de
Rafael Curci
Maria da Luz
ilustrações por
Ana Muriel
de
Rafael Curci
Maria da Luz
ilustrações por
Ana Muriel
1ª edição 2011 Apoio:
“Projeto realizado com o apoio do Governo de São Paulo, Secretaria de Estado da Cultura, Programa de Ação Cultural 2010”
Texto original em espanhol Rafael Curci Ilustrações Ana Muriel Tradução para o português George Bernard Sperber Correção Ortográfica Vani Inge Capa, Projeto Gráfico, Diagramação e Arte-Final Ana Muriel Gráfica Nova Letra Editora Ílion
Ficha Catalográfica Curci, Rafael. C984t As Três Marias / Rafael Curci; Ilustrações por Ana Muriel. – Campinas: Ílion, 2010. 3v. : il. Volume 1: Maria da Luz - ISBN 978-85-63644-02-2 Volume 2: Maria d’água - ISBN 978-85-63644-03-9 Volume 3: Maria da sombra - ISBN 978-85-63644-04-6 1. Contos – Infanto-juvenil. 2. Coletânea – Infantojuvenil. 3.Literatura – Infanto-juvenil. I. Muriel, Ana. II. Maria da luz. III. Maria d’Água. IV. Maria da Sombra. V. Título. CDD 21.ed. – 028.5 Ficha Catalográfica realizada pela Bibliotecária Alessandra Karyne C. de Souza Neves – CRB 8/6640
Direitos desta edição reservados pela Ílion Editora LTDA. Rua Maria da Encarnação Duarte, 1100 - Campinas, SP. 13090-766. Tel: (19) 3327.1896 | www.ieditorial.com.br Impresso no Brasil ISBN 978-85-63644-02-2
Maria da Luz
Tokonar é um povoado sem luz, escondido na cordilheira. É habitado por apenas trinta pessoas, distribuídas em seis famílias com sobrenomes andinos.
4
Os Guaimรกs, Sulka, Vilte, Umakata, Chake e Kondori. Todos os seus habitantes dedicam-se ao cultivo e ao pastoreio de cabras.
5
Não obstante a escuridão reinante, Flora Kondori ia dar à luz sua quarta filha. Dona Rosa, a parteira, e o avô Benito a assistiam iluminados apenas pela fraca luz de um lampião a querosene.
6
– Está acabando o combustível – murmurou preocupado o avô –, não vai ser fácil para Flora dar à luz com tanto pretume. – Aqui todos sabemos que é de mau agouro nascer na escuridão – sentenciou Dona Rosa. A criatura vai ser uma desgraçada...
7
O avô Benito não ia permitir semelhante infortúnio. Pôs o chapéu e o poncho, pegou um garrafão de plástico e saiu da casa como alma que o diabo carrega. – Vou descer para a vila, pegar combustível. Minha neta não vai nascer às escuras e também não vai ser uma desgraçada. O ancião se pôs em marcha tão depressa como lhe permitiam seus pés. Seus vizinhos ficaram em volta da casa, à espera de notícias. Alguns pareciam inquietos e cochichavam. – A vila mais próxima fica a cinco quilômetros – disse o mais velho dos Vilte. O velho não vai voltar em tempo. – A menina vai nascer no escuro – afirmou seu Chake. É assim que nascemos todos em Tokonar.
8
9