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ISBN 978-85-96-00235-6

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James & Mendes

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JAMES ONNIG TAMDJIAN Bacharel em Geografia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Professor de Geografia da rede particular de ensino.

IVAN LAZZARI MENDES Bacharel e licenciado em Geografia pela Universidade de São Paulo. Professor de Geografia da rede particular de ensino. 1a edição São Paulo, 2016

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Copyright © James Onnig Tamdjian, Ivan Lazzari Mendes, 2016 Diretor editorial Gerente editorial Editora Editoras assistentes Assistentes editoriais Assessoria

Gerente de produção editorial Coordenadora de arte Projeto gráfico e capa Foto de capa Supervisor de arte Editora de arte Diagramação Tratamento de imagens Coordenadora de ilustrações Assistentes de arte Ilustrações Cartografia Coordenadora de preparação e revisão Supervisora de preparação e revisão Revisão

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Lauri Cericato Silvana Rossi Júlio Natalia Taccetti Isabela Gorgatti Cruz, Jéssica Vieira de Faria, Mirian Pereira Bruna Flores, Mariana de Lucena Bárbara Rocha, Bruna Rodrigues, Daniella Barroso, Denise Pinesso, Francisco Garcia, Gabriela Otero, Maíra Fernandes, Suélen Rocha Menezes Marques Mariana Milani Daniela Máximo Bruno Attili Mint Images/Frans Lanting/Getty Images Vinícius Fernandes Marina Martins Almeida Dito e Feito Comunicação e JS Design Comunicação Visual Ana Isabela Pithan Maraschin Márcia Berne Talita T. Tardone, Gislene Aparecida Benedito Alex Silva, Estúdio Ampla Arena, Lígia Duque, Luis Moura, Paulo Nilson Alexandre Bueno, Dacosta Mapas, Mario Yoshida – Allmaps, Portal dos Mapas, Renato Bassani, Selma Caparroz, Sônia Vaz Lilian Semenichin Viviam Moreira Aline Araújo, Célia do Nascimento Camargo, Júlia Tomazini, Kátia Cardoso, Marcella Arruda, Paulo José Andrade, Rita Lopes, Sônia Cervantes Expedito Arantes Elaine Bueno Márcia Trindade, Rosely Ladeira Reginaldo Soares Damasceno

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Tamdjian, James Onnig Prismas geográficos, 7o ano / James Onnig Tamdjian, Ivan Lazzari Mendes. — 1. ed — São Paulo : FTD, 2016.

Foto de capa: Vista aérea do Pantanal brasileiro no período de seca.

ISBN 978-85-96-00235-6 (aluno) ISBN 978-85-96-00236-3 (professor) 1. Geografia (Ensino fundamental) I. Mendes, Ivan Lazzari. II. Título. 15-11224

CDD-372.891

Índices para catálogo sistemático: 1. Geografia : Ensino fundamental 372.891 1 2 3 4 5 6 7 8 9 Envidamos nossos melhores esforços para localizar e indicar adequadamente os créditos dos textos e imagens presentes nesta obra didática. No entanto, colocamo-nos à disposição para avaliação de eventuais irregularidades ou omissões de crédito e consequente correção nas próximas edições. As imagens e os textos constantes nesta obra que, eventualmente, reproduzam algum tipo de material de publicidade ou propaganda, ou a ele façam alusão, são aplicados para fins didáticos e não representam recomendação ou incentivo ao consumo.

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Impresso no Parque Gráfico da Editora FTD S.A. Avenida Antonio Bardella, 300 Guarulhos-SP – CEP 07220-020 Tel. (11) 3545-8600 e Fax (11) 2412-5375

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Apresentação Caro aluno, Em sua busca por conhecimento, os seres humanos sempre observaram os céus, o horizonte e o solo. Tudo isso para compreender o lugar a que pertencem e se adaptar a ele. Esse conhecimento permitiu que a humanidade prosseguisse com a exploração de novas fronteiras, sejam elas no Universo, na superfície terrestre ou nas camadas mais profundas do planeta Terra. Essas observações dos seres humanos levaram à conclusão, em diferentes momentos e contextos históricos e sociais, de que o mundo está em constante mudança. A superfície terrestre, por exemplo, passou por muitas modificações físicas ao longo dos milhões de anos de sua constituição, causadas tanto por fatores naturais quanto por fatores humanos. Além disso, nos últimos séculos, os seres humanos têm vivido conflitos e acordos de paz; guerras de grandes proporções que levaram milhões à morte, mas também esforços de ajuda humanitária; devastação e preservação. Como os seres humanos se relacionam com o espaço onde vivem? De que forma o planeta chegou à situação em que está atualmente? Nesta coleção, você descobrirá que essas e muitas outras indagações são universais, comuns a homens e mulheres de todos os tempos. Espera-se que, com essa obra, você possa se apropriar de conhecimentos geográficos para ler e interpretar o mundo criticamente e posicionar-se ativamente ante a questões do contexto contemporâneo. Bons estudos! Os autores

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Conheça seu livro Este volume é dividido em 13 capítulos. Seus conteúdos estão distribuídos nestas diferentes seções.

INDICAÇÕES

C APÍTULO

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Cidades brasileiras: do passado ao presente Rosicler Martins Rodrigues. São Paulo: Moderna, 2013. A vida no espaço urbano brasileiro é abordada neste livro desde o surgimento dos primeiros povoados no país até as grandes metrópoles de hoje.

Urbanização no Brasil Marc Ferrez. c. 1890. Coleção Gilberto Ferrez. Instituto Moreira Salles, São Paulo

As primeiras aglomerações urbanas no Brasil Quando foi iniciada a colonização do Brasil, no século XVI, as poucas vilas que existiam estavam distribuídas pelo litoral – como São Vicente, Salvador e Rio de Janeiro – e funcionavam como pequenos entrepostos comerciais, onde os navios atracavam para serem carregados com mercadorias para a Europa. Outro motivo para a criação e manutenção de vilas litorâneas era a necessidade de proteger o território brasileiro de ataques estrangeiros. Por isso, nelas foram construídos fortes militares, favorecendo o surgimento de mais cidades nas proximidades da faixa costeira. Somente no século XVIII, a partir das atividades mineradoras, foi favorecido o surgimento de cidades interioranas. Nessa época, a mineração começou a gerar muitos negócios que só se realizariam nas cidades.

Centro histórico da cidade de Mariana (MG), um núcleo urbano que prosperou devido à mineração de ouro. Chegou a ser capital do estado de Minas Gerais devido a sua produção elevada de ouro. Fotografia de 2015.

Indicações de livros, filmes e sites relacionados ao conteúdo proposto no capítulo.

O estudo e a prática da medicina, a fundição de metais, a compra e venda de ouro, as lojas de roupas e os empórios para venda de alimentos passaram a atrair cada vez mais pessoas para o interior do atual estado de Minas Gerais, vindas das várias regiões do Brasil e até de Portugal. A mineração e a variedade de comércio e de serviços fizeram com que cada vez menos trabalhadores se interessassem pelas atividades agrícolas em Minas Gerais. Desse modo, o abastecimento das cidades mineiras passou a depender da produção rural desenvolvida em outras regiões. Daí o importante papel dos tropeiros, que transportavam carne, cereais e outros produtos agrícolas produzidos no sul do Brasil (além de roupas, tecidos, sal e tudo o mais que as pessoas necessitassem). Muitos núcleos urbanos surgiram durante a mineração, como Vila Rica (atual Ouro Preto), Mariana e Diamantina. A atividade mineradora também tornou necessária a abertura de estradas para transportar o ouro até os portos de embarque, acarretando a formação de núcleos, como Juiz de Fora (MG); Cunha, São Luiz do Paraitinga e Paraibuna (SP). Muitas dessas cidades mantiveram as construções históricas da época da mineração, preservando a arquitetura desse período. Atualmente, essas cidades são importantes polos de turismo na região. Rubens Chaves/Pulsar

po qu e

Sônia Vaz

Brasil: ocupação do território 50°O

R io O i a

Equador

NO MAPA • Com base na leitura deste mapa, explique a ocupação urbana do Brasil ao longo do tempo e do espaço.

OCEANO ATLÂNTICO

e Capricó Trópico d

rnio

OCEANO PACÍFICO 0

Território ocupado no século XVI

Fortes portugueses

Território ocupado no século XVII

Ganhos territoriais obtidos por arbitragem no final do século XIX e início do XX

Território ocupado no século XVIII Território ocupado no século XIX

405

Principais bandeiras Apresamento de indígenas Mineração Exploração contratada

Território ainda não ocupado no século XVI

Fonte: THÉRY, Hervé; MELLO, Neli Aparecida de. Atlas do Brasil. 2. ed. São Paulo: Edusp; Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 2008. p. 33.

110

111

Tradições afro-brasileiras Entre os séculos XVI e XIX, mais de 4 milhões de africanos foram trazidos ao Brasil para trabalhar como escravos. Essas pessoas pertenciam a diversos grupos étnicos que, uma vez no Brasil, eram misturados entre si, motivo pelo qual acabaram compartilhando elementos de diferentes culturas (ao mesmo tempo em que incorporaram alguns elementos culturais dos europeus e dos indígenas), criando tradições híbridas, hoje chamadas de afro-brasileiras. Por muito tempo, essas tradições permaneceram confinadas a seus locais de origem. No entanto, com o fim da escravidão, passou a haver maior integração e compartilhamento dessas tradições no espaço urbano, especialmente nos guetos e áreas periféricas, como as comunidades. As primeiras décadas do século XX constituem um marco na afirmação dessa nova cultura, que não representava mais a identidade da terra de origem desses povos, mas dos filhos e dos netos de africanos que haviam desembarcado no país há décadas – em muitos casos, séculos –, cuja composição cultural foi absorvida de muitas miscigenações entre povos e etnias nas terras brasileiras. As consequências da Primeira Guerra Mundial e da crise econômica que abalou o mundo no início do século XX contribuíram para o enfraquecimento de alguns preconceitos culturais

NO MAPA • Com base na leitura deste mapa, explique a ocupação urbana do Brasil ao longo do tempo e do espaço.

e raciais reinantes na sociedade. Em uma época na qual a população afrodescendente buscava se integrar a uma sociedade que a discriminava, algumas expressões de sua cultura começaram a ganhar aceitação, tornando-se novos símbolos da identidade nacional. O samba dos morros foi parar nos estúdios das rádios e nas festas de rua. A capoeira, antes proibida e praticada às escondidas, ganhou espaços legítimos para sua prática, popularizando-se a ponto de, em 1953, ser chamada pelo presidente Getúlio Vargas de “único esporte verdadeiramente nacional”. A tradição dos orixás ganhou adeptos entre as elites baianas e cariocas; as inúmeras tradições culinárias afrodescendentes também passaram a ser gradualmente compartilhadas por toda a população.

Atividades 1. Os povos africanos trazidos para o Brasil pertenciam a grupos étnicos diferentes. O que isso significa? 2. Com o objetivo de ajudar a combater o preconceito racial, o Ministério da Educação exige, por exemplo, que os livros didáticos abordem a história dos povos africanos trazidos para o país e suas contribuições para a formação da cultura brasileira. Você acredita que a educação pode colaborar para reduzir o preconceito racial? Marco Antônio Sá/Pulsar

VISÃO INTEGRADA: GEOGRAFIA E HISTÓRIA

Visão integrada: Geografia e...

Seção que propõe a observação mais atenta de determinado aspecto presente em imagens, gráficos e mapas.

Mulheres dançando em roda de samba tradicional no Morro da Mangueira, no Rio de Janeiro (RJ), em 2009.

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Seção que destaca temas que se relacionam com outras áreas do conhecimento, como Ciências, História e Língua Portuguesa.

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Olhar cartográfico OLHAR CARTOGRÁFICO Antonio Scorza/AFP/Getty Images

Fusos horários

Como calcular os fusos horários de acordo com o mapa?

Cidade

Los Angeles Sidney Tóquio

70ºO

90°

60°

30°

30°

60°

90°

120°

150°

180°

60ºO

50ºO

40ºO

Arquipélago de São Pedro e São Paulo

AMAPÁ

PARÁ

CEARÁ

MARANHÃO

PIAUÍ

Vancouver

Ottawa

Paris

-31 2

Nova York Washington

Cabo Verde

Cidade do México

Cairo

+51 2

Meridiano de Greenwich (GMT)

Brasília

Buenos Aires

Is. Falkland (Malvinas)

-11

-10

-9

-8

-7

-6

30°

-5

-4

-3

GOIÁS

Hong Kong Manila

MATO GROSSO DO SUL

-2

-1

0

Trópico de

+6 +61 2

Maputo

Sidney Cidade do Cabo 0

Ilha de Martim Vaz

PARANÁ SANTA CATARINA

30° +101 2

RIO GRANDE DO SUL

Melbourne +5

20ºS

Ilha de Trindade

RIO DE JANEIRO

Capricórnio

OCEANO PACÍFICO

+111 2

+91 2

ESPÍRITO SANTO

SÃO PAULO

Jacarta

Is. Maldivas

10ºS

OCEANO ATLÂNTICO

Arquipélago de Abrolhos

MINAS GERAIS

+61 2

+5

+51 2

Is. Pitcairn

BAHIA DISTRITO FEDERAL

Tóquio

Adis Abeba

-123 4

-12

Nova Délhi

Riad

Nairóbi Luanda

Lima

-13 Is. Tonga

Seul

Pyongyang

+41 2

Niamei

Dacar

Georgetown

-41 2

Bogotá Is. Galápagos

-91 2

+31 2

Arquipélago de Fernando de Noronha

ALAGOAS SERGIPE

MATO GROSSO

Beijing +81 2

Teerã

Ilha da Madeira Is. Canárias

Los Angeles Is. Havaí

Astana Bucareste

Madrid

Is. Açores

RIO GRANDE DO NORTE PARAÍBA

PERNAMBUCO

TOCANTINS RONDÔNIA

Berlim

Atol das Rocas

AMAZONAS

ACRE 60°

Moscou

30ºO

RORAIMA Equador

Londres

1. Suponha que você vá fazer uma viagem internacional com diversas escalas. O voo partirá de Londres às 14h30. Nesse momento, você deve descobrir o horário nas cidades que servirão de escala. Copie este quadro no caderno.

Brasil: fusos horários (2013) Allmaps

120°

Atividades

Escala Na aviação, escala refere-se às paradas que podem ser necessárias para uma viagem completa. É comum voos longos terem várias escalas para embarque ou desembarque de passageiros, reabastecimento e manutenção da aeronave etc.

Nova York

Allmaps

150°

Horário

Madri

Planisfério: fusos horários (2013) 180°

2 560

0

465

30ºS

60°

+1

+2

+3

+4

+5

+6

Seção que ocorre ao final de alguns capítulos e propõe, por meio de exercícios de leitura, análise e produção cartográfica.

Se os relógios marcam 15h em Londres, na Inglaterra, e queremos saber que horas são em Beijing, na China, devemos observar os fusos que estão na parte inferior do mapa e identificar o fuso no qual está inserida a cidade de Beijing. Nesse caso, nota-se que Beijing está no fuso +8, ou seja, 8 horas adiantada em relação a Londres, sendo, portanto, 23h em Beijing. Vejamos outro exemplo: os relógios apontam 20h em São Paulo, Brasil, que está localizado no fuso -3, o que significa que seu horário está 3 horas atrasado em relação a Greenwich, que é o referencial. Dessa forma, em Londres serão 23h.

Concebidos no final do século XIX, em Washington, nos Estados Unidos, os fusos horários são divisões das áreas do globo em faixas, que têm como base o sistema de rotação do planeta Terra. Por ter um formato aproximadamente esférico, a Terra pode ser dividida em 360 partes iguais, cada uma correspondendo a 1 grau. Cientistas partiram da observação de que o planeta demorava cerca de 24 horas para realizar o movimento de rotação, isto é, uma volta inteira sobre si mesmo. Se dividirmos 360º por 24 horas, chegamos à conclusão de que, no período de uma hora, a Terra gira 15º no sentido do movimento de rotação. Assim, foram estabelecidos os 24 fusos horários: cada um deles corresponde a 15º e 1 hora do dia. Para determinar o funcionamento dos fusos horários, na mesma reunião estabeleceu-se que o marco zero, ou seja, a posição 0º, ficaria situado em Greenwich, na Inglaterra, e que passaria a ser o ponto de referência de todos os outros fusos. Trata-se de um meridiano que corta a Inglaterra, a península Ibérica e o oeste da África. Todos os demais fusos são definidos em relação a ele, da seguinte forma: • cada fuso a oeste representa 1 hora antes do horário de Greenwich (GMT); • cada fuso a leste representa 1 hora depois do horário de Greenwich (GMT).

+7

+8

+9

+10

+11 +12

-5 horas

-4 horas

-3 horas

-2 horas

Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. Rio de Janeiro, 2012. Lei n 12.876, de 30 de outubro de 2013. Disponível em: <www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2013/lei/L12876.htm>. Acesso em: out. 2015. o.

Adaptado de: CHARLIER, Jacques (Org.). Atlas du XXI siècle. Paris: Nathan, 2013. p. 207.

2. O Brasil, assim como Estados Unidos, Rússia e Canadá, é um país com extensões continentais. Assim, observa-se no território brasileiro quatro fusos, como ilustrado no mapa ao lado. a) Suponha que você vai fazer uma viagem de avião que partirá do Rio de Janeiro (RJ) a Rio Branco (AC). O tempo de voo é de quatro horas. Se você embarcar às 13 horas, qual será o horário previsto da chegada, considerando o horário local de Rio Branco? b) Escolha dois países e realize uma pesquisa identificando quantos fusos horários cada um deles possui em seu território.

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Textos que complementam os assuntos abordados nos capítulos. Podem conter atividades, imagens e textos veiculados em diferentes meios.

Textos complementares Pantanal

Falésias: uma particularidade do litoral do Nordeste

O Pantanal é reconhecidamente uma parte do Planeta com características especiais e particulares, [...] que permitiram à região atravessar os tempos guardando muito de sua biodiversidade e paisagens originais, mesmo impactado pela devastação do Cerrado e florestas de seu entorno. [...] Pode-se, por exemplo, navegar pelo rio Paraguai um dia inteiro sem que os olhos encontrem a presença de ocupação humana, tendo somente ao alcance mamíferos, aves e répteis disputando os peixes aprisionados nas rasas lagoas marginais que formaram-se quando as águas recuaram após espraiarem-se por toda a imensa planície durante a cheia. [...] No Brasil o território pantaneiro divide-se entre os estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, sendo que no primeiro está 40,3% de sua área e no segundo 59,7%. Sua extensão é de cerca de 400 km; a largura 250 km e a área de aproximadamente 195 mil km2. Cerca de 150 mil km2 estão no Brasil, 31 mil na Bolívia e outros 14 mil no Paraguai. Pantanal geológico O Pantanal é uma grande depressão no centro da América do Sul que tornou-se, ao longo do tempo, uma grande “caixa” preenchida por areia e outros materiais trazidos das áreas vizinhas. Tecnicamente é designado como uma bacia sedimentar – uma das seis bacias sedimentares brasileiras. Surgiu no Pleistoceno, o tempo geológico considerado entre 2,6 milhões até 11,5 mil de anos atrás. Sua espessura ultrapassa os 400 metros com sedimentos cenozoicos – a era geológica cenozoica iniciou-se há 65,5 milhões de anos e alcança até os dias de hoje. [...]

Voo de tuiuiú Nilson J. Silva. São Paulo: Escala Educacional, 2008. Acompanhe as aventuras de João Vítor no Pantanal, uma das maiores terras alagadas do planeta, e aprenda mais sobre a biodiversidade e a cultura dessa região, cuja vida é determinada pelo relevo e as águas.

Falésias na praia da Lagoa Azeda, litoral sul do estado de Alagoas, em 2015.

FARIA, Alcides; NICOLA, Rafaela. Pantanal. Ecoa, Campo Grande, 15 dez. 2015. Disponível em: <http://riosvivos.org.br/pantanal/pantanal-destaque-esquerda/dados-do-pantanal>. Acesso em: mar. 2016.

Allmaps

Pantanal: bacia do Alto Paraguai

MT

BOLÍVIA

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Fonte: WWF. Conservar o Pantanal é pensar a Bacia como um todo. Disponível em: <www.wwf.org.br/ natureza_brasileira/ areas_prioritarias/ pantanal/bioma_ pantanal>. Acesso em: mar. 2016.

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NO MAPA • Com base no relevo mostrado no mapa, explique por que o Pantanal brasileiro está sujeito a inundações.

Planície do Pantanal

MS 20ºS

60ºO

PARAGUAI

Altitude (em metros) 820 340 270 170 0 Bacia do Alto Paraguai

Artesanato com areia colorida em Morro Branco, Beberibe (CE), 2012.

O Brasil é considerado um país continental em virtude da sua grandeza territorial. Seu litoral possui cerca de 7 400 quilômetros e as características das praias variam muito de norte a sul. No Nordeste, por exemplo, é comum encontrar a presença das falésias nas praias. As falésias são formações de relevo características do litoral, representadas por escarpas que se originam pela ação erosiva das ondas sobre as rochas. Ao longo dos últimos 180 milhões de anos, as ondas do mar vêm desgastando as encostas e esculpindo vertentes abruptas. As falésias se tornaram um importante atrativo turístico para as praias da região Nordeste. Em alguns locais, como no município de Aracati, no Ceará, as areias retiradas das falésias deram origem a uma das atividades econômicas mais importantes para a população local: o artesanato feito com areia colorida em garrafas de vidro, Rubens Chaves/Pulsar denominado de ciclogravura. Esse tipo de artesanato exige habilidade com ferramentas rudimentares e paciência, pois é um trabalho lento. Primeiro, as areias são retiradas das falésias, trituradas para que fiquem bem finas e tingidas em diversas tonalidades de cor. A partir desse material, os artesãos utilizam espátulas e aplicam a areia até que se formem os desenhos. Mais do que pela sua beleza, as falésias devem ser lembradas pela sua fragilidade. Apesar da existência de leis específicas que regulam a ocupação dessas áreas, em algumas praias os topos são utilizados como local de construção em função da vista para o mar. Além de perderem sua característica natural, a constante ação erosiva pode gerar instabilidades na rocha-matriz ou até desmoronamento, provocando graves acidentes. Alex Uchôa/Opção Brasil Imagens

Atividades 1. Como são formadas as falésias? 2. Além do litoral brasileiro, onde podemos encontrar outras falésias ao redor do mundo? 3. Quais impactos ambientais podem ser causados em função da ocupação no topo das falésias?

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Perspectivas Esta seção, presente em alguns capítulos, aborda temas transversais relacionados aos conteúdos propostos, abordando questões relevantes para a sociedade e a preservação ambiental.

PERSPECTIVAS Fabio Colombini

Povos indígenas da bacia do rio Xingu

uaia

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Rio Jurena

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Kaiabi

Mehinako

Yudja

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Nahukuá

Yawalapiti

Kamaiurá

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OCEANO ATLÂNTICO Ilha de Marajó

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Allmaps

50ºO

AP Equador

0

Aweti

A diversidade cultural entre os indígenas do PIX pode ser observada também por meio dos diversos idiomas falados pelas 16 etnias. São eles: Kamaiurá e Kaiabi (família Tupi-Guarani, tronco Tupi); Yudja (família Juruna, tronco Tupi); Aweti (família Aweti, tronco Tupi); Mehinako, Wauja e Yawalapiti (família Aruák); Kalapalo, Ikpeng, Kuikuro, Matipu, Nahukwá e Naruvotu (família Karíb); K sêdjê e Tapayuna (família Jê, tronco Macro-Jê); Trumai (língua isolada). Os idiomas são transmitidos através das gerações, ou Crianças da etnia Kayapó em São Félix do Xingu (PA), 2015. seja, de pai para filho. Parte deles, no entanto, não possui escrita, trazendo maior risco de Exemplo de música: desaparecimento. Colabora para isso o fato de que cada vez Kawaiwete ramu˜ Nós Kawaiwete mais muitos grupos indígenas se inserem, ainda que parcialJane jemu’ei Nós estamos estudando mente, na vida social do Brasil, e assim passam a utilizar o porAipore pe Na Aiporé tuguês. Uma forma de evitar o desaparecimento dos idiomas e Jare je’enga re Sobre a língua estimular a escrita é através da arte, especialmente da poSimuja’jaw Para colocar esia e da música. A valorização da diversidade cultural do Ka’arana re No papel país, como a cultura e os valores milenares dos indígenas, é Jare je’nga jaw Sobre a língua uma forma de preservar sua história. Kawaiwete Kawaiwete Si mamuakat Para reforçar Jare je’enga jaw Nossa língua Fonte: WYRA et al. Música 1. In: KAIABI; KAWAIWETE. Kawaiwete ramu˜ Nós Kawaiwete Projeto Kawaiwete. Rio de Janeiro: Museu do Índio, 20102011. Disponível em: <http://prodoclin.museudoindio.gov.br/ Jare je’enga jaw Sobre a língua images/conteudo/kaiabi-kawaiwete/kw_textos.pdf>.

Bacia hidrográfica do rio Xingu e Parque Indígena do Xingu

Rio

O rio Xingu é um dos mais importantes das regiões Norte e Centro-Oeste do país. Sua bacia possui cerca de 51 milhões de hectares, entre os estados do Mato Grosso e Pará. O rio percorre centenas de quilômetros e deságua na margem direita do rio Amazonas, próximo à foz no oceano Atlântico. Além da importância hidrográfica, a bacia do rio Xingu abriga também o Parque Indígena do Xingu - PIX, o primeiro do Brasil, onde vivem há séculos alguns povos, muito antes da chegada dos portugueses. No PIX, eles convivem de forma sustentável com o ambiente, desenvolvendo técnicas de domínio da diversidade biológica e ecológica do cerrado brasileiro e da Floresta Amazônica. Atualmente, o parque possui cerca de 5 mil indígenas de 16 etnias diferentes e 40 aldeias. Dentro dos limites, cada etnia ocupa áreas específicas, de acordo com suas características culturais. As etnias que habitam o Parque Nacional do Xingu são:

Renato Soares/Pulsar

Bacia hidrográfica do Xingu Parque Indígena do Xingu

DF GO

MG

Fonte: INSTITUTO SOCIOAMBIENTAL. De olho na bacia do Xingu. Disponível em: <www.socioambiental.org/sites/blog.socioambiental.org/ files/publicacoes/de-olho-bacia-xingu_150dpi.pdf>. Acesso em: nov. 2015.

Rogerio Reis/Tyba

Cerimônia indígena Huka Huka, no Parque Indígena do Xingu (MT), em 2012.

Acesso em: nov. 2015.

Atividades 1. Qual é a importância da demarcação das terras indígenas? 2. Como os idiomas falados pelas diferentes etnias indígenas que vivem no Parque Indígena do Xingu são transmitidos? 3. Por que a escrita é uma forma importante de perpetuar os idiomas e qual o papel das artes, da poesia e da música?

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Atividades a) Identifique os tipos de indústria retratados nas imagens. b) Qual das indústrias mostradas surgiu primeiro no Brasil? c) Que tipo de indústria (1, 2 ou 3) recebeu maior investimento na Era Vargas? Por que foi priorizado esse tipo de indústria? Justifique sua resposta com um exemplo.

Atividades Miriam Merci. 2012. Acrílico sobre tela. Coleção particular

1. A condição de colônia impediu a industrialização do Brasil? Justifique sua resposta.

Miriam Merci. 2012. Acrílico sobre tela. Coleção particular

5. Observe esta imagem e responda às questões.

Jornal Gazeta de Notícias, de maio de 1888. Coleção particular

2. Leia as informações deste trecho de jornal, de maio de 1888.

Retirantes ao pôr do sol, pintura de Miriam Merci, de 2012.

a) Qual fenômeno é mostrado na imagem? b) Relacione tal fenômeno ao processo de industrialização do Brasil. 6. Leia este trecho da obra O cortiço, de Aluísio Azevedo (1857-1913), que descreve um tipo de moradia da população economicamente mais carente no início da industrialização do Brasil.

Página do jornal Gazeta de Notícias de maio de 1888.

• Relacione o fato apresentado na reportagem ao surgimento das primeiras indústrias no Brasil.

Cortiço Forma de habitação precária, em geral constituída por um imóvel dividido em vários cômodos, compartilhado por diversas famílias e mediante o pagamento de aluguel.

3. A Primeira Guerra Mundial favoreceu o desenvolvimento industrial brasileiro. Explique essa afirmação utilizando, ao menos, dois argumentos. 4. Observe as imagens e depois responda às questões. 2

Gerson Gerloff/Pulsar

João Marcos Rosa/Agência Nitro

Alex Larbac/Tyba

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3

Eram cinco horas da manhã e o cortiço acordava, abrindo, não os olhos, mas a sua infinidade de portas e janelas alinhadas. Um acordar alegre e farto de quem dormiu de uma assentada, sete horas de chumbo […]. Daí a pouco, em volta das bicas era um zunzum crescente; uma aglomeração tumultuosa de machos e fêmeas. Uns, após outros, lavavam a cara, incomodamente, debaixo do fio de água que escorria da altura de uns cinco palmos. O chão inundava-se […]. O rumor crescia, condensando-se; o zunzum de todos os dias acentuava-se; já se não destacavam vozes dispersas, mas um só ruído compacto que enchia todo o cortiço. […] AZEVEDO, Aluísio. O cortiço. São Paulo: Ática, 1987. p. 35-36.

Indústria em Volta Redonda (RJ), em 2013.

Indústria manufatureira em Mostardas (RS), em 2014.

Indústria em Resende (RJ), em 2012.

a) Descreva, de acordo com o texto, a condição de moradia no cortiço. b) O cortiço foi escrito em 1890, mas apresenta uma situação de moradia que continua sendo comum. Pesquise, no município onde você mora, em jornais ou na internet, onde é mais comum a ocorrência desse tipo de moradia e em quais condições vive a maioria das pessoas que mora nele. Apresente sua resposta aos colegas para debaterem o tema.

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53

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São apresentadas atividades ao final de cada capítulo, trazendo propostas que exploram diversas habilidades. Há questões de revisão e sistematização do conteúdo estudado, atividades de pesquisa e sugestões de entrevistas, propostas de interpretação de imagens, além de atividades práticas que envolvem a elaboração e/ou apresentação de produto final.

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Sumário Capítulo 1

Mudanças no espaço geográfico brasileiro ............ 46 O espaço geográfico brasileiro no período colonial......................12 Mudanças na política brasileira ...............................47

Os primeiros habitantes das terras brasileiras .......12 A busca dos europeus por novas rotas comerciais .................................................................13 A colonização do território brasileiro .......................14 A expropriação das terras indígenas ........................16 O pau-brasil ...............................................................17 A cana-de-açúcar ......................................................18 As riquezas minerais.................................................20 As bandeiras ............................................................. 22 A pecuária bovina no Sul...........................................23 Quilombo: espaço de liberdade ................................24 Atividades ..................................................................26 Olhar cartográfico – Fusos horários ........................28

Capítulo 2

O espaço geográfico brasileiro antes da implantação da indústria ..................................... 30

A força econômica do Estado brasileiro...................48 O início da exploração do petróleo ...........................49 Atividades ..................................................................52 Perspectivas – A modernização do território e a cultura caipira ...........................................................54

Capítulo 4

Os recursos naturais brasileiros e a industrialização ..................... 56

A base geológica do território brasileiro ..................56 A importância econômica dos maciços cristalinos antigos ....................................................57 Ferro ...................................................................58 Extração de ferro em Minas Gerais ............58 Extração de ferro no Pará ...........................59 Extração de Ferro em Mato Grosso do Sul ...59 Manganês ...........................................................60 Minério de alumínio (bauxita) ...........................60

A independência altera o espaço geográfico.......... 30 As bacias sedimentares ........................................... 61 Uma guerra na Europa ajuda a independência A importância econômica das bacias sedimentares .....................................................62 do Brasil ................................................................ 31 O petróleo....................................................64 Café: a primeira grande atividade econômica do Brasil independente ..................................................33 Impactos socioambientais gerados pela mineração..................................................................66 Mudanças no espaço geográfico brasileiro provocadas pela cafeicultura.............................34 Chuva ácida ........................................................67 Visão integrada: Geografia e Ciências – Os efeitos Transformações na sociedade brasileira durante a economia cafeeira .............................35 da chuva ácida ..........................................................67 O declínio da cafeicultura...................................37 Atividades ..................................................................68 Olhar cartográfico – Coordenadas geográficas .......70 Látex no Acre: mais uma mudança no espaço geográfico brasileiro ...................................................38 Visão integrada: Geografia e Ciências – O látex ......39 Atividades ..................................................................40

Capítulo 3

Capítulo 5

A indústria acelera as transformações do espaço geográfico brasileiro .................. 72

A meta do desenvolvimento econômico ..................73

O espaço geográfico brasileiro O nacional-desenvolvimentismo de a partir da industrialização ....... 42 Juscelino Kubitschek ................................................73

Primeiros surtos industriais no Brasil .................... 42 As transnacionais alteram o espaço Fatores externos da expansão industrial ............... 44 geográfico brasileiro .................................................74

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Brasília: uma grande obra do nacional-desenvolvimentismo brasileiro .................................76 O golpe de Estado de 1964 .......................................78 O governo militar e o território brasileiro .................78 Rodovia Transamazônica ...................................79 Ponte Rio-Niterói ................................................79 Hidrelétrica de Itaipu......................................... 80 Zona Franca de Manaus .................................... 80 As cidades crescem ..................................................81 A ditadura militar, a Nova República e o espaço geográfico brasileiro .................................................82 Atividades ..................................................................84

Capítulo 6

A população do Brasil ................. 86

Tarsila do Amaral. 1925. óleo sobre tela. 79 x101,5 cm. Acervo Museu Nacional Centro de Arte Reina Sofia, Madri, Espanha

Os povos indígenas ...................................................86 Os povos indígenas no século XX .......................86 Terras indígenas ................................................... 88 A população africana e afrodescendente ................90 Visão integrada: Geografia e História – Tradições afro-brasileiras ..........................................................91

A população brasileira no final do século XIX e início do século XX ....................................................92 Os imigrantes no Brasil .............................................93 Os portugueses ....................................................94 Os alemães ...........................................................94 Os italianos ...........................................................95 Os espanhóis ........................................................96 Os japoneses ........................................................96 Os sírios e os libaneses ....................................... 97 Visão integrada: Geografia e História – Povos sírios e libaneses no Brasil ............................................................ 97 Mudanças da população brasileira no século XX ... 98 1900-1940 ............................................................98 1940-1980 ............................................................98 A década de 1950 .........................................99 A década de 1970 .......................................100 De 1990 aos dias de hoje .................................. 101 As migrações internas ............................................102 A migração de retorno .......................................102

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Problemas decorrentes da Década de 1980: emigrantes do Brasil ..................103 agroindústria da soja ................................. 139 Brasil, novamente um polo de imigração ..............104 O trabalho no Brasil ................................................ 106 As atividades agropecuárias no Nordeste .............140 Zona da Mata .......................................................140 Mudanças recentes do quadro social brasileiro....107 Agreste ................................................................ 141 Atividades ............................................................... 108 Sertão .................................................................. 141 Capítulo 7 Urbanização no Brasil ...............110 Meio-norte ...........................................................142 As primeiras aglomerações urbanas no Brasil ......110 A importância da agricultura familiar no Brasil.....142 A urbanização do território brasileiro ....................112 A agropecuária na região Sul ..................................143 A unificação da urbanização ..................................114 A Amazônia ..............................................................144 Conurbação e regiões metropolitanas ............ 114 Outras importantes produções agropecuárias .....145 Relações entre metrópoles e regiões A agroecologia .........................................................145 metropolitanas ................................................... 115 Visão integrada: Geografia e Ciências – A ameaça Rede urbana ............................................................116 das pragas devastadoras .......................................146 O crescimento atual das cidades ...........................118 Problemas sociais no espaço agrário Condições de vida atuais em cidades brasileiras ...119 brasileiro ..................................................................148 Visão integrada: Geografia e História – Rocinha: Atividades ................................................................150 a história da maior comunidade do país ............... 121 Problemas ambientais urbanos .............................122 Capítulo 9 Estrutura geológica e relevo do Brasil ................................... 152 Resíduos e contaminação da água ..................122 Poluição ............................................................... 123 A formação do relevo brasileiro ..............................153 Os agentes formadores do relevo .................... 154 Ilhas de calor....................................................... 124 Enchente ............................................................. 124 As classificações do relevo brasileiro ....................155 Relevo do Brasil segundo Inversão térmica ................................................ 125 Aroldo de Azevedo ............................................... 155 Atividades ................................................................126 Relevo do Brasil segundo Aziz Ab’Sáber ..........156 Perspectivas – Como é organizado o Plano Diretor Relevo do Brasil segundo Jurandyr Ross........156 municipal?...............................................................128 Principais características do relevo brasileiro ......158 Capítulo 8 O espaço agrário brasileiro ...... 130 Região Norte .......................................................158 A agropecuária ........................................................130 Região Nordeste .................................................158 As transformações das atividades Regiões Centro-Oeste e Sudeste ...................... 159 agropecuárias .........................................................131 Região Sul ........................................................... 159 Industrialização e agropecuária ....................... 132 Paraná ......................................................... 159 A concentração fundiária .......................................133 Santa Catarina ............................................160 Os principais cultivos e rebanhos e suas características ........................................................134 Rio Grande do Sul........................................160 A laranja............................................................... 135 O relevo corre riscos: os efeitos da ação O café ................................................................... 135 humana....................................................................160 A voçoroca ........................................................... 161 A cana-de-açúcar ...............................................136 Atividades ................................................................164 Problemas decorrentes da agroindústria da cana ................................ 137 Olhar cartográfico – Curvas de nível e perfil A soja e a pecuária .............................................138 topográfico ..............................................................166

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Capítulo 10

Hidrografia e energia no Brasil ...................................... 168

A matriz energética brasileira ................................187 O Proálcool ...............................................................189 Impactos socioambientais causados pelas usinas de energia elétrica ......................................190 Atividades ................................................................192 Perspectivas – Transposição das águas do rio São Francisco .....................................................194 Fabio Colombini

Classificação dos rios .............................................168 Regime dos rios ..................................................168 Tipos de drenagem............................................. 169 Graus de disponibilidade da água .................... 170 Tipos de foz ......................................................... 170 A importância econômica dos rios ......................... 171 O potencial hidráulico brasileiro ............................173 Bacias, redes e regiões hidrográficas....................173 Região hidrográfica Amazônica........................ 174 Visão integrada: Geografia e História – O rio Purus e a viagem de Euclides da Cunha ...........................175 Região hidrográfica do Tocantins-Araguaia............................................. 176 Região hidrográfica Atlântico Nordeste Oriental ............................................... 176 Região hidrográfica do São Francisco ............. 177 Região hidrográfica Atlântico Leste ................. 178 Região hidrográfica Atlântico Nordeste Ocidental............................................. 178

Região hidrográfica Atlântico Sudeste ............ 179 Região hidrográfica do Parnaíba ...................... 179 Região hidrográfica do Paraná .........................180 Região hidrográfica do Paraguai ...................... 181 Região hidrográfica do Uruguai ........................182 Região hidrográfica Atlântico Sul .....................182 A eletricidade produzida no Brasil ..........................184 Usinas hidrelétricas ...........................................184 Usinas termelétricas..........................................185 Termelétrica a carvão ................................185 Termelétrica a petróleo ..............................186 Termonuclear ..............................................186 Termelétrica a gás natural ........................187

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Capítulo 11

O Brasil e os tipos de clima .... 196

Tempo e clima ......................................................... 196 As paisagens brasileiras e os climas .................... 196 Os fatores estáticos que influenciam o clima .......197 Latitude ............................................................... 197 Altitude ................................................................198 Continentalidade e maritimidade .....................199 Os fatores dinâmicos que influenciam o clima .... 200 As massas de ar .................................................200 Massa Tropical continental (sigla convencional: mTc) .........................200 Massa Polar atlântica (sigla convencional: mPa) ........................201 Massa Tropical atlântica (sigla convencional: mTa) .........................202 Massa Equatorial continental (sigla convencional: mEc).........................202 Massa Equatorial atlântica (sigla convencional: mEa) ........................202 As correntes marítimas .....................................203 Os tipos de clima do Brasil .................................... 204 Clima equatorial..................................................204 Clima tropical ......................................................205 Clima tropical de altitude...................................205 Clima tropical atlântico......................................205 Clima subtropical................................................205 Clima semiárido..................................................206 A importância do clima para a agricultura ............207 Atividades ............................................................... 208

Capítulo 12

Vegetação e ambiente.............210

Formações florestais .............................................. 210 A Floresta Amazônica ........................................ 210 Mata de terra firme..................................... 211 Mata de várzea ............................................212 Mata de igapó ...............................................212 A Mata Atlântica .................................................. 213 A Mata de Araucária ............................................ 214 A Mata dos Cocais............................................... 215 Formações herbáceas e arbustivas....................... 216 A Caatinga............................................................ 216

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O Cerrado ..............................................................217 Formações litorâneas: os mangues ....................... 218 Formações herbáceas: os campos sulinos ........... 218 Uma formação complexa: o Pantanal..................... 219 Visão integrada: Geografia, Ciências e História – O cavalo pantaneiro ................................................ 220 Problemas ambientais brasileiros..........................221 A devastação da Amazônia .............................. 222 A exploração mineral e o ambiente ..........223 Carvão vegetal ............................................223 O esgotamento da água.....................................224 Extração de areia .......................................224 Garimpos poluem os rios ..........................225 A questão da água no Brasil .............................225 Impactos da agricultura sobre o ambiente .....227 A pressão da atividade agropecuária sobre o cerrado...........................................227 Ameaças à biodiversidade brasileira ...............229 Atividades ............................................................... 230 Perspectivas – Povos indígenas da bacia do rio Xingu ...................................................................232

Capítulo 13

Divisão regional do Brasil ...... 234

O que é região..........................................................234 As regiões brasileiras .............................................235 Região Sudeste................................................... 235 O espaço agrícola no Sudeste ................... 237 A capacidade de influência do Sudeste ... 237 Região Nordeste .................................................238 Região Sul ...........................................................240 Região Centro-Oeste ..........................................242 A agroindústria impulsiona o Centro-Oeste ...............................................243 Região Norte .......................................................244 As divisões regionais do Brasil ............................. 246 Uma divisão diferente do Brasil ............................ 248 Atividades ............................................................... 250 Olhar cartográfico – escala ....................................252

Bibliografia .............................................................254 Planisfério: político ..............................................256

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C APÍTULO

1

O espaço geográfico brasileiro no período colonial Georg Marcgraf. 1648. Gravura. Coleção particular

Os primeiros habitantes das terras brasileiras

Crânio de Luzia e a reconstrução de seu rosto, mostrando sua provável aparência.

Primeiras migrações humanas

O

15

Allmaps

Gregg Newton/Reuters/Latinstock

Uma das teorias que procuram explicar a chegada dos primeiros habitantes à América do Sul considera que eles vieram pelo litoral do Chile depois de atravessar o oceano Pacífico em rústicas embarcações. Acredita-se que pertença a essa primeira leva de seres humanos que chegaram ao continente americano, há mais de 15 mil anos, o fóssil humano mais antigo encontrado no Brasil. Era o crânio de uma mulher, apelidada Luzia, descoberto em 1975 em Lagoa Santa (MG). Esses primeiros habitantes teriam vivido aqui durante milhares de anos e desapareceram após a chegada de outros grupos humanos (há cerca de 12 mil anos), com os quais teriam travado disputas por alimentos e territórios.

ºN

30

18

20 000 a 15 000 anos atrás

Kennewick 9 500 anos atrás

6

Rio Yana 30 000 anos atrás

C ír c

Caverna Espírito 9 500 a 9 400 anos atrás AMÉRICA DO NORTE

ul

o

Po Clóvis la r Á rt i 13 500 anos atrás co Meadowcroft 19 000 a 12 000 anos atrás Tr ó

pi

co

de

Câ nce r

40 000 anos atrás 5 EUROPA 4

Pestera cu Oase 35 000 anos atrás

OCEANO PACÍFICO

Qafzeh 100 000 anos atrás 2

ÁFRICA

70 000 a 50 000 anos atrás

Equador

200 000 anos atrás OCEANO ATLÂNTICO

1

OCEANO ÍNDICO

ºO

n olar A ulo P Círc

12

0ºO

tártico

Rota generalizada

L

L

Hipotético Que contém hipótese, elaborado com base em suposições.

Migração humana

12

ºL 90

60

ºL

OCEANIA

15

90

ºO

Monte Verde 60 ºO 14 800 anos atrás

30

30

ºS

15 000 a 12 000 anos atrás

Malakunanja 50 000 anos atrás 50 000 anos atrás 3

Foz do rio Klasies 120 000 anos atrás 30ºL

7

de Gr idiano Mer

nio ricór Cap

Caverna Niah 40 000 anos atrás

Omo Kibish o mais antigo humano 195 000 anos atrás

eenwich

AMÉRICA DO SUL

e od pic Tró

Minatogawa 18 000 anos atrás

ÁSIA

40 000 a 30 000 anos atrás

AMÉRICA CENTRAL

OCEANO PACÍFICO

Zhoukoudian (Shandingdong) 11 000 anos atrás

Lago Mungo 45 000 anos atrás

40 000 anos Data de migração Fóssil ou artefato local

Três ou quatro grandes correntes migratórias hipotéticas propiciaram a ocupação humana da América.

Fonte: NATIONAL GEOGRAPHIC. Human Journey. 2006. Disponível em: <http://ngm.nationalgeographic.com/ngm/0603/feature2/ map.html>. Acesso em: out. 2015.

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Coleção particular

Vitoriosos nessas guerras, esses outros grupos seriam descendentes de pessoas do noroeste da Ásia, região que hoje corresponde à Mongólia e à Sibéria. Teriam chegado ao continente americano pelo Estreito de Bering, que, durante as últimas glaciações, transformou-se em uma ponte natural entre a Ásia e as Américas. Depois, espalharam-se por todo o continente até chegar à Patagônia. Em 1500, quando os navios portugueses atracaram na costa brasileira, encontraram terras povoadas pelos descendentes dos primeiros habitantes, que passaram a ser chamados por eles Cédula brasileira de 1000 cruzeiros, moeda vigente no início de indígenas ou índios. da década de 1990, mostra indígenas brasileiros.

A busca dos europeus por novas rotas comerciais No século XIII, alguns comerciantes europeus intensificaram suas trocas e passaram a deslocar-se, inicialmente por rotas terrestres, a lugares cada vez mais distantes em busca de mercadorias, como as especiarias, e público a quem vender. Consta que um deles, o veneziano Marco Polo, chegou à China por volta de 1290. Esse crescente comércio anunciava uma nova fase econômica que estava surgindo, primeiramente, na Europa. No final do século XV, navegantes europeus passaram a buscar outras rotas de viagens, encarregados de procurar novas terras. As Grandes Navegações tiveram origem nessa pressão por mais mercadorias e rotas. E foi assim que algumas expedições chegaram às terras brasileiras, transformando-as em colônia de Portugal. As expedições promovidas pelas Grandes NavegaRotas comerciais do século XV ções levaram alguns povos europeus a entrar em contato mais constante com modos O P A U R de vida muito diferenE tes daqueles praticados na Europa. A riqueza gerada Á S I A por essa intensificação das trocas de mercadoOCEANO rias foi tão grande na PACÍFICO Europa, entre os sécuOCEANO ÍNDICO los XV e XVIII, que esse Á F R I C A sistema econômico acaRota principal da seda OCEANO Rota do ouro e do sal bou conhecido como ATLÂNTICO Rota das especiarias capitalismo comercial (ou mercantilismo). Fonte: ATLAS visual de los descubrimientos. México: Editora Diana, 1992. p. 14-15.

Dacosta Mapas

ILHAS BRITÂNICAS

Mar Cáspio

Mar Negro

Mar M ed

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Mar de Aral

o

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Meridiano de Greenwich

o e lh

Equador

CHINA

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DESERTO DO SAARA

PENÍNSULA ARÁBICA

Mar da Arábia

Trópico de Câncer

Golfo de Bengala

ÍNDIAS ORIENTAIS

0

1 400

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Pharamond Blanchard. Séc. XIX. Óleo sobre tela. Coleção particular

A colonização do território brasileiro

Em 1494, os reinos de Portugal e Espanha assinaram o Tratado de Tordesilhas, por meio do qual dividiam entre eles as terras “descobertas e por descobrir” fora da Europa. Parte das terras brasileiras ficaram na parte portuguesa. A partir de 1500, tudo o que se fazia nas terras que hoje correspondem ao Brasil obedecia às ordens vindas da metrópole portuguesa. Essa palavra, de origem grega, significa cidade matriz, principal, central. Os países dominadores euro- Esta imagem, pintada pelo artista francês Pharamond peus passaram a ser chamados de metrópoles. Blanchard (século XIX), retrata a primeira missa celebrada na Portugal era a metrópole do Brasil, que foi trans- América. Com as Grandes Navegações, a economia e o modo de vida da Europa foram levados para outros continentes. formado numa colônia desse país europeu. À medida que Portugal intensificava a dominação sobre o território brasileiro, mais produtos eram descobertos, explorados e levados para a Europa. Assim, a economia portuguesa ficou cada vez mais dependente da exploração das riquezas da colônia. Esses dois lugares distantes fisicamente passaram a ser interligados pelos interesses econômicos portugueses: os Caramuru e a invenção do Brasil fatos que ocorriam em Portugal influenciavam o Brasil. Direção: Guel Arraes. Brasil: A metrópole e a colônia tinham funções bem claras. Cada uma delas Sony Pictures, 2001 (88 min). exercia um tipo de trabalho que complementava a vida econômica da outra. A chegada dos portugueses ao Brasil é abordada de forma A metrópole portuguesa extraía da colônia principalmente produtos natu- bem-humorada neste filme rais, praticamente sem pagar nada. Em seguida, levava esses produtos para que conta a história do náufrago Diogo Álvares Correia. a Europa, onde obtinha lucros com sua comercialização. Planisfério: Tratado de Tordesilhas (1494)

Círculo Polar Ártico

Trópico de Câncer

AMÉRICA Equador

EUROPA ÁSIA Cabo Verde

OCEANO PACÍFICO

ÁFRICA

370 léguas

Trópico de Capricórnio

2 480

OCEANO ATLÂNTICO

Meridiano de Greenwich

OCEANO PACÍFICO

0

Meridiano de Tordesilhas

Sônia Vaz

OCEANO ÍNDICO

OCEANIA

Domínio português de acordo com o Tratado de Tordesilhas Limite atual do território brasileiro Atual território da Espanha Atual território de Portugal

Fonte: ARRUDA, José Jobson de. Atlas histórico básico. 17. ed. São Paulo: Ática, 2001. p. 19.

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Assim, entende-se por que, entre outros fatores, atualmente, a maior parte das antigas colônias (como os países africanos) ainda é muito mais pobre do que as antigas metrópoles (como os países europeus). A colonização do Brasil – e de outras partes do mundo – teve, muitas vezes, o caráter de invasão. Foi feita de forma violenta, com matanças de populações e destruição de suas culturas.

Portugal temia que outras potências europeias invadissem o Brasil e explorassem suas terras. Por isso, foram enviadas expedições para proteger a costa brasileira de piratas e saqueadores. No entanto, era necessário ocupar de fato esse extenso território, com o objetivo de administrá-lo e aproveitar melhor as riquezas dessas terras. Entre 1534 e 1536, o território brasileiro foi dividido em faixas de terra, doadas a ricos comerciantes e nobres portugueses, que ficaram conhecidos como donatários. Como cada uma dessas unidades territoriais poderia ser herdada pelos filhos desses donatários, elas foram chamadas de capitanias hereditárias. Os capitães donatários deviam distribuir grandes porções de terras a portugueses interessados em torná-las produtivas. Esse sistema ficou conhecido como sesmaria. Essa divisão do território brasileiro não funcionou por vários motivos, entre os quais se destacam a resistência dos indígenas, que queriam proteger suas terras, a falta de recursos e a imensidão das capitanias hereditárias – fato que dificultava o controle por parte dos donatários. O sistema de capitanias hereditárias e as sesmarias foram extintos nas primeiras décadas do século XIX, mas deixaram uma marca ainda presente em nosso país: as grandes extensões de terra como propriedade de poucas pessoas.

Atribuído a Luís Teixeira. c. 1586. Biblioteca da Ajuda, Lisboa

A primeira divisão política do território brasileiro

Pirata Marinheiro marginalizado, geralmente sem pátria ou nação fixa, que costumava desbravar os mares em busca de riquezas e novos territórios. Saqueador Pessoa que realiza saques e furtos.

Este mapa, desenhado por volta de 1586, mostra a representação do território brasileiro dividido em capitanias.

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Rugendas. Séc. XIX. Litografia. Coleção particular

A expropriação das terras indígenas

Canoa de índios, de Johann Moritz Rugendas, feita no século XIX.

Etnia Grupo caracterizado por cultura específica.

Debret. Séc. XIX. Litografia. Coleção particular

Quando os europeus, especialmente os portugueses, começaram a ocupar essas terras, muitos grupos humanos já as habitavam, com um modo de vida bastante diferente daquele dos viajantes que aqui aportavam. Os indígenas brasileiros mantinham, de maneira geral, uma relação harmoniosa com a natureza. Eles formavam, em sua maioria, sociedades que viviam da caça, da pesca, da coleta e da agricultura, obtendo da natureza os recursos necessários para a sobrevivência, sem agredir os rios ou a floresta nem ameaçar de extinção qualquer forma de vida. O espaço onde viviam os indígenas era marcado principalmente pelos elementos da natureza, como rios, animais e florestas, além das aldeias construídas com elementos naturais (troncos, ramos, folhas de árvores e sapé). Esse espaço foi muito alterado pelos colonizadores portugueses. Em seu lugar surgiu, progressivamente, um novo espaço, composto basicamente de elementos introduzidos pelos europeus: casas, vilas, cidades, fortes militares, estradas e fazendas agrícolas. Já nos primeiros anos após sua chegada às terras brasileiras, os portugueses perceberam a importância econômica do pau-brasil. Como resultado, houve grande alteração no ambiente, que afetou as etnias indígenas. No Brasil colonial, os portugueses usaram de violência extrema contra os indígenas, escravizando-os para trabalhar nas plantações ou assassinando-os para se apropriar de suas terras. Assim, milhares de aldeias e povos indígenas foram dizimados. Essa violência se estendeu por séculos e resultou na redução dos povos indígenas. O Censo 2010, do IBGE, registrou cerca de 900 mil indígenas no Brasil, número bem inferior aos mais de 5 milhões que aqui viviam quando foi iniciada a colonização.

Ilustração de Jean-Baptiste Debret, do início do século XIX, mostra soldados indígenas da província de Curitiba escoltando crianças e mulheres aprisionadas.

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O pau-brasil Feitoria Entreposto comercial instalado pelos portugueses no litoral de suas colônias, para armazenar as mercadorias que seriam negociadas na Europa. Constituía um ponto estratégico e, por isso, era defendida por meio de fortificações militares.

Fabio Colombini

Pau-brasil Estevão Ciavatta e Regina Casé. São Paulo: Martins Fontes: WWF, 2010. Quase extinto pela extração predatória no século XVI, o pau-brasil hoje é um dos símbolos da preservação da Mata Atlântica. Nesse livro, conheça mais sobre a história dessa árvore que deu nome ao nosso país.

No início do período colonial, a Coroa portuguesa esperava encontrar pedras preciosas e ouro nas terras brasileiras, mas quase nada foi achado. Naquele momento, os portugueses resolveram explorar a madeira de uma árvore abundante perto do litoral, o pau-de-tinta ou pau-brasil. Essa madeira tinha grande valor na Europa, porque dela se extraía um pigmento avermelhado muito usado no tingimento de tecidos. Assim, sua exploração ganhou importância, fato que levou a Coroa portuguesa a fazer um contrato de exploração com o mercador Fernão de Noronha (o mesmo que deu nome ao arquipélago localizado no Nordeste) já em 1503, no início da colonização. Ficou decidido que ele exploraria o pau-brasil e dividiria os lucros com o rei de Portugal. O pau-brasil era encontrado principalmente na Mata Atlântica, floresta que originalmente recobria uma extensa faixa costeira, que se estendia do Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul. Calcula-se que metade do pau-brasil existente nas terras brasileiras já havia sido retirada nos primeiros 50 anos de exploração. Após esse período, a exploração dessa madeira prosseguiu em ritmo muito mais lento, não sendo mais a principal atividade econômica da colônia por volta de 1600. Até o século XVIII, o pau-brasil ainda era muito cobiçado, inclusive para a fabricação de instrumentos musicais. Mas, em 1832, surgiram notícias da descoberta dos primeiros corantes artificiais para tecidos, levando definitivamente ao fim essa atividade exploratória. A extração do pau-brasil gerou mudanças no espaço geográfico brasileiro: além da devastação da Mata Atlântica, a paisagem ficou marcada com a construção de portos, pequenas estradas e feitorias. Em função da atividade exploratória do pau-brasil, surgiram cargos na sociedade que estava se formando naquele período, como fiscais, administradores e até militares, que, além de defender o território de ataques estrangeiros, capturavam indígenas e muitas vezes os expulsavam de suas terras. Árvore de pau-brasil em São Paulo (SP), em 2015. A exploração dessa árvore típica da Mata Atlântica foi muito lucrativa para Portugal durante quase todo o século XVI.

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Brasil: economia no século XVI 50°O

Em apenas meio século, a econoOCEANO ATLÂNTICO mia do pau-brasil teve fases de crescimento, auge e declínio. Foi, portanto, um ciclo econômico. Durante esse período, no início Terras Terras do século XVI, quase todas as outras pertencentes pertencentes à Espanha atividades econômicas da colônia dea Portugal pendiam da extração dessa madeira. O transporte do pau-brasil, por exemplo, era feito por caminhos e portos construídos especialmente para esse fim. Na segunda metade do século OCEANO XVI, porém, com a redução no ritmo de PACÍFICO extração do pau-brasil, outro produto passou a ocupar o centro das atividaÁrea de ocorrência do pau-brasil Cana-de-açúcar des econômicas em nossas terras: a Pecuária cana-de-açúcar. Entradas Limite atual do Brasil 440 A cana-de-açúcar foi trazida ao Cidades e vilas Brasil, no século XVI, por Martim AfonFonte: ALBUQUERQUE, Manoel Maurício de et al. Atlas histórico escolar. 8. ed. Rio de Janeiro: FAE, 1991. p. 20. so de Sousa, responsável por comandar a primeira expedição colonizadora no país. Ciclo econômico ao período de Portugal tinha experiência no cultivo dessa planta em suas colônias das Corresponde tempo em que certo produto ilhas dos Açores e da Madeira e já abastecia com açúcar parte da Europa. Es- é predominante e responsável sas vantagens permitiram a Portugal implantar no Brasil, por volta de 1580, pela movimentação da economia. grandes plantações de cana, visando à produção de açúcar em larga escala. Essa nova atividade econômica mudou bastante o espaço geográfico da colônia, principalmente no Nordeste, onde o solo e o clima são extremamente favoráveis ao desenvolvimento da cana-de-açúcar. Equador

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S. Sebastião do Rio de Janeiro São Paulo I. de S. Sebastião São Vicente Santos N. S. da Conceição de Itanhaém Cananeia

Benedito Calixto. Séc. XVII. Óleo sobre tela. Museu Paulista da USP, São Paulo

I. de S.Catarina Porto de Alagoa

NA IMAGEM • Descreva o funcionamento de um engenho, de acordo com a imagem. Quem eram os trabalhadores desse local?

O interior de um engenho de cana é representado neste quadro de Benedito Calixto, do século XVII. Nele, é possível ver o trabalho braçal envolvido no funcionamento dos moinhos que processavam a cana.

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Georg Marcgraf. 1648. Gravura. Coleção particular

No século XVII, os engenhos se multiplicaram pela faixa litorânea do Nordeste. Quase todo o trabalho nas plantações de cana e nos engenhos de açúcar era feito por africanos escravizados. Imagem de Georg Marcgraf, 1648.

Monocultura Cultura agrícola especializada em apenas um tipo de produção. Exportador Que exporta um produto para outros países.

Verdes canaviais Cândida Vilares Gancho e Vera Vilhena de Toledo. São Paulo: Moderna, 2013. Nesse livro é apresentada a história da cana-de-açúcar no Brasil, planta trazida da Ásia e que desempenhou papel fundamental no processo de colonização e formação do território brasileiro.

Rubens Chaves/Pulsar

Foram então construídos muitos engenhos, que ficavam bem próximos dos canaviais. O açúcar produzido nesses locais era enviado para a Europa. Nesse período, passou-se a utilizar no Brasil mão de obra de africanos escravizados na execução de tarefas pesadas nos canaviais e nos engenhos. Essas grandes fazendas, espalhadas por toda a faixa litorânea nordestina, desenvolveram um sistema agrícola conhecido como plantation, que se caracterizava pela monocultura em lugares com abundância de terra disponível e emprego de trabalho escravo em larga escala, voltada para o comércio exportador. Para abastecer o mercado interno, desenvolveu-se uma economia complementar à da cana-de-açúcar. Trata-se da pecuária, que tinha a função de abastecer os engenhos com leite e carne, além de gado para tração no transporte da cana para o engenho e do açúcar para os portos. À medida que cresciam as áreas plantadas com cana-de-açúcar no Nordeste, a pecuária foi sendo levada para o interior, para a cana ocupar as áreas com melhor solo e clima. Os bois passaram então a ser criados onde havia mais terras e pastagens, especialmente à beira do rio São Francisco, que constituía um caminho natural para o interior. Os homens que trabalhavam com a pecuária – os vaqueiros – passaram a conhecer muito bem o interior nordestino. A atividade canavieira, assim como a exploração do pau-brasil, passou por um período de crescimento e outro de declínio, apesar de ter se estendido por um período maior de tempo. A economia da cana-de-açúcar começou a declinar no século XVIII, momento em que os holandeses iniciaram o plantio de cana nas Antilhas, ilhas caribenhas na América Central. Canavial na Zona da Mata pernambucana, em Goiana (PE), em 2013. A agricultura canavieira no Nordeste foi favorecida pelo solo e pelo clima local.

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As riquezas minerais Desde o início da colonização do território brasileiro, os exploradores (e a Coroa portuguesa) tinham a intenção de encontrar metais preciosos aqui, especialmente a prata e o ouro, que tinham grande valor na Europa como moeda de troca para as atividades comerciais. Quando a economia da cana entrou em declínio, muitas pessoas ligadas ao trabalho nos engenhos – proprietários e negociantes empobrecidos, suas famílias e seus escravos – ficaram sem meios de se autossustentar e decidiram embrenhar-se no interior do continente em busca de ouro ou, no mínimo, de terras férteis que pudessem cultivar. As regiões que mais atraíam essa crescente população eram aquelas que, hoje, correspondem aos estados de Goiás, Mato Grosso e, especialmente, Minas Gerais. Em 1698, o paulista Antônio Dias de Oliveira descobriu um veio rico em ouro na região do pico do Itacolomy, onde hoje fica Ouro Preto, em Minas Gerais. A partir daí, aumentou o número de pessoas que se dirigiam à região, onde o metal era abundante, encontrado no leito e às margens dos rios e nas encostas dos morros. Esse deslocamento em massa em direção às minas alarmou as autoridades. Em 1702, apenas quatro anos depois de confirmada a descoberta de ouro, muitas capitanias achavam-se quase desertas e seus moradores haviam rumado para os garimpos. Em Minas Gerais, principalmente, chegavam homens e mulheres, jovens e velhos, pobres e ricos, nobres e plebeus, além de religiosos de várias instituições. Começava assim a ocupação do interior do Brasil. No século XVIII, a população aumentou dez vezes, chegando a mais de 3 milhões de habitantes (650 mil na área das minas). Iniciava-se, portanto, um novo ciclo econômico do Brasil Colônia: por volta de 1700, o ouro passou a ocupar o centro da economia brasileira. A notícia da existência das minas chegou rapidamente à Europa, e centenas de milhares de portugueses rumaram para o Brasil. Foi então criada a província autônoma de Minas Gerais, encarregada do controle da atividade mineradora e da cobrança de impostos sobre a produção apurada.

Produção de ouro em Minas Gerais (1697-1764) 1697

115 kg

1699

725 kg

1705

1,5 t

1715

6,5 t

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10 t

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9,7 t

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8,8 t

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7,6 t

Fonte: IDASBRASIL. Ciclo do ouro em Minas Gerais. [2015]. Disponível em: <www.idasbrasil.com.br/cicloourominasgerais>. Acesso em: nov. 2015.

Veio Fratura ou espaço vazio em uma rocha preenchido por minerais. Garimpo Local onde se exploram jazidas de minerais preciosos, como o ouro. Rugendas. Séc. XIX. Litografia. Coleção particular

Obra de Johann M. Rugendas, do século XIX, que retrata a exploração do ouro de aluvião em um garimpo típico do ciclo da mineração.

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A mineração levou as pessoas a trabalharem também em outras atividades, OCEANO muitas das quais voltadas para a produATLÂNTICO ção e a distribuição de alimentos. Assim, desenvolveu-se um intenso comércio voltado ao abastecimento das vilas e das cidades que surgiram em Minas Gerais. Terras A mineração também trouxe dinamismo pertencentes à Espanha a outras regiões, como o sertão do norte de Minas Gerais, notadamente o Vale do São Francisco, cuja criação de gado Terras pertencentes bovino passou a abastecer Vila Rica e as a Portugal cidades vizinhas. OCEANO Nota-se uma profunda alteração do PACÍFICO espaço geográfico das regiões produÁrea de ocorrência toras. Um novo elemento surgia na paido pau-brasil Cana-de-açúcar sagem do Brasil: as cidades. Moradias, Pecuária Mineração ruas, edifícios públicos e residenciais, Drogas do sertão oficinas, pequenas indústrias começaLimite atual do Brasil 430 Cidades e vilas ram a dominar as paisagens. Nesses aglomerados urbanos passaram a viver Adaptado de: ALBUQUERQUE, Manoel Maurício de et al. Atlas histórico escolar. 8 ed. Brasília: Ministério da Educação e Cultura, 1977. p. 28. e a trabalhar alfaiates, dentistas, médiAs drogas do sertão, cos, professores, comerciantes e outros profissionais. Em muitos desses seapresentadas no mapa, referem-se às especiarias tores havia o trabalho de africanos escravizados, mão de obra muito utilizada que eram extraídas da região também nas minas. da Floresta Amazônica, como Com essas atividades urbanas que se desenvolveram com o ciclo da mineracacau, castanha-do-pará, urucum, entre outros. ção, a metrópole portuguesa resolveu transferir a capital da colônia de Salvador para o Rio de Janeiro, o principal porto de escoamento do ouro para a Europa. Outra consequência do ciclo da mineração foi o surgimento da figura do tropeiro, responsável por abastecer esses pequenos núcleos urbanos com carne, couro e outros produtos derivados da pecuária praticada há tempos no Sul do Brasil. O ciclo da mineração também provocou o encontro de pessoas das mais variadas origens, que formaram o povo brasileiro. Na segunda metade do século XVIII esgotou-se o ouro de aluvião, isto é, aquele encontrado no leito e nas margens dos rios, o que provocou o declínio da economia da mineração. Pouco a pouco, as outras atividades econômicas Inacio Teixeira/Pulsar que surgiram na região das minas também declinaram. Isso permitiu que as atividades agrícolas já praticadas em outras regiões do país, principalmente na Bahia, como a produção de algodão, de tabaco e de cacau, voltassem a ganhar importância. Brasil: economia no século XVII

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50°O

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Taubaté São Paulo Sorocaba

Vitória Espírito Santo

Campos dos Goitacases São João da Barra Rio de Janeiro Ubatuba São Vicente Santos Itanhaém Cananeia Iguape Curitiba Paranaguá São Francisco do Sul Laguna

Vista de Ouro Preto (MG), 2013, cidade que até 1823 era chamada Vila Rica. Muitas cidades surgiram e floresceram em Minas Gerais durante o século XVIII por causa da descoberta de ouro e pedras preciosas.

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As bandeiras O movimento que mais marcou os atos de extermínio contra os habitantes originais do Brasil foi o bandeirismo. Com o objetivo de encontrar metais preciosos e mão de obra escrava (indígena), colonizadores portugueses estabelecidos em São Paulo promoveram seguidas expedições armadas rumo ao interior. Denominadas bandeiras, tais expedições ampliaram as dimensões continentais do território brasileiro. Saindo de São Paulo, a partir do final do século XVI, as bandeiras seguiram para o interior do Brasil, atingindo, ao sul, as margens do rio Uruguai (atual fronteira com a Argentina). Indo em direção ao norte, após passarem por Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso, as bandeiras chegaram ao rio Amazonas. Outras bandeiras acabaram se encontrando com os criadores de gado nordestinos. Os bandeirantes expandiram o território português a oeste do meridiano de Tordesilhas, ocupando áreas que pertenciam à Espanha. Assim, as bandeiras foram responsáveis pela interiorização do território da colônia portuguesa. Essas expedições influenciaram a configuração territorial da colônia portuguesa entre os séculos XVII e XVIII e, consequentemente, influenciaram até mesmo a configuração dos contornos atuais do Brasil. Brasil: bandeirantes (séculos XVII e XVIII) Sônia Vaz

50°O

Equador

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Terras pertencentes à Espanha Vila Bela Cuiabá

Meridiano de Tordesilhas

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Terras pertencentes a Portugal

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OCEANO PACÍFICO

Paraíba Olinda Recife São Cristóvão Salvador

OCEANO ATLÂNTICO

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Trópico de Capricórnio

São Paulo

Bandeiras

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400

Adaptado de: ALBUQUERQUE, Manoel Maurício de et al. Atlas histórico escolar. 8. ed. Rio de Janeiro: FAE, 1991. p. 24.

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A pecuária bovina no Sul Os primeiros rebanhos de gado bovino foram introduzidos no Sul do Brasil no início da colonização, e por volta de 1600 já existia uma grande quantidade de gado nas terras do atual estado do Rio Grande do Sul. Portugal incentivou a criação de gado para consolidar o domínio de grandes extensões de terras no Sul do Brasil, aproveitando os pampas. Mas foi o desenvolvimento do ciclo da mineração, no século XVII, que valorizou a produção e deu importância à pecuária do Sul. Nesse período, as cidades da região das minas tornaram-se as grandes consumidoras do couro e da carne provenientes do Sul do Brasil. A expansão da pecuária mudou o espaço geográfico do Sul. Surgiram as estâncias, grandes fazendas especializadas na criação de gado bovino, que gradualmente se interiorizaram, sempre avançando pelos pampas, terrenos aplainados e cobertos por ricas pastagens naturais, que se tornaram o alimento principal dos rebanhos. Até aqui, foram apresentadas as grandes transformações do espaço geográfico brasileiro ao longo de três séculos, feitas a partir dos interesses europeus. Feitorias, capitanias hereditárias, sesmarias, estâncias, cidades, portos, minas, estradas e plantações mudaram profundamente o ambiente e as relações socioeconômicas no território brasileiro. As transformações continuaram ocorrendo nos séculos seguintes e ainda ocorrem. Brasil: economia no século XVIII Dacosta Mapas

50°O

Equador

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Recife

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Vila Boa

Caminho do sertão: arroz,

carne seca, couro, jegues OCEANO Ouro, tabaco, PACÍFICO aguardente, escravos

Caminho velho das Gerais: aguardente, rapadura, alimentos Estrada Real: diamante, ouro, escravos, ferramentas, roupas, importados Rotas dos guaiases: ouro, suprimentos Mulas, charque Pecuária

Fonte: ARRUDA, José Jobson de. Atlas histórico básico. 17. ed. São Paulo: Ática, 2001. p. 41.

Mineração Limite atual do Brasil Atuais divisas estaduais Cidades e vilas

Diamantina

Trópico de Capricórnio

Rio de Janeiro

São Paulo Curitiba

Sorocaba

Vila Rica (Ouro Preto)

OCEANO ATLÂNTICO

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Quilombo: espaço de liberdade Durante a colonização do Brasil, os portugueses exploraram intensamente um negócio que se tornou muito lucrativo: trazer mão de obra escravizada da África. Pessoas eram capturadas e levadas em navios para o Brasil, onde eram vendidas. Os africanos escravizados eram obrigados a trabalhar incessantemente, geralmente em péssimas condições, sofrendo inclusive castigos físicos. A maioria deles e seus descendentes lutavam bravamente por liberdade. Alguns conseguiram fugir de seus donos e abrigar-se nos quilombos, refúgios no meio da mata. O mais importante quilombo foi Palmares (1580-1690), estabelecido em terras do atual estado de Alagoas. Nesse agrupamento, em 1670, chegaram a viver 20 mil pessoas, que garantiam sua subsistência graças à caça, à pesca, à agricultura e ao artesanato.

Subsistência Mínimo suficiente para sobrevivência e a manutenção da vida.

[...] O quilombo era organizado como um pequeno Estado. Havia leis e normas que regulamentavam a vida dos seus habitantes, algumas até muito duras; roubo, deserção ou homicídio eram punidos com a morte. As decisões eram tomadas em assembleias, da qual participavam todos os adultos, sendo aceitas, pois resultavam da vontade coletiva.

Allmaps

Rotas e volume de comercialização de escravos entre África e América (séculos XVI-XIX) AMÉRICA DO NORTE

Trópico de Câncer SENEGAL GÂMBIA GUINÉ-BISSAU COSTA DO MARFIM GANA

CUBA JAMAICA

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OCEANO PACÍFICO

BENIN SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE

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REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DO CONGO

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Rio de Janeiro

Trópico de Capricórnio

OCEANO ATLÂNTICO

Principais regiões litorâneas africanas de comércio de escravizados Senegâmbia

Golfo de Benin

Serra Leoa

Golfo de Biafra

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África Central e Ocidental

Costa do Ouro

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Número de escravizados

5 000 000 1 000 000 Menos que 200 000

Principais locais de desembarque no Brasil Fronteiras atuais dos países

Fonte: THE TRANS-ATLANTIC SLAVE TRADE DATABASE. Volume and direction of the transatlantic slave trade from all African to all American regions.[2008]. Disponível em: <www.slavevoyages.org/tast/assessment/intro-maps/09.jsp>. Acesso em: out. 2015.

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Há registros da presença permanente, além de negros, de mulatos, índios e brancos nas aldeias. [...] Os negros palmarinos eram católicos. Nas aldeias havia igrejas e até padres católicos. Os habitantes falavam várias línguas e dialetos em Palmares, inclusive o português ou um crioulo de português, mas não se sabe qual a língua comum usada no quilombo. Considerado como uma grave ameaça para a classe dos proprietários rurais, senhores de engenho e fazendeiros, o quilombo foi sistemática e duramente reprimido. Existiam os chamados capitães do mato, especialistas na captura dos negros fugidos e periodicamente também eram organizadas expedições para destruir seus esconderijos. [...] Apesar da frequência com que essas expedições eram enviadas, surgiram diversos quilombos no Brasil, principalmente no Nordeste, e o de Palmares foi o mais conhecido pela sua organização e resistência. GASPAR, Lúcia. Quilombo dos Palmares. In: FUNDAÇÃO JOAQUIM NABUCO. Recife, 31 ago. 2009. Disponível em: <http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar./index.php?option=com_content& view= article&id=187:quilombo-dos-palmares&catid=51:letra-q&Itemid=1>. Acesso em: out. 2015.

Afrodescendente Que descende de africanos.

Vários desses quilombos são habitados até hoje por descendentes de escravos. Alguns reproduzem a organização social africana ancestral e todos buscam preservar ritmos, danças, alimentos típicos etc. Ainda hoje muitos afrodescendentes têm de lutar para garantir não apenas seus direitos como indivíduos, mas também a posse dos territórios que um dia abrigaram os quilombos.

Retratos do Brasil Colônia A fotografia que documenta ações do ser humano e do seu cotidiano, a cidade e o campo, a paisagem e os fatos por ela gerados é hoje uma realidade corriqueira e disponível a qualquer um que tenha em mãos os equipamentos necessários. Mas nem sempre foi assim. Cabia, no passado, aos desenhistas e pintores retratarem o cotidiano do seu tempo e da sua época por meio das litografias que produziam. Na primeira metade do século XIX, o Brasil colonial foi retratado por grandes pintores e desenhistas, como o francês Jean-Baptiste Debret e o alemão Johann Moritz Rugendas. Mostraram a paisagem humana da colônia elevada à categoria de Reino Unido, porém ainda ligada às amarras econômicas que as sustentavam pela escravidão tanto de afrodescendentes quanto de indígenas.

Representação do transporte de africanos escravizados em porão de navio. Navio Negreiro, obra de Johann Moritz Rugendas, do século XIX.

Rugendas. Séc. XIX. Litografia. Coleção particular

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Atividades Georg Marcgraf. 1648. Gravura. Coleção particular

1. O ciclo da mineração apresenta relação direta com o processo de urbanização (surgimento de cidades) no Brasil. Explique por quê.

3. Com base no que você estudou neste capítulo, justifique a afirmativa do trecho de texto a seguir.

Brasil: Estrada Real 43º 23’O

Diamantina

Caminho Velho Caminho Novo Caminho dos Diamantes

A Europa inchou de maneira desmedida com ouro e matérias-primas das colônias na América Latina, Ásia e África. De todos esses continentes partem há séculos os diamantes e o ouro, a seda e o algodão, as madeiras, os produtos exóticos e o açúcar. A Europa é literalmente a criadora da pobreza. FANON, Frantz. Os condenados da terra. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1968.

Dacosta Mapas

2. Observe o mapa ao lado e depois responda às questões. a) Quais regiões são interligadas pela Estrada Real? b) Com base na sua resposta ao item a, é possível inferir a época em que essa estrada foi construída? Explique.

Belo Horizonte

Ouro Preto

São João del-Rei 22º 49’S

Mariana

Barbacena

4. Leia este trecho de carta do bandeirante Domingos Jorge Velho ao rei de Portugal, de 15 de julho de 1694. Depois, responda às questões. [...] E se ao depois nos servimos deles [usavam os trabalhos dos indígenas de forma escrava] para as nossas lavouras, nenhuma injustiça lhes fazemos, pois tanto é para os sustentarmos a eles e a seus filhos como a nós e aos nossos. E isto bem longe de os cativar, antes se lhes faz um irremunerável serviço em os ensinar a saberem lavrar, plantar, colher e trabalhar para seu sustento...

0

Paraty

55

Rio de Janeiro

OCEANO ATLÂNTICO Fonte: INSTITUTO ESTRADA REAL. Mapa ilustrativo da estrada real. Belo Horizonte, 12 jul. 2013. Disponível em: <www.institutoestradareal.com.br/ servicos/biblioteca/mapas>. Acesso em: out. 2015.

ALENCASTRO, Luiz Felipe de. O paradoxo de Jorge Velho. Folha de S.Paulo, São Paulo, 4 dez. 1994. Caderno Mais. Fornecido pela Folhapress.

Cativar Manter em cativeiro, prender ou privar alguém da liberdade.

a) Como os bandeirantes viam o território brasileiro? b) O que o bandeirante provavelmente quis dizer com este trecho: “E isto bem longe de os cativar, antes se lhes faz um irremunerável serviço em os ensinar a saberem lavrar, plantar, colher e trabalhar para seu sustento...”? c) Como os bandeirantes tratavam os indígenas?

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Debret. 1834. Litografia. Coleção particular

5. Observe esta imagem e responda às questões.

Aplicação do castigo da chibata, de Jean-Baptiste Debret. Obra de 1834.

a) O que a obra retrata? b) Os negros aceitavam a escravidão de maneira pacífica? O que faziam para se libertar? 6. Qual ciclo econômico do Brasil Colônia deixou mais marcas no espaço geográfico da região onde você mora? Aponte as características marcantes desse ciclo. Em seguida, relacione as marcas do espaço geográfico que você identificou com esse ciclo econômico. Brasil: distribuição da população (2010) Dacosta Mapas

50°O Boa Vista RR

Equador

AP 0°

Macapá Belém

São Luís Fortaleza

Manaus PA

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BRASÍLIA DF GO

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Campo Grande

Goiânia MG Belo Horizonte

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OCEANO ATLÂNTICO ES Vitória

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7. Observe o mapa ao lado, que mostra a distribuição da população brasileira pelo território. Nele, é possível ver que existem regiões onde as pessoas vivem próximas umas das outras, em grande número, e, em outras, há uma pequena população. • Relacione esse mapa aos ciclos econômicos apresentados neste capítulo e responda: por qual motivo a população brasileira está mais concentrada nas áreas mais escuras do mapa?

RJ São Paulo Rio de Janeiro

PR Curitiba SC RS

10 000 habitantes Capital federal Capital estadual

Florianópolis

Porto Alegre 0

420

Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 6. ed. Rio de Janeiro, 2012. p. 113.

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OLHAR CARTOGRÁFICO Fusos horários Concebidos no final do século XIX, em Washington, nos Estados Unidos, os fusos horários são divisões das áreas do globo em faixas, que têm como base o sistema de rotação do planeta Terra. Por ter um formato aproximadamente esférico, a Terra pode ser dividida em 360 partes iguais, cada uma correspondendo a 1 grau. Cientistas partiram da observação de que o planeta demorava cerca de 24 horas para realizar o movimento de rotação, isto é, uma volta inteira sobre si mesmo. Se dividirmos 360º por 24 horas, chegamos à conclusão de que, no período de uma hora, a Terra gira 15º no sentido do movimento de rotação. Assim, foram estabelecidos os 24 fusos horários: cada um deles corresponde a 15º e 1 hora do dia. Para determinar o funcionamento dos fusos horários, na mesma reunião estabeleceu-se que o marco zero, ou seja, a posição 0º, ficaria situado em Greenwich, na Inglaterra, e que passaria a ser o ponto de referência de todos os outros fusos. Trata-se de um meridiano que corta a Inglaterra, a península Ibérica e o oeste da África. Todos os demais fusos são definidos em relação a ele, da seguinte forma: • cada fuso a oeste representa 1 hora antes do horário de Greenwich (GMT); • cada fuso a leste representa 1 hora depois do horário de Greenwich (GMT).

Planisfério: fusos horários (2013) 150°

120°

90°

60°

30°

30°

60°

90°

120°

150°

180°

Allmaps

180°

60°

Moscou Londres Vancouver

Ottawa

Paris

-31 2

Nova York Washington Is. Havaí

Madrid

Is. Açores

Cabo Verde

Cidade do México

Cairo

Nairóbi Meridiano de Greenwich (GMT)

-123 4

Is. Falkland (Malvinas)

-9

-8

-7

-6

Tóquio

30°

Hong Kong +61 2

Manila

+5

-5

-4

-3

-2

-1

0

Jacarta

Is. Maldivas

Luanda

Is. Pitcairn

-10

Riad

+51 2

Brasília

-11

Nova Délhi

Adis Abeba

Buenos Aires

-12

Seul

Pyongyang

+41 2

Niamei

Dacar

Lima

-13

+31 2

+51 2

Is. Galápagos

-91 2

Beijing +81 2

Teerã

Georgetown

-41 2

Bogotá

Astana Bucareste

Ilha da Madeira Is. Canárias

Los Angeles

Is. Tonga

Berlim

+6 +61 2

Maputo

+111 2

+91 2

Sidney Cidade do Cabo

30° +101 2

Melbourne +5

0

2 560 60°

+1

+2

+3

+4

+5

+6

+7

+8

+9

+10

+11 +12

Adaptado de: CHARLIER, Jacques (Org.). Atlas du XXI siècle. Paris: Nathan, 2013. p. 207.

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Antonio Scorza/AFP/Getty Images

Como calcular os fusos horários de acordo com o mapa?

Se os relógios marcam 15h em Londres, na Inglaterra, e queremos saber que horas são em Beijing, na China, devemos observar os fusos que estão na parte inferior do mapa e identificar o fuso no qual está inserida a cidade de Beijing. Nesse caso, nota-se que Beijing está no fuso +8, ou seja, 8 horas adiantada em relação a Londres, sendo, portanto, 23h em Beijing. Vejamos outro exemplo: os relógios apontam 20h em São Paulo, Brasil, que está localizado no fuso -3, o que significa que seu horário está 3 horas atrasado em relação a Greenwich, que é o referencial. Dessa forma, em Londres serão 23h.

Cidade

Horário

Atividades

Escala Na aviação, escala refere-se às paradas que podem ser necessárias para uma viagem completa. É comum voos longos terem várias escalas para embarque ou desembarque de passageiros, reabastecimento e manutenção da aeronave etc.

Madri Nova York Los Angeles Sidney Tóquio

1. Suponha que você vá fazer uma viagem internacional com diversas escalas. O voo partirá de Londres às 14h30. Nesse momento, você deve descobrir o horário nas cidades que servirão de escala. Copie este quadro no caderno.

Brasil: fusos horários (2013) 60ºO

Allmaps

70ºO

50ºO

40ºO

30ºO

RORAIMA

Arquipélago de São Pedro e São Paulo

AMAPÁ

Equador

Atol das Rocas

AMAZONAS

PARÁ

CEARÁ

MARANHÃO

PIAUÍ

RONDÔNIA MATO GROSSO

BAHIA

Capricór

Arquipélago de Abrolhos

MINAS GERAIS SÃO PAULO

nio

10ºS

OCEANO ATLÂNTICO

DISTRITO FEDERAL

MATO GROSSO DO SUL

Arquipélago de Fernando de Noronha

ALAGOAS SERGIPE

TOCANTINS

GOIÁS

RIO GRANDE DO NORTE PARAÍBA

PERNAMBUCO

ACRE

Trópico de

ESPÍRITO SANTO

Ilha de Trindade

RIO DE JANEIRO

20ºS

Ilha de Martim Vaz

PARANÁ

OCEANO PACÍFICO

SANTA CATARINA RIO GRANDE DO SUL 0

-5 horas

-4 horas

-3 horas

465

30ºS

-2 horas

Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. Rio de Janeiro, 2012. Lei n 12.876, de 30 de outubro de 2013. Disponível em: <www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2013/lei/L12876.htm>. Acesso em: out. 2015. o.

2. O Brasil, assim como Estados Unidos, Rússia e Canadá, é um país com extensões continentais. Assim, observa-se no território brasileiro quatro fusos, como ilustrado no mapa ao lado. a) Suponha que você vai fazer uma viagem de avião que partirá do Rio de Janeiro (RJ) a Rio Branco (AC). O tempo de voo é de quatro horas. Se você embarcar às 13 horas, qual será o horário previsto da chegada, considerando o horário local de Rio Branco? b) Escolha dois países e realize uma pesquisa identificando quantos fusos horários cada um deles possui em seu território.

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