Livro do Professor - Bahia, Brasil

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CEARÁ MARANHÃO

PARAÍBA

PERNAMBUCO

PIAUÍ

ALAGOAS

TOCANTINS

SERGIPE

BAHIA

SALVADOR

GOIÁS

MINAS GERAIS

BAHIA, BRASIL ESPAÇO, AMBIENTE E CULTURA

LIVRO DO PROFESSOR geodinâmica

ESPÍRITO SANTO


BAHIA, BRASIL ESPAÇO, AMBIENTE E CULTURA

LIVRO DO PROFESSOR geodinâmica

Julia Pinheiro Andrade Geógrafa e Mestre em Educação pela Universidade de São Paulo

Célia Maria Piva Cabral Senna Bióloga pela Universidade de Brasília e Doutora pela Universidade de Brasília/Universidade de São Paulo


Apresentação

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Andrade, Julia Pinheiro Bahia, Brasil : espaço, ambiente e cultura: livro do professor / Julia Pinheiro Andrade,

“A ciência, como um todo, não é nada mais do que um refinamento do pensar diário.”

Célia Maria Piva Cabral Senna. -- São Paulo : Geodinâmica, 2012. Vários colaboradores. ISBN 978-85-63222-17-6

Albert Einstein

1. Bahia (Estado) - Aspectos ambientais 2. Bahia (Estado) - Drescrição - Ensino fundamental 3. Bahia (Estado) - Geografia 4. - Bahia (Estado) - História 5.

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Cultura - Bahia (Estado) I. Senna, Célia Maria Piva Cabral.

rofessor, este livro foi escrito para auxiliá-lo a trabalhar, de forma prática e consistente, a Ciência no dia a dia dos estudantes da escola pública. A metodologia escolhida propõe questões sobre a Bahia e o local de vivência para que os estudantes pensem e investiguem a partir de fatos e fenômenos de seu cotidiano, realizando experimentos simples, utilizando materiais baratos, mas muito significativos para a formação do pensamento científico.

II Título. 12-10414

CDD-372.

Índices para catálogo sistemático: 1. Brasil: Bahia: Estado: Espaço ambiente e cultura: Ensino fundamental 372.8

Governo da Bahia

Geodinâmica

Jaques Wagner | GOVERNADOR

Vinicius Saraceni | DIRETOR-GERAL

Otto Alencar | VICE-GOVERNADOR

Felipe Seibel | DIRETOR DE CONTEÚDO

Nosso maior objetivo é demonstrar como pode ser instigante e divertido transformar opiniões comuns e temas da vida diária em objeto de estudo científico e de conhecimento mais refinado. Partimos da leitura do Livro do Estudante - Bahia, Brasil: Espaço, Ambiente e Cultura para propor a investigação de conceitos e problemas solucionáveis em sala de aula, por meio de experimentação e atividades de registro que exercitem o pensamento lógico.

Célia Maria Piva Cabral Senna | COORDENADORA PEDAGÓGICA

Secretaria da Educação Osvaldo Barreto Filho | SECRETÁRIO DA EDUCAÇÃO Aderbal de Castro Meira Filho | SUBSECRETÁRIO Paulo Pontes da Silva | CHEFE DE GABINETE Amélia Maraux | SUPERINTENDENTE DE DESENV. DA EDUCAÇÃO BÁSICA Eni Bastos | SUPERINTENDENTE DE ACOMP. E AVALIAÇÃO

Julia Pinheiro Andrade | DIRETORA PEDAGÓGICA Profa. Dra. Sueli Angelo Furlan (Geografia - USP) | COORDENADORA DE CONTEÚDO Diana Gonçalves | COORDENADORA EDITORIAL Anna Mey Doo Marmo | ASSISTENTE EDITORIAL Isaac Barella | DIRETOR DE ARTE Aline Aliste | EDITORA DE ARTE

DO SIST. EDUCACIONAL

Tiago Ferrarezi | ASSISTENTE DE ARTE

Antonio Almérico Biondi Lima | SUPERINTENDENTE DE

Gabriela Souza | COORDENADORA DE COMUNICAÇÃO E PROJETOS

EDUCAÇÃO PROFISSIONAL Nildon Pitombo | COORDENADOR DE DESENV. DE EDUCAÇÃO SUPERIOR Irene Cazorla | DIRETORA-GERAL DO INSTITUTO ANÍSIO TEIXEIRA (IAT) José Maria Dutra | SUPERINTENDENTE DE ORGANIZAÇÃO E ATENDIMENTO DA REDE ESCOLAR Claudia Cruz | SUPERINTENDENTE DE RH DA EDUCAÇÃO Wilton Teixeira Cunha | DIRETOR-GERAL Francisca Alves | COORDENADORA DO TOPA – TODOS PELA ALFABETIZAÇÃO Shirley Pinheiro | ASSESSORA DE COMUNICAÇÃO Marcela Andrade | COORDENAÇÃO DO NÚCLEO DE CONTROLE DE ATOS ADMINISTRATIVOS José Francisco Barretto Neto | OUVIDOR DA SECRETARIA DA EDUCAÇÃO

Luiz Fernando Bissoli | GEOPROCESSAMENTO E IMAGEM DE SATÉLITE Washington Oliveira | GESTOR FINANCEIRO Bruna de Andrade | COORDENADORA ADMINISTRATIVA Gabriela Chamelet | ASSISTENTE ADMINISTRATIVA Juciléia Portugal | SUPORTE OPERACIONAL

Bom trabalho!

Livro do Professor Julia Pinheiro Andrade e Célia Maria Piva Cabral Senna | AUTORAS Sabrina Feldman | EDITORA Aline Aliste | EDITORA DE ARTE

Célia Maria Piva Cabral Senna

Tiago Ferrarezi | ASSISTENTE DE ARTE

Coordenadora pedagógica da Geodinâmica

Ivana Traversin | REVISORA DE TEXTO Caio Yamazaki Saravalle, Iara Nordi Castellani, Laércio Furquim Junior, Solange Soares de Camargo, Wellington Tibério | COLABORADORES

INICIATIVA:

REALIZAÇÃO:

geodinâmica rua irmã pia, 422

geodinâmica SECRETARIA DA EDUCAÇÃO

Mas é você, professor-autor das práticas escolares, o maior protagonista desta proposta: aquele que conhece melhor do que ninguém os estudantes e a quem cabe convidá-los para embarcar nesta aventura científica. Crie, inove, use e abuse da proposta de alfabetização científica trazida por este Livro do Professor e pelo Livro do Estudante.

- 12º andar

05335 - 050 são paulo sp tel e fax: (55 11) 3768 9999

www.geodinamica.com.br

Julia Pinheiro Andrade

Diretora Pedagógica da Geodinâmica


Como ler este livro? 6

A

ssim como o Livro do Estudante, o Livro do Professor utiliza diferentes recursos de linguagem visual para ilustrar seus temas. Nesta seção, você pode conhecer as funções e os significados de cada recurso. Confira!

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1 Saber mais Indica textos/vídeos que complementam os temas tratados na SD

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2 Gabarito Traz o gabarito das principais questões levantadas na SD

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3 Você sabia?

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8 Internet Indica textos complementares, atividades e referências de pesquisa disponíveis no site www.programamapa.com.br

7 Lousa Contém desenhos e esquemas simples, para serem facilmente copiados na lousa e estimular os estudantes a produzirem registros e a participarem da aula

6 Destaque Chama a atenção do professor para uma ideia central abordada no capítulo

5 Figura e Legenda A figura ilustra e sintetiza as discussões dos textos. A legenda detalha o objetivo de cada figura

4 Boxe Destaca uma citação mais longa de um autor de referência para a fundamentação da metodologia

| LIVRO DO PROFESSOR |

| LIVRO DO PROFESSOR |

Mostra informações adicionais sobre o tema em questão na SD

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Sumário Como ler este livro?.................................................. 7 Introdução................................................................ 10

Capítulo 1 Alfabetizar cientificamente é possível? ............................................... 13 O que é alfabetizar?................................................................................ 13 Como aprendemos Ciências?................................................................. 14 O que é Ciência?.................................................................................... 16 Objetivos de ensino para alfabetizar cientificamente.............................. 16 Procedimentos metodológicos................................................................ 17 Detalhamento dos procedimentos da metodologia científica................. 17 1. Escolher um tema de interesse ou observar um fenômeno e formular um problema ou uma questão a ser investigada.............. 17 2. Fazer levantamento de informações sobre o assunto e formular hipóteses...................................................................... 18 3. Realizar experimentações.............................................................. 19 4. Analisar os resultados.................................................................... 19 5. Estabelecer conclusões................................................................... 20 Como preparar uma aula que ensine a pensar e a agir cientificamente?... 21 I. O que ensinar?............................................................................... 21 A. Definir conteúdos de ensino..................................................... 21 II. Como ensinar?............................................................................. 23 B. Definir expectativas de aprendizagem....................................... 23 C. Registro de plano de aula sob forma de sequência didática...... 23 D. Comunicação clara de objetivos............................................... 24 E. Cadência ou ritmo claro........................................................... 24 F. Uso criativo do espaço............................................................... 24 G. Registro e/ou produto final...................................................... 26 H. Avaliação.................................................................................. 26

Capítulo 2 Como ler cientificamente múltiplas linguagens?................................. 29 Tudo é linguagem................................................................................... 29 Metodologia de leitura........................................................................... 30 Como ler textos verbais?........................................................................ 31 Como ler imagens?................................................................................. 32 Como fazer a caracterização dos elementos visuais?............................... 33 Infográficos............................................................................................ 35 Imagem vertical...................................................................................... 35 Como ler imagens verticais?................................................................... 36 Mapas.................................................................................................... 37 Legendas, símbolos e convenções: gramática cartográfica..................... 38 Croquis geográficos................................................................................ 40 Mapas conceituais.................................................................................. 40 Gráficos.................................................................................................. 41

Capítulo 3 Sequências didáticas.............................................................................45 1. Nossa sala na trajetória do Sol............................................................. 49 2. Como usar a escala de um mapa?........................................................ 59 3. O plano da esfera - um mistério?......................................................... 67 4. Como os animais se orientam sem mapas?.......................................... 73 5. Localizando um lugar na Bahia........................................................... 81 6. Qual a distância? De olho no mapa e com o pé no chão...................... 87 7. Como transformar milhares de quilômetros em centímetros?............. 93 8. Há quanto tempo? .............................................................................. 99 9. Ciclos Biogeoquímicos ..................................................................... 103 10. Energia e Trabalho............................................................................ 107 11. Tecendo a teia da vida....................................................................... 113 12. Como as plantas se alimentam?......................................................... 119 13. Rio São Francisco em imagem: como ler um infográfico?................. 125 14. E esse tal de DNA?........................................................................... 131 15. Classificar para compreender............................................................ 139 16. Onde estão as áreas de conservação na Bahia?................................... 145 17. Água, recurso infinito?...................................................................... 149 18. Vai derramar?.................................................................................... 157 19. Vegetais – Os armazenadores da energia solar................................... 165 20. Polinização: o casamento perfeito do cacau com a mosca................. 171 21. Pendrive: o que é e como usar?.......................................................... 177 22. Gráficos: contar, medir, desenhar, apontar... ...................................... 183

Referências bibliográficas........................................ 186 Créditos.................................................................... 188


Introdução

O

objetivo deste livro é trazer propostas para colocar em prática, na sala de aula da escola pública de ensino fundamental 2, os conceitos, os procedimentos e as atitudes da formação científica.

Propõe-se demonstrar que Ciência é investigação, isto é, um processo metódico de pesquisa rigorosamente lógica, sequenciada, reprodutível e verificável. Na escola, no entanto, esse método rigoroso precisa ser disparado e vivido de forma significativa pelos estudantes. Por isso, defende-se a alfabetização em Ciências como um desenvolvimento de habilidades e competências necessárias para ler e interpretar os fenômenos sociais e naturais de modo a compreender como interferem no dia a dia dos contextos vividos pelas crianças e adolescentes. Assim, o objetivo último da alfabetização científica é que, ao final da escolarização, os estudantes incorporem com “naturalidade” a metodologia científica para agir com autonomia e crítica em situações cotidianas, para compreender informações e julgar opiniões, para tomar decisões e interpretar fatos e fenômenos. Este livro propõe um caminho para sensibilizar a percepção e realizar práticas de iniciação científica por meio de uma discussão conceitual inicial (capítulos 1 e 2) e de 22 sequências didáticas (capítulo 3) com práticas experimentais baseadas em abordagens inovadoras. Todas procuram partir da curiosidade por temas cotidianos e formulam questões ou problemas a serem investigados cientificamente: Por que se fala tanto em biodiversidade? Por que existe essa tal classificação científica? Qual a importância de conhecê-la e reconhecê-la na cadeia alimentar e na teia da vida? Como ler e utilizar uma escala cartográfica para calcular distâncias no mapa da Bahia? Como representar tamanhos e distâncias entre os astros do sistema solar? A água é um recurso inesgotável e infinito? O que é esse tal de DNA? Qual sua importância? O que é tempo geológico? Por que preciso saber dele? O que são megabytes, gigabytes e pendrives cheios de informação digital?

Parâmetro elementar para alfabetizar cientificamente As pesquisas acerca do processo de ensino e aprendizagem levaram a várias propostas metodológicas. Pressupõem que o aprendizado se dá pela interação professor/estudantes/conhecimento, ao se estabelecer um diálogo entre as ideias prévias dos estudantes e a visão científica atual, com a mediação do professor, entendendo que o estudante reelabora sua percepção anterior de mundo ao entrar em contato com a visão trazida pelo conhecimento científico. As diferentes propostas reconhecem hoje que os mais variados valores humanos não são alheios ao aprendizado científico e que a Ciência deve ser apreendida em suas relações com a Tecnologia e com as demais questões sociais e ambientais. Parâmetros curriculares nacionais: Ciências Naturais / Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC / SEF, 1998.

Este livro surge da iniciativa política de fortalecimento da educação básica proposto como desafio pelo governo da Bahia. A pretensão é inovar e diversificar os currículos escolares, promovendo a formação continuada de professores e a elaboração de materiais que favoreçam o acesso dos estudantes ao conhecimento científico. Assim, o comprometimento principal deste livro é com você, professor-autor, que fará das sugestões aqui contidas a base do pensar e agir cientificamente na sala de aula da escola pública da Bahia.

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Para reforçar a condição do professor e do estudante como sujeitos do conhecimento (um experiente, outro iniciante), este livro segue, assim, as orientações curriculares nacionais. As orientações sugeridas pelo Ministério da Educação para o ensino de Ciências dão conta de que alfabetizar em Ciências não é transmitir uma série de conceitos, fatos e princípios. É ensinar a aprender a aprender conceitos, procedimentos e atitudes que fundamentam e caracterizam o saber, o explicar, o fazer e o atuar de modo científico. Habilidades, estas, passíveis de serem desenvolvidas e aprimoradas ao longo de toda a vida.

| LIVRO DO PROFESSOR | CAPÍTULO 1

| LIVRO DO PROFESSOR | CAPÍTULO 1

Partindo de questões simples como essas, comuns à maioria dos estudantes de ensino fundamental, pretende-se demonstrar que a Ciência não é maçante, abstrata e impossível de ser entendida por uma pessoa comum. Ao contrário, ao aproveitar a curiosidade inata dos estudantes e estimulá-la, pretende-se que se apaixonem pelo conhecimento científico e identifiquem-no como uma porta preferencial para entrada no mundo moderno.

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Alfabetizar cientificamente é possível? “...a alfabetização é mais que o simples domínio psicológico e mecânico de técnicas de escrever e de ler. É o domínio destas técnicas em termos conscientes. (...) Implica numa autoformação de que possa resultar uma postura interferente do homem sobre seu contexto.”

Paulo Freire

O que é alfabetizar?

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or muito tempo, a alfabetização foi entendida como um processo que envolvia, primeiramente, a aquisição do código, ou seja, a aprendizagem das letras e sua relação com os sons produzidos durante a pronúncia delas em uma palavra. Alfabetização, assim, resumia-se à etapa inicial de contato com a cultura escrita, de maneira mecanizada. O indivíduo alfabetizado, nessa concepção, era aquele capaz de codificar e decodificar uma linguagem (no caso, verbal, escrita), segundo regras gramaticais e de composição (silábica, sintática, semântica). Alfabetizar, porém, é o processo em que o indivíduo é introduzido nas práticas sociais de uso da linguagem para efeito de comunicação nos diversos âmbitos do mundo público e privado (na rua, no trabalho, na família, na igreja etc.). O sujeito alfabetizado é aquele que percebe os diferentes momentos (a pertinência) e as diferentes possibilidades (o amplo repertório) de uso social da linguagem (o que é aceito e esperado como comunicação).

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Para o educador Paulo Freire, 1989, à medida que as pessoas se socializam (na escola e fora dela), aprendem a ler, ainda que nem todas dominem os códigos de leitura e escrita. Freire mostrou, pioneiramente, que a importância do ato de ler não é meramente didática ou escolar, mas é anterior a um domínio técnico sobre a gramática de certa linguagem. É isso que o autor quer dizer quando afirma que, antes, durante e mesmo depois da escola, “a leitura do mundo precede a leitura da palavra, e a leitura desta implica a continuidade daquela”. A escola deve existir para ampliar as potencialidades da vida, não para confiná-las em regras e técnicas reprodutivas. Afinal, a técnica deve sempre estar a serviço do aperfeiçoamento ético e social do ser humano.

| LIVRO DO PROFESSOR | CAPÍTULO 1

| LIVRO DO PROFESSOR | CAPÍTULO 1

Nessa perspectiva, as pessoas estão sempre em processo de alfabetização. Como ela não se encerra na técnica, mas se apresenta nas diferentes manifestações da linguagem, é possível que um indivíduo leia e escreva bem uma crônica, por exemplo, e seja pouquíssimo alfabetizado em textos científicos ou em manuais de instrução. Para viver em sociedade, é necessário ler, além de textos: gestos, comportamentos, regras, imagens e dar significação (social, cultural, afetiva, econômica, política) às coisas e às diferentes relações humanas. Assim, é preciso ampliar a concepção de leitura para potencializá-la e estendê-la a todos os objetos da vida.

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