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FABIANA KARLA
Respira fundo: ela diz tanta coisa ao mesmo tempo agora que é difícil acompanhar. E ainda conta ser a mais normal da família. Fabiana Karla, atriz e comediante nata, faz qualquer pessoa rir: criada em uma família inclusiva, o peso nunca foi um problema, mas sofreu com o penteado estilo pigmaleão que a mãe fazia nela quando criança. Aqui, revela que o pão é o alimento sagrado que a faz quebrar a dieta e que pra ela “a vida é a casa do Macaulay Culkin em Esqueceram de Mim: toda enfeitada”.
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por fernanda grilo
J.P: Qual a maior extravagância que já fez? FABIANA KARLA: Eu sou extravagante, né? Mas deixar meus filhos no Recife e ir para o Rio foi a maior delas. Quando vi o cavalo da oportunidade vindo, joguei a sela e disse: “Sustenta aí que eu vou subir”. J.P: Uma mania? FK: Sou uma nordestina britânica, então organizo meu tempo para fazer para todo mundo e para mim. Tenho uma coisa com hora e estou até falando disso na terapia, porque acho falta de caráter quem não cumpre horário. J.P: O que não sai da sua cabeça? FK: O tempo. Sou uma fusão do coelho com a Alice. Como se eu vivesse 24 horas pensando em alguma coisa para fazer. J.P: Um talento que ninguém conhece? FK: Vários. Balé, línguas (se me soltar num país aprendo rapidinho), sociologia. Eu sei bordar também. J.P: Qual comida faz você quebrar a dieta? FK: Pão, isso acaba com a minha vida. Ainda mais quentinho e com manteiga sambando. É uma comida sagrada, tem até oração. J.P: Vive em uma eterna briga com a balança? FK: Tenho TPM e esse momento é crítico! Hoje tenho uma educação alimentar, faço exercício, sei o que é bom para mim e busco fazer o que meu corpo responde bem. J.P: Existe um estigma de ser “a gordinha”? FK: Nem acho que as pessoas têm esse estigma comigo ou não me dei conta. Sou mulher e ponto. Meu ego sempre foi massageado pelo meu pai que dizia que eu era linda o tempo todo. J.P: Sofreu bullying fora de casa? FK: Fui uma criança feliz, sem diferencial e nunca sofri. O problema era o meu cabelo: minha mãe fazia penteado estilo pigmaleão e isso era complicado. J.P: E na TV? Isso acontece? FK: Faço as “sem vergonha”. Não me colocam como a gordinha vitimizada, entro na cota das que motivam. Na novela Amor à Vida, do Walcyr Carrasco, minha personagem era uma enfermeira virgem, não por causa do peso, mas pela dedicação à profissão. J.P: Fazer rir cansa? FK: Nos tempos atuais é bem difícil, mas somos alento em momentos como este. Tenho até que me controlar logo cedo para não chegar no estúdio gritando “bom-dia”. J.P: Momento de mau humor? FK: Quando vai chegando o fim do dia, fico chatinha. E quando tenho fome. J.P: Como encontrar o equilíbrio e a aceitação? FK: Quando você é mais novo quer ser igual e isso muda com a maturidade, aí você quer fazer a diferença. J.P: A receita para brincar com as alegrias e tristezas da vida? FK: Escolhas. O maior crime é a omissão consigo mesmo, então tem de se perceber e saber quando não está bem. Eu seria uma ótima BBB porque sei lidar com as diferenças, egos e sou bem requisitada nos momentos difíceis. J.P: A primeira pessoa a causar impacto em você? FK: Tinha uma babá que era brava, mas amorosa e inocente, sem ser burra, bem no estilo Pato Donald. Tanto que ela foi uma das inspirações para a minha personagem Lucicreide. J.P: O que faz com o seu dinheiro? FK: Eu viajo. Sou baratinha, minha manutenção que é cara. J.P: Se pudesse mudar alguma coisa o que seria? FK: Compraria um jatinho para trabalhar no Rio e morar no Recife. Mas, neste minuto, seria mais relax. J.P: Melhores conselhos? FK: Quando dou conselho é de A a Z, gosto da DR. Também falo para terem ousadia na vida, senão nem vale sair da cama. J.P: Frase que mais ouviu na vida? FK: “Você é um doce de pessoa.” Já até tatuei nas minhas costas, mas confesso que não sou esse docinho todo. Sou erva-mate, o doce amargo. J.P: O que gosta da vida moderna? FK: O celular, pelo amor de Deus. É a extensão do meu braço e ele me dá mais tempo. J.P: Qual sua melhor versão? FK: Agora. Estou no meio do caminho e hoje sei o que gosto, na verdade sempre soube o que não gosto.
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