Ilustrações: Bernardo França e convidados Capa e Projeto Gráfico: Bernardo França e Ana Muriel Revisão de textos: Christian Botelho Borges Impressão: Gráfica Nova Letra Coordenação: Ana Muriel e José Rodolfo Arantes ISBN 978-85-67919-00-3 Todos os direitos reservados. Copyright © 2014 Editora Gato Preto 1a edição
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Bernardo foi meu aluno. Não costumo dar dez, e quem me viu em ação no ofício de ensinar sabe que no primeiro encontro aviso que estão todos aprovados, desde que respeitem a frequência mínima. Por isso, deixo claro que cada um começa com nota sete, podendo chegar a nove e meio, dependendo do empenho. E dez eu não dou pra ninguém, é conquista pra quem tem muita estrada. A diferença é que os que se dedicam levam um bônus: recebem meu apoio e recomendação. Foi assim com o Bernardo, que bem rápido definiu seu rumo e obteve ótimos resultados, seja atuando no cinema de animação, seja no mercado editorial. Mas agora vamos ao que interessa, este projeto. Honrando a categoria dos grandes desenhistas, o Bernardo se propôs um desafio: toda sexta‑feira tirar do seu imaginário uma visão de mulher. Essa é a ginástica maior do artista, se “puxar” na busca de formas novas, lutando contra esse inimigo que é o tempo. Olhar para as mulheres deste livro é passear um pouco pela história da arte e da ilustração. Parece que cada personalidade precisa de um determinado estilo. Afinal, mulheres, como todo ser superior, são exigentes. Não gosto de citar referências, porque sempre se deixam de lado nomes importantes. Prefiro falar da sensação que tive de estar folheando revistas de diferentes épocas, sempre as melhores, daquele tempo em que o bom gosto parecia estar no comando do mundo editorial. Bernardo caprichou no detalhe e soube compor até com a assinatura, aproveitou o branco e o negro dos fundos, usou pincel e também texturas, consciente de que, a cada obstáculo vencido, ampliava seus recursos. E eu fiquei feliz em ver como o conhecimento da história da arte pode ser determinante para o desenvolvimento de um artista. Ninguém nasce pronto, e o tal dom só vale se for testado a cada semana. Pra ser grande tem que ter coragem. Enfim, ele conseguiu rapidamente atingir aquele patamar que muitos artistas não chegam a alcançar, mesmo depois de anos à prancheta: brincar com os estilos. E arrancar um dez deste velho professor. Eloar Guazzelli, em algum lugar da BR-101, verão de 2014
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VAI DESENHAR ASSIM NO INFERNO! Uma coisa é o sujeito saber desenhar: anatomia, perspectiva, sombra, movimento e blá-blá-blá. Outra coisa é o sujeito ter estilo. Agora, quando a figura em questão desenha como o demônio e tem um estilo refinadíssimo, só resta a nós, desenhistas medíocres, sentar no meio-fio, pedir uma vodca quente e chorar. Sejamos francos: saber desenhar até que não é tão difícil assim. Aquele esquema de desenho de observação, copiar até aprender, punhetando, punhetando. Eu mesmo conheço várias antas de quatro costados que desenham a esquadra de Cabral com os olhos fechados, mas falta-lhes um pequeno detalhe... Alma. Já para nosso campeão Bernardo França, alma e bom gosto é o que não falta. E vejam bem, bom gosto nos dias que correm a gente não acha em qualquer esquina, não. A overdose de informação visual nos bombardeia com uma tonelada de merda fumegante a cada segundo, o pobre cidadão não sabe mais discernir o que é bom e o que é meia-bomba. É muita coisa ao mesmo tempo. Mas mesmo o mais zé ruela dos mortais, aquele pangaré que se veste de pagodeiro, usa um cabelo ninho de passarinho e coletes fluorescentes, ouve a merda do Jeca Quest ou o lixo do tal funk ostentação, mesmo esse ser ignóbil vai reconhecer no desenho do Bernardo uma classe atemporal, um toque quase divino, e não terá outra coisa a fazer senão parar, olhar de novo e falar pra suas correntes de plaquê: “Puta que pariu, mas que desenho fodido!”. E essas mulheres dele... Meu chapa, elas são realmente lindas, elegantes e únicas. Umas são esguias, misteriosas, outras são mais cheinhas, deliciosas; umas são quase albinas, enquanto outras têm aquele tom chocolate que fez a glória de deusas como uma Adele Fátima ou Patra, lembram? (Eu lembro, e como, puuuutz). Acima de tudo, tá claro que o Bernardo admira a anatomia feminina e baba por ela. Ele realmente curte as mulheres em todas as suas nuances. Um cara old school – se me permitem o anglicismo – nesses tempos de metrossexuais que acham que a capa da Playboy é realmente daquele jeito e que falam palavras que JAMAIS deveriam sair da boca de um macho, como “celulite” ou “estria”. Que se fodam todos eles! (Acho que no fundo essa é a ideia dos caras mesmo.) Um brinde de gim‑tônica gigante a você, sortudo leitor, e a todas as mulheres que deixam nossa patética vida com algum sentido! Allan Sieber, Copacabana , Posto 6, verão de 2014 9
Dedicado a LĂlia, Dudu e Vanessa.
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“Olhar para as mulheres deste livro é passear um pouco pela história da arte e da ilustração. Parece que cada personalidade precisa de um determinado estilo. Afinal, mulheres, como todo ser superior, são exigentes.” Eloar Guazzelli
“VAI DESENHAR ASSIM NO INFERNO!” Allan Sieber
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