Porta Aberta historia

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ALFREDO BOULOS JÚNIOR

BNCC

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MANUAL DO PROFESSOR

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HISTÓRIA MANUAL DO PROFESSOR

ALFREDO BOULOS JÚNIOR Doutor em Educação (área de concentração: História da Educação) pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Mestre em Ciências (área de concentração: História Social) pela Universidade de São Paulo. Lecionou na rede pública e particular e em cursinhos pré-vestibulares. É autor de coleções paradidáticas. Assessorou a Diretoria Técnica da Fundação para o Desenvolvimento da Educação – São Paulo.

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Porta aberta para o mundo – História – 5o ano (Ensino Fundamental – Anos iniciais) Copyright © Alfredo Boulos Júnior, 2019 Diretor de conteúdo e negócios Diretora editorial adjunta Gerente editorial Editor Editores assistentes

Assistente editorial Colaboração Coordenador de produção editorial Gerente de arte Coordenadora de arte Projeto gráfico e capa Ilustração de capa Personagens Supervisor de arte Edição de arte e diagramação Tratamento de imagens Coordenadora de ilustrações e cartografia Coordenadora de preparação e revisão Supervisora de preparação e revisão Revisão

Supervisora de iconografia e licenciamento de textos Iconografia Licenciamento de textos Supervisora de arquivos de segurança Diretor de operações e produção gráfica

Ricardo Tavares de Oliveira Silvana Rossi Júlio Flávia Renata P. A. Fugita João Carlos Ribeiro Jr. André Amano, Guilherme Reghin Gaspar, Leonardo de Souza Klein, Luis Gustavo Reis, Maiza Garcia Barrientos Agunzi, Renata Paiva César, Rosane Cristina Thahira, Thamirys Gênova da Silva Carolina Bussolaro Marciano Tatiana Pedroso Gregório Marcelo Henrique Ferreira Fontes Ricardo Borges Daniela Máximo Sergio Cândido Laís Bicudo Mascoteria Vinicius Fernandes Lucas Trevelin Ana Isabela Pithan Maraschin, Eziquiel Racheti Marcia Berne Lilian Semenichin Viviam Moreira Adriana Périco, Caline Devèze, Camila Cipoloni, Carina de Luca, Célia Camargo, Felipe Bio, Fernanda Marcelino, Fernanda Rodrigues, Fernando Cardoso, Paulo Andrade, Pedro Fandi, Rita Lopes, Sônia Cervantes, Veridiana Maenaka Elaine Bueno Danielle Alcântara, Priscilla Liberato Narciso Bárbara Clara, Érica Brambila Silvia Regina E. Almeida Reginaldo Soares Damasceno

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Boulos Júnior, Alfredo Porta aberta para o mundo : história 5 / Alfredo Boulos Júnior. -- 1. ed. -- São Paulo : FTD, 2019. ISBN 978-85-96-02402-0 (aluno) ISBN 978-85-96-02403-7 (professor) 1. História (Ensino fundamental) I. Título. 19-26818

CDD-372.89

Índices para catálogo sistemático: 1. História : Ensino fundamental 372.89 Maria Alice Ferreira - Bibliotecária - CRB-8/7964

1 2 3 4 5 6 7 8 9 Envidamos nossos melhores esforços para localizar e indicar adequadamente os créditos dos textos e imagens presentes nesta obra didática. No entanto, colocamo-nos à disposição para avaliação de eventuais irregularidades ou omissões de crédito e consequente correção nas próximas edições. As imagens e os textos constantes nesta obra que, eventualmente, reproduzam algum tipo de material de publicidade ou propaganda, ou a ele façam alusão, são aplicados para fins didáticos e não representam recomendação ou incentivo ao consumo. Reprodução proibida: Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. Todos os direitos reservados à EDITORA FTD. Produção gráfica

Avenida Antônio Bardella, 300 - 07220-020 GUARULHOS (SP) Fone: (11) 3545-8600 e Fax: (11) 2412-5375

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Rua Rui Barbosa, 156 – Bela Vista – São Paulo – SP CEP 01326-010 – Tel. 0800 772 2300 Caixa Postal 65149 – CEP da Caixa Postal 01390-970 www.ftd.com.br central.relacionamento@ftd.com.br

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SUMÁRIO CONHEÇA O PORTA ABERTA PARA O MUNDO ......................................................... IV PILARES DA COLEÇÃO ..................................................................................................... VI PERSONAGENS DA COLEÇÃO ..................................................................................... VIII ORGANIZAÇÃO DO LIVRO ................................................................................................X ORIENTAÇÕES GERAIS DE HISTÓRIA ....................................................................... XVI 1. PILARES DE HISTÓRIA ...................................................................................... XVI 2. LER E ESCREVER: COMPROMISSO DE TODAS AS ÁREAS ...................... XXI 3. A NOVA CONCEPÇÃO DE DOCUMENTO .................................................... XXIII 4. O TRABALHO COM IMAGENS FIXAS............................................................XXIV 5. O QUE SE ESPERA QUE O ALUNO ESCREVA EM HISTÓRIA? ...............XXIX 6. NÃO BASTA ENSINAR HISTÓRIA.................................................................... XXX 7. POR QUE ESTUDAR A TEMÁTICA AFRO E A TEMÁTICA INDÍGENA? .. XXX 8. ORIENTAÇÕES PARA O USO DA INTERNET...............................................XXXI A BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR E O CONTEXTO ATUAL............XXXIII 1. A LEGISLAÇÃO QUE DÁ SUPORTE À BNCC ............................................XXXIII 2. A BNCC E A BUSCA POR EQUIDADE ......................................................... XXXIV 3. BNCC E CURRÍCULOS ..................................................................................... XXXV 4. O PODER TRANSFORMADOR DA EDUCAÇÃO........................................ XXXVI 5. A NOSSA COLEÇÃO E A BNCC .................................................................... XXXVI 6. AS 10 COMPETÊNCIAS GERAIS PROPOSTAS PELA BNCC .............. XXXVII O LIVRO DO 5o ANO .................................................................................................... XXXIX 1. SUGESTÃO DE PROJETO PARA O 5o ANO ................................................. XXXIX 2. MATRIZ ARTICULADORA PARA O PLANEJAMENTO .............................. XLIII 3. QUADRO DE CONTEÚDOS DA COLEÇÃO – 1O AO 5O ANO..................... XLVI REFERÊNCIAS............................................................................................................... XLVIII

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CONHEÇA O PORTA ABERTA PARA O MUNDO PORTA ABERTA PARA O MUNDO é uma coleção do 1o ao 5o ano que contempla as seguintes disciplinas: Língua Portuguesa, Matemática, Ciências, História e Geografia. Os conteúdos desta coleção são trabalhados de forma integrada, dinâmica e criativa, apoiando o aluno no processo de ensino e de aprendizagem. Conheça, a seguir, a coleção PORTA ABERTA PARA O MUNDO – HISTÓRIA, que auxilia o aluno no desenvolvimento de habilidades e competências decisivas para o século XXI.

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Ao final de cada volume há um Material complementar com cartonados e adesivos para o uso em atividades do livro. Esses são recursos lúdicos que também ajudam o aluno a construir seu conhecimento. UNIDADE 5 » PÁGINAS 132 E 133

MATERIAL COMPLEMENTAR

ATIVIDADE DE ABERTURA

Adesivos

LEANDRO RAMOS

DESTAQUE AS CENAS PARA REALIZAR A ATIVIDADE.

CENTO E SESSENTA E UM

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Lição de casa Para cada ano há também o livro Lição de casa, que traz atividades que ajudam o aluno a rever e consolidar conhecimentos. Esse material propõe e incentiva a participação e o envolvimento dos familiares no cotidiano de aprendizagem da criança. Por isso, apresenta também orientações para a família ajudar o aluno nas tarefas escolares.

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Cartonados

MATERIAL DE APOIO AO PROFESSOR A coleção apresenta materiais variados que podem apoiar o trabalho do professor em sala de aula. • Cartazes. • Reprodução dos adesivos e cartonados. • Textos diversos. • Manual que ajuda na formação do professor e apresenta propostas de avaliação.

FTD digital com: • Jogos (tabuleiro, regras e peças). • Textos diversos. • Vídeos de formação para o professor. • Atividades para imprimir. • Objetos educacionais digitais: vídeos, imagem animada etc.

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PILARES DA COLEÇÃO

Os Anos Iniciais do Ensino Fundamental compõem uma fase importante de ensino para as crianças. Nessa etapa, elas interagem, fazem descobertas, entram em contato com novos conhecimentos. Além disso, podem utilizar e valorizar seus conhecimentos sobre o mundo social, físico e cultural por meio de diversas práticas. Diante disso, entendemos que as crianças estão no mundo interagindo e construindo saberes, são digitais, pensam de forma crítica e precisam lidar cada vez mais com os próprios sentimentos e emoções. Para apoiar a formação plena do aluno, a coleção PORTA ABERTA PARA O MUNDO apoia-se em pilares fundamentais, como destacamos a seguir.

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DIVERSIDADE Este pilar valoriza a identidade brasileira, formada por uma pluralidade de culturas, etnias, crenças e saberes. A diversidade nesta coleção considera cada aluno como indivíduo com particularidades e necessidades próprias e valoriza a interação entre os indivíduos.

LEITURA E ESCRITA A leitura possibilita o desenvolvimento de importantes habilidades e competências. Por meio dela, o aluno poderá aplicar o que aprendeu em novos contextos comunicativos. Desenvolver a capacidade leitora envolve práticas abrangentes, pois o aluno necessita de um amplo esquema para obter, avaliar e utilizar informações, além de acionar estratégias de seleção, antecipação, inferência e verificação. Nesta coleção, a leitura vai desde o entretenimento e a fruição até a construção do conhecimento e o desenvolvimento do senso crítico, tornando a pessoa que lê um ser mais reflexivo e capaz de desfrutar o prazer que a leitura proporciona para enfrentar os desafios do mundo.

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CIDADANIA É importante que os alunos se posicionem com atitudes que favoreçam a convivência e uma visão de mundo em que eles sejam capazes de enfrentar situações do mundo atual, exercendo desde cedo a cidadania. Para auxiliar nesse processo, a coleção aborda, de forma contextualizada, diferentes temas contemporâneos para o aluno refletir e atuar de forma ética e colaborativa.

SISTEMATIZAÇÃO A sistematização está presente em muitos aspectos e momentos da vida cotidiana, como uso de agenda para organizar as tarefas, combinados da rotina da família, reuniões de trabalho etc. No ambiente escolar, a sistematização também perpassa muitos ambientes e situações de aprendizagem. No Porta aberta para o mundo – História, a sistematização está destacada em três momentos: seção Atividades (com atividades certificadoras), Unidade 5 – De tudo um pouco (com atividades diagnósticas) e Lição de casa (com atividades sistematizadoras). Essas propostas possibilitam ao aluno a reelaboração do pensamento, a construção de sentido para suas vivências, a reflexão crítica acerca do que foi aprendido, a organização de dados, práticas e conceitos estudados etc.

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PERSONAGENS DA COLEÇÃO Além dos pilares, a coleção apresenta personagens animais em cada disciplina, pois entendemos que a relação das crianças com animais é muito significativa e ajuda a desenvolver muitas habilidades sociais. A identificação com esses personagens pode aproximar as crianças e deixá-las mais interessadas em ler os conteúdos apresentados nos livros. Cada animal marca três importantes momentos do livro:

#Se liga: chama o aluno para se ligar às dicas de leitura, visitas a museus, músicas, filmes etc. #Você sabia?: convida o aluno a ler uma informação nova ou a relembrar. Atividades: o personagem aparece virando a página final da unidade para simbolizar que o conhecimento não acaba ali, vai continuar em outras páginas do livro e em outras situações da vida. O personagem de História é o papagaio Sabix. Ele foi escolhido porque a capacidade dos papagaios de reproduzir a fala humana evoca a oralidade e o diálogo, práticas vertebrais no ensino de História. O personagem também reforça o recurso ao lúdico na aprendizagem, pois o Sabix é uma ave especial: ele não repete os sons apenas; ele conversa com o aluno. Sua sabedoria é fruto de diálogos e leituras.

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Foram escolhidos animais da fauna brasileira, conhecida por sua riqueza e diversidade.

PAPAGAIO-VERDADEIRO HISTÓRIA

TUIUIÚ GEOGRAFIA

ONÇA-PINTADA LÍNGUA PORTUGUESA

TARTARUGA-DE-PENTE CIÊNCIAS

TATU-BOLA MATEMÁTICA

O PAPAGAIO SABIX O personagem Sabix é inspirado na espécie Amazona aestiva, conhecida popularmente como papagaio-verdadeiro, ave que mede entre 35 e 37 centímetros de comprimento e pesa cerca de 400 gramas. Essa espécie se diferencia das outras pela cabeça amarela, com azul na fronte, bico escuro, asa com parte vermelha e extremos azul-escuros. É a espécie de papagaio mais conhecida do Brasil, podendo ser encontrada nas regiões Nordeste, Sudeste, Centro-Oeste e Sul, além de em outros países da América do Sul, como Argentina, Paraguai e Bolívia. É sociável e costuma viver em bando, reunindo-se ao fim da tarde em árvores, locais chamados de dormitórios coletivos, para passar a noite. As aves permanecem juntas para se protegerem de predadores. Ao se formar, o casal se mantém unido por toda a vida. Macho e fêmea voam próximos e em dupla, mesmo quando estão em bando. Ao se reproduzirem, procuram lugares seguros para depositar os ovos e cuidar dos filhotes, geralmente em ocos de árvores. O papagaio-verdadeiro é muito popular por causa de sua habilidade em imitar sons e palavras. Também por esse motivo é alvo da caça e do comércio ilegais. As principais ameaças ao papagaio-verdadeiro e às outras espécies são o desmatamento e o tráfico de animais.

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ORGANIZAÇÃO DO LIVRO

A coleção é composta de cinco volumes. Os livros estão organizados em quatro unidades temáticas que abrigam um conjunto de capítulos. A quinta unidade, intitulada De tudo um pouco, é sempre de revisão e oferece atividades que ajudam na sistematização dos estudos realizados nas unidades anteriores. Os livros de História são compostos das seguintes seções.

ABERTURA DE UNIDADE A dupla de páginas de abertura recorre a imagens e textos de diferentes gêneros acompanhados de questões que estimulam a criança a falar sobre o que sabe ou imagina saber. Com esse diálogo inicial, busca-se motivá-la para o estudo do tema da unidade. As imagens utilizadas nessas páginas são das mais variadas: reproduções de pinturas, fotos antigas ou atuais, caricaturas, desenhos, reproduções de cenas de filmes, histórias em quadrinhos etc. Interrogando essas fontes, pretende-se estimular o alunado a observar, identificar, associar, comparar, relacionar e, ao mesmo tempo, ajudar o professor a dar início a uma aula dialogada.

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CORPO DO CAPÍTULO No corpo do capítulo buscou-se adotar uma linguagem e um tamanho de letra e de entrelinhamento adequados aos Anos Iniciais do Ensino Fundamental. No 1o ano e nas unidades 1 e 2 do 2o ano, foram adotados caixa-alta (letra maiúscula), corpo 15 e entrelinhamento 20. Essa medida se mantém no restante do 2o ano, agora em caixa-alta e baixa. No volume 3, seguiu-se em caixa-alta e baixa, letra de corpo 14 e entrelinhamento 18. No 4o e no 5o ano, foram diminuídos um pouco o corpo da letra e o entrelinhamento: 13 e 16, respectivamente. Ante a preocupação com a distância entre o conhecimento produzido na universidade e o que chega à sala de aula, por meio do livro escolar, torna-se necessário fundamentar o texto didático com uma produção historiográfica qualificada. Assim, incorporamos um conhecimento consolidado e reconhecido pelos historiadores profissionais e pesquisadores do ensino de História ligados à universidade.

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PORTA PARA LEITURA E ESCRITA Esta seção visa expandir a capacidade de ler e interpretar, bem como ampliar o repertório da criança de termos e conceitos importantes no estudo da História. Visa também familiarizá-la com diferentes gêneros textuais e estimulá-la a perceber quem está falando, de que lugar fala e, pouco a pouco, despertar nela as habilidades de identificar, relacionar e contextualizar (habilidades das mais importantes em História). Com isso, espera-se ajudar a criança a participar de maneira ativa na construção do saber histórico escolar. E, ao mesmo tempo, permitir que perceba a História como construção. Em muitos capítulos, o material oferecido à leitura é uma imagem. Por meio da leitura de imagem, queremos estimular a educação do olhar, a formação de conceitos e a produção escrita (escrever a partir da imagem) em História. Parte-se do pressuposto de que a escrita é uma prática e de que se aprende a escrever escrevendo. Com o propósito de estimular a produção escrita, propõe-se a feitura de uma carta, um cartão-postal, uma notícia, um texto explicativo, um diálogo, uma história em quadrinhos. E assim, aos poucos, pretende-se ajudar na formação de leitores escritores familiarizados com diversos gêneros textuais.

No Material complementar, há peças cartonadas e adesivas para o aluno destacar e utilizar na realização de algumas atividades. Há também fichas de autoavaliação para cada unidade. Esse é um momento muito rico que o auxilia a refletir sobre si mesmo e sua aprendizagem. Há também mapas políticos do Brasil, da América, da África e um planisfério, que servem de recursos ao professor.

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PORTA PARA A CIDADANIA Esta seção deve estimular o aluno a estabelecer relações entre passado e presente, a debater questões atuais e urgentes e a se posicionar, levando-o, assim, a ir se preparando para o exercício da cidadania.

Glossário O objetivo da seção é sanar dificuldades e enriquecer o vocabulário do aluno. O glossário é disposto ao lado do texto principal, mas não para que o aluno se acomode diante de palavras desconhecidas. Por várias vezes, ao longo da coleção, sugerimos o uso do dicionário.

# Você sabia? Nessa seção, são apresentados curiosidades e conhecimentos que ampliam o repertório da criança, retomam o que ela já conhece e abrem portas para que continue investigando e pesquisando o assunto em outras fontes confiáveis. Esse momento de leitura pode ser feito em grupos ou individualmente. A leitura como fruição também é valorizada aqui.

Na esteira aberta pela adoção de uma perspectiva interdisciplinar, foi criada a seção Diálogo com..., com a finalidade de: • facilitar ao aluno a percepção de que o conhecimento não está guardado em gavetas incomunicáveis; • evidenciar que as disciplinas mantêm um diálogo permanente e importante para o desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem; • estimular o aluno a mobilizar noções, conceitos e saberes de outras disciplinas, como Matemática, Língua Portuguesa e Geografia. XIII

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Sabe-se que as atividades são vertebrais no trabalho de construção do saber histórico escolar. Por isso, todos os capítulos são atravessados por atividades. E, além dessas, há também outras no final de cada unidade. As atividades desta coleção visam, sobretudo, auxiliar o aluno a pensar historicamente, a contextualizar o que vê e ouve e a se capacitar para o exercício da cidadania. Visam também desenvolver a leitura e a escrita, competências complementares e interdependentes. As atividades da Unidade 5 também podem ser utilizadas pelo professor como instrumento de avaliação.

# Se liga O objetivo da seção é indicar livros, sites, vídeos, museus etc. e chamar o aluno para ficar ligado na leitura. Todas as indicações trazem uma breve sinopse. Por meio dessa seção, o professor pode desenvolver trabalhos com roda de leitura, valorizando a proficiência leitora.

ÍCONES

ATIVIDADE EM DUPLA

ATIVIDADE EM GRUPO

As atividades do livro são orientadas por ícones, que indicam como elas devem ser realizadas. Esse recurso auxilia o aluno a fazer leitura de símbolos e a se planejar para as atividades.

Atividade que pode ser feita em dupla, a fim de que os alunos discutam ideias e soluções para questões mais complexas e, na elaboração conjunta de uma resposta, trabalhem o respeito à opinião do outro e a comunicação.

Atividade que pode ser feita em grupo, proporcionando momentos de discussão e elaboração de respostas coletivas. Essa abordagem promove a comunicação oral, a discussão, a reflexão, a resolução de questões mais complexas de forma compartilhada e o respeito às ideias e opiniões de outras pessoas.

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MANUAL DO PROFESSOR EM U As páginas do livro do aluno são acompanhadas, na versão para o professor, de sugestões e orientações para o trabalho em sala de aula. Elas são organizadas nas seguintes seções.

Objetivos da unidade Relação dos objetivos de aprendizagem para o trabalho com a unidade. Serve de instrumento para o planejamento das aulas e pode auxiliar na avaliação do trabalho realizado.

Auxiliando seu trabalho Apresenta comentários sobre o tema abordado e sugestões de como conduzir os trabalhos em sala. Trata-se de uma importante ferramenta de apoio no dia a dia do seu trabalho como educador.

Sugestão para o professor/Sugestão para o aluno Sugestões de sites, livros, jogos, vídeos, objetos digitais, textos complementares etc. para ampliar o conhecimento ou contextualizar um tema ou conceito estudado.

Texto de apoio Excertos de textos que justificam, ampliam ou orientam a abordagem do conteúdo da página do livro do aluno.

ATIVIDADE ORAL Atividade para ser respondida oralmente, propiciando momentos de partilha entre todos os alunos da sala de aula. Por meio dela, o aluno pode desenvolver a habilidade de falar em público, debater, expor suas ideias e aprender a respeitar e a ouvir os demais componentes de seu grupo.

ATIVIDADE OU CONTEÚDO QUE ENVOLVE USO DE TECNOLOGIA Trabalha as novas mídias e tecnologias digitais. Com foco no letramento digital, é um recurso a mais de aprendizagem, de forma que o aluno tenha a possibilidade de entrar em contato com um mundo cada vez mais tecnológico, de maneira crítica e ética.

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O LIVRO o DO 5 ANO

1.

SUGESTÃO DE PROJETO PARA O 5o ANO 1.1 Projeto integrador: Cooperação • Conexão entre: HISTÓRIA e LÍNGUA PORTUGUESA

Justificativa Em um mundo assombrado pela intolerância e pelo desrespeito entre pessoas e povos, o debate sobre violência, desrespeito e intolerância torna-se decisivo para a formação de uma Cultura de Paz. Partimos do pressuposto de que só o conhecimento e a reflexão permanente podem inspirar atitudes de respeito e de tolerância e difundir a Cultura de Paz.

Objetivos • Favorecer atitudes de tolerância e respeito e difundir a Cultura de Paz, tal como proposta pela ONU. • Questionar o uso da violência para a solução de problemas entre pessoas, povos e Estados nacionais. • Obter a consciência de que vivemos em uma sociedade multicultural e pluriétnica e incentivar o respeito pelas culturas e pelas artes dos diferentes grupos étnicos que viveram e vivem no território onde hoje é o Brasil. • Conhecer e respeitar as culturas dos diferentes povos da Terra. • Facilitar a percepção de que é o conhecimento que favorece o respeito e a tolerância e de que não há cultura superior a outra. XXXIX

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Objetos de conhecimento e habilidades* da BNCC

OBJETOS DE CONHECIMENTO

História: • Cidadania, diversidade cultural e respeito às diferenças sociais, culturais e históricas Língua Portuguesa: • Compreensão em leitura • Produção de textos História: (EF05HI04) Associar a noção de cidadania com os princípios de respeito à diversidade, à pluralidade e aos direitos humanos. (EF05HI05) Associar o conceito de cidadania à conquista de direitos dos povos e das sociedades, compreendendo-o como conquista histórica.

HABILIDADES

Língua Portuguesa: (EF05LP15) Ler/assistir e compreender, com autonomia, notícias, reportagens, vídeos em vlogs argumentativos, dentre outros gêneros do campo político-cidadão, de acordo com as convenções dos gêneros e considerando a situação comunicativa e o tema/assunto do texto. (EF05LP19) Argumentar oralmente sobre acontecimentos de interesse social, com base em conhecimentos sobre fatos divulgados em TV, rádio, mídia impressa e digital, respeitando pontos de vista diferentes.

* A ênfase nas habilidades aqui relacionadas varia de acordo com o tema e as atividades desenvolvidas no projeto.

O que será desenvolvido Como resultado final deste projeto integrador, a turma criará a campanha “Paz, Respeito e Tolerância”. Materiais • Livros, vídeos, revistas, impressos, entrevistas, sites sobre ações e manifestações em prol da Cultura de Paz e do respeito entre as pessoas. • Computadores com acesso à internet. • Imagens e textos da internet. • Impressos disponíveis na biblioteca da escola ou em outros lugares de memória. • Celular e/ou filmadora. • Vídeos e áudios sobre o tema do projeto. • Tecidos, tintas, pincéis. • Cartolina, tesoura, cola, lápis de cor, canetinha.

Etapas do projeto Cronograma • Tempo de produção do projeto: 1 mês e meio/6 semanas/1 aula por semana. • Número de aulas sugerido para o desenvolvimento do projeto: 6. XL

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Aula 1 Junto com os alunos, pesquisar e registrar o significado dos substantivos paz, respeito, intolerância, racismo e preconceito. Criar um debate em sala de aula estimulando a reflexão: “Eu sou uma pessoa preconceituosa? E tolerante? Pacífica? Por quê?”. Socializar o conhecimento sobre o tema.

Aula 2 Apresentar o vídeo “Bráulio Bessa recita cordel sobre a paz” (duração: 3 min.), disponível em: <http://livro.pro/7xzoq9> (acesso em: 25 jun. 2019), com o objetivo de estimular o debate sobre o tema da paz. Ouvir, filtrar e comentar a opinião dos alunos sobre o vídeo apresentado. Estimular a oralidade e a indignação dos alunos diante de todas as formas de violência: psicológica, verbal, física, etc.

Aula 3 Eleger um grupo formado por alunos/professores para coordenar o projeto. Engajar o alunado na produção de materiais para a campanha. Organizar a sala em grupos. Cada grupo ficará responsável por uma tarefa da campanha: Grupo 1: Criar cartazes/slides com conceitos importantes para a campanha “Paz, Respeito e Tolerância”: preconceito; racismo; intolerância etc. Grupo 2: Criar um logotipo e um button. Grupo 3: Criar uma faixa com um slogan da campanha para ser exposta na entrada da escola. Grupo 4: Criar um jingle (música com pequena duração, para propagandas). Grupo 5: Criar um fôlder e/ou panfleto com mensagens em favor da paz. Grupo 6: Produzir pequenos vídeos para sensibilizar a comunidade no tocante à presença da violência no cotidiano da escola, da comunidade e da sociedade como um todo.

Aula 4 Propor aos grupos o debate das ideias e das ações a serem implementadas. Pedir que organizem um cronograma com os passos a serem vencidos até o lançamento da campanha. Acompanhar e mediar as propostas de cada grupo. Digitar e distribuir ou escrever na lousa um cronograma listando os passos do projeto. XLI

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Aula 5 Apresentação parcial dos trabalhos. Cada grupo irá apresentar ao(à) professor(a) o material criado. Nesse momento, os alunos poderão tirar suas dúvidas sobre a correção, a confecção e a apresentação dos materiais da campanha.

Aula 6 Apresentação do trabalho em sala de aula. Cada grupo irá apresentar o material finalizado aos colegas. Essa apresentação servirá como ensaio para o dia do lançamento. Depois disso, a coordenação do projeto irá conduzir os debates para a escolha do dia e do local do lançamento da campanha para a comunidade escolar e para os familiares. O dia do lançamento da campanha pode ser um sábado de manhã. O lançamento da campanha poderá ser aberto à comunidade externa. No dia, serão exibidos materiais sobre o tema: fôlderes, vídeos, quadrinhos e cartazes ou slides com os conceitos-chave do projeto e com listas de atitudes necessárias para a construção da paz. A apresentação dos trabalhos realizados poderá ser conduzida pelos próprios alunos de modo a fortalecer o protagonismo discente.

Referências complementares Livros • CARRARO, Fernando. Semeando a paz. São Paulo: FTD, 2008. • PARR, Todd. O livro da paz. São Paulo: Panda Books, 2004.

Vídeos • COMO promover uma Cultura de Paz? Disponível em: <https://www.youtube.com/ watch?v=UEWMFyBoZvY>. Acesso em: 25 jun. 2019. • COMO funciona a manutenção da paz das Nações Unidas? Disponível em: <https:// www.youtube.com/watch?v=irlt2QN9w_k>. Acesso em: 25 jun. 2019. • CHEGA de bullying. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=dKlejEw ZxWQ>. Acesso em: 25 jun. 2019.

Sites • CULTURA DE PAZ no Brasil: UNESCO. Disponível em: <http://www.unesco.org/ new/pt/brasilia/social-and-human-sciences/culture-of-peace/>. Acesso em: 25 jun. 2019. • ONU BR. Disponível em: <https://nacoesunidas.org>. Acesso em: 25 jun. 2019.

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2.

MATRIZ ARTICULADORA PARA O PLANEJAMENTO A seguir, apresentamos uma matriz articuladora que apoia o planejamento do 5o ano. Nela, há sugestão de planejamento bimestral e trimestral, na qual foi considerada a média de 9 semanas e 2 aulas semanais de História para o planejamento bimestral e a média de 12 semanas e 2 aulas semanais para o planejamento trimestral. Consideraram-se 1o bimestre com 11 semanas e 1o trimestre com 14 semanas. Cabe salientar que, dentro dessa sugestão, o professor poderá usar os recursos didáticos disponíveis, otimizar algumas práticas, realizar estudos do meio e incentivar trabalhos em grupo, visando flexibilizar seu planejamento.

CONTEÚDOS E OBJETIVOS Lista dos principais objetivos e conteúdos de cada unidade.

PLANEJAMENTO TRIMESTRAL Sugestão de organização do conteúdo por trimestre.

PLANEJAMENTO BIMESTRAL Sugestão de organização do conteúdo por bimestre.

BNCC Códigos de habilidades da BNCC que são trabalhadas na unidade. Essas habilidades e seu texto também são indicadas na parte em U.

RECURSOS DIDÁTICOS Indicação de cartazes, objetos digitais, lição de casa e atividades de revisão da Unidade 5 que podem ser utilizados.

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2. Cidadania: passado e presente

1. Cultura, tempo e calendário

Unidade

Conteúdos • Cultura • Religião • Calendário • Tempo da natureza • Tempo cronológico • Calendário cristão • Pré-História • Nomadismo/ sedentarismo • Caçadores e coletores • Agricultores e pastores • Aldeia neolítica • Divisão do trabalho • Comércio • Centralização do poder/formação do Estado • Imposto • Formação das cidades • Cultura • Diversidade cultural • Tambor de Crioula • Teatro de Bonecos Popular do Nordeste • Fandango caiçara • Etnocentrismo • Cidadania • Nazismo • Direitos humanos • Direitos da criança • Diretas Já • Constituição Federal de 1988 • Estatuto da Criança e do Adolescente • Estatuto do Idoso

Objetivos

• Trabalhar o conceito de cultura. • Retomar o conceito de tempo e suas dimensões. • Apresentar diferentes tipos de calendário usados pelos povos. • Consolidar o significado de sedentarismo. • Mostrar a importância da descoberta da agricultura para a humanidade. • Explicar a formação das primeiras cidades. • Discorrer sobre as culturas egípcia e mesopotâmica. • Esclarecer sobre a influência da religião nas sociedades egípcias e mesopotâmicas.

• Trabalhar o bloco conceitual diferenças e semelhanças. • Apresentar o conceito de diversidade cultural. • Estimular a reflexão sobre os diversos tipos de preconceitos. • Refletir sobre as consequências da guerra para as pessoas nela envolvidas. • Demonstrar os princípios dos direitos humanos. • Analisar e comentar os principais pontos do Estatuto da Criança e do Adolescente. • Propor uma reflexão sobre os direitos dos idosos com exemplos retirados do dia a dia.

EF05HI04 EF05HI05

EF05HI01 EF05HI02 EF05HI03 EF05HI08

BNCC

MATRIZ ARTICULADORA

5o ANO

Tempo médio previsto: 22 aulas

• Unidade 5: Atividades 1 a 5 (p. 163 e 164)

Tempo médio previsto: 18 aulas • Unidade 5: Atividades 1 a 3 (p. 165 e 166)

Conteúdo: • Unidade 2: Cap. 1 a 3

2o bimestre Lição de casa

Conteúdo: • Unidade 1: Cap. 1 a 3

1o bimestre

Planejamento por bimestre

Lição de casa

Recursos didáticos

Conteúdo: • Unidade 2: Cap. 2e3

Tempo médio previsto: 24 aulas

2o trimestre

• Unidade 2: Cap. 1

Conteúdo: • Unidade 1: Cap. 1a3

Tempo médio previsto: 28 aulas

1o trimestre

Planejamento por trimestre


XLV

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• Patrimônio cultural (material, imaterial e natural) • Patrimônio da Humanidade (material, imaterial e natural) • Cidade histórica • Centro histórico • Capoeira • Frevo • Tombamento • Marco de memória • Tiradentes • Herói • Abolição • Paz • Educação patrimonial

• Trabalhar os conceitos de patrimônio material, imaterial e natural. • Apresentar alguns exemplos de manifestações culturais brasileiras. • Tornar claro o conceito de Patrimônio Natural. • Diferenciar Patrimônio Cultural da Humanidade de Patrimônio Natural da Humanidade. 4. Patrimônio • Explicar que as datas comemorativas são marcos e marcos de importantes na formação de uma memória coletiva. memória

Conteúdos • Linguagens • Internetês • Pintura rupestre • Linguagem escrita • Pictograma • Ideograma • Alfabeto • Teatro • Comédia e tragédia • Língua de sinais • Paz • Poluição • Maquiagem infantil • Bullying • Pessoa com deficiência

Objetivos

• Valorizar as diferentes linguagens como forma de expressar sentimentos e ideias. • Trabalhar a noção de pintura rupestre. • Destacar a importância da linguagem escrita para a sociedade. • Apresentar a linguagem teatral. 3. • Ressaltar o uso e o aprendizado da Língua Brasileira Linguagens e de Sinais. debates • Propor debates sobre problemas e questões da nossa sociedade.

Unidade

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BNCC

Tempo médio previsto: 18 aulas

• Unidade 5: Atividades 1 a 3 (p. 169 e 170)

Tempo médio previsto: 18 aulas • Unidade 5: Atividades 1 e 2 (p. 169 e 170)

Conteúdo: • Unidade 4: Cap. 1 e 2

4o bimestre Lição de casa

Conteúdo: • Unidade 3: Cap. 1 e 2

3o bimestre

Planejamento por bimestre

Lição de casa

Recursos didáticos

Conteúdo: • Unidade 3: Cap. 2 • Unidade 4: Cap. 1e2

Tempo médio previsto: 24 aulas

3o trimestre

• Unidade 3: Cap. 1

Planejamento por trimestre


3.

QUADRO DE CONTEÚDOS DA COLEÇÃO - 1o AO 5o ANO Para facilitar seu trabalho de planejamento e contemplar a proposta pedagógica da coleção, apresentamos enfim o quadro de conteúdos dos cinco volumes da coleção Porta aberta para o mundo – História. Considerando os pressupostos teórico-metodológicos expostos anteriormente, cada livro apresenta-se estruturado em quatro unidades temáticas.

Unidade Unidade

1o ANO

1. Ser criança

2. Criança, família e amigos

3. Brinquedos e brincadeiras

1. As crianças e suas histórias 2. O tempo 1. Criança e família 2. Ser criança e ter amigos 3. Criança e escola 1. Brinquedos e brincadeiras 2. Outros povos, outros modos de brincar

4. A vida na família e na escola

1. Famílias: mudanças e permanências 2. Vida na escola 3. Datas comemorativas

Unidade Unidade

Capítulo Capítulo

1. Espaços de sociabilidade

o ano 21º ANO

Capítulo Capítulo

2. O tempo

3. Registros históricos

4. Trabalho e meio ambiente

1. Minha rua, meu bairro 2. Grupos de convívio 3. Documentos pessoais 1. Contando o tempo 2. Antes, durante e depois 3. Tempo e calendário 1. Fontes históricas 2. Histórias de famílias 1. Diferentes formas de trabalho 2. Economia e meio ambiente

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Unidade Unidade

o ano 31º ANO

1. Cidades do presente e do passado

o ano 41º ANO

1. Os municípios brasileiros 2. Histórias de cidades brasileiras

2. Cultura, patrimônio e memória

1. Patrimônio cultural 2. Marcos históricos de cidades brasileiras 3. História e memória em cidades brasileiras

3. Comunidades e modos de vida

1. Comunidades: semelhanças e diferenças 2. Campo e cidade no passado 3. Campo e cidade no presente

4. Espaço, trabalho e lazer

1. Público e doméstico 2. O trabalho no campo e na cidade 3. Trabalho e lazer: passado e presente

Unidade Unidade

Capítulo Capítulo

1. Mudanças e permanências

o ano 51º ANO

Capítulo Capítulo

1. Mudanças e permanências 2. Tempo e primeiros tempos

2. Circulação e comunicação na História

1. Da África para o mundo 2. Cidades do presente e do passado 3. Meios de comunicação: passado e presente

3. Formação do povo brasileiro

1. Povos indígenas no Brasil 2. Portugueses onde hoje é o Brasil 3. Os africanos antes e depois dos europeus

4. Abolição e imigração

1. Abolição 2. Da Europa para a América 3. Imigrantes: trabalho, resistência e cultura

Unidade Unidade

Capítulo Capítulo

1. Cultura, tempo e calendário

1. O “tempo do relógio” e outros tempos 2. Os primeiros povoadores da Terra 3. Povos antigos

2. Cidadania: passado e presente

1. O respeito à diversidade e à pluralidade 2. Cidadania: conquistas dos povos 3. Cidadania: conquistas do povo brasileiro

3. Linguagens e debates

4. Patrimônio e marcos de memória

1. O uso de diferentes linguagens na comunicação 2. Debates do nosso tempo 1. Patrimônios da Humanidade 2. Marcos de memória

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HISTÓRIA

ALFREDO BOULOS JÚNIOR Doutor em Educação (área de concentração: História da Educação) pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Mestre em Ciências (área de concentração: História Social) pela Universidade de São Paulo. Lecionou na rede pública e particular e em cursinhos pré-vestibulares. É autor de coleções paradidáticas. Assessorou a Diretoria Técnica da Fundação para o Desenvolvimento da Educação – São Paulo.

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Porta aberta para o mundo – História – 5o ano (Ensino Fundamental – Anos iniciais) Copyright © Alfredo Boulos Júnior, 2019 Ricardo Tavares de Oliveira Silvana Rossi Júlio Flávia Renata P. A. Fugita João Carlos Ribeiro Jr. André Amano, Guilherme Reghin Gaspar, Leonardo Klein, Luis Gustavo Reis, Maiza Garcia Barrientos Agunzi, Renata Paiva César, Rosane Cristina Thahira, Thamirys Gênova da Silva Assistente editorial Carolina Bussolaro Marciano Colaboração Tatiana Pedroso Gregório Coordenador de produção editorial Marcelo Henrique Ferreira Fontes Gerente de arte Ricardo Borges Coordenadora de arte Daniela Máximo Projeto gráfico e capa Sergio Cândido Ilustração de capa Laís Bicudo Personagens Mascoteria Supervisor de arte Vinicius Fernandes Editor de arte Lucas Trevelin Diagramação Aparecida Pimentel Tratamento de imagens Ana Isabela Pithan Maraschin, Eziquiel Racheti Coordenadora de ilustrações e cartografia Marcia Berne Ilustrações Claudia Mariano, Getulio Delphim, Héctor Gómez, Leandro Ramos, Léo Fanelli/Giz de Cera, Leonardo Conceição, Lucas Farauj, Mozart Couto, Osnei, Rmatias, Waldomiro Neto Cartografia Allmaps, Dacosta Mapas Coordenadora de preparação e revisão Lilian Semenichin Supervisora de preparação e revisão Viviam Moreira Revisão Adriana Périco, Caline Devèze, Camila Cipoloni, Carina de Luca, Célia Camargo, Felipe Bio, Fernanda Marcelino, Fernanda Rodrigues, Fernando Cardoso, Paulo Andrade, Pedro Fandi, Rita Lopes, Veridiana Maenaka Supervisora de iconografia e licenciamento de textos Elaine Bueno Iconografia Daniel Cymbalista, Priscilla Liberato Narciso Licenciamento de textos Bárbara Clara, Érica Brambila Supervisora de arquivos de segurança Silvia Regina E. Almeida Diretor de operações e produção gráfica Reginaldo Soares Damasceno Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Diretor de conteúdo e negócios Diretora editorial adjunta Gerente editorial Editor Editores assistentes

Boulos Júnior, Alfredo Porta aberta para o mundo : história 5 / Alfredo Boulos Júnior. -- 1. ed. -- São Paulo : FTD, 2019. ISBN 978-85-96-02402-0 (aluno) ISBN 978-85-96-02403-7 (professor) 1. História (Ensino fundamental) I. Título. 19-26818

CDD-372.89

Índices para catálogo sistemático: 1. História : Ensino fundamental 372.89 Maria Alice Ferreira - Bibliotecária - CRB-8/7964 1 2 3 4 5 6 7 8 9 Envidamos nossos melhores esforços para localizar e indicar adequadamente os créditos dos textos e imagens presentes nesta obra didática. No entanto, colocamo-nos à disposição para avaliação de eventuais irregularidades ou omissões de crédito e consequente correção nas próximas edições. As imagens e os textos constantes nesta obra que, eventualmente, reproduzam algum tipo de material de publicidade ou propaganda, ou a ele façam alusão, são aplicados para fins didáticos e não representam recomendação ou incentivo ao consumo. Reprodução proibida: Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. Todos os direitos reservados à EDITORA FTD. Produção gráfica

Avenida Antônio Bardella, 300 - 07220-020 GUARULHOS (SP) Fone: (11) 3545-8600 e Fax: (11) 2412-5375

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Rua Rui Barbosa, 156 – Bela Vista – São Paulo – SP CEP 01326-010 – Tel. 0800 772 2300 Caixa Postal 65149 – CEP da Caixa Postal 01390-970 www.ftd.com.br central.relacionamento@ftd.com.br

www.twosides.org.br

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APRESENTAÇÃO Querida professora, professor querido, queridos alunos, Ler e escrever é, a nosso ver, compromisso de todas as áreas, e não somente da Língua Portuguesa. É, portanto, também um compromisso da área de História. E esse compromisso nós assumimos estimulando a leitura e a escrita ao longo desta coleção! Nossa coleção nasceu de muitas conversas que tivemos com educadores que entregaram sua vida ao sonho de ver uma criança descobrindo a escrita. Nasceu, também, do que aprendi com meus alunos, crianças e jovens de diferentes lugares e origens. Aos meus alunos busquei mostrar a importância do exercício constante da leitura e da escrita, da educação do olhar e da construção de conceitos. E procurei também alertar para a importância de compreender sem julgar, pois à História não cabe julgar, mas sim compreender! Por fim, quero agradecer aos editores que guiaram meus passos e aos professores dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, em cujos olhos eu vi um amor voltado à criança. Colaboraram no 5º ano: Fábio Delano Vidal Carneiro, Gláucia Lilian Portela Nunes e Maria Lindalva Santos.

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ÍCONES DESCUBRA O QUE SIGNIFICAM OS ÍCONES QUE APARECEM NO SEU LIVRO: ATIVIDADE EM DUPLA. ATIVIDADE EM GRUPO.

VOCÊ CONHECE O

PAPAGAIO-VERDADEIRO? ELE É UMA AVE QUE PODE SER ENCONTRADA EM MUITAS REGIÕES BRASILEIRAS. ELE É MUITO

ELE SE ALIMENTA DE FRUTOS E SEMENTES.

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SOCIÁVEL E GOSTA DE VIVER EM PARES OU EM GRUPO. O PAPAGAIO CONSEGUE REPRODUZIR MUITAS PALAVRAS E SONS.

ATIVIDADE ORAL. ATIVIDADE OU CONTEÚDO QUE ENVOLVE USO DE TECNOLOGIA.

O PAPAGAIO DESTA COLEÇÃO É MUITO SABIDO E ESPECIAL. O NOME DELE É SABIX. ELE SERÁ SEU COMPANHEIRO DE ESTUDOS!

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AGORA, VAMOS CONHECER A ORGANIZAÇÃO DO SEU LIVRO? EM CADA CAPÍTULO, VOCÊ VAI APRENDER E SE DIVERTIR COM A HISTÓRIA.

UNIDADE • Em que essas crianças são diferentes umas das outras? Com qual dessas crianças você mais se parece? Qual dos países dessas crianças você gostaria de visitar?

DGLIMAGES/ISTOCK/GETTY IMAGES

CIDADANIA: PASSADO E PRESENTE

SYZX/SHUTTERSTOCK.COM

LISA STIRLING/DIGITALVISION/GETTY IMAGES

GREENCLERK/SHUTTERSTOCK.COM

Menino norueguês.

Menina estadunidense.

NA ABERTURA DE UNIDADE, VOCÊ VAI EXPLORAR IMAGENS, TROCAR IDEIAS E RESOLVER DESAFIOS.

MARCOS DE MEMÓRIA

Menino chinês.

CLAUDIAD/E+/GETTY IMAGES

Menina brasileira.

Menina nigeriana.

CINQUENTA E DOIS

CINQUENTA E TRÊS

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LEANDRO RAMOS

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KLEBER CORDEIRO/SHUTTERSTOCK.COM

GABOR KOVACS PHOTOGRAPHY/SHUTTERSTOCK.COM

Menino peruano.

DIÁLOGO COM... DESCUBRA COMO A HISTÓRIA CONVERSA COM OUTRAS DISCIPLINAS.

A imagem é uma reprodução de Guernica, a obra mais conhecida do pintor espanhol Pablo Picasso (1881-1973), um dos mais importantes artistas do século XX. Guernica é também o nome de uma pequena cidade, do nordeste da Espanha, bombardeada pela aviação nazista dois anos antes da Segunda Guerra Mundial. Observe o quadro com atenção:

PORTA PARA LEITURA E ESCRITA

© SUCCESSION PABLO PICASSO / AUTVIS, BRASIL, 2019

A LEITURA E A ESCRITA TAMBÉM SÃO COMPROMISSOS DA HISTÓRIA. 78

O menino “cadeirantinho” Desde quando eu era molequinho, faz teeeempo, ando montado em uma cadeira de rodas para ir daqui para acolá. Mas ser um menino “cadeirantinho” nunca me impediu de brincar e de agitar as brincadeiras da minha turma. [...] No futebol, fui goleiro e técnico do time. No esconde-esconde, eu tinha a vantagem de ter mais tempo para sumir. É justo, vai! No videogame, eu não precisava de regra especial, só de mais espaço na sala mesmo.

SETENTA E OITO

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CIDADA

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Jairo Marques. O menino “cadeirantinho”. Folha de S.Paulo, 24 nov. 2012. Folhinha.

2. Por que o autor usou “cadeirantinho” em vez de “cadeirante”?

NIA

PELICANO

PORTA PARA A CIDADANIA ATIVIDADES PARA FAZER O LUGAR ONDE VIVEMOS MELHOR.

PELICANO em INESC. Construindo a plataforma dos movimentos sociais para reforma do sistema político no Brasil. Brasília, DF: INESC/ABONG, 2009. p. 12.

1. O que se vê na imagem?

2. Que ideia o artista pretendeu passar?

3. Qual trecho do texto confirma que hoje o narrador já é adulto e permanece cadeirante? Transcreva-o.

4. Por que o autor escreveu “teeeempo” em vez de “tempo”?

5. No texto lido, o narrador apresenta uma mensagem que nos faz refletir. Comente. 124 CENTO E VINTE E QUATRO

CENTO E VINTE E CINCO

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apenas dos governantes?

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VINTE E UM

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NÃO SABE O QUE ALGUMA PALAVRA SIGNIFICA? O GLOSSÁRIO PODE TE AJUDAR!

3. Em dupla, debatam, reflitam e opinem: o Brasil depende de todos os brasileiros ou

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Todos podem e querem se divertir na infância, e sempre há um jeito para [...] brincar junto, ensinar sua maneira de jogar, de se segurar no balanço, de virar a figurinha no “bafo”. O colega cego, surdo, com paralisia cerebral, “cadeirantinho” ou que tenha qualquer diferença quer aproveitar o mundo do jeito que todos querem. E sempre é possível colocá-los na roda, basta usar a imaginação, abrir bem os braços e dar um sorriso de “seja bem-vindo”.

1. Qual é a condição física do narrador da história?

LÉO FANELLI/GIZ DE CERA

A PARA

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LÉO FANELLI/GIZ DE CERA

Leia o texto a seguir com atenção.

b) À esquerda vemos uma mulher e seu bebê morto nos braços; o que o artista terá pretendido ao pintar essa cena?

d) A obra Guernica contribui para a valorização da paz? Como?

TA

146 CENTO E QUARENTA E SEIS

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a) Alguns elementos da pintura, como o touro, chamam a nossa atenção: o que o touro pode estar representando?

c) Por que o artista escolheu o branco, o preto e os diversos tons de cinza para criar sua obra?

P OR

Diálogos como esse do Juninho com o amigo dele acontecem com frequência no dia a dia. É comum ouvirmos as pessoas dizerem “Minha memória está falhando”; “Eu, graças a Deus, tenho uma ótima memória!”; ou então “O senhorzinho que mora na casa da frente está perdendo a memória”; ou, ainda, “Não me lembro nem do que eu comi no almoço!”.

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ATIVIDADES PARA CONCLUIR O ESTUDO DA UNIDADE.

1. Resolva o diagrama a seguir. a) Capacidade que temos de guardar e transmitir acontecimentos e experiências. b) Personagem da história do Brasil que pagou com a vida por sua luta pela liberdade. c) Data lembrada e comemorada todos os anos. d) Pessoa reconhecida por seus feitos pelo povo de uma região ou país. e) Feriado nacional que lembra a execução de Tiradentes.

Assim, quando rimos de uma pessoa ou de um grupo que tem hábitos diferentes dos nossos, estamos na verdade ignorando a sua cultura e, com isso, estamos cometendo etnocentrismo. Atitudes etnocêntricas são fruto da ignorância, do desconhecimento da cultura das pessoas de quem rimos.

Etnocentrismo: maneira de ver o mundo daqueles que consideram o seu grupo (sua etnia ou sua nação) superior ou mais importante do que os demais.

AGORA É A SUA VEZ!

1. Você talvez já tenha ouvido a expressão “programa de índio”, frequentemente usada

para dizer que um determinado passeio ou divertimento é péssimo. Debata o assunto com o seu colega e dê a sua opinião.

f) Diz-se da memória de cada um de nós.

PALÊ ZUPPANI/PULSAR IMAGENS

MOMENTO DE COLOCAR EM PRÁTICA O QUE VOCÊ APRENDEU.

IMAGENS: GELPI/SHUTTERSTOCK.COM

g) Diz-se da memória de uma sociedade.

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Crianças kalapalo nadando em lagoa. Parque Indígena do Xingu. Querência, MT. .

154 CENTO E CINQUENTA E QUATRO

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SESSENTA E TRÊS

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UNIDA D E

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CULTURA, TEMPO E CALENDÁRIO | 8

1. O “tempo do relógio” e outros tempos .................................................................. 10

O tempo da natureza ........................................................................................................................................11 Outras culturas, outros calendários........................................................................................................14 Como saber em que século estamos? ....................................................................................................16 Linha do tempo ..................................................................................................................................................16

2. Os primeiros povoadores da Terra .................................................................................22 Os caçadores e coletores............................................................................................................................. 23 O começo da agricultura ..............................................................................................................................24 Da aldeia à cidade ............................................................................................................................................ 28

3. Povos antigos ........................................................................................................................................ 38

Os mesopotâmicos .......................................................................................................................................... 38 Os egípcios ..........................................................................................................................................................43

UNIDA D E

2

CIDADANIA: PASSADO E PRESENTE | 52

1. O respeito à diversidade e à pluralidade ............................................................... 54

Tambor de Crioula – MA ................................................................................................................................ 56 Fandango Caiçara.............................................................................................................................................58 Teatro de Bonecos Popular do Nordeste ............................................................................................60 O etnocentrismo .............................................................................................................................................. 62

2. Cidadania: conquistas dos povos .................................................................................... 67

A Segunda Guerra e suas consequências ...........................................................................................68 A busca pela paz mundial .............................................................................................................................70

3. Cidadania: conquistas do povo brasileiro .............................................................79

Diretas Já ...............................................................................................................................................................79 A Constituição Federal de 1988 ................................................................................................................81 Estatuto da Criança e do Adolescente ................................................................................................. 83 Estatuto do Idoso ............................................................................................................................................ 87

No Sumário, o fio tracejado que acompanha as imagens é uma sugestão de organização bimestral dos conteúdos. A Matriz articuladora do Manual do professor traz mais sugestões para o planejamento específico por bimestre e por trimestre.

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UNIDA D E

3

LINGUAGENS E DEBATES | 94

1. O uso de diferentes linguagens na comunicação ........................................ 96

A linguagem do “internetês” .......................................................................................................................96 A linguagem da pintura ..................................................................................................................................97 A linguagem da escrita ..................................................................................................................................98 A linguagem do teatro.................................................................................................................................102 A língua brasileira de sinais: Libras .......................................................................................................104

2. Debates do nosso tempo .......................................................................................................114

O uso do “internetês” ...................................................................................................................................116 O uso de maquiagem infantil ....................................................................................................................118 A prática do bullying na escola................................................................................................................120 ................................................................................................................

UNIDA D E

4

PATRIMÔNIO E MARCOS DE MEMÓRIA | 126

1. Patrimônios da Humanidade............................................................................................. 128

Patrimônios Mundiais da Humanidade............................................................................................... 128 Patrimônios Materiais da Humanidade no Brasil .......................................................................... 132 Patrimônios Imateriais da Humanidade no Brasil ........................................................................ 136 Patrimônio Natural da Humanidade no Brasil ................................................................................140

2. Marcos de memória ...................................................................................................................... 146

Transformação de Tiradentes em herói nacional ..........................................................................148 A transformação do 21 de Abril em um marco de memória ......................................................149 O 13 de Maio e o 20 de Novembro.........................................................................................................150 A transformação do 20 de Novembro em um marco de memória .........................................151 Dia Internacional da Paz – 21 de setembro ...................................................................................... 152

UNIDA D E

5

DE TUDO UM POUCO | 160

#SE LIGA ..............................................................................................171 REFERÊNCIAS................................................................................... 175 MATERIAL COMPLEMENTAR ........................................................177

A última unidade deste volume é de revisão de conteúdos e pode ser trabalhada em conjunto com outras unidades, conforme seu planejamento.

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UNIDADE

Objetivos da unidade • Trabalhar o conceito de cultura.

CULTURA, TEMPO E CALENDÁRIO

• Retomar o conceito de tempo e suas dimensões. • Apresentar diferentes tipos de calendário usados pelos povos. • Consolidar o significado de sedentarismo. • Mostrar a importância da descoberta da agricultura para a humanidade.

Cada povo tem uma cultura, isto é, um modo próprio de viver, pensar, tocar, cantar, fazer festas e dançar. Os trajes, os passos, os movimentos presentes nas danças tradicionais de cada povo nos ajudam a conhecê-lo. Observe as imagens.

• Explicar a formação das primeiras cidades.

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GREG VAUGHN/VWPICS/UIG/GETTY IMAGES

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• Discorrer sobre a cultura egípcia e mesopotâmica. • Esclarecer sobre a influência da religião nas sociedades egípcias e mesopotâmicas.

• Cultura • Religião • Calendário • Tempo da natureza • Tempo cronológico • Calendário cristão • Pré-História • Nomadismo/sedentarismo • Caçadores e coletores • Agricultores e pastores • Aldeia neolítica • Divisão do trabalho • Comércio • Centralização do poder/formação do Estado • Imposto • Formação das cidades

JACK.Q/SHUTTERSTOCK.COM

Conteúdos

Dança de matriz indígena. Mulher quéchua. Peru. .

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Flamenco, dança espanhola. Ballet Teatro Espanhol Rafael Aguilar. .

OITO

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BNCC (EF05HI01) Identificar os processos de formação das culturas e dos povos, relacionando-os com o espaço geográfico ocupado. (EF05HI02) Identificar os mecanismos de organização do poder político com vistas à compreensão da ideia de Estado e/ou de outras formas de ordenação social.

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(EF05HI03) Analisar o papel das culturas e das religiões na composição identitária dos povos antigos. (EF05HI08) Identificar formas de marcação da passagem do tempo em distintas sociedades, incluindo os povos indígenas originários e os povos africanos.

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As culturas são diferentes entre si; apenas isso. Cada cultura tem seu valor e não há uma cultura superior a outra. De acordo com os estudiosos do assunto, nenhum povo pode ser chamado de “selvagem” ou “primitivo” porque se veste, se enfeita, se alimenta ou pensa diferentemente de outro.

Respostas

1. Você gosta de dançar?

• Respostas pessoais.

2. Em qual dessas danças das fotografias você

Auxiliando seu trabalho

gostaria de estar?

Professor, para introduzir os temas trabalhados nesta unidade, podem-se fazer algumas perguntas norteadoras:

3. Agora responda sem ler as legendas: a que país pertence cada uma dessas danças?

4. Localize Itália e Nigéria no planisfério da

• Vocês sabem o significado da palavra “cultura”?

página 185. Os povos desses dois países contribuíram com suas culturas para a formação do povo brasileiro?

• Como organizamos nossas vidas hoje?

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• Sabiam que ainda há povos que organizam suas vidas de acordo com o tempo da natureza? • Quais tipos de relógio vocês conhecem?

ERMESS/SHUTTERSTOCK.COM

• Vocês já assistiram a algum filme ou leram uma história em quadrinhos ambientados na Pré-História?

Dança italiana. Itália. .

• Quais alimentos que vocês comem no dia a dia são produzidos por meio da agricultura?

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• Vocês sabem como se formaram as primeiras cidades? • Já ouviram a palavra politeísmo? Sabem o que ela significa?

AJIBOLA FASOLA/SHUTTERSTOCK.COM

• Vocês já assistiram a um filme ou seriado ambientado no Egito antigo? • Mas, afinal, o que são as pirâmides? • Por que e para que as pirâmides foram construídas?

Dança nigeriana. .

NOVE

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Anotações

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• Esta dupla de páginas de abertura visa ajudar os alunos a formar a noção de cultura a partir de danças de diferentes povos. As diferenças culturais tornam a humanidade mais rica. O problema se dá quando ocorre a transformação da diferença em desigualdade e se difunde a ideia de que uma cultura é superior às demais.

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Texto de apoio

O “TEMPO DO RELÓGIO” E OUTROS TEMPOS Na nossa cultura, isto é, no nosso modo de viver e pensar, consultamos relógios várias vezes ao dia. Temos hora para tudo: hora de ir à escola, hora de comer, hora de estudar, hora de encontrar um amigo ou amiga, e assim por diante. Os horários são tão importantes em nossas vidas que, muitas vezes, acordamos a uma determinada hora porque o despertador tocou, e não porque estamos sem sono. Enfim, hoje somos comandados por relógios e horários. Esse tempo controlado por relógios e horários é chamado de tempo cronológico. Mas nem todos os povos se guiam por relógios...

DEAN DROBOT/SHUTTERSTOCK.COM

Cultura e Natureza Margareth Mead, uma antropóloga americana, afirmou que a Cultura é uma lente através da qual o homem enxerga a realidade. Com isto ela quis dizer que há uma multiplicidade de formas de ver o mundo, dependendo da maneira como se foi ensinado a vê-lo[...]. [...] por que há tanta diferença na humanidade, por que há tanta variação de costumes, línguas, crenças, alimentação, vestuário, gostos, maneiras de pensar e sentir tão diferenciadas? Esta multiplicidade que poderíamos chamar de multiplicidade cultural é proveniente da criatividade humana, que encontra soluções muito distintas para problemas [...] comuns à humanidade, tais como os de sobrevivência, como perceber a natureza, o tempo e o espaço. A maneira como se percebe a natureza e se lhe atribui significados é também cultural. [...] Um exemplo claro é o fato de que [...] os hindus consideram a vaca como um animal sagrado, enquanto nos Estados Unidos e no Brasil, ter um bom bife na mesa é sinônimo de boa alimentação e mesmo de poder aquisitivo. Enquanto isso, os Enenauê-nauê que moram em Mato Grosso têm repulsa por mamíferos e claramente preferem os peixes como prato principal. [...] as sociedades humanas e as culturas são muito

A imagem sugere a importância do relógio em nossas vidas.

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DEZ

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Sugestão para o professor Vídeo • O TEMPO. National Geographic. Duração: 45min31s. Disponível em: <http://livro.pro/ qvbh2r>. Acesso em: 30 maio 2019. O vídeo trata da compreensão comum que se tem sobre o tempo e apresenta uma nova forma de pensar sobre ele.

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variadas e apresentam uma riqueza enorme de arranjos e soluções para a vida. [...] Um mesmo espaço no Pantanal, por exemplo, pode ser percebido e utilizado de maneira diferenciada por uma população tradicional, por um grupo de pescadores, por fazendeiros e por um grupo indígena pantaneiro. Da mesma maneira o tempo é vivenciado de maneiras particulares por diferentes culturas; um pescador do rio Cuiabá deve observar o rio, o movimento das águas, a fase da lua, as estações, um agricultor deve saber quando plantar e também conhecer as informações que o pescador conhece. Alguém que vive no campo deve saber observar os sinais provenientes da natureza [...] para que possa planejar melhor suas atividades e tirar o maior proveito possível de suas atividades. Um morador da cidade, por outro lado, pode contentar-se em localizar-se no tempo através do relógio e do calendário de seu país. [...]

O tempo da natureza Os primeiros grupos humanos organizavam sua vida com base na observação da natureza: a sucessão dos dias e das noites, das secas e das chuvas, do nascimento e da queda das folhas, e assim por diante. Por isso, dizemos que eles se guiavam pelo tempo da natureza. Ainda hoje, há grupos humanos que organizam sua vida com base nos acontecimentos naturais. Os indígenas pataxós, que vivem em Minas Gerais e na Bahia, são um exemplo de grupo humano da atualidade que organiza suas atividades com base nos acontecimentos naturais (como mês do frio, mês das águas), ou seja, guiam-se pelo tempo da natureza. RENATO SOARES/PULSAR IMAGENS

Pai e filho pataxós. Porto Seguro, BA. .

ONZE

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Auxiliando seu trabalho

A LDB no seu artigo 28 determina: Na oferta da educação básica para a população rural, os sistemas de ensino promoverão as adaptações necessárias à sua adequação, às peculiaridades da

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SILVA, Joana Aparecida Fernandes. Cultura e Natureza. Tempo e Espaço. A página da educação, ano 7, jul. 1998. Disponível em: <https://www.apagina. pt/?aba=7&cat=70&doc= 7388&mid=2>. Acesso em: 30 maio 2019.

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vida rural e de cada região, especialmente: [...] II – Organização escolar própria, incluindo a adequação do calendário escolar às fases do ciclo agrícola e às condições climáticas;

III – Adequação à natureza do trabalho na zona rural. BRASIL. Senado Federal. LDB: Lei de diretrizes e bases da educação nacional. Brasília: Coordenação de Edições Técnicas, 2018. Disponível em: <http:// www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/ id/544283/lei_de_diretrizes_e_bases_2ed.pdf>. Acesso em: 5 jun. 2019.

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Sugestão para o professor

Calendário pataxó Calendário é um jeito de contar e dividir o tempo e varia com a cultura de cada povo. Os Pataxó usam um calendário próprio. Veja como eles marcam os meses do ano.

Vídeo

KANÁTYO, ANGTHICHAY, JASSANÃ, ARARIBY, MANGUAHÃ. O POVO PATAXÓ E SUAS HISTÓRIAS. SÃO PAULO: GLOBAL, 2002. P. 25.

• ÍNDIOS Pataxós e a terra do descobrimento. TV Brasil. Duração: 25min16s. Disponível em: <http://livro. pro/hemxt8>. Acesso em: 30 maio 2019. Documentário sobre os indígenas pataxós.

Ilustração feita pelos indígenas Kanátyo Pataxó e Manguahã Pataxó. Repare que eles representaram o feijão em fevereiro, enxadas em março, o milho em outubro, uma nuvem carregada e gotas de chuva em novembro, e assim por diante.

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DOZE

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Texto de apoio O mês O interesse pelo mês no sistema do calendário parece residir na relação entre o aspecto natural do mês, ligado à lunação (mais ou menos registrada nos diversos calendários), e os aspectos cultu-

rais estreitamente dependentes da história. O mês natural deriva da lunação, mas, nos calendários solares, esta origem é mais ou menos posta à parte. No entanto, este conserva uma grande pertinência no sistema do calendário e foi-se enriquecendo de significados no decurso da história.

Para certos povos, o mês é uma unidade flutuante, o ano não compreende um número preciso de meses, o mês não compreende um número preciso de semanas: é, em resumo, mais ou menos autônomo do sistema do calendário. É este o caso de algumas das populações africanas da Costa do

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Auxiliando seu trabalho

Janeiro – Mês de preparo de solo para feijão. Fevereiro – Mês da planta do feijão. Março – Mês da capina. Abril – Mês da festa do awê. Maio – Colheita do milho. Junho – Mês do frio. Julho – Mês de curso dos professores indígenas. Agosto – Mês de volta às aulas. Setembro – Mês de preparo de solo para o milho. Outubro – Mês da planta do milho. Novembro – Mês das águas. Dezembro – Mês da manga [...].

Apesar de a ABNT determinar outra regra, optamos por usar a ordem direta do nome dos autores nas referências desta obra para apoiar o processo de leitura do aluno nos anos iniciais do Ensino Fundamental, que está em processo de letramento e alfabetização.

Respostas Agora é a sua vez! a) Informa que os Pataxó se alimentam de feijão, de milho e de frutas, como a manga. b) Significa mês das chuvas, elemento importante para o crescimento das plantas. c) Agosto; mês de volta às aulas.

Arariby e outros. O povo pataxó e suas histórias. São Paulo: Global, 2002. p. 25.

a) O que esse calendário informa sobre a alimentação pataxó?

Sugestão para o professor Leitura

EDITORA UNICAMP

b) Interprete o significado de “mês das águas” no texto.

c) Em qual mês, na nossa cultura e na dos Pataxó, vivenciamos o mesmo acontecimento? Justifique.

TREZE

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Marfim [...]. Para os baulés, os meses não têm nome nem ordem, e não correspondem a um momento preciso do ano. Não tem sentido perguntar a um baulé quantos meses tem o ano. Os guerés não dividem o mês em semanas, mas em fases da

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• LE GOFF, Jacques. História & memória. Campinas: Editora da Unicamp, 2003. O erudito historiador Jacques Le Goff reflete sobre dois conceitos importantes no ensino da História: o de História e o de memória (individual e coletiva). Lembre-se aqui de que um dos conceitos-chaves propostos pela BNCC no 5o ano é o de memória.

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Lua. Para certos povos lagunares desta região, há dois sistemas de meses: um mês lunar, puramente agrícola, e um mês ritual, com um número de dias bem definido (30, 36 ou 42), que regula a vida social e religiosa. Assim, o mês tem, sobretudo, um caráter econômico,

enquanto regula a atividade do trabalho dos campos e da pesca. O mês ritual é, por outro lado, essencial para todo um conjunto de cerimônias, que têm lugar apenas uma vez no ciclo mensal. [...] LE GOFF, Jacques. História & memória. Campinas: Editora da Unicamp, 2003. p. 504-505.

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Texto de apoio

Outras culturas, outros calendários

Calendário: uma construção social Conheça [...] calendários usados atualmente, em diversas partes do mundo: [...]

Religião: é um conjunto de crenças, Outros povos também criaram calendários normas e valores partilhados por com base na sua cultura. Para dar início à contagem um grupo, comunidade ou povo; é do tempo, cada povo escolheu uma data que é imimportante lembrar que a religião portante para ele. é sempre coletiva. Os judeus, por exemplo, começam a contar o tempo a partir da criação do mundo, que para eles se deu no ano 3760 antes do nascimento de Cristo. Já os muçulmanos contam o tempo a partir da ida do fundador da sua religião, Maomé, da cidade de Meca para Medina (na atual Arábia Saudita). Esse fato ocorreu no ano 622 depois de Cristo. Os cristãos, por sua vez, escolheram o nascimento de Cristo para dar início à contagem do tempo. Esse fato é um marco do calendário cristão. Assim, por exemplo, o ano de 2020, para os cristãos, corresponde ao ano de 1441 para os muçulmanos, e ao de 5780 para os judeus.

Calendário Judaico O Calendário Judaico foi estabelecido pelos hebreus na época do Êxodo, aproximadamente no ano 1447 a.C. Também é lunissolar, já que leva em consideração o ciclo lunar e o ciclo solar, fazendo com que os anos se alternem entre doze e treze meses. É usado pelo povo de Israel há mais de três milênios para a determinação de datas festivas, aniversários, mortes e serviços religiosos.

ALENCAR, Lucas. Oito tipos de calendários usados pelo mundo. Galileu. Disponível em: <https:// revistagalileu.globo.com/Cultura/ noticia/2016/01/oito-tipos-decalendarios-usados-pelo-mundo. html>. Acesso em: 30 maio 2019.

Judeus

Cristãos

Muçulmanos

5780

2020

1441

Anos em que se encontram em 2020 EDITORIA DE ARTE

Calendário Islâmico O Calendário Islâmico também é conhecido como calendário hegírico, por ter seu marco inicial na Hégira, a fuga do profeta Maomé da cidade de Meca para Medina, no ano de 622 d.C. É um calendário lunar, composto por doze meses de 29 ou 30 dias, formando um ano de 354 ou 355 dias. Os muçulmanos ortodoxos celebram datas religiosas e festivas, como mês do Ramadã ou o Ano Novo Islâmico, de acordo com este calendário.

Povos

• O marco inicial do calendário grego é o ano em que ocorreu a primeira Olimpíada do mundo antigo. O que isso quer dizer?

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QUATORZE

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Resposta

Isso quer dizer que as Olimpíadas eram um acontecimento importante na cultura dos gregos na Antiguidade.

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Sugestão para o professor Leitura • OUTROS calendários: chinês, islâmico e maia. Nova Escola, 1o nov. 2009. Disponível em: <http://livro.pro/q3j3wx>. Acesso em: 30 maio 2019. O texto apresenta características dos calendários chinês, islâmico e maia.

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Texto de apoio

O calendário cristão

Calendário gregoriano

O calendário mais usado no Brasil é o cristão. Para nós, portanto, há os fatos ocorridos antes e depois de Cristo nascer. ILUSTRAÇÃO DE LA STORIA DEI PAPI DEL CARD. FOTO: THE BRIDGEMAN ART LIBRARY/FOTOARENA Ao escrever as datas de fatos ocorridos antes de Cristo, colocamos a abreviatura a.C. A invenção do fogo, por exemplo, ocorreu cerca de 500 mil anos antes do nascimento de Cristo, ou seja, 500000 a.C. Já a primeira vacina foi desenvolvida em 1796. Nos fatos ocorridos depois do nascimento de Cristo, não é necessário colocar a abreviatura d.C. O nosso calendário divide o tempo em dia, mês, ano, década (10 anos), século (100 anos) e milênio (1 000 anos). Assim, dizer que estamos em 2022 significa que já se passaram dois milênios e 22 anos do nascimento de Cristo.

No dia 24 de fevereiro de 1582, o Papa Gregório XIII decretou uma mudança na contagem do tempo. A alteração foi determinada por meio da bula papal chamada Inter gravissimas. O documento criou o Calendário Gregoriano, para ajustar o ano civil ao ano solar, período que a Terra leva para dar uma volta ao redor do Sol. A reforma substituiu o Calendário Juliano, que estava defasado em quase uma semana. A mudança estabeleceu uma duração mais exata para o calendário e uma base de cálculo para as festas móveis cristãs, como a Páscoa. O Calendário Gregoriano começou a valer em outubro daquele mesmo ano. Para que o ajuste fosse feito, dez dias do mês deixaram de existir: o dia quatro pulou direto para o dia 15. O novo calendário oficial foi adotado primeiro em Portugal, Espanha e Itália, até ser seguido pela maior parte do mundo. [...]

Gravura colorizada representando o Papa Gregório XIII, responsável pela atualização do calendário cristão. Escola italiana. Séc. XIX.

1. Vimos que, para situar os fatos históricos no tempo, usamos anos, décadas, séculos, milênios etc. Pense e responda:

a) Há quantos séculos se deu o nascimento de Cristo?

b) Há quantos milênios?

QUINZE

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Auxiliando seu trabalho

Os alunos têm um convívio diário com o calendário; no entanto, é importante relacionar o objeto às experiências deles para que todos possam dar sentido a sua utilização.

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Respostas 1. a) Há mais de 20 séculos. b) Há mais de dois milênios.

LEITE, Patrícia. História hoje: há 435 anos calendário gregoriano mudou a forma de contagem do tempo. EBC, 24 fev. 2017. Disponível em: <http://radioagencianacional. ebc.com.br/geral/audio/2017-02/ historia-hoje-ha-435-anoscalendario-gregoriano-mudouforma-de-contagem-do-tempo>. Acesso em: 30 maio 2019.

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Texto de apoio

O século é uma unidade de tempo muito utilizada pelos historiadores. Geralmente é escrito em algarismos romanos: século I, século III, século XX, e assim por diante. Há duas regras práticas para saber a que século pertence determinado ano. 1ª) Quando o ano terminar em 00, é só eliminá-los, e o número que sobrar indicará o século. Exemplo:

1200

século XII (século doze)

2ª) Quando o ano não terminar em 00, é só eliminar os dois últimos algarismos e somar 1 ao número que sobrar, e você terá o século. Exemplo:

2020

20 + 1 21 século XXI (século vinte e um)

Linha do tempo Para representar e ordenar os fatos numa sequência cronológica, utiliza-se a linha do tempo. Essa linha pode ser construída usando-se qualquer unidade de tempo: ano, década, século. Observe a linha do tempo a seguir.

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2020 2020

FABRICE LEROUGE/ONOKY/GETTY IMAGES

IMAMEMBER/ISTOCK/GETTY IMAGES

2011

2002

DEZESSEIS

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Sugestão para o professor Leitura • LIMA, Cláudia de Castro. Linha do tempo: uma viagem pela história da humanidade. São Paulo: Panda Books, 2010. O livro apresenta informações sobre diversas invenções e as organiza em uma linha do tempo. As invenções estão divididas em dez categorias: alimentação, artes, comunicação, dinheiro, guerras, habitação, religião, saúde, transporte e vestuário.

EDITORA PANDA BOOKS

GLEZER, Raquel. Tempo e história. Ciência e Cultura, São Paulo, v. 54, n. 2, p. 23-24, out. 2002. Disponível em: <http://cienciaecultura. bvs.br/scielo.php?script=sci_ arttext&pid=S0009-672520020002 00021>. Acesso em: 30 maio 2019.

Como saber em que século estamos?

GABRIELA INSURATELU/SHUTTERSTOCK.COM

Ciência e cultura Para historiadores, tempo é tanto o elemento de articulação da/na narrativa historiográfica como é vivência civilizacional e pessoal. Para cada civilização e cultura, há uma noção de tempo, cíclico ou linear, presentificado ou projetado para o futuro, estático ou dinâmico, lento ou acelerado, forma de apreensão do real e do relacionamento do indivíduo com o conjunto de seus semelhantes, ponto de partida para a compreensão da relação Homem-Natureza e Homem-Sociedade na perspectiva ocidental. Tempo é palavra de muitos significados, e em alguns deles empregado como sinônimo de passado, ciclos, duração, eras, fases, momentos ou mesmo história, o que contribui para o obscurecimento das discussões teóricas dos historiadores sobre ele, e acaba confundindo o público leitor. Da noção de tempo civilizacional derivaram filosofias, teorias, historiografias, com seus calendários, cronologias, periodizações por momentos, seleções de fatos marcantes – elementos mutáveis a cada leitura, a cada narrativa historiográfica, sempre datada, quer a de nacionais, quer a de estrangeiros. [...]

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Sugestões para o aluno

#VOCÊ SABIA?

Vídeos

Instrumentos de medição do tempo

UNDERWORLD/SHUTTERSTOCK.COM

A necessidade de calcular a duração dos fenômenos naturais levou os grupos humanos a criarem instrumentos de medição do tempo. Entre os mais antigos, está a ampulheta. Bem mais tarde, foi desenvolvido o relógio mecânico e, mais recentemente, o relógio digital. Ampulheta: instrumento pelo qual se mede o tempo pela quantidade de areia que passa de um compartimento de vidro para outro por meio de um orifício minúsculo. Ampulheta. MELINDA NAGY/SHUTTERSTOCK.COM

Relógio mecânico: invenção europeia do início do século XIV. Observa um historiador que, a partir da invenção do relógio mecânico, “[...] As pessoas não se movem mais pelo ritmo do sol, pelo canto do galo ou pelo repicar dos sinos, mas pelo tique-taque contínuo, regular e exato dos relógios” (Nicolau Sevcenko. O renascimento. São Paulo: Atual, 1994. p. 13).

UT RIKOBEST/SH

TERSTOCK.CO

M

• RELÓGIO da torre da Concatedral Nossa Senhora da Glória já está funcionando. TV Beltrão. Duração: 2min59s. Disponível em: <http://livro. pro/9ea4oc>. Acesso em: 30 maio 2019. Conheça a história do relógio da torre da Concatedral Nossa Senhora da Glória, localizada em Francisco Beltrão, no Paraná.

Relógio digital em tela de smartphone.

DEZESSETE

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Auxiliando seu trabalho

O controle do tempo é importante para as atividades do nosso cotidiano, como assistir a uma sessão de cinema, chegar e sair da escola, saber o horário de entrada e saída do trabalho, marcar uma consulta médica etc.

• COMO funcionam os relógios de pêndulo. How stuff works. Duração: 1min28s. Disponível em: <http://livro. pro/sry36x>. Acesso em: 29 maio 2019. Vídeo sobre os relógios de pêndulo. • LONDRES de A a Z: Big Ben. ESPN. Duração: 4min48s. Disponível em: <http://livro. pro/6g8c24>. Acesso em: 30 maio 2019. Uma visita ao prédio do Big Ben, em Londres. A reportagem mostra o interior desse prédio histórico, o funcionamento do relógio da sua torre e o sino.

Relógio mecânico. Torre do Big Ben. Palácio de Westminster. Londres, Reino Unido.

Relógio digital: utiliza energia elétrica. Os notebooks, tablets e smartphones também têm relógio digital.

• A GRANDE ideia: saiba como surgiu o relógio de pulso. SBT. Duração: 1min13s. Disponível em: <http://livro. pro/roi8yd>. Acesso em: 30 maio 2019. O vídeo aborda a criação do relógio de pulso.

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Sugestão para o professor Site • 6 INSTRUMENTOS para contar o tempo. História digital. Disponível em: <http:// livro.pro/d5cgze>. Acesso em: 29 abr. 2019. O site apresenta seis dispositivos criados ao longo da história para medir o

tempo, como a ampulheta, o relógio de sol, a clepsidra, o relógio de vela, o relógio de pêndulo e o relógio atômico, considerado o relógio mais preciso já construído pelo homem.

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Texto de apoio Somos feitos de tempo “Ainda faltam três dias para começarem as férias!”. Você deseja tanto que esses três dias passem rápido que eles vão lhe parecer séculos. [...] [...] O tempo existe em você. Ele é um componente da sua personalidade. O filósofo francês Henri Bergson, no século XX, baseou-se nesse tipo de experiência sensível para pensar o tempo. Segundo ele, a duração vivida nada tem a ver com o tempo medido pelos relógios: os relógios só medem o espaço, isto é, a trajetória regular dos ponteiros num mostrador. Qual é a relação com o tempo vivido? Você sabe que é o mesmo ser desde que nasceu porque você caminha com o tempo, que é percebido por meio de sensações e de lembranças. [...] Se você depara com uma situação idêntica àquela que viveu um momento antes, a duração que passou entre as duas impossibilita a repetição: depois da primeira vez, você já não é o mesmo, porque viveu emoções que o modificaram. Assim, o segundo beijo não pode ser parecido com o primeiro: você já conhece a doçura do carinho, a textura dos lábios amados, você espera para reencontrá-las e não mais para descobri-las. BAUSSIER, Sylvie. Pequena história do tempo. São Paulo: Edições SM, 2005. p. 72. (Coleção Pequenas Histórias dos Homens).

1. Complete de modo a formar frases historicamente corretas. cultura

a) Na nossa consultamos o

relógio

, isto é, no nosso modo de viver e pensar, várias vezes ao dia.

b) Esse tempo controlado por relógios e horários é chamado de cronológico

tempo

.

2. Assinale V para verdadeiro e F para falso e corrija as erradas. a)

V

Os primeiros grupos humanos organizavam suas vidas com base na observação da natureza.

b)

F

Todos os grupos humanos da atualidade continuam a organizar suas vidas com base na observação da natureza.

c)

F

Os Pataxó organizam suas vidas com base no relógio.

3. Marque os meses de janeiro, maio, outubro e dezembro com um fato ou período importante no calendário cristão. Calendário pataxó Mês de preparo de solo para feijão.

Mês das férias escolares.

Maio

Colheita do milho.

Mês do Dia das Mães.

Outubro

Mês da planta do milho.

Mês do Dia das Crianças.

Janeiro

Dezembro Mês da manga. 18

Calendário cristão

Mês do Natal.

DEZOITO

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Resposta Agora é a sua vez! 2. Correções b) e c). Alguns grupos humanos da atualidade continuam a organizar suas vidas com base na observação da natureza.

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19 11:00 AM

Texto de apoio

4. O que é calendário?

Percepção do tempo: uma construção social

5. Qual data é usada pelos judeus como marco inicial de seu calendário? E os muçulmanos, que data eles usam?

6. Complete o esquema com o ano que estamos no calendário cristão e os anos correspondentes no calendário judeu e no muçulmano. Depende do ano em que o

material estiver sendo usado.

Exemplo: 2021

Calendário muçulmano

Calendário judeu

5781

EDITORIA DE ARTE

Ano em que estamos no calendário cristão

1442

7. A que século pertencem os seguintes anos? a) 2022:

Século XXI

e) 507 a.C.:

Século VI a.C.

b) 1789:

Século XVIII

f) 1945:

Século XX

g) 1453:

Século XV

h) 1347:

Século XIV

c) 5000 a.C.: d) 1500:

Século V a.C. Século XV

8. Organize as datas da questão anterior em ordem cronológica. 5000 a.C.; 507 a.C.; 1347; 1453; 1500; 1789; 1945; 2022.

DEZENOVE

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Respostas

Agora é a sua vez! 4. Calendário é um modo de contar e dividir o tempo. 5. Os judeus começam a contar o tempo a partir do ano 3760 antes do nascimento de Cristo; já os muçulmanos usam o ano 622 depois do nascimento de Cristo.

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[...] Ao privilegiar determinadas noções de realidade em detrimento de outras, os grupos sociais controlam sua história, moldam seus valores e elegem seus patrimônios, com todos os dilemas que tais escolhas implicam. Nem mesmo importa como se deram os fatos narrados ou mesmo se existiram como tais. Por tal mecanismo, eles são percebidos como parte crucial das identidades desses grupos. Isso significa que a percepção do tempo é uma construção cultural presente em todas as sociedades sob formas particulares de organização e encadeamento de lembranças de eventos ocorridos ou imaginados, temidos ou desejados. Às vezes, a memória é organizada culturalmente para enaltecer ocorrências que estruturam valores morais [...]; em outras, [...] evita e joga no esquecimento fatos com poder de desestruturar valores sociais. Seja como for, há uma distância entre a narrativa e o fato propriamente dito. [...] MELLO, Paulo Thiago de. Percepção do tempo é uma construção cultural presente em todas as sociedades. O Globo, 30 jun. 2018. Disponível em: <https:// oglobo.globo.com/cultura/ artigo-percepcao-do-tempo-umaconstrucao-cultural-presente-emtodas-as-sociedades-22837831>. Acesso em: 30 maio 2019.

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Texto de apoio Como a cultura influencia no desenvolvimento da criança? A cultura exerce uma influência sobre diversos aspectos do desenvolvimento das crianças. As experiências de aprendizado de uma criança que vive em uma cultura sem sistema de educação oficial são moldadas pela sua participação ou sua observação dos adultos praticando atividades culturalmente pertinentes (por exemplo, na cultura camponesa tradicional maia, as meninas aprendem a tecer com suas mães). A cultura desempenha também um papel no desenvolvimento socioemocional, estimulando ou desencorajando certos comportamentos. [...] Por exemplo, as comunidades autóctones do Canadá defendem uma grade curricular oficial que ensina às crianças sua história, descendência e papeis culturais. Da mesma maneira, elas sustentam que as crianças podem aprender melhor pelo incentivo à sua autoestima, enfatizando mais seus pontos fortes do que suas deficiências. [...] O fortalecimento cultural pode melhorar o aprendizado e o desenvolvimento das crianças pequenas, da mesma forma que a saúde mental e física. [...] ENCICLOPÉDIA SOBRE O DESENVOLVIMENTO NA PRIMEIRA INFÂNCIA. Cultura. Disponível em: <http://www.enciclopedia-crianca. com/cultura/sintese>. Acesso em: 10 jul. 2019.

1. Leia o texto a seguir com atenção. Chama-se cultura tudo o que é feito pelos homens, ou resulta do trabalho deles e de seus pensamentos. [...] Uma casa qualquer [...] é claramente um produto cultural, porque é feita pelos homens. A mesma coisa se pode dizer de um prato de sopa, de um picolé ou de um diário. Mas estas são coisas da cultura material, que se podem ver, medir, pesar. Há, também [...] as coisas da cultura imaterial [...]. A fala, por exemplo, que se revela quando a gente conversa, [...] é criação cultural. [...] Além da fala, temos as crenças, as artes, que são criações culturais porque inventadas pelos homens e transmitidas uns aos outros através das gerações. Darcy Ribeiro e Ziraldo. Noções de coisas. São Paulo: FTD, 1995. p. 34.

a) Segundo os autores do texto, o que é cultura?

b) Estabeleça a diferença entre cultura material e cultura imaterial.

c) Qual desses produtos feitos pelos seres humanos são da cultura material e quais são da cultura imaterial? Casa

20

Festa

Mesa

Dança

VINTE

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Respostas

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1. a) Cultura é tudo aquilo que é feito pelos seres humanos ou que resulta do trabalho deles e de seus pensamentos.

a cultura imaterial é tudo aquilo que é produzido pelo ser humano, mas não é palpável, ou seja, não pode ser tocado, como, por exemplo, o modo de fazer uma comida, uma brincadeira, uma festa, um ritual etc.

b) A cultura material é tudo que é feito pelos seres humanos e se pode ver, medir, pesar; já

c) Cultura material: casa e mesa. Cultura imaterial: festa e dança.

Porta para leitura e escrita

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PARA

Texto de apoio

ADANIA A CID

PCN e cidadania [...] Na proposta curricular do PCN de História [...] para o ensino fundamental destaca-se a necessidade de o aluno vir a “ser cidadão conhecedor da organização política, social e econômica da sociedade, da pluralidade de fontes da cultura, e a influência de vários fatores num contexto compreensível”. Nessa etapa da vida, a criança já é capaz de compreender que precisa “fazer a sua parte” e que, se ela tem direitos, tem também deveres. [...] Esse aprendizado passa necessariamente pelo respeito à diferença, à diversidade, ao espírito democrático, à tolerância e à solidariedade [...]. O professor deve conduzir seu trabalho no sentido de levar o aluno a considerar o ponto de vista dos outros e compreender o ser humano em todas as suas manifestações, sejam elas culturais, étnicas, políticas, emocionais, sociais, entre outras. [...]

PELICANO

TA R O P

PELICANO em INESC. Construindo a plataforma dos movimentos sociais para reforma do sistema político no Brasil. Brasília, DF: INESC/ABONG, 2009. p. 12.

1. O que se vê na imagem?

2. Que ideia o artista pretendeu passar?

3. Em dupla, debatam, reflitam e opinem: o Brasil depende de todos os brasileiros ou apenas dos governantes?

VINTE E UM

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FERMIANO, Maria Belintane; SANTOS, Adriane Santarosa dos. Ensino de História para o Fundamental 1. São Paulo: Contexto, 2014. p. 19-20.

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Respostas Porta para a cidadania 1. A imagem mostra pessoas de diferentes etnias, características físicas e profissões com um tijolinho nas mãos colaborando para a construção do “Brasil”, representado na imagem pelo mapa de seu território.

2. Ele quis passar a ideia de que o Brasil depende de todos e de cada um. 3. O Brasil depende de todos os brasileiros, inclusive dos governantes. Professor, aproveitar a questão para preparar os alunos para o exercício da cidadania.

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Texto de apoio

OS PRIMEIROS POVOADORES DA TERRA

Pré-História: um conceito discutível Os historiadores do século XIX dividiram a longa aventura dos seres humanos sobre a Terra em dois períodos: Pré-História e História. Segundo eles, a Pré-História começaria com o aparecimento dos humanos, há cerca de 2 milhões de anos, e teria fim com a invenção da escrita, ocorrida por volta de 3000 a.C. Já a História se estenderia do aparecimento da escrita aos dias atuais. Nessa visão tradicional, a História é dividida em quatro idades: Idade Antiga, Idade Média, Idade Moderna e Idade Contemporânea. Repare que essa periodização considera as sociedades sem escrita (ágrafas) sociedades sem história. Nessa abordagem, a Pré-História é vista como algo menor, uma espécie de ensaio para a História. É que os criadores dessa periodização, os historiadores do século XIX, consideravam o documento escrito muito mais importante do que os outros. […] PINSKY, Carla Bassanezi; LUCA, Tânia Regina de. O historiador e suas fontes. São Paulo: Contexto, 2009. p. 14.

Tradicionalmente, divide-se a longa trajetória da humanidade em Pré-História e História. A Pré-História começa com o surgimento do gênero Homo (do qual fazemos parte), há cerca de 2 milhões de anos, e vai até a invenção da escrita, ocorrida por volta de 3500 a.C. E a História vai da invenção da escrita aos dias atuais. Surgimento do gênero Homo

Invenção da escrita

Pré-História Pré-História

2 milhões de anos

História História

3500 a.C.

Repare que essa divisão considera as sociedades sem escrita como sociedades sem história. Os historiadores atuais já não aceitam esse modo de ver, pois para eles: • as conquistas humanas anteriores à escrita (como o domínio do fogo, a invenção da roda, a prática da agricultura) são tão importantes quanto as que vieram depois, como o avião, a penicilina e a cura para a tuberculose; • os povos que não desenvolveram a escrita também possuem uma história movimentada, que precisa ser mais bem conhecida. Por isso, para os historiadores atuais, a Pré-História também é parte da História e os seres “pré-históricos”, com sua imaginação e inteligência, também fizeram história. Porém, conhecer essa divisão é importante, porque ela aparece em desenhos, filmes, gibis, revistas e livros. 22

VINTE E DOIS

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EDITORA CONTEXTO

Auxiliando seu trabalho

Levar em conta que antes da invenção da escrita ocorreram fatos tão importantes quanto depois dela. Por isso, os historiadores atuais preferem dizer que a Pré-História também é parte da História.

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Texto de apoio

Os caçadores e coletores

IMAGENS: MUSEU DE ANTIGUIDADES NACIONAIS, FRANÇA. FOTO: THE BRIDGEMAN ART LIBRARY/FOTOARENA

Tradicionalmente se divide a “Pré-História” em dois períodos: o Paleolítico (pedra lascada) e o Neolítico (pedra polida). Paleolítico é um longo período em que os grupos humanos produziam suas primeiras ferramentas de pedra lascada. Essas serviam como machados e facas, com os quais abatiam animais, coletavam frutos e faziam suas roupas.

Ferramentas do período Paleolítico. Museu de Antiguidades. França. Além da pedra lascada, os grupos humanos usavam também osso e madeira.

No Paleolítico, os seres humanos sobreviviam da caça, da pesca e da coleta de frutas, por isso ficaram conhecidos como caçadores e coletores. Eles eram nômades, isto é, não tinham moradia fixa. Sempre que a caça, os peixes e os frutos de um lugar começavam a diminuir, eles se mudavam para outro em busca de alimentos. VINTE E TRÊS

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Sugestão para o professor Vídeo • OS CAÇADORES e coletores. TV Brasil. Duração: 26min3s. Disponível em: <http://livro.pro/ 7d3cwn>. Acesso em: 30 maio 2019. Vídeo mostra dois povos africanos: os Mbuti, da República Democrática do Congo, e os San, da Namíbia.

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Os caçadores-coletores Os primeiros povoadores do nosso território usaram artefatos de materiais resistentes, como pedras e ossos, ao lado de outros que se deterioram rapidamente, como madeira e fibras vegetais. No entanto, só os utensílios feitos de pedras chegaram até hoje e incluem pontas de projéteis para caçar e outros instrumentos para lascar, gravar, talhar, cortar e furar [...]. A partir dessas evidências, a Arqueologia busca reconstituir a vida dos antigos habitantes. Eles tinham grande conhecimento do meio ambiente, controlavam o litoral, recolhendo plantas e frutas [...] e caçando pequenos animais para servir de alimento, para fins medicinais ou para fins estéticos. Eram hábeis caçadores, pois vestígios de animais de pequeno e grande porte (como veados e antas) foram encontrados em sítios arqueológicos mais antigos, ao lado de restos [...] de frutos e sementes. Mas não há evidência de que a megafauna (preguiça-gigante e outros) tenha sido a base de sua dieta. O conjunto das evidências sugere que os primeiros caçadores-coletores do Brasil, que habitaram a região Amazônica, possuíam uma dieta diversificada. [...] MUSEU NACIONAL. Arqueologia brasileira: caçadores-coletores. Disponível em: <http://www. museunacional.ufrj.br/guiaMN/ Guia/paginas/7/cacadorescolet. htm>. Acesso em: 30 maio 2019.

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Sugestões para o aluno

O começo da agricultura

Vídeos • A AGRICULTURA. Khan Academy. Duração: 7min4s. Disponível em: <http://livro. pro/z59kkb>. Acesso em: 30 maio 2019. O vídeo aborda as origens da agricultura na Pré-História.

Por volta de 10 mil a.C., a Terra passou por uma grande mudança climática. As temperaturas subiram, e as camadas de gelo que cobriam parte da superfície terrestre recuaram. Muitos animais acostumados a climas frios, como os bisões e os mamutes, desapareceram, e a carne tornou-se mais rara. Os seres humanos, então, passaram a buscar outras fontes de alimentos. Essa busca deu origem à descoberta da agricultura, ou seja, o cultivo intencional, uma das maiores conquistas humanas de todos os tempos. Juntamente com a agricultura, os humanos desenvolveram a pecuária, ou seja, a domesticação e a criação de animais, como cabras, ovelhas e bois. A necessidade de abater animais, para separar a pele da carne e para se defender, levou os seres humanos a polir a pedra, aperfeiçoando e aumentando a eficiência e a durabilidade de suas ferramentas. Com pedra polida, faziam lâminas de corte afiado, serras com dentes e machados mais afiados. Por isso, os estudiosos chamaram o período que se abriu com o desenvolvimento da agricultura de Idade da Pedra Polida ou Neolítico.

• ERA uma vez o homem: os vales férteis. Procidis. Duração: 25min29s. Disponível em: <http://livro.pro/whk92h>. Acesso em: 30 maio 2019. Animação que aborda a descoberta da agricultura e a construção de grandes monumentos que ainda hoje desafiam o tempo.

Lâmina de corte afiado.

IMAGENS: COLEÇÃO PARTICULAR. FOTO: THE BRIDGEMAN ART LIBRARY/FOTOARENA

Serra com dentes.

Pontas de machado.

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VINTE E QUATRO

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Texto de apoio A revolução agrícola Pelos conhecimentos atuais supõe-se que a primeira atividade agrícola tenha ocorrido na região de Jericó, num grande oásis junto ao mar Morto, há cerca de 10 mil anos. A hipótese que atribuía ao Egito a con-

dição de berço da agricultura já não tem tantos seguidores. Estabelecer uma certeza a esse respeito torna-se difícil. Não há como levantar uma documentação indiscutível: os trigais desaparecem com o tempo. Só por meio de comprovações indiretas – ruínas arqueológicas dos silos em que os cereais eram armazenados –

é que se pode tentar datar o início de uma atividade agrícola sistemática. De qualquer forma, por meio de difusão ou de movimentos independentes, supõe-se que o fenômeno tenha se desenvolvido também na Índia (há 8 mil anos), na China (7 mil), na Europa (6 500), na África Tropical (5 mil) e nas Américas (4 500).

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Respostas Agora é a sua vez! 2. Alternativa b. Justificativa: No Paleolítico, os seres humanos sobreviviam da caça, da pesca e da coleta de frutas.

1. Assinale V para verdadeiro e F para falso. a)

V

b)

V

As conquistas humanas anteriores à escrita são tão importantes quanto as que vieram depois.

c)

V

Os povos sem escrita também possuem uma história movimentada que precisa ser conhecida.

d)

F

A descoberta da cura para a tuberculose é mais importante do que a invenção da roda.

Os historiadores atuais não aceitam a ideia de que as sociedades sem escrita são sociedades sem história.

3. Alternativa d. Justificativa: Com a pedra polida, faziam ferramentas mais eficientes, como lâminas e machados de corte afiado, serras com dentes de pedra etc.

Sugestão para o professor Leitura

2. Assinale a alternativa INCORRETA e justifique sua resposta. a) O Paleolítico é um longo período em que os grupos humanos lascavam a pedra para construir suas ferramentas. b) No Paleolítico, os seres humanos sobreviviam da prática da agricultura e do pastoreio. c) Os seres humanos do Paleolítico eram nômades, isto é, não tinham moradia fixa.

EDITORA CONTEXTO

d) As ferramentas produzidas no Neolítico eram mais eficientes e duradouras do que as fabricadas no Paleolítico.

• PINSKY, Jaime. As primeiras civilizações. São Paulo: Contexto, 2001. A obra do historiador Jaime Pinsky aborda alguns dos mais importantes processos da aurora da humanidade: a aquisição da fala; da agricultura; da escrita; da construção de cidades, entre outros.

3. Assinale a alternativa INCORRETA e justifique sua resposta. a) A busca por outras fontes de alimentos deu origem à descoberta da agricultura. b) Paralelamente à agricultura, os seres humanos desenvolveram a pecuária. c) Para extrair a pele de animais e se defender, os seres humanos passaram a polir a pedra. d) Com pedra polida, faziam ferramentas menos eficientes do que as do Paleolítico.

VINTE E CINCO

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[...] Uma vez iniciada a atividade, o homem foi aprendendo a selecionar as melhores plantas para a semeadura e a promover o enxerto de variedades, de modo a produzir grãos maiores e mais nutritivos do que os selvagens. [...] o impacto da nova atividade na história do homem foi enorme.

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E não se trata apenas de questão acadêmica, mas de algo real e palpável como o próprio número de seres humanos sobre a face da Terra. De fato, nos sistemas de caça e coleta estabelece-se um controle demográfico resultante da limitação da oferta de alimentos. Não

é por não existirem alimentos na natureza, mas porque sua obtenção torna-se extremamente mais complicada para grandes grupos [...]. PINSKY, Jaime. As primeiras civilizações. São Paulo: Contexto, 2001. p. 45-46.

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Sugestão para o aluno

Os agricultores e pastores

Vídeo

Os agricultores e pastores passaram a produzir seu próprio alimento e não precisavam mais mudar constantemente de lugar. Então, aos poucos, foram se tornando sedentários, isto é, passaram a se fixar em um determinado local: a aldeia. Na aldeia neolítica, o trabalho era dividido entre as mulheres e os homens. As mulheres dedicavam-se ao preparo dos alimentos e cuidavam dos filhos. Já os homens construíam moradias, caçavam e cuidavam dos rebanhos.

• DO NOMADISMO à sedentarização. History Channel. Duração: 3min35s. Disponível em: <http://livro.pro/ujfjaj>. Acesso em: 31 maio 2019. Trecho de documentário que apresenta a mudança do nomadismo para o sedentarismo.

Sugestão para o professor

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Leitura

EDITORA CONTEXTO

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• PINSKY, Jaime. Por que gostamos de História. São Paulo: Contexto, 2013. O autor mostra a importância da História para explicar tanto o presente quanto o passado.

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VINTE E SEIS

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Texto de apoio Terras propícias As transformações sociais e econômicas próprias do Neolítico ocorreram paulatinamente, ao longo de alguns milênios. Pouco a pouco o homem deixou de ser ca-

çador-coletor para se tornar agricultor e criador de animais. A agricultura surgiu por volta de 10000 a.C., no chamado “Crescente Fértil”, região do Oriente Médio que se estende da Turquia até o oeste do Irã. As primeiras espécies cultivadas foram os cereais.

Mais tarde, em cerca de 8500 a.C., começou a criação de animais, nessa mesma região geográfica. No início, as espécies domesticadas eram a cabra e o carneiro. O sedentarismo foi a principal consequência dessas modificações no comportamento humano.

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Respostas Agora é a sua vez! 1. a) Eram sedentárias, viviam em aldeias praticando a agricultura e o pastoreio.

1. Observe a imagem abaixo e, com base no que você estudou, responda: a) As pessoas representadas na imagem eram nômades ou sedentárias? Justifique.

b) Cena 1: homens caçando. Cena 2: homens construindo moradia. Cena 3: mulheres plantando. Cena 4: mulher cuidando de crianças. Cena 5: mulher preparando alimento. Cena 6: homens usando o fogo para moldar metais. Cena 7: homem ordenhando. MOZART COUTO

b) Que atividades as pessoas estão fazendo em cada uma das cenas?

Sugestão para o professor Vídeo • VEJA como vive o povo nômade no deserto do Saara. TV Record. Duração: 4min2s. Disponível em: <http://livro. pro/ycjyt6>. Acesso em: 3 jun. 2019. Reportagem sobre povo nômade da região do deserto do Saara.

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VINTE E SETE

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Essas novas aptidões propiciaram numerosas mudanças. O homem se pôs a imprimir sua marca na paisagem, até então intacta. Passou a desbravar florestas, cultivar campos e construir aldeias cada vez maiores, que antecederam as cidades. Algumas dessas povoações eram cercadas de fossos e pa-

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liçadas, para impedir que os rebanhos escapassem, mas também para defender seus habitantes contra eventuais agressores. [...] O Neolítico viu surgir ainda novas técnicas, como a cerâmica, a tecelagem e a cestaria. [...] SWINNEN, Colette. A Pré-História: passo a passo. São Paulo: Claro Enigma, 2010. p. 70-71.

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Auxiliando seu trabalho

COLEÇÃO PARTICULAR. FOTO: THE BRIDGEMAN ART LIBRARY/FOTOARENA

Da aldeia à cidade

Professor, informar aos alunos que as civilizações antigas, em consequência da necessidade de transportar e armazenar alimentos produzidos, acabaram por inventar a cerâmica.

Com a agricultura e a pecuária, aumentou a oferta de alimentos. Para guardar, transportar e cozinhar esses alimentos, os humanos desenvolveram a cerâmica, barro modelado e cozido. Mais bem alimentadas, as pessoas passaram a ter mais filhos e a viver mais tempo, o que levou a um crescimento da população.

Sugestão para o professor • ALMEIDA, Flávia Leme de. No princípio era a cerâmica: a volta às origens. Scielo. Disponível em: <http://livro.pro/ gy7ekk>. Acesso em: 3 jun. 2019. Texto sobre a relação entre a mulher e a cerâmica nas culturas ancestrais.

MUSEU EGÍPCIO, CAIRO. FOTO: BRIDGEMAN IMAGES/KEYSTONE BRASIL

Leitura

À esquerda, escultura representando um oleiro. Arte do Egito Antigo. À direita, vaso de cerâmica. Egito. Séc.  d.C.

Cresce a divisão do trabalho Arado: instrumento A necessidade de alimentar a população que crescia levou com o qual se prepara à descoberta do arado puxado por bois e de técnicas de irrigaa terra para o plantio. ção do solo. Dessa forma, as aldeias passaram a produzir mais alimentos do que consumiam. Com a sobra de alimentos, parte das pessoas foram liberadas do trabalho na agricultura e passaram a fazer outras atividades. Ocorreu, assim, uma crescente divisão do trabalho: uns se dedicaram a construir casas, outros a fazer tecidos, alguns a produzir vasos e panelas de cerâmica, outros ainda se especializaram em caçar e pescar, e houve aqueles que optaram por cuidar da segurança do grupo.

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VINTE E OITO

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Texto de apoio A origem da cerâmica [...] a cerâmica vem acompanhando a história do homem, deixando pistas sobre civilizações e culturas que existiram há milhares de anos antes da Era Cristã. [...]

Estudiosos confirmam ser, realmente, a cerâmica a mais antiga das indústrias. Ela nasceu no momento em que o homem começou a utilizar-se do barro endurecido pelo fogo. Desse processo de endurecimento, obtido casualmente, multiplicou-se. [...]

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Professor, relacionar o aumento da divisão do trabalho ao surgimento do comércio e do comerciante. Sugerimos fazer um paralelo entre o comércio no passado e no presente.

As pessoas passaram, então, a trocar aquilo que faziam por aquilo de que precisavam. Trocavam trigo por azeite, vaso de cerâmica por machado, tecido por machado de ferro etc. Nascia, assim, o comércio. Pouco a pouco, essas trocas deixaram de ser feitas pelos próprios produtores e passaram a ser efetuadas por um comerciante, personagem que surgiu naquela época.

Sugestão para o professor Vídeo • O COMÉRCIO. Duração: 52min15s. Disponível em: <http://livro.pro/nep76p>. Acesso em: 3 jun. 2019. Vídeo sobre a origem do comércio.

Sugestões para o aluno

GETÚLIO DELPHIM

EDITORA ZAHAR

Leitura

VINTE E NOVE

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As artes cerâmicas moldam minerais das entranhas da terra (metais, barro, argila, areia etc.), dando origem a utensílios, peças ornamentais, urnas funerárias e os mais variados produtos da imaginação do homem. [...] Hoje, além de sua utilização como matéria-prima de diversos instrumentos domésticos, da construção ci-

• BROIDA, Marian. Egito antigo e Mesopotâmia para crianças. Rio de Janeiro: Zahar, 2002. O livro trata, de forma clara, da história dos povos da Antiguidade, facilitando a compreensão para os pequenos leitores.

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vil e como material plástico nas mãos dos artistas, a cerâmica é também utilizada na tecnologia de ponta, mais especificamente na fabricação de componentes de foguetes espaciais, justamente devido a sua durabilidade. ESCOLA DE BELAS ARTES. Introdução: a origem da cerâmica. Disponível em: <https://www.eba.ufmg.br/ alunos/kurtnavigator/arteartesanato/origem.html>. Acesso em: 3 jun. 2019.

EDITORA MELHORAMENTOS

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Auxiliando seu trabalho

Surge o comércio

• SECCO, Patrícia Engel. O maior tesouro da humanidade. São Paulo: Melhoramentos, 2012. Viaje com os personagens pela história do mundo e descubra o maior tesouro da humanidade.

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Auxiliando seu trabalho

A centralização do poder

É importante que os alunos entendam que o imposto é cobrado sempre que compramos algo ou usamos algum serviço. E que é destinado à manutenção de serviços essenciais, como educação, saúde, segurança etc.

Com o aumento da divisão do trabalho e do comércio, algumas aldeias prosperaram; a população cresceu criando a necessidade de se obterem mais terras para plantar e criar animais; as aldeias passaram, então, a disputá-las. O chefe da aldeia que vencia a disputa passava a ter mais terras e mais pessoas sob o seu controle. E, por isso, recebia também mais impostos, que, à época, eram pagos em produto, como cabritos, carneiros, tecidos e vasos. Aquele chefe que controlava mais aldeias e contribuintes passou a ter mais poder e tornou-se o rei. Ele governava a partir de sua grande residência, o palácio; com a ajuda de funcionários encarregados, cobrava impostos, aplicava a justiça e defendia o reino. Assim, o rei foi ganhando poder e impondo sua autoridade. Esse processo é chamado centralização do poder ou formação do Estado. Em alguns Estados antigos, o rei era o servidor do deus da cidade. Esse é o caso do rei representado na estátua ao lado. Ele era rei de Lagash, cidaMesopotâmia de da Mesopotâmia.

Sugestão para o professor Vídeo • FARAÓS em guerra. History Channel. Duração: 44min5s. Disponível em: <http://livro. pro/suhbve>. Acesso em: 3 jun. 2019. Episódio Faraós em guerra, da série Planeta Egito.

Imposto: contribuição obrigatória.

COLEÇÃO PARTICULAR. FOTO: THE BRIDGEMAN ART LIBRARY/FOTOARENA

Mesopotâmia: comprida faixa de terra entre dois importantes rios: o Tigre e o Eufrates.

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Essa estátua de Gudeia, rei da cidade de Lagash, é de cerca de  a.C. e encontra-se no Museu do Louvre, em Paris.

TRINTA

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Texto de apoio A Mesopotâmia Os mesopotâmicos viveram na Ásia ocidental entre os famosos rios Tigre e Eufrates, num país hoje chamado Iraque. Faziam parte da Mesopotâmia vários grupos,

entre eles os sumérios, os babilônios e os assírios. A Mesopotâmia foi muito influente e seus costumes nos afetam até hoje. Você está praticando matemática mesopotâmica cada vez que diz que horas são. Já teve a curiosidade de saber por que temos 60 minutos em uma

hora? É porque os mesopotâmios contavam em intervalos de 60. Eles foram também o primeiro povo a inventar a escrita. [...] Se você viajasse hoje pela Mesopotâmia, veria montes que parecem morros achatados pontilhando as paisagens. Esses montes são

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Sugestão para o professor

O processo de formação do Estado

Leitura • PASSOS, Maria Cristina Nicolau Kormikiari. Fenícios pelo Mediterrâneo: formas de contato diversificadas. Cadernos do Lepaarq. Disponível em: <http://livro.pro/95fy5n>. Acesso em: 3 jun. 2019. Artigo sobre os fenícios e a expansão territorial empreendida por eles nas regiões central e ocidental da Bacia do Mediterrâneo.

Crescimento da população e necessidade de mais terras.

Disputa de terras.

O vencedor controla mais terras e mais contribuintes.

O líder que conseguir mais riqueza e mais poder torna-se rei.

ILUSTRAÇÕES: GETÚLIO DELPHIM

O rei governa do palácio com seus auxiliares. Conclui-se, assim, o processo de formação do Estado.

TRINTA E UM

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restos de cidades antigas. Eles se formaram porque o barro se dissolve na água. Quando os tijolos de barro das construções mesopotâmias se fundiam com a chuva, as pessoas erguiam novas construções por cima. Gradualmente, o solo foi ficando mais alto.

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Os mesopotâmios construíam grossas muralhas de tijolo em torno dos limites da cidade para fins de defesa. Essas muralhas tinham torreões e portões. Edifícios importantes como palácios e templos ficavam dentro das muralhas. As casas ficavam tan-

to dentro quanto fora. Quando o inimigo atacava, todos se refugiavam dentro das muralhas da cidade. [...] BROIDA, Marian. Egito antigo e Mesopotâmia para crianças. Rio de Janeiro: Zahar, 2002. p. 10 e 51.

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Texto de apoio

A formação da cidade Enquanto ocorria o processo de centralização do poder, algumas aldeias foram se transformando em cidades. A cidade se distingue da aldeia por três características: • maior divisão do trabalho; • comércio feito com regularidade; • poder centralizado. As primeiras cidades formaram-se perto das margens de grandes rios por causa da importância da água para as pessoas e para a agricultura e porque facilitava o transporte de pessoas e de produtos. Em torno de grandes rios, como o Tigre e o Eufrates, na Mesopotâmia; o Nilo, no Egito; e o Azul e o Amarelo, na China, surgiram também as primeiras civilizações. Observe o mapa.

As primeiras civilizações 60° L

30° L

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Gizé Mênfis Sacara Tebas Trópico de Câncer Assuã

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Mar Mediterrâneo

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Mar Negro

Ri

Da aldeia à cidade [...] A agricultura, a domesticação dos animais e as técnicas de controle do meio ambiente permitiram ao homem permanecer num mesmo lugar por mais tempo. [...] A ocupação mais duradoura permitiu [...] uma nova forma de organização da sociedade e do espaço [...]: iniciou-se a urbanização, ou seja, o surgimento das cidades. Durante o 4o milênio a.C. apareceram vários centros urbanos na Mesopotâmia, especialmente no sul [...]. Uma cidade mesopotâmica possuía muitas construções, como casas, templos, palácios, ruas, pontes, portos e muros que a protegiam. Perto dela (às vezes, dentro), ficavam os pomares, as hortas e os campos de cultivo. Em volta, estavam as estepes e os desertos. Uma das primeiras grandes cidades foi Uruk, no sul, com seus vários templos e cercada por uma muralha com aproximadamente 10 quilômetros de extensão [...].

625

OCEANO PACÍFICO

km

Fonte: A aurora da humanidade. Rio de Janeiro: Time-Life, 1993. (Coleção História em Revista).

As primeiras civilizações localizavam-se nas proximidades dos grandes rios, daí serem chamadas de “civilizações fluviais”.

Por volta do ano 5000 a.C., os humanos aprenderam a trabalhar os metais (a metalurgia). O primeiro metal trabalhado foi o cobre. Mas, por ser mole, o cobre era pouco usado na feitura de enxadas e lanças. Isso se resolveu com a descoberta do bronze, um metal mais resistente. Depois, o homem aprendeu a fundir o ferro que, por sua vez, é o mais resistente desses três metais.

REDE, Marcelo. A Mesopotâmia. São Paulo: Saraiva, 1997. p. 12-13.

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TRINTA E DOIS

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Sugestão para o aluno

Leitura

Vídeo

• REDE, Marcelo. A Mesopotâmia. São Paulo: Saraiva, 1997. O autor reconstrói a trajetória dos povos da Mesopotâmia com base em fontes escritas e de cultura material.

• MESOPOTÂMIA: de nômades a agricultores. Discovery Channel. Duração: 14min9s. Disponível em: <http://livro.pro/2msjmh>. Acesso em: 30 abr. 2019. Documentário sobre os povos mesopotâmios.

EDITORA SARAIVA

Sugestão para o professor

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o

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GETÚLIO DELPHIM

[…] Pelos dados que se têm até hoje, a maior parte dos especialistas acredita que a agricultura se desenvolveu antes da criação. Ainda hoje há agricultores que não possuem animais domésticos; há grupos que aliam a agricultura à caça; e não se têm notícias de criadores que desconheçam a atividade agrícola. […] a criação pode ter-se iniciado a partir de alguma seca prolongada no Oriente Médio. Em razão disso, animais que viviam adequadamente com uma baixa precipitação de chuva teriam ficado em situação desesperada, sem água e tendo a necessidade de procurar um oásis em busca de algum alimento ou líquido. [...] Fracos demais para fugirem e magros demais para servirem de alimento, carneiros e bois instalavam-se e eram aceitos pelos homens, que teriam estudado seus hábitos, expulsando leões e lobos e eventualmente até lhes oferecendo alguma sobra de cereal como alimento complementar. […]

1. Observe a imagem ao lado e responda: a) Quais atividades econômicas os seres humanos pré-históricos estão praticando na imagem?

b) Qual é o período da Pré-História representado na imagem?

c) Quais elementos da imagem permitem afirmar que ela retrata esse período?

d) As pessoas representadas na imagem são nômades ou sedentárias? Como você chegou a essa conclusão?

TRINTA E TRÊS

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Texto de apoio

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PINSKY, Jaime. As primeiras civilizações. São Paulo: Contexto, 2001. p. 48-49.

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Respostas Agora é a sua vez! 1. a) Os seres humanos estão desenvolvendo a agricultura e o pastoreio. b) O período representado na imagem é o Neolítico.

c) Os elementos que permitem identificar o período Neolítico são a prática da agricultura e do pastoreio e a existência de casas. d) As pessoas representadas na imagem são sedentárias, pois o fato de praticarem a agricultura as obrigava a se fixar em um determinado lugar.

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Texto de apoio

Pagamentos de impostos na Mesopotâmia Os palácios e, muitas vezes, os templos possuíam oficinas em que eram feitos tecidos, objetos de cerâmica, peças de metal, estátuas, móveis, joias. [...] No entanto, todos os bens produzidos pelos próprios palácios e templos não eram suficientes para seu sustento. Assim, outros rendimentos eram buscados na exploração da população das aldeias e das cidades. As formas de exploração eram principalmente duas: os impostos e os trabalhos forçados. Templos: construções amplas dirigidas pelos sacerdotes.

IMAGENS: MUSEU BRITÂNICO, LONDRES

Uma breve história dos impostos Peças de barro de 4000 a.C. encontradas na Mesopotâmia são os documentos escritos mais antigos que conhecemos. E o mais antigo desses documentos faz referência aos impostos. Se você acha que paga demais, agradeça por não viver naqueles dias. Além de entregar parte dos alimentos que produziam ao governo, os sumérios, um dos povos a viver por ali, eram obrigados a passar até cinco meses por ano trabalhando para o rei. Tonia Sharlach, arqueóloga da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, afirma que já naquela época não havia garantia de contrapartida aos cidadãos. “Não sabemos quais os benefícios que as pessoas obtinham com o pagamento, mas presumimos que elas o faziam porque, caso contrário, o rei as mataria”, diz. [...] As evidências indicam que, em 3000 a.C., os faraós coletavam impostos em dinheiro ou em serviços pelo menos uma vez por ano. Ninguém era tão temido quanto os escribas, responsáveis por determinar a dívida de cada um.

Súditos levando produtos para o rei, que aparece sentado em sua cadeira.

Uma parte dos bens produzidos pela população era entregue obrigatoriamente ao palácio na forma de imposto (e aos templos, na forma de oferendas). Uma das cenas mais comuns na arte mesopotâmica era, justamente, a procissão de pessoas levando seus produtos para os [...] palácios. [...] Marcelo Rede. A Mesopotâmia. São Paulo: Saraiva, 2002. p. 20-21.

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TRINTA E QUATRO

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Auxiliando seu trabalho

Esta página visa facilitar para o aluno a compreensão do conceito de imposto e de como se dá a cobrança dos impostos nos dias atuais, bem como o destino que deve ter o dinheiro obtido com os impostos. Habilidades trabalhadas: ler, interpretar e relacionar passado e presente.

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Sugestão para o aluno Vídeo • EDUCAÇÃO fiscal e cidadania: tributos. TV Escola. Duração: 20min32s. Disponível em: <http://livro. pro/a3enxm>. Acesso em: 3 jun. 2019. Vídeo da TV Escola sobre as atividades comerciais entre os povos.

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O controle era tão rigoroso que fiscalizavam até o consumo de óleo de cozinha pelas residências, já que essa era uma substância tributada. [...] O Império Romano aperfeiçoou a técnica de impor tributos [...]. [...] a conquista de outras terras e povos dava aos romanos acesso a mais riqueza, o que, por sua vez, permitia que conquistassem e controlassem um território ainda maior. O censo, usado até hoje em muitos países, foi criado pelos romanos para decidir quanto deveriam cobrar de cada província. O cálculo era feito com base no número de pessoas. Até hoje, a capacidade de cobrar impostos é diretamente proporcional à quantidade e qualidade de informações disponíveis sobre os contribuintes. [...]

1. Na Mesopotâmia, o imposto era voluntário ou obrigatório?

2. A quem os mesopotâmicos pagavam impostos?

3. Escreva uma semelhança e uma diferença entre nós e os mesopotâmicos no tocante ao pagamento de impostos.

4. Pesquise. A quem são pagos e para que servem os impostos no Brasil de hoje?

5. No Brasil, é comum ouvir críticas severas ao mau uso do dinheiro

dos impostos por alguns prefeitos. Pesquisem: o dinheiro dos impostos tem sido bem aplicado no município onde você mora?

MUSEU BRITÂNICO, LONDRES

VELLOSO, Rodrigo. Uma breve história dos impostos. Superinteressante, 11 abr. 2018. Disponível em: <https://super. abril.com.br/historia/por-quepagamos-impostos/>. Acesso em: 3 jun. 2019.

TRINTA E CINCO

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Respostas Porta para leitura e escrita 1. Na Mesopotâmia, o imposto era uma contribuição obrigatória. 2. Eles pagavam, sobretudo, ao palácio na forma de produtos; e, aos templos, na forma de oferendas.

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3. Diferença: eles pagavam impostos em produtos, nós pagamos em dinheiro. Semelhança: na Mesopotâmia, o imposto era obrigatório; no Brasil atual, isso também acontece. 4. Os impostos são pagos aos governos e servem para que sejam oferecidos à população serviços de educação, saúde, segurança, entre outros. 5. Resposta pessoal.

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Texto de apoio A agricultura e a criação de animais Ainda que os cereais silvestres tenham sido colhidos antes, nos locais onde cresciam espontaneamente, foi preciso esperar o início do Neolítico para ver surgir, no Oriente Próximo, no Oriente Médio e depois na Europa, a “revolução” econômica que, então, lança as bases de toda nossa alimentação tradicional: cultura de cereais (principalmente o trigo e o centeio), criação de carneiros, cabras, bois e porcos. Desde o neolítico, o trigo é usado na fabricação de pão fermentado e de bolos; a abundância de mós de pedra e o cuidado especial a elas dispensado nas casas revelam a importância que rapidamente passaram a ter os cereais na alimentação. As causas profundas desta mudança ainda são objeto de debates. Alguns acreditam que o próprio sucesso das últimas economias de caça e coleta [...] causou um desequilíbrio entre a demografia humana e os recursos alimentares. A agricultura e a criação de animais responderiam, então, à necessidade de intensificar a produtividade das principais espécies consumidas.

1. Dê o significado de: cultivo intencional.

a) Agricultura:

domesticação e criação de animais.

b) Pecuária:

c) Sedentarização:

fixação dos grupos humanos em um determinado local.

2. Como o trabalho era dividido em uma aldeia neolítica? Explique.

3. Complete as lacunas de modo a formar frases historicamente corretas. alimentos a) Com a agricultura e a pecuária, aumentou a oferta de . Para guardar, transportar e cozinhar esses alimentos, os humanos desenvolveram

a

cerâmica

, barro modelado e cozido.

b) Mais bem alimentadas, as pessoas passaram a ter mais filhos e a viver mais tempo 36

, o que levou a um

crescimento

da população.

TRINTA E SEIS

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Resposta Agora é a sua vez! 2. Na aldeia neolítica, o trabalho era dividido entre as mulheres e os homens. As mulheres dedicavam-se ao preparo dos alimentos e cuidavam dos filhos. Já os homens construíam moradias, caçavam e cuidavam dos rebanhos.

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a)

1

Crescimento da população e necessidade de mais terras.

b)

2

Disputa de terras.

c)

4

Aquele que conseguir mais riqueza e mais poder torna-se rei.

d)

3

O vencedor controla mais terras e mais contribuintes.

e)

6

Conclui-se, assim, o processo de formação do Estado.

f)

5

O rei governa do palácio com seus auxiliares.

5. Marque com um X o que for característica da cidade. a) b)

X

c)

Ser cercada de água por todos os lados.

d)

X

Comércio feito com regularidade.

Maior divisão do trabalho.

e)

X

Poder centralizado.

Estar situada no litoral.

MUSEU ASHMOLEAN, OXFORD. FOTO: THE BRIDGEMAN ART LIBRARY/FOTOARENA

MUSEU DO LOUVRE, PARIS. FOTO: THE BRIDGEMAN ART LIBRARY/FOTOARENA

MUSEU EPISCOPAL DE VIC, ESPANHA. FOTO: ALBUM/EASYPIX BRASIL

6. Identifique o nome de cada um desses objetos e o metal de que ele foi feito.

TRINTA E SETE

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FLANDRIN, Jean-Louis; MONTANARI, Massimo. História da alimentação. São Paulo: Estação Liberdade, 1998. p. 48-49.

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Resposta

Sugestão para o professor

Agora é a sua vez!

Leitura

6. Da esquerda para a direita: jarro feito de cobre; pontas de machado feitas de bronze; tesoura feita de ferro.

• FLANDRIN, Jean-Louis; MONTANARI, Massimo. História da alimentação. São Paulo: Estação Liberdade, 1998. O livro é um tratado histórico e antropológico sobre a alimentação desde a chamada Pré-História até os dias atuais.

EDITORA ESTAÇÃO LIBERDADE

19 11:07 AM

O especialista Jacques Cauvin [...] defende [...] a ideia de que a revolução neolítica não foi uma resposta às dificuldades econômicas, mas a expressão de uma mudança social e ideológica que acarretou modificações na relação profunda entre o homem e o meio. J. P. Digard, numa obra que renova o próprio conceito de domesticação dos animais, chega a conclusões análogas: o desejo de poder seria uma das razões profundas para o domínio sobre as espécies selvagens. Apenas de maneira muito gradativa e de forma quase imperceptível, a agricultura e a criação de animais configuraram-se como uma mudança econômica fundamental, praticamente irreversível, tal como a entendemos atualmente. [...]

4. Numere os processos/episódios na ordem em que ocorreram.

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Texto de apoio O Poema da Criação Enûma Eliš O Poema da Criação ou Enûma Eliš celebra, em 7 tabletes e 1 100 versos, a glória de Marduk e explica sua ascensão ao trono no panteão babilônico. A narrativa teria sido escrita no final do século XII a.C., durante o reinado de Nabucodonosor I (1124 a.C.-1103 a.C.), mas os manuscritos que sobreviveram são mais recentes. Assim como outros textos clássicos da literatura mesopotâmica, eles foram recopiados nas escolas de escribas, fato que permitiu sua preservação [...]. O documento revela as origens do Universo, o combate dos deuses organizadores do mundo contra as forças do caos, representados pelas águas primordiais – Apsû, as águas doces, e Tiamat, as águas salgadas, que no início dos tempos formavam um todo indiferenciado. A descoberta desta obra foi assinalada por Georges Smith, epigrafista do Museu Britânico, em um artigo no Daily Telegraph de 14 de março de 1875. Existem cerca de 60 cópias conservadas do manuscrito, sendo provenientes dos sítios arqueológicos de Assur, Kiš, Nínive e Babilônia, atualmente localizados em território iraquiano. Todas as cópias possuem a mesma ortografia e exatamente o mesmo texto. Diferentemente de outras composições literárias, como Atrahâsis ou a Epopeia

POVOS ANTIGOS Para melhor compreender o assunto deste capítulo, vamos relembrar dois termos vistos anteriormente: • Cultura: modo de um povo viver, pensar, construir moradias, cantar, tocar, dançar e fazer festas. Cada povo possui uma cultura. • Religião: conjunto de crenças e valores partilhados por uma comunidade ou povo; a religião é sempre coletiva. Neste capítulo, vamos estudar alguns aspectos da cultura e da religião de dois povos antigos: os mesopotâmicos e os egípcios.

Os mesopotâmicos COLEÇÃO PARTICULAR. FOTO: THE BRIDGEMAN ART LIBRARY/FOTOARENA

Os mesopotâmicos eram politeístas, isto é, acreditavam em vários deuses. Cada cidade cultuava uma divindade própria, que era sua principal protetora. Os principais deuses mesopotâmicos eram: • Anum – pai dos deuses e protetor da cidade de Uruk. • Enlil – dono do destino e protetor da cidade de Nippur. • Assur – senhor da guerra e o mais cultuado deus assírio. • Ishtar – deusa do amor e protetora da cidade de Uruk. • Enki – senhor das águas doces; deus da sabedoria; tinha um templo em Eridu. • Marduk – filho de Enki e principal deus da cidade da Babilônia.

Representação do deus Marduk. Nínive. c.  a.C.

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TRINTA E OITO

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Auxiliando seu trabalho

Esclarecer que a religião e a cultura de um povo nos ajudam a conhecê-lo e a compreender sua história.

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de Gilgameš, não existem versões, nem edições diferentes [...]. O documento segue o protótipo sumério do mito de Enlil, deus supremo da cidade sagrada de Nippur, e faz a exaltação do deus babilônico Marduk. Sabe-se que era um texto obrigatório para os aprendizes de escribas e sacerdotes e seria recitado durante as festas de Akîtu, o Ano-Novo babilônico, festejado no solstício de verão no hemisfério norte. A obra trata de questões fundamentais, como a criação do Universo, dos deuses e do Homem, mas também oferece informações para o estudo de teologia, de astrologia e de astronomia. Seguindo a característica da produção literária mesopotâmica, o texto é anônimo e seu título, adotado pelos estudiosos do século XIX, são as duas primeiras palavras do poema: Enûma Eliš – Quando no alto…

Os deuses mudam de humor Os mesopotâmicos acreditavam que o humor de seus deuses podia mudar de uma hora para outra; algumas vezes atendiam aos pedidos dos humanos; mas, de repente, mudavam de humor e podiam destruir uma pessoa ou um reino.

Enlil chamou a tempestade; o povo geme. A tempestade do dilúvio ele fez surgir da terra; o povo geme [...] A tempestade que arrasa a terra ele chamou; o povo geme. Os maléficos ventos ele chamou; o povo geme. (Lamentação sobre a destruição de Ur: 173-179) Marcelo Rede. A Mesopotâmia. São Paulo: Saraiva, 1997. p. 27.

a) Segundo o texto, quem é o causador da tempestade?

b) Que recurso o autor do texto usa para dizer que o povo foi duramente atingido pelo mau humor de Enlil?

MUSEU METROPOLITANO DE ARTE, NOVA IORQUE. FOTO: PETER HORREE/ALAMY/FOTOARENA

Os mesopotâmicos temiam e respeitavam seus deuses. E, para acalmá-los e conseguir ajuda, faziam orações e oferendas para eles. Na cena ao lado, a estátua de um adorador encontrada em um templo dedicado a um deus mesopotâmico. Iraque, c. 2750-2400 a.C.

TRINTA E NOVE

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Respostas

Sugestão para o aluno

Agora é a sua vez!

Vídeo

a) O deus Enlil.

• GRANDES civilizações: Mesopotâmia. Federico Badia e Ernesto Soto. Parte 2. Duração: 11min7s. Disponível em: <http://livro.pro/ikgnne>. Acesso em: 3 maio 2019.

b) O autor repete quatro vezes a expressão “o povo geme”.

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POZZER, Katia Maria Paim. Do caos à criação do Universo: uma narrativa mítica da Mesopotâmia. Cosmos & Contexto, 20 fev. 2019. Disponível em: <https:// cosmosecontexto.org.br/docaos-a-criacao-do-universouma-narrativa-mitica-damesopotamia/>. Acesso em: 4 jun. 2019.

Nesse episódio, são apresentados aspectos da cultura mesopotâmica, da invenção da escrita, da forma como esse povo via as estrelas e da história do herói Gilgamesh.

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Texto de apoio

SANTOS, António Ramos dos. Um lugar de encontro entre o homem e os deuses. Revista portuguesa de Ciências das Religiões. Disponível em: <http://revistas.ulusofona.pt/ index.php/cienciareligioes/article/ view/4605/3117>. Acesso em: 4 jun. 2019.

Templos, orações e oferendas Os deuses moravam em templos. Cada cidade possuía vários templos, sendo o maior deles o do principal deus da cidade. Na cidade de Uruk, por exemplo, o maior templo era o de Anum, o protetor dessa cidade. Os fiéis iam ao templo e ofereciam ao deus, ali representado por uma estátua, uma ou várias refeições ao dia. A oferenda era acompanhada de uma prece e tinha como objetivo “acalmar” o deus ou a deusa e conseguir a ajuda dele ou dela. Os templos possuíam sacerdotes e sacerdotisas. Eram eles os responsáveis por: • realizar cerimônias para os deuses; • receber oferendas; • cuidar dos bens e dos negócios do templo. No interior do templo havia armazéns, onde os bens materiais eram guardados, e oficinas de artesanato, onde se faziam objetos de cerâmica, tecidos, móveis e joias. E isso tudo era comercializado.

Estátua de um fiel orador oferecida ao deus Amurrum (c.  a.C.).

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MUSEU DO LOUVRE, PARIS. FOTO: G. DAGLI ORTI/DE AGOSTINI/GETTY IMAGES

A casa dos deuses Era na Mesopotâmia, e particularmente em Sumer, que se encontravam os mais antigos templos. Em Eridu e Uruk eles remontam às épocas de Obeid e de Uruk, ou seja, aos V e IV milênios a.C. As mais antigas zigurates conhecidas devem-se ao primeiro rei da III dinastia de Ur, denominado UrNammu (2112-2095 a.C.). Os seus sucessores não pararam de construir novas torres, uma por cada cidade importante devotada ao Senhor do País, o deus tutelar da cidade. Esta tradição testemunha uma política de grandes trabalhos por parte dos soberanos mesopotâmicos, e é bem atestada até à queda de Babilônia em 539 a.C. A fundação de uma cidade por qualquer um dos povos históricos [...] era sempre precedida e acompanhada por cerimônias religiosas. [...] Nas mais antigas cidades mesopotâmicas anteriores à chegada dos Sumérios, [...] os primeiros rudimentos de manifestações artísticas colocaram a sua inspiração numa crença religiosa, mostrando desta feita a arte e a religião indissoluvelmente unidas desde as origens, até ao final da longa aventura mesopotâmica. [...]

QUARENTA

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Sugestão para o professor Vídeo • CIVILIZAÇÕES: o Jardim de Babel. La Cinquième. Duração: 51min59s. Disponível em: <http://livro. pro/2sz9xf>. Acesso em: 4 jun. 2019. Vídeo sobre a história da Suméria.

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Texto de apoio

MUSEU DE ARTE E ARQUEOLOGIA DE DAMASCO. FOTO: G. DAGLI ORTI/DEAGOSTINI/GETTY IMAGES

1. Leia a prece a seguir e responda: Minha família está dispersa; minha morada está destruída. Mas eu voltei-me para ti, minha senhora; [...] Para ti eu orei; desculpa meu erro; Perdoa minha falta, minha injustiça, meu ato vergonhoso e minha ofensa [...] Faze reunir novamente minha família; Possa meu curral aumentar; possa meu estábulo aumentar. [...] Escuta minhas preces. (Prece a Ishtar, STC, II75s: 78-91) Marcelo Rede. A Mesopotâmia. São Paulo: Saraiva, 1997. p. 29.

a) O texto é jurídico, religioso ou jornalístico?

Estátua representando a deusa Ishtar.  a.C. Damasco, Síria. Museu Nacional de Damasco.

b) A quem o autor se dirige no texto?

c) O que o autor pede à deusa Ishtar?

d) Orações como essa que você acabou de ler geralmente vinham acompanhadas de uma oferenda. Com que objetivo o fiel oferecia e orava para um deus ou deusa?

QUARENTA E UM

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Respostas Porta para leitura e escrita 1. a) O texto é uma prece à deusa Ishtar; portanto, é religioso. b) À deusa Ishtar.

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c) Ele pede que ela perdoe suas faltas, reúna novamente a sua família e aumente seu gado (conjunto de quadrúpedes domesticados: carneiros, jumentos, bois, cabritos, entre outros). d) O objetivo era “acalmar” o deus ou a deusa e conseguir a ajuda dele ou dela.

Mitologia, religião e pensamento Como surgiu o mundo onde vivemos? De onde viemos? O que será depois, quando a vida acabar? Os homens mesopotâmicos também sentiam-se incomodados com essas e outras dúvidas e procuravam decifrar os seus enigmas. Em geral, suas respostas diferem muito do que entendemos por ciência hoje em dia: eram explicações mitológicas. Um mito conta uma história, inventada ou baseada em fatos reais. Algumas dessas histórias buscam explicar os fenômenos que os homens observam na natureza (como, por exemplo, o nascimento diário do sol); outras buscam contar a origem de um povo, mostrando como viviam seus antepassados, e assim por diante. Em todo caso, o mito não pode ser visto simplesmente como uma mentira, nem como uma forma de pensamento atrasada ou irracional. Pelo contrário, o mito é forma que certas sociedades têm de explicar para si mesmas e para os outros os mistérios do mundo em que vivem. Por isso, as narrativas mitológicas são um valioso documento para que o historiador conheça a mentalidade dos homens do passado. REDE, Marcelo. Mesopotâmia. São Paulo: Saraiva, 1997. p. 22-23.

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Texto de apoio O fascínio que o Egito exerce sobre a humanidade, com suas pirâmides, deuses, faraós, múmias e hieróglifos, não é um fenômeno recente. [...] Antes de mais nada, é preciso compreender que esse interesse pelo Egito se apresenta por meio de três diferentes formas: 1) pela “egiptofilia”, que é o gosto pelo exotismo e pela posse de objetos relativos ao Egito antigo; 2) pela “egiptomania”, que é a reinterpretação e o reúso de traços da cultura do antigo Egito, de uma forma que lhe atribua novos significados; e, finalmente, 3) pela “egiptologia”, o ramo da ciência que trata de tudo aquilo relacionado ao antigo Egito. [...] No Brasil, a origem da egiptologia e da egiptomania, apesar de antiga, é de fácil resgate. [...] os monarcas portugueses [...] deixaram amplos registros de sua paixão e interesse pelo Egito. Da atuação de D. Pedro I, por exemplo, resta-nos um magnífico acervo de peças egípcias, adquiridas por ele em 1824. Três décadas depois, D. Pedro II fortaleceu o vínculo iniciado pelo pai entre o antigo Egito e o Brasil, ao tornar-se, em 1871, um notório estudioso da cultura egípcia e, pode-se assim dizer, o precursor do turismo brasileiro àquele país. BAKOS, Margaret. Egiptomania: o Egito no Brasil. São Paulo: Paris Editorial, 2004. p. 9-12.

Registros escritos Os templos também se dedicavam à arte e à escrita. Mito: a palavra vem do grego mythos, que significa “palavra”, Neles, as pessoas aprendiam a escrever e estudavam para “narração”, “discurso”. se tornarem funcionários do rei. Graças às cópias feitas pelos sacerdotes desses templos, chegaram até nós hinos, poesias e mitos. O mito é uma história baseada em fatos reais ou inventados que busca explicar a origem do mundo, da humanidade e dos fenômenos naturais. O mito é transmitido de boca em boca e é considerado verdadeiro pelo povo que o criou. Por isso, nos ajuda a conhecê-lo. MUSEU BRITÂNICO, LONDRES. FOTO: ART COLLECTION/ALAMY/FOTOARENA Um mito mesopotâmico dizia que os deuses viviam reclamando de trabalhar muito e de não ter tempo de se divertir e comer o tanto que queriam. Então, o deus Enki criou a humanidade para substituir os deuses no trabalho. Esse mito cumpria duas funções: 1) incentivar os seres humanos a trabalhar, pois é pelos deuses que o faziam; 2) convencer os seres humanos a doar parte da sua produção para os deuses; isto é, para os seus representantes na Terra, reis e sacerdotes.

Representação do deus Enki.

1. De acordo com o mito mesopotâmico, por que a humanidade foi criada? 2. De que forma esse mito beneficiava reis e sacerdotes? 42

QUARENTA E DOIS

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Auxiliando seu trabalho

Professor, a religião e a arte egípcias (esculturas, pinturas) ajudam a entender o fascínio que o Egito continua a exercer sobre as pessoas.

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Respostas Agora é a sua vez! 1. Para substituir os deuses nos trabalhos. 2. Reforçando a ideia de que as pessoas tinham a obrigação de doar uma parte de seu trabalho e de sua produção para o sustento dos deuses.

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Texto de apoio

Os egípcios Os egípcios davam grande importância à religião e também eram politeístas, isto é, acreditavam em vários deuses. Entre os mais conhecidos estavam: Amon-Rá, criador do universo e de todos os deuses; Osíris, deus da vida após a morte e juiz dos mortos no além-túmulo; Ísis, irmã e esposa de Osíris, e o filho deles, Hórus. Seus deuses eram representados com forma humana, como Osíris; com forma de animal, como Ammit; ou com forma humana e de animal, como Hórus, corpo de homem e cabeça de falcão. Osíris era a divindade mais popular do Egito Antigo. Conta um mito egípcio que Osíris foi morto por seu irmão Seth, o deus do mal. Mas com a ajuda de Ísis, sua irmã e esposa, ele conseguiu ressuscitar. Osíris e Ísis tiveram um filho chamado Hórus, o deus protetor dos faraós. TUMBA DE HOREMHEB, VALE DOS REIS, EGITO. FOTO: GIANNI DAGLI ORTI/SHUTTERSTOCK.COM

MUSEU NACIONAL, CAIRO. FOTO: THE BRIDGEMAN ART LIBRARY/FOTOARENA

À esquerda, representação de Osíris. Repare que na mão esquerda ele traz o cajado, símbolo de sua autoridade, e na direita, o mangual, representando a posse da verdade. À direita, Ísis, irmã e esposa de Osíris e mãe de Hórus. Ela representa a mãe perfeita.

QUARENTA E TRÊS

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Sugestão para o aluno Site • PIRÂMIDES de Gizé. Google Maps. Disponível em: <http://livro.pro/i93nqn>. Acesso em: 6 jun. 2019. O site disponibiliza imagens e informações sobre as Pirâmides de Gizé, permitindo explorar o local virtualmente.

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Atualmente, os turistas que viajam para o Egito quase sempre começam a visita por Cairo, capital do país. Lá se encontra o conjunto arquitetônico de Gizé, composto pela esfinge e pelas Pirâmides de Gizé, uma das sete maravilhas do mundo antigo. Quéops, a pirâmide mais alta, tinha ao ser construída 146 metros de altura, o equivalente a um prédio de quarenta e oito andares. A pirâmide de tamanho médio é a de Quéfren e a menor, a de Miquerinos. Posicionada à frente das pirâmides, ergue-se a esfinge (cabeça humana e corpo de leão). Esculpida em sólida rocha, a esfinge possui 72 metros de comprimento e 20 de altura e parece estar ali para guardar as três pirâmides. Para construir Quéops, utilizaram-se dois milhões e trezentos mil blocos de pedra, que foram cortados com tal precisão a ponto de se encaixarem uns nos outros sem uso de argamassa, não havendo espaço entre eles nem para uma folha de papel. Estudos recentes afirmam que a construção da pirâmide de Quéops exigiu o trabalho de mais de 80 mil trabalhadores durante 20 anos. Pode-se dizer, portanto, que as pirâmides são os documentos mais visíveis do imenso poder do faraó na sociedade egípcia. Texto do autor.

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Texto de apoio

Pirâmides, túmulos de faraós Os egípcios eram muito religiosos. Desde o mais humilde camponês até o poderoso faraó, todos acreditavam na existência de uma vida após a morte. Por isso, vários faraós empenharam-se na construção de seus imensos túmulos, as pirâmides. Os faraós construíam para si e suas famílias túmulos magníficos como, por exemplo, as pirâmides de Quéops, Quéfren e Miquerinos, edificadas por faraós que tinham esses nomes e eram parentes entre si. Para o faraó, mandar erguer uma pirâmide era uma maneira de garantir sua “casa da eternidade”, local onde esperava continuar desfrutando dos prazeres terrenos.

#VOCÊ SABIA? Contam que uma esfinge existente na Grécia Antiga parava todos os viajantes que por lá passavam e apresentava a eles um enigma: “Qual é o ser que anda pela manhã sobre quatro pernas; à tarde, sobre duas; e à noite, sobre três?” As pessoas não conseguiam decifrar o enigma e, por isso, eram devoradas pela esfinge. Foi assim até que o filho de um rei conseguiu decifrar o enigma. E você? Consegue desvendar esse enigma?

PIUS LEE/SHUTTERSTOCK.COM

O Livro dos Mortos [...] O Livro dos Mortos [...] descreve o futuro da alma no mundo intermediário após a morte. Este mundo era conhecido como Dwat pelos antigos egípcios, mundos inferiores ou ainda purgatório para os católicos. Os egípcios antigos acreditavam que existiam três mundos: o mundo inferior, Ta; o mundo superior, Nut; e o mundo intermediário, Dwat. A alma viaja do reino de Ta (Terra) para o reino de Dwat (mundo inferior) e finalmente para os reinos espirituais de Nut (céu), as almas perfeitas que não estão mais sujeitas às leis da reencarnação. [...] Os antigos egípcios acreditavam que Tehuty escreveu o Livro dos Mortos há 50 mil anos. As composições dos capítulos do Livro dos Mortos são apenas parte dos livros escritos por Tehuty. O Livro dos Mortos é composto de textos que devem ser lidos e legalizados pelos vivos a fim de ajudar os vivos e os mortos em suas jornadas pelos mundos inferiores. Destinam-se a assegurar que poderiam encontrar o caminho para os reinos espirituais e assim serem salvos das trevas de Dwat e ainda para atingir o reino de Earu ou o Jardim dos Juncos, onde a verdadeira paz envolve a alma. [...]

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Atualmente, os milhares de turistas que viajam para o Egito todos os anos, quase sempre começam a visita por Cairo, capital do país. Lá se encontram a esfinge e as Pirâmides de Gizé, umas das sete maravilhas do mundo antigo.

QUARENTA E QUATRO

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Sugestões para o professor Sites • MUSEU egípcio e Rosa-cruz. Disponível em: <http://livro.pro/q92a8u>. Acesso em: 4 jun. 2019. Site disponibiliza imagens, textos e material multimídia sobre o Egito, além de possibilitar

um tour virtual em 360° da exposição “A literatura no Egito faraônico”.

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• ANTIGO Egito. Lucas Ferreira. Disponível em: <http://livro.pro/ytbevi>. Acesso em: 4 jun. 2019. Site reúne artigos e notícias sobre o antigo Egito, além de fornecer indicações de outras páginas sobre o tema.

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Os egípcios e a vida após a morte Os egípcios acreditavam na vida após a morte e que toda pessoa, ao morrer, era julgada no Tribunal de Osíris. MUSEU BRITÂNICO, LONDRES. FOTO: BRIDGEMAN IMAGES/KEYSTONE BRASIL

1

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3

4

Um exemplo de papiro conservado no Museu de Londres. Livro dos Mortos: conjunto

As cenas que vemos estão pintadas em um papiro de textos nos quais o morto expunha suas qualidades e do Livro dos Mortos e retratam o julgamento do corapedia absolvição ao deus Osíris. ção de um escriba de nome Hanufer. Cena 1: Hanufer está ajoelhado diante dos 14 juízes da morte. Cena 2: ele é levado pela mão por Anúbis (deus dos mortos) até a balança da justiça. Cena 3: o seu coração é colocado num dos pratos e, no outro, é posta a pena da verdade e da justiça. O coração devia ser mais leve que a pena para que a pessoa fosse absolvida. Cena 4: pelo fato de Hanufer ter sido absolvido, é conduzido à presença de Osíris. Quem o conduz é Hórus, o deus com cabeça de falcão. Em caso de absolvição, a alma podia reocupar o corMumificação: tratamento por po ao qual pertencera. Mas, para isso, diziam os egípcios, meio do qual se conservava o cadáver, transformando-o era necessário que o corpo estivesse em condições de em múmia. recebê-la. Isso explica por que os egípcios desenvolveram técnicas de mumificação. A múmia era colocada num sarcófago e conduzida até o túmulo. Lá, costumavam-se deixar vários objetos, como joias, armas e alimentos, que, posteriormente, segundo acreditavam os egípcios, teriam grande utilidade para o morto. 45

QUARENTA E CINCO

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Sugestão para o professor Vídeos • OS GRANDES egípcios: o mistério de Tutankamon. Discovery Channel. Duração: 46min52s. Disponível em: <http://livro.pro/oanb7t>. Acesso em: 4 jun. 2019. Documentário sobre a descoberta da tumba de Tutancâmon.

O Livro dos Mortos é o único registro vivo de um mistério duplo: o mistério da vida e o mistério da morte. É considerado por muitos como a palavra de Deus pré-cristã. Os conceitos espirituais contidos nessa obra explicam a vida em sua continuidade e a condição da alma reencarnada tanto nesta vida como no Dwat. Trata-se de um contraste direto à ênfase na morte e às relíquias mortuárias que podem ser vistas nos museus. O Livro dos Mortos foi adotado pelos sistemas filosóficos e religiosos taoistas; pelas religiões orientais, incluindo a filosofia budista; druidismo, que era a religião dos antigos celtas; cabala, a antiga tradição do misticismo judaico; a antiga religião persa masdeísmo ou zoroastrianismo; gnosticismo, uma síntese do cristianismo; filosofia grega; hinduísmo e outras crenças religiosas populares nos séculos II e III a.C. O Livro dos Mortos é na realidade o livro egípcio da vida: vida atual, futura e vida eterna. Na cerimônia fúnebre, queimava-se uma cópia com o falecido a fim de dar à alma ferramentas que assegurassem seu futuro em outra vida. [...] SELEEM, Dr. Ramses. O Livro dos Mortos do antigo Egito. São Paulo: Madras, 2003. p. 14-20.

• O LIVRO dos Mortos. History Channel. Duração: 90 min. Disponível em: <http://livro. pro/ydcocg>. Acesso em: 2 jun. 2019. Documentário sobre o Livro dos Mortos.

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Texto de apoio

A riqueza e a variedade dos objetos dependiam das condições de cada um. No túmulo do faraó Tutancâmon, por exemplo, havia um aposento repleto de objetos de luxo, muitos deles feitos de ouro: cadeiras, armas, barcos, armários, poltronas, bastões, colares, estátuas, aparelhos de mesa, objetos pessoais etc. Sua mobília era composta de mais de cinco mil objetos!

ETHAN MILLER/GETTY IMAGES

O Egito e a Mesopotâmia fixaram seu lugar de relevância nos livros de História [...]. Porém, [...] cada sociedade se formou a partir de suas experiências singulares e histórias específicas. [...] ambas as sociedades [...] nasceram em desertos cortados por rios, criando uma necessidade de canalização das vias fluviais para a irrigação para a agricultura. Porém, os ciclos dessas águas eram diferentes, fornecendo desafios distintos para cada sociedade. No Egito, as águas do Nilo se movimentavam em compatibilidade com o ciclo dos grãos. A cheia do rio ocorria pouco tempo depois da época da colheita, inundando a margem e fertilizando o solo com a matéria orgânica do fundo. O retorno das águas ocorria pouco tempo antes da necessidade de plantio das sementes, de acordo com as melhores condições climáticas. Enquanto isso, na Mesopotâmia a relação se inverte: antes da colheita, o rio inunda e o solo não passa pela inundação fertilizante na época do plantio. Isso faz com que as duas sociedades desenvolvam formas diferentes de construção de aquedutos. O Egito focou na maximização das capacidades dos recursos naturais, en-

Sarcófago de Tutancâmon. Exposição Tutancâmon e a Era de Ouro dos Faraós, nos Estados Unidos. .

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QUARENTA E SEIS

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Anotações

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quanto as comunidades mesopotâmicas tiveram que investir mais em transposição de águas e fertilização do solo. É sabido que, na relação dos egípcios com seus deuses, o faraó assume a posição de deus e governante em terra. Ao contrário, na Mesopotâmia, por mais que o poder fosse deificado, o rei não era um deus. [...] Em alguns aspectos, as escritas no Egito e na Mesopotâmia são parecidas. [...] No Egito, temos os famosos hieróglifos, sistema baseado em pequenos ícones associáveis a figuras da realidade e que formam seu sentido a partir da relação entre enunciação dos termos e o nome do ser que aparece como imagem. Enquanto isso, o cuneiforme mesopotâmio é composto de figuras menos delimitadas, passando por um processo de abstração das figuras e baseando a marcação da escrita em três formas de cunha (a vertical, a horizontal e a aberta). [...]

Da civilização egípcia, restaram vários monumentos com inscrições, além de documentos em papiros. Essas fontes permitiram que os estudiosos decifrassem o sistema de numeração egípcio. Você também pode decifrá-lo. Observe estes exemplos.

10

Um traço vertical indicava unidade.

Esse sinal indicava dezena.

100

Uma corda enrolada indicava a centena.

1 000

A flor de lótus (o lótus era uma planta sagrada no Egito) representava o milhar.

10 000

O desenho de um dedo dobrado era o símbolo para dez mil.

100 000

1 000 000

Um girino representava cem mil.

Uma figura humana ajoelhada, com as mãos para o alto, indicava o milhão.

ILUSTRAÇÕES: RMATIAS

1

Fonte: Luiz Márcio Imenes e Marcelo Lellis. Os números na história da civilização. São Paulo: Scipione, 1999. p. 20. (Coleção Vivendo a matemática).

1. Utilizando os símbolos do sistema de numeração egípcia, escreva: a) Sua idade. Exemplo: 11 anos b) O número de alunos na sua classe. Exemplo: 23 alunos

.

c) Um século e meio. QUARENTA E SETE

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NOGUEIRA, André. Conheça 6 diferenças importantes entre o Egito e a Mesopotâmia. Aventuras na História, 29 mar. 2019. Disponível em: <https:// aventurasnahistoria.uol.com.br/ noticias/reportagem/conheca6-diferencas-importantes-entreo-egito-e-mesopotamia.phtml>. Acesso em: 4 jun. 2019.

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Sugestões para o professor Vídeos • A HISTÓRIA da Matemática: a linguagem do Universo. BBC. Duração: 58 min. Disponível em: <http://livro.pro/3ni9m9>. Acesso em: 4 jun. 2019. O vídeo conta a história do surgimento da Matemática e sua importância na vida dos egípcios e dos mesopotâmicos.

• A HISTÓRIA do número 1: como tudo começou. BBC. Duração: 59min16s. Disponível em: <http:// livro.pro/jt7k52>. Acesso em: 4 jun. 2019. A história do número mais simples que conhecemos: o número 1.

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Sugestões para o professor Vídeo • O NASCIMENTO de um império: Planeta Egito. History Channel. Duração: 43min59s. Disponível em: <http://livro.pro/khgk79>. Acesso em: 4 jun. 2019. Documentário sobre o Egito.

1. Leia as sentenças sobre a Mesopotâmia e assinale V para as verdadeiras e F para as falsas.

EDITORA SARAIVA

Leituras

V

Os povos da Mesopotâmia eram politeístas, isto é, acreditavam em vários deuses.

b)

F

Os mesopotâmicos acreditavam em apenas três deuses: Anum, Ishtar e Marduk.

c)

V

Cada cidade cultuava uma divindade própria, que era sua principal protetora.

d)

F

Os mesopotâmicos acreditavam em uma vida após a morte, por isso construíam pirâmides enormes para seus deuses.

2. Complete as lacunas. • Os mesopotâmicos temiam e respeitavam seus deuses. E, para acalmá-los e con-

• SCHNEIDER, Maurício Elvis. O Egito antigo. São Paulo: Saraiva, 2004. Parte da coleção “Que história é esta?”, o livro aborda temas como política, economia, sociedade e religião no Egito antigo.

seguir ajuda, faziam

orações

e

oferendas

para eles.

3. Assinale a alternativa INCORRETA e justifique sua resposta. Os sacerdotes e sacerdotisas mesopotâmicos habitavam os templos e eram responsáveis por:

PARIS EDITORIAL/EDITORA CONTEXTO

• BAKOS, Margaret. Egiptomania: o Egito no Brasil. São Paulo: Paris Editorial, 2004. O livro da ph.D. em Egiptologia Margaret Bakos tenta explicar o tamanho fascínio que o Egito antigo é capaz de exercer sobre a humanidade.

a)

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a)

realizar cerimônias para os deuses.

b)

decidir quem seria absolvido de seus pecados e ganharia a vida eterna.

c)

receber oferendas.

d)

cuidar dos bens e dos negócios do templo.

QUARENTA E OITO

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Resposta Atividades 3. Alternativa b). Justificativa: Os mesopotâmicos não acreditavam na vida após a morte nem que os mortos seriam julgados por seus atos na Terra.

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Texto de apoio Religião e poder na Mesopotâmia

4. Os mesopotâmicos não acreditavam em uma vida melhor após a morte. Por isso, eles procuravam viver os prazeres do mundo. Isso ajuda a explicar por que não construíram pirâmides e nem se ocupavam em preservar o corpo por meio da mumificação, como faziam os egípcios. Para os mesopotâmicos, os deuses eram eternos, mas os humanos tinham uma passagem rápida pela Terra. Monte uma ficha comparando os mesopotâmicos aos egípcios no tocante à vida após a morte e à mumificação.

Vida após a morte Mesopotâmicos

Egípcios

Mumificação

Não acreditavam na vida após

Não praticavam a mumificação

a morte.

dos mortos.

Acreditavam em uma vida

Construíam pirâmides e

melhor após a morte.

praticavam a mumificação.

5. Vimos no capítulo que os deuses mesopotâmicos mudavam de humor de uma hora

para outra. Vimos também que o deus Enlil, em um momento de mau humor, enviou tempestade, vento e destruição para os humanos. Leia agora um texto dirigido a outro deus: o deus Nanna. Quando tua palavra deita sobre a terra, Uma vegetação verdejante cresce. Tua palavra engorda o curral de ovelhas e bois; Ela faz vigorosas todas as criaturas. (Hino ao deus Nanna: rev. 1-2) Marcelo Rede. A Mesopotâmia. São Paulo: Saraiva, 1997. p. 27.

a) Com que objetivo esse hino foi escrito?

b) Interprete. Qual é o significado da frase: “Tua palavra engorda o curral de ovelhas e bois”?

QUARENTA E NOVE

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Respostas Atividades 5. a) O hino foi escrito com o objetivo de elogiar o deus Nanna, cuja palavra fortalece todas as criaturas.

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Professor, comentar que a intenção do autor desse hino ao deus Nanna era a de que ele continuasse favorecendo a vida dos humanos na Terra.

[...] embora a divinização da pessoa do soberano não tenha sido um traço permanente e marcante da concepção régia mesopotâmica, a articulação entre o poder monárquico e a religião foi profunda: o rei é o escolhido dos deuses e seu representante maior perante os mortais; o papel do soberano nos cultos é fundamental para o estabelecimento da comunicação entre o mundo humano e divino [...]; o rei é o grande provedor dos templos; por fim, os elementos simbólicos da religião são largamente utilizados no discurso de legitimação do exercício do poder. A divinização da realeza foi, no entanto, mais enfática no terceiro e no segundo milênio; mais tarde, durante o primeiro milênio, tanto na Assíria como na Babilônia, o poder real parece perder grande parte de seu aspecto divino, em favor de uma afirmação das elites locais, em particular das grandes capitais. [...] REDE, Marcelo. O “Rei de justiça”: soberania e ordenamento na antiga Mesopotâmia. Disponível em: <https://digitalis-dsp.uc.pt/ bitstream/10316.2/33176/1/ Phoinix15-1_artigo9.pdf>. Acesso em: 4 jun. 2019.

b) A frase significa que a palavra do deus aumenta o número de ovelhas e bois no curral.

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Sugestões para o aluno Leituras

Seth tinha inveja de todas as criações de Osíris relacionadas principalmente com a produção agrícola. Ele assassinou o irmão e desmembrou seu corpo, espalhando as diversas partes pelo Egito. Entretanto [a] irmã [...] e esposa de Osíris, Ísis [...] conseguiu reconstituir o corpo do marido e dele conceber um filho – Hórus. [...]

• FUNARI, Raquel dos Santos. O Egito dos faraós e sacerdotes. São Paulo: Atual, 2001. O livro faz parte da coleção “A vida no tempo” e trata da vida cotidiana dos antigos egípcios abordando de maneira interessante temas como moradia, trabalho, escrita e mitologia.

GETÚLIO DELPHIM

EDITORA ATUAL

O texto a seguir apresenta o resumo de um mito egípcio que conta a disputa entre Osíris e Seth pelo lugar de maior destaque na família dos deuses. O deus Osíris era tido como aquele que ensinou a agricultura e a pecuária aos primeiros habitantes das margens do rio Nilo. Leia o texto com atenção.

Margaret Marchiori Bakos. Fatos e mitos do Antigo Egito. Porto Alegre: EdiPUCRS, 2014. p. 111.

6. Responda com base no mito.

EDITORA SM

a) O que motivou o crime cometido por Seth nesse mito?

b) Quem restituiu a vida a Osíris? Como?

• BRENMAN, Ilan. O faraó e o homem dos figos. São Paulo: SM, 2015. O livro conta a história de um homem humilde que vivia no Egito e que vê sua vida se transformar de uma hora para a outra.

c) Você já foi invejado por alguém? Se sim, como você se sentiu?

d) Você já invejou alguém? Por quê?

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CINQUENTA

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Respostas Atividades 6. a) O motivo do crime cometido por Seth foi a inveja que tinha do seu irmão Osíris. b) Quem restituiu a vida a Osíris foi Ísis. Ela reconstituiu as partes do corpo do marido e com ele teve um filho, Hórus.

c) Resposta pessoal. d) Resposta pessoal.

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Respostas Atividades

7. Leia o texto com atenção.

7. a) A criação de gado, a pesca e a agricultura.

Oração ao Nilo [...] Salve, tu, Nilo! Que te manifestas nesta terra E vens dar vida ao Egito! Misteriosa é a tua saída das trevas Neste dia em que é celebrada! Ao irrigar os prados criados por Rá, Tu fazes viver todo o gado, Tu – inesgotável – que dás de beber à Terra! Senhor dos peixes, durante a inundação, Nenhum pássaro pousa nas colheitas. Tu crias o trigo, fazes nascer o grão, Garantindo a prosperidade aos templos. Para-se a tua tarefa e o teu trabalho, Tudo o que existe cai em inquietação.

b) As águas do rio Nilo eram aproveitadas pelos egípcios para consumo próprio, para irrigar os campos e na criação do gado. Além disso, a existência do Nilo servia à pesca e à navegação.

Sugestão para o aluno Autoavaliação

Refletir com os alunos sobre o aprendizado dos conceitos desenvolvidos nesta unidade. Utilizar o quadro de autoavaliação da Unidade 1, disponível na página 177 do Material complementar.

Extraído de Livros sagrados e literatura primitiva oriental, Tomo II Em: Coletânea de documentos históricos para o 1º grau. São Paulo: CENP/Sec. de Est. da Educação, 1985. p. 51.

Sugestão para o professor Vídeo

OSNEI

• RIO Nilo. Animal Planet. Duração: 3min51s. Disponível em: <http://livro.pro/ p497md>. Acesso em: 4 jun. 2019. Documentário sobre o rio Nilo.

Responda com base no texto. a) Quais as atividades econômicas praticadas pelos antigos egípcios?

b) Qual a importância do rio Nilo para a população do antigo Egito?

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Texto de apoio A ação humana Heródoto, historiador grego que viveu no século V a.C., tem uma célebre frase em que afirma ser o Egito uma dádiva, um presente do Nilo. [...] A frase atravessou séculos e é repetida sem discussão [...]. Fica, para muitos, a impressão

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de que mais importante do que a ação do homem é o dom da natureza. [...] O rio oferece condições potenciais, que foram aproveitadas pela força de trabalho dos camponeses egípcios [...] O rio, [...] ao mesmo tempo que fertilizava, inundava. A cheia atingia de modo violento as regiões mais

ribeirinhas e parcamente as mais distantes. Era necessário organizar a distribuição da água de forma mais ampla, para se poderem evitar alagados ou pântanos em algumas áreas e terrenos secos em outras. A solução foi o trabalho coletivo e solidário, intenso e organizado. PINSKY, Jaime. As primeiras civilizações. São Paulo: Contexto, 2001. p. 87-90.

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