norte REINO UNIDO

OCEANO ATLÂNTICO

l Bá ar LITUÂNIA M

PAÍSES BAIXOS

BÉLGICA

RÚSSIA

tic o

ALEMANHA

LUXEMBURGO

REP. TCHECA ESLOVÁQUIA FRANÇA

SUIÇA

UCRÂNIA

HUNGRIA

ESLOVÊNIA

ROMÊNIA

Mar Negro

ESPANHA

Fonte: NUCLEAR TRANSPARENCY WATCH. Disponível em: <www. nuclear-transparency-watch.eu/ wp-content/uploads/2014/01/ Carte-des-r%C3%A9acteurselectronucleaires-en-europe1. png>. Acesso em: 7 nov. 2018.

ITÁLIA

BULGÁRIA

ÁSIA

M a r 0

410

M e d i t e r r â n ÁFRICA e o

Central nuclear

Chipre

ALLMAPS

Nesta seção, estão contempladas as seguintes competências da BNCC: • Gerais: 1, 2 e 7. • Área: 2, 3 e 6. • Específicas: 1, 2, 5 e 6. Para introduzir a discussão sobre energia nuclear e as manifestações da sociedade civil contrárias a esse tipo de matriz energética, apresentar aos alunos a distribuição geográfica das centrais nucleares na Europa, com destaque para os países que mais concentram essas instalações. Na atividade 1, espera-se que os alunos indiquem os países com maior número de centrais nucleares na ordem decrescente: Alemanha (23), França (22), Reino Unido (17) e Espanha (10). Estimular o debate sobre o crescimento da demanda por energia elétrica no mundo decorrente dos avanços tecnológicos ao desenvolvimento de diversas fontes de produção desse tipo de energia, sendo a produção em usinas nucleares apenas uma das possibilidades empregadas hoje. Anotar um quadro síntese na lousa para sistematizar as informações solicitadas nas atividades 2 e 3. Organizá-lo listando vantagens e desvantagens do uso da energia nuclear Na atividade 2, espera-se que os alunos discutam o tema e, com base no que foi exposto na seção, considerem muito provável a diminuição dos investimentos, tendo em vista a força de manifestações populares e grupos ecológicos. Na atividade 3, é esperado que citem os riscos decorrentes de acidentes nucleares e do vazamento de material radioativo. Eles podem contaminar o ar, o solo e a água, resultando em sérios impactos ambientais e graves riscos à saúde da população. A partir dessa discussão, solicitar aos alunos que elaborem hipóteses sobre os motivos que levam a população a

O Livro Verde da União Europeia A produção de energia em usinas nucleares gera opiniões bastante opostas. Há aqueles que a defendem e outros que a rejeitam. Em 2006, a União Europeia divulgou o Livro Verde, no qual indica alguns parâmetros para a produção energética nos países-membros: sustentabilidade, competitividade e segurança. Com base nesses parâmetros, pode-se argumentar contra ou a favor da energia nuclear. • Sustentabilidade: comparada com a queima de combustíveis fósseis, a opção nuclear provoca menos emissões de gases do efeito estufa; no entanto, considerando os aspectos relacionados ao despejo de resíduos radioativos, seria difícil defender a fonte nuclear como uma “energia limpa”. • Custo: a energia nuclear tem um custo relativamente competitivo quando comparada com fontes termoelétricas (gás/carvão/biocombustível). Na atualidade, a energia atômica revela-se mais barata que a energia solar e a geração eólica. • Segurança: este é o ponto mais fraco da opção nuclear. Além do risco de acidentes, outro problema difícil de ser resolvido é o descarte de resíduos que conservam uma carga perigosa de radiação e necessitam de locais especiais para armazenamento.

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contestar e questionar o uso da energia nuclear na produção energética do continente. Aproveitar a atividade para exibir um curto vídeo sobre a produção de energia nuclear indicado em Ampliando horizontes. Solicitar aos alunos que pesquisem em outras fontes bibliográficas os benefícios

e riscos de utilização dessa fonte de energia no mundo, promovendo uma comparação entre Brasil e Europa, conforme solicitado na atividade 4. Para a pesquisa de dados os alunos poderão acessar artigos veiculados na imprensa e o site Eletronuclear, da Eletrobrás. Disponível em: <http://

livro.pro/y2wcyv>. Acesso em: 19 nov. 2018. Propor aos alunos que apresentem oralmente os resultados da pesquisa para estimular a discussão sobre o assunto.

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TEXTO COMPLEMENTAR Atualmente, a utilização do carvão mineral, do petróleo e do gás natural não é suficiente para suprir a crescente demanda por energia na Europa, principalmente em razão da expansão da atividade industrial e do crescimento das cidades. Assim, vários países passaram a diversificar as fontes de energia, investindo em outras formas de geração, como usinas nucleares – opção que gera resistência por parte da população europeia. Manifestações pacifistas e ecológicas na Europa buscam modificar políticas públicas e, no mínimo, desencorajar a produção de energia nuclear em países que não dispõem de usinas atômicas ou que planejam construir. Na Alemanha, em razão da pressão popular, o governo anunciou o fechamento das usinas até o ano de 2022. A rejeição à energia nuclear aumentou após o acidente em Fukushima I, no Japão, em março de 2011.

JORGE GONZALEZ/PACIFIC PRESS/LIGHTROCKET/GETTY IMAGES

A França poderá desligar até 17 de suas 58 usinas nucleares como parte de um novo plano de transição energética no país, disse o ministro francês da Ecologia, Nicolas Hulot. O objetivo do governo é reduzir a dependência da energia nuclear dos atuais três quartos para apenas a metade até 2025. [...] Hulot reiterou que, para se conseguir atingir a meta estabelecida pela lei de transição energética, é preciso baixar o consumo e diversificar a produção de energia, o que, por fim, vai possibilitar o encerramento de alguns reatores. Segundo a Sociedade Francesa de Energia Nuclear, a França gera atualmente cerca de 77% de sua eletricidade a partir de energia atômica – de longe a maior proporção na União Europeia. A vasta rede nuclear chegou a ser motivo de orgulho, mas perdeu apoio após o desastre provocado em 2011 pela usina de Fukushima, no Japão. [...]

Manifestação em Madri, Espanha, contra a instalação de novas centrais nucleares na Península Ibérica. Fotografia de 2017.

DEUTSCHE WELLE. França planeja desligar um terço dos reatores nucleares. Disponível em: <https:// www.dw.com/pt-br/fran%C3% A7a-planeja-desligar-umter%C3%A7o-dos-reatoresnucleares/a-39641842>. Acesso em: 19 nov. 2018.

Converse com os colegas e o professor sobre as seguintes questões. Depois, anote suas conclusões no caderno.

1. Cite os quatro países europeus com maior número de centrais nucleares, em ordem decrescente.

2. Em grupo, discutam os prós e os contras da energia nuclear. Na opinião de vocês, os países europeus continuarão investindo na energia nuclear? Por quê?

3. Quais são os possíveis riscos decorrentes da geração de energia nuclear? 4. Faça uma pesquisa sobre a política energética no Brasil quanto à produção de energia nuclear. Busque informações sobre as atuais usinas e sobre a construção de outras. Procure contrapor os argumentos contra e a favor da expansão da produção de energia nuclear.

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AMPLIANDO HORIZONTES • GOLDEMBERG, J. O que é energia nuclear? São Paulo, Brasiliense, 1995. Esse livro explica o que é energia nuclear, uma das fontes de energia alternativa que mais causa preocupação nas pessoas. O livro ainda fala

sobre acidentes nucleares, o programa de energia nuclear brasileiro e o debate e as polêmicas envolvendo essa matriz energética. • ELETRONUCLEAR TV. Energia Nuclear em 2 minutos. Disponível em: <http://livro. pro/6p798h>. Acesso em: 14 nov. 2018.

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Vídeo curto e explicativo sobre como a energia nuclear é gerada.

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ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS Introduzir o estudo do espaço industrial europeu retomando aspectos do desenvolvimento da atividade industrial na Europa desde o século XVIII, com o advento da Revolução Industrial, o pioneirismo da Inglaterra e a ampliação dessa atividade econômica até meados do século XX. Ressaltar que a industrialização está diretamente relacionada aos altos índices de urbanização no continente. Enfatizar que, após a Segunda Guerra Mundial, muitas indústrias europeias, mais especificamente as da Europa Ocidental, passaram a se dedicar à fabricação de produtos de alta tecnologia vendidos em todo o mundo. A busca pela conquista do mercado externo fez com que muitas indústrias europeias abrissem unidades produtivas no mundo todo, fortalecendo ainda mais sua relevância mundial. Reforçar a ideia de que a possibilidade de baixar os custos da produção em países onde a mão de obra é barata fez que muitas indústrias europeias concentrassem sua produção em países pobres ou emergentes, como a China. Esclarecer que, mesmo com essa descentralização de parte da produção, a atividade industrial ainda é muito expressiva em diversos países europeus, como mostrado no quadro da página 132. Orientar os alunos a analisar os dados sobre o número de empresas e a quantidade de empregos gerados na atividade industrial por país. Aproveitar a atividade 1 para destacar a posição da Alemanha como país que mais gera empregos no setor. Solicitar aos alunos que pesquisem na internet sobre as principais indústrias da Alemanha, quais delas são conhecidas pelos alunos, quais possuem filiais no Brasil e que tipo de mercadorias produzem. Destacar as principais características da atividade industrial na Europa Ocidental

Espaço industrial A Europa foi o berço da Revolução Industrial. O processo foi iniciado no Reino Unido e na França, seguidos por Itália, Alemanha, Bélgica, Países Baixos, Noruega, Suécia, Finlândia, Polônia e Rússia. Após a Segunda Guerra Mundial, a industrialização estendeu-se para Portugal, Espanha, Grécia e países do Leste Europeu. A atividade industrial corresponde a cerca de 30% do PIB na Europa, apesar das crises econômicas. Itália, Alemanha, França e Polônia empregam a maior quantidade de pessoas no setor. Em relação ao comércio mundial de produtos industrializados, a participação europeia é a maior entre os continentes, representando cerca de 45% das exportações mundiais. Veja o quadro. União Europeia: países com maior atividade industrial – 2015 Número de empresas (em milhares)

Número de pessoas empregadas (em milhares)

República Tcheca

172,1

1 265,3

Alemanha

205

7 273

Espanha

166,9

1 768,9

França

213,3

2 903

Itália

389,3

3 619,2

Polônia

187,4

2 493,3

Reino Unido

131,1

2 498,4

Fonte: EUROSTAT. Key Indicatos, Manufacturing, 2015. Disponível em: <https://ec.europa.eu/eurostat/statisticsexplained/index.php/Manufacturing_statistics_-_NACE_Rev._2#Country_analysis>. Acesso em: 7 nov. 2018.

Indústrias na Europa Ocidental A atividade industrial europeia está concentrada na Europa Ocidental, com destaque para Reino Unido, Alemanha, Bélgica, Países Baixos, França e Itália. Nesses países estão os principais centros e áreas industriais do continente, formando um espaço dinâmico e diversificado, que se caracteriza pela presença de indústrias de base (siderúrgicas, petroquímicas e metalúrgicas), indústrias de bens de consumo (automobilísticas, farmacêuticas, têxteis, alimentícias etc.) e indústrias de alta tecnologia (informática, biotecnologia, eletrônica, robótica, telecomunicações, química, aeroespacial etc.). No geral, as indústrias localizadas na Europa Ocidental são caracterizadas pelo emprego de tecnologia avançada no processo produtivo e pelas grandes somas de capital investidas em pesquisa, desenvolvimento de projetos, qualificação e treinamento de mão de obra. Muitas dessas empresas são multinacionais que atuam em diversas regiões do mundo.

132 e no Leste Europeu. Ressaltar que o processo de automação da atividade industrial aumentou o problema do desemprego, resultando na absorção de parte dessa mão de obra na atividade comercial e no setor de serviços, que ocupam uma posição de maior destaque nas metrópoles europeias. D2_GEO_F2_2054_V9_U04_G20.indd 132

Na atividade 2, espera-se que os alunos indiquem que a indústria na Europa Ocidental é caracterizada pelo emprego de tecnologia avançada no processo produtivo, com a realização de grandes somas de capital em pesquisa, desenvolvimento de projetos, qualificação e treinamento de

mão de obra. Muitas dessas empresas são multinacionais que atuam em diversas regiões do mundo.

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TEXTO COMPLEMENTAR

Indústria no Leste Europeu

Chuva ácida na Europa A intensa atividade industrial e queima de combustíveis fósseis ocorrem na Europa desde a Revolução Industrial, ou seja, há mais de um século. No entanto, a preocupação de governos e da sociedade em geral com os impactos ambientais é muito recente. Assim, ao longo do tempo, sem medidas para amenizar esses impactos, graves problemas ocorreram no continente, como a chuva ácida. A acidez elevada das águas de chuvas, geada, neve e neblina se dá com a forte presença de ácido sulfúrico ou ácido nítrico, que resultam da combinação do vapor de água da atmosfera com gases liberados pela queima de combustíveis fósseis, como o dióxido de enxofre e o óxido de nitrogênio. A chuva ácida pode ocorrer em lugares que não concentram as fontes poluidoras, como as indústrias, pois a circulação atmosférica faz as massas de ar percorrerem longas distâncias. Esse problema ambiental não é específico da Europa, mas foi nesse continente que se observaram suas primeiras e graves consequências, como a destruição de florestas, mortandade de peixes, corrosão de monumentos históricos e outras construções. Com a preocupação ambiental da sociedade civil e governos, medidas conjuntas para reduzir as emissões de poluentes foram tomadas, o que tem surtido efeitos positivos nos países afetados.

Parque industrial em Moscou, Rússia, 2017.

SERGEI BOBYLEV/TASS/GETTY IMAGES

Como vimos, os países do Leste Europeu adotaram o socialismo por várias décadas. Durante a vigência desse sistema, as indústrias de base receberam maiores investimentos em detrimento dos setores de bens de consumo e de tecnologia de ponta, provocando atraso tecnológico em relação ao restante da Europa. Com a transição para o capitalismo, a indústria da região enfrentou um longo período de crise, e o abismo tecnológico aumentou em relação à Europa Ocidental. Na década de 2000, com ajuda da União Europeia, que visava diminuir as disparidades econômicas no continente, os países do Leste Europeu passaram por um processo de reestruturação do parque industrial. Hoje, embora as disparidades ainda existam, estão menos acentuadas. Os países do Leste Europeu que apresentam importantes centros e regiões industriais são Rússia (um dos países mais industrializados do mundo), Polônia, Hungria, República Tcheca e Eslováquia.

Indústria e ambiente A legislação ambiental da UE defende que a modernização da indústria deve ser acompanhada pelo controle das emissões de poluentes e pela introdução de tecnologias para uma produção mais limpa – que cause menos impactos ambientais. As leis ambientais, somadas à necessidade de matéria-prima, fontes de energia e mão de obra barata, têm contribuído para a transferência de fábricas europeias mais poluidoras para países menos industrializados e com leis e fiscalização menos rígidas. Permanecem nos países europeus apenas as indústrias que causam menores impactos ambientais, como as de informática, eletrônica, robótica e telecomunicações. Responda às questões no caderno.

1. De acordo com o quadro da página anterior, qual é o país que mais emprega pessoas na atividade industrial? E o que menos emprega? O que mais emprega pessoas na atividade industrial é a Alemanha e o que menos emprega é a República Tcheca. 2. Quais são as principais características da atividade industrial na Europa Ocidental?

3. Quais são os ramos de atividade das indústrias concentradas na Europa que causam menos impactos ambientais? As indústrias menos poluidoras são as de informática, eletrônica, robótica, telecomunicações etc.

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Elaborado pelos autores.

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INTERAGIR COM MAPAS

ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

Organização do espaço europeu Como você estudou nessa Unidade, no continente europeu há países e regiões que possuem uma economia mais dinâmica, concentrando atividades industriais, serviços e modernas atividades agrárias, além de importantes cidades com influência global. Ao analisar o continente europeu de acordo com tais aspectos, é possível cartografar a organização espacial produzindo um mapa síntese. No mapa síntese são identificados e delimitados territórios com características e dinâmicas comuns que os distinguem dos demais. No caso dos mapas dessa seção, podemos notar a importância das redes de circulação na organização do espaço e na integração dos eixos econômicos. Observe os mapas e faça as atividades no caderno.

Europa: organização do espaço – 2013 Cír cul o

Centro: espaço de economia dinâmica

Árti co

Periferia muito integrada ao centro Periferia dinamizada por deslocalizações e investimentos Periferia de dinamismo localizado Helsinque Estocolmo

Oslo

Dublin

ºN

o

lti c Copenhague

Amsterdã Londres

Lyon Toulouse

Lisboa

Zurique Turim Milão

Marselha

Madri

ar

Metrópole europeia

Hamburgo

Munique

Paris

Porto

M

Metrópole nacional

Varsóvia

Rotterdã Berlim Antuérpia Düsseldorf Bruxelas Colônia Frankfurt

OCEANO ATLÂNTICO

Metrópole mundial

50

Periferia em vias de integração Periferia aguardando integração

Mar do Norte

MARTINELLI, M. Mapas da Geografia e cartografia temática. São Paulo: Contexto, 2011. p. 114-115.

Outras cidades Principal eixo de circulação e trocas

Praga

Portos movimentados Viena Budapeste

Mar Negro

Florença Roma

Barcelona Istambul

Nápoles

Sevilha

ÁSIA

Mar Mediterrâneo Atenas 310

0

ÁFRICA

ALLMAPS

Antes de iniciar o trabalho com os mapas apresentados na seção, explicar quais são as características dos mapas-síntese, destacando a questão da delimitação de conjuntos espaciais com características comuns. Depois, sugerimos que os alunos trabalhem em pequenos grupos, fazendo uma leitura inicial das principais informações contidas em cada um dos mapas. É possível elaborar um conjunto de questões para nortear essa análise: • No mapa 1, é possível questionar os alunos: qual o significado das cores utilizadas? E dos símbolos, linhas e áreas destacadas? Os círculos proporcionais representam que tipo de informação? Essa leitura permitirá aos alunos associar a organização do espaço europeu aos aspectos econômicos que estruturam a hierarquia urbana por meio da definição de uma região caracterizada

Po l ar

de G reen wich

1

dian o

Na síntese, não se pode mais ter os elementos em superposição ou em justaposição, mas, sim, a fusão deles em tipos. Isso significa que, no caso dos mapas, deve-se identificar e delimitar agrupamentos de lugares, caminhos ou áreas, tidos como unidades elementares de análise, caracterizados por agrupamentos de tributos ou variáveis [...]. O mapa resultante deve evidenciar conjuntos espaciais de síntese, os quais têm de ser internamente homogêneos e bem distintos uns dos outros.

NÃO ESCREVA NO LIVRO.

Meri

Nesta seção, é trabalhada a análise de dois mapas-síntese, que têm por objetivo ajudar os alunos a compreender a espacialização das diversas informações tratadas na Unidade. Sobre esse tipo de mapa, Martinelli afirma:

Fonte: FERREIRA, G. M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. São Paulo: Moderna, 2013. p. 90.

Neste mapa, a região de economia mais dinâmica foi delimitada por uma linha vermelha. Os demais conjuntos espaciais foram indicados por cor.

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por maior dinamismo econômico, com a presença de metrópoles mundiais, europeias e nacionais, interligadas aos espaços periféricos por importantes vias por onde circulam mercadorias, capital, pessoas, ideias e serviços. • No mapa 2, é possível estimular a reflexão dos alunos

com as seguintes questões: como estão representados os principais eixos econômicos? E a megalópole europeia? Que símbolos são utilizados para representar as cidades e a partir de que critérios elas foram classificadas? Uma vez que os alunos tiverem analisado os mapas sepa-

radamente, propor que façam algumas comparações entre os dois. Eles poderão observar, por exemplo, que o centro do mapa 1 corresponde à megalópole europeia. Poderão notar que os principais eixos econômicos se situam nesse centro e na periferia muito integrada a esse centro.

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ma: Frankfurt, Milão, entre outras. Hamburgo-Zagreb: Hamburgo e Viena. Le Havre-Marselha: Paris. Na atividade 4, os alunos devem apontar: Reino Unido, Bélgica, Países Baixos, França, Suíça, Áustria, Alemanha, Itália, Luxemburgo e Liechtenstein. Na atividade 5, os alunos devem explicar que no corredor marítimo representado há intenso fluxo de embarcações que utilizam os portos mais movimentados da Europa: Roterdã (Países Baixos), Antuérpia (Bélgica) e Hamburgo (Alemanha).

Europa: eixos econômicos – 2013 Cír cul

2

oP

Eixos Glasgow-Roma

ola r Ár tico

Hamburgo-Zagreb Le Havre-Marselha Corredor comercial marítimo Megalópole europeia 0º

Cidades Função internacional muito importante Função internacional importante Outras cidades importantes

ti c

o

Mar do Norte

Copenhague

Manchester

ál

Glasgow

Ma

rB

Hamburgo Londres

OCEANO ATLÂNTICO

Berlim

Rotterdã Bruxelas

Le Havre Paris

Praga

AMPLIANDO HORIZONTES • SALLA, F. Mapa de síntese: resumo contado em imagens e símbolos. Nova Escola. Disponível em: <http://livro.pro/ tw3vbo>. Acesso em: 14 nov. 2018. Artigo que mostra como ensinar os alunos a ler, interpretar e analisar mapas de síntese.

Frankfurt Viena

Zurique Lyon

Zagreb

Milão

Porto

40º

N

Marselha Madri

Gênova

Barcelona

Mar Negro

Roma

ÁSIA

enwic

h

Lisboa

Florença

ÁFRICA

ALLMAPS

280

Merid

0

iano d

e Gre

Mar Mediterrâneo

Fonte: CALDINI, V.; ÍSOLA, L. Atlas geográfico Saraiva. São Paulo: Saraiva, 2013. p. 125.

Neste mapa, foram delimitados e identificados os principais eixos econômicos e a megalópole europeia. Entende-se por megalópole a extensa região urbanizada caracterizada pela fusão territorial de duas ou mais cidades de grandes dimensões (metrópoles).

1. Como foi denominada a região de economia mais dinâmica no mapa 1? Quais são as metrópoles mundiais localizadas nessa região?

2. Que elementos concentrados no espaço definem o “centro”? Observe os dois mapas para responder.

3. Que eixos econômicos foram delimitados no mapa 2? Cite uma cidade, representada no mapa, com função internacional muito importante e que faça parte de cada um desses eixos.

4. A megalópole europeia compreende territórios de que países? 5. Observe o corredor marítimo representado no mapa 2 e explique a importância dele.

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A atividade 1 permite que os alunos identifiquem o “centro” da Europa e os elementos que o caracterizam. Relembrar a importância econômica de Londres e Paris, destacando os motivos que as tornam cidades globais, conforme já estudado. Retomar o conceito de megalópole e destacar que, ape-

sar da descontinuidade territorial representada pelo Canal da Mancha, Londres é considerada parte da megalópole, pois uma rede de transportes densa faz a ligação entre a Inglaterra e o restante da Europa. Em apenas 50 minutos é possível ir de Calais (França) até Londres usando o trem Eurostar.

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Na atividade 2, os alunos devem apontar o principal eixo de circulação e trocas, metrópoles mundiais e nacionais, concentração de portos movimentados, megalópole europeia e corredor comercial marítimo. Na atividade 3, os alunos podem indicar Glasgow-Ro-

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ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS A seção Interação resgata e possibilita a aplicação de conteúdos conceituais e procedimentais trabalhados na Unidade 4. Na atividade 1, item a, os alunos devem indicar que o continente que apresenta maior número médio de filhos por mulher é a África, e o com menor número é a Europa. No item b, espera-se que indiquem a crescente participação da mulher no mercado de trabalho, com maior possibilidade de ascensão social e profissional; custo de vida alto nos países europeus; maior acesso a informações, métodos anticoncepcionais e planejamento familiar, especialmente a partir da segunda metade do século XX. Na atividade 2, item a, o envelhecimento da população europeia é resultado da diminuição da mortalidade e do aumento da expectativa de vida em consequência das melhorias no atendimento médico e hospitalar, maior oferta de alimentos, ampliação do acesso aos serviços de saneamento básico, à educação e melhor distribuição da renda. No item b, devem indicar que o envelhecimento da população implica cuidados com a política social, maiores gastos em aposentadorias, investimentos na área de saúde e desenvolvimento de projetos sociais e culturais que visem à valorização dos idosos. Na atividade 3, item a, os principais grupos são: latinos, eslavos, germânicos e celtas. No item b, o termo minoria étnica se refere a um grupo que possui particularidades culturais que não pertencem ao grupo dominante, detentor do poder em um país. Destacam-se os bascos, os catalães e os ciganos. Na atividade 4, o poder público tem papel central no combate à especulação imobiliária, uma prática global em que a decisão sobre as mora-

INTERAÇÃO NÃO ESCREVA NO LIVRO.

1. Analise o quadro e faça as atividades.

Mundo: taxa de fertilidade (número médio de filhos por mulher) – 2017 África

Oceania

América Latina

Ásia

América Anglo-Saxônica

Europa

4,7

2,4

2,1

2,2

1,9

1,6

Fonte: DESA. World Population 2017. Disponível em: <https://population.un.org/wpp/Publications/ Files/WPP2017_Wallchart.pdf>. Acesso em: 7 nov. 2018.

a) Que continente apresenta o maior número médio de filhos por mulher? E qual apresenta o menor? b) Que fatores ajudam a explicar o baixo crescimento demográfico no continente europeu?

2. Outro aspecto da população europeia é o envelhecimento da população. Sobre isso, responda: a) A que se deve esse envelhecimento? b) Qual é a principal preocupação dos governos em relação a isso?

3. Sobre os grupos étnicos que constituem a população europeia, responda às questões. a) Quais são os principais grupos que deram origem aos idiomas mais falados na Europa? b) Explique o termo minoria étnica e cite os grupos que são assim considerados na Europa.

4. Em relação às moradias nas cidades, qual a importância do poder público em cidades como Paris?

5. Analise os mapas da página 114 e indique as principais mudanças ocorridas entre 1989 e 1991 na Europa. Cite os países que surgiram e o que foi unificado.

6. Leia a manchete e faça as atividades.

Ataque à igreja na Chechênia deixa sete mortos, incluindo 4 atiradores EXAME. Disponível em: <https://exame.abril.com.br/mundo/ataque-a-igreja-na-chechenia-deixa-sete-mortos-incluindo-4atiradores/>. Acesso em: 8 nov. 2018.

a) Onde se localiza a Chechênia? b) Em 1991 a Chechênia declarou sua independência. Explique o que ocorreu depois disso, contextualizando o fato noticiado na manchete.

136 dias acaba nas mãos do mercado. Com isso, as áreas centrais e com boa infraestrutura são ocupadas majoritariamente pelos ricos, pois o acesso a elas se dá pelo poder de compra. Assim, a população mais pobre acaba sendo deslocada às áreas periféricas das cidades. Já nas moradias sociais D2_GEO_F2_2054_V9_U04_G20.indd 136

ou cooperativas, como ocorre em Paris, a lógica é atender a quem necessita e ampliar a diversidade social nas ocupações, com o objetivo de cidades mais democráticas. Na atividade 5, eles devem responder que em 1989 a Tchecoslováquia foi desmembrada pacificamente,

dando origem a dois novos países: a República Tcheca e a Eslováquia. A Alemanha se reunificou em 1990. Em 1991, a União Soviética foi extinta e surgiram dez novas nações na Europa: Armênia, Azerbaijão, Belarus, Estônia, Geórgia, Letônia, Lituânia, Moldávia, Rússia e Ucrânia.

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originários, especialmente, do Leste Europeu, da África, da Ásia e da América Latina. Na atividade 8, item a, devem explicar que não, já que muitos imigrantes não conseguem entrar legalmente no continente europeu e, com isso, são obrigados a trabalhar em atividades com baixa remuneração e sem direitos trabalhistas. No item b, devem apontar que muitos imigrantes estão sujeitos à xenofobia, com reações hostis e atitudes racistas por parte de grupos radicais e, muitas vezes, de pessoas que acham que os imigrantes tiram empregos dos “nativos”. Na atividade 9, os alunos devem indicar a forte mecanização nos países da Europa Ocidental, que libera mão de obra para outros setores da economia. Na atividade 10, espera-se que os alunos indiquem que a exploração madeireira se destaca no Norte, pois nessa região há grandes áreas de taiga preservada. A produção de madeira é realizada com a prática do reflorestamento. Na atividade 11, item a, os alunos devem responder que a Toscana está localizada na Itália. No item b, espera-se que indiquem que nessa e em outras áreas rurais da Europa predominam as pequenas e médias propriedades rurais, com produção mecanizada, dotadas de altos índices de produtividade e de utilização de pouca mão de obra. Finalmente, no item c, devem destacar a beleza da paisagem formada por plantações de uva e girassóis.

7. Sobre as migrações internacionais para a Europa, responda às questões. a) A Europa sempre foi um continente de atração de imigrantes? Explique. b) Que países europeus mais recebem imigrantes e qual a origem dos principais grupos?

8. Observe a fotografia e responda: a) Todos os imigrantes conseguem melhores condições de vida e de renda na Europa? Justifique sua resposta relacionando-a à cena retratada. CHRISTOPHE ARCHAMBAULT/AFP

b) Em geral, qual a relação da presença de imigrantes na Europa com a xenofobia? Imigrantes concentrados em rua de Paris, França, 2017.

9. Embora a agropecuária se destaque nos países da Europa Ocidental, é na Europa Oriental que há maior percentual de mão de obra empregada nesse setor. O que explica esse fato?

10. Por que a exploração de madeira se destaca nos países do norte da Europa? Como é feita essa atividade?

11. Leia o texto e observe a imagem.

FRANCESCO BERGAMASCHI/CLICKALPS/REDA/GETTY IMAGES

A Toscana é um dos principais destinos turísticos da Europa tanto pelos atrativos históricos e culturais de suas principais cidades como Florença e Luca quanto pela sua área rural, caracterizada por uma produção agrícola diversificada, com destaque para a produção de uvas e de girassóis, que tornam a paisagem da região muito bonita e atraente aos turistas.

Parreiras na região da Toscana, na Itália, 2017.

a) A Toscana é uma região localizada em que país? b) Quais são as principais características da produção agrícola dessa e de outras áreas rurais da Europa? c) O que atrai os turistas que visitam a área rural da Toscana?

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Na atividade 6, item a, devem responder Rússia. No item b, a Rússia não reconheceu a independência da Chechênia e invadiu seu território. Ataques de grupos chechenos separatistas se sucederam ao longo dos anos. Em 2003, a Chechênia passou a ser diretamente administrada por

Moscou, mas os atentados de grupos separatistas continuaram, como o que foi noticiado em 2018. Na atividade 7, item a, espera-se que respondam negativamente à questão. Do final do século XIX até o início do século XX, a Europa foi um continente de emigrantes.

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Cerca de 50 milhões de pessoas deixaram o continente para buscar novas condições de vida, sobretudo em países americanos. No item b, devem indicar que os países que mais recebem imigrantes são Alemanha, Itália, Reino Unido, França, Espanha, Grécia e Holanda. Os imigrantes são

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ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

CONHECIMENTO EM AÇÃO NÃO ESCREVA NO LIVRO.

Viajando pela Europa

O turismo é uma das atividades econômicas mais expressivas da Europa. A cada ano, milhões de pessoas de todos os continentes visitam os atrativos históricos, culturais e naturais de inúmeros países europeus. Essa atividade contribui para a divulgação e a valorização das riquezas culturais, da relevância histórica e das paisagens naturais do continente, além de ser importante para a geração de emprego e renda para a população. Algumas cidades e regiões europeias se projetam como importantes destinos turísticos, pois, além de abrigarem ricos patrimônios, possuem ampla oferta de serviços destinados ao turista. Serviços de hospedagem, bares, restaurantes e agências de turismo são alguns exemplos. Analise os dados do quadro e do gráfico.

Mundo: países mais visitados (em milhões de turistas) – 2017

Mundo: turistas internacionais (em milhões) – 2018

86,9

Europa 673

Ásia e América Pacífico 323

211

África

81,8

Oriente Médio

63

76,9 60,7

58,3

58

Fonte: WORLD TOURISM ORGANIZATION. UNWTO Tourism Highlights: 2018 Edition. Madrid, 2018. p. 8.

Fonte: LANGRONET, M. (Org.). Le grand atlas GEO Gallimard du XXIe siécle. Paris, 2013. p. 89; 133.

a

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ALLMAPS

Europa: transportes – 2013 0º wich reen

Ár tic

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Reykjavik

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Helsinque

690

Dublin

tic

M

Londres

Amsterdã Bruxelas

OCEANO ATLÂNTICO

Berlim

Viena

Berna

Liubliana

Madri Roma M a r

Moscou

Vilnius Minsk Mar de Aral

Varsóvia Kiev Chisinau

Budapeste

Mar Cáspio Baku

Zagreb

Belgrado Sarajevo Skopje

M e d i t e r r â n e o

Rodovias ÁFRICA Ferrovias Aeroportos internacionais Principais portos

Riga

a

Praga Bratislava

Paris

Lisboa

Tallinn

ál

50

ºN

Estocolmo

o

Oslo

Mar do Norte Copenhague

B

0

ÁSIA

r

Os meios de transporte e as vias de circulação são elementos fundamentais para a dinamização do turismo, pois promovem a conexão entre os locais de partida e de destino e a circulação entre os pontos de visitação em um mesmo país ou entre países distintos. A Europa possui uma rede de transportes eficiente, rápida e integrada que promove a interligação entre países e regiões por meio de diferentes modais, como o ferroviário, rodoviário, aeroviário, marítimo e hidroviário. Veja o mapa.

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an

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FJF VETORIZAÇÃO

Fonte: WORLD TOURISM ORGANIZATION. UNWTO Tourism Highlights: 2018 Edition. Madri, 2018. p. 2.

í C

Esta seção encerra o estudo das quatro primeiras unidades do volume destacando a relevância do turismo na economia europeia. O objetivo é ampliar o repertório dos alunos sobre os principais atrativos turísticos (históricos, culturais e naturais) dos países europeus e sobre o papel da rede de transporte intercontinental para o setor. A primeira etapa da atividade consiste em analisar o gráfico e o quadro sobre o turismo mundial disponíveis na página 138. Espera-se que os alunos constatem que a Europa é o continente que mais recebeu turistas estrangeiros em 2017. Alguns países europeus estão entre os mais visitados do mundo, como França, Espanha, Itália, Reino Unido e a Alemanha. Em seguida, comentar com os alunos sobre a importância para o turismo de uma rede de transportes densa e eficiente. Analisar com a turma o mapa Europa: transportes – 2013, solicitando que caracterizem a distribuição dos principais portos, aeroportos, rodovias e ferrovias. Feita essa contextualização inicial, apresentar a proposta de trabalho aos alunos, que está dividida em três etapas: levantamento de informação sobre países e atrações turísticas; planejamento dos percursos e deslocamentos; elaboração de roteiro impresso. Considerando que o produto final do trabalho é a elaboração de um roteiro turístico, e que parte dos alunos pode nunca ter tido contato com esse gênero de texto, providencie alguns exemplares para que todos entendam o que se espera como produto final. Também seria interessante a realização de uma pesquisa prévia de fontes, impressas ou digitais, que poderão ser consultadas pelos alunos durante

Bucareste

Mar Negro

Tbilisi Ierevan

Sófia

Tirana Atenas Valeta

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o trabalho: pode ser mapas, guias turísticos, blogs de viajantes, revistas especializadas em turismo etc. Explicar que, atualmente, muitos turistas planejam suas viagens por conta própria, fazendo uso de sites da internet

e guias de viagens impressos. Ressaltar que a existência de variadas fontes permite aos turistas conhecer melhor os atrativos e os serviços oferecidos nos lugares que pretendem visitar, o que facilita a escolha dos locais de visitação e

o planejamento do roteiro de atividades que serão realizadas no destino. Na etapa 1, reproduzir as opções do quadro a seguir na lousa e orientar os alunos a selecionar os países e as cidades que farão parte do roteiro.

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Na etapa 2, que envolve o planejamento dos percursos e deslocamentos, orientar os alunos a pesquisar os principais meios de transportes existentes nas cidades selecionadas e quais podem ser utilizados para a realização dos deslocamentos entre os atrativos de uma mesma cidade e entre países do roteiro. Solicitar que eles estimem o tempo que será demandado para os deslocamentos durante a viagem. Para completar essa etapa da atividade, recomendar aos alunos que pesquisem na internet estações de trem e metrô das cidades selecionadas. Também devem pesquisar nos sites de vendas de passagens aéreas e de empresas de trens para o deslocamento pelos países do continente. É importante destacar aqui a relevância, para os alunos, do uso de mapas: eles permitirão traçar as melhores rotas. Se possível, providenciar cópias de mapas políticos da Europa com fundo branco, indicando apenas as principais cidades, para que os alunos possam cartografar os trajetos. Finalmente, na etapa 3, orientar os alunos na seleção de imagens e informações necessárias para a elaboração do roteiro, que deve apresentar o resultado do trabalho dos grupos de forma sintética e atraente ao público. Auxiliar os grupos na preparação da apresentação para a classe e solicitar que a turma avalie se os roteiros estão claros, precisos, com informações corretas e visual atraente.

Com base nessas informações, você irá elaborar um roteiro turístico. Para isso, organize-se em grupo com os colegas. Esse tipo de documento envolve todas as etapas de uma viagem, desde a decisão do(s) destino(s) até o planejamento do transporte, acomodações, passeios etc. Seu roteiro deverá conter as informações necessárias para uma viagem com duração de dez dias para quatro países e suas principais cidades.

etapa 1

Levantamento de informação sobre países e atrações turísticas

• Seleção dos países que farão parte do roteiro. • Escolha da cidade mais recomendada de cada país escolhido pelo grupo. • Opção de ao menos dois locais de visitação dessa cidade. Pesquisem informações em revistas, blogs especializados em viagens, filmes e relatos de pessoas que já visitaram esses países.

etapa 2

Planejamento dos percursos e deslocamentos

• Indicação do ponto de partida e de chegada do roteiro, ou seja, do início e do fim da viagem. • Seleção do trajeto entre os países, definindo a ordem de visitação e os meios de transporte que serão utilizados nos deslocamentos. • Cálculo do tempo de deslocamento de um país a outro de acordo com o meio de transporte selecionado. • Indicação sobre como serão feitos os trajetos entre as atrações turísticas selecionadas por vocês na cidade escolhida. Tentem indicar meios de transportes variados, de acordo com a rede do país. Pesquisem informações em mapas, guias rodoviários, sites de aeroportos e metrôs.

etapa 3

Elaboração de roteiro impresso

• Elaboração de um panfleto de divulgação do roteiro que informe, dia a dia, a programação das atividades com os locais de visitação e as respectivas cidades e países em que se localizam. Aproveitem para destacar características das atrações turísticas. Pesquisem modelos de roteiros turísticos, utilizem fotografias, desenhos e outros elementos que considerem importantes.

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Principais destinos de turistas na Europa Paris (França)

Barcelona (Espanha)

Roma (Itália)

Amsterdã (Países Baixos)

Londres (Reino Unido)

Praga (República Tcheca)

Florença (Itália)

Atenas (Grécia)

Veneza (Itália)

Viena (Áustria)

Em seguida, solicitar que pesquisem os principais atrativos e informações que justifiquem o sucesso das localidades escolhidas entre os turistas. Destacar que museus, centros históricos, edificações de relevância histórica e cultural, praias, parques e monumentos podem ser considerados atrativos.

AMPLIANDO HORIZONTES • EURODICAS TURISMO. Disponível em: <http://livro.pro/ x4w9yc>. Acesso em: 28 set. 2018. Site dedicado a informações sobre os destinos europeus mais populares para turistas.

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5

COMPETÊNCIAS

ÁREA ...................................p. X • 1, 4, 6 e 7. ESPECÍFICAS ...................p. XI • 2, 3, 4, 6 e 7.

• • • • • • • •

p. XVI

EF09GE02 EF09GE03 EF09GE07 EF09GE09 EF09GE14 EF09GE15 EF09GE16 EF09GE17

EXPECTATIVAS DE APRENDIZAGEM • Conhecer aspectos relacio-

nados a dimensão, localização, regionalização, divisão político-territorial e elementos naturais que caracterizam o espaço geográfico do continente asiático. • Identificar as ocorrências de relevo e os principais rios que banham o continente asiático. • Identificar e relacionar os climas predominantes no continente asiático às principais formações vegetais originais a eles associadas. • Relacionar a ocorrência de grandes cadeias montanhosas na Ásia à dinâmica geológica e aos fatores climáticos. • Analisar aspectos da população do continente asiático, como a distribuição desigual no território, a população urbana e os indicadores sociais. • Conhecer aspectos das principais organizações políticas e econômicas das quais fazem parte países asiáticos, analisando seus objetivos de integração. • Identificar a existência de diferentes religiões, conhecendo seus principais aspectos e reconhecendo a necessidade e a importância da tolerância e do respeito às diversas práticas religiosas.

ÁSIA

No continente asiático surgiram importantes civilizações, como a chinesa, a hindu, a árabe, a persa, a japonesa e a mongol, além de religiões de vasta influência. A Ásia é o maior e mais populoso continente do mundo, marcado por acentuadas diferenças econômicas, sociais e culturais que se manifestam, por exemplo, no contraste entre cidades modernas e lugares de ocupação muito antiga, como retratam as imagens desta abertura.

EDDIE SEE/SHUTTERSTOCK.COM

HABILIDADES

UNIDADE

GERAIS ..............................p. IX

• 1, 2, 3, 6, 9 e 10.

A moderna cidade-Estado de Cingapura, no sudeste da Ásia, 2016.

140 D2_GEO_F2_2054_V9_U05_G20.indd 140 • Conhecer elementos da

• Realizar leitura de imagens,

cultura de países asiáticos que alcançaram diversas regiões do mundo, especialmente a partir do final da Segunda Guerra Mundial, e identificar manifestações culturais asiáticas no Brasil.

como mapas, anamorfoses, blocos-diagrama e fotografias, para obtenção de informações variadas e como parte de procedimentos de leitura da paisagem. • Realizar procedimentos de pesquisa para obtenção de in-

formações e desenvolver autonomia nos estudos e nas atitudes necessárias ao trabalho em grupo.

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JAMES STRACHAN / ROBERT HARDING PREMIUM / AFP

Na atividade 2, aproveitar a questão para levantar os conhecimentos prévios dos alunos sobre alguns dos países asiáticos. Discutir com eles aspectos gerais do continente, que serão estudados na Unidade. Na atividade 3, incentivar os alunos a exercitar a criatividade. Observar se o título elaborado tem relação com o que as fotografias mostram. Orientá-los a se organizar em duplas ou trios para pensarem num título para o par de fotografias, justificando-o. Espera-se que os alunos deem títulos como “o antigo e o moderno da Ásia”; “paisagens do continente asiático”; “riqueza cultural e econômica” etc.

Ruínas de Persépolis, “cidade da Pérsia”, no Irã. Fotografia de 2016.

Converse com os colegas e o professor sobre as questões a seguir.

1. Em quais países estão localizadas as paisagens mostradas nas fotografias destas páginas? Cingapura e Irã.

2. O que você sabe sobre esses países? Resposta pessoal. 3. Crie um título para o par de fotografias. Justifique sua escolha. Resposta pessoal.

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ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS Esta Unidade introduz o estudo do espaço geográfico do continente asiático, trabalhando temas que remetem a uma escala mais ampla, como aspectos e dinâmicas da natureza, distribuição da população, indicadores sociais e integrações entre países.

Nesta abertura, orientar os alunos a observar as fotografias. Levantar conhecimentos prévios e sensibilizá-los para o estudo desta Unidade e das Unidades 6 e 7, que também se referem à Ásia. Além das perguntas propostas, outras podem ser feitas, como “quando vocês pen-

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sam no continente asiático, o que vocês imaginam?”; “Na opinião de vocês, há países asiáticos com características semelhantes às do Brasil? Se sim, que características seriam essas?”; “Na opinião de vocês, quais países asiáticos têm maiores relações com o Brasil? Como se dão essas relações?”.

ATIVIDADE COMPLEMENTAR Solicitar aos alunos que, a cada semana, tragam uma notícia da imprensa, nacional ou internacional, sobre países do continente asiático para colocar em um painel. A ideia é encaminhar a atividade ao longo do trabalho com as Unidades 5, 6 e 7, e atualizá-lo a cada semana ou quinzena, dependendo da quantidade de notícias. Para isso, dividir a turma em grupos. Cada um deverá ficar responsável pelas notícias veiculadas no período de sete dias. Reservar dez ou quinze minutos de uma das aulas da semana para que o grupo exponha e comente os fatos noticiados. Na exposição oral, é importante respeitar as individualidades dos alunos, levando em conta que alguns não se sentem totalmente à vontade para falar em público. Durante a apresentação ou ao final dela, é importante fazer breves intervenções para incentivar os alunos a buscar relações com o conteúdo abordado no livro, e, em alguns momentos, pode ser que seja necessário antecipar ou resgatar algum tema.

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ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

Apresentando o continente asiático Dimensão e localização Observe o mapa e faça as atividades em seu caderno.

A Ásia no mundo OCEANO GLACIAL ÁRTICO

150° L

Círculo Polar Ártico AIS

UR NTES MO

EUROPA Mar Mediterrâneo

ÁSIA

OCEANO ATLÂNTICO

Trópico de Câncer

Equador

ÁFRICA

OCEANO ATLÂNTICO

AMÉRICA

OCEANO PACÍFICO

Mar Vermelho

OCEANO ÍNDICO

OCEANIA

Trópico de Capricórnio

0 Círculo Polar Antártico

2 667

OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO

ANTÁRTIDA

ALLMAPS

Nestas páginas, as atividades promovem a leitura de mapas, de forma a apresentar o continente asiático em relação à sua localização no mundo e às divisões política e regional. Antes de encaminhar as atividades da página 142, chamar a atenção dos alunos para o mapa A Ásia no mundo, perguntando se estaria “errado” na visão deles. Espera-se que os alunos respondam que não e comentem que o mundo pode ser representado com diferentes projeções e centralidades. Solicitar que comparem esse mapa com um planisfério centralizado na Europa e que apontem as diferenças entre eles. Chamar a atenção para o fato de que nos mapas centralizados na Europa a distância entre Ásia e América parece maior que no mapa centralizado na Ásia. Se possível, levar para a sala de aula um globo terrestre para que os alunos tenham uma melhor noção dessa distância. Ressaltar que fazem parte do continente asiático quatro dos dez países com maiores territórios no mundo: Rússia, China, Índia e Cazaquistão. A China, por exemplo, possui aproximadamente 1 milhão de quilômetros quadrados a mais que o Brasil. Chamar a atenção também para a grande extensão latitudinal do continente – que se estende do Ártico até a zona tropical do Hemisfério Sul –, perguntando se essa característica se relaciona com os domínios naturais do continente. Com isso, aproveitar para levantar conhecimentos prévios sobre os elementos físico-naturais, que serão estudados na Unidade. Nesta etapa do Ensino Fundamental, os alunos já devem ter condições de responder que existem paisagens bastante diversificadas, em virtude dos diferentes tipos de clima. Ao encaminhar as atividades de 6 a 10, relembrar que a Rússia também faz parte da Europa,

Elaborado com base em: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2016. p. 34.

1. Que oceano separa a Ásia da América? Oceano Pacífico.

2. Que oceano banha a Ásia ao sul? E ao norte? Ao sul: oceano Índico; ao norte: oceano Glacial Ártico.

3. Que continentes se limitam com a Ásia a oeste? Europa e África.

4. Que mar separa a Europa da África? E a Ásia da África? Europa e África: Mar Mediterrâneo; Ásia e África: Mar Vermelho.

5. Qual o nome da forma de relevo que separa a Ásia da Europa?

Montes Urais. Com uma área territorial de pouco mais de 44 milhões de km², o continente asiático é o mais extenso de todos, correspondendo a cerca de 30% das terras emersas do planeta. A Ásia está totalmente localizada no Hemisfério Oriental e é banhada pelos oceanos Glacial Ártico, Pacífico e Índico. O continente é atravessado pelo Círculo Polar Ártico, pelo Trópico de Câncer e pela linha do equador, localizando-se quase totalmente no Hemisfério Norte. Algumas ilhas do arquipélago da Indonésia encontram-se no Hemisfério Sul. Portanto, o continente distribui-se por três hemisférios: Oriental, Norte e Sul.

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e é na parte europeia que estão as principais concentrações urbanas do país. A Rússia é, portanto, um país transcontinental, assim como a Turquia, que também tem uma parte europeia. Vale destacar que a maior parte do Egito se localiza no continente africano, mas que também tem terras – a península do

Sinai – localizadas na Ásia. Destacar que África, Ásia e Europa formam o Bloco Tríplice, que é denominado Velho Mundo, enquanto a América é o Novo Mundo e a Oceania, Novíssimo Mundo. Destacamos que os conteúdos a serem trabalhados nas Unidades 6 e 7 são organiza-

dos de acordo com a regionalização representada no mapa da página 143. Sobre o número de países da Ásia, é importante frisar que esse número varia dependendo da fonte consultada, pois alguns organismos consideram Palestina e Taiwan países independentes. A ONU, porém, de-

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Divisão política e regional Observe no mapa os países e as regiões que constituem a Ásia. Depois, responda às atividades no caderno.

Ásia: divisão política e regional Est

OCEANO GLACIAL ÁRTICO

Círculo Pola

OCEANO ATLÂNTICO

r Árt ico

Mar de Barents

60º

r eito de Bering

Mar da Sibéria Oriental

Mar de Laptev

L

Mar de Bering

Mar de Kara

Mar de Okhotsk

RÚSSIA (parte asiática)

EUROPA

Mar M

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Nicósia

Beirute Telaviv

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TURQUIA (parte asiática)

CHIPRE LÍBANO ISRAEL

Mar de Aral

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do Kuwait IRÃ

BAREIN

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Manama

Katmandu

Thimphu

BANGLADESH

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JAPÃO

AMPLIANDO HORIZONTES • CANAL de Suez: da construção às guerras. UOL: Aventuras na História. Disponível em: <http://livro.pro/edstp2>. Acesso em: 19 nov. 2018. O artigo trata da construção do canal de Suez, trazendo a contextualização histórica.

Pyongyang

MONGÓLIA

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Golfo de Áden

ALLMAPS

COREIA DO NORTE

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UZBEQUISTÃO TURCOMENISTÃO

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NO DIGITAL – 3o BIMESTRE • Veja o plano de desenvolvimento para as Unidades 5 e 6. • Desenvolva o projeto integrador sobre a globalização dos aspectos culturais. • Explore as sequências didáticas do bimestre, que trabalham as habilidades EF09GE02, EF09GE09, EF09GE10, EF09GE13, EF09GE14, EF09GE15, EF09GE18. • Acesse a proposta de acompanhamento da aprendizagem.

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Elaborado com base em: GIRARDI, G.; ROSA, J. V. Atlas geográfico. São Paulo: FTD, 2016. p. 142.

6. Identifique as regiões da Ásia onde estão localizados os seguintes países: Japão e China; Israel e Catar; Índia e Paquistão; Cazaquistão e Uzbequistão; Indonésia e Tailândia.

7. Qual região não é banhada por nenhum oceano? Ásia Central. 8. Que região é constituída somente por um país? Que país é esse? Ásia Setentrional. Rússia. 9. Qual região apresenta maior número de países? Oriente Médio. 10. Cite os três países que têm parte do seu território em outro continente.

A Rússia e a Turquia, na Europa, e o Egito, na África. O continente asiático é constituído por 48 países, distribuídos por seis regiões que apresentam características naturais, culturais, étnicas e econômicas diferentes: Ásia Setentrional, Oriente Médio, Ásia Central, Extremo Oriente, Ásia Meridional e Sudeste Asiático. Essas regiões e suas particularidades serão estudadas de maneira mais detalhada nas Unidades 6 e 7 deste livro. 6. Japão e China: Extremo Oriente; Israel e Catar: Oriente Médio; Índia e Paquistão: Ásia Meridional; Cazaquistão e Uzbequistão: Ásia Central; Indonésia e Tailândia: Sudeste Asiático. 143

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vido ao poder da China dentro da Organização, não considera Taiwan um Estado independente. Além disso, para efeito de organização de dados estatísticos de organismos internacionais, geralmente a Rússia é considerada um país europeu, o mesmo ocorrendo com o Egito, contabilizado como africano.

Se achar conveniente, combine um trabalho interdisciplinar com História sobre o Canal de Suez, destacando sua importância comercial e geopolítica no contexto em que foi construído até os dias atuais. Veja uma sugestão de texto sobre o tema na seção Ampliando horizontes.

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ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

Aspectos naturais Relevo e rios No continente asiático ocorrem todas as principais grandes formas de relevo: planícies, planaltos, montanhas e depressões. Observe no mapa como essas formas estão distribuídas e os rios que nelas se encontram.

Ásia: físico 90° L

OCEANO GLACIAL ÁRTICO

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Explorar o mapa Ásia: físico oralmente e de forma coletiva, encaminhando algumas atividades de leitura, como as sugeridas a seguir. 1. Qual é a maior altitude do relevo asiático? Em que cordilheira se localiza? Resposta: O Monte Everest, com 8 848 m. Localiza-se na cordilheira do Himalaia. 2. Cite os países em que estão localizadas estas formas de relevo: Planície da Manchúria; Planalto do Decan; Planície da Sibéria; Montes Zagros. Se necessário, consulte o mapa político da Ásia. Resposta: Planície da Manchúria: China; Planalto de Decan: Índia; Planície da Sibéria: Rússia; Montes Zagros: Irã, Iraque e Turquia. 3. Descreva o percurso dos rios Hoang-Ho e Yang Tsé-Kiang. Resposta: Nascem na cordilheira do Himalaia, atravessam o território chinês e deságuam no oceano Pacífico, mais precisamente no mar da China Oriental. Na atividade 1 do livro do aluno, os alunos deverão analisar o relevo e a hidrografia da Ásia com base na leitura do mapa. No texto, eles poderão apontar que no continente há diversas cadeias de montanhas com elevações que ultrapassam os 8 mil metros de altitude. Destacam-se o Himalaia, cordilheira onde está localizado o Monte Everest, com 8 848 metros, e a cadeia montanhosa denominada Caracorum, onde se localiza o Monte K2, com 8 611 metros de altitude. No norte, oeste e sul do continente encontram-se planaltos com altitudes modestas, como o Central Siberiano, na Rússia; o do Decan, na Índia; e o da Mongólia. Na península arábica está o Planalto da Arábia. Na região central da Ásia encontram-se os planaltos do Tibete e do Pamir, onde estão as nascentes de importantes rios

920

Elaborado com base em: FERREIRA, G. M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. São Paulo: Moderna, 2013. p. 96.

Entre os principais rios asiáticos, destacam-se o Yang-Tsé-Kiang ou Azul (maior rio da Ásia), o Hoang-Ho ou Amarelo, o Ganges, o Indo, o Mekong e o Bramaputra. Esses rios atravessam planícies densamente povoadas, sendo muito aproveitados para navegação, irrigação e geração de energia.

1. Com base no mapa, escreva um pequeno texto em seu caderno descrevendo o relevo do continente asiático. Utilizando também o mapa Ásia: divisão política e regional, da página 143, procure indicar os nomes, a localização e as altitudes das formas de relevo, assim como os nomes dos rios que as banham. Orientar os alunos na leitura do mapa.

144 asiáticos: Yang Tsé-Kiang ou Azul (maior rio da Ásia), Hoang-Ho ou Amarelo, Ganges, Indo, Mekong e Bramaputra. Entre as planícies, encontradas em todo o continente, podem ser citadas a da Mesopotâmia, a Indo-Gangética, a da Manchúria e a da Sibéria. O continente apresenta ainda D2_GEO_F2_2054_V9_U05_G20.indd 144

grandes depressões, como a do Mar Cáspio e a do Mar de Aral. O Mar Morto não aparece cotado no mapa porque a escala dele não comporta, mas também é uma importante depressão absoluta da Ásia e se localiza no Oriente Médio. Ao trabalhar o conteúdo da página 145, solicitar que

os alunos associem o mapa Ásia: placas tectônicas com o mapa Ásia: físico da página anterior e identifiquem as formas de relevo associadas às áreas de encontro de placas. Destacar a ocorrência de zonas sísmicas oceânicas, relacionando-as à ocorrência de tsunamis, que costumam

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TEXTO COMPLEMENTAR O continente asiático possui muitas cadeias de montanhas com elevações que ultrapassam os 8 000 metros de altitude. Entre elas destacam-se o Himalaia, cordilheira onde está localizado o Monte Everest, com 8 848 metros de altitude, e a cordilheira Caracorum, onde se localiza o Monte K2, com 8 811 metros. A presença de cadeias montanhosas e a ocorrência de vulcões e atividades sísmicas estão relacionadas à localização do continente em áreas de contato de placas tectônicas. Observe o mapa.

90° L

Círculo Polar Ártico

Placa da Eurásia

Placa do Pacífico Placa da Arábia

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OCEANO PACÍFICO

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Atividade sísmica Insignicante ou nula Baixa Elevada Máxima

OCEANO ÍNDICO Movimentos das placas Divergente Convergente Transformante

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Elaborado com base em: ISTITUTO GEOGRAFICO DE AGOSTINI. Atlante geografico metodico De Agostini. Novara, 2018. p. E12-13.

[...] Tsunami é o nome japonês para essas ondas gigantes (que podem chegar a dezenas de metros de altura), geradas por grandes terremotos no mar, que atingem regiões costeiras. São produzidas pelo rápido deslocamento da coluna de água causado pela ruptura do assoalho oceânico na região do epicentro de um terremoto. A partir desse ponto, este deslocamento se propaga em todas as direções, por ondas com velocidades que dependem da profundidade do mar. Em alto-mar as ondas passam quase despercebidas, apesar de viajarem com a velocidade de um avião, pois são ondulações suaves de amplitude pequena, mas comprimento de onda de centenas de metros. Ao se aproximar do litoral, onde o mar é mais raso, a velocidade diminui para 50-70 km, como um automóvel, e a massa de água deslocada pelo terremoto se avoluma, aumentando a amplitude e diminuindo o comprimento da onda. Este acúmulo de energia em uma zona bem mais restrita proporciona esta massa de água contra a costa, provocando destruição e a inundação da região costeira por centenas de metros terra adentro. [...]

Ásia: placas tectônicas

Placa Indo-Australiana Vulcanismo Vulcões mais ativos do último século

Zona sísmica oceânica e costa sujeita a tsunami

Outros vulcões

O planalto do Tibete e a cordilheira do Himalaia formaram-se a partir da convergência entre as placas Euro-Asiática e Indo-Australiana. Leia o texto abaixo, que traz alguns detalhes sobre esse processo.

Quando o platô tibetano foi soerguido? A elevação do platô tibetano é o resultado de uma colisão frontal entre as margens continentais de duas placas: a Índia, que estava migrando para o norte, e a Eurásia, que estava estacionada. A colisão, que foi datada em cerca de 50 Ma, levou ao espessamento da crosta e ao soerguimento das montanhas e do platô Platô: área mais do Himalaia. É razoável deduzir, portanto, que a maior parte elevada do relevo do soerguimento ocorreu durante os últimos 50 Ma [...] nossa de uma região, com compreensão da história do soerguimento do platô tibetano extensão variada e ainda é primária. O conhecimento atual sugere que ele tenha declividade baixa, começado a elevar-se algum tempo depois de 50 Ma, e que tenha circundada normalmente atingido sua evolução máxima atual há cerca de 15 Ma no sul por escarpas e encostas. do Tibete. [...] COCKELL, C. (Org.) Sistema terra-vida, uma introdução. São Paulo: Oficina de Textos, 2011. p. 166-169.

Com base no mapa acima, responda às atividades em seu caderno.

ASSUMPÇÃO, M.; DIAS NETO, C. M. Sismicidade e estrutura interna da Terra. In: TEIXEIRA, W. et al. (Orgs.). Decifrando a Terra. 2. ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2008. p. 94.

2. Qual é o nível de atividade sísmica no Japão? Máxima. 3. Em quais países estão localizados os vulcões mais ativos do último século? Filipinas e Indonésia.

4. Cite as regiões ou áreas da Ásia mais sujeitas a tsunamis. Sudeste Asiático e litorais dos países do Extremo Oriente.

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atingir o Sudeste Asiático e o Japão. Sobre o tema, ver texto sugerido na seção Texto complementar. Se achar conveniente, sugerir pesquisa sobre tsunamis e terremotos mais recentes ocorridos na Ásia, na qual os alunos poderão investigar as áreas atingidas, se houve vítimas,

se os países atingidos estão preparados para esse tipo de evento etc. Na leitura do texto Quando o platô tibetano foi soerguido?, destacar que, ao mencionar Índia e Eurásia, o autor está se referindo às placas Indo-Australiana e Euro-Asiática, respectivamente.

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ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

Dinâmicas do clima e vegetação Observe os mapas.

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Fonte: CALDINI, V.; ÍSOLA, L. Atlas geográfico Saraiva. São Paulo: Saraiva, 2013. p. 172.

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Floresta Boreal (Taiga)

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Tipos de clima (adaptado da classificação de Köpen)

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Encaminhar as atividades da página 146 de forma que os alunos relacionem, de modo geral, os tipos de clima com os de vegetação nativa. Retomar com os alunos os fatores do clima, destacando altitude, latitude, maritimidade e continentalidade, massas de ar e correntes marítimas. Chamar a atenção para a extensão latitudinal da Ásia, que é um dos principais fatores da diversidade climática e de formações vegetais do continente. Sobre as formações vegetais nativas, se julgar conveniente, evidenciar as características de cada uma delas, buscando associar a formação vegetal ao tipo de clima com o qual se associa. Citamos a seguir características de algumas formações vegetais nativas que ocorrem na Ásia: • estepes – formadas por espécies vegetais que armazenam água ou perdem folhas nos períodos de seca prolongada; • pradarias – compostas de gramíneas em extensas áreas do continente, como nos países do Oriente Médio, da Ásia Central e no Paquistão. As médias de temperatura são elevadas (em geral, superiores a 26 °C), chove pouco durante o ano e há longos períodos de seca; o clima é, portanto, semiárido. • tundra – ocorre na Ásia Setentrional e está associada ao clima polar, que se caracteriza pelo frio intenso, com temperaturas médias anuais baixas e intensa queda de neve. Sua vegetação é rasteira, constituída basicamente por liquens, algas e musgos, que brotam e florescem em curto período do ano, no verão, quando a temperatura atinge, no máximo, 10 ºC e o solo degela. • vegetação mediterrânea – associada ao clima mediterrâneo, que possui verões quentes e secos, influenciados pelos ventos provenientes do norte da África, e invernos chuvosos e com temperaturas amenas. Ocorre em uma

Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. Rio de Janeiro: IBGE, 2012. p. 58.

Em seu caderno, responda às questões.

1. Que tipo de vegetação ocorre no extremo norte da Ásia? Qual é o clima dessa região? Qual é o principal fator climático que atua nessa região? O domínio da tundra, associado ao clima polar. A latitude é o principal fator climático. 2. Onde ocorre o clima frio de montanha? Relacione a ocorrência desse tipo de clima às formas de relevo representadas no mapa Ásia: físico, página 144. Que formação vegetal centrododocontinente continenteasiático, asiático,área áreadedeocorrência ocorrênciadas dasgrandes grandescordicordise relaciona a esse tipo de clima? NoNocentro lheirasdedealtitudes altitudeselevadas. elevadas.A Avegetação vegetaçãodedemontanha montanhaestá estáassociada associadaa esse a esseclima. clima. lheiras 3. Que formações vegetais predominam no Sudeste Asiático e na Ásia Meridional? Que tipos de clima estão associados a essas formações? Os domínios de florestas equatoriais e tropicais, associados aos climas tropical e equatorial, e as savanas, associadas ao clima tropical. 4. Quais formações vegetais são predominantes no Oriente Médio? Deserto e estepes.

No continente asiático ocorrem climas quentes e úmidos (equatorial e tropical), favorecendo formações vegetais florestais; climas quentes e secos (desértico quente e semiárido) associados à vegetação desértica e estepes; e, finalmente, climas frios (de montanha, desértico frio e frio) e muito frios (polar) associados à vegetação de montanha, tundra e taiga.

Entre os fatores que influenciam a existência de diversos tipos de clima na Ásia destacam-se as massas de ar tropicais, conhecidas como ventos de monções; a variação de altitudes do relevo; e a latitude, já que o continente se estende do Ártico (altas latitudes) até áreas ao sul da linha do equador (latitudes mais baixas).

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pequena porção do território asiático, nas planícies costeiras da Turquia. A vegetação Mediterrânea é composta de arbustos esparsos, troncos largos e poucas folhas, uma adaptação à falta de água no calor. Sobre as monções, explicar que os ventos se deslocam de zonas de alta pressão para

as de baixa pressão. Durante o verão, a massa continental que forma a Ásia se aquece mais rapidamente do que o oceano, formando áreas de baixa pressão, enquanto no oceano há áreas de alta pressão. Assim, os ventos sopram do oceano para o continente, carregando a umidade res-

ponsável pelos maiores índices pluviométricos nessa estação. Já durante o inverno, o oceano, que foi acumulando aos poucos o calor durante o verão, demora um pouco mais para esfriar; enquanto o continente perde calor mais rapidamente. Dessa forma, as áreas de alta e de baixa pres-

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As monções De forma geral, o clima na Ásia Meridional e no Sudeste Asiático é dominado pelas monções, ventos que mudam de direção entre o inverno e o verão. Observe os mapas que mostram a atuação das monções nestas regiões.

Monção de verão – julho

Monção de inverno – novembro

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Direção dos ventos Precipitação anual (mm) Menor que 25 De 26 a 50

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OCEANO ÍNDICO

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Precipitação anual (mm) Menor que 25 De 26 a 50

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De 101 a 200

Maior que 400

Fonte: ATLAS of the world. Nova York: Oxford University Press, 2014. p. 79.

Orientar os alunos a ler o mapa para responder às questões 5 e 6.

5. Qual é a direção dos ventos em cada período representado nos mapas? 6. Em que período as precipitações são mais elevadas? Quais os índices mensais de precipitação na maior parte das regiões representadas no mapa durante essa estação?

7. No início da monção de inverno começa a estiagem, que se agrava nos meses seguintes. Cite os índices de precipitação que comprovam o início desse período seco. O índice menor que 25 mm comprova que, principalmente no norte e no centro da Índia, já ocorre estiagem. Nas áreas sob influência das monções ocorrem duas estações bem definidas. O verão é quente e extremamente chuvoso, e o inverno é seco. No verão, a umidade dos oceanos Índico e Pacífico dirige-se para o interior do continente, resultando em precipitações. No inverno, período da estiagem, os ventos sopram do continente para os oceanos.

As fortes chuvas resultantes das monções de verão comumente provocam alagamentos em países como Bangladesh. Fotografia de 2018.

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ATIVIDADE COMPLEMENTAR • Apresentar um climograma de uma região da Ásia de Monções aos alunos e propor questões para interpretação dos dados. Você pode encontrar esse tipo de gráfico em diversos atlas ou mesmo na internet. Conheça a seguir exemplos de perguntas que podem ser feitas. a) Em quais meses as médias de temperatura ultrapassam os 30 graus? b) Em quais meses as médias de precipitações ultrapassam os 200 mm? c) A qual fenômeno correspondem os altos índices de precipitação?

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são se alternam. Os oceanos, mais quentes, formam zonas de baixa pressão, enquanto o continente, mais frio, forma zonas de baixa pressão. Assim, durante o inverno, os ventos sopram do continente para o oceano, configurando índices pluviométricos bem mais baixos. Reforçar que esse fenô-

meno atinge o sul e o sudeste do continente, a chamada Ásia de Monções. Encaminhar as atividades de 5 a 7. Na atividade 5, espera-se que os alunos respondam que a monção de verão (julho) ocorre do sudoeste para o nordeste, ou seja, do oceano para o continente. Já a monção de inverno

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(novembro), ocorre do nordeste para o sudoeste, ou seja, do continente para o oceano. Na atividade 6, eles deverão responder que é no período da monção de verão. Na maior parte do sul e do sudeste, os índices são maiores que 200 mm, e em algumas áreas ultrapassam os 400 mm mensais.

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ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS Destacar para os alunos as características das formações vegetais que ocorrem no continente asiático, associadas às montanhas e à aridez: • a vegetação de montanha é bastante diversificada, variando de taiga a estepes, de acordo com a mudança de altitude. O domínio da vegetação de montanha está associado ao clima frio de montanha, caracterizado por baixas temperaturas o ano todo e queda acentuada de neve no inverno; • a vegetação desértica ocorre em áreas de clima árido e, devido à escassez de água, é adaptada a essa condição, tais como as cactáceas, que têm espinhos no lugar de folhas. Na Ásia ocorrem dois tipos de deserto: quente e frio. Os desertos quentes, onde as temperaturas médias anuais são superiores a 35 ºC, estão no Oriente Médio. Os desertos frios estão ao norte e atingem temperaturas de até –60 ºC. Destacamos que as características dos grandes tipos de clima e de vegetação do mundo são trabalhadas desde o volume do 6o ano. Neste volume, no livro do aluno, são apresentadas características de parte delas na Unidade 3 (as que ocorrem na Europa). Também é possível apresentar aos alunos as informações sobre os tipos de vegetação e clima da Ásia presentes neste Manual – páginas 146 a 151.

Relação entre clima e relevo O relevo é um dos elementos que influencia de maneira significativa a dinâmica climática mundial. No continente asiático, mais especificamente em sua porção meridional, a presença do planalto do Tibete – o maior e mais elevado do planeta – e de grandes cadeias montanhosas, como o Himalaia, exerce papel fundamental no clima, desviando as massas de ar. Durante as monções de verão, as massas de ar carregadas de umidade que vêm dos oceanos Índico e Pacífico são barradas pelo Himalaia e impedidas de seguir em direção ao norte. Com isso, ocorrem intensas precipitações de neve sobre as montanhas e de chuva sobre os vales, alimentando os extensos rios que têm sua nascente na cordilheira. Por outro lado, o bloqueio dessas massas de ar úmidas na encosta sul do Himalaia contribui com a formação de áreas desérticas frias ao norte do planato do Tibete, como o Deserto de Gobi e o Takla Makan.

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A cidade de Gyantsé, no Tibete, está situada na encosta norte do Himalaia. A região, privada das massas de ar úmidas, apresenta áreas de vegetação de montanha rarefeitas, que se assemelham às estepes semiáridas (com precipitação média anual em torno de 270 mm). Fotografia de 2017.

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ATIVIDADE COMPLEMENTAR • Solicitar aos alunos que, em grupo, façam uma pesquisa sobre um dos povos que habitam o Himalaia, procurando descobrir como o modo de vida se relaciona com os aspectos físico-naturais da região onde vivem. Entre os itens a serem pesquisados, sugerimos: onde se localizam; história do povo; atividades desenvolvidas e técnicas de produção; alimentação; manifestações culturais; etc. As sugestões indicadas na seção Ampliando horizontes também podem servir de fontes de pesquisa.

Darjeeling é uma cidade da Índia situada na encosta sul do Himalaia. A região, que recebe a influência das massas de ar úmidas, apresenta áreas de vegetação de montanha com espécies que florescem com as chuvas abundantes de verão (com precipitação média anual superior a 3000 mm). Fotografia de 2017.

Conheça um pouco mais sobre Darjeeling, cidade do norte da Índia cuja especialidade é a produção de chás.

Darjeeling, de onde vem o melhor chá do mundo Uma viagem a Darjeeling, no norte da Índia, é inesquecível por vários motivos. Situada a uma altitude de 2 134 metros, a cidade, a meio caminho do Nepal, do Tibete e do Butão, tem como pano de fundo a Cordilheira do Himalaia e uma vista privilegiada do Kanchenjunga (8 586 m), o terceiro pico mais alto do mundo. Um cenário deslumbrante que por si só valeria a viagem. Quem chega a Darjeeling pela primeira vez também é surpreendido pela densa névoa que todas as manhãs encobre as casas e a paisagem, revelando a aura mística das grandes montanhas. Mas o que realmente atrai viajantes de todos os cantos é o chá. [...] Foram os ingleses que perceberam o potencial de Darjeeling para o plantio de chá e, em meados do século 19, realizaram os primeiros testes com mudas trazidas da China. Os bons resultados levaram ao rápido desenvolvimento da atividade. Surgiram as primeiras propriedades, os tea gardens (jardins de chá) e, em pouco tempo, a fama de Darjeeling ganhou o mundo. Hoje, há cerca de 90 jardins de chá na região – a maioria pertence a multinacionais, e a produção é quase toda exportada. [...] MENICHELLI, C. Darjeeling, de onde vem o melhor chá do mundo. Estadão. Disponível em: <https://www.estadao. com.br/noticias/geral,darjeeling-de-onde-vem-o-melhor-cha-do-mundo,3827>. Acesso em: 12 nov. 2018.

• Em sua opinião, quais são as características naturais que fazem de Darjeeling uma região propícia para o plantio de chá? Converse com seus colegas e professor a respeito. Espera-se que os alunos indiquem que a região, situada ao sul da encosta do Himalaia, está sob influência das massas de ar úmido que contribuem para o desenvolvimento de espécies vegetais. Além disso, a altitude ameniza os efeitos da temperatura, permitindo que espécies sensíveis a temperaturas elevadas sejam cultivadas.

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AMPLIANDO HORIZONTES • SETE ANOS no Tibet. Direção: Jean-Jacques Annaud. Estados Unidos/Reino Unido, 1997. (136 min) O filme conta a história de um alpinista austríaco que parte para o Tibete para escalar o Nanga Parbat, nono pico mais alto do mundo, e passa a viver uma grande aventura no Himalaia. • SOUZA, F.; PRADO, B. Hunza, o povo que não envelhece e vive 120 anos. Mega curioso. Disponível em: <http:// livro.pro/nexzam>. Acesso em: 19 nov. 2018. O artigo trata do povo do Vale do Hunza, no Himalaia. O segredo da saúde e da longevidade desse povo está na alimentação e nos hábitos diários. • MADEIRA, E. Os últimos nómadas: uma jornada pelas montanhas do Quirguistão. Nomad. Disponível em: <http://livro.pro/6d8qcf/>. Acesso em: 17 nov. 2018. O texto, em português de Portugal, trata de povos que vivem na cordilheria de Tien Shan, entre o Quirguistão e a China.

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ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

Formações florestais na Ásia No continente asiático ocorrem formações florestais diversas, como a floresta boreal (ou taiga), as florestas tropical e equatorial, as florestas temperada e subtropical e, finalmente, alguns tipos de savana. As formações florestais vêm sendo devastadas ao longo dos séculos de ocupação humana na Ásia. Em virtude de sua localização, a floresta boreal, que ocupa as regiões frias ao norte do continente, é a mais preservada. Por outro lado, as florestas tropicais e equatoriais, situadas a sul e sudeste do continente, são aquelas que vêm sofrendo maior devastação nas últimas décadas. Observe as fotografias e leia atentamente as legendas.

1

CRYSTITE RF / ALAMY/FOTOARENA

Na Ásia, há muitos parques nacionais nos quais as florestas tropicais e equatoriais são preservadas. Essas florestas são muito fechadas e exuberantes, com grande variedade de espécies vegetais, de folhas largas e sempre verdes, com características semelhantes à Amazônia e à Mata Atlântica no Brasil. Vista aérea de floresta tropical na Malásia, 2018.

2

Área desmatada para introdução do cultivo de palmeiras na Indonésia, 2018.

JANUAR/AFP

As características das florestas tropicais e equatoriais já devem ser de conhecimento dos alunos por se tratarem de formações vegetais encontradas no território brasileiro, e por já terem sido estudadas em anos anteriores. Questionar os alunos sobre o conhecimento dessa ocorrência comum entre Ásia e Brasil e como isso pode ser explicado. Espera-se que eles relacionem essa ocorrência à localização dos territórios, ou seja, a presença dessas florestas nos dois continentes (além de se destacar também na África) está ligada ao clima equatorial, predominante nas áreas de baixas latitudes. A seguir, se considerar oportuno, destacar algumas características das demais formações florestais que ocorrem na Ásia: • florestas temperadas e subtropicais – caracterizam-se pela pequena variedade de espécies vegetais, se comparadas às tropicais e equatoriais, predominando pinheiros ou plantas caducifólias, que perdem as folhas no inverno para reduzir a perda de água. Ocorrem em uma faixa não contínua de leste a oeste, abrangendo principalmente áreas do Japão, da China, das Coreias, dos países da Ásia Central e da Turquia, inseridas na zona climática temperada. As estações do ano são bem demarcadas, com verões suaves a quentes e invernos frios, com temperaturas inferiores a 0 ºC e queda de neve em muitas áreas. A primavera e o verão apresentam temperaturas amenas. • floresta boreal ou taiga – apresenta formações vegetais homogêneas, constituídas principalmente por coníferas (pinheiros), ocorrendo em áreas de clima frio. Caracteriza-se por temperaturas médias anuais muito baixas. O verão é curto e o inverno é longo e bastante rigoroso, com intensa precipitação de neve.

• Em sua opinião, qual a relação entre a área retratada na fotografia 2 e a produção industrial? Converse com os colegas e o professor. Incentivar os alunos a apresentar as hipóteses deles. Espera-se que respondam algo como produção de matéria-prima para fabricação de alimentos e outros produtos.

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D2_GEO_F2_2054_V9_U05_G20.indd 150 • savanas – são formações ve-

getais que apresentam paisagens diversas, que vão de campos mais abertos a formações florestais. Estão associadas ao clima tropical. Lembrar os alunos de que o cerrado brasileiro pode ser classificado também como savana.

Sobre a produção de óleo de palma, que é uma das principais causas do desmatamento no Sudeste Asiático, sugerimos a leitura da seção Texto complementar.

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TEXTO COMPLEMENTAR Extensas áreas ocupadas por florestas tropicais e equatoriais estão sendo desmatadas para dar lugar à monocultura da palmeira, árvore da qual se extrai o fruto usado na produção do óleo de palma. Por ser muito barato, esse óleo é usado como ingrediente de vários produtos, principalmente alimentícios (batata frita, margarina, chocolate, sorvete etc.) e cosméticos (sabonete, xampu), fabricados por grandes empresas multinacionais. SANJIT DAS/BLOOMBERG/ GETTY IMAGES

[...] Nos últimos anos, a produção de óleo de palma tem aumentado a ponto de tornar-se o óleo vegetal dominante globalmente. Embora mais de 80% de óleo de palma do mundo seja atualmente produzido na Indonésia e na Malásia, a palma é cultivada em 43 países e, em pelo menos 20 deles (na Ásia, América do Sul, África e América Central), o aumento dessa produção já é uma grande ameaça às suas florestas e a sua biodiversidade. [...] “Quase toda a palma de óleo cresce em áreas que eram florestas úmidas tropicais e, no Brasil, isso é um risco futuro para áreas da Amazônia, por exemplo. A expansão desse mercado ameaça a biodiversidade e aumenta as emissões de gases de efeito estufa em todo o mundo. Florestas em todas as quatro regiões de produção são importantes para a biodiversidade, contendo muitas espécies de mamíferos e aves em risco de extinção. Uma das sugestões seria utilizar áreas já desmatadas e inativas para o plantio desse produto”, informa Clinton Jenkins, pesquisador do IPÊ e professor da ESCAS. [...]

Frutos da palma, dos quais são extraídos o óleo utilizado em indústrias de cosméticos e de alimentos. Na fotografia, frutos colhidos em plantação na Malásia, 2017.

Diversas pesquisas apontam que, ao ser transformado, o óleo de palma (identificado nos rótulos das embalagens como óleo ou gordura vegetal) passa a conter gorduras prejudiciais à saúde das pessoas. No entanto, em seu estado bruto (conhecido no Brasil como óleo de dendê), é fonte de importantes vitaminas. A exploração do óleo de palma costuma ser feita de forma predatória, ou seja, prejudicando as comunidades tradicionais que vivem nas florestas e que dela dependem para tirar o sustento. Como muitas dessas comunidades não vivem em áreas legalmente demarcadas, há empresas que conseguem licença para explorá-las economicamente, Comunidades desconsiderando as necessidades da população local. Além disso, os tradicionais: grupos que ocupam ou usam trabalhadores estão sujeitos a más condições de trabalho. determinado território e Nos últimos anos, empresas e organizações ambientalistas, como recursos naturais para o Greenpeace, por exemplo, têm realizado campanhas a favor da progarantir seu sustento e para preservar seus dução sustentável do óleo de palma para evitar a expansão do desmodos de produzir matamento e preservar o modo de vida de comunidades tradicionais. e de viver.

INSTITUTO DE PESQUISAS ECOLÓGICAS. Estudo mostra que expansão para produção de óleo de palma pode afetar florestas em 20 países. Disponível em: <www.ipe.org.br/ultimas-noticias/ 767-estudo-mostra-que-expansao-para-producao-de-oleo-de-palma-pode-afetar-florestas-em-20-paises>. Acesso em: 19 nov. 2018.

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AMPLIANDO HORIZONTES • DANTAS, C. Empresas produtoras de matéria-prima são ligadas a 27% do desmatamento permanente no mundo, diz estudo. G1. Disponível em: <http://livro.pro/gtpowr>. Acesso em: 19 nov. 2018.

O artigo trata do desmatamento no mundo e traz um gráfico no qual se pode observar que o Sudoeste da Ásia é a região do mundo com maior crescimento do desmatamento entre os anos de 2002 e 2015.

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ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

Aspectos da população asiática Observe o mapa.

Ásia: distribuição da população – 2017 OCEANO GLACIAL ÁRTICO

Densidade da população (habitantes por km²)

co

De 0 a 1 De 1 a 10

rti

u C írc

lo P

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De 10 a 25 De 25 a 50

Mar de Okhotsk

De 50 a 100

OCEANO PACÍFICO

M ar Ne gr

Ancara Nicósia Beirute

o

Astana Mar do Japão Pyongyang Seul

Ulan Bator Damasco Telaviv Tashkent Pequim Amã Ashkhabad Bishkek (Beijing) Bagdá Teerã Duchambe Cidade do Kuwait Kabul Riad Islamabad Manama Doha Abu Dhabi Nova Katmandu Mascate Délhi Thimphu Sana

Tóquio

o pic Tró

Mar da China Oriental

er nc Câ e d

Dacca Naipidau

Golfo de Bengala

Vientiane

1 045

Mais de 200 Áreas desabitadas Habitantes nos aglomerados urbanos ou áreas metropolitanas (em milhões) De 1 a 2,5

De 5 a 10 Mais de 10

Mar da Manila China Meridional

Bangcoc Phnom Penh

r 0° ado Equ

Colombo

Habitantes nos centros urbanos (em milhares) De 500 a 1 000

Kuala Lumpur Cingapura

Male 0

De 100 a 200

De 2,5 a 5

Taipé

Hanói

DACOSTA MAPAS

Na atividade 1, espera-se que os alunos respondam que as baixas densidades demográficas correspondem às áreas de deserto, de cordilheiras e de climas polar e frio. Essas áreas são pouco povoadas em virtude das condições naturais adversas. É muito importante destacar que os fatores físico-naturais não são os únicos que influenciam a distribuição da população no território, devendo-se levar em conta, por exemplo, fatores históricos e as técnicas, desenvolvidas ao longo do tempo, que permitem grupos humanos alterar ou controlar condições naturais, muitas vezes consideradas rigorosas, como ocorre com técnicas de irrigação em áreas desérticas ou moradias adaptadas a climas muito frios. Essa ressalva é importante para evitar uma análise que remeta a um determinismo natural. Nesse momento também é importante resgatar conteúdos trabalhados anteriormente relacionados ao imperialismo europeu dos séculos XIX e XX, ressaltando a dominação e a exploração de colônias asiáticas pelos europeus. A descolonização da Ásia se deu apenas após a Segunda Guerra Mundial. Se possível, promover a interdisciplinaridade com História para trabalhar os processos de independência dos países asiáticos. Sobre o assunto, leia o texto sugerido na seção Texto complementar.

De 1 000 a 2 500 De 2 500 a 5 000

OCEANO ÍNDICO

Dili

90°L

Jacarta

Mais de 5 000

Fonte: ISTITUTO GEOGRAFICO DE AGOSTINI. Atlante geografico metodico De Agostini. Novara, 2018. p. 98.

Em seu caderno, responda às questões.

1. Que áreas naturais do território asiático apresentam baixa densidade demográfica? Por quê? Se necessário, consulte os mapas físico (página 144) e de clima (página 146). Auxiliar os alunos na leitura do mapa e na elaboração das respostas. 2. Que regiões da Ásia são mais povoadas? Se necessário, consulte o mapa Ásia: divisão política e regional (página 143). Extremo Oriente, Ásia Meridional e Sudeste Asiático.

3. Os vales de importantes rios asiáticos constituem algumas das regiões mais povoadas do mundo. Que rios são esses e em que países se localizam? Qual a densidade populacional dessas regiões? Consulte o mapa Ásia: físico, (página 144). Rios Ganges (Índia e Bangladesh), Yang-Tsé-Kiang e Hoang-Ho (China). Nessas regiões, as densidades demográficas ultrapassam 200 hab./km². A distribuição desigual da população asiática pelo continente é resultado da integração de fatores históricos, econômicos e naturais. Ao longo do tempo, muitos grupos se estabeleceram, principalmente nas planícies e nas áreas próximas a rios ou solos favoráveis à produção agrícola. Atualmente, há grande concentração populacional nos vales e planícies de importantes rios localizados na Índia, Bangladesh e China, países que estão entre os 10 mais populosos do mundo. O Extremo Oriente e toda a faixa litorânea também são regiões densamente povoadas.

152 TEXTO COMPLEMENTAR D2_GEO_F2_2054_V9_U05_G20.indd 152

Descolonização afro-asiática O processo de descolonização da Ásia e da África ganhou um grande impulso após a Segunda Guerra Mundial, em parte devido ao declínio internacional de potências coloniais

como a França e a Grã-Bretanha [Reino Unido], em parte devido ao crescimento de movimentos de libertação nacional dentro das próprias colônias. O primeiro grande movimento de descolonização, ocorrido durante a década

de 1940, atingiu principalmente os países asiáticos − Índia, Paquistão, Birmânia [atual Myanmar], Ceilão [atual Sri Lanka], Indonésia. Já nos anos 50, tal movimento deslocou-se para a África, onde se assistiu à independên-

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População urbana Observe o mapa e faça as atividades em seu caderno. Se necessário, consulte o mapa Ásia: divisão política e regional (página 143).

Ásia: população urbana (em %) – 2018 r ti c o

De 0 a 20

80º N

OCEANO GLACIAL ÁRTICO

lar Á

População urbana do país (em %)

L

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De 61 a 80

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60º

De 41 a 60

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De 21 a 40

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De 81 a 100

OCEANO PACÍFICO

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925

VESPÚCIO CARTOGRAFIA

OCEANO ÍNDICO

Elaborado com base nos dados de: ONU. World Urbanization Prospects, the 2018 Revision. Disponível em: <https://population.un.org/wup/Maps/>. Acesso em: 1o nov. 2018.

4. Cite dois países em que a população urbana está entre 81% e 100% da população total. Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Barein, Cingapura, Catar, Líbano, Kuwait, Jordânia, Israel, Japão e Coreia do Sul. 5. Cite dois países em que a população urbana corresponde a até 40% do total. Índia, Afeganistão, Bangladesh, Butão, Vietnã, Sri Lanka, Paquistão, Nepal, entre outros. A distribuição da população asiática é bastante desigual quando consideramos a ocupação de áreas urbanas e rurais. Atualmente, a maioria da população do continente vive em áreas rurais. No entanto, a população urbana asiática cresceu bastante nas últimas décadas e a projeção é que continue a crescer por causa do intenso êxodo rural, explicado em parte pelas condições precárias da vida no campo e pela busca de melhores condições de vida nas cidades. Em muitos países asiáticos, o crescimento da população urbana também está relacionado ao intenso crescimento da produção industrial. O mapa acima mostra alguns países com elevadas taxas de urbanização. Alguns deles não possuem população rural, como é o caso de Cingapura.

AMPLIANDO HORIZONTES • POPULAÇÃO chinesa atinge 1 390 milhões em 2017. Diário de Notícias. Disponível em: <http://livro.pro/ uxjc6p>. Acesso em: 19 nov. 2018. Trata-se de uma reportagem sobre o aumento dos “segundos filhos”, a partir de 2016, com o fim da “Política do Filho Único” chinesa. • CHINA conta agora com mais população urbana que rural. G1. Mundo. Disponível em: <http://livro.pro/zpz3q3>. Acesso em: 19 nov. 2018. A reportagem aborda a mudança da China para país urbano em 2012. • BBC. Contra falta de espaço, Cingapura promove hortas verticais. G1. Disponível em: <http://livro.pro/ytbwei>. Acesso em: 19 nov. 2018. Reportagem sobre o estímulo do governo de Cingapura para a implantação de hortas verticais no país. • SILVA, D. N. Guerra da Indochina. UOL: História do mundo. Disponível em: <http://livro. pro/bmcybm>. Acesso em: 19 nov. 2018. Artigo que conta a história da Guerra da Indochina, um conflito entre as tropas coloniais francesas e os vietnamitas.

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cia de países como Gana, Quênia, Senegal e Congo Belga [atual República Democrática do Congo], além do início do movimento de libertação nacional na Argélia. Cientes de que possuíam um perfil histórico e econômico-social pró-

prio, esses Estados nascentes procuraram articular suas similaridades e demandas internacionais nas chamadas Conferências de Solidariedade Afro-Asiáticas, realizadas em Bandung (1955) e no Cairo (1957).

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SILVA, A. M. O Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil (CPDOC). Escola de Ciências Sociais da Fundação Getúlio Vargas. Disponível em: <https://cpdoc.fgv. br/producao/dossies/JK/artigos/ PoliticaExterna/Descolonizacao>. Acesso em: 19 nov. 2018.

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ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

Aglomerações urbanas Observe o mapa das maiores aglomerações urbanas mundiais e faça as atividades em seu caderno.

Mundo: Aglomerações urbanas mais populosas – projeção para 2020

Círculo Polar Ártico

Tianjin Beijing

Moscou

Chongqing

Paris Istambul Lahore

Nova York

Los Angeles

Cairo

Trópico de Câncer

OCEANO ATLÂNTICO

Cidade do México 0°

Bogotá

Equador

OCEANO PACÍFICO Rio de Janeiro

Áreas metropolitanas e aglomerados urbanos (em milhões de habitantes)

São Paulo Buenos Aires

De 10 a 15 De 16 a 20 Círculo Polar Antártico

Mais de 20

Dacca

Calcutá Bangalore Chennai (Madras) Kinshasa

Trópico de Capricórnio

Karachi Mumbai

Lagos

Tóquio

Nova Délhi Xangai

Osaka-Kobe Guangzhou Shenzhen Manila

OCEANO PACÍFICO

OCEANO ÍNDICO

Meridiano de Greenwich

0

2 872

ALLMAPS

Ao encaminhar a leitura do mapa e as atividades sobre ele, é importante destacar que aglomerados urbanos dos chamados países em desenvolvimento cresceram bastante nas últimas décadas e, segundo projeções, alguns terão elevado ritmo de crescimento: em 2030, das dez aglomerações mais populosas, seis estarão na Ásia, três na África e uma na América (São Paulo). Sobre isso propusemos uma atividade na seção Interação, caso julgue conveniente antecipá-la. Se possível, explore um pouco mais o Objetivo do Desenvolvimento do Milênio (ODM) 11, com o auxílio do trecho sugerido na seção Texto complementar. Divida a turma em grupos; cada um deve ficar responsável por analisar dois itens do ODM 11 em uma cidade asiática, investigando quais ações foram encaminhadas para atingir o objetivo exposto. Na atividade 5, orientar os alunos na pesquisa indicando algumas fontes das embaixadas dos países, de organizações não governamentais e de links da ONU, tais como: • CIDADES e comunidades sustentáveis. ONU BR. Disponível em: <http://livro. pro/4m6cw7>. Acesso em: 19 nov. 2018. Na atividade proposta na seção Investigar lugares, orientar os alunos na pesquisa indicando algumas fontes, como sites governamentais e agências da ONU no Brasil. Veja a sugestão a seguir. • BRASIL. Secretaria de Direitos Humanos. Direito à moradia adequada. Disponível em: <http://livro.pro/ayzwc8>. Acesso em: 19 nov. 2018.

Elaborado com base nos dados de: ONU. World Urbanization Prospects, the 2018 Revision. Disponível em: <https://population.un.org/wup/Maps/>. Acesso em: 31 out. 2018.

1. Em qual continente se situa a maior parte das aglo-

Aglomeração urbana: merações urbanas mais populosas do mundo? Ásia. conjuto formado por 2. China: Beijing, Xangai, Chongqing / Índia: Délhi, Mumbai, duas ou mais cidades 2. Liste três aglomerações urbanas asiáticas que posvizinhas. Geralmente, suem mais de 15 milhões de habitantes, indicanhá uma cidade principal, do o país onde se localizam. Se achar necessário, que é mais populosa e exerce forte influência consulte o mapa Ásia: divisão política e regional sobre as demais. (página 143). Calcutá / Bangladesh: Dacca / Japão: Osaka / Turquia: Istambul / Paquistão: Karachi 3. Observe novamente o mapa da página 153. Os países citados na resposta anterior são os mais urbanizados do continente? Justifique sua resposta. Não, apenas o Japão está entre os mais urbanizados. China e Índia são os dois países mais populosos do mundo. Embora tenham grande parte da população vivendo no campo (na Índia, a população rural é maioria), apresentam grande número de habitantes nas cidades. A população urbana chinesa, por exemplo, é de aproximadamente 800 milhões de pessoas. Assim como acontece em muitos outros países em desenvolvimento, o crescimento urbano de países asiáticos ocorre de forma bastante rápida e intensa, com grande parte da população ocupando áreas periféricas com moradias e serviços públicos precários.

154 TEXTO COMPLEMENTAR D2_GEO_F2_2054_V9_U05_G20.indd 154

Objetivo 11. Tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis 11.1 Até 2030, garantir o acesso de todos à habitação segura, adequada e a preço

acessível, e aos serviços básicos e urbanizar as favelas 11.2 Até 2030, proporcionar o acesso a sistemas de transporte seguros, acessíveis, sustentáveis e a preço acessível para todos, melhorando a segurança rodoviária por meio da ex-

pansão dos transportes públicos, com especial atenção para as necessidades das pessoas em situação de vulnerabilidade, mulheres, crianças, pessoas com deficiência e idosos 11.3 Até 2030, aumentar a urbanização inclu-

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tivo per capita das cidades, inclusive prestando especial atenção à qualidade do ar, gestão de resíduos municipais e outros 11.7 Até 2030, proporcionar o acesso universal a espaços públicos seguros, inclusivos, acessíveis e verdes, particularmente para as mulheres e crianças, pessoas idosas e pessoas com deficiência 11.a Apoiar relações econômicas, sociais e ambientais positivas entre áreas urbanas, periurbanas e rurais, reforçando o planejamento nacional e regional de desenvolvimento 11.b Até 2020, aumentar substancialmente o número de cidades e assentamentos humanos adotando e implementando políticas e planos integrados para a inclusão, a eficiência dos recursos, mitigação e adaptação às mudanças climáticas, a resiliência a desastres; e desenvolver e implementar, de acordo com o Marco de Sendai para a Redução do Risco de Desastres 2015-2030, o gerenciamento holístico do risco de desastres em todos os níveis 11.c Apoiar os países menos desenvolvidos, inclusive por meio de assistência técnica e financeira, para construções sustentáveis e resilientes, utilizando materiais locais

GALIT SELIGMANN/ALAMY / FOTOARENA

Na Unidade 2 você estudou aspectos dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) estabelecidos pela ONU. Considerando a rápida e intensa urbanização de muitos países, o objetivo número 11 se refere à vida nas cidades: “Tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis”. Observe as fotografias.

1

Resiliente: que é capaz de adaptar-se ou recuperar-se de situações desfavoráveis.

KAZI SALAHUDDIN RAZU/PACIFIC PRESS/AP/GLOW IMAGES

2

Bairro carente em Mumbai, na Índia, em 2018.

Rio poluído em Dacca, Bangladesh, em 2016.

Mumbai, na Índia, e Dacca, em Bangladesh. Na fotografia 1, foi retratado o problema de moradias precá-

4. Escreva em seu caderno quais cidades e quais problemas foram retratados nas fotografias. rias e, na fotografia 2, a contaminação de rio.

5. Em grupo, pesquisem ações realizadas para atingir o ODS 11 nas grandes aglomerações urbanas de países asiáticos, investigando ações de organizações governamentais e não governamentais. Apresentem os resultados da pequisa para os colegas e professor e analisem se as ações que tiveram bons resultados poderiam ser aplicadas em cidades brasileiras. Orientar os alunos na pesquisa indicando algumas fontes, como sites das embaixadas dos países, de organizações não governamentais, da ONU, entre outros. INVESTIGAR LUGARES Que políticas públicas têm sido aplicadas para a melhoria das condições de vida nas cidades da Unidade da Federação onde você vive? Faça uma pesquisa sobre isso e converse com o professor e os colegas a respeito da situação das cidades da sua UF, fazendo um paralelo com as situações pesquisadas sobre as cidades asiáticas.

OBJETIVO 11: tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis. ONU BR. Disponível em: <https:// nacoesunidas.org/pos2015/ods11/>. Acesso em: 19 nov. 2018.

Orientar os alunos na pesquisa indicando algumas fontes, como sites de secretarias e órgãos governamentais, de agências da ONU no Brasil e de organizações não governamentais.

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siva e sustentável, e as capacidades para o planejamento e gestão de assentamentos humanos participativos, integrados e sustentáveis, em todos os países 11.4 Fortalecer esforços para proteger e salvaguar-

dar o patrimônio cultural e natural do mundo 11.5 Até 2030, reduzir significativamente o número de mortes e o número de pessoas afetadas por catástrofes e substancialmente diminuir as perdas econômicas diretas causa-

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das por elas em relação ao produto interno bruto global, incluindo os desastres relacionados à água, com o foco em proteger os pobres e as pessoas em situação de vulnerabilidade 11.6 Até 2030, reduzir o impacto ambiental nega-

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INTERAGIR COM MAPAS

ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

NÃO ESCREVA NO LIVRO.

Aspectos populacionais em anamorfose

Nos chamados mapas em anamorfose, as formas dos territórios, como países ou continentes, são deformadas de acordo com as informações representadas. Em outras palavras, os territórios são “inflados” ou “desinflados” de maneira proporcional. Observe as anamorfoses a seguir.

Mundo: população absoluta – 2018 (anamorfose) 1

ALLMAPS

Fonte: Worldmapper. Disponível em: <https://worldmapper.org/maps/population-year-2018/>. Acesso em: 1o nov. 2018.

Mundo: PIB – 2018 (anamorfose) 2

ALLMAPS

Encaminhar uma análise coletiva das anamorfoses apresentadas, destacando suas características. Explicar que a anamorfose faz parte das chamadas transformações cartográficas, produzidas com base em formas geométricas ou com a distorção do contorno dos territórios, como nos mapas desta seção. Sobre o assunto, ver texto sugerido na seção Texto complementar. Se possível, acessar as páginas de internet sugeridas na seção Ampliando horizontes e explorar com os alunos as diversas anamorfoses. Para que identifiquem os países e comparem os territórios representados nas anamorfoses com os territórios representados proporcionais à extensão real, orientar os alunos a consultar o mapa Planisfério: político no fim do volume. Na atividade 1, espera-se que os alunos respondam que as áreas representadas no mapa não correspondem ao tamanho real, pois o desenho do território de cada país sofreu variações de acordo com o valor da informação representada. Na atividade 2, espera-se que os alunos respondam que a área não permaneceu a mesma porque as informações representadas são diferentes. No mapa 1 foi representada a população absoluta e no mapa 2, o PIB, informações que têm valores numéricos diferentes. Na atividade 3, espera-se que os alunos reconheçam que, dos países mais populosos do mundo citados na tabela, quatro se localizam no continente asiático: China (1 380 milhões de pessoas), Índia (1 290 milhões de pessoas), Indonésia (264 milhões de pessoas) e Paquistão (207 milhões de pessoas). Na atividade 4, os alunos devem reconhecer que o continen-

Fonte: Worldmapper. Disponível em: <https://worldmapper.org/maps/gdp-2018/>. Acesso em: 1o nov. 2018.

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te asiático e o europeu são os que apresentam a maior quantidade de países “inflados”, pois cada um apresenta três países entre os maiores PIBs mundiais. Para a resposta da atividade 5, espera-se que os alunos respondam China, Japão e Índia.

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TEXTO COMPLEMENTAR Representação dos dados

Observe que, nas anamorfoses apresentadas nesta seção, os territórios dos países foram bastante deformados. Enquanto alguns tiveram seu território aumentado, outros tiveram seu território bastante diminuído. No mapa 1, os países mais populosos ganharam destaque, especialmente a China e a Índia. Observe os dados no quadro a seguir e relacione-os com o mapa 1. Mundo: países mais populosos – 2017 País Habitantes (milhões) China 1410 Índia 1339 Estados Unidos 324 Indonésia 264 Brasil

208

Paquistão Nigéria

197 191

Fonte: ONU/DESA, Population Division (2017). World Population Prospects, the 2017 Revision. Nova York, ONU. Disponível em: <https:// esa.un.org/unpd/wpp/Publications/>. Acesso em: 11 nov. 2018.

No mapa 2, os países que ficaram em destaque foram aqueles com maior produto interno bruto (PIB). Os países com menor PIB praticamente “desapareceram” da representação. Compare os dados do quadro a seguir com o mapa 2. Mundo: maiores PIBs – 2018 País PIB (trilhões de US$) Estados Unidos 20,5 China 13,4 Japão 5,0 Alemanha 4,0 Reino Unido 2,8 França 2,7 Índia 2,6

Fonte: FMI. GDP – Current Prices. Disponível em: <https://www.imf.org/ external/datamapper/NGDPD@WEO/ OEMDC/ADVEC/WEOWORLD/EGY>. Acesso em: 11 nov. 2018.

Em seu caderno, responda às questões. Auxiliar os alunos na leitura e interpretação de informações dos mapas e quadros para a elaboração das respostas às atividades. 1. As áreas representadas nos mapas se relacionam com as áreas reais dos países? Consulte o planisfério político da página 254 para justificar sua resposta.

2. Compare o mapa 1 com o mapa 2 e explique por que a área de cada país não é a mesma em cada um dos mapas.

3. Entre os países mais populosos do mundo, quantos estão localizados na Ásia? 4. No mapa 2, que continente teve maior número de países “inflados”? Por que isso ocorreu? Explique sua resposta analisando o quadro 2.

5. Que países asiáticos estavam entre os maiores PIBs do mundo em 2018? Consulte o planisfério político da página 254.

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AMPLIANDO HORIZONTES • WORLDMAPPER. Disponível em: <http://livro.pro/mtj6np>. Acesso em: 17 nov. 2018. Nesse link é possível ter acesso a uma grande quantidade de mapas criados, utilizando a técnica da anamorfose sobre os mais variados temas.

• MARTINELLI, M. Reflexões

de cartografia temática nas transformações cartográficas. Confins. Disponível em: <http:// livro.pro/sbfy2k>. Acesso em: 17 nov. 2018. O texto aborda os tipos de transformações cartográficas, das quais fazem parte as anamorfoses.

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Transformações cartográficas Graças aos grandes progressos da computação e da informática, com a disponibilidade de tecnologias avançadas, a cartografia foi enormemente beneficiada, passando de analógica para digital. Assim, não só apresentou grande desenvolvimento da produção dos mapas dado às vantagens do meio digital, como também possibilitou inúmeras inciativas para novas representações a partir de dados georreferenciados. Trata-se das transformações cartográficas. Elas estariam fundamentadas na valorização dos padrões espaciais que os atributos ou as variáveis constroem, atentando mais para o respectivo aspecto morfológico, em vez de ficarem apenas presas às constatações das distribuições geográficas. [...] As anamorfoses propriamente ditas seriam verdadeiras transformações cartográficas, mais apropriadamente denominadas [...] transformações cartográficas espaciais, pois, graças a uma operação matemática, fazem o mapa passar de uma forma para outra do mesmo espaço, privilegiando na visualização o tema focalizado, além de admitirem uma única solução. São realizadas a partir de uma superfície uniforme que sofreria dilatações ou contrações de forma contínua, por conta de uma força, em função do maior ou menor valor da variável considerada. MARTINELLI, M. Mapas da geografia e cartografia temática. São Paulo: Contexto, 2011. p. 127-130.

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ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

Indicadores sociais Observe o gráfico.

Mundo: Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) por regiões – 1990-2017 Desenvolvimento Humano (Valor do índice de desenvolvimento humano)

OCDE*

Muito alto (0.800 ou melhor) 0.800 Europa & Ásia Central América Latina & Caribe Leste da Ásia & Pacífico Mundo Estados Árabes

Alto (0.700-0.799) 0.700

Sul da Ásia

Médio (0.550-0.699) 0.550

África Subsaariana

Baixo (Menos que 0.550)

0.300 1990

2000

2010

2017

FJF VETORIZAÇÃO

Ao encaminhar a leitura do gráfico da página 158, destacar que se trata de regionalização usada para organizar e analisar os dados do Relatório de Desenvolvimento Humano, anualmente publicado pelo Programa de Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud). Pode-se orientar os alunos a consultarem o Relatório de Desenvolvimento Humano 2018. Como o relatório não está disponível em língua portuguesa, é uma boa oportunidade para promover a interdisciplinaridade com Inglês. Pode-se também pedir aos alunos que pesquisem o último relatório disponível no Pnud e conferir se algo mudou desde a edição deste volume. Seguem as listas de países da regionalização proposta no relatório. • Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE): Austrália, Áustria, Bélgica, Canadá, Chile, República Tcheca, Dinamarca, Estônia, Finlândia, França, Alemanha, Grécia, Hungria, Islândia, Irlanda, Israel, Itália, Japão, Coreia do Sul, Letônia, Lituânia, Luxemburgo, México, Países Baixos, Nova Zelândia, Noruega, Polônia, Portugal, Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Suécia, Suíça, Peru, Reino Unido, Estados Unidos. • Estados Árabes: Argélia, Barein, Djibuti, Egito, Iraque, Jordânia, Kuwait, Líbano, Líbia, Marrocos, Omã, Território da Palestina, Catar, Arábia Saudita, Somália, Sudão, Síria, Tunísia, Emirados Árabes Unidos, Iêmen. • Leste da Ásia e Pacífico: Camboja, China, Fiji, Indonésia, Kiribati, Coreia do Norte, Laos, Malásia, Ilhas Marshall, Micronésia, Mongólia, Mianmar, Nauru, Palau, Papua Nova Guiné, Filipinas, Samoa, Ilhas Salomão, Tailândia, Timor Leste, Tonga, Tuvalu, Vanuatu, Vietnã.

*A OCDE, Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico, foi fundada em 1961 e conta com 36 países-membros. Seu objetivo é promover políticas que melhorem o bem-estar econômico e social no mundo todo. Brasil, Estados Unidos, China e Japão integram a organização.

Fonte: UNDP. Human Development Report 2018. Nova York, 2018. p. 3.

Em seu caderno, responda às questões. Ocorreu crescimento do índice em todas as regiões do mundo. Chama a atenção a região 1. Como foi a evolução do IDH nas diferentes regiões entre 1990 e 2017? Ao verificar o IDH do "Leste da Ásia", o que chama a atenção? “Leste da Ásia e Pacífico”, que mudou de IDH “baixo” para “alto”. 2. Em quais regiões o continente asiático foi dividido? Em sua opinião, qual foi o critério utilizado na regionalização da Ásia para a elaboração do gráfico do IDH?

3. Que região asiática apresentada no gráfico tinha o IDH mais elevado em

2017? E que região asiática tinha o IDH mais baixo? A Ásia Central, onde se localiza o Cazaquistão, apresentava o maior IDH do continente asiático; e o Sul da Ásia, onde se situa o Bangladesh, o menor. De acordo com o Relatório do Desenvolvimento Humano de 2018, 12 países asiáticos e o território de Hong Kong tinham IDH muito alto, com destaque para este último e Cingapura. A maioria dos países asiáticos, porém, apresentava IDH médio ou alto. 2. Ásia Central, Leste da Ásia e Pacífico, Estados Árabes e Sul da Ásia. Espera-se que os alunos percebam que há uma heterogeneidade entre os países asiáticos e que a regionalização facilita a análise dos elementos que compõem o IDH.

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D2_GEO_F2_2054_V9_U05_G20.indd 158 • Europa e Ásia Central: Al-

bânia, Armênia, Azerbaijão, Belarus, Bósnia-Herzegovina, Geórgia, Cazaquistão, Quirguistão, Moldávia, Montenegro, Sérvia, Tadjiquistão, Macedônia, Turquia, Turcomenistão, Ucrânia, Uzbequistão. • América Latina e Caribe: Antígua e Barbuda, Argenti-

na, Bahamas, Barbados, Belize, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Dominica, República Dominicana, Equador, El Salvador, Granada, Guatemala, Guiana, Haiti, Honduras, Jamaica, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, São Cristóvão e Névis, Santa Lúcia, São Vicente e Granadi-

nas, Suriname, Trinidad e Tobago, Uruguai, Venezuela. • Sul da Ásia: Afeganistão, Bangladesh, Butão, Índia, Irã, Maldivas, Nepal, Paquistão, Sri Lanka. Subsaariana: • África Angola, Benin, Botsuana, Burkina Fasso, Burundi, Cabo Verde, Camarões, República

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ATIVIDADE COMPLEMENTAR Orientar os alunos na elaboração de um mapa, solicitando que discutam a melhor variável visual para representar a classificação das regiões de acordo com o IDH. Sugerimos que utilizem a variável visual valor, utilizando tonalidades diferentes de uma mesma cor ou hachuras. O importante é passar a ideia de hierarquia, indo do baixo desenvolvimento humano ao desenvolvimento humano muito elevado. Para a produção do mapa, os alunos podem usar papel transparente e fazer um decalque do mapa Planisfério: político (no fim do livro). Propor a observação dos dados da tabela e relembrar, se necessário, a definição dos indicadores nela contidos, retomando os conceitos de IDH, estudados na Unidade 2. Destacar que os baixos indicadores da Síria, do Afeganistão e do Iêmen estão relacionados ao contexto das guerras que envolveram esses países.

Nas últimas décadas, os países asiáticos apresentaram significativas melhorias sociais, sobretudo os emergentes – China, Índia, Coreia do Sul, Tailândia, Turquia, Indonésia e Malásia – e os produtores de petróleo – como Omã, Emirados Árabes Unidos, Catar, Irã, Arábia Saudita e Kuwait. Apesar dessas melhorias, ainda há na Ásia países com graves problemas socioeconômicos que se refletem nos baixos indicadores sociais. Em 2017, dos 38 países com IDH baixo, três estavam localizados na Ásia: Síria, Afeganistão e Iêmen. Esses países enfrentaram (ou ainda enfrentam) situações de guerras recentes que afetaram suas economias e provocaram a diminuição significativa da esperança de vida da população. Observe o quadro com os indicadores sociais de alguns países asiáticos. Ásia: IDH e indicadores socioeconômicos (países selecionados) – 2017 Esperança Expectativa Posição no de vida ao ranking de anos de País IDH nascer (em mundial estudos anos) Hong Kong 7o 0,933 84,1 16,3 (China) Desenvolvimento Cingapura 9o 0,932 83,2 16,2 humano muito elevado Japão 19o 0,909 83,9 15,2

Desenvolvimento Humano elevado

Desenvolvimento Humano Médio

Catar

37o

0,856

78,3

13,4

Irã

60o

0,798

76,2

14,9

China

86o

0,752

76,4

13,8

Índia

130o

0,640

68,8

12,3

Paquistão

150o

0,562

66,6

8,6

Síria

155o

0,536

71,0

10,2

168

o

0,498

64,0

10,4

178o

0,452

65,2

9,0

Desenvolvimento Afeganistão Humano Baixo Iêmen

Fonte: UNDP. Human Development Report 2018. Nova York, 2018. p. 22-25; 48-51.

Responda às questões em seu caderno.

4. Dos países listados no quadro, qual deles apresenta a maior e a menor esperança de vida ao nascer? Maior: Hong Kong; Menor: Afeganistão.

5. Qual indicador econômico que compõe o IDH não foi apresentado no quadro? renda per capita.

6. Com base nos dados apresentados, o que se pode concluir sobre os países asiáticos quanto aos indicadores sociais? Espera-se que os alunos concluam que há uma grande diversidade socioeconômica na Ásia.

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Centro-Africana, Chade, Comores, Congo, República Democrática do Congo, Costa do Marfim, Guiné Equatorial, Eritreia, Eswatini, Etiópia, Gabão, Gâmbia, Gana, Guiné, Guiné-Bissau, Quênia, Lesoto, Libéria, Madagascar, Malauí, Mali, Mauritânia, Maurício, Moçambique, Namíbia, Níger,

Nigéria, Ruanda, São Tomé e Príncipe, Senegal, Seicheles, Serra Leoa, África do Sul, Sudão do Sul, Tanzânia, Togo, Uganda, Zâmbia, Zimbábue.

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AMPLIANDO HORIZONTES • SUKKAR, S. O menino de Alepo. Rio de Janeiro: Globo Livros, 2017. A história se passa no contexto da guerra da Síria. Um menino com Síndrome de Asperger e a irmã mais velha tentam cruzar o país, partindo de Alepo, para tentar encontrar com os irmãos em Damasco. Quando a irmã é sequestrada pelo Estado Islâmico, o garoto tenta chegar ao seu destino, comunicando-se por meio de pinturas e contando com a solidariedade das pessoas. • UNDP. Human Development Report 2018. Nova York, 2018. Disponível em: <http://livro.pro/wt7pm2>. Acesso em: 19 nov. 2018. Link para acessar o Relatório de Desenvolvimento Humano de 2018.

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ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

PENSAR E AGIR

Orientar os alunos a analisar com mais atenção o Brasil e o continente asiático. NÃO ESCREVA NO LIVRO.

Religiões no mundo As chamadas grandes religiões surgiram no continente asiático e se espalharam para a Europa e a África e, depois, para a América e a Oceania. Observe no mapa as áreas de influência das principais religiões no mundo.

Mundo: áreas de influência das grandes religiões OCEANO GLACIAL ÁRTICO

0º Círculo Polar Ártico

OCEANO ATLÂNTICO

Trópico de Câncer

Equador

OCEANO PACÍFICO

OCEANO PACÍFICO 0º

OCEANO ÍNDICO

Trópico de Capricórnio

0

Meridian o de Greenwich

2 333

Círculo Polar Antártico

OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO

Religião predominante Cristianismo

Islamismo

Budismo

Berço do Judaísmo

Confucionismo

Protestantes

Hinduísmo

Xintoísmo

Católicos romanos

Religiões animistas

Católicos ortodoxos

Sem dados ALLMAPS

Nesta seção, reforçar o trabalho com algumas competências diretamente relacionadas ao tema proposto: • Gerais: 1 e 9. • Área: 1, 4 e 6. • Específicas: 3 e 6. Encaminhar a leitura do mapa e dos textos, destacando que se deve respeitar e conviver pacificamente com as diferentes pessoas, promovendo a tolerância e o respeito às diversas práticas religiosas. Reforçar, ainda, que também devem ser respeitados aqueles que optam por não ter religião ou que não acreditam em um deus (ateus). Para a leitura do mapa, auxiliar os alunos na leitura das diferentes hachuras presentes. No Japão, há o predomínio do Budismo (roxo) e do Xintoísmo (hachura) nas ilhas Honshu, Shikoku e Kyushu e Animista na ilha Hokkaido. Na China predomina o Budismo em todo o país, exceto na porção oeste – colorida de verde – onde predomina o Islamismo. Na porção leste do país, além do Budismo, há a ocorrência do Confucionismo (roxo com bolinhas). Na atividade proposta, explorar o conceito de Estado laico, diferenciando-o de Estado teocrático e Estado ateu. Se achar conveniente, conversar com os alunos sobre as atuais formas de expansão das religiões, chamando a atenção para a existência de redes e fluxos.

Fonte: VICTOR, J. C. Le dessous des cartes: Itinéraires géopolitiques. Tallandier, 2012. p. 170.

Cristianismo Fundado por volta do ano 30 no Oriente Médio, conta com mais de 2 bilhões de fiéis. Sua expansão começou no século IV, quando Roma o adotou, e aumentou quando levado para América e África pelos europeus nos séculos XVI e XVII. Tem Deus manifestado em Jesus de Nazaré, que passou a ser chamado de Cristo. O livro sagrado é a Bíblia e os cultos ocorrem em igrejas. Os cristãos dividem-se em católicos, ortodoxos e protestantes.

160 TEXTOS COMPLEMENTARES TEXTO 1

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Você sabe o que é Estado laico? Um Estado é considerado laico quando promove oficialmente a separação entre Estado e religião. A partir da ideia de laicida-

de, o Estado não permitiria a interferência de correntes religiosas em assuntos estatais, nem privilegiaria uma ou algumas religiões sobre as demais. O Estado laico trata todos os seus cidadãos igualmente, independentemente de sua escolha religiosa, e não deve

dar preferência a indivíduos de certa religião. [...]

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Estado teocrático Nas teocracias, as decisões políticas e jurídicas passam pelas regras da religião oficial adotada. Em países teocráticos, a religião pode exercer o poder político de forma direta,

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TEXTO 2 Animismo Conjunto de rituais bastante antigos ligados ao culto à natureza e às suas manifestações. É conhecido como xamanismo, na Ásia e na América, culto aos espíritos e antepassados, na África e Oceania. O xintoísmo, no Japão, também tem esse caráter. A umbanda afro-brasileira reúne elementos dos cultos africanos aos orixás e do cristianismo. Hinduísmo (ou bramanismo) Terceira religião do mundo em número de adeptos (cerca de 950 milhões), também é uma das mais antigas, tendo sido fundada há cerca de 6000 anos. A maior concentração de praticantes está na Índia, onde surgiu. É uma religião politeísta – que adota vários deuses – e seus templos são chamados de mandir. Budismo Surgiu na Índia por volta do ano 523 a.C. e prega o desapego aos bens materiais e a superação do ciclo de encarnações. Buda quer dizer “iluminado”. O budismo espalhou-se da Índia (onde hoje é minoritário) para todo o Extremo Oriente e Sudeste da Ásia, entre os séculos III a.C. e VII d.C. Conta com cerca de 350 milhões de adeptos que frequentam seus templos. Islamismo Baseia-se nas revelações de Alá (Deus em árabe) feitas ao profeta Maomé. Islã significa “aquele que se submete à vontade de Alá”. O livro sagrado é o Alcorão e os cultos são realizados em mesquitas. A expansão do islamismo está ligada às conquistas árabes que se estenderam do Oriente Médio à Península Ibérica nos séculos VII e VIII. Depois, a partir do século XI, foi levado para o sudeste da Ásia. Possui cerca de 1,6 bilhão de seguidores. Judaísmo Fundado no ano 1800 a.C., tem sua origem no Oriente Médio. É a mais antiga religião monoteísta – que reconhece um único Deus. Acredita na criação do Universo por Yaveh. A doutrina judaica encontra-se em livros sagrados (Torá e Talmude) e serviu de base para a doutrina cristã. Tem como local de culto a sinagoga. Conta com cerca de 15 milhões de adeptos.

De acordo com a Constituição Brasileira, “é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias”. Assim, o cidadão é livre para professar sua religião, e os atos de intolerância religiosa constituem crime. • Converse com o professor e os colegas sobre casos de intolerância religiosa que você presenciou ou viu em noticiários. Depois, reúna-se com alguns colegas para confrontar os casos apresentados com o que é afirmado pela Constituição e criem uma campanha na escola sobre tolerância religiosa. Auxiliar os alunos nesta atividade.

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quando membros do próprio clero têm cargos públicos, ou de forma indireta, quando as decisões dos governantes e juízes (não religiosos) são controladas pelo clero. Exemplos de Estados teocráticos são: o Irã, que adota o islamismo como religião

oficial e possui um aiatolá como chefe de Estado; e o Vaticano, o país-sede da Igreja Católica, cujo chefe de Estado é o próprio papa. Estado ateu Um Estado ateu é caracterizado pela proibição ou perseguição a práticas religiosas. O Estado não ape-

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nas se separa da religião, mas a combate. [...]. SILVA, L. M. B. Você sabe o que é Estado laico? Politize! Disponível em: <www.politize.com.br/ estado-laico-o-que-e/>. Acesso em: 19 nov. 2018.

Desterritorialização das religiões [...] A globalização criou um mercado de religiões, em que os produtos religiosos circulam além das fronteiras nacionais e padronizam-se, a fim de tornarem acessíveis, em todos os lugares e para um grande número de pessoas, sem se identificar demais ou se ligar a uma cultura determinada. [...] Essa mobilidade das religiões é produto da internet e das televisões via satélite, que distenderam as relações tradicionais entre religiões e seus territórios de origem e favoreceram conversões maciças e individuais em todas as religiões. As religiões muito territorializadas e conectadas a uma identidade nacional não chegam a mundializar-se (ortodoxia russa, grega...). É o caso, em parte, da Igreja católica, ao mesmo tempo muito centralizada em torno da figura do papa e, em alguns lugares, inscrita na lógica de culturas locais (sincretismo, muito presente na América e na África). Ao contrário, os protestantes evangélicos (o pentecostismo é emblemático) e os salafitas (provenientes do wahhabismo, corrente rigorosa do islã sunita) adaptam-se melhor a essa desterritorialização, visto que o local de culto é sem importância. A força desses movimentos fundamentalistas – apoiados ou pelas Igrejas norte-americanas ou por fundações da Arábia Saudita – reside em sua flexibilidade e funcionamento reticular. Graças a recursos financeiros, e em alguns casos substanciais, originários em parte da contribuição dos fiéis, ambos utilizaram meios de comunicação modernos para obter a conversão de novos crentes. [...] DURAND, M.-F. et al. Atlas da mundialização. São Paulo: Saraiva, 2009. p. 76-77.

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ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

Integrações na Ásia Visando aumentar a integração político-econômica e a participação no comércio continental e internacional, os países asiáticos têm procurado agrupar-se em organismos de integração política e econômica. Observe o mapa.

Ásia: organismos de integração 90° L

OCEANO GLACIAL ÁRTICO

ola lo P Círcu

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o

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OCEANO PACÍFICO

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OCEANO ÍNDICO

Opep Asean

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Destacar que a Rússia e os países da Ásia Central integram a Comunidade de Estados Independentes (CEI), tendo sido abordados na Unidade 3. Outras organizações econômicas na Ásia podem ser mencionadas. • Conselho de Cooperação do Golfo (CCG) Com sede em Riad, capital da Arábia Saudita, o CCG foi criado em 1981. Trata-se de uma organização política, econômica e social constituída por Arábia Saudita, Barein, Catar, Emirados Árabes Unidos, Kuwait e Omã, países localizados no Oriente Médio. Em 2001, o Iêmen tornou-se observador, participando de algumas reuniões da organização. Os países-membros do CCG têm economia baseada na extração de petróleo e gás natural. Juntos, eles detêm 45% das reservas mundiais conhecidas de petróleo e 17% das jazidas de gás natural. Entre os objetivos do CCG estão a cooperação nas áreas de economia, finanças, segurança e defesa e o desenvolvimento de programas conjuntos em educação, cultura, saúde, turismo, direitos humanos, meio ambiente, ciência e tecnologia.

0

820

Fonte: CALDINI, V.; ÍSOLA, L. Atlas geográfico Saraiva. São Paulo: Saraiva, 2013. p. 188.

Associação das Nações do Sudeste Asiático A Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean) surgiu em 1967. Com sede em Jacarta (Indonésia), a organização conta com dez países-membros: Indonésia, Malásia, Filipinas, Cingapura e Tailândia, desde 1967; Brunei, a partir de 1984; Vietnã, desde 1985; Mianmar e Laos, a partir de 1997; e Camboja, desde 1999. Papua-Nova Guiné e Timor Leste participam como membros observadores.

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• Liga dos Estados Árabes

(LEA) A Liga dos Estados Árabes (LEA) ou Liga Árabe foi criada em 1945. Trata-se de uma organização de estados árabes da África e da Ásia com o objetivo de reforçar os laços culturais, econômicos, sociais e políticos entre os países-membros, assim como mediar conflitos entre eles. Ela compreende 21 Estados atuantes: Líbano, Comores, Egito, Iraque, Jordânia, Arábia Saudita, Iêmen, Sudão, Líbia, Tunísia, Marrocos, Kuwait, Argélia, Barein, Catar, Omã, Emirados Árabes Unidos, Mauritânia, Djibuti, Somália e Território da Palestina (considerado um Estado independente pela Liga Árabe). Sediada no Cairo (Egito), a Liga Árabe é palco de muitas divergências entre os países-membros. As decisões tomadas são válidas apenas para os países que votaram nelas. Os contrários são isentos de cumprir as medidas definidas pela maioria.

JULIA SANDERS/SHUTTERSTOCK.COM

A Asean é um bloco econômico regional que tem como principal marca a área de livre-comércio. Além disso, desenvolve e coordena programas de cooperação entre os países-membros nas áreas de agricultura, indústria, energia, transporte, comunicação, segurança, tecnologia, educação, turismo e cultura. Nos últimos anos as relações comerciais entre os países-membros e os países que não pertencem ao bloco, principalmente a China e o Japão, têm aumentado significativamente.

Bloco econômico fundado em 1989, reúne países da América, Ásia e Oceania banhados pelo oceano Pacífico. Com sede em Cingapura, é constituído por 21 países-membros: Austrália, Brunei, Canadá, Chile, China, Hong Kong, Indonésia, Japão, Coreia do Sul, Malásia, México, Nova Zelândia, Papua-Nova Guiné, Peru, Filipinas, Rússia, Cingapura, Taiwan, Tailândia, Estados Unidos e Vietnã. O objetivo principal da Apec é a redução de tarifas alfandegárias entre os países-membros, a fim de estabelecer uma área de livre-comércio. O bloco enfrenta dificuldades de consolidação em razão de disputas de liderança entre as potências que integram o bloco e de diferenças socioeconômicas entre os países, entre outros fatores.

NANAMIOU/SHUTTERSTOCK.COM

Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico

Organização dos Países Exportadores de Petróleo

DMYTO/SHUTTERSTOCK.COM

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) foi criada em 1960 com o objetivo de coordenar e unificar as políticas de produção e oferta do petróleo entre os países-membros e, assim, controlar preços de venda do produto no mercado mundial. Com sede em Viena (Áustria), é constituída por 12 países exportadores de petróleo de diferentes continentes: Irã, Iraque, Kuwait, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Catar, Venezuela, Equador, Líbia, Argélia, Nigéria e Angola. De acordo com dados da própria organização, mais de 80% das reservas mundiais comprovadas de petróleo estão situadas nos territórios de seus países-membros, e 65% delas estão localizadas no Oriente Médio.

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INTEGRANDO COM

ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

ARTE

Heróis, artes marciais e cinema: da Ásia para o mundo Os efeitos do impacto da cultura de países populosos, tecnologicamente avançados e economicamente importantes foram sentidos inicialmente em escala regional. Hoje sua influência pode ser percebida em escala mundial, estimulando produções midiáticas e a disseminação de hábitos de consumo, conforme estudado na Unidade 2. Nesse contexto, a influência cultural que o continente asiático exerce em diversas regiões do mundo vem se manifestando ao longo de décadas, especialmente a partir do final da Segunda Guerra Mundial.

Da Índia... A influência do cinema indiano é recente, mas não é de hoje que a Índia produz filmes. O primeiro filme foi produzido em 1913, concorrendo em volume de produções e em popularidade, ao menos no continente asiático, com o próprio cinema estadunidense. O estilo do cinema indiano é inconfundível, combinando números musicais, paisagens milenares e histórias de novelas, daí o uso do termo Bollywood para se referir à sua indústria cinematográfica. O termo é uma fusão de Bombaim (ou Mumbai), seu principal centro de produção, e Hollywood, referência à cidade californiana cuja história se confunde com a do próprio cinema estadunidense. O fato de o inglês ser uma das línguas oficiais da Índia ajuda a tornar os filmes de Bollywood ainda mais populares ao redor do mundo, com presença constante entre os concorrentes ao Oscar e também nos serviços de vídeo sob demanda.

Pôster de divulgação de filme de produção indiana, lançado em 2017.

BAAHUBALI: THE CONCLUSION. SS RAJAMOULI. ARKA MEDIA WORKS. ÍNDIA. 2017

Esta seção apresenta a interdisciplinaridade com Arte e/ou com Língua Portuguesa) trabalhando a produção midiática/cinematográfica de países asiáticos. Além dos exemplos na seção, é possível trabalhar outros, encontrados, por exemplo, no Internet Movie Data Base (IMDb). Como se trata de site em inglês, pode ser aproveitado como um mote interdisciplinar com a Língua Inglesa. Disponível em: <http:// livro.pro/6jojg4>. Acesso em: 19 nov. 2018. Sobre as produções japonesas, constatamos que a produção audiovisual se apropriou de um número significativo de histórias e temas populares da Europa e dos Estados Unidos principalmente. Em uma abordagem interdisciplinar, podemos comparar versões de narrativas ocidentais com seus equivalentes japoneses, como, por exemplo, Viagens de Gulliver, de Jonathan Swift, publicada em 1726, mas que teve sua primeira versão em desenho animado produzido justamente no Japão, em 1965. Disponível em: <http://livro.pro/xgvy53>. Acesso em: 19 nov. 2018. Outros exemplos são: • Sen’ya ichiya monogatar (As mil e uma noites), anime de 1969, baseado na coletânea de contos folclóricos orientais popularizada no Ocidente por Antoine Galland (1646-1715); • Kashi no ki Mokku (As aventuras de Pinóquio), anime de 1972, adaptação livre da obra de Carlo Collodi (1826-1890). Em relação à Índia, a presença cultural é bem menos evidente no Brasil, se comparada com a do Japão, da China e das Coreias. Provavelmente, o fator determinante desta “ausência” seja o fato de a imigração de cidadãos indianos para o Brasil ter sido muito menor do que a dos outros países orientais mencionados. No entanto, é

E p d a

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possível verificar a disseminação, no Brasil e em muitos outros países, de práticas de origem indiana, como a yoga e a medicina ayurveda. Para a atividade da página 165 é importante destacar que, entre as manifestações, elementos e produtos culturais, os alunos poderão pes-

quisar a gastronomia; as religiões; as práticas meditativas e corporais; a medicina oriental; os jogos/games; entre outros. Auxilie-os na busca de fontes de pesquisa. A organização e a preparação da feira podem ser realizadas ao fim dos estudos sobre o continente asiático propostos neste Volume.

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ATIVIDADE COMPLEMENTAR Sobre a China, pode ser encaminhada uma pesquisa temática sobre os diferentes aspectos da influência cultural chinesa em nosso país, desde os estilos de artes marciais, passando pela culinária, até a presença de produtos made in China, muito comuns entre nós. Uma atividade interessante seria visitar o site do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Comex), na página que registra a balança comercial entre a China e o nosso país. Disponível em: <http://livro.pro/a2v3ik>. Acesso em: 19 nov. 2018. Nesse site é possível comparar, além dos valores brutos de exportação, importação e o saldo comercial, ou seja, a diferença entre um e outro, o detalhamento dos itens que o Brasil compra e vende para esse importante parceiro comercial.

SAILOR MOON R PART 2. WARNERBROTHERS. JAPÃO. 2015

Do Japão... O cinema japonês ganhou relevância principalmente a partir da década de 1950. Visando preservar a identidade de sua cultura, os produtores dedicaram-se a promover seus próprios heróis em contraponto à “invasão” de personagens estadunidenses. Samurais, robôs, seres espaciais e monstros gigantes tomaram conta das grandes telas, disseminando pelo mundo a mistura de tradição e modernidade que caracteriza a originalidade da produção cultural nipônica. Em paralelo, o Japão desenvolveu também uma forte indústria de histórias em quadrinhos (Mangás) e animações (Animes).

Capa do DVD do anime Sailor Moon, temporada R, muito popular na década de 1990.

Da China...

EVERETT COLLECTION/EASYPIX

Desde o final dos anos 1970, quando a China começou a quebrar seu isolamento em relação ao Ocidente, várias expressões culturais chinesas se popularizaram bastante. Entre elas estão os espetáculos circenses, o cinema e a culinária. Um elemento recorrente da tradição chinesa são as artes marciais, como o Tai Chi Chuan e os diversos estilos do Kung Fu. Aliás, o cinema chinês foi um grande divulgador de diversas modalidades de luta, consagrando artistas como Bruce Lee e, mais recentemente, Jackie Chan e Jet Li. Bruce Lee em cena de Operação Dragão, filme de 1973.

• Em grupo, pesquisem outras manifestações ou produtos culturais de países asiáticos presentes no Brasil. Escolham um aspecto e busquem informações sobre sua origem e sua influência na cultura brasileira. Cada grupo pode pesquisar um país asiático, tipo de manifestação ou produto cultural. A ideia é, ao final da pesquisa, promover uma “Feira Cultural Asiática”, que poderá ser aberta à comunidade. Entre manifestações, elementos e produtos culturais, os alunos poderão pesquisar gastronomia; religiões; práticas meditativas/corporais; medicina oriental; jogos/games, entre outros. Auxilie-os na busca por fontes de pesquisa. A organização e preparação da feira pode ser realizada ao final dos estudos sobre o continente asiático propostos neste volume.

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AMPLIANDO HORIZONTES • SAKURAI, C. Os japoneses. São Paulo: Contexto, 2007. Série Povos e Civilizações. O livro escrito pela historiadora e antropóloga busca revelar aspectos identitários da cultura japonesa quebrando os estereótipos que normalmente a ela se associam. • TREVISAN, C. Os chineses. São Paulo: Contexto, 2009. Série Povos e Civilizações. A jornalista brasileira residente na China descreve em seu livro um mosaico de elementos curiosos e significativos daquele país – vários deles pouco conhecidos dos brasileiros. • COSTA, F. Os indianos. São Paulo: Contexto, 2015. Série Povos e Civilizações. Os contrastes da Índia, que se refletem em sua história, sua organização social e suas múltiplas religiões, são objeto da obra da jornalista que residiu no país durante muitos anos.

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ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

INTERAÇÃO

Todas as respostas das atividades desta seção estão no MP em U, com orientações e encaminhamentos.

Responda às questões e atividades propostas em seu caderno.

NÃO ESCREVA NO LIVRO.

1. Explique o processo de formação das cadeias montanhosas da Ásia. 2. Escreva um pequeno texto explicando a influência do planato do Tibete e da Cordilheira do Himalaia no clima de parte do continente asiático.

3. Considere as ideias do texto que você escreveu na atividade 2 e responda: Que tipos de clima e de vegetação predominam nas encostas norte e sul do Himalaia? Consulte os mapas da página 146 para compor sua resposta.

4. O mapa abaixo representa a cobertura vegetal atual da Ásia. Compare-o com o mapa Ásia: vegetação nativa (página 146), e responda às questões em seu caderno.

Ásia: vegetação atual 100º L

C írc ulo P

Tundra Taiga

ol ar

1 201

Floresta temperada Floresta tropical

ti c

0

Ár o

Prados e pastagens Área devastada Savana Estepe Deserto ou semideserto Mar Negro

Pântanos ou áreas sujeitas a inundações Área rochosa, gelada, estéril ân ce r

Mar de Aral

C

Mar Cáspio

co pi Tró

de

OCEANO PACÍFICO

OCEANO ÍNDICO

or ad Equ

ALLMAPS

A seção Interação resgata e possibilita a aplicação de conteúdos conceituais e procedimentais trabalhados ao longo da Unidade. As atividades podem ser encaminhadas de diversas maneiras (de forma coletiva, individual ou em grupos), servindo como um momento de parada avaliativa. Na atividade 1, espera-se que os alunos destaquem que as cadeias de montanhas asiáticas são formadas principalmente pela convergência entre as placas continentais Indo-Australiana e Euro-Asiática, sendo que uma delas sofre dobramento e é empurrada para cima. Na atividade 2, a Cordilheira do Himalaia dificulta a passagem dos ventos frios provenientes do norte e também impede que ventos quentes e úmidos vindos do oceano Índico avancem para o interior do continente. Assim, o clima ao sul do Himalaia é predominantemente úmido e ao norte, seco. Na atividade 3, os alunos deverão observar que na encosta norte predomina o clima frio de montanha associado à vegetação de montanha, que pode apresentar características de estepes semiáridas em razão da pouca umidade que recebe, por causa da presença do Himalaia. Na encosta sul, por sua vez, predominam climas tropicais com transição para o frio de montanha, com vegetação de montanha cujas espécies são mais semelhantes às formações de florestas tropicais, por receberem a umidade que vem do oceano. Na atividade 4, itens a e b, as vegetações que mais sofreram perdas são as florestas temperada e subtropical, que se localizam na China e na Índia. No item c, a resposta seria a vegetação de montanha que ocorre no Centro-Oeste do continente; as florestas tropical e equatorial no Sudeste; a taiga e a tundra, no norte do

Elaborado com base em: ISTITUTO GEOGRAFICO DE AGOSTINI. Atlante geografico metodico De Agostini. Novara, 2018. p. 100-101.

a) Que tipos de vegetação sofreram maior devastação? b) Quais são os dois países que mais perderam cobertura vegetal? c) Atualmente, que tipos de vegetação possuem a maior cobertura? Que fatores naturais estão ligados à menor devastação desses tipos de vegetação? d) Em sua opinião, por que a vegetação de deserto foi a que sofreu menor alteração?

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continente; a vegetação de deserto, principalmente em áreas do Oriente Médio, da China e da Ásia Central. No item d, espera-se que os alunos associem o rigor climático dos desertos à dificuldade de implantação de atividades econômicas (como a agricultura) e intensa ocupação humana.

Para a atividade 5, item a, a ordem é: Tóquio, Nova Délhi, Xangai, Mumbai, Pequim (Beijing), Daca, Karachi, Cairo, Lagos e Cidade do México. A ordem não se manteve a mesma de 1950, quando a maior concentração era Nova York, e cidades como Mumbai, Nova Délhi, Daca e São Paulo apresen-

taram elevado crescimento de suas populações. No item b, a diferença em Dacca será de 27,1 milhões de pessoas. No item c, a resposta é Tóquio, Nova Délhi, Xangai, Mumbai, Pequim (Beijing), Dacca e Karachi. No texto a ser produzido pelos alunos na atividade 6 é importante que eles desta-

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5. Observe o gráfico.

Emirados Árabes Unidos, Catar, Venezuela, Equador, Líbia, Argélia, Nigéria e Angola. Objetivos: Coordenar e unificar as políticas de produção e oferta do petróleo entre os países-membros. Asean Países-membros: Indonésia, Malásia, Filipinas, Cingapura, Tailândia, Brunei, Vietnã, Mianmar, Laos e Camboja. Papua Nova-Guiné e Timor Leste participam como membros observadores. Objetivos: Área de livre-comércio.

Mundo: 15 principais aglomerações urbanas – 1950-2030 Evolução 1950-2030 (em milhões, classificar de acordo com o crescimento) Escala logarítmica (mais de 80 anos) 20 10 estagnação

0,2 0,3 0,3 1,4 1,1 1,7 2,3 2,5 2,9 4,3

Fonte: DURAND, M. F. Espace Mondial l’Atlas 2018. Paris: Presses de Sciences Po, 2018, p. 66.

3,4 4,5 11,3 7 12,3 1950

1975

2000

2017

20

Kinshasa (RDC)*

27,4

Dacca (Bangladesh)

24,2

Lagos (Nigéria)

36,1

Délhi (Índia)

24,8

Karachi (Paquistão)

27,7

Pequim (China)

23,4

São Paulo (Brasil)

24,5

Cairo (Egito)

27,8

Mumbai (Índia)

30,8

Xangai (China)

23,9

México (México)

19,1

Calcutá (Índia)

37,2

Tóquio (Japão)

20

Osaka (Japão)

19,9

Nova York (EUA)

FJF VETORIZAÇÃO

África Ásia América Latina e Caribe América do norte

2030

*República Democrática do Congo

a) Faça uma lista, em ordem decrescente, das aglomerações urbanas de acordo com o número de habitantes projetado para 2030. A ordem se manteve a mesma que a apresentada em 1950? Explique sua resposta. b) Em relação a 1950, quantos habitantes a mais terá a cidade de Dacca (Bangladesh) em 2030? c) Em 2030, quais cidades asiáticas estarão entre as cinco maiores aglomerações urbanas do mundo?

6. Observe novamente o quadro da página 159 e escreva um pequeno texto sobre as desigualdades sociais e econômicas entre os países asiáticos. Utilize os dados do quadro para justificar suas afirmações.

7. Em seu caderno, monte um quadro conforme o modelo e complete-o com informações sobre os principais organismos de integração política e econômica da Ásia.

Ásia: organismos de integração política e econômica Apec

Opep

Asean

Países-membros Objetivos

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quem que as desigualdades sociais e econômicas entre os países asiáticos são acentuadas. Cingapura, por exemplo, ocupa a 9a posição no ranking do IDH, tem expectativa de vida de 83,2 anos e 16,2 anos em média de estudo. Já o Iêmen ocupa a 178a posição, com expectativa de vida de

65,2 anos e de apenas 9 anos em média de estudo. Na atividade 7, espera-se que a tabela seja preenchida da seguinte forma: Apec Países-membros: Austrália, Brunei, Canadá, Chile, China e Hong Kong, Indonésia, Japão, Coreia do Sul, Malásia,

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México, Nova Zelândia, Papua Nova Guiné, Peru, Filipinas, Rússia, Cingapura, Taiwan, Tailândia, Estados Unidos e Vietnã. Objetivos: Redução de tarifas alfandegárias entre os países-membros. Opep Países-membros: Irã, Iraque, Kuwait, Arábia Saudita,

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6

COMPETÊNCIAS

ÁREA ...................................p. X • 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7. ESPECÍFICAS ...................p. XI • 1, 2, 3, 4, 5 e 6.

• • • • • • • • •

p. XVI

EF09GE01 EF09GE06 EF09GE08 EF09GE09 EF09GE13 EF09GE14 EF09GE15 EF09GE17 EF09GE18

EXPECTATIVAS DE APRENDIZAGEM • Conhecer e analisar aspectos da localização e da formação do território, da população, da economia e da geopolítica, que caracterizam o espaço geográfico do Oriente Médio. • Conhecer os principais conflitos no Território da Palestina, em Israel, no Afeganistão, no Iraque e em outros países da região, relacionando-os ao processo histórico de constituição de fronteiras e à importância geopolítica dos recursos naturais ali existentes. • Reconhecer a importância estratégica do petróleo no cenário global. • Conhecer e analisar aspectos do território, da população, das atividades econômicas e dos problemas ambientais e geopolíticos da Ásia Setentrional e Central. • Analisar as transformações ocorridas na Ásia Setentrional e Central após o fim da ex-União Soviética. • Reconhecer a importância das mobilizações populares na luta pela democracia, analisando o papel das chamadas “novas tecnologias” nesse processo. • Realizar leitura de imagens, como mapas e fotografias, para obtenção de informações

ORIENTE MÉDIO, ÁSIA SETENTRIONAL E ÁSIA CENTRAL

Esta Unidade aborda três regiões que, juntas, ocupam a maior parte do continente asiático e apresentam extensas áreas com baixas densidades demográficas e condições naturais rigorosas, como climas quentes e secos ou extremamente frios. Há, no entanto, importantes cidades, áreas agrícolas e de extrativismo, com destaque para o petróleo.

ALEXANDR KRYAZHEV/SPUTNIK/AFP

HABILIDADES

UNIDADE

GERAIS ..............................p. XI

• 1, 2 , 4 e 7.

1

Trecho da Ferrovia Transiberiana em Novosibirsk, Rússia, na Ásia Setentrional, 2017.

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diversas, associando-as aos procedimentos de leitura da paisagem. • Realizar procedimentos de pesquisa para obtenção de informações e desenvolver autonomia nos estudos e nas atitudes necessárias ao trabalho em grupo.

ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS Comentar que a divisão do continente asiático em regiões é explicada pela diversidade natural e sociocultural, mas os critérios utilizados podem variar, sendo a divisão adotada pela coleção apenas uma das possibilidades.

Localizar em um planisfério de parede as três regiões que serão trabalhadas nesta Unidade (Oriente Médio, Ásia Setentrional e Ásia Central), e também as três que serão vistas na Unidade 7: Extremo Oriente, Ásia Meridional e Sudeste Asiático.

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Na atividade 4, espera-se que o aluno se lembre dos desertos, da escassez de água doce, do petróleo, dos povos árabes e da religião muçulmana. Aproveitar para desconstruir estereótipos e trazer outros elementos presentes nas paisagens da região, na economia, na população e na cultura do Oriente Médio. A presença de outros povos além dos árabes – como judeus, turcos e persas –, das religiões judaica e católica, da fértil planície da Mesopotâmia e a importância do turismo são alguns exemplos.

Converse com os colegas e o professor sobre as questões a seguir.

1. Que fotografia mostra aspectos da floresta boreal? Que tipo de clima da Ásia pode ser associado à paisagem retratada? A fotografia da Ferrovia Transiberiana. Clima frio. 2. A Ferrovia Transiberiana passa por oito fusos horários e 87 cidades, em um percurso de mais de 9 200 quilômetros. Você sabe que país e região da Ásia ela atravessa? Rússia. Ásia Setentrional. 3. Em qual região da Ásia a Cidade do Kuwait, retratada na fotografia 2, está localizada? Oriente Médio. Oriente os alunos a consultar o mapa com a divisão política e regional da Ásia da unidade 5. 4. Você conhece alguns aspectos naturais, econômicos, populacionais e culturais do Oriente Médio? Quais? Auxiliar os alunos na elaboração da resposta.

CRAITZA/SHUTTERSTOCK.COM

ATIVIDADE COMPLEMENTAR A extensão da ferrovia Transiberiana nos dá ideia da enorme área territorial da Rússia. Baseado nessa temática, é sugerido um trabalho interdisciplinar com História a respeito da Rússia czarista, com ênfase no expansionismo e no domínio territorial. Reunir os alunos em grupos e solicitar a pesquisa sobre o período. A pesquisa poderá ser realizada na internet e em livros impressos. A apresentação dos trabalhos pode ser por meio da exposição de cartazes, seminários, apresentação de slides, encenações etc.

2

Cidade do Kuwait, capital do Kuwait, no Oriente Médio. Fotografia de 2018.

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Promover a leitura coletiva do texto de abertura e explorar as fotografias chamando a atenção para a localização dos lugares retratados. Uma das fotografias retrata a Ferrovia Transiberiana que se destaca por sua extensão. Com mais de 9 mil quilômetros, a Transiberiana – que percorre a Rússia

nas partes europeia e asiática – começou a ser construída no fim do século XIX. Tamanha extensão nos dá ideia da enorme área territorial russa. A outra imagem apresenta um trecho da paisagem da Cidade do Kuwait, capital do Kuwait, localizado no Oriente Médio. Aproveitar a fotogra-

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fia para identificar os estereótipos construídos pelo senso comum sobre as paisagens das regiões estudadas e apresentar outros aspectos de cada uma. Se possível, apresentar outras imagens, como áreas agrícolas no Oriente Médio e áreas urbanizadas na Ásia Central. Encaminhar as atividades de 1 a 4.

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ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

Oriente Médio Localização e divisão política Observe o mapa e faça as atividades no caderno.

Oriente Médio: divisão política RÚSSIA

BULGÁRIA TURQUIA (parte europeia) GRÉCIA

QUIRGUISTÃO CHINA

GEÓRGIA Ancara

ARMÊNIA

TURQUIA (parte asiática)

EGITO (parte africana) de Cânc

Telaviv Amã ISRAEL EGITO JORDÂNIA (parte asiática)

er

*Territórios da Palestina (Cisjordânia e Faixa de Gaza) ocupados por Israel.

TADJIQUISTÃO AZERBAIJÃO TURCOMENISTÃO

Mar Cáspio

CHIPRE (parte asiática) SÍRIA LÍBANO Mar Mediterrâneo Beirute Damasco

Trópico

CAZAQUISTÃO

50º L

Mar Negro

o elh erm rV Ma

Kabul

Teerã

Mar da Galileia

Tel Aviv

KUWAIT Cidade do Kuwait Go

lfo P

SUDÃO

ERITREIA

PAQUISTÃO

32º ÍNDIA N

PALESTINA (Cisjorjânia)

Gaza

Amã Jerusalém Oriental Mar Morto

GAZA

ér

BAREIN sico Manama QATAR Abu Dhabi ARÁBIA Doha Mascate SAUDITA Riad EMIRADOS ÁRABES UNIDOS

ISRAEL

JORDÂNIA

Mar Arábico EGITO (parte asiática)

OMÃ

ETIÓPIA

Sana

OCEANO ÍNDICO

IÊMEN

0

DJIBUTI

SÍRIA

Mar Mediterrâneo

IRÃ

Bagdá IRAQUE

35º L LÍBANO

AFEGANISTÃO

0

ALLMAPS

Na página 170, orientar os alunos na leitura do mapa, de modo que identifiquem a localização do Oriente Médio e dos países que fazem parte da região. Utilizar as atividades de 1 a 3 para auxiliar nessa identificação. Comentar que o Egito é um país transcontinental, possui terras na África e na Ásia (Oriente Médio). Nessa coleção, o país foi analisado no conjunto do continente africano. Já a Turquia, também transcontinental, com terras na Europa e na Ásia (Oriente Médio) foi analisada no conjunto do continente europeu e será analisada no Oriente Médio, uma vez que o país apresenta relações políticas, econômicas, militares e culturais na Europa e na Ásia. Destacar que Israel considera como capital do país a cidade ocupada de Jerusalém, que para a ONU é uma área internacional por ser considerada sagrada por três grandes religiões: Cristianismo, Islamismo e Judaísmo. Para as Nações Unidas, a capital do país é Telaviv. Promover a leitura coletiva do texto da página 170. Se considerar oportuno, retomar a discussão sobre eurocentrismo realizada na Unidade 3. Relembrar que esse conceito transmite a ideia da Europa como centro do mundo, sendo referência não só para localização e produção de mapas, mas também como referência cultural, política, religiosa etc. Se julgar conveniente, esclarecer as diferenças entre Oriente Médio (região que ocupa a maior parte do Sudoeste Asiático), “mundo árabe” (conjunto que agrega o Norte da África e o Oriente Médio – regiões com população majoritariamente árabe) e “mundo muçulmano” (abrange países onde predomina a religião muçulmana). Sobre

100

Elaborado com base em: CALDINI, V.; ÍSOLA, L. Atlas geográfico Saraiva. São Paulo: Saraiva, 2013. p. 134; IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2016. p. 49.

475

SOMÁLIA

1. Que país do Oriente Médio possui a maior área territorial? Arábia Saudita.

2. Que países são banhados pelo mar Mediterrâneo?

Turquia, Líbano, Israel, Chipre, Síria, Egito e Palestina (Faixa de Gaza).

3. Indique o país do Oriente Médio cujo território não é banhado por oceanos ou mares.

Afeganistão. O Oriente Médio está localizado no sudoeste do continente asiático, entre a Europa, a África e as demais regiões da Ásia. A região é constituída de 17 países que ocupam uma área territorial de 6,8 milhões de km2 e abrigam mais de 362 milhões de habitantes (2017). Os mais populosos são Irã e Turquia. A origem da expressão Oriente Médio Visão eurocêntrica: ideia de que a Europa é o centro faz parte da visão eurocêntrica do mundo mundo, sendo referência não só para localização e produção de mapas, mas também referência cultural, do. Durante as Cruzadas e no estabelecipolítica, religiosa etc. mento das rotas comerciais entre Oriente Cruzadas: expedições militares, com interesses e Ocidente, os europeus consideravam a comerciais e religiosos, que ocorreram entre os séculos XI região como o ponto médio entre a Europa e XIII com o pretexto de recuperar Jerusalém e reunificar o mundo cristão. ocidental e o Extremo Oriente.

170 a origem do termo “Oriente Médio” e a abrangência da região ler o excerto na seção Texto complementar. É importante esclarecer a diferença entre os termos árabe e islâmico/muçulmano. Árabe faz referência à etnia dos habitantes de diferentes países do Oriente Médio, enD2_GEO_F2_2054_V9_U06_G20.indd 170

quanto islâmico/muçulmano (termos sinônimos) fazem referência à religião praticada por povos que podem ser árabes ou não. Na página 171, promover a leitura compartilhada do texto que trata da formação dos países do Oriente Médio. Comentar que o Império

Otomano foi consolidado no século XIII graças a vitórias militares do guerreiro Otomano I (1258-1324). Os otomanos empreenderam um longo processo de expansão árabe que dominou regiões da Europa, do Oriente Médio e do norte da África. Em meados do século XIX, os povos domi-

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TEXTO COMPLEMENTAR

Formação dos países do Oriente Médio

[...] A controvérsia e a confusão sobre o Oriente Médio já começam pelo nome: ele é oriental e médio em relação a quê? De início, o termo era britânico, Middle East, sendo hoje bastante traduzido e usado. Na origem, ele é não apenas flagrantemente europeu, mas também reconhecidamente imperial: a região ficava na metade de uma faixa do mundo que se estendia do Marrocos às Filipinas e que as potências europeias lutavam para dominar. Há significativa incerteza (e discussão) sobre a abrangência regional do Oriente Médio. No uso britânico de princípios do século 20, o termo se referia à Arábia, à Mesopotâmia, ao golfo Pérsico e à Pérsia. ‘Oriente Próximo’ (Near East) se empregava para designar os Bálcãs, a Anatólia, o Levante e o Egito, ao passo que ‘Extremo Oriente’ (Far East) abrangia o Sudeste Asiático, a China, a Coreia e o Japão.” [...]

Antes da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), o atual território do Oriente Médio era formado pela Pérsia, pelo Império Otomano, por colônias inglesas e francesas e pela Arábia. Os povos que habitavam a região estavam organizados principalmente em tribos. Os limites territoriais eram demarcados por acordos ou pela percepção que cada povo tinha do seu território. Com o fim do Império Otomano (1922), Reino Unido e França dominaram e colonizaram a região, dividindo o território e impondo fronteiras, sem levar em consideração a cultura e a organização social dos povos. Surgiram Turquia (independente), Chipre, Iraque, Catar, Kuwait, Barein, Jordânia (protetorados britânicos); Líbano e Síria (protetorados franceses). Esses países iniciaram o processo de independência somente a partir do final da Segunda Guerra Mundial.

Oriente Médio – Década de 1920 Mar Negro Istambul IMPÉRIO RUSSO Ancara Erzurum

Zona de influência italiana

Mar Cáspio Adana

LÍBANO Alepo

CHIPRE Mar Mediterrâneo

Beirute

Mosul

SÍRIA Damasco

Zona de influência russa

Bagdá

Jerusalém Amã

IRÃ EGITO

30° N

Kuwait Golfo Pérsico

Área de controle direto britânico Protetorado francês Protetorado britânico Zona internacional Territórios de posse britânica

0

210

CATAR

40° L

DACOSTA MAPAS

Área de controle direto francês

SMITH, D. O atlas do Oriente Médio: conflitos e soluções. São Paulo: Publifolha, 2008. p. 8.

Elaborado com base em: LE MONDE. L'histoire du proche-orient: 10 000 ans de civilisation. 9 set. de 2014. p. 107.

A Arábia Saudita nasceu independente em 1932, mas também recebeu forte influência britânica. Iêmen, Omã e Emirados Árabes Unidos (unificação de sete emirados a partir de 1971) permaneceram como protetorados britânicos e se tornaram independentes somente após a Segunda Guerra Mundial. Israel foi criado em 1948, pela Organização das Nações Unidas (ONU).

AMPLIANDO HORIZONTES • IÊMEN: o segredo do Oriente. Direção: Osmar Júnior / Fábio Francisco. Brasil, 2008. Documentário sobre o Iêmen, país do Oriente Médio, rico em construções antigas, das quais muitas são patrimônios mundiais. Um universo de tradições seculares que encanta e desperta a curiosidade.

Protetorado: forma de dominação que garante ao dominado certa autonomia política interna, mas com restrições na política externa e com subordinação militar ao dominador. Emirado: Estado ou território administrado por um emir (comandante, em árabe).

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nados passaram a ameaçar a estabilidade do Império Otomano, que ruiu no século XX, especialmente em razão dos conflitos da Primeira Guerra Mundial. Nessa época, o Império desagregou-se dando origem a vários Estados. A Pérsia manteve-se independente e, na década de

1920, teve seu nome alterado para Irã. O Afeganistão tornou-se independente do Reino Unido em 1919.

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ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

Petróleo: base da economia A maioria dos países do Oriente Médio tem economia baseada na extração do petróleo, principal fonte de energia e matéria-prima do mundo. Na região localizam-se algumas das maiores reservas mundiais e alguns dos maiores produtores do mundo. Observe o gráfico.

Outros Estados Unidos Arábia Saudita Rússia Irã Canadá Iraque Emirados Árabes Unidos China Kuwait Brasil México Venezuela Nigéria

2,5% 3% 3,5%

2%

FJF VETORIZAÇÃO

Principais países produtores de petróleo – 2017 2%

24%

4% 4,5% 5%

Elaborado com base nos dados em: AGÊNCIA NACIONAL DO PETRÓLEO (ANP). Disponível em: <www.anp.gov.br/publicacoes/ anuario-estatistico/anuario-estatistico2018#Se%C3%A7%C3%A3o%201>. Acesso em: 1o nov. 2018.

14%

5% 5,5% 12%

13%

*% do total mundial

1. Entre os principais produtores de petróleo, quais estão localizados no Oriente Médio? Arábia Saudita, Irã, Iraque, Emirados Árabes Unidos e Kuwait.

2. De acordo com o gráfico, os principais produtores do Oriente Médio detêm, juntos, que porcentagem do total mundial? 31,5%.

A produção de petróleo está concentrada principalmente no Golfo Pérsico, onde se localizam as principais áreas produtoras, responsáveis por cerca de um terço do fornecimento de petróleo consumido no mundo. Oriente Médio: petróleo O transporte de petróleo é feito por oleo45° L TURQUIA dutos e navios petroleiros abastecidos no Golfo Pérsico ou em portos do mar Mediterrâneo, CHIPRE SÍRIA onde o produto chega por meio de oleodutos. Mar Mediterrâneo LÍBANO AFEGANISTÃO Observe o mapa. IRÃ Mar Negro

Mar Cáspio

Ceyhan

Mosul

Banias

IRAQUE

Amã

3. Qual a importância dos oleodutos e gaso-

JORDÂNIA Eilat

Khark

KUWAIT

BAREIN CATAR Abu Dhabi

Yenbo

Trópico de Câncer

Jedda

ARÁBIA SAUDITA

o elh

dutos? Cite um exemplo de áreas ou localidades ligadas por eles. Orientar os alunos na elaboração da resposta. 4. Que países têm o litoral voltado para o Golfo Pérsico? De acordo com o mapa, o que chama atenção nessa região?

EGITO

Teerã

Kirkuk

Trípoli

rm r Ve Ma

Mascate

EMIRADOS ÁRABES UNIDOS

OMÃ

IÊMEN

5. Em sua opinião, de que forma a posição

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das bases militares, navios de guerra e porta-aviões está relacionada à localização das reservas de petróleo e gás, terminais de petróleo e oleodutos? Resposta pessoal. 4. Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, Catar, Barein, Kuwait, Iraque e Irã. A região concentra reservas e exploração de gás e petróleo.

pedir a concorrência, formaram cartéis. Destacar o interesse dos Estados Unidos (um dos maiores consumidores mundiais de petróleo) em fazer a segurança da exploração e do transporte de petróleo. Para combater o poder das multinacionais do setor foi criada a Organização dos PaíD2_GEO_F2_2054_V9_U06_G20.indd 172

ses Exportadores de Petróleo (Opep). Destacar a importância estratégica dessa organização para que os países produtores de petróleo possam controlar a exploração desse recurso e impor condições ao mercado internacional.

Reserva e exploração de petróleo e gás Oleoduto e gasoduto principais Terminal de petróleo Base militar Navios de guerra e porta-aviões

Sana Áden

OCEANO ÍNDICO 0

432

DACOSTA MAPAS

Explicar que a região do Oriente Médio sofre com a escassez de água, mas possui as maiores reservas de petróleo do planeta. Destacar que a economia da região gira em torno da exploração de petróleo, cuja riqueza gerada não é igualmente distribuída, posto que a desigualdade social é evidente no interior dos países e entre eles. Encaminhar a leitura do gráfico Principais países produtores de petróleo (% do total mundial) – 2017 e as atividades 1 e 2. Por meio do mapa Oriente Médio: petróleo, mostrar as principais áreas produtoras de petróleo na região. Destacar a concentração da exploração no Golfo Pérsico e a importância dos oleodutos e gasodutos para transporte de petróleo e gás natural, respectivamente. Encaminhar as atividades de 3 a 5. Na atividade 3, espera-se que os alunos respondam que os oleodutos e gasodutos transportam petróleo e gás da área produtora aos terminais de petróleo. Exemplo: oleodutos e gasodutos ligam áreas produtoras no Iraque a terminais localizados no Golfo Pérsico, no Mar Mediterrâneo e no Mar Vermelho. Na atividade 5, espera-se que os alunos respondam que a posição das bases militares e dos navios de guerra tem relação com o petróleo, pois estão próximos a áreas produtoras e a terminais do produto. Navios de guerra e porta-aviões estão posicionados nas águas por onde passam os petroleiros. Esse assunto é abordado na página 173. Em seguida, ressaltar que as reservas de petróleo do Oriente Médio atraíram, no começo do século XX, companhias inglesas, francesas e estadunidenses interessadas em explorar esse recurso. Para proteger seus interesses e im-

Fonte: FERREIRA, G. M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. São Paulo: Moderna, 2013. p. 102.

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ATIVIDADE COMPLEMENTAR Realizar leitura coletiva do trecho a seguir com os alunos e propor a questão abaixo.

As reservas de petróleo despertam interesse mundial, envolvendo principalmente grandes consumidores mundiais do produto, como Estados Unidos, China, Japão e União Europeia. Constantes disputas internacionais e algumas guerras foram motivadas, entre outros fatores, pelo controle das jazidas localizadas no Golfo Pérsico. Nesse sentido a segurança das plataformas e do transporte do petróleo é fundamental. Os Estados Unidos, com suas bases navais e militares no mundo, fazem o patrulhamento contínuo dessas rotas marítimas. Até o final de 1950, a exploração, o transporte e a comercialização do petróleo no Oriente Médio eram controlados por sete empresas multinacionais, conhecidas como Sete Irmãs. Cinco de origem estadunidense (Exxon, Standard Oil, Mobil Oil, Texaco, Gulf Oil) e duas de origem britânica (Shell e British Petroleum). A partir da década de 1960, os países do Oriente Médio passaram a visar ao controle sobre a produção de petróleo. Com a criação da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), os países produtores limitaram o poder das Sete Irmãs, assumindo o controle da exploração e do refino do produto. As empresas estrangeiras ficaram com o transporte e a comercialização. A Opep também passou a utilizar o petróleo como arma política e econômica, limitando a produção e aumentando o preço do produto à medida que alguns dos seus interesses eram ameaçados. O aumento do preço do barril de petróleo traz reflexos à economia mundial, como o aumento dos preços dos combustíveis e de produtos que têm o petróleo como matéria-prima ou fonte de energia na fabricação.

O futuro do petróleo Dependente do petróleo, a economia mundial deve confrontar-se com dois desafios importantes: o esgotamento programado das reservas de petróleo [...] e, sobretudo, a mudança climática resultante das emissões de gases de efeito estufa, ligadas à queima de combustíveis fósseis. A urgência em modificar modos atuais de produção e consumo de energia relaciona-se, na verdade, menos com o esgotamento futuro das reservas de energias fósseis [...] do que com as consequências de sua utilização nos processos de aquecimento climático [...]. DURAND, M.-F. et al. Atlas da mundialização. São Paulo: Saraiva, 2009. p. 100.

HO/OPEC/AFP

• De acordo com o texto, por que se deve modificar os atuais padrões de produção e consumo de energia dependentes? Por causa do esgotamento do petróleo e também do aumento da poluição atmosférica causada pela emissão de gases estufa, provenientes da queima de combustíveis fósseis.

Reunião de fundação da Opep em Bagdá, Iraque, em 10 de setembro de 1960.

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AMPLIANDO HORIZONTES • Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis. Disponível em: <http://livro. pro/gyk6w2>. Acesso em: 14 nov. 2018. No site há dados atualizados que possibilitam o trabalho com o tema e a construção de gráficos.

• MUNDO ESTRANHO. Por

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que há tanto petróleo no Oriente Médio? Disponível em: <http://livro.pro/p79sre>. Acesso em: 14 nov. 2018. A matéria explica os processos geológicos que favoreceram o acúmulo de petróleo na região do Oriente Médio.

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ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

Outras atividades econômicas No Oriente Médio, além da extração e da exportação do petróleo, outras atividades econômicas se destacam. Observe no mapa algumas delas.

Oriente Médio: uso da terra EUROPA pio ás r C Ma

Mar Negro Ancara

TURQUIA

Kabul

Mar

Teerã

CHIPRE iterrâ LÍBANO SÍRIA neo Beirute Damasco Bagdá ISRAEL IRAQUE Telaviv Amã

Med

AFEGANISTÃO IRÃ

JORDÂNIA KUWAIT ARÁBIA Manama BAREIN Doha Abu Dhabi SAUDITA Riad CATAR Mascate EMIRADOS ÁRABES UNIDOS

Áreas improdutivas Florestas e bosques Área cultivável Área de criação de gado

Beterraba

Café

Arroz

Azeitona

o

elh

Uva

cer

de Cân

OMÃ

erm rV

Estepes e desertos

Trópico

Sana

OCEANO ÍNDICO

IÊMEN

0

393

50° L

DACOSTA MAPAS

Utilização do solo

Cultivos Trigo

ÁSIA

Cidade do Kuwait

ÁFRICA

Ma

Reforçar a importância do petróleo para a economia do Oriente Médio. Porém, destacar que, pensando na possibilidade de um futuro esgotamento das reservas desse recurso, países como Bahrein, Catar e Emirados Árabes Unidos estão investindo em outros setores econômicos para diversificar suas atividades. Orientar a leitura do mapa da página 174, utilizando-se das atividades de 1 a 4 para interpretação das informações. Na atividade 2, é esperado que os alunos relacionem a vegetação e o clima com a necessidade de agricultura irrigável. Se necessário, retome conteúdos da Unidade 5 sobre os tipos de clima na Ásia. Apresentar as principais características naturais do Oriente Médio, destacando a carência de água como um dos fatores preponderantes na distribuição da população e na organização das atividades agropastoris. Ressaltar também que o acesso à água tem sido fonte de conflitos na região. Entre as principais características naturais, destacar a predominância de clima desértico e semiárido (desertos da Arábia e do Irã), com ocorrência de clima mediterrâneo nas áreas próximas do crescente fértil. Há principalmente formações vegetais de deserto, estepes e pradarias, além de vegetação mediterrânea nas áreas próximas aos rios. A rede hidrográfica da região é pobre, com muitos rios temporários – com destaque para os rios Tigre e Eufrates. O relevo é bastante irregular, com extensas planícies situadas nas áreas litorâneas e planaltos que podem atingir altitudes superiores a 4 mil metros a leste, nas áreas próximas ao Afeganistão e ao Irã. Relacionar as características naturais à ocupação e ao uso do solo. Chamar a atenção para o crescimento de outras ativida-

Fonte: ISTITUTO GEOGRAFICO DE AGOSTINI. Atlante geografico metodico De Agostini. Novara: 2018. p. 100-101.

1. Que atividades econômicas foram representadas no mapa? Agricultura e criação de gado.

2. Por que a agricultura irrigada é muito importante na região? Se necessário, retome o mapa Ásia: climas da página 146.

3. Em que região do mapa se concentram as florestas e os bosques? Na região norte, nos territórios da Turquia e do Irã, principalmente.

4. Qual o cultivo que mais aparece representado no mapa? Em que países é realizado?

Trigo. No Afeganistão, no Irã, no Iraque, na Turquia e na Síria. Como em diversas áreas do Oriente Médio predomina o clima desértico, a agricultura é praticada principalmente nas áreas mais úmidas, como na faixa litorânea do mar Mediterrâneo, na Planície da Mesopotâmia e nos vales fluviais, onde é possível o uso da irrigação. Na Planície da Mesopotâmia, entre os rios Tigre e Eufrates, destaca-se o cultivo irrigado de trigo, além de arroz, frutas e algodão. No litoral do mar Mediterrâneo, destacam-se azeitona e frutas. Turquia e Israel são os maiores produtores agrícolas da região. Algumas áreas de desertos, no entanto, têm se tornado importantes produtoras agrícolas em decorrência do desenvolvimento de técnicas de irrigação e manipulação genética de sementes. Israel é o país que tem obtido maior sucesso no aproveitamento das regiões áridas para a agricultura. No deserto de Neguev, além do trigo, destaca-se o cultivo de frutas, cevada, legumes, verduras e algodão.

174 des como a construção civil e o setor de serviços (bancos, seguradoras, transportes, energia, telecomunicações, aviação civil, tecnologia digital, turismo etc.) e para a necessidade de mão de obra para diversos setores, com estímulo para a entrada de imigrantes, sobretudo em países do Golfo Pérsico. D2_GEO_F2_2054_V9_U06_G20.indd 174

ATIVIDADE COMPLEMENTAR Sugerir atividade de pesquisa sobre o turismo no Oriente Médio. Dividir a turma em grupos e atribuir um tema para cada um, como: turismo religioso, turismo de negócios, turismo de alto padrão, crescimento do turismo e principais

dificuldades para o desenvolvimento da atividade. Cada grupo deverá realizar a pesquisa e apresentá-la de forma livre, ou seja, o produto final pode ser uma apresentação de slides, um cartaz, um vídeo, uma música etc. Para inspirar os grupos é interessante apresentar dife-

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O fator que fez nascer a economia do turismo local foram os gigantescos investimentos em infraestrutura realizados [...]. A pequena Dubai, nos Emirados Árabes, foi a primeira a enxergar que a transformação do deserto instalado no caminho entre a Europa e a emergente China poderia atrair multidões em busca de luxo e lazer exótico [...]. O modelo de Dubai serve atualmente de inspiração para outras localidades do Oriente Médio, que decidiram também financiar projetos semelhantes. [...]

O tipo de pecuária que se destaca no Oriente Médio é o pastoreio nômade. Com as condições climáticas adversas, os criadores deslocam o gado em busca de água e alimentos. Os principais rebanhos são de ovelhas, cabras e camelos. Na atividade industrial, destacam-se Israel e Turquia, os países mais industrializados do Oriente Médio. A Turquia concentra indústrias química, mecânica e automobilística, e Israel, indústrias de equipamentos eletrônicos, alimentos, telecomunicações, armamentos e equipamentos agrícolas. Nos países produtores de petróleo, destacam-se as indústrias petroquímicas. Nos demais países, a atividade industrial é pequena, com indústrias basicamente de bens de consumo não duráveis (alimentos, bebidas, vestuário etc.), concentrando-se principalmente nas capitais. O turismo é uma atividade que tem apresentado crescimento no Oriente Médio, com grande destaque nos países do Golfo Pérsico, sobretudo nos Emirados Árabes Unidos, que, preocupados em diminuir a dependência econômica em relação ao petróleo, têm destinado altos investimentos em infraestrutura e desenvolvimento do setor com a construção de hotéis luxuosos, praias e ilhas artificiais que atraem turistas do mundo todo, principalmente para Dubai e Abu Dhabi. O turismo religioso também se destaca, pois foi nessa região que se originaram três importantes religiões do mundo: Cristianismo, Islamismo e Judaísmo.

ANTUNES, L. As novas Dubais. Exame. Disponível em: <https:// exame.abril.com.br/revista-exame/ novas-dubais-396426/>. Acesso em: 14 nov. 2018.

KATIEKK/SHUTTERSTOCK.COM

AMPLIANDO HORIZONTES • SPUTNIK BRASIL. Ambições nucleares: Arábia Saudita começa a explorar suas reservas de Urânio. Disponível em: <http://livro.pro/7fi9k2>. Acesso em: 14 nov. 2018. A reportagem avalia o potencial dos recursos da Arábia Saudita para a produção de energia atômica. • DÍAZ, M. G. Os reatores nucleares da Arábia Saudita que geram disputa entre EUA, China e Rússia. BBC Brasil. Disponível em: <http://livro.pro/ 73c9ej>. Acesso em: 14 nov. 2018. A matéria explica os interesses de países como EUA e China nos novos empreendimentos da Arábia Saudita em diversificar sua matriz energética.

O turismo de alto padrão tem apresentado crescimento nos Emirados Árabes Unidos. Fotografia de Dubai, 2018.

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rentes linguagens durante as aulas, trabalhando com quadrinhos, textos, vídeos etc.

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TEXTO COMPLEMENTAR Até poucos anos atrás, [...] para boa parte da humanidade, o Oriente Médio era apenas o lugar de onde saía a maioria do petróleo que movia a economia do planeta. Mas o petróleo [...] não durará para sempre, e os árabes, capitalizados com

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os dólares resultantes da exploração [...], decidiram se precaver. O resultado está na transformação do Oriente Médio no destino que apresenta o maior crescimento proporcional de visitantes do planeta, segundo dados da Organização Mundial do Turismo. [...].

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INTERAGIR COM MAPAS

ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

NÃO ESCREVA NO LIVRO.

A água em mapas de diferentes escalas Observe os mapas.

Mundo: disponibilidade de água doce por pessoa – 2016 1

0º Círculo Polar Ártico

Trópico de Câncer

OCEANO PACÍFICO

OCEANO PACÍFICO

Equador

Disponibilidade de água doce por pessoa (em m3)

Meridiano de Greenwich

Menos de 1 363 De 1 363 a 2 879 De 2 879 a 6 921 De 6 921 a 21 467 De 21 467 ou mais Dados não disponíveis ou insuficientes

ALLMAPS

OCEANO ÍNDICO

OCEANO ATLÂNTICO

Trópico de Capricórnio

0

3 540

Círculo Polar Antártico

Fonte: FAO AQUASTAT. Disponível em: <www.fao.org/nr/ water/aquastat/ water_res/index. stm#maps>. Acesso em: 1o nov. 2018.

Oriente Médio: água Mar Negro

2

Ancara

Mar Cáspio

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Rio Eu f

SÍRIA

LÍBANO

Mar Beirute Mediterrâneo

Teerã

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PALESTINA (Cisjordânia e Gaza)

AFEGANISTÃO

IRAQUE

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JORDÂNIA

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BAREIN

Trópico de Câncer

0

o elh erm r V Ma

o

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Golfo de Omã Mascate

EMIRADOS ÁRABES UNIDOS

ARÁBIA SAUDITA

343

OMÃ

Mar Arábico

OCEANO ÍNDICO

Usina de dessalinização RENATO BASSANI

Nesta seção o objetivo é analisar, a partir de mapas em diferentes escalas, o problema da escassez de água no Oriente Médio e as suas possíveis soluções. Promover a leitura coletiva dos mapas. Retomar o conceito de escala, bem como os de escala gráfica e numérica, desenvolvidos em anos anteriores. Garantir que todos se recordam de como trabalhar com escala cartográfica antes da realização das atividades propostas. Na atividade 1 espera-se que indiquem o mapa 2 – Oriente Médio: água. Os alunos poderão responder que observaram a escala numérica (denominador menor que o do planisfério) ou que é possível perceber, mesmo sem olhar a escala, que o espaço representado no mapa 2 foi menos reduzido em relação ao real, o que indica que a escala é maior. Na atividade 2 devem perceber que o espaço representado no mapa 1 foi reduzido mais vezes, em relação ao tamanho real, que o espaço representado no mapa 2. Quanto menos o mapa é reduzido, maior a possibilidade de compor detalhes sobre o espaço representado. Na atividade 3 espera-se que os alunos respondam que não, já que as informações do mapa 2 são bastante detalhadas para serem representadas em um espaço tão reduzido como o planisfério. Na atividade 4 o aluno deve localizar no mapa usinas de dessalinização na Arábia Saudita, Omã, Emirados Árabes Unidos, Catar, Barein, Israel e Kuwait. Na atividade 5 devem responder que não, a água também é levada para outros países da região, o que pode ser percebido pela existência de

Principais barragens Canalização de água potável Capital de país 40° L

IÊMEN Sana

Elaborado com base em: CHARLIER, J. (Org.). Atlas du 21e siècle. Paris: Nathan, 2014. p. 105.

176 linhas de canalização da água que ligam usinas de dessalinização a outros países, como Jordânia e Síria. Na atividade 6 os rios são Tigre (Iraque) e Eufrates (Turquia, Síria e Iraque). D2_GEO_F2_2054_V9_U06_G20.indd 176

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AMPLIANDO HORIZONTES • A fonte das mulheres. Direção: Radu Mihaileanu. França / Bélgica / Itália, 2012. (135 min) O filme aborda um movimento de mulheres em um pequeno vilarejo no Norte da África e no Oriente Médio que, para forçar os homens a assumir a tarefa de buscar água em local de difícil acesso, organizam uma greve de sexo em suas casas, colocando em questão a cultura e as tradições islâmicas. • CANAL RURAL. Dessalinização ajuda Israel com crise hídrica. Disponível em: <http:// livro.pro/g7na8e>. Acesso em: 14 nov. 2018. Episódio de “Conexão Israel”, do Canal Rural, aborda as soluções encontradas por Israel para a escassez de água na região, com foco na tecnologia de dessalinização da água. • SPUTNIK BRASIL. Nova guerra? Conflitos por esse recurso podem agravar relações no Oriente Médio. Disponível em: <http://livro.pro/iuhbvb>. Acesso em: 14 nov. 2018. Especialistas preveem conflitos futuros entre Síria, Turquia e Iraque pelas águas dos rios Tigre e Eufrates. • LONGARI, M. FAO: Resolver problema de escassez de água no Oriente Médio e no Norte da África deve ser prioridade. ONU Brasil. Disponível em: <http://livro.pro/je85gd>. Acesso em: 14 nov. 2018. A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura explica a urgência da questão da água na região.

Escalas cartográficas Os mapas da página anterior apresentam escalas cartográficas diferentes. Isso significa que as reduções dos espaços representados nos dois mapas, em relação ao terreno não são as mesmas. A escala de um mapa é considerada pequena quando a área representada é bastante reduzida em relação ao tamanho real, como nos mapas que representam o mundo (planisférios). Nesse caso, não é possível representar muitos detalhes sobre o espaço. A escala é considerada grande quando a área representada não é tão reduzida. Nesse caso, parece que o espaço representado está mais próximo do 0 e é possível ter informações mais detalhadas sobre ele. Cuidado para não se enganar com a escala numérica. Ela indica a relação entre o mapa e a dimensão da área mapeada por meio de uma fração. Temos um numerador fixo que indica a unidade de medida utilizada no mapa (geralmente 1 cm) e um denominador que varia, pois indica a escala, ou seja, quantas vezes a área real foi reduzida para a elaboração do mapa. Numa escala numérica, quanto menor for o denominador, maior será a escala e o detalhamento da área representada, e vice-versa.

1. Que mapa tem a maior escala? Como você descobriu isso? 2. Em qual mapa o espaço foi menos reduzido em relação à realidade? O que isso implica na representação de informações?

3. Além da diferença entre as escalas, os mapas 1 e 2 diferem quanto às informações. Na sua opinião, seria uma boa solução representar no mapa 1 as mesmas informações do mapa 2? Explique. Dessalinização: retirada do sal 4. Observe novamente o mapa 2 e responda: em que países de águas bombeadas de mares há usinas de dessanilização? ou águas subterrâneas salobras.

5. A água dessalinizada na Arábia Saudita abastece apenas o próprio país? Explique. 6. As barragens dos rios permitem o represamento das águas e são usadas em diversas ALI JADALLAH/ANADOLU AGENCY/GETTY IMAGES

atividades. Em que rios e países estão localizadas as barragens representadas no mapa?

Usina de dessalinização israelense em território palestino, 2017.

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ATIVIDADE COMPLEMENTAR Depois das explicações sobre detalhamento de informações e escala dos mapas, apresentadas na seção, peça aos alunos que folheiem o livro para identificar mapas de diferentes escalas. Pedir para

a eles que selecionem 4 ou 5 mapas, citando-os em ordem crescente de escalas. Depois, eles deverão apontar as diferenças entre as áreas representadas.

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ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS Promover a leitura compartilhada dos textos da página 178. Comentar sobre o processo de ocupação do Oriente Médio, destacando a presença de povos milenares e as primeiras diásporas ocorridas durante o Império Romano. Além disso, é importante ressaltar o papel do Judaísmo e do Islamismo tanto do ponto de vista social como do político e do econômico. Encaminhar as atividades de 1 a 3. Na página 179, é importante abordar os conflitos ocorridos no Oriente Médio no contexto da geopolítica mundial e dos interesses das grandes potências ao longo do tempo pela posição estratégica e pelos recursos naturais daquele território. Apresentar cada um dos conflitos destacando as motivações dos países envolvidos. Além disso, analisar com a turma a participação dos Estados Unidos, avaliando em que medida o interesse no petróleo foi um motivador para seu envolvimento nestas guerras: • na guerra entre o Irã e o Iraque, os Estados Unidos apoiaram o Iraque em retaliação ao Irã, que havia nacionalizado suas reservas de petróleo; • na Guerra do Golfo, apoiaram o Kuwait, visando a manutenção do abastecimento do petróleo; • finalmente, em 2003, sob o pretexto de combater o terrorismo, os Estados Unidos ocuparam o Iraque com o objetivo de acessar suas reservas de petróleo. Sobre o Afeganistão, explicar que sempre se tratou de um país pobre, e que sua situação se agravou com a ascensão ao poder de um governo socialista, que ia contra os hábitos, costumes e leis religiosas que vigoravam no país. Nesse contexto, surgiram guerrilhas que foram apoiadas pelos Estados

Diversidade cultural No Oriente Médio convivem muitos grupos: árabes, judeus, turcos e persas. O idioma árabe é o mais falado na região. É muito utilizado até mesmo na Turquia, no Irã e em Israel, países não árabes cujos idiomas oficiais são, respectivamente, o turco, o persa e o hebraico. No Oriente Médio surgiram três das grandes religiões mais praticadas no mundo: Islamismo, Cristianismo e Judaísmo. O Islamismo é a religião com maior número de adeptos na região. É praticado em todos os países do Oriente Médio por árabes, turcos, persas e outros grupos. O Cristianismo é praticado principalmente por libaneses e o Judaísmo predomina em Israel. Leia o texto a seguir e faça as atividades em seu caderno.

Islã, enigma e preconceito O islamismo [...] além de ser uma religião, é também um conjunto de concepções culturais e normas de conduta. [...] Islã não é sinônimo de Arábia, nem todo árabe é islâmico [...]. Os árabes são numericamente minoritários no mundo islâmico contemporâneo. O Islã é, sobretudo, um fenômeno histórico, cultural e social muito complexo e abrangente, que não pode ser resumido numa simples fórmula. [...] Há fanáticos no Islã? Claro, como há em todas as religiões, dogmas, partidos e ideologias de todos os países em todas as épocas. Há pobreza, atraso, conservadorismo, preconceito e ignorância no mundo islâmico? Sim, mas também há riqueza, cultura, poesia e sabedoria. Afinal, foram os sábios do Islã os grandes responsáveis pela conservação e tradução dos escritos dos filósofos clássicos gregos, e coube à civilização islâmica, por exemplo, construir as primeiras bibliotecas em solo europeu. ARBEX JÚNIOR, J. Islã: um enigma de nossa época. São Paulo: Moderna, 1996. p. 8-9.

1. De acordo com o autor, o Islamismo se resume apenas ao aspecto religioso? Explique. Não, pois é um conjunto de concepções culturais e normas de conduta.

2. Segundo o texto, árabe e islâmico são sinônimos? Explique.

Não. Segundo o texto, nem todo árabe é islâmico, e os árabes são minoria no mundo islâmico.

3. Qual é a colaboração histórica do Islã para a cultura mundial?

Conservação e tradução dos escritos dos filósofos gregos e construção das primeiras bibliotecas na Europa.

Conflitos A independência dos países do Oriente Médio acirrou disputas territoriais. Juntam-se a isso a grande diversidade étnica e religiosa, os interesses pelo petróleo e a criação do Estado de Israel.

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Unidos e que lutavam entre si pelo poder, entre as quais podemos destacar o Talibã. Esse grupo fundamentalista assumiu o poder no país em 1996, aplicando leis rígidas à população local; também foi acusado de participação em atos terroristas, ofe-

recendo apoio à Al-Qaeda. A partir de então, os Estados Unidos começaram a prestar atenção no país. O atentado de 11 de setembro de 2001 foi um pretexto para que o Afeganistão fosse invadido e bombardeado pelas forças estadunidenses, desencadean-

do a chamada guerra ao terror. Os Estados Unidos ainda mantêm militares no país. Se julgar pertinente, comentar sobre outro conflito ocorrido no Oriente Médio: a Guerra Irã-Iraque, nos anos 1980. O Iraque, com apoio dos Estados Unidos, de Israel,

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AMPLIANDO HORIZONTES • O homem mais procurado do mundo. Direção: John Stockwell e Paulette Victor-Lifton. Estados Unidos, 2012. (90 min) O filme estadunidense, com base em cenas de ficção mescladas com vídeos reais, conta a história da busca pelo terrorista Osama Bin-Laden, responsável pelo atentado de 11 de setembro de 2001. • Três reis. Direção: David O. Russell. Estados Unidos, 1999. (114 min) Em março de 1991 foi assinado o cessar-fogo na Guerra do Golfo. Em meio às comemorações, foi descoberto um mapa com a rota de um tesouro enterrado no deserto, no Iraque. Três soldados resolveram partir em busca desse tesouro. • O Atlas do Oriente Médio: o mapeamento completo de todos os conflitos. Dan Smith, São Paulo: Publifolha, 2008. O livro analisa cada conflito presente na região, trazendo suas raízes desde o Império Otomano, até a atualidade, com a participação de potências ocidentais. • SPUTNIK BRASIL. Operação norte-americana no Afeganistão é ‘guerra invencível’, diz analista. Disponível em: <http://livro. pro/3bgvnz>. Acesso em: 14 nov. 2018. Reportagem de 2018 apresenta análise da ocupação estadunidense a partir de dados da Missão de Assistência das Nações Unidas no Afeganistão.

Guerra do Golfo

SCIENCE SOURCE /GETTY IMAGES

Teve início quando o Iraque invadiu o Kuwait, em 1990, alegando que este país vendia mais petróleo que a cota estipulada pela Opep, forçando a queda do preço do produto. A reação estadunidense e da ONU foi imediata, com pesados bombardeios aéreos sobre o Iraque. Obrigados a se retirar do Kuwait, os iraquianos incendiaram várias plataformas de petróleo. A Guerra do Golfo provocou um aumento significativo no preço do petróleo.

Plataforma de petróleo incendiada por tropas iraquianas durante a Guerra do Golfo no Kuwait. Fotografia de 1991.

Guerra do Afeganistão Teve início sob a alegação de que o Afeganistão abrigava Osama Bin Laden, líder da organização terrorista Al Qaeda, responsável pelos atentados de 11 de setembro de 2001 aos Estados Unidos. O Afeganistão foi bombardeado e invadido por tropas estadunidenses e britânicas, que prometiam derrubar do governo o grupo Talibã e capturar Bin Laden. O primeiro objetivo foi alcançado em dezembro de 2001. Bin Laden foi morto no Paquistão em 2011, mas soldados estadunidenses permaneceram em território afegão, afirmando que o país ainda não era seguro.

Guerra do Iraque Em 2003, o Iraque, liderado por Saddam Hussein, foi acusado de produzir armas químicas e biológicas. Contra uma determinação da ONU, o país foi invadido por tropas anglo-americanas. Saddam foi deposto e caçado pelas tropas estadunidenses. Capturado, foi julgado e condenado à morte, em 2006, por crimes cometidos durante seu governo. As forças armadas estadunidenses deixaram o país no final de 2011.

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da extinta União Soviética, da Arábia Saudita e do Egito, invadiu o Irã, utilizando como argumento uma antiga disputa de fronteira com o país vizinho. O conflito terminou em 1988, sem vencedores e com as fronteiras inalteradas.

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INTEGRANDO COM

ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

HISTÓRIA

NÃO ESCREVA NO LIVRO.

Israelenses e palestinos: conflito sem fim? O conflito entre israelenses e palestinos tem raízes na criação do Estado de Israel, em 1948, por decisão da ONU.

Formação do Estado de Israel Os judeus (israelenses) ocuparam a Palestina até por volta de 2 mil anos atrás, quando houve a diáspora, dispersão dos judeus pelo mundo, motivada por invasões e conquistas dos romanos em seu território. No final do século XIX, surgiu na Europa o movimento sionista, que lutava pela reunificação do povo judeu em um território onde seria constituído um Estado independente. Judeus de várias partes do mundo migraram para a Palestina, ocupada por povos árabes e muçulmanos. Plano de partilha da ONU Após a Segunda Guerra Mundial, a ONU de– 1947 cidiu criar o Estado de Israel em territórios pales35° L LÍBANO tinos, motivada pela perseguição aos judeus pelos nazistas. Em 1947, a ONU estabeleceu a divisão do território da Palestina em três partes: Estado de SÍRIA Israel, Estado da Palestina e Cidade Internacional de Jerusalé m. Observe no mapa 1 que ambos os Estados ficariam com os territórios divididos, pois a ONU utilizou Mar Mediterrâneo a concentração populacional como um dos critérios 32° N para determinar as áreas de cada um. A Palestina Jericó ficaria com a Faixa de Gaza (oeste) e a Cisjordânia Jerusalém (internacional) (leste), onde havia maior presença de árabes, e Israel Mar Morto ficaria com o restante do território. Os palestinos não aceitaram a proposta de partilha da ONU, mas, mesmo assim, em 1948, Israel declarou independência. EGITO

JORDÂNIA

1 Fonte: SMITH, D. O atlas do Oriente Médio: o mapeamento completo de todos os conflitos. Trad. Mário Vilela. São Paulo: Publifolha, 2008. p. 36-37.

Plano de partilha da ONU Estado palestino Estado judeu

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ALLMAPS

Como a seção é interdisciplinar com História, sugerimos convidar o professor dessa disciplina para organizar o encaminhamento da aula e das conversas com os alunos sobre a temática proposta. O principal objetivo dessa seção é apresentar as consequências e os conflitos que se desencadearam com a criação do Estado de Israel em 1948. Em uma roda de conversa, promover a leitura coletiva do texto e dos mapas que mostram as mudanças territoriais do Estado de Israel, desde sua criação pela ONU até os dias atuais. Comentar que o fato de judeus e muçulmanos considerarem a Palestina como sua terra sagrada trouxe à tona fundamentalismos e intolerâncias que geraram conflitos pela sua ocupação. Explicar aos alunos que os conflitos na região começaram há séculos e se intensificaram a partir de meados dos anos 1920, quando judeus dispersos pelo mundo iniciaram um movimento de retorno às terras que então estavam ocupadas por uma maioria palestina. É importante destacar que o povo judeu não tinha um território, e que por isso decidiu reivindicar parte das terras da Palestina, alegando que historicamente essas terras pertenceram ao povo judeu. Destacar a participação dos Estados Unidos e da ex-União Soviética nos conflitos envolvendo árabes e judeus durante o período da Guerra Fria. Enquanto o primeiro apoiava Israel com o objetivo de manter uma área de influência na região, a segunda passou a intervir ao lado dos palestinos. Comentar sobre o longo caminho de negociações e acordos, após a Guerra do Yom Kippur, na tentativa de trazer paz para a região. Destacar que a região retornou à pauta do debate internacional com o recrudes-

180 cimento dos conflitos entre israelenses e palestinos em 2014. Nesse sentido, sugerimos aproveitar as notícias que estão sendo veiculadas no momento para abordar as origens e perspectivas desse conflito, que está longe de um desfecho. Encaminhar as atividades de 1 a 3. D2_GEO_F2_2054_V9_U06_G20.indd 180

Na atividade 2, os alunos devem responder que os judeus foram massivamente perseguidos e exterminados durante a Segunda Guerra Mundial. O genocídio do povo judaico pelo nazismo é denominado holocausto. No pós-guerra, os sobreviventes ainda enfrentavam o antisse-

mitismo e não tinham uma terra própria para se reunir e se fortalecer. Na atividade 3, espera-se que apontem que a ONU tinha sido criada recentemente, em 1945, com o objetivo de possibilitar a cooperação entre os países-membros em prol da manutenção da paz, da ga-

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A Guerra da Partilha e a Guerra dos Seis Dias A criação de Israel não foi aceita pelos países árabes. Egito, Síria, Iraque, Jordânia e Líbano declararam guerra um dia após o anúncio de sua independência. Em janeiro de 1949, Israel venceu e ampliou seu território sobre áreas que seriam destinadas ao Estado palestino. Egito e Jordânia também se apropriaram de áreas palestinas. Jerusalém foi dividida entre Israel e Jordânia. Observe o mapa 2. Em 1967, ocorreu um novo conflito entre árabes e judeus, conhecido como Guerra dos Seis Dias. Israel atacou Egito, Jordânia e Síria e conquistou territórios da Cisjordânia (da Jordânia), as Colinas de Golã (da Síria), a Faixa de Gaza (do Egito) e a Península do Sinai (do Egito). Judeus do mundo todo migraram para esses territórios, em um processo de colonização comandado por Israel. Observe o mapa 3.

Israel – 1967

Israel – 1949 Israel 1947 Palestina ocupada por: Israel Jordânia (Cisjordânia)

Israel 1949-1967

LÍBANO

LÍBANO

Ocupação militar israelense (Guerra dos Seis Dias, jun. 1967)

SÍRIA

SÍRIA COLINAS DE GOLÃ

COLINAS DE GOLÃ

Egito (Faixa de Gaza) Jerusalém dividida entre Israel e Jordânia

33°N

33°N

L. Tiberíades

Mar Mediterrâneo

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Jerusalém

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Rio Jordão

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Rio Jordão

Mar Mediterrâneo

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MAPAS: DACOSTA MAPAS

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AMPLIANDO HORIZONTES • Lemon tree. Direção: Eran Riklis. Israel/Alemanha/França, 2008. (106 min) História de uma viúva palestina que luta por manter os limoeiros de seu quintal, enquanto seu novo vizinho, o Ministro da Defesa de Israel, alega que as árvores ameaçam a segurança dele. • Uma garrafa no mar de Gaza. Direção: Thierry Binisti. França / Israel / Canadá, 2010. (100 min) Baseado em livro de mesmo título, o filme narra a aproximação e a distância de Naim, um palestino de 20 anos, e Tai, uma israelense de 17 anos, tendo como pano de fundo a questão israelo-palestina.

Fonte dos mapas: FERREIRA, G. M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. São Paulo: Moderna, 2013. p. 103.

A Guerra do Yom Kippur Em 6 de outubro de 1973, no Yom Kippur (Dia do Perdão, feriado religioso para os judeus), egípcios e sírios atacaram Israel. O contra-ataque israelense foi fulminante, e o país passou a controlar pontos estratégicos da Síria e do Egito. O cessar-fogo foi assinado em 26 de outubro de 1973. Com a vitória, Israel manteve os territórios ocupados sob seu domínio. Responda em seu caderno:

1. Explique a importância da região da Palestina para o povo judeu. A Palestina foi a região de origem do povo judeu.

2. Que fato reforçou a criação de um Estado judeu próprio após a Segunda Guerra Mundial? 3. Por que a criação do Estado de Israel foi atribuição da ONU?

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rantia dos direitos humanos, da segurança internacional, do desenvolvimento econômico e do progresso social. A criação do Estado judeu pode ser vista como uma reparação pelo holocausto.

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ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

Conflito israelo-palestino: tentativas de acordo e conflitos recentes As relações conflituosas e as tentativas de acordos entre o Estado de Israel e o Estado da Palestina podem ser observadas na linha do tempo e no mapa a seguir. 1979: Acordo de Camp David – Israel e Egito selam a paz com a devolução da Península do Sinai aos egípcios.

1987: Primeira Intifada (Revolta das Pedras) – a população palestina enfrenta o exército israelense atirando pedras.

1993: Reconhecimento mútuo de Israel e Organização para a Libertação da Palestina (OLP).

1994: Tratado de Oslo – Administração da Faixa de Gaza e da cidade de Jericó para a Palestina. A OLP é substituída pela Autoridade Nacional Palestina (ANP).

Palestina: territórios ocupados – 2013

CISJORDÂNIA

32° N

Mar Mediterrâneo

Jericó Jerusalém JORDÂNIA

ISRAEL Hebron

Fonte: LACOSTE, Y. Atlas géopolitique: pour comprendre le monde de demain. Larousse, 2013. p. 155.

FAIXA DE GAZA

2009: Retomada de negociações.

Mar Morto

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EGITO Muro de separação construído ou em construção

2000: Retomada dos conflitos. Ocupação israelense em partes da Cisjordânia. Cancelamento de algumas concessões do Tratado de Oslo. 2004: Transferência de colônias judaicas da Faixa de Gaza para a Cisjordânia. Israel inicia construção de um muro separando israelenses de palestinos. Morte de Arafat e enfrentamento entre Hamas e Fatah pelo controle político da ANP. Hamas assume Faixa de Gaza e Fatah, a Cisjordânia.

35° L

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DACOSTA MAPAS

Trabalhar com o histórico do conflito entre palestinos e israelenses, a partir da guerra do Yom Kippur e as tentativas de acordos de paz. Destacar o surgimento de grupos como a Organização para a Libertação da Palestina (OLP), o Fatah e o Hamas. • A Organização para a Libertação da Palestina (OLP) foi criada em 1964 e liderada por Yasser Arafat para planejar a resistência contra Israel. • O Hamas é considerado a maior organização islâmica nos territórios palestinos da atualidade. Um de seus criadores foi o xeque Ahmed Yassin, que pregava a destruição de Estado israelense. Seu nome é a sigla em árabe para Movimento de Resistência Islâmica. O grupo surgiu em 1987, após a primeira intifada (revolta palestina) contra a ocupação israelense na Cisjordânia e na Faixa de Gaza. Além da faceta militar – com as brigadas Al-Qassam – o grupo que controla Gaza também é um partido político. • O Fatah, Movimento pela Libertação da Palestina, era liderado por Yasser Arafat e favorável a um acordo com Israel. A oposição entre o Hamas e o Fatah foi um dos aspectos que interrompeu a tentativa de um processo de paz iniciado no ano de 1993. Explicar que os anos 2000 foram marcados por um aumento das tensões na região, e que a dificuldade em estabelecer um acordo foi grande, como a controversa iniciativa de Israel de construir um muro que isolasse as cidades palestinas da Cisjordânia de seu território. Nesse contexto, as tentativas de Israel de eliminar o Hamas causaram milhares de mortes de civis palestinos. No ano de 2014, a cisão entre Hamas e Fatah em um governo único reacendeu os conflitos na região.

2014 aos dias atuais: Ataques, sequestros, assassinatos, foguetes e bombardeios.

Muro projetado Território sob controle parcial palestino Assentamentos judaicos na Cisjordânia

Em junho de 2014, após sequestro e assassinato de três jovens israelenses, em ação atribuída ao Hamas, seguidos da morte de um jovem palestino por extremistas judeus, os ataques de ambas as partes recomeçaram, com lançamento de foguetes do Hamas a alvos israelenses e bombardeios de Israel à Faixa de Gaza. Jerusalém é considerada sagrada pelo Judaísmo, pelo Islamismo e pelo Cristianismo; por essa razão, quando a ONU criou o plano de partilha da região para a criação de Israel, manteve a cidade como território internacional. Apesar da resolução, Israel continua a reivindicá-la como sua capital. Em 2017, os Estados Unidos reconheceram Jerusalém como capital de Israel e autorizaram a transferência da embaixada do país, anteriormente localizada em Telaviv. Cento e vinte e oito países votaram na ONU contra a decisão do presidente estadunidense Donald Trump e apenas oito o apoiaram. O caso ampliou os enfrentamentos na região, causando diversos protestos e ataques.

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Na página 183, ao tratar da Guerra Civil na Síria, contextualizar o Estado Islâmico (EI), também conhecido como Estado Islâmico do Iraque e Levante. Comentar que se trata de um grupo islâmico radical que prega a jihad, guerra santa muçulmana; o grupo surgiu após a guerra ao terror decla-

rada pelos Estados Unidos. O EI dominou algumas regiões do Oriente Médio e criou um califado – Estado governado por autoridade religiosa. O Estado Islâmico aproveitou o contexto de fragilidade criado pela guerra civil decorrente da Primavera Árabe na Síria e instalou-se nesse país e no Iraque.

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A guerra civil na Síria

JOSEPH EID/AFP

O conflito teve início em 2011, quando o governo de Bashar al-Assad iniciou ataques armados contra manifestações populares – que fizeram parte da chamada Primavera Árabe –, resultando em centenas de mortes. O ditador governa o país desde 2000 e sua família, desde 1970. Os grupos de oposição se uniram e formaram milícias armadas para enfrentar o governo, como o Exército Livre da Síria (ELS), sem vinculação religiosa. Al-Assad respondeu com mais violência, e os conflitos se acirraram ao longo dos anos. Para agravar a situação, o grupo terrorista autodenominado Estado Islâmico (EI), que inicialmente lutava junto aos opositores, começou a reivindicar territórios e cometer atrocidades contra diversos grupos, com o objetivo de estabelecer sua hegemonia e implantar a sharia (lei islâmica).

Alepo, a maior cidade da Síria, foi destruída pelos conflitos entre governo e grupos rebeldes. Fotografia de 2017.

Os Estados Unidos atuam na Síria com bombardeios às áreas dominadas pelo grupo terrorista e apoiam grupos rebeldes como o ELS. A Rússia e o Irã apoiam o governo de Bashar al-Assad. A ONU pede a implementação de um governo de transição, no entanto, as mediações realizadas pelo órgão apresentam pouco resultado efetivo. O território sírio está fragmentado, com áreas dominadas por diversos grupos e interesses. Até 2018, o número de mortos na Guerra da Síria passava de 500 mil e cerca de 5,5 milhões de refugiados haviam deixado o país.

MURAL #chicagoGirl: The Social Network Takes on a Dictator. Direção: Joe Piscatella. Estados Unidos, 2013. Uma adolescente de ascendência síria, em Chicago, Estados Unidos, colabora com a revolução por meio das redes sociais, divulgando vídeos, ações e dados sobre os grupos que lutam contra o regime totalitário.

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AMPLIANDO HORIZONTES • G1. Entenda a sharia, lei islâmica que vai ser adotada na Líbia pós-Kadhafi. Revolta árabe. Disponível em: <http:// livro.pro/qdfenr>. Acesso em: 14 nov. 2018. Acesse para compreender melhor o que significa a sharia, a lei islâmica. • SAHD, F. B. Palestinos: as vítimas ulteriores do holocausto. Revista Tempo, Espaço e Linguagem. Disponível em: <http://livro.pro/go6f2s>. Acesso em: 14 nov. 2018. O artigo acadêmico relaciona o holocausto vivido pelos judeus com as práticas de extermínio adotadas pelo estado de Israel desde sua criação, colocando o povo palestino como vítima indireta do holocausto. • BBC BRASIL. Hamas, da primeira Intifada ao atual conflito com Israel. Disponível em: <http://livro.pro/x36zyc>. Acesso em: 14 nov. 2018. A reportagem aborda o papel do Hamas nos recentes conflitos na região do Oriente Médio. • PIMENTEL, M. Por que o conflito Israel-Palestina vive uma nova onda de violência. Nexo. Disponível em: <http://livro.pro/iriex2>. Acesso em: 14 nov. 2018. A reportagem explica novos conflitos entre Israel e Palestina, relacionando-os com a atuação do Hamas e com a inauguração da embaixada americana em Jerusalém. • G1. Guerra na Síria completa 7 anos; 4,6 mil sírios já pediram refúgio no Brasil. Disponível em: <http://livro.pro/p34gdg>. Acesso em: 14 nov. 2018. A reportagem em vídeo trata da Guerra Civil na Síria, apresenta números de mortos e refugiados e entrevista sírios refugiados no Brasil. • Clouds over Sidra. Direção: Gabo Arora / Barry Pousman. Estados Unidos, 2015. O curta-metragem de realidade virtual mostra o cotidiano no campo de refugiados de Zaatari, por meio do olhar de Sidra, uma garota síria de doze anos. Em inglês.

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ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

PENSAR E AGIR NÃO ESCREVA NO LIVRO.

Primavera Árabe

AP PHOTO/AMR NABIL/GLOW IMAGES

Primavera Árabe é o nome que recebeu o conjunto de intensos protestos ocorridos principalmente no ano de 2011 em alguns países do mundo árabe. Esses protestos derrubaram governos autoritários, como os da Tunísia, da Líbia e do Egito, que estavam no poder há décadas, e ameaçaram outras ditaduras. Embora o movimento tenha desestabilizado politicamente alguns países, gerando conflitos e guerras civis (como na Líbia e na Síria), trouxe exemplos de caminhos para a democracia. Em muitos países, as mulheres estiveram à frente de manifestações. Além de protestar contra os governos e por melhoria nas condições de vida, boa parte delas se preocupou com questões de representatividade e igualdade. Após as revoltas, muitas mulheres afirmam terem se fortalecido, como Samar Badawi, que luta pelos direitos das mulheres na Arábia Saudita, país que está no topo da lista daqueles com menos liberdade para as mulheres.

Manifestantes pedem a saída do presidente Hosni Mubarak em Alexandria (Egito), 2011.

Os protestos, que contaram com o auxílio de redes sociais na internet, começaram na Tunísia e se espalharam por vários países do Norte da África e do Oriente Médio. Leia sobre as mudanças ocorridas em alguns deles. ARCHIVECTOR/SHUTTERSTOCK.COM

Nesta seção é reforçado o trabalhado com as seguintes competências: • Gerais: 1, 2, 4 e 7. • Área: 1, 2, 3, 4, 5 e 6. • Específicas: 3, 5 e 6. A seção Pensar e agir trabalha o papel das manifestações populares pró-democracia no mundo árabe. Os principais antecedentes desse movimento foram a crise econômica, a corrupção, as péssimas condições de vida da população e a presença de governos ditatoriais com forte aparato militar. É interessante chamar a atenção para exemplos de manifestações locais mobilizadas pelas redes sociais da internet. Vale notar que, embora a rede mundial de computadores seja um espaço virtual de manifestações, lugares como avenidas ou praças, por exemplo, continuam com força agregadora de grupos de pessoas. Para a realização das atividades de 1 a 3, orientar os alunos a acompanhar as notícias veiculadas na imprensa a respeito dos últimos acontecimentos sobre a situação dos países citados na seção ou de outros que tiveram movimentos semelhantes. Orientá-los, também, quanto à consulta de fontes de pesquisa confiáveis e a conferir a veracidade das informações obtidas – sugerimos um guia na seção Ampliando horizontes. Na atividade 1, os alunos podem ter liberdade para a criação do painel, possibilitando diferentes formas de expressão. Os produtos finais devem ser apresentados à turma e expostos em sala de aula. Para a atividade 2 é interessante exibir o curta Maioria oprimida – indicado na seção Ampliando horizontes, o filme apresenta diversas formas de opressão de gênero invertendo os

Tunísia

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papéis do homem e da mulher na sociedade francesa. Chamar atenção para o diálogo do personagem principal com seu amigo muçulmano que trabalha na creche. Na discussão, após pesquisa, identificar outras formas de

opressão de gênero que diferem na cultura ocidental e oriental. Para a atividade 3, oferecer dados comprovando a permanência da violência de gênero no Brasil, apesar de o país contar com leis avança-

das no tema – na seção Ampliando horizontes algumas fontes foram sugeridas. É importante que os alunos reconheçam o problema antes de identificar as causas. Ao fim da pesquisa, espera-se que tragam elementos

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AMPLIANDO HORIZONTES • SAYEG, F. Mapa da pesquisa confiável na internet. Nova escola. Disponível em: <http://livro. pro/mfzo9a>. Acesso em: 14 nov. 2018. Guia da Nova Escola para auxiliar na orientação aos alunos para a realização de pesquisas em sites confiáveis. • Persepólis. Direção: Marjane Satrapi, Vincent Paronnaud. França / Estados Unidos, 2007. (96 min) A animação baseada em história em quadrinho de mesmo nome relata os acontecimentos vividos por uma menina iraniana reconhecendo as novas opressões de gênero em seu país e se revoltando. • JORNAL DA USP. A violência contra as mulheres e a pouca produção de informações. Disponível em: <http:// livro.pro/z4y6qf>. Acesso em: 14 nov. 2018. Reportagem com duas estudiosas da Universidade de São Paulo que expõe dificuldades no cumprimento das leis de combate à violência de gênero no Brasil. • BBC BRASIL. Estado de emergência chega ao fim na Argélia após 19 anos. Disponível em: <http://livro.pro/ nucgnm>. Acesso em: 14 nov. 2018. A reportagem explica como foi o fim do “estado de emergência” aprovado em 2011 na Argélia.

ILLPOS/SHUTTERSTOCK.COM

Egito

LOVESHOP/SHUTTERSTOCK.COM

Líbia

DOVLA982/SHUTTERSTOCK.COM

Argélia

ASUWAN MASAE/SHUTTERSTOCK.COM

Marrocos

Iêmen

Realize as atividades propostas em grupo.

1. Pesquisem informações recentes sobre os países envolvidos na Primavera Árabe, procurando descobrir se ocorreram outras mudanças nos governos ou novas ondas de protestos a favor da democracia. Após a pesquisa, produzam um painel com as informações.

2. Façam uma pesquisa sobre as lutas pelos direitos das mulheres no Oriente Médio em pelo menos dois países, procurando descobrir quais as reinvidicações principais e o que já foi conquistado. Depois, discutam o assunto com o professor e os colegas.

3. No Brasil há leis para a igualdade de gênero e contra a violência doméstica. Apesar disso, ainda se vê desigualdades entre homens e mulheres e muitos casos de violência. Na opinião do grupo, o que pode ser feito para que as leis sejam cumpridas por todos? Pesquisem sobre o assunto e escrevam um pequeno texto consolidando as opiniões.

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como a resistência dos órgãos responsáveis em aplicar a lei, o preconceito sofrido por vítimas de violência de gênero, que muitas vezes são expostas, julgadas e culpabilizadas pela violência sofrida, as ameaças dos agressores e os

mecanismos que contribuem para que algumas mulheres continuem em situação de violência, como dependência econômica, afastamento dos laços familiares, responsabilidade pelos filhos do casal entre outros motivos.

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ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

Ásia Setentrional Observe o mapa.

Ásia Setentrional: divisão política Mar de Bering

60° L

I. Wrangel

OCEANO GLACIAL ÁRTICO Is. Terra de Francisco José Is. da Nova Sibéria

Cí rc

ico Mar Bált

ulo

Is. Nova Zembla

EUROPA

Árt ico

Is. Terra do Norte

Mar de Barents

Po lar

Mar do Norte

I. Kolguiev

OCEANO PACÍFICO I. Karaginski I. Kamandovski

O

RÚSSIA (parte europeia) M

I. Sacalina

RÚSSIA (parte asiática)

Ilh

Ma rN

r Cáspio

Lago Baikal

Mar de Aral

Ma

ALLMAPS

as Kurilas

S AI

NT ES

Moscou

UR

RÚSSIA

ro eg

São apresentados nesta dupla de página, aspectos da Rússia de maneira mais particular, retomando e ampliando o conteúdo sobre esse país que foram desenvolvidos nas unidades que abordaram o continente europeu. Promover a leitura do mapa da página 186. Encaminhar as atividades 1 e 2. A seguir, promover a leitura coletiva do texto que apresenta as características gerais da região. Se julgar conveniente, retomar o conceito de Eurásia, trabalhado na Unidade 3. Na página 187, apresentar algumas características principais da população russa, como o número de habitantes – que não é muito elevado, quando consideradas suas dimensões – e a sua distribuição irregular pelo território. Se possível, apresentar um mapa de densidade populacional da Rússia e pedir que estabeleçam relações entre o histórico de ocupação e o clima do país, explicando o padrão de distribuição da população pelo território. Questionar sobre a que tipo de clima correspondem as áreas de baixíssimas densidades demográficas e, ainda, sobre a localização das cidades com maior número de habitantes. As maiores cidades do país são Moscou e São Petersburgo, na Rússia europeia. Na Rússia asiática, a maior cidade é Novosibirsk, que contava, em 2017, com aproximadamente 1,5 milhão de habitantes. Ainda cabe destacar a baixa taxa de natalidade e a elevada taxa de mortalidade no país. Um fator que contribui para a alta taxa de mortalidade é o grande número de morte de homens em idade reprodutiva em decorrência de alcoolismo, acidentes de trânsito, intoxicação por bebidas adulteradas (de fabricação clandestina), entre outros fatores.

0

Capital de país

719

Elaborado com base em: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2016. p. 47.

1. Que região da Ásia está destacada no mapa? Que país compõe a região? Ásia Setentrional. Rússia (parte asiática).

2. Cite as saídas, em cada direção, que a Rússia (incluindo a parte europeia) tem para os

mares ou oceanos. Norte: oceano Glacial Ártico; leste: oceano Pacífico; sudoeste: mares Negro e Cáspio; Nordeste: mar Báltico. A Ásia Setentrional, a maior das regiões do continente asiático, é composta de apenas um país: a Federação Russa. A Rússia é considerada um país euro-asiático por possuir uma parte de seu território na Europa e outra na Ásia. A Rússia é o maior país do mundo, com uma área de 17 098 240 km2. O território russo ocupa grande parte do Leste Europeu e a Ásia Setentrional, estendendo-se do mar Báltico, a oeste, até o oceano Pacífico, a leste. A maior parte do país está localizada na Ásia; entretanto, a maioria de sua população vive na parte europeia, onde se localiza a capital e se concentram as principais atividades econômicas. O extenso território russo é caracterizado por uma diversidade de paisagens naturais, como cadeias de montanhas, imensas florestas de taiga, grandes planícies, rios volumosos, lagos e climas variados. Outra característica física do território pode ser considerada uma fragilidade geopolítica: a existência de poucas saídas para águas navegáveis. Com uma longa costa gelada no oceano Glacial Ártico e no mar de Bering, restam portos estratégicos nos mares Negro, Báltico e de Barents.

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Destacar que programas de incentivo à natalidade existem, também, em outros países que têm observado uma queda no número de filhos, como Portugal, França e Finlândia. Citar a existência de um grande fluxo migratório entre os países mais pobres da CEI com

destino à Rússia, que pode ser explicado, entre outros fatores, pelas desigualdades que já existiam antes do fim da URSS e que não foram superadas. A Rússia foi o país da ex-URSS que melhor se recuperou da transição do sistema socialista para o capitalista; isso ocorreu porque o

país detinha a centralidade do poder e da produção durante a existência da ex-União Soviética. Sobre a religião na Rússia, explique que nas últimas décadas, houve um aumento no número de adeptos de religiões variadas, com crescimento notável do islamismo.

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ATIVIDADE COMPLEMENTAR Aprofundar o estudo sobre a população russa propondo uma atividade de pesquisa sobre os diferentes grupos étnicos que ocupam o extenso território do país. Apresentar brevemente alguns grupos, como os apontados no gráfico, e atribuir um grupo étnico a cada grupo de alunos. Pedir que a pesquisa caracterize o grupo em relação à história, à sua distribuição no território e às principais manifestações culturais. Os trabalhos deverão ser apresentados para a toda a turma, posteriormente. Os alunos poderão expor a pesquisa em forma de cartazes, seminários, vídeos, teatro, música etc.

População A população da Rússia é de 143,9 milhões de habitantes (2017). O idioma oficial é o russo, mas outras línguas são faladas, havendo grande diversidade cultural e étnica. Observe o gráfico.

2%

13%

FJF VETORIZAÇÃO

Rússia: grupos étnicos – 2013 1% 4%

1% 2%

13% 80%

4%

80%

Russos

Chuvaches

Tártaros

Outros grupos (cerca de 100)

Ucranianos

Russos

Chuvaches

Tártaros

Outros grupos (cerca de 100)

Ucranianos

Fonte: Atlas of the World. Nova York: Oxford University Press, 2014. p. 57.

3. Quais os grupos étnicos que constituem a população da Rússia? Qual deles

é o mais numeroso? Russos, tártaros, ucranianos, chuvaches e cerca de 100 outros grupos. O mais numeroso é o dos russos. A religião com maior número de adeptos na Rússia é o Cristianismo, destacando-se também o Islamismo e o Judaísmo. Mais de 40% da população declara não seguir nenhum tipo de religião, o que pode ser considerado uma herança do período socialista, quando a população era oficialmente ateia. Segundo dados da ONU, apesar da grande população absoluta, a densidade demográfica na Rússia é baixa (aproximadamente 9 hab./km²), pelo fato de o país possuir vastas áreas pouco povoadas, como é o caso da Sibéria. A população urbana na Rússia corresponde a 74% do total. Na Rússia, o crescimento demográfico tem sido negativo (–0,1). A taxa de fecundidade é baixa (1,7 filho por mulher) e a expectativa média de vida é de 70 anos. A diminuição da população preocupa as autoridades, principalmente em relação à reposição da mão de obra. Para incentivar as mulheres a ter filhos, desde 2006 o governo oferece estímulos financeiros para famílias que decidem ter o segundo filho. Também há ações para incentivar a imigração, como as facilidades de entrada no país para trabalhadores altamente especializados.

TEXTO COMPLEMENTAR O presidente da Rússia, Vladimir Putin, propôs incentivos à natalidade para evitar que o país veja sua população diminuir ainda mais [...]. Pela primeira vez em cinco anos, a Rússia perdeu mais de 100 mil pessoas em 2017. Os analistas alertam que isso é só o princípio de uma nova realidade que pode se estender até pelo menos 2025. A natalidade caiu mais de 11%, e o país vive um novo “buraco demográfico” como o que ocorreu na década de 1990, quando os nascimentos caíram vertiginosamente devido à pobreza, à alta mortalidade da população masculina e à insegurança.

MURAL Contador de histórias de bolso: Rússia. Ilan Brenman. São Paulo: Moderna, 2009. O livro reúne algumas histórias divertidas, mostrando um pouco da vida cotidiana da população russa.

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ESCARDA, A. Rússia lança programa para promover natalidade. Exame. Disponível em: <https://exame. abril.com.br/mundo/russia-lancaprograma-para-promover-natalidadeno-pais/>. Acesso em: 14 nov. 2018.

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ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

Atividades econômicas

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Iniciar a conversa sobre as atividades econômicas na Rússia com a observação da fotografia na página 188, chamando a atenção dos alunos para o clima e o tipo de atividade econômica realizada. Relacionar as atividades econômicas às características naturais do território. Destacar a riqueza de recursos minerais e energéticos da Rússia. Comentar que no território russo encontram-se reservas de petróleo, gás natural e carvão, que garantem sua autossuficiência energética. Além disso, o país apresenta jazidas de minério de ferro, ouro, prata, bauxita, diamante, cobre, estanho e fosfato. Na página 189, destacar as mudanças pelas quais a Rússia passou com a desintegração da ex-União Soviética e a substituição do socialismo pelo capitalismo. Ao trabalhar as características do socialismo, esclarecer que os meios de produção são fábricas, máquinas, terras etc. e as indústrias de base são mineradoras, siderúrgicas e metalúrgicas. Esclarecer, se necessário, as principais diferenças entre capitalismo e socialismo. É interessante enfatizar a aproximação entre Brasil e Rússia em função da formação do Brics. A seção Texto complementar traz um excerto com informações sobre a formação e as características desse grupo de países.

Produção de trigo, em Kuchugury, Rússia, 2017.

1. Que tipo de atividade econômica e que produto estão retratados na fotografia? Agricultura; trigo.

2. Relacione a fotografia com a frase “a Rússia é um dos celeiros do mundo”.

A Rússia é considerada um dos celeiros agrícolas do mundo, pois sua produção é uma das maiores do planeta. A Rússia é um dos maiores produtores agrícolas do mundo. As áreas de produção mais importantes estão na parte europeia, com destaque para trigo, milho, centeio, beterraba, aveia, cevada, girassol e algodão. Na pecuária, destacam-se os rebanhos bovinos, ovinos e suínos. Na Sibéria, onde o clima é rigoroso, o solo é coberto por uma camada de gelo em grande parte do ano, dificultando a prática agrícola. O principal tipo de atividade pecuária é o pastoreio nômade. O destaque econômico da Rússia asiática é o extrativismo vegetal e mineral. As planícies da Sibéria concentram ricas reservas minerais que fazem da Rússia um dos líderes mundiais na produção de carvão, petróleo e gás natural. No país também há importantes jazidas de minério de ferro, na região dos Montes Urais. Quanto às indústrias, na porção ocidental do país destacam-se as fábricas de eletrodomésticos, máquinas industriais, roupas, alimentos e montadoras de automóveis. Na Sibéria e próximo aos Montes Urais estão as indústrias de base, como siderúrgicas, metalúrgicas e petroquímicas.

MURAL Embaixada da Federação Russa no Brasil. Disponível em: <http://livro.pro/5xk9th>. Acesso em: 8 nov. 2018. Site com informações sobre economia, cultura, religião e símbolos nacionais russos.

188 TEXTO COMPLEMENTAR [...] Até 2006, os BRICs não estavam reunidos em mecanismo que permitisse a articulação entre eles. O conceito expressava a existência de quatro países que individualmente tinham características que lhes permitiam ser considerados em conjunto,

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mas não como um mecanismo. Isso mudou a partir da Reunião de Chanceleres dos quatro países organizada à margem da 61a Assembleia Geral das Nações Unidas, em 23 de setembro de 2006. Este constituiu o primeiro passo para que Brasil, Rússia, Índia e China começassem

a trabalhar coletivamente. Pode-se dizer que, então, em paralelo ao conceito “BRICs” passou a existir um grupo que passava a atuar no cenário internacional, o BRIC. Em 2011, após o ingresso da África do Sul, o mecanismo tornou-se BRICS (com “s” maiúsculo ao final).

Como agrupamento, o BRICS tem um caráter informal. Não tem um documento constitutivo, não funciona com um secretariado fixo nem tem fundos destinados a financiar qualquer de suas atividades. Em última análise, o que sustenta o mecanismo é a vontade política

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agenda global, em particular os econômico-financeiros, e deu impulso político para a identificação e o desenvolvimento de projetos conjuntos específicos, em setores estratégicos como o agrícola, o de energia e o científico-tecnológico. […] Além da institucionalização vertical, o BRICS também se abriu para uma institucionalização horizontal, ao incluir em seu escopo diversas frentes de atuação. A mais desenvolvida, fazendo jus à origem do grupo, é a econômico-financeira. […] Em síntese, o BRICS abre para seus cinco membros espaço para (a) diálogo, identificação de convergências e concertação em relação a diversos temas; e (b) ampliação de contatos e cooperação em setores específicos.

Mudanças e perspectivas O fim da União Soviética trouxe profundas mudanças para a Rússia e outras repúblicas que integravam o antigo país socialista. A economia passou por um longo processo de reestruturação, com substituição do sistema socialista pelo capitalista. No socialismo, o Estado controlava os meios de produção e comandava a economia. Não havia concorrência entre as empresas. Os investimentos ocorriam principalmente nas indústrias de base, de armamentos e tecnologia espacial, em detrimento das indústrias de bens de consumo. As relações comerciais aconteciam praticamente entre os países do bloco socialista. Na transição para o capitalismo, a Rússia estabeleceu novas relações comerciais e de produção, com investimentos sobretudo de estrangeiros para a modernização de seu parque industrial. Características do capitalismo passaram a fazer parte da economia e sociedade russas, como concorrência entre empresas, propriedade privada, busca pelo lucro e economia regulada principalmente pelo mercado. A transição para a economia capitalista trouxe consequências para o país, como desemprego, queda da renda per capita e grandes disparidades sociais, com o aumento da pobreza e a formação de uma elite de milionários que se beneficiou com a privatização das empresas estatais. Atualmente a Rússia atrai investidores de diversos lugares do mundo e integra, ao lado de Brasil, Índia, China e África do Sul, os Brics, países que tiveram relevante crescimento econômico, sendo considerados atraentes para investimentos.

ARTYON GEODAKYAN/TASS/GETTY IMAGES

ANTON NOVODEREZHKIN/TASS/GETTY IMAGES

INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA. Conheça os BRICS. Disponível em: <www.ipea.gov.br/ forumbrics/pt-BR/conheca-os-brics. html>. Acesso em: 14 nov. 2018.

Evidências das disparidades sociais pós-transição para o capitalismo: à esquerda, distribuição de comida a moradores de rua em Moscou, 2018; à direita, um restaurante de luxo, também em Moscou, 2018.

3. Que tipo de contraste pode ser observado entre as fotografias?

Espera-se que os alunos respondam que é o contraste econômico-social: ao mesmo tempo que existem moradores de rua, há uma elite consumidora de produtos de luxo.

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de seus membros. Ainda assim, o BRICS tem um grau de institucionalização que se vai definindo, à medida que os cinco países intensificam sua interação. Etapa importante para aprofundar a institucionalização vertical do BRICS foi a elevação do nível de intera-

ção política que, desde junho 2009, com a Cúpula de Ecaterimburgo, alcançou o nível de Chefes de Estado/Governo. A II Cúpula, realizada em Brasília, em 15 de abril de 2010, levou adiante esse processo. A III Cúpula ocorreu em Sanya, na China, em 14 de abril de 2011, e demons-

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trou que a vontade política de dar seguimento à interlocução dos países continua presente até o nível decisório mais alto. A III Cúpula reforçou a posição do BRICS como espaço de diálogo e concertação no cenário internacional. Ademais, ampliou a voz dos cinco países sobre temas da

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ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

Ásia Central Ásia Central: divisão política 60° L

RÚSSIA

Astana

CAZAQUISTÃO 0

315

GEÓRGIA 40° N

Mar de Aral

ARMÊNIA AZERBAIJÃO

TURQUIA

UZ BE QU IS

Mar Cáspio

AZB

TURCO MEN IS T ÃO Ashkhabad

Bishkek

Tashkent

QUIRGUISTÃO

O TADJIQUISTÃO Duchambe

IRAQUE

IRÃ

AFEGANISTÃO

PA Q

SÍRIA ALLMAPS

Promover a leitura do mapa da página 190. Encaminhar as atividades 1 e 2. A seguir, promover a leitura coletiva do texto que apresenta as características gerais da Ásia central. Destacar que o Uzbequistão – com 31,9 milhões de habitantes, em 2017 – é o país mais populoso da região. Na página 191, apresentar algumas características principais da população da Ásia Central, como o número de habitantes – que não é muito elevado – e a sua distribuição irregular pelo território. Ao promover a leitura do mapa pedir aos alunos que estabeleçam relações entre o histórico de ocupação, os climas da região e expliquem o padrão de distribuição da população pelo território. Questionar sobre a que tipo de clima correspondem as áreas de baixas densidades demográficas e, ainda, sobre a localização das cidades com maior número de habitantes. Comentar que a cidade mais populosa da Ásia Central é Tashkent, a capital do Uzbequistão com aproximadamente 2,4 milhões de habitantes em 2018. Encaminhar as atividades 3 e 4. O conteúdo sobre a Ásia Central pode ser ampliado abordando questões geopolíticas que envolvem os países da região. A sugestão de ampliação oferecida na seção Texto complementar trata de aspectos relacionados a descobertas do petróleo, localização estratégica da região, artificialidade das fronteiras, diversidade étnica e expansão do islamismo radical. O texto pode ser trabalhado com os alunos a fim de identificar as razões pelas quais a Ásia Central tem conquistado mais importância no cenário internacional.

U

CHINA

O TÃ IS

ÍNDIA

Elaborado com base em: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2016. p. 47.

1. Observando atentamente o mapa e os nomes dos países, cite duas características co-

muns entre eles. Todos os países têm seus nomes terminados com o sufixo “istão” e não têm saída para o oceano. 2. Qual é o maior país da Ásia Central? Que países tem saída para o mar Cáspio? Maior país: Cazaquistão. Com saída para o mar Cáspio: Cazaquistão e Turcomenistão. A Á sia Central, localizada entre o Oriente Mé dio e a Á sia Setentrional, é constituída por cinco paí ses que ocupam uma á rea territorial de 3,9 milhõ es de km 2 e abrigam cerca de 70 milhõ es de habitantes (2017). O país mais populoso é o Uzbequistão, com pouco mais de 30 milhões de habitantes. O sufixo “istão” presente nos nomes dos países vem do persa stan e significa terra, nação, país ou lugar. Portanto, Cazaquistão, terra dos cazaques; Uzbequistão, terra dos uzbeques; e assim por diante. Outras características comuns a esse grupo de países são que todos integraram a extinta União Soviética e nenhum deles possui saída direta para o oceano, situação que os obriga a fazer acordos com outros países para participar do comércio internacional realizado por vias marítimas. A agricultura é uma importante atividade econômica para a região. Porém, em razão das condições climáticas desérticas e da escassez de água, é praticada em uma área restrita, com utilização de sistemas de irrigação. A exploração do petróleo, principal recurso natural da Ásia Central, realizada por grandes empresas multinacionais do setor, cresceu bastante nos últimos anos, com investimentos externos, em especial da China.

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A exemplo do que ocorre na África, quando povos tão distintos, e às vezes hostis, são obrigados a compartilhar o mesmo espaço nacional, o terreno torna-se fértil para a eclosão de embates e tensões geopolíticas. Durante décadas, o poder central soviético abafou conflitos latentes na região com a força das armas. Assim, com a independência e a retirada soviética, a Ásia Central entrou numa fase de instabilidade política. O renascimento do islamismo radical, igualmente tolhido durante o domínio soviético, também desponta como uma questão-chave nos dias de hoje, sobretudo se considerarmos que a imensa maioria dos habitantes da Ásia Central é mulçumana. Países como o Uzbequistão e o Tadjiquistão sentiram os efeitos do avanço fundamentalista no vizinho Afeganistão, especialmente a partir da época em que este país viveu sob o regime dos talibãs. Desde então, seus governos têm investido pesado na repressão a grupos militantes islâmicos que lutam pela implantação de estados religiosos puros. O combate ao extremismo islâmico explica a recente e crescente presença militar dos Estados Unidos na região, no contexto da chamada Guerra ao Terror, numa área que a Rússia julga ser historicamente de sua influência. [...]

População 3. Em que faixas de densidade

Ásia Central: densidade demográfica

demográfica se encontra a maior parte do território da Ásia Central? Menos de 1 hab./km2 e de 1 a 10 hab./km2. 4. Em que país se encontram as áreas com maior densidade demográfica da Ásia Central? Uzbequistão.

60º L

Astana

CAZAQUISTÃO Lago Balkhash

Mar de Aral

UZBEQUISTÃO

40º N

Tashkent

TURCOMENISTÃO

De 0 a 1

TADJIQUISTÃO

De 1 a 10

Duchambe

ALLMAPS

Ashkhabad

Densidade da população (habitantes por km²)

De 10 a 25 De 25 a 50 0

297

De 50 a 100 Áreas desabitadas

Fonte: ISTITUTO GEOGRAFICO DE AGOSTINI. Atlante geografico metodico De Agostini. Novara: 2018. p. 98.

A Ásia Central é uma espécie de encruzilhada de povos e civilizações que ao longo do tempo a ocuparam, deixando legados culturais para as populações atuais. Os primeiros foram os persas, depois os turcos otomanos. Esses povos contribuíram com os principais fundamentos linguísticos e religiosos da região. Nos últimos dois séculos, a influência maior foi dos russos, já que os povos da região foram incorporados ao Império Russo, no século XIX, e à extinta União Soviética, no século XX. A Ásia Central apresenta relativa homogeneidade religiosa, com predomínio do Islamismo. Por outro lado, existe grande heterogeneidade étnica, e os países da região possuem muitas minorias. Entretanto, uzbeques, russos e cazaques estão presentes, com maior ou menor expressão, nos cinco países. As extensas áreas desérticas e montanhosas existentes na região influenciaram a ocupação humana, que, ao longo do tempo, se concentrou principalmente nos oásis e nos vales dos rios, sobretudo o Syr Daria, o Amu Daria e o Ishim, os mais importantes da Ásia Central. Observe no mapa acima a densidade demográfica da Ásia Central.

Visão geral de Tashkent, capital do Uzbequistão e cidade mais populosa da Ásia Central. Fotografia de 2018.

LUKAS BISCHOFF PHOTOGRAPH/SHUTTERSTOCK.COM

Mar Cáspio

Bishkek QUIRGUISTÃO

OLIC, N. B.; CANEPA, B. Geopolíticas asiáticas: da Ásia Central ao Extremo Oriente. São Paulo: Moderna, 2007. p. 12-13.

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TEXTO COMPLEMENTAR Questões geopolíticas na Ásia Central Atualmente, a Ásia Central ganha cada vez mais importância no cenário global por várias razões. A principal delas é a descoberta de novas e promissoras reservas de hidrocarbonetos

(gás natural e petróleo) na região do mar Cáspio, que vem aguçando os interesses de países e grandes multinacionais não só por sua exploração, mas também pelo seu transporte para mares abertos. [...] A artificialidade das fronteiras nacionais num espaço

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que se destaca pela incrível diversidade étnica merece especial atenção. [...] mais de uma centena de povos vive na região, um autêntico caldeirão étnico que os soviéticos arbitrariamente dividiram em cinco repúblicas, traçando fronteiras em total desarmonia com a realidade.

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ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS Promover a leitura coletiva do texto e a análise da tabela da página 192. Destacar a posição dos países da Ásia Central no relatório do Desenvolvimento Humano da ONU de 2018. Reforçar que somente o Cazaquistão se classificava como país de desenvolvimento humano muito elevado. Dois dos demais países estavam no grupo de desenvolvimento humano elevado (Uzbequistão e Turcomenistão), e dois no grupo de desenvolvimento humano médio (Quirguistão e Tadjiquistão). Na atividade 3, espera-se que os alunos respondam que a taxa de alfabetização é o indicador de maior destaque entre os países da Ásia Central. A taxa de alfabetização de adultos é muito alta em todos os países da região graças aos programas realizados por parte da União Soviética. Na atividade 4, espera-se que os alunos relacionem a taxa de alfabetização de adultos, muito alta em todos os países da região, graças aos programas realizados quando fazia parte da União Soviética. Na página 193, resgatar o histórico de participação dos países da região na extinta URSS e relacioná-lo com as condições de vida na região, tanto para indicadores negativos, reconhecendo o impacto do modelo econômico adotado pela ex-URSS e a dificuldade desses países de desenvolver tardiamente outro tipo de economia, como para indicadores positivos, como é o caso da alfabetização. A educação sempre foi prioridade no socialismo soviético, recebendo altos investimentos do governo.

Condições de vida Observe a tabela e responda às atividades no caderno. Ásia Central: IDH e indicadores socioeconômicos – 2017

País

Posição no mundo

IDH

Esperança Taxa de Taxa de População de vida alfabetização mortalidade urbana ao nascer de adultos infantil (%) (em anos) (%) (2016 – ‰)

Desenvolvimento humano muito elevado Cazaquistão

0,800

58

70

99,8

10,1

57,3

Desenvolvimento humano elevado Uzbequistão

0,710

105

71,4

100

21,4

50,6

Turcomenistão

0,706

108

68

99,6 (2013)

43,4

51,2

Desenvolvimento humano médio Quirguistão

0,672

122

71,1

99,2

18,8

36,1

Tadjiquistão

0,650

127

71,2

99,7 (2013)

37,1

27

Fontes: UNDP. Human Development Report 2018. New York, 2018. p. 22-24; 48-50. ONU. World Urbanization Prospects: The 2018 Revision. Disponível em: <https://population.un.org/wup/Download>. Acesso em: 7 nov. 2018.

1. Qual país apresenta o IDH mais baixo na Ásia Central? Tadjiquistão.

2. Quais países têm menos da metade da população em áreas urbanas? Quirguistão e Tadjiquistão.

3. Que indicador social mais se destaca entre os países da Ásia Central? Em sua opinião, por que isso ocorre?

Assim como a Rússia, os países da Ásia Central passaram por um processo de reestruturação política e econômica com a substituição do socialismo pelo capitalismo. Entretanto, esses países encontraram maiores dificuldades para conquistar seu espaço no mercado mundial e atrair investimentos. Comparada à reestruturação da Rússia, os países da Ásia Central demoraram um pouco mais para a retomada do crescimento econômico e do desenvolvimento social. Em 2017, segundo o Relatório do Desenvolvimento Humano da Organização das Nações Unidas, somente o Cazaquistão estava entre os países de IDH muito elevado. Uzbequistão e Turcomenistão apresentavam IDH elevado e Quirguistão e Tadjiquistão figuravam entre os de IDH médio.

192 TEXTO COMPLEMENTAR Sugerimos um trecho de texto descritivo sobre algumas cidades do Uzbequistão, a fim de apresentar a diversidade de modos de vida presentes na região. D2_GEO_F2_2054_V9_U06_G20.indd 192

Uzbequistão começa, aos poucos, a revelar sua riqueza histórica e cultural.

[...] Foi em 1991, quando a União Soviética desmoronou, que essa nação hospitaleira e cheia de personalidade começou a revelar sua tremenda riqueza histórica. Parece tudo recen-

te. De fato, sua trajetória remonta a alguns séculos antes de Cristo. É exatamente isso. Cor de terra, pois o país fica num tremendo deserto, e azul, como símbolo de paz para o islamismo. Tudo bem parecido. Com madrassas (escolas de islamismo) e mausoléus.

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afoitos, rebanhos de ovelhas pastando, plantações de damasco e maçã e mutirões de trabalhadores colhendo a safra do algodão. De repente, Khiva. Uma verdadeira joia no meio do deserto.

Entre os indicadores sociais dos países da Ásia Central, destacam-se as elevadas taxas de alfabetização. Esse excelente indicador se explica, em grande parte, pelos altos investimentos em educação feitos ao longo de décadas pelo governo socialista da ex-URSS, da qual os países da região fizeram parte até o início da década de 1990.

4. Que dado observado na tabela da

PHOTO 12/ALAMY/FOTOARENA

página 192 está relacionado ao cartaz da URSS ao lado?

Cartaz de propaganda soviética apresentando a campanha obrigatória de alfabetização em massa, URSS, 1930.

NOZIM KALANDAROV/TASS/GETTY IMAGES

Parte considerável da população da Ásia Central encontra-se no campo, praticando a agricultura familiar. O acesso a hospitais e o atendimento médico são bastante limitados para a população rural. O resultado disso são taxas de mortalidade infantil elevadas e baixa expectativa de vida, se comparadas a Rússia e outros países da extinta União Soviética.

O Tadjiquistão é um país majoritariamente rural. Na fotografia, agricultura familiar na região de Khatlon, 2017.

LIECHAVICIUS, C. Uzbequistão começa, aos poucos, a revelar sua riqueza histórica e cultural. O Globo. Disponível em: <https://oglobo.globo.com/ boa-viagem/uzbequistao-comeca-aos-poucos-revelar-sua-riquezahistorica-cultural-18387624>. Acesso em: 14 nov. 2018.

MURAL O ladrão de luz. Direção: Aktan Arym Kubat. 2012. O filme acompanha a luta de um senhor para levar eletricidade ao seu pequeno vilarejo no Quirguistão.

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[…] A porta de entrada do Uzbequistão é a capital Tashkent. A cidade impressiona por avenidas largas, construções imponentes ao estilo soviético, grandes mercados e parques bem cuidados. Enquanto pertenceu à União Soviética, Tashkent foi a

quarta maior cidade depois de Moscou, São Petersburgo e Kiev. Chamada de “capital cultural” e de “Paris da Ásia Central”, é repleta de teatros e óperas. […] Tashkent precisou ser toda reconstruída. Para explorar a cidade, que é

Cidade quase cenográfica A pequenina cidade, quase cenográfica, fica ao sul do Mar de Aral, […] a cidade foi declarada Patrimônio Mundial da Unesco. É magnífica. Um museu a céu aberto. Suas ruelas abrigam muitas madrassas, mesquitas, minaretes e mausoléus. A Madrassa Muhammad Rahim-khan é uma das maiores da Ásia Central. Tem paredes cobertas por tijolos esmaltados em tons de azul que formam desenhos incríveis. […] Para ir de Khiva a Bukhara é preciso encarar seis horas de estrada pelo deserto de Kyzyl Kum, que acompanha o rio Amu Darya, na fronteira com o Turcomenistão. Bukhara tem 2 500 anos de história, dizem os arqueologistas que acompanham escavações na área. E, mesmo que venha invadindo a cidade, o progresso não consegue penetrar nas ruas do centro histórico onde o minarete Kalon é uma das grandes estrelas, desde 1127. […]

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esparramada, o metrô é ótima opção. A beleza das galerias é surpreendente. Esse foi o primeiro metrô da Ásia Central. […] […] O avião desce em Urgench, a 30 quilômetros de Khiva. Até chegar à cidade murada, a estrada passa por um turbilhão de carros

AMPLIANDO HORIZONTES • O Anjo Ferido. Direção: Emir Balgazin. Alemanha/França/Cazaquistão, 2016. (113 min) O filme se passa no Cazaquistão à época da transição para o capitalismo e mostra as dificuldades enfrentadas por quatro adolescentes e suas famílias.

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ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

Redução do Mar de Aral O Mar de Aral se localiza entre o Cazaquistão e o Uzbequistão. Sua redução é considerada um dos mais graves desastres ambientais do planeta. Atualmente, sua área está reduzida a aproximadamente um terço da área original, que era de 66 mil km2. Observe as imagens. 2018

NASA

2000

WORLD HISTORY ARCHIVE/ALAMY STOCK PHOTO/FOTOARENA

1990

PLANET OBSERVER/UIG/AGB PHOTO LIBRARY

Localizar no mapa da página 190 o Mar de Aral. Realizar a leitura coletiva das imagens de satélite. Se julgar pertinente, retomar o conceito de imagem de satélite e os usos possíveis para essa tecnologia. Comparar com usos de fotografia aéreas e mapeamentos. Caso haja acesso fácil à internet na escola, é possível entrar em plataformas como o Google Earth ou mesmo o Google Maps, e observar imagens de satélite recentes da região. É possível comparar a redução do Mar de Aral com outros grandes desastres ambientais, como o vazamento de petróleo no Golfo do México ou o rompimento da barragem em Mariana, em Minas Gerais. Aproveitar o tema da recorrência de desastres ambientais causados pelos seres humanos para trabalhar a importância da consciência ambiental e de uma mudança de paradigmas.

Imagens de satélite evidenciam a redução do Mar de Aral.

Responda no caderno: As áreas mais escuras representam a água do mar e podemos observar sua diminuição, foto a foto. 1. Como observamos a redução do Mar de Aral nas imagens de satélite? O predomínio de extensas áreas desérticas e a escassez de água na Ásia Central estimulam os agricultores a irrigar extensas áreas agrícolas utilizando os principais rios que banham a região. A ex-URSS foi um dos países que se valeu desse recurso, criando grandes projetos de irrigação para possibilitar o cultivo de algodão no Uzbequistão, Cazaquistão e Turcomenistão. A prática provocou, a partir dos anos 1970, a redução de 90% do volume de água que chegava ao Mar de Aral, processo que o fez diminuir de tamanho. A redução do Mar de Aral teve impactos ambientais associados: o fundo do mar transformou-se em deserto de areia e sal aumentando a salinidade da água, o nível das águas subterrâneas baixou, oásis sumiram, peixes praticamente desapareceram e a pesca, atividade tradicional da região, que ocupava milhares de pessoas e fornecia alimentos, acabou. Os ventos passaram a transportar sais e pesticidas que ficaram expostos no leito seco, resultando em danos à saúde das pessoas e às áreas agrícolas próximas. A população Moynaq, no Uzbequistão, começou a apresentar na década de 1980 sérios problemas de saúde relacionados à contaminação das águas, impactando a taxa de mortalidade infantil, muito mais elevada que no restante do país.

194 TEXTO COMPLEMENTAR […] Podemos selecionar diversos desastres ambientais históricos, onde vários deles foram causados por uma ação imprudente dos seres humanos. Um dos exemplos é o Mar de Aral, situado entre o Uzbequistão e o Cazaquistão, foi em

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tempos um dos maiores lagos do mundo, do tamanho da Irlanda. Mas desde os anos 60, quando projetos de irrigação soviéticos foram criados, a água que abastecia o lago foi desviada e o volume deste reduziu-se em 90%. O que antes era um lago repleto de pei-

xes e sustentava uma vigorosa indústria piscatória é hoje um deserto repleto de sal. Tempestades de areia põem hoje em perigo a flora e fauna num raio de quilômetros em volta do lago. Ainda é possível ver os velhos barcos de pesca presos na areia do deserto.

Entre os anos de 1960 e 2000 a retirada de água do lago duplicou e o principalmente motivo era o cultivo do algodão. Todo esse processo não natural fez com que boa parte da flora e fauna daquele lugar desaparecesse. A indústria da pesca não teve a menor chance,

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AMPLIANDO HORIZONTES • COIXET, I. Aral, o mar perdido. TV 247. Disponível em: <http://livro.pro/a56avu>. Acesso em: 14 nov. 2018. A reportagem traz fotografias do desastre natural e explica de que forma ele se deu. • QOBIL, R. HARRIS, P. Projeto tenta devolver vida ao Mar de Aral, destruído por planos soviéticos de irrigação. BBC Brasil. Disponível em: <http:// livro.pro/otcsjt>. Acesso em: 14 nov. 2018. A matéria apresenta principais consequências da redução do Mar de Aral e explica o plano de recuperação e as dificuldades para sua implementação. • INSTITUTO DE ENGENHARIA. Tragédias ambientais: do Mar de Aral ao vazamento no Golfo. Disponível em: <http://livro.pro/x7pjys>. Acesso em: 14 nov. 2018. O texto apresenta uma análise sobre o Mar do Aral e as principais consequências do desastre ambiental.

TUUL AND BRUNO MORANDI/ALAMY/FOTOARENA

Atualmente, existem alguns projetos para a recuperação do Mar de Aral. No entanto, os resultados ainda são irrisórios quando comparados à destruição acentuada que foi imposta ao recurso hídrico. Os projetos são variados, como estações de dessalinização da água, mudanças nos canais de irrigação, mudanças nos cultivos realizados na região, construção de barragens, desvio de águas para o Mar de Aral, entre outros. Um projeto de reflorestamento do antigo leito do Mar de Aral visa reverter os danos, porém faltam investimentos e o processo é lento, considerando que a formação de uma floresta, a partir desse projeto, pode levar até 150 anos.

Há centenas de navios antigos na areia onde costumava existir o Mar de Aral. Na fotografia, província de Karakalpakstan, Uzbequistão, 2018.

THE ASAHI SHIMBUN/GETTY IMAGES

O processo de plantio é lento, mas deve preencher mais de 3 milhões de hectares de árvores saxaul, a fim de reverter os danos causados. Na fotografia, Uzbequistão, 2018.

2. Que atividades levaram à redução do Mar de Aral? A União Soviética implantou projetos de irrigação que desviaram o curso de rios que abasteciam o Mar de Aral para possibilitar a agricultura. 3. Que impactos a redução do Mar de Aral trouxe para o ambiente? A salinidade da água aumentou, o nível das águas subterrâneas diminuiu, oásis sumiram e houve uma queda drástica nas espécies que viviam lá. 4. Que impactos sociais e econômicos puderam ser observados? A impossibilidade da atividade de pesca. Danos à saúde e às áreas agrícolas próximas com o transporte de sais e pesticidas pelos ventos.

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desapareceu de vez e o que se viu foram muitas pessoas desempregadas e uma grande crise econômica. Como se não bastassem os problemas com o desvio das águas do mar de Aral, as águas que restaram foram ficando poluídas por causa de testes que as indústrias

de armamentos faziam no lugar. Além disso, eram usados fertilizantes e pesticidas altamente nocivos. A falta de água doce também passou a ser um problema para a população daquele local. Sem falar no sal poluído e seco das suas águas que foram soprados pelo vento

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para toda região gerando uma série de problemas de saúde para as pessoas que viviam ali. […] SERAFIM, M. Uma análise do tema educação ambiental nos livros didáticos de ensino fundamental e médio. Universidade de Brasília: São Paulo, 2015. p. 12-13.

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ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

INTERAÇÃO NÃO ESCREVA NO LIVRO.

1. Observe o mapa e faça as atividades no caderno. Migrações para Israel – 1948-1996 Círculo Polar Ártico 1 000

URSS

REINO UNIDO

8

POLÔNIA

24

CANADÁ

170

TCHECOSLOVÁQUIA 25 FRANÇA

ESTADOS UNIDOS

23

265

29

HUNGRIA

TUNÍSIA 270

MARROCOS

Trópico de Câncer

41

BULGÁRIA

24

TURQUIA IRÃ

IRAQUE

53

130

36

ARGÉLIA LÍBIA

72

31 ISRAEL EGITO

26

ÍNDIA

OCEANO ATLÂNTICO

OCEANO PACÍFICO

52

IÊMEN

25

ETIÓPIA

Equador

Trópico de Capricórnio 60

ARGENTINA

OCEANO ÍNDICO 0

1 900

Número de imigrantes em Israel depois de 1948 (em milhares)

DACOSTA MAPAS

ROMÊNIA

63

90

Meridiano de Greenwich

Organizar os alunos em duplas para a realização das atividades. Depois, verificar as respostas e solicitar às duplas que as exponham oralmente, de forma alternada. Anotar na lousa os conceitos trabalhados em cada atividade. A atividade 1 envolve a leitura do mapa e sistematização do conteúdo visto sobre Israel e Palestina. No item a, o aluno deve identificar a localização de Israel no Oriente Médio e listar os países que fazem parte da região: Arábia Saudita, Iêmen, Omã, Emirados Árabes Unidos, Catar, Kuwait, Barein, Turquia, Líbano, Síria, Iraque, Irã, Egito asiático, Jordânia, Palestina, Chipre e Afeganistão. No item b, espera-se que indiquem que migrantes saíram de diversos países em direção à Israel. A informação está relacionada à criação do Estado de Israel, em 1948. Para o item c a resposta é a URSS. No item d espera-se que os alunos citem que o povo judeu tem sua história nessa região, já que viveu nela até cerca de 2 mil anos atrás, quando sofreu diversas invasões, sendo posteriormente expulso pelos romanos. Na atividade 2, o aluno deve identificar a importância do petróleo para a economia da região. Outras atividades econômicas importantes são: a agricultura com cultivo irrigado de arroz, trigo, frutas, algodão e cana-de-açúcar entre os rios Tigre e Eufrates; oliva, fumo, figo e tâmara na região do Mediterrâneo; frutas, trigo, cevada, legumes, verduras e algodão em áreas irrigadas do Deserto de Neguev; a pecuária, com destaque para o pastoreio nômade de ovelhas, cabras e camelos; a indústria, especialmente em Israel e Turquia, e o turismo. A resposta da atividade 3 deve abordar que a Opep foi criada pelos países do Oriente

Fonte: LACOSTE, Y. Atlas géopolitique: pour comprendre le monde de demain. Paris: Larousse, 2013. p. 150. *Em 1991, a URSS se dissolveu em vários países e, em 1992, a Tchecoslováquia dividiu-se em dois: a República Tcheca e a Eslováquia.

a) Em que região asiática se localiza o Estado de Israel? Que outros países compõem essa região? b) Que informação está representada no mapa? Que fato está ligado a essa informação? c) Qual é a origem do maior número de migrantes que se dirigiu a Israel no período representado no mapa? d) Por que a região da Palestina foi escolhida para a criação do Estado de Israel? Cite os conflitos que ocorreram a partir desse fato.

2. Qual é o principal produto do Oriente Médio? Que outras atividades econômicas se destacam na região?

3. Explique o contexto da criação da Opep e sua importância para o Oriente Médio. 4. Além dos conflitos entre árabes e judeus na Palestina, que outros ocorreram no Oriente Médio? Explique, resumidamente, três conflitos.

5. Explique o que foi a Primavera Árabe e cite alguns países que participaram.

196 Médio no fim de 1950, com o objetivo de ter maior controle sobre os negócios do petróleo na região, que estava nas mãos de um pequeno número de empresas multinacionais, as chamadas “Sete Irmãs”. Com a criação da Opep, os países da região passaram a controlar a exploração e o reD2_GEO_F2_2054_V9_U06_G20.indd 196

fino do petróleo, e empresas estrangeiras ficaram com o transporte e a comercialização. A Opep deu força política aos países-membros, aplicando medidas de redução da produção quando alguns dos seus interesses eram ameaçados, especialmente pelas grandes potências mundiais.

Na atividade 4, o aluno pode explicar alguns conflitos descritos nas páginas 179 e 183. Na atividade 5, espera-se que o aluno explique a Primavera árabe como uma onda de protestos com auge em 2011 que abrangeu vários países do mundo árabe contra governos ditatoriais, com

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e significa terra, nação, país ou lugar. No item e espera-se que apontem que há grande heterogeneidade étnica e certa homogeneidade religiosa, sendo a maioria dos habitantes seguidora do islamismo. Na atividade 7, item a, o aluno deve indicar a Rússia e o Cazaquistão, respectivamente. No item b, espera-se que o aluno responda não, pois a Rússia tem o maior rendimento per capita, mas não tem a maior esperança de vida. O Brasil apresenta maior esperança de vida entre os quatro países e tem o segundo menor rendimento per capita da lista. No item c, espera-se que o aluno assinale que o período de transição para a economia capitalista foi marcado por desemprego, diminuição da renda per capita e grandes disparidades sociais, com o aumento da pobreza e a formação de uma elite de milionários que se beneficiou com a privatização das empresas estatais.

6. Observe o mapa e faça as atividades. Ásia: regiões selecionadas a) Que regiões da Ásia estão destacadas no mapa?

OCEANO GLACIAL ÁRTICO

b) Cite os nomes dos países de cada região, de acordo com o número que aparece no mapa.

ti c

o C ír c ul o

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ar

Ár

6

OCEANO PACÍFICO

5 1 2

DACOSTA MAPAS

3

r ce ân eC d o pic Tró

4

OCEANO ÍNDICO 0

a Equ

° dor 0

c) O que chama atenção nessas regiões em relação às saídas para mares e oceanos? Quais as implicações disso para o comércio internacional? d) Qual é o significado do sufixo “istão”? e) Caracterize a população dos países da Ásia Central quanto à etnia e à religião.

1 076

90° L

Elaborado com base em: CALDINI, V.; ÍSOLA, L. Atlas geográfico Saraiva. São Paulo: Saraiva, 2013. p. 136.

7. Observe a tabela e faça as atividades. Indicadores IDH – 2017 País

Posição no IDH

Esperança de vida (em anos)

Rússia Cazaquistão Brasil Tadjiquistão

49 58 79 127

71,2 70 75,7 71,2

Rendimento per capita (em dólares) 24.233 22.626 13.755 3.317

Fonte: UNDP. Human Development Report 2018. New York, 2018. p. 22-24.

a) Dos países relacionados, qual apresenta o maior rendimento per capita? E a menor expectativa de vida? b) A posição dos países em relação à expectativa de vida acompanha a posição quanto ao rendimento per capita? Explique sua resposta. c) Apesar de a Rússia estar classificada como país de desenvolvimento humano muito elevado, a expectativa de vida no país é menor que a brasileira. Isso está relacionado à transição do socialismo para o capitalismo. Cite problemas sociais na Rússia decorrentes da transição.

197 protagonismo feminino e organização realizada por meio de redes sociais. Alguns países estão listados nas páginas 184 e 185. Na atividade 6, item a, o aluno deve indicar que estão representadas a Ásia Setentrional (Rússia asiática) e a Ásia Central. No item b,

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Ásia Setentrional: (6) Rússia. Ásia Central: (1) Turcomenistão; (2) Tadjiquistão; (3) Quirguistão; (4) Uzbequistão; (5) Cazaquistão. Para o item c mencionar que as saídas navegáveis estão nos mares Cáspio e Negro, pois a maior parte do oceano Glacial Ártico e o mar de Bering ficam

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congelados. As poucas saídas para mares e oceanos dificultam as transações comerciais internacionais, exigindo que os países (especialmente da Ásia Central) façam acordos com aqueles que têm saída para os oceanos. No item d, indicar que o sufixo tem origem no persa (stan)

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7

COMPETÊNCIAS

ÁREA ...................................p. X • 1, 2, 4, 5, 6 e 7. ESPECÍFICAS ...................p. XI • 2, 3, 4, 5, 6 e 7.

HABILIDADES EF09GE01 EF09GE04 EF09GE08 EF09GE09 EF09GE10 EF09GE11

• • • • •

p. XVI

EF09GE13 EF09GE14 EF09GE15 EF09GE17 EF09GE18

EXPECTATIVAS DE APRENDIZAGEM • Conhecer aspectos relacionados à localização do território, à população, à economia e às características físicas e ambientais, analisando aspectos históricos e políticos na produção do espaço geográfico de países do Extremo Oriente, da Ásia Meridional e do Sudeste Asiático. • Compreender fatores históricos e políticos relacionados ao crescimento e dinamismo econômico do Japão, China, “Tigres” e “Novos Tigres” Asiáticos e Índia. • Compreender aspectos históricos, políticos e econômicos relacionados à Coreia do Norte e à Coreia do Sul. • Analisar aspectos do meio físico do território japonês, relacionando-os às ocorrências geológicas e ao uso que se faz do solo e das técnicas nele empregadas. • Analisar aspectos da dinâmica natural que interferem na paisagem e nas atividades humanas do Sudeste Asiático. • Realizar leitura de imagens, como mapas, gráficos e fotografias para a obtenção de informações variadas como parte de procedimentos de leitura da paisagem. • Realizar procedimentos de pesquisa para a obtenção de informações e desenvolver autonomia nos estudos e nas atitudes necessárias ao trabalho em grupo.

EXTREMO ORIENTE, ÁSIA MERIDIONAL E SUDESTE ASIÁTICO

Duas das maiores economias do mundo estão no Extremo Oriente, o Japão e a China, e uma terceira se encontra na Ásia Meridional, a Índia. Juntos, esses países abrigam quase 40% da população do planeta e respondem por cerca de 25% do PIB mundial. No aspecto econômico, também se destacam alguns países do Sudeste Asiático, que formam os Tigres Asiáticos. O peso demográfico e econômico de todos esses países, contudo, não os exime de problemas e desafios ambientais, sociais e políticos.

ZUMA PRESS / FOTOARENA

• • • • • •

UNIDADE

GERAIS ..............................p. IX

• 1, 4, 6 e 9.

Porto de Xangai, na China, o maior do mundo em toneladas transportadas. Fotografia de 2018.

198 ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS D2_GEO_F2_2054_V9_U07_G20.indd 198

Na abertura da Unidade, pedir aos alunos que observem a imagem e indagá-los sobre o que ela representa. Conversar com os alunos sobre em que medida a dimensão e o movimento dos portos estão relacionados ao dinamismo eco-

nômico de um país ou região. Nesse sentido, retomar dados da tabela Principais portos mundiais em transporte de cargas – 2017 disponíveis neste Manual do professor, na Unidade 2, página 45. Entre os 14 maiores portos em volume de carga, 11 estão situados no continente asiático, sendo

9 na China. Em 2017, o Porto de Xangai, primeiro do mundo, transportou o equivalente a 864 mil toneladas de carga. Embora o texto de abertura cite apenas os países e as regiões asiáticas que se destacam no cenário mundial, é válido citar outros países do Extremo Oriente, da Ásia

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NO DIGITAL – 4o BIMESTRE • Veja o plano de desenvolvimento para as Unidades 7 e 8. • Desenvolva o projeto integrador sobre Japão e China. • Explore as sequências didáticas do bimestre, que trabalham as habilidades EF09GE01, EF09GE03, EF09GE04, EF09GE08, EF09GE13, EF09GE14, EF09GE15, EF09GE16, EF09GE17. • Acesse a proposta de acompanhamento da aprendizagem.

Converse com os colegas e o professor sobre as questões a seguir. Auxiliar os alunos nas respostas às atividades a seguir. 1. Em sua opinião, o que a paisagem retratada na fotografia revela sobre a economia chinesa?

2. Você sabe algo sobre as características naturais ou questões ambientais das regiões que serão estudadas?

3. Você já ouviu ou leu alguma informação sobre a economia ou sobre a sociedade dos países localizados nessas regiões asiáticas?

AMPLIANDO HORIZONTES • MASON, C. Uma breve história da Ásia. Rio de Janeiro: Vozes, 2018. No livro, o autor oferece uma introdução sobre as histórias e as tradições das nações asiáticas, da Idade da Pedra aos nossos dias. Explorando a natureza e as questões políticas e econômicas atuais, o autor confronta o atual processo de industrialização da região às suas consequências ambientais. O livro conta com mapas e um guia para leitura complementar.

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Meridional e do Sudeste Asiático. Apresentar um planisfério e localizá-los, verificando o conhecimento prévio dos alunos a esse respeito. Na atividade 1, espera-se que os alunos reconheçam que a dimensão e a quantidade de contêineres no porto de Xangai – o maior do mun-

do – são indicativos das trocas comerciais da China com inúmeros países. Na atividade 2, incentivar os alunos a pensar em notícias – recentes ou não – a respeito de fenômenos naturais, como terremotos, vulcões e maremotos ocorridos na região, ou relacionadas a problemas

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ambientais, como de poluição do ar. Vale destacar que os primeiros têm causas naturais; já os problemas ambientais têm como causa a ação humana. Na atividade 3, verificar os conhecimentos dos alunos a respeito da economia, da sociedade e da cultura dos países que serão estudados.

Incentivá-los a refletir sobre as diferenças culturais existentes nessas regiões e entre elas e o lugar onde vivem. Aproveitar o momento e introduzir brevemente os principais temas que serão abordados na Unidade.

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ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS Incentivar os alunos a observar o mapa e as informações contidas nele. Algumas perguntas podem ajudar a guiá-los nessa análise, como: “Que países constituem o Extremo Oriente?”; “Qual é o país com a maior extensão territorial?”; “Qual é o país com a maior população? E com a menor?”. Além das atividades sugeridas acima, solicitar aos alunos que realizem aquelas presentes no livro, de 1 a 3. Chamar a atenção dos alunos para a população da China, mostrando a diferença entre ela e a dos demais países da região. O quadro a seguir poderá auxiliá-lo.

Extremo Oriente: divisão política

1 409,5

Japão

127,4

Coreia do Sul

50,9

Coreia do Norte

25,4

Taiwan

23,6 3,0

Fonte: ONU. World Population 2017. Disponível em: <https:// population.un.org/wpp/Publications/ Files/WPP2017_Wallchart.pdf>. Acesso em: 14 nov. 2018.

Apresentar as características gerais da região, destacando os principais aspectos de cada país. No caso da Mongólia, comentar que o país adotou o socialismo até o início da década de 1990, passando, depois disso, pelo processo de reestruturação para a economia capitalista. Comentar que o país apresenta uma das menores populações da Ásia vivendo em um imenso território coberto por grandes desertos e cadeias de montanhas. Essas características naturais contribuíram para que a população, ao longo do tempo, ficasse concentrada nos vales dos rios e, principalmente, na capital, Ulan Bator, que abriga quase 40% dos habitantes do país. A pecuária é a principal

(RUSu)rilas

100° L

Ilha

sK

RÚSSIA

CAZAQUISTÃO

Ulan Bator

MONGÓLIA Pequim (Beijing)

QUIRGUISTÃO

COREIA DO NORTE

Mar da Japão (Mar do Leste)

JAPÃO

Pyongyang Seul

Tóquio

COREIA DO SUL

Mar Amarelo

CHINA

Taipé

BUTÃO

sR

NEPAL

yuk yu

Mar da China Oriental

Il

ha

Número de habitantes (em milhões) – 2017

China

Mongólia

Observe no mapa a localização dos países que constituem o Extremo Oriente.

TAIWAN

Tró

pico

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ânc

er

OCEANO PACÍFICO

ÍNDIA MIANMAR ALLMAPS

País

Extremo Oriente

OCEANO ÍNDICO Capital de país

LAOS

VIETNÃ

TAILÂNDIA

I. Hainan Mar da China Meridional

FILIPINAS

0

578

Elaborado com base em: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2016. p. 47.

Em seu caderno, responda às questões.

1. Quais são os países que constituem o Extremo Oriente? Qual deles apresenta a maior

extensão territorial? China, Coreia do Norte, Coreia do Sul, Japão, Mongólia e Taiwan. O país com maior extensão territorial é a China. 2. Quais são os países que se localizam em ilhas? E em uma península? Japão e Taiwan localizam-se em ilhas. Coreia do Norte e Coreia do Sul localizam-se em uma península. 3. Qual país não possui saída para oceanos ou mares? Mongólia.

O Extremo Oriente é constituído por seis países que ocupam uma área territorial de 12,7 milhões de km² e, em 2017, segundo a ONU, abrigavam mais de 1,6 bilhão de habitantes. A China é o país mais populoso, pois contava, naquele ano, com 1,4 bilhão de habitantes. Na atualidade, essa região é uma das mais dinâmicas do mundo do ponto de vista econômico. China e Japão foram, segundo o Banco Mundial, em 2017, respectivamente, a segunda e a terceira maiores economias do mundo. Taiwan, Coreia do Sul, Cingapura (Sudeste Asiático) e Hong Kong (província chinesa) formam os chamados Tigres Asiáticos. Desde a década de 1970, esses países têm apresentado notável crescimento econômico e atraído interesses políticos, estratégicos e econômicos das duas grandes potências econômicas da Ásia, além dos Estados Unidos e dos países membros da União Europeia.

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atividade econômica em número de trabalhadores empregados. Esclarecer que a Mongólia ampliou os laços políticos e econômicos com Estados Unidos, Japão e União Europeia, mas seus principais parceiros comerciais são os vizinhos Rússia e China. Este último é o

maior mercado para as exportações da Mongólia, demonstrando também interesse em explorar os recursos minerais e energéticos do país. Apresentar e localizar os países denominados Tigres Asiáticos em um mapa político da Ásia. A respeito de Taiwan, destacar a situação

geopolítica do país, comentando que ele é classificado como uma província rebelde pela China. Destacar as principais características do modelo econômico adotado pelos Tigres Asiáticos, ressaltando a forte presença do Estado, que protege a indústria nacional

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AMPLIANDO HORIZONTES • SPROSS, H. Hong Kong, uma metrópole cada vez mais chinesa. DW Brasil. Disponível em: <http://livro.pro/n9zrb8>. Acesso em: 14 nov. 2018. O texto faz uma análise sobre a atual situação de Hong Kong, que tem recebido uma crescente interferência política e social de Pequim (Beijing).

Os Tigres Asiáticos

REUTERS/FOTOARENA

Coreia do Sul, Cingapura, Hong Kong e Taiwan são denominados Tigres Asiáticos em razão do rápido crescimento econômico alcançado nos últimos 50 anos. Esse crescimento foi decorrente da forte presença do Estado, que adotou um modelo econômico baseado em grandes investimentos externos, sobretudo japoneses e estadunidenses, e da fabricação em larga escala de produtos para exportação, aproveitando a mão de obra relativamente barata. Taiwan tem uma situação geopolítica indefinida. O país atua no contexto mundial como nação independente, porém é qualificado pela China como “província rebelde” que faria parte do território chinês. Esse impasse começou em 1949, quando o socialismo foi implantado na China e a ilha de Taiwan foi usada como refúgio pelos chineses contrários ao novo sistema. Taiwan possui um governo republicano e adota o capitalismo. Atualmente, os dois países buscam aproximações com o restabelecimento de relações diplomáticas e comerciais, mas a reunificação ainda é tema de divergências. Hong Kong era colônia do Reino Unido e foi devolvida à China em 1997. Desde então, é considerada Região Administrativa Especial e a situação caracterizada como “um país, dois sistemas”, pois a China é socialista e Hong Kong, capitalista. Pelos acordos firmados em 1997, Hong Kong teria de se adaptar ao regime político do restante da China em 50 anos. Nos últimos anos, ocorreram em Hong Kong manifestações por democracia e contra o controle chinês. Em 2014, diversos movimentos ocorreram após o governo propor mudanças no processo eleitoral, que limitavam a participação de candidatos nas eleições. Em 2017, com a proximidade das eleições, esses protestos ganharam ainda mais força. Apesar dos atos, o autoritarismo ainda tem sido marcante na região.

CHINA

TAIWAN Hong Kong

VIETNÃ

Mar da China Meridional 0

OCEANO PACÍFICO

ALLMAPS

Trópico de Câncer

260 115° L

Na fotografia, uma das manifestações ocorridas em Hong Kong, em 2014, conhecidas como “Movimento dos guarda-chuvas”. Elas receberam esse nome porque os guarda-chuvas eram usados para conter o efeito do gás lacrimogêneo.

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da concorrência externa com elevados impostos sobre produtos importados, facilidades fiscais para a exportação e investimentos nos setores de educação, qualificação da mão de obra e pesquisa científica. Apresentar algumas características da economia em Hong Kong e Taiwan, ressal-

tando as peculiaridades dos dois territórios e suas relações com a China. Se julgar adequado, solicitar aos alunos que pesquisem em revistas e jornais notícias atuais tratando dos dois territórios, tanto no que se refere à economia como a possíveis tensões com o governo chinês.

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Apresentar também algumas características sobre Cingapura, o pequeno país localizado no Sudeste Asiático, que conta com apenas 618 km² e abriga uma população 100% urbana, com aproximadamente 5,7 milhões de habitantes em 2017. Trata-se, portanto, de uma cidade-Estado que, a

partir da década de 1980, entrou em fase de grande crescimento econômico. Sua força econômica está nos serviços bancários e portuários, no turismo e na indústria de alta tecnologia.

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ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

Coreia do Norte A Coreia do Norte, oficialmente denominada República Popular Democrática da Coreia, apresenta um dos regimes políticos mais fechados do mundo, marcado pelo rígido controle estatal e pelo culto à personalidade de seus líderes. São poucos os turistas que visitam o país, e o intercâmbio comercial, cultural e político com o exterior é bastante reduzido. Em 2011, com a morte de Kim Jong-il, o país passou a ser governado por seu filho, Kim Jong-un. Com isso, houve grande expectativa na comunidade mundial pelo fim do estado de guerra existente desde 1950 entre a Coreia do Norte e a República da Coreia, mais conhecida como Coreia do Sul. Até 2017, porém, a política externa adotada por Kim Jong-un pouco contribuiu para isso. Com programas de testes e armas nucleares e de mísseis balísticos, o país manteve a postura de ameaça aos seus adversários, entre eles a Coreia do Sul e os Estados Unidos. Em abril de 2018, no entanto, um encontro entre Kim e o líder da Coreia do Sul, Moon Jae-in, abriu a negociação entre os dois países para alcançar um acordo de paz permanente na região. A reunião dos líderes das duas Coreias foi um preparo para o encontro de Kim com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, meses depois. Kim e Trump assinaram um documento que, além de representar uma aproximação histórica entre os dois países, reafirmou o compromisso, por parte da Coreia do Norte, de dar fim às armas nucleares no país. Porém, o documento é considerado pouco efetivo, já que não traz ações concretas nem prazo para que elas aconteçam. KOREA SUMMIT PRESS POOL/AP/GLOW IMAGES

Ao abordar a Coreia do Norte, destacar as características políticas do país. Se necessário, retomar explicações sobre o sistema socialista, contrapondo-o ao capitalista. Ressaltar o fato de o país ser o mais fechado do mundo, com pouquíssimo contato com o restante dos países. Se julgar adequado, solicitar aos alunos que pesquisem notícias sobre a questão do isolamento da Coreia do Norte e as características do regime de Kim Jong-un. A Coreia do Sul é o Tigre Asiático com maior peso econômico e, diferentemente da Coreia do Norte, estabeleceu-se como país capitalista e recebeu amplo apoio dos Estados Unidos – o que contribui para o seu crescimento econômico. Explicar a “Onda Coreana”, ou seja, a expansão de produtos culturais sul-coreanos para diversos países do mundo. Verificar os conhecimentos que os alunos têm sobre esse fenômeno e, em caso afirmativo, pedir a eles que compartilhem informações com os colegas. Esclarecer que os elementos que compõem essa “Onda” não correspondem necessariamente à cultura tradicional sul-coreana. Se julgar adequado, é possível pesquisar sobre as manifestações tradicionais recentes, voltadas para o mercado, e trabalhar suas características com os alunos.

À esquerda, o presidente norte-coreano Kim Jong-un e, à direita, o presidente Moon Jae-in se cumprimentam na Zona Desmilitarizada da aldeia de Panmunjon, em 27 de abril de 2018. Foi a primeira vez que um líder norte-coreano cruzou a fronteira para o sul desde a divisão da Coreia.

202 TEXTO COMPLEMENTAR D2_GEO_F2_2054_V9_U07_G20.indd 202

[...] Até há pouco seria inimaginável que o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, e o presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, se sentariam à mesma mesa para tentar estabelecer a paz na península e o fim do programa nuclear pro-

movido pelo governo de Pyongyang. Depois da chegada de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos, a Coreia do Norte iniciou uma série de testes de mísseis balísticos e nucleares que provocaram reações enérgicas de Washington [Estados

Unidos] e de Seul [Coreia do Sul], novas e firmes sanções internacionais, além de provocar o temor de uma guerra na região. Também parecia impensável que Trump e o ditador norte-coreano aceitassem se reunir, um encontro previsto para ocorrer no fim de maio

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AMPLIANDO HORIZONTES • VICENTINE, P. F.; PEREIRA, A. D.; MELCHIONNA, H. H. A revolução coreana: o desconhecido socialismo Zuche. São Paulo: Unesp, 2015. O livro faz uma análise do regime norte-coreano, das complexidades que envolvem o processo revolucionário na região e das conquistas socioeconômicas obtidas pelo país. • MATTOS, T. O que o K-Pop pode nos ensinar sobre diplomacia cultural e política pública. Huffpost. Disponível em: <http://livro.pro/zqfwam>. Acesso em: 14 nov. 2018. O texto aborda o advento da chamada Onda Coreana como forma de o governo sul-coreano revitalizar a economia perante a crise asiática de 1998.

Coreia do Sul No contexto da Guerra Fria, enquanto a Coreia do Norte estabeleceu-se como país socialista sob forte influência da ex-União Soviética, a Coreia do Sul, capitalista, foi apoiada pelos Estados Unidos, que fizeram grandes investimentos no país. O governo coreano desempenhou papel importante na estruturação econômica, incentivando setores considerados estratégicos para o desenvolvimento, como ciência e tecnologia, indústria, exportação e educação. Grandes conglomerados de empresas, normalmente controladas por famílias e conhecidas como Chaebols, concentraram os investimentos e, juntamente com o governo, alavancaram o crescimento sul-coreano. Os quatro maiores Chaebols – Hyundai, Samsung, Daewoo e LG – respondem por grande parcela do PIB e das exportações da Coreia do Sul. O país se tornou um grande exportador de componentes para computadores, brinquedos, automóveis e produtos eletrônicos. Indústria criativa: Em 1997, uma crise econômica mundial atingiu de forma significativa setor de produção a Coreia do Sul. Nesse período, uma das medidas tomadas pelo governo foi de bens intelectuais a diversificação da economia e o investimento no setor de serviços, como a e culturais. Da indústria criativa. Essas medidas resultaram na expansão da cultura coreana, indústria criativa fazem parte cinema, primeiro regionalmente e depois mundialmente. A chamada Onda Coreana música, moda, ou Hallyu se reflete em vários elementos da cultura coreana, como música games, entre muitos popular (K-Pop), novelas e filmes (K-Drama) e moda (K-Fashion). outros.

VCG/VISUAL CHINA GROUP/ GETTY IMAGES

THE ASAHI SHIMBUN/GETTY IMAGES

Grupo de K-pop POTS discursando na 73ª Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York, Estados Unidos, setembro de 2018.

Grupo de K-pop EXO se apresentando na cerimônia de encerramento da Olimpíada de inverno de 2018, em Pyeongchang, Coreia do Sul.

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ou começo de junho, depois de uma série de ameaças e troca de insultos pessoais. Tudo mudou em janeiro, quando Kim mostrou abertura para dialogar com a Coreia do Sul durante seu discurso de Ano-Novo. O ditador norte-coreano anunciou que estava disposto a enviar uma delegação aos Jogos Olímpicos de Inverno,

que seriam realizados em fevereiro em Pyeongchang, no país vizinho. [...]

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G1. Desnuclearização foi tema de reunião entre Kim Jong-un e Moon Jae-in, diz porta-voz sul-coreano. Disponível em: <https:// g1.globo.com/mundo/noticia/lideresdas-coreias- realizam-encontrohistorico.ghtml>. Acesso em: 14 nov. 2018.

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INTEGRANDO COM

ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

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HISTÓRIA

NÃO ESCREVA NO LIVRO.

A origem das duas Coreias

A história da Coreia foi marcada por séculos de domínio estrangeiro. Do século XIV até 1910, o território coreano esteve sob domínio chinês, que exerceu forte controle político e cultural na região. A mudança do domínio chinês para o japonês começou no fim do século XIX, quando a China se configurava como um império decadente e o Japão emergia como uma nação moderna graças às mudanças ocorridas na Era Meiji. Além do elevado desenvolvimento econômico, nesse período, o Japão adotou uma política expansionista, que buscava o domínio de novos territórios e mercados na região. E a Coreia se tornou um deles. Na busca pelo domínio do território coreano, Japão e China Era Meiji: período da história entraram em conflito – a Primeira Guerra Sino-Japonesa (1894do Japão que se estendeu de 1895). Com a vitória japonesa, o domínio da Coreia passou a 1867 a 1912. Foi marcado por ser do Japão. mudanças na economia, na política e na sociedade do país, Logo depois, o Japão se envolveu em um conflito com a levando-o a um processo de Rússia, vencendo e transformando aquele território em um modernização acelerada. protetorado em 1895. Em 1910, o Japão finalmente anexou Protetorado: território a Coreia, tornando-a colônia japonesa até o fim da Segunda que apresenta certas características de um Estado Guerra Mundial. Nessa época, a Coreia se constituiu em dois independente, mas que se Estados autônomos: a República Popular Democrática da Coencontra subordinado em reia (ao norte, com o sistema comunista) e a República da Coalguns aspectos, especialmente militarmente, a outro Estado. reia (ao sul, com o sistema capitalista).

PHOTO 12 / ALAMY / FOTOARENA

Apresentar os principais eventos históricos relacionados à Coreia, destacando os períodos de domínio chinês e japonês. Comentar que o período de domínio japonês na Coreia foi marcado pela violência e forte repressão, além da implantação da cultura e dos costumes japoneses e importantes alterações na economia. Relacionar o fim do domínio japonês na Coreia à Segunda Guerra Mundial e suas consequências para o Japão. Lembrar os alunos de que o país, já devastado pela Guerra, foi atingido por duas bombas atômicas que provocaram graves danos à economia, além de incalculável prejuízo humano. Ao abordar a Guerra da Coreia, utilizar os mapas presentes na página 205 para ilustrar a evolução do conflito, destacando que a invasão norte-coreana foi contida pelas tropas da ONU e da Coreia do Sul, com apoio dos Estados Unidos e da China, que desejava evitar que o conflito adentrasse suas fronteiras. Destacar que o Armistício de Panmunjon, assinado em 1953, mantém a fronteira definida em 1948 e estabelece uma zona desmilitarizada entre as duas Coreias. Depois da explicação, incentivar os alunos a elaborar a linha do tempo proposta na atividade 1. Se considerar adequado, fazer a linha do tempo coletivamente, aproveitando para realizar uma revisão do conteúdo visto. Apresentamos, a seguir, os eventos e suas respectivas datas, os alunos deverão representar pelo menos cinco deles em suas linhas do tempo: • Domínio chinês sobre a Coreia (séc. XIV até 1910). • Guerra Sino-Japonesa (18941895). • Independência da Coreia (1895). • Transformação da Coreia em protetorado japonês (1910).

Obra de Okura Koto traz a representação de batalha na Primeira Guerra Sino-Japonesa, em 1894, quando o Império Qing, da China, enfrentou o Império Japonês.

204 Divisão da Coreia em204duas • D2_GEO_F2_2054_V9_U07_G20.indd

zonas de influência (1945). • Constituição da Coreia em dois estados independentes (1948). • Início da Guerra da Coreia e intervenção da ONU (1950). • Intervenção chinesa na Guerra da Coreia (1951). • Armistício de Panmunjon (1953).

Na atividade 2, lembrar que a invasão dos norte-coreanos à Coreia do Sul aconteceu em 1950. Destacar que o conflito teve fim com a assinatura do Armistício de Panmunjon, ressaltando que ele representou apenas um cessar-fogo e não um acordo de paz entre os dois países. Dessa forma, embora

não haja combate, tecnicamente os dois países continuaram em uma situação delicada. Na atividade 3, orientar os alunos a buscar notícias recentes na internet, em jornais ou em revistas. Em sala, solicitar que compartilhem as notícias pesquisadas, tecendo comentários sobre a situação atual dos países e suas perspectivas.

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Guerra da Coreia – 1950 a 1953 126° L

Intervenção chinesa: de janeiro a abril de 1951.

Ofensiva chinesa (1º- jan.)

Kaesong

Panmunjom

22 abr.

Kumhwa

Mar do Japão (Mar do Leste)

Yangyang Chunchon

38° N

4 jan.

Chipyongni

25 jan.

Wonju

Seul Mar Amarelo

Chungju

Avanço em meados de janeiro

Forças da China e da Coreia do Norte

Andong

Forças da ONU e da Coreia do Sul Avanço máximo das tropas da ONU e da Coreia do Sul Avanços das tropas da China e da Coreia do Norte

Zona invadida pela Coreia do Norte (25 de junho a 14 de setembro de 1950)

2054-GEO-V9-U7-LA-M004

Pyongyang Chorwon

0

75

Tropas da ONU e da Coreia do Sul De 12 de janeiro de 1951 a 27 de julho de 1953.

Avanço máximo das tropas da ONU e da Coreia do Sul

CHINA

Mar do Japão 2 nov. (Mar do Leste)

CHINA

COREIA DO NORTE 20 out.

Pyongyang

Pyongyang

Desembarque Incheon americano Mar (15 set.) Amarelo

38° N

Seul 26

Desembarque americano (26 out.)

se

t.

15 set.

160

Mokpo 130° L

Kaesong

JAPÃO

30 abr. 1951 12 jan. 1951

Seul Mar Amarelo

Avanços das tropas da ONU e da Coreia do Sul

Busan 0

27 nov. 1951

Wonsan u t. 1-º o

38° N

Mar do Japão (Mar do Leste)

29 out.

COREIA DO SUL

Armistício de Panmunjom (27 de julho de 1953)

Busan

0

130° L

160 JAPÃO

MAPAS: ALLMAPS

De 25 de junho a 12 de novembro de 1950.

t. 26 ou

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AMPLIANDO HORIZONTES • BBC BRASIL. Como é Panmunjon, o “lugar mais tenso do mundo”, onde as duas Coreias estão conversando. Disponível em: <http://livro. pro/3xmphw>. Acesso em: 14 nov. 2018. O texto faz uma explanação sobre como é Panmunjon, local onde foi assinado o armistício que colocou fim à Guerra da Coreia.

Em 1950, o exército norte-coreano invadiu a Coreia do Sul, dando início à Guerra da Coreia. No conflito, a Coreia do Sul foi apoiada pela ONU e pelos Estados Unidos, e a Coreia do Norte, pela China e pela ex-União Soviética. Em 1953, foi assinado um acordo que suspendeu o conflito e reafirmou a divisão em duas Coreias, que passaram a ser reconhecidas pela ONU. O acordo chamado de Armistício de Panmunjon não conseguiu conter as tensões existentes entre os dois países ao longo do tempo. A sequência de mapas a seguir, representa a evolução da Guerra da Coreia entre 1950 e 1953. Observe-os com atenção para o significado das cores e demais símbolos.

Fonte: VICENTINO, C. Atlas histórico: geral e Brasil. São Paulo: Scipione, 2011. p. 151.

Auxiliar os alunos nas respostas às atividades. 1. Em seu caderno, elabore uma linha do tempo destacando os principais fatos relacionados à história da Coreia estudados anteriormente. Indique os principais acontecimentos e insira os períodos ou os anos em que aconteceram.

2. Que fato deu início à Guerra da Coreia? Como esse conflito terminou? 3. Pesquise notícias recentes sobre as relações políticas entre as duas Coreias. Depois, escreva um pequeno texto com o apoio do material que você encontrou.

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ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

Japão Japão: físico CHINA

Placa Norte-americana

140º L RÚSSIA Sapporo

COREIA DO NORTE

Hokkaido

Epicentro do terremoto de 11 de março de 2011

Mar do Japão (Mar do Leste)

Fukushima Placa da Eurásia

Sendai

Honshu COREIA DO SUL

Monte Fuji 3776 mts

Nagoya Osaka Okayama Hiroshima Kobe Kyoto

45º N

Fukuoka

Tóquio

Yokohama

Shikoku

Kyushu

OCEANO PACÍFICO

Placa Filipina

Placa Pacífica

0

160

ALLMAPS

O Japão está localizado em um arquipélago constituído de quatro ilhas principais – Hokkaido, Honshu, Skikoku e Kyushu – e cerca de 3 mil ilhas menores. O pequeno território e o relevo irregular são fatores físico-naturais que dificultam o desenvolvimento da agropecuária no Japão. A atividade é praticada apenas em áreas de planície e em algumas encostas das montanhas. O país não possui reservas relevantes de recursos minerais e energéticos e, por isso, precisa importar alimentos, matérias-primas e energia. Por outro lado, o litoral extenso e recortado favorece o setor pesqueiro, muito importante no país. Seu território está localizado em uma área de formação geológica recente que faz parte do chamado Círculo de Fogo, onde o choque entre placas tectônicas é intenso, provocando terremotos, tsunamis e atividades vulcânicas. Em 2011, um terremoto ocorrido no fundo do oceano Pacífico gerou um tsunami que provocou a destruição de cidades litorâneas, a morte e o desaparecimento de milhares de pessoas. Além disso, atingiu a usina nuclear de Fukushima, causando o vazamento de material radioativo, que obrigou milhares de pessoas a deixar a área. Observe a charge e converse com os colegas e o professor sobre a questão a seguir.

Zona sísmica Altitude (em metros) 0

200

500 1 000 2 000

Vulcão em atividade Movimentos das placas tectônicas Central nuclear

Fonte: LACOSTE, Y. Atlas Géopolitique. Larousse, 2013. p. 107.

No Japão há cerca de 200 vulcões, entre eles o do monte Fuji, com 3 776 metros, a maior altitude do relevo japonês e também um dos símbolos do país.

© CHAPPATTE, LE TEMPS, SWITZERLAND.WWW.CHAPPATTE.COM

Apresentar o mapa geológico do Japão e mostrar o local do epicentro do terremoto, ocorrido em março de 2011, bem como o local onde a usina de Fukushima se encontra. Destacar a localização do país no encontro de placas tectônicas. Se necessário, retomar o conteúdo sobre a teoria da tectônica de placas e relacioná-la à ocorrência de terremotos, vulcões e também à presença de relevos montanhosos no Japão. Orientar os alunos a analisar a charge e a verificar seus conhecimentos sobre o acidente de Fukushima. Esclarecer que o acidente nuclear foi o segundo mais grave da história, sendo superado apenas pelo de Chernobyl, na Rússia, ocorrido em 1986. Relacionar as características naturais do território japonês aos desafios encontrados para o desenvolvimento de algumas atividades, entre elas, a agropecuária e a mineração. Comentar que a agropecuária é baseada no uso intensivo de máquinas e modernas técnicas para melhor aproveitamento da pequena área agrícola. Ressaltar que os principais produtos cultivados no Japão são arroz, chá, legumes e frutas diversas, e que o país importa considerável volume de alimentos. O Japão também apresenta escassez de matérias-primas para a indústria e para a geração de energia, por isso precisa importar cerca de 90% dos recursos que consome, principalmente, minério de ferro, petróleo, carvão mineral e gás natural. Mesmo com os desafios impostos pela natureza, o Japão foi durante muito tempo a segunda maior economia do mundo, perdendo essa posição em 2010 para a China. Apesar de ainda apresentar elevados níveis de desenvolvimento econômico e social, vem passando por um período

• A máscara usada pela personagem que você observa na charge destaca três elementos envolvidos no acidente de Fukushima. Quais são eles? Espera-se que os alunos concluam que os elementos representados são o terremoto, o maremoto e o acidente nuclear.

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de estagnação econômica que é relacionado, entre outras coisas, à questão demográfica. Se julgar adequado, ampliar o conteúdo sobre o Japão, relacionando os contextos socioeconômicos desse país às imigrações de japoneses para o Brasil e à emigração de brasileiros para o

Japão; embora o movimento de brasileiros para o Japão tenha diminuído e muitos dekasseguis tenham retornado ao Brasil nos últimos anos, a presença de brasileiros no Japão ainda é significativa. Assim, aproveitar para solicitar uma pesquisa sobre esses movimentos e sobre a situação

atual de brasileiros no Japão, orientando os alunos a relacionar a situação econômica de ambos os países. O site da Associação Brasileira de Dekasseguis reúne dados importantes e confiáveis sobre o assunto. Disponível em: <http://livro. pro/vc3hdr>. Acesso em: 15 nov. 2018.

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AMPLIANDO HORIZONTES • AVANSINI, C. Japão volta a atrair dekasseguis. Folha de Londrina. Disponível em: <http://livro.pro/e5dw6y>. Acesso em: 15 nov. 2018. Reportagem sobre o recente aumento do número de dekasseguis em direção ao Japão.

Mesmo com as limitações físicas do território e a desestabilização financeira decorrente da Segunda Guerra Mundial, o Japão se tornou uma das maiores economias do mundo e um país com elevados indicadores econômicos e sociais. Entre os principais fatores que contribuíram para a recuperação do Japão no pós-Guerra destacam-se: • ajuda financeira dos Estados Unidos; • mão de obra abundante e barata; • grandes investimentos em educação, qualificação da mão de obra, desenvolvimento científico e de novas tecnologias; • parceria entre o Estado e as grandes corporações empresariais (zaibatsu) para investimentos na recuperação e na ampliação da infraestrutura (portos, aeroportos, rodovias, ferrovias etc.);

BERTRAND GUAY/AFP

• incentivos fiscais à exportação e proteção da indústria nacional por meio de elevados impostos sobre produtos importados. Da década de 1970 em diante, o Japão se tornou um dos países mais industrializados do mundo. Atualmente, é um dos maiores exportadores de produtos eletrônicos e de automóveis. Diversas empresas japonesas figuram entre as maiores multinacionais do planeta. A partir do final da década de 1990, o Japão passou por crises econômicas, resultando na perda do posto de segunda maior economia do mundo para a China, em 2010. No ranking de 2017, o Japão era o terceiro país com maior economia do mundo e estava entre os IDHs mais elevados.

Robô Pepper, produzido no Japão, dando informações a uma criança em exposição em Paris, na França, 2017. Esse tipo de robô interage com humanos, reconhece emoções e é usado como assistente em diversos estabelecimentos comerciais ou de prestação de serviços.

MURAL ABC do Japão. Stela Barbieri. São Paulo: SM, 2008. O livro reúne informações sobre o modo de vida e manifestações artísticas, culturais e religiosas do país do Sol Nascente, organizadas em verbetes ilustrados.

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ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

China Observe a charge e converse com os colegas e o professor sobre as questões a seguir. ALBUM/AKG-IMAGES/FOTOARENA

Introduzir o estudo sobre a China fazendo um levantamento de conhecimentos prévios da turma sobre o assunto, verificando em que aspectos do cotidiano dos alunos a China se faz presente e se eles têm algum conhecimento sobre os aspectos políticos, socioeconômicos e culturais do país. Retomar com os alunos o conceito de imperialismo do século XIX – política de expansão territorial, cultural, econômica e ideológica – que se caracterizou pela colonização de parte dos territórios da África, da Ásia e da Oceania por países europeus, implicando controle político, anexação de território e perda da soberania dos territórios colonizados. Pedir aos alunos que observem a charge e leiam a legenda que a acompanha. Em seguida, orientá-los a desenvolver as atividades propostas. Nas atividades 1 e 2, espera-se que os alunos respondam que as potências europeias e o Japão estão concentrados na divisão, sentados confortavelmente, de costas para o imperador chinês, que está em pé, mostrando desespero em vão. Destacar que essa charge se refere ao contexto do imperialismo do século XIX, com a transformação de parte dos territórios da África, da Ásia e da Oceania em colônias pelos países dominadores, implicando controle político, anexação de território e perda da soberania. Comentar que durante esse período o Reino Unido controlou o comércio externo chinês e apropriou-se de Hong Kong. Em 1858, a Rússia ocupou algumas áreas no norte do país. Em 1885, a China cedeu o território do atual Vietnã para a França. O Japão apropriou-se da Península da Coreia e de Taiwan, que, na época, eram territórios chineses. A Alemanha também comprou alguns territórios.

“O bolo dos Reis e... dos Imperadores” é o que diz a inscrição na charge de 1898. A China está representada pelo personagem em pé, ao centro. Da esquerda para a direita, estão representados Reino Unido, Alemanha, Rússia, França e Japão.

Auxiliar os alunos na observação da charge e elaboração das respostas.

1. O que as personagens que representam as potências europeias e o Japão estão fazendo na situação representada na charge?

2. Como reage a personagem que representa o imperador chinês perante a situação representada na charge?

Com mais de 1,4 bilhão de habitantes em 2017, a China é o país mais populoso do mundo, apresenta o terceiro maior território do planeta e tem uma história de mais de 5 mil anos. Até o fim da década de 1970, o país era visto como um gigante populoso, agrário e pobre. Entretanto, com um crescimento econômico bastante importante, em 2010 o país se tornou a segunda maior economia do mundo. Para entender esse crescimento, vamos resgatar alguns aspectos da história recente do país.

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É importante relacionar o contexto da Segunda Guerra Mundial ao fortalecimento do movimento liderado por Mao Tsé-Tung. Com a criação da República Popular da China, os adversários capitalistas derrotados e sob a liderança de Chiang Kai-Shek refugiaram-se

em Taiwan, onde fundaram a República da China ou China Nacionalista – até hoje considerada pelo governo chinês uma província rebelde, como visto no início da Unidade. Destacar as principais características da Revolução Cultural, apontando seus efeitos

na economia, na sociedade e na cultura chinesa. Se houver disponibilidade, pedir aos alunos uma pesquisa sobre o assunto e promover a discussão dos resultados em classe.

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AMPLIANDO HORIZONTES • MORAN, E. Diário da China. Porto Alegre: Sulina, 2007. Escrito entre 30 de agosto e 13 de setembro de 1992, o livro se configura em um diário sobre os eventos e as situações vividas pelo autor em uma China pós-revolucionária. • XINRAN. As boas mulheres da China. São Paulo: Companhia de Bolso, 2007. O livro traz relatos de mulheres chinesas feitos para o programa de rádio da jornalista Xinran, entre 1989 e 1997. Nos relatos estão presentes principalmente memórias de humilhação e abandono de mulheres que foram silenciadas por um regime autoritário, mas que não deixaram de sonhar e ter esperança de uma vida melhor. • EMBAIXADA DA REPÚBLICA POPULAR DA CHINA NO BRASIL. Disponível em: <http:// livro.pro/842j88>. Acesso em 14 nov. 2018. Site com informações sobre a cultura, a economia, a história, a religião e os aspectos físicos do território chinês.

COLLECTION ROGER-VIOLLET/AFP

Durante o imperialismo do século XIX, a China foi alvo de interesses de Reino Unido, Rússia, França, Alemanha e Japão, que exploraram seus recursos naturais e se apropriaram de partes de seu território. Até a primeira metade do século XX, a China esteve desarticulada e foi controlada por potências imperialistas, sobretudo pelos ingleses. A situação do país começou a mudar em 1949, quando as potências imperialistas foram enfraquecidas pelos custos da Segunda Guerra Mundial e perderam as condições de sustentar suas colônias na África e na Ásia. Foi quando um movimento liderado por Mao Tsé-Tung desencadeou uma revolução e uma guerra civil que implantou o socialismo e criou a República Popular da China. Com a implantação do socialismo, o governo começou a centralizar fortemente o comando da economia e a controlar a produção. A política passou a ser administrada por um partido único, o Partido Comunista, sem eleições livres. Mao Tsé-Tung ficou no comando do governo chinês de 1949 até 1976. Por meio de cooperação técnica e financeira com a então União Soviética, a China investiu no desenvolvimento da indústria, especialmente mineradora, siderúrgica, metalúrgica e petroquímica. Também fez grandes investimentos na agricultura, com o objetivo de ampliar a produção de alimentos e eliminar a fome que atingia diversas regiões do país. Em 1960, a China rompeu com a União Soviética, isolando-se ainda mais. A década de 1960 foi marcada pela crise econômica que arrasou o país e pela Revolução Cultural, movimento liderado por Mao Tsé-Tung. Muitos dos que discordavam dos ideais da revolução ou dos rumos estabelecidos pelo governo foram perseguidos, presos ou mortos. Muitos intelectuais, artistas e estudantes foram obrigados a realizar trabalhos forçados no campo. A Revolução Cultural, que se estendeu até 1975, também foi marcada por destruição de muitas obras de arte, estátuas, livros e templos que eram testemunhos da rica história da civilização chinesa e pelo fechamento de muitas bibliotecas, escolas, igrejas e museus. A ditadura de Mao Tsé-Tung criou as bases para o desenvolvimento econômico da China. Com sua morte em 1976, Deng Xiaoping assumiu o poder e deu início a reformas políticas e econômicas.

Cartaz exibido em 1965 durante a Revolução Cultural com os dizeres: “Unidos por maiores vitórias”. No centro, Mao Tsé-Tung e, ao redor dele, alguns jovens seguram o Livro Vermelho, que continha as principais diretrizes da Revolução.

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ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

Abertura econômica A partir de 1979, a China reiniciou sua inserção no cenário político e comercial internacional com medidas que levaram à abertura econômica. O governo chinês autorizou o funcionamento de empresas privadas e concedeu grande autonomia às províncias litorâneas. Foram criadas as Zonas Econômicas Especiais (ZEEs), onde os investimentos privados passaram a ser incentivados com a associação entre empresas estrangeiras e o Estado chinês. Nas ZEEs foram reduzidos os impostos e implantadas facilidades para a importação de máquinas e equipamentos, além da comercialização da produção no mercado externo. Apesar de a região litorânea ser o centro dinâmico da economia chinesa, no restante do país também ocorreram mudanças com a abertura econômica. O governo chinês passou a incentivar a migração para o interior com o objetivo de intensificar a ocupação de áreas menos povoadas. Com essas mudanças, o sistema econômico da China passou a ser caracterizado como socialismo de mercado. Isso significa que houve uma abertura econômica preservando a política do modelo de socialismo chinês, com forte centralização do Estado.

China: abertura econômica 100° L

RÚSSIA

Harbin CAZAQUISTÃO

Changchun MONGÓLIA

Shenyang Fushun Pequim (Beijing)

Urumqi

Baotou

oa n g-Ho ma relo)

QUIRGUISTÃO

H

ÍNDIA Trópic o

BUTÃO

Nanquim

Tsé-Kiang ng Azul) (

Ya

Kunming

de Cân cer

Chongsha

OCEANO ÍNDICO

do Japão

TAILÂNDIA

Xangai Pudong Ningbo Wenzhou Fuzhou

Xiamen Shantou Guangzou Zhuhai Beihai

I. Hainan VIETNÃ

Litoral: espaço de abertura econômica e modernização

Cidade portuária aberta ao capital estrangeiro

Economia associada ao litoral; reserva de mão de obra

Zona Econômica Especial (ZEE)

Oeste: espaço pouco povoado; reserva de matéria-prima

Polo industrial-urbano; poder econômico e político

TAIWAN da Europa e

América do Shenzhen Norte HONG KONG

Haikou

LAOS 448

Wuhan

Chengdu Chongqing

MIANMAR

0

Qingdao

Jinan

Sian

Lhasa

COREIA DO SUL Lianyungang

CHINA

NEPAL

COREIA DO NORTE

Tianjin

Taiyuan

(A

Dalian

Lanzhou

ALLMAPS

Apresentar as características econômicas e políticas assumidas pela China durante o governo de Deng Xiaoping, enfatizando a criação das Zonas Econômicas Especiais (ZEEs) e seus efeitos na economia e no espaço geográfico chinês. Para responder à atividade, pedir aos alunos que façam uma análise do mapa e identifiquem as áreas com maior dinamismo econômico. Destacar que o crescimento econômico chinês não ocorreu de forma homogênea no território e que esse fato manteve, e até mesmo aumentou, os contrastes socioeconômicos já existentes no país. A região litorânea transformou-se em um espaço econômico moderno, rico, urbanizado e com a presença de importantes áreas industriais, algumas com polos de pesquisa científica e de tecnologia de ponta. A região central do país, apesar do desenvolvimento verificado nos últimos anos, com o crescimento de algumas cidades, ainda é essencialmente agrícola e concentra a maior parte da população chinesa. Já o oeste, onde se localizam o Himalaia e os desertos de Takla Makan e Gobi, é uma região pouco povoada, com menos infraestrutura e pequeno dinamismo econômico. Destacar que, apesar desses contrastes internos, a China é hoje a segunda maior economia do mundo e, de acordo com algumas previsões, deve tornar-se a maior economia do mundo até 2030. Destacar também os interesses da China na América Latina e na África, ressaltando os aspectos geopolíticos e econômicos envolvidos. Se julgar adequado, o conteúdo pode ser ampliado com a análise do texto indicado na seção Texto complementar. Para ampliar o debate, podem ser encaminhadas as perguntas feitas no último parágrafo do texto.

da ASEAN

FILIPINAS

OCEANO PACÍFICO

Fonte: FERREIRA, G. M. L. Moderno atlas geográfico. São Paulo: Moderna, 2016. p. 50.

Praça financeira (bolsa de valores) Migração rural (população flutuante) Fluxo de investimentos estrangeiros

• Faça uma análise comparativa entre as três grandes regiões representadas no mapa. Depois, escreva suas conclusões no caderno. Orientar os alunos na leitura do mapa.

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Economia e presença chinesa no mundo

ZIG KOCH/NATUREZA BRASILEIRA

As medidas econômicas implantadas pelo governo chinês, a oferta de mão de obra abundante e barata e o amplo mercado consumidor estão entre os motivos que favoreceram a atração de grandes investimentos internacionais para a China. Com isso, o crescimento da economia chinesa se tornou o maior entre todos os países há mais de uma década. Ao mesmo tempo, os chineses passaram a investir em diversos países, com destaque para os da África e da América Latina. Esses investimentos buscam garantir que essas regiões produzam e forneçam as matérias-primas necessárias para suprir a produção chinesa e manter seu crescimento econômico. Além disso, eles contribuem para aumentar a influência geopolítica da China, fortalecendo a imagem do país tanto regionalmente quanto globalmente. No Brasil, a China tem investido principalmente nos setores de energia, logística e agropecuária. Entre os destinos dos investimentos estão a construção de hidrelétricas, ferrovias e portos, a exploração mineral e a agropecuária. Dessa maneira, a China pretende garantir não só a produção de recursos e matérias-primas, mas também seu deslocamento. Entre os principais produtos brasileiros exportados para a China estão a soja, o petróleo e o minério de ferro. Alguns especialistas apontam que a China poderá se tornar a maior economia do mundo na segunda metade do século XXI, superando os Estados Unidos.

Em 2018, a China oficializou a compra de um terminal de cargas do porto de Paranaguá (PR), localizado em um ponto estratégico para o escoamento de produtos agrícolas para esse país, principalmente a soja. Na fotografia, vista de terminal de contêineres do porto de Paranaguá, em 2016.

MURAL Shenzhen: uma viagem à China. Guy Delisle. Campinas: Zarabana Books, 2017. O livro é um relato de viagem em história em quadrinhos e traz aspectos sobre a vida na cidade chinesa de Shenzhen. Essa foi a primeira região a ser declarada Zona Econômica Especial e um dos locais onde grande parte da população chinesa deseja viver e trabalhar.

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TEXTO COMPLEMENTAR O mundo visto pela China [...] É apoiando-se no campesinato miserável, mas também apostando fortemente no veio nacionalista, que o comunista Mao Tsé-Tung consegue tomar o poder em 1949, ao fim de vários anos de combate. Os

dirigentes nacionalistas de direita então se refugiam em Taiwan, onde fundam um regime protegido pelos norte-americanos. Assim, é bem mais em virtude desse nacionalismo do que devido a motivos ideológicos que Mao rompe com a União Soviética em 1961: Pequim

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não aceita mais ficar sob o domínio – mesmo indireto – de Moscou, líder do bloco comunista. Depois da morte de Mao, a partir de 1978, sob Deng Xiaoping, a China se lança numa “economia socialista de mercado”, conjugando controle político do Partido Comunista,

capitalismo selvagem e abertura econômica para o mundo. Hoje, depois de recuperar Hong Kong e Macau, o objetivo principal da China é reunificar-se com Taiwan, ou, pelo menos, impedir o reconhecimento de sua independência. As feridas do passado, notadamente os crimes cometidos pelos japoneses entre 1937 e 1945, não cicatrizaram, o que explica por que a relação entre Pequim e Tóquio se mantém muito difícil. A rivalidade com os Estados Unidos, de natureza econômica, pode se tornar estratégica. [...] Alguns setores norte-americanos veem na China não um parceiro, mas um rival estratégico, talvez uma ameaça a Taiwan, ao Japão, às reservas energéticas e aos próprios Estados Unidos. Quanto a suas relações com a Rússia, a China aborda-as sem complexos, acreditando tê-la ultrapassado em todos os domínios. Interessa-se hoje pela África – onde não tem passado colonial, e, portanto não tem passivo – e pela América Latina, para garantir energia e as matérias-primas que lhe faltam. Preocupada em evitar a inquietação que seu novo poder suscita, afirma que sua emergência será pacífica. Colocam-se quatro questões principais sobre o futuro da China: ela manterá seu avanço, apesar do agravamento das questões sociais e ecológicas, e tornar-se-á um dia a primeira potência mundial? A modernização econômica gerará uma modificação na natureza do atual regime em direção a uma orientação democrática? Contentar-se-á com um lugar de primeiro plano ou buscará exercer uma influência política mundial? Por fim, qual será a reação dos vizinhos e das outras potências diante da emergência da China? VÉDRINE, H.; BONIFACE, P. Atlas do mundo global. São Paulo: Estação Liberdade, 2009. p. 97.

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ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

Problemas sociais Observe a tabela. Os três países com maiores PIBs: indicadores econômicos e sociais – 2017

País

PIB (em trilhões de dólares)

Média de Expectativa Taxa de anos de de vida mortalidade escolaridade (em anos) infantil (‰) (em anos)

Renda per capita anual (em mil dólares)

IDH

Estados Unidos

19,4

0,924

79,5

13,4

5,6

55

China

12,2

0,752

76,4

7,8

8,5

15

Japão

4,9

0,909

83,9

12,8

2,0

39

Fontes: BANCO MUNDIAL. GDP (current US$). Disponível em: <https://data.worldbank.org/indicator/NY.GDP.MKTP. CD?end=2017&start=1995&view=chart&year_high_desc=true>. Acesso em: 13 nov. 2018; UNDP. Human Development Report 2018. Nova York, 2018. p. 22-23.

Em seu caderno, faça as atividades.

1. Escreva um pequeno texto comparativo considerando os indicadores econômicos e sociais da China. Orientar os alunos na análise da tabela e na produção do texto.

2. Responda à seguinte questão: É possível afirmar que os indicadores econômicos e sociais chineses são contraditórios? Explique sua resposta. Auxiliar os alunos nesta atividade.

ANNA POLUKHINA/ SHUTTERSTOCK.COM

Você já viu que, em 2017, a China era a segunda maior economia do mundo, porém não apresenta bons indicadores sociais, se comparada a outros países de economia forte. Apesar das melhorias socioeconômicas verificadas no país, ainda estão presentes problemas como a fome e a pobreza, especialmente nas porções central e oeste. Nessas regiões, predominam as atividades agrárias, e o crescimento econômico teve menor impacto no desenvolvimento social. Dessa forma, o governo chinês tem o desafio de expandir não apenas o crescimento econômico para o seu imenso território, mas também de garantir que a população obtenha os benefícios sociais desse crescimento. Vista de Xian Cun, uma vila absorvida no centro da Cidade Nova de Zhujiang, uma área em Guangzhou, na China. O governo anunciou a demolição dos edifícios antigos para a construção de edifícios mais modernos e revitalização da área, mas os habitantes resistem a deixar suas casas. Fotografia de 2016.

212 D2_GEO_F2_2054_V9_U07_G20.indd 212 Mundo: maiores emissores de CO2 – 2016

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12000 10151

10000 8000 6000

5312

2 431

2000

1 635

1209

802

656

634

595

563

ta

do

Ch i s U na ni do s Ín di a Rú ss ia Ja p A ã o le m an ha A rá bi Ir a Sa ã Co ud re ita ia do Su Ca l na dá

0

País

FJF VETORIZAÇÃO

4000

Es

Emissão de CO2 (milhões de toneladas)

Ajudar os alunos na análise da tabela da página 212. Na atividade 1, espera-se que eles reconheçam que a China apresenta os piores indicadores sociais quando comparada ao Japão e aos Estados Unidos. Ressaltar, contudo, que economicamente a China apresenta o segundo maior PIB entre os três, superando o Japão e se configurando como a segunda maior economia do mundo. Na atividade 2, espera-se que os alunos reconheçam que, embora a China seja a segunda maior economia do mundo, ela apresenta indicadores sociais bastante baixos em relação aos países representados na tabela, o que revela uma contradição entre desenvolvimento econômico e social no país. Nesse sentido, ajudar os alunos a reconhecer o desafio do governo chinês em manter o crescimento econômico e promover o desenvolvimento social da maior população do planeta. Ao abordar os problemas ambientais, ressaltar que atualmente a China é o país que mais emite gases de efeito estufa na atmosfera, posição ocupada até poucos anos pelos Estados Unidos. Além da poluição do ar, comentar que o despejo de efluentes domésticos e industriais sem tratamento adequado em rios também é um grave problema enfrentado pelo país. Ressaltar que desde 2014 o governo chinês tem adotado uma postura mais rígida em relação às questões ambientais e têm conquistado avanços importantes, embora ainda haja um longo caminho até que o crescimento econômico seja conciliado à preservação ambiental, conforme discussão já realizada na Unidade 1 deste volume. Na atividade 3, orientar os alunos a elaborar o gráfico conforme os dados do quadro.

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ATIVIDADE COMPLEMENTAR Para finalizar o estudo a respeito do Extremo Oriente, pedir aos alunos que elaborem uma lista de produtos industrializados consumidos por eles, indicando o país onde foram produzidos. Depois, coletivamente, analisem as informações, verificando os produtos de origem asiática. Solicitar que investiguem se o Brasil fabrica esses produtos e as diferenças quanto ao preço, à qualidade etc. Por fim, conversar sobre a importância de o governo brasileiro taxar produtos importados para incentivar a produção interna. Pedir aos alunos que busquem notícias recentes sobre o posicionamento da China em relação ao meio ambiente. Solicitar aos alunos que pesquisem as medidas que vêm sendo implementadas no país e os avanços que foram obtidos a partir delas.

Problemas ambientais Os problemas ambientais também constituem um grande desafio para a China. O crescimento econômico não foi acompanhado de políticas efetivas para minimizar os impactos ambientais. Um dos mais graves problemas enfrentados pelo país é a poluição do ar. As principais fontes de emissão de poluentes são os veículos e as termelétricas – que geram aproximadamente 70% da eletricidade produzida no país a partir da queima de carvão mineral. Como consequência, a população sofre problemas de saúde decorrentes da poluição e um terço do território chinês é atingido por chuvas ácidas. Desde 2005, o país é o maior emissor de gases do efeito estufa, os quais contribuem para as mudanças climáticas globais. Além da poluição do ar, a contaminação do solo e das águas por lançamento de efluentes domésticos e industriais sem tratamento e o destino inadequado do lixo são outros problemas enfrentados pelo país. Para mitigar os problemas ambientais, a China tornou as normas ambientais mais rígidas nos últimos anos. Observe o quadro e faça as atividades no caderno. Mundo: maiores emissores de CO2 – 2016 Emissão (em milhões País de toneladas) 10 151

Estados Unidos

5 312

Índia

2 431

Rússia

1 635

Japão

1 209

Alemanha

802

Irã

656

Arábia Saudita

634

Coreia do Sul

595

Canadá

563

AMPLIANDO HORIZONTES • AMORIM, L. Quem diria: a China virou a maior defensora do ambiente. Exame. Disponível em: <http://livro.pro/ fcdpkx/>. Acesso em: 14 nov. 2018. A reportagem destaca o problema da poluição do ar na China e apresenta algumas medidas que vêm sendo tomadas pelo governo chinês para conter o problema.

KYODO NEWS/GETTY IMAGES

China

Fonte: GLOBAL CARBON ATLAS. Disponível em: <www.globalcarbonatlas.org/en/CO2-emissions>. Acesso em: 6 nov. 2018.

Poluição do ar vista em Beijing (Pequim), na China, 2017.

3. Elabore um gráfico de colunas, com base nos dados do quadro acima. Lembre-se de:

Orientar os alunos na elaboração do gráfico. • na linha horizontal, inserir os nomes dos países em ordem descrescente (do que mais emitiu CO2 para o que menos emitiu);

• dar um título ao gráfico.

4. Quais foram os países com maior emissão de CO2 em 2016? 5. Analise a emissão de CO2 da China e liste os problemas decorrentes da poluição do ar. Auxiliar os alunos na análise do quadro e na apresentação das respostas às atividades.

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A resposta da atividade 4 é: China, Estados Unidos, Índia, Rússia, Japão e demais países que aparecem no gráfico. A atividade 5 não diz respeito ao gráfico, mas, sim, ao texto. Os alunos deverão observar que as emissões de gases de efeito estufa na

China foram aumentando gradativamente ao longo dos quinquênios, entre meados dos anos 2000 e 2010 essas emissões foram maiores em função da abertura da economia chinesa para o mercado mundial.

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ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

País

Número de habitantes (em milhões) – 2017

Índia

1 339,1

Paquistão

197,0

Bangladesh

164,6

Nepal

29,3

Sri Lanka

20,8

Butão

808

Maldivas

436

Fonte: ONU. World Population 2017. Disponível em: <https:// population.un.org/wpp/Publications/ Files/WPP2017_Wallchart.pdf>. Acesso em: 14 nov. 2018.

Chamar a atenção dos alunos para a população da Índia, destacando a diferença entre ela e a dos demais países da região. Comparar a população indiana à chinesa, ressaltando que, em 2017, esses eram os dois países mais populosos do mundo. Se necessário, apresentar a região também em um planisfério de parede para que os alunos possam observar sua localização na Ásia e no mundo. Ao abordar as consequências do imperialismo europeu na região. Cabe destacar o papel assumido por Mohandas Gandhi no processo de independência da Índia. Gandhi liderou um movimento de desobediência civil não violenta, que incluía o boicote aos produtos ingleses e o não pagamento de impostos. O mo-

Ásia Meridional Observe o mapa e faça as atividades no caderno.

Ásia Meridional: divisão política

1. Que países da Ásia Meridional não são banhados por oceano ou mar? Butão e Nepal. 2. Que país faz fronteira com todos os países da região? Índia. 3. Indique os países cujas capitais são Islamabad e Dacca. Paquistão e Bangladesh.

CHINA

AFEGANISTÃO

Islamabad

Abu Dhabi

PAQUISTÃO Tróp ico

NEPAL Katmandu

Nova Délhi

de Câ ncer

BUTÃO Thimphu

BANGLADESH Dacca

Mar da Arábia

MIANMAR

ÍNDIA Baía de Bengala

Colombo

MALDIVAS

SRI LANKA

OCEANO ÍNDICO

Male Equado

r 0º

ALLMAPS

Orientar os alunos a observar o mapa e as informações presentes nele. Além das atividades 1 a 3, outras perguntas podem ser feitas para ajudá-los nessa análise, como: “Quais países constituem a Ásia Meridional?”; “Qual é o país com a maior extensão territorial?”, “Qual é o país com a maior população? E o com a menor?”. Para que os alunos possam responder às duas últimas questões, indicamos um quadro com dados da população regional.

0

80º L

458

Elaborado com base em: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2016. p. 47.

A Ásia Meridional, ou Subcontinente Indiano, está localizada na porção centro-sul do continente asiático, entre o Oriente Médio e o Sudeste Asiático. A região é composta de sete países, que ocupam uma área territorial de 4,4 milhões de km² e abrigam cerca de 1,8 bilhão de habitantes. A Índia é o país mais populoso da região, com mais de 1,3 bilhão de habitantes. Do século XIX até o fim da Segunda Guerra Mundial, o imperialismo europeu atingiu a Ásia Meridional e toda a região integrava o Império Colonial Britânico das Índias. Com a descolonização, teve início o processo de partilha e fragmentação política da Ásia Meridional. Em 1947, Índia e Paquistão se tornaram independentes e, em 1948, Sri Lanka. Desde a independência, Índia, de maioria hindu, e Paquistão, de maioria muçulmana, estão em estado de guerra. Além de contestações territoriais por parte desses dois países, há contestações da China.

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vimento, somado aos efeitos da Segunda Guerra Mundial sobre os países europeus, resultaram na independência da Índia em 1947. Esclarecer que, no processo de independência, o Reino Unido promoveu a partilha do território entre as elites regionais, dando origem ao Paquis-

tão e que, inicialmente, era dividido em dois – Paquistão Ocidental e Paquistão Oriental. O Paquistão Oriental declarou-se independente, em 1971, dando origem a Bangladesh. Destacar que a partilha do território indiano provocou um grande deslocamento dos grupos étnico-religiosos presentes

na região. Muitos muçulmanos deixaram a Índia para viver no Paquistão, enquanto hindus que residiam na região do Paquistão se deslocaram em direção à Índia. Ressaltar que essa partilha gerou disputas territoriais entre os dois países, entre elas, a da região da Caxemira. Comentar sobre essa questão

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ATIVIDADE COMPLEMENTAR 1. Orientar os alunos a fazer uma pesquisa sobre a vida e o papel de Gandhi no processo de independência da Índia. O resultado da pesquisa pode ser apresentado em cartazes ilustrados com imagens. 2. Pedir aos alunos que façam uma pesquisa por notícias recentes relacionadas ao conflito na Caxemira. Em sala, solicitar que os alunos apresentem as notícias, aproveitando para complementar o conteúdo estudado em aula.

Uma das principais áreas de disputa é a região da Caxemira. Localizada próximo à fronteira da Índia com o Paquistão, a região é reinvidicada pelos dois países, além de ter uma área de ocupação chinesa. Na partilha, parte da Caxemira, de população majoritariamente muçulmana, ficou sob domínio indiano (hindu), o que até hoje não é aceito pelo Paquistão. Os dois países já se enfrentaram militarmente e a ameaça de confronto é constante. A fronteira entre Índia e Paquistão é uma das mais tensas do mundo. A rivalidade entre os dois países preocupa a comunidade internacional, pois ambos possuem armas nucleares e grande poder militar. No mapa, abaixo observe a localização dos territórios controlados pelos três países e as áreas reivindicadas por eles. Veja também a localização das áreas onde há mísseis e conflitos étnicos e religiosos.

Índia: territórios contestados 75° L

Azad Caxemira AFEGANISTÃO

Territórios do Norte

C AX E

MI

R Jammu e A Caxemira

Aksai Chin

CHINA

30° N

PAQUISTÃO NEPAL

BUTÃO

Arunachal Pradesh

ÍNDIA

OCEANO ÍNDICO

Território sob controle do Paquistão e reivindicado pela Índia

Mísseis balísticos

Território sob controle da Índia e reivindicado pelo Paquistão

Conflitos étnicos ou religiosos

Território sob controle da China e reivindicado pela Índia

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MIANMAR

Território da Índia e reivindicado pela China

Fonte: FERREIRA, G. M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. São Paulo: Moderna, 2013. p. 101.

Paquistão Criado em 1947, o Estado do Paquistão possuía dois territórios. Um deles correspondia ao atual Paquistão, o outro era o Paquistão Oriental, que declarou sua independência em 1971 e mudou o nome para Bangladesh. Em 2017, o Paquistão tinha a sexta população mundial e cerca de 97% de seus habitantes seguiam o islamismo, religião oficial do país. Nos últimos anos, apresentou elevado crescimento econômico, sendo considerado um país em desenvolvimento. No entanto, ainda apresenta baixos indicadores sociais, com IDH classificado, também em 2017, como médio (0,562). Além do enfrentamento dos problemas sociais, há, no país, constantes ataques do Talibã, grupo político-militar que defende a implantação da sharia (lei islâmica) em todos os aspectos da sociedade.

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esclarecendo que, além de questões étnico-religiosas, a disputa envolve a soberania em relação aos recursos hídricos, já que as nascentes dos rios Ganges e Indo, principais rios da Índia e do Paquistão, encontram-se nesta região. Sobre o Paquistão, destacar os frequentes ataques terroris-

tas no país reivindicados pelo Talibã, grupo islâmico radical que deseja impor a sharia à população, formada por 97% de muçulmanos.

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ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

PENSAR E AGIR NÃO ESCREVA NO LIVRO.

As meninas e o direito à educação

Leia o texto sobre Malala Yousafzai, nascida no norte do Paquistão em 1997 e que atualmente mora no Reino Unido. “[...] Eu não sou uma voz solitária, eu sou muitas. [...] Eu sou aquelas 66 milhões de meninas que estão fora da escola”, disse Malala Yousafzai, ao receber o Prêmio Nobel da Paz, em 2014. [...] A luta da paquistanesa pelo direito à educação de meninas e adolescentes de seu país começou cedo, quando o grupo fundamentalista Talibã [...] exigiu a suspensão das aulas dadas às garotas. O pai de Malala, dono da escola em que ela estudava, não cumpriu a exigência. A menina continuou estudando e passou a escrever um blog em que contava as dificuldades das alunas de seu país. Ao lado do pai em palestras e comícios que defendiam o direito das meninas à escola, começou a ganhar mais destaque, o que incitou o ódio de radicais. Aos 15 anos, Malala foi baleada por militantes do Talibã dentro do ônibus escolar. [...] Hoje, [...] segue inspirando pessoas de toda parte com a bandeira de que “uma criança, um professor, uma caneta e um livro podem mudar o mundo”. POR QUE Malala Yousafzai é tão importante? Plan Internacional. Disponível em: <https://plan.org.br/ blog/2016/10/por-que-malala-yousafzai-e-tao-importante>. Acesso em: 30 set. 2018. SIPA/AP/GLOW IMAGES

Nesta seção pretendemos reforçar o trabalho com as competências da BNCC diretamente relacionadas ao tema proposto. • Gerais: 1, 9 e 10. • Área: 1, 4 e 6. • Específicas: 1 e 6. Promover a leitura do texto que apresenta passagens da vida de Malala Yousafzai e comentar brevemente aspectos sobre a religião e cultura islâmica já estudados na Unidade 5 deste volume. Comentar também a presença dos grupos fundamentalistas islâmicos, com destaque para o Talibã. Após a leitura dos textos da dupla de páginas, utilizar as atividades 1 e 2 para promover uma roda de conversa com toda a turma. Na atividade 1, espera-se que os alunos relacionem a menor presença de meninas na escola em diversos países a questões culturais e religiosas. Comentar que, historicamente, as mulheres tiveram um tratamento desigual em relação aos homens. Com papéis muitas vezes restritos aos cuidados da casa e da família, elas não usufruíam dos mesmos direitos nem tinham as mesmas oportunidades dadas aos homens. Esclarecer que, atualmente, em alguns lugares do mundo, como na França, os direitos das mulheres são institucionalizados e garantidos por lei; já em outros lugares, esses direitos ainda não são reconhecidos e, muitas vezes, são desrespeitados. Destacar que, mesmo nos países onde há institucionalização dos direitos das mulheres, ainda são comuns costumes e comportamentos relacionados a um passado (não muito distante) onde esses direitos não existiam. Esse é o caso, por exemplo, do Brasil. Na atividade 2, ponderar que, apesar da maior presença de meninas na escola, no Brasil as mulheres ainda

Malala Yousafzai, a mais jovem ganhadora do Prêmio Nobel da Paz, na cerimônia da ONU em que foi nomeada Mensageira da Paz das Nações Unidas em Nova York, nos Estados Unidos, 2017.

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enfrentam problemas como desigualdades salariais, dificuldade em ocupar cargos de chefia e pouca representatividade na política. Na atividade 3, orientar os alunos para o desenvolvimento da entrevista e a forma de apresentação dos resultados, conforme a disponibi-

lidade de tempo e recursos. Explicar aos alunos a ideia de desigualdade de gênero, explicando que ela se refere às diferenças existentes em vários planos (familiar, social, trabalhista) em função das diferenças que existem entre homens e mulheres. Caso queira, propor aos alunos

uma exposição com as fotografias das mulheres entrevistadas e seus relatos. Os relatos trazidos devem servir também como ponto de partida para trabalhar as diferentes formas de manifestação da desigualdade de gênero no Brasil. Com base nelas, os alunos podem apontar alternativas

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ATIVIDADE COMPLEMENTAR Propor aos alunos a elaboração de cartazes voltados para a conscientização da igualdade de gênero. Orientar os alunos a criar frases curtas e de efeito e ilustrar os cartazes com desenhos ou imagens. Os cartazes podem ser expostos na sala de aula ou em outro ambiente da escola.

Em 2015, os Estados-membros da ONU se comprometeram a Equidade: tomar medidas que promovessem o desenvolvimento sustentável respeito à igualdade nos 15 anos seguintes, garantindo que homens e mulheres, meninos de direitos e meninas, tenham as mesmas oportunidades, vidas mais dignas e de cada um. com maior equidade. A educação é central para atingir esses objetivos e promover um mundo mais justo e inclusivo. Apesar dos avanços, a frequência escolar e os anos de estudo ainda são maiores para os meninos em boa parte dos países. Ou seja, há um longo caminho para garantir que todas as crianças e jovens tenham acesso à educação. Mudar esse quadro é um desafio que deve envolver os governos e a sociedade em geral. Você está preparado para contribuir para um mundo com equidade de gênero? Auxiliar os alunos nas atividades a seguir. 1. Em sua opinião, por que a frequência escolar e os anos de estudo são maiores para os meninos em boa parte dos países? Converse com os colegas e o professor.

AMPLIANDO HORIZONTES • OSMAN, S. A. Como a história das mulheres mudou sob o regime islâmico. Aventuras na História. Disponível em: <http://livro.pro/n63f3v>. Acesso em: 14 nov. 2018. O texto faz uma análise da evolução do papel da mulher muçulmana, apresentando as mudanças que ocorreram ao longo da história. • ONU MULHERES BRASIL. Disponível em: <http://livro. pro/2qe8j2>. Acesso em: 14 nov. 2018. Site da ONU que reúne artigos, notícias e projetos relacionados aos direitos das mulheres.

2. No Brasil, há mais meninas do que meninos na escola. Considerando seus conhecimentos sobre a realidade brasileira, é possível afirmar que a maior presença de meninas na escola indica a ausência de desigualdade de gênero no país?

3. Escolha uma mulher adulta de seu convívio e realize uma pequena entrevista com ela, seguindo o roteiro a seguir. Anote as principais informações no caderno. • Nome e idade. • Que atividades você costuma realizar? • Já viu ou viveu uma situação que evidencia a desigualdade de gênero? Explique. Em sala, discuta com os colegas os pontos apresentados pelas entrevistadas. Por fim, proponham ações que poderiam reduzir a desigualdade de gênero no lugar onde vivem e em nosso país.

4. Escreva em seu caderno um texto sobre a bandeira defendida por Malala: "Uma criança, um professor, uma caneta e um livro podem mudar o mundo". Lembre-se de incluir o Brasil em seu texto.

MURAL Eu sou Malala. Malala Yousafzai e Christina Lamb. São Paulo: Companhia das Letras, 2013. O livro conta a história de Malala e da sua luta pelo direito à educação feminina e pela valorização da mulher.

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que contribuam para a equidade de gênero, entre elas, o maior acesso à educação – tanto às meninas, para que possam vencer as desigualdades, quanto aos meninos, para que possam reconhecer o direito à igualdade. Sobre a atividade 4, a produção é livre e deve re-

fletir as opiniões dos alunos acerca dos temas relacionados à educação como possibilidade para um mundo mais justo. É possível contar com o auxílio do professor de Língua Portuguesa para que os alunos, caso desejem, possam realizar essa produção textual utilizando gêneros variados.

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Propor, como encerramento da atividade, um momento para a apresentação e apreciação das produções.

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ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

Índia A Índia, em 2017, era a 6ª maior economia do mundo, segundo o Banco Mundial. A população indiana é caracterizada por grande diversidade étnica, religiosa e cultural. No país, existem cerca de 1 600 línguas e dialetos. O híndi é o idioma falado por cerca de 40% da população. O inglês, introduzido pelo colonizador europeu, é o mais usado pelas camadas mais escolarizadas e abastadas. Cerca de 74% dos indianos são seguidores do hinduísmo, 12% são muçulmanos e o restante da população pratica outras religiões. O hinduísmo não é somente uma religião. É também um sistema social cujos princípios determinaram uma sociedade dividida em castas, ou seja, em grupos que se diferenciam uns dos outros pela posição social. Oficialmente, o governo indiano não reconhece o sistema de castas, proibido na constituição de 1950. Entretanto, ainda hoje faz parte do cotidiano de muitos indianos. Nesse sistema, a posição dos indivíduos é determinada pelo seu carma. No topo da hierarquia figuram os sacerdotes, conhecidos como brâmanes; a seguir há a casta dos xátrias, que são os militares; a dos vaixias, constituída de camponeses, artesãos e comerciantes; e a dos sudras, formada por empregados que trabalham para outras castas. Aqueles que não pertencem a nenhuma das castas são os párias ou intocáveis, constituindo um gruCarma: princípio po desprovido de direitos e menosprezado pelos indivíduos de algumas religiões segundo o qual o de outras castas. destino é determinado O sistema de castas é um dos principais responsáveis pelo conjunto de pelas grandes desigualdades sociais existentes na Índia, já suas ações em vidas anteriores. que não permite a mobilidade social.

BARCROFT MEDIA/GETTY IMAGES

Apresentar a Índia e destacar as religiões presentes no país, como os principais aspectos do hinduísmo e do sistema de castas. Embora o sistema de castas tenha sido oficialmente extinto, ele ainda regula as relações sociais entre as pessoas. A presença desse sistema, ainda que não mais constitucionalizado, também se relaciona à manutenção das desigualdades sociais presentes no país. Assim, além de questões históricas, políticas e econômicas, a desigualdade social também está associada a questões culturais. Ao abordar os aspectos econômicos, destacar a importância da agricultura, esclarecendo que a atividade absorve cerca de 40% da mão de obra do país. Na atividade 1, espera-se que os alunos indiquem que parte da atividade agrária se desenvolve em pequenas propriedades, com o uso de técnicas tradicionais e com produção voltada para o sustento da família. A outra parcela se desenvolve principalmente em grandes propriedades monocultoras com cultivos voltados, sobretudo, para a exportação. Nesse modelo, o cultivo de alimentos para a população não é privilegiado. Assim, embora a fome no país envolva questões econômicas, políticas e até culturais, esse modelo de produção é apontado como um dos motivos para a existência de fome e subnutrição no país. Se julgar adequado, estabelecer paralelos com as características do espaço agrário brasileiro. Na atividade 2, explicar aos alunos porque a vaca é considerada um animal sagrado e que, portanto, não pode ser abatida para consumo pelos hinduístas. Por outro lado, nos últimos anos, a produção e a exportação de carne bovina têm crescido. Ressaltar que o país se destaca na produção de carne de búfalo, cujo principal destino tem sido os países da Ásia.

Apesar da proibição do sistema de castas, os párias ou intocáveis são discriminados e vivem em condições precárias. Na imagem, pária em Nova Délhi (Índia), 2016.

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AMPLIANDO HORIZONTES • GANCULY, S.; MUKHERJI, R. A Índia desde 1980. Rio de Janeiro: Apicuri, 2014. Os autores apresentam a história indiana nos últimos trinta anos, mencionando as mudanças na política externa e o desenvolvimento econômico vivenciado pelo país, que lhe garantiram um lugar importante no cenário internacional.

Agricultura e pecuária A agricultura é uma atividade de destaque na Índia, empregando mais de 40% da população economicamente ativa. Cerca de 60% da superfície total do país é ocupada por áreas de cultivo e pastagens. Parte da atividade ocorre em sistema de agricultura familiar, em pequenas propriedades, com o uso de técnicas tradicionais e produção voltada para o sustento da família e para o comércio local. Outra parte se desenvolve em grandes propriedades monocultoras, destinadas sobretudo para a exportação. Entre os principais produtos agrícolas cultivados estão o arroz, o trigo, a cana-de-açúcar, o algodão, a juta e o chá. A produção voltada ao mercado externo ocorre em detrimento do cultivo de alimentos para a população local – situação herdada do modelo colonizador, sendo uma das causas do elevado número de pessoas subnutridas no país. A Índia detém o maior rebanho bovino do mundo. A vaca é considerada um animal sagrado e, por isso, a maior parte do rebanho não é voltada para o abate. Ainda assim, nos últimos anos, a produção e a exportação de carne bovina têm crescido no país. Outro destaque é a produção de carne de búfalo, cujo principal destino tem sido os países da Ásia. O leite de búfala também é um importante alimento para a população.

• DRIBLANDO o destino. Di-

ALEXANDER MAZURKEVICH/SHUTTERSTOCK.COM

reção: Gurinder Chadha. Estados Unidos/Reino Unido/Alemanha, 2002 (112 min). Uma jovem indiana, apaixonada por futebol, extremamente habilidosa e fã incondicional do jogador inglês David Beckham, vê no esporte a possibilidade de um futuro feliz, o que contraria todos os desejos de sua família. Tradicionais, tudo que seus pais esperam é que ela siga as regras sociais indianas, assim como sua irmã mais velha. Uma hora ela terá de decidir qual dos dois caminhos irá tomar.

Mulher trabalhando na colheita de chá na Índia, em 2016. O país é um dos principais produtores de chá no mundo, junto à China, ao Sri Lanka e ao Quênia.

Auxiliar os alunos nas atividades a seguir.

1. Segundo a ONU, cerca de 60% do território indiano é usado para a agricultura, porém aproximadamente 15% da população do país é subnutrida. Em seu caderno, explique essa contradição.

2. Comente sobre a pecuária indiana e relacione-a a aspectos religiosos do país.

MURAL O hambúrguer era de carneiro: diário de uma viagem à Índia. Daniela Chindler. Rio de Janeiro: Rocco, 2003. O livro é um diário da viagem feita pelas primas Júlia e Luísa à Índia. Com a avó, elas aprendem sobre aspectos da cultura e da religião indiana.

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ATIVIDADE COMPLEMENTAR Propor aos alunos uma atividade de pesquisa sobre aspectos culturais da Índia, envolvendo questões como religião, hábitos alimentares, vestimentas, música, cinema e arquitetura. A atividade pode ser baseada em imagens e na

elaboração de legendas. Cada aluno pode ficar responsável em buscar uma ou duas imagens relacionadas ao país e elaborar uma legenda. Por fim, as imagens podem compor um único e grande painel.

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ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

Crescimento econômico De meados da década de 1990 em diante, em razão dos incentivos fiscais e da mão de obra numerosa, qualificada e fluente em inglês, a Índia apresentou grande crescimento econômico, passando a ocupar um papel de destaque no cenário mundial. O maior desenvolvimento ocorreu nos setores de alta tecnologia (informática, energia nuclear e satélites artificiais) e farmacêutico. Além desses, destacam-se as indústrias mecânica, naval, química, siderúrgica, petroquímica, mineral e têxtil. O setor cinematográfico indiano, denominado Bollywood, é responsável pela produção de centenas de filmes e séries todos os anos. Além de atender ao mercado interno, os filmes são exportados para diversos países, especialmente da Ásia. Outro setor importante é o de tecnologia e comunicação, especialmente os serviços de desenvolvimento de softwares e de teleatendimento. A Índia se tornou referência mundial nesses serviços, que são prestados sobretudo a países desenvolvidos que falam a língua inglesa. As relações comerciais entre a Índia e outros países também cresceram. Além de estar entre as dez maiores economias do mundo, a Índia se tornou a 17ª maior economia de exportação do planeta em 2017. Os principais destinos das exportações são os Estados Unidos, Hong Kong, China e Reino Unido. Entre os produtos exportados estão diamantes, petróleo, medicamentos, joias e carros. A presença indiana no cenário mundial tem-se ampliado também nos países da Ásia, da África e da América Latina. No Brasil, empresas da Índia têm investido principalmente nos setores de energia e mineração.

DANISH SIDDIQUI/REUTERS/FOTOARENA

Destacar os fatores que favoreceram o desenvolvimento da indústria na Índia. Atualmente, o parque industrial indiano está entre os dez maiores do mundo e cerca de 22% da população economicamente ativa está empregada no setor. O país tem um contingente expressivo de mão de obra qualificada nos setores espacial e de tecnologia, em razão de investimentos realizados na formação científica e tecnológica. Isso explica porque muitas empresas e países buscam esse tipo de mão de obra na Índia. Boa parte dos colaboradores de empresas como Microsoft e Nasa, por exemplo, é indiana. Na atividade 1, espera-se que o aluno reconheça que a Índia apresenta muitas desigualdades econômicas e sociais, o que corrobora a afirmação. Se necessário, retomar as características econômicas do país, lembrando os alunos de que mais de 40% da população economicamente ativa do país está empregada no setor primário e que essa atividade, em muitos casos, é desenvolvida com técnicas tradicionais e com produção voltada para a subsistência. Destacar, ainda, que apesar da elevada pobreza, o país abriga importantes centros de pesquisa e um dos maiores parques industriais do mundo. Na atividade 3, espera-se que os alunos indiquem que, apesar de Índia e Brasil serem considerados países emergentes, o Brasil já conseguiu realizar melhorias nos indicadores sociais representados na tabela, enquanto a Índia ainda precisa avançar para reduzir a pobreza, a taxa de mortalidade infantil e melhorar os índices relacionados à expectativa de vida e à alfabetização.

Pessoas trabalhando em indústria farmacêutica no estado de Goa, na Índia, 2017.

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Para conhecer e explorar os dados relacionados à parceria comercial do Brasil com a Índia, acesse o site do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços.

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Problemas sociais Mesmo com os investimentos industriais e tecnológicos, e sendo a sexta maior economia do mundo, em 2017 cerca de 365 milhões de indianos viviam na pobreza, segundo o Índice Global de Pobreza publicado em 2018. O maior desafio para o país tem sido conciliar o crescimento econômico com o desenvolvimento social, para diminuir a pobreza e melhorar as condições de vida da população. A Índia possui a segunda maior população do mundo e deve se tornar o país mais populoso nos próximos anos. Desde a década de 1960, o governo adota medidas para conter o elevado crescimento demográfico, o que reduziu o crescimento natural da população, mas não os problemas sociais. Alguns indicadores revelam os desafios impostos ao país. Observe a tabela. Índia e Brasil: indicadores sociais – 2017 Taxa de Expectativa Taxa de alfabetização de vida (em mortalidade de adultos anos) infantil (‰) (%)

População vivendo abaixo da linha da pobreza (%)

País

IDH/Posição

Índia

0,640 (130º)

68,8

69,3

34,6

21,9

Brasil

0,759 (79º)

75,7

91,7

13,5

4,2

ADRIAN-CATALIN LAZAR/ALAMY/FOTOARENA

Fontes: UNDP. Human Development Report 2018. Nova York, 2018. p. 23-24; CIA. Library. Disponível em: <www.cia.gov/ library/publications/resources/the-world-factbook/>. Acesso em: 13 nov. 2018.

Vista de Mumbai, capital da Índia, 2018. Mesmo sendo a cidade mais importante do país a pobreza e as más condições de vida também existem, caracterizando a desigualdade socioespacial.

Em seu caderno, responda às questões.

1. Considerando o que foi estudado, a frase a seguir parece representar bem a Índia? Justifique sua resposta. Auxiliar os alunos na apresentação dos argumentos e elaboração das respostas.

Índia: um país de contrastes.

2. Que contraste da sociedade indiana a fotografia acima representa?

A imagem retrata uma área de grande desenvolvimento tecnológico (ao fundo) e outra marcada pela pobreza.

3. Analise a tabela e escreva um pequeno texto comparando os indicadores sociais da Índia com os do Brasil. Auxiliar os alunos na comparação dos indicadores e na elaboração das respostas.

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TEXTO COMPLEMENTAR O mundo visto pela Índia À época da Guerra Fria, a Índia ocupava um lugar de liderança entre os países não alinhados, o que lhe conferia no cenário mundial uma importância superior a seu peso econômico, relativamente pequeno. Esse não

alinhamento era, contudo, acompanhado de acordos militares com a União Soviética. Sob a influência de Gandhi, a Índia, que se apresentava como a maior democracia do mundo, destacava sua tradição de pacifismo, humanismo e universalismo. [...] Julgava isso

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compatível com a constituição de um arsenal nuclear e a afirmação de uma política de potência regional. A Índia tinha dois grandes rivais. O primeiro era o Paquistão, cuja cisão à época da independência ainda não fora aceita por uma parte dos nacionalistas in-

dianos e contra a qual o país empreendera três guerras – em 1948, 1962 e 1971 – que levaram no fim à independência de Bangladesh. Seu segundo rival era a China, para quem a Índia sofrera uma derrota traumatizante em 1962. [...] Somente a posse de armas nucleares pelos dois países recolocou-os em certa igualdade e exigiu deles certa cautela. Ao contrário, o aumento do poder econômico da China preocupa a Índia, que acredita que o mundo ocidental dá à Pequim atenção demais, em detrimento de si própria. O desaparecimento da oposição Leste-Oeste obrigou a Índia a reinventar sua diplomacia, uma vez que a implosão da União Soviética privou-a de seu principal parceiro estratégico. Desde então, a Índia opera uma aproximação com Washington [Estados Unidos], na esperança de neutralizar o Paquistão e ter um aliado potencial contra a China. Ela espera tirar dessa parceria – contestada internacionalmente pelos muçulmanos e pela esquerda – um meio de acelerar sua ascensão ao estatuto de grande potência. Se os princípios de Gandhi são ainda defendidos, o nacionalismo indiano cresce cada vez mais. As capacidades nucleares, antes veladas, são assumidas depois de uma série de testes em 1998. A Índia aspira ser a sexta grande potência mundial e obter um assento de membro permanente no Conselho de Segurança da ONU. Acredita que sua importância internacional não tem o devido reconhecimento e que está em defasagem com a visão que tem de si mesma. VÉDRINE, H.; BONIFACE, P. Atlas do mundo global. São Paulo: Estação Liberdade, 2009. p. 125.

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INTERAGIR COM MAPAS

ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

NÃO ESCREVA NO LIVRO.

O mundo visto pela China e pela Índia

Os mapas revelam diferentes visões de mundo e refletem, entre outras coisas, aspectos econômicos e geopolíticos de um determinado momento da história. Como você sabe, os planisférios mais usados têm a Europa no centro. Porém, esse tipo de mapa não é adequado, dependendo das informações a serem representadas. Além disso, a centralidade do mapa, entre outros aspectos, varia de acordo com o contexto histórico e com a visão de cada sociedade. Leia o texto a seguir. Vivemos todos no mesmo mundo, mas não o vemos da mesma maneira. Cada nação tem sua visão estratégica, suas inquietações, seus objetivos, frutos da história, da geografia e de suas determinantes geopolíticas. Os interesses nacionais podem divergir, cada um tem sua lógica própria. BONIFACE, P. VÉDRINE, H. Atlas do mundo global. São Paulo: Estação Liberdade, 2009. p. 67.

O mundo visto pela China 150° L

1

Círculo Polar Ártico

OCEANO GLACIAL ÁRTICO

RÚSSIA

AZERBAIJÃO

TURCOMENISTÃO

IRÃ ARÁBIA SAUDITA

Trópico de Câncer

ESTADOS UNIDOS

CHINA

TAIWAN

OCEANO ATLÂNTICO

MÉXICO

OCEANO PACÍFICO Equador

ÁFRICA

OCEANO ATLÂNTICO

OCEANO ÍNDICO

Trópico de Capricórnio

AMÉRICA DO SUL

0 Círculo Polar Antártico

OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO

Rivalidade estratégica com interdependência econômica Ligação estratégica com a Rússia Taiwan, “terra chinesa”

ALLMAPS

Nesta seção são trabalhados mapas com centralidades na China e na Índia. Auxiliar os alunos na leitura desses mapas e na condução das atividades. Os textos O mundo visto pela China e O mundo visto pela Índia presentes na seção Texto complementar das páginas 211 e 221, respectivamente, podem subsidiar o desenvolvimento do trabalho na seção. Encaminhar as atividades 1 a 5. Na atividade 2, comentar que Taiwan é classificada pelo governo da China como província rebelde, uma vez que faria parte do território chinês. Lembrar que esse impasse começou em 1949, quando o socialismo foi implantado na China, e a ilha que hoje corresponde ao território taiwanês serviu de refúgio aos chineses contrários ao novo sistema. Destacar que Taiwan tem um governo republicano e adota o capitalismo. Na atividade 4, lembrar que com a descolonização teve início o processo de partilha e a fragmentação política da Ásia Meridional, com o surgimento de dois países: a Índia, nação de maioria hindu, e o Paquistão, um país muçulmano. Os dois países disputam a região da Caxemira. No processo de partilha, parte da região de população majoritariamente muçulmana, ficou sob domínio indiano – situação a qual o Paquistão não aceita. Os dois países já se enfrentaram militarmente e a ameaça de confronto é constante. Na atividade 5, espera-se que o aluno conclua em seu texto que não há uma maneira certa de representar o mundo e que as centralidades diferentes mostram diferentes pontos de vista. É importante destacar que a centralidade do mapa deve obedecer a um objetivo, afinal, como o mundo é esférico (um geoide), podemos representá-lo a partir de qualquer ponto, país ou continente.

Fornecimento de petróleo, gás e outras matérias-primas

3 111

Fonte: BONIFACE, P.; VÉDRINE, H. Atlas du monde global. Paris: Armand Colin, 2015. p. 119.

A China é rival econômica dos Estados Unidos e pretende ultrapassar essa grande potência, tornando-se a primeira economia do mundo. Apesar dessa rivalidade, os dois países sempre mantiveram uma relação de parceria estratégica que está ameaçada por desacordos no que se refere às práticas comerciais até então vigentes. Por outro lado, o interesse da China pela América Latina e pela África se expandiu nos últimos anos, já que oferecem importantes fontes de energia e matérias-primas para seu imenso parque industrial, além de constituírem um grande mercado consumidor para os produtos chineses.

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ATIVIDADE COMPLEMENTAR Para explorar um pouco mais o conteúdo e para que os alunos compreendam a possibilidade de usar diferentes centralidades, pode ser realizada a atividade a seguir. • Levar um globo terrestre para a sala de aula para uma abordagem mais concreta e ilustrativa do conceito de centralidade de um mapa. Pedir aos alunos que escolham alguns pontos da superfície terrestre e imaginem como o mundo seria representado em um mapa com cada um desses pontos ocupando o centro. • Pedir aos alunos que descrevam como imaginaram o mapa. Depois, pedir que desenhem, de maneira esquemática, o que imaginaram. • Solicitar aos alunos que, em grupo, produzam um planisfério centralizado no Brasil, com o tema O mundo visto pelo Brasil. Solicitar que conversem sobre a relação que o Brasil estabelece com outros países. Para isso, podem pesquisar informações sobre o assunto e discutir quais delas serão representadas. • Por fim, é preciso que discutam que soluções cartográficas serão usadas para representar as informações selecionadas. • Após a confecção do mapa, promover uma exposição.

O mundo visto pela Índia 2 150° L Círculo Polar Ártico

OCEANO GLACIAL ÁRTICO

Londres

REINO UNIDO

Trópico de Câncer

ESTADOS UNIDOS

CHINA

ISRAEL PAQUISTÃO

OCEANO ATLÂNTICO

ÍNDIA

OCEANO PACÍFICO Equador

OCEANO ATLÂNTICO

OCEANO ÍNDICO AUSTRÁLIA

Trópico de Capricórnio

Conflito recorrente Aproximação diplomática 0

Relações bilaterais fortes Centro financeiro importante

Círculo Polar Antártico

2 489

OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO

ALLMAPS

China, a grande rival

Fonte: BONIFACE, P.; VÉDRINE, H. Atlas du monde global. Paris: Armand Colin, 2015. p. 117.

A ex-União Soviética era o principal parceiro estratégico da Índia. Com o fim da Guerra Fria e da União Soviética, a Índia passou a buscar aproximação com os Estados Unidos, já que necessitava do apoio de uma grande potência contra o Paquistão e a China em função de disputas territoriais. Analise os mapas e responda às questões em seu caderno.

1. Por que os países da África, do Oriente Médio, da América do Sul e o México são importantes para a China? São territórios que podem fornecer à China fontes de energia e matéria-prima.

2. Levando em conta o que você estudou, explique por que Taiwan foi caracterizada no mapa 1 como “terra chinesa”. Essa caracterização é aceita por Taiwan? Auxiliar os alunos na elaboração da resposta. 3. Que país se configura como parceiro estratégico para a Índia no mapa 2? Quais são os objetivos da Índia em se aproximar desse país? Estados Unidos. A aproximação com os Estados Unidos visa neutralizar o Paquistão e ter um aliado potencial contra a China. 4. De acordo com o que você estudou, quais são as causas do conflito representado no mapa 2? Auxiliar os alunos na elaboração da resposta.

5. Em geral, parece estranho ver um mapa que tem no centro outro continente que não seja a Europa. Essa estranheza é fruto de uma visão eurocêntrica que marca a cultura ocidental e que foi historicamente construída. Devemos, no entanto, estar abertos para outros pontos de vista e maneiras de representar o mundo. Em sua opinião, há uma maneira mais certa que outra para representar o mundo? Escreva um pequeno texto sobre isso e discuta com os colegas e o professor. Orientar os alunos na apresentação dos argumentos e elaboração do texto.

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ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS Incentivar os alunos a observar o mapa, chamando a atenção para os países que integram a região. Algumas perguntas podem ajudar a guiá-los nessa análise, como: “Que países do Sudeste Asiático estão localizados na porção continental?”; “Quais se encontram na porção insular?”; “Quais oceanos banham a região?”. Se possível, apresentar a região em um planisfério político para que os alunos possam visualizá-la, além do continente asiático, no mundo. Ao abordar as características naturais da região, lembrar os alunos de que a região se encontra na área de atuação dos ventos de monções. Se necessário, retomar as características desses ventos, lembrando que, durante o verão, eles sopram do oceano para a continente, proporcionando fortes chuvas e, no inverno, sopram da Ásia para o oceano Índico, provocando secas no sul e no sudeste do continente asiático.

Sudeste Asiático Observe o mapa.

Sudeste Asiático: divisão política 105º L

Seul COREIA DO SUL 0

619

Taipé

LAOS Hanói Vientiane

Naipidau

TAILÂNDIA Bangcoc

Manila

VIETNÃ

CAMBOJA

BRUNEI Kuala Lumpur

OCEANO PACÍFICO

FILIPINAS

Phnom Penh

Trópico de Câncer

TAIWAN

MIANMAR

M A L Á S I A

Bandar Seri Begawan

Cingapura CINGAPURA

OCEANO ÍNDICO

Equador

I

N

D

Jacarta

O

N

É

S

I

A

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Dili TIMOR LESTE

Elaborado com base em: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2016. p. 47.

Em seu caderno, responda às questões.

1. Qual é o país do Sudeste Asiático cujo território não é banhado por oceanos ou mares? Laos.

2. Qual é o país com maior extensão territorial? Indonésia. 3. Indique os países cujas capitais são Dili, Manila e Bangcoc.

Timor Leste, Filipinas e Tailândia, respectivamente. O Sudeste Asiático está localizado a leste da Ásia Meridional. A região é constituída de uma porção continental e outra insular. A porção continental corresponde à península da Indochina (que tem esse nome por estar localizada entre Índia e China). A porção insular, ou seja, os territórios localizados em ilhas e arquipélagos, é conhecida como Insulíndia. No total, são 11 países que ocupam uma área territorial de 4,4 milhões de km² e abrigavam em torno de 650 milhões de habitantes em 2017. O país mais populoso da região é a Indonésia, que contava, no mesmo ano, com cerca de 260 milhões de habitantes.

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ATIVIDADE COMPLEMENTAR • Pedir aos alunos que façam uma pesquisa sobre a Guerra do Vietnã, destacando o contexto histórico em que ela aconteceu, os países envolvidos, as causas, as consequências e como foi seu desfecho. A pesquisa pode ser entregue em uma folha e os resultados compartilhados em sala.

Os países do Sudeste Asiático também foram colônias das potências imperialistas que ocuparam a região entre os séculos XIX e XX, em busca de matérias-primas, produtos agrícolas e mercados consumidores. O Reino Unido ocupou Mianmar, Malásia, Cingapura e Brunei; os Países Baixos dominaram a Indonésia; Portugal, o Timor Leste; a França ocupou Laos, Camboja e Vietnã; a Espanha ocupou as Filipinas que, posteriormente, passaram para o domínio dos Estados Unidos. O único país que não esteve sob o imperialismo europeu e estadunidense foi a Tailândia, que, na época, chamava-se Reino de Sião. Observe o mapa a seguir.

Sudeste Asiático: impérios coloniais Possessões coloniais Britânica Holandesa Espanhola Portuguesa Francesa

Tró

eC od pic

r ce ân

OCEANO PACÍFICO

INDOCHINA SIÃO

AMPLIANDO HORIZONTES • WIEST, A.; MCNAB, C. A História da Guerra do Vietnã. São Paulo: M. Books, 2016. O livro traz a história completa e ilustrada de um dos mais longos e brutais conflitos da história moderna. Iniciado em 1955, em plena Guerra Fria, o conflito teve fim apenas em 1975, com a retirada das tropas estadunidenses do país.

r do ua Eq

OCEANO ÍNDICO

S Í N D I A

ALLMAPS

0

A E S N D A L H O TIMOR LESTE

S

546

120º L

OCEANIA

Fonte: GIRARDI, G.; ROSA, J. V. Atlas geográfico. São Paulo: FTD, 2016. p. 189.

Os países do Sudeste Asiático começaram a conquistar a independência após a Segunda Guerra Mundial. No entanto, o fim do domínio político das potências imperialistas não significou independência econômica e financeira. Somente nas últimas décadas do século XX a região passou a despertar interesses de grandes investidores estrangeiros, quando os países apresentaram grande crescimento econômico, impulsionados pela presença das multinacionais japonesas e estadunidenses. Uma característica físico-natural da região é sua localização em área de intensa atividade geológica, com muitos vulcões ativos e terremotos de grande intensidade. Em 2004, um grande terremoto ocorrido no fundo do oceano Índico, próximo ao litoral da Indonésia, provocou um tsunami que atingiu outros países do Sudeste Asiático, da Ásia Meridional e até da África, deixando na região um saldo de mais de 200 mil mortos, 100 mil feridos e 500 mil desabrigados.

MURAL O impossível. Direção: Juan Antonio Bayona. Espanha / EUA, 2012. O filme conta a história de um casal e seus três filhos, que passavam férias na Tailândia quando ocorreu o tsunami no Sudeste Asiático, em 2004. Baseado em uma história real.

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ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

Aspectos populacionais e econômicos Observe o gráfico.

Sudeste Asiático: população rural e urbana (%) – 2018 País Cingapura

100

Brunei

77

23

Malásia

76

24

Indonésia

55

Tailândia

45

50

Fillipinas

50

47

Laos

53

35

Mianmar

65

30

Vietnã

70

36

Timor Leste

64

30

Camboja

70

23

0

77

20

40

População urbana

60

80

% 100

População rural

FJF VETORIZAÇÃO

Orientar os alunos a observar o gráfico e a realizar as atividades propostas, levando-os a reconhecer que na região a maior parte da população ainda vive no campo. Ao abordar os aspectos econômicos, relacionar o desenvolvimento das atividades às características naturais da região, como a ocorrência das monções que favorecem, por exemplo, o cultivo do arroz, e a presença de florestas tropicais que permitem o desenvolvimento das atividades extrativas. Retomar os aspectos que caracterizam os Tigres Asiáticos e apresentar os Novos Tigres Asiáticos. Ressaltar que, apesar do elevado desenvolvimento econômico, esses países ainda enfrentam graves problemas sociais, entre eles a elevada desigualdade social. Retomar o conteúdo sobre os blocos econômicos da Ásia para destacar a Associação das Nações Unidas do Sudeste Asiático (Asean), organização que contribuiu para alavancar o crescimento econômico dos países denominados Tigres e Novos Tigres. Para complementar o conteúdo, podem ser discutidas notícias que tratam da relação do Brasil ou do Mercosul com esse bloco. Um dos aspectos recentes relacionados à região e que merece ser comentado é o caso dos rohingya, grupo étnico que pratica o islamismo e está presente, sobretudo, em Mianmar, porém não é reconhecido pelo governo. Marginalizados e não tendo direitos garantidos no país, os rohingyas sofrem perseguição étnica e religiosa, sendo considerados pela ONU como uma das minorias mais perseguidas do mundo. O texto presente na seção Ampliando horizontes pode ser apresentado aos alunos e servir, entre outras coisas, para uma análise da situação dessa minoria. Com a análise do texto é possível retomar também os conceitos de migrações, migrações forçadas, refugiados e apátridas.

Fonte: ONU. World Urbanization Prospects: The 2018 Revision. Disponível em: <https://population.un.org/wup/>. Acesso em: 13 nov. 2018.

Em seu caderno, responda às questões.

1. Em quais países a maior parte da população vive em áreas urbanas? Cingapura, Brunei, Malásia e Indonésia.

2. Que país tem as mesmas taxas de população urbana e rural? Tailândia. No Sudeste Asiático há grandes e importantes cidades, como Jacarta, na Indonésia, e Kuala Lumpur, na Malásia, mas a maior parte da população da região vive no campo, praticando sobretudo a agricultura e atividades extrativistas. O principal produto cultivado na região é o arroz. A Indonésia é o terceiro maior produtor mundial de arroz, atrás apenas da China e da Índia. Na maioria dos países, a rizicultura é praticada em pequenas propriedades, com uso de grande quantidade de mão de obra, principalmente familiar. Geralmente, as propriedades rurais encontram-se ao longo dos vales fluviais, que também concentram a população. Produtos como chá, milho, trigo, algodão, cana-de-açúcar e hortaliças também se destacam. Nas florestas tropicais da região, o extrativismo vegetal não sustentável, como a exploração madeireira e a produção de látex, com destinação às indústrias, tem gerado preocupações às organizações ambientalistas mundiais, em razão do desmatamento da vegetação original. No extrativismo mineral, destaca-se a exploração de gás natural e petróleo, especialmente na Malásia, na Indonésia e em Brunei. Embora a produção industrial seja pequena se comparada a outras regiões do mundo, destacam-se as indústrias de bens de consumo não duráveis (alimentos, bebidas, vestuário etc.), principalmente em Cingapura e nos chamados Novos Tigres Asiáticos.

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AMPLIANDO HORIZONTES • BBC BRASIL. Quem são os rohingyas, povo muçulmano que a ONU diz ser alvo de limpeza étnica. Disponível em: <http://livro.pro/pynpf4>. Acesso em: 14 nov. 2018. O texto faz uma apresentação do grupo e dos problemas enfrentados por eles recentemente.

Novos Tigres Asiáticos Como vimos no início da Unidade, os Tigres Asiáticos são nações que apresentaram elevado crescimento econômico entre as décadas de 1970 e 1990, com base na fabricação de produtos destinados à exportação e apoiados em investimentos japoneses e estadunidenses. Da década de 1990 em diante, os Tigres Asiáticos, o Japão e a China fizeram grandes investimentos em alguns países do Sudeste Asiático, promovendo a industrialização e alavancando o crescimento econômico. Os principais beneficiados desse processo foram Malásia, Indonésia, Vietnã, Filipinas e Tailândia. Esse grupo de países é denominado Novos Tigres Asiáticos, pois se caracteriza pela mesma plataforma de desenvolvimento adotada pelos Tigres Asiáticos: maciços investimentos externos; mão de obra barata; forte presença do Estado; facilidades fiscais para a exportação; e proteção da indústria nacional com elevados impostos sobre produtos importados. Diferentemente dos Tigres Asiáticos, o crescimento econômico não foi acompanhado de melhorias nas condições de vida da população em geral. As condições de vida melhoraram principalmente para uma elite privilegiada, e as desigualdades sociais se mantiveram. Como todo o Sudeste Asiático, esse grupo de países apresenta elevadas taxas de analfabetismo, de mortalidade infantil e muitas pessoas vivendo em moradias precárias. No aspecto político, os Novos Tigres contam com governos autoritários. Nas Filipinas, por exemplo, as ações do governo Duterte, eleito em 2016, têm indignado a comunidade internacional com o extremo desrespeito aos direitos humanos e perseguição a opositores.

• ACNUR. Rohingya. Dis-

ROMEO RANOCO/REUTERS/FOTOARENA

ponível em: <http://livro.pro/ ry4w43>. Acesso em: 14 nov. 2018. O site da Acnur Brasil apresenta alguns desses conceitos e também conta com uma aba sobre os rohingyas e pode ser usado como fonte de pesquisa.

A desigualdade social fica evidente na paisagem das cidades do Sudeste Asiático. Em Makati, uma das cidades mais importantes das Filipinas, bairros pobres contrastam com edifícios comerciais e residenciais, ao fundo. Fotografia de 2017.

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ATIVIDADE COMPLEMENTAR 1. Em grupo, produzam um painel fotográfico intitulado Ásia Meridional e Sudeste Asiático: contrastes na paisagem. Providenciem fotografias de paisagens de diversos lugares da Ásia Meridional e do Sudeste Asiático que

evidenciem contrastes relacionados à sociedade e à economia. Identifiquem as datas e os locais das fotografias e escrevam pequenos textos relacionando-as com o conteúdo estudado na Unidade. 2. Pedir aos alunos que pesquisem notícias que tratem da relação do Brasil com a Asean ou do

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Mercosul com a Asean. Em sala, peça a eles que compartilhem as notícias e que comentem como tem sido essa relação.

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INTERAÇÃO

Todas as respostas das atividades desta seção estão no MP em U, com orientações e encaminhamentos. NÃO ESCREVA NO LIVRO.

Responda às questões e atividades propostas em seu caderno. Observe o mapa.

1. Localize as regiões destacadas com as letras A, B e C. Depois, anote o nome de cada região.

Ásia: Extremo Oriente, Ásia Meridional e Sudeste Asiático 100º L

2. Localize os países destacados com os números 3 e 4. Depois, escreva as principais características econômicas e políticas de cada um deles. Ma

A seção Interação resgata e possibilita a aplicação de conteúdos conceituais e procedimentais trabalhados na Unidade 7. Sugerimos destinar um tempo para que os alunos possam concluir as atividades. Acompanhar a produção circulando pela sala. Depois, verificar as respostas e solicitar-lhes que as exponham oralmente. Anotar na lousa os conceitos trabalhados em cada atividade. Na atividade 1, espera-se que os alunos localizem as três regiões, sendo: A. Extremo Oriente; B: Ásia Meridional; C: Sudeste Asiático. Na atividade 2, os alunos devem localizar os países representados pelos números 3 e 4, que são, respectivamente, Coreia do Norte e Coreia do Sul. Ao abordar as características da Coreia do Norte, podem citar que o país é socialista, que se caracteriza por apresentar um dos regimes mais fechados do mundo e que o intercâmbio comercial e político com o exterior é praticamente inexistente. Já sobre a Coreia do Sul, podem destacar que ela optou pelo capitalismo e que foi apoiada pelos Estados Unidos, que investiram grandes somas de capitais no país. Podem comentar também que o país se tornou um dos mais importantes Tigres Asiáticos, exportando principalmente componentes de computador, brinquedos, automóveis e produtos eletrônicos. Na atividade 3, no item a, espera-se que o aluno reconheça que o grupo identificado com símbolo é denominado Tigres Asiáticos, formado por Coreia do Sul, Taiwan, Cingapura e Hong Kong. No item b, destacar que o modelo econômico dos Tigres é baseado em grandes investimentos externos, sobretudo japoneses e estadunidenses, e na fabricação, em larga es-

Mar do Japão (Mar do Leste)

áspio rC

AZERBAIJÃO

3. Considere as áreas identificadas no mapa com o símbolo ★ e faça o que se pede.

CAZAQUISTÃO UZBEQUISTÃO

3

6

4

TURCOMENISTÃO QUIRGUISTÃO

de

er nc Câ

1 5

8

10

12 9

Mar da Arábia

7

21 Baía de Bengala

20 18 24

13

Elaborado com base em: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2016. p. 47.

o pic Tró

Mar Amarelo

TADJIQUISTÃO AFEGANISTÃO

Abu Dhabi

OCEANO PACÍFICO

2

Mar da China Meridional

0

861

19

15

11

A B C

22

OCEANO ÍNDICO

16 14

`17 23

OCEANIA

ALLMAPS

ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

a) Que denominação recebe o grupo formado por esses países e territórios? Escreva o nome de cada um deles. b) Descreva o modelo econômico adotado por esses países. c) Qual desses países é uma região administrativa da China? d) Qual desses países é considerado pelos chineses uma província rebelde?

4. Leia o texto. O Japão conhece um desenvolvimento econômico fenomenal a partir dos anos 1950, saltando de 3% para 16% da renda mundial no início dos anos 1980. BONIFACE, P.; VÉDRINE, H. Atlas do mundo global. São Paulo: Estação Liberdade, 2009. p. 101.

a) Que número representa este país no mapa? b) Quais fatores explicam o “desenvolvimento econômico fenomenal” citado no texto? c) As condições naturais do território desse país foram importantes para seu desenvolvimento econômico? Explique sua resposta

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cala, de produtos destinados à exportação, principalmente eletroeletrônicos. No item c, Hong Kong é uma região administrativa da China. No item d, a resposta correta é Taiwan – considerada uma província rebelde. Na atividade 4, no item a, o Japão é identificado no

mapa pelo número 2. No item b, a resposta correta é: a ajuda financeira dos Estados Unidos; mão de obra barata e abundante; longas jornadas de trabalho; investimentos em educação, qualificação da mão de obra e desenvolvimento científico e de novas tecnologias; parceria entre o Estado

e as grandes corporações empresariais; incentivos fiscais à exportação e proteção da indústria nacional por meio de elevados impostos sobre produtos importados. No item c, as condições naturais do território japonês não foram essenciais nesse processo. A presença de muitas montanhas

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No item b, as principais fontes de poluição são os veículos e as termoelétricas, que geram eletricidade a partir da queima do carvão mineral. Na atividade 7, os números e nomes dos países relacionados à questão são 7. Índia e 8. Paquistão. Espera-se que o aluno explique que na partilha do país, parte da Caxemira, de população majoritariamente muçulmana, ficou sob domínio hindu. O Paquistão não aceita o domínio indiano sobre a região. Desde então há conflitos e ameaças de confronto. Na atividade 8, item a, espera-se que os alunos respondam Reino Unido, Países Baixos, Portugal, França, Espanha e Estados Unidos. No item b, a independência dos países da região ocorreu após a Segunda Guerra Mundial. No item c, o número que identifica o único país que não foi colonizado é o 18, a Tailândia, que na época se chamava Reino de Sião. No item d, os números e os nomes dos países que compõem os Novos Tigres Asiáticos são 16. Malásia; 17. Indonésia; 18. Tailândia; 19. Filipinas; 22. Vietnã.

5. Leia a frase abaixo e depois faça as atividades.

a) No mapa, qual número identifica o país citado na sentença acima? b) De acordo com a frase e seus conhecimentos, quais serão as quatro maiores economias do mundo em 2030? c) Embora a China e a Índia estejam entre as maiores economias do mundo, os problemas sociais desses países são preocupantes. Avalie essa afirmação apresentando dados socioeconômicos.

6. Leia a notícia e responda às questões. Em 4 de março de 2014, o primeiro-ministro chinês Li Keqiang disse [...] “declaramos guerra à poluição, tão resolutamente como no passado declaramos guerra à pobreza”. [...] Quatro anos depois da declaração, os números começam a surgir e a China está vencendo a guerra – e em ritmo recorde. [...] a China proibiu a construção de novas usinas termoelétricas acionadas a carvão nas regiões mais poluídas do país [...]. As usinas existentes receberam ordens de reduzir suas emissões. Nos casos em que isso não se provou possível, o carvão foi substituído por gás natural. Além disso, grandes cidades [...] restringiram o número de carros nas ruas. O país também reduziu sua capacidade de produção de ferro e aço e fechou minas de carvão. GREENSTONE, M. Após quatro anos, China está vencendo guerra contra a poluição. Folha de S.Paulo. Disponível em: <www1.folha.uol.com.br/ambiente/2018/03/quatro-anos-depois-de-declarar-guerra-a-poluicao-china-estavencendo.shtml>. Acesso em: 4 out. 2018.

a) Que medidas foram adotadas pelo governo chinês para conter a poluição? b) De acordo com o que você estudou, quais são as principais fontes de poluição do ar na China?

7. Localizados na Ásia Meridional, a porção norte da fronteira desses dois países é uma das mais tensas do mundo, sendo a Caxemira a principal área de disputa. Indique os números que identificam esses países no mapa e seus nomes. Depois, explique a causa do conflito nessa região.

8. Sobre o Sudeste Asiático, responda às questões. a) Que países colonizaram a região? b) Quando aconteceu a independência dos países da região? c) Que número identifica o único país que não foi colonizado? Como esse país se chamava? d) De acordo com o mapa, indique o número e o nome dos países que compõem os Novos Tigres Asiáticos.

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dificulta a atividade agrícola. Apenas pequena parte do solo é arável. O território também não é privilegiado em recursos naturais e energéticos. O país importa cerca de 90% dos recursos que consome. Na atividade 5, item a, o número que identifica a China é o 1. No item b, China, Esta-

dos Unidos, Índia e Japão. No item c, espera-se que o aluno reconheça que China e Índia são os países mais populosos do mundo e apresentam diversos problemas sociais, como elevada mortalidade infantil, altas taxas de analfabetismo e baixa expectativa de vida. Na atividade 6, item a,

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as medidas são: proibição da construção de novas usinas termoelétricas acionadas a carvão mineral em diversas regiões do país; ordem de redução das emissões de gases poluentes pelas usinas já existentes; substituição do carvão mineral por gás natural em algumas usinas; entre outras.

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COMPETÊNCIAS

ÁREA ...................................p. X • 2, 3, 4, 6 e 7. ESPECÍFICAS ...................p. XI • 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7.

• • • • • • • •

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EF09GE01 EF09GE03 EF09GE04 EF09GE08 EF09GE09 EF09GE14 EF09GE15 EF09GE17

EXPECTATIVAS DE APRENDIZAGEM • Identificar aspectos que caracterizam a Oceania e conhecer a regionalização mais usual do continente, compreendendo os critérios usados na divisão regional. • Compreender de que forma a Oceania está inserida no espaço geográfico mundial, identificando seus aspectos naturais, sociais e econômicos. • Compreender processos e identificar características dos elementos naturais da Oceania, relacionando-os a atividades humanas. • Reconhecer que os povos originários da Oceania sofreram consequências devastadoras no contato com os europeus. • Reconhecer a existência de diferenças sociais e econômicas nos países que fazem parte da Oceania. • Conhecer, analisar e relacionar aspectos da natureza, da sociedade e da economia que caracterizam o espaço geográfico da Austrália e da Nova Zelândia. • Realizar leitura de imagens, como mapas e fotografias, para obtenção de informações variadas e como parte de procedimentos de leitura da paisagem.

OCEANIA

Nesta Unidade vamos analisar aspectos do espaço geográfico da Oceania, o menor continente da Terra, que também é chamado de continente arquipélago, pois é constituído por mais de três mil ilhas. Entre os países da Oceania, destacam-se: Austrália e Nova Zelândia, que fazem parte do grupo das nações com melhores indicadores sociais do mundo.

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CHUN JU WU/ALAMY/FOTOARENA

HABILIDADES

UNIDADE

GERAIS ..............................p. IX

• 1, 2, 4, 7 e 10.

As belas paisagens naturais da Nova Zelândia são inspiração de cenários para grandes produções do cinema e prática de esportes radicais. Na fotografia, Lago Wanaka, na Ilha Sul da Nova Zelândia, em 2018.

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pesquisa para obtenção de informações e desenvolver autonomia nos estudos e atitudes necessárias ao trabalho em grupo.

ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS Em uma roda de conversa, apresentar os conteúdos que serão estudados na Unidade: características territoriais da Oceania (dimensão, localização, divisão política e regional); aspectos físicos-naturais do continente (clima, vege-

tação, relevo e hidrografia); caraterísticas gerais da população; aspectos sociais e econômicos das únicas nações com elevados índices de desenvolvimento no hemisfério sul – a Austrália e a Nova Zelândia. A seguir, com o apoio de um globo terrestre e de

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ATIVIDADE COMPLEMENTAR Ao longo do estudo da Unidade, solicitar aos alunos que, organizados em grupo, providenciem notícias atuais sobre países da Oceania. Cada grupo pode ficar responsável por um tema, como política, cidadania, ambiente, economia, minorias étnicas etc. Reservar 10 minutos de cada aula para que o grupo apresente a notícia – cada grupo pode apresentar uma notícia por aula. As notícias podem ser fixadas num painel e consultadas para relacionar com os conteúdos trabalhados ao longo da Unidade. É uma boa oportunidade para trabalhar de forma interdisciplinar com Língua Portuguesa, explorando o gênero “notícia”.

1. Em quais países se localizam as paisagens retratadas? Fotografia 1: Nova Zelândia; Fotografia 2: Austrália.

2. Se você tivesse de optar por um desses países para uma viagem de turismo, qual escolheria visitar? Por quê? Converse com seus colegas e professor sobre o assunto. Resposta pessoal. Incentivar os alunos a expor os motivos da escolha. 3. Além da Austrália e da Nova Zelândia, você já ouviu falar em outros países da Oceania? Em caso positivo, quais? Resposta pessoal. A ideia é verificar conhecimentos prévios em relação aos países que constituem a Oceania.

RUDI1976/ALAMY/FOTOARENA

AMPLIANDO HORIZONTES • HEYERDAHL, T. Expedição Kon Tiki. São Paulo: José Olympio Editora, 2013. Grupo de aventureiros parte em uma jangada para provar que a ocupação da Oceania pelos primeiros grupos humanos ocorreu de leste para oeste e não de oeste para leste, como afirma a História.

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Com cerca de 4,5 milhões de habitantes, Sydney, na Austrália, é a maior cidade e o principal centro econômico da Oceania. Fotografia de 2017.

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um planisfério, solicitar aos alunos, em grupo, que identifiquem e localizem a Oceania. Depois de todos os alunos manusearem o globo e o mapa, solicitar-lhes que indiquem as diferenças e semelhanças entre a Oceania e os outros continentes, no que diz respeito à sua disposição no mundo.

Encaminhar as atividades de abertura e, se julgar conveniente, comentar que a origem do nome Oceania está relacionada à mitologia grega. O nome do continente é de uma das filhas do titã Oceano (grande rio que rodeava a terra conhecida pelos gregos).

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Aproveitar a conversa introdutória desta abertura para solicitar aos alunos que pesquisem notícias atuais sobre países da Oceania, que deverão ser coletadas ao longo do estudo da Unidade e expostas num painel, conforme sugerido na seção Atividade complementar.

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ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS Ouça no material audiovisual um áudio sobre a grande área conhecida como “Ilha de lixo do Pacífico”.

Apresentando a Oceania Observe o mapa.

Oceania no mundo 150° L Círculo Polar Ártico

EUROPA

A

ÁSIA Trópico de Câncer

É

OCEANO ATLÂNTICO

R I

C

ÁFRICA

Equador

M

OCEANO PACÍFICO

A

OCEANO ATLÂNTICO

OCEANO ÍNDICO

Trópico de Capricórnio

OCEANIA

M

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0

2 600

Círculo Polar Antártico

ANTÁRTIDA

ALLMAPS

Nestas páginas, explorar os dois mapas para apresentar a Oceania, destacando aspectos de sua localização, dimensão e divisão política e regional. Na página 232, trabalhar com a localização e dimensão do continente. Destacar que o mapa está centrado na Oceania, ou seja, o continente foi representado no centro do planisfério. Incentivar os alunos a identificar as diferenças em relação a mapas com outras projeções e centralidades, costumeiramente na Europa, como os planisférios de parede e aqueles inseridos neste livro, como o da página 254. Encaminhar as atividades 1 a 4, se possível, de forma oral. A seguir, promover a leitura coletiva do texto que destaca a localização e as dimensões da Oceania. Chamar a atenção para a população total da Oceania, que não chega a 1% da população mundial. Só não é o continente com menor número de habitantes, pois a Antártida, como vimos no volume do 8o ano, não possui seu território dividido em países e também não tem população fixa, somente bases científicas e alguns turistas em determinadas épocas do ano. Comentar que, se não fosse a extensão territorial da Austrália, que ocupa cerca de 86% da área continental, a Oceania não existiria como continente – seu conjunto de ilhas no oceano Pacífico seria uma continuação do Sudeste Asiático. Na página 233, promover a leitura coletiva do mapa e do texto que apresentam a divisão política e regional da Oceania. Destacar que muitas ilhas são territórios que pertencem a países de outros continentes, com destaque para Reino Unido e França, na Europa; e Estados Uni-

Elaborado com base em: ISTITUTO GEOGRAFICO DE AGOSTINI. Atlante geografico metodico De Agostini. Novara: 2018. p. 180-181.

Responda às questões em seu caderno.

1. Quais oceanos banham a Oceania? Oceanos Índico e Pacífico.

2. Que continente se localiza a leste da Oceania? E a noroeste? A leste: América; a noroeste: Ásia.

3. Em quais hemisférios se localiza a maior parte do território da Oceania? Hemisfério Sul e Hemisfério Oriental.

4. Em sua opinião, por que não é possível identificar informações detalhadas sobre as ilhas que integram a Oceania? Espera-se que os alunos indiquem a questão da escala. Neste mapa, a escala é pequena e não representa as áreas com mais detalhes. A Oceania é o menor continente da Terra, com uma área territorial de pouco mais de 8,5 milhões de km² e uma população de, aproximadamente, 41 milhões de habitantes em 2017, o que corresponde a cerca de 0,54% da população mundial. A área territorial da Oceania é equivalente à do Brasil, porém sua população é menor que a do estado de São Paulo, estimada em pouco mais de 45 milhões de habitantes em 2018, de acordo com dados do IBGE. Em relação às terras emersas, a Oceania diferencia-se dos demais continentes, pois é um continente-arquipélago, constituído por aproximadamente 3 mil ilhas dos mais variados tamanhos.

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dos, na América; e também possessões da Austrália e da Nova Zelândia. Reforçar que possessões europeias e estadunidenses são ainda resquícios do imperialismo europeu e estadunidense, estudado no volume do 8o ano. Solicitar aos alunos que caracterizem cada região da

Oceania ou que indiquem a localização delas, com base na leitura do mapa. Eles poderão dizer que a Micronésia é um conjunto de pequenas ilhas localizadas entre a linha do equador e o trópico de Câncer; que a Polinésia corresponde ao maior conjunto de ilhas, e a Nova Zelândia

forma o maior arquipélago da região, levando em conta a dimensão territorial; que a Melanésia corresponde a um conjunto de ilhas localizado a nordeste da Austrália, sendo a maior ilha da região a Nova Guiné; que a Austrália corresponde a uma extensa massa de terra com peque-

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NO AUDIOVISUAL Está disponível nesta coleção um áudio sobre o acúmulo de resíduos no meio do oceano Pacífico desde os anos 1970, seu impacto sobre o ecossistema oceânico e as medidas que os governos e a sociedade devem tomar para mitigar esse problema.

Essas ilhas estão politicamente agrupadas em 14 países independentes e territórios que são possessões de outros países, como Estados Unidos e França. Tendo como referência as características étnicas, o tamanho e a quantidade das ilhas que constituem a Oceania, costuma-se regionalizar o continente em quatro grandes conjuntos. Observe o mapa.

Oceania: divisão política e regional 180º

Ilhas Midway (EUA) Ilhas Ogasawara (JAP)

Ilhas Marianas do Norte (EUA) Saipan Guam (EUA) Hagatna Melekeok

Atol Johnston (EUA)

ILHAS MARSHALL

ES TADOS F EDER ADOS DA MI CR ONÉS I A

Bairiki Equador Yaren

PAPUA NOVA GUINÉ Port Moresby Honiara

TUVALU ILHAS SALOMÃO Fongafale

Ilhas Tokelau (NZL) Samoa

Ilhas Wallis SAMOA Americana

VANUATU

e Futuna (FRA)

Porto-Vila Suva

Nova Caledônia (FRA)

Ilha Norfolk (AUS)

Ilhas Kermadec (NZL)

Mar da Tasmânia Wellington

Ilha Tasmânia (AUS)

Ilhas Cook (NZL)

P o l i n é s i a Trópico de Capricórnio Ilhas Pitcairn Francesa (RUN) (FRA)

Nukualofa

Ilha Lord Howe (AUS)

OCEANO ÍNDICO

(EUA) Pago Pago

Apia

TONGA Niue (NZL)

FIJI

A USTRÁLIA

Camberra

KIRIBATI

NAURU

Mar de Corais

OCEANO PACÍFICO

Majuro

Palikir

PALAU

Ilhas Havaí (EUA)

Ilhas Wake (EUA)

Linha de mudança de data

Mar da China Meridional

AMPLIANDO HORIZONTES • AS AVENTURAS do Geodetetive 5: Como viajar e chegar no dia anterior. Disponível em: <http://livro.pro/zs2qv6>. Acesso em: 20 nov. 2018. Arnaldo é um jovem muito curioso e sempre está à procura do saber. À noite mergulha nos livros, assume uma nova identidade e transforma-se no Geodetetive. Certa noite, a aeromoça Ida Cole, que começará a trabalhar em rotas internacionais, entra em contato com o Geodetetive para entender como são estabelecidos os fusos horários e fatos relacionados a estes.

Trópico de Câncer

N O V A Ilhas Chatham (NZL) ZEL Â N D I A Ilha Bounty (NZL) Ilhas Auckland (NZL)

Ilhas Antípodas (NZL)

0

785

Ilha Campbell (NZL)

Capital de país Austrália (continente e ilhas) Micronésia Melanésia Polinésia

ATIVIDADE COMPLEMENTAR • Pedir aos alunos que, em grupos, consultem o site do IBGE Países e preencham o quadro com informações dos 14 países que constituem a Oceania. Disponível em: <http:// livro.pro/wz5sk4>. Acesso em: 15 nov. 2018. Reproduzir o quadro abaixo na lousa para que os alunos possam copiá-lo no caderno. Depois que os alunos preencherem o quadro, propor questões para a análise dos dados, como as que seguem.

ALLMAPS

ÁSIA

A linha de mudança de data representada no mapa é uma linha imaginária situada no meridiano de 180º, oposto ao meridiano de Greenwich, que atravessa o oceano Pacífico. Ela determina quando um dia termina e o outro começa. Ao cruzar essa linha no sentido oeste-leste, adianta-se a data em um dia. No sentido contrário, leste-oeste, atrasa-se a data em um dia. Retomar aspectos relacionados aos fusos horários

estudados no volume 6 desta coleção.

Fonte: ISTITUTO GEOGRAFICO DE AGOSTINI. Atlante geografico metodico De Agostini. Novara: 2018. p. 172-173.

Reúna-se com um colega e respondam às questões oralmente. Orientar os alunos na observação e identificação dos territórios. 5. Quais são as quatro regiões da Oceania? Cite os Estados-nação que fazem parte de cada uma delas. Melanésia, Micronésia, Polinésia e Austrália.

6. Cite os três Estados-nação da Oceania com maior território. Austrália, Nova Zelândia e Papua Nova Guiné.

7. Indique um território que é possessão dos Estados Unidos, um da França e outro do Reino Unido. Samoa Americana, Nova Caledônia e Ilhas Pitcairn.

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nos arquipélagos, como o da Tasmânia. Na atividade 6, se necessário, lembrar aos alunos o conceito de Estado-nação – instituição que exerce o controle sobre um território delimitado, politicamente independente, com governo e leis próprias e que organiza e

regula variados aspectos da vida em sociedade, constituindo a base política, militar, legislativa, jurídica, econômica e constitucional de diferentes povos espalhados pelo mundo – estudado na Unidade 1 do volume do 8o ano.

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a) Qual é o menor país da Oceania? b) Que região possui o maior número de países? c) Que país possui a menor população?

Países da Oceania: informações gerais País

Capital

Área territorial

População total

Moeda

Região em que se localiza

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INTEGRANDO COM

ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

CIÊNCIAS

Ilhas podem ser “apagadas do mapa”

NÃO ESCREVA NO LIVRO.

Pesquisadores e órgãos internacionais, como as agências da ONU, vêm alertando sobre as mudanças climáticas no nosso planeta, em especial para o aumento da temperatura média da atmosfera. Entre os efeitos dessas alterações está o derretimento de geleiras, que resulta no aumento do nível do mar. Trechos litorâneos e diversas ilhas, muitas delas localizadas na Oceania, estão sujeitas a diversos problemas relacionados ao aumento do nível do mar, com destaque para as inundações. As ilhas da Oceania são protegidas dos impactos das ondas pelos recifes de corais, que formam uma barreira natural de proteção. Com o aumento do nível do mar, as ondas atravessam esses recifes e inundam as terras. As perdas territoriais de países situados em pequenas ilhas são uma das consequências desse processo. Do ponto de vista ambiental, as inundações contribuem para a destruição de ecossistemas costeiros. Além disso, ao penetrar no subsolo, a água salgada contamina as reservas de água doce, tornando-as impróprias para o consumo humano. Em condições normais, as precipitações se encarregariam da “lavagem” do subsolo, restabelecendo o equilíbrio físico-químico. Contudo, com a diminuição das chuvas em razão das mudanças climáticas os aquíferos tendem a permanecer com altos índices de salinidade.

LUMIX/GETTY IMAGES

Promover a leitura coletiva do texto e da notícia. O conteúdo sobre as consequências da elevação do nível do mar pode ser aprofundado com base nas informações do trecho citado na seção Texto complementar. Encaminhar as atividades 1 e 2. Na atividade 1, orientar os alunos a produzir um desenho esquemático que ilustre as informações do texto: subida do nível do mar, grandes ondas que atingem as ilhas, contaminação de aquíferos por água salgada. Na atividade 2, orientar os alunos a consultar as opiniões e os argumentos dos grupos opostos. De um lado, há os chamados “céticos do clima”, que atribuem o aquecimento global a causas exclusivamente naturais. De outro lado, a maior parte da comunidade científica aponta as ações humanas como principais responsáveis pelo aumento das médias de temperatura. Entre esses cientistas, está o grupo do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), da Organização das Nações Unidas (ONU). A atividade pode ser ampliada, reforçando a interdisciplinaridade com Ciências, com base no trabalho com outros impactos ambientais provocados pelas mudanças climáticas ou, ainda, da influência das atividades humanas sobre o clima. Essa temática, trabalhada em anos anteriores, pode ser resgatada promovendo um debate na sala de aula, com a simulação de um júri. Para isso, dividir a turma em grupos que representem a defesa e a promotoria. Cada uma das partes deverá pesquisar argumentos “contra” e “a favor” da relação aquecimento global versus atividades humanas. Assim, um grupo deverá pesquisar os argumentos dos cientistas que afirmam que o

Funafuti, Tuvalu, 2018. Nesse país, o nível do mar vem aumentando em média 5 mm por ano. Em alguns anos, essa parte da ilha corre o risco de "desaparecer".

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aquecimento global está relacionado às atividades humanas e o outro grupo deverá analisar os argumentos dos pesquisadores que refutam essa ideia e apresentam causas naturais como explicação para o desequilíbrio.

TEXTO COMPLEMENTAR Desaparecimento das pequenas ilhas [...] nos próximos 50 anos o oceano pode varrer do mapa algumas das 52 nações localizadas em pequenas ilhas, as chamadas SIDS (Small Island Developing States), onde se

concentram quase 1% da humanidade e uma ainda enorme biodiversidade. Shamshad Akhtar, secretária-executiva da Comissão Socioeconômica da ONU para a Ásia e o Pacífico (UNESCAP), afirma que a elevação do nível do mar representa para essas ilhas

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Com a elevação do nível do mar, resíduos radioativos, armazenados desde 1979 numa casamata chamada Runit Dome (nas Ilhas Marshall), ficarão submersos, o que os levará a vazar no oceano, através das crescentes rachaduras do concreto. De acordo com um relatório de 2013 do Departamento de Energia dos EUA, “o solo ao redor da cúpula já é mais contaminado que o seu conteúdo”. Esses resíduos correspondem a 30 toneladas de Plutônio-239, com uma meia-vida de 24 mil anos, lá deixadas pelos norte-americanos após as “67 detonações nucleares nas ilhas da Micronésia ocorridas entre 1946 e 1958 – uma carga explosiva equivalente a 1,6 bomba de Hiroshima detonada todos os dias ao longo de 12 anos” [...].

Leia mais sobre o assunto no texto a seguir.

Milhares de ilhas serão inabitáveis em 2050 por falta de água O aumento do nível do mar vai poluir os aquíferos de ilhotas e atóis do Pacífico e do Índico Na madrugada entre os dias 2 e 3 de março de 2014, uma onda de seis metros chegou à costa de Roi-Namur. [...]. Além de causar danos à rede de infraestrutura, a água do mar aumentou a salinidade do aquífero, comprometendo sua potabilidade. Um estudo sobre esse evento prevê agora que a mudança climática multiplicará a frequência e a intensidade de ondas desse tipo, tornando inabitáveis milhares de pequenas ilhas e atóis dos oceanos Índico e Pacífico dentro de 30 anos. [...] Levando em conta que em muitas dessas ilhas as palmeiras são o que há de mais alto (além de construções humanas), paraísos como Maldivas, Kiribati e Tuvalu acabarão debaixo d’água. Os cientistas não chegam a um acordo sobre quando – uns acreditam que será no início, outros em meados do século Atol: ilha oceânica em forma XXII –, mas todos concordam que isso vai de anel formada a partir do desenvolvimento de recifes – acontecer. formações rochosas de corais Pesquisadores dos Estados Unidos, e calcário de certas algas – ao Holanda e Índia estão convencidos de outro longo da orla costeira de um fato: bem antes de ser apagada do mapa vulcão. Quando a ilha vulcânica pela água do mar, a maioria dessas ilhas já afunda e o cone que forma o não vai abrigar vida, pelo menos a humana, vulcão desaparece, surge em seu já que ficará sem água potável. [...] lugar uma lagoa.

MARQUES, L. Consequências da elevação do nível do mar no século XXI. Jornal da UNICAMP. Disponível em: <www.unicamp.br/ unicamp/ju/artigos/luiz-marques/ consequencias-da-elevacao-do-niveldo-mar-no-seculo-xxi>. Acesso em: 16 nov. 2018.

CRIADO, M. A. Milhares de ilhas serão inabitáveis em 2050 por falta de água. El País, 27 abr. 2018. Disponível em: <https://brasil.elpais.com/brasil/2018/04/25/ciencia/1524667860_371704.html>. Acesso em: 26 set. 2018.

1. Em dupla, façam desenhos esquemáticos de como o aumento do nível do mar provoca a salinização das águas nas ilhas citadas no texto. Auxiliar os alunos na confecção dos desenhos. 2. As causas do aquecimento global são discutidas por cientistas do mundo todo. Há grupos que apontam as ações humanas, há outros que apontam as causas naturais. Faça uma pesquisa sobre o assunto em livros impressos, jornais, revistas e sites de organizações, como a ONU, ou órgãos do governo brasileiro, como o Ministério do Meio Ambiente, e verifique os argumentos, de cada um dos lados. Depois, escreva um pequeno texto expondo sua opinião e discuta com os colegas e o professor. Orientar os alunos na pesquisa.

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“a mais grave das ameaças para a sua sobrevivência e viabilidade, incluindo para algumas a perda total de seu território”. Sobretudo os atóis (ilhas coralinas) estão condenados. No oceano Índico, boa parte das ilhas Maldivas, com seus 329 mil habitantes viven-

do entre menos de 1 metro e 2 metros acima do nível do mar, deve desaparecer até meados do século. E um grupo de pesquisadores do CNRS, na França, projeta que entre 5% e 12% das 1 269 ilhas francesas devem desaparecer num futuro próximo, ameaçan-

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do de extinção cerca de 300 espécies endêmicas. No Pacífico, prevê-se o desaparecimento de ilhas da Micronésia e da Polinésia, como Tuvalu, Quiribati e as Ilhas Marshall, com uma população total, apenas nesses três arquipélagos, de 180 mil habitantes.

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ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

Clima e vegetação Observe e relacione os mapas abaixo. Consulte, também, o mapa da página 233. Depois responda às questões em seu caderno.

Oceania: clima 160º L

PAPUA NOVA GUINÉ

NAURU

ILHAS SALOMÃO TUVALU

Oceania: vegetação

VANUATU

1

NOVA CALEDÔNIA (FRA)

160º L

PAPUA NOVA GUINÉ

FIJI

AUSTRÁLIA

VANUATU

2

OCEANO PACÍFICO

NAURU

ILHAS SALOMÃO TUVALU

Trópico de Capricórnio

NOVA CALEDÔNIA (FRA)

FIJI

Trópico de Capricórnio

Equatorial Tropical Desértico Semiárido

AUSTRÁLIA

OCEANO ÍNDICO

0

897

NOVA ZELÂNDIA

Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2016. p. 58.

Mediterrâneo

OCEANO PACÍFICO

OCEANO ÍNDICO Principais tipos de vegetação

0

897

NOVA ZELÂNDIA

Floresta tropical e equatorial

Temperado

Floresta temperada Savana Estepe e pradaria Vegetação mediterrânea Deserto quente

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Tipos de clima (adaptado da classificação de Köppen)

ALLMAPS

Orientar a leitura dos mapas de clima e de vegetação da Oceania, destacando a extensão latitudinal do continente como um dos fatores responsáveis pelos variados tipos de clima e de formações vegetais. O relevo funciona como uma barreira à entrada de ventos úmidos para o interior da Austrália, fato que, em conjunto à presença de correntes marítimas frias no litoral do oceano Índico, favorece a formação de extensos desertos nessa área do continente. Orientar os alunos a observar as altitudes do relevo no mapa da página 238. A seguir, encaminhar as atividades 1 e 2. Na página 237, destacar a hidrografia constituída por rios de curta extensão que correm por desníveis acentuados ocasionados pelo relevo predominantemente montanhoso do continente. Essa característica dos rios dificulta a navegação, porém é muito importante para a exploração de energia hidrelétrica, além de possibilitar atividades esportivas, como o rafting. Para identificar as altitudes, formas predominantes no relevo e alguns rios da Oceania, pode-se consultar o mapa Oceania: físico na página 238, na seção Interagir com mapas. Entre as formas do relevo da Oceania, destacar a beleza cênica dos fiordes na Nova Zelândia, que atrai muitos turistas. Comentar que, ao longo da costa nordeste da Austrália, encontra-se a formação de corais mais importante do mundo, a Grande Barreira Coralínea, declarada Patrimônio da Humanidade pela Unesco. A barreira de coral é o maior parque marinho do mundo, formada por mais de 4 500 tipos de coral, 1 500 espécies de peixes e 2 900 recifes, que impedem a aproximação de navios de grande

Fonte: GIRARDI, G.; ROSA, J. V. Atlas geográfico do estudante. São Paulo: FTD, 2016. p. 164.

1. Qual o tipo de clima predominante em Papua Nova Guiné e na Nova Zelân-

dia? E a vegetação predominante nesses dois países? Papua Nova Guiné: clima equatorial e floresta tropical e equatorial; Nova Zelândia: clima temperado e floresta temperada. 2. Quais os principais tipos de clima encontrados no centro-oeste da Austrália e as formações vegetais a eles associadas? Clima: desértico, que se associa, respectivamente, à vegetação desértica e à savana. A grande extensão latitudinal (norte-sul) da Oceania, associada a outros fatores, possibilita a ocorrência em seu território de vários tipos de clima e formações vegetais existentes no planeta Terra. Na Austrália há extensas áreas onde predominam os climas desértico e semiárido (centro-oeste). As áreas desérticas ocupam cerca de 35% do território australiano. Isso ocorre em razão da presença de correntes marítimas frias que circulam no litoral sul do território e da Cordilheira Australiana, que barra a entrada de ventos úmidos para o interior do país.

MURAL Parques Nacionais da Austrália. Disponível em: <http://livro.pro/8rvvug>. Acesso em: 7 nov. 2018. A Oceania conta com diversas áreas de preservação, muitas delas classificadas como Patrimônio da Humanidade. Somente na Austrália são mais de 500 Parques Nacionais. É possível saber um pouco sobre alguns deles acessando o link indicado.

236 porte da costa australiana. Destacar que as ilhas do Pacífico atraem mergulhadores e surfistas em razão da presença de recifes de corais e das grandes ondas do oceano. Se julgar conveniente, preparar uma apresentação de slides com diferentes imagens da Oceania, destacando os D2_GEO_F2_2054_V9_U08_G20.indd 236

elementos naturais trabalhados nesta dupla de páginas. Sugerimos imagens da Cordilheira Australiana, do Grande Deserto de Vitória, dos rios Murray e Darling, do Monte Wilhelm, da Grande Barreira Coralínea, da Floresta Equatorial, da Savana Australiana, de vulcões ativos etc.

TEXTO COMPLEMENTAR Ao trabalhar os aspectos físicos da Oceania (clima, vegetação, relevo e hidrografia), pode-se elaborar um trabalho interdisciplinar com Ciências, com base no tema transversal Meio Ambiente. É possível desenvolver um trabalho de

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Outro grave problema enfrentado na Oceania é a ameaça de sua rica fauna original, da qual são exemplos o canguru, o ornitorrinco, o diabo da tasmânia e o coala. Essa ameaça é provocada pela introdução de diversas espécies de animais exóticos, trazidos pelos colonizadores. Muitas espécies locais foram extintas ou estão em acelerado processo de extinção. Elaborado pelos autores

Hidrografia e relevo A hidrografia apresenta rios estreitos, de curta extensão, cravados em vales profundos e com corredeiras que dificultam a navegação, com exceção dos rios Murray e Darling, na Austrália, os mais importantes do continente. As formas do relevo na Oceania apresentam diferenças significativas entre as ilhas do Pacífico, a Austrália e a Nova Zelândia, pois se originaram em períodos geológicos diferentes. Nas ilhas do Pacífico, o relevo é montanhoso, pois elas se encontram em uma área de choque de placas tectônicas sujeitas à ocorrência de atividade vulcânica e terremotos. Em Papua Nova Guiné está o ponto culminante do continente, o Monte Wilhelm, com 4 509 metros de altitude. A Nova Zelândia também apresenta relevo montanhoso, Fiorde: vale formado pela com vulcões ativos. O território neozelandês é constituído por ação de geleiras e inundado muitos lagos de origem vulcânica e o litoral apresenta muitas pelo mar. Algumas dessas penínsulas e fiordes. formações ultrapassam 350 km de comprimento, com O território australiano, distante das áreas de choque ou paredões que atingem mais separação de placas tectônicas, apresenta terrenos relativamente de 1 000 m de altura e uma estáveis, antigos e bastante desgastados. O relevo nessa parte da parte submersa com 1 500 m Oceania é constituído, principalmente, por planaltos e planícies. de profundidade.

ANTOINE LORGNIER/ONLY WORLD/ONLY FRANCE/AFP

AMPLIANDO HORIZONTES • RABELLO, L. Atol de Bikini. Mistérios do mundo. Disponível em: <http://livro.pro/ 96pqau>. Acesso em: 16 nov. 2018. Nesse site pode-se obter informações sobre as consequências dos testes nucleares no Atol de Bikini. • AFP. Situação da Grande Barreira de Coral australiana é mais grave que o previsto. Carta Capital. Disponível em: <http://livro.pro/3psemg>. Acesso em: 16 nov. 2018. Site para informações sobre os problemas ambientais na Grande Barreira Coralínea.

Milford Sound, o mais famoso e visitado fiorde da Nova Zelândia. Fotografia de 2018.

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pesquisa sobre os problemas ambientais na Oceania descritos no texto a seguir. Problemas ambientais na Oceania

A Oceania tem enfrentado sérios problemas ambientais provocados por toneladas de resíduos tóxicos

(óleo, pesticida e fertilizante) lançados nos oceanos que banham o continente. São mais de cinquenta locais de contaminação, em treze países, segundo o Programa Regional sobre o Meio Ambiente do Pacífico Sul. A Oceania também foi região de testes nuclea-

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res dos Estados Unidos e da França; esse fato ocasionou contaminação por radioatividade em muitos locais no oceano Pacífico. As duas potências mundiais se comprometeram a não mais testar armas nucleares no Pacífico Sul.

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INTERAGIR COM MAPAS

ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

NÃO ESCREVA NO LIVRO.

Oceania: altimetria e batimetria Observe o mapa.

Oceania: físico 180º L

-10 595 m

Is. Ogasawara

23˚ 27’ N

rianas Ma Is.

Is.

r de

a li

k

Is. Gilbert

Arq. de Bismarck CA

OCEANO PACÍFICO

D. I. Nova I. Bougainville CE io NT Bretanha Is. Salomão Fly RA Mar de L Arafura Estr. de Torres I. Guadalcanal PEN. DO Mar de Is. Santa Cruz CABO YORK Timor G TERRA DE Golfo de ARNHEM Carpentária Mar de Is. C. Lévêque Novas PLANALTO Corais Arq. Nova Hébridas KIMBERLEY RR C. Noroeste EIR Caledônia AC O

Is. Ellice

Is. Tokelau

I. Melville

C. Norte

R

MTE. KOSCIUSCO 2228 m

Mar da Tasmânia Estr. de Co L SU DO MTE.COOK S PE 3754 m AL

I. Tasmânia

Ilha do Sul

C. Sudoeste

OCEANO ÍNDICO 0

785

-10 045 m C. Leste Ilha do Norte

Altitude (em metros)

ok

I. King Estr. de Bass Arq. Furneaux

I. Stewart Is. Auckland

Ilhas Pitcairn

dec

Is. Kermadec I. Lord Howe

OS

AL P E S A U S T

Trópico de Capricórnio

Is. Tubuai

rma

g

I. Norfolk

IAN AL

CADEIA FL IN Rio CADE

-10 882 m

I. Fraser

ISÓRIA DIV

y

Fos Tonsa de ga

RA LÍN EA

RD

Rio Mu rra

in

Arq. Tuamotu I. Tahiti

Ke

CO

C. Naturaliste

Grande Baía Australiana Golfo de Spencer I. Kangaroo

rl Da

Is. Marquises Ilhas Cook

Fo ss a

GRA N D E

CADEIAS MACDONNELL DESERTO IL SIMPSON HE IRA Lago P ETE R A I E D RS EY MANN Eyre CA DE A GR I GRANDE DESERTO -15 m DE VITÓRIA Lago NULLABOR NÍCIE Torrens PLA

Is. Wallis Is. Samoa e Futuna Arq. de Tonga Is. Is. Fiji Niue

BA NDE RA

GRANDE DESERTO DE AREIA

Is. Phoenix

R

Jav a

Equador

MTE. WILHELM I. Nova Irlanda 4509 m

Is. Chatham I. Bounty

0 -200 -2 000 -4 000

Is. Antípodas I. Campbell

3 000 1 000 500 200 0

Profundidade (em metros)

Picos

Profundidades

ALLMAPS

inas Filip das

Ma

R

I. Havaí

Atol Johnston

Is.

-11 000 m Is. Carolinas

I. Nova Guiné

Ilhas Havaí

I. Wake Ilhas Marshall

tak Ra

Mar das Filipinas -10 830 m

Trópico de Câncer

I. Mauí

Fo

Mar da China Meridional

s s a d as Marianas

Is. Midway

ÁSIA

ssa Fo

A seção Interagir com mapas apresenta o mapa físico da Oceania, que inclui a altitude e a batimetria. Chamar a atenção dos alunos para o fato de que há mapas físicos que representam apenas a altimetria, complementada pelos rios. Os mapas físicos que apresentam altitude e batimetria são também denominados mapas hipsométricos. As cores neles usadas para representar as altitudes são chamadas cores hipsométricas, que representam faixas de altitude ou de batimetria delimitadas por curvas de nível. Em representações cartográficas de escala maior, como cartas e plantas, costuma-se representar as altitudes ou as batimetrias apenas por curvas de nível, sem colorir intervalos entre elas. Destacamos que a representação cartográfica das altitudes, incluindo os conteúdos a ela relacionados, foi trabalhada de forma sistematizada no volume do 6o ano. Na atividade 4, se julgar conveniente, ampliar as informações promovendo uma comparação entre os oceanos, conforme o quadro a seguir. Espera-se que os alunos respondam que não é possível identificar maiores profundidades, apenas observando o tom de azul, pois na última faixa foram representadas todas as profundidades que estão abaixo de 4 000 m; portanto, o azul mais escuro inclui uma gama bastante ampla de cotas batimétricas, já que as mais profundas vão além de –11 000 m. As localidades mais profundas, que correspondem às fossas submarinas, foram identificadas com nomes e cotas de profundidade. São elas: fossa das Marianas

Fonte: GIRARDI, G.; ROSA, J. V. Atlas geográfico do estudante. São Paulo: FTD, 2016. p. 147.

Os mapas físicos representam características do relevo e da hidrografia de um determinado espaço. Em alguns mapas físicos, como o representado acima, além da altimetria (altitudes) também é representada a batimetria (profundidade). Observe que a altimetria é representada por diferentes cores e tons. Como costuma ocorrer em outros mapas físicos, o verde é utilizado para faixas de altitude mais baixas, seguido de amarelo, laranja e marrom. Para a faixa de altitudes mais elevadas, em alguns mapas físicos, é comum o uso do lilás ou branco para transmitir a ideia de ocorrência de neve ou temperaturas baixas.

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(–11 000 m); fossa Kermadec (–10 045 m); fossa de Tonga (–10 882 m); fossa de Porto Rico (9 220 m); fossa do Almirante (9 000 m); fossas Ilhas Sandwich do Sul (8 264 m).

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Profundidade média

Oceano Pacífico

Oceano Atlântico

Oceano Índico

4 282 m

3 600 m

4 000 m

Fonte: TEIXEIRA, W. et al. (Orgs.). Decifrando a Terra. 2. ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2009. p. 380.

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AMPLIANDO HORIZONTES • TESSLER, M. G.; MAHIQUES, M. M. de. Relevo dos oceanos. IN: TEIXEIRA, W. et al. (Orgs.). Decifrando a Terra. 2a ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2009. p. 378-384. Neste texto é possível acessar informações sobre as fossas submarinas e as demais unidades do relevo submarino. • COPLEY, J. Novo mapeamento revela a topografia oceânica. Scientific American Brasil. Disponível em: <http://livro.pro/8jnnuw>. Acesso em: 16 nov. 2018. O texto comenta o trabalho de mapeamento do fundo oceânico feito com o auxílio de satélites. • OTTOBONI, J. Sacola plástica é encontrada a mais de 10 mil metros de profundidade. Envolverde. Disponível em: <http://livro.pro/iuufwx>. Acesso em: 16 nov. 2018. O texto trata da poluição de águas abissais.

Já a batimetria é representada por diferentes tons de azul. Os tons mais claros são usados para as menores profundidades e os mais escuros, para as maiores. Note também que os números que indicam as faixas de profundidade são negativos, para ressaltar a ideia de que estamos trabalhando com informações do relevo submarino, ou seja, abaixo do nível do mar (0 metro). Leia o texto a seguir, que traz informações sobre a profundidade do assoalho oceânico terrestre.

A profundidade média dos oceanos é estimada em 3 870 m, com as maiores profundidades localizadas no Challenger Deep (11 037 m) na Fossa das Marianas, no oceano Pacífico que, entre todos os oceanos, é o que possui também a maior profundidade média (4 282 m) com cerca de 87% dos seus fundos localizados a mais de 3 000 m. As maiores profundidades do oceano Atlântico, cuja profundidade média não ultrapassa os 3 600 m, estão localizadas junto às fossas de Porto Rico (9 220 m) e próximas às Ilhas Sandwich do Sul (8 264 m). O oceano Índico, que possui profundidade média de 4 000 m, tem sua maior profundidade localizada na Fossa do Almirante (9 000 m). TEIXEIRA, W. et al. Decifrando a Terra. 2. ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2009. p. 378.

3. São quatro faixas. Do azul mais claro para o mais escuro são: de 0 a –200 m; de –200 m a –2 000 m; de –2 000 m a –4 000 m; abaixo de –4 000 m. No mapa, observe atentamente a altimetria e a batimetria da Oceania para fazer as atividades de 1 a 4 em seu caderno.

1. Quais faixas de altitude predominam no território da Austrália? De 0 a 200 m e de 200 a 500 m.

2. Quais são e onde se localizam os pontos mais elevados da Oceania? Cite também as altitudes deles. Monte Cook, com 3 754, na Nova Zelândia; e Monte Wilhelm, com 4 509, na Papua Nova Guiné. 3. Quantas faixas de batimetria foram representadas? Cite as profundidades que delimitam cada faixa, relacionando-as aos tons de azul.

4. Quais são as maiores profundidades indicadas no mapa e no texto? É possível identificá-las ou representá-las apenas com os tons de azul sugeridos? Explique sua resposta.

5. Em grupo, façam uma pesquisa sobre as fossas oceânicas (também chamadas de fossas submarinas): como se formaram, aspectos da fauna, questões relacionadas à poluição das águas etc. Montem uma apresentação visual (digital ou impressa) com as informações coletadas, não esquecendo de incluir um planisfério com a representação da batimetria e identificação das fossas oceânicas pesquisadas.

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Para a coleta de dados da atividade 5, é possível sugerir aos alunos algumas fontes, como livros de Ciências ou específicos sobre oceanos, que eventualmente façam parte do acervo da escola, ou materiais disponíveis na internet.

A pesquisa pode ser ampliada em uma atividade interdisciplinar com Ciências sobre estudos envolvendo os fundos dos oceanos e mais especificamente as fossas submarinas, como os citados na seção Ampliando horizontes.

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ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

População Observe o mapa e responda às atividades no caderno.

Oceania: distribuição da população 160º L

NAURU PAPUA NOVA GUINÉ

ILHAS SALOMÃO

Densidade da população (habitantes por km²)

TUVALU

Port Moresby

De 0 a 1 De 1 a 10 De 10 a 25

VANUATU

De 25 a 50 De 50 a 100

NOVA CALEDÔNIA (FRA)

Áreas desabitadas

FIJI

Trópico de Capricórnio

Brisbane Gold Coast

AUSTRÁLIA

OCEANO PACÍFICO

Aglomerados urbanos (em milhões de habitantes) De 1 a 2,5 De 2,5 a 5

Perth

OCEANO ÍNDICO 0

Centros urbanos (em milhares de habitantes)

Newcastle Sydney Adelaide

ALLMAPS

Solicitar a leitura do mapa, que mostra a distribuição da população da Oceania no território, e encaminhar as atividades 1 e 2. Na atividade 2, orientar os alunos a comparar o mapa da distribuição da população com o mapa físico da Oceania na página 238 e os de clima e vegetação na página 236. Espera-se que os alunos indiquem que a presença de desertos com climas quentes e a escassez de água no centro-oeste da Austrália contribuem para dificultar a ocupação humana. Chamar a atenção para a baixa densidade demográfica do continente e para a distribuição irregular da população. Comentar que a população está concentrada principalmente no norte da Nova Zelândia e de Papua Nova Guiné e ao longo da costa do Pacífico, na Austrália. Sobre a expansão da ocupação do território australiano, com a colonização europeia, sugerimos explorar com os alunos informações do trecho citado na seção Texto complementar. Destacar que a Oceania foi colonizada principalmente por britânicos (Austrália, Nova Zelândia e diversas ilhas menores), estadunidenses (Micronésia e Havaí) e franceses (várias ilhas da Polinésia). Comentar que a Austrália se transformou em colônia penal do Reino Unido, recebendo muitos criminosos europeus que lá pagariam suas penas. Também recebeu muitos militares e funcionários para a administração colonial. A Nova Zelândia tornou-se fornecedora de minérios, carne e lã para a Europa. As ilhas da Micronésia e do Havaí foram ocupadas em razão da posição estratégica para o expansionismo estadunidense, pois favoreciam a instalação de bases militares. O processo de independência dos países da Oceania ocorreu de forma diversifi-

Auckland

Camberra

De 100 a 500 Mais de 500

Melbourne

546

Menos de 100

Wellington NOVA ZELÂNDIA Christchurch

Fonte: ISTITUTO GEOGRAFICO DE AGOSTINI. Atlante geografico metodico De Agostini. Novara: 2018. p. 173.

1. Em que áreas da Oceania estão as maiores concentrações populacionais? No sudeste e no oeste da Austrália e no norte de Papua Nova Guiné.

2. Em sua opinião, que fatores naturais ajudam a explicar as áreas desabitadas na Austrália?

Auxiliar os alunos na elaboração da resposta. Austrália, Nova Zelândia e Papua Nova Guiné comportam cerca de 94% da população da Oceania, cuja densidade demográfica é de apenas 4,5 hab./km². Muito antes da chegada dos europeus, a Oceania era habitada por povos originários com diferentes características sociais e culturais. A partir do século XVIII, com a ocupação do continente pelo colonizador, a situação desses povos originários, que foram nomeados pelos europeus de aborígenes, começou a mudar. Muitos foram expulsos de suas terras, escravizados, confinados em reservas ou exterminados pela violência imposta pelos colonizadores. Ainda hoje seus descendentes são vítimas de ações governamentais que visam desarticular suas culturas, de preconceito e segregação social, aspectos que se refletem em condições de vida inferiores às do restante da população do continente.

MURAL Survival. Disponível em: <http://livro.pro/r38gim>. Acesso em: 7 nov. 2018. Existem cerca de quinhentos povos originários na Austrália, denominados genericamente aborígenes. Nesse site, do movimento global Survival, você pode informar-se um pouco mais sobre eles.

240 cada. A Austrália tornou-se independente em 1901, e a Nova Zelândia, em 1931. Já os países da Micronésia e da Melanésia deram início a esse processo em 1956. Ainda há, no entanto, em todo o continente, muitas ilhas sob domínio estrangeiro, até mesmo de países da própria Oceania. D2_GEO_F2_2054_V9_U08_G20.indd 240

Promover a leitura coletiva do quadro com os indicadores socioeconômicos da Oceania, incentivando os alunos a fazer comparações entre os países.

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gem através de uma linha de montanhas conhecidas como a Grande Cordilheira de Divisão. Mais tarde, outros exploraram algumas das partes mais inóspitas do interior da Austrália, incluindo a árida Planície de Nullarbor e o centro e o noroeste da Austrália. [...]. Durante as próximas três décadas, os colonos seguiram as pegadas dos exploradores do interior e expandiram-se através da maioria das partes habitáveis do continente. [...]. O crescimento da indústria da lã e a descoberta de ouro na Nova Gales do Sul e em Vitória, em 1851, deram origem a enormes aumentos no número de colonos livres vindo para a Austrália. A população total da Austrália triplicou de 430 000 em 1851 para 1,7 milhão em 1871. A maioria destas novas chegadas eram britânicas, mas incluíam também pessoas das Américas, da França, da Itália, da Alemanha, da Polônia e da Hungria. Cerca de 40 000 chineses vieram também para a Austrália à procura de ouro – o maior grupo após os britânicos.

Os descendentes de europeus são a maioria da população na Austrália e na Nova Zelândia. Nesses dois países, o inglês é o idioma oficial e a religião predominante é o Cristianismo. As ilhas do Pacífico contam com número maior de descendentes dos povos originários, onde prevalecem as línguas e religiões nativas. Os contrastes socioeconômicos na Oceania são bem acentuados. Observe o quadro. Oceania: IDH e indicadores socioeconômicos (países selecionados) – 2018

País

IDH

Posição

Expectativa de vida ao nascer (em anos)

Austrália

0,939

3o

83,1

3,1

43.560

Nova Zelândia

0,917

16o

82

4,5

33.970

Palau

0,798

60o

73,4

13,7

12.831

Tonga

0,726

98o

73,2

8,1

5.547

Vanuatu

0,603

138o

72,3

23,1

2.295

0,546

152o

71,0

21,8

1.872

0,544

153o

65,7

42,4

3.403

0,728

72,2

29,9

15.295

Ilhas Salomão Papua Nova Guiné Mundo

Índice de mortalidade PIB per capita infantil (a cada (em dólares) 1 000 nascidos vivos)

Fonte: UNDP. Human Development Report 2018. New York, 2018. p. 22-25; 48-51.

Austrália e Nova Zelândia são os países mais ricos do continente, com economia diversificada e, no geral, excelentes condições de vida para a população. Os demais países da Oceania têm economias dependentes da agricultura, pesca, exportação de matérias-primas e, especialmente, do turismo. As ilhas do Pacífico, em geral, convivem com indicadores sociais abaixo da média mundial. Em muitas delas há pouca disponibilidade de água potável e de infraestruturas como sistemas de transporte e energia elétrica.

COMMONWEALTH OF AUSTRALIA. A vida na Austrália. Barton, 2007. p. 16-17. Disponível em: <https:// issuu.com/globalmigration/docs/ portuguese>. Acesso em: 16 nov. 2018.

MURAL Geração roubada. Direção: Phillip Noyce. Austrália, 2002. Três garotas aborígenes fogem de um campo criado para treinar mulheres do seu povo para serem empregadas domésticas. Elas percorrem o interior da Austrália para voltar à sua aldeia de origem e são perseguidas pelas autoridades locais.

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TEXTO COMPLEMENTAR O texto a seguir aborda a expansão da colonização europeia na Austrália. Desde o início do século XVII, exploradores portugueses, holandeses e espanhóis relataram ter avistado várias partes da costa do que era então conhe-

cido como Terra Australis Incognita (a terra do sul desconhecida). Em 1770, um inglês, James Cook, no seu navio de SM Endeavour, cartografou a costa este da Austrália e reclamou-a para a Coroa Britânica. A Grã-Bretanha decidiu subsequen-

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temente usar este novo posto avançado como uma colônia para criminosos condenados. [...] Muitos exploradores efetuaram difíceis e perigosas expedições a norte e a sul ao longo da costa e a ocidente para o interior procurando uma passa-

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ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

Austrália Território e sociedade Observe o mapa e responda à questão no caderno.

Austrália: político 140° L Equador

Darwin

OCEANO PACÍFICO

TERRITÓRIO DO NORTE

QUEENSLAND

Trópico de Capricórnio

AUSTRÁLIA OCIDENTAL

AUSTRÁLIA DO SUL

Perth Adelaide

OCEANO ÍNDICO ALLMAPS

Explorar o mapa que representa a divisão política da Austrália, encaminhando a atividade 1. Outras perguntas podem ser feitas, como “a Austrália faz limite por terra com algum país?”; “Qual o país mais próximo à Austrália?”. Comentar que a Austrália não faz limite por terra com nenhum país, e o país mais próximo no continente é Papua Nova Guiné, ao norte. A seguir, promover a leitura compartilhada do texto. Sobre a Comunidade Britânica de Nações (Commonwealth), comentar que a organização foi fundada em 1949 e que os 53 países-membros se associaram de forma voluntária. Há membros localizados na África, na Ásia, na América, na Europa e na Oceania. Trinta e um dos países-membros da organização possuem população de aproximadamente 1,5 milhão de habitantes. As diferenças socioeconômicas entre os países-membros também são acentuadas. Reino Unido, Canadá, Austrália e Nova Zelândia são os mais desenvolvidos. Com exceção de Moçambique, todos os países-membros foram colônias britânicas e têm o inglês como língua oficial. Comentar que a sociedade australiana é considerada multicultural por causa da presença de grande quantidade de imigrantes. Atualmente, um em cada quatro cidadãos é imigrante ou filho de imigrantes. Apesar de o inglês ser o idioma oficial, o último censo australiano apontou que cerca de 400 línguas são faladas em domicílios do país, com destaque para o italiano, o grego, o mandarim, o francês e o árabe. Na atividade 2, incentivar os alunos a analisar cada um dos dados para compor a resposta. Nesta etapa final do Ensino Fundamental, os alunos já têm condições de fazer esta análise, pois se espera

Principais cidades Capital

Brisbane

NOVA GALES DO SUL Sydney CAMBERRA VITÓRIA Melbourne I. Tasmânia

0

819

Fonte: ISTITUTO GEOGRAFICO DE AGOSTINI. Atlante geografico metodico De Agostini. Novara: 2018. p. 178-179.

1. Em quais estados e territórios a Austrália está dividida? Estados: Austrália Ocidental,

Queensland, Nova Gales do Sul, Vitória, Austrália Meridional e Tasmânia; território: Território do Norte. Com uma área territorial de 7 741 220 km², a Austrália é o maior país da Oceania e o sexto do mundo, atrás de Rússia, Canadá, Estados Unidos, China e Brasil. O território australiano é organizado em seis estados e um território. Comunidade Britânica de O país conquistou a independência em relação ao Reino Unido Nações (Commonwealth): em 1901, adotando o nome oficial de Comunidade Austrália. Em organização que reúne 53 países que foram colônias 1949, a Austrália passou a integrar a Comunidade Britânica de britânicas e cujo principal Nações (Commonwealth), instituição que ajudou a criar. objetivo é a cooperação política A Austrália é uma monarquia parlamentar: o Chefe de Ese econômica. tado é o monarca da Inglaterra e o Chefe de Governo é o priChefe de Estado: pessoa sem poderes administrativos meiro-ministro australiano, eleito por parlamentares australianos que representa o país de forma que, por sua vez, são eleitos pela população do país. cerimonial, como em eventos Com cerca de 24,5 milhões de habitantes (2017), a Austrália para autoridades e programas humanitários. é o país mais populoso da Oceania, representando aproximadaChefe de Governo: cuida mente 59% da população continental. Com um grande território de toda a administração do e uma população relativamente pequena, o país apresenta uma país, inclusive das questões das mais baixas densidades demográficas do mundo, cerca de econômicas e da política de segurança externa. 3 hab./km².

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que tenham trabalhado com esses dados anteriormente. A expectativa de vida e a taxa de mortalidade infantil são dados que remetem diretamente às condições da saúde da população, que estão relacionadas ao acesso a serviços médicos e hospitalares e a outros fatores, como alimentação e

saneamento básico. A renda per capita é uma média e, portanto, não considera a diferença entre locais, não revelando desigualdades sociais de um país. Com base nos dados, espera-se que eles respondam que os brasileiros migram para a Austrália em busca de um melhor padrão de vida.

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relativamente mais próximos geograficamente. “Estudos recentes mostram que os imigrantes brasileiros preocupados com seus níveis educacionais têm crescido ano a ano. Os resultados da população estudada mostram que 82,6% daqueles que foram a Austrália possuíam um bacharelado ou estavam cursando um nível terciário, incluindo MBAs, mestrados ou doutorados”, explica Cruz. Aliado ao fato de que 56,9% desses imigrantes possuem idades entre 21 e 30 anos, Cruz sugere que o país está “perdendo mentes”. “Eles são jovens mentes que estão começando suas carreiras e deixando o Brasil porque não veem perspectivas vigorosas no país”, diz ele. A porcentagem de brasileiros qualificados na Austrália supera até mesmo a taxa dos nativos: em termos de diplomados, eles são 57,45% contra 18,88% de australianos com o mesmo nível educacional. [...]

Os climas desértico e semiárido, predominantes no território da Austrália, não favoreceram a ocupação humana na região do Planalto Australiano (centro-oeste do país). Há maior concentração de pessoas no litoral oriental e na Cordilheira Australiana, em uma faixa de terra entre 50 e 400 quilômetros de largura. A maioria dos australianos vive em cidades concentradas, principalmente, no litoral dos oceanos Pacífico e do Índico, com destaque para Camberra (a capital do país), Sydney, Melbourne, Brisbane, Perth e Adelaide. A Austrália é um país que apresenta elevado desenvolvimento socioeconômico. Em 2017, foi o terceiro país no ranking mundial do IDH, atrás somente da Noruega e da Suíça. Os elevados índices socioeconômicos, as boas universidades e as ofertas de postos de trabalho estão entre os fatores que atraem imigrantes com alta qualificação profissional e acadêmica, incluindo muitos brasileiros. Compare no quadro alguns indicadores socioeconômicos de Austrália e Brasil. Austrália e Brasil: indicadores sociais – 2017

IDH/posição

Expectativa de vida ao nascer (em anos)

Índice de mortalidade infantil (a cada 1 000 nascidos vivos)

Renda per capita (em dólares)

Austrália

0,939 / 3o

83,1

3,1

43.560

Brasil

0,759 / 79o

75,7

13,5

13.755

Fonte: UNDP. Human Development Report 2018. New York, 2018. p. 22-23; 48-49.

2. Em sua opinião, por que brasileiros bem qualificados profissionalmente migram para a Austrália? Analise os dados do quadro e converse com seus colegas e o professor a respeito.

CATRACA LIVRE. Brasileiros são um dos imigrantes mais qualificados na Austrália. Disponível em: <https://catracalivre. com.br/viagem-livre/brasileiros-saoum-dos-imigrantes-mais-qualificadosna-australia/>. Acesso em: 16 nov. 2018. EQROY/ALAMY/FOTOARENA

AMPLIANDO HORIZONTES • THE COMMONWEALTH. Disponível em: <http://livro. pro/ije5jd>. Acesso em: 16 nov. 2018. Site em inglês com informações sobre a Comunidade Britânica de Nações.

Parte do campus da University of Sydney, uma das mais prestigiadas universidades da Austrália. Fotografia de 2017.

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TEXTO COMPLEMENTAR

“Brasileiros são o grupo de imigrantes com mais universitários na Austrália”, revela o professor Eduardo Picanço Cruz, da UFF (Universidade Federal Fluminense), do Rio de Janeiro, em uma pesquisa sobre as viagens do Brasil para o país

oceânico. “Nós estamos surpresos em descobrir isso”, completou ele em entrevista ao portal australiano SBS. [...] Baseado em estatísticas do censo australiano de 2011, a pesquisa mostra que, entre os imigrantes que já possuem diplomas universi-

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tários, os brasileiros estão à frente em relação ao volume de imigrantes total na Austrália. Se MBAs, mestrados e doutorados são incluídos, o Brasil possui o quarto grupo imigrante mais qualificado do país, atrás apenas de Bangladesh, Índia e Nepal – países asiáticos

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ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

Atividades econômicas A economia australiana é uma das mais diversificadas e dinâmicas do mundo. Em 2017, o país estava entre as 15 maiores economias do planeta. Observe, no mapa, a distribuição das atividades industrial e agropecuária e das principais jazidas minerais no território australiano.

Austrália: indústria, agropecuária e minerais 140º O

Bosques e florestas

OCEANO PACÍFICO

OCEANO ÍNDICO

Minerais

Pradarias, pastos e arbustos

Bauxita

Áreas agrícolas extensivas e intensivas

Prata

Áreas agrícolas misturadas com bosques

Diamantes

Áreas agrícolas misturadas com cobertura arbustiva

Ferro

Fontes de energia

Mount Isa

Tennant Creek

20° S

Gladstone

Alice Springs

Brisbane

Port Augusta

Perth

KalgoorlieBoulder

Newcastle Sydney

Broken Hill Adelaide

Manganês

Carbono

Níquel

Carvão

Ouro

Petróleo

Chumbo-Zinco

Gás natural

Cobre

Urânio

Estanho Tungstênio

Indústria Principais centros industriais

Camberra

Melbourne

0

ALLMAPS

Nas páginas 244 e 245, destacamos as principais atividades econômicas na Austrália. Solicitar aos alunos que leiam o mapa da página 244 e respondam às atividades 1 a 3. Se julgar conveniente, pedir que retomem os mapas de distribuição da população e dos aspectos físicos da Oceania para que estabeleçam relações da distribuição dos recursos minerais com as atividades econômicas. A seguir, promover a leitura coletiva do texto, que destaca os principais aspectos das atividades econômicas praticadas na Austrália. Comentar que a intensa extração mineral, aliada à disponibilidade de recursos energéticos e aos grandes investimentos, favoreceram a formação de um parque industrial bastante diversificado. Destacar que apenas 7% do território australiano apresenta condições naturais favoráveis para a prática da agricultura e da pecuária. Como vimos, os desertos ocupam parcela considerável do país. Assim, a distribuição das atividades agropecuárias tem relação com as condições climáticas existentes na Austrália. As poucas áreas agrícolas existentes nos climas semiáridos utilizam técnicas de irrigação, uma vez que ocorre grande escassez de chuvas. A água utilizada é retirada do subsolo, por meio de poços artesianos. Na atividade 4, espera-se que os alunos respondam que a parceria comercial entre Austrália e China está pautada nas exportações de matérias-primas e que, se um dia a China vier a enfrentar alguma crise econômica, provavelmente reduzirá as importações de produtos australianos, o que poderá afetar a economia do país.

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Fonte: ISTITUTO GEOGRAFICO DE AGOSTINI. Atlante geografico metodico De Agostini. Novara: 2018. p. 175.

1. As atividades econômicas da Austrália concentram-se em qual região do território? As atividades econômicas estão concentradas na porção oriental do território australiano.

2. Indique a localização das concentrações industriais e das principais jazidas minerais. 3. Cite três recursos naturais e energéticos explorados no território australiano.

O aluno poderá citar: gás natural, petróleo, carvão, ferro, chumbo etc. A mineração é uma das atividades econômicas de grande destaque na Austrália. A abundância de recursos minerais, associada à tecnologia empregada no processo de extração, coloca o país entre os maiores produtores mundiais de bauxita, diamante, ouro, chumbo, cobalto, minério de ferro, níquel, prata, zinco e urânio. A atividade corresponde a, aproximadamente, 37% das exportações do país, sendo o minério de ferro o produto mais exportado. A indústria está concentrada, principalmente, em Sydney, Melbourne e Perth, destacando-se os setores siderúrgico, petroquímico, metalúrgico, automobilístico e de bens de consumo não duráveis (têxtil, alimentício, bebidas e vestuário).

MURAL

2. As indústrias estão localizadas próximas às grandes cidades do país e os recursos são encontrados, principalmente, na Cordilheira Australiana e no Planalto Ocidental.

The Observatory of Economic Complexity. Disponível em: <http://livro.pro/y5skcx>. Acesso em: 7 nov. 2018. Nesse link, você encontra dados e análises sobre exportações e importações australianas.

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Sobre a dependência econômica do mercado externo da Austrália em relação à China, a discussão pode ser ampliada com a leitura do trecho citado em Texto complementar.

TEXTO COMPLEMENTAR Qual o segredo do crescimento ininterrupto da Austrália? "A Austrália é um dos países que mais se beneficiaram do crescimento e da industrialização da China nas últimas três décadas", afirma o economista da

Universidade da Tasmânia, Saul Eslake. A China tem sido considerada há bastante tempo o parceiro comercial mais importante da Austrália – um terço das exportações do país tem o gigante asiático como destino. As matérias-primas estão

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de livre-comércio deve ser negociado com a União Europeia." Com o objetivo de reduzir essa dependência da China, o primeiro-ministro australiano, Malcolm Turnbull, está pressionando por investimentos maiores em novas tecnologias. [...]

A agricultura, praticada predominantemente em grandes propriedades, é mecanizada e utiliza técnicas modernas de plantio e cultivo. As principais áreas agrícolas concentram-se nas regiões leste, sudeste e sudoeste da Austrália, onde os climas úmidos e os solos férteis são mais favoráveis ao cultivo de cereais (especialmente trigo e milho), cana-de-açúcar, uva, banana, entre outros. A pecuária é praticada, sobretudo, nas áreas de clima semiárido. Destacam-se os rebanhos de ovinos, caprinos e bovinos, que garantem à Austrália uma grande produção de lã, pele e carne. Em 2016, esteve entre os três maiores exportadores de carne bovina e ovina. O setor de serviços é o que tem maior participação no PIB da Austrália, destacando-se os serviços financeiros, educacionais e turísticos, entre outros. O turismo teve grande crescimento, especialmente após as Olimpíadas de Sydney, em 2000. O país apresenta paisagens naturais e culturais que atraem todos os anos milhões de turistas. O dinamismo das atividades econômicas australianas e o crescimento da economia têm sido associados às parcerias comerciais com a China. A Austrália se beneficiou bastante do crescimento industrial do gigante asiático: cerca de um terço das exportações, principalmente de minerais e produtos agrícolas, tem a China como destino.

DEUTSCHE WELLE. Qual o segredo do crescimento ininterrupto da Austrália? Carta Capital. Disponível em: <www. cartacapital.com.br/economia/ qual-o-segredo-do-crescimentoininterrupto-da-australia>. Acesso em: 16 nov. 2018.

AMPLIANDO HORIZONTES • PORTAL OCEANIA. Austrália. Disponível em: <http://livro. pro/ubpb66>. Acesso em: 16 nov. 2018. O site traz interessantes informações sobre a Austrália, como suas principais cidades, atrações turísticas, características da população, da economia e dos aspectos naturais do país. • AUSTRÁLIA. Direção: Baz Luhrmann. Estados Unidos, 2008 (165 min). O filme conta a história de uma inglesa que viaja para a Austrália, no período pré-Segunda Guerra Mundial. Lá conhece um australiano que irá ajudá-la a salvar a propriedade que herdou. Juntos, eles embarcam em uma jornada para transportar o gado até uma cidade, atravessando belas paisagens do território australiano, acompanhados por um aborígene idoso.

4. De acordo com especialistas, a dependência da Austrália em relação ao

CHRIS PUTNAM/ALAMY/FOTOARENA

mercado chinês pode ser um problema, daí a necessidade de ampliar acordos comerciais com outros parceiros. Em sua opinião, por que essa dependência comercial em relação à China pode se tornar um problema para a economia australiana?

Plantação de cana-de-açúcar na área rural de Nova Gales do Sul, Austrália, 2018.

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no centro da indústria de exportações da Austrália, com produtos como minério de ferro e repolho gerando grandes lucros. Mas esse crescimento exponencial no ramo das matérias-primas, do qual a Austrália se beneficiou por anos, está acabado. "O fato

de os australianos terem um forte comprador de seus bens e serviços é, antes de tudo, positivo", afirma Werner Kemper, diretor da Câmara de Comércio e Indústria Austrália-Alemanha (AHK). "Enquanto a China estiver indo bem, a Austrália também estará."

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No entanto, essa dependência econômica da China se torna um problema quando atinge um obstáculo, apontou o especialista. "É por isso que os australianos começaram a procurar novos parceiros e novos produtos. E no final do ano [de 2017], um acordo

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ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

Nova Zelândia Território, sociedade e economia Com uma área territorial de 267 710 km², a Nova Zelândia está localizada no sul da Oceania, a sudeste da Austrália. Observe o mapa.

Nova Zelândia: político Is. Norfolk (AUS)

175° L

OCEANO PACÍFICO

Is. Kermadec (NZL)

I. do Norte 40° S

Wellington I. do Sul

Is. Chatham (NZL)

Apia

Is. Bounty (NZL)

Nukualofa TONGA Niue (NZL)

Is. Antípodas (NZL) Is. Auckland (NZL) I. Campbell (NZL)

Samoa (EUA)

or

Is. C

oo

kd

o

N

15° S

ok

Fonte: ISTITUTO GEOGRAFICO DE AGOSTINI. Atlante geografico metodico De Agostini. Novara: 2018. p. 179.

SAMOA

Co

Mar da Tasmânia

I. Stewart (NZL)

te

Is. Tokelau 165° O (NZL)

0

280

Is. Coo k

Raratonga 0

do Su l 525

ALLMAPS

NOVA ZELÂNDIA

Is.

Em uma roda de conversa, promover a leitura compartilhada dos textos das páginas 246 e 247 que trazem um panorama geral sobre a Nova Zelândia, com destaque para o território, a sociedade e a economia. Comentar que o território neozelandês é um arquipélago um pouco maior em extensão que o estado do Rio Grande do Sul. O país possui ainda três territórios no oceano Pacífico: as Ilhas Cook, Niue e Toquelau. A Nova Zelândia é o terceiro país mais populoso da Oceania – atrás da Austrália e de Papua Nova Guiné – e sua densidade demográfica é de cerca de 17 hab./km². Destacar a influência do povo originário maori na cultura neozelandesa. Na seção Interação no livro do aluno há atividades que exploram essa temática e na seção Ampliando horizontes deste manual há uma sugestão de livro sobre esse povo originário. Se julgar pertinente, proponha à turma a elaboração de um painel de imagens que mostrem aspectos da cultura maori, como esculturas, bordados, tatuagens, danças e lendas. Sobre o turismo, destacar que o relevo montanhoso, presente em grande parte do território, favorece a prática do trekking (longas caminhadas em terreno com muitas subidas e descidas) e do rapel (descida de encostas ou cachoeiras por meio de cordas). Nas montanhas cobertas de neve pratica-se o esqui e o snowboarding (deslizar sobre a neve usando pranchas). As corredeiras e quedas-d’água nos rios neozelandeses são utilizadas para o rafting (descida pelas corredeiras de um rio com barcos infláveis) e o canyoning (escalada de cachoeiras). Se julgar pertinente, comentar que, em 1983, Austrália e Nova Zelândia, buscando maior aproximação,

A Nova Zelândia é um país-arquipélago constituído por duas ilhas principais, a Ilha do Norte e a Ilha do Sul, e diversas ilhas menores. O território neozelandês encontra-se em uma área de instabilidade tectônica, estando sujeito à ocorrência de vulcões e terremotos. O clima é temperado e o relevo, predominantemente montanhoso. A Nova Zelândia conquistou a independência em relação à Inglaterra em 1947, tornou-se uma monarquia parlamentarista e membro da Commonwealth em 1949. Com cerca de 4,7 milhões de habitantes (2017), a população do país representa cerca de 12% do total de habitantes do continente. A maior parcela da população neozelandesa vive na Ilha do Norte. Ex-colônia inglesa, a Nova Zelândia tem forte presença da cultura do colonizador europeu. Entretanto, os maoris, povos nativos que representam cerca de 10% da população, também exercem grande influência na cultura do país. Os indicadores sociais da Nova Zelândia refletem a boa condição de vida da população em geral. A mortalidade infantil é baixa, não há analfabetos entre a população adulta e a expectativa de vida é alta, superior a 80 anos. Com isso, o país apresenta elevado desenvolvimento social e econômico. Em 2017, o país foi o décimo sexto no ranking mundial do IDH, com índice de 0,917.

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cooperação comercial e a instituição de uma zona de livre-comércio, criaram o Acordo Comercial sobre Relações Econômicas entre Austrália e Nova Zelândia (ANZCERTA, sigla em inglês). A parceria comercial entre Austrália e Nova Zelândia fortaleceu o comércio externo dos dois países, apro-

ximando-os economicamente ainda mais dos países da Europa e dos Estados Unidos, além de atrair novos parceiros comerciais, como Japão, China e Coreia do Sul.

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AMPLIANDO HORIZONTES • PONTY, C. M.; MOZZICONACCI, C. História dos Maoris: um povo da Oceania. São Paulo: Comboio de Corda, 2007. Neste livro, conta-se a história e as lendas dos Maoris, povo originário da Polinésia que ocupou a Nova Zelândia por volta do século IX. • THE OBSERVATORY OF ECONOMIC COMPLEXITY. Nova Zelândia. Disponível em: <http://livro.pro/879726>. Acesso em: 16 nov. 2018. Neste site você encontra dados e análises sobre importações e exportações da Nova Zelândia.

A economia neozelandesa, assim como a australiana, é bem diversificada. Observe o mapa.

Nova Zelândia: atividades econômicas 170° L

Auckland OCEANO PACÍFICO

40° S

Wellington

Bosques e florestas

Christchurch

Pradarias, pastos e arbustos Áreas agrícolas extensivas e intensivas Áreas agrícolas misturadas com cobertura arbustiva Fontes de energia Carvão

Indústria 0

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Principais centros industriais

ALLMAPS

Gás natural

Fonte: ISTITUTO GEOGRAFICO DE AGOSTINI. Atlante geografico metodico De Agostini. Novara: 2018. p. 175.

O principal destaque da pecuária é a criação de ovelhas, que faz da Nova Zelândia um dos grandes produtores e exportadores mundiais de lã e carne de ovinos. A criação de bovinos, concentrada na Ilha do Norte, também é bastante expressiva. O país é grande produtor de carne e leite, destinados, principalmente, à exportação, sendo China e Austrália os principais destinos. A produção pecuária, em geral, aplica técnicas modernas e tecnologia de ponta, visando à qualidade dos produtos e ao aumento da produtividade. A predominância de um relevo montanhoso dificulta o desenvolvimento da agricultura. Há pequenas áreas próprias para o cultivo arável. Os principais produtos da agricultura neozelandesa são cevada, milho, trigo, kiwi, maçã, pera, legumes e verduras. A atividade industrial está vinculada ao beneficiamento dos produtos agropecuários, com destaque para as indústrias de laticínios, têxteis e frigoríficas. A disponibilidade de recursos minerais e energéticos favoreceu o desenvolvimento das indústrias siderúrgicas, metalúrgicas e petroquímicas. Assim como a Austrália, o setor terciário da Nova Zelândia tem grande participação no PIB, com atividades bastante diversificadas e modernas. No turismo, o país atrai simpatizantes e adeptos de esportes radicais como o trekking, o rapel, o esqui e o snowboarding, além de rafting e canyoning nos rios e quedas-d’água.

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ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

PENSAR E AGIR NÃO ESCREVA NO LIVRO.

Refugiados climáticos Refugiados climáticos e migrantes climáticos são termos usados para se referir a pessoas que são obrigadas a deixar o lugar onde vivem, por tempo determinado ou de forma permanente, em razão de eventos relacionados ao clima e suas consequências. Entre esses eventos, podemos destacar a elevação do nível do mar, as secas, a desertificação e a ocorrência de ciclones, entre outros. Observe o mapa.

Mundo: eventos relacionados às migrações climáticas

PAÍSES BAIXOS Delta do Pó (Veneza)

Delta do Mississípi Flórida

Trópico de Câncer

OCEANO PACÍFICO NEPAL CHINA

Delta do Nilo

BANGLADESH

Antilhas

OCEANO PACÍFICO

FILIPINAS

CHADE Delta do Mékong

GUIANA

Equador

Delta do Yangzi (Xangai)

Seychelles

OCEANO ATLÂNTICO Maurício

pricórnio Trópico de Ca

Costa leste de Sumatra

OCEANO ÍNDICO

INDONÉSIA

Ilhas do Pacífico Marshall Kiribati Tuvalu

Fiji Vanuatu

ARGENTINA

0

2 395

Polar Círculo

Antártico

Derretimento das calotas polares

Zonas ameaçadas por desertificação

Ciclones

Derretimento das geleiras continentais

Elevação do nível do mar

Inundações

ALLMAPS

Esta seção trabalha as seguintes competências da BNCC: • Gerais: 2, 4 e 7. • Área: 2, 3 e 6. • Específicas: 1, 3, 5 e 6. Embora “refugiado climático” seja um termo bastante usado por estudiosos e pela imprensa em geral, a Agência da ONU para refugiados (Acnur) prefere usar “pessoas deslocadas no contexto das mudanças climáticas”. Isso acontece porque “a palavra ‘refugiado’ descreve pessoas que fogem da guerra ou da perseguição e que atravessaram uma fronteira internacional. As mudanças climáticas afetam as pessoas dentro de seus próprios países, e geralmente criam deslocamento interno antes que atinjam um nível no qual as obriga a cruzarem fronteiras” (ACNUR BRASIL. Perguntas frequentes sobre deslocamentos por mudanças climáticas e catástrofes naturais. Disponível em: <http://livro.pro/ ne76cr>. Acesso em: 16 nov. 2018). Considerando também os deslocamentos internos das pessoas (dentro dos países), nesta seção usamos também “migrantes climáticos”. Na atividade 1, espera-se que os alunos citem o derretimento das calotas polares; ciclones; elevação do nível do mar; zonas ameaçadas por desertificação; derretimento das geleiras continentais; inundações. No Brasil há ocorrência de zonas ameaçadas por desertificação (que corresponde ao Semiárido nordestino).

Fonte: WENDEN, C. W. de. Atlas des migrations un équilibre mondial à inventer. Paris: Autrement, 2016. p. 26-27.

1. Que eventos estão representados no mapa? Qual deles está representado no território do Brasil?

2. De acordo com o mapa, que áreas são atingidas pela elevação do nível do mar? A elevação do nível do mar atinge ilhas e o litoral de algumas áreas.

Entre os problemas que levam os refugiados ou migrantes climáticos a deixar o lugar onde vivem está a destruição das moradias − em decorrência de inundações, ciclones etc.; a degradação dos solos para produção agrícola – em razão da desertificação e das secas; a salinização de aquíferos e até a perda de territórios – no caso de elevação do nível do mar, como visto na seção Integrando com Ciências da página 234.

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AMPLIANDO HORIZONTES • BARBOSA, V. Nova Zelândia pode ser 1o país a reconhecer refugiados climáticos. Exame. Disponível em: <http://livro. pro/9cerpk>. Acesso em: 16 nov. 2018. Artigo sobre a possibilidade de a Nova Zelândia conceder asilo a refugiados por conta de catástrofes ambientais. • ALIANÇA DOS PEQUENOS ESTADOS INSULARES (AOSIS). Disponível em: <http://livro. pro/xajoqw>. Acesso em: 16 nov. 2018. Site da Aliança dos Pequenos Estados Insulares. Esta página está originalmente em inglês, mas pode ser traduzida automaticamente. • ONUBR. ONU alerta para aumento do deslocamento forçado provocado por mudança climática. Disponível em: <http://livro.pro/8xxamy>. Acesso em: 16 nov. 2018. Texto da ONU sobre o aumento do número de pessoas deslocadas no mundo por conta de eventos climáticos. • NAIDOO, K. A próxima onda de deslocamento climático. Portal GGN. Disponível em: <http://livro.pro/s9sbmd>. Acesso em: 16 nov. 2018. Artigo sobre o impacto que as mudanças climáticas terão no deslocamento forçado e nas migrações nos próximos anos.

Embora os eventos climáticos contribuam para que as pessoas deixem suas casas, na maior parte das vezes, eles não podem ser considerados o único fator dos deslocamentos. Assim, muitos problemas decorrentes de eventos climáticos poderiam ser minimizados com investimentos em obras de infraestrutura, irrigação etc. Além disso, em geral, as maiores vítimas são as populações mais pobres, que já se encontram fragilizadas e não têm possibilidade de viver em outros lugares. Organismos internacionais e cientistas preveem que o número de refugiados climáticos crescerá bastante nas próximas décadas por causa das mudanças climáticas globais. Diante desse quadro, as questões mais debatidas atualmente são: Para onde vão os refugiados climáticos? Que países irão aceitá-los? Que ações podem ser encaminhadas nos países mais afetados?

3. Em grupo, imaginem que vocês fazem parte de uma comissão da ONU que vai propor soluções para os refugiados climáticos de países insulares da Oceania, como Vanuatu, Tuvalu e Kiribati. Ao pensar nas soluções, vocês devem levar em consideração que: • de acordo com o direito internacional, refugiados são pessoas que estão fora de seu país de origem em razão da ameaça ou da perseguição relacionada a raça, religião, nacionalidade, pertencimento a um grupo social específico ou opinião política, grave e generalizada violação de direitos humanos e conflitos armados. • apesar de o refugiado climático não ser reconhecido por convenções internacionais, os países podem aceitá-lo caso decidam fazê-lo. Siga as etapas de trabalho. I. Observem novamente o mapa e identifiquem os eventos que atingem países insulares da Oceania. Elevação do nível do mar e ciclones. II. Pesquisem como esses países estão sendo afetados e as previsões para o futuro, assim como o que vem sendo feito para minimizar as consequências dos eventos climáticos em relação aos refugiados climáticos. Procurem propor ações que envolvam ajuda de diversos agentes, como governos e empresas de diversos países. Consultem o mapa político da Oceania (página 233) e também da Ásia (página 143) para identificar países vizinhos e, posteriormente, analisar se, na opinião de vocês, eles teriam condições de receber os refugiados climáticos, por exemplo. III. Montem uma apresentação digital ou impressa, com recursos visuais. Apresentem as propostas para os colegas e o professor, e debatam com eles as soluções trazidas pelos grupos.

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Na atividade 3, espera-se que os alunos mobilizem conhecimentos construídos anteriormente, especialmente ao longo dos anos finais do Ensino Fundamental. A atividade expõe uma situação na qual a turma deverá propor soluções viáveis. Daí a importância

de orientar as pesquisas para ações que vêm sendo encaminhadas ou propostas de ações de organismos internacionais, governos, ONGs etc., de forma que se pautem na realidade. Ainda assim, é importante que os alunos pensem em suas próprias propostas. Uma

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sugestão para encaminhar a atividade é cada grupo se responsabilizar por um país. Dessa forma, poderão direcionar melhor as pesquisas e as propostas. Sugestões de fontes para a pesquisa dos alunos estão em Ampliando horizontes.

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ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

INTERAÇÃO

Todas as respostas das atividades desta seção estão no MP em U, com orientações e encaminhamentos. NÃO ESCREVA NO LIVRO.

Faça todas as atividades em seu caderno.

1. A Oceania, especialmente Austrália e Nova Zelândia, é destino de turistas e adeptos dos esportes radicais do mundo inteiro. Observe a imagem e responda às questões.

GANESHA/ALAMY/FOTOARENA

A seção Interação possibilita a aplicação de conteúdos conceituais e procedimentais trabalhados na Unidade 8. Após os alunos realizarem as atividades propostas na seção, promover a socialização das respostas e solicitar-lhes que, para cada atividade, apontem os conceitos mobilizados/trabalhados. Anotar os conceitos na lousa. Em seguida, pedir aos alunos que, em trios, construam um mapa conceitual da Unidade, incluindo outros conceitos além dos citados (ver item Avaliação nas Orientações gerais deste Manual, página XXXIII). Na atividade 1, item a, espera-se que os alunos respondam que rafting é uma atividade esportiva que se caracteriza por descida pelas corredeiras de um rio com barcos infláveis. No item b, entre as características naturais atrativas destacam-se o relevo predominantemente montanhoso e os rios com corredeiras e quedas-d’água. Essas características naturais favorecem o ecoturismo, o turismo de aventura e o turismo esportivo, que inclui o trekking, o rapel, o esqui e o snowboarding, assim como a hidrografia favorece o rafting e o canyoning. No item c, além do turismo, outras atividades destacam-se na economia neozelandesa, como a pecuária de ovinos e bovinos, que produz lã, couro, carne e leite. Na agricultura destacam-se as plantações de uva, das quais se produz o vinho neozelandês, que é bastante exportado. A indústria é voltada principalmente para o beneficiamento de produtos agropecuários nos setores de têxteis, laticínios e frigorífico. Na atividade 2, item a, espera-se que os alunos respondam que tais interrupções poderiam prejudicar a

Rafting no rio Okere na Ilha do Norte, Nova Zelândia, 2017.

a) Que atividade esportiva está retratada na fotografia? Como você define essa atividade? b) Que características físico-naturais da Nova Zelândia contribuem para as atividades turísticas e a prática de esportes radicais no país? Que tipo de turismo é favorecido por essas características? c) Que outras atividades se destacam na economia neozelandesa?

2. Leia a manchete e faça as atividades. O governo australiano prepara reformas econômicas para diminuir os riscos de possíveis interrupções comerciais decorrentes da disputa crescente entre os EUA e a China. AUSTRÁLIA está no meio de disputa comercial entre China e EUA. Sputnik Brasil, 23 mar. 2018. Disponível em: <https://sptnkne.ws/hd4C>. Acesso em: 7 nov. 2018.

a) Explique por que interrupções comerciais entre China e EUA poderiam prejudicar a economia australiana. b) Escreva um pequeno texto sobre o dinamismo da economia da Austrália, citando dados e atividades econômicas que se destacam no território desse país.

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economia australiana já que esta é bastante dependente da China em relação às trocas comerciais. No item b, espera-se que os alunos escrevam um texto no qual deve ser mencionado que as atividades econômicas que se destacam na Austrália são:

• mineração, que correspon-

de a 37% das exportações do país, que está entre os maiores produtores mundiais de diversos minérios; • indústria dos setores siderúrgico, petroquímico, metalúrgico, automobilístico e de bens de consumo não durá-

veis (têxtil, alimentício, bebidas e vestuário); • agricultura mecanizada, com utilização de técnicas modernas de plantio e cultivo; • pecuária de rebanhos de ovinos (o maior do mundo), caprinos e bovinos; • serviços financeiros, de

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ações para desarticular suas culturas, do preconceito e da segregação social, apresentando condições de vida inferiores às do restante da população. A resposta do item c é pessoal; no entanto, espera-se que os alunos notem que apesar de o rugby ser um esporte levado à Nova Zelândia pelos colonizadores, a cultura maori está presente inclusive em times de representação nacional.

3. Nas fotografias com belas paisagens naturais, a Oceania pode parecer um paraíso. Mas nesse continente também se verificam desigualdades. Observe a fotografia abaixo e novamente o quadro da página 241. Em seguida, escreva um texto justificando a existência de contrastes socioeconômicos no continente. Praia poluída e moradias precárias em Honiara, Ilhas Salomão, 2018.

ANDREW SOLE/ALAMY/FOTOARENA

ATIVIDADE COMPLEMENTAR • Copie o quadro e complete-o com aspectos da Oceania estudados na Unidade. Depois, elabore outro quadro com características do território da Nova Zelândia, da Austrália e do Brasil, inserindo outros aspectos.

YAACOV DAGAN/ALAMY/FOTOARENA

4. Observe as fotografias e leia as legendas. Depois, responda às questões. 2

Oceania: características gerais Hemisférios em que se localiza

THE RFU COLLECTION/GETTY IMAGES

1

Apresentação de haka, dança típica maori, em Iloilo, Filipinas, 2018. Essa dança expressa o vigor e a identidade maori.

Oceanos que a banham

Climas predominantes

Oceania: características gerais Vegetação predominante

Número de estados

Antes de cada partida, a seleção de rúgbi da Nova Zelândia dança a haka para energizar seus jogadores. Fotografia em Londres, Reino Unido, 2018.

a) Antes da colonização inglesa, os maoris eram maioria nas ilhas que formam a Nova Zelândia. Atualmente, qual a porcentagem de maoris em relação ao total de habitantes? b) Explique a situação dos povos nativos da Oceania a partir da colonização europeia até os dias de hoje. c) O rúgbi é um esporte de origem britânica, popularizado na Nova Zelândia pelos colonizadores. A haka é uma manifestação cultural típica dos maoris. Em sua opinião, o que podemos afirmar sobre a cultura atual da Oceania?

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educação, de turismo. Na atividade 3, é importante que, no texto, os alunos destaquem que a paisagem da fotografia retrata más condições de vida, presentes em países como Ilhas Salomão e Papua Nova Guiné, que apresentaram em 2017, res-

pectivamente, IDH de 0,546 e 0,544, os mais baixos da Oceania, contrastando com o IDH da Austrália (0,939) e Nova Zelândia (0,917). Na atividade 4, item a, os maoris correspondem a 10% da população total de Nova Zelândia. No item b, a situação

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dos nativos é similar à dos nativos americanos. Os aborígenes da Oceania foram expulsos de seus territórios, escravizados, confinados em reservas ou exterminados pela violência imposta pelos colonizadores. Em geral, seus descendentes ainda hoje são vítimas de

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ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

AMPLIANDO HORIZONTES • PORTER, A. O Imperialismo Europeu 1860-1914. Portugal: Edições 70, 2011. Livro que trata da intervenção europeia em regiões na África, Ásia e Oceania entre 1860 e 1914.

CONHECIMENTO EM AÇÃO EUROPEUS NA ÁSIA E NA OCEANIA: O CASO DO POVO KANAK Assim como aconteceu no processo de colonização das Américas a partir do século XVI, na Ásia e Oceania as sociedades dos povos originários foram desestruturadas a partir do século XIX, com a ocupação de seus territórios pelos europeus. Entre tantos povos originários na Oceania, está o povo kanak, que vive na Nova Caledônia, arquipélago de possessão francesa localizado na Melanésia, Pacífico Sul (veja a localização no mapa “Oceania: divisão política e regional”, na página 233). O nome significa “Nova Escócia” e foi dado pelos ingleses que “descobriram” o arquipélago no século XIX. Contudo, a colonização efetiva se deu com a ocupação francesa. Hoje em dia, embora o francês seja a língua oficial, o idioma kanak é falado por muitas pessoas. A população de origem kanak corresponde quase à metade dos habitantes da Nova Caledônia, cujo território foi explorado e ocupado ao longo dos anos pelos colonizadores europeus e, posteriormente, grupos de outras nações. Observe as fotografias e leia sobre alguns aspectos sobre a Nova Caledônia e os kanak.

ALAIN PITTON/NURPHOTO/ZUMA PRESS/FOTOARENA

Na sociedade atual da Nova Caledônia, as desigualdades sociais são evidentes, sendo os kanaks, em geral, bastante desfavorecidos, enfrentando más condições sociais e econômicas. Cidadãos da Nova Caledônia se reúnem em Toulouse, França, 2018. Nesse dia, a população do país decidiu permanecer como território francês.

Os kanak desenvolveram uma técnica de construção para conviver com furacões e tsunamis, comuns na região. As casas são redondas, de taipa, com telhados cônicos, feitos de palha e com uma amarração que permite a passagem de fortes ventos. Nova Caledônia, 2017.

WERY/AFP

DAVID PAUL/ALAMY/FOTOARENA

O objetivo da seção é mobilizar os conteúdos estudados no decorrer do semestre para que os alunos possam desenvolver uma pesquisa e apresentar um produto final. Após trabalhar com aspectos mais amplos relacionados à compreensão, representação e produção do espaço geográfico, da Ásia e da Oceania, consideramos pertinente trazer a discussão sobre as consequências da chegada dos europeus, e depois de outros grupos, para povos originários desses continentes. Na conversa inicial com os alunos, comentar que o imperialismo, estudado nesta coleção no volume do 8o ano, foi uma política de expansão territorial, cultural, econômica e ideológica. Uma das características mais marcantes do período foi o neocolonialismo, pois a África, a Ásia e a Oceania tiveram seus territórios transformados em colônias pelos países dominadores, implicando o controle político e a anexação de território. Para a pesquisa, os alunos podem consultar sites de instituições governamentais dos países aos quais pertencem os territórios pesquisados, como embaixadas, consulados. Podem consultar livros impressos e atlas geográficos e históricos; também podem ser encontrados dados no site Países IBGE. Disponível em: <http:// livro.pro/wz5sk4>. Acesso em: 16 nov. 2018. Há outras sugestões na seção Ampliando horizontes.

O país está entre os maiores produtores de níquel do mundo. Empresas mineradoras de várias nacionalidades, inclusive do Brasil, exploram as minas de níquel no arquipélago. Vista aérea de mineração de níquel em Kouaoua, Nova Caledônia, 2018.

252 D2_GEO_F2_2054_V9_U08_G20.indd 252 • SAID, E. W. Cultura e im-

perialismo. São Paulo: Companhia de Bolso, 1993. Nessa obra, o autor desvenda como a cultura e os meios de comunicação em massa podem ser armas de conquista poderosas. • DIVISÃO DAS NAÇÕES

UNIDAS. Povos Indígenas. Disponível em: <http://livro. pro/3hafy9>. Acesso em: 16 nov. 2018. Site em inglês da ONU sobre povos indígenas. • SURVIVAL. Disponível em: <http://livro.pro/r38gim>. Acesso em: 16 nov. 2018.

Neste site, do movimento global Survival, você pode obter um pouco mais de informações sobre alguns povos originários do mundo.

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foi provocada pela construção de uma estrada que atravessa sua floresta, na década de 70. A estrada traz colonos, caçadores e madeireiros para o coração de sua terra. Esta invasão arrisca expor os Jarawa a doenças para as quais não têm imunidade, e criar uma dependência com não indígenas. Caçadores ilegais roubam a caça da qual os Jarawa dependem para a sua sobrevivência, e há relatos de exploração sexual de mulheres Jarawa. O turismo é também uma ameaça para os Jarawa, com operadores turísticos transportando todos os dias turistas ao longo da estrada através da reserva na esperança de “avistar” membros da tribo. Apesar de proibições, os turistas geralmente param para fazer contato com os Jarawa. Um resort turístico de luxo foi inaugurado perto da reserva dos Jarawa pela empresa de viagens indiana Barefoot, que irá expor a tribo a mais contato com estranhos.

Etapas do projeto Organizem-se em grupos. Na sequência, cada grupo vai escolher um povo originário da Ásia ou Oceania e investigar aspectos das relações estabelecidas com os europeus a partir dos processos de colonização. Pode ser escolhido um dos povos aborígenes (australianos e da Tasmânia), os maoris (Nova Zelândia), os dongria kondh e os jarawa (Índia), entre outros. etapa I

Levantamento de dados

• Como foi o contato com os europeus? Houve independência ou tentativa de independência do território? Em caso positivo, como ocorreu esse processo? • Como a sociedade era organizada antes do contato com os europeus? Quais eram os principais aspectos da organização político-social e cultural (organização política, língua, religião, arte, relação com a natureza etc.)? • Como são as condições de vida atuais desses povos originários? Que problemas eles enfrentam? Há políticas e ações de entidades locais ou internacionais específicas para esses povos ou para valorizar sua cultura? etapa II

Análise dos dados

Com os dados necessários coletados, analisem e discutam a situação do povo escolhido por vocês, procurando responder às questões propostas na Etapa I. Selecionem imagens e textos para compor uma apresentação final. etapa III Montagem da apresentação

A partir da análise dos problemas atualmente enfrentados pelo povo pesquisado e das medidas que estão ou poderiam estar sendo postas em prática para superá-los, conversem sobre soluções que poderiam ser encaminhadas por diferentes agentes da sociedade, como governos e outras instituições, para melhorar as condições de vida dessa população. Escrevam um pequeno texto sobre isso para compor a apresentação final.

SURVIVAL. Os Jarawa. Disponível em: <www.survivalbrasil.org/povos/ jarawa>. Acesso em: 16 nov. 2018.

etapa IV Apresentação

Vocês podem escolher a forma de apresentação do trabalho: painel impresso ou digital, vídeo, podcast, história em quadrinhos, entre outros. Após as apresentações, conversem com os colegas e professores sobre os principais problemas levantados e, se acharem conveniente, avaliem a possibilidade de entrar em contato com organizações internacionais para manifestarem o apoio de vocês ao grupo pesquisado.

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TEXTO COMPLEMENTAR Os Jarawa Acredita-se que os antepassados dos Jarawa e outras tribos das Ilhas Andaman fazem parte das primeiras imigrações humanas bem-sucedidas provindas do continente africano. Agora, várias centenas de mi-

lhares de colonos indianos vivem nas ilhas, superando em número as tribos. Como eles vivem? Os Jarawa caçam porcos e lagartos, pescam com arco e flecha, e colhem sementes, frutos e mel. Eles são nômades, vivendo em grupos de 40 a 50 pessoas.

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Em 1998, alguns Jarawa começaram a sair de sua floresta para visitar as cidades e assentamentos próximos, pela primeira vez. Quais são os problemas que enfrentam? A principal ameaça à existência dos Jarawa é a invasão de sua terra, que

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1

15º N

(EUA)

Ilhas Virgens

BARBADOS

SANTA LÚCIA

I. Martinica (FRA)

TRINIDAD E TOBAGO

GRANADA

SÃO VICENTE E GRANADINAS

DOMINICA

I. Guadalupe (FRA)

ANTÍGUA E BARBUDA

I. Anguila (RUN)

60º O

0

Polinésia Francesa (FRA)

OCEANO PACÍFICO

Trópico de Capricórnio 23º 27’ S

SÃO CRISTÓVÃO E NÉVIS I. Montserrat (RUN)

PORTO RICO (EUA)

KIRIBATI

SAMOA TONGA

30º S

(RUN)

Havaí/Sandwich (EUA)

Trópico de Câncer

Equador

30º N

60º N

265

ALASCA (EUA)

Círculo Polar Ártico

90º N

CANADÁ

150º O

90º O

MARROCOS

2

ISLÂNDIA

30º O

GROENLÂNDIA (DIN)

60º O

BAHAMAS HAITI REPÚBLICA DOMINICANA

CUBA

120º O

30º L

60˚ L

90º L

ARGÉLIA

TUNÍSIA AFEGANISTÃO

60º S Círculo Polar Antártico

URUGUAI

N

T

Á

R

T

I

A

4 ESWATINI LESOTO

4. Em abril de 2018 o Rei Mswati III mudou o nome do país Suazilândia para Eswatini.

3. Kosovo declarou sua independência da Sérvia em 2008, mas esse processo ainda não foi reconhecido pela ONU.

2. A Crimeia é um território anexado pela Rússia em 2014. No entanto, a ONU não reconheceu essa anexação, considerando a Crimeia pertencente à Ucrânia.

0

OCEANO ÍNDICO

Kerguelen (FRA)

MAURÍCIO

1. O Saara Ocidental foi anexado pelo Marrocos em 1975, mas não foi reconhecido pela ONU.

A

D

ÁFRICA DO SUL

OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO

Is. Falkland/Malvinas (RUN)

ARGENTINA

CHILE

OCEANO ATLÂNTICO

90º S

BRUNEI

FILIPINAS

IRLANDA

PORTUGAL

VANUATU

FIJI

PAÍSES BAIXOS

LETÔNIA

ESTÔNIA

FINLÂNDIA

POLÔNIA

0

BELARUS

LITUÂNIA FED. RUSSA

SUÉCIA

ALEMANHA

DINAMARCA

NORUEGA

NOVA ZELÂNDIA

Nova Caledônia (FRA)

700

MÔNACO ANDORRA

VATICANO

BULGÁRIA

GRÉCIA

I. de Creta

3 KOSOVO MACEDÔNIA TURQUIA ALBÂNIA

MALTA

ITÁLIA

-HERZEGÓVINA MONTENEGRO

CHIPRE

Fonte: GIRARDI, G.; ROSA, J. V. Atlas geográfico. São Paulo: FTD, 2016.

2

NAURU

MICRONÉSIA

BÉLGICA REP. TCHECA LUXEMBURGO UCRÂNIA ESLOVÁQUIA LIECHTENSTEIN ÁUSTRIA HUNGRIA MOLDÁVIA SUÍÇA ESLOVÊNIA FRANÇA ROMÊNIA CROÁCIA 2 SAN MARINO Crimeia BÓSNIASÉRVIA

REINO UNIDO

ESPANHA

I. Tasmânia

AUSTRÁLIA

45º N

PALAU

Ilhas Marianas do Norte (EUA) ILHAS MARSHALL Guam (EUA)

OCEANO PACÍFICO

PAPUA ILHAS SALOMÃO NOVA GUINÉ TIMOR LESTE TUVALU

I N D O N É S I A

MALÁSIA CINGAPURA

1 950

SRI LANKA

CAMBOJA

JAPÃO

TAIWAN I. Formosa

COREIA DO SUL

COREIA DO NORTE

LAOS TAILÂNDIA VIETNÃ

CHINA

MONGÓLIA

PAQUISTÃO NEPAL BUTÃO KUWAIT CATAR EGITO BAREIN EMIRADOS BANGLADESH ARÁBIA ÁRABES UNIDOS ÍNDIA MIANMAR SAUDITA OMÃ

IRÃ

180º

FEDERAÇÃO RUSSA

150º L

CAZAQUISTÃO

120º L

UZBEQUISTÃO QUIRGUISTÃO AZERBAIJÃO TURCOMENISTÃO TADJIQUISTÃO

TURQUIA SÍRIA LÍBANO IRAQUE ISRAEL JORDÂNIA

ARMÊNIA

GEÓRGIA

OCEANO GLACIAL ÁRTICO

LÍBIA SAARA 1 OCIDENTAL MAURITÂNIA SENEGAL BELIZE NÍGER MALI JAMAICA CABO VERDE GUATEMALA HONDURAS CHADE SUDÃO ERITREIA IÊMEN BURKINA GÂMBIA NICARÁGUA EL SALVADOR DJIBUTI 1 GUINÉ-BISSAU GUINÉ FASSO NIGÉRIA COSTA RICA REPÚBLICA SUDÃO VENEZUELA ETIÓPIA SERRA LEOA PANAMÁ CENTROGUIANA DO SUL -AFRICANA SOMÁLIA SURINAME LIBÉRIA CAMARÕES COLÔMBIA GUIANA FRANCESA (FRA) UGANDA MALDIVAS COSTA DO GANA BENIN CONGO QUÊNIA GABÃO REPÚBLICA EQUADOR MARFIM TOGO RUANDA GUINÉ DEMOCRÁTICA BURUNDI EQUATORIAL DO CONGO TANZÂNIA SEICHELES SÃO TOMÉ E PERU PRÍNCIPE COMORES ANGOLA BRASIL MOÇAMBIQUE ZÂMBIA MALAUÍ BOLÍVIA MADAGASCAR NAMÍBIA ZIMBÁBUE PARAGUAI BOTSUANA MÉXICO

ESTADOS UNIDOS

180º

Meridiano de G reenwich

D2_GEO_F2_2054_V9_FIN_P20.indd 254 Meridiano de Greenwich

254 ALLMAPS

Planisfério: político

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