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SEM RÓTULOS
Cecília Gromann, estilista e influencer, comanda uma marca de roupas genderless e é referência no eixo São Paulo-Rio com seu estilo mezzo glam mezzo retrô
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Aos 23 anos, Cecília Gromann é uma referência de estilo. Virginiana criada em Embu-Guaçu, na Região Metropolitana de São Paulo, sempre teve sua atenção voltada para a moda. “Quando criança, lembro de já desenhar algumas pecas de roupa e minha mãe levava para a costureira do bairro fazer. Ela logo percebeu o quanto eu gostava de desenhar e de me vestir, foi a primeira pessoa a me dizer que eu tinha talento pra ser estilista”, lembra Cecília, que é formada em moda pela Faap e, desde 2019, tem sua própria marca, a Anacê, que se tornou queridinha da turma que curte peças com “pegada” atemporal e genderless. “A questão de ser sem gênero foi muito natural no processo de desenvolvimento da coleção. Não enxergamos mais uma distinção de gênero no vestuário e acreditamos que no futuro essas definições de silhueta serão cada vez mais diluídas na criação dos produtos. Muito disso partiu do fato de que tanto eu como minha sócia, a Ana Clara, enxergarmos a roupa desprendida de rótulos. Hoje, por exemplo, o público da Anacê é 54% masculino.”
Antes de ter sua marca própria, Cecília era influencer. Na verdade, ainda é. “Comecei com moda na internet, adorava compartilhar sobre moda em blogs, Flickr, Instagram. Gostava de falar sobre esse universo e compartilhar meu olhar fotográfico. Isso fez com que passasse a trabalhar com grandes marcas nacionais e internacionais, como Gucci, Givenchy, Jean Paul Gaultier...”, conta a estilista, que customizava as próprias roupas quando criança e nunca teve medo de arriscar. “Isso foi muito importante na construção da minha identidade. A maior dica de estilo que eu posso dar é que as pessoas se divirtam com a moda, não tenham medo de brincar com a própria imagem e abusem dessa ferramenta de autoconhecimento.”
O estilo se reflete no seu “lar doce lar”: um charmoso e iluminado apartamento próximo à avenida Paulista, com décor autoral, em que peças vintage convivem em perfeita harmonia com mobiliário contemporâneo e detalhes marcantes, como o papel de parede do quarto. “Tudo pra mim tem conexão, meu estilo pessoal, meu lifestyle, minha casa. Tem esse mix do glam, do vintage, do exagero.”
Acima, detalhe do décor e, ao lado, Cecília com camisa Anacê. Na outra página, ela aposta em camisa e calça Gucci
Meu refúgio é…
as pessoas que eu amo
Leitura obrigatória...
O Casaco de Marx mudou meu olhar sobre as roupas e a história que elas carregam
Não perco um episódio de...
Pose. Amo acompanhar séries, assisto muitas diferentes
Filme da vida... Sociedade dos Poetas Mortos ajudou a construir minha visão sobre muitas coisas
Música que ouço no repeat...
no momento, tem sido “Will I See You Again?’’, do Thee Sacred Souls
Peça de roupa favorita...
camisa branca
Um cheiro... de café
Mantenho minha sanidade...
respeitando meus limites e sabendo quando é hora de desacelerar
Minha rotina de beleza in-
clui... limpar a pele antes de dormir e pencas de protetor solar pela manhã
Um hobby... ler e desenhar
Gostaria de ter uma
obra... qualquer escultura da Maria Martins
Acima, a estilista e influencer com vestido Anacê e tênis All Star. Abaixo e ao lado, detalhes do décor da casa, ora retrô ora rock’n’roll
Na geladeira sempre tem...
queijos de diferentes tipos, sou viciada
Busco inspiração...
nas ruas, nas pessoas, no cotidiano
Destino inesquecível...
deserto de Atacama
Tenho medo... de altura e de perder as pessoas que eu amo
Daqui um ano eu...
quero continuar buscando autoconhecimento e me conectando cada vez mais com o meu lado espiritual
Não saio de casa sem...
caneta, lip balm e fone de ouvido
Melhor conselho que recebi...
Esse cresci ouvindo da minha sábia mãe: “Não deixe sua felicidade nas mãos de ninguém além de você mesma, e se mantenha firme aos seus valores”
Aqui, Cecília com sua peça favorita, a clássica camisa branca, e abaixo, posando com o gato Bartô, com look Isabel Marant