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CÔNCAVO E CONVEXO
Os olhares e gestos trocados por Laura Neiva e Chay Suede não deixam dúvidas: o amor e a paixão dos dois só se fortalece. Após o nascimento do segundo filho, eles contam como alimentam a conexão
por isabella d’ercole fotos pedro dimitrow styling alexandre dornellas beleza helder rodrigues (capa mgt)
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Laura usa camiseta Frou Frou Vintage, short Dolce & Gabbana, brinco e anel acervo. Chay veste corrente acervo, camisa Polo Ralph Lauren, regata Frou Frou Vintage, underwear Calvin Klein, jeans Saint Laurent
Cardigã Fendi, jeans Balmain, acessórios acervo, underwear Calvin Klein, tênis Christian Dior. Na pág. ao lado, Laura usa camisa Christian Dior, jeans Chloé. Chay veste camisa Hugo Boss
uímica não se força nem se disfarça. Ou se tem ou não. Chay Suede e Laura Neiva possuem de sobra e deixam todo mundo ver. No dia deste ensaio, o estúdio se encheu de paixão e de sensualidade. Não é só porque o casal de artistas é belíssimo e acostumado às câmeras, mas porque troca carinhos e elogios o tempo todo. Com naturalidade, se beijaram e se agarraram diante da câmera. Claro que tem uma parte dessa sintonia que é inexplicável e que os dois sentem desde o comecinho da história deles, em 2014, mas a dedicação intensa ao relacionamento é o diferencial. O cuidado e a admiração são cultivados no dia a dia, em pequenos atos, como Chay, 29 anos, gosta de falar. “A mim, interessa menos mudar o mundo e mais transformar a minha vida e de quem está ao meu redor, da minha família, dos meus amigos, do meu bairro. O que me dá esperança é pensar que podemos contaminar os ambientes que frequentamos com amor, cuidado e atenção ao próximo. Um elogio, um olhar afetuoso faz mais do que querer mudar o mundo”, reflete o ator.
EM FAMÍLIA
Nos últimos anos, a vida do casal engatou num ritmo acelerado. No fim de 2019, nasceu Maria. A agenda dos pais estava cheia: novelas, gravações de comerciais, eventos. Quando a bebê tinha menos de 3 meses, a pandemia trouxe o isolamento. O trio foi para casa e se viu numa convivência transformadora. Em 2021, José chegou para completar a família. “Vivemos uma situação inusitada, tivemos medo, claro. Ninguém esperava que uma pandemia fosse acontecer. Ao mesmo tempo, eu e o Chay não teríamos tido a mesma experiência com nossos filhos em outro cenário. Pudemos acompanhá-los em cada refeição, soneca e brincadeira”, reflete Laura, 28 anos. A vinda de José também deu a ela a oportunidade de viver um momento que havia sido frustrante: o parto. No de Maria, depois de 15 horas, a equipe recorreu à cesárea. “Foi frustrante. Além disso, perdi a golden hour dela, que é a
primeira hora de vida, porque tombei de sono, não sei se por causa dos remédios”, lembra Laura. “O Chay ficou com Maria e era nítido como a conexão deles era profunda. Demorei para criar vínculo com a minha filha, para conseguir amamentar e eu me sentia culpada. Ao mesmo tempo, ficava aliviada que o Chay estava dando esse amor todo que ela precisava.” Hoje, a atriz percebe que a cesárea não era necessária nem obrigatória e que é provável que ela tenha tido uma depressão pós-parto. Com José, a história foi outra: 60 horas de trabalho de parto calmo, com toda a família ao redor, em casa e com tranquilidade ao ir para o hospital nos últimos momentos. “Foi perfeito”, afirma Laura.
Em casa, o casal divide tarefas e horários com os bebês. Laura fica com a madrugada e Chay acorda às 6 horas para assumir os cuidados com Maria enquanto Laura e José dormem. “Ser pai sempre foi o sonho da minha vida. Eu aprendo todos os dias com meus filhos, os observo e vejo como posso proporcionar o que eles precisam, mas não faço planos a longo prazo nem tenho medo de não saber o que fazer”, conta o ator.
NOVOS RUMOS
Chay teve o desafio de terminar de gravar a novela Amor de Mãe durante a pandemia. Os protocolos e a insegurança colocaram muitos obstáculos, mas o ator acredita que as soluções encontradas foram criativas e satisfatórias. “Eu gosto de desafios, de ter que pensar em novas formas de fazer as coisas. Foi como em A Jaula, filme que se passa, a maior parte do tempo, dentro de um carro, sem muitos atores para contracenar, ou seja, a minha atuação tinha muito peso”, explica, mencionando o longa lançado recentemente, com direção de João Wainer, em que interpreta um ladrão de carros que é preso por um homem querendo fazer justiça com as próprias mãos. Ainda sem projetos para este ano, Chay se diz ansioso e aberto a propostas. “Eu quero fazer tudo, meu apetite pelo trabalho só cresce”, diz.
“Já passei tempo demais na internet, rodando sem rumo, e é fácil cair em comparações, então uso só quando tenho o que dizer”, Laura
Laura veste look total Christian Dior. Na pág. anterior acima, camisa Christian Dior, acessórios acervo. Abaixo, look total Chanel
Laura usa camisa Christian Dior, acessórios acervo. Na pág. seguinte, Laura veste t-shirt Frou Frou Vintage com jeans Chloé. Chay usa pulseira Pedro Wagner, regata Frou Frou Vintage, jeans Balmain
Laura também está ansiosa para começar um novo capítulo, mas, dessa vez, provavelmente longe das telas. “Tenho muitos interesses e quero fazer mais do que atuar. Sou apaixonada por decoração e desejo seguir esse caminho”, diz ela, que tem mãe e avó decoradoras. No ano passado, Laura abriu, junto com a mãe, uma empresa de decoração de festa infantil sustentável. “Eu levanto muito a bandeira do meio ambiente, de proteção dos animais, consumo consciente e cuidado com a natureza, então foi como unir duas paixões que faziam sentido”, fala a empreendedora, que já está disponível para projetos.
Enquanto não volta aos sets, Chay preenche os dias com muitas atividades. Ele entra, como descreve Laura, no modo Chay. “Ele é intenso. Quando se propõe a fazer algo, mergulha até saber tudo. Durante a pandemia, aprendeu cerâmica, voltou para o boxe e o tênis, estudou sobre Fórmula 1, gravou um álbum de música, fez aula de natação com a Maria... Ele não cansa”, diverte-se a atriz. Chay diz que é movido pela curiosidade. Só notou esse traço quando Laura o destacou. “Mas fez sentido. Acho que a primeira vez que entrei num processo assim foi na infância, quando me encantei por cachorros. Passava horas do dia pesquisando raças, comportamentos e histórias na internet”, conta ele, que também usa a ferramenta para compartilhar com os seguidores cenas dos seus dias. Laura é mais resistente às redes sociais. “Já passei muito tempo ali. Na pandemia, percebi que ficava rodando sem rumo, sem nem olhar para nada de verdade. E é fácil você cair em comparações, em tentações de consumismo excessivo. Hoje, uso só quando tenho alguma coisa para falar”, define.
A rotina de Chay e Laura deve, em breve, recuperar o ritmo agitado de antes, mas, agora, depois de muitos meses no casulo, eles saem com outro olhar, mais cuidadoso e afetuoso para a família, e mais apaixonados do que nunca um pelo outro. n
Edição de arte: Jeff Leal Direção criativa e produção executiva: Ana Elisa Meyer Assistente de produção de moda: Ana Luísa Magalhães Assistente de beleza: Juliana Boeno Assistente de fotografia: Humberto Felga Manicure: Claudia Designer Tratamento de imagem: RG Imagem
NOVAS TRADIÇÕES
A FRANCK MULLER se destaca no mercado ao abraçar tendências e novidades sem abrir mão da qualidade e dos valores da alta relojoaria
Tradições atravessam gerações e superam mudanças de hábitos trazidas com a tecnologia. Para o amante da arte da alta relojoaria, não há praticidade do visor do celular que mude sua relação com a beleza e a qualidade do relógio de ponteiros perfeitamente afinados. Ainda assim, como todas as marcas, as desse ramo não podem se dar ao luxo de estacionarem no passado. O equilíbrio ideal entre vanguardismo, tradição e atualização é o segredo da FRANCK MULLER. Uma das gigantes do setor, ela acaba de abrir uma loja no Brasil, no Shopping Cidade Jardim. “É verdade que o mundo está mudando, mas a HAUTE HORLOGERIE não é impactada por isso. Há algo de único nessas peças e elas duram uma vida inteira. Isso se torna um atrativo para qualquer geração”, explica JEAN-LOUP GLÉNAT, head de design da marca. Contudo, ele acredita ser necessário se adaptar ao estilo de vida dos jovens. “Algumas coleções já possuem esse perfil. Como são pessoas mais conectadas e que rapidamente se interessaram pelas criptomoedas, criamos o Vanguard Encrypto, o primeiro relógio funcional de bitcoins do mundo”, conta.
A importância dessas invenções criativas mostra o forte da Franck Muller atualmente, algo que não assusta a marca. Para Jean-Loup, quanto mais desafiador, melhor. “A coleção Crazy Hours demonstra esse vanguardismo, com muita autenticidade e excentricidade. Algumas características da marca, como as curvas, os numerais expressivos, o guilloché, as complicações e as cores, nos ajudam a manter uma identidade apesar das diferentes coleções. Ainda assim, há muito espaço e liberdade para criar, o que eu adoro”, fala o líder da área de design. Com tantas possibilidades, quase tudo pode se tornar uma inspiração. Jean-Loup revela que é uma pessoa curiosa e que ama observar, ato que o ajuda a recolher referências. “Eu gosto muito de ver o funcionamento mecânico de objetos, adoro motos. Mas daí a criar uma coleção há um longo caminho a ser percorrido, com viradas e questionamentos”, revela ele, que trata cada coleção como um projeto independente, envolvendo também a participação
Cintrée Curvex
de stakeholders, designers, engenheiros e até clientes.
A dedicação e o preciosismo com cada processo dão origem a produtos inovadores e encantadores... Tão impressionantes que fascinam até o responsável por eles. Segundo Jean-Loup, um de seus favoritos é a coleção CX Curvex. Originada a partir de um clássico, Cintrée Curvex, os detalhes conseguem preservar fielmente a essência de uma peça tão emblemática. “Entre os femininos, gosto
Jean-Loup Glénat, head de design da marca
Vanguard Rose Skeleton
FOTOS DIVULGAÇÃO; da coleção Vanguard Rose Skeleton. É a combinação perfeita entre mecânica, feminilidade, simbolismo e sentidos”, revela. “Há um casamento entre as funções mecânicas e a expressão das flores. A ideia é permitir que a cliente possa escolher a cor da rosa que mais lhe agrada e seus significados. A vermelha, por exemplo, representa o amor, a beleza e a paixão, enquanto o laranja simboliza felicidade e vitalidade”, completa.
Preservadas a continuidade da história e da força da tradição de Franck Muller, resta a ansiedade para saber quais novidades e surpresas a marca reserva para 2022. Jean-Loup entregas alguns spoilers: edições vintage inspiradas nas coleções tradicionais, além de novos materiais, peças femininas e complicações. Será um ano animado e, com certeza, de muito bom gosto.