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J.P DE OLHO

Uma seleção de marcas e designers independentes, e seus produtos cheios de charme e afeto

POR ANA ELISA MEYER

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HISTÓRIAS APLICADAS

Nascida em Brumado, sertão da Bahia, a estilista Adriana Meira, 39 anos, cria verdadeiras obras de arte. Residente em São Paulo há uma década, ela está desde o começo da pandemia na Fazenda Mandacaru, em sua cidade natal. Adriana se inspira em sua ancestralidade, no sertão, na música, nos orixás, nos santos e guias para desenvolver peças artesanais que contam a história de suas clientes por meio da técnica de aplicação e bordado. “São peças atemporais e sustentáveis. É amor próprio se vestir de sua própria história, honrar o que você tem de mais bonito”, diz. Atualmente, está desenvolvendo telas com mulheres imaginárias que vivem no universo da caatinga, para uma

futura exposição. @ADRIANAMEIRAATELIER

CONEXÃO

Lançada no fim do ano passado pela mãe e empreendedora mineira Nathália Lessa, 35 anos, a Maria Nuvem veio com o intuito de resgatar e potencializar o ato de criar com as mãos e proporcionar momentos de bem-estar e autocuidado com seus objetos e os quatro elementos da natureza. As velas esculturais e ecológicas traduzem força e conexão por meio do fogo, das cores e de seus vários formatos; o uso do barro e o toque das mãos estabelecem a relação das cerâmicas com a terra, e o banquinho para vaporização do útero representa a relação da água e do ar no cuidado íntimo feminino. E ainda tem vasos, luminárias e o que mais a criatividade permitir feitos com madeira de descarte. “Somos uma marca de objetos emocionais que tem como objetivo atuar de forma mais consciente possível, gerando, assim, baixo impacto ao meio ambiente.” Veja mais na seção Mês Bom Para.

@ MARIANUVEM_

DA ROÇA

Dois anos depois de se mudarem para uma fazenda em Catuçaba, no topo da Serra do Mar (SP), a curiosidade e a vontade de compartilhar sobre a origem dos alimentos e os processos tradicionais com mais pessoas fizeram os ex-publicitários e atuais produtores rurais Yentl Delanhesi, 33 anos, e Peèle Lemos, 38, criarem a fazenda experimental Lano-Alto, em 2016. Com a ajuda de uma pequena equipe, o casal desenvolve produtos artesanais, como queijo, mel, doce de leite, fermentados, entre outros, respeitando o tempo e a consciência do consumo. Seus ingredientes e alimentos de origem são canais de diálogo entre o rural e o urbano. @LANO_ALTO

PURIFIQUE-SE

Aromas que ajudam as pessoas a se transportarem para um momento de pausa, reflexão e contemplação em meio à rotina. Foi com esse mote que o casal Carolina e Daniel Oliveira, 35 e 38 anos respectivamente, resolveu criar a Santo, em 2017, depois de uma temporada na Austrália e em Nova York, onde trabalhou na Incausa, empresa americana com foco no segmento de incensos. Tendo como base o Palo Santo Peruano e o Makko Japonês – tipo de cedro endêmico da Ásia –, todos os incensos são fabricados pela dupla em Ubatuba (SP), assim como os incensários de cerâmica e os óleos essenciais. Seguindo receitas milenares, sem carvão ou aditivo químico colante e nem vareta, os incensos são maciços e feitos de madeiras aromáticas.

@SANTO.INCENSO

TECENDO O LAR

Após uma temporada em Estocolmo, na Suécia, onde aprofundou seus estudos em tecelagem, a carioca Valentina Stefani Saldanha, 28 anos, não se via mais trabalhando com moda, sua formação, e enxergou a oportunidade de desenvolver suas tapeçarias, já que não havia muitas marcas no mercado com esse apelo. Foi assim que criou, em 2016, a Voador Tecelagem, que hoje tem o designer e diretor de arte Patrick Gondim, 30 anos, como sócio. No ateliê, eles criam e desenvolvem produtos que remetem a colagens, feitos nas técnicas de kilim, tufting, pinturas em lona de algodão e jacquard digital, que levam cor, alegria, aconchego e humor para os lares.

@VOADORTECELAGEM

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